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Endividamento e Inadimplência – Mitos e Verdades 5 6 6 6 6 6 4 9 9 4 4 2 2 2 2 3 3 3 7 8 8 9 3 3 1 1 1 % % % 5 % 5 1 9 8 8 8 2 3 3 7 5 2 5 2 4 6 % 6 4 4 2 2 3 7 8 3 1 1 % % % % 5 % 5 6 4 2 3 8 1 % 6 4 2 1 2012 BOA VISTA | MERCADOS | ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA – MITOS E VERDADES 2012

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2012

B O A V I S T A | M E R C A D O S | E N D I V I D A M E N T O E I N A D I M P L Ê N C I A – M I T O S E V E R D A D E S 2 0 1 2

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PESQUISA PIONEIRA CONTRIBUI PARA UM BRASIL AINDA MELHOR

A linha de publicações denominada MERCADOS é uma contribuição da Boa Vista Serviços para que os protagonistas do setor de crédito acompanhem as tendências da população brasileira nesta fase da economia brasileira, caracterizada pela forte ampliação no volume de empréstimos aos consumidores.Desde 2011, quando iniciamos a série MERCADOS, temos acompanhado regularmente a disposição do público junto ao lançamento do Cadastro Positivo, que progressivamente estabelecerá um novo contexto para as decisões de crédito no País.Agora, temos a satisfação de apresentar a primeira pesquisa nacional em profundidade que avalia o comportamento dos brasileiros perante o crédito – em especial a importante parcela da população que acaba de ingressar no mercado de consumo. O levantamento nacional toma como base os resultados de extensa pesquisa qualitativa com grupos de todas as regiões do Brasil.Dos anseios, convicções e até mesmo inquietações dessas pessoas surgiu o roteiro do questionário aplicado a uma amostra representativa da população do País, segmentada de acordo com o “Critério de classificação econômica do Brasil”, da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep). As respostas proporcionam visão abrangente sobre as atitudes dos consumidores diante do impacto dos seus compromissos financeiros dia a dia.Para facilitar a compreensão dos resultados, o método adotado organiza, em forma de paradigmas, as considerações abstratas tradicionalmente consideradas verdades insofismáveis quando se trata de prever o comportamento das pessoas em relação às oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título

escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência: verdades e mitos”.O que se verificará a seguir confirma outra vez a importância da coleta de dados reais para a elaboração dos conceitos que explicam o funcionamento de uma sociedade complexa e dinâmica. O Brasil do século XXI ainda está distante daqueles parâmetros que definem as nações homogêneas. Entretanto caminha rapidamente para se distanciar do cenário herdado dos tempos em que o acesso ao crédito era exclusividade de muito poucos.Novos consumidores aprendem depressa que o crédito é indispensável, mas deve ser utilizado com critério e moderação. Há portanto um grande desafio de toda a sociedade para fazer os princípios elementares do planejamento financeiro familiar virarem ferramentas habituais na vida das famílias – ajustando melhor o mercado. Aqui, vale insistir, todos os protagonistas do crédito terão de se articular para a construção de um sistema de crédito sustentável.Com a divulgação desta pesquisa pioneira, a Boa Vista Serviços cumpre seu papel de colaborar para a melhor compreensão do comportamento dos consumidores brasileiros diante da nova realidade que a recente expansão do crédito tem criado. A análise do levantamento e as ações pertinentes a partir dos números revelados auxiliam na tarefa de fazermos, todos juntos, um Brasil cada vez melhor.

Dorival DouradoPresidente da Boa Vista Serviços

[email protected]

APRESENTAÇÃO

8

8

35

54%

%

%6 923831%5519

69273%8375 2

46442231 2

8

4731%5%26 421

65192

68%

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6 SOBRE A PESQUISA

8 INTRODUÇÃO

14 “CONSUMIDORES DE CLASSES SOCIAIS MAIS BAIXAS PAGAM SUAS CONTAS EM DIA”

18 “RENDA DAS FAMÍLIAS DE CLASSE MAIS BAIXA É VOLÁTIL”

20 “O CONSUMIDOR DE BAIXA RENDA NÃO POUPA”

24 “O CONSUMIDOR NÃO PENSA EM JUROS, MAS NO VALOR DA PARCELA”

28 “O CONSUMIDOR DE BAIXA RENDA NÃO FAZ PLANEJAMENTO FINANCEIRO”

32 “AS MULHERES ESTÃO À FRENTE DO ORÇA-MENTO DOMÉSTICO”

36 “O NOME É O MAIOR PATRIMÔNIO DA PESSOA”

40 “O CONSUMIDOR DE BAIXA RENDA NÃO SE PROTEGE CONTRA FRAUDE”

SUMÁRIO

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A pesquisa apresenta resultados sobre o comportamento dos consumidores brasileiros em relação ao uso do crédito.

Foram realizadas 1.300 entrevistas distribuídas entre as cinco regiões do País – foram consideradas as características que representam a população segundo os critérios do IBGE para as variáveis sexo, faixa etária e região.

As classes sociais utilizadas para este estudo são definidas pelo “Critério de classificação econômica do Brasil” (CCEB), conhecido como “Critério Brasil”. O CCEB estima o poder de compra dos indivíduos e das famílias, classificando-as por classes econômicas (A1, A2, B1, B2, C, D/E). O “Critério Brasil” foi fornecido pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (Abep).

