6 - SETEMBRO DE 2002 - PREÇO: 2,5 F Repensar o Ensino … um artigo sobre a Ponte Infante D....

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Repensar o Ensino Superior REVISTA DOS ANTIGOS ALUNOS DA UNIVERSIDADE DO PORTO REVISTA DOS ANTIGOS ALUNOS DA UNIVERSIDADE DO PORTO 6 - SETEMBRO DE 2002 - PREÇO: 2,5 F NOVA EQUIPA REITORAL OLIVEIRA MARQUES E O GRANDE DESAFIO DA CIDADE

Transcript of 6 - SETEMBRO DE 2002 - PREÇO: 2,5 F Repensar o Ensino … um artigo sobre a Ponte Infante D....

Repensar o Ensino Superior

R E V I S T A D O S A N T I G O S A L U N O S D A U N I V E R S I D A D E D O P O R T OR E V I S T A D O S A N T I G O S A L U N O S D A U N I V E R S I D A D E D O P O R T O

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2,5

NOVA EQUIPA REITORAL

OLIVEIRA MARQUES E O GRANDE DESAFIO DA CIDADE

SUMÁRIO. UPorto 1

SUMÁRIO

02. EDITORIAL

02. Desenvolver e consolidar a AAAUP

04. UP EM NOTÍCIA

Nova equipa reitoral; Provedor do Estudante

COMENTÁRIO

10. A Aposta no Desenvolvimento da Educação Continua – A opinião de Pedro Lopes

dos Santos, Presidente do Conselho Directivo da FPCEUP.

RETRATO DA UP HOJE

12. Novo fôlego para a Matemática

12. Novos edifícios para Matemática Pura e Aplicada.

NA CAPA

14. Redefinir estratégias no ensino superior

14. Universidade do Porto é a menos afectada pela redução de candidatos.

UNIVERSIDADE EM CONSTRUÇÃO

22. Novo Laboratório Associado estuda Mar e Ambiente

24. Promover e apoiar a propriedade industrial na UP

PERFIL

26. O grande desafio do gestor e professor de finanças

Entrevista com Oliveira Marques, Presidente do Conselho Executivo da Metro do Porto.

PERSPECTIVA

32. A voar como um pássaro de Gaia ao Porto

Ponte Infante D. Henrique.

MEMÓRIAS

36. TUP

Nova vida aos 53 anos.

ESTÓRIAS

38. Um relógio pouco comum

Por Raul Barroca

O ponto, a recta e o plano

Por Amadeu Roque

40. SABER MAIS

CRÓNICA

42. Triângulo – Terceiro vértice

Por Júlio Machado Vaz

44. AGENDA

UPORTO Nº 6 - REVISTA DOS ANTIGOS ALUNOS DA UNIVERSIDADE DO PORTO. PERIODICIDADE TRIMESTRAL. DIRECTOR: JOSÉ NOVAIS BARBOSA. EDIÇÃO E PROPRIEDADE: UNIVERSIDADE DO PORTO;RUA D. MANUEL II. 4050-345 PORTO. TEL.: 226073565. FAX.: 226098736. PUBLICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA UNIVERSIDADE DO PORTO COMO DEVER ESPECIAL, CONFORME ART. 8º AL. E. DOS ESTA-TUTOS DA ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS. CONSELHO EDITORIAL: ALBERTO CARNEIRO, ANTÓNIO AMORIM MARTINS, ARMANDO LUÍS CARVALHO HOMEM, FERNANDO MARTINS, JOAQUIM PINTOMACHADO, JOSÉ FERREIRA GOMES, JOSÉ MANUEL FERREIRA LEMOS, JOSÉ RIBEIRO, SOFIA CASTRO GOTHEN. SUPERVISÃO EDITORIAL: ISABEL PACHECO, JOÃO CORREIA. COORDENAÇÃO REDACTO-RIAL: MEDIANA S.A., SOCIEDADE GESTORA DE IMAGEM E COMUNICAÇÃO, S.A. TEL.: 225573760; FAX: 225573761; [email protected]. EXECUÇÃO GRÁFICA: RAINHO & NEVES, LDA, SANTA MARIA DAFEIRA. DEPÓSITO LEGAL: 149487/00. TIRAGEM: 40.000 EXEMPLARES. PREÇO: 500$00. NA CAPA: FOTO DE VICTOR FERREIRA

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UPortoR E V I S T A D O S A N T I G O S A L U N O S D A U N I V E R S I D A D E D O P O R T O

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estórias

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2 UPorto. EDITORIAL

EDITORIAL

A publicação deste novo número da revista UPorto proporciona-me o gosto de enviar aos antigos alunos

uma saudação particularmente calorosa no limiar do segundo mandato como reitor da nossa Universidade.

Tenho a firme esperança de que no período que está a iniciar-se, entre outros objectivos a cumprir ou sim-

ples aspirações, o desenvolvimento e consolidação da AAAUP – Associação de Antigos Alunos da Universidade

do Porto constituirá por certo uma feliz realidade.

Deve ser realçado todo o esforço desenvolvido pelos colegas que tomaram a seu cargo a missão de

regresso à actividade de tão importante elo de ligação entre os antigos e actuais estudantes da Universi-

dade do Porto, missão particularmente espinhosa após um período de enorme

expansão do sistema de ensino superior que alargou o universo dos antigos

alunos ainda em actividade para mais de uma centena de milhar. A revista

UPorto e a organização dos ficheiros de endereços que lhe estão associados sur-

giram e apresentam-se, então, como um meio de extraordinário alcance para a

articulação de tal universo. E a acção, invulgarmente empenhada e qualificada,

do Vice-Reitor José Alberto Ferreira Gomes (Engenharia Química, 1964) tem, a

este propósito, sido absolutamente decisiva para obtenção dos resultados já

alcançados, merecendo o nosso maior reconhecimento.

No presente número, prossegue-se com a iniciativa de divulgação de notícias

particularmente marcantes da vida da Universidade, a que se associam notas ou

artigos sobre a actividade e perspectivas da Instituição. Há que referir, a este propósito, textos como “Novo

fôlego para a Matemática” nos novos edifícios dos Departamentos de Matemática Pura e Aplicada da Facul-

dade de Ciências, “Redefinir estratégias no Ensino Superior”, “A UP na opinião dos empresários”, “A UP e

os desafios do futuro”, “Promover e apoiar a propriedade industrial na UP”, “Novo laboratório associado

estuda mar e ambiente”, “A aposta no desenvolvimento da educação contínua”.

A UPorto não esquece também a ligação da Universidade à Cidade, como comprova a inclusão de uma

entrevista relacionada com o Metro do Porto – “O grande desafio do gestor e professor de Finanças” – e de

um artigo sobre a Ponte Infante D. Henrique – “A voar como um pássaro de Gaia ao Porto” –, nem os orga-

nismos autónomos complementares da formação escolar, com o texto “TUP: nova vida aos 53 anos”. Com-

pleta-se o número com algumas curiosidades da vida da Universidade, um artigo de autor e ainda com o

habitual calendário de eventos previstos para os próximos meses.

Permito-me insistir na exortação a que todos procurem participar neste projecto de revitalização da

AAAUP. A possibilidade de uma participação pessoal constitui a colaboração mais desejada. Mas a apresenta-

ção de críticas, sugestões e outros contributos de qualquer tipo será também muito apreciada. Vamos procurar

dar mais um impulso a esta iniciativa de aproximação e de unidade entre todos os que, alguma vez e de

alguma maneira, estiveram ou estão ligados à Universidade do Porto! A página da Internet

(www.up.pt/aaaup.html ) continuará a ser um veículo, que consideramos privilegiado, para essa aproximação.

J. Novais Barbosa (Engenharia Civil, 1957)Reitor da Universidade do Porto

Desenvolver e consolidar a AAAUPDia da UP a 22 de Março

Empossada no passado dia 16, a nova equipa reitoral da Uni-versidade do Porto conta com a entrada de dois novos vice-Reito-res: Isabel Amorim Azevedo e José Marques dos Santos. IsabelAmorim Azevedo, professora catedrática da FMUP, coordenadoracientífica do Centro de Farmacologia e Biopatologia da Universi-dade do Porto e directora do Laboratório de Bioquímica da FMUP,substitui o anterior vice-Reitor Daniel Moura que retoma o lugarde investigador no mesmo centro e professor catedrático namesma faculdade. José Marques dos Santos, professor catedráticoe ex-presidente do Conselho Directivo da FEUP, é presidente doInstituto de Recursos e Iniciativas Comuns da UP (IRIC.UP).Nuno Grande, catedrático fundador do Instituto de Ciências Bio-médicas Abel Salazar e pró-Reitor desde 1987, quando o ex-ReitorAlberto Amaral criou o cargo, jubilou-se em Fevereiro deste ano edeixa agora a equipa reitoral. Mantêm-se, como vice-Reitores, oscatedráticos José Ferreira Gomes (Departamento de Química daFCUP) e Francisco Ribeiro da Silva (Departamento de História daFLUP) e, como pró-Reitores, os professores da FEUP António SilvaCardoso (Departamento de Engenharia Civil), Alfredo Soeiro(Departamento de Engenharia Civil) e José António SarsfieldCabral (Departamento de Mecânica e Gestão Industrial).

Entre as orientação programáticas de acção para o mandatoque agora se inicia, estão:

• a execução do Plano de Desenvolvimento, este ano retomadonum documento que consubstancia a "Reorientação Estraté-gica da Universidade do Porto";

• o incentivo de "novas metodologias de ensino e aprendizagemadequadas à sociedade da informação e do conhecimento";

José Novais Barbosa iniciou o segundo mandato como Reitor

da Universidade do Porto, após a tomada de posse que decorreu

no passado dia 16, no Salão Nobre da Faculdade de Ciências.

Isabel Amorim Azevedo, professora da Faculdade de Medicina

(FMUP), que substitui Daniel Moura (regressado à mesma

Faculdade), e José Marques dos Santos, anterior presidente

do Conselho Directivo da Faculdade de Engenharia (FEUP),

estão entre os novos elementos da equipa reitoral.

Nuno Grande, jubilado, deixa a equipa.

4 UPorto. UP EM NOTÍCIA

UP EM NOTÍCIA

• consolidação das estruturas transversais; • o reforço a todos os níveis da comunicação; • o apoio à internacionalização, são algumas das orientações

programáticas de acção para o segundo mandato.Se algumas destas linhas foram já objecto da acção política da

anterior Reitoria, tudo indica agora que, graças a esta reeleição, sepoderão tornar vias de consolidação prática de um programa queatravessa aquela que é hoje a maior universidade do país.

Doutorado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenhariada Universidade do Porto, em 1969, e Professor Catedrático deHidráulica da mesma Faculdade desde 1979, José Novais Barbosafoi Vice-Reitor da Universidade do Porto entre 1992 e 1998, anoem que iniciou o seu primeiro mandato como 16º Reitor da Uni-versidade do Porto. Foi presidente do Instituto de Hidráulica eRecursos Hídricos da UP, presidente do Núcleo Regional do Norteda Associação Portuguesa de Recursos Hídricos, representou aUniversidade do Porto no Conselho de Administração da Socie-dade Porto 2001, e, actualmente, é presidente da Associação dasUniversidades e da Região norte (AURN) e da Associação para oParque de Ciência e Tecnologia do Porto (APCT-P).

Novais Barbosa disputou estas eleições, das mais mediáticasque a instituição alguma vez conheceu, com Eduardo OliveiraFernandes (FEUP) e Altamiro da Costa Pereira (FMUP). De umuniverso de 204 votantes, dos 224 eleitores que compõem aAssembleia da Universidade -- órgão no qual estão representadosdocentes, alunos e funcionários -, José Novais Barbosa recolheu122 votos, Altamiro da Costa Pereira 61 e Eduardo Oliveira Fer-nandes 17.

José Novais Barbosainicia segundo mandato como Reitor

UP EM NOTÍCIA. UPorto 5

A Secção Permanente do Senado da Universidade do Porto,respondendo a uma proposta do Reitor, aprovou por unanimi-dade o Estatuto do Provedor do Estudante, posteriormente publi-cado no Diário da República (II série) de 14 de Maio de 2002,criando com esse acto uma nova figura na gestão da universidadee gerando justas expectativas na melhoria das condições de con-vivência dos alunos com os outros corpos da população universi-tária, nomeadamente o corpo docente.

O Provedor do Estudante terá como função primordial adefesa e promoção dos direitos, liberdades, garantias e interesseslegítimos dos estudantes.

Do leque de competências que lhe são atribuídas estatutaria-mente destacam-se: o apoio à integração do estudante na Univer-sidade do Porto, tendo em vista, nomeadamente, a promoção do

sucesso escolar; a gestão de conflitos decorrentes da não obser-vância das normas gerais da sã convivência universitária, a suaapreciação e o recurso às disposições adequadas para a procura desoluções; a elaboração de propostas de decisão, a apresentar, con-forme os casos, aos presidentes dos órgãos de gestão das unidadesorgânicas, ao Reitor ou ao senado e, sobretudo, a contribuiçãopara a preparação de um código de direitos e deveres a respeitarna Universidade do Porto, na certeza de que a universidade cons-titui uma comunidade formada por corpos (alunos, docentes efuncionários não docentes) em interacção permanente.

Caberá a Francisco Ribeiro da Silva (História, 1969), Vice-Rei-tor, o exercício do cargo, por nomeação do Reitor.

Da agenda do Provedor do estudante constará um dia paraatendimento semanal, ainda a definir.

Uma equipa de investigadores do Instituto de Patologia e Imuno-logia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), supervisio-nada por Manuel Sobrinho Simões, director do instituto, ganhou umconcurso internacional para investigar o cancro da tiróide em sobre-viventes do acidente de Chernobyl.

O concurso foi aberto pelo consórcio internacional NISCTB, lide-rado pelo Instituto Nacional de Cancro dos Estados Unidos da Amé-rica, com a Universidade de Cambridge, a Comissão Europeia, aOrganização Mundial de Saúde, a Sasakawa Memorial Health Foun-dation do Japão, a Federação Russa, a Ucrânia e a Bielo-Rússia.

Desde o início do ano que a equipa portuense estuda as sequelasdeixadas pelo acidente em jovens, entre os 16 e os 20 anos, alguns

deles nascidos depois do desastre de Chernobyl. O objectivo é anali-sar as mutações dos genes das mitocôndrias – estruturas que consti-tuem fábricas de energia das células – em cerca de 100 casos,durante três anos.

A participação nesta parceria mundial é de grande relevânciapara a Universidade do Porto. É uma oportunidade única de estudaruma experiência trágica, além de contribuir para um cruzamento deinformação com outros laboratórios. As conclusões obtidas neste tra-balho podem ser extrapoladas para outros casos em que há suspeitade radiação.

O trabalho tem vindo a ser desenvolvido com o apoio da Funda-ção para a Ciência e Tecnologia.

UP EM NOTÍCIA

Investigadores do IPATIMUPestudam Chernobyl

Um Provedor do Estudantecomo elemento de coesão da UP

Realizou-se no Porto, de 26 e 31 de Agosto, o XI CongressoInternacional de Filosofia Medieval, promovido pela SociétéInternationale pour l’Etude de la Philosophie Médiévale de Lovaina(SIEPM) e pelo Gabinete de Filosofia Medieval da Faculdade deLetras da Universidade do Porto.

Durante seis dias, a Universidade do Porto recebeu cercade 500 congressistas, que abordaram o tema “Intelecto e ima-ginação na Filosofia Medieval” nas suas múltiplas vertentes.Pela primeira vez, na história desta importante SociedadeInternacional, fundada em 1958 a partir de uma ideia do

célebre medievalista francês Étienne Gilson, Portugal foi opaís de acolhimento e o português uma das línguas oficiaisdo Congresso.

Abertos os trabalhos por Maria Cândida Pacheco (Universidadedo Porto), que presidiu à Comissão Organizadora, os temas e osconferencistas das sessões plenárias foram: O processo do Conheci-mento; Pensamento e Acção; Os Conimbricenses; Antropologia doConhecimento; Os Limites do Intelecto; Imaginação e Arte. As conclu-sões estiveram a cargo do presidente do Bureau da SIEPM, DavidLuscombe, da Universidade de Sheffield.

“Intelecto e Imaginação na Filosofia Medieval”XI Congresso Internacional de Filosofia Medieval

Prémio Gulbenkian de Ciências

Bienal de Arquitectura em Veneza distingue Siza

para investigadores da MedicinaPatrício Soares da Silva, professor da Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto (FMUP), e Pedro Gomes, licenciado emEngenharia Biológica, ambos investigadores do Instituto de Far-macologia e Terapêutica da FMUP, foram recentemente galardoa-dos com o Prémio Gulbenkian de Ciência 2002, por um estudoefectuado sobre a actuação da dopamina nos rins. Segundo osautores, quando esta hormona está em falta ou funciona mal,doenças como a insuficiência cardíaca ou renal, a diabetes ou ahipertensão arterial podem surgir.

O galardão, no valor de 25 mil euros, distingue a publicaçãode parte da longa investigação que Patrício Soares da Silva desen-

volve há cerca de duas décadas, numa revista científica norte-americana. O artigo, elaborado em conjunto com Pedro Gomes,apresenta a descrição inédita de uma sequência de eventos intra-celulares numa amostra de tecido renal vivo, que ajuda a com-preender a actuação da dopamina em células vivas e inauguraum possível novo alvo para a intervenção terapêutica.

De acordo com Patrício Soares da Silva, já foi aprovado pelaFundação para a Ciência e Tecnologia um novo projecto, queenvolverá dezenas de pacientes com doenças renais. O objectivoé desenvolver aplicações terapêuticas na área da dopamina.

A última edição da Bienalde Arquitectura em Venezapremiou Álvaro Siza Vieira,professor da Faculdade deArquitectura da Universidadedo Porto, com o Leão de Ouro,pelo projecto da FundaçãoIberê Camargo, de Porto Alegre(Brasil). Em Abril deste ano,Álvaro Siza já tinha sido galar-doado com o VI Prémio Inter-nacional Compostela da Juntada Galiza, criado pelo Grupo

Compostela de Universidades epelo governo galego, com oobjectivo de reconhecer o tra-balho de profissionais ou insti-tuições que promovam o patri-mónio cultural europeu.

O arquitecto português foitambém um dos representantesdo nosso país no XXI Con-gresso Mundial da União Inter-nacional dos Arquitectos, emBerlim, em finais de Julho. Emrepresentação de Portugal esti-

veram também projectos deBelém Lima, Aires Mateus eGonçalo Byrne. Numa inicia-tiva inédita dos ComissáriosPortugueses, Jorge Figueira eAna Vaz Milheiro, foi apresen-tado o documentário "Portugal:paisagens invertidas", da auto-ria do fotógrafo e cineastaDaniel Blaufuks, sobre o papelda arquitectura contemporâneano território urbano português.

Este Congresso revestiu-se

também de especial importân-cia porque, pela primeira vez, aOrdem dos Arquitectos apre-sentou um conjunto de candi-daturas, relativas a várias cate-gorias de prémios internacio-nais: Álvaro Siza foi candidatoà medalha de ouro, EduardoSouto de Moura, foi candidatoao prémio Auguste Perret, e oCentro Histórico de Guimarãesconcorreu ao prémio RobertMatthew.

6 UPorto. UP EM NOTÍCIA

UP EM NOTÍCIA

O Senado da Universidade do Porto aprovou a criação de umanova licenciatura em Criminologia que, apesar de prevista desdeo início nos estatutos da Faculdade de Direito, só deverá ter con-dições para o seu funcionamento no ano lectivo de 2003/2004.

Numa primeira fase, esta licenciatura em Criminologia abrirácom um numerus clausus de 50 vagas e será dirigida preferencial-mente a profissionais das polícias, de segurança privada e a técni-cos do sistema de justiça penal e do Instituto de Reinserção Social.No entanto, Cândido da Agra, coordenador da licenciatura e presi-dente do Conselho Directivo da Faculdade de Direito, não exclui apossibilidade de, no futuro, o curso ser aberto a candidatos prove-nientes do 12º ano de escolaridade, como acontece noutros países.

Esta licenciatura, que é única no país, contará com o apoio dainvestigação científica realizada na Universidade do Porto, desde1983, na área dos comportamentos desviantes. Na perspectiva deCândido da Agra, a investigação é uma condição indispensávelpara enriquecer a formação e para a aproximação efectiva doensino à realidade social.

Com esta licenciatura, a Universidade do Porto espera res-ponder da melhor maneira ao problema social da criminalidade,que é um problema cada vez mais frequente na sociedade portu-guesa e para o qual a maioria das universidades portuguesasainda não acordou.

Faculdade de Direito cria

Licenciatura em Criminologia

Berlim registou forte presença portuguesa

Divulgar a Matemática através da simetria

UP EM NOTÍCIA. UPorto 7

UP EM NOTÍCIA

É surpreendente que, na imensavariedade quer de motivos ornamen-tais produzidos pelo Homem quer dasformas presentes na Natureza, haja na

realidade só um número limitado erelativamente pequeno de “esquemas”,

melhor dizendo, de tipos de simetria, que serepetem. É ainda mais surpreendente o facto de

artistas de todas as partes do mundo terem chegado, mesmo sem umaanálise sistemática, a criar exemplos de todos os casos possíveis,muito antes de uma formalização matemática do resultado. Emlinhas gerais, foram estes aspectos que os visitantes da exposição“Simetria – Jogos de Espelhos” puderam apreciar até ao dia 30 deJulho, e que será possível ainda apreciar entre Setembro e Dezembro.

