40 Anos e Um Sonho · carinho, para celebrar a vida e agradecer a Deus ... Coisas de Minas, de quem...

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40 Anos e Um Sonho Família 4 Cheiro de Minas 5 Teus Olhos 7 Olhar Sorriso 8 Cachos 10 Ser Pai 12 Infância Mineira 13 A Casa Amarela 25 Refresco Mangueira 27 Dia das Mães 30 Contos e Encantos 31 Palmada 33 Lego 34 O Brigadeiro da Mamãe 35 A Lista 39 A Imagem da Dor 43 A Vida sob um olhar aos 40 45 Ode à Maria 49

Transcript of 40 Anos e Um Sonho · carinho, para celebrar a vida e agradecer a Deus ... Coisas de Minas, de quem...

40 Anos eUm Sonho

Família 4

Cheiro de Minas 5

Teus Olhos 7

Olhar Sorriso 8

Cachos 10

Ser Pai 12

Infância Mineira 13

A Casa Amarela 25

Refresco Mangueira 27

Dia das Mães 30

Contos e Encantos 31

Palmada 33

Lego 34

O Brigadeiro da Mamãe 35

A Lista 39

A Imagem da Dor 43

A Vida sob um olhar aos 40 45

Ode à Maria 49

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Caros amigos,Muito obrigado por estarem conosco neste diaespecial e, principalmente, pela marcantepresença de vocês nas nossas vidas, cada um àsua maneira, contribuindo para a felicidade danossa família.

Organizamos esta comemoração, com muitocarinho, para celebrar a vida e agradecer a Deuspela realização do meu maior sonho, amotivação para tudo o que fiz e farei na vida.

Permitam-me agora a oportunidade dehomenagear nossas famílias, compartilhandoalguns textos meus, que retratam minha alegrianessa nova fase que inicio.

Espero que gostem!

Um beijo no coração,

Elmano

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FamíliaCompreendi o amor desde o nosso primeiro dia.Amando-te assim, eu já sabia:Se a vida fosse difícil, com você eu contaria,Se a vida fosse fácil, com você eu sorriria.Importante mesmo era a certeza:A linda família que nos daria. Hoje, quando em meus braços te vi,Entendi finalmente o porquê que nasci;Nasci para ser pai, sorrir e sonhar.Razão pela qual educar?Infinita minha existência será.Que venham meus netos, bisnetos!Um dia você também vai entender;Enfim, que ser pai é amar. Jovem, muito jovem, teu nome escolhi;Única menina que, a amar-te, já nasci;Levas n’alma o que de melhor eu já fiz;Imperatriz da minha vida;A vida que sempre quis.

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Cheiro de Minas

Minas, terra das Minas;Garimpo da alma, do jeito mineiro,De quem não se mostra, não por inteiro,Aguça os sentidos do forasteiro. Afeto de mãe brotando do forno;Cheiro de café, gosto de bom dia;O leite da vaca que sai quase morno;Acordar em Tiradentes parece poesia; Tem festa na praça em Mariana;O cheiro barroco de suas igrejas;Orvalho da serra em Ouro Preto;O perfume ousado de Dona Beija.

Se o trem de São João fosse lá pro Vale;Quanto sabor iria provar!As traíras fritas do velho Chico;Alguns diamantes pra lapidar.

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Leite e chocolate no sul de Minas;Rocambole famoso já nasce dourado;As frutas lá do cerrado;Arte do queijo, sabor perfumado. Vamos correr lá no morro!Vento no rosto, em Piracema;Depois prosear, modas de viola,Coisas de Minas, de quem nasce mineiro. Ouvindo estes versos sem rimas,Pode-se sentir o teu cheiro,Mesmo não sendo de Minas,Mas tendo coração de mineiro.

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Teus OlhosMeu melhor espelho!Onde sou mais beloPelo amor sinceroQue só vejo em ti Olhos que inundamExtremosos na vidaOlhos que entendemO que não pude acertar Tradução literalDo que nunca se escreveSua linguagem indelévelNo meu coração ficará Teus olhos dominamMinha alma encantamCom o corpo em chamasNão dou conta de mim Com olhos assimQue posso dizer?!Dizer que te amo!Nasci pra você!

