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PROJETO CONEXÕES DE SABERES Geografia – PSS I e PSS II CURSO PRÉ – UNIVERSITÁRIO GRATUITO Prof.(a): Guibson & Maurílio Diálogos entre a universidade e as comunidades populares – Apoio: MEC/SECAD/UFPB/PRAC 71 SUJEITO E OBJETO DA CIÊNCIA GEOGRÁFICA A geografia bem como outras ciências sociais adquiriu status de ciência no século XIX. Os estudos de Alexander Von Humboldt, grande naturalista e viajante e de Karl Ritter, filósofo e historiador, foram fundamentais para que a geografia se tornasse uma ciência autônoma. A ciência geográfica, surgida no contexto do positivismo, estava comprometida com as posições políticas dos seus fundadores. O qual estudava o objeto da geografia a partir da unidade do conhecimento, ou seja, uma disciplina da ciência que trabalhava com os fenômenos naturais e sociais. O positivismo, que é a repetição dos fatos e dos fenômenos naturais, posteriormente, de tendência filosófica utópica passou a tendência ideológica. Na geografia, indicou que o “espírito positivo” deveria acumular conhecimentos empíricos e descritivos a serviço dos países coloniais como França, Inglaterra, Alemanha, etc. No inicio da geografia cientifica (geografia determinista) o objeto de estudo era a natureza, quando se chegou a admitir que as condições naturais determinavam as regiões. Mesmo quando se abordavam os aspectos humanos, os estudos eram feitos como se os homens fossem uma espécie animal e não social. Neste sentido, a geografia não era admitida como uma ciência social. Hoje, a geografia é considerada uma ciência humana e seu objeto de estudo é a sociedade, ou seja, o próprio sujeito. Ela tem como característica o estudo de aspectos naturais como clima, relevo, vegetação, hidrografia e outras especialidades, além de estudar conjuntamente a isso os aspectos humanos, o que nos permite trabalhar a relação sociedade/natureza de uma forma integrada. Considerações finais Mais do que nunca, é importante dizer que a geografia é uma ciência social porque o seu objeto de estudo é o sujeito, ou seja, a sociedade. Por outro lado, é preciso repensar qual a compreensão de sujeito social que as teorias geográficas têm utilizado como instrumental de análise. O importante, neste contexto, não é somente reconhecer a sociedade como objeto da geografia, mas como esta sociedade desigual e dividida em classes constrói o espaço. Por fim, cabe dizer que a definição do objeto da geografia não é imutável. Isso é possível de ser verificado pelas diferentes correntes teóricas surgidas na geografia em momento recente. GEOGRAFIA HUMANA E GEOGRAFIA FÍSICA A Geografia surgiu como “disciplina síntese” unindo Sociedade e Natureza como um todo, embora tenha sido forçada, pelo sistema dominante, a tratar as questões físicas e humanas separadamente, com o objetivo de justificar a acumulação do capital, dominação de novos espaços e a geopolítica. Para isso, passou a realizar exaustiva descrição dos espaços, tornando-se assim, uma ciência descritiva. Com isso o que teremos que decifrar é: quem é o sujeito e quem é o objeto em geografia? Observe na Gramática: O homem domina a natureza” O sujeito da oração é homem; o objeto é natureza. Mas, se for ao contrário: A natureza exerce poder sobre o homem” Aqui o sujeito é natureza; homem passa a ser o objeto. Para a Geografia, homem e natureza é o conjunto da paisagem, portanto, objeto e sujeito, ao mesmo tempo. É evidente a preocupação desta ciência com o espaço construído. Desta questão, deriva-se da geografia física , que aborda os ecossistemas,fenômenos naturais e estrutura do planeta, diversas subdivisões como a: Hidrologia: refere-se ao estudo dos corpos de água nos continentes: rios, lagos, nascentes, afluentes, lençol freático, bacia hidrográfica, cursos aqüíferos; Biogeografia: ciência que estuda a distribuição espaço/territorial da fauna e da flora; Climatologia: têm como campo de estudo os fenômenos climáticos e meteorológicos que ocorrem na atmosfera; Geomorfologia: sua preocupação se dá em relação às formas e processos responsáveis pelo relevo do planeta; Etc.

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SUJEITO E OBJETO DA CIÊNCIA GEOGRÁFICA A geografia bem como outras ciências sociais adquiriu status de ciência no século XIX. Os estudos de Alexander Von Humboldt, grande naturalista e viajante e de Karl Ritter, filósofo e historiador, foram fundamentais para que a geografia se tornasse uma ciência autônoma. A ciência geográfica, surgida no contexto do positivismo, estava comprometida com as posições políticas dos seus fundadores. O qual estudava o objeto da geografia a partir da unidade do conhecimento, ou seja, uma disciplina da ciência que trabalhava com os fenômenos naturais e sociais. O positivismo, que é a repetição dos fatos e dos fenômenos naturais, posteriormente, de tendência filosófica utópica passou a tendência ideológica. Na geografia, indicou que o “espírito positivo” deveria acumular conhecimentos empíricos e descritivos a serviço dos países coloniais como França, Inglaterra, Alemanha, etc. No inicio da geografia cientifica (geografia determinista) o objeto de estudo era a natureza, quando se chegou a admitir que as condições naturais determinavam as regiões. Mesmo quando se abordavam os aspectos humanos, os estudos eram feitos como se os homens fossem uma espécie animal e não social. Neste sentido, a geografia não era admitida como uma ciência social. Hoje, a geografia é considerada uma ciência humana e seu objeto de estudo é a sociedade, ou seja, o próprio sujeito. Ela tem como característica o estudo de aspectos naturais como clima, relevo, vegetação, hidrografia e outras especialidades, além de estudar conjuntamente a isso os aspectos humanos, o que nos permite trabalhar a relação sociedade/natureza de uma forma integrada. Considerações finais Mais do que nunca, é importante dizer que a geografia é uma ciência social porque o seu objeto de estudo é o sujeito, ou seja, a sociedade. Por outro lado, é preciso repensar qual a compreensão de sujeito social que as teorias geográficas têm utilizado como instrumental de análise. O importante, neste contexto, não é somente reconhecer a sociedade como objeto da geografia,