A mostra consistiu numa versão ligeiramente ampliada da exposi-ção permanente, criada no Departamento de Matemática F. Henri-ques, em Milão, sob a responsabilidade científica de Maria Dedò(Universitá degli studi di Milano). A versão portuguesa foi realizadapela Associação Atractor e contou com o apoio da Ciência Viva, daAgência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, da Facul-dade de Ciências da Universidade do Porto e da Reitoria da Universi-dade do Porto.

A simetria é um conceito familiar, mas de caracterização difícil.Num bom dicionário pode ler-se que é a “disposição de partes

semelhantes, semelhantemente dispostas num conjunto”. Umexemplo prático desta definição pode ser a visão de um conjuntode azulejos numa parede – ao pegar num azulejo e desenhar umafigura, repetindo-a em todos os outros azulejos, obtem-se umpadrão simétrico por translação.

Uma visita à exposição “Simetria – Jogos de Espelhos” despertapara um maravilhoso mundo de padrões repetidos que se podemconstruir com figuras planas ou tridimensionais, revelando abeleza formal e natural da simetria. A mostra vai integrar, comcarácter permanente, o futuro Centro Ciência Viva de Ovar, dedi-cado à Matemática. Existe ainda uma versão itinerante que vaipermitir levar a exposição a vários pontos do país. Entre finais deSetembro e inícios de Outubro vai estar patente em Viseu, acom-panhando o ProfMat – Encontro Nacional de Professores de Mate-mática, que decorre de 2 a 4 de Outubro. Para mais informaçõesconsulte o site www.atractor.pt.

Nas sociedades contemporâneas que vivem em instabilidadeeconómica e política, perceber e divulgar o risco vai tornar-se,sem dúvida, um dos mais importantes desafios.

A governação do risco tornar-se-á uma componente funda-mental da política pública. É este o ponto de partida para oencontro anual da Academia Europaea que vai decorrer entre 9e 12 de Outubro deste ano, na Fundação Gulbenkian, em Lis-boa. A edição deste ano intitula-se “The Science and theUnderstanding of Risk: Policies for Public Trust and Well-being”e é organizada pelo Instituto de Biologia Molecular e Celular(IBMC) da Universidade do Porto.

O texto de apresentação do encontro explica a pertinência dotema “As Ciências e Percepção do Risco: Políticas para reforçar aConfiança e o Bem-Estar dos Cidadãos”: “A nossa sociedadeparece pender entre a confiança na ciência, tecnologia e inova-

ção, por um lado, e o receio de eventuais impactes imprevisíveis.Enquanto uma grande maioria ainda acredita que a Ciência poderesolver muitos dos problemas actuais e emergentes, diversosinquéritos demonstram também que um significativo número decidadãos sentem que a tecnologia e a inovação se mantêm comoalgo distante e ameaçador, que se move demasiado rápido e que acomunidade científica não dá a devida atenção a estimar e moni-torizar os seus possíveis efeitos”.

Os vários ramos da Ciência têm reflectido individualmentesobre o risco e a sua percepção, mas a pouco e pouco, constata aorganização, vamo-nos apercebendo que, mais do que estudarcomo e em que medida a percepção do risco influencia muitas dasnossas decisões do dia-a-dia, é preciso cruzar diversos domínios dosaber. Será essa a lógica da estrutura do encontro. Mais informa-ções em www.acadeuro.org.uk.

Encontro anual da Academia EuropaeaIBMC organiza conferência sobre Ciência e Percepção de Risco

Faculdade de Ciências mostra exposição interactiva

FOTO: J. P. LAMARES

António Augusto Lopes Vaz, nascido emVilar dos Fornos em 1932, licenciou-se emMedicina na Faculdade de Medicina da Uni-versidade do Porto em 1956, e concluiu odoutoramento na mesma faculdade, na área

da Reumatologia, em 1971.É Professor Catedrático na Faculdade

de Medicina, com nomeação definitiva, desde 1979 e teve a seucargo a regência das cadeiras de Medicina 4 e de Reumatologia.

Foi Director do Serviço de Reumatologia do Hospital de SãoJoão e Assistente Estrangeiro na Faculdade de Medicina de Paris.Jubilou-se a 6 de Agosto de 2002.

Cândido Alves Hipólito Reis, nascido emEsposende em 1932, licenciou-se em Medicina eCirurgia na Faculdade de Medicina da Universi-dade do Porto em 1960. Concluiu o doutora-

mento na mesma faculdade, em Medicina eCirurgia, na área da Bioquímica, em 1971.

Desde 1979 é Professor Catedráticona Faculdade de Medicina e foi regente

da cadeira de Bioquímica nos cursos de Medicina, Medicina Den-tária e Ciências da Nutrição da Universidade do Porto. Foi bol-seiro do Instituto de Alta Cultura, de 1966 a 1974, para desenvol-ver trabalhos de investigação na área da Bioquímica. Trabalhou,durante alguns meses, no Department of Biochemistry da Univer-sidade de Sheffield.

Faz parte da Comissão Coordenadora do Conselho Científico daFMUP, desde 1995. Foi Presidente do Conselho Pedagógico daFaculdade de Medicina entre 1996 a 2000. Em 1997 foi-lhe atri-buído o 2º Prémio UCB de Farmacologia, e o Prémio Ricardo Jorgede Saúde Pública, em 2001. Jubilou-se a 11 de Maio de 2002.

Maria Luísa Coelho Zuzarte CortesãoAbreu, nasceu no Porto em 1932, licenciou-

se em Ciências Biológicas na Faculdadede Ciências da Universidade do Porto.

Prestou provas de doutoramento emCiências da Educação na Faculdade de

Psicologia e Ciências da Educação daUniversidade do Porto. Tornou-se Pro-fessora Catedrática na mesma facul-

dade, em regime de exclusividade, em 2000. Foi regente das disci-plinas Investigação – Acção e Inovação em Educação. Jubilou-se a5 de Setembro de 2002

Luís António Mota Prego Cunha Soaresde Moura Pereira Leite, nasceu no Portoem 1932, licenciou-se em Medicina naFaculdade de Medicina da Universidade do

Porto em 1958. Prestou provas de doutora-mento, na mesma faculdade, em Medicina

e Cirurgia em 1970.É Professor Catedrático na Faculdade

de Medicina desde 1987. Assumiu a regência das cadeiras de Clí-nica Obstétrica, Prática Clínica Ginecológica e Obstétrica e Gine-cologia e Obstetrícia.

Entre outros cargos de direcção, foi director do departamentode Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Uni-versidade do Porto de 1978 a 1994, director do serviço de Gine-cologia e Obstetrícia do Hospital São João desde 1994 e directordo Colégio da especialidade Obstétrica e Ginecológica da Ordemdos Médicos.

Foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Gine-cologia, vice-presidente do Conselho directivo da Faculdade deMedicina e membro Honorário da Sociedade Romena de Gineco-logia e Obstetrícia. Fez parte da Comissão coordenadora do Con-selho Científico da FMUP e da Comissão Nacional da Saúde daMulher e da Criança do Ministério da Saúde.

Em 1998, recebeu a Medalha de Ouro do Instituto Dexeus deBarcelona. Jubilou-se a 1 de Setembro de 2002.

Maria da Conceição Magalhães, nasceuem Espinho em 1932, licenciou-se emMedicina e Cirurgia na Faculdade deMedicina da Universidade do Porto em1960, e doutorou-se em Ciências Médicas,

Morfologia Normal, pela mesma faculdadeem 1975.

Foi a primeira Professora Catedrá-tica da Faculdade de Medicina, tendo

regido as disciplinas de Biologia Celular, de 1994 a 1997, e Histo-logia e Embriologia, de 1998 a 2002, do Curso de Ciências daNutrição da Universidade do Porto. Durante três anos foi Coorde-nadora do Programa Graduado de Biologia Básica e Aplicada(GABBA) da Universidade do Porto.

Em 1978 foi chefe de Clínica de Medicina Interna do Hospitalde São João e especialista em Medicina Interna pela Ordem dosMédicos. Foi membro permanente do Conselho do Departa-mento de Clínica Geral, vice-presidente da Assembleia de Repre-sentantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto einvestigadora no IBMC. Jubilou-se a 21 de Julho de 2002.

8 UPorto. UP EM NOTÍCIA

UP EM NOTÍCIA

Jubilações

COMENTÁRIO

Os quadros de racionali-dade que informam a organi-zação do mundo contempo-râneo tornaram imprescindí-vel a existência de sistemas deformação particularmentevocacionados para a requalifi-cação profissional. Vivemos,com efeito, um momento his-tórico marcado por correntesde transformação onde a evo-lução dos saberes e das técni-cas atinge ritmos quase aluci-nantes. Se é certo que o exer-cício quotidiano das profis-sões traz importantes capitaisde experiência, não é menos

verdade que a velocidade da inovação requer novos paradigmas deformação capazes de responderem à necessidade da permanenteactualização dos conhecimentos.

Importa referir que este entendimento foi já clara e inequivo-camente assumido pela Universidade do Porto. De facto, na ses-são de 5 de Junho último, o Plenário do Senado deliberou que odesenvolvimento da educação pós-graduada e contínua de nívelsuperior passaria a figurar como um dos principais objectivosestratégicos da UP.

Será justo salientar que tal desígnio tem sido, ao longo dosanos, progressivamente incorporado na cultura institucional daFaculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Os primeiros pas-sos dados nessa direcção devem ser referenciados à opção de efec-tuar uma forte aposta na oferta de programas de formação espe-cializada conferentes de grau. De começo, os esforços incidiram,quase exclusivamente na realização de cursos de Mestrado. Apóstímido arranque, situado no já longínquo ano de 1986, a ofertadestes cursos cresceu em quantidade e qualidade, envolvendoassíduas e regulares colaborações de especialistas provenientes devárias Universidades da Europa e dos Estados Unidos.

Há cerca de quatro anos, foi dado um outro salto qualitativocom a criação dos programas de doutoramento. Estruturadossegundo critérios de acrescida exigência, estes cursos têm sido, deedição para edição, alvo de crescente procura.

Esta aposta – cujo alcance e pertinência estão acima de qual-quer discussão – peca, todavia, por insuficiência. Na verdade, ésabido que um grande número de potenciais estudantes não dis-põe de condições ou de motivação para aderir a essas propostasde formação. Avaliam-nas como demasiado longas e excessiva-mente centradas em actividades de investigação que se ligam àcriação de saberes sem directa tradução prática.

Acresce, ainda, que a lógica implícita à emergência das chama-das sociedades de informação tem invalidado, de forma expressiva,a ideia de que a educação superior termina com a obtenção deum grau académico – seja ele o de licenciado, de mestre ou dedoutor. Efectivamente, a necessidade de renovar constantementeas competências e os conhecimentos profissionais impõe, hoje, anoção de aprendizagem ao longo da vida enquanto valor universal.

Perante esta realidade, a FPCE vem sentindo a urgência de seredefinir como comunidade de aprendizagem que abranja, numextenso arco transgeracional, os seus professores, os alunos actuaise todos quantos, um dia, dela partiram com um diploma de licen-ciatura ou de pós-graduação. A fim de concretizar tal propósito, aescola está a dar início a um ambicioso projecto no domínio daEducação Contínua. Na impossibilidade de darmos conta da pro-gramação já realizada e das acções, ainda, por concretizar, limi-tarmo-nos-emos a enunciar algumas das orientações que estabele-cem as linhas matriciais do projecto. Pretende-se, então, que as ini-ciativas a empreender no âmbito da educação contínua:• Façam a assunção plena do conceito de comunidade de aprendiza-gem. Entre várias outras coisas, isto significa que as metodologiasa utilizar na generalidade das acções deverão ser planeadas demodo a envolver activa e colaborativamente todos os participan-tes – formadores e formandos – em processos de mútuo cresci-mento académico.• Possuam relevância face às necessidades dos potenciais forman-dos. Nessa perspectiva, está na agenda o estabelecimento de par-

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UP EM NOTÍCIA

A Aposta no Desenvolvimentoda Educação ContínuaPedro Lopes dos Santos*

COMENTÁRIO

UP EM NOTÍCIA. UPorto 11

UP EM NOTÍCIA

(*) Director da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

Biblioteca, acessível as todos quantos nela se inscrevem como lei-tores, dispõe de dezenas de milhar de títulos, de centenas decolecções de revistas especializadas, de várias bases de dados aces-síveis on line e dos mais modernos meios de pesquisa e manusea-mento de informação. É, igualmente, servida por uma equipa detécnicos competentes e dinâmicos que sabem prestar auxílioatempado a eficaz a todo o tipo de utilizadores. Constatamos,orgulhosamente, que o grau de excelência atingido pelo Serviçolevou, já, a que inúmeros membros da comunidade científicanacional e internacional o utilizem, regularmente, como fonteincontornável de documentação bibliográfica.

As Universidades deverão repensar o seu papel e modos defuncionamento em ordem a posicionarem-se num mundo muitodiferente. É vital que saibam reavaliar os seus objectivos funda-mentais, reconfirmando uns, descartando outros e elegendonovas metas. A FPCE, na esteira das orientações da UP, está espe-cialmente receptiva a encarar o desenvolvimento da EducaçãoContínua como um dos seus grandes desafios estratégicos.

cerias estratégicas, nomeadamente com a recém criada Associa-ção dos Antigos Estudantes da FPCE, que contribuirão decisiva-mente para a programação das actividades e para a constituiçãode bolsas de formandos e formadores.• Adoptem a flexibilidade como princípio essencial. Um sistemade educação contínua deverá estar, hoje, apto a proporcionar,sempre que possível, formação em qualquer tempo e lugar atodos quantos a procuram. Este objectivo coloca na ordem do diaa oferta de programas de ensino à distância que o desenvolvi-mento das TICs vieram viabilizar.

Tendo como referência a problemática da aprendizagem aolongo da vida, não gostaríamos de deixar de mencionar umúltimo aspecto. Julgamos, efectivamente, que a bondade doobjectivo exige que as instituições do ensino superior se estrutu-rem como Centros de Recursos capazes de fornecerem os meiosimprescindíveis ao desenvolvimento de projectos pessoais deaprendizagem. Na certeza de que haveria muito a escrever sobreo assunto queremos sublinhar, aqui, o relevo adquirido pelo Ser-viço de Documentação e Informação da FPCE.

Podemos, hoje, dizer que, fruto de avultados investimentos eda desempoeirada visão da sua responsável, este Serviço nãoteme qualquer comparação com os congéneres europeus. A * Presidente do Conselho Directivo da FPCE UP

O Departamento de Matemática Pura lecciona cadeiras básicasde Matemática em todos os cursos da Faculdade de Ciências daUniversidade do Porto e, em parceria com o Departamento deMatemática Aplicada, lecciona a licenciatura em Matemá-tica–Ramo Educacional. Lecciona ainda a licenciatura em Mate-mática–Ramo Científico de Matemática Pura.

Actualmente, o Departamento tem dois mestrados em funcio-namento: em Ensino da Matemática, destinado, essencialmente, aprofessores do ensino secundário, e em Matemática–Fundamentose Aplicações, que proporciona uma formação mais generalista. Ocorpo docente é constituído por 38 docentes de carreira, dos quais33 são doutorados, e integra nove docentes convidados. PedroVentura Silva (Matemática Pura, 1983), director do Departamento,refere ainda um outro mestrado em Matemática Pura, destinado,preferencialmente, aos interessados em progredir na carreira uni-versitária, que nem todos os anos se abre a novos inscritos, umavez que o leque de candidatos é, em princípio, mais reduzido doque nos restantes mestrados.

No Departamento de Matemática Pura está actualmente emcurso uma reestruturação da licenciatura em Matemática que“deve ser profunda e adaptada a uma formação mais adequadaao trabalho nas empresas, alargando as possibilidades deemprego dos futuros licenciados”, refere o docente. O principalobjectivo, afirma, é “abrir o Departamento ao exterior, tornar alicenciatura mais adequada às novas exigências do mercado detrabalho, interagir com a sociedade, desempenhando um papelcada vez útil”.

Contudo, Pedro Ventura Silva tem consciência de que esta aber-tura será um processo moroso e complicado. O objectivo é dar aconhecer à sociedade em geral o trabalho que é desenvolvido porum departamento que produz anualmente entre 20 a 30 artigosdivulgados em revistas internacionais, número notável nesta áreada Matemática. Actualmente, estão em curso sete projectos, finan-ciados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

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RETRATO DA UP HOJE

Os Departamentos de Matemática Pura e Aplicada da Faculdade de Ciências da

Universidade do Porto mudaram finalmente de instalações, após vários anos de

espera. Desde o passado dia 22 de Março que os dois departamentos estão a fun-

cionar no Pólo III da UP, no Campo Alegre. Agora, importa tirar partido das condi-

ções oferecidas para melhorar o ensino e investigação em Matemática.

Novo fôlegopara a Matemática

Situado no Pólo III da UP, no Campo Alegre, o projectodo novo edifício que alberga os departamentos de Mate-mática Pura e Aplicada é da autoria do arquitecto JoséCarlos Loureiro. O edifício em números:• cerca de 10.573m2 de área bruta para ensino e inves-

tigação;• 2.081m2 de área bruta de estacionamento;• 6.950m2 de área de arranjos exteriores;• 9 anfiteatros, 14 laboratórios, 88 gabinetes, 17 salas de

aulas, duas secretarias, duas bibliotecas, um arquivo,três salas de estudo e um bar;

• 7,9 milhões de euros é o montante do investimentorealizado, financiado em 75 por cento pelo PRODEP eem 25 por cento pelo Estado Português, através doPIDDAC.

Características do novo edifício

de alunos. “Embora sem as repercussões e visibilidade que umevento desta natureza deve ter”, reconhece o director, o Depar-tamento assinalou pela primeira vez o seu Dia Aberto. Antes, asprecárias condições em que estava instalado, justifica, não per-mitiam que tal acontecesse.

Hoje, conclui Pedro Lago, o Departamento de MatemáticaAplicada “reúne condições para fortalecer o auto-estudo, com acriação de laboratórios de computação e salas de leitura inteira-mente à disposição dos alunos. Há, eventualmente, condiçõespara se aumentar o numerus clausus, aumentar a oferta de pós-gra-duações e de cursos destinados a um público diferente: cursos cur-tos, sem avaliação formal, destinados a profissionais que já estãointegrado no mercado de trabalho. Pequenos nichos de mercadoque podem e devem ser explorados”.

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Para Pedro Ventura, a única forma dos alunos das universida-des públicas não saírem prejudicados pelos colegas das privadasnos concursos para o ensino básico/secundário seria a introduçãode um exame de admissão à carreira que permitisse fazer uma“seriação mais justa na colocação no mercado de trabalho”, comoacontece, aliás, noutros países de tradição próxima da nossa.

PEQUENOS NICHOS DE MERCADO

Responsável por uma oferta ampla em termos de cursos delicenciatura, o Departamento de Matemática Aplicada lecciona aslicenciaturas em Engenharia Geográfica, Matemática Aplicada àTecnologia e o ramo de Matemática Aplicada da licenciatura emMatemática. É também co-responsável pela licenciatura em Mate-mática (ramo Educacional) e Física/Matemática Aplicada (Astro-nomia). Na pós-graduação oferece oito mestrados e intervém emquatro áreas de doutoramento.

Ao nível do ensino pós-graduado, Pedro Lago (EngenhariaElectrotécnica, 1987), director do Departamento, explica que“este oferece um curso vocacionado para a formação de professo-res, como é o caso do Ensino da Astronomia, e outros de caráctercientífico (Astronomia, Estatística, Matemática Aplicada) ou cien-tífico-tecnológico (Detecção Remota, Posicionamento e Navega-ção por Satélite)” e colabora “no mestrado em Métodos Compu-tacionais em Ciências e Engenharia e no mestrado em Meio Físicono Planeamento do Território”.

No que se refere a alunos de licenciatura, Pedro Lago con-firma que tem havido uma diminuição no número de candida-tos, particularmente sentida no ano lectivo de 2001-2002. Nabase desta nova realidade, explica, está “uma diminuição de alu-nos que terminam o ensino secundário, a oferta cada vez maisvariada de cursos superiores e factores directamente relaciona-dos com a mobilidade dos estudantes”. “A concorrência deslealdas universidades privadas é também um factor importante,uma vez que os alunos entram nas instituições privadas commédias mais baixas e terminam os cursos com médias bastantesuperiores, sendo este um factor determinante para colocaçãono mercado de trabalho”, acrescenta. “A modernização doensino, refrescando os métodos pedagógicos e, sobretudo, osconteúdos” pode contribuir para atenuar esta tendência, preco-niza o docente. “Temos de tornar a Faculdade de Ciências maisvisível e actuante no meio envolvente, captando desta formanovos alunos”.

A direcção do Departamento de Matemática Aplicada preparaa estratégia para enfrentrar a tendencial diminuição do número

Inaugurados Edifícios de Matemática Pura e Aplicada

RETRATO DA UP HOJE

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NA CAPA. UPorto 15

Redefinir estratégiasno ensino superior

Universidade do Porto é a menos afectada pela redução de candidatos

O número de candidatos ao ensino superior e politéc-

nico tem vindo a diminuir nos anos mais recentes em

Portugal, mas paradoxalmente certos cursos conti-

nuam a registar um excesso de procura, como Medi-

cina ou Arquitectura. Apesar da procura não ter dimi-

nuído significativamente noutros cursos como os voca-

cionados para o ensino, Direito e Gestão, os recém-

-licenciados nestas áreas têm vindo a enfrentar uma

progressiva saturação do mercado de trabalho a nível

nacional. O projecto Lei sobre Desenvolvimento e Qua-

lidade do Ensino Superior, aprovado, na generalidade,

em Julho, na Assembleia da República, é sintomático

desta encruzilhada e pretende reflectir a necessidade

de repensar políticas e redefinir estratégias.

