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R$ 5,00 ANO 1 Nº9 OUTUBRO 1994 A REVISTA QUE MATA A COBRA 3D PROGRAMAS NATIVOS ASSUSTAM A CONCORRÊNCIA MULTIMÍDIA PARA OS POKAPRÁTIKA

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EDITORIAL

DO CAOS NASCE A LUZ”,JÁ DIZIA O ALEMÃO.CAOS É O NOME DA SITUAÇÃO DA APPLE NO BRASIL.

UM ÓTIMO PRODUTO,QUE SE VENDE SOZINHO EM QUALQUER LUGAR DO PLANETA,CUSTA A DECOLAR POR ESTAS BANDAS,ONDE SE PLANTANDO TUDO DÁ.UMA CAMPANHA

EM OUTDOORS ANUNCIA ESTARDALHANTEMENTE UM MODELO QUE NÃO SEENCONTRA NO MERCADO.ExECUTIVOS AMERICANOS VIERAM,VIRAM E VOLTARAM,

DEIxANDO APENAS MAIS INTERROGAÇÕES.DE UM LADO,DISSERAM QUE A APPLE

CONSIDERA O BRASIL UM DOS CINCO PAÍSES ESTRATÉGICOS PARA SEUCRESCIMENTO NOS PRÓxIMOS ANOS.DE OUTRO,QUE A EMPRESA NÃO ABRIRÁ

SEQUER UM ESCRITÓRIO PRÓPRIO NO PAÍS NOS PRÓxIMOS ANOS,INDO NOCONTRAFLUxO DAS PRINCIPAIS EMPRESAS DE INFORMÁTICA.

AFINAL,O QUE ELES ACHARAM DO CLIMA MANAUARA? E DA MULHER BRASILEIRA?QUESTIONS,QUESTIONS…

A CONFUSÃO É TANTA QUE – DEPOIS DE SER

CONSIDERADA A MAIOR,A MELHOR,A PRIMEIRA E A ÚNICA REVISTA

MENSAL DE MAC DO BRASIL – A MACMANIA GANHA UM NOVO TÍTULO.

É A PRIMEIRA REVISTA SOBRE MACINTOSH DO MUNDO SEM UMA ÚNICA PROPAGANDA

DA APPLE EM SUAS PÁGINAS,UM TROFÉU QUE DEDICAMOS A TODAS AS

CRIANCINHAS POBRES E EMPRESÁRIOS MÍOPES BRASILEIROS.POR IRONIA DO

DESTINO,A SEÇÃO OMBUDSMAC DESTE MÊS FAZ DIVERSAS CRÍTICAS CONSTRUTIVAS À

ESTRATÉGIA DE MARKETING DA APPLE NO PAÍS.

QUALQUER RELAÇÃO COM PESSOAS VIVAS OU MORTAS,OU MORTAS QUE PENSAM QUE ESTÃO VIVAS,É MERA COINCIDÊNCIA.

MAS O MUNDO GIRA E O RELOGINHO RODA.A REVISTA CRESCEU E – APESAR DAS GREVES DA RECEITA,DOS IMPOSTOS

ESCORCHANTES E DA FALTA DE SOFTWARES – O MERCADO MACINTOSH

VEM CRESCENDO A OLHOS VISTOS.CURIOSAMENTE,O NÚMERO DE MACS NO

PAÍS AUMENTA DIA A DIA,COMO QUE FRUTO DA GERAÇÃO ESPONTÂNEA.E ATRÁS DESSES MACS ESTÃO ARTISTAS,ARQUITETOS,MÚSICOS,DESENVOLVEDORES DESOFTWARE,BUREAUS ETC.E É NELES QUE ESTÁ A FORÇA DA MACMANIA,UMAREVISTA QUE MATA A COBRA,MOSTRA O PAU E AINDA DÁ MAIS UMA MORDIDA

NA MAÇÃ.

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PROGRAMAS EM PENCASQueridos da MACMANIA, após rece-ber e verificar o número 8 da MAC-MANIA, quis conversar um pouquinhovia BBS:1 - Achei que na seção Tid Bits vocêsfalaram de poucos programas. Soubeque, na Macworld Expo, vocês ganha-ram “pencas” de programas, pois dis-seram que eram da “imprensa” doBrasil, mas no entanto não falaramnem de 1/2 dúzia.2 - O programa Aquazone me pare-ceu muito interessante Vocês nãoteriam uma cópia demo para colocarno MacBBS?3 - Quando sairá o QuickTime VR?4 - Parabéns pela foto de índio doTony. Vocês são muito talentosos ecriativos. Pena estarem tão restritos.lrineu JuniorSão Paulo - SP1 - Por que as aspas? Revista não éimprensa? Temos até a próximaMacworld para falar de todos os soft-wares. Aguarde.2 - Não. Resenha no próximonúmero. 3 - O QuickTime VR sozinho não faznada. Os programas compatíveisdevem sair no começo do ano que vem.4 - Porque você pediu, escalamos umaequipe de peso para o MACIN-TÓSHICO.

~ESTRANHA NO NINHO

Como uma Mac-usuária autodidata e,por isso mesmo, ainda um bocadoignorante, sentia-me uma estranha noninho, perdida neste mundo PC do Riode Janeiro, onde é dificílimo encontraruma alma Mac-gêmea. Orientação ecursos, então, nem se fala. Chego ame sentir assim meio alienígena e meionapoleônica, pois apesar das dificul-dades ainda bato no peito e digo comfé e convicção que a Mac-oca aqui éque está certa. PC, nem pensar!Mais eis que surge uma luz no fim dotúnel! Um anúncio no jornal me informaduma revista Mac-especializada, espe-cialmente para mim! Comprei-a e, quefelicidade, entendi tudo o que estava

rante como eu consegue compreender.

escrito e descrito, pois vocês têm o domde escrever de forma que até uma igno-

Recebi um péssimo tratamento dosfuncionários que atenderam os tele-fones da Brasoft (725-3711), da Word-Perfect (844-4938) e da Brasoftware(253-1588).Alguns com má vontade, outros total-mente desinformados e outros, ainda,mal-educados, tentando ridicularizaralguém à procura de uma coisa estra-nhíssima: um software para Mac.Pedro R.M. Chaves Netosão Paulo - SPComo diria o Bóris (o âncora, não ogato), isso é uma vergonha! Ter Macno Brasil é mais ou menos como serpreto na Africa do Sul antes do fim doapartheid. Libertem nossos Mandelas,digo, nossos softwares! Quanto aoKeyCad, veja anúncio da MAX CD,na seção de Classificados.

~

Para colaborar com a MACMANIA,basta escrever para:Rua do Paraíso, 706 Aclimação CEP 04103-010 São Paulo SPOu ligar no Mac8BS (011) 813-5053/5059/5672. Deixe suas cortas,sugestões, dicas, dúvidas e recla-mações no fórum da [email protected]

O nº 7 está excelente. O artigoPerdido no Espaço dá uma grandesensação de segurança. A descriçãodo System 7.5 e do Word 6.0 dá omaior tesão. Não deixem de anunciarquando estiver available o Word 6.0em português, por favor. Proprietáriade um simples LC 10/40, estou emvista de um Power Mac 6100 16/250/CD. Não veio a hora de chegar!Uma perguntinha: os preços de soft-ware que vocês fornecem são os prati-cados lá ou cá?Astrid Kopp Vanuzzi Rio de Janeiro - RJBem-vinda ao clube, Astrid. Os pre-ços, salvo falha técnica, vêm acompa-nhados das siglas BR ou EUA, paraindicar se são daqui ou de lá.

~CADE O PROCON?

Tentei em vão comprar os softwares“KeyCad Complete” e “Clip Art for theOffice” que foram mencionados nonúmero 7, página 27 de sua revista.

AS CARTAS NÃO MENTEM

NO CINEMA, NA TV E NA MTV ~

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GET INFOEDITOR DE TEXTO

HEINAR MARACY

EDITOR DE ARTETONY DE MARCO

CONSELHO EDITORIALCAIO BARRA COSTA (Cabaret Voltaire)

VALTER HARASAKI (Idea Visual)

OSWALDO BUENO (Carpintaria do Software)

CARLOS FREITAS (Trattoria Di Frame)

MARCOS SMIRKOFF (Vetor Zero)

RICARDO TANNUS JR. (Esferas Software)

DIMITRI LEE (MacBBS)

EDITORA EXECUTIVABELINDA SANTOS

EDITORAÇÃOMZK E CRISTINA MILHEIRO

REPORTAGEMCARLOS FÉLIX XIMENES

CORRESPONDENTE NOS EUABILL MC GREGOR

CORRESPONDENTES NA INGLATERRASUELY FRAGOSO E ROSA FREITAG

CORRESPONDENTE NA ALEMANHATERESA NUNES

EDITORES CONTRIBUINTESMARCO FADIGA, CARLOS MUTI RANDOLPH

E LUCIANO RAMALHO

CONSELHO EDITORIAL DO MACINTÓSHICOTONY, HEINAR, TOM BOJARCZUK, ALEXANDRE BOËCHAT,

JEAN BOËCHAT E DAVID DREW ZINGG

CAPAMUTI

RAY DREAM DESIGNER 3.1.1, STRATA STUDIOPRO 1.1,TYPESTRY, ELECTRIC IMAGE ANIMATION SYSTEM 2.0, PHOTOSHOP 3.0, ILLUSTRATOR 5.5 E FREEHAND 4.0

COLABORADORESMARCIO ALEXANDRE, JOÃO VELHO, THIAGO MARQUES,RODRIGO SANTALIESTRA, MARIO FUCHS, ZILDA LOPES,BENÍCIO SANTOS, FABIO GRANJA, MAGDA BARKO,

RODRIGO MEDEIROS, CLÉCIA DE PAULA, CLAUDIA MATTOS,RICRDO SERPA E ALEXANDRE NEGREIROS

FOTÓGRAFOSRICARDO TELES, HANS GEORG E MARCOS MUZI

GERÊNCIA DE ASSINATURASEGLY DEJULIO

TEL/FAX: (011) 284-6597

GERÊNCIA COMERCIALFERNANDO PERFEITO

SOFTWAREQUARKXPRESS 3.2, FONTOGRAPHER 4.0,

WORD 5.1, DESKPAINT 1.05, FREEHAND 4.0, MICROPHONE II 4.0, PHOTOSHOP 3.0,BANCO FACIL 1.2, FILEMAKER PRO 2.0

HARDWAREPOWER MAC 7100, QUADRA 630, QUADRA 700,

QUADRA 605, IISI, SE, ABATON FAXMODEM, LASERJET 4,PERSONAL LASERWRITER, SACANMAKER II

FOTOLITOSPAPER EXPRESS

IMPRESSÃOMINDEN

DISTRIBUIÇÃOBH DISTRIBUIDORA

EDITORA BOOKMAKERSDIRETORESBELINDA SANTOSHEINAR MARACY

As fontes PostScript Futura Vítima, Futura Vítima Light,Futura Vítima Bold, Futura Vítima Extra Bold, Zine Fina,Zine Grossa, Pinups, Memphis Vítima, Super Serif, RexDingbats, Compacta Vítima Bold, Compacta Vítima Lighte SuperMarket são marcas registradas da Zap Design.MacMania e Macintóshico são marcas registradas daEditora Bookmakers.

MACMANIA é uma publicação mensal da Editora Bookmakers Ltda. Rua do Paraíso, 706 Aclimação – CEP 04103-010 – São Paulo SPTel/Fax: (011) 284 6597Opiniões emitidas em artigos assinados não refletem aopinião da revista, podendo até ser contrárias à mesma.

