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Orig. 13.03.2012 – RTH 13.03.2012 – KHF 13.03.2012 – RHi 13.03.2012 – NRN Para informação Rev. Data/Autor Data/Verificado Data/Aprovado Data/Autorizado Observações ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA INDUSTRIAL VOLUME IV ESTUDOS COMPLEMENTARES BRAXCEL CELULOSE S.A Peixe - TO Conteúdo 1 APRESENTAÇÃO Anexos I ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS II ESTUDO DE DISPERSÃO ATMOSFÉRICA III ESTUDO DE DISPERSÃO DOS EFLUENTES TRATADOS NO RIO TOCANTINS IV ESTUDO DE TRÁFEGO Distribuição BRAXCEL E PÖYRY RHi Pöyry Tecnologia Ltda. Rua Alexandre Dumas, 1901 Edifício Paramount - 2° andar 04717-004 São Paulo - SP BRAZIL Tel. +55 11 3472 6955 Fax +55 11 3472 6980 E-mail: [email protected] Data 13.03.2012 N° Referência 20600.10-1000-M-1500 Página 1 (6)

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Rev. Data/Autor Data/Verificado Data/Aprovado Data/Autorizado Observações

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA INDUSTRIAL

VOLUME IV

ESTUDOS COMPLEMENTARES

BRAXCEL CELULOSE S.A Peixe - TO Conteúdo 1 APRESENTAÇÃO

Anexos I ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

II ESTUDO DE DISPERSÃO ATMOSFÉRICA III ESTUDO DE DISPERSÃO DOS EFLUENTES TRATADOS

NO RIO TOCANTINS IV ESTUDO DE TRÁFEGO

Distribuição BRAXCEL E PÖYRY RHi

Pöyry Tecnologia Ltda. Rua Alexandre Dumas, 1901 Edifício Paramount - 2° andar 04717-004 São Paulo - SP BRAZIL Tel. +55 11 3472 6955 Fax +55 11 3472 6980 E-mail: [email protected] Data 13.03.2012 N° Referência 20600.10-1000-M-1500 Página 1 (6)

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1 APRESENTAÇÃO O presente documento apresenta os Estudos Complementares necessários para elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental da Fábrica de Celulose Branqueada, da BRAXCEL S.A., no Estado do Tocantins.

Os estudos apresentados são:

Estudo de Análise de Riscos;

Estudo de Dispersão Atmosférica;

Estudo de Dispersão dos Efluentes Tratados no rio Tocantins;

Estudo de Tráfego.

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20600.10-1000-M-1500

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ANEXO I

Estudo de Análise de Riscos

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

BRAXCEL CELULOSE S.A

Peixe – TO

Janeiro/2012

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 2 -

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................3

1.1 Geral ................................................................................................................... 3

1.2 Conteúdo do Relatório........................................................................................... 4

1.3 Equipe Técnica ..................................................................................................... 4

2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..............................................................5

2.1 Localização .......................................................................................................... 5

2.2 Natureza e Porte do Empreendimento ..................................................................... 5

2.3 Áreas do Empreendimento ..................................................................................... 6

2.4 Características Operacionais .................................................................................. 7

2.5 Colaboradores e Jornada de Trabalho ...................................................................... 7

2.6 Cronograma ......................................................................................................... 7

2.7 Descrição da Área Fabril ....................................................................................... 8

2.8 Sistemas de Controle Ambiental ........................................................................... 30

3. CARACTERÍSTICA DA REGIÃO ................................................................................... 46

3.1 Localização do Município de Peixe ...................................................................... 46

3.2 Características Climatológicas e Meteorológicas da Região ..................................... 47

4. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS PRODUTOS ENVOLVIDOS ......................... 47

5. HISTÓRICO DE ACIDENTES ......................................................................................... 58

6. ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS .......................................................................... 61

6.1 Introdução.......................................................................................................... 61

6.2 Metodologia ....................................................................................................... 61

6.3 Elaboração da APP ............................................................................................. 65

6.4 Resultado da APP ............................................................................................... 66

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................................................... 66

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 68

ANEXO I .................................................................................................................................. 69

ANEXO II ................................................................................................................................ 74

ANEXO III ............................................................................................................................. 101

ANEXO IV ............................................................................................................................. 102

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 3 -

1. INTRODUÇÃO

1.1 Geral Os acidentes industriais ocorridos nos últimos anos, em particular na década de 80,

contribuíram de forma significativa para despertar a atenção das autoridades

governamentais, das indústrias e da sociedade, no sentido de buscar mecanismos para a

prevenção daqueles episódios que comprometem a segurança das pessoas e a qualidade

do ambiente.

Assim, as técnicas e métodos já amplamente utilizados nas indústrias bélica, aeronáutica

e nuclear passaram a ser adaptados para a realização de estudos de análise e avaliação dos

riscos associados a outras atividades industriais, em especial nas áreas de petróleo,

química e petroquímica.

No Brasil, com a publicação da Resolução CONAMA nº 1, de 23/01/86, que instituiu a

necessidade de realização do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e do respectivo

Relatório de Impacto Ambiental – RIMA para o licenciamento de atividades

modificadoras do meio ambiente, os estudos de análise de riscos passaram a ser

incorporados nesse processo, para determinados tipos de empreendimentos, de forma

que, além dos aspectos relacionados com a poluição crônica, também a prevenção de

acidentes maiores fosse contemplada no processo de licenciamento.

Da mesma forma, os estudos de análise de riscos têm se mostrado importantes na análise

de instalações industriais já em operação, de modo que os riscos possam ser avaliados e

gerenciados a contento. De face ao exposto, este documento apresenta o Estudo de

Análise de Risco que foi desenvolvido através da metodologia APP (Análise Preliminar

de Perigo), visando identificar, analisar e avaliar eventuais perigos impostos ao meio

ambiente e à segurança, decorrentes das atividades envolvidas nas instalações e

operações da Unidade Industrial da BRAXCEL S.A., no município de Peixe, estado do

Tocantins.

O presente Estudo visa subsidiar o processo de solicitação e respectiva obtenção da

Licença Prévia (LP) do empreendimento para apreciação do Instituto Natureza do

Tocantins – NATURATINS, para uma fábrica de celulose branqueada de eucalipto da

BRAXCEL com capacidade de produção de 2.000.000 toneladas por ano.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 4 -

O presente EAR segue o OFÍCIO / DLIAM / Nº. 19 / 2010, emitido pelo NATURATINS

em 07/10/2010, que institui o Termo de Referência para subsidiar o Estudo de Impacto

Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) para

implantação da indústria de celulose.

1.2 Conteúdo do Relatório

O presente Relatório foi dividido nos seguintes itens:

– Introdução;

– Características do empreendimento e descrição geral da unidade industrial;

– Características da região;

– Características dos principais produtos envolvidos;

– Histórico de acidentes nas fábricas de celulose e papel;

– Critérios para realização do Estudo de Análise de Riscos;

– Análise Preliminar de Perigos (APP) das principais atividades operacionais da

unidade industrial, que englobou as seguintes atividades:

– Identificação dos perigos e suas causas;

– Avaliação dos efeitos gerados através dos perigos identificados;

– Classificação dos riscos através da interação entre severidade e frequência.

– Conclusões e Recomendações.

1.3 Equipe Técnica

Este Estudo foi elaborado pela empresa FADEL Engenharia Ambiental, contando com a

participação dos seguintes profissionais:

Profissional Formação Registro de Classe

Ângelo Baucia Eng. de Segurança CREA 060123801-3 SP

Marília Tupy de Godoy Eng. Ambiental CREA 087348-5 SC

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 5 -

A equipe técnica responsável elaborou o presente trabalho no intuito de fornecer

subsídios concretos e confiáveis para o órgão ambiental responsável pelo licenciamento.

Assim sendo, tais subsídios fornecerão elementos para que se formem um conceito claro

e um juízo correto quanto à natureza e alcance do empreendimento.

2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

2.1 Localização

A unidade industrial de fabricação de celulose branqueada de eucalipto da BRAXCEL

será implantada no município de Peixe, no estado do Tocantins. Na Figura a seguir, é

apresentada a localização do empreendimento.

Figura 2.1-1 Localização da unidade industrial da BRAXCEL.

2.2 Natureza e Porte do Empreendimento

O empreendimento em questão caracteriza-se como atividade industrial, pertencente ao

ramo de atividade de Fabricação de Celulose, Papel e Produtos de Papel, classificada de

acordo com a CNAE-IBGE 2.0 – Classes Atualizadas (Classificação Nacional de

Atividades Econômicas – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), como classe

1710-9 – FABRICAÇÃO DE CELULOSE E OUTRAS PASTAS PARA A

FABRICAÇÃO DE PAPEL.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 6 -

A nova unidade industrial de produção celulose branqueada de eucalipto da BRAXCEL

no estado do Tocantins prevê uma produção de 2.000.000 toneladas por ano de celulose

branqueada de eucalipto.

Essa unidade utilizará como matéria-prima básica, aproximadamente, 7,4 milhões de

metros cúbicos de eucalipto por ano. Além da madeira, serão utilizados outros insumos,

como exemplo: oxigênio, hidróxido de sódio, peróxido de hidrogênio, ácido sulfúrico,

metabissulfito de sódio, metanol, clorato de sódio, cal virgem, dentre outros.

Deve-se ressaltar que em relação aos sistemas de controle ambiental, esta unidade

industrial terá capacidade de absorver as emissões ambientais (efluentes líquidos,

emissões atmosféricas, resíduos sólidos) de uma produção de até 2.000.000 toneladas por

ano de celulose.

Para a operação da unidade industrial de celulose será necessária à implantação de uma

infraestrutura externa e interna de apoio que compreenderá estradas de acesso, linha de

transmissão de energia elétrica, recebimento de insumos, captação e tratamento de água,

tratamento e disposição adequada de efluentes e sistemas de tratamento e disposição de

resíduos sólidos industriais.

O projeto prevê a implantação das melhores práticas e tecnologias disponíveis para

proteção do meio ambiente em todos os seus aspectos, ou seja, uso racional de água,

minimização da geração de efluentes líquidos, controle das emissões atmosféricas e

redução, reuso e reciclagem de resíduos sólidos.

Nessa fábrica serão utilizadas as Melhores Tecnologias Disponíveis – BAT (Best

Available Technologies) e as Melhores Práticas de Gerenciamento Ambiental – BPEM

(Best Practice Environmental Management).

2.3 Áreas do Empreendimento

As áreas previstas da unidade industrial da BRAXCEL são apresentadas na Tabela a

seguir.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 7 -

Tabela 2.3/1. Áreas previstas da unidade industrial da BRAXCEL.

Tipo de Área Área prevista (m²)

Área do terreno 5.900.000

Área da fábrica 2.000.000

2.4 Características Operacionais

A unidade industrial da BRAXCEL prevê uma produção de 2.000.000 toneladas por ano

de celulose branqueada de eucalipto.

O regime de operação da unidade industrial da BRAXCEL será 24 horas por dia, 7 dias

por semana e 12 meses por ano. O período efetivo de produção será de aproximadamente

354 dias, considerando a parada geral anual de manutenção dos equipamentos.

2.5 Colaboradores e Jornada de Trabalho

A mão de obra total, considerando funcionários próprios e terceiros, necessária para a

operação da unidade industrial será de aproximadamente 1.400 pessoas.

A jornada de trabalho dos funcionários da área industrial ocorrerá em 3 turnos de trabalho

de 8 horas cada um. Na área administrativa a jornada de trabalho será de 8 horas e

ocorrerá em horário comercial.

2.6 Cronograma

A implantação do empreendimento está planejada para ser concluída no 2º semestre de

2017.

O cronograma básico para a construção da nova unidade industrial da BRAXCEL é

apresentado a seguir.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 8 -

Figura 2.6-1. Cronograma de construção da unidade industrial.

2.7 Descrição da Área Fabril 2.7.1 Descrição do Processo Industrial - Celulose Kraft

Descrição Sucinta do Processo As toras descascadas serão encaminhadas para as linhas de picagem, que picarão a

madeira em cavacos. Os cavacos produzidos pelos picadores serão estocados em pilha,

sendo, então, transportados para a área do cozimento.

Os cavacos têm dimensões controladas, que permitem a penetração dos produtos

químicos durante o cozimento, o que facilita o amolecimento da madeira e a

desagregação das fibras, separando-as da lignina, produzindo a chamada polpa marrom

(celulose escura).

A seguir é realizado um pré-branqueamento da celulose, através de um processo físico-

químico, usando como principal reagente o oxigênio. O objetivo é reduzir o consumo de

reagentes químicos no branqueamento e gerar menor carga orgânica para o efluente.

O branqueamento é um processo de purificação que visa remoção de grande parte da

lignina residual não dissolvida. O objetivo é a obtenção de grau de alvura elevada. Para

isto, são utilizados reagentes químicos mais seletivos e condições de trabalho mais

brandas.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 9 -

A polpa branqueada segue, então, para a seção de secagem e enfardamento, onde ocorre a

formação da folha, para garantir maior homogeneidade e evitar quebras na máquina ou

irregularidades no produto. A prensagem visa remover a água por ação mecânica,

consolidar posição das fibras e dar maior resistência para a folha úmida passar pela

secagem. Na secagem ocorre a remoção de água por evaporação através da aplicação de

calor na folha de celulose. Na saída da secadora, as folhas são cortadas, pesadas e

embaladas em fardos de 250 kg. Os fardos são empilhados em dois grupos de quatro,

formando uma carga de 2 toneladas.

Recuperação de Químicos

A indústria de celulose kraft possui um sistema que permite a recuperação dos produtos

químicos utilizados para obtenção da polpa.

A recuperação inicia-se com a evaporação do licor negro, elevando o teor de sólidos

secos de 15% até aproximadamente 80%.

Após a evaporação, o licor será enviado para incineração na caldeira de recuperação. Na

caldeira, a matéria orgânica presente no licor será incinerada, restando então um fundido,

formado pelos compostos inorgânicos que serão enviados para a caustificação.

Na caustificação, ocorrerá a clarificação do licor verde, e posterior obtenção do licor

branco.

O fluxograma do processo produtivo com as etapas de produção da celulose branqueada

de eucalipto é apresentado na Figura 2.7.1-1 a seguir.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 10 -

Figura 2.7.1-1 – Fluxograma geral do processo produtivo.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 11 -

Descrição Detalhada do Processo O layout do empreendimento com o detalhamento da localização das instalações da

unidade industrial é apresentado no Anexo III.

Pátio de Madeira

A madeira com casca e a madeira pré-descascada nos talhões florestais por processo

mecânico serão levadas para a indústria por transporte rodoviário. A casca proveniente do

descasamento nos talhões será utilizada para adubação dos plantios, enquanto a casca,

proveniente do descascamento no pátio de madeira, será utilizada como combustível na

caldeira de biomassa.

O controle de entrada de madeira será feito através das balanças rodoviárias na portaria

industrial.

As toras com 6 metros de comprimento serão encaminhadas diretamente para as duas

linhas de picagem, ou parcialmente para a área do pátio de estocagem, situado próximo

das linhas de picagem.

Figura 2.7.1-2. Descarregamento das toras de eucalipto no pátio de madeira.

Para processamento da madeira sem casca, está prevista uma linha de picagem equipada

com mesa alimentadora, transportadores de toras e picador de disco. As linhas de

picagem teriam picadores iguais.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 12 -

Para alimentação das toras nas linhas de picagem, estão previstos equipamentos móveis

tipo carregadeiras com garras para toras.

Os cavacos produzidos pelos picadores serão estocados em pilha circular tipo

stacker/reclaimer. Com este sistema, garante-se boa homogeneização dos cavacos.

Figura 2.7.1-3. Pilha de cavacos.

Após serem retomados da estocagem, os cavacos serão transportados por correia

transportadora para a área do cozimento, passando antes pelo peneiramento para retirada

dos finos e cavacos maiores, que serão retirados do processo.

Cozimento e Lavagem

A planta de cozimento consistirá de sistema contínuo com vaso de pré-impregnação,

digestor e sistema de recuperação de calor.

Os cavacos provenientes do setor de preparação da madeira serão descarregados pelo

transportador num alimentador de rosca no silo de cavacos. A rosca proporciona vedação

contra vazamentos do vapor do silo.

Os cavacos serão aquecidos pelo vapor. Com a vaporização dos cavacos o ar contido no

seu interior será deslocado pelo vapor e as células da madeira ficarão saturadas pela

umidade.

Os cavacos serão carregados para o topo do impregnador por licor à alta velocidade,

conhecido como circulação de topo.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 13 -

Os cavacos passarão através do separador do topo para o vaso de impregnação, sendo que

o excesso do líquido de movimentação será retornado para o tanque pulmão de licor da

linha de alimentação de cavacos.

No vaso de impregnação, os cavacos serão impregnados pelo licor preto quente, que será

retirado da zona de cozimento.

O aquecimento final para a temperatura de cozimento desejada será feito através da

adição de vapor direto no topo do digestor.

Na fase líquida onde o cavaco é submerso por licor de cozimento, denomina-se zona de

cozimento.

A parte inferior, desde a zona das peneiras extração inferiores até o fundo do digestor é

denominada zona de lavagem.

O licor de lavagem será bombeado por uma bomba de alta pressão para o fundo do

digestor. Isto resfriará a polpa quente abaixo de 100 ºC, antes que seja descarregada para

lavagem intermediária e para o tanque de estocagem de polpa.

Na parte inferior do digestor, a polpa será retirada da coluna de massa e enviada para a

linha de descarga.

O licor preto será extraído do digestor e será enviado a um reboiler. O vapor produzido

será utilizado para pré-aquecer os cavacos no silo de cavacos. O licor extraído será, então,

bombeado através do filtro de licor preto e do trocador de calor para a produção de água

quente antes de ser levado ao tanque de armazenagem de licor fraco na planta de

evaporação.

O fluxo de polpa do digestor para o tanque de descarga será controlado automaticamente

pela válvula de descarga.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

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Figura 2.7.1-4. Planta de cozimento dos cavacos de madeira.

Lavagem, Depuração e Deslignificação por Oxigênio A lavagem de polpa marrom antes da deslignificação é efetuada no digestor e em

lavadores de polpa.

Nos lavadores, a polpa é lavada em contracorrente com o licor de lavagem proveniente

dos lavadores após a deslignificação.

A deslignificação é um dos estágios que antecede o branqueamento, onde ocorre uma

deslignificação branda aplicando agente oxidante em meio alcalino. O objetivo é reduzir

o máximo de reagentes químicos nos estágios posteriores, recuperar o máximo de álcali

aplicado e gerar menor carga orgânica para o efluente.

A polpa marrom do tanque de descarga será transferida por bomba MC (média

consistência) para lavadores. A polpa será transferida do lavador para uma rosca

transportadora onde será diluída para passar então ao tanque de alimentação do estágio de

oxigênio, com consistência de 10-12 %.

A planta de deslignificação por oxigênio consiste de reatores em série. Na entrada, será

adicionado reagente cáustico na qualidade de licor branco oxidado. A polpa será

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 15 -

bombeada com uma bomba MC para um misturador de oxigênio. O oxigênio será

adicionado antes do misturador. A polpa é a seguir alimentada ao primeiro reator.

A polpa será retirada do reator para um tanque de alimentação da depuração.

Nos estágios de oxigênio o álcali pode ser adicionado como licor branco oxidado ou

como NaOH.

A polpa do tanque de alimentação da depuração será diluída antes de ser bombeada para

um separador de nós / depurador combinados no mesmo equipamento. Os rejeitos serão

diluídos antes de admitidos no lavador de nós. Os rejeitos do lavador de nós serão

posteriormente bombeados à planta de cozimento. O aceite do lavador de nós será

transferido para a alimentação da depuração.

A polpa sofrerá um processo de depuração, onde serão removidas impurezas indesejáveis

dentro das características da celulose que serão: nós, palitos, areias, etc.

A depuração pressurizada será feita em cascata com peneiras de primeiro, segundo e

terceiro estágios. Todas as peneiras serão equipadas com cestas ranhuradas para elevada

eficiência de remoção de impurezas. O aceite das peneiras do primeiro estágio será

conduzido para a lavagem pós-oxigênio.

O rejeito final das peneiras do terceiro estágio será bombeado através de um separador de

areia anterior ao lavador de rejeitos. Os rejeitos serão bombeados para o tanque de

alimentação de deslignificação com oxigênio ou alternativamente descarregados em

container, para posterior incineração e/ou disposição em aterro industrial. O aceite do

lavador de rejeitos será retornado à alimentação do terceiro estágio de depuração.

A lavagem pós-oxigênio consistirá de dois estágios de lavagem, situados antes das torres

de armazenagem, em alta consistência da polpa não branqueada.

A polpa será transferida dos lavadores para um tanque de bombeamento, e,

posteriormente, bombeada para uma torre de armazenamento.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

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Figura 2.7.1-5. Lavadores da linha de fibras.

Branqueamento O branqueamento é um processo de purificação que visa à remoção de grande parte da

lignina residual não dissolvida.

O objetivo é a obtenção de um grau de alvura elevada e estável sem prejuízo das

características físico-mecânicas do produto, facilmente atingida quando se utiliza

combinação de reagentes em vários estágios. Para tal, são utilizados reagentes químicos

mais seletivos e condições de trabalho mais brandas.

Foi escolhida a opção ECF (Elementary Chlorine Free – Sem cloro molecular) de

branqueamento com dióxido de cloro, com uma sequência de quatro estágios A/D0

(EOP) D P ou A/D EOP D D.

A/D0 – Estágio Ácido e Dioxidação

EOP – Extração oxidativa com oxigênio e peróxido

D – Dioxidação

P – Peróxido de hidrogênio

Estágio A/D0

A polpa será transferida da torre de armazenamento em alta consistência para o tubo de

alimentação mediante um raspador de descarga. A polpa será bombeada através do

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 17 -

misturador para a torre A de pressão atmosférica. Antes do misturador será dosado ácido

sulfúrico para o ajuste do pH.

Da torre A, a polpa será bombeada através de um misturador para o reator D0

pressurizado. O dióxido de cloro será adicionado antes do misturador. Do reator, a

celulose será alimentada ao lavador D0.

O filtrado do estágio D0 será levado para o efluente ácido e, em seguida, para o

tratamento de efluentes.

Estágio EOP

Do lavador D0 a polpa será transferida para alimentação do estágio Eop. Na alimentação

será adicionado álcali.

A polpa será bombeada através do dispositivo de adição de oxigênio e de um misturador

para o reator pressurizado Eo. Parte do filtrado do estágio Eop será enviado ao tratamento

de efluentes. Do reator, a celulose será alimentada ao lavador Eop.

Estágio D

Do lavador Eop a polpa será transferida para alimentação do estágio D através de um

misturador. Na alimentação serão adicionados tanto dióxido de cloro como ácido

sulfúrico. Da torre D, a celulose será alimentada ao lavador D.

Estágio P

Do lavador D, a polpa será transferida para alimentação do estágio P. Na alimentação

serão adicionados tanto álcali como peróxido.

A polpa será bombeada através do dispositivo de adição de oxigênio e de um misturador

para o reator do estágio P. Do reator, a celulose será alimentada ao lavador P.

Após o lavador, será utilizado ácido sulfúrico para ajuste de pH.

A polpa branqueada é, então, enviada à torre de estocagem.

Máquina de Secagem e Enfardamento

A máquina de secagem produzirá fardos unitizados prontos para a comercialização, a

partir de celulose kraft branqueada estocada em torre de alta consistência.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 18 -

A polpa das torres de estocagem é bombeada para a depuração pressurizada cujo aceite

alimentará a máquina de secagem.

A máquina consiste de mesa plana (fourdrinier) na parte úmida e de secador tipo air

borne na parte seca. A seção final consiste de cortadeira e empilhadeira de folhas (cutter

& layboy).

O sistema de alimentação de massa, inicia-se na depuração de massa branqueada, que

consiste de depuradores pressurizados, com fendas, arranjados em estágios consecutivos

que trabalham em sistema de cascata. A polpa das torres de estocagem será bombeada

para um tanque de mistura e daí para o primeiro estágio de depuração pressurizada. Os

aceitos da depuração primária irão alimentar o tanque da máquina, enquanto os rejeitos

seguirão pelos estágios posteriores, até que os rejeitos do quinto estágio sejam eliminados

para a rede de efluentes.

