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Vol. 1, n 1, Novembro 2006 Gesto & Tecnologia de Projetos
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MTODO PARA ELABORAO DE PROJETOS PARA PRODUO DE VEDAES VERTICAIS EM ALVENARIA
Monserrat DUEAS PEA Arquiteta e Urbanista, Mestre em Engenharia Civil, Diretora da Petra Arquitetura e Racionalizao Ltda [email protected]
Luiz Srgio FRANCO Engenheiro Civil, Doutor em Engenharia Civil, Professor Associado da Escola Politcnica da Universidade de So Paulo [email protected]
RESUMO
Este artigo resume os resultados de uma pesquisa de mestrado cujo objetivo principal foi o desenvolvimento de um mtodo para a elaborao de projetos para produo de vedaes verticais (PPVV). Para o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa foram realizados estudos de caso que apresentaram um panorama das interfaces entre as empresas construtoras, empresas projetistas e equipes de produo mediante a introduo do PPVV. Este trabalho tem um carter prtico e esclarecedor em relao ao desenvolvimento do PPVV e sua insero no processo de projeto, objetivando estabelecer diretrizes para seu desenvolvimento e contratao.
Palavras-chave: construo de edifcios, projeto para produo, vedaes verticais
ABSTRACT
This paper summarises the results of a Masters research that aimed mainly to develop a method of masonry walls designing for production (MWDP). In order to perform this research some case studies were carried out, which show a panorama of the interrelations among contractors, design firms and production teams when a MWDP is implemented. The work has a practical and clarifying character concerning the MWDP process and its insertion into the building design process as a whole, aiming to establish guidelines on how to contract and develop the MWDP.
Keywords: building construction, design for production, partitions and facades
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1. INTRODUO
A introduo de sistemas de gesto da qualidade nas empresas construtoras tem se intensificado nos ltimos anos. Esta preocupao das empresas est fortemente vinculada s mudanas tecnolgicas, de mercado e do perfil do consumidor, que est mais exigente. Esta situao criou a necessidade de as empresas buscarem uma maior eficincia nos seus processos de produo, os quais acabaram sofrendo alteraes em todas as suas reas de atividade (planejamento, projeto, execuo, controle, suprimentos, servios, recursos humanos e assistncia tcnica).
Muitas empresas construtoras j perceberam a importncia da fase de projeto, uma vez que esta interage diretamente com todas as demais atividades, bem como sua potencialidade para reduzir custos e racionalizar a produo, tornando a empresa mais competitiva no mercado. O projeto deve conter as especificaes do produto a ser construdo, os meios estratgicos, fsicos e tecnolgicos necessrios para executar a obra de forma racionalizada.
Segundo o Construction Industry Institute (CII, 1987), as decises tomadas nas fases iniciais do empreendimento, principalmente na fase de concepo e projeto, so as que tm maior capacidade de influenciar o custo final.
Figura 1. Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento de edifcio ao longo de suas fases (CII,1987)
Melhado; Violani (1992) apontam que para se obter sucesso em um empreendimento, o projeto no pode ser resumido caracterizao geomtrica no papel da obra a ser construda. O projeto deve conceber, alm do produto, o seu processo de produo; (...) deve assumir o encargo fundamental de agregar eficincia e qualidade ao produto.
Sabbatini (1989) ressalta a importncia da elaborao do projeto para produo do edifcio (ou de suas partes), no qual (...) so definidas as tcnicas construtivas (e tambm os mtodos, no caso do objeto do desenvolvimento ser um processo ou um
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sistema construtivo) e projetados os detalhes de execuo (...) que iro permitir a construo do edifcio ou de suas partes em acordo com o prescrito na concepo geral. Segundo esse mesmo autor o projeto de produo do edifcio evolui em ciclos iterativos, iniciando-se por um projeto preliminar e avanando progressivamente at a soluo consolidada.
O projeto para produo das vedaes verticais, especificamente, interfere na racionalizao do edifcio como um todo. Segundo Barros (1998), o subsistema de vedao vertical corresponde a, em custo, 3% a 6% de todo o edifcio. Considerando a sua interface com os demais subsistemas (estrutura, instalaes, revestimentos, entre outros) este custo passa para mais de 20% do custo total do edifcio. No subsistema de vedao vertical se observam ainda os maiores ndices de desperdcio de materiais e mo-de-obra, e tambm, os maiores ndices de patologias.
Em funo de suas interfaces com os demais subsistemas do edifcio, a vedao vertical de grande importncia na racionalizao da obra como um todo. O projeto de vedao deve ser elaborado de forma sistmica, simultaneamente aos demais projetos (arquitetura, estrutura, instalaes, etc), permitindo assim uma coordenao das informaes e das solues tcnicas a serem adotadas.
A racionalizao da vedao vertical, atravs dos projetos para produo, necessria para se obterem o planejamento e a organizao da produo da obra, aumentando a produtividade, diminuindo os custos, evitando problemas decorrentes da interferncia de servios entre os subsistemas, o retrabalho, desperdcios e futuros problemas patolgicos.
Nos ltimos anos um nmero significativo de empresas tem elaborado e utilizado o projeto para produo das vedaes verticais. Apesar da sua importncia, no existem mtodos consolidados para o desenvolvimento do projeto de vedaes verticais, tendo cada escritrio desenvolvido um mtodo prprio, a partir de sua experincia em particular. Este projeto, por possuir um papel integrador das informaes dos demais projetistas, deve ser elaborado com base em um mtodo de desenvolvimento, para o qual pretendeu-se contribuir com o desenvolvimento deste trabalho.
2. METODOLOGIA
Para estruturar a elaborao do mtodo a ser proposto foram realizadas revises bibliogrficas e estudos de caso envolvendo entrevistas com empresas construtoras, equipes de produo e empresas projetistas.
A partir dos dados obtidos e da experincia profissional da autora1 foi definido e adotado um padro do processo de desenvolvimento de projetos e do escopo do PPVV, que serviram de base para a elaborao do mtodo desenvolvido.