0088888888888888888888888888800008888888888888888888888888880088

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MAC MANIA

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TID BITS

O MAIOR QUICKTIMEDO MUNDO

Quem teve a oportunidadede ver a mostra ArteCidade, em São Paulo,deparou com uma obra dearte inusitada: três telõesde mais de três metros dealtura mostrando clipes defilmes, poesias e anima-ções tridimensionais. Atéaí tudo bem. Só que otelão do meio era um filme“interativo”. Sentado con-for tavelmente em umaespreguiçadeira almofada-da, você podia controlar aordem dos filmes, nave-gando por um toróide psi-codélico, utilizando paraisso um joystick.Tudo isso foi possívelgraças ao HyperCard, essedesconhecido. Um stackdo programa foi criadopara ligar os movimentosdo joystick a 60 sequên-cias de filmes QuickTimede alta qualidade, permi-

tindo pular de filme parafilme de acordo com movi-mentos em quatro dire-ções. A interface principalé um túnel circular comvárias saídas, cada umadando início a uma sériede filmes.O sistema é controlado porum Quadra 900, um joy-stick Gravis e uma placaRasterOps MediaTime 2,que dá saída dos filmes doMac para o telão. O artis-ta responsável pela insta-lação A Pele da Imagem éJosé Wagner Garcia, e oprogramador e designerda interface, o conselheirodesta humilde revista, CaioBarra Costa.

MAIS MAC CLONESPouco a pouco, a Applevai deixando vazar deta-lhes sobre os clones deMacintosh, previstos paraentrar no mercado a partirdo segundo semestre de

1995. A idéia é produzircerca de 300 mil unidadesno primeiro ano, atravésdo licenciamento de nãomais que seis empresasque poderão comercializarseus clones em todo omundo – inclusive no mer-cado americano.Ainda não foi confirmadonenhum dos possíveislicenciados, mas entre asempresas com as quais aApple tem mantido nego-ciações estão alguns pe-sos-pesados da indústriade informática e eletroele-trônica mundial, comoOlivetti, Pioneer, Toshiba eGoldstar. Em recente pas-sagem pelo Brasil, algunsexecutivos da Apple fize-ram uma breve visita afábricas de computadoresem Manaus, entre elas aMonydata. Procurada pelaMACMANIA, a Monydatanão confirmou a visita.Apesar de a Apple estaraberta ao licenciamentoda produção de Macs comchip 680x0, a maioria dos

fabricantes está interessa-da mesmo é em produzirPower Macs. Em uma pri-meira fase do licenciamen-to, os fabricantes de clonesserão apenas “montado-ras” de Macintoshes e osclones serão réplicas idên-ticas aos modelos Apple.Quando a Apple lançar oSystem 8 (codinome Cop-land), seus licenciados te-rão uma liberdade maiorpara desenvolver modelosoriginais, já que o sistemaoperacional não será tãointrinsecamente ligado aohardware quanto o atual.

NOVO SISTEMAJá que a briga a partir deagora – com outros empre-sas habilitadas a produzirclones de Macs – será umabriga de sistema operacio-nal contra sistema operacio-nal; e já que seria meioidiota tentar vender um sis-tema chamado “sistema”,por que não arranjar umanova e bela embalagem pa-ra o velho e bom System 7?Um novo logo, um novonome, um novo conceitoem Macintosh. Pode irabanando o lencinho: oSystem 7.5 será o último ater esse nome. O próximosistema operacional doMacintosh será conhecidocomo MAC OS, um nomemuito mais vendável, mui-to mais multiplataforma. É preciso mudar para queas coisas continuem asmesmas.E falando do System 7.5,ele já está à venda, nosEUA, por US$ 134,99, emCD-ROM e disquetes.Quem comprou o System7.1 Personal Upgrade Kitentre junho e setembro temo direito de adquirir oupgrade para o 7.5 porapenas US$ 39,00. A datamais provável para o Ian-Qualquer mongo era capaz de pilotar esta arte-virtual-multimídia-interativa

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MAC MANIA

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çamento da versão em por-tuguês (também em disque-te e CD-ROM) é janeiro de95. Por enquanto, nem opreço nem a política deupgrade estão definidos.

NOVO SISTEMA IIO System 8 (ou Copland ouMac OS 1.0, você decide) jácomeça a mostrar sua cara.E, para deleite da rapazia-da, mostra que vai colocaro tal Windows 95 (ouChicago ou Windows 4.0,você que sabe) no chinelo.Uma das maiores manca-das de interface do Macserá resolvida afinal. O fato de a metáfora para eje-tar disquete ser a mesmautilizada para deletar umarquivo – jogar no lixo –sempre incomodou muitagente. No novo sistema,toda vez que você clicar em um disquete (ou Sy-Quest, ou CD-ROM), a latade lixo vai se transformarem um ícone de saída(ainda não definido. Quetal uma porta?). Aliás, íco-nes transformers (que mu-dam de acordo com deter-minada ação) devem ser anova tendência de verãoentre os programadores.A idéia de pegar as exten-sions e programinhas maispopulares no mercado eincorporá-los ao sistemaparece que pegou. Comono CopyDoubler, o novoFinder vai permitir copiarvários arquivos ao mesmotempo. Como no Now Utili-ties 5.0, clicar ou arrastaralgo para um folder abrirá

um submenu dos foldersque estão dentro dele.A customização do Finderserá levada a extremos.Com o Control Panel Appea-rance Manager, o System8 incorporará de vez oClickChange (ver MAC-MANIA #1), permitindoque o usuário escolhacores e padrões de jane-las, barras, botões e asfontes dos menus e janelas.Mas nem tudo é purpurina.O novo sistema dá gran-des passos na direção deuma computação centradaem documentos e não emprogramas, incorporandovários elementos da Open-Doc. Como esse é um as-sunto que dá pano paramanga, aguarde matériaem uma próxima edição.

DTV PARA AS MASSASDuas novidades na áreado Desktop Video vãodeixar os videomakers comcoceiras no bolso. A pri-

POWERMEGALOMANIASe você achava que oPower Mac estava andan-do devagar demais, pre-pare-se. A YARC lançouuma placa de aceleraçãoque pode colocar até 12chips PowerPC rodandoem paralelo em um PowerMacintosh. O sistema édirecionado para quemtrabalha com rendering eanimação 3D.São três placas diferentes:a Zuma-SE, com um chip, aO-2, com dois, e a HYDRA,com quatro, que podem serencaixadas nos slots NuBusde um Power Mac ou deum Quadra. Segundo ofabricante, um Power Mac8100 envenenado com trêsHYDRAS dá pau em esta-ções Silicon Graphics.

As placas são controladaspor um sistema opera-cional, chamado NewNIX,compatível com o System7.5 e orientado para tra-balhar com sistemas multi-CPU e de processamentoem paralelo. A plaquinhamenor, a Zuma-SE, tem opreço sugerido de US$1.495. O primeiro progra-ma a tirar proveito dessamegalomaníaca capacida-de de processamento é oSHADE III, da japonesaExpression Tools.

POWERCURTAS• Finalmente chega ao mer-cado americano a PowerMacintosh AV Card (US$479/EUA, a placa quetransforma o Power Mac6100 em um 6100 AV.

• Desde setembro, todas asconfigurações standard dePower Macs estão vindocom hard disks de, no míni-mo, 250 Mb, indo até 1gigabyte. Importante: nosEUA, apesar do aumentoda capacidade, os preçoscontinuam os mesmos dasconfigurações anteriores.Alguns modelos que já ti-nham discos com 250 Mbou mais, até tiveram seuspreços reduzidos.• A DayStar Digital vaicomeçar a vender a partirdo inicio de 95, placas deupgrades para chip Power-PC 601 para todos os Macs II. A placa de upgra-de da Apple para o Qua-dra 605/Performa 630será vendida nos EUA porUS$ 599.

meira é o lançamento daplaca Spigot Power AV, daSuperMac. Ela foi projeta-da para ser adicionadaem um dos slots NuBus dosmodelos Quadra AV e nosPower Mac 7100AV e8100AV. A placa cuidaapenas da parte de com-pressão, aproveitando ocircuito AV do Mac para otrabalho de digitalização.O sistema de compressão,baseado em JPEG, permitecapturar imagens 24 bitspor pixel e reproduzi-lascom resolução 640x480,full-screen, full-motion, aaté 60 campos por segun-do, ainda rodando sob oQuickTime 1.6. O melhor: opreço. São apenas US$ 999(EUA) no preço de lista.Novidade número 2: oAdobe Premiere 4.0 paraPower Mac (US$ 795/EUA. O principal avançoda nova versão é a funçãoPreview em tempo real,sem maiores delongas com

renderizações, mesmo uti-lizando projetos com filtrose efeitos. A Adobe já estádistribuindo o programacom o QuickTime 2.0, ob-tendo um efeito multiplica-dor das qualidades do seusoftware. Como já foi dito(MACMANIA #4 e #6), anova versão do QuickTimepermite a captura e repro-dução de clipes de vídeocom mais do dobro daqualidade, resolução evelocidade obtidas com aversão anterior, mesmo emmáquinas 680x0. Isso semfalar nos novos recursosMIDI e MPEG.Juntando essas duas novi-dades (cerca de US$10.000, incluindo monitorde 17" e HD externo de 1ou 2 gigas, você tem umsistema que dá conta detarefas de pós-produçãoem vídeo em nível semipro-fissional, algo que, hápouco tempo, custaria pelomenos dez vezes mais.

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MAC MANIA

POWERMACMANIA

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Ler ao som de Also Sprach Zaratustra,de Richard Strauss.

Desde os primórdios, o homem sem-pre tentou recriar a realidade tridi-mensional nos limites do espaço bidi-mensional de uma parede de caver-na, um pergaminho ou uma tela. Aoesculpir rochas, ele conseguiu criarobjetos tridimensionais. Com ainvenção da fotografia e da ilumina-ção artificial, ele obteve um ótimomeio de representar uma cena exis-tente. Os computadores tornarampossível a visualização de cenas ima-ginárias com realismo fotográfico.Desenvolvida originalmente – comotantas outras tecnologias – para finsmilitares, a computação gráfica tem

atualmente, nestes dias pós-GuerraFria, a milionária indústria de entre-tenimento (leia-se Hollywood), comoprincipal fonte de renda para desen-volvimento e pesquisa. Imagens tridi-mensionais geradas em computadorsão hoje em dia elementos intrínse-cos da linguagem do cinema, dapublicidade e – obviamente – dosvideogames.Depois dessa introdução, você deveestar se perguntando, “O que eu,que não entendo patavina de Unix,não tenho milhares de dólares pa-ra gastar em software e hardware,nem trabalho na Rede Globo, estou

TUDO O QUE VOCÊ QUERIA SABER SOBRE

E NÃO TINHA PARA QUEM PERGUNTAR

Muti

3D

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fazendo aqui, lendo esta matéria?”Bem... nos últimos anos, uma grandequantidade de softwares 3D para oMac foi criada e aperfeiçoada, pos-sibilitando resultados, em algunscasos, comparáveis aos dos aplicati-vos para Unix. O detalhe chato eraque na hora de renderar (processaros dados que descrevem uma cenapara produzir a imagem final) aPower Station da Silicon tomava seishoras, enquanto o Macintosh IIcicontinua tentando até hoje ( táquase)... Com a chegada dos Qua-dras, a situação começou a melho-rar. A produção de imagens tridi-

mensionais para aplicações em mul-timídia e impressos tornou-se viável.O Myst e o The 7th Guest estão aí enão me deixam mentir. Com a chegada dos Power Macs, acoisa ficou séria. Scott Billups, daViz-Net, em Santa Monica, Califór-nia, diz que prefere trabalhar no seuPower Mac rodando o Electric ImageAnimation System a uma de suasworkstations Silicon Graphics demais de US$ 30 mil, rodando soft-wares de animação de mais de US$200 mil. “Renderar com o ElectricImage em PowerPC é tão rápidoquanto renderar em Silicon, às ve-

zes mais rápido”, afirma Billups.Por que o chip PowerPC influi tantona performance de aplicativos 3D?Dependendo do modelo, a velocida-de do processador de um Power Macé de 2 a 5 vezes maior que a de umQuadra 840AV. A velocidade dovídeo onboard é aproximadamente30% maior. Já o processamento decálculos de ponto flutuante (floatingpoint) chega a ser dez vezes maisrápido do que no Quadra. A veloci-dade da renderação 3D, que depen-de de milhões de cálculos geomé-tricos, é diretamente proporcionalà performance de ponto flutuante. Ilu

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(NÃO ERA UM MODELO AV) ~

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MAC MANIA

3D PASSO A PASSO

ModelagemCriar um modelo é o primeiro passode uma ilustração 3D. Muitos progra-mas incluem objetos simples ou “pri-mitivos”, como cubos, esferas, planose cones. Todos os aplicativos demodelagem oferecem as funçõesbásicas de extrusão e torno. Modela-dores mais completos oferecem fun-ções mais complexas, como ediçãode vértice, edição de spline (linhavetorial semelhante a de programascomo FreeHand e Illustrator), extrusãoe beveling de fontes, lofting, skinning,extrusão ao longo de um caminhoeditável e operações booleanas.Para a visualização dos modelosenquanto são construídos, empre-gam-se formas simples de rendera-ção como wireframe (linhas entrela-çadas que definem os polígonos queformam a estrutura), Z-buffer ouGouraud. A técnica Z-buffer preen-che de cor os planos delineados pelowireframe, enquanto o GouraudShading suaviza as arestas dos polí-gonos. Qualquer um destes métodoscostuma demorar frações de segundopara ser calculado e aparecer na

tela. É comum a presença de quatropontos de vista simultâneos (de fren-te, de lado, de cima e em perspecti-va) para um bom feedback da situa-ção real do modelo no espaço.

