4º bimestre Fernando Pessoa - ortônimo

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4º bimestre Fernando Pessoa - ortônimo Modernismo em Portugal Fernando Pessoa ortônimo e heterônimo "O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. "

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Modernismo em PortugalFernando Pessoaortônimo e heterônimo

"O poeta é um fingidor.Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,Esse comboio de corda

Que se chama coração. "

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Poesia Ortônima

- Avesso ao sentimentalismo;- Emoções pensadas;- Não possui uma filosofia nítida;- A poesia Histórico Nacionalista - Devido educação recebida em Durban, África do Sul com ênfase na língua inglesa, e a leitura de Byron, Shelley, Keats, Poe e, sobretudo, Shakespeare; os primeiros poemas de Fernando Pessoa, como não podia deixar de ser, foram escritos em Inglês.

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REVISÃO

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Modernismo em PortugalFernando Pessoaortônimo e heterônimo

"O poeta é um fingidor.Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,Esse comboio de corda

Que se chama coração. "

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Alberto Caeiro (1889 - 1915)Alberto Caeiro da Silva nasceu a 16 de abril de 1889 na cidade de Lisboa em Portugal. Desde cedo ficou órfão de pai e de mãe, passando a viver no campo com uma tia avó. Caeiro não teve profissão e só teve instrução primária, o que explica o fato de escrever mal o português. Em 1915, vítima de tuberculose, Alberto Caiero Falece em Lisboa.

- mestre dos outros heterônimos;- Poeta da natureza;- valorização da visão;- nagação da intelectualização das coisas.- Versos longos e repetitivos;- Linguagem próxima da fala;- visão panteísta.

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Alberto CaeiroAlberto Caeiro escreve seus poemas com vocabulário pouco refinado, linguagem simples e fluente, quase em prosa, e em versos livres (sem metrificação) e brancos (sem rima).

"Não me importo com as rimas. Raras vezesHá duas árvores iguais, uma ao lado da outra.Penso e escrevo como as flores têm corMas com menos perfeição no meu modo de exprimir-mePorque me falta a simplicidade divina De ser todo só o meu exteriorOlho e comovo-me, Comovo-me como a água corre o chão é inclinado,E a minha poesia é natural como levantar-se vento..."

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Alberto CaeiroEle busca ver as coisas como elas são, sem atribuir-lhes nada de subjetivo, ou seja, significados ou sentimentos humanos."Os poetas místicos são filósofos doentes,E os filósofos são homens doidos.Porque os poetas místicos dizem que as flores sentemE dizem que as pedras têm almaE que os rios têm êxtases ao luar.Mas as flores, se sentissem, não eram flores,Eram gente;E se as pedras tivesse alma, eram coisas vivas, não eram pedras;E se os rios tivesse êxtases ao luar,Os rios seriam homens doentes."

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Alberto CaeiroOutra característica marcante na obra de Caeiro e o bucolismo, pois, além de estar presente em vários de seus poemas, reflete o seu estilo de vida, ou seja, seu contato com a natureza.

"Aquela senhora tem um pianoQue é agradável mas não é o correr dos riosNem o murmúrio que as árvores fazem..."Para que é preciso Ter um piano?O melhor é ter ouvidos E amar a Natureza."

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Alberto CaeiroCaeiro é um homem que, por não estar contaminado pela civilização moderna, tem na Natureza a sua religião e a razão fundamental da sua vida. Ele não crê em mais nada, a não ser na Natureza e no existir pelo existir.

"Não acredito em deus porque nunca o vi.Se ele quisesse que acreditasse nele.

Sem dúvida que viria falar comigoE entraria pela minha porta dentro

Dizendo-me, Aqui estou.(...)

Mas se Deus é as flores e as árvoresE os mares e sol e o luar,Então acredito nele(..)"