Este mtodo ter um papel estratgico para o desenvolvimento dos projetos, servindo como base referencial para projetistas e como ferramenta de controle para as empresas contratantes. 1 A autora atua h 10 anos como coordenadora de projetos, na elaborao de projetos para produo de vedaes verticais e projetos de arquitetura, e scia-diretora da empresa Petraa Arquitetura e Racionalizao Ltda, especializada em projetos para produo de vedaes verticais e arquitetura racionalizada.
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3. PROJETO PARA PRODUO DE VEDAES VERTICAIS (PPVV)
Dentre os projetos desenvolvidos de um empreendimento, o PPVV ganhou um papel de destaque no que diz respeito gesto da produo. Este projeto traz incorporada uma sntese dos demais projetos do empreendimento, j compatibilizados, numa linguagem tcnica voltada para a gesto racionalizada da produo, estabelecendo uma interface nica entre todos os agentes envolvidos.
Para Franco (1998) o projeto de vedao vertical uma pea de extrema importncia para a implantao de tecnologias construtivas racionalizadas e este projeto deve ser concebido dentro uma viso sistmica, no se restringindo unicamente melhoria do comportamento dos componentes da vedao vertical, mas inserindo o funcionamento da vedao vertical no edifcio e a sua produo na organizao e racionalizao dos demais subsistemas que compe a edificao.
Alm de apresentar uma integrao significativa entre projeto e produo, o PPVV apresenta um papel estratgico decorrente das vrias interfaces estabelecidas do subsistema de vedaes verticais com os demais subsistemas. Atravs da compatibilizao e anlise crtica das interfaces envolvidas possvel racionalizar a produo e melhorar o desempenho do edifcio como um todo.
Franco (2002) acredita que projeto de vedaes deve estar baseado na anlise conceitual caracterizada a seguir.
CONCEITUAO DO RELACIONAMENTO COM A ESTRUTURA
A interface entre a estrutura e as vedaes verticais, particularmente, tem sido muito discutida nos ltimos anos. Este fato se deve evoluo dos sistemas estruturais que contam com novos materiais e novas situaes de desempenho, repercutindo diretamente sobre as vedaes verticais.
Para Franco (1998) as mudanas ocorridas na forma de conceber as estruturas e a aplicao dos novos materiais tm aumentado a importncia da deformabilidade, elasticidade ou capacidade de acomodar deformaes, por um lado e da resistncia mecnica por outro, mesmo para os elementos construtivos empregados apenas como de vedao, para fazer frente s novas condies de deformao impostas pelas estruturas de concreto armado.
Ainda segundo o mesmo autor, a anlise do projeto estrutural no qual ir se inserir a vedao vertical de fundamental importncia para determinar tanto as caractersticas inerentes ao vedo que ela compe, como dos detalhes construtivos necessrios ao bom desempenho deste, frente ao nvel de solicitaes esperadas.
O relacionamento da estrutura com as vedaes verticais tem uma repercusso significativa na obra como um todo. Devido a este fato, no PPVV este relacionamento deve ser analisado minuciosamente e, a partir da anlise desta interface, sero estudados e detalhados os pontos crticos entre os subsistemas, tais como: tipos de ligao com a estrutura, necessidade de absorver deformaes, situaes de paredes com solicitaes especficas como: paredes sobre lajes, paredes sobre balanos; juntas de trabalho e separao e reforos de revestimentos.
Alm dos pontos levantados, a anlise do relacionamento da estrutura com as vedaes verticais tm um papel decisivo no planejamento da seqncia de atividades da obra, o qual dever atender s necessidades de desempenho das
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vedaes que impe um tempo mnimo para o incio de sua execuo e conseqente execuo dos demais subsistemas a ela relacionados, minimizando a transmisso de esforos para as vedaes durante a execuo da obra.
A anlise dos conceitos relacionados estrutura apresentados essencial para a elaborao do PPVV e deve ser relacionada conceituao dimensional e de produo apresentados a seguir.
CONCEITUAO DIMENSIONAL
Estes conceitos so decorrentes da anlise da coordenao dimensional entre os vrios elementos que compe a vedao vertical e entre estes e os elementos dos outros subsistemas do edifcio.
Para Franco (1998) a coordenao dimensional e modular levaria a padronizao dos detalhes construtivos, que alm de facilitar a execuo e controle dos mesmos, permitiria a padronizao das solues e o desenvolvimento de alternativas cada vez melhores para as diversas situaes padro.
Durante a elaborao do PPVV so analisadas e compatibilizadas as medidas de blocos, juntas de argamassa, vos de esquadrias, revestimentos, impermeabilizaes, vergas e contra-vergas, etc. A adoo da coordenao dimensional na etapa de projeto permite ajustar as medidas de todos os componentes da alvenaria e dos subsistemas a ela relacionados intensificando a racionalizao da produo e diminuindo as incompatibilidades e improvisaes na fase de execuo.
Poucos sistemas e projetos encontram-se desenvolvidos dentro do conceito de coordenao modular, que tornaria a coordenao dimensional mais simples e fcil de ser obtida efetivamente nas obras.
CONCEITUAO DA PRODUO
Um dos principais objetivos da elaborao de um projeto de vedaes verticais estudar e definir as tecnologias de produo. (FRANCO, 1998)
Os conceitos de produo analisados no PPVV devem prever o desempenho da vedao vertical e dos subsistemas a ela relacionados, dentro de uma viso tcnica.
Para tanto, no PPVV, devem ser definidas e detalhadas, aps uma anlise tcnica e sistmica, todas as tecnologias a serem utilizadas.
Sabbatini (1998), afirma que "para fazer uma escolha tcnica necessrio dominar o conhecimento relacionado com a tecnologia de produo daquelas alternativas que esto sendo objeto de anlise". Deve-se, portanto, de acordo com esse autor, compreender as caractersticas principais, as exigncias de cada tecnologia inovadora, as suas deficincias e limitaes, as solues alternativas para evitar problemas.
Para a elaborao do PPVV devem ser definidas as solues tcnicas, os materiais a serem empregados, sua seqncia de elaborao e procedimentos executivos. Estas definies partem da anlise estrutural e dimensional, da anlise crtica dos projetos e da anlise das interfaces dos demais subsistemas com a alvenaria.
