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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA Controle de um Processo de Pelotização: Realimentação por Imagem Aluno: José Eduardo Fernandes Nunes Orientador: Prof. Walmir Matos Caminhas

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA ELTRICA

    Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    Aluno: Jos Eduardo Fernandes Nunes Orientador: Prof. Walmir Matos Caminhas

  • i

    AGRADECIMENTOS

    A determinao nos guia na jornada inabalvel de realizar algo novo em nossas vidas, mesmo que com grandes dificuldades, mas sempre rica em experincia.

    Se hoje posso me orgulhar de um sonho realizado, porque pude contar com o apoio de pessoas que sempre estiveram ao meu lado, minha esposa, Dalgisa e meus filhos, Caio, Victor e Bruna.

    Aos professores Walmir Matos Caminhas e Benjamim Rodrigues de Menezes, os meus sinceros agradecimentos pelo apoio, estmulo e disponibilidade que tiveram na orientao deste trabalho. Vocs so merecedores de minha admirao pela competncia tcnica e tica profissional que demonstraram durante os trabalhos desta dissertao.

    Aos colegas de trabalho, engenheiros, tcnicos, operadores, impossvel citar nominalmente todos que colaboraram, meu grande obrigado.

    Aos meus irmos, meus agradecimentos pelo estimulo que recebi.

    Em especial gostaria de agradecer aos colaboradores Leandro Carsio, Renato Maia, Clio Oliveira Filho e Marcos Vinicius L. Pereira, que me deram todo apoio e dedicaram seus valorosos esforos, acreditando na idia desta dissertao.

    minha esposa Dalgisa Motta, minha me Elce Fernandes, e a meu pai Jos Geraldo Rabello Nunes, em memria, dedico este sonho.

  • ii

    Resumo

    Pelotas so bolas produzidas de concentrados de minrios de ferro de diferentes composies qumicas e mineralgicas, com propriedades especficas e de grande aplicao na siderurgia.

    As instalaes industriais de pelotamento no mundo no possuem o

    controle automtico do processo, sendo a experincia do operador responsvel pela qualidade da pelota formada.

    Esta dissertao descreve a aplicao de controle nebuloso em uma

    instalao industrial de pelotizao de minrio de ferro, com realimentao atravs de sistema de anlise de imagens. O objetivo foi desenvolver um modelo para detectar padres de qualidade de dimenso de pelota, no processo, e a partir da identificao deste padro, efetuar o controle da rotao do tambor de formao de pelotas. O modelo desenvolvido visou otimizar o rendimento da formao de pelotas, melhorando a eficincia da produo e garantindo a qualidade.

    Esta dissertao est composta da descrio do processo, do equipamento de formao de pelotas e da planta industrial onde aplicado o controle. So descritos os conceitos e estudos realizados no trabalho de definio da estratgia do processamento digital de imagens e da validao dos resultados das anlises feitas.

    Na modelagem matemtica do processo de formao de pelotas, utilizado o mtodo de identificao por resposta ao degrau para determinao do tempo de resposta do tambor.

    O projeto do sistema nebuloso de controle considerou os resultados de testes com o grau de interao entre as variveis que influenciam a formao de pelotas.

    Os resultados obtidos com a implementao do controle so apresentados e discutidos.

  • iii

    Abstract

    Pellets are bolls produced with iron ore concentrates of different chemical and mineralogical, with specific properties and great application on steel manufactures. The palletizing plants around world do not have an automatic process control, being the visual operator experience responsible for the pellet quality.

    This thesis describes the practical application of a Nebulous control system to an industrial iron ore palletizing plant, with feedback by a digital image process. It is composed with the process and the equipment description and the information about the area where the control is applied.

    The objective was to develop a model to detect quality pellet size standard on the process, and with the identification of the standard, execute the pellet drum rotation control. The model developed aimed to improve the pellet formation yield, making better the production with quality.

    This thesis is composed of the process, pellet equipment and industrial

    plant description. The concepts and studies made on the work for definition of the strategy of the digital process image and the validation of the results are shown.

    On the mathematical modeling of the pellets formation process is utilized the method of identification through the step response to determine the response of time of the drum.

    The fuzzy control system design considered the tests results to define the interactions between the variables that causes changes on the pellets formation.

    The results obtained with the application of the control system is shown and discussed.

  • iv

    NDICE

    Captulo 1

    Introduo .......................................................................................... 1

    1.1 O Processo de Pelotizao ......................................................1

    1.1.1 Desenvolvimento Histrico .....................................................1

    1.2 Produo de Pelotas de Minrio de Ferro ..........................................3

    1.2.1 Definio de Pelotas ..............................................................4

    1.2.2 Formao da Pelota ..............................................................6

    1.3 Motivao para o Desenvolvimento do Trabalho .................................6

    1.4 Objetivos .....................................................................................9

    1.5 Metodologia ..................................................................................9

    Captulo 2

    2.1 O Processo de Pelotizao ............................................................ 10

    2.1.1 Britagem e Concentrao .................................................... 10

    2.1.2 Planta de Mistura ............................................................... 11

    2.1.3 Planta de Pelotamento ........................................................ 12

    2.1.4 Planta de Endurecimento de Pelotas ..................................... 15

    2.2 Mecanismo da Formao de Pelotas .............................................. 16

    2.3 Fatores que Influenciam a Formao de Pelotas .............................. 20

    2.3.1 Propriedades Granulomtricas dos Minrios ........................... 21

    2.3.2 Influncia da Adio de gua na Formao de Pelotas ............. 21

    2.3.3 Influncia de Aditivos na Formao de Pelotas ....................... 22

    2.4 Equipamentos de Formao de Pelotas .......................................... 22

    2.4.1 Tambor de Formao de Pelotas .......................................... 23

    2.4.1.1 Componentes do Tambor de Formao de Pelotas .................. 24

    2.5 Caracterizao do tambor de formao de pelotas e definio da

    estratgia de controle .......................................................................... 26

  • v

    2.5.1 Consideraes Sobre Modelos Matemticos ........................... 26

    2.6 Estratgia de Controle ................................................................ 27

    2.6.1 Variveis no Controladas do Processo de Formao de Pelotas 28

    2.6.2 Caractersticas Fsicas do Tambor de Pelotamento ................. 28

    2.6.3 A Peneira de Classificao de Pelotas .................................. 29

    2.6.4 Variveis Manipuladas do Processo de Formao de Pelotas .... 29

    2.6.5 Controle Atual do Tambor de Formao de Pelotas ................. 29

    2.7 Caracterizao da formao de pelotas .......................................... 31

    2.7.1 Efeito da Injeo de gua no Tamanho da Pelota Formada ...... 31

    2.7.1.1 Metodologia ...................................................... 31

    2.7.1.2 Resultados de Testes no Processo de Formao de Pelotas ..... 32

    2.7.2 Efeito da Variao da Rotao do Tambor no Processo de

    Formao de Pelotas .......................................................... 32

    2.7.2.1 Metodologia ...................................................................... 34

    2.7.2.2 Resultados de Testes com a Rotao do Tambor .................... 35

    2.7.3 Concluso sobre os testes ................................................... 36

    2.7.4 Efeito da Variao da Rotao do Tambor na Produtividade na

    Formao de Pelotas .......................................................... 37

    2.7.5 Caracterizao do Tempo de Resposta da Granulometria ......... 38

    2.7.6 Validao do Modelo Matemtico ................................ ......... 40

    2.8 Concluso sobre a validao do modelo matemtico ....................... 42

    Captulo 3

    3.1 Estratgia do processamento de imagens e classificao de pelotas 43

    3.1.1 Objetivo da Estratgia de Anlise de Imagens ............... ...... 44

    3.1.2 Aquisio das Imagens ...................................................... 44

    3.1.3 Tratamento das Imagens ....................................................45

    3.1.4 Filtragem Inicial ................................................................. 46

    3.1.5 Obteno das Imagens Binrias ........................................... 49

  • vi

    3.1.5.1 Deteco de Bordas ........................................................... 49

    3.1.5.2 Binarizao por Limiar Simples ................................... ........ 52

    3.2 Classificao das Pelotas ............................................................. 53

    3.2.1 Medida do Objeto Padro e da Relao Milmetros/Pixel ........ 56

    3.3 Concluso sobre o processamento de imagens ........................... 56

    3.4 Validao dos Dados de Medies dos Dimetros das Pelotas ........ 57

    3.5 Concluso sobre os resultados do programa de anlise de imagens 64

    Captulo 4

    4.1 Projeto do sistema de controle ..................................................... 65

    4.1.2 Controle da Granulometria ................................................. 68

    4.1.2.1 Definio das Regras Bsicas .............................................. 68

    4.1.2.2 Concluso sobre aplicao do controlador nebuloso ................ 70

    4.2 Implementao prtica do sistema de controle ............................... 70

    4.2.1 Descrio do Hardware Utilizado no Controle ......................... 71

    4.2.1.1 Transdutor de Sinal ........................................................... 71

    4.2.1.2 Mdulo 1771-IFE Conversor Analgico/Digital ........................ 71

    4.2.1.3 Arquitetura do Sistema de Aquisio de Imagens ................... 73

    4.2.1.3.1 Cmera de Vdeo ............................................................... 74

    4.2.1.3.2 Placa de Captura de Vdeo .................................................. 74

    4.2.1.3.3 Computador ...................................................................... 75

    Captulo 5

    5.1 Anlise dos resultados obtidos ...................................................... 77

    5.2 Resultados Obtidos ..................................................................... 78

  • vii

    5.2.1 Medies das Pelotas em Tempo Real ................................... 78

    5.2.2 Sistema de Controle .......................................................... 82

    5.3 Concluso Final ........................................................................... 85

  • viii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 3.1 Grupos de classificao de pelotas ................................... 43