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Olhar SorrisoQuando os olhos parecem sorrirQuando a boca parece olharNão preciso palavras ouvirPra entender o verbo amar Foi assim que te conheciFoi assim querendo ficarQue jamais pude resistirAo teu lado me enamorar Se os anos passam depressaMas o tempo eu não quero pararÉ porque o que mais interessaÉ contigo minha vida passar Rusgas e rugas hão de surgirUma graça se Deus permitirQue eu esteja então ao teu ladoVendo sempre teus olhos sorrir

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CachosE se a reta pudesse...Terminar em curva;Só pra nos mostrar,Assim como Oscar,Artes de Minerva. E se a reta quisesse...Tal qual Botticelli,Sob o Sol e o Luar,Parecer dourada,Real cor do amar. Ao soprar das fadas,Se as retas flutuam,Então não são retas;São mágicas e atuam. Assim são teus cachos,Que nem Botticelli ou Oscar;Quiçá fadas possam assinarA obra que faz encantar. Cachos tesouro,Cachos princesa,Da minha filha de ouro,Dádiva da mãe natureza.

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Ser PaiSer Pai éPresença, referência e proteçãoEspera, angústia e emoçãoPaciência, ansiedade e coraçãoAmor!

Ser Pai éSaber que não pode faltarReviver a magia da infânciaConversar e saber escutarSer herói ao olhar da criança

Ser Pai éReaprender a chorar no primeiro diaLutar pela família com energiaDia após dia

Ser pai éPreparar sua criaPara o mundoPara a vidaPara ser paiUm dia...

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Infância MineiraPermita-seRedescobrir a infância.Mesmo sem ser criança,Mas sendo pai Que educa, observa,E aprende.

Ser criança em Minas...Tem o sabor variadoDas frutas lá do cerrado.Broa de milho, pão de queijo,Doce de leite, goiabada cascão,Quanta emoção!

Crescer em Minas...É brincar na praça,Quintal da vovó,Banho de rio, na cachoeira,Ver a poeira atrás do cavalo.Piuííí ... E saber que já vem,O trem!

Gostar e viver poesia,Ouvir a históriaE ter tudo à vistaNas ruas, nos museus,Em Minas!

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É ser amigo do João, Drumond e Sabino;Sonhar com Paulinho e Alaíde;Desenhar com Amílcar e Delpino;Recriar Aleijadinho e mestre Ataíde.E viver... A arte de Minas! É ter o tablet na mão,A bola de gude na outra;O pé direito no Shopping,O esquerdo na areia.Porque só existe presenteCom passado e futuro.Orgulho!

Ser criança em MinasNão é ser diferente.Toda infância é infância,Sem geografia, é gente.Toda criança é criança,De norte a Sul, esperança.Mas as nossas...São gerais,De Minas.

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MATERNAL III NA VILA MARISTA (por Henrique) O dia em que cheguei na vendinha não lembro mais;Mas o de voltar não esqueço jamais;Combinei com meus pais que seria feliz;Adoro dizer que sou da turma da Beatriz. Meu traço agora já é mais forte;Meu corpinho até posso desenhar;Não há problema em ser diferente;Meus coleguinhas eu sei respeitar. Tá combinado que o legal mesmo é brincar;E sem maçã não dá mais pra passar;Sozinho meus dentes posso escovar;Mas sem o colinho não consigo ficar; O tempo vai logo passar...E num belo homem vou me tornar!Será então minha vez de educar,Pro meu país trabalhar e honrar. Os combinados da vendinhaQue comigo sempre estarão,Vão me ajudar nessa lição:Meus filhos, o importante nessa vidaÉ amar e respeitar com coração.

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A Turma da Isabela (primeiro período)

Terra!Uma graça de Deus bem-vinda,Real manifestação do cosmos, Mãe natureza linda,Amados por ti nós somos. Diante de tal roseta,O Sol te fez planeta! Paraíso que nosso DeusLapidou com muito amor,Agora os filhos teus,Não podem causar dor.Estamos juntos ness’aquarela,Turma do primeiro ano,A turma da Isabela! Temos muito que aprender.Escutem todos o nosso canto:Rios e mares, vamos proteger,Risos podem mais que prantos,Amiga e querida Terra!