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A partir destas anlises so definidos e detalhados conceitos de produo tais como: famlia de blocos a ser utilizada, tipo de argamassa, tipos de amarrao entre alvenarias, fixao da alvenaria a estrutura, juntas de trabalho, instalao das esquadrias, relao da alvenaria com instalaes(embutimento ou criao de shafts), vergas e contra-vergas, utilizao de componentes pr-moldados, etc.
Estas definies so essenciais para o incio do desenvolvimento do PPVV e para a elaborao dos procedimentos tcnicos e definio da seqncia executiva. Isto essencial para que o PPVV tenha coerncia com a forma de executar. Complementando o projeto para produo necessrio que sejam definidos conceitos ligados ao planejamento e controle da obra, tais como: tcnicas de execuo, seqncias de execuo, arranjo de canteiro, sistemtica de transporte, entre outros. Alguns destes itens so desenvolvidos geralmente pela equipe de produo da obra, s vezes de forma no muito metdica, ou supridos parcialmente pelos procedimentos da empresa. Estes, porm, no costumam ser escopo do servio dos escritrios que se dedicam a desenvolver o PPVV.
O contedo especfico do PPVV e sua forma de elaborao foram pouco discutidos dentro do meio acadmico. Dentro deste enfoque, destacam-se os trabalhos desenvolvidos atravs dos convnios EPUSP/SCHAIN CURY (1995) e EPUSP/ENCOL (1991). No mbito dos convnios com estas empresas foram desenvolvidas pesquisas que resultaram em diretrizes e recomendaes para a elaborao do PPVV. Estes documentos apresentam um excelente contedo tcnico e auxiliaram no desenvolvimento do mtodo proposto no item 4. No entanto, estes documentos no apresentam uma sistemtica de desenvolvimento de projeto detalhada. Pela sua importncia, a relao destes documentos se encontra na bibliografia.
No estado de So Paulo, o PPVV vem sendo elaborado por um nmero reduzido de empresas de projetos dentro, que possuem padres de desenvolvimento e de contedo variados, baseados na experincia profissional particular de cada escritrio. Desta forma, encontram-se no mercado projetos para produo de vedaes verticais com enfoques distintos, que nem sempre atendem s necessidades tcnicas e organizacionais do empreendimento.
Para caracterizar o contedo do PPVV e seu processo de elaborao foram realizados os estudos de caso caracterizados a seguir.
4. ESTUDOS DE CASO
Com o intuito caracterizar o contedo e o processo de desenvolvimento dos projetos de vedaes verticais, foram realizados estudos de caso.
Estes estudos envolveram visitas s empresas que desenvolvem projetos para produo e s construtoras que os empregam. Alm disso, foram realizadas tambm visitas s obras das construtoras envolvidas, para analisar a postura de cada um dos integrantes do processo de produo de edifcios.
Para cada um dos principais agentes, procurou-se conhecer diferentes aspectos:
EMPRESA DE PROJETO: seu ponto de vista no que se refere importncia do projeto para produo, grau de detalhamento do projeto desenvolvido pela empresa, relao cliente-projetista e forma como o projetista visualiza o cliente.
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EMPRESA CONSTRUTORA: ponto de vista no que se refere importncia estratgica e ao papel do projeto para a empresa, qual o agente motivador da procura de projetos para a produo, qual o impacto deste tipo de projeto na gesto de produo da empresa e no seu desempenho e qual a relao estabelecida com o projetista.
EQUIPE DE PRODUO: ponto de vista no que se refere ao impacto e dificuldades encontradas na implantao do projeto para produo, qual a relao estabelecida com o projetista e como feita a retroalimentao do projeto.
Ressalta-se que, para as visitas realizadas, foram elaborados e aplicados questionrios especficos.
A relao completa dos dados obtidos pode ser encontrada em Dueas Pea (2003). A seguir sero apresentadas as consideraes gerais dos estudos de caso.
5. CONSIDERAES GERAIS DOS ESTUDOS DE CASO
Os estudos de casos apresentados, apesar de constiturem uma amostragem reduzida quanto ao nmero de empresas construtoras entrevistadas, caracterizaram, de acordo com a experincia profissional da autora, uma viso representativa da repercusso do PPVV no mercado.
Alguns dados citados nos estudos de caso, pela sua importncia para o desenvolvimento deste trabalho, sero discutidos a seguir.
Nos estudos de caso, foi possvel constatar que o PPVV se encontra padronizado e consolidado no mercado. H vrios anos, quando se deu incio ao desenvolvimento do mtodo a ser apresentado, o PPVV ainda no era conhecido pela grande maioria das empresas construtoras, porm o seu contedo era muito prximo ao dos projetos que vm sendo elaborados atualmente.
As diferenas encontradas entre os PPVV produzidos pelos escritrios especializados no mercado concentram-se basicamente nos seguintes itens: representao grfica; anlise tcnica e conceitual; detalhamento; procedimentos; especificaes tcnicas e reatroalimentao do projeto.
Um dos itens mais significativos e representativos do PPVV a anlise tcnica e conceitual. Infelizmente, nem todos os PPVV encontrados no mercado levam em considerao este item. Tal fato se deve, basicamente, formao tcnica dos representantes das empresas; desta forma, o PPVV elaborado por estas empresas se apresenta basicamente como um projeto de produto. Indiscutivelmente, apesar desta deficincia tcnica, os PPVV elaborados apresentam um impacto positivo no processo de projeto e de produo atravs de seu carter compatibilizador uma vez que, para a elaborao do PPVV, necessria a compatibilizao de todos os projetos envolvidos no empreendimento.
Pelo mesmo motivo, o detalhamento e elaborao dos procedimentos e especificaes tcnicas ficam comprometidos e variam muito de acordo com cada projetista.
A eventual deficincia tcnica destes projetos, na prtica, prejudica diretamente e de forma mais significativa as empresas construtoras de pequeno e mdio porte que contam com o suporte tcnico do projeto para produo. As empresas de
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grande porte so menos prejudicadas porque normalmente j tm padres prprios de execuo e detalhamento. A falta de procedimentos e detalhamento tcnico do PPVV contradiz os conceitos de projeto para produo, transformando uma parte dos PPVV elaborados atualmente em projetos de modulao racionalizada e compatibilizada.