TexturizaçãoA próxima etapa na construção deum objeto 3D é atribuir as caracterís-ticas de sua superfície. Quase todosos programas permitem o controleda reflexividade e da transparênciade um objeto. Alterando estes parâ-metros, pode-se fazer uma superfícieparecer mais com metal, vidro ouplástico. Para superfícies mais espe-cíficas, existem diversos métodos deaplicar textura. Mapas de texturasão imagens bidimensionais posicio-nadas na superfície de um objeto,como se estivessem embrulhando-o.Outra maneira de adicionar texturasinteressantes é utilizar texturas pro-cedurais, que são baseadas emalgoritmos e geradas pelo computa-dor. Texturas procedurais raramenteparecem tão reais como os mapasde textura, mas são mais convenien-tes e fáceis de usar. Se o objeto a sercriado tiver uma superfície enruga-

da, como uma laranja, será neces-sário o uso de um bump map. Bumpmap é um tipo de mapa de texturaque usa a informação bidimensionalpara determinar o modo como a luzref lete na super f ície, criandopadrões de luz e sombra que simu-lam rugas, rachaduras, bossas ouincisões. Existe uma versão procedu-ral do bump map, que como nastexturas procedurais, é gerada pelocomputador. Este processo é chama-do de deslocamento procedural desuperfície e, neste caso, oferecemais realismo: enquanto um bumpmap meramente altera a aparênciada superfície, um deslocamento pro-cedural, além da superfície, altera ocontorno do objeto. Há ainda umoutro tipo de mapa de textura, omapa de reflexão, que usa umaimagem PICT ou TIFF para simular areflexão de uma cena ambiental nasuperfície do modelo, dando maisrealismo à imagem.

IluminaçãoO papel da iluminação na criaçãode uma cena 3D tem importânciaigual ao desempenhado por ela nomundo analógico da fotografia. Denada adianta um belo modelo, umabela direção de arte e uma excelentecâmera, se a iluminação não estiverà altura. Os programas costumamoferecer a possibilidade de se utilizarvárias fontes de luz, que podem sercoloridas a gosto. Existem quatrotipos básicos de luz:

Luz ambiente: no mundo real, é aluz que reflete de outros objetos.Superfícies que não recebem luzdireta são suavemente iluminadaspela luz ambiente. No computador,um efeito semelhante é conseguidoatravés do uso de uma fonte de luzambiente, que é uma luz não-dire-cional que ilumina por igual todas assuperfícies dos objetos em uma cena.

Luz distante: é semelhante à luzsolar. Ela brilha em uma direçãodefinida de uma fonte infinitamentedistante, sempre iluminando uma

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Estes são alguns dos recursos básicos damodelagem em três dimensões, que podem serencontrados em diversos programas.

Estes são alguns dos recursos básicos damodelagem em três dimensões, que podem serencontrados em diversos programas.

Extrusão - uma face de um polígono é “esticada” emum sentido, dando volume ao objeto.

Operações Booleanas - são três: união (ou soma),diferença (ou subtração) e intersecção. O exempo aqui éo da diferença. Um objeto que intersecciona outro é “sub-traído” do segundo, abrindo um buraco no espaço queocupava antes. Os dois poderiam também ser unidos, for-mando um objeto único, ou poderia se criar outro sólido apartir do volume formado pela intersecção de ambos.

Rotação - desenha-se uma spline (linha vetorial) quedetermine a metade do contorno do objeto desejado;então gira-se a mesma curva em torno de um eixo deter-minado, criando um sólido de corte circular, como umcopo, uma taça ou essa proposta de chapéu.

Lofting - criam-se duas ou mais curvas que representemos cortes transversais do objeto desejado; aí interligam-seessas curvas em um sólido único. Para fazer barcos, é oque há.

Tubo - é um processo semelhante ao lofting, só que umacurva é usada como trajetória, na qual as seções a sereminterligadas são “penduradas”. Dá para fazer objetoscomplexos como esse cone em espiral.

Edição de vértices - os programas de modelagemcostumam trazer objetos básicos prontos, os chamados“primitivos” (cubos, esferas, cones, planos). Pode-se com-por novos objetos movendo os pontos desses primitivos,individualmente ou em grupos. Pode-se também desenharos polígonos vértice a vértice, como se fazia nos primeirosmodeladores.

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MAC MANIA

superfície com a mesma intensidade,não importando a distância desta emrelação à luz.

Ponto de luz ou luz esférica:é uma bola que irradia luz igual-mente para todas as direções, comouma lâmpada. Essa luz ilumina assuperfícies que estão voltadas paraela. Este tipo de luz pode ser afetadopela distância entre a fonte e asuperfície iluminada.

Spotlight: é como o ponto de luz,só que ao invés de irradiar luz emtodas as direções, ela só irradiaatravés de um cone cujo ângulo deabertura é controlado pelo usuário,como em um holofote direcional.As luzes d i ferenc iadas ac imapodem criar sombras ao passarpor um objeto (com a exceçãoóbvia da luz ambiente), mas issodepende da maneira como a cenaserá renderada.

CâmeraO uso simultâneo de várias câmerasé útil para a organização e o posi-cionamento dos objetos que com-põem uma cena. A maioria dos pro-gramas oferece esta possibilidade.Uma dessas câmeras deverá serescolhida como ponto de vista defini-tivo, que será por sua vez renderado.Como no mundo real, o ângulo dalente e a distância da câmera deter-minam como as imagens serão dis-torcidas pela perspectiva.

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MAC MANIA

AnimaçãoA base da animação 3D é por key-frame, onde são atribuídas posiçõeschave para os elementos no decorrerde um determinado número de qua-dros, e o computador calcula asposições intermediárias. Até algunsprogramas dedicados a modelagemoferecem isso. Animadores maiscompletos oferecem o controle detodos os elementos de uma cena aolongo do tempo, incluindo aí ascâmeras e as luzes. A simulação rea-lista de fenômenos físicos, como ace-leração e impacto, é encontrada emalguns programas, assim como omorphing, que é a transformaçãosimultânea da forma e da textura deum modelo.

Renderação Renderação é o processo em que ocomputador, a partir do ponto devista determinado por uma câme-ra, calcula a interação das carac-terísticas atribuídas às superfíciesdos objetos (cor, texturas, transpa-rência e reflexividade) com a ilumi-nação, determinando o resultadofinal em uma imagem de resoluçãoalta o suficiente para o veículo emque ela será usada ( imprensa,vídeo, cinema).Artistas usam geralmente técnicas derenderação rápidas, mas de baixaqualidade como as já citadas wire-frame, Gouraud e Z-buffer paraexperimentar uma cena antes desubmeter o Mac à árdua tarefa derenderar com qualidade final.Phong shading é o modo de rende-ração mais comum para imagensfinais e é encontrado em quase todosos aplicativos 3D. Este método per-

mite sombras,mapas de refle-xão, transparên-cia e texturas.A tecnologiamais avançadade renderaçãooferecida porvários progra-

mas é o ray tracing, que pode preci-samente simular refratividade, refle-xividade real (semnecessitar de ma-pas de reflexão),sombras, transpa-rências e outrosefeitos de luz.No ray tracing, oprograma calculacomo cada raiode luz interagecom uma superfí-cie ref let iva emuma cena. Alémdisso, ele calcula como os raiosdobram-se ao mudar de um meiotransparente para outro. O ray tra-cing dará a um lápis em um copo

d‘água, por exemplo, uma aparên-cia realística de disjunção. É claroque, quanto maisluzes, transparên-cias e superfíciesref let ivas umacena tiver, maistempo ela vaidemorar para serrenderada. Raytracing não servepara os impacien-tes. Uma cenamuito complexarenderada desta

maneira pode levar horas ou atémesmo dias para ser feita.Outro método altamente sofisticadode renderação é o RenderMan, daPixar. Para renderar uma cenausando o RenderMan, o programatem que ser compatível com o for-mato RIB (RenderMan InterfaceBytestream). Apesar de obter resulta-dos excelentes, este talvez seja ométodo de renderação mais lento de

todos. As soluções de network ren-dering (divisão da renderação pormúltiplas estações ligadas em rede)tornam mais viável o uso do Render-

Man no Mac. Umaoutra solução é sal-var a animação emRIB e mandar rende-rar em uma worksta-tion mais poderosa,como uma Onyx, daSGI. O RenderManfoi o software usadopara renderar osdinossauros de Ju-rassic Park, de Ste-ven Spielberg, e o

cyborg do Terminator 2, de JamesCameron, entre outras bobagens.

Phong Shading

Gouraud

Wire-Frame

RENDER, RENDERAR, RENDERIZAR?A língua, já foi dito antes, é uma coisa viva e flexí-vel. Como não chegamos a uma conclusão de comotraduzir o termo rendering, decidimos respeitar aopção do autor da matéria. E você, o que acha?Cartas para a redação.

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OS PROGRAMASExistem hoje no mercado dezenas deaplicativos 3D para o Mac com pre-ços variando de US$ 199, como oAdobe Dimensions, a US$ 7.495, nocaso do Electric Image AnimationSystem, sendo que o preço nem sem-pre é um bom indicador da qualida-de dos programas. É claro que cadaprograma propõe-se a cumprir umdeterminado papel. Existem progra-mas exclusivamente fei tos paramodelagem, programas de rendera-ção e programas de animação.Existem ainda aplicativos exclusiva-mente dedicados a dar profundida-de a tipos.A situação torna-se ainda mais com-plexa quando levamos em conta quealguns programas oferecem modela-gem e renderação, mas não anima-ção. Outros combinam renderaçãocom animação, mas sem modela-gem. Alguns clamam executar ostrês, enquanto outros prometemníveis de performance altos o sufi-ciente para terminar o trabalhoainda nesta semana… A seguir, umavisão geral das soluções existentesno mercado, em ordem alfabética.

Alias Sketch! 2.0O modelador spline-based,baseado na tecnologiaNURBS, é ótimo para a cons-

trução de formas orgânicas suaves.Sketch! mantém relações intervertex.Quando um vértice é deslocado, osvértices que estão conectados a elesão defletidos de acordo, dando umasensação de “massinha”.A qualidade do ray tracing doSketch! é excelente, e isso se explicapelo fato de seus algoritmos serem

portados diretamente dos produtosda Alias para estações de trabalhohigh-end. Sua performance, agoraque ele já está nativo para PowerMac, é bastante boa, renderando porray tracing uma imagem de médiacomplexidade de 480x640 pixelsem 10 minutos. Sketch! não faz ani-mação. Sua interface meio esquisitadificulta a aprendizagem, mas a boadocumentação ajuda.

Electric Image Animation System 2.0

O Electric Image não temmodelador, custa US$

7.495,00 e tem dongle (trava físicaque permite a utilização de apenasuma cópia). Só que em matéria de

animação, eles i m p l e s m e n t edomina. Ele po-de deformar ob-jetos importados,dob rando -o s ,i n c h a n d o - o s ,ondulando-os,est icando-os eenvolvendo-osem envelopesBézier ao longodo tempo. Mr.