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TURMA DO CONGADO (segundo período)

Ventos alísios cultura trouxeram;Ideias e sonhos em tristes sorrisos;Valentes guerreiros do Congo vieram;Amores deixados nos seus paraísos.

Antes saudade, hoje alegria!

Teria o Brasil tantos sabores?União dos povos num só lugar;Rei Chico daqui fez seu lar;Mãe do Rosário curou suas doresAgora é justo homenagear

Diante de tanta beleza,Orgulha-nos tal realeza!

Corações escutam os tambores;Olhos que falam da alma;Nunca foi cedo pra dança;Grande é a festa das cores!A marca Marista na palmaDos meninos da Jana que cantamO amor, a liberdade e a esperança!

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MOSQUITO PICADINHA (parceria com Henrique)

O mosquito picadinhaPica, pica sem parar;Quando resolve voar,Dá mais uma picadinha.

Na hora de vestir o pijaminha,Cuidado, menino, cuidado!Pra não levar uma picadinha.

O mosquito picadinhaVoa, voa sem parar.Vai fazendo zum, zum, zum...Ai, ai, ai!Vai picar o meu bumbum!

Oh! Mosquito danadoVai procurar comidinhaBem, bem longe de mim,Com a Dona Abelhinha,Na floresta de jasmim!

ZUUMMM...

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POEMA DAS FRUTAS (parceria com Henrique)

Vamos lanchar com sabedoria;Comer os alimentos com harmonia;As nossas frutas não podem faltar;Saudáveis e fortes vamos ficar.

Banana, Laranja e melanciaTêm muita água e energia;Mangaba, cajá e Maracujá,Um suco gostoso pra refrescar.

As mais lindas cores eu vi,Na uva, na jabuticaba e no Kiwi;Vou fazer um sorvete para JujúCom cajá, morango ou cupuaçu.

Oh! Meu Brasil, lugar maravilhoso!De Norte a Sul fico orgulhoso.Um país gigante, país tropical;Aqui temos frutas até no quintal;

E se com barco quero brincar,Uma maçã eu posso cortar.Assim feliz lancho na certeza,Obrigado, meu Deus, pela natureza!

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A Casa AmarelaSe pudesse uma aquarelaVoar com o vento,É que um anjo pincela,Com seu santo talento. Um sonho na vida,E como numa tela,Surge em PiracemaA linda casa amarela. No coração a pureza,Na alma a doçura,Na fé a certeza,Que a felicidade procuraQuem ama a natureza. Sorriso Nininha, o Minardi encanta.Teu amigo proclama,Com a alma que canta:Que Deus abençoe o casal que se ama!

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Meus filhos brincando,É o chefe que pula,São pássaros cantando,E na horta, até rúcula. Se goiaba comiE na pista corri,É que em mim floresceuA criança que nunca cresceu. Mãe rainha falouE Nininha escutou:Faz esse povo feliz!Por isso a homenagem que fiz. Por Alexandre e Nininha,Pela querida família minha,Bendita graça Divina!Viva Santa Catarina!

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Refresco MangueiraQuerida mangueira doceHoje provei teu frutoDa manga apenas soubeMas da sombra eu já desfruto Corri e estava cansadoPelo sol fui eu escaldadoAo teu pé deitei sem pensarAgora sei o que é descansar Que as formigas hoje não ousemDisputar comigo esse cantoDesta vez penso que ninguémDesfará esse belo encanto

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Dizem-me tua manga é doceMais doce é o canário pequeninoQue faz meus ouvidos criançasMagia em coração de menino Tuas folhas são como orquestraA música dos sonhos meusDando-nos mais uma mostraQue o maestro é o nosso bom Deus Fruto mangueira é mangaMas também pode ser sombraRefresco de manga é sucoRefresco mangueira é sombra!