A grande maioria das empresas construtoras ainda no tem conscincia das potencialidades de racionalizao do PPVV, sendo em grande parte, responsveis pela deficincia tcnica dos projetos contratados. Cabe s empresas contratantes ter uma postura mais consciente e crtica ao contratar os PPVV, forando os projetistas a oferecer um produto mais detalhado e abrangente tecnicamente.
Um dos pontos crticos e representativos identificado nos estudos de caso se refere coordenao de projetos. A coordenao dos projetos no faz parte do escopo do PPVV, mas esta funo eventualmente pode ser atribuda ao projetista de produo mediante contratao especfica. O PPVV tem por essncia um carter compatibilizador e, dentro do processo de projeto, o projetista para produo acaba assumindo algumas funes atribudas ao coordenador de projetos, seja pela ausncia de um coordenador ou pela ineficincia do responsvel pela coordenao. O projetista para produo, devido ao seu papel compatibilizador e formao tcnica, tem um perfil adequado para exercer a coordenao, embora tal potencialidade ainda seja pouco explorada no mercado.
Outro ponto crtico identificado est relacionado a entrega do PPVV para a equipe de produo. Mesmo quando a equipe de produo est familiarizada com o PPVV, a entrega e apresentao do projeto para a equipe de produo, por parte do projetista, de extrema importncia para eventuais esclarecimentos tcnicos pertinentes ao projeto especfico e para garantir o retorno do impacto do PPVV para futuras melhorias.
De modo geral, a entrega do PPVV para a equipe de produo feita para o departamento de projeto ou responsvel da construtora em funo de procedimentos da empresa, inviabilizando o contato direto do projetista de alvenaria com a equipe de produo. Da mesma forma, qualquer solicitao da equipe de produo feita por intermdio do mesmo departamento.
Nas empresas pequenas ou de mdio porte o contato com a equipe de produo feito diretamente com mais freqncia, facilitando a retroalimentao do PPVV e agilizando a resoluo de eventuais solicitaes.
A entrega do projeto e acompanhamento da sua utilizao est diretamente ligada retroalimentao do projeto mencionada anteriormente como um dos itens diferenciais entre os PPVV encontrados no mercado.
Nem todos os escritrios de projeto tm a preocupao de acompanhar o impacto do PPVV na equipe de produo e obter informaes para melhorias do projeto. E os escritrios que oferecem e at mesmo insistem neste servio nem sempre conseguem exerc-lo, devido a burocracias relacionadas a procedimentos de entrega de projetos e at mesmo pela falta de interesse da construtora ou da prpria equipe de produo.
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Desta forma a retroalimentao fica vinculada ao surgimento de problemas, para os quais o projetista solicitado, ou atravs de relatrios de avaliao de projetos elaborados pelas empresas construtoras, quando encaminhados aos projetistas.
Por fim, cabe ressaltar o impacto do PPVV no processo de projeto. A introduo do PPVV no processo de projeto, no incio, ocorria na grande maioria das vezes na etapa de projeto executivo; raramente o PPVV era solicitado na fase de anteprojeto. Atualmente, as empresas tm solicitado o PPVV no incio do desenvolvimento do anteprojeto. Esta mudana contratual se deve constatao, por parte das construtoras, do aumento significativo do potencial de racionalizao do PPVV quando introduzido nas fases iniciais do desenvolvimento dos projetos.
Tal postura implica, eventualmente, em um processo de projeto um pouco mais demorado e participativo; no entanto, os resultados so indiscutivelmente satisfatrios mediante a elaborao de projetos j compatibilizados e detalhados de acordo com a tecnologia a ser utilizada.
Alguns projetistas ainda apresentam dificuldades e at mesmo resistncia ao desenvolvimento participativo e simultneo dos projetos, mas esta postura vem mudando gradativamente, em funo do estabelecimento de parcerias e, principalmente, pelas novas exigncias de mercado relacionadas qualidade e a novos conceitos de desenvolvimento de projetos racionalizados.
6. MTODO PARA ELABORAO DO PPVV
DEFINIO DO PRODUTO
De acordo com os dados levantados para a elaborao do mtodo, o escopo do PPVV pode ser varivel. A variao do escopo se deve basicamente: ao perfil do cliente: estruturas organizacionais e patamares tecnolgicos diferenciados; tipologia do empreendimento: residencial, comercial, servios e institucionais; s solicitaes personalizadas. A inteno da flexibilidade do escopo do projeto, de acordo com os projetistas entrevistados, atender s mais variadas situaes construtivas e particularidades dos clientes visando sempre a racionalizao da produo. Desta forma, o escopo do PPVV pode variar de um simples detalhamento genrico acompanhado de visitas obra a um projeto extremamente detalhado.
A maioria dos projetos levantados na pesquisa apresenta o seguinte escopo bsico: planta de conferncia; planta de locao de eixos construtivos; plantas de marcao de 1a. e 2a. fiadas; plantas das passagens de eltrica e hidrulica; caderno de detalhes; caderno de elevaes; caderno de recomendaes e especificaes tcnicas. Para exemplificar o mtodo, ser adotado o escopo bsico acima relacionado, que ser detalhado a seguir, mas cabe destacar que podem existir outros elementos, dependendo do projeto e do projetista.
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Figura 2. Representao grfica da planta de conferncia
Figura 3 Representao grfica da planta de marcao
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4.2 Representao grfica da planta de marcao.
Figura 4. Representao grfica da planta passagens eltricas
Figura 5. Representao grfica das plantas de passagens
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Figura 6. Representao grfica das elevaes
Figura 4.5 Representao grfica da elevao de parede
Figura 7. Representao grfica de detalhe de modulao vertical
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DOCUMENTOS: DE REGISTRO, CONTROLE E DESENVOLVIMENTO
Para estruturar o mtodo a ser elaborado foi desenvolvido um conjunto de documentos relacionados ao registro de informaes, controle e desenvolvimento de projeto.
Estes documentos tm como base a prtica de mercado evidenciada nos estudos de casos e a experincia profissional da autora e se encontram detalhados em Dueas Pea (2003).