Reavaliar as afirmações disseminadas sobre o comportamento do consumidor no contexto da expansão recente do crédito no Brasil.

Inicialmente foram realizadas entrevistas pessoais na cidade de São Paulo, com o objetivo de levantar um conjunto de informações sobre a relação do brasileiro com o crédito – e com o endividamento. Em seguida, foram realizados 12 grupos de discussão, com homens e mulheres, distribuídos em São Paulo, São José do Rio Preto, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre.

Foram realizadas entrevistas telefônicas com questionários estruturados. A seleção de pontos das entrevistas foi aleatória, levando-se em conta para o sorteio os dados populacionais do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e informações do “Critério Brasil” 2010.

1.300 entrevistas telefônicas, que possibilitaram maior agilidade na coleta de informações e maior alcance de municípios, permitindo traçar um quadro mais representativo da população brasileira.

SOBRE A PESQUISA

CLASSE PONTOS

RENDA MÉDIA FAMILIARVALOR BRUTO EM R$

2010

A1 42 a 46 12.926

A2 35 a 41 8.418

B1 29 a 34 4.418

B2 23 a 28 2.565

C1 18 a 22 1.541

C2 14 a 17 1.024

D 8 a 13 714

E 0 a 7 477

PONTOS POR QUANTIDADE DE ITENS0 1 2 3 4 OU +

Televisão em cores 0 1 2 3 4Rádio 0 1 2 3 4

Banheiro 0 4 5 6 7Automóvel 0 4 7 9 9

Empregada mensalista 0 3 4 4 4Máquina de lavar 0 2 2 2 2

Videocassete e/ou DVD 0 2 2 2 2Geladeira 0 4 4 4 4

Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira dúplex

0 2 2 2 2

Fonte: Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa)

Fonte: Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa)

RETRATO DO CRÉDITO NO BRASIL

6

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ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR: UM NOVO CENÁRIO

Na última década, empresas e consumidores foram testemunhas de uma verdadeira revolução positiva no ambiente de crédito no Brasil. Depois de décadas de espera, finalmente experimentamos condições favoráveis do mercado – criadas após importantes reformas econômicas, que geraram estabilidade monetária, queda do desemprego, aumento do rendimento real, baixa das taxas de juros e ampliação dos prazos de empréstimos, entre outras ações que incentivaram a expansão do crédito, em especial para os novos consumidores.

Nesse período, a relação crédito/PIB dobrou, passando de 24% em 2003 para 50% em 2012. Essa expansão foi mais significativa para as famílias, o que permitiu e sustentou o aquecimento do consumo. Entre outras evidências, destacamos o fato de que, nos últimos cinco anos, 35 milhões de pessoas tiveram acesso ao crédito pela primeira vez. E mais: as condições de emprego e renda já mencionadas garantiram uma importante mobilidade social, marcada pelo expressivo crescimento da classe média.

Como consequência da aceleração do crédito, observamos também o aumento do endividamento dos consumidores. Segundo o Banco Central, em janeiro de 2005 o endividamento das famílias com o sistema financeiro era de 18,4% da renda. Em maio de 2012 esse número mais do que dobrou, chegando a 43,4%. Da mesma forma, o comprometimento da renda das famílias com o pagamento de amortização e juros das dívidas

também aumentou, passando de 15,5%, em janeiro de 2005, para 21,9% em maio de 2012.

Outro ponto tem chamado a atenção dos analistas: o avanço da inadimplência – o que consequentemente eleva o risco nas operações de crédito. Como exemplo desse cenário, podemos citar o aumento expressivo da inadimplência em financiamento de veículos. Essa modalidade de crédito evoluiu 80% de 2009 para 2010. Embora fosse considerada uma operação de baixo risco, a inadimplência do segmento saltou de 2,5%, em dezembro de 2010, para 6% em julho de 2012. O crescimento do risco, associado às incertezas externas e à desaceleração da atividade econômica interna, reduziu o ritmo de alta das concessões como forma de ajuste ao novo cenário.

Para entender esse movimento, e encontrar formas de garantir que o mercado de crédito continue avançando de forma saudável, é importante analisar as mudanças recentes no comportamento do consumidor, que apresenta novas formas de lidar com o crédito. Conceitos muitas vezes já consagrados pela observação e pela literatura podem, e devem, ser revistos.

A presente pesquisa sobre o endividamento e a inadimplência foi realizada neste contexto, com o objetivo de buscar uma compreensão melhor dessa nova relação entre consumidores e crédito.

Para nos auxiliar nessa missão, além das perguntas triviais sobre os meios de pagamento

INTRODUÇÃO

e financiamento utilizados, a razão pelo atraso na quitação de contas ou mesmo sobre o grau de endividamento percebido pelos consumidores, selecionamos algumas afirmações que costumam fazer parte do imaginário popular e que por isso são repetidas com regularidade.

As afirmações que testamos, classificando-as como verdade ou mito, ajudam a configurar um mapa da relação entre consumidores e crédito no Brasil. Informação é fundamental para o bom funcionamento do mercado de crédito – e, como já relatamos, as recentes mudanças alteraram variáveis relevantes, com impacto direto na qualidade das decisões. Algumas percepções, mesmo que informais, precisam ser revisitadas.