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Dia das MãesMãe! Aqui de longe,Quero gritar que te amo!Lembro teu rosto todos os diasSempre pergunto o que você fariaMinha vida foi sempre magia Por você, fada rainha,Penso que pra tudo tem jeitoLevo minha vida sem preconceitoSem medo de errarSem medo de amarSem pudor pra me desculparSem orgulho pra perdoar Hoje eu preciso te verOlhar teu sorrisoE agradecer...Por tudo!Por todos os dias!Por ter você!

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Contos e EncantosE se os contos pudessem contarAs batidas do meu coraçãoEm cada suspense um suspiroEm cada sorriso a emoção

E se os contos pudessem medirQuantas cidades eu conheciAs distâncias que percorriAntes mesmo de viajar

E se os contos pudessem ouvirGargalhadas, sonhos e lembrançasPensamentos de toda criançaQue se encanta...Que brinca...Que dança...

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E se os contos pudessem sentirO medo do lobo mauO colo da minha mãeVitória! O pirata caindo da nau

Eis o encanto do conto!Do papel cria asas por mágicaNa voz de uma fada que contaAlegra...Voa...Encanta...

Oh! Contadora de históriasDa minha infância queridaDe ti tão pouco eu sabiaMas se tua voz escutavaMinh’alma que primeiro sorria

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PalmadaHouve o tempo em que a palmadaEra forma de educarA criança respeitavaCom o medo de apanhar

Criança mais calada, quase nunca gritava!Que maravilha! Mas no fundo ela pensavaO que ninguém imaginavaPelo medo da palmada

Que pode ter feito uma criança?Pra ver a mão que afagaNão em sinal de carinhoQuiçá de destemperança

Olhares em fúria; no final, todos tristes.Mas há sempre a esperançaDe que ocorra a grande mudançaNo adulto que apanhou criança

Outro dia, meu filho, inocência amada:-Papai, tem pai que bate?- Bater?! Não, palmada.- Mas então... O que é palmada?

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LegoLetras e palavras inertes;Ao formar frases, flutuam.Tal qual sonhos de criança,Nos traços dos poetas, atuam. Como num jogo de Lego,Mudam-se as peças, muda-se a obra:Ostras, ratos, rotas;Prato, rapto, porta. Poesia, sentimento escrito!Revelações do espírito,Imaginação infinita,Coração do artista. Brincadeira das letras!Juntam as palavras, formam-se versos;Crianças que brincam, juntam as peçasDo jogo de lego, que joga um poeta.

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O Brigadeiro da MamãeO Brigadeiro é um doce tipicamente brasileiro e um dos símbolos docarinho materno desde sua origem, no final da década de 40. Sua receitamantém-se praticamente a mesma, mas testemunhou mudanças profundasnas relações familiares em nossa sociedade.

Na década de 50, o brigadeiro já era produzido para ser comercializado, masfoi nas cozinhas domésticas que ganhou ares de carinho de mãe, com aquelecheirinho de chocolate, que fazia qualquer menino levado derreter-se devontade de raspar a panela, hummm! Que delícia... A mamãe era umasenhora muito dedicada ao marido e aos filhos, não faltavam carinho eatenção e os frequentes quitutes demonstravam os tradicionais dotesmaternos. Educação rígida e atenta eram as provas de amor; a realizaçãopessoal, ver os filhos crescerem fortes e educados. A mamãe era vista comouma santa, assexuada, boa por natureza e brava por necessidade de educar.

Com a revolução sexual das décadas de 60 e 70, as futuras mamães dadécada de 80 reivindicaram o direito de usar o corpo para obter e dar prazer.Os métodos contraceptivos popularizaram-se. A crescente industrialização ea necessidade de serviços de melhor qualidade tornaram a mão de obrabasicamente masculina insuficiente para atender à demanda do consumocrescente; por outro lado, o “custo família” aumentou e foi ficando maiscaro manter filhos saudáveis e felizes. Resultado? As mães da década de 80foram à luta e saíram para trabalhar fora de casa. Na sua maioria, ainda semas mesmas qualificações dos papais e ganhando menos, mas o suficientepara as despesas pessoais e dos filhos. Os brigadeiros já não podiam ser tãofrequentes e as mamães ainda arcavam com todas as obrigações domésticas.Haja fôlego! Não dava tempo nem para ser mulher!