O projecto de Lei do Desenvolvimento e Qualidade do EnsinoSuperior, que pretende genericamente racionalizar e “pôr ordemno ensino superior”, foi tudo menos consensual, apesar da maio-ria na Assembleia da República (PSD e CDS/PP) ter sido suficientepara aprovar o projecto na generalidade. Alvo de críticas de todaa oposição de base parlamentar e dos parceiros, Conselho de Rei-tores das Universidades Portuguesas (CRUP) e sindicatos, o pro-jecto desceu à comissão especializada de Educação na Assembleiada República, onde tudo indicava que poderia ser sujeito a altera-ções, uma vez demonstrada a abertura do ministro Pedro Lyncenesse sentido.

O CRUP, numa primeira apreciação datada de 28 de Junho,lamentava que os parceiros não tivessem sido ouvidos antes daaprovação em Conselho de Ministros e do envio da proposta àAssembleia da República. Genericamente, a proposta sublinhaque o “período que agora se inicia deve ser dedicado à consolida-ção do ensino de qualidade e racionalização da rede de estabele-cimentos públicos de ensino superior”. “Para este efeito, nãopode ser ignorado um elemento novo na sociedade portuguesa: aemergência de alguns tipos de diplomados pelo ensino superior

16 UPorto. NA CAPA

NA CAPA

na situação de desemprego”. O CRUP saúda a associação dodesenvolvimento do sistema à promoção da respectiva quali-dade, mas sublinha ser necessário actuar com “sentido estraté-gico sobre as condições que, em concreto, a vão determinar” eque “a qualidade não se obtém por via de medidas restritivas epunitivas, afirmando-se, antes, através de mecanismos que per-mitem reconhecer e compensar o esforço desenvolvido”.

Entre diversos outros reparos, o CRUP lamenta que os pilares“autonomia” e “responsabilidade” dos estabelecimentos deensino superior, que o projecto alegadamente pretende desenvol-ver, não sejam solidamente acompanhados por “compromissosprecisamente definidos”. Ou seja, considera pouco sólido o ter-ceiro pilar da “responsabilidade pública – orçamentalmente tra-duzida em decisões do Governo e da Assembleia da República –da disponibilização das condições necessárias ao desempenho damissão social confiada às Universidades”.

UP PREENCHE MAIS VAGAS

A diminuição do número de candidatos ao ensino superior,apesar de não ser uma tendência nova, dado que o sector privadojá tinha começado a ser afectado, foi mais notória nas universi-dades públicas durante o último ano lectivo, de tal forma que180 dos mais de 1000 cursos existentes no sistema público (uni-versidades e politécnicos) funcionaram em 2001/2002 commenos de 10 novos alunos.

Verifique-se, por exemplo, o caso dos cursos de Ciências eEngenharia, que tradicionalmente mantinham uma procuraregular. Neste caso, as instituições públicas de ensino Universitá-rio mais afectadas em 2001 foram: a Universidade dos Açores,com 62% das vagas por preencher, o Instituto Superior de Agro-nomia (UTL), com 61%, a Universidade de Trás-os-Montes e AltoDouro, com 59%, e a Universidade da Madeira, com 57%. AsFaculdades de Ciências (FCUP) e Engenharia (FEUP) da Universi-dade do Porto, e o Instituto Superior Técnico (UTL), são as insti-tuições públicas menos afectadas.

Nesta conjuntura, a Universidade do Porto é a universidadepública portuguesa que, mesmo assim, consegue a maior taxa depreenchimento das suas vagas após a segunda fase, considerandotodas as suas licenciaturas, preenchendo 95,5% das vagas postasa concurso. As vagas da UP representam 51,9% das vagas doensino superior público a norte do Douro e a maior cota do país(16,6%) em número de estudantes colocados.

No entanto, apesar de menos afectada do que as restantes pelaredução do número de candidatos, dentro da UP existe uma rea-lidade múltipla. O documento “Reorientação Estratégica da Uni-versidade do Porto”, aprovado no Senado da UP em Junho de2002, refere o caso da Faculdade de Ciências (FCUP), onde 13,2%das vagas ficaram por preencher, da FEUP (5,2%) e a Faculdadede Letras (FLUP), onde 3,5% não foram preenchidas. O docu-mento alerta, porém, que “não sendo contrariada a tendência de

baixa na procura, poderá ocorrer na UP uma diminuição signifi-cativa de alunos de licenciatura nos próximos anos, sobretudonas áreas das Ciências e Tecnologias”.

Na nota introdutória das “Bases Programáticas da Recandida-tura a Reitor” de Novais Barbosa, reeleito como Reitor da UP emJulho passado, entre os “condicionamentos desfavoráveis” que aUniversidade do Porto enfrenta, surge “a continuada redução donúmero de candidatos ao ensino superior”. A “perspectiva deacolhimento de novos públicos” e a melhoria das infra-estruturasfísicas, afirma Novais Barbosa, poderão contribuir para contrariaresta tendência.

REDUÇÃO DE CANDIDATOS VAI DURAR

Prevista, há alguns anos, pelo Instituto Nacional de Estatística,a redução do número de jovens na faixa etária dos 20 aos 24anos, entre 1995 e 2005, começou a ter efeitos mais expressivosno ensino superior público durante a temporada de candidaturaspara o ano lectivo de 2001/2002. O relatório “Previsão doNúmero de Alunos e das Necessidades de Financiamento”, elabo-rado por Alberto Amaral e Pedro Teixeira, respectivamente Direc-tor e Investigador do Centro de Investigação de Políticas doEnsino Superior (CIPES) e publicado em 1999, analisava esta ten-dência, que era previsível desde que começou a fazer-se sentir aredução do número de alunos nas escolas primárias de todo o país.

O aumento da escolarização do secundário, consequência doaumento da escolaridade obrigatória do 6º para o 9º ano, entre-tanto introduzido, apenas compensou o decréscimo da popula-ção estudantil na região norte do país, onde os índices de escola-rização eram inferiores à média nacional. Aliás, como se reco-nhece no documento “Reorientação Estratégica da Universidadedo Porto”, a maior taxa de preenchimento de vagas desta univer-sidade está relacionada com as características demográficas daregião, com o prestígio da instituição e a atractividade exercidapela cidade do Porto.

No relatório do CIPES, em 1999, sublinhava-se já que esteefeito de diminuição do número de candidatos ao ensino supe-rior, verificado também noutros países, seria de “longa duração”,tendo em conta que as políticas para recuperação da taxa denatalidade, a serem aplicadas, apenas poderiam produzir efeitocerca de vinte anos depois.

No entanto, para já e apesar do contexto, este problema queas instituições de ensino superior têm de enfrentar ainda não sereflectiu na redução do número de vagas no ano lectivo de2002/2003, que se mantém sensivelmente idêntico ao ano lec-tivo anterior, nem no número de cursos. Entre Janeiro e Julho de2002 nasceram mais 75 novos cursos no ensino superior públicoe privado, 31 dos quais aprovados já durante o mandato doMinistro Lynce.

NA CAPA. UPorto 17

NA CAPA

FUSÕES E COLABORAÇÕES

Este cenário, em que se destaca a redução do número de can-didatos e a saturação do mercado de trabalho para os licenciadosem certas áreas, levou o ministro da Ciência e Ensino Superior adefender a fusão de cursos semelhantes leccionados por institui-ções geograficamente próximas entre si e a reconversão de algu-mas instituições de ensino superior em ensino pós-graduado ouprofissional. Como princípio geral, o projecto de Lei do Desen-volvimento e Qualidade do Ensino Superior, agora em discussãona comissão especializada de Educação da Assembleia da Repú-blica, estabelece a existência preferencial de “cursos de bandalarga” nas universidades e a prioridade da formação de “bandaestreita, altamente especializada” no ensino politécnico. O pro-jecto defende precisamente a “consolidação da rede (de institui-ções de ensino superior) através de uma maior concentração demeios” que pode “melhorar o nível de ensino em muitas áreas” eafirma que outras áreas há em que “a falta de docentes qualifica-dos é tão notória que só a colaboração ou fusão institucional per-mitem a médio prazo superar este problema”.

De resto, as próprias universidades estão a tomar iniciativasnesse sentido. Segundo declarações recentes do Reitor da Univer-sidade do Algarve, por exemplo, optou-se pela suspensão da aber-tura de vagas no primeiro ano de um curso daquela universidade.A Universidade do Porto tem em estudo várias colaborações comoutras instituições de ensino superior, no sentido de racionalizarrecursos e estabelecer parcerias em certas áreas de formação.

O contexto actual, contudo, aconselha muita prudência, tantomais que o sistema foi-se alargando com o aparecimento denovas instituições e mais cursos, sobretudo desde 1989 (períodoem que o então ministro da Educação, Roberto Carneiro, acaboucom o carácter eliminatório dos exames de acesso ao ensinosuperior), como resposta às intenções de investimento dos agen-tes económicos e à oferta reduzida do ensino superior em relaçãoao grande número de candidatos. Porém, nos últimos anos, estequadro de excesso de procura em relação à oferta foi deixando,cada vez mais, de corresponder à realidade.

A Universidade do Porto é a Universidade portuguesa que mais vagas preenche.

FOTO: LUÍS FERREIRA ALVES

18 UPorto. NA CAPA

NA CAPA

ofertas corresponderam 27 colocações no segundo ano.A FEP.UP, após um primeiro inquérito aos licenciados entre

1994/95 e 1998/99, voltou a realizar um inquérito em 2001, aoslicenciados em 1999/2000. Nas conclusões do estudo realizadopelo Gabinete de Apoio ao Aluno, verifica-se que a FEP.UP “con-tinua a assegurar, mesmo num período de desaceleração do cres-cimento económico, um elevado grau de empregabilidade dosseus licenciados”. A este inquérito responderam 119 (41,5%) dos287 licenciados (cursos de Economia e Gestão) nesse ano lectivoe, desses, apenas 5 não tinham iniciado a actividade profissionalem Novembro de 2001, sendo que pelo menos 2 estavam a reali-zar cursos de mestrado na altura do preenchimento do inquérito.Por outro lado, 85% dos inquiridos iniciaram a sua primeira acti-vidade profissional antes ou nos três meses que se seguiram àconclusão da licenciatura. Em contrapartida, a Bolsa de Empregoda FCUP, que iniciou a actividade em Novembro do ano passado,em finais de Julho contava com 237 alunos e licenciados inscri-tos e 56 entidades empregadoras, uma média mensal de 300 ofer-tas de emprego, e 30 a 40% de colocações no mercado de traba-lho no espaço de sete meses.

UP PRODUZ MAIS LICENCIADOS

O ensino superior público continua a ser dominante nonúmero de licenciados, representando mais de metade do totalnacional. Segundo o “Inquérito às Instituições de Ensino SuperiorPúblico e Privado em Portugal”, realizado pela Confederação Por-tuguesa dos Quadros Técnicos e Científicos, relativo a 1997/98 e1998/99, as 13 universidades públicas portuguesas analisadas – foiexcluída a Universidade Técnica de Lisboa por insuficiência dedados – representavam, no ano lectivo de 1997/98, 63% do totaldos licenciados.

Refira-se o papel dominante da Universidade do Porto no totalnacional de licenciados, embora seguida de perto pelas Universi-dades de Coimbra e Lisboa. O estudo atribuía à UP 21,6% doslicenciados no ensino superior público em Portugal, no primeirodaqueles dois anos lectivos, e 18,1% no segundo. As licenciaturasem Economia, Medicina, Psicologia, Geografia e Engenhariaforam as que mais contribuiram para estes valores. Só as licencia-turas em Engenharia representavam, no ano lectivo de 1998/99,20,2% dos licenciados na Universidade do Porto.

A nível nacional, considerando apenas o caso dos cursos deEngenharia, são oferecidas cerca de três centenas de formações,mas apenas 88 estão acreditadas pela Ordem dos Engenheiros.Recentemente, o bastonário da Ordem, Francisco Sousa Soares,numa entrevista ao jornal Público, afirmava-se satisfeito com aintenção do Ministério da Ciência e Ensino Superior de ordenar arede e actuar sobre os cursos com poucos alunos.

CATALISADORES DE EMPREGO

Na Universidade do Porto seis faculdades dispõem de gabinetesde saídas profissionais, constituídos nos últimos anos ou aindaem constituição, que facilitam o contacto entre as entidadesempregadoras e os recém-licenciados. As Faculdades de Engenha-ria (FEUP), Economia (FEP.UP), Psicologia e Ciências da Educação(FPCEUP), Ciências (FCUP), Ciências da Nutrição e Alimentação(FCNAUP) e a de Letras (FLUP) dispõem deste tipo de gabinetes.Os gabinetes da FEUP, FEP.UP e FPCEUP são os que têm os dadosmais sistematizados. Em conjunto, promovem o I Encontro Nacio-nal de Gabinetes de Apoio à Integração Profissional no EnsinoSuperior, previsto para dia 27 de Setembro, no Auditório da FEUP.

Dados da Área de Integração Profissional (AIP) da FEUP apon-tam para 405 pedidos de entidades empregadoras, a maioria loca-lizadas no norte e centro do país, durante o ano de 2001, sobre-tudo de licenciados em Engenharia Química, Civil, Electrotécnicae de Computadores e Mecânica. Cerca de 30% dos licenciadosconseguem emprego antes de concluir a licenciatura e aproxima-damente 32% conseguem-no um mês após a sua conclusão. OGabinete para a Integração Profissional da FPCEUP, a funcionardesde 2001, conta uma relevante subida tanto do número de ofer-tas como de colocações de 2000 para 2001. A 27 ofertas deemprego corresponderam 24 colocações no primeiro ano e a 33

Na UP seis faculdades têm gabinetes de saídas profissionais.

FOTO: LUÍS FERREIRA ALVES

1 - De que modo a formação adquirida na Universidade do Porto contribuiu para as funções que exerce actualmente?2 - Que pensa da formação na Universidade do Porto, ao nível das áreas e da realidade empresarial que conhece mais

de perto? Está adequada às necessidades do mercado de trabalho?

Luís Portela (Medicina, 1971), presidente do Conselho de Administração do Grupo Bial:1- “Sem a licenciatura em Medicina ser-me-ia muito difícil ter sensibilidade para as questões de inovação na área da Saúde, de

modo a liderar um projecto de investigação de novas soluções terapêuticas que envolve actualmente 28 pessoas e que temum orçamento anual de 8,5 milhões de euros”.

2- “Da minha experiência, parece-me que a formação na Universidade do Porto está ao nível do que de melhor se faz em Por-tugal, correspondendo geralmente às necessidades do mercado. Gostaria que, dentro de poucos anos, pudesse ombrearcom as melhores universidades europeias.”

Ferreira de Oliveira (Engº Electrotécnica, 1967), presidente do Conselho de Administração da Unicer:1- “Recebi formação básica para Engenharia na Faculdade de Ciências que qualifico, indiscutivelmente, de excelente; Devo,

em muito, a esta formação o sucesso que obtive no mestrado e doutoramento que completei no Reino Unido. A experiên-cia e conhecimentos que o meu doutoramento me proporcionou ofereceram-me a oportunidade de uma carreira interna-cional que evoluiu de uma dimensão estritamente técnica para a gestão de empresas de grande dimensão; foi esta expe-riência de gestão que me proporcionou a oportunidade de hoje liderar a Unicer - Bebidas de Portugal, SGPS, SA”.

2- “Os bons alunos das Faculdades da U.P. que melhor conheço são, na sua grande maioria, excelentes profissionais. Maisimportante que os conhecimentos técnicos específicos, valorizamos a formação básica, a cultura de inovação, a vontade deaprender e partilhar experiências e conhecimentos, a capacidade para trabalhar em equipas multi-disciplinares e a adesão aprincípios de integridade e ética empresarial compatíveis com os valores da Unicer. Posso afirmar, sem qualquer dúvida,que estamos satisfeitos com os licenciados que recrutamos provenientes da UP.”

Belmiro de Azevedo (Engº Química, 1957), presidente do Conselho de Administração do Grupo Sonae:1- “Engenharia Químico-Industrial era o curso com mais e melhor formação para assumir cargos de gestão global, sendo que

em 1963 as engenharias eram muito técnicas”.2- “Evoluiu muito, no bom sentido, em termos de oferta de cursos mais próximos do mercado. Não evoluiu nada, ou evoluiu

muito pouco, na interacção com o mundo dos seus clientes e estagnou em governação.”

NA CAPA. UPorto 19

NA CAPA

A UP na opinião dos empresários

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NA CAPA

DESEMPREGO AUMENTA

As maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalhonão são, genericamente, sentidas pelos licenciados em Engenha-ria. Um estudo do Sistema de Observação de Percursos de Inser-ção dos Diplomados no Ensino Superior (ODES), sobre os últimosseis anos de trabalho dos diplomados em 1994/95, que analisagrandes áreas profissionais, incluindo licenciados de todo oensino superior universitário e politécnico, público e privado, foiapresentado em Junho passado. De acordo com este estudo, asáreas em que foram notadas mais dificuldades de inserção nomercado de trabalho são Artes e Humanidades (destaque parataxa de desemprego em Humanidades passados seis anos da con-clusão da licenciatura), a área de Ciências Sociais, Comércio eDireito (com destaque para Informação e Jornalismo, com umadas maiores percentagens de desemprego passados seis anos), aárea associada à Agricultura e ainda a associada a (algumas)Indústrias Transformadoras.

De facto, verifica-se um progressivo aumento do número delicenciados inscritos nos centros de emprego. Dados do Institutode Emprego e Formação Profissional registam um acréscimo nomês de Setembro (mês de maior afluência de licenciados aos cen-tros de emprego) de 2000 em relação a 1999 e de 2001 em relaçãoa 2000. Em Setembro de 2001 inscreveram-se mais de 26.700 licen-ciados, ou seja, 8,4% do total de inscritos nos centros de emprego.

PROFISSÕES DE FUTURO

O emprego crescerá mais, entre 2000 e 2010, nos grupos deprofissões técnicas e de serviços, segundo um estudo do INOFOR,coordenado por Ana Cláudia Valente. No grupo das profissõestécnicas crescerão mais os grupos dos seguintes sectores: serviçosàs empresas, educação (pública e privada) e serviços de saúde.Cerca de 75% do crescimento de emprego nestes casos deve-se aodesenvolvimento de profissões relacionadas com computadores ematemática, operacionais e técnicos de cuidados de saúde, e pro-fissões de educação, formação e informação (“library”). No casodo sector de serviços, o crescimento deve-se, sobretudo, às profis-sões de saúde, negócios e serviços sociais.

Segundo este estudo, as profissões requerendo uma formaçãoprofissional ou universitária, contribuíram com 29 por cento detodos os empregos em 2000, e contribuirão com 42 por cento dototal do emprego estimado para 2010.

Entre as áreas com “forte potencial de criação de emprego e deestruturação de novos perfis profissionais”, de acordo com estu-dos prospectivos e projecções de emprego referidos pelo INO-FOR, estão as tecnologias e os serviços de informação e comuni-cação, na convergência das telecomunicações, da indústria deconteúdos e da informática, de forte implantação na UP. AComunidade Europeia estimou que a falta de especialistas emtecnologias de informática e computadores na Europa Ocidentalpode chegar a 1,7 milhões de empregos em 2003, sendo perfisprofissionais emergentes: gestor de redes, gestor de sistemas deinformação, gestor de conhecimento, analista de mercado emcomércio electrónico, web designer, programador web, web master,especialista em legislação e segurança na internet. Também o“ambiente, numa perspectiva integrada com a qualidade e asaúde, segurança e higiene no trabalho” e novas profissões ecompetências na área da “comercialização e do marketing, daqualidade, da logística, da concepção e da produção” são perfisprofissionais emergentes em que a UP tem competência. Outros,como “serviços sociais, colectivos e pessoais, particularmente noapoio a públicos especiais” e “profissões com forte incorporaçãode saberes específicos e tradicionais”, ou “relacionados com arevitalização de espaços rurais, nomeadamente através da promo-ção de actividades agrícolas, turísticas e de lazer”, devem tambémser considerados como profissões de futuro.

QUE CAMINHO SEGUIR?

No projecto de Lei em discussão na Assembleia da Repúblicaafirma-se que o processo de qualificação do ensino superior“passa obrigatoriamente pela realização plena da combinaçãoensino/investigação/criação cultural, potenciando sinergias entreas três valências” e reafirmam-se, como objectivos, o reforço daautonomia e responsabilização das instituições e seus titulares, amelhoria da qualidade do ensino, a garantia de igualdade deoportunidade de acesso e sucesso escolar a todos os estudantes eTecnologias e serviços de informação podem gerar muito emprego.

FOTO: LUÍS FERREIRA ALVES

NA CAPA. UPorto 21

NA CAPA

a igualdade de tratamento das instituições face ao seu valor peda-gógico-científico.

Quanto ao reforço da autonomia parece haver unanimidade.Recentemente, Alberto Amaral, ex-reitor da Universidade doPorto e director do Centro de Investigação de Políticas do EnsinoSuperior (CIPES), durante um seminário promovido pela EscolaSuperior de Tecnologia e Gestão de Leiria, afirmou que “a obten-ção de níveis de excelência só se atinge em regime de autonomiainstitucional plena, ou seja, em condições que permitam às insti-tuições libertarem a sua energia criadora e, simultaneamente,auto-regularem-se no sentido da excelência”.