A máquina secadora consiste de formadora de tela dupla (double wire) na parte úmida, de

uma prensa de dois NIP, sendo que todos os rolos são feltrados e as prensas são do tipo

de sapata com duplo feltro. A secagem é formada por um secador do tipo air borne, onde

a folha é seca por processo de impingimento de ar quente, sendo que o último grupo

sopra ar frio para resfriamento da folha. A seção final é formada por uma cortadeira e

uma empilhadeira de folhas (cutter & layboy).

Figura 2.7.1-6. Máquina de secagem de celulose.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 19 -

As linhas de enfardamento são compostas de máquinas automáticas de pesagem,

prensagem, embalagem, amarração com arames e marcação de fardos. Em seguida, os

fardos (cada um com 250 kg) são empilhados em pilhas com quatro unidades. Duas

pilhas serão, em seguida, unificadas formando unidades de transporte de 2000 kg.

Na área de estocagem, empilhadeiras com garras pegarão as unidades do armazém

diretamente para os caminhões. O armazém tem capacidade para estocar

aproximadamente duas semanas de produção.

Figura 2.7.1-7 Estocagem de celulose em fardos.

Evaporação de Licor O sistema de evaporação será tipo película descendente com vários efeitos e coluna de

stripping integrada aos efeitos com capacidade para tratar o condensado da evaporação e

do cozimento.

O metanol contido nos gases de odor originários do stripper será retirado na coluna de

metanol. O metanol liquefeito será queimado na caldeira de recuperação ou no forno de

cal. Os gases concentrados serão incinerados na caldeira de recuperação.

As cinzas do precipitador e moegas da caldeira de recuperação serão coletadas com licor

preto no tanque de mistura da caldeira, e retornadas para a evaporação.

De todo o condensado produzido na evaporação, o mais limpo será utilizado na lavagem

de polpa na linha de fibras e o condensado intermediário será usado na caustificação. Os

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 20 -

condensados contaminados da evaporação e do cozimento serão tratados em coluna

stripper, e o condensado limpo poderá ser utilizado no processo.

Figura 2.7.1-8. Evaporadores.

Caldeira de Recuperação

A caldeira será do tipo alta eficiência baixo odor com sistema de ar tipo multilevel para

queima de licor a 80%. Os gases não condensáveis concentrados e diluídos da nova linha

serão incinerados na caldeira de recuperação.

Os gases do tanque de dissolução serão lavados e injetados na fornalha.

Os gases de combustão serão tratados em precipitador eletrostático de elevada eficiência.

Os ventiladores de tiragem induzida serão acionados por motor elétrico com VFD.

Os gases não condensáveis diluídos, coletados em diversas fontes nas áreas de processo,

serão introduzidos como ar terciário na caldeira de recuperação.

Na caldeira de recuperação o licor negro é transformado em carbonato de sódio (Na2CO3)

e sulfeto de hidrogênio (Na2S), conforme a reação a seguir.

Licor negro + O2 Na2CO3 + Na2S + gases

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 21 -

Figura 2.7.1-9. Caldeira de recuperação.

Caldeira de Biomassa

Será instalada uma caldeira de biomassa, tipo leito fluidizado, dimensionada para atender

as necessidades da indústria de celulose. Para tanto, é previsto descascamento de parte da

madeira na indústria.

Os gases de combustão serão tratados em precipitador eletrostático de elevada eficiência.

As cinzas serão coletadas em um silo, de onde serão retiradas e enviadas para disposição

final.

Caustificação

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 22 -

Inclui estocagem de licor verde bruto, filtração de licor verde, estocagem de licor verde

filtrado, filtração e manuseio de dregs, extinção de cal, retirada de grits, caustificação,

filtração e estocagem de licor branco, estocagem e lavagem de lama.

Quando da parada do forno de cal a lama será descartada em área de descarga para

posterior retirada.

O tanque de derrames será provido de raspador de fundo para retirada de lama

depositada.

Um sistema fará a coleta de gases diluídos dos tanques, extintor de cal, caustificadores e

filtros, para ser utilizado como ar de combustão no forno de cal.

No extintor de cal a cal virgem (CaO) é transformada em hidróxido de cálcio [Ca(OH)2],

conforme a reação a seguir.

CaO + H2O Ca(OH)2

Nos caustificadores o licor verde (Na2CO3) recebe a adição de hidróxido de cálcio

(Ca(OH)2) gerando hidróxido de sódio e carbonato de cálcio), conforme a reação a seguir.

Na2CO3 + Ca(OH)2 NaOH + CaCO3

Forno de Cal

O forno de cal é do tipo com secador externo de lama e precipitador eletrostático para

limpeza dos gases.

Um filtro lavador alimentará a lama para o forno de cal.

O sistema de descarga e transporte de cal virgem será provido de sistema de

despoeiramento.

O dimensionamento do forno considera que não há perdas no processo e toda cal

necessária para caustificação passa pelo forno.

No forno de cal a lama de cal (CaCO3 + H2O) é transformada em cal virgem (CaO),

conforme a reação a seguir.

CaCO3 + H2O CaO + CO2

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 23 -

Figura 2.7.1-10. Fornos de cal.

Planta Química

A planta química consiste em uma área específica para recebimento, armazenamento e

distribuição dos seguintes produtos principais:

Soda cáustica;

Metabissulfito de sódio;

Metanol;

Ácido sulfúrico;

Clorato de sódio;

Peróxido de hidrogênio.

Estes produtos são adquiridos de terceiros e fornecidos em caminhões do tipo tanque.

A planta química também terá capacidade de produção de dióxido de cloro e oxigênio.

Dióxido de Cloro

O dióxido de cloro será produzido através de processo convencional, o qual produzirá

dióxido de cloro puro partindo de clorato de sódio, ácido sulfúrico e metanol. O gás

dióxido de cloro produzido será absorvido em água gelada. O metanol e o ácido sulfúrico

serão adquiridos de terceiros enquanto o clorato será produzido on site em células

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 24 -

eletroquímicas. O subproduto deste processo será sulfato de sódio neutro que será

utilizado para reposição no circuito de recuperação.

Oxigênio

O oxigênio terá uma planta cativa além de um sistema de reserva de oxigênio líquido para

atender às necessidades da deslignificação, branqueamento e oxidação do licor branco.

A geração de oxigênio será feita por purificação do ar atmosférico pelo processo de

adsorção, através de peneiras moleculares (tipo “VPSA” ou "PSA"). O oxigênio de

pureza elevada é pressurizado para atender à aplicação na deslignificação e

branqueamento. A unidade será complementada com um sistema de reserva de oxigênio

líquido e vaporizadores, de forma a garantir o abastecimento em caso de falhas na planta.

A área de dissolução de sais será equipada com dispositivos para içamento de sacos e

bags, moegas, roscas dosadoras e dissolvedores, para o preparo de soluções aquosas de

sulfato de magnésio e sulfito de sódio.

Figura 2.7.1-11. Planta química.

Turbogerador Serão instalados 2 turbogeradores, sendo 1 de extração–contrapressão e 1 de extração-

condensação para atender às necessidades da indústria de celulose kraft.

O vapor de sopragem da caldeira de recuperação será extraído das turbinas.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 25 -

Válvulas redutoras de pressão para vapor de MP e BP serão instaladas com capacidade

para by-pass de uma das turbinas.

O dimensionamento do turbogerador será feito de tal maneira que a indústria seja

autossuficiente em geração de energia.

Distribuição de Energia

O sistema elétrico da Fábrica será constituído basicamente de dois geradores, acionados

por turbinas a vapor, de potencia nominal 160 MW e tensão nominal 13,8 kV interligado

ao sistema de distribuição em 34,5 kV através de transformadores 13,8-34,5 kV. O

sistema elétrico da fábrica será conectado na rede geral de energia elétrica da

concessionária em 230 kV, através de um transformador 230-34,5 kV.

Em condições normais de operação a fábrica será autossuficiente em geração de energia,

entretanto a conexão com a rede será prevista para ser utilizada durante o período de

partida, durante o “overhaul” dos turbogeradores, ou em situações de emergência e

também para venda do excedente de energia gerado pela Fábrica.

A indústria terá capacidade para produzir cerca de 320 MW, desta será consumida cerca

de 130 MW, tendo condição de exportar cerca de 190 MW.

Figura 2.7.1-12. Diagrama unifilar simplificado do sistema de energia elétrico da fábrica.

Page 29: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 26 -

Torre de Resfriamento

Serão instaladas torres de resfriamento do tipo contracorrente com ventilador de exaustão

no topo que visam fechamento de circuito de águas na indústria. As torres atenderão aos

consumidores da indústria de celulose, incluindo sistema de utilidades (turbogerador,

compressores, etc.).

Figura 2.7.1-13. Torres de resfriamento.

Ar Comprimido

Serão instalados compressores e secadores de ar para o fornecimento de ar de serviço,

bem como, ar de instrumentos, cada qual com sua rede independente.

Ventilação e Ar Condicionado

As salas elétricas e salas de controle serão equipadas com sistema de ar condicionado

individual, tipo self-contained. A água para resfriamento das unidades de ar condicionado

será proveniente da torre de resfriamento.

Estocagem de Óleo Combustível

O óleo tipo 1A será utilizado nas áreas de caldeira de recuperação, caldeira de força e

forno de cal. Este óleo será estocado, aquecido e distribuído para os consumidores numa

temperatura de 70ºC.

Tratamento de Água Industrial

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 27 -

A demanda total prevista de água para operação da indústria será de aproximadamente

8.000 m³/h (192.000 m³/dia).

A captação de água no rio Tocantins será realizada através de uma estação elevatória por

5 bombas centrífugas de 2.200 m³/h, sendo uma reserva. A estação elevatória será ainda

provida de 4 grades mecanizadas (uma reserva) para remoção de sólidos grosseiros e terá

uma capacidade máxima total de 8.500 m³/h.

A linha de adução da água bruta (comumente conhecida por adutora) terá

aproximadamente 1.500 mm de diâmetro e será em aço carbono. Em função de sua

extensão, diâmetro e diferença de nível, a adutora será equipada com sistema de

amortecimento de golpes de aríete, composto de 3 tanques hidropneumáticos e

compressores que manterão a pressão no interior desses tanques.

A água bruta proveniente da estação de bombeamento terá sua vazão medida em um

medidor Parshall, no qual será adicionado sulfato de alumínio, soda cáustica,

polieletrólito e novamente hipoclorito de sódio, para promover a remoção de ferro, além

de oxidar a matéria orgânica presente.

A soda cáustica tem por função acertar a faixa de pH ideal, enquanto que o sulfato de

alumínio age como coagulante, e o polieletrólito como floculante, aumentando o peso dos

flocos. Com os flocos mais pesados, a velocidade de sedimentação aumenta e

consequentemente diminui a área superficial dos clarificadores.

Visando melhorar o contato e diluição dos produtos químicos na água bruta serão

instalados 3 tanques de floculação equipados com agitadores mecânicos serão instalados.

Em seguida, por gravidade, a água seguirá para 3 clarificadores, onde ocorrerá a

separação sólido-líquido. Os clarificadores serão dotados de módulos tubulares visando

aumentar sua performance, além de diminuir a área necessária para clarificação. O lodo

será coletado no fundo dos clarificadores sendo, em seguida, descarregado periódica e

automaticamente no canal central de descarga de onde será direcionado para o sistema de

desaguamento através de centrífugas, e posterior disposição em aterro industrial.

Por gravidade, a água decantada será conduzida por canais até 9 filtros de areia, com uma

área total de 780 m². Conforme a filtração avança, o meio filtrante vai se colmatando e o

nível d'água subirá, até soar um alarme que indicará a necessidade de se efetuar a contra-

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 28 -

lavagem. A operação de contra-lavagem será feita automaticamente e a água utilizada

será coletada em cada filtro por calhas para enviar essas águas para o sistema de captação

de água bruta, visando reaproveitamento.

Após a filtração, a água tratada será estocada em um reservatório de 30.000 m³,

incluindo-se o volume destinado para combate a incêndio. No reservatório, estarão

instaladas 4 (3+1) bombas de água para distribuição da água industrial para a fábrica de

celulose e papel. A capacidade de cada uma dessas bombas será de 2.500 m³/h, sendo que

a medição de vazão será feita através por medidores do tipo magnéticos.

2.7.2 Equipamentos

A lista dos principais equipamentos e suas capacidades é apresentada na Tabela a seguir.

Tabela 2.7.2/1. Lista dos principais equipamentos e suas capacidades.

Equipamentos Quantidade Capacidade Total

Captação (bombas) 4 + 1 reserva 11.000 m³/h

Branqueamento 1 6.350 ADtB/d

Caldeira de Recuperação 1 9.350 tss/d

Caustificação 1 20.000 m³ licor branco/d

Cozimento 1 6.800 ADt/d

ETA 1 192.000 m³/d

ETE 1 180.000 m³/d

Evaporação 1 2.150 t H2O /h

Forno de cal 1 ou 2 1.600 t cal/d

Separação de nós 1 6.700 ADt/d

Depuração 1 6.700 ADt/d

Deslignificação por Oxigênio 1 6.500 ADtB/d

Secagem 1 6.700 ADtB/d

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 29 -

Equipamentos Quantidade Capacidade Total

Planta Química 1 75 t Cl2/d

Torres de resfriamento 2 60.000 m³/h

Tratamento de água para caldeiras 6 75 t/h

Turbogeradores 2 320 MW

Ar comprimido 3 435 Nm³/min

2.7.3 Estocagem

As estocagens realizadas durante o processo de fabricação de celulose branqueada são

apresentadas na Tabela a seguir.

Tabela 2.7.3/1. Estocagens de processo.

Área Volume

Toras para celulose 140.750 m3s

Cavacos 128.500 m3l

Biomassa 4.500 m3s

Blow tank 7.600 m3

Tanque de estocagem de licor de lavagem 8.000 m3

Torre de estocagem de polpa marrom 10.000 m3

Torre de estocagem de polpa branqueada 2 x 10.000 m3

Torre de quebras 5.600 m3

Torre de água branca 5.100 m3

Tanque de licor branco 7.500 m3

Tanque de licor preto diluído 2 x 7.000 m3

Tanque de licor preto concentrado 1.100 m³

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 30 -

Área Volume

Tanque de spill – evaporação 2.500 m³

Tanque de licor verde bruto 5.400 m³

Tanque de licor verde filtrado 5.400 m³

Tanque de spill – caustificação 2.000 m³

Tanque de licor branco fraco 5.400 m³

Silo de cal de make-up 3.800 m³

Silo de cal queimada 2.000 m³

Lama de cal 3.400 m³

Tanque de água desmineralizada 2.700 m³

Água tratada 32.000 m³

Lagoa de emergência 100.000 m³

2.8 Sistemas de Controle Ambiental 2.8.1 Sistema de Controle de Derrames

O sistema de coleta e manuseio de derrames foi concebido de tal forma, que as descargas

acidentais possam ser coletadas tão perto da fonte quanto possível, e recicladas

diretamente para o seu próprio estágio de processo.

As abordagens principais são:

Represamento com muros de contenção ao redor de tanques e equipamentos onde

existam licores pretos ou brancos e químicos. Um vazamento/derramamento acidental

será coletado e retornado diretamente ao processo;

Sistemas de tanques e equipamentos que permitirão conduzir apropriadamente restos

de licores quando houver necessidade de esvaziamento para manutenção. Os licores

de processo serão levados a um tanque de derrames e retornados diretamente ao

processo em vez de descarregados para a rede de efluente;

Page 34: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 31 -

Nas áreas com potencial de derrames haverá interligação das canaletas do piso com

poços de bombeamento, de onde os líquidos serão retornados ao processo;

Uma lagoa de emergência no tratamento de efluentes, para onde poderão ser

direcionados também os efluentes principais no caso de derrames que não tenham

sido contidos com os meios anteriormente previstos;

Instrumentação apropriada para monitoramento online do efluente, e um bom sistema

supervisor de apoio aos operadores na detecção de descarga acidental e tomada de

medidas corretivas adequadas;

Treinamento dos operadores, gerenciadores do processo e sistemas informativos,

onde as questões ambientais e descargas acidentais exigem atenção contínua.

As áreas sujeitas a vazamentos ou derramamentos de licores e de produtos químicos e

seus respectivos conceitos de recuperação são descritos a seguir:

Digestor e linha de polpa marrom

As descargas acidentais desta área poderão ter licor preto e fibras, e deverão ser

recuperadas.

Será instalado um tanque de derrames. O ponto preferencial para o retorno deste tanque

será a diluição na parte inferior do tanque de descarga.

Tanto quanto possível, os transbordos e drenos vindos de equipamentos de processo

deverão ser conectados diretamente ao tanque de derrames, ou alternativamente, para o

tanque de alimentação anterior ao equipamento.

Possíveis derrames adicionais serão coletados nas canaletas do piso e serão conduzidos a

um reservatório, de onde serão bombeados para o tanque de derrames.

Branqueamento

Os transbordos e derrames desta área poderão conter fibras, filtrados e químicos como

soda cáustica, dióxido de cloro e ácido sulfúrico. Perdas acidentais de fibras serão

encaminhadas à estação de tratamento de efluentes e serão separadas no tratamento

primário. Os químicos serão neutralizados antes de serem enviados à estação de

tratamento de efluentes.

Page 35: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 32 -

Máquinas de secagem

Os transbordos e derrames desta área contêm fibras, mas não uma quantidade

significativa de elementos dissolvidos. Caso não sejam coletadas na área, perdas de fibras

serão encaminhadas à estação de tratamento de efluentes e serão separadas no tratamento

primário.

Evaporação

As descargas acidentais destas áreas têm elevado conteúdo de licor preto, e deverão ser

recuperadas. O tratamento básico é semelhante ao da área de cozimento e linha de polpa

marrom.

Os derrames desta área serão dirigidos para o tanque de derrames de licor, de onde serão

enviados para o tanque de licor fraco, com a alimentação feita de forma proporcional. O

licor das águas de lavagem da evaporação será também canalizado para este tanque,

assim como, o eventual excesso de condensado contaminado, no caso de problemas com

o polimento de condensado.

As canaletas do piso serão conectadas a um poço de coleta, de onde os derrames serão

retornados ao tanque de derrames de licor. O tanque será instalado dentro de bacia de

contenção.

A seguir, como exemplo, é apresentado o esquema de coleta de derrames da área de

evaporação, esse esquema será implantado em todas as áreas produtivas de fabricação de

celulose.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 33 -

Figura 2.8.1-1. Sistema de coleta de derrames da área de evaporação.

Caldeira de recuperação

As descargas acidentais desta área têm elevado conteúdo de licor preto, e deverão ser

recuperadas. O tratamento básico é semelhante àquele da área de cozimento e linha de

polpa marrom.

Os derrames dos pisos superiores serão coletados e enviados a um tanque de despejo,

seguindo então para o poço de coleta, que também irá receber os derrames ocorridos no

piso térreo. Esses derrames serão bombeados para um tanque de derrames na planta de

evaporação, onde serão recuperados.

Caustificação

Nesta área, os derramamentos serão coletados e enviados a dois poços de coleta, que

possuem sistema de agitação, medição de condutividade e bombas. Caso o derrame esteja

dentro de certa faixa de condutividade, este será enviado ao tanque de licor fraco para

recuperação.

Foi previsto um sistema de recuperação de lama de cal nas ocasiões de paradas não

programadas do forno de cal. A estocagem provisória da lama será realizada em local

pavimentado com paredes, evitando assim, sua perda e posterior recuperação.

Outras áreas

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 34 -

A área de preparação de químicos estará cercada por muretas de contenção em seu

entorno. Além disso, os tanques de produtos químicos também estarão contidos por

diques. Caso haja algum derramamento na área, serão enviados a tanques de mistura para

ajuste de pH, sendo, então, encaminhados para a estação de tratamento de efluentes.

O armazenamento de óleo combustível será, também, contido por muretas de contenção

com um poço. Em caso de derramamento, será instalada uma bomba que enviará o óleo a

um caminhão tanque.

Os aquecedores de óleo nas áreas de processo deverão ter suas próprias muretas de

contenção.

Todas as áreas de processo contarão com sistema Spill, sistema de comportas e

condutividade de efluentes. A partir de determinada condutividade, o efluente é

recuperado no processo.

2.8.2 Movimentação de Produtos e/ou Resíduos Perigosos A BRAXCEL, em seu processo produtivo, utilizará uma variedade de produtos

considerados insumos básicos para o processo industrial.

A empresa dispõe de políticas e procedimentos internos visando prevenir o mau uso, e

traçando rotinas para o caso de acidentes durante o transporte e movimentação desses

produtos, tanto interna quanto externamente.

No ato da compra de qualquer produto crítico ao meio ambiente, a BRAXCEL alertará ao

fornecedor e à transportadora para o cumprimento da legislação vigente, assim como

normas aplicáveis dos procedimentos internos adotados pela empresa.

A empresa exigirá, quando necessário, que o produto esteja acompanhado por "FICHA

DE EMERGÊNCIA", e que o veículo transportador e seus ocupantes estejam

devidamente sinalizados e identificados.

O transporte interno de produtos e resíduos perigosos nas áreas da BRAXCEL ou inter-

áreas será feito por veículo próprio da empresa ou fretado, observando-se todos os

procedimentos pré-estabelecidos para esta prática, e seguindo todas as normas de

segurança, proteção individual e meio ambiente.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 35 -

A empresa deverá implementar programas de treinamento de pessoal para combate a

emergências provocadas por estes produtos, tanto na área industrial quanto na área de

recursos naturais. Manterá uma brigada de emergência de plantão especialmente treinada

e habilitada para atendimento em caso de qualquer sinistro nas áreas internas da empresa

ou mesmo externamente, mantendo um telefone para comunicação de qualquer

emergência de transporte.

Movimentação de Madeira

O transporte de madeira dos depósitos para a fábrica requer cuidados especiais,

principalmente no tocante à segurança, uma vez que as carretas trafegam em estradas com

acesso público, o que exige o cumprimento de medidas preventivas para evitar acidentes

que exponham a integridade dos usuários desta via. A seguir, serão apresentadas algumas

das medidas preventivas:

A carga não deve apresentar pontas de madeira e/ou toretes que excedam os limites

laterais e superiores dos fueiros e malhal;

A carga não deve apresentar contaminação por areia, óleos, graxas, plásticos,

materiais metálicos e corpos estranhos;

O motorista deve acompanhar e orientar os grueiros/operadores por ocasião da

carga/descarga;

Os cabos de amarração devem estar sempre tensionados, sendo obrigatória sua

revisão e reaperto em pontos previamente estabelecidos de acordo com o trajeto:

Os veículos devem transitar com os faróis acesos e ter todos os seus itens de

segurança (luzes, defletores, extintor de incêndio, pára-lama e pára-barros) na mais

perfeita ordem;

O motorista deve portar EPI: capacete, botina e luvas, adequados às funções, estar

vestido adequadamente com calça e camisa, bem como portar o crachá de

identificação;

Toda carga deve ter sua altura máxima limitada conforme legislação (Resolução

CONTRAN nº 196/2006);A velocidade máxima permitida é de 60 km/h nas estradas

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 36 -

não pavimentadas, e no asfalto de acordo com a legislação, não sendo permitido

viajar em comboio.

A empresa promoverá, eventualmente, fiscalização e/ou auditoria nas empresas

fornecedoras e transportadoras verificando a observância destas diretrizes.

Movimentação de Produtos Perigosos na Unidade Industrial

A movimentação de produtos perigosos de responsabilidade da unidade industrial da

empresa segue as seguintes diretrizes:

Objetivo:

As normas e procedimentos internos estabelecem diretrizes relativas à segurança, quanto

aos veículos de cargas perigosas, que se destinam as instalações da BRAXCEL,

orientando todas as partes envolvidas para movimentação segura de produtos, pessoas e

preservação do ambiente.

Documentos de Referência:

A BRAXCEL seguirá o cumprimento dos diplomas legais identificados como pertinentes,

a partir dos procedimentos de avaliação da legislação ambiental, componentes do Sistema

de Garantia Ambiental da empresa, e normas adotadas voluntariamente pela própria

empresa.