Costumamos ouvir, por exemplo, que os consumidores de classes sociais mais baixas, apesar de terem uma renda mais volátil, pagam suas contas em dia, mas não têm o costume de poupar – ou não conseguem de fato fazer isso depois de feitas as contas do mês. Isso tudo é mesmo verdade? Será que essa tese se encaixa somente aos consumidores de baixa renda?

No que se refere ao planejamento e à racionalidade com o consumo, podemos afirmar que os consumidores brasileiros pensam em quanto estão pagando de juros

ao financiar suas compras ou o que importa é o que cabe no bolso, ou seja, o valor das parcelas? Será que o consumidor, no geral, tem o costume de planejar seus gastos e verificar se eles estão de acordo com sua renda? Em outras palavras, o consumidor brasileiro faz o devido planejamento financeiro? E ainda: será verdade que as mulheres tomam posição de frente quando se trata de controlar as despesas da família?

É também comum ouvirmos que o nome é o maior patrimônio das pessoas. O comportamento dos consumidores está de acordo com esta afirmação? Se a afirmação é verdadeira, como os consumidores se protegem, ou não, das possibilidades de fraude com seu nome? O crédito cada vez mais faz parte da vida da população do País, e explorar as características da relação das pessoas com esse importante instrumento, seja a classe social que for, é algo que devemos buscar constantemente.

A pesquisa aqui apresentada colabora com a análise do mercado trazendo novas abordagens sobre um tema crucial para o crescimento sustentável do Brasil: justamente o mercado de crédito. O leitor encontrará nas próximas páginas as respostas às perguntas aqui antecipadas, e a muitas outras, com base no questionário que foi aplicado a 1.300 entrevistados em todo o País.

8

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Nosso levantamento apontou que, se considerarmos quem tem conta-corrente, conta-poupança ou conta-salário em banco, o número de bancarizados é de 71% dos entrevistados – a variação vai de 95% na classe A a 56% nas classes D/E.

A maioria dos brasileiros (65%) utiliza o dinheiro como principal forma de pagamento na compra de produtos ou serviços. Em segundo lugar aparece o cartão de crédito, com 21%, seguido do cartão de débito (10%) e do cheque (1%).

O uso do dinheiro é mais comum entre pessoas de renda familiar mais baixa: 79% das pessoas das classes D/E, contra 33% entre as da classe A. Já a utilização do cartão de crédito se dá em sentido contrário: enquanto 44% das pessoas da classe A o utilizam como principal forma de pagamento, nas classes D/E esse número é de 14%.

E 44% dos entrevistados se declaram não ter nenhum tipo de dívida atualmente, 32% consideram-se pouco endividados, 18% afirmam estar mais ou menos endividados e 5% se declaram muito endividados.

A classe C apresenta o maior grau de endividamento, com 28% dos entrevistados afirmando estar mais ou menos ou muito endividados. A classe A possui a maior taxa de pessoas sem dívidas (61%) – as classes C e D/E têm taxa de 40%.

Para 39% dos que possuem algum tipo de dívida, o pagamento de parcelas de carnês, rotativo do cartão, empréstimos ou financiamentos comprometem até 25% da renda mensal. Esse número é maior nas classes

A (44%) e D/E (46%). Para 32%, no geral, os financiamentos comprometem entre 25% e 50% da renda e para 25%, também no geral, os financiamentos comprometem mais da metade da renda mensal.

53% 26% 18% 1% 2%

70% 18% 7% 2% 3%

79% 14% 1% 1% 2%

65% 21% 10% 1% 2%

33% 44% 18% 2% 2%

CLASSE A

CLASSE B

CLASSES D/E

TOTAL

CLASSE C

DINHEIRO CARTÃO DE CRÉDITO CARTÃO DE DÉBITO CHEQUE OUTROS

MEIOS DE PAGAMENTO UTILIZADOS

4% 13% 32% 51%

6% 22% 32% 40%

5% 19% 36% 40%

5% 18% 32% 44%

2% 11% 26% 61%

CLASSE A

CLASSE B

CLASSES D/E

TOTAL

CLASSE C

MUITO ENDIVIDADO MAIS OU MENOS ENDIVIDADO UM POUCO ENDIVIDADO NÃO TEM DÍVIDAS

GRAU DE ENDIVIDAMENTO

10

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As causas para essa inadimplência são bem conhecidas de pesquisas anteriores realizadas no balcão do SCPC. O desemprego aparece como o principal causador da incapacidade de pagamento das contas em dia para 34%, seguido de perto pelo descontrole das contas, com 29% das declarações. O desemprego é uma causa mais constante entre as classes D/E (40%) e C (36%), diminuindo para 21% na classe A. O descontrole dos gastos faz o caminho contrário – é maior na classe A (42%) e vai diminuindo de tamanho até chegar às classes D/E (24%). Vale lembrar também a inadimplência causada pelo empréstimo do nome a terceiros, o que representa 8% dos casos na classe A, chegando a 22% nas classes D/E.