Incontornável nesta problemática, a discussão suscitada àvolta da Declaração de Bolonha e da harmonização dos ciclos deformação superior, entre os países aderentes, terá necessaria-mente de integrar questões como a qualidade da formação e aadequação às necessidades do mercado de trabalho, tendo emconta todo o contexto referido.

A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Novade Lisboa foi a primeira em Portugal a adoptar o sistema “Liberal Stu-dies” que inclui um ciclo obrigatório e outro (menor) opcional.

A UP assume-se como uma “Universidade de Investigação”. Embora existam ainda algumas assimetrias internas, a produçãocientífica do conjunto da UP está em pleno crescimento e tem uma expressão muito significativa a nível nacional. A I&D é,uma das características mais marcantes da identidade da Universidade do Porto, a qual é encarada como um ingrediente indis-pensável para a qualidade do seu ensino. O “estímulo à produção científica nos diferentes domínios, situando-a ao nível dospadrões reconhecidos internacionalmente” é uma das orientações propostas no documento “Reorientação Estratégica da Uni-versidade do Porto”, aprovado em Junho no Senado, que foi adoptado nas “Bases Programáticas da Recandidatura a Reitor”por José Novais Barbosa, reeleito em Julho.

Para além deste aspecto, o Reitor reeleito elegeu o seguinte conjunto de orientações para os próximos quatro anos:• o estabelecimento de uma cultura organizacional de qualidade;• o incentivo à internacionalização (mobilidade de estudantes, professores e outros funcionários, investigação, cooperação em

geral);• a melhoria da articulação entre unidades orgânicas, as instituições de investigação, de interface e a Reitoria;• abertura à captação e recrutamento de novos talentos;• a promoção activa e integrada da imagem da UP;• a compatibilização e adequação dos conteúdos programáticos às necessidades presentes e futuras do mercado, refor-

çando os mecanismos de avaliação prévia no lançamento de novos cursos;• a adopção de práticas activas de captação dos melhores alunos, o incentivo à aproximação dos antigos alunos, com a

aposta no aprofundamento da intervenção da Associação dos Antigos Alunos da Universidade do Porto e o estabeleci-mento de fluxos estáveis de diálogo com o exterior.

No seu programa de candidatura, o Reitor exprimia ainda a sua preocupação com a “redução da procura em certas áreasmais marcadamente tecnológicas” e com a “eventual permanência exagerada da oferta de alguns planos de estudos relativa-mente às expectativas da sociedade”. Para enfrentar estas dificuldades, Novais Barbosa propõe-se introduzir correcções nas for-mações oferecidas e colaborar com as faculdades para que, em devido tempo, situações de baixa significativa do número dealunos sejam evitadas.

A UP aposta na oferta de um leque de licenciaturas conferindo uma sólida e abrangente formação de base, compatível com aactual sociedade da informação e do conhecimento, que sejam procuradas por um grande número de estudantes interessados emobter um conjunto bem estruturado de conhecimentos científicos e uma adequada formação de carácter tecnológico.

Adicionalmente, a UP reforçará não só a oferta de formação pós-graduada e contínua de nível superior, mas também a liga-ção aos seus antigos alunos, respondendo assim à crescente e inquestionável necessidade de educação ao longo da vida.

A UP e os desafios do futuro

Já há faculdades a implementar o “Liberal Studies”.

22 UPorto. UNIVERSIDADE EM CONSTRUÇÃO HOJE

UNIVERSIDADE EM CONSTRUÇÃO

SOLICITAÇÕES AUMENTAM

Seguindo estas linhas de interesse, osinvestigadores do Centro de Investiga-ção Marinha e Ambiental desenvolvemas suas acções no quadro de quatrograndes temas: conhecimento do domí-nio costeiro e estuarino; alteraçõesambientais de natureza antrópica ounatural; exploração dos recursos vivosaquáticos; uso de organismos aquáticoscomo modelos de investigação nasCiências da Vida e em Biotecnologia.Para além destes quatro grandes temas,João Coimbra salienta também os trêsprogramas horizontais que o CIIMARdesenvolve actualmente: “formação deinvestigadores; inovação e transferênciade tecnologia e divulgação científica eeducação ambiental”.

À medida que o CIIMAR vai sendoconhecido na comunidade, o número desolicitações tem aumentado cada vezmais, bem como a dimensão dos projec-tos para os quais é chamado a intervir.João Coimbra destaca o serviço de apoiosanitário às pisciculturas e aos importa-dores de peixes de aquário, no sentido dedetectar doenças e implementar trata-mentos que sejam necessários; a detec-

naturais que ocorrem nos oceanos e naszonas costeiras; estudar e implementar aexploração sustentável dos recursos aquá-ticos e avaliar o impacto das actividadeshumanas no ambiente. Desta forma, “têmparticular interesse para o CIIMAR todosos problemas de poluição derivados dasactividades humanas, em intensificaçãodevido ao aumento demográfico, especial-mente no litoral, assim como as alteraçõesinduzidas pela exploração dos recursosmarinhos” segundo João Coimbra (Biolo-gia, 1968), professor do ICBAS e responsá-vel por este centro de investigação.

O CIIMAR (Centro Interdisciplinar deInvestigação Marinha e Ambiental da Uni-versidade do Porto) é uma unidade dedi-cada à investigação, divulgação e transfe-rência de tecnologia em ciências do mar edo ambiente. Para além dos docentes e téc-nicos afectos à Faculdade de Ciências daUP e ao Instituto de Ciências Biomédicasde Abel Salazar (ICBAS), o CIIMAR integraalguns elementos de outras instituições daregião, contando, actualmente, com cercade 150 membros, 55 dos quais doutorados.

O objectivo principal da investigaçãono CIIMAR é compreender os processos

Novo Laboratório Associado

estuda Mar e AmbienteO CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e

Ambiental da UP recebeu o estatuto de Laboratório Associado do

Ministério da Ciência e Tecnologia em Março deste ano, em simul-

tâneo com o INESC Porto. Brevemente, abandonará as instalações

do Campo Alegre, onde está localizado o seu núcleo, e irá ocupar

um espaço na antiga Faculdade de Engenharia. A expectativa de

um dia vir a ter instalações bem perto do mar mantém-se. Eis uma

visita ao interior do CIIMAR.

UNIVERSIDADE EM CONSTRUÇÃO HOJE. UPorto 23

125 Investigadores48 Investigadores doutorados elegíveis42 Doutorados da Universidade do Porto37 Bolseiros43 Artigos publicados em revistas científicas internacionais [em 2001]5 Teses de doutoramento apresentadas [em 2000]

108 Comunicações [em 2000]

Os números do CIIMAR

ção, na água, da presença de toxinas pro-venientes de micro-organismos pedidapor empresas engarrafadoras; estudospara planos de ordenamento da orla cos-teira e relacionados com avaliação deimpacto ambiental.”

ESTATUTO PREMEIA A QUALIDADE

Desde Março de 2002 que o CIIMARintegra a lista de Laboratórios Associadosdo Ministério da Ciência e Tecnologia, emparceria com o CCMAR – Centro de Ciên-cias do Mar do Algarve, “permitindo a ges-tão integrada dos dois organismos, a parti-lha de instalações e outros recursos, eaumentando a capacidade de intervenção”,esclarece João Coimbra.

O Laboratório Associado está organi-zado em duas áreas temáticas que represen-tam as linhas de investigação nos dois cen-tros parceiros: estudo, conservação e gestãode ecossistemas aquáticos e aquicultura,biotecnologias marinhas e controlo da qua-lidade. “Há uma necessidade crescente deestabelecer modelos que permitam prever aevolução natural de um sistema e, depois,introduzir a influência humana para se per-ceber qual a nova evolução”, comenta ocoordenador. “Esta indicação para os deci-sores é fundamental”. A outra linha estávocacionada para, através da biotecnologia,o controlo de qualidade da produção deorganismos aquáticos.

O CIIMAR – Laboratório Associado -desenvolve ainda uma linha horizontal deinvestigação que se centra na colaboraçãocom países tropicais, nomeadamente deexpressão portuguesa. “É preciso que os

jovens investigadores portugueses possamter pontos de apoio fora do país e nomea-damente nestas regiões, onde têm a possi-bilidade de aprender a biologia e ecologiatropicais e tomar contacto com esta reali-dade completamente diferente da nossa”,explica João Coimbra.

O responsável considera que o estatutode Laboratório Associado e o consequenteaumento do financiamento permitem aoCIIMAR “uma maior estabilidade, paraalém do aumento da capacidade, comple-mentaridade e reforço de algumas das equi-pas de trabalho, que vão permitir projectaro centro a nível internacional, impossívelde outra forma”.

PERSPECTIVA DE ESPAÇO DEFINITIVO

O CIIMAR tem o núcleo central noCampo Alegre, em instalações cedidastemporariamente pela Universidade doPorto, há cerca de três anos atrás. Nestelocal nascerá um novo edifício e o Cen-tro mudará para a antiga Faculdade deEngenharia, na Rua dos Bragas. “São ins-

talações mais espaçosas, que vão permi-tir dar um salto qualitativo extraordiná-rio”. “Na situação actual não havia con-dições para crescer e evoluir”, esclareceJoão Coimbra.

Mas, o projecto passa por conseguirinstalações maiores, onde o acesso ameios navais seja rápido e fácil. Actual-mente, está a decorrer “um intenso pro-cesso negocial para assegurar a possibili-dade do CIIMAR integrar um edifícionovo, a construir na lota de segundavenda, no Porto de Leixões”, revela JoãoCoimbra.

Para além deste desejo já antigo, hátambém a necessidade de reequipar oCentro “para darmos o salto qualitativonecessário”, afirma. Aliás, a preocupaçãoactual dos responsáveis pelo CIIMAR é“aumentar e melhorar a qualidade daprodução científica e estendê-la às áreasmais frágeis, bem como melhorar aimplantação tanto a nível local comoeuropeu”.

UNIVERSIDADE EM CONSTRUÇÃO

João Coimbra, Coordenador Científico do CIIMAR

24 UPorto. UNIVERSIDADE EM CONSTRUÇÃO HOJE

UNIVERSIDADE EM CONSTRUÇÃO

Todos os docentes e investigadores daUniversidade do Porto podem recorrer aoGabinete de Apoio à Propriedade Indus-trial da Universidade do Porto (GAPI).Está vocacionado para a prestação deinformações e dinamização de acções depromoção da propriedade industrial,visando o estímulo e a protecção da ino-vação na Universidade do Porto.

O GAPI da Universidade do Porto “temvindo a desenvolver acções de sensibiliza-ção junto de docentes e investigadores daUP, alertando para a necessidade urgentede protegerem os seus inventos”, explicaAntónio Teixeira, coordenador do Gabi-nete. “Por vezes os resultados da investiga-ção são aproveitados por outras pessoasque nada tiveram a ver com o processo ese na maioria dos casos não há grandes

benefícios financeiros envolvidos, existemexcepções que se traduzem em benefíciosmuito interessantes que deveriam ser doinvestigador e da instituição onde foi rea-lizada a invenção“.

TRÊS REQUISITOS ESSENCIAIS

Outros benefícios que advêm do pro-cesso de registo de patentes caem emdomínios menos tangíveis, como o reco-nhecimento científico institucional ouinternacional de seus pares. A invençãopara ser protegida tem que obedecer aostrês requisitos de patenteabilidade essen-ciais: ser uma novidade, implicar activi-dade inventiva e ser susceptível de aplica-ção industrial. Projectos há muitos, mas àsvezes os resultados, apesar de serem bons,não apresentam um dos requisitos essen-ciais para a sua protecção, como a novi-dade, que implica que não esteja com-preendida no estado da técnica.

“É óbvio que, por vezes, irão ser feitosinvestimentos que não darão o resultadoesperado, contribuindo para alguma des-motivação. Mas é preciso continuar, desdelogo pelo prestígio e motivação que a UPtransmite aos investigadores, por apoiar aprotecção dos resultados da investigação edesenvolvimento. Nas universidades

estrangeiras este é um factor muito impor-tante para a fixação de investigadores edocentes de reconhecida qualidade e exce-lência científica a nível mundial”, escla-rece o coordenador do GAPI.

DIVULGAÇÃO INTERNACIONAL

A médio prazo o GAPI espera conseguirelaborar um portefólio de patentes regista-das ou tecnologias, de modo a poder avan-çar para estratégias de valorização destecapital intelectual em termos internacio-nais. António Teixeira considera que este éum objectivo praticamente impossível deatingir em termos de Universidade doPorto, ou de qualquer outra instituiçãosozinha. Falta “agressividade comercial eacesso a especialistas internacionais quenos aconselhem e recomendem”, afirma.Apesar de ainda estar numa fase embrioná-ria, esta estrutura já está em marcha.

O Gabinete está integrado numa redede 15 GAPI instalados em diferentes insti-tuições cujos domínios de actuação sesituam na área universitária, associativa esectorial, espalhados pelo país. Esta redeinsere-se num projecto de valorização epromoção do sistema da propriedadeindustrial, desenvolvido pelo InstitutoNacional de Propriedade Industrial (INPI).

Portugal é um dos países que menos recorre à

propriedade industrial para proteger os resulta-

dos da investigação e desenvolvimento. Contri-

buir para contrariar estas estatísticas, no que se

refere ao registo de patentes, é a função do

Gabinete de Apoio à Promoção da Propriedade

Industrial – GAPI, a funcionar na Universidade

do Porto desde Fevereiro de 2002.

Promover e apoiara propriedade industrial na UP

26 UPorto. PERFIL

PERFIL

desafio

OLIVEIRA MARQUES, PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVO DA METRO DO PORTO

É professor da Faculdade de Economia da Universidade

do Porto (FEP.UP) e presidente da Comissão Executiva

da empresa que tem a seu cargo um dos maiores pro-

jectos de obras públicas em concretização na União

Europeia. Oliveira Marques (Economia, 1968), 51 anos,

licenciado pela FEP.UP e doutorado em Finanças Empre-

sariais pela Universidade de Strathclyde (Glasgow, Escó-

cia) conhece o mundo empresarial desde os 15 anos,

idade em que começou a trabalhar numa empresa da

região do Porto que considera ter sido a sua segunda

universidade. Mas assume-se, antes de mais, como um

professor universitário.

O presidente da Comissão Executiva da Metro do Porto

mantém Novembro como mês da inauguração da pri-

meira linha de metro do Porto e 2004 como o ano de

inauguração da linha entre Gaia e o Hospital de S. João,

que passa pelo pólo universitário da Asprela. Envolto em

grandes expectativas pelos benefícios que poderá trazer

às difíceis condições de circulação na cidade, não resol-

verá todos os problemas, reconhece Oliveira Marques.

Até porque a linha de Gondomar, por exemplo, só

poderá ser concretizada numa segunda fase do projecto.

do gestor e professor de finançasO grande

PERFIL

PERFIL. UPorto 27

O projecto do metro do Porto tem sido sujeito a várias altera-ções e a algumas indefinições orçamentais. Neste momento,essas fases estão ultrapassadas?

Quando esta Comissão Executiva entrou em funções, o atrasode obra era estimado em dois anos, havia uma grande indefiniçãono projecto e algumas câmaras municipais não concordavamcom o que estava delineado. Houve que recuperar tempo e estabi-lizar o projecto. Foram aprovadas, pelo Governo, um conjunto dealterações muito importantes que totalizaram 53 milhões de con-tos (cerca de 250 milhões de euros) e aproximaram o projecto doque era pretendido pelas Câmaras de Porto e Matosinhos. Após oproblema ocorrido na escavação do túnel de Campanhã, nasequência do qual impusemos uma paragem para que se garantis-sem condições de segurança, foram renegociados novos prazoscom o empreiteiro e começou a funcionar uma segunda tunela-dora. A partir daí, nunca mais houve dificuldades em matéria deprazos ou custos. O projecto está perfeitamente controlado emmatéria de calendário ou orçamento.

... A última linha desta primeira fase será, portanto, inaugu-rada em Maio de 2004...

Sim... Em Julho, o Governo autorizou a linha de Gondomar e,se não houver imprevistos que obriguem a alterar os prazos quenos impusemos, talvez seja possível construir esta linha quaseem simultâneo com a primeira fase. Seria excelente porque é deGondomar que provém o segundo maior fluxo de viagens pen-dulares (residência-trabalho-residência) para o Porto, logo aseguir a Gaia.

É claramente um projecto complexo, em termos políticos,estratégicos e técnicos. Talvez seja dos mais complexos emconcretização actualmente em Portugal.

O orçamento do metro do Porto atinge 1.25 biliões de euros(mais de 250 milhões de contos). É talvez o maior projecto deobras públicas em concretização na União Europeia... Estamosconfiantes que vá provocar uma revolução na Área Metropoli-tana do Porto (AMP). Se não se conseguir esta revolução na AMP

“Estamos confiantes que o metro vá provocar uma revolução na área Metropolitana”.

o objectivo do projecto falhou. De facto é um projecto complexo,desde logo porque não é fácil trabalhar à superfície nem no sub-solo do Porto. Quando esta Comissão Executiva entrou em fun-ções encontrámos muitas dificuldades na condução do trabalho ena sua execução, particularmente no troço Campanhã-Trindade enas respectivas estações subterrâneas. Foi necessário tomar medi-das muito sérias e enérgicas de modo a encontrar novos métodosde trabalho que permitissem prosseguir a obra em segurança.

Tal não implicará um acréscimo de custos para a Metro doPorto?

Não. Isso é uma atitude da responsabilidade do empreiteiropara assegurar o cumprimento dos prazos, como aliás lhe com-pete, que nós acolhemos favoravelmente.

28 UPorto. PERFIL

PERFIL

METRO NÃO É TOQUE MILAGROSO

Quem conhece o Porto e circula no seu interior, ou entre oexterior e o interior queixa-se frequentemente das dificulda-des de circulação. Há, portanto, grandes expectativas em rela-ção ao metro. No entanto, não vai poder resolver todos os pro-blemas de circulação da cidade...

Não... Em matéria de transporte e mobilidade, alguém dizia – eeu concordo inteiramente – que não podemos convencer as pes-soas a abandonar o automóvel se não lhes oferecemos uma alter-nativa fiável, em termos de horários, tempos de percurso e con-forto. No entanto, sendo impossível conseguir a mesma flexibili-dade e liberdade do transporte individual, podemos oferecer alter-nativas que convençam os utentes a usar mais o transporte colec-tivo. Eu julgo que o metro vai cumprir esse objectivo. As limita-ções do metro são apenas as que decorrem de não cobrir todo oterritório. Por exemplo, no concelho de Gaia, o metro vai percor-rer apenas a Avenida da República, servindo Santo Ovídio e Car-valhos. A rede de metro no concelho de Gaia, tal como está dese-nhada nesta primeira fase, vai ser muito incompleta e insufi-ciente. Mas já constitui uma ajuda para a resolução do problema.Estou convencido de que, no concelho de Gondomar, a linhadesenhada – cujo lançamento do concurso já foi autorizado peloGoverno – vai resolver o problema. A linha de Matosinhos consti-tuirá uma grande revolução na circulação dentro do concelho edeste para o Porto, nomeadamente quando puder ser prolongadapara norte, servindo a Exponor e o aeroporto. A linha de Gondo-mar está em projecto, mas as restantes da segunda fase não pas-sam de um estudo preliminar, elaborado pela Metro do Porto, porindicação da Assembleia da República.

Será possível calcular, ainda que aproximadamente, oimpacte positivo da rede de metro para a melhoria da circula-ção dentro da Área Metropolitana?

Estamos a contar com seis milhões de passageiros por ano, queainda é pouco. Seria preciso que a rede de metro se alargasse paraque o impacte fosse ainda mais importante. Repare que nas cidadesmais modernas da Europa existe uma rede de comboios suburba-nos, complementada com redes de metro e autocarro, constituindoum sistema. No nosso caso, temos uma rede de transportes emautocarro e pouco mais. Os comboios suburbanos cobrem a faixalitoral do concelho de Gaia e de Espinho até Aveiro, a zona Orien-tal do Porto com a Linha do Douro, existindo ainda as Linhas deBraga e Trofa. Portanto, a linha de comboios suburbanos é muitoincompleta. Está a precisar de uma modernização que, segundosabemos, está em curso. Depois teremos o metro. Lisboa já temuma cobertura interessante de comboios suburbanos – pelo menosem três sentidos –, apoiada pelo metro e autocarro.

Esquema da rede de metro – 1ª Fase. As estações Barranha e Av. de França passarama designar-se, respectivamente, Estádio do Mar e Casa da Música.

PERFIL

PERFIL. UPorto 29

No que mais directamente tem a ver com a Universidade doPorto, o metro servirá o Pólo da Asprela com a linha Gaia-Hos-pital de S. João... Que alterações – directa ou indirectamentedependentes do metro - vão ser introduzidas naquela zona?

O túnel vai até à Rua Dr. Manuel António Pereira da Silva, quedá acesso à Igreja de Paranhos. A partir daí, a linha sobe gradual-mente, em trincheira, até à superfície. Este troço, passando pelasresidências universitárias, Faculdade de Medicina Dentária daUniversidade do Porto, rua Dr. António Bernardino de Almeida(onde se localizam a Escola Superior de Biotecnologia da Univer-sidade Católica, a Universidade Portucalense e o IPO), vai obrigara arranjos de superfície que fazemos sempre em consequência daobra do metro. Mas nada de muito profundo em relação à situa-ção actual. Há artérias, como aconteceu em Matosinhos, onde ainstalação da linha obrigou a arranjos bastante importantes, masnão será o caso ali. No entanto, todo o arranjo de superfície quefor necessário dependerá do que a Câmara Municipal quiser pre-ver para a zona. Haverá uma estação em Salgueiros, outra a meioda rua Dr. António Bernardino de Almeida e ainda outra junto aoHospital de S. João. Não foi possível fazer passar a linha, tal comoantes chegou a estar previsto, pelas Faculdades de Economia e deEngenharia da Universidade do Porto.