Diretrizes da BRAXCEL:

A BRAXCEL dentro de sua filosofia de acompanhamento de produto, se empenhará no

sentido de reduzir o risco de acidentes

A empresa comunicará ao NATURATINS os acidentes com transporte de produtos

perigosos, conforme estabelecido na legislação em vigor.

Área de Segurança e/ou Área de Transporte:

Executará por meio de empresas especializadas o controle de transporte em todo o trajeto

de produtos perigosos desde seu fornecedor até as instalações da empresa, aplicando o

check-list, verificando as condições dos pontos de apoio das transportadoras em casos de

emergência, as condições das estradas e dos equipamentos de proteção individual.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 37 -

Elaborará relatório de todas as irregularidade encontradas, para que sejam tomadas as

devidas providências junto aos fornecedores /transportadoras.

Informará aos envolvidos e registrará todas as ocorrências que envolvam transporte de

produtos perigosos.

Manterá um arquivo atualizado do controle dos transportadores de produtos perigosos, no

que se refere às seguintes documentações:

Relação atualizada dos motoristas;

Certificados;

Plano de Emergência;

Certificado de Capacitação para transporte de produtos perigosos.

Área de Contratos:

Quando da carta convite, antes da licitação/contratação, fornecerá, aos

transportadores/fornecedores de produtos perigosos, cópias das políticas e procedimentos,

legislações e normas internas da BRAXCEL, para preservação do patrimônio, segurança

e preservação do ambiente, os quais serão premissas para contratação final e execução

das atividades.

Transportadoras/Fornecedoras:

As transportadoras atualizarão anualmente, ou quando houver alguma alteração, as suas

documentações (certificado de capacitação para transporte de produtos perigosos, exame

médico dos motoristas, certificados, plano de emergência, relação dos motoristas),

enviando ao setor responsável.

As transportadoras fornecerão em seus planos de emergência, todos os contatos

telefônicos, pontos de apoio e procedimentos de segurança, em casos de acidentes com

produtos perigosos.

Garantirão que seus veículos estão dentro dos padrões legais para transporte de produtos

perigosos.

Responsabilizar-se-ão por danos a equipamentos ou acidentes às pessoas dentro da área

industrial, por culpa ou inobservância das regras de segurança.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 38 -

Manterão um rápido e eficiente sistema de comunicação com a BRAXCEL em casos de

acidentes com carretas de produtos perigosos.

- Motoristas:

Deverão observar todos os requisitos básicos de segurança no âmbito da BRAXCEL.

Deverão comunicar qualquer irregularidade na carreta durante o descarregamento do

produto, à área operacional, que, posteriormente, comunica a Segurança Industrial.

Qualquer dano causado aos equipamentos da BRAXCEL será comunicado de imediato à

Segurança Patrimonial que emitirá um relatório de ocorrência.

Em qualquer atitude de desobediência às normas internas de segurança, o motorista

poderá ser retirado da área, e ter sua entrada definitivamente proibida nas dependências

da empresa.

São sabedores do uso dos equipamentos de segurança e sua utilização em casos normais

de descarga e em situações de emergência.

Situações de Emergência

Interior da Empresa:

No caso de vazamento de produtos perigosos, a segurança industrial será acionada e

tomará todas as medidas preventivas para salvaguardar a segurança dos trabalhadores, o

patrimônio da empresa, e o ambiente.

Fora da Empresa:

A BRAXCEL exigirá dos transportadores contratados a inclusão no escopo de serviço

especializado de emergência, no qual empresas especializadas mantêm equipes e recursos

disponíveis 24hs por dia para incidentes, cobrindo o trajeto desde a saída do

fabricante/distribuidor até o site fabril.

Para acidentes com produtos perigosos, próximo à empresa, será fornecido todo o apoio

necessário.

Emitirá o relatório da ocorrência ao Setor de Meio Ambiente.

Page 42: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 39 -

2.8.3 Efluentes Líquidos Os efluentes industriais gerados na fábrica serão coletados em duas redes: efluentes

contendo sólidos suspensos e efluentes sem (baixo) sólidos suspensos.

Os efluentes de processo com sólidos suspensos serão basicamente formados por:

Efluentes do manuseio de madeira;

Efluentes da depuração de polpa;

Efluentes da caustificação e do forno de cal;

Efluentes da máquina de secagem.

Os efluentes de processo sem sólidos suspensos serão basicamente formados por:

Efluentes de processo do cozimento;

Filtrados ácidos e alcalinos do branqueamento;

Excesso de condensado da evaporação;

Efluentes da planta química;

Efluentes (descargas instantâneas) da planta de desmineralização de água;

Efluentes da área da turbina e do compressor;

Efluentes do laboratório (tratamento separado para solventes e produtos químicos

perigosos);

Efluentes das oficinas de manutenção e de lavagem de veículos (as oficinas serão

providas de separadores de água e óleo).

Além destes efluentes, serão gerados esgotos sanitários e águas pluviais contaminadas

que incidem diretamente nas áreas produtivas. As águas pluviais que não incidem nas

áreas produtivas, mas tem potencial de contaminação por acidentes, serão coletadas e

encaminhadas para lagoa de águas pluviais, onde serão monitoradas em relação ao pH,

condutividade e aspecto visual. Caso confirme a contaminação, estas águas serão

enviadas para o sistema de tratamento de efluentes, caso contrário, elas serão

encaminhadas para os corpos d’água receptores.

Page 43: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 40 -

Descrição do Sistema de Tratamento de Efluentes

O sistema de tratamento de efluentes é contínuo e consiste basicamente de duas fases:

remoção de sólidos e remoção de carga orgânica. As principais unidades deste sistema

estão relacionadas e descritas a seguir.

As principais etapas do processo de tratamento de efluentes são:

Clarificadores primários;

Lagoa de emergência;

Lagoas de águas pluviais com potencial de contaminação;

Neutralização;

Resfriamento;

Lodos ativados – tanque de aeração;

Clarificador secundário;

Emissário.

A seguir são descritas algumas das etapas do sistema de tratamento.

Clarificadores Primários

Os efluentes contendo sólidos suspensos serão enviados para clarificadores primários

para reduzir a quantidade de sólidos suspensos. Os sólidos sedimentados e as escumas

serão retirados por meio de bombas que enviarão para o sistema de desaguamento de lodo

primário. O efluente clarificado será encaminhado para o sistema de neutralização.

Lagoa de Emergência

Além dos sistemas de prevenção e coleta de vazamentos e derramamentos previstos em

cada departamento da fábrica, haverá uma lagoa de emergência na estação de tratamento

de efluentes. A finalidade desta lagoa será receber todos os efluentes com características

fora de especificação. Uma vez desviados para a lagoa de emergência, o conteúdo desta

será dosado para a entrada do tanque de neutralização de forma que nenhum distúrbio

seja criado no tratamento biológico.

Page 44: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 41 -

A operação desta será controlada pelo monitoramento online de pH, temperatura e

condutividade. Quando ocorrerem níveis fora da escala aceitável, as válvulas serão

fechadas e o efluente será desviado para a lagoa de emergência.

Lagoa de águas pluviais com potencial de contaminação

As águas pluviais que não incidem nas áreas produtivas, mas tem potencial de

contaminação por acidentes, serão coletadas e encaminhadas para esta lagoa, onde serão

monitoradas em relação ao pH, condutividade e aspecto visual. Caso confirme a

contaminação, estas águas serão enviadas para o sistema de tratamento de efluentes, caso

contrário, elas serão encaminhadas para os corpos d’água receptores.

Neutralização do Efluente

O efluente clarificado nos clarificadores primários será enviado para um tanque de

neutralização, que receberá, também, os efluentes sem (baixo) sólidos suspensos. A

finalidade desta etapa será neutralizar o efluente combinado, através da adição de soda

cáustica ou de ácido sulfúrico, visando manter um pH entre 6 e 8, tornando-o apropriado

para o tratamento biológico.

Resfriamento do Efluente

Devido ao efluente neutralizado apresentar, ainda, uma temperatura considerada elevada

para o tratamento biológico, o efluente deverá ser resfriado, para que atinja temperatura

adequada ao desempenho do tratamento biológico.

Lodos Ativados

O sistema de tratamento biológico adotado na BRAXCEL será do tipo aeróbico por lodos

ativados que é a melhor tecnologia prática disponível. O processo de lodos ativados é

uma tecnologia comprovada e normalmente utilizada nas indústrias de celulose do mundo

todo.

Page 45: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 42 -

Figura 2.8.3-1. Tanque de aeração (figura ilustrativa).

Emissário de Efluente Tratado

O emissário destina-se ao lançamento dos efluentes tratados no rio Tocantins de forma

controlada e segura por intermédio do lançamento subaquático em condições que

impeçam a formação de espumas, e promovam a dispersão da forma mais eficiente no

corpo receptor.

Figura 2.8.3-2. Emissário subaquático.

Page 46: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 43 -

2.8.4 Emissões Atmosféricas As principais emissões atmosféricas significativas da unidade industrial da BRAXCEL

são:

MP (material particulado);

TRS (compostos reduzidos de enxofre);

SOx (óxidos de enxofre);

NOx (óxidos de nitrogênio).

O sistema controle das emissões atmosféricas adotará a filosofia de gerenciamento

ambiental, que consiste na prevenção da poluição através da utilização de tecnologias de

última geração.

A minimização, controle e monitoramento das emissões atmosféricas serão baseadas nas

seguintes tecnologias:

Utilização de caldeira de recuperação de baixo nível de odor;

Elevado teor de sólidos secos de até 80 % no licor da caldeira de recuperação, o que

minimiza emissões de SO2;

Utilização de precipitadores eletrostáticos de alta eficiência para a caldeira de

recuperação, caldeira de força e forno de cal;

Coleta de gases não condensáveis concentrados (GNCC) do digestor e evaporação, e

sua incineração na caldeira de recuperação (incineração com chama protegida);

Coleta extensiva de gases não condensáveis diluídos (GNCD) do digestor, linha de

polpa marrom, evaporação, com tratamento na caldeira de recuperação;

Tratamento dos gases do tanque de dissolução na própria caldeira de recuperação;

Limpeza eficiente dos gases de alívio da planta de branqueamento;

Sistemas de monitoramento de gases e sistema de controle em tempo real,

identificação e correção rápida dos distúrbios operacionais.

A descrição do precipitador é similar ao descrito para a caldeira de recuperação.

Page 47: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 44 -

2.8.4.1 Sistema de Coleta e Incineração de Gases Não Condensáveis Os gases não condensáveis concentrados (GNCC) gerados no cozimento e na evaporação

de licor preto serão incinerados na caldeira de recuperação e, como back-up, estes gases

serão queimados na caldeira de biomassa.

Os gases não condensáveis diluídos (GNCD) coletados em diversas fontes nas áreas de

processo serão introduzidos como ar terciário na caldeira de recuperação e, como back-

up, estes gases serão desviados e queimados na caldeira de biomassa.

Os gases diluídos provenientes do tanque de dissolução da caldeira de recuperação serão

resfriados em um lavador, aquecidos novamente e introduzidos como ar terciário na

caldeira de recuperação.

Os gases de ventilação do extintor de cal, caustificadores, tanques de estocagem e

equipamentos da caustificação serão coletados, resfriados em trocador de calor para

remoção de umidade e enviados, por meio de ventilador, como ar de combustão para o

forno de cal.

2.8.4.2 Sistema de Dispersão das Emissões Atmosféricas – Chaminé As emissões das caldeiras de recuperação, forno de cal e da caldeira de força serão

conduzidas por dutos individuais e independentes até a emissão final para atmosfera.

Esses dutos independentes estarão envoltos em um único corpo de concreto, a chaminé

com altura prevista de 110 m.

2.8.5 Resíduos Sólidos

Fontes de Geração

Na unidade industrial da BRAXCEL, durante a fase de operação, serão gerados resíduos

sólidos industriais e não indústrias.

Os resíduos sólidos industriais gerados pelo processo produtivo de celulose serão

provenientes das áreas de manuseio de madeira, caustificação, caldeira e estações de

tratamento de água e efluentes.

Nesta categoria, estão incluídos os seguintes resíduos principais:

Resíduos da preparação de madeira;

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 45 -

Cinzas de caldeira de biomassa;

Dregs, Grits e lama de carbonato;

Lodo da Estação de Tratamento de Água.

Lodo Primário da Estação de Tratamento de Efluentes;

Lodo Secundário da Estação de Tratamento de Efluentes.

Os resíduos sólidos industriais correspondem a todos os materiais descartados pelas

atividades administrativa e operacional de apoio, as quais abrangem as atividades de

escritórios, refeitório e oficinas de manutenção.

Quanto aos resíduos não industriais, estão incluídos os seguintes resíduos principais:

Papel/Papelão;

Plásticos;

Sucatas Metálicas;

Resíduos das oficinas de manutenção;

Resíduos do refeitório;

Resíduos de serviços de saúde.

Gestão dos Resíduos Sólidos

Durante a operação da unidade industrial será implantada a coleta seletiva dos resíduos

sólidos, onde serão utilizados recipientes apropriados e identificados de acordo com o

padrão de cores estabelecidos na Resolução CONAMA nº 275/2001, conforme

apresentado na Tabela a seguir.

Tabela 2.8.5/1. Padrão de cores para armazenamento de resíduos.

Resíduos Cor Papel / Papelão Azul

Plástico Vermelho Vidro Verde Metal Amarelo

Madeira Preto Resíduo Perigoso Laranja

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 46 -

O acondicionamento dos resíduos será realizado em coletores adequados, de tal forma

que elimine os riscos à saúde humana e ao meio ambiente.

O armazenamento temporário dos resíduos deve estar de acordo com as Normas ABNT

NBR 11.174 – Armazenamento de Resíduos classes IIA – não inertes e IIB – inertes e

ABNT NBR 12.235 – Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos.

Os resíduos sólidos com características orgânicas provenientes da ETE, tais como lodo

primário e secundário serão destinados à compostagem, e, em último caso, enviados para

aterro industrial.

Os resíduos inorgânicos provenientes da caustificação (dregs, grits, lama de cal), assim

como, as cinzas de caldeira serão também processados por compostagem e utilizados

como condicionadores de solo em fazendas, incluindo as da BRAXCEL. A última opção

para disposição desses resíduos será aterro industrial.

3. CARACTERÍSTICA DA REGIÃO

3.1 Localização do Município de Peixe O município de Peixe localiza-se a uma latitude 12º01'30" sul e a uma longitude

48º32'21" oeste, estando a uma altitude de 240 metros. Possui uma área de 5111,29 km².

Resíduo de serviço de saúde Branco Resíduo radioativo Roxo

Orgânico Marrom Resíduo geral não reciclável Cinza

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 47 -

Figura 3.1-1 – Localização do município de Peixe (em vermelho).

3.2 Características Climatológicas e Meteorológicas da Região Clima

Segundo MMA e ANA (2009), a Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia

caracteriza-se pela regularidade climática, com estações que apresentam pequenas

variações anuais e índices pluviométricos e termométricos crescentes no sentido sul-

norte.

Conforme este estudo (Figura 3.2-1), a AII do empreendimento situa-se no tipo climático

Aw (quente e úmido megatérmico) segundo a metodologia de Köeppen, apresentando as

seguintes características principais:

- índice pluviométrico anual da ordem de 1.700 mm;

- temperaturas médias mensais oscilando entre 24 e 26°C;

- período de estiagem no trimestre junho a agosto, quando os totais pluviométricos são

inferiores a 10 mm.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 48 -

Figura 3.2-1: Tipos Climáticos de Köeppen da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, com indicação aproximada da AII do empreendimento.

Page 52: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 49 -

Caracterização da Dinâmica Atmosférica Regional

O regime de chuvas da região é devido, quase que exclusivamente, aos sistemas de

circulação atmosférica, sendo que o efeito do relevo é pouco significativo (MMA e ANA,

2009).

Segundo Themag (2000), os mecanismos de produção de precipitação que incidem na

região são:

A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que consiste na região de convergência

dos ventos alísios dos dois hemisférios, estando associada a uma faixa de baixa pressão e

convergência do escoamento nos baixos níveis da atmosfera, que propicia condições

favoráveis ao movimento ascendente e consequente presença de nebulosidade e

precipitação.

A ZCIT migra sazonalmente de sua posição mais ao norte, em agosto-setembro, para sua

posição mais ao sul, em março-abril, sendo a quantidade de chuva que atinge a região,

variável em função de seu deslocamento e intensidade.

Os sistemas frontais estão associados às ondas baroclínicas que transportam massas de

ar de origem polar em direção aos trópicos, as quais ocorrem ativamente em todas as

estações do ano, promovendo uma modulação de regimes pluviométricos e de

temperatura em grande parte do Brasil.

As linhas de Instabilidade, associadas às brisas marítimas na costa Norte-Nordeste e

decorrentes do gradiente térmico entre o continente e o oceano, podem ultrapassar a faixa

litorânea e propagarem-se como linhas de instabilidade em direção às áreas mais

interiores, como a bacia do Tocantins.

Caracterização Climática Regional

Precipitação Segundo Themag (2000), a precipitação na região é marcada pela época chuvosa, quente

e úmida, que alterna sazonalmente com a época relativamente seca e mais fria. A época

chuvosa tem início entre outubro e novembro e se estende até março, enquanto que a

época seca inicia-se entre maio e junho e se estende até setembro. Os meses de dezembro

Page 53: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 50 -

e janeiro são os mais chuvosos do ano, enquanto que junho, julho e agosto são os mais

secos. A precipitação durante a época chuvosa é generalizada, persistente e intensa.

Segundo MMA e ANA (2009), a AII do empreendimento situa-se na Unidade de

Planejamento 10 – Alto Médio Tocantins, cuja precipitação anual é de 1598 mm.

Entretanto, segundo o mapa de isoietas de precipitação anual (Figura 3.2-2), a AII

interfere com as isoietas 1.401-1.500 e 1501-1.600, sendo razoável considerar-se um

valor de precipitação média anual de 1.500 mm.

Quanto ao regime intraanual, utilizando-se dados da Themag (2000) relativos ao posto

fluviométrico do Gurupi (código ANEEL 01149002), considerado como representativo

da área, observa-se a presença de dois períodos bem distintos: um chuvoso, de novembro

a março, concentrando 77% do total anual e, outro bem seco de maio a setembro, com

apenas 5% de precipitação.

Na Tabela 3.2-1, é apresentada a série de totais mensais de precipitação no posto Gurupi,

cobrindo o período de 1972 a 1997.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 51 -

Posto: Gurupi Código ANEEL: 01149002

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual1972 303,7 246,2 123,2 188,5 4,3 0 0 12,5 0 45,6 297,1 357 15781973 212,5 139 226,4 112,6 23 40 0 0 83,6 252,5 329,4 140,6 15601974 31,8 55,1 352,6 46,2 4,5 0 0 1,8 19,3 81,8 213,7 218,2 10251975 171,6 328,8 207,2 207,2 21,2 0 21 0 1,7 247,2 259,9 241 17071976 183,3 369,9 157,5 58,2 9,6 0 0 0 98,3 159,3 373,8 117,7 15281977 356 157 111,7 186,3 10,4 12,8 0 0 129,1 168,4 162,7 173,3 14681978 321,9 271,8 149,7 142,1 67,7 16,4 61,4 0 28,5 89,6 173,9 389,1 17121979 209,3 283,8 206,2 111,5 9,4 0 0 66 7,4 183,7 88 101,8 12671980 293,7 631,5 206 63,8 1 0 0 0 13,3 103,2 188,5 277,4 17781981 121,8 33,3 258,2 103,1 0 47 0 9,2 0 169,4 401,9 143,6 12881982 334,2 106,8 254,9 121,8 5,2 0 0 0 99,3 129 118,7 89,8 12601983 207,8 276,4 201,7 46,6 0 0 0 0 22,3 129,7 120,3 298,1 13031984 83 47,6 281 180,6 17,8 16,4 0 0 51,7 160,2 69,8 116,8 10251985 598,2 186,6 350 238,4 0 0 0 15 2 140,6 188 229 19481986 122 142 272 104,2 0 0 0 13 0 90,5 68,7 351,5 11641987 128,6 124,7 429,3 48,2 0 0 0 0 32,2 56 208,2 345,7 13731988 95,9 144,7 263,1 139,4 1,4 16,4 0 0 70 168,5 135,1 283,5 13181989 284,4 192,7 224 86,4 12,7 2,5 0 2 27 151 180 59,9 12231990 142 151,9 290,1 45,5 63 0 4,4 36,6 68,1 50,5 234,9 170,8 12581991 264,5 230,1 257,8 120,1 0 0 0 0 0 102,3 260,1 254,4 14891992 470 248,2 112,8 109,3 6,3 5 0 0 85,1 73,1 219,6 437,6 17671993 143,3 332,5 126,7 195 68,8 0 0 26,6 28,9 105,5 200 190,1 14171994 268,8 212,5 300,7 175 0 16,7 0 0 0 21,9 258,4 241,9 14961995 152,4 301,5 209,1 260,4 65,8 0 0 0 8,4 195,9 333,6 218 17451996 124,6 123,8 211,5 134,7 3,8 0 0 2,2 0 111,8 151,7 98,7 9631997 227,4 198,8 462,3 240,3 0,8 0,3 0 0 69,2 112,8 178,6 260,3 1751

Média 225,1 213,0 240,2 133,3 15,3 6,7 3,3 7,1 36,4 126,9 208,3 223,3 1439Mínima 31,8 33,3 111,7 45,5 0 0 0 0 0 21,9 68,7 59,9 963Máxima 598,2 631,5 462,3 260,4 68,8 47 61,4 66 129,1 252,5 401,9 437,6 1948

Tabela 3.2-1: Total Mensal de Chuva (mm) – Themag (2000).

Temperatura De modo geral, as temperaturas médias anuais na região tendem a diminuir à medida que

aumenta a latitude, variando de 25°C ao norte até 21°C nos limites com o Estado de

Goiás.

Segundo Themag (2000), a amplitude entre as médias máximas e médias mínimas é da

ordem de 12°C. Assim, no trecho mais ao norte da área de interesse, a temperatura média

máxima está ao redor de 33°C, enquanto a média mínima é da ordem de 21°C. Já ao sul,

junto à divisa de Goiás, as temperaturas média máxima e média mínima decrescem para

30°C e 17°C, respectivamente.

Embora as temperaturas médias sejam elevadas, a posição continental da área faz com

que as temperaturas à noite sejam amenas quando comparadas às do período noturno.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 52 -

Evaporação Segundo Themag (2000), a evaporação média anual varia de 1.100 a 1.700 mm, com os

menores valores ocorrendo na porção sudoeste da área e com os maiores ao norte da

cidade de Porto Nacional.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 53 -

Figura 3.2-2: Isoietas de Precipitação Anual da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, com indicação aproximada da AII do empreendimento.

Page 57: 701_Pauta Nacional de Reivindicações Aprovada no 32 CONREP (2).pdf

ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 54 -

Ventos

Para a caracterização da velocidade e direção dos ventos na região de estudo, foram

utilizados os dados constantes do EIA/RIMA da UHE Peixe (Themag, 2000), os quais,

por sua vez, foram originados da estação meteorológica de Porto Nacional, visto que a

estação meteorológica de Peixe, na ocasião deste estudo não apresentava registros de

anemogramas, segundo comunicado do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). O

período analisado foi de 1976 a 1985, compreendendo 10 anos de dados.

Segundo este estudo, conforme exibido na Figura 3.2-3 em quase dois terços do tempo,

ocorrem períodos de calmaria, com velocidades de vento abaixo de 3,6 km/h (1 m/s),

enquanto que no restante do tempo os ventos mais frequentes são os de sul (9,5%), de

leste (7%) e de norte (6,2%), sucessivamente.

A velocidade média dos ventos situa-se em torno de 2 m/s (7,2 km/h), o que permite

classificá-los como ventos fracos a moderados.

As velocidades máximas registradas situam-se na faixa de 6,0 m/s (21,6 km/h) a 8,0 m/s

(28,8 km/h).