mas como esta sociedade desigual e dividida em classes constrói o espaço. Por fim, cabe dizer que a definição do objeto da geografia não é imutável. Isso é possível de ser verificado pelas diferentes correntes teóricas surgidas na geografia em momento recente. GEOGRAFIA HUMANA E GEOGRAFIA FÍSICA A Geografia surgiu como “disciplina síntese” unindo Sociedade e Natureza como um todo, embora tenha sido forçada, pelo sistema dominante, a tratar as questões físicas e humanas separadamente, com o objetivo de justificar a acumulação do capital, dominação de novos espaços e a geopolítica. Para isso, passou a realizar exaustiva descrição dos espaços, tornando-se assim, uma ciência descritiva. Com isso o que teremos que decifrar é: quem é o sujeito e quem é o objeto em geografia? Observe na Gramática: “ O homem domina a natureza” O sujeito da oração é homem; o objeto é natureza.

Mas, se for ao contrário: “ A natureza exerce poder sobre o homem” Aqui o sujeito é natureza; homem passa a ser o objeto. Para a Geografia, homem e natureza é o conjunto da paisagem, portanto, objeto e sujeito, ao mesmo tempo. É evidente a preocupação desta ciência com o espaço construído. Desta questão, deriva-se da geografia física, que aborda os ecossistemas,fenômenos naturais e estrutura do planeta, diversas subdivisões como a: � Hidrologia : refere-se ao estudo dos corpos

de água nos continentes: rios, lagos, nascentes, afluentes, lençol freático, bacia hidrográfica, cursos aqüíferos;

� Biogeografia: ciência que estuda a distribuição espaço/territorial da fauna e da flora;

� Climatologia: têm como campo de estudo os fenômenos climáticos e meteorológicos que ocorrem na atmosfera;

� Geomorfologia: sua preocupação se dá em relação às formas e processos responsáveis pelo relevo do planeta;

� Etc.

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As subdivisões da geografia humana, que aborda as organizações sociais e espaciais pelo homem e da sociedade são: � Geopolítica: sua preocupação remete aos

interesses do estado; domínio do território, soberania, conflitos entre nações, atuações políticas e econômicas;

� Geografia Agrária: estuda a estrutura fundiária, a organização rural, lutas e movimentos pela posse da terra;

� Geografia urbana: estudo as cidades e sua estrutura desde o surgimento aos dias atuais;

� Geoeconomia: estuda os assuntos econômicos ligados às nações e territórios pelo globo.

É interessante destacarmos que esta divisão da ciência geográfica além de favorecer a quebra da unidade na formação de uma geografia única gerou dificuldade de apreensão de seu objeto. CORRENTES DA GEOGRAFIA Toda ciência tem sua linha de pensamento e conceitos, é a maneira de idealizar e atuar com determinados preceitos e conhecimentos. Com o passar dos anos estas linhas de pensamento se modificam e ganham novas formas acompanhando a evolução do próprio homem e seu comportamento em sociedade. Na geografia não foi diferente sua corrente de pensamento foi o marco fincado para torná-la atuante e orientar os cientistas. São as correntes: 1. Determinismo: Coloca o homem como ser passivo diante da natureza, a qual determina suas condições de vida. Foi proposto por Frederic Ratzel em 1882 através de sua obra Antropogeografia. Ex: O problema do Nordeste do Brasil é a seca (frase determinista). Ratzel propõe uma legitimação do expansionismo alemão, através daquilo que veio a ser chamado de “Lebensraum, ou espaço vital”. Ele ainda dizia que o progresso significaria um maior uso dos recursos do meio. A importância maior de sua proposta reside no fato de haver trazido para o debate geográfico, os temas políticos e econômicos, colocando o homem no centro das análises. Mesmo que numa visão naturalizante, para legitimar interesses contrários ao humanismo. 2. Possibilismo: Proposto pela Escola Francesa, contrapõe-se ao determinismo alemão, pois