De qualquer modo, teremos metro no seio do pólo universitá-rio da Asprela, composto pelo menos por três universidades.

Quando ficará pronta esta linha até à Asprela?Essa linha, entre Gaia e o Hospital de S. João, ficará pronta em

Maio de 2004. A ligação Campanhã-Trindade ficará pronta emSetembro de 2003. Da Trindade para cima, até ao Hospital de S.João, só em Maio de 2004.

PRIMEIRA LINHA JÁ ESTE ANO

Mantêm-se o prazo de entrada em funcionamento pleno dalinha entre a Trindade e Matosinhos ainda este ano?

Está prevista a inauguração da primeira linha em Novembrode 2002 e os trabalhos têm evoluído no sentido do cumprimentodessa data. Entre a Trindade e Matosinhos aproveita-se apenas aanterior linha do comboio até Sra. da Hora. Daí para baixo, atéMatosinhos, está pronta.

A mudança de Governo poderá originar algumas alteraçõesao que está definido?

Não... O projecto está mais do que autorizado, está contratua-lizado e adjudicado. Todos os meios de financiamento estãogarantidos. Creio que o Governo se preocupará agora com queseja cumprido. Quanto à segunda fase, veremos qual será a inten-ção do Governo. Para já, como disse, a linha Campanhã-Gondo-mar foi autorizada. As restantes, ainda em estudo, definidas pelaAssembleia da República são: a ligação à Exponor, a ligação aoAeroporto, do Hospital de S. João à Maia e a que servirá a zonaocidental de Gaia.

Que mais valia terá trazido para a Metro do Porto a suaexperiência como presidente do Conselho de Administraçãodos STCP?

Trouxe uma vantagem muito grande. A circunstância da STCPser o segundo accionista da Metro do Porto, indicar um adminis-trador e, mais tarde, ser chamada a indicar o presidente daComissão Executiva foi feliz, porque permitiu aproveitar aomáximo as sinergias entre as duas empresas. Temos a oportuni-

Estamos a contar com seis milhões de passageiros por ano, que ainda é pouco.

dade soberana – uma vez que o metro começa do zero – de lançarno terreno soluções intermodais, por exemplo ao nível da bilhé-tica, da gestão da receita e do tarifário... ou noutros, como ainformação ao público.

Avançámos com a proposta de criação de um agrupamentocomplementar de empresas (ACE), juntando a STCP, Metro doPorto e CP (também accionista da Metro do Porto) que acolheumuito bem esta ideia. Estamos a trabalhar com a maior urgênciapossível, tendo em conta a calendarização das obras da Metro doPorto, para a definição de um sistema de bilhética comum aostrês operadores. A ACE fará a gestão da receita comum. Seráentão possível oferecer um serviço de transporte integrado e,assim, incentivar as pessoas a transferirem-se do transporte indi-vidual para o transporte público.

É o sistema que existe na Área Metropolitana de Lisboa com opasse social?

Não é o mesmo sistema. Em Lisboa o sistema não está a fun-cionar muito bem e queremos evitar os erros ali cometidos. EmLisboa ainda não se conseguiu aplicar a intermodalidade. Repareque o sistema de bilhética não é igual nos vários tipos de trans-porte. Há um passe social, mas tudo o resto, que poderia ser con-seguido com a intermodalidade, não existe.

PROFESSOR ANTES DE GESTOR

O cargo de presidente da Comissão Executiva da Metro doPorto, como um dos responsáveis pela concretização de umprojecto tão complexo, poderá ser considerado como umaoportunidade interessante para pôr em prática os conheci-mentos e a experiência que foi adquirindo ao longo dos anoscomo gestor e professor universitário?

Entre as funções que exerço, a mais óbvia é de professor univer-sitário. Sou professor da Faculdade de Economia, em comissão deserviço na Metro do Porto, SA enquanto acharem que assim devocontinuar e enquanto eu assim entender. Comecei a trabalhar comquinze anos e fiz o curso de Economia enquanto trabalhava. Habi-tuei-me, portanto, a trabalhar em empresas desde muito cedo. Avida nas empresas é algo de natural para mim. Há quase 28 anosque entrei na Faculdade de Economia e, durante algum tempo, deiprioridade à Universidade, como por exemplo durante o doutora-mento que me obrigou a estar ausente quatro anos até 1984.Desde 1986 que comecei a ser solicitado para ocupar cargos emempresas públicas e privadas, acabando por regressar à Faculdadeporque a comissão terminava, ou porque, estando em risco aminha função na Universidade, acabava por desistir da comissãode serviço. Quando tive que optar entre a carreira académica e aactividade no exterior, optei sempre pela vida académica.

Não sei se esta será a tarefa mais complexa que me foi con-fiada... É, seguramente, a mais sui generis, porque me obriga a gerircapacidades diversas, não só a capacidade de gestão de empresas,mas também alguma capacidade de relacionamento com a esfera

política nacional e local. Pela importância do projecto e pelosrecursos que ele mobiliza, o Estado tem um papel determinante,assim sendo o diálogo entre os representantes/gestores da empresae o Estado é permanente. Por outro lado, o projecto foi protagoni-zado, desde o início, pelas autarquias da Área Metropolitana (AMP)e pela própria Junta Metropolitana, que estão representados nosórgãos sociais da empresa, sendo o principal accionista a AMP.

Que importância teve a sua formação académica para a suaactividade actual?

Fiz a licenciatura em Economia como trabalhador estudante.Trabalhava numa importante empresa da região que, no meu caso,constituiu uma segunda universidade. Tive a felicidade de trabalharem áreas coincidentes com o que aprendia na Universidade doPorto, ou seja, desenvolvia os conhecimentos teóricos e, em simul-tâneo, acompanhava a sua aplicação prática. Essa fase formou abase do que, ainda hoje, constitui o conjunto das minhas compe-tências profissionais. Mas não se pode esquecer que a Faculdade deEconomia da Universidade do Porto (FEP.UP), através das suas duaslicenciaturas, tem dado provas de que forma profissionais que dãoboa conta de si cá fora. Está mais do que provado. A Faculdade temgarantidas saídas profissionais para os seus licenciados; os licencia-dos são profissionais prestigiados e têm demostrado que são capazesde pôr em prática as competências adquiridas na escola que, em ter-mos gerais, se mostram suficientes. Posso comprová-lo pelo con-tacto que tenho tido com licenciados regularmente contratadospelas empresas onde tenho trabalhado. Hoje, ainda mais do queantes, a FEP.UP tem oferecido ao mercado profissionais com exce-lentes conhecimentos, aptidões e competências.

A Faculdade de Economia da Universidade do Porto temquase 50 anos. Acha portanto, que a formação ministradatem vindo a evoluir sempre no sentido de melhor preparar oslicenciados para as necessidades presentes ou futuras do mer-cado de trabalho...

Em termos gerais, sim. Trata-se de uma Faculdade de Econo-mia e, como tal, poderia parecer que a sua formação seria sobre-tudo virada para aspectos teóricos da economia, nomeada-

30 UPorto. PERFIL

PERFIL

PERFIL

mente apostando mais na área macroeconómica. Não foi assim.Desde a sua criação e desde que a conheço mais directamente, aFaculdade sempre procurou assegurar uma formação poliva-lente. De tal maneira, que dela têm saído não só bons macroe-conomistas – eles são conhecidos –, como bons microeconomis-tas e gestores de empresas. Diria que a saída profissional domi-nante é a gestão de empresas...

... A região assim o exige...Claro. A escola tem de ser sensível ao apelo da região e do mer-

cado... E assim tem acontecido. Quando havia um curso único, deEconomia, o curso era polivalente. Com a criação do curso deGestão de Empresas foi refinada a formação orientada para osquadros de gestão das empresas. Acho que foi um bom passo. Aspessoas que saem com essa formação saem com uma formaçãomuito boa, mesmo em comparação com a leccionada noutras uni-versidade nacionais. Particularmente no domínio financeiro e domarketing. Não só ao nível da licenciatura, mas também ao nívelda formação pós-graduada. Hoje temos um corpo docente vasto,bastante diversificado e de muita qualidade, com vários doutora-dos em marketing – facto não encarável há alguns anos atrás.

MOMENTOS MARCANTES

Como é que a Faculdade acompanhou as mudanças políticas,económicas e sociais logo após o 25 de Abril?

Foi um período complicado, de todas as transformações. Astransformações de que o país beneficiou reflectiram-se tambémna Universidade e na Faculdade. Houve que fazer face à massi-ficação do ensino que ocorreu depois do 25 de Abril e, aomesmo tempo, muitos docentes começaram a encarar seria-mente a vida académica. A Faculdade teve de investir forte-mente – em sacrifício – para que essas pessoas adquirissem aformação necessária para evoluir na sua carreira académica. Notempo em que terminei a licenciatura apenas três docenteseram doutorados. Essa situação manteve-se, com poucas altera-ções, durante bastante tempo. Foi preciso passar quase uma

década desde o 25 de Abril de 1974 para que vários docentesem doutoramento regressassem e passassem a contribuir para aformação na Faculdade de Economia, ao nível de desenvolvi-mento de programas, métodos de ensino, cursos de pós-gra-duação e projectos de investigação. A FEP.UP melhorou imensoo seu trabalho. Interna e externamente. Por exemplo, ao nívelda representatividade em cargos políticos e cargos de gestãonas empresas.

Se tivesse que escolher os momentos mais marcantes da suavida académica, quais escolheria?

Há vários... Por exemplo, o momento em que, passados dezanos de vida profissional e após completar a licenciatura, resolvoenveredar pela vida académica com elevado sacrifício financeiro.Considero correcta a opção que fiz na altura, menos aliciante doponto de vista material, mas extraordinariamente aliciante doponto de vista humano e profissional.

Como momento negativo, lembro o momento em que a Facul-dade foi cercada pela polícia, em 1976. Penso que terá sido aúnica no país a ser cercada pela polícia depois do 25 de Abril, amando de “eminentes” democratas que julgaram que os proble-mas da Faculdade (puramente académicos) se resolviam com apolícia. Os docentes – e eu próprio – foram impedidos de entrarpara ir buscar os haveres pessoais, presumidos “perigosos comu-nistas”, ficando sujeitos a novo concurso público, em igualdadede circunstâncias com qualquer outro candidato exterior, pondoem risco o investimento que muitos tinham feito na carreira aca-démica. O argumento usado para essa acção foi “degradação peda-gógica”. Por sinal, tinha-se acabado de aprovar uma reforma decurso no sentido contrário àquele que o Governo suspeitava que aFaculdade tomava. Após o cerco, foi constituída uma Comissão deReestruturação que fez uma reforma curricular que, em termostécnicos e não ideológicos, fez atrasar o curso dez anos.

A opção pelo doutoramento foi outro momento marcante daminha carreira. Custou muito do ponto de vista pessoal e mate-rial, mas foi uma experiência de formação profissional notável.Por outro lado, cada aula que dou na Faculdade de Economia éum momento marcante, muito agradável e realizador.

PERFIL. UPorto 31

Soberana de lançar no terreno soluções intermodais, por exemplo na Bilhética, Gestão de receita e tarifário, entre outros aspectos.

32 UPorto. PERSPECTIVA

PERSPECTIVA

Ponte Infante D. Henrique

A voar como um pássaro

António Adão da Fonseca(*)(Eng. Civil, 1964)

PERSPECTIVA

PERSPECTIVA. UPorto 33

O Concurso de concepção e construção da nova ponte

sobre o rio Douro, localizada no Porto a meio caminho

entre a ponte Luiz I e a ponte D. Maria, estimulava, de

uma forma bem explícita, a uma concepção cujas quali-

dade técnica e qualidade estética teriam de ombrear

com as pontes existentes, qualquer delas grandes obras

de engenharia e que são actualmente componentes obri-

gatórias da paisagem urba-

na que viu o seu valor

excepcional consagrado

com a elevação do núcleo

urbano adjacente à catego-

ria de Património Mundial.

A reforçar ainda mais a

importância da obra a

construir, tinha sido deci-

dido baptizá-la com o

nome de Infante D. Henri-

que, sem dúvida um dos

mais ilustres filhos da

cidade do Porto e de Portu-

gal e que liderou a partida

da Europa para o Mundo.

de Gaia ao Porto

Ao ser anunciado o Concurso para a Ponte Infante D.Henrique, não nos achámos capazes de confrontar os desa-fios correspondentes. Mas à sensação de incapacidadesegue-se frequentemente o atrevimento, e começámos apensar que, se nos apresentássemos, pelo menos aprendería-mos a voar mais alto. Provavelmente não ganharíamos oConcurso mas tínhamos uma grande ideia de ponte para olocal e portanto não haveríamos de fazer má figura. E assim,a meados do mês de Junho de 1997 começámos à procurada empresa de construção que aceitasse lançar-se num Con-curso … para perder … com dignidade e algum prazer. Etinha de ser uma empresa com um currículo de pontes exe-cutadas nada fácil de possuir. Pois depressa verificámos queas 5 empresas portuguesas com tal currículo já estavamcomprometidas noutros Consórcios. Mas mais grave, nóspróprios não preenchíamos um dos requisitos curriculares.

Na ocasião, estava a ser preparada em Paris, no CentroGeorges Pompidou, uma exposição intitulada L’Art de l’Ingénieur que tinha como um dos colaboradores o ProfessorJose Antonio Fernández Ordóñez, da Universidade deMadrid, o qual havia sido um dos projectistas da Ponte do

34 UPorto. PERSPECTIVA

PERSPECTIVA

Centenário, em Sevilha, e que, ao envolver-se numa talexposição, mostrava uma atitude criativa e artística no exer-cício da profissão que seria essencial para formarmosequipa. Não o conhecíamos pessoalmente mas depressasoubemos que o seu principal colaborador e igualmenteProfessor na Escola de Engenharia de Madrid era o Enge-nheiro Francisco Millanes, que cerca de um ano antes nosvisitara no Porto e nos tinha proposto uma colaboração pre-ferencial na elaboração de projectos de pontes na fronteiraentre Portugal e Espanha.

E assim nasceu um equipa de entusiastas que no pri-meiro encontro desdobra sobre a mesa as suas ideias, even-tualmente para iniciar uma “violenta” discussão sobre qualera a “melhor”, mas num ápice conclui que todos tinham amesma solução fundamental para a Ponte Infante D. Henri-que. Todos tinham o mesmo respeito pelo rio Douro e pelassuas margens. Portanto, a equipa de entusiastas passa a sertambém uma equipa solidária.

O RIO DOURO

O rio Douro nasce bem dentro da Espanha, na serra deUrbion, já quase a cair para o vale do rio Ebro, para ondeinicialmente parece dirigir-se. Mas depois de se enriquecercom os aromas dos vinhos de “Rioja” e como que a evitaruma difícil discussão com o rio Ebro sobre qual seria oafluente do outro, opta por virar para Ocidente e decideatravessar a Península Ibérica, em direcção a Portugal.Ainda dentro da Espanha começa a cavar nos granitos osdesfiladeiros espectaculares que, de Norte para Sul e aolongo de mais de 100 quilómetros, constituem fronteiraentre os dois países.

Ao receber o rio Tormes, com quem aconchega as terrasdos excelentes vinhos de “Ribera del Duero”, decide defi-nitivamente inflectir para Ocidente e entrar em Portugalpara à sua volta criar o microclima e dar à terra o cheiroem que todos os anos nasce o “vinho supremo”. Emboraatingida uma tal perfeição, o objectivo de qualquer rio échegar ao mar, e portanto não se estranha que o rioDouro, antes de o terem disciplinado com sucessivas bar-ragens, aumentasse a velocidade das suas águas para maisdepressa chegar ao Porto. E se é no Porto que o rio realizao seu sonho, então compreende-se que ao “vinhosupremo” se chame “Vinho do Porto”.

No último quilómetro do curso do rio Douro que ante-cede a chegada à cidade antiga do Porto e às caves doVinho do Porto, as margens levantam-se com grande alti-vez no poder das rochas graníticas que orgulhosamente sedebruçam sobre o rio Douro. Pois é neste contexto que ogénio de dois grandes Engenheiros do século XIX, GustavoEiffel e Teófil Seyrig, realizaram duas pontes magníficas.Duas belíssimas pontes em arco que estão localizadas pre-cisamente à entrada e à saída daquele quilómetro, como

que em vénia ao rio Douro. Ao não lhe tocarem, mesmoem situação de cheia, contemplam sempre em respeito apassagem de águas tão nobres.

A PONTE

O convite era então o de conceber uma obra de arte ameio caminho entre tais pontes, a ponte D. Maria e aponte Luiz I. Com tais “damas de honor” e face à nobreza egrandeza do rio a transpor, uma só solução nos surgiucomo digna do local. Uma ponte que fosse uma homena-gem às duas existentes; uma ponte que respeitasse as águasde um rio tão nobre; uma ponte que aceitasse a força dasrochas graníticas das encostas abruptas nas margens; umaponte que respondesse ao imaginário do local. Isto é, umaponte em arco. Mas um arco do início do século XXI. Umaponte que fosse o resultado da mesma ambição que certa-mente terão tido os projectistas das duas pontes anteriores,construídas no final do século XIX. Uma ponte que fossetambém inovadora nos materiais, nas soluções construtivase na concepção escultórica. Uma ponte em arco para oséculo XXI que fizesse contraponto às duas pontes em arcodo século XIX.

Pois quando nos reunimos com os Professores Jose Anto-nio Fernández Ordóñez e Francisco Millanes, aconteceualgo curioso. Todos tínhamos a mesma opinião de que aponte tinha de ser uma ponte em arco fortemente abatido,tipo “Maillart”, portanto um arco muito esbelto amparadopor um tabuleiro de grande rigidez. Uma ponte cujo com-portamento estrutural tinha sido ensinado pelo ProfessorWilhelm Ritter ao seu aluno Robert Maillart, bem no iníciodo século XX. Mas agora nós estávamos perante um arcocom um vão de 280 metros e uma flecha de 25 metros.

Uma ponte de grandes planos que responde com totalpureza às necessidades estruturais traduz afinal na perfei-ção o conceito de que, tal como na Natureza, a estética deuma ponte tem de corresponder à optimização estruturaldos seus elementos, todos desempenhando uma funçãoindispensável.

Sem a menor dúvida, a “nossa” Ponte nasceu de um dis-curso técnico rigoroso, embora sem renunciar a que a suaresolução constituísse uma obra de total harmonia e digni-dade. Dizia o Professor Fernández Ordónez que, nummomento em que os meios de cálculo e as tecnologias deconstrução permitem praticamente tudo, perante a grandeconfusão de formas, tipologias e imagens, a solução para aPonte tinha de evitar qualquer excesso formal e alcançarcom a sua estrutura a essência.

As características conceptuais mais importantes do pro-jecto são as seguintes:

• um grande respeito pelo rio e pelas magníficas ponteshistóricas do Porto, tanto as antigas como as mais

PERSPECTIVA. UPorto 35

recentes; isto significa que a nova Ponte não tentacompetir com elas, mas sim tenta trazer uma novasolução formalmente discreta e elegante, ainda que degrande pureza técnica e de vanguarda hoje no mundo,tanto na sua concepção como na sua execução;

• um grande respeito à cidade e ao seu particular perfilque se recorta no céu, evitando colocar elementosestruturais que se elevem sobre a rasante da Ponte.

O lugar onde se posiciona a Ponte no espaço urbano temum carácter muito definido e de grande personalidade. EstaPonte tem a intenção de não entrar em conflito com o per-fil consolidado da cidade, evitando acrescentar novos ele-mentos que o alterem.

A solução é muito simples e neutra para a cidade, semrenunciar a uma tecnologia de vanguarda. Mas uma técnicaque fica discretamente no seu lugar, sem aparecer aparatosa-mente, não pretendendo constituir uma “nova imagem”nem um novo “adorno” urbano. Uma Ponte que, sem seapoiar no leito do rio Douro, sem se apoiar sequer nas suasmargens, voa como um pássaro de Gaia ao Porto, com umagrande limpeza e sensibilidade, expressando-se do modomais puro possível. Uma estrutura que voa, quase musical,afastada tanto do convencional como do ornamental. Umarco singular e esbeltíssimo, de grande vão, que se apoia deum modo natural e harmonioso nas zonas altas rochosasdas ladeiras, projectando uma Ponte cujo tabuleiro tem noperfil do desenho uma força maior do que o arco.

Para além da sua beleza própria, sem quaisquer ornamen-tações, a Ponte será uma grande novidade mundial e origi-nal neste tipo de estruturas. Sem dúvida, uma Ponte para oSéculo XXI. Uma Ponte com um carácter geométrico muitopeculiar, formado por grandes planos, tanto os arcos comoos montantes, e pela grande viga do tabuleiro de secçãoconstante. A estrutura é um conjunto de rectas e planos, não

de elementos curvos, que afinal melhor corresponde ao anti-funicular dos esforços e facilita o processo construtivo. Esteaspecto levemente quebrado, além de ser mais funcional, dáà Ponte uma personalidade muito especial.

Não há nada nesta Ponte que seja acrescentado decorati-vamente, não há nada que não responda às exigências fun-cionais. Tudo tem um sentido ao mesmo tempo estrutural efuncional. Por isso tem a virtude da simplicidade, a purezaestrutural e a regularidade geométrica.