Segundo a análise de comportamento dos ventos, há predominância de ventos do sul e do

norte entre os meses de outubro a maio.

O Estudo de Dispersão Atmosférica (EDA) elaborado pela empresa LENTZ MEIO

AMBIENTE considerou histogramas direcionais do vento da área de estudo

compreendendo o período de 2006 a 2010.

A Figura 4.1.4.2-3, integrante do estudo citado, mostra a predominância dos ventos do

quadrante NW a NE, o que, segundo esta empresa, é coerente com outras bases de dados

e está de acordo com os sistemas sinóticos que influenciam a circulação das massas de ar

na região, especificamente os sistemas vindos da Amazônia (ZCAS – Zona de

Convergência do Atlântico Sul), associados a ventos quentes e úmidos.

Contrastando com os dados obtidos da estação meteorológica de Porto Nacional que

apontam para uma calmaria com freqüência de 63,5%, os dados da LENTZ MEIO

AMBIENTE indicam um índice de calmarias (ventos inferiores 1,0 m/s) de 4,44%, o

qual, segundo a mesma, é coerente com o esperado para essa região.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 55 -

Umidade e Insolação

Segundo ainda os estudos, a umidade relativa média anual possui comportamento

homogêneo quanto à sua distribuição espacial. Assim, a região da AID do

empreendimento apresenta valores médios em torno de 73%, enquanto a porção sul da

AII possui valores por volta de 68%. Nos períodos de estiagem estes valores são de 55%

e 45%, respectivamente (THEMAG, 2000).

A região de estudo apresenta insolação média anual em torno de 2.400 horas (média

diária de 6,6 horas de brilho solar). O período de máxima insolação coincide com o mês

de julho quando os valores mensais ficam em torno de 320 horas (média de 10,3 horas

diárias), enquanto que o período de mínima insolação ocorre no mês de janeiro, quando o

valor médio mensal é da ordem de 150 horas (4,8 horas/dia), correspondendo a período

de grande atividade chuvosa (THEMAG, 2000).

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 56 -

Figura 3.2-3: Ventos em Porto Nacional. Fonte: Themag (2000).

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

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Figura 3.2-4: Histograma direcional de ventos na região de estudo

Fonte: LENTZ MEIO AMBIENTE (2011)

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 58 -

4. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS PRODUTOS ENVOLVIDOS

As instalações contempladas na BRAXCEL envolvem uma série de produtos químicos. A

Tabela 4/1 apresenta os principais produtos e respectiva classe/subclasse de risco

estabelecida pela ONU.

Tabela 4/1 – Produtos Químicos Envolvidos e Classe de Risco.

Produto Classe de Risco

Ácido sulfúrico (H2SO4) 8 – substância corrosiva

Clorato de sódio, solução aquosa (NaClO3) 5.1 – substância oxidante

Cloro (Cl2) (gerado na decomposição do dióxido de cloro) 2.3 – gás tóxico por inalação

Dióxido de enxofre (SO2) 2.3 – gás tóxico por inalação

Metanol (CH3OH) 3 – líquido inflamável

Oxigênio (O2) 2.2 – gás comprimido não tóxico e

não inflamável Peróxido de hidrogênio, solução aquosa

(H2O2) 5.1 – substância oxidante

Soda cáustica, solução (NaOH) 8 – substância corrosiva

Sulfeto de hidrogênio (H2S) (componente do GNC) 2.3 – gás tóxico por inalação

Óleo combustível 3 – líquido inflamável

No Anexo I são apresentadas as informações gerais dos principais produtos químicos a

serem utilizados, assim como as respectivas FISPQ (Ficha de Informação de Segurança

de Produtos Químicos).

5. HISTÓRICO DE ACIDENTES

O Major Hazard Incidents Data Service – MHIDAS é um banco de dados internacional

de acidentes/incidentes ocorridos na produção industrial, transporte e armazenagem de

produtos químicos que resultem em potencial perigo para a comunidade.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 59 -

Foi realizada pesquisa no banco de dados MHIDAS sobre substâncias perigosas utilizadas

nas indústrias de papel e celulose. Desde 1974, foram encontrados 6 acidentes

relacionados a esse setor, sendo 1 relacionado à explosão de poeira de celulose

recirculada, 1 relacionado a rompimento de lagoa de efluentes e descarga de efluente

parcialmente tratado, 4 relacionados à liberação de cloro (2 por rompimento de tubulação

e 2 por explosão na unidade de geração).

Na Tabela 5/1 é apresentado o número de incidentes relatados no MHIDAS ocorridos em

diferentes tipos de indústrias.

Tabela 5/1 – Incidentes por tipo de substância.

Substância Estado Incidentes

Clorato de sódio Cristalizado ou em pó 19

GLP Líquido sob pressão 546

Metanol Líquido 197

Dióxido de cloro Gás 1

Peróxido de cloro Solução 30

Óleo combustível Líquido 356

Hidrogênio Gás 454

Fonte: MHIDAS

No Brasil, em 1988, ocorreu a explosão da caldeira de recuperação de químicos numa

fábrica localizada no rio Jari. Em 2007, em uma fábrica em Eunápolis, houve o

rompimento do tanque de licor preto.

A pesquisa, junto ao MIDHAS, de acidentes envolvendo as substâncias perigosas

presentes na indústria de papel e celulose, conduziu às seguintes informações:

Quanto ao clorato de sódio: São identificados acidentes devido a impactos

envolvendo veículos de transporte, tambores com liberação e contato da substância

com outros produtos inflamáveis ocasionando explosões. Relatam-se, também,

explosões devido a incêndios em locais de armazenamento da substância. Nenhum

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 60 -

incidente relacionado com indústria de celulose e a substância em questão foi

relatado.

Quanto ao GLP: Foram encontrados acidentes devidos a fator humano (manuseio

errado) e impactos no transporte envolvendo esta substância em incêndio e explosão

(fireball) durante transporte e armazenagem.

Quanto ao metanol: Acidentes com liberação e formação de poça, incêndio e

explosão estão catalogados, ocasionados por inundação, raios, falhas humanas e

impactos durante o transporte.

Quanto ao dióxido de cloro: Foi relatado apenas um relato de acidente ocorrido em

laboratório com explosão devido à liberação da substância por manuseio errado.

Quanto ao peróxido de hidrogênio: Foram catalogados acidentes com peróxido

ocorridos na carga e descarga de recipientes ou vazamentos em armazéns de

distribuidores, exigindo isolamento da área e limpeza; nenhum destes incidentes

estava identificado em indústrias de celulose.

Quanto ao óleo combustível: Acidentes com explosões de tanques com esta

substância são relatados devidos a falhas humanas, incêndios externos, temperaturas

extremas. Durante transporte, os acidentes ocorreram devido a impactos seguidos de

fogo e/ou explosão.

Quanto ao Hidrogênio: acidentes no transporte e no processamento, associado a falha

humana ou operacional, provocando incêndios, explosões confinadas e/ou explosões

não confinadas.

Quanto às caldeiras: acidentes com explosão, provocados por condição operacional

de nível baixo de água, erro do operador ou manutenção precária, bem como

supervisão humana falha e falta de conhecimento, são responsáveis por 69% dos

feridos e 60% das fatalidades relatadas, quanto a episódios de odor à comunidade.

É comum em fábricas de celulose e papel, relatos históricos envolvendo reclamações de

odor, provenientes de gases H2S, metil mecaptanas provenientes das diversas áreas

produtivas da fábrica.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 61 -

Recentemente, numa fábrica em Mato Grosso do Sul houve episódio crítico junto à

população local.

6. ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

6.1 Introdução Com o objetivo de identificar e avaliar os perigos relacionados às atividades envolvidas

nas instalações da Unidade Industrial da BRAXCEL foi realizada a Análise Preliminar de

Perigos – APP.

A análise de riscos é solicitada nas diversas fases de licenciamento ambiental de um

empreendimento industrial.

Normalmente na primeira licença, denominada Licença Prévia, o empreendimento ainda

não possui detalhamento de projeto (com fluxogramas detalhados de processo), o que não

permite fazer análise de riscos aprofundada, que pode ser exigida nas fases de Licença de

Instalação e Licença de Operação.

Portanto, na fase de Licença Prévia (objetivo deste estudo), uma análise de riscos

qualitativa, baseada numa Análise Preliminar de Perigos (APP), é suficiente para avaliação

do empreendimento neste quesito.

6.2 Metodologia A Análise Preliminar de Perigos (APP), do inglês Preliminary Hazard Analysis (PHA), é

uma técnica desenvolvida pelo programa de segurança militar do Departamento de Defesa

dos Estados Unidos (MIL-STD-882B).

Trata-se de uma técnica estruturada que tem por objetivo identificar os perigos presentes

numa instalação, ocasionados por eventos indesejáveis. Normalmente, a APP é utilizada na

fase inicial de projeto, embora venha sendo também bastante aplicada em unidades em

operação, permitindo uma análise crítica dos sistemas de segurança existentes e a

identificação das possíveis hipóteses de acidentes.

A APP focaliza os eventos perigosos cujas falhas têm origem na instalação em análise,

contemplando tanto as falhas intrínsecas de equipamentos, de instrumentos e de materiais,

como erros humanos.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 62 -

Na APP são identificados os perigos, suas causas, os efeitos (consequências) e suas

respectivas categorias de severidade, sendo apontadas eventuais observações e

recomendações pertinentes aos perigos identificados. Os resultados são apresentados em

planilha padronizada, conforme apresentado na Figura 6.2-1. A explicação de cada um dos

campos é apresentada na sequencia.

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Revisão: Folha:

Item Perigo Causas Efeitos Grau

Observações Prob. Sev. Risco

Figura 6.2-1 – Planilha da APP.

Abaixo são descritos os conteúdos de cada um dos campos da planilha de APP:

– Item: número sequencial do perigo identificado na unidade em estudo;

– Perigo: evento indesejado normalmente associado a uma ou mais condições com

potencial de causar danos às pessoas, ao patrimônio ou ao ambiente;

– Causas: possíveis causas associadas a determinado perigo;

– Efeitos: possíveis consequências associadas a um determinado perigo;

– Grau de Frequência: probabilidade com que o perigo apontado passa a ocorrer;

– Grau de Severidade: grau de consequências exposto à planta ou mesmo ao entorno,

quando exposto ao perigo associado;

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 63 -

– Grau de Risco: graduação qualitativa obtida através da “Matriz de Interação

Probabilidade e Severidade” (Matriz de Riscos);

– Observações: observações pertinentes ao perigo e respectivos cenários acidentais,

sistemas de segurança existentes ou recomendações para o gerenciamento dos riscos

associados.

Os critérios para a classificação das probabilidades de ocorrência dos perigos, das

severidades aplicadas aos efeitos associados e as categorias de risco são apresentados a

seguir.

6.2.1 Critérios para Classificação da Frequência e Severidade e Categorias de Risco

Os critérios para a classificação das frequências de ocorrência dos perigos, severidades

aplicadas aos efeitos associados e as respectivas categorias de risco são:

a) Quanto à frequência de ocorrência:

Tabela 6.2.1-1 – Grau de Frequência

Categoria Denominação Descrição

A Muito Improvável Conceitualmente possível, mas extremamente improvável de

ocorrer durante a vida útil da instalação. Incidentes que dependem da ocorrência de falhas múltiplas.

B Improvável Não esperado ocorrer durante a vida útil da instalação. Incidentes associados a diversas falhas ou rupturas de

equipamentos de grande porte.

C Remota Pouco provável de ocorrer durante a vida útil da instalação.

A ocorrência depende de uma única falha (humana ou equipamento).

D Provável Esperado ocorrer pelo menos uma vez durante a vida útil da instalação.

E Frequente Esperado ocorrer várias vezes durante a vida útil da instalação.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 64 -

b) Quanto à severidade:

Tabela 6.2.1-2 – Grau de Severidade

Categoria Denominação Descrição

I Desprezível Eventos associados à ausência de danos ou danos não mensuráveis.

II Marginal Ocorrências com potencial de causar danos irrelevantes ao

meio ambiente, à instalação e às comunidades interna e externa.

III Crítica

Situações com potencial para ocasionar impactos ao meio ambiente externo com reduzido tempo de recuperação,

podendo provocar lesões de gravidade moderada na população.

IV Catastrófica

Ocorrências com potencial de gerar impactos ambientais significativos em áreas externas às instalações e com tempo de recuperação elevado, podendo também provocar mortes

ou lesões graves na população.

c) Matriz de Riscos

A matriz de riscos (Figura 6.2.1-1) é resultante da interação entre a severidade e a

frequência, obtendo-se como o resultado o risco exposto.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 65 -

FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA

A B C D E S E V E R I D A D E

IV Mn M S C C

III D Mn M S C

II D D Mn M S

I D D D Mn M

Severidade Frequência Risco

I Desprezível A Extremamente Remota D Desprezível

II Marginal B Remota Mn Menor

III Crítica C Improvável M Moderado

IV Catastrófica D Provável S Sério

E Frequente

C Crítico

Figura 6.2.1-1 – Matriz de Classificação de Risco.

6.3 Elaboração da APP Baseado na metodologia descrita anteriormente, foram elaboradas as planilhas da Análise

Preliminar de Perigos – APP, e que são apresentadas no Anexo II.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 66 -

6.4 Resultado da APP Com base na APP, os perigos identificados podem ser distribuídos na matriz de risco.

FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA

A B C D E S E V E R I D A D E

IV

III 1 2 4

II 3 9 10 27

I 1

Figura 6.4-1 – Matriz de Classificação de Risco.

Como resultado dos 57 perigos avaliados tem-se:

– 00 perigos são classificados como CCRRÍÍTTIICCOO;

– 04 perigos como SSÉÉRRIIOO;

– 29 perigos como MMOODDEERRAADDOO;

– 12 perigos como MMEENNOORR; e

– 12 perigos como DDEESSPPRREEZZÍÍVVEELL.

No Anexo III é apresentada o layout do empreendimento com a localização dos 57 perigos

identificados.

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O presente Estudo de Análise de Riscos foi elaborado considerando as possíveis operações da

unidade industrial da BRAXCEL, a ser implantada no município de Peixe, no Estado do

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 67 -

Tocantins, que possível e eventualmente podem causar riscos de incêndios, explosões,

dispersões tóxicas, vazamentos de efluentes ou vazamentos de gases.

Com relação aos perigos foram identificados 4 perigos classificados como SÉRIO, 29 perigos

como MODERADO, 12 perigos como MENOR e 12 perigos como DESPREZÍVEL, porém,

todos os efeitos provavelmente estarão restritos à área interna da BRAXCEL.

Assim, verifica-se que o empreendimento em análise é viável, reforçando-se com o

atendimento das medidas a serem adotadas:

– Elaboração de procedimentos operacionais, incluindo instruções de saúde, segurança e

meio ambiente (SSMA);

– Implantação de programas de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos da

fábrica;

– Realização de treinamento periódico de operadores e funcionários do setor de

manutenção;

– Instalação de sistema de proteção a descargas atmosféricas (SPDA);

– Instalação de válvulas de alívio nos equipamentos sujeitos à sobrepressão;

– Construção de diques de contenção para os reservatórios de estocagem de produtos

químicos e inflamáveis;

– Elaboração do Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR);

– Elaboração do Plano de Ação de Emergência (PAE), especificando a localização dos

alarmes de emergência e dos detectores de gases, os procedimentos, as rotas de fuga e

os pontos de encontros;

– Instalação de sistemas de combate a incêndio nas áreas de processo, nos edifícios

auxiliares e administrativos, e na área de estocagem de combustíveis;

– Formação de Brigada de Incêndio permanente;

– Execução periódica de simulações de combate a incêndio e outros tipos de emergência.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

- 68 -

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). P.4.261 Manual

de Orientação para a Elaboração de Estudos de Análise de Riscos. São Paulo, 2003.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.Dados sobre o Município

de Palmeirais-PI. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/>

COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Manual de

Produtos Químicos Perigosos.

COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Introdução à

Análise, Avaliação e Gerenciamento de Riscos. São Paulo, 2001.

POYRY TECNOLOGIA. Estudo de Análise de Risco da Suzano em Imperatriz-MA, 2010.

POYRY TECNOLOGIA. Estudo de Análise de Risco da Suzano em Palmeirais – PI, 2010.

POYRY TECNOLOGIA. Estudo de Análise de Risco da Lwarcel em Lençóis Paulista – SP, 2011.

POYRY TECNOLOGIA. Estudo de Análise de Risco da Expansão da Fábrica da Fibria em Três Lagoas. MS, 2011.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo I

ANEXO I

INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DOS PRODUTOS QUÍMICOS

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo I

Produto Riscos potenciais Situações de emergência Produtos

Reatividade Química

EPI´s Saúde Fogo Meio Ambiente Vazamento Fogo Acidentados

Ácido Sulfúrico H2SO4

Irritante / Corrosivo

Reage com combustíveis

Alteração da qualidade das

águas (diminuição de

pH).

Evitar contato com líquidos.

Isolar a área Parar o vazamento.

Extinção com pó químico ou CO2. Não é inflamável.

Em inalação: mover para local arejado e fazer respiração artificial.

Em contato: enxaguar com bastante água

Em ingestão: beber água e não provocar vômitos.

Reage com a maior parte dos

materiais. Evitar metais e combustíveis

Libera hidrogênio em reação com

metais.

Proteção total de PVC.

Máscara contra gases ácidos ou

conjunto de respiração autônomo.

Soda cáustica NaOH

Irritante / corrosivo

Ataca metais como alumínio, zinco,

chumbo e estanho, produzindo gás

inflamável: hidrogênio.

Alteração da qualidade das

águas (aumento de pH).

Vazamentos podem levar a um aumento de pH. Conter o líquido para não atingir rios e

sistema de esgoto. Isolar o local e evacuar a área.

Alagar a área com água /

Resfriar os reservatórios

expostos

Em inalação: mover para local arejado e fazer respiração artificial /

Em contato: enxaguar com bastante água /

Em ingestão: beber água e não provocar vômitos.

Reage com ácidos, líquidos inflamáveis e metais, como:

alumínio, estanho e zinco.

Proteção total de PVC. Máscara contra gases

ácidos combinado com

filtro para vapores

orgânicos.

Peróxido de Hidrogênio

H2O2

Irritante para olhos e pele.

Tóxico se inalado e ingerido

Combustão espontânea em contato com

combustíveis e matérias orgânicas

/ Reage violentamente com

a maioria dos Materiais /

Explosão quando aquecido e se

acondicionado em recipiente fechado.

Moderada-mente tóxico em ambiente

aquático.

Evitar contato pessoal. Parar o vazamento.

Isolar o local. Evacuar a área.

Extinção com água.

Não usar pó químico e CO2.

Não é inflamável.

Em inalação: mover para local arejado e fazer respiração artificial.

Em contato: enxaguar com bastante água.

Em ingestão: beber água.

Reage com ferro, bronze, cromo,

zinco, chumbo e prata / Sujeira e a

maioria dos metais causam-

lhe decomposição rápida com

liberação de gás (oxigênio).

Proteção total de PVC / Conjunto

de respiração autônomo.

Oxigênio liquefeito

O2

Inalado causa

tontura e dificulta a

respiração / Causa enre-gelamento.

Aumenta a intensidade do fogo / Em estado líquido

tem reação altamente

explosiva com combustíveis.

Não há restrições.

Evitar contato pessoal. Parar o vazamento /

Isolar o local.

Não é inflamável. Resfriar os

reservatórios expostos

Em inalação: mover para local arejado /

Em contato: enxaguar com bastante água / Não esfregar a

área afetada.

Reage violentamente com materiais orgânicos e

combustíveis

Proteção total de PVC. / Óculos de

ampla visão.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo I

Produto Riscos potenciais Situações de emergência Produtos

Reatividade Química

EPI´s Saúde Fogo Meio Ambiente Vazamento Fogo Acidentados

Dióxido de Cloro ClO2

Irritante secundário. Tóxico se inalado.

Pode manter a combustão em

certas substâncias, inclusive ferro / Forma solução corrosiva com

água. / Corrosivo.

Alteração na qualidade da água, solo,

fauna e flora.

Evitar contato pessoal Parar o vazamento /

Isolar o local / Evacuar a área /

Posicionar-se contrário ao sentido do vento / Manter neblina

d’água.

Não é inflamável.

Em inalação: mover para local arejado e fazer respiração artificial /

Em contato: enxaguar com bastante água.

Reage violentamente

com metais à alta temperatura / Reage com a maioria dos materiais.

Proteção total de PVC/ Máscara contra gases

ácidos ou conjunto de respiração autônomo.

Metanol CH3OH

Inalação: irritante para

os olhos nariz e

garganta. Se inalado, causará

tontura, dor de cabeça, dificuldade respiratória ou perda da consciência.

Ingestão:

venenoso, se ingerido.

Comportamento do produto no fogo: o

vapor pode explodir, se ignição

for em área fechada. Os

recipientes podem explodir.

Toxicidade aos peixes:

Carassius Auratus : morte a 250 ppm, em

11 h.

Evitar contato com o líquido e o vapor. Manter as pessoas

afastadas. Chamar os bombeiros. Parar o

vazamento, se possível. isolar e

remover o material derramado. Desligar as fontes de ignição.

Ficar contra o vento e usar neblina d'água para baixar o vapor.

Extinguir com pó químico seco,

espuma de álcool ou dióxido de

carbono. Esfriar os recipientes expostos com

água. O retrocesso da chama pode

ocorrer durante o arraste de vapor.

Inalação: mover para o ar fresco. Se a respiração for dificultada ou parar, dar

oxigênio ou fazer respiração artificial.

Ingestão: remover roupas e sapatos contaminados e

enxaguar com muita água. Manter as pálpebras abertas e

enxaguar com muita água. Manter a vítima aquecida.

Incompatível com oxidantes

fortes.

Luvas, botas e roupas de polietileno clorado,

neoprene, borracha natural ou nitrílica ou

butílica ou poliuretano e

máscara facial panorama, com

filtro contra vapores

orgânicos.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo I

Produto Riscos potenciais Situações de emergência Produtos

Reatividade Química

EPI´s Saúde Fogo Meio Ambiente Vazamento Fogo Acidentados

Clorato de Sódio

NaClO3

Inalação: irritação no

nariz e garganta. Ingestão: Vômito, diarreia, náusea e

dores abdominais.

Contato com a pele:

Irritação suave.

Contato com os olhos:

irritação nos olhos e dor

suave.

Produtos de combustão

perigosos: Clorato de sódio se decompõe

inicialmente em perclorato de sódio, mas libera oxigênio

acima de 265 ºC. Forte aquecimento

pode levar à produção de cloreto

de hidrogênio e outros fumos

tóxico.

Informação ecotoxicológica: Contaminação de solo pode

destruir sementes em germinação e

inibir o crescimento de plantas. Tóxico para peixes e vida animal.

Informação de bioacumulação: Permanece no solo de 0.5 até

5 anos, dependendo do

conteúdo orgânico do

local, umidade e condições climáticas.

Mantenha materiais inflamáveis ou combustíveis

(madeira, papel, óleo, etc.) longe do material derramado. Não toque

em recipientes danificados ou

derramados a menos que esteja usando equipamento de proteção pessoal

apropriado. Ventile a área. Extingua ou

remova todas as fontes de ignição.

Combate: Água (jato ou

neblina). Não use mantas abafadoras de

chama, dióxido de carbono ou pó

químico seco. Evacue a área.

Contato com a pele: O mais rápido possível, lave imediatamente a área

contaminada com água morna e corrente por pelo menos 5

minutos ou até que o produto químico seja removido.

Contato com os olhos: Lave imediatamente com água morna e corrente por pelo

menos 15 minutos, ou até a substância ser removida,

segurando a(s) pálpebra(s) aberta(s).

Ingestão: não induza ao vômito. Faça a vítima lavar

bem a boca com água. Faça a vítima beber água. Leite, claras de ovo ou gelatina

podem ser administrados caso não haja água disponível.

Inalação: Remova a fonte da contaminação ou remova a vítima para local com ar

fresco.