acredita na possibilidade de haver influências recíprocas entre o homem e o meio natural. Partiu da idéia de que o homem se adapta ao meio, além de modificá-lo. Seu grande expoente foi Vidal De La Blache. Objetivava frear o expansionismo alemão, mas por outro lado justificava o expansionismo da França em suas colônias pelo mundo. 3. Geografia pragmática, Geografia Quantitativa ou Nova Geografia: Esta corrente efetua uma crítica a insuficiência da análise tradicional. “Os números servem para o Estado interferir na realidade”. Seu surgimento foi no final da Segunda Guerra, nos EUA e na Europa. Suas características têm bases técnicas e planejamentos, uso da razão para orientar o desenvolvimento capitalista, tornando o conhecimento geográfico abstrato; assim os modelos matemáticos servem para analisar o espaço, agir sobre a natureza e fortalecer os investimentos do Estado em regiões homogêneas e funcionais, através de meios estatísticos. A geografia Pragmática é um instrumento da dominação burguesa. Um aparato do Estado capitalista. 4. Geografia Crítica: Corrente surgida na França em 1970 com Yves Lacoste e em 1978 no Brasil com Miltion Santos. Rompeu com os paradigmas antigos do estudo geográfico. Discute a natureza do espaço geográfico e seus desdobramentos. Critica o empirismo exacerbado da Geografia Tradicional e todas as outras decorrências da fundamentação positivista, o apego as velhas teorias, e criticava ainda, dentre muitas coisas colocadas pelas correntes anteriores, a despolitização ideológica do discurso geográfico, que afastava do âmbito dessa disciplina a discussão das questões sociais. Luta pela conscientização da população e defesa do saber como instrumento de mudança da realidade das classes menos favorecidas. Características: Agravamentos das crises sociais, crítica a geografia tradicional e pragmática, ruptura com as outras correntes por que se afastam do debate social. Suas bases são: O Materialismo Histórico e a Dialética Marxista; PRINCÍPIOS GEOGRÁFICOS São utilizados em atividades que vão desde a análise de relações internacionais, até a seleção de

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locais apropriados construções; desde o planejamento do uso do solo para pequenas comunidades, até o planejamento regional de projetos de desenvolvimento que afetam grandes áreas; desde o ensino na escola fundamental, até a compreensão e a minimização de danos causados por desastres naturais 1- Princípio da extensão -Friedrich Ratzel (1844-1904). O princípio diz que é preciso delimitar o fato a ser estudado, localizando-o na superfície terrestre. Ex. Quando apresentamos a área de um país. 2- Princípio da analogia- também chamado Geografia Geral, exposto por Karl Ritter (1779-1859) e Paul Vidal de La Blache (1845-1918). Estes autores mostraram que é preciso comparar o fato ou área estudada com outros fatos ou áreas da superfície terrestre, em busca de semelhanças e diferenças. Ex. Comparação do rio São Francisco com Nilo africano por exemplo. 3- Princípio da causalidade- formulado por Alexander Von Humboldt (1769-1859), que diz respeito à necessidade de explicar o porquê dos fatos. Ex. A causa do terremoto no Haiti (movimento das placas tectônicas). 4- Princípio da conexidade ou interação- apresentado por Jean Brunhes (1869-1930). Segundo ele, os fatos não são isolados, e sim inseridos num sistema de relações, tanto locais quanto interlocais. Ex. A crise imobiliário nos EUA afetou o mundo. 5- Princípio da atividade- formulado também por Brunhes, que afirma ter os fatos um caráter dinâmico, mutável, o que demanda o conhecimento do passado para a compreensão do presente e previsão do futuro. Ex. O clima sofre ação dos elementos naturais. CATEGORIAS GEOGRÁFICAS São divisões para estudos que se desenvolvem a partir das várias visões e ideologias humanas. Através delas podemos compreender as transformações do espaço.

Espaço: Arranjo dinâmico de objetos naturais e sociais construídos historicamente pelo trabalho humano. Ou simplesmente “moradia do homem”. Mais ainda, no atual estágio de mundo globalizado, é necessário possuir um amplo conhecimento geográfico para entender o que ocorre em escala mundial e tornar-se um cidadão consciente dos fatos para agir no seu lugar de morada. Território : refere-se às relações de poder espacialmente delimitadas e operando sobre um substrato referencial. É utilizado para explicar as diversidades econômicas, políticas e culturais dos grupos sociais. Pode ainda ser considerado como a área de um país, estado ou município, etc., e possui o Estado como seu grande gestor. Lugar : É a porção do espaço onde se desenrolam as relações cotidianas é algo familiar, reconhecível, que se correlaciona com os sentimentos dos que moram ali. É uma parte do espaço com a qual você se identifica. Paisagem: Tudo aquilo que nossa visão alcança que se caracterizam pela combinação de suas combinações, homogeneizada em sua essência, forma, cor, odor e sentimento de quem a observa. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. “Sua dimensão é a dimensão da percepção, o que chega aos sentidos” (SANTOS, 1988). Região: Área que se distingui das demais por possuir características próprias e homogêneas, tanto físicas quanto humanas (clima, vegetação, relevo, produção urbana ou rural, etc). PRÁTICAS ESPACIAIS Conjunto de ações que criam, mantém, desfazem ou refazem as formas geográficas. Isto significa que tais práticas são portadoras dos projetos de determinados grupos ou classes sociais com vistas á criação ou reprodução de uma atividade ou da sociedade como um todo. Essas práticas podem reproduzir espaços geográficos em que as relações sociais estejam a serviço da reprodução ampliada do capital, na medida em que alimentam padrões de produção e de consumo insustentáveis. Como também pode estabelecer, com o espaço geográfico, práticas espaciais que estejam comprometidas com a construção de

