54398359 Preconceito Estereotipos e Discriminacao

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Preconceito, estereótipos e discriminação

Harley Pacheco de Sousa

Universidade São Marcos

São Paulo

2011

Resumo: Resumo de um capitulo do livro Psicologia Social de Aroldo Rodrigues, esse

texto dá enfoque aos componentes do preconceito, exclui apenas as pesquisas e os

exemplo citados pelo autor na obra original, tentando manter ao máximo a fidelidade

do conteúdo, obviamente resumido e com mínimo de inserções das minhas falas

pessoais.

Poderíamos incluir no titulo acima as palavras como racismo, sexismo ou segregacionismo,

pois essas palavras remetem a comportamentos negativos direcionados a indivíduos ou

grupos, baseados num pré-julgamento que é mantido mesmo diante de fatos que o

contradigam. Há dois modos de pré-julgar, um é o direto e outro é velado, por isso Rodrigues,

A. afirma que pode haver preconceito mesmo quando existem fatos que o contradigam.

O preconceito é tão antigo quanto à humanidade em escritos antigos de autoria de Cornélio

tácito, antigo historiador romano havias citações acerca de outras etnias que remetiam a

preconceito. O preconceito começou a ser visto como constructo cientifico ao longo dos anos

20, ligando o tema principalmente a questão racial.

Qualquer grupo social pode ser vitima de preconceito e os efeitos do preconceito pode

apresentar níveis distintos em termos de agressividade exibida.

Preconceito é uma idéia mental influenciada por normas e processos de categorização social

que divide as pessoas em grupos, com o conseqüente de despertar respostas discriminatórias

contra um grupo que não e o seu.

Estereótipo é a base cognitiva do preconceito

É uma representação mental de um grupo ou de seus membros, baseado em uma estrutura

cognitiva que representa o conhecimento de uma pessoa acerca de outra pessoa, objeto ou

situação.

O preconceito é composto por três componentes, sendo assim, alguns teóricos apontam que o

mesmo seja uma atitude inter-grupal, mas há uma dicotomia nesse sentido por conta do

estereótipo ser um meio de simplificar e agilizar a visão do mundo.

Estigma estereótipo

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Estereotipar é a lei do menor esforço, segundo Allport, G. culpa dos nossos limitados atributos

cognitivos diante dum mundo cada vez mais complexo.

Rotulação

É um modo de estereotipar, é atribuir comportamentos a uma pessoa, por exemplo, fulano é

preguiçoso, é um modo de prever comportamentos em nossas relações interpessoais, se um

comportamento for adequado ao rotulo ele passa a despercebido; Isso pode abalar a auto-

estima e a pessoa pode se convencer de que não merece boa educação, trabalhos decentes,

moradias, alem de um perverso e difuso sentimento de inferioridade que se estiver

acompanhado por sentimentos de culpa, pode levá-lo a uma situação de desamparo e

sofrimento.

Racismo moderno

Pressionados por normas sociais mais liberais e que pregam maior tolerância para com as

diferenças podem abrandar seu comportamento discriminatório aparente, mas internamente

mantêm seus preconceitos, esse preconceito é o velado citado acima, - Atribuição de

causalidade – quando uma pessoa age de determinado modo e fazemos deduções acerca de

seu comportamento, isso geralmente contamina nossa percepção.

Psicólogos sociais demonstram que diante de uma situação em que somos apresentados a um

bem sucedido medico do sexo ou a sua contra partida do sexo feminino, tendemos a atribuir o

sucesso da mulher a uma maior motivação, quando não a pura sorte. O sujeito que passa por

essa situação tende a incorporar tais idéias e a se comportar de forma a endossá-las.

Parodiando Satre, poderíamos dizer que “preconceituosos são os outros”, ou ainda, Allport, G.

que frisava que “traços de personalidade são coisas que os outros têm”.

Preconceito e Discriminação

O estereotipo é a base cognitiva e os sentimentos negativos são o componente afetivo do

preconceito, as ações são o componente comportamental. Em essência o preconceito é uma

atitude que tecnicamente pode ser negativa ou positiva, pode ser definido como uma atitude

hostil ou negativa com relação a um determinado grupo ou pessoa, não levando

necessariamente a atos ou comportamentos persecutórios.

Em certo sentido todos nós somos preconceituosos, na melhor das hipóteses, temos

preconceito de quem tem preconceito, cremos que aprendizagem pode ser responsabilizada

em grande parte por este fenômeno, ainda que a facilidade com que adquirimos levante

suspeitas sobre a existência de uma possível pré disposição inata.

O papel do bode expiatório

Este constructo é uma espécie de complemento da causa anterior, ele serve para nós porque

procuramos transferir nossos sentimentos de raiva ou de inadequação, colocando a culpa pelo

fracasso em uma pessoa ou algo.

Fatores da personalidade

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A priori, podemos dizer que uma pessoa, mais do que outras são mais propensas a ser

preconceituosas. A idéia de Adorno, L (1950) parte do pressuposto que algumas pessoas em

função da educação que recebem em casa são mais propensas a se tornarem preconceituosas.

Adorno acreditava que pessoas que sofreram com o autoritarismo de qualquer tipo estariam

mais propensas a perseguir quaisquer grupos minoritários, de um modo genérico este tipo de

formação resultaria nos adultos preferentemente etnocentristas, ou seja, aqueles que

acreditam na superioridade do grupo étnico ou cultural a que pertencem, com o

correspondente desprezo por membros de outros grupos.

Causas sociais do preconceito

A teoria da aprendizagem social, diz que estereótipos e preconceitos fazem parte de um maior

de normas sociais, que por sua vez, seriam o conjunto de crenças de uma dada comunidade

acerca dos comportamentos tidos como socialmente corretos, aceitáveis e permitidos. As

normas sociais aprendidas em casa, na escola, nas instituições religiosas com colegas e através

da mídia e das artes, passadas de geração em geração, nos instruem aberta ou sutilmente

sobre o que pensar como reagir afetivamente ou como agir no mundo. Daí surge a

conformidade que é um caso especial do exposto, as pessoas de tanto perceberem e viverem

relações de desigualdade entre grupos, sexos, etc., passam a considerar tais tratamentos

diferenciados como naturais.

Referencias bibliográficas:

Rodrigues, A.(1999, p.147 - 174) Psicologia Social, 18º Ed - Vozes: Preconceito, Estereótipos e

Discriminação.