633204_Prova 1 - Macroeconomia PUC 2013 - Gabarito

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Gabarito Prova 1 - Teoria Macroeconômica 1 - PUC Minas - EconomiaValor: 35 pontosData: 23/03/2013Professor: Ronaldo NazaréInstruções: prova individual e sem consulta.Tempo: 100 minutos (07:40 - 09:20)Número de questões: 10 (3,5 pontos cada) + 1 extra de 5 pontos

Julgue as afirmativas e justifique sua resposta.

(1) Em uma economia aberta e sem governo, são registradas como importações apenasas aquisições de bens e serviços que não correspondam ao pagamento de fatores de produção.Este último é computado no cálculo da renda líquida enviada ao exterior.R:Verdadeiro. Esta é a própria definição de importações: aquisições de bens e serviços denão fatores (inclui Balança Comercial e de Serviços). A Conta de Rendas, por sua vez,corresponde à remuneração dos fatores de produção.

(2) Quando em um país operam um grande número de empresas estrangeiras, aomesmo tempo em que poucas empresas e residentes deste país operam em outras economias,o PIB será maior que o PNB.R:Verdadeiro. As condições do enunciado indicam que o país apresenta RLEE>0. Logo,RLEE>0 implica que PNB < PIB.

(3) No modelo clássico o conhecimento da função de produção e da oferta de moedaé condição suficiente para a determinação do produto de pleno emprego.R:Falso. A oferta de moeda não é condição para obter o produto real (pleno emprego) daeconomia. Oferta de M determina nível de P, mas não de Y. Este é determinado pelo

(WP

)Ee pela função de produção.

(4) No modelo clássico, se o governo decide estabelecer um salário real superior aosalário de equilíbrio, o desemprego aumentará por dois motivos: (i) trabalhadores serãodemitidos e (ii) parte dos trabalhadores desempregados passarão a procurar emprego.R:

Ao salário (WP )′ haverá desemprego, pois Nd < N s. Mas se esse nível salarial estáfixo pelo governo, o sistema de preços não será capaz de trazer a economia de volta ao pleno

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emprego, persistindo desempregada uma parcela da força de trabalho que deseja trabalharao salário vigente, mas não encontra oportunidade (desemprego involuntário).

(5) Com relação a um modelo keynesiano simples de determinação da renda, o valor domultiplicador para uma economia fechada e sem governo reduz-se quando são incorporadasas transações correntes com o exterior e aumenta quando a tributação e os gastos do governosão introduzidos na análise.R:Falsa. Em uma economia fechada sem governo o multiplicador é [1/(1− c)]. Introduzindoo setor externo, considerando as importações como uma parcela da renda, por exemplo:M = mY , o multiplicador transforma-se em [1/1− c + m]. Como o coeficiente m é maiordo que zero, reduz o multiplicador; assim, esta parte inicial está correta. Introduzindoo governo, e considerando a arrecadação de impostos como parcela da renda (T = tY ), esabendo que os impostos reduzem a renda disponível, que é direcionada ao consumo, tem-seo novo multiplicador: [1/1 − c(1 − t) + m]. Como t é maior do que zero, também reduz omultiplicador, e não aumenta, conforme a afirmação.

(6) Resolva o seguinte problema: No modelo clássico consideramos um mercadoem concorrência perfeita (as empresas não decidem nem sobre o preço P que vendem seusprodutos, o qual para elas é dado, nem sobre o salário que pagarão ao trabalho. A decisão daempresa restringe-se a quanto contratar de mão-de-obra N e determinar quanto produzir,de modo a obter o lucro máximo, ou seja, deve-se maximizar a função lucro em relaçãoa N . Seja a função lucro: Lucro = PF (N) −WN − RK sendo que F (N) é o nível deprodução que depende do trabalho, W é o salário nominal por unidade de trabalho N , R éo custo por unidade de capital K. Otimize a função Lucro e encontre a solução de máximo.Interprete o resultado intuitivamente.R:Lucro = ReceitaTotal − CustoTotal