    Tabela 4.1 Dados de testes de fotografias de pelotas selecionadas .. .... 58

    Tabela 4.2 Resultados das fotografias do processo, primeiro teste ....... 60

    Tabela 4.3 Resultados no normalizados e normalizados do laboratrio

    (excludas as pelotas dos grupos 1,2 e 5), primeiro teste.................... 61

    Tabela 4.4 Comparao de resultados .......................................... 61 Tabela 4.5 Comparao de resultados de teste e laboratrio ............ 62 Tabela 4.6 Resultados das fotografias do processo, segundo teste ....... 63

    Tabela 4.7 Resultados no normalizados e normalizados do laboratrio,

    segundo teste ................................................................................. 63

    Tabela 7.1 Caractersticas tcnicas do conversor de sinais ................ 71

    Tabela 7.2 Caractersticas tcnicas do mdulo 1771-IFE .................... 72

    Tabela 8.1 Resultados do programa de anlise de granulometria ........... 79

  • ix

    NDICE DE FIGURAS

    Figura 1.1 Foto de pelotas formadas ............................................ 4

    Figura 1.2 Grfico com histrico do processo apresentando o rendimento (%)

    da formao de pelotas, em todas as faixas ............................................ 7

    Figura 1.3. Os dados referentes linha A de pelotamento, co m a alimentao

    nova, DW-GTA, e a alimentao total, BW-TB02A ..................................... 8

    Figura 2.1 Fluxograma da produo de concentrado ............................. 10

    Figura 2.2 Planta de mistura dos aditivos e aglomerantes ao concentrado. 11

    Figura 2.3 - Planta de pelotamento ........................................................ 12

    Figura 2.4 Linha de pelotamento ......................................................... 13

    Figura 2.5 Dados de processo mostrando quantidade de material maior que

    16,0 mm e finos ................................................................................. 14

    Figura 2.6 Visualizao do forno de endurecimento de pelotas ................ 16

    Figura 2.7 - Partculas secas de minrio em contato com a gua ................ 17

    Figura 2.8 - Ligaes formadas devido s tenses superficiais do lquido ..... 17

    Figura 2.9 - Aglomeraes iniciadas ....................................................... 18

    Figura 2.10 - Aglomerao no formada ................................................. 18

    Figura 2.11 - Aglomerao mais densa ................................................... 19

    Figura 2.12 Foras atuantes na formao da pelota ............................... 19

    Figura 2.13 Estgio final da formao da pelota .................................... 20

    Figura 2.14 Foto de um tambor de formao de pelotas ......................... 24

    Figura 2.15 Dados de um tambor de formao de pelotas ...................... 25

    Figura 2.16 Diagrama do sistema alimentao do tambor de formao de

    pelotas ............................................................................................... 30

    Figura 2.17 Efeito da injeo de gua na granulometria da pelota ........... 32

    Figura 2.18 Efeito da baixa rotao no tambor de formao de pelotas .... 33

    Figura 2.19 - Efeito da alta rotao no tambor de formao de pelotas ....... 33

    Figura 2.20 - Efeito da adequada rotao no tambor de formao de pelotas 34

  • x

    Figura 2.21 Aumento do percentual de pelotas formadas, na faixa de 9,5 a

    12,5 mm, em relao ao aumento da rotao de tambor de formao de

    pelotas ............................................................................................... 36

    Figura 2.22 Efeito da rotao na quantidade do recirculado ..................... 37

    Figura 2.23 Curva de resposta do tambor ............................................. 39

    Figura 2.24 Curva de resposta ao degrau da equao de simulao, com

    tempo de resposta, , de 75 segundos .................................................... 41 Figura 3.1 Imagem do transportador de pelotas .................................... 45

    Figura 3.2 Aplicao do operador T de mdia em um pixel ..................... 46

    Figura 3.3 Imagem em nveis de cinza ................................................. 47

    Figura 3.4 Imagem em nveis de cinza aps filtragem por mdia

    (1 iterao) ....................................................................................... 48

    Figura 3.5 Imagem em nveis de cinza aps filtragem por mdia

    (3 iteraes) ....................................................................................... 48

    Figura 3.6 Deteco de Bordas com o mtodo de Prewitt ........................ 49

    Figura 3.7 Filtro passa-faixa (faixa de nvel de cinza entre 10 e 90), sem

    filtragem por mdia ............................................................................. 50

    Figura 3.8 Filtro passa-faixa (faixa de nvel de cinza entre 10 e 114) sem

    filtragem por mdia ............................................................................. 51

    Figura 3.9 Filtro passa-faixa (faixa de nvel de cinza entre 10 e 114) com

    filtragem por mdia (2 iteraes) ........................................................... 51

    Figura 3.10 Imagem binarizada sem filtragem, limiar de binarizao de valor

    114 ................................................................................................... 52

    Figura 3.11 Imagem binarizada com filtragem (2 iteraes), limiar de

    binarizao de valor 114 ...................................................................... 52

    Figura 3.12 Metodologia de classificao das pelotas ............................. 53

    Figura 3.13 Visualizao da metodologia para classificao das pelotas .... 54

    Figura 3.14 - Fotografia de pelotas classificadas na faixa de 9,5 a 12,5 mm 57

    Figura 3.15 Objeto padro para obteno da relao pixel/mm, calibrao 59

    Figura 3.16 Grfico dos resultados das fotografias do primeiro teste ....... 62

    Figura 3.17 Grfico dos resultados das fotografias do segundo teste ........ 64

    Figura 4.1 - Diagramas dos controladores propostos ................................ 66

  • xi

    Figura 4.2 Diagrama do processo e instrumentao de controle .............. 67

    Figura 4.3 Sistema nebuloso para controle da granulometria .................. 68

    Figura 4.4 Funes de pertinncia do erro do controlador nebuloso da

    granulometria ..................................................................................... 69

    Figura 4.5 Funes de pertinncia da ao do CF da granulometria ......... 70

    Figura 4.6 Sistema de aquisio de imagens ....................................... 73

    Figura 5.1 Sistema de aquisio de imagens sobre o transportador GB-01 79

    Figura 5.2 Leito de pelotas no transportador GB-01 .............................. 80

    Figura 5.3 Sistema de aquisio e anlise de imagens ........................... 80

    Figura 5.4 Imagem adquirida no transportador GB-01 ......................... 81

    Figura 5.5 Grfico dos resultados das medies de pelotas em tempo

    Real ................................................................................................. 82

    Figura 5.6 Sistema de controle de velocidade do tambor de formao de

    pelotas .............................................................................................. 83

    Figura 5.7 Grfico dos dados de processo de formao de pelotas .......... 84

    Figura 5.8 Grfico dos dados de processo das linhas de formao de

    pelotas .............................................................................................. 85

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    1

    CAPTULO 1

    INTRODUO

    1.1 O PROCESSO DE PELOTIZAO

    1.1.1 Desenvolvimento histrico

    As aglomeraes de minrio de ferro tais como pelotas, blocos, ou

    sinter, no so os produtos finais. As aglomeraes so formadas por finos de

    minrio que no podem ser utilizados nos fornos ou nas plantas de reduo

    direta, devido aos efeitos de reduo da permeabilidade dos fornos, causando

    distrbios na operao dos mesmos.

    At a dcada de cinqenta, os finos de minrio formavam grandes pilhas

    nas minas, sem uso econmico, e, em vrios pases industrializados, testes de

    aglomerao eram realizados, embora com diferentes intensidades, pois pases

    com importantes reservas de minrio de ferro tinham menor interesse. Em

    pases com pequenas reservas a situao era diferente. Estes apresentavam

    desenvolvimento contnuo no processo de sinterizao, no apenas com o fino

    do minrio, mas tambm com produtos secundrios do prprio minrio bruto,

    e finos, gerados dos processos de moagem, e da lama dos processos de

    limpeza (Meyer, 1980).

    Pases como Sucia e Alemanha foram impulsionados a dar especial

    ateno ao processo de sinterizao e por conseqncia ao problema da

    concentrao de finos. Na Sucia os finos passaram a no ser adicionados ao

    sinter, mas passaram a ser formados em bolas. Com a adio de gua e depois

    endurecidas. Com uso de pasta ou via processo trmico, com patente de 1912

    em nome de Swede A. G. Andersson. Em 1913 a patente sobre o processo de

    formao de pelotas de finos de minrio foi dada a C. A. Brackelsberg na

    Alemanha (Meyer, 1980).

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    2

    Resultados de testes de Brackelsberg mostraram que as pelotas eram

    mais rapidamente reduzidas que os granulados de minrio ou sinter. Em 1926

    a Krupp construiu uma planta piloto de capacidade de 120 toneladas por dia, a

    Rheinhausen Stell Plant, que funcionou at 1937. A partir desta data houve

    uma paralisao no processo de pelotizao.