Especial atenção foi ainda dada à iluminação, às guardase ao separador central. Os guarda-corpos têm no seu dese-nho o espírito “minimal” da Ponte, reduzindo-se às suasformas simples e funcionais. Integrado na estrutura doguarda-rodas e no separador central, situar-se-á a ilumina-ção funcional, colocada a cota baixa, permitindo a ilumina-ção dos percursos. Sem acrescentar formas verticais desne-cessárias e sem interferir com a visibilidade nocturna queproporcionará a sua travessia.

A iluminação de carácter exclusivamente decorativoresumir-se-á a uma iluminação sob o arco, acentuando ape-nas o seu arranque junto às escarpas e diluindo-se no sen-tido do seu comprimento. Mas claro, a iluminação superiortem, em si mesmo, um elevado valor decorativo.

Esta Ponte acentuará uma imagem de leveza na interli-gação entre as margens, assumindo a simplicidade que olocal lhe confere e a humildade de forma que as margenslhe solicitam.

Professor Catedrático no Departamento de Engenharia Civil

da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

*AFAssociados – Projectos de Engenharia, SA

PERSPECTIVA

TUP

Integrado no Centro de Estudos Humanísticos, o Teatro Clás-sico Universitário da Universidade do Porto (TCUP) apareceu soba orientação de Hernâni Monteiro, insigne catedrático da Facul-dade de Medicina da UP, que teve um papel fundamental naimplantação do TUP no Porto.

A récita inaugural do TUP decorreu em 13 de Dezembro de1948, no Teatro Rivoli, por ocasião do terceiro aniversário damorte de Tirso de Molina, homenageado naquela noite.

Fernando Martins, jornalista, que esteve ligado ao TUP entre1962 e 1965, recorda o peso que o curso de Medicina tinha noTeatro Universitário. Aliás, “a Academia chegou a rotular o TUPde elitista, pois a ideia que passava era que só eram aceites alunosde Medicina, o que não correspondia à verdade. O que se passavana realidade, é que os futuros médicos estavam representados emmaioria”, acrescenta.

De 1952 a 1979 a Direcção Artística do TUP esteve a cargo deCorreia Alves. A sua qualidade de realizador da RTP, proporcionouao TUP a apresentação de algumas das suas produções, na televi-são, como “Cavalgada para o Mar” de J.M. Synge, “Variaçõessobre o mesmo Tempo” do próprio Correia Alves e “Pluft, o fan-tasminha” de Maria José Rodrigues e Rosa Ramos.

Esta ligação à televisão foi fundamental para a divulgação doTUP, acabando por se estabelecer uma ligação muito forte entre asduas instituições. Muitas das peças feitas pelo TUP passavam emdirecto na RTP. “Eram autênticos espectáculos sem rede!”, caracte-riza Manuela Melo, ex-vereadora da Câmara Municipal do Porto eex-jornalista, que integrou o TUP entre 1964 e 1969.

Segundo Fernando Martins, este foi um período muitofecundo do TUP. “Foi uma época em que o Teatro Universitárioencenou espectáculos que foram grandes sucessos e em que ogrupo se deslocou diversas vezes ao estrangeiro para participar emfestivais internacionais. Para além de ter feito uma digressãonotável que percorreu Portugal de Norte a Sul com a peça “OsPássaros””, de Aristófanes, explica o jornalista.

36 UPorto. MEMÓRIAS

MEMÓRIAS

nova vida aos 53 anosCorria o ano de 1948. Três anos antes tinha sido assinado o

armistício que firmou a paz no mundo após a Segunda

Grande Guerra. A 13 de Dezembro, o Teatro Universitário do

Porto (TUP) era fundado por um grupo de estudantes da UP.

Pelo seu carácter não profissional e universitário, as apresen-

tações dramáticas do TUP rapidamente se tornaram um veí-

culo privilegiado da cultura teatral e desempenharam um

papel fulcral no nascimento do teatro independente. Hoje,

passados 53 anos do seu nascimento, a actual direcção tenta

alcançar patamares atingidos no passado.

MEMÓRIAS

MEMÓRIAS. UPorto 37

CONVÍVIO INTER-FACULDADES

Manuela Melo entrou no TUP no ano de 1964. O grupo naaltura funcionava num espaço entre o quartel da GNR e o actualInstituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), ondeestava instalada a Faculdade de Letras.

Já então era visível “a diversificação de pessoas provenientesde cursos de toda a Academia, o que se revelava muito interes-sante como centro de convívio inter-faculdades”, explica a ex-vereadora da Câmara Municipal do Porto. Foi também nestaépoca que o Teatro Universitário do Porto começou a “afirmar-secomo um organismo ligado à UP com uma forte componente rei-vindicativa, não só pelo trabalho que fazia, mas também pelaspeças que levava à cena”, conclui.

Manuela Melo recorda que “o TUP nunca teve um públicomuito alargado, uma vez que o meio académico era bastante res-trito. A sua grande capacidade de intervenção ficava a dever-se,em grande parte, à ligação que tinha à televisão”.

A censura era uma sombra que pairava sobre o TUP e a únicacoisa que se podia fazer “era fintá-la”. Mandava-se para a censuratextos de clássicos, que à partida tinham menos probabilidadesde serem censurados, e “depois era a encenação, a forma de dizeras coisas, o enquadramento, a própria música... Lembro-me quenuma dessas peças a música era de Zeca Afonso. Ou seja, todos osaspectos envolventes tentavam fazer uma ligação à realidade por-tuguesa”, afirma a ex-jornalista.

Manuela Melo recorda especialmente um fim de tarde de Abrilde 1969, no Teatro Avenida, em Coimbra, um contexto fervi-lhante de vida académica, quando o TUP estava a representar apeça “Fuenteovejuna”, que contava com Mário Viegas entre osactores e música de José Afonso, “um texto nitidamente contra aopressão e que falava de um povoado que se revoltou contra osenhor feudal que acabou por matar. Os estudantes, à medidaque iam saindo da RGA onde tinha sido decretada uma greve aosexames, iam entrando no Teatro. O final foi apoteótico, com apolícia a rodear o Teatro”, conclui.

O TUPINHO

António Brandão esteve ligado ao TUP entre 1974 e 1991. Aseu cargo teve a iluminação de centenas de espectáculos leva-dos a cabo pelo Grupo.

Nos anos seguintes ao 25 de Abril de 1974, o TUP teve umlado interventivo muito marcado, “os espectáculos chegavam aser de agitação! O grupo era muito solicitado. Aliás, houveuma altura em que chegou a ter a agenda preenchida paratodos os fins de semana em vários pontos do país”, explica otécnico.

António Brandão recorda o tempo em que o TUP criou noseu interior um Coro Popular, cujo repertório era constituídoessencialmente por músicas interventivas e um Grupo de Fol-clore. Para o ex-luminotécnico do TUP, a influência destacada

que o Teatro Universitário teve sobre a sociedade portuense,“estava intimamente relacionada com a pouca oferta nestaárea”. Durante vários anos, era o único local no Porto onde sepodia fazer e aprender a fazer teatro.

Nos anos 80, dentro do TUP surgiu o TUPinho – GrupoAerotransportado de Intervenção Rápida que se propunha fazerespectáculos de montagem simples, tendo inclusivamente che-gado a fazer um espectáculo num moliceiro na ria de Aveiro. Oobjectivo era montar pequenos espectáculos que pudessem serrepresentados em qualquer sítio. De forma gradual, o TUP foiperdendo o fulgor e a actividade que lhe deu nome.

«A PARTIR DAQUI SÓ PODEMOS CRESCER»

Cecília Dias, actriz profissional, e Miguel Pinheiro, aluno do 5ºano de Bioquímica, “são duas almas do Teatro Universitário”,como os próprios se definem. São dois elementos dos cerca de20, entre actores e direcção, que têm lutado para “manterem oTUP de pé e para tentar alcançar patamares atingidos no pas-sado”. “Obviamente que as circunstâncias mudaram. Hoje, aoferta é muito maior. O TUP deixou de ser a única escola de tea-tro do Porto, estatuto que teve durante vários anos”.

Para Miguel e Cecília, as causas para uma certa apatia queparece ter tomado conta do TUP são fáceis de explicar e pren-dem-se com a falta de disponibilidade dos seus membros: “o TUPé um teatro universitário, cujos membros têm uma disponibili-dade reduzida, uma vez que esta não é uma prioridade nas suasvidas”, constatam.

Neste momento, e segundo Cecília, o que mais faz falta noTUP é “energia para trabalhar. Eu e o Miguel sentimo-nos bas-tante sozinhos”. “Na realidade, o Teatro Universitário reúne con-dições que muitas outras companhias não têm: dinheiro e con-tactos”. No entanto, existe também a consciência de que “o Tea-tro Universitário poderá fazer mais do que aquilo que está a fazerneste momento. É preciso trabalho e dedicação”.

Alguns dos projectos que vão já arrancar no próximo ano pas-sam pela organização do arquivo do TUP, pela abertura de umabiblioteca com os livros que constituem o espólio do Teatro Uni-versitário, pela organização de workshops de forma continuada,pela encenação de duas produções por ano, pela promoção deencontros de poesia e de música. No fundo, “dinamizar as coisasa tal ponto que as pessoas saibam que o Teatro Universitário doPorto tem futuro, o que tem sido difícil nas actuais instalações”,esclarece Cecília.

O Prof. Dr. Cipião de Carvalho gostava de amenizar as suasaulas de Cálculo Infinitesimal, na Faculdade de Ciências da UP,com pequenas notas de humor, que descontraíam o auditório eque só tinham o ligeiro inconveniente de se repetirem ao longode alguns anos. Recordarei duas:– Ao referir, a propósito de movimentos de rotação, “sentido

directo”, acrescentava: “isto é, sentido contrário ao do movi-mento dos ponteiros dos relógios habituais”. De seguida, expli-cava: “Este adjectivo tem a seguinte justificação: na minhaaldeia, encarregaram, um belo dia, o relojoeiro que lá se insta-lara uns anos antes, de reparar o relógio da torre da igreja. Opobre homem estava habituado a reparar os relógios, situando-se externamente aos mesmos. Como, dessa vez, tudo se passavavendo o relógio quando se encontrava dentro dele, acabada a

reparação, verificou que os ponteiros rodavam ao contrário dohabitual; o relojoeiro resolveu o problema pintando um novomostrador, adaptado ao novo sentido de rotação dos ponteiros”.E o Professor terminava: “No fundo, tudo se resume a uma con-venção: nada impede que os nossos relógios tenham ponteirosrodando no sentido directo, desde que o mostrador seja dese-nhado de acordo com isso”.

– Quando se referia a um sistema simplificado para resolver umdado problema, o mesmo Mestre acrescentava: “Evidentementeque se comete um erro, mas trata-se de um erro desprezável.Não desprezível, porque este adjectivo tem implicações moraisque nada têm a ver com estas questões matemáticas”.

Raul Barroca (Engª Química, 1946)

Inscrevi-me na U.P. no ano lectivo de 1947/48 para frequentar o“Curso de Preparatórios de Engenharia”, da Faculdade de Ciências.

Como “caloiro” da Universidade, a primeira coisa que“aprendi”, ensinada pela “malta” ao subir as escadas, foi que o“Queiroz”, da Geometria Descritiva, “deixava” ir à Oral, no finaldo ano, todo o bicho careta que tivesses resolvido, correctamente,um problema na Prova Escrita; a segunda coisa “recolhi-a” da pri-meira Lição daquele saudoso Professor, de seu nome completoAugusto Hermenegildo Ribeiro Peixoto de Queiroz, e “rezava”assim: “o ponto, a recta e o plano são os elementos fundamen-tais da Geometria Descritiva”, ou, por “outras” palavras, “oselementos fundamentais da Geometria Descritiva são o ponto,a recta e o plano”! Nunca mais me esqueci que “o ponto, arecta e o plano são... “Bem... vamos adiante!...

Aconteceu que, na Primeira Chamada Escrita da época deJunho, já não me lembro porquê, o Professor Queiroz esteveausente da Faculdade durante alguns dias, pelo que as Provas deDescritiva foram vistas e classificadas por “Jayme com y Rios deSousa”, então apenas Assistente do Grupo das Matemáticas. E foicom isto, e por isto, que “a porca começou a torcer o rabo”:quando foram afixadas as pautas com os resultados, os nomes damaior parte de nós apareciam ameaçadoramente “cortados” alápis vermelho, significando isso que estávamos, em princípio,“afastados” da Prova Oral, que o mesmo era dizer... redonda-

mente reprovados!... Mas toda a gente, ou quase toda, resolverabem um dos Problemas e, logo que o fizera, para não “estar a per-der tempo com mais rebatimentos”, tinha-se posto ao fresco efora “repousar”, ali ao lado, na acolhedora Esplanada do velho“Piolho”!... Parecia, por isso, que “Jayme com y” não teria conhe-cimento da “concessão” do Professor Queiroz – ou tinha feito deconta! – e vá de riscar quase todos os nomes inscritos nas malfa-dadas pautas!

“Caiu o Carmo e a Trindade”!... E só não “caíram as Carmeli-tas” porque corremos a contactar rapidamente o Professor Amigo,que depressa “confirmou”, ao “Dr. Jayme com y”, o seu benévolocostume, mandando apagar os “tracinhos” que “desfiguravam” osnomes da grande parte dos “melhores geómetras” do ano! A“malta” acabou por ir toda, ou quase toda, à Oral, e toda, ouquase toda, se safou! Eu fui um destes!

Ainda hoje, passados cinquenta anos, continuo a acreditar que“o ponto, a recta e o plano são os elementos fundamentais daGeometria Descritiva”!

E, graças a isto, estou definitivamente dispensado de todas asProvas Orais e mais algumas, mas não de “escrevinhadelas” e de“estórias” que, não vindo ainda registadas no moderno Dicioná-rio da Academia podem já ser “arquivadas” em “SAUDADES”!...

Amadeu Roque (Engº Electrotécnica, 1947)

38 UPorto. ESTÓRIAS

ESTÓRIAS

Um relógio pouco comum

O ponto, a recta e o plano

“ESTÓRIAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO”, UM DESAFIO AO LEITOR

Esta página é feita de pequenas histórias ou episódios curiosos que fazem parte da memória de todos os que passaram pela Universi-dade do Porto ou nela desenvolvem actividade. Pequenas memórias com apontamentos de humor, sobre situações ou personagens quevão construindo o património emocional da UP. Em cerca de 2.500 caracteres (incluindo espaços) ou sensivelmente página e meia detexto manuscrito, para cada caso, a Uporto convida os leitores a divulgarem este património, enviando os textos para: Uporto – Estóriasda Universidade do Porto, Gabinete de Imagem e Relações Públicas da Universidade do Porto, Rua D. Manuel II, 4050-345 Porto.Porto.

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Análise de Dados e Sistemas de Apoio à Deci-são Tel: 226 078 830 | E-mail: [email protected]

Ciências Empresariais - Área de especializaçãoem Contabilidade Tel: 225 571 117 | E-mail: [email protected]

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Economia Tel: 225 571 117 | E-mail: [email protected]

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Gestão de Empresas (MBA) Tel: 226 153 270 | E-mail:[email protected]

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Pós-Graduação em Gestão Autárquica Tel: 225 571 208 | E-mail: [email protected]

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Curso Integrado de Estudos Pós-Graduados emGestão de Riscos Naturais Tel: 226 077 100 | E-mail: [email protected]

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Ciências da Educação - Área de especializaçãoem Docência, Identidades e Formação Tel: 226 079 700 – ext.228 | E-mail:[email protected]

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Educação Multimédia Tel: 226 082 990 / 849 | E-mail:[email protected],[email protected]

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Tel: 226 079 700 | E-mail: [email protected]

Psicologia - Esp. em Psicologia do Desenvolvi-mento e da Educação: IntervençãoPrecoce/Multideficiência Tel: 226 079 700 | E-mail: [email protected]

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Curso Integrado de Estudos Pós-Graduados emLiteraturas Românicas (Portuguesa e Francesa)Tel: 226 077 167 | E-mail: [email protected]

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Terminologia e Tradução Tel: 226 077 100 | E-mail: [email protected]

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Curso Integrado de Estudos Pós-Graduados emHistória Medieval e do Renascimento Tel: 226 077 168 | E-mail: [email protected]

História Contemporânea Tel: 226 077 168 | E-mail: [email protected]

História da Educação Tel: 226 077 168 | E-mail: [email protected]

Pós-graduação em História da Cidade do Porto Tel: 226 077 168 | E-mail: [email protected]

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> CIÊNCIAS DO DESPORTO

Ciência do Desporto - Área de especializaçãode Actividade Física Adaptada Tel: 225 074 741 | E-mail: [email protected]

Ciência do Desporto - Área de especializaçãode Actividade Física para a Terceira Idade Tel: 225 074 700 | E-mail:[email protected]

Ciência do Desporto - Área de especializaçãode Desporto para Crianças e Jovens Tel: 225 074 700 | E-mail:[email protected]

Ciência do Desporto - Área de especializaçãode Gestão Desportiva Tel: 225 074 761 | E-mail:[email protected]

Ciência do Desporto - Área de especializaçãode Recreação e Lazer Tel: 225 074 700 | E-mail:[email protected]

Ciência do Desporto - Área de especializaçãode Treino de Alto Rendimento Desportivo Tel: 225 074 741 | E-mail:[email protected]

> ARQUITECTURA E URBANISMO

Planeamento e Projecto do Ambiente Urbano Tel: 226 057 183; 225 081 903E-mail: [email protected]; [email protected]

Universidade do PortoEstudos de Pós-Graduação 2002/2003 www.up.pt/cursos> Faculdade de Arquitectura + Faculdade de Belas Artes + Faculdade de Ciências + Faculdade de Ciências do Desporto e de Educaçã oFísica + Faculdade de Ciências da Nutrição e da Alimentação + Faculdade de Direito + Faculdade de Economia + Faculdade de Letra s+ Faculdade de Engenharia + Faculdade de Framácia + Faculdade de Medicina + Faculdade de Medicina Dentária + Faculdade dePsicologia e de Ciências da Educação + Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar + Escola de Gestão do Porto.

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SABER MAIS

Dinâmicas sociaisdo nosso tempoAugusto Santos Silva

Este livro pretende ser uma iniciação socioló-gica, entre múltiplas possíveis. A sua opçãobásica é conduzir essa iniciação através da aná-lise de algumas das dinâmicas sociais caracte-rísticas das sociedades contemporâneas, comparticular atenção ao continente europeu.Modernidade e Pós-Modernidade; Globaliza-ção, Sistema Mundial e Relações Norte-Sul;A Dinâmica das Sociedades Europeias; AEstrutura Social; Emprego, Qualificação eCulturas Profissionais; e Consumo, Lazer eCultura de Massas, são alguns dos temasabordados nesta obra.

Professor Associado da Faculdade de Econo-mia da UP, Augusto Santos Silva doutorou-seem Sociologia em 1992 e fez a agregaçãoem Ciências Sociais em 1999. Foi membrodo Conselho Nacional de Educação de 1996a 1999, foi pró-reitor da Universidade doPorto em 1998 e 1999 e exerceu funções noXIV Governo Constitucional (1999-2001)como secretário de Estado da AdministraçãoEducativa, Ministro da Educação e Ministroda Cultura. Preço: 12 €. Edição: Editora daUniversidade do Porto. Nº pags.: 166

Nesta publicação patrocinada pelo InstitutoPortuguês do Livro e das Bibliotecas, o autorcoloca o ênfase da redescoberta do arqui-tecto inserido no contexto das suas ligaçõescom outros artistas da época.Refira-se que Carlos Amarante foi autor,entre muitos outros, dos projectos daigreja e escadório do Bom Jesus do Monte,do Hospital S. João de Marcos (ambos emBraga) e da Ordem Terceira da Trindade(Porto). Edição: FAUP. Nº pags.: 470

Carlos Amarante (1748-1815)

e o final do ClassissismoEduardo Alves Duarte

Designer de equipamento licenciado pelaEscola Superior de Belas Artes de Lisboa emestre em História da Arte, Eduardo AlvesDuarte pretende dar uma nova visão doarquitecto Carlos Amarante sem a preocu-pação de lhe colocar rótulos, porquecomo ele próprio diz, isso seria sempreredutor e improdutivo.

Como é feita a transição dos diplomados doensino superior para a vida activa? Esta apergunta genérica que o inquérito realizadopelo Instituto para a Inovação na Formação(INOFOR) procurou responder. A publicaçãodo estudo, realizado no ano transacto, tevecomo objecto os alunos que concluíram osrespectivos cursos no ano de 1994/95 evisou essencialmente identificar: as motiva-

Inquérito de percursoaos diplomadosdo Ensino Superior – 2001INOFOR/ODES

ções de quem ingressa no ensino superior, opercurso escolar subsequente e o percursoprofissional dos diplomados desde que ter-minaram o curso até à actualidade.A equipa deste projecto, formada com basenum protocolo estabelecido entre os Minis-térios do Trabalho e da Educação, foi consti-tuída pelo INOFOR, Departamento de esta-tística do Trabalho, Emprego e FormaçãoProfissional, Direcção Geral do Ensino Supe-rior, e pelo Departamento de Avaliação Pros-pectiva e Planeamento. Distribuição Gra-tuita. Edição: INOFOR. Nº pags.: 177 (vol.resultados) 87 (vol. metodologia). Pedidosatravés do telefone 21 794 62 89.

