6. O estado do Acre_ aspectos políticos, físicos, econômicos, sociais e culturais..doc
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Acre
O Acre é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado no sudoeste da região Norte e tem como limites os estados do Amazonas a norte, Rondônia a leste, a Bolívia a sudeste e o Peru ao sul e oeste. Ocupa uma área de 152.581,4 km², sendo pouco menor que a Tunísia. Sua capital é a cidade de Rio Branco.
História
Até o início do século XX o Acre pertencia à Bolívia. Porém, desde o princípio do século XIX, grande parte de sua população era de brasileiros que exploravam seringais e que, na prática, acabaram criando um território independente.
Em 1899, os bolivianos tentaram assegurar o controle da área, mas os brasileiros se revoltaram e houve confrontos fronteiriços, gerando o episódio que ficou conhecido como a Questão do Acre.
Em 17 de novembro de 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, o Brasil recebeu a posse definitiva da região. O Acre foi então integrado ao Brasil como território, dividido em três departamentos. O território passou para o domínio brasileiro em troca do pagamento de dois milhões de libras esterlinas, de terras de Mato Grosso e do acordo de construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
Tendo sido unificado em 1920, em 15 de junho de 1962 foi elevado à categoria de estado, sendo o primeiro a ser governado por uma brasileira, a professora Iolanda Fleming.
Durante a segunda guerra mundial, os seringais da Indochina foram tomados pelos japoneses, e o Acre dessa forma representou um grande marco na história Ocidental e Mundial, mudando o curso da guerra a favor dos Aliados e graças aos soldados da borracha oriundos principalmente do sertão do Ceará (Ver: Segundo ciclo da borracha).
E foi sem dúvida graças ao Acre e sua contribuição decisiva na vitória dos Aliados, que o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a Companhia Siderúrgica Nacional, e assim alavancar a industrialização até então estagnada do Centro-sul, que não possuía ainda indústrias pesadas de base (Ver: Acordos de Washington).
Em 4 de abril de 2008, o Acre venceu uma questão judicial com o Estado do Amazonas em relação ao litígio em torno da Linha Cunha Gomes, que culminou no anexo de parte dos municípios Envira, Guajará, Boca do Acre, Pauni, Eirunepé e Ipixuna. A redefinição territorial consolidou a inclusão de 1,2 milhão de hectares do complexo florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao território do Acre, o que corresponde a 11.583,87 Km².
Relevo
Um planalto com altitude média de 200 metros domina grande parte do Acre.
Vegetação
A maior parte do Estado ainda é formada por mata intocável, protegida principalmente pelo estabelecimento de florestas de proteção integral, reservas indígenas e reservas extrativistas.
Hidrografia
Rios
Juruá, rio Purus, rio Acre, Tarauacá, Muru, Embirá e Xapuri são seus rios mais importantes.
Demografia
Os municípios mais populosos são: Rio Branco, com 290.639 habitantes (IBGE 2006); Cruzeiro do Sul, com 86.725 habitantes; Feijó, com 39.365 habitantes; Sena Madureira, com 33.614 habitantes; Tarauacá, com 30.711 habitantes; Senador Guiomard com 21.000 habitantes e Brasiléia, com 18.056 habitantes.
Etnias
Cor/Raça (IBGE 2006)
Porcentagem
Pardos 66,5%
Brancos 26,0%
Negros 6,8%
Amarelos ou indígenas
0,7%
Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).
Cultura
A cultura do Acre é muito parecida com a dos outros Estados da região Norte.
A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos índios, e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do latex, já que muitos nordestinos migraram para o Acre tentando uma melhor qualidade de vida.
No artesanato os artigos confeccionados com materiais extraídos da floresta amazônica.
Do seringal surgiu a figura do seringueiro, que colaborou em momentos importantes da história brasileira para o desenvolvimento do país, trabalhando duro na extração do latex na floresta amazônica. Da floresta também surgiu um homem chamado Chico Mendes, que hoje é considerado referência internacional na luta em defesa da Amazônia; Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988 e ganhou um prêmio único da ONU, o Prêmio Global 500 Anos.
Em Rio Branco encontra-se uma comunidade religiosa chamada Alto Santo (Centro de Iluminação Cristã Universal) que pratica o Ritual do Santo Daime, típico do Acre, de origem indígena, que usa o Daime, um chá natural feito com folhas e cipó, usado pelos índios como forma de aproximação a Deus. Todos tomam o chá, inclusive as crianças e os idosos. Os integrantes usam fardas de marinheiro e cantam o hinário, intercalando com Ave-Marias e Pai-Nossos.
Economia
O modelo de desenvolvimento econômico baseia-se, primordialmente, no extrativismo, com destaque para extração de madeira por meio de manejo florestal, o que, teoricamente, garante o uso econômico sustentável da floresta.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID - financia um projeto de U$ 106 milhões no Estado, visando dotá-lo de infraestrutura física e institucional que viabilize o sucesso do projeto de desenvolvimento sustentável.
Controvérsias sobre o modelo de desenvolvimento escolhido passa por questões como a ausência de consenso quanto à recuperação das áreas exploradas pelos planos de manejo e pela exclusão, na prática, de efetivos benefícios às populações locais (apesar de previsão no projeto).
Apelidos
Extremo do Brasil
Estado das Seringueiras
Estado do Látex
Extremo Oeste
Transportes
Rodovias
BR-364 - Juntamente com a BR-317 é a principal rodovia do Acre. A leste liga Rio Branco ao estado de Rondônia e ao restante do país. A oeste corta todo o estado, ligando a capital do estado a Cruzeiro do sul, segunda principal cidade do estado, passando pelos municípios de Bujari, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e Rodrigues Alves.
BR-317 - Tem extensão de 330 km, liga a capital ao sul do estado, passando pelos municípios de Senador Guiomard, Capixaba, Brasiléia na fronteira com a República da Bolívia, a partir de Brasiléia a estrada continua por mais 110km até chegar na cidade de Assis Brasil, já na fronteira com o Peru. A rodovia tornar-se-á um importante eixo de exportação do Brasil, pois quando a estrada no lado peruano estiver concluída (aproximadamente três anos), o Brasil estará totalmente ligado a Cuzco e aos dois principais portos do país vizinho.
AC-040 - Possui extensão de 100 km, liga Rio Branco até a cidade de Plácido de Castro também fazendo fronteira com a Bolívia.
AC-401 - Também chamada de estrada do agricultor, com extensão de 50 km, liga a cidade de Plácido de Castro à cidade de Acrelândia, já próxima da BR-364.
AC-010 - Tem extensão de 55 km, Ligando Rio Branco até a cidade história de Porto Acre, já na divisa com o Amazonas.