    Em 1943, intensivo desenvolvimento sobre o processo de pelotizao foi

    iniciado com orientao da Universidade de Minnesota com o objetivo de

    manter o suprimento de minrio de ferro proveniente da mina de Lake

    Superior, especialmente de Mesabi Range, nos Estados Unidos.

    Em 1946 na Sucia foi fundado o Jernkontoret, o Instituto de Ferro e

    Ao da Sucia, em Estocolmo para aplicar finos, o que propiciou o surgimento

    de vrias pequenas plantas industriais e foi o impulso decisivo para futuros

    desenvolvimentos no processo de reduo direta.

    Como resultado de intensiva cooperao entre grandes companhias de

    minerao americanas, a Reserve Mining Co., a Erie Mining Co. e a

    Universidade de Minnesota, em 1955, foram inauguradas duas grandes plantas

    industriais de pelotizao com capacidade anual de 12 milhes de toneladas.

    Neste tempo, nem os Estados Unidos e nem a Sucia estavam

    interessados em outros processos de pelotizao que no os processos

    utilizando concentrados de minrio de ferro, mas nova situao estava

    surgindo no mundo, com o melhoramento de vrias etapas do processo de

    sinter, desenvolvendo nova variante para formar a base de novo processo de

    pelotizao com minrio de ferro e misturas. Este novo processo teve incio no

    final da Primeira Grande Guerra, com importncia de acordo com a viabilidade

    das reservas existentes em vrios pases.

    O processo de sinterizao foi modificado de forma que somente os finos

    de minrio eram transformados em bolas de 3 a 6 mm de dimetro,

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    3

    misturados com coque de carvo. A COMINCO em Trail, Canad, e Cleverland

    Cliffs Iron Co. operaram plantas industrias deste tipo por muitos anos. F.

    Cappel e H.B. Wendeborn descrevem os desenvolvimentos dos processos de

    sinterizao (F. Cappel, 1973) e (H.B. Wendeborn , 1978).

    Em vrios pases, a partir de 1948 at 1980, o processo de sinterizao

    foi desenvolvido para se adaptar variao do suprimento de minrios de

    granulometria diferentes. Como resultado foi aplicado o processo de

    pelotizao, para no somente com uso de concentrados, mas tambm outros

    minrios finos (Meyer, 1980).

    1.2 PRODUO DE PELOTAS DE MINRIO DE FERRO

    Atualmente a pelotizao de minrio de ferro um processo importante

    na fabricao do ao. As pelotas constituem uma das matrias primas bsicas

    dos alto-fornos. Dados de 2001 indicam que em torno de 280 milhes de

    toneladas so produzidas anualmente, sendo que o Brasil contribui com

    aproximadamente 38 milhes de toneladas (Borim, 2000).

    Existe uma tendncia mundial de aumento do consumo de pelotas

    devido a fatores tais como reduo da oferta de minrio de ferro granulado de

    alto teor, maior produtividade dos alto-fornos com pelotas e o aumento da

    produo de ferro primrio por reduo direta.

    Uma sntese das melhorias implementadas no processo de minrio de

    ferro, em uma instalao industrial pode ser encontrada em Heep H. (Heep,

    1999).

    Na ultima dcada, as exigncias de qualidade e baixo custo imposto aos

    produtores de pelotas tm aumentado, exigindo esquemas de controle e

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    4

    automao, visando reduo de custos de produo, melhoria de rendimentos

    e garantia de qualidade do processo.

    1.2.1 Definio de Pelotas

    Pelotas, pellets, figura 1.1, so bolas produzidas de concentrados e

    minrios de ferro de diferentes composies qumicas e mineralgicas, com

    propriedades tais como: distribuio uniforme de tamanho (na faixa de 9 a 15

    mm de dimetro), grande concentrao de ferro (maior que 63%), alta

    porosidade (de 25 a 30 %), praticamente sem perdas ao fogo, com

    uniformidade mineralgica, com alta e uniforme caracterstica mecnica e

    baixa tendncia abraso.

    Figura 1.1 Foto de pelotas formadas

    Para obter estas propriedades com grande variedade de minrios,

    adequados mtodos de produo so utilizados. Trs estgios de processo so

    envolvidos para produzir as pelotas:

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    5

    preparao do minrio natural; formao das pelotas verdes ou pelotas no endurecidas; endurecimento das pelotas.

    O sucesso na produo de pelotas depende do sucesso em cada uma das

    etapas citadas. Um erro na etapa precedente no completamente corrigido

    nas etapas posteriores. Mesmo na etapa de endurecimento, uma boa qualidade

    no obtida com pelotas de formao ruim.

    O objetivo da formao de pelotas t-las com o tamanho dentro da

    faixa desejada e com caractersticas mecnicas que permitam o transporte

    seguro do equipamento de formao at o equipamento de endurecimento.

    Os fatores decisivos para a formao e propriedades de pelotas verdes

    so:

    foras fsicas tais como as de Van der Waals, magnticas ou eletrostticas;

    rea superficial tais como tamanho das partculas, distribuio das mesmas, forma e estrutura cristalina;

    foras capilares e tenses de superfcie com a adio de aderentes como gua.

    Alguns destes fatores, principalmente os dependentes de minrio natural, no so variveis, entretanto influenciam a formao da pelota.

    Os fatores variveis so:

    quantidade de gua adicionada; granulometria e forma das partculas; equipamento utilizado e as foras conjugadas aos movimentos

    deste equipamento.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    6

    1.2.2 Formao de Pelotas

    Alm da parte slida, a parte lquida requerida para a formao das

    pelotas. As foras de interface tm um efeito coercivo nas partculas slidas,

    no lquido e no ar. Estas foras consistem na tenso de superfcie da

    substncia usada na mistura, usualmente gua, e das foras capilares

    desenvolvidas nas ligaes dos lquidos que encobrem cada partcula. Sob

    estas condies uma certa fora elstica ocorre. As foras resultantes da

    tenso de superfcie formam uma superfcie cncava no lquido, onde foras de

    compresso tornam-se ativas.

    Para a formao das pelotas h duas possibilidades:

    as partculas slidas so agregadas no misturador. As partculas so unidas de acordo com a posio mais favorvel, uma em relao s

    outras, e so compactadas pelo movimento do misturador;

    no segundo caso, a formao de pelotas obtida rolando a mistura minrio/gua em tambores ou discos. A superfcie lquida tem

    movimento livre o que possibilita a formao de ligaes capilares entre

    partculas.

    1.3 MOTIVAO PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

    O tambor de pelotamento apresenta vrias possibilidades para se obter

    um timo controle da eficincia. Como todo o processo de pelotamento

    influenciado pelas condies naturais do minrio e estas podem variar em

    funo da mineralogia e da homogeneizao, o desafio de controle do processo

    consiste na definio de uma estratgia adequada que proporcione operao

    otimizada, estvel e eficiente, em atendimento s especificaes da qualidade.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    7

    O processo hoje adotado apresenta variaes no rendimento da

    formao de pelotas da faixa de 9,5 mm a 12,5 mm e de 12,5 mm a 16 mm,

    de forma complementar, com valores que variam de 55 % a 75 %, para a

    faixa de 9,3 a 12,5 mm, e de 40 % a 20 % para a faixa acima de 12,5 mm,

    conforme mostra o grfico da figura 1.2.

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    60,0

    70,0

    80,0

    90,0

    ndice de testes no intervalo de tempo

    MAIS16MAIS125MAIS95MAIS63MENOS63

    Figura 1.2 Grfico com histrico do processo apresentando o rendimento (%) da formao de pelotas, em todas as faixas

    Esta evidncia de variao de resultados mostra que possvel o

    desenvolvimento de um controle que eleve o percentual de pelotas da faixa de

    9,3 mm a 12,5 mm para 70 %, aumentando o rendimento do tambor e

    conseqentemente a produo horria, reduzindo o consumo de energia na

    queima e melhorando a qualidade da pelota queimada, devido ao melhor fluxo

    dos gases.

    Os dados de processo do balano de massa dos tambores de

    pelotamento foram armazenados em arquivos e analisados conforme

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    8

    apresentado no grfico da figura 1.3. Os dados referem-se balana dosadora

    de alimentao nova, DW-GT-A, referente linha A de pelotamento, e a

    balana integradora da alimentao total do tambor, BW-TB-02-A.

    Figura 1.3. Os dados referentes linha A de pelotamento, co m a alimentao

    nova, DW-GTA, e a alimentao total, BW-TB02A

    Os dados mostram que a quantidade de material da massa circulante

    varia de 2 a 3 para 1, em relao alimentao nova, o que demonstra um

    desajuste nos parmetros de operao do tambor, ocasionando uma variao

    na quantidade de pelotas bem formadas e conseqentemente na produtividade

    do equipamento.

    Balano de Massa do Tambor GT-A

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    Indice de amostras do processo

    t/h

    DW-GTA BW-TB02A

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    9

    1.4 OBJETIVOS

    Esta dissertao tem por objetivo desenvolver um sistema de controle

    da granulometria, atravs de realimentao por imagem digital, de um tambor

    formao de pelotas abrangendo:

    a qualidade do produto formado atravs do controle da granulometria via processamento digital de imagens e

    a produtividade do equipamento.