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sociedades sustentáveis, pautadas na qualidade de vida e na justiça ambiental, o que evidencia outra razão de se ensinar Geografia. Seletividade espacial: É a seleção de um dado lugar, seguindo critérios que satisfaçam o interesse imediato, ou futuro, de alguém, empresas e Estado, com ideal de realizar projetos naquele espaço. EX: A escolha do melhor lugar para se morar. Fragmentação/remembramento espacial: Processo de divisão/reconstituição do espaço com o objetivo de potencializar sua exploração. Sempre ocorre fragmentação ou remembramento quando existe diminuição da oferta da produção numa determinada área. Ex. Municipalização dos distritos. Marginalização: exclusão do espaço que por razões de ordem econômica, política ou cultural, que faz com que o espaço perca sua importância, ficando à beira (margem) de uma atividade. Ex. As comunidades nos morros do RJ. Antecipação espacial: Prática que pode ser definida como a localização de uma unidade funcional em determinada área antes que condições favoráveis localização tenham sido satisfeitas. Ex. Comprar um terreno em uma praia ainda desabitada. A reprodução espacial ou da região produtora deve ser compreendida no âmbito do processo de valorização produtiva do espaço. Ex. Desconcentração industrial para produzir novas regiões metropolitanas. OBS. As práticas espaciais devem ser compreendidas no âmbito das estruturas sociais que definem os projetos que deverão ser concretizados. Portanto, os modos de organização da produção explicam o sentido dessas práticas. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 1. (UFPB – 2005) A Geografia é uma Ciência Humana, que tem como uma de suas características o estudo de aspectos naturais como clima, relevo, vegetação, hidrografia e outras especialidades que nos permitem trabalhar a

relação sociedade/natureza de uma forma integrada. Esse método de interpretação, porém, não é o único adotado pelos geógrafos. No que se refere a outras metodologias, é correto afirmar: a) A visão sobre a natureza na Geografia sempre

contemplou a vida do homem, mesmo não existindo aglomerados humanos em alguns ambientes naturais.

b) A evolução do pensamento geográfico não possibilitou se trabalhar a relação homem/meio de uma forma integrada, até o momento atual devido a uma questão de escala temporal.

c) A discussão sobre o objeto de estudo da Geografia se prolongou por muito tempo no meio acadêmico, ocasionando uma omissão na abordagem do ambiente natural.

d) O espaço geográfico, trabalhado a partir de uma visão integrada, constitui-se uma dificuldade intransponível, visto a natureza ser abordada apenas nas ciências naturais.

e) A Geografia Tradicional, embora trabalhe o

homem e o meio, não propõe estudos que contemplem as relações sociedade/natureza.

2. A respeito da Geografia Tradicional

(Determinismo e Possibilismo) marque a alternativa correta.

(a) As duas correntes observam a relação entre homem e natureza e todas as duas dizem que o homem é quem comanda essa relação.

(b) A Geografia Tradicional era meramente descritiva e tinha como campo de estudo a natureza.

(c) Para a Geografia Tradicional, o seu grande campo de estudo não era a natureza, e sim a relação entre sociedade e capitalismo.

(d) O Determinismo pregava que o homem pode modificar o meio que o cerca.

(e) As duas correntes de pensamento surgiram na França e na Alemanha, respectivamente.

3. Marque a alternativa que representa a corrente da Geografia onde a relação existente entre homem e natureza é comandada pela natureza. (a) Determinismo (b) Geografia Quantitativa (c) Nova Geografia (d) Geografia Crítica (e) Geografia Marxista

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4. O método geográfico é constituído por cinco princípios. Assim, ao estudar uma determinada área, o geógrafo deve, inicialmente, localizá-la, demarcando os seus limites; em seguida, compará-la com outras áreas, identificando semelhanças e diferenças; após fazer isso, ele estabelece as relações de causa e efeito. No próximo passo, ele deve observar a integração e a interdependência existente entre os fatores físicos e humanos e, por fim, observar o caráter dinâmico, as mudanças que ocorreram na área ao longo do tempo. Assim, seguindo essa ordem, o geógrafo terá aplicado em seu estudo os seguintes princípios: (a) extensão, causalidade, analogia, conexidade e

atividade. (b) limitação, Geografia Geral, causalidade,

abranger e analogia. (c) extensão, casualidade, analogia, conexidade e futurologia. (d) extensão, analogia, causalidade, conexidade e atividade. (e) caracterização, limitação, causalidade, relação e movimentação. 5. [...] as principais correntes de pensamento geográfico ou paradigmas da geografia são: Determinismo ambiental, Possibilismo, a Teorética-Quantitativa e a geografia crítica. (CORRÊA, R. L. Região e organização espacial. São Paulo: Ática, Série Princípios, 2003.) Sobre o assunto, assinale a afirmativa INCORRETA. (a) No determinismo ambiental, afirma-se que as condições naturais determinam o comportamento do homem, interferindo na sua capacidade de progredir. (b) O possibilismo surgiu como contraponto ao determinismo ambiental ao afirmar a capacidade do homem de superar os desafios impostos pelo meio natural. (c) O racionalismo enfatiza a diferenciação de áreas a partir da integração de fenômenos heterogêneos em uma dada porção da superfície da Terra. (d) A geografia teorética ou geografia quantitativa, emprega técnicas estatísticas, dotadas de maior ou menor grau de sofisticação, geometria e modelos normativos. (e) A geografia crítica, que nasceu baseada em análises marxistas e no neo-positivismo, aliou-se ao discurso da geografia teorético-quantitativa e