Nitro, o primeiro efeito plug-in cria-do para a nova arquitetura de plug-ins do ElectricImage, serve para criarexplosões em dois tempos, altamenterealistas, sensíveis à gravidade,resistência do ar e outras forças.Como a força e a velocidade daexplosão são controláveis, é possívelsimular vento e outros fenômenosmenos violentos. Por falar em explo-são, a cena do Terminator 2 em queLos Angeles é destruída por umabomba nuclear foi totalmente execu-tada no Electric Image. Sua fita de-mo era orgulhosamente exibida naSiggraph 94, sem fazer feio ao ladodos stands da Alias ou da SoftImage.Se alguém falar que tem um progra-ma de animação 3D para Macmelhor que o Electric, estará mentin-do. É o Photoshop do 3D: inquestio-nável. Mas até quando? A esperadaversão nativa para PowerPC ainda ébeta. Sua performance de rendera-ção Phong, que era em média dezvezes maior do que a concorrência,está equiparada, senão menor, à dosaplicativos que já estão nativos. Pro-gramas como o Strata StudioProestão se tornando cada vez maispoderosos, custando apenas umafração do preço do Electric Image.

Ray Tracing

O Electric Image literalmente arrebenta com tudo quando o assunto é animação

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OS PROGRAMAS

NO TRABALHO E EM CASA ~

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ELROSE: C

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EXPLÍCITA

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Mas no momento, é a solução paraprodutoras de comerciais e emisso-ras de TV que podem ter nele umaboa alternativa (principalmentequando sair a versão Power) para assoluções high-end, que custam deze-nas de vezes mais.

Form•Z 2.1.2Esta versão do Form•Zintegra o modelador desólidos, que ele era origi-

nalmente, com um novo modeladorde superfícies. Todos os modeladorescomentados neste artigo são modela-dores de superfície, uma vez queseus objetos são definidos pela suacasca e não pelo seu conteúdo. Parafazer um quarto, por exemplo énecessário juntar paredes e lajes,num processo aditivo.Um modelador sólido pode escavarsólidos ou juntar pedaços formandoum novo objeto. Arquitetos e enge-nheiros, às vezes, preferem criarquartos ou outros espaços subtraindovolumes de uma estrutura sólida. Ummodelador sólido precisa de apenastrês ferramentas básicas para escul-pir sólidos: adição, para soldar obje-tos; subtração, para escavar umobjeto de outro; e interseção, para

criar um objeto formado pelo volumecomum de dois sólidos. Por outrolado, modeladores de superfície sãomelhores para criar objetos de formaorgânica. Ao permitir a transforma-ção de superfícies em objetos,Form•Z junta o melhor dos dois mun-dos, justificando a fama de modela-dor mais poderoso para o Mac. Suacapacidade de renderação é limita-da, o que torna necessária a compa-nhia de um renderador e animadorseparados. Mesmo nativo, o Previewé um pouco lento, a interface é difícile feia (parece programa de CADpara Windows, apesar de só existirpara Mac) e faz uso do dongle.

Infini-D 2.6O primeiro aplicativo 3D avirar nativo inclui tudo –modelagem, renderação e

animação – em um pacote compreço bem atrativo. Como se poderiaesperar, ele não é totalmente comple-to em nenhuma dessas tarefas, masresolve o caso de um usuário 3Deventual. Sua interface é bem intuiti-va e seu método para aplicar textu-ras é ótimo, permitindo o uso devárias delas em camadas sobrepos-tas sobre um mesmo objeto.

Macromodel 1.5 eMacromediaThree-D 1.2

O Macromodel é um mode-lador de mão cheia. O pro-grama não faz animação e oseu rendering é bom apenas

para Preview. Mas suas capacidadesde modelagem justificam o temponecessário (nada curto) para seacostumar com seu método diferentede trabalho. O programa permiteque os modelos sejam editados emvários níveis de complexidade. Emum nível, pode-se apenas esticar ouachatar os objetos. Em outro maisprofundo, é possível editar os vérti-ces individualmente. Em um nívelintermediário, é possível dobrar, tor-cer ou refilar o objeto ou parte dele,o que possibilita criar boas formaspara serem animadas posteriormen-te. O problema é que o caminho ésó de ida: quando se muda um obje-to para um nível mais complexo, elenão pode mais voltar a ter umaestrutura mais simples, mais conve-niente para alguns tipos de edição. Como o seu irmão mais novo (ouseria mais velho?), o Swivel 3D, quesempre foi o programa 3D para oresto de nós (apesar de limitado, ouaté por isso mesmo, ele semprerodou suavemente em qualquer Mac68020/30), o Macromodel tem fer-ramentas para linkar objetos devárias maneiras mecanicamente cor-retas. Estes links são hierárquicos, ouseja: quando move-se o objeto“pai”, o “filho” move de acordo como tipo de link atribuído a ele.A Macromedia oferece também umexcelente programa de renderação eanimação, o Macromedia Three-D.Suas capacidades de animação sãoúnicas, oferecendo um controle qua-dro a quadro sobre todos os parâ-metros de um objeto individualmentee independentemente ao longo dotempo. Esses parâmetros podem sera cor, a textura, a reflexividade, atransparência, a posição, o fator deescala de um mapa de textura, aintensidade de um bump map, entreoutros. Imagine tudo isso se transfor-O Ray Dream é o sonho de qualquer ilustrador; pena que não faça animação

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mando independentemente... Paraanimação, somente o ElectricImagesupera-o, mesmo assim deixandoalgumas coisinhas a dever. Sua ren-deração Phong é de excelente quali-dade. Mas, ao contrário do Macro-model, superpromovido e em versãonativa, o Three-D foi deixado delado pela Macromedia, sei lá porque cargas d’água. Já faz mais deum ano que ele não ganha umupgrade, para a fúria de usuáriosque (como eu) desembolsaram maisde mil dólares no produto. Na últimaMacworld, em Boston, a Macro-media disse estar planejando inte-grar os dois produtos em um únicopacote. Só espero que o preço doupgrade seja suave...

PixelPutty Solo 1.0 eShowplace 2.1

Por US$ 349, este modela-dor oferece modelagem

NURBS e spline-based, com requintescomo torção e deformação spline-based e operações booleanas quemantêm a estrutura spline do objeto,sem transformá-lo em polígonos. As deformações são baseadas noprincípio da dinâmica dos fluidos:

quando um vértice é movido, os vizi-nhos deslocam-se coerentementecom a elasticicidade do material. Taisfunções costumam ser encontradasapenas em modeladores high-endís-simos. Além disso, o PixelPutty étotalmente compatível com o Render-Man. A Valis Group, que fabrica osoftware, é velha parceira da Pixar,fornecendo coleções de Shaders eLooks (atributos de superfície para oRenderMan) a algum tempo. O pró-prio PixelPutty era originalmente umplug-in do Showplace. Este é umaplicativo da Pixar para o Mac queserve de ponte para o RenderMan:nele importa-se objetos, que rece-bem texturas ou looks, atribui-se ailuminação e salva-se em RIB, prontopara ser renderado pelo RenderMan.Sua interface é ótima: gráfica e intui-tiva. O contrário ocorre no Pixel-Putty: é a única interface no Macin-tosh, que me vem à cabeça, que nãofaz uso de um ícone sequer: mesmoas janelas de ferramentas são total-mente baseadas em texto.

Ray Dream Designer 3.1.1O Ray Dream é dirigido espe-cificamente para ilustradores.

O StudioPro faz de tudo: modela, rendera e anima. Só não dá beijo na boca

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TABELÃO

Ele modela, rendera, mas não fazanimação. Suas ferramentas demodelagem são altamente intuitivas,sem deixar de ser poderosas. Seucontrole de curvas spline é excelentepara criar formas orgânicas. O seusweeping é ótimo, oferecendo a pos-sibilidade de criar espirais automati-camente. Qualquer forma pode serenvelopada e distorcida, simétrica ouassimetricamente, alterando as cur-vas Bézier que delimitam o envelope. A aplicação de texturas é o pontoalto do programa. Você pode dese-nhar uma forma qualquer em 2D,usando as ferramentas tradicionais,e “grudar” essa forma no objeto.Uma vez grudada, você pode arras-tá-la com o mouse em torno do obje-to até achar a posição ideal e, então,aplicar uma textura nela. Um mesmoobjeto pode ter inúmeras texturas,aplicadas dessa maneira, que sãodispostas em camadas. É um concei-

to maravilhoso, mas que precisa sermelhor implementado: quando umobjeto tem muitas texturas sobre-postas, a seleção de uma delas ficameio difícil, além de ser um poucolento demais o arraste das áreas detextura em vol ta de um objeto.Quanto às texturas em si, outracoisa bonita: é possível comporproceduralmente diversas texturas.Por exemplo, você pode criar, atra-vés de um algoritmo que descreveuma interação simulando madeira(onde você normalmente controla acor, o grau de distorção e o tama-nho das estrias), uma textura emque as estrias claras sejam um már-more procedural e as escuras sejamum mapa de textura escaneado deareia. Eu não recomendo a misturadeste exemplo, mas as possibilida-des são infinitas. A renderação Phong está rapidíssi-ma, possibilitando seu uso como

Preview (de cenas simples, é claro),e o ray tracing é de boa qualidade,podendo ser salvo no formato nativodo Photoshop, já com alpha channelpara futura composição. Em versõesanteriores, onde o programa eradividido em dois módulos, era possí-vel interromper uma renderação nomeio do processo, salvá-lo e depoisrecomeçar do ponto em que parou.Uma coisa linda, que deveria seradotada por todos, mas que nãoexiste mais nesta versão. Vai enten-der... Por US$ 295,00, o programaé uma pechincha.

Sculpt 4.0Um dos últimos a ficar nativo paraPower Mac, o Sculpt (Byte by Byte)é uma solução completa que podeser comprada modularmente. OSculpter, que custa US$ 1.995,00,só inclui modelagem. É completo,contendo todas as funções sofisti-

Alias Sketch! EletricImage A.S. Form-Z Infini-D MacromodelVERSÃO 2.0 1.5 2.1.2 2.6 1.5EMPRESA Alias Research EletricImage Autodessys Specular International MacromediaTelefone de revenda 416/362-9181 818/577-1627 614/488-9777 413/549-7600 415/442-0200Preço US$/EUA 995,00 7.495,00 1.495,00 995,00 1.495,00Versão Nativa PowerPC • •• • • •MODELAGEMEdição de vértices • •• • •• •Edição de Splines • •• • •• •Skinning / Lofting •• •• • •• •Sweeping e Extrusãoao longo de um caminho • •• •• •• •Operações Booleanas •• •• • •• ••Importação de umoutline EPS • • •• • ••RENDERAÇÃOPhong • • • • •Ray Tracing • •• •• • ••Mapas de textura • • •• • Somente em conjuntoTexturas procedurais •• •• •• • com o RenderManANIMAÇÃOKeyframe •• • •• • ••Morphing •• • •• • ••

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cadas, como operações boolea-nas, spline/vertex editing e lofting.Além disso, possibilita a transfor-mação de imagens b i tmap emsuperfícies tridimensionais plana-res, esféricas ou cilíndricas atravésde uma função, chamada 3DImagemesh generator.O Sculpt 3D, de US$ 2.995,00,inclui renderação, que por sinal ébastante rápida segundo fontes (eunão testei a performance pessoal-mente). Por US$ 3.995,00 o Sculpt4D inclui animação, que além dasfunções esperadas, como morph econ t ro le quadro a quadro devários canais, apresenta controlesespecíficos, como o do foco dalente de uma câmera ao longo dotempo. Apesar de ter se tornadomais amigável nesta versão, suainterface ainda é difícil de pegar eele utiliza o dongle de proteçãocontra cópias.