Mistura com materiais

inflamáveis ou combustíveis:

fogo ou explosão, sensível a choque,

calor ou atrito. Reações

violentas: Fósforo (P), compostos de enxofre, sais de amônio e sais de

metal. Mistura com ácidos: pode

produzir cloro e dióxido de cloro.

Mistura com metais finamente

divididos ou óxidos metálicos:

podem ser explosivas.

Respirador de poeira/névoa, luvas e botas

impermeáveis. Macacões

retardantes de chama. Óculos

ampla visão para produtos químicos.

Gases não Condensáveis

GNC (*)

Irritante para olhos e pele.

Tóxico se inalado.

Inflamável em altas concentrações. Produz gases

tóxicos durante sua queima.

Odor desagradável

Evitar contato pessoal. Parar o

vazamento/Isolar o local/Evacuar a área /

Posicionar-se contrário ao sentido do

vento / Manter neblina

d’água.

Extinção com CO2 ou espuma / Não reage com a

água.

Em inalação: mover para local arejado e fazer respiração artificial /

Em contato: enxaguar com bastante água / Manter a

vítima aquecida e em repouso

Reage violentamente

com substâncias oxidantes.

Máscara contra gases ácidos ou

conjunto de respiração autônomo.

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo I

Produto Riscos potenciais Situações de emergência Produtos

Reatividade Química

EPI´s Saúde Fogo Meio Ambiente Vazamento Fogo Acidentados

Licor Branco, Preto e Verde

(*)

Irritante para olhos e pele / Tóxico se inalado e ingerido / Corrosivo.

Não há restrições.

Alteração na qualidade da água, solo,

fauna e flora.

Evitar contato pessoal. Parar o vazamento /

Isolar o local / Evacuar a área.

Não é inflamável.. Em contato: enxaguar com

bastante água. Não esfregar a área afetada.

Não há restrições.

Proteção total de PVC.

Conjunto de respiração autônomo

Óleo Combustível

Inalação:dor de cabeça, náuseas e tonteiras Contato: irritação leve a

moderada

Líquido combustível

Tóxico em ambiente aquático /

alteração da qualidade do

solo

Eliminar todas as fontes de ignição, impedir centelhas, fagulhas, chamas e

não fumar na área de risco. Isolar o

escapamento de todas as fontes de ignição.

Espuma para hidrocarbonetos, neblina d´água, pó químico ou

CO2

Em inalação: mover para local arejado e fazer respiração artificial /

Em contato: enxaguar com bastante água

Pode reagir com oxidantes fortes

(cloratos, nitratos, peróxidos, etc.)

Equipamento de respiração

autônomo, luvas de PVC e óculos

de segurança

(*) Os gases não condensáveis (GNC) e os licores são subprodutos da produção de celulose

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

ANEXO II

PLANILHAS DE APP

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Preparação de Madeira Revisão: 0 Folha: 01 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

1 Ignição na pilha de cavaco Fonte de ignição externa

Incêndio; Acidente pessoal; Danos materiais; Alteração de qualidade do ar; Efluentes líquidos do combate a

incêndio.

C II Mn A área será provida de sistema de combate a incêndio.

2 Vazamento de óleo

de unidades hidráulicas

Ruptura do sistema de óleo hidráulico, devido a: - Impacto mecânico, - Falha mecânica.

Alteração da qualidade do solo e das águas subterrâneas;

Alteração da qualidade das águas superficiais.

D II M

As áreas das unidades hidráulicas deverão ser providas de bacias de contenção

Prover sistemas de proteção da contaminação de águas pluviais

3 Vazamento de

chorume da pilha de cavaco

Ruptura do piso da área de armazenamento ou do sistema de contenção

Alteração da qualidade do solo, águas subterrâneas ou águas superficiais.

C II Mn Drenagem da pilha deverá ser enviada para sistema de tratamento de efluentes

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C – Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Cozimento, Depuração e Deslignificação Revisão: 0 Folha: 02 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

4 Ignição no silo de cavaco Fonte de ignição externa

Incêndio; Acidente pessoal; Danos materiais; Alteração de qualidade do ar.

B II D Proteger com sistema de combate a incêndio.

5 Vazamento de licor (branco e/ou preto)

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão; - Falha mecânica; - Falha operacional; - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba, tanque).

Acidente pessoal; Perda de produto; Alteração de qualidade do solo

e águas subterrâneas; Alteração da qualidade das

águas superficiais.

D II M

A área será circundada por mureta de contenção;

Os equipamentos e linhas com licor serão de aço-inox.

6 Vazamento de polpa de celulose

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão; - Falha mecânica; - Falha operacional; - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba, tanque).

Acidente pessoal; Perda de produto; Alteração de qualidade do solo; Alteração da qualidade das

águas superficiais.

D II M A área será circundada por mureta de contenção.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C – Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Cozimento, Depuração e Deslignificação Revisão: 0 Folha: 03 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

7

Vazamento de gases não

condensáveis concentrados

(GNCC)

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão; - Falha mecânica; - Falha operacional; - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba).

Acidente pessoal; Perda de produto; Alteração da qualidade do ar.

D II M Os gases não condensáveis serão

coletados e incinerados na caldeira de recuperação.

8 Explosão do digestor

Sobrepressão ou superaquecimento e falha na abertura da válvula de alívio

Bola de fogo; Danos materiais; Alteração da qualidade do ar e

do solo.

B II D

O sistema de instrumentação/automação poderá ser provido de intertravamento em caso de alteração dos parâmetros de operação (pressão, temperatura, vazão).

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C – Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Branqueamento Revisão: 0 Folha: 04 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

9 Vazamento de dióxido de cloro

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão; - Falha mecânica; - Falha operacional; - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba, tanque).

Acidente pessoal; Perda de produto; Alteração da qualidade do ar; Alteração da qualidade do solo e

águas subterrâneas; Alteração da qualidade das

águas superficiais.

D II M

A área terá muretas de contenção em seu entorno, e ainda assim, haverão canaletas fechadas com sistema de coleta dos gases, que serão enviados para um lavador de gases;

Os equipamentos com dióxido de cloro serão em titânio.

10

Vazamento de produtos químicos (ácido sulfúrico,

hidróxido de sódio e peróxido de hidrogênio)

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão; - Falha mecânica; - Falha operacional; - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba, tanque).

Acidente pessoal; Perda de produto; Alteração de qualidade do solo e

águas subterrâneas; Alteração da qualidade das

águas superficiais.

D II M A área de será circundada por mureta de contenção.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C – Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Secagem, Armazenamento e Expedição de Celulose Revisão: 0 Folha: 05 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

11

Vazamento de polpa de celulose

das torres de polpa branqueada

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão; - Falha mecânica; - Falha operacional; - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba).

Acidente pessoal; Perda de produto; Alteração de qualidade do solo; Alteração da qualidade das

águas superficiais.

D II M A área de será circundada por mureta de contenção.

12 Vazamento de óleo

de unidades hidráulicas

Ruptura do sistema de óleo hidráulico, devido a: - Impacto mecânico, - Falha mecânica.

Alteração da qualidade do solo e das águas subterrâneas;

Alteração da qualidade das águas superficiais.

D II M As áreas das unidades hidráulicas

deverão ser providas de bacias de contenção.

13 Ignição dos fardos de celulose Fonte de ignição externa

Incêndio; Danos materiais; Acidente pessoal; Alteração de qualidade do ar.

B II D A área de estocagem dos fardos de

celulose será provida de sistema de combate a incêndio.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Recuperação – Caldeira de Recuperação Revisão: 0 Folha: 06 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

14

Vazamento de GNCC após o

condensador de superfície

Ruptura ou furo na linha devido a: - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula).

Formação de jato tóxico; Acidente pessoal; Alteração da qualidade do ar.

D II M Os gases não condensáveis serão coletados e incinerados na caldeira de recuperação.

15

Vazamento de metanol, entre a

descarga da bomba e a caldeira de recuperação

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba).

Formação de poça com possibilidade de ignição ocasionando: - Incêndio em poça; - Flashfire; - Explosão.

Acidente pessoal; Alteração da qualidade do ar.

D III S A tubulação poderá ser envelopada; A área estará provida de muretas de

contenção.

16 Explosão do tanque

de estocagem de Metanol

Queda de raio sobre o tanque de estocagem;

Falhas operacionais em serviços de manutenção (solda);

Falha no sistema de inertização do tanque de estocagem.

Explosão; Danos materiais; Acidente pessoal; Alteração da qualidade do ar.

C III M

O tanque deverá estar provido de SPDA (Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas);

A realização dos serviços de solda deverá ser executado por profissionais altamente qualificados;

A inertização do tanque deverá ser monitorada ininterruptamente até o término da manutenção

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Recuperação – Caldeira de Recuperação Revisão: 0 Folha: 07 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

17 Implosão da caldeira de recuperação

Ruptura ou furo na tubulação; devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional,

Injeção de licor fraco (contém muita água);

Arraste de água com os gases; Falha do sistema de proteção da

caldeira de recuperação.

Danos materiais; Acidente pessoal. C II Mn

O projeto, operação e requisitos de segurança da caldeira de recuperação seguem as recomendações do Comitê de Caldeiras de Recuperação de Licor Preto.

18 Explosão do precipitador eletrostático

Excesso de monóxido de carbono devido a falha no processo.

Danos materiais localizados; Acidente pessoal. B II D

Os dutos com gases que seguem para o precipitador possuem detector de monóxido de carbono que em caso de presença deste desliga o precipitador.

19 Explosão do tanque dissolvedor

Falha operacional ocasionando o entupimento da bica

Falha do sistema de proteção do tanque

Danos materiais localizados; Acidente pessoal; Alteração da qualidade do ar.

B II D

O projeto, operação e requisitos de segurança do tanque dissolvedor seguem as recomendações do Comitê de Caldeiras de Recuperação de Licor Preto;

O projeto prevê câmara de TV para monitorar o fluxo do produto nas bicas.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C – Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Recuperação – Forno de Cal e Caustificação Revisão: 0 Folha: 08 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

20

Vazamento de óleo combustível na alimentação do

forno de cal

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula).

Formação de poça com possibilidade de ignição

Alteração da qualidade do ar. D II M

A área será provida de muretas de contenção;

Implantação de sistemas de sinalização nos pontos mais suscetíveis a impactos;

O sistema de instrumentação/automação poderá ser provido de intertravamento em caso de alteração dos parâmetros de operação (pressão, temperatura, vazão).

21

Vazamento de metanol na

alimentação do forno de cal

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula).

Formação de poça com possibilidade de ignição ocasionando: Incêndio em poça; Flashfire; Explosão.

Alteração da qualidade do ar.

D III S

A área será provida de muretas de contenção;

Implantação de sistemas de sinalização nos pontos mais suscetíveis a impactos;

O sistema de instrumentação/automação poderá ser provido de intertravamento em caso de alteração dos parâmetros de operação (pressão, temperatura, vazão).

22

Vazamento de hidrogênio na

alimentação do forno de cal

Ruptura ou furo na linha devido a: - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula).

Jato de fogo C II Mn

Implantação de sistemas de sinalização nos pontos mais suscetíveis a impactos;

O sistema de instrumentação/automação poderá ser provido de intertravamento em caso de alteração dos parâmetros de operação (pressão, temperatura, vazão).

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C – Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Recuperação – Forno de Cal e Caustificação Revisão: 0 Folha: 09 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

23

Explosão do precipitador

eletrostático (Forno de cal)

Excesso de monóxido de carbono devido a falha no processo.

Danos materiais localizados; Acidente pessoal. B II D

Os dutos com gases que seguem para o precipitador possuem detector de monóxido de carbono que em caso de presença deste desliga o precipitador.

24 Vazamento de licor

Ruptura ou furo na linha ou tanques devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba).

Perda de produto; Acidente pessoal. D II M

As áreas de recuperação química possuirão muretas de contenção em todo seu entorno.

25 Vazamento de

condensado contaminado

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba).

Perda de produtos químicos; Acidente pessoal. D II M

As áreas de recuperação química possuirão muretas de contenção em todo seu entorno.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C – Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Recuperação – Forno de Cal e Caustificação Revisão: 0 Folha: 10 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

26

Vazamento de óleo combustível do

recebimento até os pontos de consumo (Caldeiras e Forno

de cal)

Ruptura do mangote; Desconexão do mangote; Ruptura ou falha de componentes

(válvula, bomba); Ruptura ou furo na linha devido a:

- Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Formação de poça com possibilidade de ignição;

Acidente pessoal; Alteração da qualidade do ar e

solo.

D II M O descarregamento de produto do

caminhão é realizado em área com contenção.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Recuperação – Evaporação Revisão: 0 Folha: 11 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

27

Vazamento de gases não

condensáveis concentrados

(GNCC)

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão; - Falha mecânica; - Falha operacional; - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba).

Acidente pessoal; Perda de produto; Alteração da qualidade do ar.

D II M Os gases não condensáveis serão

coletados e incinerados na caldeira de recuperação.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C – Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Recuperação – Evaporação Revisão: 0 Folha: 12 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

28 Vazamento de licor

Ruptura ou furo na linha ou tanques devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba).

Perda de produto; Acidente pessoal. D II M

As áreas de recuperação química possuirão muretas de contenção em todo seu entorno.

29 Vazamento de

condensado contaminado

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba).

Perda de produtos; Acidente pessoal. D II M

As áreas de recuperação química possuirão muretas de contenção em todo seu entorno.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C – Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Recuperação – Evaporação Revisão: 0 Folha: 13 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

30 Vazamento de

condensado pouco ou não contaminado

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba).

Acidente pessoal. D II M As áreas de recuperação química

possuirão muretas de contenção em todo seu entorno.

31 Explosão do evaporador

Sobrepressão ou superaquecimento e falha na abertura da válvula de alívio e/ou segurança.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba);

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Bola de fogo; Danos materiais; Alteração da qualidade do ar e

do solo.

B II D

O sistema de instrumentação/automação poderá ser provido de intertravamento em caso de alteração dos parâmetros de operação (pressão, temperatura, vazão).

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Utilidades – ETA, ETAC e ETE Revisão: 0 Folha: 16 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

32

Vazamento de produtos químicos

na ETA, ETE e ETAC

Ruptura ou falha de componentes (válvula).

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Acidente pessoal; Perda de produto; Alteração de qualidade do solo.

D II M As áreas de descarregamento e

estocagem de químicos possuirão sistemas de contenção

33

Vazamento/ infiltração de

lagoas, tanques na ETE

Falha operacional; Impacto mecânico; Rompimento ou perfuração da manta

impermeabilizante.

Alteração da qualidade do solo e das águas subterrâneas. C II Mn

Aonde aplicável, os tanques serão construídos em concreto. Se forem do tipo escavadas, terão proteção com argila compactada e membrana de PEAD

34

Problemas de transiente

hidráulico no emissário de

efluentes tratados

Falha operacional; Impacto mecânico.

Alteração da qualidade do solo; Alteração da qualidade das

águas superficiais. C II Mn

O sistema de instrumentação/automação poderá ser provido de intertravamento em caso de alteração dos parâmetros de operação (pressão, temperatura, vazão).

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Utilidades – Compostagem Revisão: 0 Folha: 17 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

35 Infiltração de chorume no solo

Rompimento ou perfuração da manta impermeabilizante.

Alteração da qualidade do solo e das águas subterrâneas. C II Mn

A impermeabilização será feita com argila compactada e manta PEAD;

Será instalado sistema de detecção de vazamentos;

Será realizado o monitoramento das águas subterrâneas no entorno do aterro.

36 Incêndio na Central de Compostagem Fonte de ignição externa Acidente pessoal;

Alteração da qualidade do ar. D II M Eliminar fontes de ignição da área. Adotar Procedimentos em Situações de

Emergência.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Planta Química – Recebimento e distribuição de Ácido Sulfúrico Revisão: 0 Folha: 18 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

37

Vazamento de H2SO4 do

recebimento por caminhão até o

consumo

Ruptura do mangote; Desconexão do mangote; Ruptura ou falha de componentes

(válvula, bomba); Ruptura ou furo na linha devido a:

- Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Perda de produto; Acidente pessoal; Alteração da qualidade do solo.

D II M

O descarregamento de produto do caminhão é realizado em área com contenção, sendo eventuais efluentes encaminhados para tratamento;

Os equipamentos e linhas com ácido sulfúrico serão de aço-inox.

38 Formação de produto indesejado

Envio de ácido sulfúrico para tanque de outro produto químico devido a falha operacional.

Para o tanque de Hidróxido de sódio: aumento de pressão no tanque com possibilidade de rompimento do tanque;

Para o tanque de peróxido de hidrogênio: possibilidade de rompimento do tanque.

A II D

O descarregamento de ácido sulfúrico será realizado por pessoal devidamente treinado;

A densidade do produto será controlada antes da descarga;

O odor será controlado na descarga de produto.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Planta Química – Solução de Bissulfito de Sódio Revisão: 0 Folha: 19 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

39 Vazamento de solução de NaHSO3

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba);

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Desprendimento de SO2 em pequena escala;

Acidente pessoal; Alteração da qualidade do ar.

D II M As áreas de preparação e estocagem possuirão contenção.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Planta Química – Recebimento e distribuição de metanol Revisão: 0 Folha: 20 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

40

Vazamento de metanol do

recebimento até a Planta de Dióxido

de Cloro

Ruptura do mangote; Desconexão do mangote; Ruptura ou falha de componentes

(válvula, bomba); Ruptura ou furo na linha devido a:

- Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Formação de poça com possibilidade de ignição ocasionando: - Incêndio em poça; - Flashfire; - Explosão.

Acidente pessoal; Alteração da qualidade do ar.

D III S

O descarregamento de produto do caminhão é realizado em área com contenção, sendo eventuais efluentes encaminhados para tratamento.

41 Explosão do tanque

de estocagem de Metanol

Queda de raio sobre o tanque de estocagem;

Falhas operacionais em serviços de manutenção (solda);

Falha no sistema de inertização do tanque de estocagem.

Explosão; Danos materiais; Alteração da qualidade do ar.

C III M

O tanque deverá estar provido de SPDA (Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas);

A realização dos serviços de solda deverá ser executado por profissionais altamente qualificados;

A inertização do tanque deverá ser monitorada ininterruptamente até o término da manutenção

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS Área: Planta Química – Recebimento e distribuição de peróxido de hidrogênio (H2O2)

Revisão: 0 Folha: 21 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

42

Vazamento de H2O2 do recebimento até

o consumo na Linha de Fibras

Ruptura do mangote; Desconexão do mangote; Ruptura ou furo na linha devido a:

- Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba).

Perda de produto; Acidente pessoal; Alteração da qualidade do ar.

D II M

O descarregamento de produto do caminhão é realizado em área com contenção, sendo eventuais efluentes encaminhados para tratamento.

43 Decomposição do H2O2

Aquecimento do produto (por incêndio externo);

Retorno de produto devido a falha operacional;

Falha de instrumentação; Presença de contaminante na água de

diluição

Possibilidade de explosão do tanque;

Alteração da qualidade do ar. C II Mn

Será instalado sistema de bloqueio duplo e medidor de vazão que indica fluxo reverso.

Medir condutividade da água a ser usada na diluição de peróxido de hidrogênio.

44 Explosão do tanque

de estocagem de H2O2

Contaminação do produto; Aquecimento do produto (incêndio

externo).

Danos materiais; Alteração da qualidade do ar. B II D

O sistema de instrumentação/automação poderá ser provido de intertravamento em caso de alteração dos parâmetros de operação (pressão, temperatura, vazão)

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS Área: Planta Química – Recebimento e distribuição de peróxido de hidrogênio (H2O2)

Revisão: 0 Folha: 22 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

45 Formação de produto indesejado

Envio de H2O2 para tanque de outro produto químico devido a falha operacional.

Para o tanque de hidróxido de sódio: aumento de pressão no tanque com possibilidade de explosão;

Para o tanque de ácido sulfúrico: possibilidade de rompimento do tanque.

A II D

O descarregamento de H2O2 será realizado por pessoal devidamente treinado;

A densidade do produto será controlada antes da descarga;

O odor será controlado na descarga de produto.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Planta Química – Recebimento e distribuição de hidróxido de sódio (NaOH) Revisão: 0 Folha: 23 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

46

Vazamento de NaOH do

recebimento por caminhão até a

bomba

Ruptura do mangote; Desconexão do mangote; Ruptura ou falha de componentes

(válvula, bomba); Ruptura ou furo na linha devido a:

- Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Perda de produto; Acidente pessoal; Alteração da qualidade do ar.

D II M

O descarregamento de produto do caminhão é realizado em área com contenção, sendo eventuais efluentes encaminhados para tratamento.

47 Formação de produto indesejado

Envio de hidróxido de sódio para tanque de outro produto químico devido a falha operacional.

Para o tanque de peróxido de hidrogênio: explosão ou ruptura do tanque;

Para o tanque de ácido sulfúrico: possibilidade de rompimento do tanque.

A II D

O descarregamento de hidróxido de sódio deverá ser realizado por pessoa devidamente treinado

A densidade do produto será controlada antes da descarga.

O odor será controlado na descarga de produto.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Planta Química – Produção de clorato de sódio (NaClO3) Revisão: 0 Folha: 24 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

48 Incêndio no Box de

estocagem de NaClO3 sólido

Contaminação do produto; Aquecimento do produto (incêndio

externo);

Danos materiais; Alteração da qualidade do solo. B II D

49 Vazamento de NaClO3 solução

Ruptura ou falha de componentes (válvula, compressor).

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Perda de produto; Acidente pessoal; Alteração da qualidade do solo.

D I Mn

50

Vazamento de hidrogênio na descarga do compressor

Ruptura ou falha de componentes (válvula, compressor);

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Formação de jato de produto com possibilidade de ignição ocasionando: - Jato de fogo; - Flashfire; - Explosão.

Acidente pessoal; Alteração da qualidade do ar.

C II Mn

O sistema de instrumentação/automação poderá ser provido de intertravamento em caso de alteração dos parâmetros de operação (pressão, temperatura, vazão).

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Planta Química – Produção de dióxido de cloro (ClO2) Revisão: 0 Folha: 26 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau Observações e/ou Recomendações Freq. Sever. Risco

51 Abertura da tampa de alívio do reator

Sobrepressão no reator devido a: - Forte ou violenta decomposição no reator devido a perda de vácuo; - Super dosagem de peróxido de hidrogênio/ metanol com vácuo no reator; - Presença de contaminantes na matéria-prima ou na água.

Pequena emissão de cloro; Alteração da qualidade do ar. D II M

O reator foi projetado para suportar decomposição violenta;

Intertravamento de segurança: parada total e acionamento dos chuveiros de emergência;

Abertura da tampa de alívio sobre o reator alocada para sobre o telhado, restringindo a área.

Luz de advertência para perda de vácuo.

52 Abertura da tampa de alívio do tanque

de dreno

Sobrepressão no tanque de dreno devido a: - Alimentação contínua de químicos na ausência de ar de arraste; - Forte ou violenta decomposição no reator devido a perda de vácuo; - Super dosagem de peróxido de hidrogênio/ metanol com vácuo no reator; - Presença de contaminantes na matéria-prima ou na água.

Liberação de dióxido de cloro; Alteração da qualidade do ar. D II M

O dump tank foi projetado para suportar uma decomposição violenta - equipado com tampa de alívio;

O manual contém instruções para dreno do reator;

Está previsto ar de arraste para o scrubber.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Planta Química – Produção de dióxido de cloro (ClO2) Revisão: 0 Folha: 27 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq.

Sever. Risco

53

Vazamento de solução de reação

do reator ou do tanque de dreno

Ruptura ou furo na linha devido a: - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Falha na bomba Falha na drenagem

Alteração da qualidade do solo; Alteração da qualidade do ar; Acidente pessoal.

D II M

A maioria das tubulações de dióxido de cloro serão em titânio;

Está prevista proteção mecânica para pequenas tubulações;

Está previsto intertravamento de segurança com parada geral ( no reator)

54

Vazamento de cloro gerado na

decomposição de Dióxido de Cloro 1%, da linha do

Tanque de Armazenamento

até o misturador de Dióxido de Cloro do estágio “D0”

Ruptura ou furo na linha devido a: - Corrosão, - Falha mecânica, - Falha operacional, - Impacto mecânico.