33% 34% 28% 5%

39% 33% 24% 4%

46% 26% 25% 3%

39% 32% 25% 4%

44%29%

21% 7%

CLASSE A

CLASSE B

CLASSES D/E

TOTAL

CLASSE C

ATÉ 25% DE 25% A 50% MAIS DE 50% NS/NR

COMPROMETIMENTO DA RENDA COM PAGAMENTO DE DÍVIDAS

Do total dos entrevistados, 19% declaram estar atualmente com o “nome sujo”, porcentagem maior observada na classe C (23%). Entre aqueles que não estão atualmente com o nome sujo, 34% já estiveram em algum momento nessa situação.

13% 87%

23% 76%

21% 78%

19% 81%

5% 95%

CLASSE A

CLASSE B

CLASSES D/E

TOTAL

CLASSE C

SIM NÃO

NOME SUJO

26% 32% 18%

36% 28% 22%

14%

21%

14%

40% 24% 22%

34% 29% 16%

21% 42% 29%

24%

8%

CLASSE A

CLASSE B

CLASSES D/E

TOTAL

CLASSE C

FICOU DESEMPREGADO DESCONTROLE DO GASTO EMPRESTOU O NOME PARA TERCEIROS QUE NÃO PAGARAM

OUTROS

MOTIVOS PARA INADIMPLÊNCIA

12

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“CONSUMIDORES DE CLASSES SOCIAIS MAIS BAIXAS PAGAM SUAS CONTAS EM DIA”

verdade mito

Nos últimos anos o governo brasileiro tem promovido uma política econômica de estímulo ao consumo. Um dos principais instrumentos para isso foi a expansão do acesso ao crédito, chegando às classes com menor renda. Aproximadamente 70% das famílias das classes C, D/E possuem conta-corrente há menos de dez anos. Ou seja, dez anos atrás a maioria das pessoas das classes média e baixa não contava com esse que pode ser considerado uma das principais portas para o crédito.

Uma consequência dessa expansão foi o maior nível de endividamento do consumidor brasileiro. E são exatamente as classes C, D/E que estão em uma situação mais delicada. A pesquisa revela que apenas 40% das famílias dessas classes declararam não possuir dívidas. E das famílias que possuem dívidas cerca de 45% reconhecem que é difícil quitá-las com a renda mensal de hoje.

Naturalmente, o maior nível de endividamento significa que há uma maior dificuldade no pagamento das despesas fixas mensais. Essa dificuldade é efetivamente validada por números que evidenciam o fato de que as famílias das classes C, D/E tendem a ter mais contas de serviço (água, luz, etc.) em atraso: 19% (D/E), 15% (C), 10% (B) e 2% (A).

Outra maneira de observar a dificuldade no pagamento de contas é, claro, avaliar o comportamento da inadimplência, retratado a partir do percentual de pessoas cujo nome tem restrições no mercado. Conforme demonstrado na tabela 1.3, os resultados encontram-se em linha com o cenário traçado até então: as classes C, D/E possuem os maiores níveis de inadimplência.

CRITÉRIO BRASILA B C D/E

Sim 39 49 60 60Não 61 51 40 40

CRITÉRIO BRASILA B C D/E

Fácil 85 62 55 52Difícil 15 38 45 48

Fonte: Boa Vista Serviços

Fonte: Boa Vista Serviços

PARCELO TUDO. DEPENDENDO

DO MÊS, FICA TUDO ATRASADO.

AÍ, A GENTE VAI VENDO AS

PRIORIDADES PARA PAGAR E

ATRASA AS OUTRAS CONTAS.

Entrevistado, Rio de Janeiro

14

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CRITÉRIO BRASILA B C D/E

Dívidas ou parcelas vencidas 27 23 26 21Dívidas ou parcelas não vencidas 5 3 2 3

Fatura do cartão de crédito 4 4 3 0Contas (água, luz, telefone) 31 27 26 27

Compras de alimentos e itens básicos 22 33 34 44Outros 12 10 9 5

CRITÉRIO BRASILA B C D/E

Sim 5 13 23 21

O fato pode ser explicado também pela limitação orçamentária. A tabela 1.4 mostra que, considerando a hipótese de redução da renda atual, as famílias em geral afirmam que a prioridade dos seus gastos seria a compra de alimentos e itens básicos. Ao analisar a resposta por classe social,

percebe-se que este item torna-se muito mais prioritário para as classes de menor renda. Ou seja, a restrição orçamentária as leva a priorizar gastos essenciais, principalmente na “hora do aperto”, deixando de lado gastos que as afetem em menor escala, ou em prazo não imediato.

Concluindo, as classes C, D/E, que se declaram mais endividadas do que as outras classes, priorizam os gastos básicos em eventuais adversidades, deixando de lado outros compromissos financeiros não imediatos.

Todos esses fatores levam a crer que, seja pela realidade social/econômica ou pelo seu endividamento atual, as famílias C, D/E aparentemente têm mais dificuldade de saldar seus compromissos financeiros que as outras.

Fonte: Boa Vista Serviços

Fonte: Boa Vista Serviços

O ÚNICO JEITO É ASSIM:

CREDIÁRIOS, ENTRADA, PAGA

CINCO, SEIS PRESTAÇÕES

E AÍ NÃO PAGA MAIS.

Entrevistado, Porto Alegre

16

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verdade mito

É comum ouvir que a renda das pessoas de classes sociais mais baixas está sujeita a uma maior volatilidade se comparada à das classes de maior poder aquisitivo. Entende-se por volatilidade as possíveis oscilações que modificam o valor da renda a cada mês. Para verificar se essa hipótese representa uma verdade ou um mito, analisaremos os dados da Tabela 2.1.