A relao dos documentos a serem desenvolvidos se encontra a seguir. Contato com o cliente: Registro de dados iniciais - RG1; Registro de dados tcnicos RG2. Procedimentos para desenvolvimento de etapas: Estudo preliminar - PR-EP; Anteprojeto - PR-AP; Executivo - PR-EX; Detalhamento - PR-DET. Diretrizes para elaborao dos itens componentes do PPVV : Elaborao da planta de conferncia EP1; Elaborao da planta de eixos - AP1; Elaborao da planta de marcao - AP2; Elaborao da planta de passagens eltricas - EX1; Elaborao da planta de passagens hidrulicas - EX2; Elaborao do detalhamento - DET1; Elaborao do caderno de elevaes - DET2 Elaborao do caderno de procedimentos e especificaes tcnicas - DET3. Controle e gesto de informao: Relatrio de compatibilizao - RC - ETAPA Controle de projetos: Controle de projeto - arquitetura - CP1 Controle de projeto - estrutura - CP2 Controle de projeto - hidrulica - CP3 Controle de projeto - eltrica - CP4 Cabe destacar que os documentos apresentados servem apenas como referncia para o desenvolvimento do mtodo, podendo sofrer adaptaes de acordo com as necessidades e caractersticas organizacionais de cada escritrio.
DEFINIO DO FLUXOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO PPVV
Todo projeto, seja ele de estrutura, arquitetura ou instalaes, tem uma seqncia bsica para a sua elaborao. Esta seqncia normalmente dividida em etapas, sendo as mais usuais: estudo de viabilidade e concepo do produto; estudo preliminar; anteprojeto; executivo; detalhamento.
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De acordo com os dados obtidos nos estudos de casos, a introduo do PPVV, dentro do processo de desenvolvimento dos projetos, ocorre com maior freqncia nas etapas de anteprojeto e projeto executivo.
A introduo do PPVV nas etapas iniciais de desenvolvimento do processo de projeto amplia o seu potencial de racionalizao, permitindo atitudes mais globais como, por exemplo, a adoo de uma modulao para todos os projetistas eliminando situaes de ajustes dimensionais. Sendo assim, idealmente, o PPVV deve ser introduzido no processo de projeto juntamente aos demais projetistas.
Para a elaborao do mtodo ser considerada a introduo do PPVV no incio do desenvolvimento dos projetos, ou seja, na etapa de estudo preliminar. A introduo do PPVV na etapa de estudo preliminar tem um carter de consultoria tcnica (anlise conceitual da alvenaria) para os demais projetistas e para a empresa construtora. Posteriormente consolidao dos estudos preliminares dos demais projetistas, o PPVV passa a ser desenvolvido enquanto projeto propriamente dito, a partir da anlise crtica e compatibilizao desses estudos preliminares.
Assim como os demais projetos, o PPVV apresenta uma seqncia de elaborao, a qual no foi claramente definida nos estudos de caso, devido aos mtodos particularizados de cada escritrio. Para o desenvolvimento do mtodo ser adotada a seguinte seqncia de etapas: estudo preliminar, anteprojeto, executivo, detalhamento e implementao e acompanhamento.
Para a elaborao do mtodo foi necessrio estruturar um fluxograma de desenvolvimento do PPVV, ilustrado na Figura 8, no qual so definidos os itens componentes de cada etapa e suas relaes.
As etapas definidas sero caracterizadas a seguir de acordo com seu contedo, seqncia, procedimentos e materiais necessrios para sua elaborao.
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Figura 8. Fluxograma proposto para o desenvolvimento do PPVV
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CARACTERIZAO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DO PPVV
ETAPA 1 - DADOS INICIAIS
Ao estabelecer o primeiro contato com a empresa contratante, que, na maioria das vezes, se trata da empresa construtora, o projetista deve levantar os seguintes dados:
a experincia da empresa com projetos para produo; o estgio de desenvolvimento dos projetos; solicitar uma planta de estrutura e de arquitetura do pavimento tipo2; bloco de alvenaria. A partir da aprovao do contrato pelo cliente, torna-se necessrio fazer um levantamento de informaes relacionadas ao processo de projeto e gesto de produo da empresa construtora, tais como:
coordenador do projeto e suas atribuies; sistemas e tecnologias de informao3; padronizao grfica; estgio de desenvolvimento dos demais projetos. Para desenvolver esta etapa consultar o documento RG1 que se encontra em Dueas Pea (2003).
ETAPA 2 - ESTUDO PRELIMINAR
A etapa 1 serve basicamente para definir o que ser feito e sob que condies; ou seja, nesta etapa so definidos o escopo do PPVV a ser desenvolvido, as ferramentas a serem utilizadas, os profissionais envolvidos e o cronograma dentro do qual os projetos sero desenvolvidos. A etapa 2 caracterizada pela anlise crtica e conceitual dos projetos e tambm pela sua compatibilizao. Para tanto, o projetista dever solicitar uma cpia impressa e eletrnica de todos os projetos desenvolvidos at ento para anlise.
Uma vez recebidos, os projetos devem ser analisados e compatibilizados. Esta anlise dos projetos permite identificar os pontos crticos de cada projeto individualmente e principalmente se existe algum tipo de conflito decorrente da sobreposio dos projetos.
Alm da identificao os pontos crticos dos projetos esta anlise crtica e conceitual compreende a avaliao o futuro desempenho da alvenaria, sendo um dos pontos mais importantes do PPVV. Nesta anlise o projetista ir verificar:
projeto de estrutura: o comportamento da estrutura, principalmente no que diz respeito a possveis deformaes;
2 Na prtica de mercado verifica-se que o PPVV desenvolvido na maioria das vezes apenas para o pavimento tipo. 3 LUCAS JR (1993) define TI (tecnologia de informao) referindo-se s mquinas, programas e aplicativos, procedimentos, pessoas e dados empregados na produo, disseminao e utilizao da informao, tanto formal como informal, em uma organizao. as tecnologias chave incluem computadores, dispositivos controlados por computadores, redes de telecomunicao, correio eletrnico e de voz , teleconferncia e transmisso via fac-smile. ALTER (1996) considera que o SI (sistema de informao) um sistema que utiliza a tecnologia de informao para capturar, transmitir, armazenar, recuperar, manipular ou mostrar informaes utilizadas em um ou mais processos de negcio.