    1.5 METODOLOGIA

    As etapas deste trabalho consistiram das seguintes etapas:

    investigao detalhada do processo. investigao das grandezas que influenciam a formao das

    pelotas.

    levantamento de dados e modelagem matemtica das grandezas do tambor, que influenciam a formao das pelotas.

    implementao do sistema de controle da qualidade do tambor de formao de pelotas com realimentao por anlise de imagens.

    comprovao prtica dos resultados pelo balano de massa do sistema de pelotamento.

    comprovao prtica dos resultados pela anlise das dimenses das pelotas formadas e pelo balano de massa do sistema de

    pelotamento.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    10

    CAPTULO 2

    2.1 O PROCESSO DE PELOTIZAO

    2.1.1 Britagem e Concentrao

    O minrio de ferro geralmente lavrado a cu aberto, ocorrendo

    principalmente, na forma de hematita - Fe2 O3 e de magnetita - Fe3 O4. Em

    funo de diversos fatores econmicos, tcnicos e metalrgicos, deve-se

    realizar um tratamento apropriado do minrio de ferro para sua utilizao em

    alto-forno e planta de reduo direta.

    Com um processo bsico de britagem e classificao, as fraes de 0,1 a

    6,3 mm e 6,3 a 30 mm j esto prontas para comercializao, na forma de

    sinterfeed, matria prima para o processo de sinterizao e bitolados, lump

    ore, para aplicao nos autofornos.

    Figura 2.1 Fluxograma da Produo de concentrado

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    11

    A figura 2.1 apresenta um fluxograma que representa o processo de

    beneficiamento do minrio de ferro at a obteno da matria-prima para a

    produo de pelotas.

    2.1.2 Planta de Mistura

    Na CVRD MINERAO S.A., antiga Ferteco, a frao fina resultante do

    processo de britagem e classificao,figura 2.1, tratada para aumento do

    teor de ferro, com reduo de slica, SiO2, e alumina, Al2O3, utilizando-se de

    separadores magnticos. Em seguida o concentrado, com granulometria de

    85% menor que 45 m, modo e filtrado. Este produto a matria prima

    para o processo de pelotamento.

    Figura 2.2 Planta de mistura dos aditivos e aglomerantes ao concentrado.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    12

    Ao concentrado de minrio de ferro so adicionados aglomerantes e

    aditivos, tais como bentonita, dolomita, cal e calcrio. Os aglomerantes so

    utilizados para a formao das pelotas e os aditivos para a correo das

    propriedades qumicas das mesmas. Nesta fase do processo so adicionados

    os combustveis slidos como coque de petrleo e antracito, para reduzir o

    consumo de combustvel requerido para combusto interna da pelota. A figura

    2.2 representa de forma esquemtica o processo de mistura dos aditivos e

    aglomerantes ao concentrado.

    2.1.3 Planta de Pelotamento

    Figura 2.3 - Planta de pelotamento

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    13

    A figura 2.3 mostra de forma esquemtica a planta de pelotamento, da

    CVRD MINERAO S.A., antiga Ferteco, com as seis linhas existentes de

    tambores de formao de pelotas.

    BU-GT Silo de concentrado

    DW-GT Balana dosadora

    TB-01 Transportador de correia

    TB-02 Transportador com balana

    TB-03 Transportador de correia

    TB-04 Transportador de correia

    GT Tambor

    RS-GT Peneira de rolos

    TB-05 Transportador de finos

    RB-01 Transportador de aglomerados

    GB-01 Transportador de produtos

    GB-02 Transportador de correia

    RB-02 Transportador de correia

    Mistura rea de mistura de concentrado

    Figura 2.4 Linha de pelotamento

    Em uma linha de pelotamento, figura 2.4, o material pronto para a

    formao de pelotas armazenado no silo BU-GT.

    As pelotas formadas no tambor passam pela peneira RS-GT, com o

    objetivo de seleo, e aquelas que so menores que 9,3 mm, caem no

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    14

    transportador TB-05, as pelotas na faixa granulomtrica de 9,3 a 16,0 mm

    caem no transportador GB-01 e os aglomerados maiores que 16,0 mm caem

    no transportador RB-01.

    Todo o material do transportador GB-01 levado para a etapa final de

    peneiramento e endurecimento no forno.

    O material do transportador RB-01, maior que 16,0 mm, esmagado e

    retorna para os misturadores. O grfico da figura 2.5 mostra que esta

    quantidade menor que 10 t/h, para cada uma das seis linhas, e no far

    parte de nosso estudo.

    As pelotas menores que 9,3 mm retornam para o transportador TB-02

    onde se juntam com o material novo, extrado do silo pela balana dosadora,

    DW-GT, e formam a alimentao do tambor.

    O controle da alimentao do tambor, GT, de at 550 t/h e formado

    pela soma das pelotas menores que 9,3 mm, provenientes do retorno, atravs

    do transportador TB-05, e pelo material novo, dosado pela balana DW-GT.

    Figura 2.5 Dados de processo mostrando quantidade de material maior que

    16,0 mm e finos

    t/h t/h Pelotas >16 mm

    -150 -100

    -50 0

    50 100 150 200 250

    t/h

    W_RB03 W_RB06 > 16 mm

    ndice de testes no intervalo de tempo

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    15

    A figura 2.5 mostra o grfico com os dados do resultado do processo

    onde a balana integradora BW-RB-06 pesa todos os finos, provenientes de

    quebras e atritos no transportador que alimenta a entrada do forno de queima.

    Estes finos so adicionados s pelotas maiores que 16,0 mm provenientes dos

    transportadores RB-01 de cada linha de pelotamento e so pesados pela

    balana integradora BW-RB-03. Este material retorna aos misturadores.

    2.1.4 Planta de Endurecimento das Pelotas

    De maneira geral, as pelotas devem possuir uma resistncia mecnica

    que permita o seu transporte e os esforos que ocorrem durante os processos

    metalrgicos. O aumento da resistncia mecnica pode ser obtido por

    tratamento trmico em uma atmosfera controlada. O endurecimento das

    pelotas em escala industrial feito em dois estgios: secagem das pelotas,

    seguida de aquecimento e queima, a uma temperatura de 1250 C. Nesta

    temperatura, ocorre a fuso de alguns componentes, tais como slica, alumina

    e calcrio, cal, dolomita, formando uma escria vitrificada entre as partculas

    de minrio de ferro e, por conseqncia, aumentando a resistncia

    compresso das pelotas.

    Na CVRD Minerao S.A., antiga Ferteco, utiliza-se o forno de grelha

    mvel, que pode ser visto de forma esquemtica na figura 2.6. As pelotas

    alimentam uma grelha mvel que percorre as diversas zonas que compem o

    forno. Gases quentes impulsionados por ventiladores atravessam a camada de

    pelotas, em um perfil crescente de temperatura, secando, aquecendo e

    queimando as pelotas em uma temperatura de 1300 C. Finalmente, na ltima

    etapa do processo, as pelotas so novamente resfriadas por ar ambiente

    forado que est, em contrapartida, sendo pr-aquecido para a combusto nos

    queimadores. Ao final deste processo, as pelotas queimadas devem ter

    resistncia fora de compresso da ordem de 300 kgf (Borim, 2000).

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    16

    Figura 2.6 Visualizao do forno de endurecimento de pelotas

    2.2 Mecanismo da Formao de Pelotas

    O material para pelotamento consiste, na maioria dos casos, de material

    mido proveniente da planta de filtragem.

    Quando partculas secas de minrio tm contato com a gua, as mesmas

    ficam cobertas com uma fina pelcula de gua, figura 2.7 e quando duas

    partculas se tocam, devido s tenses superficiais do liquido, ligaes so

    formadas como ilustrado na figura 2.8.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    17

    Figura 2.7 - Partculas secas de minrio em contato com a gua

    Figura 2.8 - Ligaes formadas devido s tenses superficiais do lquido

    Como resultado do movimento rotativo dos tambores e da combinao

    de vrias partculas, as primeiras aglomeraes so formadas, figura 2.9, com

    a combinao de ligaes de gua e intervalos de ar.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    18

    Figura 2.9 - Aglomeraes iniciadas

    Com a adio de gua no processo, mais e mais gua se junta

    aglomerao, reduzindo os espaos de ar no interior da mesma e tornando-a

    mais densa, figura 2.10 e 2.11. Neste estgio as foras capilares esto

    essencialmente ativas. O efeito das foras capilares claramente apresentado

    por Ilmoni e Tigerschild (Ilmoni e Tigerschild, 1973).

    Figura 2.10 - Aglomerao no formada

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    19

    Figura 2.11 - Aglomerao mais densa

    Figura 2.12 Foras atuantes na formao da pelota

    Nas superfcies lquidas e cncavas formam-se nos poros exteriores e

    foras capilares de suco mantm as partculas juntas como mostrado na

    figura 2.12, acima.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    20

    O estgio final atingido quando todas as partculas do aglomerado

    esto totalmente cobertas de gua, figura 2.13.

    Figura 2.13 Estgio final da formao da pelota

    Alm destes efeitos, o movimento de rolagem das partculas e o

    movimento de agregao de uma em relao a outras importante. Com mais

    detalhes Sastry e Fuerstenau explicam o mtodo de formao das pelotas

    (Sastry e Fuerstenau, 1973).