Ruptura ou falha de componentes (válvula, bomba).

O gás se desprende da solução e se decompõe em cloro e oxigênio,

Alteração da qualidade do ar.

D III S

O tanque de armazenamento de ClO2 possuirá dique de contenção;

Será instalado quebra-vácuo separado para cada tanque.

55

Abertura da tampa de alívio sobre o

tanque de estocagem de ClO2

Decomposição de ClO2no tanque de estocagem devido a muito alta concentração de ClO2, sem ar de arraste (ventilação no topo do tanque) e muito alta temperatura ou aquecimento externo;

Pressão muito baixa (vácuo).

O gás se desprende da solução e se decompõe em cloro e oxigênio;

Alteração da qualidade do ar.

C II Mn Será instalado quebra-vácuo separado para cada tanque.

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Planta Química – Produção de dióxido de cloro (ClO2) Revisão: 0 Folha: 28 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq.

Sever. Risco

56 Ruptura do tanque de estocagem de

ClO2

Sobre-enchimento e falha no funcionamento dos transmissores de níveis.

Liberação de solução de ClO2; Alteração da qualidade do ar. B III Mn

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo II

APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS

Área: Geral Revisão: 0 Folha: 29 de 26

Item Perigo Causas Possíveis Efeitos Possíveis Grau

Observações e/ou Recomendações Freq.

Sever. Risco

57

Vazamento de produtos químicos

durante o transporte dentro

da Unidade Industrial

Colisão do caminhão ocasionando rompimento da tancagem

Danos materiais; Alteração da qualidade das

águas superficiais; Alteração da qualidade do ar.

D II M

Formação, treinamento e reciclagem da brigada de combate;

Direcionamento das drenagens das ruas com maior potencial de risco para a ETE;

Implantação de sinalização (limite de velocidade, etc.).

Frequência: A – Muito improvável, B – Improvável, C – Remota, D – Provável, E – Frequente Severidade: I – Desprezível, II – Marginal, III – Crítica, IV – Catastrófica Risco: D – Desprezível, Mn – Menor, M – Moderado, S – Sério, C - Crítico

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo III

ANEXO III

LOCALIZAÇÃO DOS PERIGOS IDENTIFICADOS EM PLANTA

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS

Anexo III

ANEXO IV

ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ART

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20600.10-1000-M-1500

4

ANEXO II

Estudo de Dispersão Atmosférica

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ESTUDO DE DISPERSÃO ATMOSFÉRICA E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AR

Unidade Industrial da Braxcel S.A.

Elaborado para: Elaborado por:

São Paulo Março de 2012

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Página 2 de 37

ÍNDICE

ÍNDICE DE FIGURAS ......................................................................................................3

ÍNDICE DE TABELAS ......................................................................................................4

1 – OBJETIVOS ...............................................................................................................5

2 – INTRODUÇÃO ...........................................................................................................6

3 – FONTES DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS ............................................................14

4 – CARACTERÍSTICAS DO ENTORNO E A ÁREA ESTUDADA.................................15

5 – ANÁLISE DOS DADOS METEOROLÓGICOS ........................................................18

Weather Research and Forecasting – WRF ...................................................................18

A Importância da Direção e Velocidade dos Ventos ......................................................19

Histograma Direcional do Vento .....................................................................................20

6 – O EFEITO DE DOWNWASH....................................................................................24

7 – CARACTERÍSTICAS DA FONTE E TAXAS DE EMISSÃO DOS POLUENTES ......27

8– RESULTADOS ..........................................................................................................28

9 – CONCLUSÕES ........................................................................................................29

10 – EQUIPE TÉCNICA .................................................................................................30

11 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................31

ANEXO A .......................................................................................................................32

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Sistema de análise por dois estágios. A concentração total é dada por uma soma ponderada dos dois estados extremos possíveis da pluma. ..................................8

Figura 2 – Tratamento do terreno no AERMOD. Determinação do fator de peso usado no cálculo da concentração total. .....................................................................................9

Figura 3 – Pluma instantânea e sua respectiva média na CLC. .....................................10

Figura 4 – Tratamento matemático utilizado pelo AERMOD da pluma real na CLC. .....11

Figura 5 – Abordagem bi-Gaussiana da aproximação de uma distribuição assimétrica por duas distribuições Gaussianas, uma para os movimentos ascendentes e outra para os descendentes. ...........................................................................................................12

Figura 6 – Imagem de Satélite da área da instalação da Braxcel Companhia Brasileira de Celulose. ...................................................................................................................14

Figura 7 – Localização da instalação da Braxcel Companhia Brasileira de Celulose. ...15

Figura 8 – Curvas de nível (m) da região com enfoque no ponto em estudo ao centro. 16

Figura 9 – Malhas cartesianas simuladas, centralizadas na fonte. ................................17

Figura 10 – Histograma direcional vento -período completo. .........................................21

Figura 11 – Histograma direcional do vento - período Maio a Agosto. ...........................22

Figura 12 – Histograma direcional do vento - período Setembro a Abril. .......................23

Figura 13 – (a) simulação do efeito downwash em uma maquete, (b) simulação do efeito downwash em uma modelagem computacional e (c) deslocamento da pluma sem atuação do efeito downwash. .........................................................................................24

Figura 14 – Diagrama esquemático da planta simulada com a localização das edificações (em azul) e fontes de emissão (em vermelho). ...........................................26

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Descrição das fontes simuladas. ....................................................................27

Tabela 2: Parâmetros de entrada das fontes pontuais simuladas. .................................27

Tabela 3: Taxas de emissão das fontes pontuais simuladas. ........................................27

Tabela 4: Concentrações máximas em receptores distintos para todos os poluentes e períodos analisados. ......................................................................................................28

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1 – OBJETIVOS

O objetivo deste EDA - Estudo de Dispersão Atmosférica é avaliar a qualidade do ar no

entorno da futura instalação da Braxcel S.A., localizada no município de Peixe do

Estado de Tocantins.

Esse EDA considera as emissões da chaminé da Caldeira de Recuperação, dos Fornos

de Cal e da Caldeira de Biomassa localizadas em um mesmo ponto. O objetivo desse

projeto é simular o cenário de operação à capacidade máxima e comparar os

resultados da qualidade do ar com os respectivos padrões Res. CONAMA 03/1990. No

caso dos parâmetros ausentes da resolução, serão considerados balizadores

internacionais.

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2 – INTRODUÇÃO

A modelagem matemática é uma importante ferramenta para avaliar a concentração de

poluentes na atmosfera emitidos por fontes estacionárias. Esse modelo permite que

sejam analisadas as contribuições de determinadas fontes no resultado final da

qualidade do ar.

O modelo utilizado nesse estudo é uma das ferramentas e/ou dos critérios

recomendados pelos órgãos de controle ambiental em nível nacional e internacional.

Em 1991, a American Meteorological Society (AMS) e a U.S. Environmental Protection

Agency (EPA) iniciaram uma colaboração formal com o objetivo de introduzir os

conceitos mais atuais de camada limite planetária (CLP) nos modelos regulatórios de

dispersão atmosférica. Foi formado um grupo de trabalho (AMS/EPA Regulatory

Improvement Committee, AERMIC) com pesquisadores das duas instituições para

desenvolver um modelo que cumprisse esse objetivo.

A plataforma regulatória da EPA para modelagem de campo próximo, durante os 25

anos anteriores permaneceram, com poucas exceções, fundamentalmente inalteradas,

sendo o ISC3 foi o principal modelo utilizado, por conta disso, o objetivo do AERMIC foi

desenvolver um modelo novo que substituísse completamente o ISC3 e que possuísse

as seguintes características:

- Adotasse a arquitetura computacional de entrada e saída do ISC3;

- Atualizasse os algoritmos antiquados do modelo ISC3 por algoritmos mais recentes e

pelas técnicas mais atuais de modelagem numérica;

- Garantisse que as fontes e os processos atmosféricos modelados pelo ISC3

continuariam sendo simulados pelo AERMIC Model (AERMOD), ainda que fosse de

uma maneira mais elaborada.

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Em 21 de Abril de 2000, a EPA propôs a adoção do AERMOD como substituto do ISC3

no apêndice A do Guideline on Air Quality Models. A versão atual do AERMOD foi

revisada e incorporou os algoritmos PRIME para estimativa de downwash.

O AERMOD é um modelo de pluma gaussiana que considera as concentrações obtidas

para todas as distâncias como resultados de médias temporais das simulações

horárias. Esse tipo de modelo apresenta bons resultados para estudos cujo objetivo é

obter uma distribuição espacial da poluição ao invés de resultados pontuais no espaço

e no tempo.

Na camada limite estável (CLE) a distribuição da concentração é assumida como

Gaussiana tanto na horizontal quanto na vertical. Na camada limite convectiva (CLC) a

distribuição horizontal é assumida como Gaussiana, enquanto que na vertical a

distribuição é descrita com uma função de densidade de probabilidade bi-Gaussiana.

Em geral, o modelo AERMOD é a combinação de dois casos limites: Uma pluma

horizontal que impacta no terreno e uma pluma que acompanha o terreno. Para todas

as situações, a concentração total por receptor é a soma ponderada dessas duas

situações (Figura 1). Essas duas plumas são separadas por uma linha de corrente

crítica de altura HC (Figura 2).

A equação geral da concentração é aplicada em condições atmosféricas estáveis ou

convectivas e é dada por:

Onde:CT{xr,yr,zr} é a concentração total, Cc,s{xr,yr,zr} é a contribuição da pluma

horizontal (c e s se referem as condições convectivas e estáveis, respectivamente),

Cc,s{xr,yr,zp} é a contribuição da pluma que acompanha o terreno, f é o peso da pluma

horizontal, {xr,yr,zr} são as coordenadas do receptor (com zr definido com relação a

altura da base da fonte e zp é a altura do receptor acima da altura do solo local). É

importante notar que cálculo de concentração todas as alturas (z) é referente à

elevação da base da fonte.

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Figura 1 – Sistema de análise por dois estágios. A concentração total é dada por uma soma ponderada dos dois estados extremos possíveis da pluma.

O fator de peso do estado da pluma é dado por . Quando a pluma se

concentra inteiramente abaixo do HC ( ), a concentração é determinada somente

pela pluma horizontal. Quando está inteiramente acima do HC ( ), o peso da

contribuição de cada um dos dois estados é o mesmo. Em simulações de terreno plano,

a contribuição de cada uma das duas plumas será a mesma (Figura 2).

O AERMOD simula cinco diferentes tipos de pluma dependendo da estabilidade

atmosférica e da localização da pluma na camada limite: Direta, Indireta, Penetrada,

Injetada e estável.

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Em condições convectivas, a distribuição horizontal é Gaussiana, e a distribuição

vertical é combinação de três tipos de pluma: Direta (a pluma está dentro da camada de

mistura, mas não interage com o topo da camada), Indireta (a pluma está dentro da

camada de mistura, começa a subir e tende a se espalhar perto do topo da camada de

mistura) e a Penetrada (a pluma escapa da camada de mistura, penetra em uma

camada estável mais elevada e fica flutuando nela). O AERMOD também pode simular,

em situações especiais, uma pluma injetada diretamente nas camadas estáveis da

atmosfera por uma fonte pontual cuja altura da chaminé seja maior do que a altura da

camada de mistura naquele horário. Fontes injetoras são simuladas como plumas em

condições estáveis, contudo a influência da turbulência e dos ventos dentro da camada

de mistura é considerada no cálculo da heterogeneidade como a passagem da pluma

através da camada de mistura até atingir os receptores.

Figura 2 – Tratamento do terreno no AERMOD. Determinação do fator de peso usado no cálculo da concentração total.

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No AERMOD, a formulação da dispersão para a camada limite convectiva (CLC)

representa um dos mais significantes avanços em comparação com os modelos

regulatórios existentes. Ele assume que setores da pluma são emitidos em seqüência e

que se movem de acordo com o vento, percorrendo uma seqüência de elementos

convectivos ascendentes e descendentes.

Na CLC a função densidade de probabilidade da velocidade vertical (w) possui um

coeficiente de assimetria positivo e resulta em uma distribuição não-Gaussiana da

concentração vertical da pluma. A assimetria positiva é consistente com uma ocorrência

maior de movimentos descendentes da pluma do que de movimentos ascendentes

(Figura 3).

Figura 3 – Pluma instantânea e sua respectiva média na CLC.

A movimentação ascendente e descendente da pluma ocorre devido à turbulência

atmosférica e o coeficiente de assimetria positivo projeta uma trajetória final

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descendente para a pluma, definindo o local da concentração máxima. As

concentrações ao nível do solo começam a aparecer quando as velocidades

descendentes são intensas o suficiente para que algumas seções da pluma toquem na

superfície.

No tratamento matemático utilizado pelo AERMOD, a pluma direta é a que primeiro

toca no solo e possui reflexões subseqüentes entre o nível do solo e o topo da camada

de mistura. Para os segmentos da pluma que subiram pela convecção, uma fonte

indireta é incluída sobre a camada de mistura para calcular a posição inicial da quase-

reflexão do material da pluma que não penetrou na camada estável em altitude. Essa

fonte é chamada de indireta, pois não é uma imagem da fonte verdadeira (como ocorre

em modelos como o ISC), a pluma não é refletida perfeitamente no topo da camada de

mistura, por isso, a fonte indireta trata a porção da massa da pluma que primeiro toca

no topo da camada de mistura e suas reflexões subseqüentes. A ascensão da pluma é

adicionada ao atraso da dispersão descendente do material do topo da CBL. A fonte

(ou pluma) penetrada é incluída na conta do material que inicialmente penetrou na

camada estável em altitude, mas foi subseqüentemente re-entranhada e dispersada

pela CBL (Figura 4).

Figura 4 – Tratamento matemático utilizado pelo AERMOD da pluma real na CLC.

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A pluma instantânea assume que existe uma distribuição Gaussiana da concentração

em torno de uma linha de corrente. A média da concentração é obtida através da

somatória das concentrações resultantes de todas as disposições da linha de corrente.

O processo de média resulta em uma distribuição assimétrica que o AERMOD

representa como uma função de distribuição de probabilidade bi-Gaussiana (ou seja,

uma para os movimentos ascendentes e outra para os descendentes). A (Figura 5)

ilustra a aproximação da distribuição assimétrica na CLC por uma abordagem bi-

Gaussiana. A figura mostra duas médias da trajetória da pluma, uma devido aos

movimentos ascendentes da atmosfera ( ) e a outra devido aos movimentos

descendentes ( ).

Figura 5 – Abordagem bi-Gaussiana da aproximação de uma distribuição assimétrica por duas distribuições Gaussianas, uma para os movimentos ascendentes e outra para os descendentes.

Os dados meteorológicos utilizados pelo AERMOD para simular as condições

atmosféricas em que ocorre a dispersão dos poluentes em uma determinada área, se

são divididos, basicamente, entre dados de superfície e dados de altitude. Os dados de

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superfície são responsáveis pela representação das condições termodinâmicas e

turbulentas da atmosfera, e os dados de altitude representam as condições de

transporte dos poluentes nos diversos níveis atmosféricos. As variáveis dispostas no

arquivo de superfície são:

• Fluxo de calor sensível (em W/m2)

• Velocidade de atrito superficial (em m/s)

• Velocidade de atrito vertical (em m/s)

• Gradiente vertical de temperatura na camada de 500 m acima da CLP (em K/m)

• Altura da CLP gerada por turbulência termodinâmica (convecção, em m)

• Altura da CLP gerada por turbulência mecânica (em m)

• Comprimento de Monin-Obukov (em m)

• Comprimento do atrito superficial (em m)

• Razão de Bowen e Albedo (adimensionais)

• Velocidade do vento (em m/s)

• Direção do vento (em graus)

• Altura do anemômetro da estação meteorológica (em m)

• Temperatura do ar (em K)

• Altura do termômetro da estação meteorológica (em m)

As variáveis dispostas no arquivo de altitude são:

• Altura da camada atmosférica representada

• Velocidade do vento na camada (em m/s)

• Direção do vento na camada (em graus)

• Temperatura do ar na camada (K)

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3 – FONTES DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS

As fontes de emissões enfocadas neste Estudo de Dispersão Atmosférica – EDA

referem-se às quatro chaminés da indústria de celulose da Braxcel Companhia

Brasileira de Celulose. A planta industrial em questão está centralizada nas

coordenadas UTM: 22L, 770.707m E, 8.654.457m S no município de Peixe do Estado

de Tocantins. (Figura 6).

Figura 6 – Imagem de Satélite da área da instalação da Braxcel S.A.

Fonte: Google Earth. Os poluentes simulados foram o Material Particulado (MP), o Monóxido de Carbono

(CO), o Dióxido de Nitrogênio (NO2), o Dióxido de Enxofre (SO2) e o Enxofre Reduzido

Total (ERT). Excetuando-se pelo ERT, os demais poluentes possuem padrão primário e

secundário definidos pela resolução CONAMA 03/90.

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4 – CARACTERÍSTICAS DO ENTORNO E A ÁREA ESTUDADA Nesse estudo de dispersão atmosférica a qualidade do ar é avaliada a partir das

concentrações calculadas em uma rede de receptores cartesianos de alta resolução.

A região do estudo foi delimitada em um retângulo de 40 km x 50 km, abrangendo o

município de Peixe e a cadeia de montanhas à SSE. (Figura 7).

Figura 7 – Localização da instalação da Braxcel Companhia Brasileira de Celulose.

Fonte: Google Earth.

O relevo e uso do solo, para o cálculo dos parâmetros de turbulência, foram obtidos

através da sobreposição de imagens do Google Earth com os dados de relevo da

Shuttle Radar Topography Mission, realizada pela NGI e pela NASA. A SRTM ocorreu

em 11 de fevereiro de 2000, realizando uma amostragem de global com precisão de 3”

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(segundos de grau), ou seja, um ponto de grade a cada 90 metros, aproximadamente

(Figura 8). Na Figura 8 destaca-se a localização da planta ao centro, com as curvas de

nível da região. Ressalta-se que nesse estudo a opção “rural” para o uso do solo foi

empregada por ser mais conservativa do que a opção “urbana” que não permite a

ocorrência de condições atmosféricas mais estáveis.

Figura 8 – Curvas de nível (m) da região com enfoque no ponto em estudo ao centro.

Fonte dos dados: Shuttle Radar TopographyMission (2000).

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Neste EDA foram simuladas três malhas cartesianas regulares (duas quadradas e uma

retangular), centradas na planta da Braxcel, a primeira com 40 por 50 km de lado e

resolução uniforme de 500 m, a segunda com 20 km de lado e 250 m de resolução e a

terceira com 6 km de lado e 125 m de resolução, espaçadas em 62,5 m entre si nos

locais de máxima resolução (Figura 9). Essas malhas cartesianas totalizam 17143

receptores numéricos simulados. Ressalta-se que a resolução utilizada nesse estudo é

muito superior ao usualmente exigido pelos órgãos ambientais. Informa-se que a grade

mais abrangente foi estendida em 10 km para o sul grade para abranger a cadeia de

montanhas que está a sul-sudeste do empreendimento.

Figura 9 – Malhas cartesianas simuladas, centralizadas na fonte.

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5 – ANÁLISE DOS DADOS METEOROLÓGICOS

Os dados meteorológicos de altitude e superfície utilizados neste estudo de dispersão

foram obtidos através da simulação do modelo meteorológico WRF (WEATHER

RESEARCH AND FORECASTING), recomendado pelo EPA (Environmental

ProtectionAgency), sendo reprocessados para simulações com o modelo AERMOD,

referindo-se ao centro da planta do empreendimento estudado, para os anos de 2006 a

2010. As condições de fronteira utilizadas foram os dados de saída do modelo global

GFS (Global Forecast System) que são obtidos junto ao NCEP (National Center for

Environmental Prediction).

Weather Research and Forecasting – WRF

O modelo WRF (Weather Research and Forecast Model) é desenvolvido através de

uma colaboração entre diversas agências, sendo as principais o NCAR (National

Center for Atmospheric Research), a NOAA (National Oceanic and Atmospheric

Administration), o NCEP (National Center for Environmental Prediction), o FSL

(Forecast Systems Laboratory), a AFWA (Air Force Weather Agency), o Naval

Research Laboratory, a Oklahoma University e a FAA (Federal Aviation Administration).

O ARW (Advanced Research WRF) está atualmente na versão 3.3, disponível desde

abril de 2011. Esse modelo nasceu como uma evolução natural do modelo MM5, que

foi bastante utilizado ao longo dos anos em todo o mundo, sendo agora construído para

ser portátil e aplicável ao mais diverso número de situações possíveis (NCAR, 2011).

O modelo WRF é de domínio público e recomendado pela EPA para simulações das

condições atmosféricas. Desenvolvido para ser a melhor ferramenta para a simulação

atmosférica, flexível e eficiente em variadas plataformas de computação, um sistema de

assimilação de dados e uma arquitetura de software que permite paralelismo

computacional e extensibilidade do sistema. O WRF é adequado para uso em um

amplo conjunto de escalas que variam de metros a milhares de quilômetros. O modelo

segue o terreno local e admite a coordenada vertical como pressão hidrostática, com o

topo do modelo a uma superfície de pressão constante.

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O pré-processamento dos dados de entrada necessários ao WRF precisa ser feito para

cada localidade que o modelo irá simular. Esse pré-processamento consiste na

utilização de dados meteorológicos e geográficos retirados das bases mundiais para

cada região de interesse a ser simulada.

A Importância da Direção e Velocidade dos Ventos

A velocidade do vento é um dado meteorológico muito importante no cálculo das

concentrações de poluentes através do modelo AERMOD, porque se encontra no

denominador da equação. Desta forma, ao se alterar a velocidade do vento de 1 m/s

para 2 m/s, por exemplo, a concentração dos poluentes estaria sendo reduzida pela

metade. Outras variáveis da camada limite atmosférica também são utilizadas para

calcular a dispersão dos poluentes atmosféricos, mas a influência dessas variáveis no

resultado final é proporcionalmente menor e por isso não serão analisadas nesse item.

A direção do vento determina, a cada hora, quais receptores numéricos serão mais ou

menos impactados pela pluma de emissão de cada chaminé. Quanto maior o período

amostral do poluente analisado, maior será a importância da predominância da direção

do vento no cálculo desta concentração, uma vez que nestes casos número de horas

utilizado no cálculo desta concentração será maior.

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Histograma Direcional do Vento

A Figura 10, a Figura 11 e a Figura 12 apresentam os histogramas direcionais do vento

utilizado, contemplando o período completo de 2006 a 2010, apenas os meses de maio

a agosto e o restante do ano, respectivamente. A análise específica do período de maio

a agosto e de setembro a abril se justifica por serem estes os períodos

climatologicamente mais e menos críticos a dispersão dos poluentes na atmosfera na

área em estudo, respectivamente.

A Figura 10 mostra a predominância dos ventos do quadrante NW à NE. Esta

predominância está coerente com outras bases de dados e está de acordo com os

sistemas sinóticos que influenciam a circulação das massas de ar na região,

especificamente, os sistemas vindos da Amazônia (ZCAS - Zona de Convergência do

Atlântico Sul), associados a ventos quentes e úmidos. Também predominam os

sistemas sinóticos associados aos ventos do sul do estado de Tocantins, ZCAS, que

formam uma corrente de ar úmida, e a zona de instabilidade que carrega os efeitos

residuais das frentes frias, atuantes mais ao sul. Há uma predominância secundária nas

demais direções, que se refere apenas aos ventos mais fracos e normalmente

originados dos sistemas de precipitação. O índice de calmarias (ventos inferiores a 1,0

m/s) é de 4,44% e está coerente com o esperado para essa região.

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Figura 10 – Histograma direcional vento -período completo.

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Na Figura 11, referente aos meses de maio a agosto, a intensificação dos ventos do

quadrante NE-S fica evidente. Isso ocorre neste período do ano, pois zonas de

instabilidade são criadas devido aos efeitos residuais das frentes frias. O índice de

calmarias é igual a 3,40%.

Figura 11 – Histograma direcional do vento - período Maio a Agosto.