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Lucro = PY − (WN + RK), onde W é o salário nominal por unidade de trabalho N , Ré o custo total por unidade de capital K e P é o preço do produto Y . Lucro = PF (N)−WN −RK(∂Lucro/∂N) = 0 → PFN −W = 0 ou FN = (W/P )Maximização de lucro pela empresa implica em PMgN (o mesmo que FN ) seja igual a W/P .Nd = Nd(W/P ): Demanda por mão de obra possui uma relação inversa com o salário real

(7) Defina em palavras: Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto.R:PIB: Refere-se ao valor agregado, em termos monetários, de todos os bens e serviços finaisproduzidos dentro do território econômico de um país, independente da nacionalidade dosproprietários das unidades produtoras desses bens e serviços, sendo contabilizado durantedeterminado período. PNB: é o valor agregado, em termos monetários, de todos os bens eserviços finais resultantes da mobilização de recursos nacionais (pertencentes a residentesno país), independente do território econômico em que esses recursos foram produzidos,sendo contabilizado durante determinado período.

(8) Considere um modelo keynesiano simples de determinação da renda, e suponhaque o único componente da demanda seja o consumo, e que este dependa de dois elementos:um autônomo e um outro que dependa da renda e da propensão marginal a consumir. Deriveeste modelo e encontre o seu equilíbrio formalmente.R:Como estamos interessados na renda de equilíbrio, queremos analisar a demanda agregadaplanejada e o investimento voluntário.Suponha que o único componente da demanda seja o consumo: Y = DA⇒ Y = CC = C(Y ): consumo aumenta com a renda, mas em menor magnitude.C = C0 + C(Y ), 0 < c < 1, onde c = propensão marginal consumirCondição de equilíbrio: OA = DAOferta Agregada: OA = YDemanda Agregada: DA = C = C0 + cYSubstituindo: Y = C0 + cYResolvendo para Y obtemos a renda de equilíbrio YE .Temos que: Y − cY = C0 ⇒ YE = 1

(1−c)C0

(9) Derive o multiplicador do consumo autônomo e interprete o resultado intuitiva-mente.R:Multiplicador do consumo autônomo: uma variação no consumo autônomo induz uma va-riação na renda superior à variação inicial no consumo.

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Multiplicador de Gastos =variação da renda nacional

variação no consumo autônomo=

∆Y

∆C0

A variação inicial na despesa tem um impacto imediato e direto sobre a renda daqueles quesão beneficiários desses gastos. Os acréscimos de consumo induzidos pelo gasto inicial fazemcom que a renda cresça mais que a variação da despesa inicial. Observando a propensãomarginal a consumir, a variação do consumo autônomo e a variação da renda:

∆Y =1

1− c∆C0

(10) Com o resultado da questão (8), suponha que o consumo autônomo seja igual a100 e a propensão marginal a consumir seja 0, 8. Qual a renda de equilíbrio?R:YE = 1

(1−c)C0 implica que YE = 1(1−0,8)100 = 500

(Questão extra: 5 pontos) Derive o multiplicador do orçamento equilibrado supondouma demanda agregada composta por consumo (autônomo e dependente da renda), inves-timento autônomo e governo (G e T ); interprete o resultado intuitivamente.R:Efeitos de uma expansão dos gastos públicos totalmente financiada por um aumento daarrecadação: variação dos gastos igual à variação nos impostos.O governo amplia sua demanda e retira poder de compra do setor privado para manter oorçamento equilibrado.DA = C + I + G∆DA = c∆Y d + ∆G⇒ ∆DA = c(∆Y −∆T ) + ∆G∆Y = c∆Y − c∆T + ∆G⇒ ∆Y = 1

1−c(−c∆T + ∆G)Como ∆T = ∆G,∆Y = 1

1−c(−c∆G + ∆G)

∆Y = 11−c(1− c)∆G, logo, ∆Y = ∆G = ∆T

Podemos ver que haverá um impacto positivo sobre a renda em magnitude igual ao valordo gasto público: Multiplicador do Orçamento Equilibrado.É também conhecido como Teorema do Orçamento Equilibrado, ou Teorema deHaavelmo.

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