69269999-Bioclimatologia
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Bioclimatologia zootécnica
Bovinocultura Leiteira
País Kg/vaca/ano Nº vacas
Estados Unidos 8.703 893.500
Japão 8.680 96.200
Canadá 7.400 105.000
Holanda 7.251 144.300
Dinamarca 7.224 61.700
Brasil 1.534 1.510.000
Produção de LeiteProdução de Leite
Bovinocultura de corte
País Terneiros(x 1.000)
Rebanho(x 1.000)
Terneiro/rebanho
Estados Unidos 37.662 95.100 0,39
Canadá 5.900 15.450 0,38
Austrália 9.950 27.345 0,36
Nova Zelândia 3.892 9.500 0,41
Reino Unido 3.582 10.607 0,33
Brasil 42.335 166.000 0,25
Produção de terneiros
Suinocultura
País Rebanho (x 1.000) Leitão/matriz
Irlanda 1.731 26,7
Itália 8.110 24,3
Holanda 12.716 21,1
Dinamarca 11.530 20,0
Reino Unido 6.810 20,7
Canadá 14.800 20,3
Estados Unidos 58.500 16,5
Alemanha 25.203 16,2
Brasil 30.415 9,7
Produtividade do rebanho suíno
Raças da principais espécies zootécnicas
• Bovinos
• Ovinos
• Eqüinos
• Suínos
• Aves
• Produção animal – Países de clima temperado x Países de clima
tropical
• Origem das raças
• Regiões quentes do mundo estão localizadas entre os paralelos 30° N e S
Zonas compreendidas entre os paralelos 30°
Seleção de um rebanho de gado Hereford em dois ambientes... Ribeiro, J.A.R. e Koger, M. R.Bras. Zootec. V.26,n.1, p.98-104,1997
Genótipo Característica Local Montana Flórida Montana 85,2 61,7 Flórida
Prenhez (%) 85,6 79,6
Montana 203,2 162,1 Flórida
Peso aos 205 dias (Kg) 196,5 170,5
“Vaca-mundi”Interação genótipo x ambiente
Concepção sobre produção animalProf. Jan C. Bosma
Influência de temperaturas elevadas sobre a produção animal
Aula segunda
• Homeotermia
• Pecilotérmicos x Homeotérmicos
• Termodinâmica
• Desenvolvimento filogenético
• Água
Maior qtde energia térmica
Menor qtde energia térmica
Dissipação de calor
• Meios físicos de troca calórica
Condução
Convecção
Radiação
Evaporação
Temperatura do ar
Movimento do ar
Radiação solar
Umidade do ar
EVAPORAÇÃO
• É o mecanismo mais eficiente para eliminar calor do organismo
Sudoração
Taquipnéia
Homem – eqüino – bovino – ovino – suíno - aves
Glândulas sudoríparas
Apócrina Écrina
Forma das glândulas sudoríparas em bovinos
Sistema termoregulador
Sensores térmicos (terminações nervosas) Termostato (hipotálamo) Efetores termoreguladores: ganhar ou
perder calor
Estratégias gerais para termoregulação
• CALOR• Aumentam perdas de
calor• Evitam receber calor• Diminuem produção de
calor
• FRIO• Diminuem perdas de
calor• Procuram receber
calor• Aumentam produção
de calor
ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS
• CALOR Buscam sombra Buscam lugares molhados Buscam pisos frios Aumentam o consumo de água Diminuem o consumo de alimento Diminuem a atividade muscular
• FRIO
MECANISMOS FISIOLÓGICOSDe resposta rápida
• CALOR Vasodilatação Pêlos normais Sudoração Taquipnéia
FRIO Vasoconstrição Piloereção Não suam Bradipnéia Tremor muscular
MECANISMOS FISIOLÓGICOS De resposta lenta CALOR
Redução na: Cobertura de pêlos Espessura da pele Gordura subcutânea Produção de tiroxina
• FRIO
Temperaturas ambientais críticas
Limites inferiores de temperatura ambiente, sem hipotermia, em uma hora de exposição
Hansen, 1955
Aula terceira
Atributos morfológicos de adaptação
• Animais domésticos: evolução/adaptação ao meio ambiente
• Existem evidências de:• Conformação• Tamanho• Propriedades isolantes• Propriedades reflectivas da pelagem• Distribuição do tecido adiposo
Regra de Gloger
Regra de Bergmann
Regra de Allen
Regra de Wilson
Cor do pelame e absorção média de calor de radiação
Raça Cor pelame Absorção (%) Zebuíno Branca 49 Simmental Cremosa 50 Africander Vermelha 78 Sussex Vermelha escura 83 Aberdeen Preta 89
Nelore
Simmental
Africander
Sussex
Aberdeen angus
Resposta de 4 tipos de bovinos à exposição ao sol por 2:30 horas (T=33°C)
Raça (pêlo)
Comprimento do pêlo (mm)
Cor do pêlo
Reflexão (Kcal/m2/h)
Temperatura (°C) Pele Retal
Freq. Resp. (aumento)
Brahman (liso)
8 Branco 240 42 0,2 10
Angus (liso)
10 Preto 80 51 1,1 80
Shorthorn (pequeno e crespo)
22 Vermelho 130 51 1,5 114
Shorthorn (longo e grosseiro)
40 Rosilho 120 53 1,6 162
Shorthorn (rosilho)
Shorthorn vermelho
Brahman
Hereford
Braford
Relação entre pigmentação e lesões oculares em bovinos Braford
Principais características que favorecem a adaptação de raças bovinas zebuínas às regiões de clima quente.