    2.3 Fatores que Influenciam a Formao de Pelotas

    A menor granulometria do minrio e as propriedades da superfcie alm

    da quantidade de gua so os principais fatores da formao de pelotas. Para

    muitos tipos de minrios, a adio de aglomerantes necessria para

    assegurar a formao.

    Nestes casos, trs fatores so importantes:

    propriedades granulomtricas;

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    21

    contedo da mistura; eficincia dos aglomerantes.

    2.3.1 Propriedades Granulomtricas dos Minrios

    As propriedades granulomtricas das partculas de minrio como forma,

    tamanho, rea superficial, rugosidade, porosidade e capacidade de absoro de

    gua so importantes para a formao das pelotas.

    Um outro fator importante a superfcie especfica de rea das

    partculas, que d informaes sobre a poro de finos na faixa menor que 5

    m e tambm sobre a rugosidade e porosidade da superfcie das partculas. A superfcie especfica definida pela razo da superfcie pelo peso ou volume

    em cm2/g ou cm2/cm3 (Meyer, 1980).

    Alguns minrios extrados so to finos que no necessitam de nenhum

    beneficiamento, outros necessitam de serem modos, pois devido ao resultado

    de inmeros testes e de dados de plantas industriais, sabido que a alta

    quantidade de partculas finas fator decisivo para alcanar timo efeito das

    foras capilares de adeso (Meyer, 1980).

    2.3.2 Influncia da Adio de gua na Formao de Pelotas

    Durante a formao da pelota, o efeito da adio de gua muito

    importante, pois a influncia da granulometria somente efetiva com a devida

    quantidade de gua contida na mistura, porm uma mistura tima no

    claramente definida.

    A quantidade de gua adicionada afeta duas das propriedades da pelota

    alem de compresso, que maior quanto menor for a quantidade de gua

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    22

    adicionada, e a resistncia a quedas, que maior quanto maior for a

    quantidade de gua adicionada.

    2.3.3 Influncia de Aditivos na Formao de Pelotas

    Os aditivos so utilizados para aprimorar a formao das pelotas e,

    tambm melhorar a qualidade das pelotas queimadas ou endurecidas. A

    quantidade de aditivos limitada a este propsito e independente da

    estrutura qumica do minrio beneficiado.

    Um dos aditivos mais utilizados, a bentonita, envolve as partculas de

    minrio e quando combina com a gua forma um gel com alta capacidade de

    unio. Assim, a influncia das propriedades granulomtricas dos minrios, em

    combinao com gua, na formao das pelotas quase sempre insuficiente

    desde que poucos minrios podem formar pelotas sem a adio de aditivos

    aglomerantes.

    A mistura de aditivos melhora as seguintes propriedades na formao

    das pelotas:

    melhora a formao das pelotas devido fora de coeso; causa aumento da resistncia a quedas; melhora das qualidades de reduo da pelota queimada ou endurecida.

    2.4 EQUIPAMENTO DE FORMAO DE PELOTAS

    A preparao do minrio, a formao da pelota e o endurecimento da

    mesma so fatores decisivos para a produo com as caractersticas requeridas

    para o manuseio e a reduo no alto forno. Com o objetivo de se obter pelotas

    de tamanho uniforme e de qualidade, o equipamento utilizado no pelotamento

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    23

    deve ser flexvel o suficiente para compensar as variaes das propriedades

    relacionadas com o minrio bruto.

    2.4.1 Tambor de Formao de Pelotas

    Nestes equipamentos, figura 2.14, todas as condies para a obteno

    de uma pelota de qualidade devem ser atingidas, ou seja, todos os

    movimentos e todas as foras de compresso devem interagir de forma

    harmoniosa. Para tanto, o equipamento deve possibilitar uma boa condio de

    mistura, permitindo uma distribuio uniforme de aditivos, minrio e gua. Os

    movimentos devem ser contnuos e uniformes, permitindo que toda a massa

    de minrio seja movimentada e conseqentemente promovendo o movimento

    de todas as partculas, possibilitando o maior nmero de contatos possveis de

    forma a criar grande nmero de ligaes capilares. O movimento deve

    produzir, tambm, uma pequena presso de forma a reduzir as cavidades

    entre partculas e, por fim, devem produzir movimentos de forma que os

    aglomerados rolem livremente, permitindo assim que os mesmos formem

    bolas.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    24

    Figura 2.14 Foto de um tambor de formao de pelotas

    2.4.1.1 Componentes do Tambor de Formao de Pelotas

    O tambor, figura 1.15, consiste de um cilindro de movimento rotativo,

    ligeiramente inclinado e aberto em ambas extremidades. Dentro do tambor,

    existe um rolo raspador rotativo, de posio fixa, em paralelo ao tambor, cuja

    funo limitar a altura da camada interna de material.

    De forma a promover uma operao correta, as seguintes funes do

    tambor devem ser variveis:

    ngulo de inclinao do eixo horizontal (fixo neste estudo); Nmero de voltas por unidade de tempo.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    25

    Figura 2.15 Dados de um tambor de formao de pelotas

    O minrio preparado descarregado na parte superior do tambor e gua

    borrifada no interior do mesmo, de forma a possibilitar melhor formao das

    pelotas. O minrio rola em aspirais em direo sada. De acordo com o

    comprimento, a inclinao, a velocidade angular e do grau de alimentao,

    pelotas de determinado tamanho so produzidas. As pelotas descarregadas

    pelo tambor so peneiradas e aquelas de dimenses desejadas so separadas.

    As parcelas de pelotas, acima do limite desejado e abaixo do mesmo, so

    misturadas ao minrio de alimentao do tambor. Assim, sempre existir

    material residente no sistema de recirculao, ou seja, pelotas no formadas, e

    a quantidade deste material tm a proporo percentual que varia de 100% a

    400% da quantidade de material novo que alimenta o tambor (Meyer, 1980).

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    26

    2.5 CARACTERIZAO DO TAMBOR DE FORMAO DE PELOTAS E DEFINIO DA ESTRATGIA DE CONTROLE

    2.5.1 Consideraes Sobre Modelos Matemticos

    Um modelo uma representao abstrata ou concreta, grfica ou

    matemtica de observaes feitas na aplicao real de acordo com um certo

    padro.

    Os modelos matemticos descrevem relaes entre variveis em termos

    de equaes e so ferramentas poderosas no projeto, anlise e otimizao de

    sistemas de controle de processos industriais. Na realidade, eles formam a

    base da engenharia (Aguirre, 2000).

    Dois pontos devem ser considerados no modelo matemtico de um

    sistema. O primeiro que o modelo desenvolvido apenas uma representao

    aproximada, deste modo no h um modelo nico, geral, do sistema, mas um

    conjunto de modelos. O segundo que o modelo uma aproximao de

    algumas caractersticas do sistema. Assim, ao final da definio do modelo, se

    o teste for considerado inadequado, deve-se avaliar a pertinncia das

    consideraes feitas.

    No modelo, duas consideraes so comumente feitas, a primeira que

    o sistema comporta-se de forma linear e isto normalmente verificado em

    uma faixa estreita de operao. A segunda a considerao de invarincia no

    tempo, ou seja, os parmetros no variam no tempo. Entretanto o que ocorre

    na realidade que os parmetros do sistema variam com o tempo de acordo

    com a dinmica do sistema, mas a dinmica no altera significativamente no

    perodo de tempo em que feita a modelagem.

    Na otimizao de parmetros do modelo h dois mtodos que podem ser

    utilizados, o mtodo determinstico, que no d nenhum tratamento especial

    ao rudo presente nos dados, ou seja, considera a relao sinal/rudo muito

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    27

    alta e o mtodo estocstico que utiliza recursos estatsticos para levar em

    considerao o rudo e assim reduzir seus efeitos sobre o modelo.

    Os modelos matemticos de sistemas reais podem ser obtidos com base

    nos princpios da fsica do processo, denominado de modelagem caixa branca,

    que demanda tempo e conhecimento dos fenmenos envolvidos, ou em dados

    de entrada e sada obtidos diretamente do processo, denominado modelagem

    caixa preta ou emprica (Aguirre, 2001).

    A complexidade do processo de formao de pelotas e a faixa de

    resultados considerados dentro do padro tornam praticamente impossvel a

    obteno de modelos do tipo com base nos princpios da fsica do processo. Por

    isto optou-se pelo trabalho de obteno do modelo atravs de testes na planta

    industrial, com dados obtidos diretamente do processo.

    2.6 ESTRATGIA DE CONTROLE

    O objetivo de um sistema de controle de um processo industrial

    proporcionar:

    qualidade adequada ao produto, com baixa disperso; maximizar produtividade do equipamento.

    Estes dois itens definem que o tambor de formao de pelotas deve

    possuir pelo menos dois tipos de controles, um para atender a qualidade do

    produto, ou seja, a granulometria da pelota formada dentro da faixa requerida

    e de forma uniforme, e outro para atender a melhor produtividade, ou seja,

    otimizar a operacionabilidade do equipamento.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    28

    2.6.1 Variveis no Controladas do Processo de Formao de

    Pelotas

    As variveis no controladas do processo de formao de pelotas

    constituem-se de tudo que compe o equipamento, mas so imutveis aps os

    ajustes preliminares de instalao. Estas variveis so o prprio tambor de

    formao de pelotas e a peneira de seleo de produtos.

