4._Lipases
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UNIVERSIDADE DO ALGARVE
Faculdade de Ciências e Tecnologia
2011/2012
Bioquímica III – aula P4
MEDIÇÃO DA ACTIVIDADE DE LIPASES E ESTERASES
Sumário
Medição da actividade de lipases e esterases num extracto enzimático de pâncreas porcino.
Introdução
As lipases e esterases têm funções variadas como digestão, formação de membranas,
armazenamento e mobilização de lípidos de reserva, sinalização e destoxicação, e apresentam
distribuição generalizada em todos os grupos de seres vivos. Estes enzimas possuem especificidade
alargada para substratos, podendo hidrolisar ligações éster ou amida. As esterases com capacidade
de hidrolisar ligações éster envolvendo ácidos gordos de cadeia longa têm a designação de lipases
(EC 3.1.1.3). A utilização destes enzimas é cada vez mais intensa nas indústrias química,
farmacêutica e alimentar. A medição da actividade de lipases no soro é importante na avaliação de
patologias como dislipidémias ou pancreatite.
A monitorização da actividade de lipases pode fazer-se de acordo com vários princípios. É possível
tirar partido da capacidade que as lipases têm de catalisar reacções em interfaces lípido-água e
seguir alterações das propriedades físicas da interface. A actividade de lipases pode também ser
monitorizada quantificando a libertação de glicerol ou de ácidos gordos. Um método tradicional de
medir a actividade de lipases é quantificar o aumento de acidez do meio resultante da libertação de
ácidos gordos, por titulação com hidróxido de sódio. A quantificação dos ácidos gordos libertados
pode também ser feita por cromatografia ou turbidimetria (alteração do grau de turbidez da
solução). Os ensaios turbidimétricos são cerca de 40 vezes mais sensíveis que os ensaios
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titulimétricos e 4 vezes mais sensíveis que ensaios espectrofotométricos com substratos
cromogénicos, descritos abaixo. Geralmente os ensaios com lipases requerem a utilização de
moléculas anfifílicas, como detergentes, outros lípidos, proteínas ou ácidos biliares, para permitir a
emulsionação de substratos e ácidos gordos libertados.
Em ensaios espectrofotométricos são usados substratos sintéticos cromogénicos, como ésteres de
p-nitrofenil com cadeias alifáticas acil de comprimento variável. A libertação de p-nitrofenol
resultante da hidrólise do substrato por acção da lipase/esterase pode ser seguida a 400-410 nm.
Ésteres de cadeia curta, como acetato ou butirato, são usados para medir a actividade de esterases,
enquanto ésteres de cadeia longa, como laurato, palmitato ou oleato, são usados para investigar a
actividade de lipases. Os ésters de cadeia longa são insolúveis em meio aquoso e requerem a
utilização de agentes emusionantes, como já foi mencionado atrás.
Neste trabalho vamos medir a actividade de lipases e de esterases/proteases num extracto
enzimático de pâncreas porcino, através de um ensaio espectrofotométrico, usando os substratos
cromogénicos laurato de p-nitrofenil e acetato de p-nitrofenil. Será seguido o aparecimento de p-
nitrofenol no meio de ensaio, continuamente, a 410 nm.
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Realização experimental
Procedimento
A. Preparação dos meios de ensaio com ésteres de p-nitrofenil
1. Adicione 20 l da solução mãe de laurato de p-nitrofenil 200 mM em CH2Cl2, a 10 ml de
solução tampão. Misture bem no vortex. Proceda de modo idêntico para a solução mãe de
acetato de p-nitrofenil.
2. Pipete directamente para cuvettes de plástico de 1,5 ml:
Cuvette
Solução
tampão com
laurato de
p-nitofenil
Solução
tampão com
acetato de p-
nitofenil
Extracto
enzimático
Solução
tampão
Lipases 950 l 50 l
Esterases 950 l 50 l
Controlo 1 950 l 50 l
Controlo 2 950 l 50 l
ATENÇÃO: ADICIONAR O EXTRACTO ENZIMÁTICO APENAS ANTES DO INÍCIO
DE CADA ENSAIO.
B. Ensaio cinético
1. Escolha um programa de cinética apropriado no espectrofotómetro ( = 410 nm).
2. A cada cuvette, separadamente, adicione o extracto enzimático (ou água) imediatamente antes
do início de cada ensaio. Misture bem com um pedaço de parafilm e coloque a cuvette no
espectrofotómetro. Registe a absorvância, continuamente, durante 2 minutos.
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Materiais e reagentes
Reagentes:
Diclorometano (CH2Cl2)
Base Tris
HCL
NaCl
Triton X-100
Acetato de p-nitrofenil
Laurato de p-nitrofenil
p-nitrofenol
Extracto enzimático (Kontron)
Soluções:
Tris-HCl 20 mM com NaCl 150 mM e Triton X-100 0,01%; pH 8,0
Acetato de p-nitrofenil 100 mM em CH2Cl2
Laurato de p-nitrofenil 100 mM em CH2Cl2
Material:
Eppendorfs
Tubos de ensaio
Pipetas automáticas
Cuvettes de plástico de 1,5 ml
Espectrofotómetro
Microcentrífuga
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Cálculos
1. Expresse a actividade das lipases ou esterases em Abs410nm /min.
2. Determine a actividade de lipases e estereases, em termos de U/ml de extracto enzimático,
sabendo que 1 U de actividade enzimática corresponde à quantidade de enzima
necessário para a libertação de 1 mole de p-nitrofenol por minuto e que o coeficiente
de extinção molar do p-nitrofenol, , nas condições do ensaio, é 18000 M-1
cm-1
:
Abs410nm/min . 109 . volume ensaio (ml)
U/ml = ──────────────────────────
. 103 . volume de amostra (ml)
109 – conversão de moles para nmoles
103 – conversão de litros para mililitros
Bibliografia
Gilham, D. and Lehner, R.: Techniques to measure lipase and esterase activity, Molecular and Cell
Biology of Lipids 36 (2005), pp. 139-147.