defende um saber a serviço da transformação social. 6. A que Categorias geográficas as seqüências abaixo estão relacionada? I. Lugar onde se vive com suas características e condicionamentos geofísicos; ambiente que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas por todos os lados; II. Todo o espaço que a nossa vista alcança e que se caracteriza pela combinação de suas combinações. Dimensão da percepção, o que chega aos sentidos. (SANTOS, 1988). III. Parte do espaço com identidades característica que lhe confere afinidade e semelhanças entre as partes, apresenta características próprias e homogenias. IV. Algo familiar, reconhecível, que estabelece relações particulares com o individuo, cotidianamente, e geralmente correlaciona-se com seus sentimentos. 7. Quanto às práticas espaciais, responda com V para verdadeiro e F para falso ( ) As praticas espaciais impõe relações ao uso do espaço, principalmente para explorá-lo mais. ( ) Ação seletiva dos sujeitos sociais no processo de organização do seu espaço. Esta prática envolve julgamento e decisão segundo o projeto estabelecido e possibilita a realização de interesses imediatos ou futuros. Isto é um conceito dado à antecipação espacial. ( ) Espaços marcados pela evasão de capitais, o que pode corresponder à não concretização das virtualidades presentes num determinado lugar, é o conceito para a pratica da marginalização. ( ) A prática definida pela exploração de uma área para a realização de uma atividade antes que condições favoráveis ao seu desenvolvimento tenham sido completamente satisfeitas, é chamada de seletividade espacial. _____________________________________ ORIENTAÇÃO GEOGRÁFICA

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Nos tempos antigos era feita através das estrelas, palácios, igrejas, etc., hoje além das estrelas (sol, lua, constelação do cruzeiro do sul -no sul- e estrela polar, da constelação da Ursa Menor - no norte); temos ainda a rosa dos ventos (fig.1), bússola, GPS (sistema de posicionamento global) e indícios (usado escoteiros e alguns topógrafos). A orientação é uma necessidade humana para que ele possa agir sobre o espaço. Pois o planeta apresenta dois pontos extremos naturais (os pólos), além de possuir fronteiras naturais como o oceano, as cadeias de montanhas, etc. LOCALIZAÇÃO E POSIÇÃO

A localização de qualquer lugar na Terra pode ser mostrada num mapa (fig.2), pois além de dividir a Terra em dois hemisférios (Norte e Sul) através da Linha do Equador ele ainda mostra as fronteiras geopolíticas de cada país, delimitando-os. Além disso, mostra os trópicos que delimitam as zonas tropicais numa das quais o Brasil está inserido (de câncer ao Norte e de Capricórnio ao Sul). Como a terra é arredondada existem círculos imaginários que a envolvem, os quais são os paralelos e os meridianos. As Coordenadas Geográficas representam essa grande rede. Criaram-se ainda referenciais de partida para a latitude e longitude. Para Latitude o referencial é o paralelo 0°, que é o Equador; da longitude é o meridiano principal ou de Greenwich. Veja: A Latitude mede-se para norte e para sul do equador de 0 - 90º sul, no Pólo Sul (negativa), e de 0 - 90º norte, no Pólo Norte (positiva). A Longitude descreve a localização de um lugar na Terra medido em graus, de zero a 180 para

leste ou para oeste, a partir do Meridiano de Greenwich. Linha imaginária do Equador: Divide o globo terrestre em dois hemisférios: norte (setentrional ou boreal), e sul (meridional ou austral). Meridiano de Greenwich: Também chamado de meridiano inicial, atravessa a Grã Bretanha, na extremidade oeste da Europa e a porção ocidental da África. Ele é uma linha imaginária que liga um pólo do planeta ao outro, possuindo a forma de uma semicircunferência. Em 1884, por convenção, escolheu-se o plano que contém o Meridiano de Greenwich para dividir o planeta em dois hemisférios: oriental - leste e ocidental - oeste. FUSOS HORÁRIOS

Com a necessidade de se unificar a hora em todo o mundo a Conferencia Internacional do Meridiano ocorrida em Washington em 1884 colocou o meridiano de Greenwich com a referência da hora oficial mundial. Como a Terra tem 360º e leva 24 h para dar uma volta sobre si mesma (movimento de rotação) temos que: 360°/24 = 15º, logo, cada fuso corresponde a 15°, ou 15 meridianos, ou 1 hora. Tomando Greenwich como referência 0 hora, aumenta-se em 1 hora cada 15° para leste e diminui-se 1 hora para cada 15° à Oeste.

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FUSO HORÁRIO BRASILEIRO O território brasileiro está localizado a Oeste de Greenwich (0º), e em função de grande extensão compreende 3 fusos , variando de 2 à 4 horas menos que Greenwich. Isto se deu em 24 de Abril de 2008, segundo a lei Federal

N.11.662. Até esta data ele possuía 4 fusos. Com a lei, os estados do Acre, Amazonas e Pará têm seus fusos alterados. ESCALAS E PROJEÇÕES Todos os mapas são representações aproximadas da superfície terrestre. São aproximadas porque a Terra, esférica, é desenhada em uma superfície plana. A elaboração de um mapa consiste em um método segundo o qual se faz corresponder a cada ponto da Terra, em coordenadas geográficas, um ponto no mapa, em coordenadas planas. Para se obter essas correspondências utilizam-se os sistemas de projeções cartográficas. Existem diferentes projeções cartográficas, uma vez que há uma variedade de modos de projetar sobre um plano os objetos geográficos que caracterizam a superfície terrestre. Conseqüentemente, torna-se necessário classificá-las sob seus diversos aspectos, a fim de melhor estudá-las.

PROJEÇÃO CARTOGRÁFICA: Processo de transformação de coordenadas de uma superfície de referência (geralmente o elipsóide) para uma superfície de representação (geralmente o plano, o cilindro e o cone). Os sistemas de projeções constituem-se de uma fórmula matemática que transforma as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície esférica (elipsoidal), em coordenadas planas, mantendo correspondência entre elas. Classificação das Projeções: Analisam-se os sistemas de projeções cartográficas pelo tipo de superfície adotada e o grau de deformação. Quanto a classificação das projeções podem ser: planas ou azimutais, cônicas e cilíndrica.