Nesta publicação semestral da Faculdade deCiências do Desporto e Educação Física daUniversidade do Porto (FCDEF.UP), queconta com uma painel de meia centena deconsultores, todos os textos de investigaçãoe revisão são acompanhados por um resumoem português e outro em inglês.Os interessados em publicar artigos origi-nais, teóricos ou experimentais, deverãocontactar a Revista de Ciências do Desportona FCDEF.UP (351.225074700) e informar-se sobre as regras a que está sujeita a sub-missão dos textos de investigação/revisão.Preço: 10 € (Portugal e Europa). Edição:FCDEF.UP. Nº pags.: 94

Revista Portuguesade Ciências de DesportoFCDEF.UP

A terceira edição desta revista dedicada àsCiências do Desporto é sobretudo palcopara apresentação de investigações realiza-das nesta área e revisão de investigaçõesanteriormente feitas. Neste número, con-tam-se temas como a actividade física decrianças e jovens, as diferenças neste domí-nio entre rapazes e raparigas, a relaçãoentre eficiência e eficácia nas habilidadestécnicas do voleibol, a ingestão de suple-mento de creatina e a sobrecarga hepática,a avaliação qualitativa da técnica em nata-ção, entre outros.

SABER MAIS

Boletim da Universidadedo PortoBolonha e a Construção de um Ensino

Superior Europeu (1999-2010)

O Processo de Bolonha é o tema dominanteda edição nº 35 do Boletim da Universidadedo Porto, assinalando-se assim o seu regressoapós um interregno de dois anos. Com estanova série, a publicação quer assumir-se,mais do que nunca, como um factor dedebate e problematização no seio da Univer-sidade do Porto. E nada melhor do que reto-mar essa tradição, promovendo a discussãoacadémica em torno de um processo que

apela à cooperação entre universidades,antes da orientação política ser estabelecida.Além do editorial assinado pelo ReitorNovais Barbosa, o boletim recebe o contri-buto de outros autores como Marçal Grilo(ex-ministro da Educação e ex-presidente doConselho Nacional de Educação), GuyNeave (director de investigação na Interna-tional Association of Universities, Paris),Judith Eaton (presidente do Council for Hig-her Education Accreditation, EUA), SérgioMachado dos Santos (representante portu-guês na European Network for Quality Assu-rance in Higher Education), José FerreiraGomes (Vice-Reitor da UP) e Paulo Tavaresde Castro (FEUP). Preço: 3 €. Edição: Fun-dação Gomes Teixeira. Nº pags.: 68

Os Kotas a fazerem das tripas coração. Eu também... Mas,

como anuncia um dos seus discos favoritos, it’s too late to stop

now. Por acaso não é!, basta-me desistir da ida para Inglaterra e

regressa tudo ao normal. Se o fizer, aposto que ainda ouço algo

do género “vê lá se não te arrependes, é bom girar pelo mundo

antes de assentar na parvónia”. Estes heróis da década de ses-

senta agarram-se como lapas a teorias que nunca praticaram ( a

menos que conte ouvirem os versos coxos do Morrison ou ves-

tir saia comprida e fumar um charro clandestino em Vilar de

Mouros ). Caraças, meu, estás agressivo, eles não merecem

paleio chunga, dizem uma coisa da boca para fora e pensam

outra e depois?, os políticos fazem o mesmo sem a desculpa

das saudades. Até seria fácil recuar... Dizia-lhes que ficava por

causa da Mariana e a ela que ficava por causa deles, pedia

segredo aos três e estava o assunto resolvido, com a mesma

facilidade com que o Simão senta os defesas, ganda cena! E cá

o meco bem na fotografia, o tipo fixe que se preocupa com os

pais e a namorada. Por acaso até preocupo!, duplamente no

caso da Mariana, patrão fora, dia santo na loja. Pode ser chato

aplicar-lhe o provérbio, mas que tenho medo de a perder, lá

isso tenho, não faltam melgas à coca. O Filipe, por exemplo,

raio de betinho!, sempre pronto a emprestar-lhe o ombro

quando temos algum desatino. Os cruzados é que a sabiam

toda, enquanto andavam à espadeirada com os mouros

punham-lhes cintos de castidade! Se calhar não resolviam

nada, o velho - que também é conservador nessas merdas

embora o não confesse! - costuma dizer que se fecharmos as

mulheres no armário e elas quiserem..., enganam-nos com o

cabide. Claro que eu também não tenciono dar uma de frade

em Inglaterra, mas com os homens é diferente – que alívio ser

politicamente incorrecto! -, nenhuma tropelia que façam resiste

a um bom chuveiro. Elas não, metem corpinho e alma intei-

ros; dão-se. E que não dessem!, a minha chavala não é para

galar, muito menos para mexer e ponto final. Mexida está ela

por eu ir, diz o que os velhos não têm lata para dizer, fico podre

quando as mulheres se pôem à minha frente e dizem “se o fize-

res é porque não gostas de mim”. Bom, as mulheres não, aparte

a Mariana nenhuma o disse. Vantagens de nos ficarmos por

uma boa curte de vez em quando, as hormonas agradecem e na

manhã seguinte está-se bem. A Mariana é que não foi nessa

cantiga, quando dei por mim já estava enterrado até aos cabe-

los. Paciência!, pelo menos fiquei a saber que não era como as

outras - agite, use e deite fora -, como é a versão oficial? –

raparigas libertas ( tou mesmo reaccionário... ). Mas também

não era preciso obrigar-me a pedir-lhe namoro, há limites para

a caretice, Deus me ajude se ela descobre que penso isto. Ou

seja: eis-me entalado entre dois sorrisos amarelos e uma car-

ranca dos diabos. Nem sequer posso argumentar com aquela

chachada dos sonhos de infância, verdade, verdadinha, quando

me ouvi dizer que ia dar de frosques para o estrangeiro com

tanta descontracção quase fiquei tão surpreendido como eles.

Quase... Sentia-me parado e a caminho do sufoco, começo a

entender o problema dos tubarões, também preciso do movi-

mento para me sentir vivo. Durante algum tempo speedar foi

suficiente. E cansativo!, isto de acumular papéis é barra pesada

- ser bom aluno, filho perfeito, namorado de filme e valdevinos

nas horas vagas não está com nada. Saí da minha crise reli-

giosa há uns tempos largos, mas o Padre António continua a ser

o meu guru favorito, quando lhe falei do caos que me ia dentro

sorriu e botou sentença, “andas à procura de algo sem saber o

que é. E se fosse de ti próprio?”. Não sou adepto destas gran-

des tiradas, ele é outro amigo de Alex, a diferença é que saiu do

TERCEIRO VÉRTICETriângulo

42 UPorto. CRÓNICA

CRÓNICA

Júlio Machado Vaz(*)(Medicina, 1966)

Foto gentilmente cedida pelo Jornal de Notícias

43

25 de Abril direitinho para Deus, cada um com a sua fé. Mas a

pouco e pouco a fogachada dele começou a fazer sentido,

muita da angústia relacionava-se com uma estranha sensação

de não ser eu, mas o apêndice de outros - filho de uns, namo-

rado de outra. Confesso que antes da minha declaração bom-

bástica à mesa várias vezes pensei que precisava de estar sozi-

nho. Longe de todos mas sabendo que me esperam, a solidão

pura e dura não me atrai minimamente. Gosto dos três, se não

tivesse vergonha diria que os amo. Também gosto de Portugal.

Apesar de ser uma choldra, em viagem disparato sempre com

as críticas dos estrangeiros, do meu país digo eu mal. Mas eles

e a terrinha parecem mimar e sufocar ao mesmo tempo, preci-

sarei de sentir saudades para regressar nas calmas? Acho que o

modo como o velho fala de Inglaterra influenciou esta novela

toda. Claro que o seu entusiasmo me despertou expectativas e

quando lá fomos não fiquei desiludido ( o pobre olhava-me de

soslaio como quem se apresenta a exame, depois de tanta pro-

paganda acho que receou a minha opinião ). Mas as recorda-

ções dele escondem desgosto. Desgosto é pesado demais, não

tenho a certeza, talvez se justifique a palavra nostalgia, nunca

a uso. O velho não me parece infeliz, mas pouco vivido. Tem

graça, a frase tresanda a sexo e no entanto não me referia a

isso. À política também não!, ambos encheram a barriga com o

famoso 25 de Abril. Ainda hoje, sem se darem conta, politizam

toda a vizinhança, devemos viver na aldeia com mais consciên-

cia de classe do país. Profissão? Ná. Mas então... Sei, ao

menos, do que falo? Duvido; saber é uma coisa, pressentir

outra muito diferente. Acho que lhes faltou um intervalo na

vida ( engraçado, já meti a mãe no barco! ). Quando era puto,

eles falavam dos gregos e do ócio, ao que parece os tipos

davam-se ao luxo de meditar e consideravam isso trabalho!

Para falar com franqueza, na altura a coisa pareceu-me um elo-

gio da preguiça disfarçado de paleio intelectual, mas hoje não

estou tão certo. Claro que não vou meditar para Inglaterra, far-

me-iam de imediato um manguito, têm ideias muito firmes

quanto ao bem-bom. E no entanto há semelhanças, preciso de

ficar sozinho comigo e não acredito que o consiga com eles por

perto. Terei de me descobrir a solo. Levo comigo tudo o que

sou e fizeram de mim, mas tenho a esperança parva de que o

estrangeiro me permitirá descobrir facetas desconhecidas ou,

quem sabe?, construir algumas. Não posso dizê-lo aos velhos

ou à Mariana, magoava-os. As relações humanas, mesmo entre

pessoas que cultivam a maior franqueza ( como nós cá em casa

), são um terreno movediço, ao menor descuido ferimos quem

amamos. Até por isso me apetece ir. Mesmo fazendo novas

amizades em Inglaterra estarei a salvo destas ligações fortes

com tudo o que implicam, apetece-me ser mais um na multi-

dão, sem obrigações além das que decorrem da mais superficial

boa educação. A intimidade atrai e assusta, os outros, mesmo

sem querer, procuram manter-nos a essa distância diminuta e

qualquer movimento para fora do inner circle ( já estou a trei-

nar o inglês... ) é suspeito de traição. Eu sei, funciono exacta-

mente da mesma maneira, espantoso como temos regras para

nós e regras para os outros, no fundo gostaria de estar sempre à

distância que me apetecesse das pessoas, sou um egoísta refi-

nado. Não sei se isto é auto-justificação, mas acho que os

velhos também precisam de mais tempo para eles, sinto-os em

baixo e não porque decidi dar o grito do Ipiranga. Estão a aco-

modar-se. Ou a envelhecer? Aí está um pensamento aterrador,

não deixa de ser estranho que me prepare para dar o piro e

trema ao simples pensamento de os ver chegar ao fim. Que

estupidez, eles são novos! Mas por vezes dou comigo com fan-

tasias negras, imagino-me no estrangeiro e o telefone a tocar,

qualquer coisa lhes aconteceu e morreram, depois há proble-

mas nos aviões e quando chego a Portugal está tudo resolvido,

nem ao cemitério preciso de ir...

Que onda má, menino! Apaga a luz e dorme, antes que te dê

um vaipe e decidas que afinal vais estudar e ser independente

debaixo da asa dos kotas e da chavala. Já estou como o comu-

nista daquela anedota do velho sobre o 25 de Abril, como era a

coisa?, ah, sim, a vida corria-lhe melhor e ele entrava por uma

cervejaria e encomendava lagosta, “hei-de comer desta merda

até gostar!”. Tá decidido – nem que seja à força, vou estar

ansioso por ver o mundo!

Amãe ( ó diabo, o prof. de psicologia chamava a estas por-

ras lapsos freudianos, e se... ). Chiça, enganei-me, são três da

manhã. Um, dois..., AMEN!

Sleep well, man.

(*) Professor Auxiliar do Instituto de Ciências Biomédicas deAbel Salazar, regente da cadeira de Antropologia Médica dalicenciatura em Medicina, director clínico da ComunidadeTerapêutica de Adaúfe.

CRÓNICA

CONGRESSOS, CONFERÊNCIAS,

PALESTRAS, SEMINÁRIOS E

SIMPÓSIOS

SIXTH INTERNATIONAL CONFE-

RENCE LITTORAL 2002 – «THE

CHANGING COAST»

Faculdade de Engenharia da Uni-

versidade do Porto (FEUP)

22 a 26 de Setembro de 2002

Informações: Associação EURO-

COAST – Portugal

A/c Instituto de Hidráulica e Recur-

sos Hídricos, FEUP

Tel/Fax: (+351) 225081952

e-mail: [email protected]

Site: http://www.fe.up.pt/eurcoast

X CONGRESSO ANUAL DA SOCIE-

DADE PORTUGUESA DE

ESTATÍSTICA (SPE)

Hotel Ipanema-Porto

25 a 28 de Setembro de 2002

Organização: Instituto Nacional de

Estatística, Faculdade de Economia

e Faculdade de Engenharia da Uni-

versidade do Porto.

Objectivos do Congresso: estimular

a produção científica nacional, nas

vertentes teórica e aplicada; promo-

ver a divulgação das probabilidades

e estatística, e das suas aplicações;

incentivar as trocas de experiências

na área do ensino da estatística e

probabilidades.

Informações: e-mail:

[email protected]

Site: www.fep.up.pt/spe2002/

SEMINÁRIOS DE FINANÇAS DO

CENTRO DE ESTUDOS MACROECO-

NÓMICOS E PREVISÃO (CEMPRE)

Faculdade de Economia da Univer-

sidade do Porto (FEC.UP), sala do

Conselho do CEMPRE

26 de Setembro de 2002, 17h30

Informações: Faculdade de Econo-

mia, Universidade do Porto – CEM-

PRE. Rua Dr. Roberto Frias, 4200-

464 Porto.

Tel.: +351 225571100

Fax: +351 225505050

e-mail: [email protected]

Site: www.fce.up.pt

I ENCONTRO NACIONAL DE GABI-

NETES DE APOIO À INTEGREÇÃO

PROFISSIONAL NO ENSINO

SUPERIOR

Faculdade de Engenharia da Uni-

versidade do Porto (FEUP)

Informações: Emília Santos Silva,

Faculdade de Engenharia da Uni-

versidade do Porto. Rua Dr. Roberto

Frias s/n, 4200-465 Porto

Tel.: 225081412

Fax: 225081400

E-mail: [email protected]

Site: www.fe.up.pt

II CONFERÊNCIA INTERNACIO-

NAL DE CIÊNCIA COGNITIVA –

“COGNIÇÃO, EVOLUÇÃO E RACIO-

NALIDADE – UMA CIÊNCIA COG-

NITIVA PARA O SÉCULO XXI”

Auditório da Biblioteca Municipal

de Almeida Garrett

27, 28 e 29 de Setembro de 2002,

Inscrição grátis e Diploma de Parti-

cipação.

Organização: Casa Museu Abel

Salazar e Sociedade Portuguesa de

Filosofia

Inscrições/Informações: Casa

Museu Abel Salazar. Rua Dr. Abel

Salazar, 4465-012 S. Mamede de

Infesta, Porto.

Tel./Fax: 229010827

A INTERVENÇÃO NO PATRIMÓNIO

– PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO E

REABILITAÇÃO

Faculdade de Engenharia da Uni-

versidade do Porto (FEUP),departa-

mento de Engenharia Civil

2,3 e 4 de Outubro de 2002

Organização: Departamento de

Engenharia Civil e Direcção-Geral

dos Edifícios e Monumentos

Nacionais.

O Seminário envolve cinco sessões

temáticas destinadas à apresenta-

ção e discussão de casos de

estudo, projectos e técnicas asso-

ciadas a cada tema, enquadradas

por conferências proferidas por

especialistas nacionais e interna-

cionais no domínio da Conserva-

ção e Reabilitação do Património

Edificado.

Informações: Clotilde Bento,

Departamento de Engenharia Civil

da Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto. Rua Dr.

Roberto Frias, s/n 4200-465

Porto.

Tel.: 225081944

Fax: 225081446

e-mail: [email protected]

Site: www.fe.up.pt/patrimonio

SEMINÁRIOS DO GRUPO DE

MATEMÁTICA E INFORMÁTICA,

Faculdade de Economia da Univer-

sidade do Porto (FEP.UP)

10 de Outubro e 7 de Novembro de

2002, 14 horas, sala 260.

10 de Outubro: – “Problemas de

fluxos em redes de menor custo”,

Dra. Dalila Fontes

7 de Novembro: – “Resolução de

Problemas com Informação Escassa

– uma aplicação da teoria dos con-

juntos difusos”, Dr. Jorge Pereira

Informações: Faculdade de Econo-

mia da Universidade do Porto. Rua

Dr. Roberto Frias, 4200-464 Porto

Tel.: 225571100

Fax: 225505050

E-mail: [email protected]

Site: www.fep.up.pt

CICLO DE PALESTRAS “ASTRONO-

MIA ÀS 21”

Centro de Astrofísica da Universi-

dade do Porto (CAUP)

17 de Outubro e 21 de Novembro

de 2002

17 de Outubro: – “Como as Estrelas

funcionam”, Dr. Fernando Pinheiro

21 de Novembro: – “Climatologia

Espacial”, Prof. Mário João Monteiro

As sessões serão realizadas pelas

21h00 no Centro de Astrofísica da

Universidade do Porto

Informações: Centro de Astrofísica

da Universidade do Porto (CAUP).

Rua das Estrelas, 4150-762 Porto.

Tel.: 22 6089835/6/7

e-mail: [email protected]

Site: www.astro.up.pt

VI CONFERÊNCIA DO EQUINÓCIO

– “NORMA, ANORMALIDADE E

ANOMALIA”

Instituto de Patologia e Imunologia

Molecular da Universidade do Porto

(IPATIMUP)

22 de Outubro de 2002, 9h30

Informações: Prof. Rui Mota Car-

doso, Unidade de Educação Con-

tínua e Difusão Científica (IPA-

TIMUP). Rua Dr. Roberto Frias s/n,

4200-465 Porto

Tel.: 225570759

Fax: 225570799

E-mail: [email protected]

ENTRE PORTUGAL E ESPANHA –

RELAÇÕES CULTURAIS (SÉCULOS

XV-XVIII)

Faculdade de Letras da Universi-

dade do Porto

23 a 26 de Outubro de 2002

Informações: Faculdade de

Letras da Universidade do Porto –

Gabinete de Cultura Espanhola do

Departamento de Estudos Portu-

gueses e Estudos Românicos

(DEPER). Via Panorâmica, s/n

4150-564 Porto.

Tel.: 226077167

e-mail: [email protected]

Site: www.letras.up.pt/deper/

1º SEMINÁRIO SOBRE COMIS-

SÕES DE ÉTICA

Aula Magna da Faculdade de Medi-

cina da Universidade do Porto

25 de Outubro

Comissão Organizadora: Rui Nunes,

Helena Melo, Miguel Ricou, Gui-

lhermina Rego, Cristina Nunes,

Ivone Duarte

44 UPorto. AGENDA

AGENDA

CONGRESSOS, CONFERÊNCIAS,PALESTRAS, SEMINÁRIOS ESIMPÓSIOS

Organização: Serviço de Bioética e

Ética Médica da Faculdade de

Medicina da Universidade do Porto

Director: Rui Nunes

Inscrições:

Tel.: 225573460

Fax.: 225573469

CICLO DE CONFERÊNCIAS «AS

QUESTÕES QUE SE REPETEM»

Auditório do Planetário do Porto

26 de Outubro de 2002,15h30

26 de Outubro: 15h30 – “ A Con-

vicção”, entrada livre

Organização: Fundação Ciência e

Desenvolvimento

No final de cada conferência, há

uma sessão do Planetário

Informações: Dra. Isabel Barreira.

Tel.: 226089800

Fax: 226089874

e-mail: [email protected]

pac.pt

SEMINÁRIO GERAL DO CENTRO

DE MATEMÁTICA DA UNIVERSI-

DADE DO PORTO (CMUP)

Faculdade de Ciências da Univer-

sidade do Porto, departamento de

Matemática Pura

Os Seminários têm lugar na

última Quarta-feira do mês, às

14h30, na sala Luís Woodhouse

Informações: Prof. João Nuno Tava-

res. Centro de Matemática da UP,

departamento de Matemática Pura.

Rua do Campo Alegre, 687, 4169-

007 Porto.

Tel.: 220100707

Fax: 220100708

e-mail: [email protected]

[email protected]

Site: www.fc.up.pt/mp

SEMINÁRIO DE SISTEMAS

DINÂMICOS

Faculdade de Ciências da Univer-

sidade do Porto, departamento de

Matemática Pura

Os Seminários têm lugar às sex-

tas-feiras, às 14h30, na sala GT

Informações: Dr. Vitor Araújo.

Centro de Matemática da UP,

departamento de Matemática

Pura. Rua do Campo Alegre,687,

4169-007 Porto.

Tel.: 220100707

Fax: 220100708

e-mail: [email protected]

[email protected]

Site: www.fc.up.pt/mp

CICLO DE DIVULGAÇÃO

MATEMÁTICA

Faculdade de Ciências da Univer-

sidade do Porto, departamento de

Matemática Pura

As Palestras têm lugar nas segun-

das quartas de cada mês, excepto

no mês de Maio, das 17h30 às

18h30, na sala Luís Woodhouse

Informações: Centro de Matemá-

tica da UP, departamento de Mate-

mática Pura. Rua do Campo Alegre,

687, 4169-007 Porto.

Tel.: 220100707

Fax: 220100708

Site: www.fc.up.pt/mp

EXPOSIÇÕES

A FORMA DOS CRISTAIS – SIME-

TRIA

Faculdade de Ciências da Universi-

dade do Porto (FCUP), Museu de

História Natural

1 de Março a 1 Dezembro de 2002

Informações/ Marcações: FCUP –

Museu de História Natural. Praça

Gomes Teixeira, Porto.