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Mas as meninas da década de 80 estudaram muito. Elas queriam mais!Prepararam-se física e intelectualmente para serem as mães modernase nunca desejaram ser apenas a “coisa mais linda, mais cheia de graça,que vem e que passa, num doce balanço a caminho do mar”, comocantou o poeta. Elas queriam muito mais: ser mãe, com o mesmocarinho e afeto de sua mãe, mas sem deixar de ser mulher e com umaparticipação ativa na sociedade.

As mães modernas tomaram posse do seu corpo e agora decidem sequerem seios maiores ou menores, abdômen definido, pernastorneadas, quando engravidar, quando e com quem transar. As mãesmodernas recusaram o sacerdócio materno, a abdicação, atransferência dos sonhos. A missão de ser mãe continua bela, masdesde que não prejudique a "alma" feminina.

As relações de trabalho mudaram e as mães modernas também sãolíderes e ocupam cargos de chefia com desenvoltura. Pensam em suascarreiras, sem deixar de ser atentas à formação de seus pequeninos.Mas o tempo é escasso e surge um elemento novo na organizaçãofamiliar, a babá ou a creche, não para substituir os cuidados maternos,mas para permitir que as mamães possam educar seus filhos semdeixarem de ser boas profissionais e belas mulheres. A mãe modernanão quer parecer santa e muito menos assexuada.

Mas vem a culpa... Culpa por não ser tão presente quanto fora suaprópria mãe, culpa por não participar de todos os momentos de seusfilhos, culpa por não dar a atenção que o marido merece, culpa, culpa,culpa... A dura questão é: seria tão positiva para os filhos modernosuma mãe sempre presente? Para tudo nessa vida há um lado bom eoutro ruim, até para presença de mãe.

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Os filhos também mudaram. A sociedade exige crianças mais bempreparadas e independentes, que devem estar acostumadas com umarealidade globalizada. Os filhos das mães modernas as amam tanto quantoos das mães tradicionais, porém as admiram não apenas pelo que elas são,mas pelo que elas representam na sociedade. Desta forma, é cada vez maisfrequente e precoce serem questionados sobre a profissão de suas mães, sejana escola ou no convívio comunitário. Agora os olhinhos não brilham deorgulho apenas para descrever o que o papai faz, mas também para dizerqual é a atividade da mamãe. Penso que essa é a grande mudança na relaçãomãe/filho: há uma nova expectativa dos filhos em relação às mamães, umdesejo de que elas também sejam importantes fora de casa.

Os papais modernos, por sua vez, foram inserindo-se nas atividades diáriasda família, pois as mamães não têm mais tempo pra fazer tudo. A presençapaterna já é marcante nos cuidados com os filhos, reuniões e orientação dastarefas escolares, participação ativa nos momentos lúdicos e coautoria noestabelecimento das regras disciplinares. A figura do pai tradicional, aqueledo jornal, provedor e pouco participativo continua a existir, mas agora correo risco de tornar-se um marido descartável. As mulheres modernas queremser respeitadas, tocadas, acariciadas, amadas e apoiadas; qualquer coisa amenos, pode ser muito pouco.

Fala-se muito das conquistas das mulheres no século XX, mas pouco sobrea conquista de toda a sociedade que, a partir deste novo paradigma darelação familiar, vê uma real unidade e integralidade da família: pais maisparticipativos e próximos da realidade dos filhos, mães que são realizadasnas suas potencialidades de mulher e filhos menos dependentes, com maiorcapacidade de perceber, na família, uma maior integração com acomunidade em que vivem.

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O modelo da família tradicional ainda coexiste com o da famíliamoderna nos dias atuais, mas é cada vez menos frequente e devetransformar-se em raridade com o avançar do século XXI.E a sedução? Quem agora é o agente motivador da conquista? Ondeessa história começa?

O homem e a mulher modernos não deixaram de lado a “pegação” epara isso o corpo bonito basta. Mas ninguém hoje quer ter filhos comquem não consiga conversar, admirar e amar.