Strata StudioPro 1.1StudioPro (US$1.495) é umpacote completo: modela,rendera e anima. Seu mode-

lador, além das coisas básicas, pos-sui um módulo chamado 3D Sculptor,onde é possível editar os vértices deobjetos gerados no programa, criarnovos vértices e deformar as arestasusando controles spline-based.É possível apli-car mapas detextura para osmais diversosaspectos, comore f lex iv idade,transparência eemi s s i v idade .Além dos méto-dos comuns derenderação, queestão animado-ramente rápidos

nesta versão nativa, o StudioProapresenta duas alternativas interes-santes: no Ray Painting, a cena rece-be um “toque” artístico quando ren-derada, simulando pinceladas aóleo, aquarela, Van Gogh, Seurat eoutras opções ridículas. Pode pare-cer deja-vu, já que tem uma pá defiltros para Photoshop e efeitos doPainter que parecem fazer a mesmacoisa, mas olhando com mais aten-

Ray Painting

Macromedia Three-D PixelPutty Solo Showplace Ray Dream Designer Sculpt 3D Strata StudioPro Typestry 1.2 1.0 2.1 3.1.1 4.0 1.1 2.1

Macromedia The Valis Group Pixar Ray Dream Byte by Byte Strata Pixar415/442-0200 415/435-5404 510/236-4000 415/960-0765 512/795-0150 801/628-5218 510/236-4000

1.495,00 349,00 695,00 295,00 2.995,00 1.495,00 299,00

•• •• •• • • • ••• • •• •• • • •••• • •• • • • •••• • •• • • • •••• • •• • • • •••• • •• • •• •• •••• • •• • •• • •• • •• • • • •Eq.proprietários•• •• Algoritmo proprietário • • • •(RenderMan)• Somente em conjunto • • • • ••• com o RenderMan • • • • •• •• •• •• • • •• •• •• •• • Com expansão ••

• Tem •• Não Tem

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3D PARA QUEM CHEGOU AGORAEstes são os programas para designerse ilustradores que vivem chapados nomundo 2D, mas querem dar umazinhana terceira dimensão, sem ter queenfiar a cara nos manuais e quebrar acabeça tentando dominar as manhas eos mistérios que lá habitam.

No Typestry 2.1, da Pixar, oindivíduo pega uma palavrabatida em qualquer fonte ouum outl ine impor tado do

Illustrator ou FreeHand e opta por uma

das várias maneiras que o programaoferece para jogá-los no espaço 3D,como extrusão, tubos (onde os outlinesviram tubos como em displays neon),ou Rubber Sheets, onde é possível gru-dar o objeto em bandeiras, esferas oucírculos. Nas extrusões, é possívelescolher entre 5 estilos de bevel (chan-fro), sendo todos editáveis e salváveis.Os objetos são então texturizadosatravés dos looks, que já vem prontos,mas podem ser editados ou compra-

dos em coleções da Pixar ou de outrasempresas, como a Valis Group. Oprograma tem uma capacidade exce-lente de animação, sendo uma boapara quem quer fazer flying logos. Omelhor é que tudo isso é renderado noRenderMan, com sua famosa qualida-de, e por já ser nativo para PowerMac, a performance está bastanteaceitável. Não é de surpreender quemesmo macacos velhos em 3D sejamflagrados fazendo imagens noTypestry (veja a capa desta edição).

O Dimensions, da Adobe, eo addDepth, da Ray Dream,se propõem a pegar outlinesEPS, dar profundidade a

eles e renderar de volta um arquivoEPS totalmente editável no FreeHandou Illustrator. Sua qualidade de rende-ração é limitada pela própria nature-za das imagens vetoriais, que nãopodem conter sutilezas como transpa-rência e texturas fotográficas, mas poroutro lado as imagens podem ser ren-deradas sem se preocupar com a reso-lução final, uma vez que elas podemser ampliadas a gosto sem perda de

qualidade. O addDepth vemcom estilos de extrusão pré-concebidos e aceita direta-mente arquivos do FreeHand.

Já o Dimensions é mais versátil comomodelador e fala melhor com oIllustrator (por razões óbvias), sendoquase uma extensão deste.

ção, percebe-se que as pinceladasseguem a direção das arestas queformam os objetos, fazendo a cenaparecer realmente trabalhada a mão.

A outra curiosi-dade é o Ray-diosity, que é umray tracing leva-do às últimas con-s e q ü ê n c i a s .Efeitos, como acor de um objetobem iluminadoaparecendo de

leve em um objeto vizinho de cormais neutra ou quando a luz refletenuma parede clara que está atrás deum objeto e faz as costas desse obje-

to ser suavemente iluminada, sãocalculados neste método. É claro quepara isso paga-se um preço: a ren-deração por este método é absurda-mente lenta, tornando-se inviávelpara fins produtivos. O própriomanual apresenta este método comoexperimental. Mas é em animação que o progra-ma realmente surpreende. É possívelcontrolar os splines dos caminhospercorridos por objetos, determinan-do como estes se comportam espa-cialmente ao percorrê-los. É possível

O Typestry é barato, fácil de usar, rendera rapidinho e agrada até macaco velho.

Raydiosity

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fazer um objeto quicar no chão.Você pode aplicar uma série de dis-torções físicas aos objetos para criarefeitos especiais, como fazer umobjeto se estilhaçar e aplicar um efei-to gravitacional para os estilhaçosvoarem em todas as direções paradepois cairem no chão. Um plug-in,chamado MultiMorph (US$ 69,00),possibilita morphs diretos ou indire-tos: quando um objeto estoura, seuspedaços mudam de textura enquantoestão no ar e depois se reúnem paraformar um novo objeto.

ConclusãoO mundo 3D está mais acessível,com soluções cada vez mais baratase fáceis de usar. Mas, se você é novona área, não espere sair construindodinossauros e andróides da noitepara o dia. Todos os programas(com a exceção dos limitados aextrusão de tipos) exigem tempo e

esforço para serem dominados. Pro-fissionais de 3D costumam usarvários aplicativos na produção deimagens. Geralmente um paramodelar e outro para animar e ren-derar. Costumo optar por um mode-lador ou renderador de acordo como tipo de objeto que eu quero criar,usando, às vezes, 3 ou 4 aplicativosem um mesmo projeto. Isso sem con-tar com os programas 2D. Muitasvezes, eu começo a modelar noIllustrator, cujas ferramentas de cria-ção de contornos me são tão natu-rais quanto o lápis. A maior partedos modeladores listados importaoutlines EPS (ver tabela). Já noPhotoshop, às vezes, eu gasto maistempo do que nos aplicativos 3D,uma vez que ele é usado para criare editar texturas, corrigir as cores ecompor a cena final. Esta facilidadede integração, aliada a enormegama de ferramentas poderosaspara criação de imagens disponí-

veis, é que faz do Macintosh umaplataforma ótima para a produçãode imagens tridimensionais, chegan-do até a atrair usuários de platafor-mas high-end. Não é a toa que asmáquinas auxiliares de produtoras,como a Industrial Light and Magic ea Digital Domain, são Macs. No Brasil, apesar da relativa aberturacomercial, ainda existe um culto aoPC, fruto da ignorância causada poranos de ditadura e reserva de merca-do. O fanatismo é muitas vezes susten-tado por dogmas inconsistentes e fal-sos, como “o Macintosh é mais caro”ou “é uma arquitetura fechada”. Estareligião oficial se estende aos domí-nios do mundo 3D, onde é adorado osanto 3D Studio, programa daAutodesk de recursos inquestionáveis.Quando você estiver lendo essa maté-ria, ele já deverá ter sido lançadopara Macintosh, em versão nativa.Vamos ver como ele se sai lado a ladocom os produtos aí de cima. ~

À

VENDA

(011)262•0152

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DE,

ontinuando o tema daúlt ima edição, ondevimos como ligar doisMacs em uma rede

LocalTalk, vamos falar hoje de redesEthernet. Em alguns casos – como,por exemplo, quando você trabalhacom arquivos muito grandes ou pre-cisa utilizar a rede constantemente –o LocalTalk não é suficiente. Quem jáprecisou copiar algumas dezenas demegas pela rede LocalTalk sabe doque eu estou falando.Para esses casos, existe a redeEthernet, bem mais rápida e bemmais cara. Em uma rede LocalTalk, avelocidade da rede é de 230.4 Kbps(Kilobits por segundo), já em umarede Ethernet a velocidade da rede éde 10Mbps (Megabits por segundo). Para instalar uma rede Ethernet,você não precisa de nenhum softwa-re além do sistema operacional doMacintosh. Quanto ao hardware,você talvez precise comprar umaplaca ou um transceiver ou ambos.Os Macs que possuem Ethernet nasua configuração de fábrica – comoos Power Macs e os Quadras maispotentes –, precisam necessaria-

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MAC MANIA

BÊ-A-BÁ DO MAC

mente de um transceiver, um adap-tador para o tipo de cabo que vocêvai utilizar na sua rede. Os outrosMacs precisarão de uma placa.Enquanto as placas da Apple neces-sitam de um transceiver para seremconectadas à rede, as outras marcasnormalmente já vêm com conectorespara determinados tipos de cabos.Algumas vêm com conectores paraos três tipos mais comuns de cabos:10Base-5 (thickwire ou cabo gros-so), 10Base-2 (thinwire ou cabofino) e 10Base-T (twisted pair ou partrançado).A distribuição física dos equipamen-tos em uma rede é chamada detopologia. Existem três tipos de topo-logia de rede, cada um apresentan-do vantagens e desvantagens doponto de vista da segurança e docusto de instalação.

DAISY CHAINÉ a rede margarida (ou “rede ondi-nha”, porque os fios de telefone pen-durados atrás das máquinas lem-bram ondas ou pétalas), utilizadanas redes LocalTalk, tanto da Apple,quanto a da Farallon. Sua maiordesvantagem é quanto à segurança.Se um operador pouco cuidadosodesconecta um dos cabos ligados asua máquina, ele pode derrubar arede inteira. Sua principal vantagemé o custo da rede LocalTalk, beminferior ao de uma Ethernet.

BACKBONEEsta topologia evita o problemaanterior, escondendo o cabo princi-pal do operador. Se um micro ligadoà rede é desconectado acidental-mente, ela continuará funcionando.Mas se der problema neste caboprincipal, a rede toda cai. Utilizacabos coaxiais do tipo 10Base-5ou10Base-2, que podem ter até 500metros de comprimento.

STARNesta topologia, cada micro recebeum cabo distinto, que o conecta aum hub (uma espécie de repetidorde sinal que funciona como umacentral de PABX). Desta forma, ficamais fácil detectar um problema emum único ramo da central. Alémdisso, não há problema se o opera-dor desconectar a sua máquina darede. Os outros equipamentos conti-nuam ligados.Um ponto importante nas redes comcabos coaxiais é a necessidade de seinstalar um terminador em cadaponta da rede (pluguesinho que indi-ca o fim da rede). Uma destas pon-tas deve ser necessariamente ligadaa um fio-terra. Atualmente, em umaconfiguração com poucos micros uti-liza-se uma rede com cabos 10Base-2 (thinnet), que tem custo menor ini-cial. Já em uma rede maior, a ten-dência é usar cabos Twisted Pair,que levam a um hub. E os diversoshubs são ligados a um cabo coaxiai.

Oswaldo Bueno

CJogando a rede no Mac2

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DAISY CHAIN

BACKBONE

STAR

HUB

COMO PENDURAR SUA REDE

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Robert Munné (Claris Corp.), Ian Adam e Edwin Estrada (Apple),descontraidamente uniformizados. Os gringos vieram conferir deperto esse fenômeno editorial da tribo Mac abaixo do Equador.

Spacca, Tony e o impagável David Drew Zinggtomando todas e falando muita bobagem.

Os top models da MACMANIA após o desfileda coleção Primavera/Verão no Finnegan’s.

Gente saindo pelo ladrão. Em toda festa daMACMANIA a história se repete.

MACMANíACOSFAZEM A FESTASetembro foi um mês agitadopara a Apple, para o Brasil epara a MACMANIA. COM-DEX, Performas, festas, aulas,eleições, tudo contribuiu paraaumentar o clima de viradaque está contagiando osusuários de Mac do país. AMACMANIA fez marcaçãocerrada sobre o pessoal daApple que esteve de passa-gem por aqui e que voltaramaos EUA levando uma im-pressão bastante peculiarsobre o Brasi l , graças agenerosas doses de uísque ecaipirinha. Conseguimos atébotar uma pizza na conta doMichael Spindler. Quem disseque a Apple não põe dinhei-ro no mercado brasileiro?

Foto: Carlos Xim

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Foto: Carlos Xim

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Foto: Carlos Xim

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Foto: Carlos Xim

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Muito escândalo na hora do sorteio. Teve assi-nante recebendo o prêmio em plena COMDEX.

Verdadeira Escolinha do Prof. Raimundo,nossas aulas lotavam o stand na COMDEX.

Sorte é o que não falta a Rose Meire Maciel:a assinante pé-quente faturou um Apple Power

CD, prêmio patrocinado pela Compugrafia.Maria Byington recebeu seuCricket Presents das mãos de

Cezar Lorenzo, da CA.