Tel.: 223401471

Fax: 222056456

SIMETRIA – JOGOS DE ESPELHOS

Faculdade de Ciências da Universi-

dade do Porto, departamento de

Matemática Pura e Aplicada (pólo

do Campo Alegre)

1 de Abril a 31 de Dezembro de

2002

De Segunda a Quinta-feira, das

14h30 às 18h00

Informações: www.fc.up.pt/atrac-

tor/simetria

EDUCAÇÃO CONTÍNUA

CIÊNCIAS

ACÇÃO DE FORMAÇÃO DO PRO-

GRAMA PRODEP III

«Utilização de Sensores no

Ensino da Física» – 7 de Setem-

bro a 2 de Novembro de 2002

Sábados de manhã, das 9h30 às

12h30

Destinatários: docentes do

ensino secundário, sendo o

número de formandos limitado a

20

Programa: O que são sensores?,

Tipos de sensores (3horas); inter-

faces e software, potencialidades

do uso de sensores e realização

de trabalhos (12horas); projecto

experimental com acompanha-

mento didáctico (6horas); avalia-

ção (1hora).

Informações: Faculdade de Ciên-

cias da Universidade do Porto

(FCUP), departamento de Física.

Rua do Campo Alegre, 687, 4169-

007 Porto.

D. Luísa. Tel.: 226082755

Site:

www.fc.up.pt/fis/cursos/al10.html

Site: www.fc.up.pt/fis/cursos/util-

sensores.html

OUTRAS ACÇÕES1

Módulo sobre Genética Populacio-

nal do Programa GABBA – Pro-

grama Graduado em Biologia

Básica e Aplicada2

III Workshop Internacional do Cro-

mossoma Y “Y chromossome data-

base(s) state of the art and future

prospects” – 07 a 09 de Novembro

de 2002

Informações: Tel.: 225570700.

Fax: 225570799

MEDICINA

Laboratório de Anatomia

Patológica3

Módulos sobre “Cancro do Cólon e

Recto”, “Cancro do Estômago”,

“Cancro da Mama”, “Cancro do

Pulmão”, “Cancro da Tiróide”,

“Doença Inflamatória Intestinal”,

“Fibrose Quística” e “Hepatites

Víricas e Hepatocarcinogénese” do

Curso de Mestrado em Medicina

Molecular – data a definir

Serviço de Ortopedia

Reunião Clínica Semanal – apre-

sentação e discussão de Casos Clí-

nicos

“Journal Club” semanal – discussão

de artigos publicados nas principais

revistas da especialidade

Serviço de Anestesiologia

Mestrado em Medicina de Emer-

gência – Outubro 2002/2004

Serviço de Endocrinologia

Módulo de Endocrinologia

Pós-graduação em Endocrinologia,

Diabetes e Metabolismo

Serviço de Otorrinolaringologia

Curso de Actualização de ORL para

Clínicos Gerais

Curso de Dissecção do Nariz e

Seios Perinasais

Simpósio Internacional sobre a Per-

turbação da Voz

Clínica de Dermatologia e Venereo-

logia

AGENDA

AGENDA. UPorto 45

EXPOSIÇÕES

EDUCAÇÃO CONTÍNUA

1 Acções do IPATIMUP em colaboraçãocom a FCUP

2 Em colaboração com a FMUP, o IPATI-MUP e o ICBAS

3 Em colaboração com o IPATIMUP

46 UPorto. AGENDA

AGENDA

Curso de Actualização de Dermato-

logia e Venereologia

Reunião do Grupo Dermatológico

Atlântico

Instituto de Farmacologia e Tera-

pêutica

Pós-graduação em Hidrologia e Cli-

matologia Médicas

Mestrado em Medicina Molecular

Serviço de Cardiologia

Reuniões Semanais de Apresenta-

ção e Discussão de Casos Clínicos

Reuniões Semanais de Apresenta-

ção e Discussão de Literatura

Médica Recente (Journal Club)

Reuniões de Apresentação de

Resultados de Ensaios Clínicos

Randomizados

Serviço de Bioética e Ética Médica

Curso de Mestrado em Bioética

III Congresso Nacional de Bioética

Serviços de Bioquímica e Química

Fisiológica

Programa de Educação Médica

Contínua em Medicina Molecular

Mestrado de Nutrição Clínica4

Instituto de Medicina Legal

Seminário de Avaliação do Dano

Dentário5

Módulo de Vitimologia6

International Master on Community

Protection and Safety Promotion

Instituto de Histologia e Embriolo-

gia, Laboratório de Biologia Celular

e Serviço de Microscopia Electró-

nica

Programa de Iniciação à Investiga-

ção Científica

Programa de Educação Médica

Contínua em Medicina Molecular

GABBA Programa Graduado em

Biologia Básica e Aplicada7

Serviço de Angiologia e Cirurgia

Vascular

IV Simpósio Internacional sobre

Patologia Vascular Periférica e

Trombose

Serviço de Reumatologia

Módulo sobre Doenças Autolmunes

do Tecido Conjuntivo (integrado no

Curso de Pós-graduação de Medi-

cina Molecular – Outubro de 2002

Pós-graduação em Reumatologia

para Clínicos Gerais

Departamento de Clínica Geral

Medicina do Trabalho

Congresso de Saúde Ocupacional –

Outubro de 2002

Serviço de Pediatria

Reunião Internacional de Gas-

troenterologia Pediátrica

Reunião Internacional de Pedia-

tria8

Curso de Imunoalergologia Pediá-

trica

Congresso da Sociedade Interna-

cional de Hematologia e Oncolo-

gia Pediátrica (participação

activa)

Reuniões semanais do Departa-

mento de Pediatria

Serviço de Medicina 2

Reuniões Semanais dos Internos

Gerais, Internos Complementares,

Especialistas e Chefes de Serviço

de Medicina A

Mestrado em Hipertensão Arterial

Informações: Instituto de Anatomia

/ Tel.: 225096818

FARMÁCIA

Doenças Neoplásicas – Outubro de

2002 (Porto)

Plantas com Acção no Sistema Res-

piratório – Outubro de 2002 (Porto)

BFC Fundamentos de Imunologia –

Novembro de 2002 (Porto)

Osteoporose – Novembro de 2002

(Vila Real)

Zoonoses e Resíduos de Medica-

mentos nos Alimentos – Novembro

de 2002 (Porto)

Preparados para Lactentes –

Novembro de 2002 (Porto)

O Conselho Farmacêutico para Pele

Sensível – Dezembro de 2002

(Porto)

Informações: Prof. Domingos Fer-

reira

Tel.: 222078949

Fax: 222003977

e-mail: [email protected]

CIÊNCIAS DO DESPORTO E DA

EDUCAÇÃO FISÍCA

ACÇÕES DE FORMAÇÃO DO PRO-

GRAMA PRODEP III

Educação Fisica Coeducação e

Cidadania (Gabinete de Pedagogia)

– 1 de Outubro a 26 de Outubro de

2002, 25 horas.

Terça a Quinta-feira: 18h30-22h,

Sábados: 09h30-13h

Formadores: Profª. Paula Botelho

Gomes, e outros

A Ginástica no Ensino Secundário

(Gabinete de Ginástica) – 1 de Out-

ubro a 9 de Novembro de 2002, 50

horas.

Terça a Quinta-feira: 18h30-22h,

Sábados: 09h30-13h

Formadores: Prof. Carlos Araújo, e

outros

Observação e Análise da Instrução

em Educação Física (Gabinete de

Pedagogia) – 5 de Novembro a 23

de Novembro de 2002, 25horas.

Terça a Quinta-feira: 18h30-22h,

Sábados:9h30-13h

Formadores: Profª. Paula Botelho

Gomes, e outros

A Psicologia, a Educação Física e o

Desporto Escolar – 5 de Novembro

a 30 de Novembro de 2002, 25

horas.

Terça a Quinta-feira: 18h30-22h,

Sábados: 9h30-13h

Formadores: Prof. António Fonseca

Informações: Otília Pereira, Centro

de Formação Contínua da Facul-

dade de Ciências do Desporto e

Educação Física (FCDEF – Universi-

dade do Porto). Rua Dr. Plácido

Costa, 91, 4200-450 Porto.

Tel.: 225074731

Fax: 225500687

e-mail: [email protected]

Site: www.fcdef.up.pt

CIÊNCIAS DA ENGENHARIA E

TECNOLOGIAS

Summer Course 2002 – “Quality

Control Systems?”

Faculdade de Engenharia da Uni-

versidade do Porto

15 a 29 de Setembro de 2002,

12:00 horas

Organização: BEST Group Porto

(Board of European Studenst of

Technology)

Informações: Dr. Eduardo Fernan-

des, Faculdade de Engenharia,

Associação BEST, Universidade do

Porto. Rua Dr. Roberto Frias, s/n,

4200-465 Porto.

Tel.: 225081400

Fax: 225081440

e-mail: [email protected]

Site:www.best.eu.org/activities/sum-

mer02.jsp

Emprego da Simulação da Solidifi-

cação no Projecto de Equipamento

de Fundição

Faculdade de Engenharia da Uni-

versidade do Porto (FEUP)

15, 22, 29 de Setembro e 6,13,20

4 Em colaboração com a FCNAUP5 Em colaboração com a FMDUP6 Curso de Pós-graduação em Criminolo-

gia da FDUP7 Em colaboração com a FCUP8 Em colaboração com a Faculdade de

Medicina da Universidade de Santiagode Compostela

AGENDA. UPorto 47

AGENDA

e 27 de Outubro de 2002, das

16h00 às 20h00

Destinatários: Coordenadores ou

colaboradores de departamentos de

projecto ou de métodos.

Custo: 488,82 euros (10% de des-

conto para membros da Ordem dos

Engenheiros)

Informações: Faculdade de Enge-

nharia da Universidade do Porto

(FEUP), Grupo de Materiais Metáli-

cos do Instituto de Materiais (GMM-

IMAT). Rua Dr. Roberto Frias,

4200-465 Porto.

Tel.: 225081983

Fax: 225081447

e-mail: [email protected]

Site:

www.fe.up.pt/demetwww/gmm/imat

Metalografia de Fundidos

Faculdade de Engenharia da Uni-

versidade do Porto (FEUP)

9,11,16 e 18 de Novembro de

2002, das 18h00 às 20h30

Destinatários: Quadros ligados à

Industria Metalúrgica ou Metalome-

cânica

Custo: 174,58 euros ( 10% de des-

conto para membros da Ordem dos

Engenheiros)

Local: edificio Parcauto ( Coronel

Pacheco) / DEMM e CEMUP (

Campo Alegre)

Informações: Faculdade de Enge-

nharia da Universidade do Porto,

Grupo de Materiais Metálicos do

Instituto de Materiais (GMM-IMAT).

Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465

Porto.

Telf.: 225081983

Fax: 225081447

e-mail: [email protected]

Site:

www.fe.up.pt/demetwww/gmm/imat

LETRAS

Curso Intensivo – “Curso de Língua

e Cultura Portuguesas para Estran-

geiros” – 2 a 27 de Setembro de

2002

Faculdade de Letras da UP, Depar-

tamento de Estudos Portugueses e

Estudos Românicos, Sala 209

Dias úteis, das 9h às 13h

Informações: FLUP, Departamento

de Estudos Portugueses e Estudos

Românicos. Via Panorâmica, s/n

4150-564 Porto.

Tel.: (+351) 226077165

Fax: (+351) 226077152

e-mail: [email protected]

Curso Anual 2002/2003 de Língua

e Cultura Portuguesas para Estran-

geiros

Início: 14 de Outubro de 2002 a 6

de Junho de 2003

Inscrições: até 27 de Setembro de

2002

Entidade Responsável: Faculdade

de Letras da Universidade do Porto

– Departamento de Estudos Portu-

gueses e Estudos Românicos

(DEPER). Via Panorâmica, s/n,

4150-564 Porto.

Telf.: 226077167 /00

Fax: 226077153

e-mail: [email protected]

Site: www.letras.up.pt/deper

Diploma Universitário de Formação

de Professores de Português, Lín-

gua Estrangeira (2002/2003)

Início: 14 de Outubro de 2002

até Julho de 2003

Candidaturas: 2 a 13 de Setembro

de 2002 – As candidaturas devem

ser enviadas para a Faculdade de

Letras da Universidade do Porto,

Departamento de Estudos Portugue-

ses e Estudos Românicos (DEPER).

Inscrições: 1 a 11 de Outubro de

2002

Entidade responsável: Faculdade de

Letras da Universidade do Porto/

DEPER. Via Panorâmica, s/n,

4150-564 Porto.

Tel.: 226077167 /00

Fax: 226077153

e-mail: [email protected]

Site: www.letras.up.pt/deper

Curso Integrado de Estudos Pós-

-Graduados em Literaturas Români-

cas (Literaturas Portuguesa e Fran-

cesa)

Início: 18 de Outubro de 2002

Candidaturas: 2 a 13 de Setembro

de 2002

Entrevistas: 1 e 2 de Outubro de

2002

Matrículas: 7 a 11 de Outubro de

2002

Entidade responsável: Faculdade de

Letras da Universidade do Porto,

departamento de Estudos Portugue-

ses e Românicos (DEPER). Via

Panorâmica, s/n, 4150–564 Porto.

Tel.: +351 22 607 71 67 / 00

Fax: +351 22 607 71 53

e-mail: [email protected]

Site: www.letras.up.pt/deper

PRODEP III

Visitas de Estudo (CCPFC 23945)

Windows e Aplicacionais (CCPFC

23944)

Britain Today: language and culture

(CCPFC 23942)

Bibliotecas Escolares: como organi-

zar e gerir? Um desafio para o

Século XXI (CCPFC 23950)

Multimedia no Ensino (CCPFC

23949)

Informatização de Bibliotecas Esco-

lares

Internet (CCPFC 23948)

Educação Patrimonial no Meio

Escolar (CCPFC 23946)

Sexualidade Humana: a dança dos

(des)afectos (CCPFC 23043)

Aula de Projecto (Teoria e Prática)

Oficina de Recursos Multimédia no

Ensino da História

Informações: Centro Leonardo

Coimbra.

Tel.: 226077165

e-mail: [email protected]

Pós-graduações:

Curso de Especialização em Ciên-

cias Documentais – até 2003

Ciência, Cultura e Comunicação

Utopia e Identidade Nacional

O Texto e o Contexto

Pós-graduação em Jornalismo Polí-

tico

Comunicação AudioVisual. O Docu-

mentário: o desafio do real

Informações: Secção de Pós-gra-

duação da FLUP

Tel.: 226077157

Fax: 226091610

ACÇÕES DE FORMAÇÃO – CEN-

TRO LEONARDO COIMBRA

7 a 11 de Outubro de 2002 –

“Criação de uma Cultura de Qua-

lidade na Organização Escolar”,

das 9h30 às 12h30, duração 15

horas

Formador: Dr. Angelo Duarte

Objectivos: Instaurar na organiza-

ção Escola uma Cultura da Quali-

dade, habilitando os agentes edu-

cativos a responsabilizarem-se

pelo controlo da qualidade do que

fazem; promover a selecção e o

uso dos recursos da forma mais

eficiente para satisfazer as neces-

sidades dos utilizadores dos servi-

ços escolares, com absoluto res-

peito das normas estabelecidas,

incluindo as da ética; sensibili-

zar e promover a melhoria contí-

nua do desempenho na organiza-

ção Escola; ser reconhecido,

como instituição de referência.

21 a 25 de Outubro de 2002 –

“Higiene, Saúde e Segurança”, das

14h30 às 17h30, duração 15

horas

Formadora: Dra. Fátima Lisboa

Objectivos: Sensibilizar para os

aspectos gerais da promoção da

higiene, saúde e segurança no tra-

balho; identificar factores de risco

e procurar adoptar medidas de pre-

venção e segurança; proporcionar

aos destinatários conhecimentos

adequados à resolução de situa-

ções de emergência.

4 a 8 de Novembro de 2002 – “

Técnicas de Comunicação Escrita”,

das 14h30 às 17h30, duração 15

horas

Formadora: Dra. Carla Augusto

Objectivos: Abordar noções básicas

de teorias da comunicação; sensibi-

lizar para a importância de uma

redacção clara e elegante de textos

enquanto veículo de informação;

aperfeiçoar métodos e técnicas de

elaboração de textos, de acordo

com os objectivos e finalidades da

sua produção; conhecer as normas

aplicadas na redacção dos diversos

tipos de texto que os serviços edu-

cativos têm necessidade de produ-

zir (apresentação gráfica, formas de

tratamento, etc.); sensibilizar os

formandos para o facto de que as

técnicas aprendidas aplicam-se

igualmente à redacção de comuni-

cação escrita usando as modernas

tecnologias, nomeadamente o fax e

o correio electrónico.

2 a 6 de Dezembro de 2002 –

“Promoção de Qualidade nas

Organizações Escolares”, das

9h30 às 12h30, duração 15

horas

Formador: Dr. Angelo Duarte

Objectivos: Levantamento do

ambiente de trabalho; procurar

que o grupo corrija as atitudes

como princípio da modificação da

cultura da Escola ; enumerar van-

tagens para a acção diária dos

destinatários da Acção; treinar no

uso de métodos de qualidade;

definição dos requisitos de ser-

viço; compilação da “Carta de Ser-

viço”.

As acções de formação destinam-se

exclusivamente a funcionários de

jardins de infância e dos ensinos

pré-escolar, básico e secundário.

Estabelecimentos: 1º/ 2º/ 3º ciclos

e Ensino Secundário.

Informações: Faculdade de Letras

da Universidade do Porto – Centro

Leonardo Coimbra. Via Panorâmica,

s/n, 4150-564 Porto

Tel.: 226077165

Fax: 226077152

e-mail: [email protected]

Site: www.letras.up.pt/clc

INSTITUTO DE CIENCIAS BIOMÉ-

DICAS DE ABEL SALAZAR

Pós-graduações: Enfermagem de

Anestesiologia;

GABBA – Programa Graduado em

Biologia Básica e Aplicada9

Medicina Legal

Mestrados

Ciências de Enfermagem

Ciências do Mar – Recursos Mari-

nhos

Saúde Pública10

Medicina da Catástrofe

Medicina Legal

Oncologia

Informações: Secção de Alunos

Tel.: 222062211

PSICOLOGIA E CIÊNCIAS DA EDU-

CAÇÃO

Bibliotecas Escolares: formação de

professores bibliotecários – Setem-

bro a Dezembro de 2002

Curso de Especialização Pós-licen-

ciatura

Desenvolvimento Local e Mudança

Social – Setembro de 2002

Informações: Gabinete para a Edu-

cação Contínua

Tel.: 226079700

e-mail: [email protected]

MEDICINA DENTÁRIA

Pós-graduações:

Reabilitação Oral

Saúde Oral Comunitária

Informações: M.ª Odete Ribeiro

Tel.: 225501522

Fax: 225507375

DIREITO

Direito de Menores e Delinquência

Juvenil

Vitimologia e Mediação

Criminalidade Económica

Informações: Dra. Manuela Santos;

Susana Silva

Tel.:222041674

ESCOLA DE GESTÃO DO PORTO

Formação de Longa Duração –

Setembro de 2002

MBA – Mestrado em Gestão de

Empresas

MQG – Mestrado em Métodos

Quantitativos em Gestão

Mlog – MBA Mestrado em Logística

Informações: Isabel Pinho

Tel.: 226153271

Fax: 226100861

e-mail: [email protected]

Formação de Longa Duração para

Executivos – Setembro de 2002

MBA Executivo em Marketing

MBA Executivo em Gestão

Informações: Albertina Torres

Tel.: 226153273

Fax: 226100864

e-mail: [email protected]

Formação de Curta e Média Dura-

ção para Executivos

Curso Geral de Gestão – Mar. e Out.

2002

Curso de Ebusiness – Mai. e Nov.

2002

Informações: Antonieta Silva

Tel.: 226153272

Fax: 226100861

e-mail: [email protected]

REITORIA DA UNIVERSIDADE DO

PORTO

Curso de Especialização Pós-

licenciatura

Gestão da Segurança na Constru-

ção

Avaliação da Qualidade do Ensino

Aberto e à Distância

Pedagogia e Novas Tecnologias:

estudo de casos universitários

Gestão de Recursos Humanos

Direcção e Motivação de Equipas

Técnicas Avançadas de Negocia-

ção

Gestão da Mudança

Elaboração de projectos Estratégi-

cos em PMEs

Auditorias de Qualidade e Audito-

rias Ambientais

Qualidade Total e Gestão por Pro-

cessos

Introdução ao Uso da Internet

para Executivos

Informações: Dra. Ana Miguel,

Universidade do Porto. Rua D.

Manuel II 4050-345 Porto.

Tel.: 226073595

Fax: 226098736

e-mail: [email protected]

Site: www.up.pt

OUTROS EVENTOS

CICLO DE OBSERVAÇÃO

ASTRONÓMICA “Mais Perto das

Estrelas”

Centro de Astrofísica da Universi-

dade do Porto (CAUP)

8 de Agosto, 12 de Setembro, 10

de Outubro, 14 de Novembro e 12

de Dezembro de 2002

Organização: Núcleo de Divulgação

do Centro de Astrofísica da UP

Informações: Centro de Astrofísica

da Universidade do Porto. Rua das

Estrelas, 4150-762 Porto.

Tel.: 226089835/6/7

e-mail: [email protected]

Site:

www.astro.up.pt/novidades/indice

As sessoões realizam-se das 21h00

às 22h00 se as condições meteoro-

lógicas o permitirem.

48 UPorto. AGENDA

AGENDA

OUTROS EVENTOS

9 Em colaboração com a FMUP, a FCUP eo IPATIMUP

10 Em colaboração com a FMUP