O que pode ser mais sensual que uma médica, 25 anos de idade,vestida de branco, estetoscópio pendurado no pescoço esguio, falamansa e carinhosa, com um sorriso realizado no rosto? Paixão àprimeira vista! Casado e feliz estou há 12 anos. Mas o brigadeiro damamãe agora pode também ser o brigadeiro do papai ou da confeitariaperto de casa. Tempos modernos, dos quais agradeço fazer parte todosos dias.

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A ListaTrabalhar a mente, na busca do autoconhecimento, é um importanteexercício para o nosso bem estar físico e emocional. Há certos dias em queprecisamos reavaliar ideias e redescobrir momentos na memória, muitoúteis na percepção das mudanças no nosso interior.

Guardo algumas recordações marcantes em uma caixa desde a adolescênciae hoje decidi fazer uma verdadeira caça a tesouros perdidos. Grata surpresareencontrar a lista dos aprovados no vestibular da Universidade Federal deAlagoas de 1992, ano em que passei no curso de medicina. Puxa! Lá se vão21 anos, que voltaram como mágica.

Lembro bem daquela manhã de domingo, não apenas pelos efeitos dascomemorações na noite anterior, mas pela sensação de realização e devercumprido. Os jornais traziam a lista dos aprovados e, com apenas 17 anos,era a primeira vitória que parecia ser exclusivamente minha. Eu tinhaconquistado. Uma sensação única e tão inebriante quanto as cervejas quetomei na véspera. O meu nome naquela lista era o que realmente chamavaatenção, enchia-me de orgulho e motivação.

Como todo adolescente, comecei a fazer conjecturas sobre a lista: seriamtodos de Maceió? Quantas meninas bonitas tinham sido aprovadas? Não, eunão conhecia praticamente ninguém naquela lista, talvez nem a mimmesmo.

Era apenas uma lista de nomes que não significavam absolutamente nadanaquele momento, mas eu sabia que, em alguns meses, os nomes na listaganhariam forma, atitudes, importância e marcariam minha vida parasempre. Um ciclo havia se encerrado e outro estava por vir. O que fascinavaera estar diante de nomes, apenas nomes, mas que representavam pessoas,cada qual com sua história, que iriam entrar na minha vida, uns mais outrosmenos, mas todos teriam alguma relação comigo.

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Durante o tempo em que esperava o início das aulas, meu pailevou-me para um inédito passeio num bairro mais humilde deMaceió, com o objetivo de mostrar a casa onde ele havia nascido econtar algumas histórias da família. Por fim, quase quevisionariamente, coisas de quem conhece o filho que tem, disse-meque minha vitória de dias atrás era fruto sim do meu esforço, mas queesse esforço tinha começado lá, naquele bairro, com meusantepassados. Pediu-me para nunca esquecer de onde havia partido. Eufinalmente tinha entendido que o resultado de hoje é também fruto dabagagem que trazemos das pessoas que nos ajudaram a percebernossos valores e que estes podem mudar, dependendo da forma comointeragimos em sociedade. Sim, eu estava muito mais ansioso paraconhecer aquelas pessoas da lista, queria compartilhar experiências,aprender, ensinar, mas sem distanciar-me muito dos meus valores, issoera quase uma promessa.

Durante o curso, aquela lista parou de fazer sentido, era apenas umpedaço de papel com os nomes dos meus colegas e amigos, queestavam ao meu lado, nos momentos de festa e de dor. Por que prestaratenção em uma lista com os nomes das pessoas das quais desfrutava apresença continuamente? Não, aquela lista não importava mais,merecia até ser rasgada ou jogada num canto de gaveta qualquer. Maseu não tiro nada da minha caixa, por mais ridícula que a recordaçãopareça.

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Hoje, após quinze anos de formado, casado e morando em Belo Horizonte,onde meus filhos nasceram, reencontrei a minha velha lista; agora tãoinebriante quanto outrora, mais emocionante do que nunca e, marejados,meus olhos percorreram novamente apenas nomes; porém, que representammuito, até um pouco do que sou hoje. Novamente os nomes parecem-medistantes, cada um com sua história recente, da qual não faço parte; comcerteza uns carregam um pouco de mim, assim como levo um pouco dealguns.

Bom mesmo é ter os amigos por perto, mas quando a vida nos mostra queestar junto já não é possível, os mais importantes permanecem na alma,indeléveis, independente da frequência dos reencontros.