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o relacionamento da estrutura com a alvenaria: tipos de ligaes, juntas, etc; as tecnologias de produo, seqncias de elaborao e procedimentos executivos; a padronizao modular de blocos, esquadrias, vergas e contra-vergas, vos de
arquitetura e estrutura; etc. Aps a anlise e compatibilizao dos projetos deve ser elaborada a planta de conferncia e o estudo de modulao vertical.
Basicamente com a anlise e compatibilizao dos projetos e com a definio das espessuras dos blocos a serem utilizados nas vedaes, o projetista de produo tem condies de elaborar a planta de conferncia.
A planta de conferncia elaborada, muitas vezes implica em pequenos ajustes nas plantas de estrutura e principalmente na de arquitetura. Tais ajustes devero ser discutidos e aprovados pelo cliente e projetistas envolvidos. A aprovao destes ajustes dever ser registrada formalmente para poder liberar o desenvolvimento da etapa seguinte do PPVV.
O estudo de modulao vertical envolve basicamente a anlise conceitual da estrutura com a arquitetura. A partir deste estudo devero ser avaliados os blocos de alvenaria mais apropriados para os vos de estrutura e arquitetura definidos no projeto. No caso de a empresa construtora ainda no ter se decidido por um bloco especfico, devero ser analisados os blocos em estudo e atravs de uma anlise tcnica-comparativa escolher qual o mais apropriado. Assim como na planta de conferncia, o estudo de modulao vertical muitas vezes implica em pequenos ajustes de medidas nos projetos de arquitetura e estrutura, alteraes de espessuras de lajes e alturas de vigas, de dimenses e posicionamento de esquadrias so muito freqentes e devero ser discutidas e aprovadas pelos projetistas e cliente.
Aps a elaborao destes itens e da compatibilizao dos projetos, deve ser elaborado um relatrio de compatibilizao, enumerando e explicando todos os pontos crticos identificados, que dever ser encaminhado a todos os projetistas e coordenador. Devido importncia das informaes do relatrio, aconselhvel a realizao de uma reunio com todos os projetistas para discutir o relatrio e definir em conjunto as solues mais apropriadas para cada caso. Com base nas decises tomadas cabe a todos os projetistas revisarem os seus projetos, quando necessrio, e posteriormente darem incio ao desenvolvimento da etapa seguinte, de anteprojeto.
Nesta reunio, alm da apresentao do material elaborado e do relatrio de compatibilizao, dever ser apresentado e discutido o escopo mnimo de cada projeto (estrutura, instalaes, arquitetura, etc) para cada etapa do processo de projeto (anteprojeto, executivo, detalhamento, etc) para garantir os dados de entrada necessrios para o desenvolvimento do PPVV de acordo com o cronograma do empreendimento.
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Figura 9. Dados de entrada necessrios para a elaborao da etapa de estudo preliminar do PPVV.
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Para auxiliar, formalizar e registrar a definio do escopo mnimo de cada projetista foram elaborados documentos de controle de projeto (CP1 a CP4). Estes documentos definem quais informaes devem constar nos projetos por etapa de desenvolvimento, garantindo que as informaes necessrias especficas para o desenvolvimento do PPVV sejam contempladas. Os dados contidos nos documentos de controle de projeto devem ser discutidos com os demais projetistas e alterados quando necessrio.
Estes documentos foram desenvolvidos para auxiliar o desenvolvimento do PPVV especificamente, sendo assim, o seu contedo direcionado e no abrange o contedo total dos projetos4.
Caso estes documentos fossem desenvolvidos com um contedo mais abrangente, eles serviriam como ferramenta de coordenao, controle e planejamento do processo de projeto, tornando desnecessrio este controle por parte do projetista de produo.
Para elaborao desta etapa, utilizar o PR-EP e os documentos a ele relacionados que se encontram em Dueas Pea (2003).
ETAPA 3 - ANTEPROJETO
A etapa 3 caracterizada pela anlise e compatibilizao dos projetos j discutidos anteriormente. Para dar incio a esta etapa necessrio:
aprovao da etapa anterior pelo cliente; anteprojetos de arquitetura, estrutura e instalaes contemplando solicitaes da reunio de
compatibilizao da etapa anterior; definio do bloco de alvenaria a ser utilizado. Uma vez recebidos os anteprojetos dos demais projetistas eles devem ser novamente analisados e compatibilizados. Nesta nova anlise deve-se verificar se todos os pontos crticos discutidos anteriormente foram solucionados e revisados.
Assim como na etapa anterior deve-se elaborar um relatrio de compatibilizao contendo os eventuais problemas levantados nesta nova fase. Este relatrio deve ser encaminhado aos projetistas para posteriormente ser discutido em reunio. Sempre que possvel, para evitar reunies demasiadamente longas, os assuntos menos crticos devem ser discutidos e resolvidos diretamente com o projetista responsvel. Conforme tais assuntos forem sendo resolvidos, as solues adotadas devem ser registradas e enviadas ao projetista e cliente para formalizar a soluo adotada.
Depois de realizada a compatibilizao dos anteprojetos dos demais projetistas deve-se revisar a planta de conferncia, caso necessrio. Assim que a planta de conferncia estiver compatvel com as novas informaes e que o bloco a ser utilizado tenha sido definido, so elaboradas as plantas de marcao de 1 e 2 fiadas. Estas plantas devero ser apresentadas ao cliente para aprovao, dentro de um carter preliminar, pois ainda sero revisadas aps a elaborao das plantas de passagens eltricas e hidrulicas.
4 O PPVV normalmente desenvolvido apenas para o pavimento tipo; a anlise dos projetos no abrange todos os pavimentos e, desta forma, boa parte da compatibilizao e anlise crtica dos projetos fica sob a responsabilidade do coordenador dos projetos.
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Para a elaborao das plantas de marcao de 1a. e 2a. fiadas devem estar definidos:
blocos e espessuras das paredes; definio dos eixos de locao da alvenaria; especificaes das juntas: verticais e horizontais; tipo de amarrao: entre paredes e estrutura; dimenses e posicionamento de prumadas, quadros e shafts; dimenses e posicionamento das esquadrias e portas; folgas para a instalao de esquadrias e portas; aprovao da planta de conferncia. As plantas de marcao devem ser elaboradas com base nos dados contidos no AP2 que ser apresentado posteriormente.