    2.6.2 Caractersticas Fsicas do Tambor de Pelotamento

    O tambor de pelotamento possui caractersticas fsicas, ngulo da

    inclinao, , dimetro, e comprimento, l, que influenciam o processo de formao de pelotas. Entretanto so caractersticas fixas e esto relacionadas

    principalmente com o tempo de reteno do material dentro do tambor. Este

    tempo tem relao direta com o tamanho das pelotas e quantidade de material

    do recirculado. Outros fatores que afetam a formao de pelotas e

    conseqentemente a quantidade de material recirculado, ou seja, material

    retido no circuito do tambor, so as caractersticas fsicas e qumicas do

    minrio e a peneira de seleo das pelotas formadas.

    Empiricamente a relao entre comprimento e dimetro do tambor varia

    de 2 a 3 e quanto maior o comprimento do tambor, maior ser a quantidade

    de pelotas formadas para uma dada quantidade de material alimentado e

    menor ser a quantidade do material recirculado, ou seja, o concentrado novo

    e o material das faixas de 6,3 mm a 9,5 mm e menor que 6,3 mm.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    29

    2.6.3 A Peneira de Classificao de Pelotas

    A peneira de classificao das pelotas formadas define a faixa de

    produtos prontos, pelotas prontas, as que ainda esto fora das especificaes

    do tamanho desejado e os aglomerados maiores que 16 mm. No presente

    estudo no abrangeremos os detalhes das variaes na peneira, considerando-

    a de abertura fixa e com desgaste irrelevante nos perodos de testes.

    2.6.4 Variveis Manipuladas do Processo de Formao de Pelotas

    No tambor de formao de pelotas as variveis controladas do processo,

    ou seja, variveis que podem ser manipuladas de forma a melhorar a

    qualidade e a produtividade so:

    gua inserida; rotao do tambor; quantidade de minrio da alimentao.

    Outros parmetros tais como as caractersticas do minrio que est

    sendo processado, as caractersticas fsico/qumicas, a superfcie especifica, a

    granulometria, as caractersticas qumicas e umidade afetam o processo, mas

    no esto no objetivo de controle desta dissertao. Obviamente durante os

    testes sero vistos os efeitos que causam no processo e sero considerados

    dentro do sistema de controle proposto.

    2.6.5 Controle Atual do Tambor de Formao de Pelotas

    O diagrama operacional do tambor de formao de pelotas entendido

    atravs do diagrama da figura 2.16.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    30

    Figura 2.16 Diagrama do sistema alimentao do tambor de formao

    de pelotas

    Atualmente no h um controle completo do sistema de alimentao do

    tambor de formao de pelotas. A descrio do que existe apresentada a

    seguir.

    No diagrama acima, a balana BW-TB-02, ou simplesmente BW-TB,

    mede a alimentao total do tambor de formao de pelotas, que composta

    do minrio que passa pela balana dosadora DW-GT, alimentao nova, e do

    recirculado, ou seja, minrio que j passou pelo tambor e no atingiu tamanho

    suficiente para ser classificado como pelota. Esta balana, BW-TB-02, tem um

    limite de carga mxima em 550 toneladas por hora e quando a soma de DW-

    GT e do recirculado ultrapassa este limite, a referncia da dosadora DW-GT

    reduzida automaticamente. Quando a soma das quantidades citadas fica

    abaixo do limite, a referncia da dosadora DW-GT livre para controle do

    operador. O objetivo desta estratgia de controle proteger o equipamento

    contra sobrecargas.

    Como concluso, o controle atual limita a produtividade do equipamento,

    mas fornece o dado de que a oscilao gerada por este processo, no limite de

    550 t/h, tem a durao do tempo de resposta de um ciclo da resposta do

    tambor de formao de pelotas a um estimulo da variao da alimentao.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    31

    No controle da granulometria, atualmente existem apenas testes de laboratrios para confirmao e caracterizao do processo. Todo

    controle das pelotas formadas feito pelo operador de rea com ao apenas na injeo de gua e na variao da alimentao do tambor de formao de pelotas. Esta atuao possui um objetivo que melhorar

    a formao de pelotas e permitir apenas uma ao que reduzir a produtividade para controlar a granulometria.

    2.7 CARACTERIZAO DA FORMAO DE PELOTAS

    2.7.1 Efeito da Injeo de gua no Tamanho da Pelota Formada

    2.7.1.1 Metodologia

    Para caracterizao do efeito da injeo de gua no tamanho da pelota

    formada, vrios testes foram feitos, obedecendo o seguinte procedimento:

    mantida a alimentao do tambor constante e estvel; medida a umidade do concentrado antes na dosadora DW-GT, ou

    seja, antes do material entrar no tambor;

    feita a injeo de gua de forma controlada, com valores de 0,2 m3/h, 0,4 m3/h, 0,6 m3/h e 0,8 m3/h;

    observado o tempo de estabilizao do processo; medida a umidade da pelota formada para caracterizar a variao da

    umidade adquirida;

    medida quantidade de pelotas formadas nas faixas normais do processo, para cada condio de injeo de gua.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    32

    2.7.1.2 Resultados de Testes no Processo de Formao de Pelotas

    A quantidade de pelotas formadas, obtida com as medies do item seis

    do procedimento, mostra que o percentual de pelotas formadas na faixa de 9,5

    mm a 12,5 mm aumenta com o aumento da umidade adquirida pelo material

    processado. O grfico da figura 2.17 mostra este resultado, em trs testes, I,II

    e III, feitos.

    Figura 2.17 Efeito da injeo de gua na granulometria da pelota

    2.7.2 Efeito da Variao da Rotao do Tambor no Processo de

    Formao de Pelotas

    Uma velocidade de rotao angular especfica do tambor necessria

    para a formao da pelota, figura 2.18, pois uma velocidade muito lenta,

    figura 2.19, ou muito rpida, figura 2.20, deve ser evitada. Se o tambor

    movimenta lentamente, o minrio no rola sobre si mesmo, mas simplesmente

    escorrega, no formando pelotas.

    Granulometria (9,5 - 12,5mm) x injeo de gua

    767778798081828384

    0,2m/h 0,4m/h 0,6m/h

    %

    II III

    I

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    33

    Figura 2.18 Efeito da baixa rotao no tambor de formao de pelotas.

    Se o tambor movimenta de forma muito rpida, a fora centrfuga

    gerada eleva a massa de minrio at o ngulo limite permitido pela gravidade

    e neste ponto ocorrer a queda da massa, no permitindo a formao de

    pelotas.

    Figura 2.19 - Efeito da alta rotao no tambor de formao de pelotas

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    34

    Quando o tambor movimenta a uma velocidade tal que a fora

    centrfuga superada pela fora de frico, o material elevado at certo

    ngulo e ento rola sobre si mesmo, formando as pelotas por aglomerao.

    Figura 2.20 - Efeito da adequada rotao no tambor de formao de pelotas

    A pelota, antes de ser completamente formada, necessrio que role

    por uma certa distncia dentro do tambor, o que definido pelo ngulo da

    inclinao do mesmo.

    2.7.2.1 Metodologia

    A caracterizao do efeito da variao da rotao do tambor no processo

    de formao de pelotas teve como objetivo mostrar os resultados que se

    obtm tanto na distribuio granulomtrica da pelota formada como na

    produtividade do tambor, ou seja, na reduo do material recirculado. Para tal,

    vrios testes foram feitos, obedecendo ao seguinte procedimento:

    a alimentao do tambor j mantida estvel e constante;

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    35

    obtido, via histrico do processo, a quantidade de material recirculado;

    feita a variao da rotao do tambor de formao de pelotas, com referncia de 9 rpm, 10 rpm, 11 rpm e 12 rpm;

    o tempo de estabilizao do processo para cada referncia adotado foi observado;

    anlise da quantidade de pelotas formadas nas faixas do processo foi medida.

    2.7.2.2 Resultados de Testes com a Rotao do Tambor

    Quando o tambor de formao de pelotas gira com maior velocidade, o

    tempo de reteno da massa circulante menor, se comparado com o tempo

    de reteno quando o tambor acionado com menor velocidade de giro. Assim

    as pelotas formadas passam pela peneira de classificao em intervalo de

    tempo menor, no possuindo tempo de aumentar de tamanho com a

    agregao de maior quantidade de material. Se estiverem na faixa de tamanho

    de 9,5 a 12,5 mm de dimetro, sero classificadas como produtos. Como no

    h tempo de maior agregao, as pelotas formadas possuem tamanho dentro

    da faixa, mas com tamanho menor, ou seja, dimetro mais prximo a 9,5 mm

    que 12,5 mm.

    Os trs grficos, I, II e III na figura 2.21 mostram o gradativo aumento

    do percentual de pelotas formadas na faixa de 9,5 a 12,2 mm de dimetro,

    com o aumento da rotao do tambor de 9 rpm a 12 rpm.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    36

    Figura 2.21 Aumento do percentual de pelotas formadas, na faixa de 9,5 a

    12,5 mm, em relao ao aumento da rotao de tambor de formao de

    pelotas.