Segundo a pesquisa, 48% das famílias brasileiras declaram que sua renda é “sempre a mesma”. Em seguida, 40% dos entrevistados responderam que sua renda familiar varia pouco. Um número menor, 10% do total, disse que a renda familiar varia bastante. Assim, percebe-se que no geral a renda familiar do brasileiro não sofre, ou sofre pouca, oscilação.

Contrariando a hipótese sugerida por muitos, as classes D/E são as que apresentam menor volatilidade – 61%. E mais: 13% dos entrevistados da classe A afirmam que a variação de renda na família é considerável. O cenário recente da economia tem trazido condições mais favoráveis ao mercado de trabalho, com diminuição dos níveis de desemprego, contribuindo para a maior estabilidade da renda, em especial das classes mais baixas.

“RENDA DAS FAMÍLIAS DE CLASSE MAIS BAIXA É VOLÁTIL”

Fonte: Boa Vista Serviços

CRITÉRIO BRASILTOTAL A B C D/E

Sempre a mesma 48 40 45 47 61Varia pouco 40 46 42 42 32Varia muito 10 13 12 11 5

NS/NR 1 2 1 1 2

18

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verdade mito

Uma família tem duas opções do que fazer com a renda que sobra depois de fechar as contas do mês: poupar ou consumir ainda mais. O bom senso diz que ao menos uma parte do dinheiro que sobra deve ser poupada. A decisão de poupar, portanto, não está diretamente ligada ao tamanho da renda de cada família – e sim ao tamanho do seu gasto.

Pela pesquisa, 39% dos brasileiros afirmam ter o costume de poupar. Mas, ao cruzar as repostas com a classe social dos entrevistados, observa-se que o percentual de poupadores é significativamente menor entre os de renda mais baixa.

“O CONSUMIDOR DE BAIXA RENDA NÃO POUPA”

CRITÉRIO BRASILTOTAL A B C D/E

Guardar dinheiro na poupança

Sim 39 56 49 37 21 Não 61 44 51 63 79

Fonte: Boa Vista Serviços

Fonte: Boa Vista Serviços

Outra referência do comportamento das famílias em relação à poupança é o destino que as diferentes classes dão ao 13o salário – ou a qualquer renda extra. A

classe A foi aquela com o maior percentual de entrevistados interessados em poupar o dinheiro extra (31%). As classes D/E apresentaram o resultado mais baixo (12%).

CRITÉRIO BRASILTOTAL A B C D/E

Pagar dívidas 42 12 36 47 48Guardar, aplicar na poupança

ou em investimentos19 31 23 18 12

Fazer compras para a casa 8 7 7 9 7Comprar roupas e calçados 12 18 12 11 13

Passear ou viajar 8 19 12 5 4Fazer cursos 2 3 3 3 0

Outros 5 6 4 4 10NS/NR 4 5 4 3 5

20

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CRITÉRIO BRASILTOTAL A B C D/E

Sim, gastaria mais à vista 30 21 29 32 29Sim, faria mais dívidas 2 1 2 2 1

Sim, pouparia mais 36 24 32 38 38Não mudaria 31 55 35 26 30

NS/NR 2 0 2 1 2Fonte: Boa Vista Serviços

Mesmo com esses dados seria extremamente simplista concluir que pessoas de baixa renda não têm intenção de fazer poupança. Como dito no início, poupar passa a ser possível quando a família possui renda não comprometida com o consumo.

Avaliando a tabela 3.2 com maior cautela, observa-se que o percentual de pessoas que poderiam poupar a renda extra é potencialmente maior entre aquelas não comprometidas com o pagamento de dívidas. De fato, se o dinheiro extra der para pagar

as dívidas, ou parte delas, é uma boa opção fazer isso. Mas itens como “Comprar roupas ou calçados”, “Passear ou viajar” e “Fazer compras para a casa” demonstram que em muitos casos a questão é outra – as famílias fazem sua própria lista de prioridades.

Ao olharmos então para os itens “não essenciais” da tabela, fica claro que a decisão de deixar a criação de uma poupança de lado não é, por assim dizer, mero desconhecimento da importância da poupança. É realmente uma questão de disponibilidade de recurso e prioridades. O percentual de famílias que destinam a renda extra, por exemplo, para passear, viajar ou fazer cursos diminui drasticamente para as classes com menor renda – ainda que elas, nessa mesma classe, ganhem relevo na comparação com o item “poupar”.

Quando os entrevistados foram questionados a respeito do que fariam se recebessem um salário maior do que o atual, surgiu um dado curioso: 38% das pessoas das classes D/E afirmaram que poupariam mais. Isso reforça a ideia de que as famílias com menor poder aquisitivo poupariam mais se tivessem mais renda.

CONSEGUIRIA POUPAR

SE GANHASSE MAIS.

Entrevistado, São Paulo

NÃO SOBRA. SÓ NO 13º, NO

FINAL DE ANO, QUE SOBRA

UM POUQUINHO, MAS NEM

DÁ PARA GUARDAR.