• Sistema evaporativo mais eficiente: glândulas em maior número (?) e de maior volume, mais próximas à superfície da pele; resposta exponencial de aumento da sudorese conforme o aumento da temperatura; anastomoses arteriovenosas mais difusas favorecendo o fluxo sangüíneo e perda de calor via pele
• Aumento do volume sangüíneo (maior volume de plasma e de sangue, em temperaturas altas)
• Maior relação superfície:peso corporal (corpo anguloso, pele extra nas orelhas, região do pescoço e do ventre) Pelagem mais clara; pêlos mais curtos, finos e brilhantes
• Menor taxa metabólica (0,8-0,85)
• Redução do teor de umidade das fezes
Fluxo sanguíneo pelas AAV
Aula quarta
Efeitos do clima sobre a produção
Efeito da temperatura ambiente sobre o ganho de peso de novilhas de diferentes
raças Ganho de peso (Kg) dos 3 aos 12
meses 10°C 27°C Shorthorn 232 148 Brahman 198 208 Santa Gertrudis 250 224
Interação genótipo x ambiente
Efeito do sombreamento sobre o comportamento de pastoreio e o ganho de peso de vacas Hereford e Angus
Natural abundante
Natural escassa
Artificial Sem sombra
Pastejo (h) 4,16 4,13 3,58 3,47 Parado (h) 4,16 4,30 4,55 6,04 Deitado (h) 4,28 4,17 4,70 3,09 Ganho (Kg/dia) 1,29 1,00 0,84 0,05
Proteção da exposição à radiação solar direta
Consumo e eficiência de utilização da energia
• Clima frio: aumenta o consumo, mas parte é destinada à manutenção da homeotermia.
• Clima quente: queda no consumo e parte é destinada à dissipação de calor
Produção de calor metabólico (Kcal/hora) em função da temperatura ambiente (Chandler,1987) Temperatura (°C) Produção de calor (Kcal/hora) 10 950 20 900 30 625 40 600
Efeito da utilização da energia para
produção de leite de vacas Holandês
Desvio médio percentual do nível de 21°C Média a 21°C 7 dias a 32°C 14 dias a 32°C
Consumo ED (Mcal/dia) 38 -14 -18 Eficiência (%ED p/leite) 60 -35 -51
Efeito do nível de produção de leite sobre a produção de calor (West et al., 2003) Produção de leite (Kg/dia) Produção relativa de calor Vacas secas (0) 100 Média (18,5) 127,3 Alta (31,6) 148,5
Efeitos da temperatura do ar e da umidade relativa do ar sobre a produção de leite de vacas de distintas raças (Johnson e Vanjonack, 1976).