    2.7.3 Concluso sobre os testes

    Com o aumento da gua inserida, a variao do percentual de pelotas

    formadas, na faixa de 9,5 mm a 12,5 mm, foi de aumento, com valor de

    aproximadamente 1 %, conforme mostrado no grfico acima. Esta variao,

    entretanto, bem menor que o efeito causado pela variao da rotao do

    tambor, conforme ser visto a seguir e no ser considerada como prioritria

    no processo de melhoria de granulometria. Este parmetro de controle de

    injeo de gua deve ser utilizado para melhorar a produtividade do

    equipamento.

    A quantidade de pelotas formadas, obtida com as medies do quinto

    item do procedimento, mostrou que o percentual na faixa de 9,5 mm a 12,5

    I % granulometria ( 9,5 - 12,5 mm) x rotao

    do tambor

    55

    60

    65

    70

    75

    9 rpm 10 rpm 11 rpm 12 rpm

    %

    I II III

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    37

    mm aumenta entre 5 e 7 %, com o aumento da rotao aplicada ao tambor de

    formao de pelotas. O grfico acima mostra este resultado.

    Este efeito bem maior que aquele causado pela variao da injeo de

    gua no tambor, conforme foi visto anteriormente e ser considerado como

    prioritrio no processo de melhoria de granulometria.

    2.7.4 Efeito da Variao da Rotao do Tambor na Produtividade

    na Formao de Pelotas

    O aumento da rotao do tambor de formao de pelotas tem efeito

    direto na distribuio do tamanho das pelotas, mas no causa melhoria na

    produtividade do equipamento, conforme descrito a seguir. O grfico da figura

    2.22mostra a variao da rotao de 12 rpm para 9 rpm, e retorno a 12 rpm,

    com alimentao nova constante de 200 t/h. Nota-se que a variao da

    quantidade do recirculado, mostrando que no h reduo, a no ser o prprio

    aumento da produtividade em funo da produo de pelotas menores.

    Efeito da rpm no recirculado

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    t/h

    BW-GTF Recirculado rotaondice de amostras

    Figura 2.22 Efeito da rotao na quantidade do recirculado

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    38

    2.7.5 Caracterizao do Tempo de Resposta da Granulometria

    Em plantas industriais bastante difcil se obter uma condio ideal de

    estabilidade das variveis de controle. Vrios testes foram necessrios para

    caracterizar a resposta ao estmulo aplicado rotao do tambor de formao

    de pelotas.

    Um aspecto importante na obteno da curva de resposta do sistema

    em anlise o emprego de tcnica adequada para a aquisio dos dados de

    processo. O intervalo de amostragem deve ser criteriosamente definido. Para a

    anlise em questo partiu-se dos dados da curva de resposta ao degrau na

    alimentao do tambor.

    Pode-se dizer que, sob certas condies de amostragem, um sinal

    contnuo no tempo pode ser completamente reconstitudo a partir de seus

    valores amostrados com intervalos fixos de tempo. A freqncia de

    amostragem, conforme a teoria de Nyquist (Oppenheim, 1997), deve ser maior

    que duas vezes a maior freqncia contida no sinal amostrado. Outro aspecto

    importante relativo freqncia de amostragem a possibilidade de

    ocorrncia do fenmeno de aliasing (Lee, 1997), onde se o intervalo de

    aquisio de dados no atender ao especificado pelo teorema da amostragem,

    o espectro de freqncias do sinal recuperado no ser igual ao do sinal

    original.

    Ao inversor que aciona o tambor de formao de pelotas foi aplicado um

    degrau de 4 rpm, fazendo com que o mesmo sasse de 9 rpm e passasse a

    operar com 12 rpm.

    A partir do instante em que foi aplicado o degrau, e em intervalos de 42

    segundos, amostras das pelotas formadas foram obtidas no transportador GB-

    01, e levadas para serem analisadas, por meio de peneiras, do laboratrio de

    anlise granulomtrica.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    39

    Os dados foram levantados e o grfico da figura 2.23 mostra a curva de

    resposta da formao de pelotas, percentual na faixa de 9,5 a 12,5 mm de

    dimetro, com constante de tempo, , de 75 segundos.

    Figura 2.23 Curva de resposta do tambor

    A funo de transferncia uma expresso algbrica no domnio de

    Laplace (Ogata,1997), da relao dinmica existente entre a entrada e a sada

    de um processo. Se a funo de transferncia escrita de uma forma padro,

    ento as propriedades dinmicas do processo a que se refere podem ser

    facilmente identificadas.

    Um modelo emprico representado por uma funo de transferncia

    simples, com ou sem tempo morto, e com poucos parmetros para serem

    determinados a partir de dados experimentais.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    40

    No presente estudo, optou-se pela representao do modelo matemtico

    da granulometria do tambor de formao de pelotas, por funo de

    transferncia de primeira ordem. Trata-se de uma aproximao razoavelmente

    precisa para fins de controle. As equaes abaixo so formas padronizadas de

    representao de processos de primeira ordem.

    A equao de transferncia do sistema primeira ordem :

    1)( += s

    ksG (5.1)

    Sendo que K o ganho esttico, e a constante de tempo. E a transformada de Laplace para este sistema, com um sinal de entrada de um degrau unitrio

    :

    1

    1)( += sk

    ssY (5.2)

    No domnio do tempo:

    )1()( /tekty = (5.3)

    O valor de obtido do registro da resposta ao degrau onde o tempo para y(t) sair do valor inicial e atingir 63,2% da variao total devida ao

    degrau aplicado.

    )0()]0()([623,0 yyy += (5.4)

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    41

    2.7.6 Validao do Modelo Matemtico

    Uma das tcnicas mais usuais de validao de modelos matemticos

    consiste na comparao da resposta transitria do modelo em relao obtida

    na planta industrial, para uma mesma excitao de entrada, no caso, um

    degrau.

    Para a simulao da resposta ao degrau do modelo matemtico, foi

    utilizada a funo degrau do programa MATLAB (Cavallo,1996). Esta funo faz

    a simulao de sistemas lineares invariantes no tempo, apresentando a

    resposta do sistema em uma srie temporal, para um degrau aplicado

    entrada.

    A ttulo de ilustrao, apresentada abaixo a figura 2.24 com a

    comparao da resposta do modelo em relao ao sistema real.

    Figura 2.24 Curva de resposta ao degrau da equao de simulao,

    com tempo de resposta, , de 75 segundos

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    42

    2.8 Concluso sobre a validao do modelo matemtico

    Neste captulo foi visto que a resposta da granulometria do tambor de

    formao de pelotas tem uma funo de transferncia de primeira ordem e que

    a constante de tempo de 72 segundos. Desta forma a amostragem da

    granulometria pode ser feita a cada 3 segundos, pois no ser contrario

    teoria de Niquist.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    43

    CAPTULO 3

    3.1 ESTRATGIA DO PROCESSSAMENTO DE IMAGENS E

    CLASSIFICAO DE PELOTAS

    Atualmente os tambores das seis linhas de pelotamento operam em

    malha aberta. A operao baseada essencialmente na quantidade de

    material do recirculado. O acompanhamento da qualidade das pelotas feito

    atravs de testes de granulometria das mesmas. Esses testes so realizados

    em laboratrio, de duas em duas horas, por meio de amostras representativas,

    para o conjunto dos seis tambores de pelotamento. O teste classifica as

    pelotas em cinco grupos, indicando o percentual para cada um deles, conforme

    mostrado na tabela abaixo,

    Tabela 3.1 Grupos de classificao de pelotas

    Dimetro menor do que 6.3 mm (grupo 1) finos agregados

    Dimetro entre 6.3 e 9.4 mm (grupo 2) sementes de pelotas

    Dimetro entre 9.4 e 12.4 mm (grupo 3) pelotas de produto 70%

    Dimetro entre 12.4 e 16 mm (grupo 4) pelotas de forramento 24%

    Dimetro maior do que 16 mm (grupo 4) aglomeraes

    A situao ideal corresponde a ter 70% da produo dentro do grupo 3

    e 24% dentro do grupo 4 e 6% nos grupos restantes. Essa distribuio garante

    um bom processo de queima das pelotas e o correto perfil granulomtrico

    (Borim, 2000).

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    44

    3.1.1 Objetivo da Estratgia de Anlise de Imagens

    O objetivo definir uma estratgia baseada em processamento digital

    de imagens para classificar as pelotas formadas. O resultado do

    processamento utilizado na implementao do sistema de controle de cada

    tambor de formao de pelotas, agindo como referncia de velocidade de

    rotao.

    A estratgia definida considera como universo apenas as pelotas dos

    grupos 3 e 4, informando o percentual desse universo, representado por cada

    grupo, e, em conjunto, o tamanho mdio, tambm para cada um dos grupos.

    O sistema de controle desta tese, com objetivo primordial de manter a

    granulometria da pelota formada dentro das faixas de valores, atende a

    qualidade do processo de formao de pelotas, ou seja, os grupos 3 e 4, que

    correspondem a estas faixas. Os percentuais das outras faixas so

    monitorados pelo balano de massa de todo o sistema do pelotamento, como a

    balana BW-RB06 que mede a quantidade de produto nas faixas menores que

    9,5 mm ou finos agregados e BW-RB03 que mede a quantidade de produto na

    faixa acima de 16,0 mm.

    Variaes de processo, como grande quantidade de finos agregados, ou

    grande quantidade de aglomerados, informadas por balanas, devero fazer

    parte de um estudo futuro.