Alvaro Faria é o sorridenteganhador do Norton

Essentials for PowerBook.Ricardo de Oliveira agoratem o sistema de seu Mac

em português.

Feliz da vida, KátiaKuwabara ganhou umSuperStar Science CD.

Foto: Carlos Xim

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Foto: Ricardo Teles

Foto: Ricardo Teles

Foto: Clécia de Paula

Foto: Egly Dejulio

Foto: Egly Dejulio

Foto: Heinar M

aracy

Lista de ganhadores:Rose Meire Maciel¢Power CD(Compugrafia)Sandro Roberto de Souza¢Key CadComplete (Max CD)Donizeti Aparecido Oliveira¢BancoFácil (Esferas)Sergio Luis Mendes¢Camiseta(Bookmakers) Sandra Horne¢CA-Cricket Draw III(Computer Associates) Osires Gianetti Júnior¢CA-CricketDraw III (Computer Associates)Alvaro Faria¢The Norton Essentials(Magnasoft)Carlos Eduardo Giachetti¢CD-Beauty and Beast (Devell USA)José Luiz Jimenes Manzano¢BancoFácil (Esferas)Kátia Kuwabara¢CD-SuperStarScience (Devell USA)Ricardo Rodrigues deOliveira¢System 7 em Português(CompuSource)Eduardo W. Martinez¢CD-TreasurePack I (Max CD)Alexandre CoronatoRodrigues¢Banco Fácil (Esferas)Maurício MouraSchuwartzmann¢Claris Works(CompuSource)Maria Amélia de Azevedo¢CA-Cricket Graph III (ComputerAssociates)Stephan Gottlieb¢CA-Cricket GraphIII (Computer Associates)José Ricardo Cereja¢CA-CricketPresents III (Computer Associates)Maria Byington¢CA-Cricket PresentsIII (Computer Associates)Ingrid Turrek¢Camiseta (Bookmakers)

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Retıcul s sem´ angulos

ˆ

POWERBOOK NEM PARA CANTAR ~

~ “100%

PURE LO

VE” – CRISTA

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TERS NÃ

O LA

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SEU

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MAC MANIA

DESKTOP PUBLISHING

Valter Harasaki

a edição anterior, vimos como é que fun-ciona o processo de impressão colorida e os principais cui-dados que devemos tomar para evitarmos moirés. Na ver-dade, o moiré faz parte do processo de impressão tradi-cional. Em todo trabalho corre-se o risco de que ele apare-ça, principalmente devido ao processo e às limitações quea linguagem PostScript possui. Foi esse motivo que fez sur-gir a retícula estocástica.Diferente do processo tradicional, onde as graduações detons são feitas numa “malha” fixa de pontos, cuja variávelé o tamanho dos pontos, a retícula estocástica produz astonalidades utilizando um tamanho fixo de ponto extrema-mente pequeno (equivalente a 1% do ponto de retícula tra-dicional), que se espaceja aleatoriamente. É basicamente omodo dithering que algumas impressoras e softwares(como o Photoshop) produzem em fotos e degradés, só quede um modo mais sofisticado e com pontos muito menores.Desta forma, um dos sonhos no mundo da impressão gráfi-ca, que é conseguir reproduzir uma imagem com umafidelidade fotográfica e tons “contínuos” (o que não erapossível utilizando o processo de reticulagem tradicional),está muito próxima. Essa tecnologia, que já era conhecidahá muitos anos, mas que só começou a funcionar direitocom a chegada dos computadores, já está sendo oferecidano Brasil por algumas empresas.

Suas vantagens são numerosas, como por exemplo:Menos moirés – Como não depende de ângulos, o apa-recimento de moirés é insignificante.Maior gama de cores – Mesmo utilizando as quatrocores convencionais, o espectro de cores representáveis naimpressão é maior. Conversões de cores Pantone, porexemplo, são mais fiéis.Facilidade de registro – As retículas estocásticas per-mitem que uma possível falta de registro entre as coressejam menos perceptíveis.Mais detalhes – Como as imagens são feitas com pon-tos muito pequenos e de tamanho constante, aumenta onível de detalhamento.Arquivos podem ser menores – Como o detalha-mento é maior, é possível trabalhar com arquivos menoressem comprometer o resultado final.Para você ter acesso a essa nova tecnologia, descubra seseu bureau favorito fornece fotolitos com DiamondScreening (Linotype-Hell), Cristal Raster (Agfa), Hyphen FMScreening (Hyphen) ou outro equivalente, já que de olhoneste mercado, todas as empresas estão fornecendo tecno-logias próprias para a produção de fotolitos com retículaestocástica. Como essa nova tecnologia é obtida apenas com a utiliza-ção de um novo software, podendo ser utilizada em umaimagesetter convencional, os custos de produção de umfotolito com retícula estocástica é, teoricamente, o mesmode um fotolito convencional. Teoricamente, porque o preçode um software de reticulagem estocástica é bem salgado,indo de US$ 25 mil a US$ 40 mil.Mas nem tudo é perfeito. Por ser um processo muito novo,é preciso um novo aprendizado para avaliar provas, scans

Retıcul s sem´ angulos

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MAC MANIA

ONDE SE INFORMARAbaixo, estão relacionadas algumas das tecnologias dereticulagem estocástica que estão sendo desenvolvidasatualmente, com os respectivos representantes no Brasil:

Diamond ScreeningLinotype-Hell

Gutenberg - (011) 224-8688

CristalRasterAGFA

Marjori - (011) 876-1555

Hyphen FM ScreeningHyphen

IBF - (011) 585-0502

Class ScreeningScytex

DoPrado - (011) 581-1444

Fotos: Ricardo Teles

A mesma imagem foi escaneada e teve sua separação decores realizada em uma Linotronic com a tecnologia de

reticulagem estocástica Diamond Screening, da Linotype-Hell.O fotolito foi produzido pela gráfica Pancrom.Veja as diferenças com o auxílio de uma lupa.

A imagem acima foi digitalizada em um scanner cilíndricoOptronics. A saída foi feita em uma imagesetter Agfa Selecset

7000. A foto foi escolhida devido a riqueza de detalhes (a mesa na parte inferior e a árvore no alto) principal diferen-

ça entre a retícula estocástica e o processo convencional.

e fotolitos antes da impressão. É necessário também umcuidado redobrado na produção e impressão dos mate-riais, como por exemplo, na calibração da imagesetter, nagravação da chapa ou na impressão, onde a perda ouganho de pontos pode resultar em trabalhos perdidos.Tudo isso tem um custo. Para imprimir, com certeza vocênecessitará de gráficas que façam serviços com muita qua-lidade. Um grão de sujeira na impressão é muito mais per-ceptível na retícula estocástica que na retícula tradicional,por exemplo. Por isso, antes da empolgação, determine sevale a pena esse custo extra e se seu cliente está disposto apagar. O preço pelo pioneirismo sempre é mais alto.Porém, tudo já está disponível e é uma realidade. As retí-culas estocásticas são o início de uma nova revolução tec-nológica nas artes gráficas. ~

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jeto está pronto para ser manipulado.As distorções são todas regidas porformas geométricas feitas com curvasBézier, que o usuário desenha sobreas imagens. Dessa forma, o controleque se tem sobre o resultado final éfantástico. Na geração anterior desoftwares para morphing, para seconstruir uma curva, era necessáriaa marcação de inúmeros pontosmuito próximos uns dos outros, umtrabalho do cão.Diversos controles garantem a apa-rência profissional dos efeitos. Podemser criadas barreiras sobre determi-nadas áreas da imagem, evitandoque elas sejam alteradas. Com o usode grupos, é possível especificarquais partes do original serão modi-ficadas e em que ordem, como noexemplo: primeiro o olho da meninase fecha para depois suas bochechasinflarem. Além disso, podem sercriados alpha channels, para poste-rior composição da imagem.Até projetos simples demoram bas-tante tempo para renderizar, mesmoem um Quadra. Se você está acostu-mado a gerar efeitos desse tipo emestações Silicon, esqueça o ElasticReality para Mac. Entretanto, sevocê, assim como eu, contenta-se emusar o Macintosh que Deus (ou muitosuor, tanto faz) lhe proporcionou,este é seguramente o melhor softwa-re de sua categoria, aproximando-se

em muitos aspectosde aplicativos quecustariam mais doque seu micro.

Marco Fadiga

ASDG, Inc.:001-608-273-9240

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MAC MANIA

RESENHAS

Todos se lembramdo clip Black orWhite, de MichaelJackson, no qualuma série de rostosfundem-se uns nosoutros. Pela primei-ra vez o morph, técnica de computa-ção gráfica capaz de fazer a fusãode duas imagens em movimento deforma muito convincente, atingiu aaldeia global. E em cheio. O mundointeiro parou para babar em cimado efeito especial de Jacko e não secomentava outra coisa senão o novovideoclip no ar. De lá para cá, omorph não parou de aparecer nastelas, tornando-se o último modismoda computação gráfica.Se o mundo babou, os macmaníacosbabaram duplamente. De admiraçãoe de raiva. O problema? Não erapossível produzir efeitos desse tipoem um micro, somente em estaçõesgráficas. Até que há cerca de umano surgiu o primeiro software demorph para Macs, o Morph, da

Gryphon Software. Outros surgiram,até para PCs, acreditem.O último lançamento na categoria, oElastic Reality 1.1, é o primeiro des-tes programas com o pedigree deuma empresa que produz aplicativospara a Silicon Graphics. E já dápara sentir isso no primeiro contato,antes mesmo de instalar o produto.O manual em forma de fichário, combolsos plásticos para os disquetes, étípico de software “sério”, daquelesque custam milhares de dólares erequerem anos para serem domados.Ao rodar o programa, porém, a pri-meira impressão se dissolve. Emboranão seja daqueles programas que seabre e sai usando, sem ao menos lera introdução do manual, o ElasticReality é razoavelmente intuitivopara quem tem alguma noção doque ele pode fazer. Além do morph

entre imagens paradas eem movimento, ele tambémpossibilita a distorção defiguras, efeito conhecidocomo warp, muito utilizadopara caricaturas, seme-lhante ao efeito que o Flo’

(ver MACMANIA #3) criaem PICTs.O programa funciona emcima da metáfora de umailha de edição A/B Roll,manjadíssima dos profis-sionais de vídeo. Para osnão-iniciados, pode dar algum tra-balho, mas rapidamente o processofica claro se o distinto se der ao tra-balho de assistir à fita de vídeo queacompanha o software. Carrega-seum filme no rolo A, outro no B e o pro-

ELASTIC REALITYASDG, Inc.Preço: US$ 349 (EUA)Configuração: Mac coloridocom FPU, 8Mb de RAM, System7.0.1 e QuickTime 1.5 Intuitividade: ¡¡™Interface: ¡¡™Poder: ¡¡¡™Custo/Benefício: ¡¡™

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Comece sua biblioteca básica sobremultimídia com um livro seminal.Understanding Hypermedia não traznenhuma resenha de programa,nada de exemplos tipo “faça vocêmesmo”, nem CD-ROM, nem disque-te. Em compensação, é capaz defazer você – que sempre tenta esca-par do assunto com tiradas de pseu-do como “Multimídia é uma soluçãoem busca de um problema” ou“Multimídia é como pornografia:todo mundo sabe o que é, mas nin-guém consegue definir” – discursarhoras a respeito, com categoria.Comece pelo tíulo. O termo “in” éhypermedia, multimídia já flopou. Olivro traz a epopéia do homem nabusca da integração de mídias ana-lógicas e digitais, unindo arte e ciên-cia, de 1777 até os dias de hoje.Informações de almanaque tornamsua leitura interessante até paraquem nunca pegou num mouse. Queo código Morse foi inventado por umpintor. Que um russo chamadoEisenstein usava uma espécie deAdobe Premiere “unplugged” parafazer seus filmes. Tudo isso e maisrealidade virtual, GameBoy, CDI,tipografia e muito, muito Macintosh.E tem mais telas por página que naMACMANIA.