Raça Temperatura (°C)
U.R. (%) Holandês
(%) Jersey
(%) Pardo Suiço
(%) 38 100 100 100 24
76 96 99 99 46 63 68 84 34
80 41 56 71
* Produção não é afetada entre 0 e 21°C* Abaixo de -5°C e entre 21-27°C cai pouco* Acima de 27°C queda acentuada
Estresse térmico com queda na produção leiteira varia com o grupo genético
• Produção cai para:
• Temp.crítica inferior:• Jersey: 2°C• Holandês: -13°C
Holandês 21°C
Jersey 24-27°C
Pardo Suiço 24-27°C
Brahman 32°C
Efeito da disponibilidade de sombra no verão sobre a produção de leite de vacas da
raça Holandês (UFSM)
• Manejo: -1ª ordenha às 7:00 h
– Milheto até 10:45 h– Piquetes com ou sem sombra : 10:45 às 15:30 h– 2ª ordenha às 16:00 h– Setária até ordenha do dia seguinte– Durante ordenhas: concentrado c/ 20% PB (1Kg/3,5 L)– Período total: 40 dias
Resultados
Temp. média (°C) SOL SOMBRA Manhã 36,7 27,6 Tarde 39,6 31,2
Produção de leite SOL SOMBRA Inicial(Kg/dia) 16,5 15,2 Final(Kg/dia) 13,7 14,7 Queda produção (%) 17 3,3
Aula quinta
Florianópolis 03 de Março de 2009
">DIÁRIO CATARINENSE diário catarinense - edição online
3 de março de 2009. | N° 8363AlertaVoltar para a edição de hoje AVICULTURA
Corte de energia mata frango Devido à falta de energia, pelo menos 50 mil frangos morreram no interior de J araguá do Sul, no último domingo. Os exaustores que refrigeram os aviários pararam e a temperatura chegou aos 35º, quando o máximo que as aves suportam é 28º. Os frangos estavam a uma semana do abate. O prejuízo dos 10 produtores atingidos é de R$ 240 mil. São quase 130 mil quilos que deixam de abastecer a empresa Seara/ Cargill. Representantes da empresa vão procurar a Celesc para negociar como os produtores serão ressarcidos. O diretor da Celesc em J araguá do Sul, Luiz de Freitas Melro Neto, disse que a empresa fazia manutenção na rede do bairro Rio da Luz quando houve falha em um equipamento que mantinha apenas aquele bairro sem luz.
Estresse calórico em aves
• Temperatura corporal elevada (41 – 42°C)• Cobertura de penas (isolamento)• Não possuem glândulas sudoríparas• Linhagens de corte x postura• Produção industrial: alta densidade• Alterações no ambiente: custo x benefício• Taquipnéia: CO2 sangue CO3 para casca
(CaCO3)
Efeitos da temperatura ambiente sobre o desempenho de frangos de corte em diferentes idades (May et al., 1998)
Período de 28 a 35 dias de idade Período de 35 a 42 dias de idade Temp. (°C) Consumo
(g) Ganho
(g) Conversão
(g) Consumo
(g) Ganho
(g) Conversão
(g) 21 1215 698 1,74 1436 740 1,94 25 1146 666 1,72 1287 634 2,03 31 1003 548 1,83 1080 493 2,19
• Índice de estresse térmico para frangos de corte: Acima de 27°C, se temp. + UR >105, há dificuldade de perder calor
• Construção do galpão: orientação, pé direito, distância entre galpões, tipo de cobertura/isolamento, ventiladores/nebulizadores, isolamento reservatório de água/tubulações, manejo da cortina, cobertura vegetal nos
arredores, aspersão da cobertura.
• Manipulação da dieta: Redução no nível de Proteína Substituição de CH por Gordura Suplementação com vit C
Clima e produção de suínos
Glândulas sudoríparas: pequeno nº e pouca eficiência
Vasodilatação periférica: aumenta temperatura da pele
Taquipnéia
Alterações no comportamento
Faixa de conforto térmico e temperaturas críticas para suínos
Categoria Conforto térmico Temp. críticas Neonatos 30 - 32 15 – 35 Lactentes 25 - 26 13 – 35 À desmama 22 - 24 13 – 35 25 a 45 Kg 18 - 20 08 – 27 Mais de 45 Kg 12 - 18 05 - 27
Obs – U.R. 50 a 70 % Fonte: Hannas (1999)
Mortalidade de leitões
• Baixa capacidade termoregulatória ao nascer• Baixas reservas energéticas
– Gordura (1,6%)– Glicogênio hepático cai 75% em 12 horas– Glicogênio muscular cai 41% em 12 horas