1. Projeção plana ou azimutal: Constrói-se o mapa imaginando-o situado num plano tangente ou secante a um ponto na superfície da Terra. Ex: projeção estereográfica polar. 2- Projeção cônica: Obtém-se o mapa imaginando-o desenhado num cone que envolve a esfera terrestre. O cone é, em seguida, desenrolado sobre um plano. As projeções cônicas podem ser tangentes ou secantes. Em todas as projeções cônicas normais os meridianos são retas que convergem em um ponto (que representa o vértice do cone) e todos os paralelos são circunferências concêntricas a esse ponto. Ex: projeção cônica de Lambert. 3- Projeção cilíndrica: Obtém-se o mapa imaginando-o desenhado num cilindro tangente ou secante à superfície da Terra. O cilindro é depois desenrolado sobre um plano. Em todasvas projeções cilíndricas normais os meridianos e os paralelos são representados por retas perpendiculares. Exemplo: projeção de Mercator - A seguir apresenta-se a comparação da representação de um quarto de hemisfério segundo três diferentes sistemas de projeção.

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4. Projeção de Goode, que modifica a de Moolweide: É uma projeção descontínua, pois tenta eliminar várias áreas oceânicas. Goode coloca os meridianos centrais da projeção correspondendo aos meridianos quase centrais dos continentes para lograr maior exatidão.

Os tipos de propriedades geométricas que caracterizam as projeções cartográficas, em suas relações entre a esfera (Terra) e um plano, que é o mapa, são:

a) Conformes – os ângulos são mantidos idênticos (na esfera e no plano) e as áreas são deformadas.

b) Equivalentes – quando as áreas apresentam-se idênticas e os ângulos deformados.

c) Afiláticas – quando as áreas e os ângulos apresentam-se deformados.

ESCALAS Km Hm Dam M Dm Cm Mm A escala nos informa quantas vezes o objeto real foi reduzido no mapa, ou simplesmente a relação ente a distancia ou o comprimento no mapa e a distância real correspondente na terra. - Escala numérica: É representada em forma de fração 1/10.000 ou razão 1:10.000, isso significa que o valor do numerador é o do mapa e o denominador é o valor referente ao espaço real. Ex: 1:10.000, cada 1 cm no papel (mapa) corresponde a 10.000 cm no espaço real. - Escala Gráfica: Representa de forma gráfica a escala numérica.

Cada unidade da escala, ou seja, 1 cm representa 50 km no espaço real.

Fórmula do cálculo de escala: E = d/D Onde: E = escala do mapa; d = distância no mapa; D = distância real; Tamanho das escalas: Maior denominador = menor escala. Menor denominador = maior escala. Ex. 1: 25.000 (escala grande) 1: 100.000 (escala média) 1: 2.000.000 (escala pequena). Para se trabalhar bem com este conteúdo devemos dominar o uso das três fórmulas: a) Para determinar a distancia real.

D: d x E b) Para determinar a distância no Mapa

d: D/E

c) Para determinar a Escala E: D/d

EXERCÍCIOS 1. Determine as coordenadas geográficas dos pontos A-B-C-D.

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2. Observe as projeções e responda a seqüência correta:

ggg

a) Projeção azimutal, cilíndrica e cônica;

b) Projeção cilíndrica, cônica e azimutal;

c) Projeção cônica, cilíndrica e azimutal;

d) Projeção azimutal, cônica e cilíndrica;

e) Projeção cilíndrica, azimutal e cônica

3. Calcule a distância real (D) entre dois pontos, separados por 5 cm (d), num mapa de escala (E) 1:300000.

4. Calcule a distância no mapa (d) de escala (E) 1: 300 000 entre dois pontos situados a 15 km de distância

(D) um do outro. 5. Calcule a escala (E), sabendo-se que a distância entre dois pontos no mapa (d) de 5 cm representa a distância real (D) de 15 Km. OS MODOS DE PRODUÇÃO É a forma de organização socioeconômica associada a uma determinada etapa de desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção. Os principais métodos de produção industrial são:

Fordismo: Caracteriza-se por um método de produção em série. Proposto pelo norte-americano Henry Ford; consistia em organizar a linha de montagem de cada fábrica para produzir mais, controlando melhor as fontes de matérias-primas e de energia, os transportes, a formação da mão-de-obra. Ele adotou três princípios básicos;

1) Princípio de Intensificação: Diminuir o tempo de duração com o emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado.

2) Princípio de Economia: Consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria-prima em transformação.

3) Princípio de Produtividade: Aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e o empresário tem maior produção. Just-in-time (produzir ao mesmo tempo que vende): Este sistema tende a reduzir os custos

operacionais, já que diminui a necessidade da mobilização e manutenção do espaço físico, principalmente na estocagem da matéria prima ou da mercadoria a ser vendida. Produzia no menor tempo possível. Era fixado um tempo máximo para cada etapa da produção. Taylorismo: Publicado por Frederick W. Taylor em, “Os princípios da administração científica”, propunha uma intensificação da divisão do trabalho, ou seja, fracionar as etapas do processo produtivo de modo que o trabalhador desenvolvesse tarefas ultra-especializadas e repetitivas. Diferenciando o trabalho intelectual do trabalho manual. Fazendo um controle sobre o tempo gasto em cada tarefa e um constante esforço de racionalização, para que a tarefa seja executada num prazo mínimo. Portanto, o trabalhador que produzisse mais em menos tempo receberia prêmios como incentivos. Logo, era um método de organização da produção capitalista que se desenvolveu a partir da globalização do capitalismo na década de 1970-80. TEORIAS DA POPULAÇÃO Procuram explicar a relação existente entre crescimento populacional e desenvolvimento econômico, e são: Teoria Malthusiana: Criada por Thomas Robert Malthus, no final do séc. XVIII, na qual ele dizia que a população crescia em progressão geométrica (1,2,4,8,16...) enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética (1,2,3,4,5,6...).