ONDE ENCONTRARTOC NA CUCA Revistaria (leitores daMACMANIA tem 10% de desconto)Av. Nove de Julho, 5.485, São PauloTel. (011) 852-2030

UNDERSTANDINGHYPERMEDIABob CottonRichard OliverPhaidon Press168 páginasR$ 55,00

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Banco Fácil 1.3.1Demo do primeiroprograma para Mac desenvolvi-do no Brasil, em versão revista eatualizada. Controle sua contabancária diretamente no compu-tador. Indexe suas despesas ereceitas ao dólar, real, UFIR ouqualquer outro índice.

Gossamer 2.0Viaje por estranhosmundos no primeiro programade Realidade Virtual para o Mac.

Compact Pro 1.33Um dos melhorescompactadores paraMacintosh. Ideal para troca dearquivos via modem.

Desinfectant 3.5A última versão do melhor progra-ma anti-vírus freeware para o Mac.

Folder Icon MakerDecore seu desktopcom pastas com os ícones deseus programas favoritos.

Eclipse 2.1.0Tudo que vocêpoderia querer de um screensa-ver: bom, bonito, barato, não dápau e ocupa pouco espaço. Eainda faz propaganda de suaempresa.

Space JunkieA volta de SpaceInvaders, um clássico dos flipe-ramas, revisto e melhorado.Você não vai conseguir passarda fase 6.

Software FPU 2.45Emula um co-processadormatemático em Macs que nãotem FPU, como os modelos LC,I Isi, Classic e Quadra 605.Melhora o desempenho de pro-gramas emulados no PowerMacintosh.

WindowDescubra as vantagens de traba-lhar no ambiente Windows den-tro do seu Macintosh. O progra-

ma perfeito para aqueles quenunca mexeram em um PCconhecerem a realidade da pla-taforma mais popular domundo. Atenção: isto é umapiada!

PostScript ErrorOs trabalhos feitos com essafonte exclusiva criada peloilustrador e tipólogo Tony deMarco com certeza saltarão aosolhos quando saírem da impres-sora.

Folders ExclusivosA melhor, a maior e a únicacoleção de pastas criadas pormacmaníacos brasileiros.

Além de receber a revista confortavelmente em sua casa, o assinante da MACMANIA está ganhando umsensacional brinde: um exclusivo e indispensável disquete recheado com os melhores programas share-wares já inventados para o Mac, uma demo do Banco Fácil, uma fonte PostScript inédita, folders incrí-veis e sons absurdos. Garanta já o seu, fazendo imediatamente uma assinatura de MACMANIA.Basta ligar para 284-6597.

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MACMANIA!

RESENHA

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O

MULTIMÍDIA

HyperCard é um célebre caso de programa subestimado.Não tanto pelos usuários, mas, principalmente, por seudesenvolvedor, a Apple. Até o lançamento do System 7, elevinha de graça com qualquer Mac. Com o 7.0, a Apple lan-çou uma versão “trancada”, em que você precisava digitara palavra “Magic”, na caixa do Message do HyperCard,para ter acesso a todas as suas funções. Com o 7.1, passoua vir apenas o HyperCard Player, que permite rodar produ-tos feitos em HyperCard, mas não tem a capacidade paradesenvolver projetos. É provável que no System 7.5 nem oPlayer esteja incluso nos disquetes de instalação. Esse distan-ciamento progressivo acabou fazendo o usuário comum per-der o interesse por um dos melhores e mais baratos softwa-res de autoria de multimídia que existem.No Brasil, devido à falta de documentação e à dificuldadede se obter amostras de produções que justifiquem a utili-dade e a versatilidade do programa, muita gente ignora oHyperCard ou tem medo de usá-lo, achando que terá deaprender complicadas linguagens de programação. Noresto do mundo, há legiões de fanáticos mostrando que oHyperCard faz “tudo” – botando FileMaker, Director eoutros programas caros e complicados no chinelo. Provasdisso são o XPlora, CD-ROM de Peter Gabriel, que dá umavolta ao mundo da multimídia; o Myst, best-seller dosgames inteligentes; o Digital Gourmet, com 5.000 receitas,ou os CD-ROMs, lançados pela Apple Education, repletosde stacks utilizados em escolas.Mas nada no mundo é perfeito e o HyperCard carrega al-guns probleminhas. Seu lançamento foi em1987, época emque o máximo era ter um monitor P&B de 13 polegadas. AClaris, então dona dos direitos, relaxou no desenvolvimentoposterior e no marketing. Com isso, o HyperCard permane-ceu sem suporte de cor até o ínicio deste ano, quando aApple lançou a versão 2.2, com suporte para AppleScript,cor e QuickTime (ver MACMANIA #2!!). Outro problema doHyperCard é a incompatibilidade com Windows, talvez nãotão sério lá fora, onde existem mais de oito milhões deusuários de HyperCard, mas um imenso empecilho aqui.

COMO FUNCIONA?A idéia básica da interface do programa é a metáfora deum fichário, ou stack, que, além de fichas de texto, podeconter ilustrações, fotos, animações, áudio & vídeo. Asfichas, chamadas de cards, compartilham backgrounds(fundos) que contêm objetos comuns a todas elas – itens declassificação, figuras, botões, layouts. Por exemplo: numstack para coleção de CDs, todos os cards apresentamdados sobre o artista, título, gravadora e um fundo demesma textura. Cada card também pode ter elementosexclusivos, como a capa de cada CD. A navegação pelostack é feita através de botões (buttons) presentes em cadacartão. Os botões também podem acionar áudio, vídeo,impressora, modem e muitos outros eventos responsáveispela interatividade, capacidade de obter informação deforma não-linear e multiplicidade de conexões, as grandesvirtudes do HyperCard. Além disso, é possível interligarvários stacks e procurar dados sob diversos critérios.Não se esqueça disto: todo card possui 2 camadas (layers):a card layer, onde vão os objetos que só constarão daquelecard, como se pertencessem a uma superfície transparentesobreposta a um fundo, e a background layer,, que contémelementos compartilhados por vários cards. Dessa forma,temos: card buttons e background buttons; card fields ebackground fields; card pictures e background pictures. Abackground layer só precisa ser acessada enquanto o stackestá sendo criado.Os dados de texto são colocados em fields, campos retangu-lares que podem ser transparentes, opacos ou scrolling. Oconteúdo de um field também pode ser acessado e reorgani-zado através de comandos de Find e Sort. Por exemplo, Find“Madonna” in f ield “artista”, ou Sort f ield “art ista”alphabetically. O texto também pode entrar como “paint”,fora de um field, mas aí não se beneficiará das poderosascapacidades de manipulação de texto do HyperCard.A linguagem de programação chama-se HyperTalk. Comoo próprio nome sugere, é uma conversa interativa eminglês. Através de mensagens do tipo: go to card x, domenu y, show picture z, play sound e até onomato-

Rosa Freitag

O HYPERCARD, ESSE DESCONHECIDOO HYPERCARD, ESSE DESCONHECIDOA MACMANIA inaugura aquiuma nova seção, mostrando ospassos para quem está a fim dese aventurar no maravilhosomundo da multimídia.

CHEGA AO MACINTOSH ~

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SMITH

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péias, como flash e beep, pode se comandar a navegação pelos stacks, a buscade dados, a aparição de fotos, vídeos, animações, efeitos sonoros e faixasmusicais, a ligação com um documento criado por outro programa, enfim,quase tudo que for possível ser feito num Mac. Várias circunstâncias podem darinício a esses eventos: movimentos e cliques do mouse, presença de texto emfields, abertura de cartões, tempo etc. Se através do HyperTalk não for possívelexecutar um comando, programadores de Pascal e outras linguagens podemescrever XCMDs e XFCNs, comandos e funções externas que complementam osscripts. Também há suporte para o AppleScript.O HyperTalk é uma linguagem orientada por objeto (object oriented), baseadana transmissão direta de mensagens para os objetos do HyperCard. Através dacaixa do Message, pode-se enviar mensagens a qualquer objeto e testar idéiaspara depois incluí-las nos scripts. Faça a seguinte experiência: estando em qualquer stack, de preferência o Home,selecione Message no menu Go ( -M). Logo abaixo do stack que estiver abertosurgirá a caixa do Message. Digite: f lash 10 e dê Return. Depois disso, digite:beep 5 e Return. Que tal? Agora, digite: 1 + 2 e Return. O HyperCard possui sons,efeitos visuais, calculadora, suporte para notação musical e muitas outras surpre-sas que ajudam a incrementar e organizar tarefas mais complexas nos stacks.Na próxima edição, aprofundaremos os conceitos dos objetos do HyperCard einiciaremos a construção de um stack e a implementação de scripts emHyperTalk. Escrevam para a redação ou enviem para o fórum da MACMANIAno MacBBS suas dúvidas, sugestões e dicas de stacks interessantes. ~

O HYPERCARD PERMITE CINCO NÍVEIS DE USO: 1 - Browsing: para explorar stacks sem fazer mudanças.2 - Typing: permite entrar e editar texto em fields.3 - Painting: permite o uso das ferramentas de pintura para incrementarcards e backgrounds – infelizmente essas ferramentas continuam em preto-e-branco e a adição da cor é a última coisa a se fazer. As Color Tools não per-tencem à Toolbox do HyperCard; são um stack à parte. 4 - Suthoring: o nível mínimo para se trabalhar no processo de criação deum stack. Permite a criação de buttons e fields e a ligação de buttons a cards estacks – nada de scripts em HyperTalk. 5 - Scripting (5): permite a edição de scripts de buttons, fields, cards, back-grounds e stacks.Quando o stack é distribuído, geralmente o autor limita o nível de uso para 2,evitando estragos no visual e no funcionamento dos scripts. O HyperCardPlayer é distribuído para que os stacks possam ser explorados por quem nãopossui o programa original e o nível máximo de funcionamento é o 3. Portanto,se você possui apenas o Player não é possível a criação de stacks. Sorry...

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ele passou pelo ciclo de testes betada empresa (do qual participo), nãofoi por descuido, e sim por estarmuito bem disfarçado. Eu mesmo orodei quatro vezes em dois discosdiferentes antes de ser informado doproblema e não perdi nada. Muitopelo contrário, percebi melhoras sig-nificativas. A versão anterior de unstempos para cá vinha se recusandoa otimizar meu discão de 1,2 Gb,alegando excesso de arquivos (maisde 10 mil). A nova versão de nadareclamou. A 3.1, que corrige o bug,está sendo distribuída gratuitamentea todos os usuários cadastrados.De resto, o Norton Utilities funcionamuito bem, como se poderia esperarde um produto líder no mercado. Aprimeira mudança que o usuárionotará é uma embelezada na inter-face; nada muito radical, mas o sufi-ciente para rejuvenescer um pouco oconjunto. Mais aguardada, porém,era a versão Power Mac dos utilitá-rios. O número deles que já rodamnativos é uma minoria, porém bas-tante significativa. Speed Disk,System Info (um gerador de relató-

APARTAMENTO PARA JANTÁ-LO ~

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RESENHAS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃODE SOFTWARES

INTUITIVIDADE- Até onde vocêpode ir, sem abrir o manual.INTERFACE- A cara do programa.O jeito com que ele se comunica como usuário.PODER- O quanto o programa seaprofunda em sua função.DIVERSÃO- Só para games, dis-pensa explicações.CUSTO/BENEFÍCIO- Veja aqui seo programa vale o quanto pesa.

Pau é pau! Quando o discão, revol-tado com os maus tratos infligidos ou Deus-sabe-lá-o-quê, resolve daras costas ao dono e não mais apare-cer no Desktop, pouca coisa pode ser feita. Se você é daqueles que nãoacredita em backup, a única saídapara reaver seus arquivos perdidos é sair correndo para comprar umprograma que ajude na recupera-ção dos arquivos que ainda estãointactos, repousando nas entranhas

do presunto, perdão, disco rígido.Por uma dessas felizes coincidências,o único desses programas com re-presentante oficial no Brasil é justa-mente o que eu considero o melhordeles, o Norton Utilities, agora emversão 3.0. Então, vamos a ele.Como toda resenha de software éum interminável exercício de morde-e-assopra, começarei descendo opau no produto que, a despeito denovíssimo, já infelicitou muito mac-maníaco desavisado.Um dos componentes do pacote, oSpeed Disk, tem um bug pe-rigosíssimo. O software, cujafunção é desfragmentar arqui-vos gravados em diversasáreas e otimizar o disco rígido, podedar sumiço em seus preciosos arqui-vos no decorrer do processo. Fiqueisabendo do bug via Internet, mastenho notícias de pessoas que toma-ram ciência do fato da pior maneirapossível: perdendo vários arquivosarmazenados no disco. Nada maupara um software que se propõe afacilitar a manutenção dos HDs e res-gatar dados perdidos, heim?Segundo a Symantec, o problemaatinge menos de 1% dos usuários. Se

NORTON UTILITIES 3.0SymantecPreço: R$ 106,00Configuração: System 7.0 ousuperior, 4 Mb de RAMIntuitividade: ¡¡™Interface: ¡¡™Poder: ¡¡¡™Custo/Benefício: ¡¡¡™

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MAC MANIA

seçãorios de configuração da máquina),Wipe Info (apaga de forma definiti-va qualquer arquivo) e o FastFind(busca arquivos) rodam aceleradosnos Power Macs.