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A Figura 12 refere-se aos meses mais quentes, de setembro a abril, e possui as

características opostas do período de maio a agosto, mostrado anteriormente. Desta

forma, a predominância do vento da direção NW é ampliada, com uma presença mais

discreta dos outros quadrantes. Isto ocorre porque nestes meses mais quentes, ocorre

influência dos sistemas vindos da Amazônia (ZCAS). O índice de calmarias não sofreu

grande variação, com 4,97% das ocorrências.

Figura 12 – Histograma direcional do vento - período Setembro a Abril.

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6 – O EFEITO DE DOWNWASH

Prédios ou outras barreiras próximas a fontes de emissão podem causar concentrações

elevadas de poluentes devido à formação de um vórtice a sotavento do obstáculo e a

formação de um escoamento turbulento. Este efeito é conhecido como downwash.

Esses vórtices transportam parte da pluma para a superfície elevando as

concentrações em suas áreas de influência. O AERMOD incorpora os algoritmos do

Plume Rise Model Enhancements (PRIME) para estimar o crescimento acelerado e a

restrição da ascensão da pluma devido aos vórtices formados a sotavento dos prédios.

A Figura 13 apresenta uma maquete representativa do efeito de downwash junto a

edificações causada por uma chaminé baixa (a), a respectiva simulação computacional

desse efeito (b) e um exemplo de uma fonte com altura de chaminé adequada (c).

(a) (b) (c)

Figura 13 – (a) simulação do efeito downwash em uma maquete, (b) simulação do efeito downwash em uma modelagem computacional e (c) deslocamento da pluma sem atuação do efeito downwash.

O PRIME divide a massa da pluma entre a região do vórtice e a região escoamento da

pluma. A dispersão no vórtice é baseada na geometria do prédio e assume-se que na

vertical a mistura seja uniforme. Na fronteira da região do vórtice parte da massa é

emitida para a região turbulenta. Essa massa é combinada com a massa da pluma que

não foi capturada pelo vórtice e, consequentemente, dispersada com uma taxa de

propagação baseada na localização da fonte, altura de lançamento e geometria do

prédio. Um modelo de função de densidade de probabilidade e um modelo de difusão

em vórtices são usados para analisar o escoamento turbulento próximo e distante,

respectivamente. A ascensão da pluma, para fontes influenciadas por prédios, é

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estimada por um modelo que inclui a deflexão da linha de corrente próximo ao prédio,

cisalhamento vertical da velocidade do vento, aumento da diluição a partir do

escoamento turbulento e perda de velocidade. Em geral esses efeitos induzidos por

prédios atuam de forma a restringir a ascensão que a pluma teria na ausência do

prédio.

A concentração total é dada por uma soma ponderada das concentrações obtidas pelo

AERMOD (sem considerar a influência dos prédios) e pelo PRIME (considerando a

influência dos prédios):

O Fator de peso é obtido de forma que a contribuição do PRIME decaia

exponencialmente conforme a pluma se afasta do prédio

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O efeito de downwash foi considerado neste estudo devido à existência de edificações

de dimensões significativas e suficientemente próximas às fontes simuladas que

apresentam potencial influência na formação de vórtices turbulentos a sotavento. Os

dados das edificações para processamento do downwash foram fornecidos pelo

contratante, totalizando quinze edificações. Na Figura 14 temos o diagrama

esquemático com as localizações das edificações (em azul) e das fontes de emissão

(em vermelho) do cenário simulado.

Figura 14 – Diagrama esquemático da planta simulada com a localização das edificações (em azul) e fontes de emissão (em vermelho).

Fonte: Google Earth.

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7 – CARACTERÍSTICAS DA FONTE E TAXAS DE EMISSÃO DOS POLUENTES

As fontes pontuais de emissão para o cenário simulado são as seguintes chaminés e

respectivas representações neste trabalho:

caldeira de recuperação - CH_01

forno de cal 1 - CH_02

caldeira de biomassa - CH_03.

forno de cal 2 – CH_04

O projeto da futura planta industrial da Braxcel possui as chaminés co-localizadas.

A Tabela 1 apresenta a descrição das fontes simuladas, a Tabela 2 apresenta os

parâmetros de entrada das fontes e a Tabela 3 apresenta as taxas de emissão de cada

poluente.

Tabela 1: Descrição das fontes simuladas.

Fonte Descrição

CH_01 Chaminé da caldeira de recuperação CH_02 Chaminé do forno de cal 1 CH_03 Chaminé da caldeira de biomassa CH_04 Chaminé do forno de cal 2

Tabela 2: Parâmetros de entrada das fontes pontuais simuladas.

Fonte Coordenadas Alt. Fonte Temperatura Velocidade Diâmetro UTME (m) UTMN (m) Cota (m) (m) (K) (m/s) (m)

CH_01 770701 8654452 245 135 473,15 18,00 8,00 CH_02 770701 8654452 245 135 573,15 18,00 2,30 CH_03 770701 8654452 245 135 443,15 18,00 2,80 CH_04 770701 8654452 245 135 573,15 18,00 2,30

Tabela 3: Taxas de emissão das fontes pontuais simuladas.

Cenário Taxas de Emissão (em g/s) CO MP NO2 SO2 ERT

CH_01 131,00 52,42 131,11 52,42 7,86 CH_02 8,75 3,50 12,25 8,75 0,94 CH_03 23,33 8,67 20,00 16,67 0,00 CH_04 8,75 3,50 12,25 8,75 0,94

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8– RESULTADOS

Os resultados das simulações são analisados para efeito de determinação de

conformidade ambiental considerando-se as três concentrações máximas de período

curto e longo em receptores distintos (Tabela 4). Os valores das três concentrações

máximas de cada poluente são comparados aos respectivos Padrões CONAMA1 03/90,

quando definidos.

A distribuição espacial dos resultados é analisada para efeito de determinação das

áreas mais atingidas pela pluma. As figuras com a distribuição espacial dos resultados

da simulação estão apresentadas no anexo A.

Tabela 4: Concentrações máximas em receptores distintos para todos os poluentes e períodos analisados.

Parâmetro Período Concentrações ( g/m3) Padrão CONAMA ( g/m3)

1a Máx. 2a Máx. 3a Máx. Primário Secundário

CO 1 hora 255,672 251,219 224,082 40.000 40.000

8 horas 63,3427 54,9153 53,6582 10.000 10.000

PTS 24 horas 12,0745 12,0002 11,8777 240 150

Anual 0,50159 0,46661 0,46558 80 60

NO2 1 hora 234,516 216,755 212,264 320 190 Anual 1,30258 1,21624 1,20195 100 100

SO2 24 horas 16,7415 16,5526 16,244 365 100

Anual 0,65384 0,63328 0,60495 80 40

ERT 1 hora 15,0227 13,8867 13,5269 ND ND

O poluente ERT não possui padrão CONAMA, sendo suas concentrações comparadas

à percepção olfativa humana, conforme consta da bibliografia. A percepção olfativa é

quantificada através do termo, LMPO (limite médio de percepção do odor), que

representa o limite onde cerca de metade da população perceberá o odor e outra parte

não (independentemente de identificação). Neste trabalho, para o ERT foi adotado o

LMPO do gás sulfídrico, H2S, que possui limite o mais restritivo entre os gases

sulfurosos2; 6,36 g/m3. Além do exposto, comparar as concentrações de ERT contra o

LMPO de H2S é bastante conservador porque os demais compostos sulfurosos

possuem peso molecular maior. 1 CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. 2 O nível toxicidade do H2S é de 1000 g/m3

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9 – CONCLUSÕES

Os resultados do EDA mostram que as concentrações de curto e de longo período dos

poluentes CO, PTS NO2 e SO2 apresentam conformidade ambiental com os respectivos

padrões primários de qualidade do ar definido pela resolução CONAMA 03/1990. Nas

Figuras A-7 e A-8 do Anexo A observa-se que o padrão secundário do NO2 (mais

restritivo) não foi ultrapassado na Área de Preservação Ambiental (APA) Lago do

Peixe-Angical. Portanto, fica demostrada a conformidade ambiental legal do

empreendimento proposto.

O ERT ultrapassou o LMPO, mas está muito abaixo do nível de toxicidade de forma

que não oferece risco a saúde da população próxima ao empreendimento. A área de

ultrapassagem pode ser observada nas isolinhas de concentração da Figura A-1 do

Anexo A. As concentrações máximas ocorrem nas montanhas ao sul do

empreendimento, nas montanhas ao sul da barragem do Peixe-Angical.

Finalmente, ressalta-se que o EDA é intrinsecamente conservador em todas as

hipóteses de simulação, de forma que os resultados estão superestimados.

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10 – EQUIPE TÉCNICA

George Lentz César Fruehauf Sc.B. Matemática IM/UFRJ Sc.M. Meteorologia San Jose State U.;California EUA Ph.D. Geografia DG/FFLCH/USP. Eng. Ambiental Fac. Eng. / U.S.Marcos. CREA-SP: 5062008073 REGISTRO IBAMA: 573856

Daniel Constantino Zacharias Sc.B Meteorologia IAG/USP Sc.M Meteorologia IAG/USP CREA-SP: 5063075757 REGISTRO IBAMA: 638533

Giulia De Salve Analista Ambiental IAG/USP REGISTRO IBAMA: 5239358

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11 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

US EPA (1987).Environmental Protection Agency, 1987.On-Site Meteorological Program Guidance for Regulatory Modeling Applications, EPA - 450/4-87-013.

LAKES Environmental Software (2007).User’s Guide ISC-AERMod View.

US EPA (2007).AERMOD Modeling System (acesso 19/06/2007)

http://www.epa.gov/scram001/dispersion_prefrec.htm#aermod.

http://www.atsdr.cdc.gov/mmg/mmg.asp?id=221&tid=40

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ANEXO A

Figuras com as distribuições espaciais das concentrações máximas

Figura A-1: Distribuição espacial da média de 1h de CO na grade 40 x 50 km (UCART1), centrada na fonte.

Figura A-2: Distribuição espacial da média de 1h de CO na grade 6 x 6 km (UCART3), centrada na fonte.

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Figura A-3: Distribuição espacial da média de 8h de CO na grade 40 x 50 km (UCART1), centrada na fonte.

Figura A-4: Distribuição espacial da média de 8h de CO na grade 6 x 6 km (UCART3), centrada na fonte.

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Figura A-5: Distribuição espacial da média de 24h de PTS na grade 40 x 50 km (UCART1), centrada na fonte.

Figura A-6: Distribuição espacial da média de 24h de PTS na grade 6 x 6 km (UCART3), centrada na fonte.

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Figura A-7: Distribuição espacial da média de 1h de NO2 na grade 40 x 50 km (UCART1), centrada na fonte e área da APA (em verde).

Figura A-8: Distribuição espacial da média de 1h de NO2 com zoom na área mais impactada e área da APA (em verde).

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Figura A-9: Distribuição espacial da média de 24h de SO2 na grade 40 x 50 km (UCART1), centrada na fonte.

Figura A-10: Distribuição espacial da média de 24h de SO2 na grade 6 x 6 km (UCART3), centrada na fonte.

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Figura A-11: Distribuição espacial da média de 1h de ERT na grade 40 x 50 km (UCART1), centrada na fonte.

Figura A-12: Distribuição espacial da média de 1h de ERT na grade 6 x 6 km (UCART3), centrada na fonte.

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20600.10-1000-M-1500

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ANEXO III

Estudo de Dispersão dos Efluentes Tratados no rio Tocantins

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ESTUDO DE DISPERSÃO HÍDRICA

NO RIO TOCANTINS

ESTUDO DE DISPERSÃO DO EFLUENTE

NO RIO TOCANTINS

Projeto da Fábrica de Celulose Branqueada de Eucalipto

BRAXCEL CELULOSE S/A

Peixe – TO

Fevereiro/2012

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................1

2. INFORMAÇÕES SOBRE O EMPREENDEDOR ..........................................................3

3. INFORMAÇÕES SOBRE O EMPREENDIMENTO ......................................................4

4. HIDROGRAFIA DO RIO TOCANTINS ....................................................................... 13

5. MODELOS MATEMÁTICOS ....................................................................................... 23

6. SIMULAÇÃO DA ZONA DE MISTURA – MODELO CORMIX ............................... 26

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ....................................................................... 40

8. EQUIPE TÉCNICA ........................................................................................................ 41

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 41

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1. INTRODUÇÃO Uma das questões mais relevantes que se apresentam para a sociedade contemporânea é a preservação dos recursos hídricos. No Brasil, a preocupação acerca desse assunto é notória, entre outras, na Lei nº 9.433/97 (institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos), que veio disciplinar o uso das águas no país, e na Resolução CONAMA 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes.

Dentre os instrumentos de controle previstos em nossa legislação, destacam-se o monitoramento e o diagnóstico da qualidade dos recursos hídricos. Nesse particular, modelos matemáticos de qualidade de água podem ser ferramentas úteis. Tais modelos consistem em um conjunto de equações, que fornecem a distribuição espacial e temporal de constituintes que são transportados em solução e em suspensão pelo corpo hídrico. Essas equações, via de regra, são resolvidas numericamente, gerando o que se chama de simulação numérica, e o modelo, uma vez calibrado, permite traçar cenários futuros e passados em função das entradas que sejam prescritas. Assim, zonas de mistura, comportamento de plumas de poluentes e dispersão podem ser devidamente calculadas e previstas pela simulação.

Visando complementação e alteração da Resolução CONAMA nº 357/2005, foi sancionada a Resolução CONAMA nº 430 em 13 de Maio de 2011, que dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes. Conforme estabelecido por esta Resolução, é estabelecida a necessidade de um estudo da zona de mistura de um efluente tratado no corpo receptor. Em atendimento a essa norma, o objetivo deste estudo é conhecer a distância aproximada que ocorre a mistura completa do efluente da BRAXCEL com as águas do rio Tocantins, ou seja, conhecer a sua “zona de mistura”.

Esse conhecimento é considerado importante para atendimento de um dos requisitos desta Resolução CONAMA nº 430/11, que no seu Art. 13º diz: “Na zona de mistura serão admitidas concentrações de substâncias em desacordo com os padrões de qualidade estabelecidos para o corpo receptor, desde que não comprometam os usos previstos para o mesmo”. - Parágrafo único A extensão e as concentrações de substâncias na zona de mistura deverão ser objeto de estudo, quando determinado pelo órgão ambiental competente, às expensas do empreendedor responsável pelo lançamento.

No Art. 4º, inciso XIV, a zona de mistura é definida como “região do corpo receptor, estimada com base em modelos teóricos aceitos pelo órgão ambiental competente, que se estende do ponto de lançamento do efluente, e delimitada pela superfície em que é atingido o equilíbrio de mistura entre os parâmetros físicos e químicos, bem como o equilíbrio biológico do efluente e os do corpo receptor, sendo específica para cada parâmetro”.

Assim sendo, este documento apresenta o Estudo de Dispersão Hídrica (EDH), visando conhecer a zona de mistura dos efluentes líquidos tratados da BRAXCEL no rio Tocantins.

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Para conhecer e identificar a extensão da zona de mistura foram realizadas simulações através do modelo matemático CORMIX, desenvolvida pela Cornell University em conjunto com a USEPA (US Environmental Protection Agency – Agência de Proteção do Meio Ambiente dos EUA), cujos resultados são apresentados mais adiante no presente relatório. Este trabalho faz parte dos Estudos Ambientais de implantação da unidade industrial de produção de celulose branqueada de eucalipto (capacidade de 2.000.000 toneladas por ano) da BRAXCEL em Peixe – TO, visando à obtenção da Licença Prévia (LP) junto ao Instituto Natureza do Tocantins – NATURATINS. Este Relatório foi dividido nos seguintes capítulos:

– Introdução;

– Informações sobre o Empreendedor e do Empreendimento; – Descrição geral da Unidade Industrial;

– Bacia Hidrográfica do rio Tocantins;

– Modelos Matemáticos; – Simulação dos Lançamentos;

– Conclusões e Recomendações;

– Equipe Técnica;

– Bibliografia; – Anexos.

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2. INFORMAÇÕES SOBRE O EMPREENDEDOR O Grupo GMR, cuja sigla representa o nome de seus fundadores Guilherme Sahade, Marcelo Sahade e Roberto Sahade, atua em diversas áreas como: Empreendimentos imobiliários, com a GMR S/A Empreendimentos e Participações;

Energia, com a GMR Energy Ltda.; Florestal, com a GMR Florestal S/A;

Celulose, com a BRAXCEL Celulose S.A.

GMR S/A Empreendimentos e Participações A GMR S/A Empreendimentos e Participações é uma empresa de construção civil com mais de 35 anos de experiência no setor imobiliário com cerca de 700.000 metros quadrados construídos e 5.000 unidades entregues.

Sua atuação é focada no estado de São Paulo, com ênfase nas cidades de São Paulo, Santos, São Vicente, Guarujá, Jundiaí, São José dos Campos e Ribeirão Preto.

Desde 2005, a GMR S/A Empreendimentos e Participações é anualmente auditada pela Fundação Vanzolini e mantém sua certificação de qualidade ISO 9001:2000.

Splendor Park Ipiranga - SP

Fleur Du Champ Jundiaí - SP

Plátano Chácara Flora - SP

GMR Energy Ltda A GMR Energy Ltda foi criada visando à entrada no mercado de energia elétrica nacional. Em seguida, devido à necessidade de ampliação da infraestrutura de geração de energia no País, a GMR Energy LTDA em sociedade com o Banco Pátria, Bradesco BBI, DEG (Banco KFW) e Eton Park (fundo global com mais de U$ 13 bilhões em investimentos) constituíram a ERSA – Energias Renováveis S.A. No início de 2011, a CPFL Energia e a ERSA Energias Renováveis anunciaram a criação da CPFL Energias Renováveis S.A. (a “CPFL Renováveis”), a partir da associação dos ativos das duas empresas em PCHs, parques eólicos e usinas termelétricas a biomassa. Essa nova companhia nasceu como uma das maiores da América Latina no segmento de geração de energia a partir de fontes renováveis (PCHs, parques eólicos e usinas termelétricas a biomassa), com 648 MW de potência instalada em operação (posição estimada em agosto de 2011, quando da conclusão da operação), 386 MW em construção e 3.341 MW de portfólio em preparação para construção ou desenvolvimento, totalizando 4.375 MW de potência.

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Na estrutura societária dessa companhia, a CPFL Energia é a acionista majoritária, com participação de 63,6%, e os atuais acionistas da ERSA têm participação de 36,4%.

GMR Florestal S/A A GMR Florestal é uma empresa do Grupo GMR, controlada pela família Sahade, constituída em 2008 com objetivo de produzir madeira através de florestas plantas, principalmente de eucalipto, para produção de energia, celulose e carvão vegetal.

Em uma área total de até 600.000 ha, o projeto da GMR Florestal na região Sudeste do estado do Tocantins pretende plantar até 342.000 ha de madeiras de reflorestamento, sendo em sua maioria Eucaliptus spp. Aliás, em 05 de Julho de 2011, a GMR Florestal teve expedido, pela NATURATINS, a licença de instalação para a atividade de Silvicultura nos municípios de Arraias, Conceição do Tocantins, Natividade, São Valério, Paranã e Peixe.

Braxcel Celulose S.A. A Braxcel Celulose S.A. foi criada com objetivo de atender a crescente demanda mundial de celulose. A Braxcel está instalada no município de Palmas. A empresa pretende instalar sua unidade industrial de Fabricação de Celulose Branqueada de Eucalipto no município de Peixe, no estado do Tocantins.

3. INFORMAÇÕES SOBRE O EMPREENDIMENTO

3.1. Descrição Geral A unidade industrial de fabricação de celulose branqueada de eucalipto da BRAXCEL será implantada no município de Peixe, no estado do Tocantins. Este projeto prevê uma produção de 2.000.000 toneladas por ano de celulose branqueada de eucalipto. Para a operação da unidade industrial de celulose será necessária à implantação de uma infraestrutura de apoio que compreenderá: linha de transmissão de energia elétrica, recebimento de insumos, captação e tratamento de água, tratamento e disposição adequada de efluentes e aterros sanitário e industrial. A produção de celulose começará com o preparo da madeira retirada das florestas de eucaliptos da BRAXCEL com 100% das árvores plantadas e renováveis. As toras serão transformadas em pequenos pedaços de madeira, chamados cavacos, com dimensões regulares. Com a uniformidade deles, a madeira será cozida com mais eficiência. Em seguida, vem a etapa da polpação, na qual será feita a modificação da estrutura da madeira para a obtenção da polpa de celulose, a polpa marrom. Para isso, utilizar-se-á um processo químico que acontece em reatores chamados digestores. A fase seguinte é o branqueamento, no qual a polpa será branqueada em um processo composto por diversos estágios que preservam, ao máximo, as características de resistência da celulose. A etapa seguinte é a secagem, quando serão realizadas a formação, a prensagem e a secagem da folha de celulose. Concluindo o processo, ocorre o enfardamento, no qual as folhas retiradas da secadora serão cortadas, pesadas e embaladas em fardos. A indústria de celulose kraft possui um sistema que permite a recuperação dos produtos químicos utilizados para obtenção da polpa. A recuperação inicia-se com a evaporação do licor negro, elevando o teor de sólidos secos. Após a evaporação, o licor será enviado

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para incineração na caldeira de recuperação. Na caldeira, a matéria orgânica presente no licor será incinerada, restando então um fundido, formado pelos compostos inorgânicos que serão enviados para a caustificação, onde ocorrerá a clarificação do licor verde, e posterior obtenção do licor branco.

A Figura 3.1-1 apresenta um fluxograma geral do processo produtivo da celulose da BRAXCEL.

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Figura 3.1-1 – Fluxograma geral do processo produtivo.

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3.2. Tratamento de Efluentes Líquidos O sistema de tratamento biológico a ser adotado na BRAXCEL será de lodos ativados do tipo aeração prolongada. O processo de lodos ativados é uma tecnologia comprovada e têm sido muito utilizada nas indústrias de celulose do mundo todo. O processo apresenta uma eficiência superior a 90% em termos de redução de DBO. O lançamento no rio Tocantins dos efluentes tratados estarão de acordo com as exigências definidas na Legislação nas esferas Estadual e Federal.

O sistema de tratamento de efluentes consiste basicamente de duas fases: remoção de sólidos e remoção de carga orgânica. As principais unidades deste sistema estão relacionadas e descritas a seguir. Gradeamento

Os fluxos dos efluentes contendo sólidos suspensos serão dirigidos por gravidade para um sistema de gradeamento para remover os materiais grosseiros.

Clarificadores Primários Após a passagem pelo sistema de gradeamento e medição de vazão, o efluente contendo sólidos será enviado para clarificadores primários para reduzir a quantidade de sólidos suspensos. Esses clarificadores serão dotados de raspador para remoção de sólidos sedimentados e de escuma acumulada na superfície do mesmo. Os sólidos sedimentados e as escumas com consistência de 1,0 a 3,0 % serão retirados por meio de bombas que enviarão para o sistema de desaguamento de lodo primário. O efluente clarificado será encaminhado para o sistema de neutralização.

Lagoa de Emergência Além dos sistemas de prevenção e coleta de vazamentos e derramamentos previstos em cada departamento da fábrica, haverá uma lagoa de emergência na estação de tratamento de efluentes. A finalidade desta lagoa será receber todos os efluentes com características fora de especificação. Uma vez desviados para a lagoa de emergência, o conteúdo desta será dosado para a entrada do tanque de neutralização de forma que nenhum distúrbio seja criado no tratamento biológico. Neutralização do Efluente

O efluente clarificado nos clarificadores primários será enviado para um tanque de neutralização que receberá também os efluentes sem sólidos suspensos. A finalidade desta etapa será neutralizar o efluente combinado, através da adição de soda cáustica ou de ácido sulfúrico, visando manter um pH entre 6 e 8, tornando-o apropriado para o tratamento biológico. Resfriamento do Efluente

Devido ao efluente neutralizado apresentar ainda uma temperatura considerada elevada para o tratamento biológico, o efluente deverá ser resfriado para que atinja uma temperatura que não prejudique o desempenho do tratamento biológico. O resfriamento dos efluentes será realizado através de uma torre de resfriamento, sendo dimensionada para uma temperatura de entrada aproximada de 60 ºC, e uma temperatura de saída em torno de 35 ºC.