Novos horizontes fazem bem, são novos desafios e amigos que marcamnossas vidas. Como cantou o rei, “se sorri ou se chorei, o importante é queemoções eu vivi”... Mas mais importante ainda é ter a percepção de queessas emoções ficaram e continuamente modelam meu eu interior,transformando-me a cada dia. Assim é a vida, idas e vindas, que ficamgravadas em nossos corações. Que venham mais listas! Que minha vida sejaessa constante transformação! Mas que eu nunca esqueça de onde vim, paraque possa sempre voltar de onde quer que tenha ido.

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A Imagem da DorHá vinte anos, eu entrava no Hospital Universitário da UFAL,para iniciar a prática da medicina, com a missão de curarquando possível, mas aliviar a dor sempre. A dor nem sempreestá relacionada exclusivamente à doença. Tem um sentidomais amplo, que extrapola até mesmo a figura do paciente,atingindo todos os envolvidos no seu contexto: a família,amigos e, não raro, pessoas desconhecidas.

A neurologia exige atenção aos detalhes e o exercício daobservação levou-me a vivenciar muitos momentos da dorhumana. A imagem mais marcante, aquela que sempre mevem à memória, não é a do sofrimento em si, mas a docompanheirismo, do apoio e do amor.

Com raras exceções, o ser humano não sente sua dor nasolidão. Como bem já disse Clarice, é comum vermospessoas guardarem suas próprias dores no bolso eamenizarem a dor de um familiar, de um amigo ou até mesmode um desconhecido. Sim, essa é a imagem que mais memarca na dor.

Estudos apontam que pacientes com cônjuge, apoio familiar,amigos e fé costumam ter um prognóstico melhor. Será que aíestá o sentido do “amai-vos uns aos outros como eu vosamei”(João 15.12)?

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A verdade é: quem está com Deus nunca está só. Masnosso Deus manifesta-se de muitas formas; nosmomentos de dor, como diria Guimarães Rosa, "amizadedada é amor". Amor é Deus manifesto, com um poderque não nos cabe tentar calcular, mas apenas agradecer.Exercitar a gratidão é reconhecer que não estamos sós,mesmo nos momentos de angústia maior.

Por isso, continuo a minha missão com alegria,humildade e paixão, buscando a excelência no meutrabalho, convencido dos meus limites e amparado pelacerteza de que somos instrumentos do Pai. Toda dor quepresencio no dia-a-dia tem um sentido e não me cabejulgar, mas devo sempre aliviar o sofrimento de quem meprocura, com ciência, sabedoria e amor.

E com a frase que sempre escuto quando faço um bomtrabalho, encerro esta reflexão: Graças a Deus, obrigado.

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A Vida sob um olhar aos 40Por décadas, que passaram rapidamente, perguntei-me como seria minhavida aos 40: rico? Famoso? Muitas mulheres? Muitos filhos? Aposentado?Viril? Presidente da república? Em cada fase da vida, uma expectativadiferente, própria das variações hormonais e financeiras da juventude.

Foram muitas conquistas, frustações, emoções, sorrisos e choros até ver amarca dos 40 a menos de um passo dos meus olhos. Será que muita coisamudou?

Sim, eu e o mundo mudamos, não sei se para melhor, mas é certo quemudamos. De cara, seria inimaginável essa reflexão na adolescência. Pensarno futuro com um olhar crítico em relação ao passado é um dos privilégiosda maturidade. Contudo, acordo hoje com a mesma vontade de recomeçarque sentia outrora, a mesma vibração, mas com um foco diferente.A preocupação com a saúde é uma novidade crescente e presente até nasconversas à mesa de bar. Os amigos que combinavam baladas e viagensmaneiras, hoje vibram com as festinhas infantis e os planos atuais semprepassam pela Disney. Agora nos preocupamos em garantir o futuro dascrianças e educá-las para um mundo melhor, porém bem mais competitivo edesafiador.

Nossos sentimentos cada vez mais incluem a compaixão; nossos projetos, anecessidade de ajudar o próximo. Nunca falamos tanto em corrupção, faltade caráter, egoísmo, racismo... Parece até que todos nós estamos um poucomais preocupados em ser e viver melhor na sociedade.