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Alberto CaeiroO paganismo. Como se sabe os poetas que antecederam a Caeiro eram os Simbolistas, que estavam impregnados por um forte misticismo, herdado dos Românticos. Portanto, seus poemas eram carregados de religiosidade. Já Caeiro, procura ver as coisas como elas realmente são, assim, afasta-se da reflexão sobre Deus, surgindo daí o seu paganismo.

"Pensar em Deus é desobedecer a Deus,Porque Deus quis que o não conhecêssemos,Por isso se nos não mostrou..."

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Alberto CaeiroNo fragmento abaixo o paganismo de Caeiro intensifica-se. Repare que Cristo é destituído de santidade, ou seja, é visto como uma criança normal: brincalhona, alegre e levada.

"Num meio-dia de fim de primavera Tive um sonho como uma fotografia. Vi Jesus Cristo descer à terra. Veio pela encosta de um monte Tornado outra vez menino, A correr e a rolar-se pela erva E a arrancar flores para as deitar fora E a rir de modo a ouvir-se de longe."

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Ricardo Reis ( 1887 - ?)

Ricardo Reis nasceu a 19/09/1887 na cidade do Porto em Portugal. Educou-se em um colégio de Jesuítas, onde estudou latim, grego e mitologia.Depois disso, estudou medicina, formando-se médico, profissão essa que não chegou a exercer. Em 1919, devido aos ideais monárquicos que defendia, exilou-se espontaneamente no Brasil, por não concordar com República que se instaurara em Portugal. Em 1924 colaborou com a publicação do primeiro número da revista Athena. Isso leva a crer que "mantinha correspondência com o diretor da Revista, no caso, Fernando Pessoa". A data de falecimento de Ricardo Reis é desconhecida.

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Ricardo Reis

- Racionalista;- Influências Clássicas;- Versos curtos e metrificados;- Pagão;- Capta o mundo intelectualmente;

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Ricardo Reis

(...)Perene flui a interminável horaQue nos confessa nulos. No mesmo haustoEm que vivemos, morreremos. Colhe O dia, porque és ele."

- viver o hoje – carpe diem – influência dos clássicos

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Álvaro de Campos – (1890 - ?)

Álvaro de Campos nasceu em Tavira, a 15/101890. Em Tavira "teve uma educação vulgar de liceu, depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica, depois naval".Depois de formado retornou a Portugal, mais precisamente a Lisboa, onde passou a viver, por opção, em inatividade. Seu espírito inquieto jamais conseguiria submeter-se às regras e o confinamento das quatro paredes de um escritório. A data de falecimento de Álvaro de Campos é desconhecida.

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Álvaro de Campos

- poeta das sensações;- Influências futuristas;- Exalta a civilização – porém, saturado da vida moderna;- Fase Simbolista 1ª – rimas e métricas;- Fase Futurista 2ª - versos longos, próximos a prosa, que têm um ritmo nervoso;- Anomalias gráficas.

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Álvaro de Campos1ª Fase - Simbolista"(...)Sou/ dês/gra/ça/do/ por/ meu/ mor/ga/di/o. (A)Os/ ci/ga/nos/ rou/ba/ram/ min/ha Sor/te. (B)Tal/vez/ nem/ mes/mo en/con/tre ao/ pé/ da/ mor/te (B)Um/ lu/gar/ que/ me a/bri/gue/ do/ meu/ fri/o. (A)Eu/ fin/gi/ que es/tu/dei/ em/gen/há/ri/a. (C)Vi/vi/ na Es/co/cia/. Vi/si/tei/ a Ir/lan/da. (D)Meu/ co/ra/ção/ é/ uma/ avò/zin/há/ que an/da (D)Pe/din/do es/mo/la às /por/tas/ da A/lê/gri/a. (C)(...)"

Repare que as duas quadras desse fragmento têm esquema de rimas definido e a métrica é rigorosa, dez sílabas poéticas.

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Álvaro de Campos2ª Fase – Futurista

"À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, (...)