Nas plantas de marcao, assim como, na plantas de conferncia, eixos e passagens deve ser inserido um quadro de controle dos projetos utilizados para a elaborao da planta em questo. Este quadro permite, principalmente para o engenheiro da obra, verificar quais folhas e que projetos foram utilizados e, principalmente verificar se foram atendidas e compatibilizadas as ltimas verses (revises) dos projetos. Desta forma, se por algum motivo qualquer o projetista de produo no tiver recebido e contemplado a reviso de algum projeto especfico, esta incompatibilidade ser facilmente identificada pela equipe de produo. Ver Figura 10.
PROJETO FOLHA DATA REVISO / DATA
ARQUITETURA
ESTRUTURA
ELTRICA
HIDRULICA
Figura 10. Quadro de controle de projetos.
Nesta etapa dado incio ao desenvolvimento dos detalhes e dos procedimentos e especificaes tcnicas do projeto. Para tanto, deve-se verificar se a construtora possui procedimentos e detalhes padronizados que devem ser utilizados para a elaborao do PPVV. Os procedimentos e detalhes genricos do PPVV devem ser discutidos com a equipe de produo ao longo de sua elaborao.
Para finalizar esta etapa deve ser agendada uma reunio de compatibilizao para a apresentao e discusso do relatrio e do material elaborado.
Para elaborao desta etapa, utilizar o PR-AP e os documentos a ele relacionados que se encontram em Dueas Pea (2003).
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Figura 11. Dados de entrada necessrios a elaborao da etapa de anteprojeto do
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ETAPA 4 - PROJETO EXECUTIVO
Esta fase caracterizada pela compatibilizao final dos projetos e pela entrega parcial do PPVV.
Para dar incio a esta etapa necessrio:
aprovao da etapa anterior pelo cliente; projetos executivos de arquitetura, estrutura e instalaes contemplando solicitaes da reunio de compatibilizao anterior; Novamente os projetos so analisados e compatibilizados e suas incompatibilidades so registradas no relatrio de compatibilizao. Estas incompatibilidades devem ser comunicadas ao cliente e projetista e resolvidas o mais rpido possvel, para dar continuidade ao desenvolvimento do PPVV.
Para dar continuidade ao desenvolvimento do PPVV elaborada a planta preliminar de passagens de eltrica e hidrulica. A elaborao destas plantas muitas vezes implica em pequenos ajustes nas plantas de marcao e conferncia que devero ser revisadas. Aps a reviso e finalizao das plantas de marcao, so finalizadas as plantas de passagens eltricas e hidrulicas.
Ao longo desta etapa dada continuidade ao desenvolvimento dos detalhes e procedimentos, que devero ser sempre discutidos com a equipe de produo ou responsvel.
Aps a elaborao destes itens, deve ser agendada uma reunio para a entrega dos seguintes itens do PPVV:
relatrio final de compatibilizao; planta de conferncia final; planta de locao dos eixos; plantas de marcao de 1 e 2 fiadas - final; plantas de passagens de eltrica e hidrulica final. Este material dever ser analisado pelo cliente e pela equipe de produo. No caso de solicitaes de revises, estas devero ser avaliadas pelo projetista e atendidas sempre que necessrio.
Para elaborao desta etapa, utilizar o PR-EX e os documentos a ele relacionados que se encontram em Dueas Pea (2003).
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Figura 12. Informaes necessrias para a etapa de executivo.
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ETAPA 5 - DETALHAMENTO
O material entregue na etapa anterior deve ser analisado e aprovado pelo cliente, com a sua aprovao passa a ser elaborado o caderno de elevaes e finalizados o caderno de detalhes e de procedimentos e especificaes tcnicas que foram discutidos ao longo das etapas com a equipe de produo.
Para elaborao desta etapa, utilizar o PR-DET e os documentos a ele relacionados que se encontram em Dueas Pea (2003).
ETAPA 6 - IMPLANTAO, ACOMPANHAMENTO E RETROALIMENTAO
A entrega final e completa do PPVV deve ser agendada com a equipe de produo. No caso de a empresa construtora possuir procedimentos formalizados de entrega que obriguem a efetuar a entrega para algum departamento especfico ou para o responsvel pela atividade de projeto na empresa, o projetista deve solicitar uma reunio com a equipe de produo para apresentar o projeto e esclarecer eventuais dvidas.
Esta entrega tem um carter explicativo, principalmente nos casos onde a equipe de produo no teve uma participao significativa durante o processo de projeto e precisa ser conscientizada do contedo, processo construtivo e potencialidades do PPVV.
Para garantir o entendimento e utilizao do projeto, ao final da apresentao devem ser agendadas com o engenheiro responsvel visitas de acompanhamento durante a utilizao do projeto. Tais visitas alm de auxiliares no entendimento do projeto, possibilitam ao projetista a retroalimentao do projeto atravs da analise crtica do impacto do PPVV na produo e na equipe de produo.
Esta anlise permite ao projetista identificar os pontos que podem ser melhorados no projeto PPVV referentes a contedo e forma de apresentao.
O contedo do PPVV pode variar de acordo com as necessidades especficas de cada obra; tais necessidades devero ser identificadas durante o processo de elaborao do PPVV. Quando a participao da equipe de produo durante a elaborao do projeto no for significativa, cabe ao projetista avaliar e identificar durante a utilizao a ausncia de informaes relevantes ou a existncia de informaes que no esto sendo utilizadas. Em ambos os casos e sempre que possvel o PPVV deve ser adequado, principalmente no caso de ausncia de informaes.
No caso das informaes que no esto sendo utilizadas, devem ser identificados os motivos pelos quais a informao no est sendo utilizada e ajustar o projeto quando necessrio.
As informaes obtidas nas visitas obra so cadastradas para serem utilizadas como parmetros balizadores para outros projetos da mesma construtora ou de construtoras com perfis semelhantes.
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7. CONCLUSES
O mtodo proposto tem como inteno balizar o desenvolvimento do PPVV, como referncia para projetistas e tambm servir como ferramenta de controle de contratao e anlise crtica para as empresas construtoras.
A estrutura do mtodo proposto foi baseada no processo de desenvolvimento de projetos identificado no mercado e em sistemas de controle da qualidade utilizados por escritrios de projeto certificados ou em processo de certificao.