O FileSaver, Control Panelque gera os dados para facili-tar o recuperação de um discomoribundo, incorporou novas

funções. Agora com caráter profiláti-co, ele roda o Disk Doctor automati-camente nos momentos em que omicro está ocioso, permitindo a des-coberta e correção de potenciaisfocos de chateações. O próprio DiskDoctor teve seu leque de problemasverificáveis ampliado e a Symantecdiz que ele excede o de qualqueroutro programa, fato dificilmentecomprovável. Embora seja o meufavorito, recomendo que em momen-tos de necessidade nunca sejamdepositadas todas as esperançassomente nele. O correto é rodar dois(ou mais) programas similares alter-nadamente, em várias etapas. O queum não pegar, provavelmente ooutro conserta.

Não testei o módulo VolumeRecover, cuja função é recu-perar discos rígidos. Podemme chamar de covarde ou do

que quiserem, mas o excesso de tra-balho retirou muito do espírito aven-tureiro necessário para simular umHD em fim de carreira. Ademais, játive chance de testar a versão 2.0 emuma situação real de uso e fiqueimuito satisfeito com o resultado. Valeainda lembrar que, como nas versõesanteriores, ele só funcionará a 100%da sua capacidade se o FileSaverestiver instalado antes da desgraça.O UnErase , que permiterecuperar arquivos jogadosfora por descuido, agorareconhece um número maiordeles. Como os cânones da informáti-ca afirmam que mesmo que guardeum documento por anos a fio, vocêsó virá a precisar dele quando otiver apagado, esse utilitário é deespecial valor. Tentei quase todos osformatos que uso no dia-a-dia, deaplicativos gráficos a processadoresde texto, na esperança de encontraralgum irrecuperável. Em vão. Outro

módulo com utilidade semelhante,aplicável em arquivos corrompidos,não passou no teste com tanto garbo,mas foi bom o suficiente pararesolver a maioria dos casos.O DiskLight coloca, comoantes, um ícone na barra demenus, piscando quandoalgum dos discos (inclusive floppies)está sendo acessado. De novo, apossibilidade de indicar o endereçoSCSI do drive e uma menor influên-cia na performance. Em testes comversões anteriores, descobri que suaconjugação com determinadasextensões chegava a prejudicar astaxas de transferência dos discos emmais de 10%.Por último, a ferramenta mais impor-tante, mesmo assim das menos pres-

tigiadas pelos usuários: oNorton FastBack. Origi-nalmente ele foi um produtoda Fifth Generation, empresa

comprada pela Symantec, sendovendido isolado. Incorporado aopacote, substitui o Norton Backup,que nunca foi grandes coisas.

Ainda há outros programasno pacote, como o NortonDisk Editor, de uso restrito

aos que realmente sabem o queestão fazendo; o Floppier,um mediano copiador de dis-quetes e um gerador de dis-quetes de emergência. Nenhum de-les fica abaixo da média.Apesar de algumas deficiências, oNorton Utilities for the Macintoshcontinua sendo o pacote de utilitá-rios que dita as normas no seu nichode mercado. Eventualmente, podemser achadas ferramentas melhoresem algumas das funções, mas notodo o Norton é insubstituível. Seumaior defeito, totalmente indescul-pável, é a exclusão do DirectoryAssistance, sem dúvida a parte doNorton Utilities que mais aumentavaminha produtividade no dia-a-dia.Pela popularidade dessa extensão,imagino que a Symantec esteja que-rendo lançá-la como um produto emseparado.

Marco Fadiga

MagnaSoft: (011) 816-0700

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SIMPATIPSDÊ UM BALÃO NA MEMÓRIAPara ver o quanto um programa realmenteutiliza da memória alocada para ele, ligueo Balloon Help, selecione About ThisMacintosh no menu Apple e coloque o cursor sobre a barra dos programas.

JANELAS VELOZESPara acelerar a busca dearquivos nas janelas deOpen em pastas commuitos arquivos, tenteessas dicas:• Digite a primeira letrado nome do arquivo. Sevocê não parar nopróprio, vai chegar bemperto.• Para ir direto ao topoda lista, digite ~ (til).Para ir ao último nome,aperte o til com Shift.• Se você quiser navegarpela hierarquia das pas-tas, aper te Ω-™ parasair de uma pasta ou Ω-£ para abrir uma pasta.

PREFIXOS E SUFIXOSSe você acha que está perdendo muitotempo tentando colocar o cursor no finalde um nome na hora de colocar um sufi-xo em uma pasta (ou documento), tenteisso: clique no nome da pasta e aperte atecla £. O cursor irá direto para o fim do nome. Se você quiser colocar um prefixo, aperte ™ para fazer o cursor irpara o começo do nome. Se uma pastaou arquivo não quiser mudar de nome, é porque estão trancados. Dê Get Info(Ω-™) e descruze a caixinha Locked.

CAIU NA REDE, É ALIASFaça um Alias de um Mac ligado em rede ao seu ou deuma pasta a ser comparti-lhada. Dê um clique duplosobre o Alias, tecle Enter oudigite sua senha na ficha doAppleTalk, e o Mac (ou a pasta) vai abrir automati-camente no seu Desktop.

A ÚLTIMA SALVAÇÃO DOS DISQUETESVolta e meia, você coloca um disquete no Mac e ésurpreendido por uma janela pergun-tando se você quer reformatá-lo.Alguns programas de recupera-ção de discos (como o NortonUtilities) permitem que você recu-pere arquivos de disquetes danifi-cados. Se você não tem um programa desses (ébom ir pensando em adquirir um), há uma alter-nativa bem mais barata. O Apple File Exchange,que vem junto com os disquetes de instalação,consegue, às vezes, recuperar arquivos. Bastaabrir o AFE e inserir o disquete. Se a lista dearquivos do disquete aparecer na janela de transferência, copie todos para o Hard Disk.

PAREDÃO DO SIMPLETEXTDescoberto o primeiro Ovo dePáscoa do System 7.5. Basta escrever “Secret AboutBox” no SimpleText, selecionar o texto earrastá-lo para oDesktop. Vai apare-cer um joguinho deparedão, cujo objetivo éfazer desaparecer os nomes dos programadores do sistema.

ACERTANDO AS PONTASUm dos erros mais freqüentes nos desenhos feitos em programas PostScript (como FreeHand ou Illustrator) é oaparecimento de bicos exagerados nos cantos. Se você simplesmente constrói um cubo, separando suas trêsfaces em áreas fechadas com linhas grossas, o resultado é essa porcaria aí (FIG. 1). O jeito certo é deixar essas áreas sem linha (Line None, FIG. 2) e, com o auxílio da função Snap to Point, traçar o contorno da figuracom linha grossa e sem miolo (Fill None, FIG. 3) e acrescentar as três linhas do “Y” sobre o contorno (FIG. 4).

FIG.1 FIG.2 FIG.3 FIG.4

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baratos, muita verba de marketing e

MACMANIAS de lombada quadrada

com 352 páginas. Como seriam as pro-

pagandas da Apple? Para economizar

neurônios do pessoal da agência, aqui

vão três sugestões:

•••• Porque eu não tenho um Mac ••••

Propaganda em dois tempos, tipo

campanha do OMO. Vários intelec-

tuais e artistas (MilIôr Fer-

nandes, Jô Soares, Chico

Buarque, por exemplo)

dão seu depoimento di-

zendo porque não usam

Macintosh. A Apple doa

um Mac para cada um,

devidamente turbinado e

equipado ao uso específi-

co que ele teria. Algum

tempo depois, os mesmos

seriam entrevistados,

dando seu depoimento

dizendo porque não lar-

gam seu Macintosh.

••••••••• 1964 •••••••

••

No intervalo da final do

Campeonato Brasileiro (ou

do último capítulo da nove-

la das oito), um comercial

de 30 segundos mostra um

país sombrio, com gover-

nantes corruptos e governa-

dos apáticos e automatiza-

dos. De repente, dobran-

do a esquina, surge Cláudia

Abreu liderando uma pas-

seata, com uma bandeira listrada em seis

cores na mão. Um confronto com a polí-

cia. Cláudia salva um amigo de ser piso-

teado por um cavalo. No final do dia,

ela chega em casa, liga seu Macintosh

e começa a escrever uma newsletter

revolucionária. Entra a chamada, junto

com o logo da maçã. “Macintosh, A

Liberdade de Escolher o Melhor”.

••••••• Eu quero meu MACTV •••••••

Propaganda do Performa 630, dirigida

ao público jovem (quem mais conse-

gue trabalhar e ver TV ao mesmo tem-

po?). Linguagem de videoclipe: muito

zapping, muito rap, muito drag &

drop. Várias cenas mostrando como é

Os macmaníacos históricos ficaram

com lágrimas nos olhos ao passear por

São Paulo na semana da COMDEX,

em setembro. Espalhados pela cidade,

50 outdoors alardeavam o novo lança-

mento da Apple, o Performa 630. Era

a glória, o máximo, a luz no fim do

túnel. Depois de anos de propaganda

clandestina, finalmente a Apple mostra-

va sua cara e dizia para

quem quisesse ouvir que o

Macintosh existia e estava

no Brasil para ficar.

A COMDEX acabou e tu-

do voltou ao que era antes.

A mesma campanha de

sempre, dizendo que o

Mac não é tão caro assim,

que o Power Mac é tão

bom que até roda Win-

dows, propagandas idên-

ticas às de qualquer outra

marca de computador.

As estatísticas comprovam:

dez entre dez usuários de

Mac odeiam as propagan-

das da Apple no Brasil.

Acham um absurdo tentar

vender o Macintosh com

argumentos racionais, com-

parando-o com um 486.

Mas a prioridade no Brasil

é mostrar aos pecezistas

que estão em vias de com-

prar uma nova máquina

que o Macintosh pode ser

uma boa alternativa, que ele não é tão

incompatível e elitista quanto dizem as

más línguas (até roda Windows!). Dentro

dessa estratégia, os que já são usuários

de Mac ficaram em segundo plano.

Afinal, como todo mundo sabe, uma

vez Macintosh, Macintosh até morrer.

O que os macmaníacos querem é que,

pelo menos uma vez, a Apple jogue

para a torcida brasileira. Uma campa-

nha bonita, irreverente, com aquele

“jeito Macintosh” que

apren-

demos a amar. Algo que estimule os

usuários a sair nas ruas batendo no

peito e gritando “eu já tenho o meu!”

Por que não? A Apple tem nas mãos a

melhor equipe de vendas da história

do capitalismo moderno: os macma-

níacos. Uma espécie de cruzamento

de militante petista com vendedor de

enciclopédia, eles não se cansam

enquanto não convencem seus pais,

irmãos, namoradas, amigos e chefes

de que o Macintosh é o futuro da infor-

mática e os PCs e derivados não pas-

sam de calculadoras anabolizadas. Por

que não estimulá-los ainda mais?

Verba é o motivo; ou melhor, a falta

dela. Enquanto em outros países a

Apple despeja rios de dinheiro em

propaganda na tentativa de aumentar

sua fatia de mercado, no Brasil a

torneira nem pinga.

Mas deixemos um pouco de lado a

realidade. Imagine um país ideal, sem

inflação, com Macin-

t o s h e s feliz quem usa o Mac. Ao final, o slogan:

“Macintosh, o Computador

Profiça.” ~

OMBUDSMAC

MACINTOSH, UMA PAIXÃO NACIONAL

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MAC MANIA