• Baixa capacidade de isolamento térmico– Escassez de pêlos– Escassez de gordura subcutânea– Grande relação superfície/massa corporal
Relação superfície/massa corporal em suínos
Idade Superfície (cm2) / peso (Kg)
Ao nascer (1,2 Kg) 400
Final de creche (20 a 25 Kg) 230
Fase final de crescimento (50 a 55 Kg)
170
Efeitos do clima sobre a reprodução
Efeitos no macho
Espécies endorquidas/exorquidas
Regulação da temperatura intra-escrotal nos exorquidas:
• Glândulas sudoríparas• Túnica dartos/ músculo cremaster• Plexo pampiniforme
Efeito do plexo pampiniforme na temperatura do sangue no testículo do carneiro
(Waites e Moule,1961)
Ejaculado de touros Holandês após exposição a 40°C
Patologia espermática após exposição ao stress térmico
Anormalidades primárias (%) Anormalidades secundárias (%)
Ejaculado de touros das raças Holandês e Africander após exposição a 40°C
Africander
Efeito da temperatura ambiente na função endócrina testicular
Temperatura Ambiente
Reação Animal
Semanas de Exposição
(°C)
Temp. retal (°C)
Resp. (mov/min)
1ª (ng/ml)
2ª (ng/ml)
3ª - 7ª (ng/ml)
21,0
37,7 33 3,10 1,62 3,32
35,5
39,3 690 1,62 1,40 2,20
Efeitos do clima sobre a reprodução
• Efeitos na fêmea– Ciclo estral– Concepção
Efeito da temperatura ambiental sobre a
intensidade do cio e duração do ciclo estral (Gangwar, 1965)
Cio (horas) Ciclo (dias)
Primavera 20 (18-36)
20(18-24)
Verão 11(0-18)
25(19-45)
Temperatura ambiente e umidade e sua correlação com concepção
(Ingraham et alli, 1974)
Efeito do “stress” térmico no período de 72 h após a I.A.
(Dunlap & Vincent, 1971)
Temperatura ambiente
(°C)
Temp. retal
(°C)
Freq. Resp.
(mov/min)
Concepção
(%)
21,1 38,5 a 47,3 a 48 a
35,5 40,0 b 105,3 b 0 b
Efeito do calor (32°C/60%UR) em fêmeas aclimatadas ao inverno (Bond & McDowell, 1972)
Thatcher (1974) - Flórida
Estudou 5000 inseminações em um período de 10 anos. Qual a relação entre taxa de concepção e variáveis climáticas?
• Temperatura ambiente no dia seguinte à I.A.
• Radiação solar no dia da I.A.
• Relação negativa com taxa de concepção
Variação da temperatura durante o dia nas
áreas com e sem sombra (Roman-Ponce et al., 1981)
Vacas com acesso à sombra:
• Produziram 5,5% a mais de leite
• Curva de lactação mais persistente
• Consumiram 9,7% mais forragem
• Taxa de concepção:
38,2% (sombra) x 14,3% (sem sombra)
Variação nas concentrações plasmáticas da relação estrógeno/progesterona durante o
ciclo estral (Roman Ponce et al.,1981)
Concentração média de corticosteróides
• Com sombra: 8,72 ng/mL
• Sem sombra: 13,04 ng/mL (P<0,01)
• Hipersecreção adrenocortical influi negativamente na ação do estrógeno na expansão da microcirculação uterina.
Resposta do fluxo sangüíneo ao útero após injeção de estradiol (Tatcher & Roman Ponce, 1980)
Conclusões
• Temperaturas ambientais elevadas têm efeito depressor sobre o desempenho reprodutivo dos bovinos
• No macho, o principal efeito é sobre a espermatogênese, mas pode afetar a libido.
• Na fêmea, dependendo do grau de aclimatação e da intensidade ao calor:– Anestro– Menor intensidade de cio– Dificuldades em conceber, devido a alterações no
ambiente uterino
ESTRATÉGIAS PARA A PRODUÇÃO ANIMAL EM CLIMAS QUENTES
1. Genética: cruzamento e seleção
2. Ambiental Ruminantes: pastoreio noturno
sombras naturais sombras artificiais – sombrite (20 a
90% de sombra) 3 a 5 m²/vaca
Uso de sombrite para bovinos
4 m
4 m mmm
3 m
• Animais confinados– Ambiente agradável “sob o ponto de vista do
animal” (cobertura, aeração)– Tanques x aspersão (custo econômico e
ambiental)– Ventilação (natural x forçada)– Horário de alimentação: horas mais frescas
do dia.– Manipulação da dieta
• Todos os animais– Ajustamento dos ciclos reprodutivos
gestação/lactação em épocas mais favoráveis – Facilidade de acesso às fontes de bem-estar.