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Mas a idade cronológica nunca nos preocupou tanto como agora, riosde dinheiro são gastos com cosmética. É como se um coronel travasseuma luta atroz para apagar suas medalhas da farda e, finalmente,ficasse feliz em parecer sargento, sem ter deixado de fato de sercoronel.

Lembro-me de que, quando criança, via no meu avô a pessoa maislinda que conhecia. Em que momento da vida eu fui convencido deque a pele lisa é a mais bonita? Amo minha esposa, assim como aamava há 15 anos e pretendo amá-la para sempre, não importando anossa idade. A busca pela saúde física e mental passa pela aparênciasaldável e jovial, mas que isso não vire uma obsessão que nos tire oprazer de ver a passagem do tempo como uma conquista. Afinal, aopção a envelhecer não me parece muito atraente.

A vida não devia ser medida cronologicamente, num compassonumérico que efetivamente não quer dizer muita coisa, até porque épossível morrer idoso sem nunca ter realmente vivido. Essacaracterística da humanidade querer medir e contar tudo poderia teralguns limites, incluindo a forma de se avaliar a longevidade.Deveríamos aprender as lições do Pai, nas quais uma vida medida emanos representa muito pouco: “Bem-aventurado o homem que acha asabedoria, o homem que alcançou o entendimento” (provérbios 3:13)ou lembrar que “tudo nesse mundo tem seu tempo determinado e hátempo para todo o propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3:1-8).Portanto, temos de ter a serenidade de ver o tempo como aliado nainterminável busca pela sabedoria.

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Por que então não medirmos a vida por nossas obras, realizações, orações,lugares visitados, abraços, beijos, emoções, frustações, pedidos de desculpa,experiência? Assim mudaríamos o foco, do quanto mais pior, para quantomais melhor! Mais equilíbrio, mais orgulho em demonstrar na pele que avida nos deu a dádiva da longevidade, da maturidade. A oportunidade depresenciar o fruto de nossas realizações e de poder, caso necessário, mudaro rumo das coisas com maior sabedoria. Afinal, não é isso que buscamos?

A juventude é um momento maravilhoso, transformador, mágico, inquieto,no qual fazemos nossas escolhas e determinamos o caminho a ser seguido;na maturidade, temos de seguir este caminho, assumindo as consequências ecolhendo os frutos do que foi plantado, mas com a determinação paraajustar o que for necessário.

Os sinais pelo tempo de serviço devem ser motivos de orgulho, pois esse éo nosso papel na Terra, o de servir. O tripé formado pelo amor, a tolerânciae o perdão é a base para uma vida de serviço feliz, em prol da família e dahumanidade. Esse olhar, essa maturidade, esse exercício tem um tempo paraacontecer, um tempo que não pode ser medido em anos. Mas se forbuscado, iremos efetivamente caminhar para a paz interior e para ummundo melhor e mais feliz para os nossos filhos.

E a vida aos 40, como fica?

Não sei... 40 o quê?

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Ode à MariaÚnica entre as mulheres!Deus com amor a confiou,educar Jesus menino,nosso Mestre e Salvador. Por Jesus, a devoçãoà virgem de Nazaré.Quão grande minha gratidão,o mesmo que minha fé. Com Pedro e o Espírito Santo,mãe da Igreja, povo de Deus!Rogai por nós, sob teu manto.Abençoa, senhora, os filhos teus! Pela Igreja, a devoçãoà virgem de Nazaré.Quão grande minha gratidão,o mesmo que minha fé.

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Meus filhos, em nome do Pai,com muita fé vos consagrei.Zelai por minha família,Todos Maristas, filhos de Maria. Pela Família, a devoçãoà virgem de Nazaré.Quão grande minha gratidão,o mesmo que minha fé. Salve Rainha, mãe de Jesus!Na tua luz, vivo meus dias.O meu espírito pertence a Deus,meu coração é de Maria. Por minha vida, a devoçãoà virgem de Nazaré.Quão grande minha gratidão,o mesmo que minha fé.

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