O desenvolvimento do PPVV foi dividido em etapas, de acordo com a seqncia executiva do seu escopo bsico e em funo das informaes necessrias para a sua elaborao provenientes dos demais projetos. Atravs da caracterizao da diviso de etapas proposta, buscou-se exemplificar a sua insero do PPVV no processo de projeto e apresentar as principais dificuldades encontradas durante o seu desenvolvimento.
Quanto ao escopo bsico mencionado, sua definio foi baseada nos dados obtidos nos estudos de caso e representa um contedo bsico integrante da grande maioria dos projetos elaborados pelos escritrios entrevistados. Cabe ressaltar que atualmente o mercado da cidade de So Paulo conta com a atuao de apenas seis ou sete escritrios de destaque (trs dos quais foram estudos de caso) e, sendo assim, pode-se considerar que o escopo bsico definido representa a prtica consolidada no mercado.
Ainda quanto ao contedo, como identificado nos estudos de casos, o escopo bsico do PPVV atualmente desenvolvido no mercado no incorpora todos os elementos ligados organizao do canteiro e ao planejamento e controle da obra. Este fato transforma o projeto para produo em um projeto de produto com carter compatibilizador, contrariando os conceitos de projetos para produo.
Estes itens, especificamente, costumam ser desenvolvidos pelo gerente da obra. No entanto, o projetista pode, caso seja solicitado pela construtora, dar suporte ao seu desenvolvimento com sugestes e discusses tcnicas e incorporando as decises tomadas ao PPVV, que desta forma passaria a ser caracterizado plenamente como projeto para produo.
Esta complementao do PPVV depende das necessidades da empresa contratante e da participao da equipe de produo durante o desenvolvimento dos projetos e tambm da sua retroalimentao ao projetista de alvenaria especificamente, pois sem as informaes advindas da obra no possvel desenvolver documentos relativos organizao, planejamento e controle da obra que sejam pertinentes e aplicveis. A incluso destes itens no escopo do PPVV deve ser avaliada do ponto de vista da produo e requer uma pesquisa de campo minuciosa envolvendo a anlise crtica da utilizao do PPVV em relao ao seu contedo e estrutura de gesto da produo das empresas construtoras.
Observa-se, infelizmente, que a participao da equipe de produo no processo de projeto ainda pouco abrangente. Este fato crtico, no apenas para o projetista de produo, mas para todos os projetistas que no tm retorno da anlise crtica e eventuais deficincias observadas pela equipe de produo durante a utilizao de seus projetos.
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151
Os projetistas devem buscar o estreitamento da comunicao com a equipe de produo, para avaliar as reais necessidades da obra e estabelecer a abrangncia do PPVV, e tambm para obter a retroalimentao do projeto baseada na anlise crtica fornecida pela equipe de produo.
Os PPVV elaborados at o momento no contam ainda com a avaliao de desempenho das solues tcnicas adotadas, sendo esta mais uma sugesto de melhoria para o desenvolvimento do PPVV e tambm como tema de trabalho de pesquisa, analisando e comparando o desempenho da alvenaria e de detalhes construtivos especficos que foram adotados nos ltimos anos em funo do PPVV.
O projeto para produo, dentro do processo de projeto, apresenta um papel nitidamente compatibilizador e, por apresentar esta caracterstica, acaba intervindo diretamente, enquanto anlise crtica, nos demais projetos. Deve-se esclarecer que o PPVV contratado com a inteno de garantir a racionalizao da produo e a compatibilizao dos projetos, sendo que no compete ao PPVV suprir informaes de projetos deficientes, e sim, apontar as eventuais deficincias e pontos crticos dos projetos ou da coordenao, contribuindo assim para a melhoria da qualidade tcnica dos projetos, do processo de projeto e, conseqentemente, da produo.
Outra atuao polmica do PPVV est relacionada coordenao de projetos. A relao intrnseca do projetista de produo com a equipe de produo e equipe de projeto, associada ao seu conhecimento tcnico facilitam a atuao do projetista de produo na coordenao de projetos. Esta atuao, mesmo que de forma sutil, ocorre na prtica, no entanto, evitada pelos projetistas quando no faz parte do seu escopo de contratao. A coordenao dos projetos oferecida pela maioria dos escritrios de projetos para produo de vedaes; no entanto, este servio nem sempre contratado, por estar vinculado ao escopo de servios do projetista de arquitetura.
A contratao do projetista de vedaes, de acordo com os estudos de caso, ocorre nas etapas de executivo e anteprojeto. No entanto, em funo da ampliao do seu potencial de racionalizao, foi proposto no mtodo que a contratao deve ocorrer nas fases iniciais do desenvolvimento dos projetos. Acredita-se que, futuramente, assim como as empresas mudaram a contratao da fase de executivo para a de anteprojeto, esta prtica seja consolidada em funo da constatao prtica por parte das empresas construtoras das melhorias obtidas no processo de projeto e de produo.
O mtodo proposto compreende o PPVV com o contedo bsico que normalmente vem sendo desenvolvido e utilizado no mercado. Acredita-se que este mtodo possa ser aplicado por empresas de projeto, com pequenos ajustes de formatao. Cabe ressaltar que o PPVV desenvolvido no mercado ainda no atende plenamente s informaes relacionadas ao planejamento e controle da obra, sendo este um item a ser discutido e aprimorado pelos escritrios de projeto, com base em trabalhos de pesquisa e tambm atravs de um contato mais prximo com as equipes de produo.
Apesar de ter sido desenvolvido para as vedaes verticais em alvenaria, com alguns ajustes, este mtodo pode ser adaptado para outros tipos de vedaes verticais, tais como as vedaes verticais em gesso acartonado.
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Este trabalho de pesquisa tem um carter prtico e esclarecedor em relao ao desenvolvimento do PPVV e sua insero no processo de projeto e vem complementar os demais trabalhos de pesquisa j desenvolvidos relacionados a este tema.
Neste sentido, o mtodo proposto torna-se uma ferramenta auxiliar na melhoria da qualidade da produo das vedaes verticais e tambm abre novas perspectivas para discusses e pesquisas no meio acadmico.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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