Entrevistado, Interior

de São Paulo

22

Page 13: 6 9 4 2 8 2 3 6 2 1 4 2 201 5 3 9 5 1 6 3 8 4 V 72 9 3 …...oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência:

verdade mito

Quando tomamos um empréstimo, duas variáveis são importantes na definição do valor das parcelas a serem pagas: a taxa de juros e o prazo. E ainda há outros pontos que aumentam a conta – como taxas administrativas e impostos.

A equação é bastante conhecida. Os juros integram a remuneração que o devedor se compromete a pagar ao credor pelo valor cedido. E o prazo é o tempo estipulado entre as partes para o pagamento do empréstimo. Definindo essas variáveis, sabe-se qual o valor da parcela a ser desembolsado periodicamente para saldar o compromisso financeiro assumido.

“O CONSUMIDOR NÃO PENSA EM JUROS, MAS NO VALOR DA PARCELA”

A complexidade da composição do valor das parcelas, combinada com o pouco acesso da população à educação financeira, nos leva a acreditar que o consumidor não dá a devida importância a tais variáveis na hora de tomar crédito. Ou melhor, muitas vezes o consumidor avalia as condições que lhe são oferecidas de maneira parcial.

CRITÉRIO BRASILTOTAL A B C D/E

Valor das parcelas 30 26 29 30 37Número de parcelas 15 11 12 17 14

Juros 22 23 26 22 16Diferença em relação ao valor à vista 11 16 13 11 5

Outros 17 18 16 17 20NS/NR 4 6 4 3 7

Fonte: Boa Vista Serviços

PARCELAMOS EM SEIS, DEZ

VEZES, E ATÉ ACABAMOS

PARCELANDO MAIS PORQUE A

PARCELA É BAIXA. AÍ, NO FINAL,

NEM SABEMOS MAIS O QUE

ESTAMOS PAGANDO.

Entrevistado, Porto Alegre

24

Page 14: 6 9 4 2 8 2 3 6 2 1 4 2 201 5 3 9 5 1 6 3 8 4 V 72 9 3 …...oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência:

Ao serem questionados sobre o que se pensa em primeiro lugar na hora de fazer uma compra a prazo ou um empréstimo, os entrevistados apontaram o valor da parcela como principal critério utilizado (30%), independentemente da classe, conforme demonstra a Tabela 4.1. Em segundo lugar estão os juros (22%). Outra versão do cálculo do juro (junto a taxas e impostos), representada pelo item “diferença em relação ao valor à vista”, obteve um número significativo na pesquisa (11%). Uma parte expressiva (15%) só considera o número de parcelas.

Deste modo, observa-se que grande parte dos consumidores enfatiza o valor da parcela – e se ela cabe no orçamento. Assim, esse grupo de consumidores deixa em segundo plano os aspectos que compõem o valor da parcela.

Percebe-se que as classes D/E adotam esse comportamento de forma mais evidente (37%). O processo atenua-se na medida em que se eleva a camada social: 30% na classe C, 29% na B e 26% na A.

Como consequência desse comportamento, há a possibilidade de o consumidor optar pela maneira mais onerosa de fazer uma compra, comprometendo boa parte da renda com o pagamento de juros.

Constatamos que, de fato, o consumidor pensa que, se a parcela cabe no bolso, aquele compromisso pode ser assumido. Isso reforça a importância da educação financeira, capaz de romper esse comportamento e permitir ao consumidor usar o crédito sempre a seu favor.

26

Page 15: 6 9 4 2 8 2 3 6 2 1 4 2 201 5 3 9 5 1 6 3 8 4 V 72 9 3 …...oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência:

A ampliação do acesso ao crédito para a população brasileira justifica uma maior atenção sobre a maneira como esse instrumento está sendo usado, sobretudo pelos novos consumidores do crédito. Indo direto ao ponto: o brasileiro, em especial a classe emergente – classe C –, planeja e controla o seu orçamento doméstico?

Quando questionadas a respeito do assunto, 38% das famílias declaram não realizar qualquer tipo de controle das suas receitas e despesas – resultado preocupante, pois tal mínimo controle deveria ser disseminado para todos.

Ao avaliar o resultado por classe social, observa-se que, conforme o poder aquisitivo das famílias diminui, há um menor controle sobre o orçamento. Nota-se, ainda, que os resultados para as classes A e B são bem semelhantes: respectivamente, 69% e 68% dos entrevistados controlam suas contas. O índice da classe C cai para 58%. O pior resultado advém das classes D/E – apenas metade das famílias afirma fazer controle de suas finanças.

CRITÉRIO BRASILTOTAL A B C D/E

Sim 60 69 68 58 50Não 38 31 30 39 47

NS/NR 2 0 1 3 3Fonte: Boa Vista Serviços

“O CONSUMIDOR DE BAIXA RENDA NÃO FAZ PLANEJAMENTO FINANCEIRO”

verdade mitoO POVO ESTÁ GASTANDO ALÉM

DO LIMITE E SE TORNANDO A

CADA DIA MAIS INADIMPLENTE

Entrevistada, São Paulo

28

Page 16: 6 9 4 2 8 2 3 6 2 1 4 2 201 5 3 9 5 1 6 3 8 4 V 72 9 3 …...oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência:

Esses dados ratificam a urgência de iniciativas para disseminar a educação financeira formal. Surpreende de maneira muito negativa o fato de que aproximadamente 90% dos entrevistados aprenderam a lidar com dinheiro sozinhos ou com os pais – menos de 5% responderam que aprenderam

na escola. Se as famílias no geral não têm como transmitir os conceitos da boa saúde financeira doméstica, o quadro fica ainda pior. Afinal, o comportamento das famílias dita vertentes importantíssimas da economia, como o consumo privado, o nível de poupança e a inadimplência.