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O aumento da populacional é sempre mais elevado que o dos meios de subsistência. Sustentou ainda que o problema de superpopulação só não se torna intolerável devido as guerras, às epidemias, e a fome crônica, que dizimam periodicamente parte do excedente demográfico. Teoria Neomalthusiana: Criada no pós 2ª Guerra Mundial, que diz “o crescimento populacional acelerado nos países subdesenvolvidos, segundo esses demógrafos alarmistas, a pobreza e o subdesenvolvimento seriam gerados pelo grande crescimento populacional, e em virtude disso, seriam necessárias drásticas políticas de controle de natalidade, que se dariam através do famoso e bastante difundido, ‘planejamento familiar’. Teoria Reformista: Nega as teorias de Malthus. Segundo esses demógrafos, a própria miséria é a responsável pelo acelerado crescimento populacional. E por isso defendem reformas de caráter sócio-econômico que possibilitem a melhoria do padrão de vida das populações dos países subdesenvolvidos, segundo eles, essas reformas trariam por conseqüência o planejamento familiar responsável, e com isso a redução das taxas de natalidade e crescimento vegetativo, como ocorreu em vários países hoje desenvolvidos. Os reformistas atribuem a origem da pobreza à má divisão de renda na sociedade, ocasionada, sobretudo, pela exploração a que os países desenvolvidos submetem os países subdesenvolvidos. 1. (UNISA) As declarações oficiais dos diversos

governos do Brasil, em torno da necessidade de povoar o território brasileiro; as concessões de legislação trabalhista brasileira, como salário-família, o auxílio maternidade etc. levam a concluir que o Brasil adota uma política demográfica:

a) Neomalthusiana; b) Natalista ou populacionista; c) antinatalista; d) contrária à teoria de Malthus; e) contrária ao crescimento vegetativo.

2. (UNIVALE) Sobre a ‘população’ a alternativa

verdadeira é:

a) Densidade demográfica é a divisão da população relativa pela área do local.

b) A população relativa é o número total de habitantes de um local.

c) Pode-se chamar uma área ou região de populosa quando ela possui uma grande população absoluta.

d) As áreas onde a população absoluta é grande são chamadas de áreas de grande concentração populacional.

e) As áreas anecumênicas são aquelas de grande concentração populacional. Geralmente são áreas urbanas, de grande concentração industrial.

3. UNISA) A capacidade de crescimento da

população é infinitamente maior do que a capacidade de produção de alimentos na Terra. Esse é o enunciado básico da doutrina de Malthus, que consiste no seguinte princípio:

a) progressão aritmética da população e

progressão geométrica dos alimentos. b) progressão geométrica da população e alta taxa

de natalidade. c) progressão aritmética da população e baixa taxa

de mortalidade.

d) progressão geométrica da população e progressão aritmética dos alimentos industrial

ESTRUTURA ETÁRIA

Caracterizada pela “pirâmide etária”, gráficos que representam a população por idade e sexo. Está dividida em: 1. Base: Parte inferior que representa a

população jovem;

2. Abcissa: Quantidade de pessoas;

3. Ordenada: representa as faixas de idade;

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4. Corpo: Parte intermediária que representa a população adulta;

5. Cume ou ápice: Parte superior que representa a população velha.

GRANDES PAISAGENS NATURAIS

Produtos de uma complexa combinação de fatores como: latitude, relevo, solos, estrutura geológica etc. e que tem no clima e vegetação os elementos mais perceptíveis em uma paisagem natural.

• As Regiões Equatoriais e Tropicais Úmidas;

• As regiões Temperadas; • As Paisagens Montanhosas; • Os Desertos; • Savanas; • Os pólos, etc.

UMA VISÃO INTEGRADA: ECOLOGIA/ MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE Dentre os maiores desafios internacionais, na esfera ambiental, põe-se a questão referente à conscientização ambiental e o tópico referente à participação de Estado soberanos em tratados que visam a conservação e a preservação do meio ambiente em esfera global. Mesmo depois da 1° Conferencia em Estocolmo, até o protocolo de kyoto, ainda encontramos Estados que relutam em legitimar tratados que visem a necessidade de preservação ambiental. No Brasil os números alarmam: Amazônia: Devastação da principal floresta do mndo. Cerrado: Será o fim deste bioma no país? Mata Atlântica : Devastação pelas Plantations. EVENTOS IMPORTANTES: 1988: constituição regula o crime ambiental, leis mais avançadas do mundo, multa e prisões para os responsáveis por danos ao meio ambiente. Cria a Amazônia legal. ECO RIO 92: Conferencia das nações unidas sobre o meio Ambiente (CNUMAD), realizada de