    3.1.2 Aquisio das Imagens

    Para o desenvolvimento do programa, a aquisio das imagens foi

    realizada por meio de uma cmera fotogrfica digital, gerando arquivos de

    formato JPG de 24 bits (formato RGB) e resoluo de 2272 x 1704 pixels. O

    procedimento de aquisio foi sempre realizado utilizando apenas o prprio

    flash da mquina, com o objetivo de obter variaes no procedimento e

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    45

    analisa-los. A figura 3.1 apresenta um exemplo de uma imagem de um leito de

    pelotas, obtida no transportador GB-01, transportador de pelotas formadas.

    Figura 3.1 Imagem do transportador de pelotas

    3.1.3 Tratamento das Imagens

    A imagem para a classificao de pelotas utiliza nveis de cinza, com oito

    bits por pixel. Como a cmera utilizada gerou arquivos RGB, foi necessria

    uma converso para Bitmap, em ambiente MATLAB (ref. 8), onde toda a

    estratgia de tratamento das imagens foi modelada. Esta converso foi feita

    atravs de um comando disponvel no pacote de processamento de imagens.

    3.1.4 Filtragem Inicial

    A literatura deste estudo tem definidas as funes de processamento de

    imagens no domnio espacial da seguinte maneira:

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    46

    G(x,y) = T [p(x,y)] (3.1)

    Nesta notao, T um operador que atua sobre cada pixel p, da

    imagem original, gerando uma imagem modificada G (Gerald,1994).

    Com o objetivo de diminuir efeitos de rudo, forando pontos com

    intensidades distintas a assemelharem a seus vizinhos, foi feita utilizao de

    um operador T equivalente a um filtro por mdia. Esse operador consiste em

    substituir o nvel de cinza de cada pixel pela mdia de seu prprio nvel de

    cinza e dos nveis de cinza nas vizinhanas de quatro e diagonal (N4(p) e

    ND(p), respectivamente, ou seja, uma vizinhana de 8.

    A figura 3.2 apresenta exemplo de resultado da aplicao do operador T

    de mdia para um pixel.

    Figura 3.2 Aplicao do operador T de mdia em um pixel

    O algoritmo definido para realizao dessa operao permite que a

    filtragem seja realizada recursivamente, recebendo como parmetro o nmero

    de filtragens sucessivas a serem realizadas.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    47

    As figuras 3.3, 3.4 e 3.5 apresentam uma imagem em nveis de cinza,

    uma imagem filtrada com uma iterao e uma imagem filtrada com trs

    iteraes, respectivamente. Para uma melhor visualizao do efeito da

    filtragem, as figuras sero apresentadas em zoom.

    Figura 3.3 Imagem em nveis de cinza

    Figura 3.4 Imagem em nveis de cinza aps filtragem por mdia

    (1 iterao)

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    48

    Figura 3.5 Imagem em nveis de cinza aps filtragem por mdia

    (3 iteraes)

    As pelotas so bastante midas, uma vez que h acrscimo de gua em

    seu processo de formao, como visto no captulo 1. Essa umidade faz com

    que haja uma reflexibilidade nas pelotas, originando pontos de brilho intenso

    na imagem que pode ser visualizado por meio da figura 3.3.

    3.1.5 Obteno das Imagens Binrias

    Para a obteno das imagens binrias, visando reduzir o tempo de

    processamento das imagens, duas metodologias foram inicialmente propostas:

    deteco de bordas; binarizao por limiar simples.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    49

    3.1.5.1 Deteco de Bordas

    Inicialmente, foram experimentadas as rotinas de deteco de bordas

    disponveis no pacote de processamento de imagens do MATLAB (Site ref. 8),

    utilizando os mtodos de Sobel, de Prewitt, de Roberts, de Zero-Cross, de

    Canny e o mtodo Laplaciano, todos sem filtragem por mdia, e com filtragem

    por mdia (2 iteraes), mas nenhum resultado foi satisfatrio, conforme

    mostra a figura 3.6, abaixo.

    Figura 3.6 Deteco de Bordas com o mtodo de Prewitt

    Diante disso foi adotada outra metodologia para deteco de bordas,

    considerando que as bordas das pelotas possuem nveis de cinza dentro de um

    intervalo bastante particular. Foi implementada uma rotina para deteco de

    bordas que se resume a um filtro passa-faixa (Davies, 1986), com limiar

    definido: os pixels que possuem nvel de cinza pertencente faixa assumida

    como representativa das bordas recebem o valor correspondente cor branca,

    e os demais pixels recebem o valor correspondente cor preta.

    Desta maneira, a imagem resultante apresentou as bordas das pelotas

    em cor branca, dentro de um fundo preto, ou seja, uma imagem binria. As

    figuras abaixo apresentam os resultados da aplicao do filtro passa-faixa para

    deteco de bordas na imagem em nveis de cinza.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    50

    Figura 3.7 Filtro passa-faixa (faixa de nvel de cinza entre 10 e 90), sem

    filtragem por mdia.

    Figura 3.8 Filtro passa-faixa (faixa de nvel de cinza entre 10 e 114) sem

    filtragem por mdia.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    51

    Figura 3.9 Filtro passa-faixa (faixa de nvel de cinza entre 10 e 114) com

    filtragem por mdia (2 iteraes)

    A observao das figuras 3.7, 3.8 e 3.9 mostra que o filtro passa-faixas

    para deteco de bordas apresentou um desempenho bastante satisfatrio em

    relao figura 3.6.

    3.1.5.2 Binarizao por Limiar Simples

    O procedimento de binarizao por limiar simples (Cavallo, 1996) ou

    seja, um valor limite para definir imagem branca e imagem preta, foi aplicado

    e as figuras 3.10 e 3.11 apresentam os resultados da binarizao utilizando-se

    um limiar de 114 sem e com filtragem, respectivamente.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    52

    Figura 3.10 Imagem binarizada sem filtragem, limiar de binarizao de valor

    114.

    Figura 3.11 Imagem binarizada com filtragem (2 iteraes), limiar de

    binarizao de valor 114.

    A observao das figuras 3.10 e 3.11 mostra o papel da filtragem por

    mdia: a imagem binarizada com filtragem prvia, figura 3.11, possui menos

    pontos brancos em regies pretas, tal como menos pontos pretos em regies

    brancas.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    53

    3.2 Classificao das Pelotas

    A metodologia de classificao das pelotas baseada na propriedade

    geomtrica de que em uma circunferncia, um segmento de reta que cruza

    perpendicularmente o ponto mdio de uma corda qualquer, o dimetro. Essa

    propriedade pode ser visualizada na figura 3.12.

    Figura 3.12 Metodologia de classificao das pelotas.

    Foi elaborada a seguinte metodologia para classificao das pelotas: na

    imagem j tratada com filtro por mdia, binarizada e corrigida, feita uma

    varredura em colunas espaadas, atravs da relao pixel/mm, de 16,1mm,

    pois a maior pelota tem 16,0 mm, permitindo a identificao de cordas nas

    pelotas e a determinao dos dimetros. O espaamento de 16,1 mm entre

    colunas evita que uma mesma pelota seja medida duas vezes, pois o maior

    tamanho de pelotas do processo.

    A figura 3.13 apresenta uma visualizao da metodologia para

    classificao das pelotas. Em vermelho esto indicadas as colunas varridas e,

    em azul, os dimetros obtidos para cada pelota, a partir dos pontos mdios

    das cordas identificadas.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

    54

    Figura 3.13 Visualizao da metodologia para classificao das pelotas

    A identificao das cordas e dos dimetros segue a seguinte lgica:

    a mudana da cor preta para a cor branca indica que se entrou em uma pelota;

    a mudana da cor branca para a cor preta indica que se saiu de uma pelota.

    Sendo assim, para cada coluna selecionada, varre-se a linha, fazendo o

    seguinte:

    ao entrar numa pelota, armazena-se a posio do pixel da linha, que representa o incio da corda;

    ao sair de uma pelota, armazena-se a posio do pixel da linha, que representa o fim da corda.

  • Controle de um Processo de Pelotizao: Realimentao por Imagem

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    Feito isso, as linhas de incio e fim das cordas so identificadas na

    coluna varrida. De posse desses dados, para cada corda, determina-se a linha

    correspondente ao ponto mdio da corda da seguinte maneira:

    2fim) linha incio (linha mdio ponto Linha += (3.2)

    Tem, ento, para a coluna varrida, as linhas que correspondem aos

    pontos mdios de todas as cordas (pelotas) identificadas. Ento, para cada

    uma dessas linhas, feito o seguinte:

    partindo da coluna varrida, percorrida a linha, seguindo para a direita, at o final da pelota (mudana da cor branca para a cor preta),

    armazenando-se o nmero de colunas percorridas;

    em seguida, partindo novamente da coluna varrida, percorrida a linha, seguindo para a esquerda, at o final da pelota (mudana da cor branca

    para a cor preta), armazenando-se, novamente, o nmero de colunas

    percorridas.

    A soma dos nmeros de colunas percorridas para a esquerda e para a

    direita corresponde ao dimetro da pelota, em pixels. Atravs de um fator de

    converso (milmetros por pixel), cuja determinao obtida com o padro

    conhecido, obtido o dimetro, em milmetros.

    Findada a varredura para todas as colunas selecionadas, tm-se

    armazenados os dimetros de todas as pelotas identificadas como