O controle do orçamento doméstico é uma prática que pode ser aprendida de forma estruturada. Entretanto, 53% dos consumidores afirmam ter aprendido sozinhos a lidar com dinheiro. Apenas na classe A esse índice é menor do que 50%. Entre os que tiveram algum tipo de orientação, isso ocorreu informalmente, com pais e outros parentes.

VOU PEGAR TAL CRÉDITO

PARA PAGAR TAL DÍVIDA. SÓ

QUE NO DECORRER DESSE

EMPRÉSTIMO OCORREM

VÁRIAS DIFICULDADES.

Entrevistada, Recife

30

Page 17: 6 9 4 2 8 2 3 6 2 1 4 2 201 5 3 9 5 1 6 3 8 4 V 72 9 3 …...oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência:

“AS MULHERES ESTÃO À FRENTE DO ORÇAMENTO DOMÉSTICO”

verdade mito

Hoje, na maioria das famílias, a mulher não se limita às responsabilidades domésticas. A mulher foi para o mercado de trabalho. O que se observa então é a divisão de tarefas entre o casal – a mulher e o homem passaram a ter juntos a tarefa de cuidar da casa, da família e do trabalho.

Com isso, o papel da mulher no meio familiar foi alterado. Mas será que ela é a responsável pela organização das finanças da casa? A Tabela 6.1 indica que, dos 45% dos entrevistados que responderam ser responsáveis por gerenciar os gastos da família, prevalece o equilíbrio entre os sexos: 52% são homens e 48%, mulheres.

Entre os 19% de entrevistados que responderam que o cônjuge

é o responsável, 61% são mulheres. Ou seja, nesses casos a responsabilidade é do marido. Entre os que afirmaram que os parentes são os responsáveis, os resultados apontam uma direção diferente: em 13% dos casos a mãe é a responsável e em 9%, o pai.

Dessa forma, a conclusão é que o papel de gerenciar as finanças da casa é dividido entre o homem e a mulher.

SEXOTOTAL HOMEM MULHER

Cônjuge 19 39 61O próprio entrevistado 45 52 48

Pai 9 57 43Mãe 13 60 40

Outros 4 30 70Mais de uma pessoa 9 49 51

Fonte: Boa Vista Serviços

32

Page 18: 6 9 4 2 8 2 3 6 2 1 4 2 201 5 3 9 5 1 6 3 8 4 V 72 9 3 …...oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência:

SEXOTOTAL HOMEM MULHER

Cônjuge 24 16 84O próprio entrevistado 40 69 31

Pai 15 56 44Mãe 7 56 44

Outros 5 37 63Mais de uma pessoa 10 48 52

Fonte: Boa Vista Serviços

Portanto, ratifica-se que os homens são ainda os principais responsáveis por abastecer as finanças da casa. Mas as decisões de gastos

das famílias, como se viu na Tabela 6.1, são tomadas de forma mais equilibrada entre o homem e a mulher.

COM MINHA MULHER, É

ASSIM: AS MINHAS CONTAS

EU PAGO, MAS AS DA CASA

EM GERAL SÃO OS DOIS.

Entrevistado, Interior

de São Paulo

Mas, quando a questão é prover a renda familiar, o contexto se modifica. Os valores da Tabela 6.2 mostram que os homens estão à frente entre os que responderam ser responsáveis pela renda: 69%. E 84% das mulheres disseram que essa tarefa é do cônjuge. A diferença entre os números se explica por que entre os homens aparece também a figura do pai como provedor.

34

Page 19: 6 9 4 2 8 2 3 6 2 1 4 2 201 5 3 9 5 1 6 3 8 4 V 72 9 3 …...oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência:

verdade mito

Em um cenário de expansão do crédito, como é o caso hoje no País, mais e mais consumidores antecipam compras de bens e serviços.

Apesar dessa vantagem, nem todos podem aproveitar o momento. Algumas pessoas têm seu pedido de crédito negado e sabem os desdobramentos que isso pode representar. Por isso, há uma evidente preocupação entre os consumidores em manter o requisito essencial para o acesso à maioria das linhas de crédito: o nome limpo.

Essa preocupação se reflete na opinião dos consumidores.

“O NOME É O MAIOR PATRIMÔNIO DA PESSOA”

PREFIRO TER UM CARRO

COM MENOS VALOR E TER

O MEU NOME LIMPO – E A

CONSCIÊNCIA TAMBÉM.

Entrevistado, São Paulo

CRITÉRIO BRASILA B C D/E

Concorda totalmente 77 88 88 94Concorda em parte 15 7 7 3

Não concorda nem discorda 0 1 0 0Discorda em parte 5 3 2 3

Discorda totalmente 3 2 1 0Fonte: Boa Vista Serviços

Como mostra a Tabela 7.1, que categoriza as opiniões dos consumidores por classe social, há uma relação entre o nível de renda e a importância de ter o nome limpo. As classes D/E são as que mais dão importância à situação do seu nome.