03 a 14 de junho. Nela foram aprovados a Declaração do Rio e a Agenda 21, que endossam o conceito de desenvolvimento sustentável. 2005: aprovada a lei de Bio-Segurança no Brasil. Durante este tempo, ocorreram ações de isenção de impostos para empresas se entalarem na Amazônia, ou em qualquer parte do país, sem impor limites e restrições. As leis não são aplicadas por que as empresas privadas ameaçam demitir se forem multadas, alem de financiar políticos desonestos, cooptam o poder público federal, estadual e municipal, brincam com o dinheiro, estabelecem a rolagem de processos e indefinições. 2006: lei que regula a exploração das florestas. Em nome do desenvolvimento se autoriza a extração de madeira e produtos da floresta. ♦ O protocolo de Kyoto: Instrumento internacional, ratificado em 15 de março de 1998, que visa reduzir as emissões de gases poluentes que são responsáveis pelo efeito estufa e o aquecimento global. Ele entrou oficialmente em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, após ter sido discutido e negociado em 1997, na cidade de Kyoto (Japão). ♦ Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Documento que apresenta os resultados dos estudos técnicos e científicos de avaliação de impacto ambiental. Constitui um documento do processo de avaliação de impacto ambiental e deve esclarecer todos os elementos da proposta em estudo, de modo que possam ser divulgados e apreciados pelos grupos sociais interessados e por todas as instituições envolvidas na tomada de decisão. “Na sociedade em que vivemos a questão ambiental e ecológica tem claramente ficado em 2º ou 3º plano, uma vez que a visão desta sociedade de consumo é simplesmente se apropriar dos recursos e reproduzir o Capital”.

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RJ - CHUVA CASTIGA OS MAIS POBRES

O inédito “dilúvio” que se abateu sobre o Rio de

Janeiro castigou os mais pobres.

O número de mortes chegou aos 102 - todos

pertencentes às classes mais baixas. Eram, em

geral, pessoas sem emprego fixo, que viviam de

biscates e não conseguiam residência na cidade

asfaltada. Por isso, procuraram as favelas. Foi aí

que a tragédia as surpreendeu. Há também cerca

de 50 desaparecidos - também dos escalões

sociais mais baixos. O temporal deixou ainda dois

mil desalojados.

Ao contrário do que sucede nos Estados Unidos,

onde são os ricos que moram nas encostas, os

morros do Rio são ocupados pelos mais pobres,

que ali erguem habitações frágeis, geralmente

apenas de madeira. Segundo os especialistas, estes

morros são compostos de rocha, com uma

camada ténue de terra. Quando a terra se molha,

transforma-se numa massa pantanosa que desce

ladeira abaixo, levando consigo barracas e vidas

humanas.

De qualquer modo, a vida no Rio vai voltando

aos poucos ao normal.

Segundo os meteorologistas, uma onda de frio,

vinda do Sul, encontrou um Rio de Janeiro com

um ar invulgarmente quente, cercado de águas

igualmente quentes. A cortina de montanhas que

rodeia a cidade ajudou a concentrar a chuva

durante muito tempo no mesmo local, gerando o

excesso de precipitação. O cimento e o asfalto

dificultaram a drenagem das águas, ampliando os

riscos de inundação. Como a maré estava alta, o

oceano não ajudou a escorrer as águas dos rios:

pelo contrário, atuou como uma barreira. Na lagoa

Rodrigo de Freitas, na zona mais nobre do Rio, o

nível das águas subiu até metro e meio, inundando

as áreas circundantes.

Segundo o engenheiro ambiental, o Rio é uma

cidade vulnerável, pois trata-se de um local com

muito cimento, cercado pelo mar, de um lado, e de

montanhas, do outro. A proliferação de favelas

resultante da desordem da ocupação do solo é o

elemento que completa este perigoso quadro.

(Por Sérgio Barreto Motta).

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Os gráficos 1 e 2 representam a estrutura

etária da população da África e da Europa.

Complete as questões seguintes com 1 ou 2.

a) A pirâmide ___ tem a taxa de natalidade

muito alta.

b) A população da pirâmide___está envelhecida

c) Na pirâmide ___ a esperança média de vida é

reduzida.

d) A pirâmide ___ evidencia uma reduzida taxa

de natalidade.

e) A pirâmide ___ é típica dos países

subdesenvolvidos.

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2. (UEPB - 2008) “Os dois problemas

centrais, e a longo prazo decisivos eram o

demográfico e o ecológico [...]. Contudo [...] os

defensores de políticas ecológicas tinham razão. A

taxa de desenvolvimento deveria ser reduzida ao

‘sustentável’ [...] e, a longo prazo, se chegaria a

um equilíbrio entre a humanidade, os recursos

(renováveis) que ela consumia e o efeito de suas

atividades sobre o ambiente. [...] Uma coisa,

porém, era inegável. Tal equilíbrio seria

incompatível com uma economia mundial baseada

na busca ilimitada do lucro [...].”

(Eric Hobsbawm, em: A Era dos Extremos, 2006).

De acordo com as observações do autor, podemos

deduzir que.

I . Os problemas ecológicos, em especial o

aquecimento global, estão diretamente

relacionados à explosão demográfica que ocorreu

no final do século XX, ou seja, há mais gente que

a quantidade suportável pelo planeta.

II . O “desenvolvimento sustentável”, hoje tão

propalado, é incompatível com o modelo de

civilização que temos, e as soluções para a

problemática ambiental implicam em mudança no

comportamento de consumo da sociedade global,

sobretudo das camadas com maior poder de

compra.

III . O equilíbrio entre sociedade e natureza não

reside em decisões políticas, mas está, sim,

diretamente relacionado com soluções científicas

e tecnológicas.

IV . O “desenvolvimento sustentável” é

incompatível com o capitalismo no seu estágio

atual, ou seja, se há futuro para um, certamente o

outro não sobreviverá.

Estão corretas apenas as proposições:

a. II, III e IV; b. I e III c. I, II e III;

d. II e IV e. I e IV