Isso pode ser explicado pelo fato de as classes com menor renda dependerem mais do crédito como uma forma para adequar o fluxo de renda com os gastos previstos.

36

Page 20: 6 9 4 2 8 2 3 6 2 1 4 2 201 5 3 9 5 1 6 3 8 4 V 72 9 3 …...oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência:

Dessa forma, conclui-se que, seja qual a classe ou a situação do nome, para a maioria dos brasileiros o “nome na praça” é realmente um patrimônio de grande valia. O fato é mais determinante nas pessoas das classes D /E, que,

além de terem menos crédito à sua disposição (por conta da renda menor), atribuem ao “nome sujo” o motivo pelo qual tiveram seu crédito negado, 69% contra 49% da classe A, conforme Tabela 7.3.

“NOME SUJO”Concorda totalmente 88Concorda em parte 6

Não concorda nem discorda 0Discorda em parte 4

Discorda totalmente 2Fonte: Boa Vista Serviços

SEM O NOME LIMPO, NÃO SE

CONSEGUE ALUGAR UMA CASA,

NÃO SE CONSEGUE VIVER. NA

SOCIEDADE DE HOJE, SEM O NOME

LIMPO, NÃO SE CONSEGUE NADA.

Entrevistado, Porto Alegre

COM O NOME LIMPO

VOCÊ COMPRA EM

QUALQUER LUGAR.

Entrevistado, Interior

de São Paulo

A opinião de que o nome limpo é um patrimônio também foi compartilhada entre os consumidores que estão com o “nome sujo”. E 88% dos entrevistados nessa condição concordam plenamente que o nome representa seu maior patrimônio (Tabela 7.2). De fato, a despeito da frequência do uso do crédito ou da situação de seu nome, as opiniões a respeito do assunto são muito semelhantes.

CRITÉRIO BRASILTOTAL A B C D/E

Tem o nome sujo 57 49 54 54 69Não tem como comprovar renda 11 0 12 12 10

Outros 32 51 34 34 21Fonte: Boa Vista Serviços

38

Page 21: 6 9 4 2 8 2 3 6 2 1 4 2 201 5 3 9 5 1 6 3 8 4 V 72 9 3 …...oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência:

verdade mito

Apesar das diversas conotações que o termo pode assumir, em se tratando de consumidor, fraude tem relação com o uso indevido dos seus documentos.

As fraudes geram consequências indesejáveis para todos os envolvidos no processo de obtenção de crédito: consumidor, comerciante, instituição financeira e governo. E são um obstáculo para o desenvolvimento de determinadas atividades, como o e-commerce.

É claro que os principais culpados no processo são os criminosos – e que portanto usam de má-fé para levar vantagens, mas os consumidores poderiam atuar de forma mais ativa para impedir a ação deles adotando medidas básicas – como o uso de senhas mais fortes e maior zelo com seus documentos.

Outras medidas que podem atenuar as fraudes são baseadas em atitudes proativas, como monitorar a situação do CPF.

No entanto, a Tabela 8.1 mostra que menos da metade dos consumidores, em todas as classes, se preocupa com isso.

“O CONSUMIDOR DE BAIXA RENDA NÃO SE PROTEGE CONTRA FRAUDE”

Fonte: Boa Vista Serviços

CRITÉRIO BRASILTOTAL A B C D/E

Sim 47 47 46 48 46Não 48 47 48 47 51

NS/NR 5 6 6 5 2

Diante desses dados, é interessante lembrar que 97% dos consumidores das classes D/E concordam que o nome é seu maior patrimônio. Ou seja, falta a eles agir em linha com o seu entendimento. Reforça isso o fato de que 22% dos consumidores das classes D/E declaram que estão “negativados”

porque emprestaram seu nome a terceiros.

A preocupação com prevenção a fraude, que parece ser semelhante em todas as classes, ainda é baixa se comparada com o entendimento das consequências que o uso indevido dos documentos tem para o consumidor.

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Page 22: 6 9 4 2 8 2 3 6 2 1 4 2 201 5 3 9 5 1 6 3 8 4 V 72 9 3 …...oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência:

EXPEDIENTECEO e PresidenteDorival Dourado Jr.

Diretor de Inovação e SustentabilidadeFernando Cosenza

Diretor de Planejamento CorporativoMarcelo Chanis

EconomistaFlavio Estevez Calife

Gerente de Marketing e ComunicaçãoMiriam Hespanhol

Analista de PesquisaAlexander Berturelli

Criação e EdiçãoCamarinha Editora e Comunicaçãowww.camarinha.com

ImagensThinkstock

PesquisaAPPM – Análise, Pesquisa e Planejamento de Mercado

Impressão e AcabamentoStilgraf

8

8

35

544

%

%

%6 923831%5519

69273%8375 2

46442231 2

8

431%5%26 421

65192

68%

42

Page 23: 6 9 4 2 8 2 3 6 2 1 4 2 201 5 3 9 5 1 6 3 8 4 V 72 9 3 …...oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título escolhido para este trabalho – “Endividamento e Inadimplência:

8

8

35

54%

7 %%6

92 3 831

% 55 19692 73% 83 75

24

64

4 22 31

2

8

4 731 %5%2 6

4 21

65 1926

8%