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Lodos Ativados

O sistema de tratamento biológico adotado será do tipo aeróbio por lodos ativados. Após a dosagem de nutrientes, os efluentes serão encaminhados para o tanque seletor, que terá alta capacidade de oxigenação e tem por finalidade eliminar os organismos filamentosos. Deste tanque, os efluentes seguirão para o tanque de aeração, onde haverá injeção de ar para o sistema será realizado por difusores do tipo bolha fina. Estes difusores fornecerão oxigênio necessário ao desenvolvimento das bactérias e promoverão mistura da massa líquida contida no tanque de aeração. No processo de lodos ativados, haverá a formação da massa biológica (lodo), que deverá ser separada fisicamente da massa líquida (efluente clarificado), o que ocorrerá através de clarificadores secundários. O efluente tratado e clarificado será lançado através de emissário e difusores no rio Tocantins. O lodo secundário (biológico) será removido constantemente do fundo dos clarificadores através de raspadores e dirigido por gravidade para um poço de lodo, de onde será recalcado através de bombas para o tanque seletor, efetuando-se a sua recirculação. O lodo biológico excedente será enviado para os adensadores e depois para o sistema de desaguamento.

Emissário de Efluente Tratado O emissário destina-se ao lançamento dos efluentes tratados no rio Tocantins de forma controlada e segura por intermédio do lançamento subaquático em condições tais que impedem a formação de espumas e promovem a dispersão da forma mais eficiente no corpo receptor. Na Figura a seguir, é apresentado o ponto de lançamento da BRAXCEL, onde o emissário subaquático será implantado.

Figura 3.2-1. Localização do ponto de lançamento de efluente tratado da BRAXCEL.

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O sistema completo consiste em: (a) um poço de efluentes tratados; (b) emissário de efluentes tratados até a margem do rio Tocantins, na altura do ponto de lançamento; (c) válvulas de controle; (d) tubulações do emissário no leito do rio e; (e) tubos difusores verticais (risers) com bocais para o lançamento subaquático e dispersão nas águas do rio. Nesta fase de engenharia as tubulações subaquáticas consistirão de 3 linhas paralelas de PEAD (polietileno de alta densidade) no leito do rio. As Figuras 3.2-2 e 3.2-3 apresentam uma visão geral do sistema (planta e corte, respectivamente). Em determinados locais, que favorecem a melhor dispersão nas águas do rio e a homogeneização da mistura, haverá tubulações verticais (risers) de aço, que conduzirão o efluente tratado das tubulações enterradas, ficando muito próximo do leito do rio.

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Figura 3.2-2 – Visão geral do Emissário – Planta.

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Figura 3.2-3 – Visão geral do Emissário – Corte.

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Na extremidade de cada riser, haverá uma curva de 90o para a horizontal. Na extremidade dessa curva, será instalada uma válvula de retenção especial (Figura 3.2-4), permitindo o lançamento de jatos do efluente de forma otimizada, assim como impedirá a entrada de areia e corpos estranhos no interior do sistema.

Figura 3.2-4 – Detalhes do riser e válvula “bico de pato”.

Características do Efluente Tratado Para realização deste estudo, foi considerada a condição média mais desfavorável, que é a mais crítica no período de um ano. Portanto, as principais características previstas destes efluentes após o tratamento são apresentadas a seguir:

Parâmetros Unidade Média diária

- Vazão m3/h 7.500

m³/s 2,08

- DBO mg/L < 40

- Cor mg/L < 900

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4. HIDROGRAFIA DO RIO TOCANTINS

4.1.1. Introdução

O rio Tocantins, que está localizado na AID do empreendimento, pertence à Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia que está situada na região centro-norte do país. Essa região faz divisa com 6 outras regiões: Amazônica, Paraguai, Paraná, São Francisco, Parnaíba e Atlântico Nordeste Ocidental, conforme apresentado na Figura a seguir.

Figura 4.1.1-1. Regiões Hidrográficas com destaque para a Tocantins-Araguaia. Fonte: ANA, 2010.

4.1.2. Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia

A Região Hidrográfica do Tocantins–Araguaia (RHTA) localiza-se entre os paralelos sul 0º 30’e 18º 05’ e os meridianos de longitude oeste 45º 45’ e 56º 20’. Sua configuração é alongada, com sentido Sul–Norte, seguindo a direção predominante dos cursos d’água principais, os rios Tocantins e o Araguaia, que se unem na parte setentrional da região, a partir de onde é denominado apenas de rio Tocantins, que segue até desaguar na Baía da Ilha de Marajó. A área total de drenagem da RHTA é de 918.822 km², abrangendo parte das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Ocupa 11% do território nacional, incluindo áreas dos estados de Goiás (21,4% da RHTA), Mato Grosso (14,7%), Tocantins (30,2%), Pará (30,3%), Maranhão (3,3%) e o Distrito Federal (0,1%), totalizando 409 municípios, dos

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quais 385 (94%) têm sua sede inserida na região. O Estado do Tocantins está integralmente na RHTA, conforme observado na Tabela a seguir.

Tabela 4.1.2-1. Participação dos Estados na RHTA.

Estados Área do Estado na RHTA Área da RHTA no Estado

Km² % (%)

Pará 278.073 30,3 22,3

Tocantins 277.621 30,2 100,00

Goiás 196.297 21,4 57,7

Mato Grosso 135.302 14,7 15,0

Maranhão 30.757 3,3 9,3

Distrito Federal 772 0,1 13,3

Total 918.822 100,0 - Fonte: Plano Estratégico de Recursos Hídricos (PERH) da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

Essa Região destaca-se por ser a segunda maior do país em termos de área e de vazão, inferior apenas a do Amazonas, e a maior do país com área de drenagem situada integralmente em território nacional. Suas dimensões equivalem a 1,5 vez a Bacia do Rio São Francisco e a vazão média de 13.799 m³/s (8% do total do país) resulta em elevada disponibilidade per capita de 60.536 m³/hab.ano.

Os principais rios presentes nessa Região são o Tocantins e o Araguaia. De acordo com a Resolução nº 32, do Conselho Nacional de recursos Hídricos (Brasil, 2003), a RHTA inclui, além das bacias dos rios Tocantins e Araguaia, duas áreas adjacentes de rios tipicamente de planície.

A primeira, localizada a oeste, corresponde às bacias dos rios Pacajá e demais afluentes da margem direita do Rio Pará, que é caracterizado por uma infinidade de canais que o conectam a calha principal do Amazonas, assim separando a Ilha do Marajó. Apresenta ainda um regime de maré similar àquele ao que o rio Tocantins está submetido em seu trecho baixo. A segunda área, localizada a leste, inclui as bacias dos rios Acará, Guamá e Moju, adicionadas à região pelas características fisiográficas e a importância histórica de Belém, que está vinculada à navegação fluvial e à ocupação do território amazônico. A precipitação média anual é de 1.744 mm, com totais anuais aumentando de sul para norte (valores de 1.500 mm em Brasília até 3.000 mm em Belém). Associada à essa característica, a região apresenta dois importantes biomas: a Floresta Amazônica, que ocupa a porção norte/noroeste da região (35% da área total), e o Cerrado (65%). Esses biomas apresentam grande diversidade de fauna e flora e uma ampla zona de transição (écotono). Na Região Hidrográfica, a demanda (vazão de retirada) de água é de 95 m³/s, sendo o principal uso consuntivo a irrigação, que totaliza 57 m³/s (60% do total). O segundo uso da água, em termos quantitativos, é para dessedentação animal, com 16 m³/s, seguido pelo abastecimento humano, com 13 m³/s. A predominância dos usos para irrigação e

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pecuária reflete o perfil econômico da região. Em 2025, a Região Hidrográfica deverá atingir uma demanda de 221 m³/s, e a irrigação e pecuária continuarão como os principais usos, seguidos do abastecimento humano e do uso industrial.

A Região Hidrográfica é a segunda maior do país em potencial hidroenergético instalado com 11.573 MW (16% do país) e 5 grandes usinas em operação (11.460 MW), todas no rio Tocantins. A Usina de Serra da Mesa tem o maior volume de reservatório do país e a de Tucuruí (8.365 MW), a maior capacidade de geração de uma usina nacional. O potencial hidrelétrico da região é de 23.825 MW. Assim, a localização, abundância e potencial de utilização dos recursos naturais, especialmente da água, conferem à região um relevante papel no desenvolvimento do país.

Unidades de Planejamento Considerando as unidades de gestão de recursos utilizadas pelos Estados que compõem a RHTA, a informação hidrológica disponível e os aproveitamentos hidrelétricos existentes, a região foi subdividida em 17 Unidades de Planejamento (UP), conforme apresentado na Tabela e Figura a seguir.

Tabela 4.1.2-2. Característica das Unidades de Planejamento adotadas no Plano Estratégico da RHTA.

Unidades de Planejamento Principais Rios

Área Municípios com sede na

UP

Nome Descrição (km²) % RHTA Nº %

RHTA

1. Alto Araguaia Nascentes do Rio Araguaia

Araguaia, Caiapó, Claro e das Garças 62.640 6,8 38 9,3

2. Alto Mortes Extremo sudoeste da Região Hidrográfica das Mortes 40.130 4,4 7 1,8

3. Baixo Mortes Trecho inferior do rio das Mortes das Mortes 21.584 2,3 4 1,0

4. Alto Médio Araguaia

Inicia-se na confluências dos rios Claro e das Mortes

Araguaia, Cristalino, Crixás-Açu e Vermelho 69.822 7,6 27 7,0

5. Médio Araguaia

Engloba a Ilha do Bananal

Araguaia, Formoso, Javaés, Crisóstomo e

Tapirapé 86.160 9,4 17 4,4

6. Submédio Araguaia

A jusante da Ilha do Bananal até o rio Pau

d´Arco

Araguaia, das Cunhas, Pau

d´Arco e do Coco 67.964 7,4 22 5,7

7. Baixo Araguaia

Trecho final do Rio Araguaia

Araguaia, Muricizal, Maria Lontra e Corda 36.760 4,0 28 7,3

8. Alto Tocantins Contribui para a UHE Serra da Mesa

Tocantins, Maranhão, das

Almas e Tocantinzinho 51.201 5,6 42 10,9

9. Paranã Extremo sudeste da Região Hidrográfica Paranã 59,313 6,5 29 7,5

10. Alto Médio Tocantins

Entre as UHEs de Serra da Mesa e Luiz Eduardo Magalhães

(Lajeado)

Tocantins, Manuel Alves

e Santa Tereza 72.946 7,9 42 10,9

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Unidades de Planejamento Principais Rios

Área Municípios com sede na

UP

Nome Descrição (km²) % RHTA Nº %

RHTA

11. Sono Tributário da

margem direita do Tocantins

Sono 45.687 5,0 11 2,9

12. Médio Tocantins

Entre a UHE Lajeado e a confluência do

Araguaia

Tocantins, Manuel Alves

Grande e Manuel Alves Pequeno

76,953 8,4 61 15,8

13. Itacaiúnas

Tributário da margem esquerda do

Tocantins após confluência com o

Araguaia

Itacaúnas 41.219 4,5 5 1,3

14. Submédio Tocantins

Entre a confluência do Rio Araguaia e a

UHE Tucuruí Tocantins 26.865 2,9 5 1,3

15. Baixo Tocantins

Da UHE Tucuruí até a foz na Baía de

Marajó Tocantins 5.752 0,6 5 1,3

16. Pará Rios que deságuam

no rio Pará pela margem direita

Pará, Anapu e Pacajá 62.899* 6,8 5 1,3

17. Acará-Guamá

Rios que deságuam na baía de Guajará Acará. Guamá e Moju 90.928* 9,9 37 9,6

TOTAL 918.822 100 385 100 Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

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Figura 4.1.2-1. Unidades de Planejamento da Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia. Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado).

4.1.3. UP10 - Alto Médio Tocantins

A unidade industrial da Braxcel está localizada no município de Peixe, dentro da UP10 - Alto Médio Tocantins. Assim, essa UP corresponderá aos estudos da Hidrologia e Hidrografia Regional.

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A UP 10 - Alto Médio Tocantins localiza-se na região sul do estado do Tocantins, e faz divisa com as UPs Alto Médio Araguaia (4), Médio Araguaia (5), Submédio Araguaia (6), Alto Tocantins (8), Paranã (9), Sono (11) e Médio Tocantins (12).

Figura 4.1.3-1. Unidades de Planejamento da Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia. Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009 (Adaptado). Na Tabela a seguir são apresentadas algumas características da UP 10 - Alto Médio Tocantins.

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Tabela 4.1.3-1. Caracterização da UP 10 - Alto Médio Tocantins.

Unidade de Planejamento Principais Rios

Área Municípios com sede na UP

N° Nome Descrição (km²) % da RHTA N° % da

RHTA

10 Alto Médio Tocantins

Entre as UHEs de Serra da Mesa e Luiz Eduardo

Magalhães (Lajeado)

Tocantins, Manuel Alves e

Santa Tereza 72.946 7,9 42 10,9

Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

Demanda Hídrica A demanda de água (vazão de retirada) na RHTA é de 95,1 m³/s. Os principais usos são para irrigação e dessedentação animal, que correspondem, por 60% e 17%, respectivamente. Na sequência, aparece o abastecimento humano, com 14%, e o industrial, com 9%.

Figura 4.1.3-2. Distribuição percentual das vazões de retirada e de consumo na RHTA. Fonte: PERH da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, 2009.

O consumo totaliza 38,5 m³/s, ou seja, 40% da vazão de retirada. Embora a ordem de importância relativa dos tipos de uso seja similar, no caso das vazões de consumo, a dessedentação animal adquire maior expressão. Cabe ressaltar também que as expressivas áreas de cultivo com irrigação por inundação na região, embora exijam grandes volumes para enchimento dos tabuleiros, apresentam retornos significativos ao manancial. Em 2025 estima-se que a demanda total de água seja de 220,59 m³/s, segundo a estimativa do PERH da RHTA. Na UP 10 - Alto Médio Tocantins a demanda total de água (vazão de retirada) é de 3,0 m³/s. Os principais usos são para consumo humano (35%) e dessedentação animal (34%), seguido pela irrigação (21%) e indústria (10%). O consumo total na UP é de 1,59 m³/s, ou seja, 53% da vazão retirada. Em 2025, na UP 10 estima-se que a demanda total de água seja de 20,79 m³/s, segundo a estimativa do PERH da RHTA.

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Disponibilidade Hídrica

Superficial A RHTA apresenta vazão média de 13.799 m³/s, que corresponde a 8% do país, inferior apenas a da Região Hidrográfica do Amazonas, com 131.947 m³/s. Considerando-se a bacia Tocantins–Araguaia (sem considerar as Opôs Pará e Acará-Guamá), a vazão média é de 11.083 m³/s. A disponibilidade hídrica da RHTA é de 5.447 m3/s.

Subterrânea A disponibilidade hídrica subterrânea (reserva explotável que corresponde a 25% das reservas reguladoras) da RHTA totaliza 995,81 m³/s, que representam pequena parcela (0,7%) das reservas permanentes, estimadas em 4.590.923 x 106 m³ (84% desse valor está no Domínio Poroso). A disponibilidade hídrica subterrânea da RHTA é de 74,03 m³/s.

4.1.4. Rio Tocantins

A unidade industrial de produção de celulose branqueada de eucalipto da BRAXCEL, localizada no município de Peixe-TO, próxima à margem esquerda do rio Tocantins, lançará seus efluentes tratados e captará água para abastecimento da fábrica neste mesmo Rio. O rio Tocantins tem extensão total de aproximadamente 2.400 km e é formado a partir da confluência dos rios das Almas e Maranhão, cujas cabeceiras localizam-se no Planalto de Goiás, a cerca de 1.000 m de altitude, ao norte da cidade de Brasília.

Tem área de drenagem de 306.310 km², antes da confluência com o Araguaia, e 764.996 km² na foz, incluída a área de drenagem do Rio Araguaia. Apresenta, no seu trecho superior a médio, características de rio de planalto, enquanto no trecho médio a inferior, de planície. As grandes usinas hidrelétricas da RHTA estão no rio Tocantins e são, de montante para jusante, as seguintes: Serra da Mesa, Cana Brava, Peixe-Angical, Luís Eduardo Magalhães (Lajeado) e Tucuruí. Os principais tributários do Tocantins, até sua confluência com o Araguaia, estão localizados em sua margem direita, sendo, de montante para jusante, os seguintes: Paranã, Manoel Alves, do Sono e Manoel Alves Grande. Depois da confluência com o Araguaia recebe, pela margem esquerda, o rio Itacaiúnas.

Vazão Os dados de vazão do rio Tocantins foram fornecidos pela ENERPEIXE, que é responsável pelo controle operacional da Usina Hidrelétrica de Peixe-Angical. Os dados são referentes à estação fluviométrica localizada a jusante da UHE Peixe-Angical, no período de nov/2006 a jan/2012. Nas Figuras a seguir são apresentados o ponto de localização da estação fluviométrica e o gráfico de vazão média do rio Tocantins a jusante da UHE Peixe-Angical.

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Figura 4.1.4-1. Localização da estação fluviométrica no rio Tocantins.

Figura 4.1.4-2. Vazão média a jusante da UHE Peixe-Angical, entre 2006 e 2012.

Qualidade da água

Segundo os resultados do Laudo Técnico de Águas Superficiais, em todas as amostras coletadas os parâmetros analisados encontram-se de acordo com os padrões exigidos pela legislação. O rio Tocantins apresenta baixos níveis de carga orgânica (DBO) e cor, e

1254 1201 1174 11181343 1480

3968

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

m³/

s

Vazão média UHE Peixe Angical

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levados níveis de oxigênio dissolvido, representando um rio sem aparente poluição e compatível com os padrões de qualidade de um rio Classe II.

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5. MODELOS MATEMÁTICOS

5.1. Conceito da Zona de Mistura

A zona de mistura é definida como a região do corpo receptor onde ocorre a diluição inicial do efluente. Os padrões de qualidade da água aplicam-se fora da zona de mistura, não dentro da zona de mistura própria.

Uma zona de mistura é uma área de um lago ou de um rio onde os poluentes de uma fonte de descarga são misturados. Dentro dessa área, o nível de qualidade das águas do corpo receptor é mais elevado se comparado com um ponto à montante do lançamento de determinado despejo de efluentes. Fora da zona de mistura, os níveis dos poluentes devem atender aos padrões de qualidade da água. A título ilustrativo, a EPA considera alguns pontos a serem atendidos na zona de mistura, tais como: a) material em concentrações que vão provocar toxicidade aguda à vida aquática; b) material em concentrações de decantação que formem depósitos; c) detritos flutuantes, óleos ou outras matérias em concentrações que formam perturbações; d) substâncias em concentrações que produzam cor, odor, sabor ou turvação; e) substâncias em concentrações que produzam impactos indesejáveis à vida aquática.

5.2. Modelo Matemático CORMIX (Simulação da Zona de Mistura)

O Cornell Mixing Zone Expert System (CORMIX) é um sistema de modelos computacionais desenvolvido para a análise, previsão e planejamento do lançamento de efluentes em diferentes corpos d’água (Jirka et al., 1996). Ele foi desenvolvido através da união entre a EPA e a Universidade de Cornell durante o período de 1985-1995. É uma poderosa ferramenta de análise no processo de licenciamento de atividades industriais no tocante às descargas de efluentes nos corpos receptores. Embora o sistema dê grande ênfase na previsão da geometria e diluição características da zona de mistura inicial, visando à verificação da conformidade da qualidade da água perante as restrições regulamentares, o sistema também prevê o comportamento da pluma de descarga em distâncias maiores. O CORMIX é composto por três subsistemas: (a) CORMIX1, utilizado para a análise de lançamentos pontuais abaixo da superfície (submerged single port discharges); (b) CORMIX2, para a análise de múltiplos lançamentos multipontuais (difusores) abaixo da superfície (submerged multiport diffuser discharges); e (c) CORMIX3, para a análise de lançamentos superficiais (buoyant surface discharges).

Embora a metodologia do CORMIX considere condições ambientais estacionárias, o sistema representa uma ferramenta adequada para a previsão tanto de feições qualitativas (e.g. classificação de fluxos), quanto de aspectos quantitativos (e.g. taxas de diluição, trajetórias de plumas) dos processos de mistura hidrodinâmicos resultantes de diferentes configurações de lançamentos e em vários tipos de corpos d’água, incluindo pequenos riachos, grandes rios, lagos, reservatórios, estuários e águas costeiras.

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Figura 5.2-1 – Software CORMIX.

Processos de Mistura Hidrodinâmica O comportamento da mistura de qualquer descarga de águas residuais é regido pela interação das condições ambientais do corpo receptor e das características de descarga. A modelagem do transporte de uma pluma de efluentes compreende a modelagem do campo próximo (near-field) e do campo afastado (far-field). O campo próximo corresponde à zona de diluição inicial, onde prevalecem os efeitos oriundos da velocidade inicial de ejeção e a diferença de densidade entre o efluente e o meio. Por campo afastado, entende-se a região onde passam a predominar os efeitos da dinâmica local no transporte e dispersão da pluma. Para representar o comportamento da pluma de efluentes, deve-se separar o processo em modelagem do campo próximo e modelagem do campo afastado.

O presente relatório limita-se ao estudo das interações do campo próximo, uma vez que o objetivo é de se conhecer a referida zona de mistura, ou também chamada de zona de diluição inicial.

Tipo de lançamento O lançamento do efluente da BRAXCEL no rio Tocantins tem a seguinte concepção: lançamentos multipontuais (33 difusores) abaixo da superfície da d’água através de 3 emissários submarinos. O efluente é descarregado paralelamente ao fluxo do rio, se mantendo inicialmente como jatos cilíndricos, e posteriormente, como um jato plano único. A Figura 5.2-2 apresenta de forma ilustrativa esse tipo de diluição.

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Figura 5.2-2 – Lançamento do efluente pelos difusores.

Para o presente estudo, foi utilizado o CORMIX 2, que analisa as descargas abaixo da superfície da água, lançadas por um emissário submarino com múltiplos difusores.

Parâmetros do CORMIX O CORMIX permite trabalhar com três tipos de parâmetros: – Conservativo: o parâmetro não sofre qualquer processo de decaimento;

– Não conservativo: o parâmetro sofre um decaimento de primeira ordem;

– Descargas de altas temperaturas. Normalmente, o comportamento do campo próximo é bastante insensível com a escolha destes valores, mas pode afetar a previsão dos resultados em distâncias maiores, nos casos de campo afastado.

No presente caso foi adotado que o efluente da BRAXCEL é do tipo conservativo para os 2 (dois) parâmetros estudados (DBO e Cor), ou seja, não foi considerado decaimento da carga orgânica por reaeração ou degradação biológica.

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6. SIMULAÇÃO DA ZONA DE MISTURA – MODELO CORMIX

6.1. Premissas Adotadas

O tipo de lançamento dos efluentes da BRAXCEL no rio Tocantins é do tipo jato de mistura por múltiplos lançamentos multipontuais (difusores) abaixo da superfície (submerged multiport diffuser discharges).

Em função do tipo de descarga, foi utilizado o CORMIX 2, ou seja, quando um efluente é lançado através de múltiplos lançamentos multipontuais (difusores).

6.2. Dados de Entrada

Existem três tipos de dados de entrada que são necessários para a utilização do modelo CORMIX: dados ambientais, propriedades físico-químicas dos compostos simulados e informações sobre o tipo de descarte. A Figura 6.2-1 apresenta a título ilustrativo, o software.

Os dados ambientais consistem em informações de corrente, vento, temperatura, coeficiente de Manning, dados batimétricos, entre outros. As informações de corrente podem ser oriundas de dados medidos na região de interesse, ou de um campo de correntes gerado através de modelagem hidrodinâmica.

As propriedades físico-químicas de cada composto presente no descarte são incluídas, separadamente, no banco de dados do modelo, através de uma variedade de campos numéricos e de texto, especiais para a identificação e caracterização do químico descartado.

O último conjunto de dados de entrada do modelo é composto pelas informações sobre o tipo de descarte, como localização do ponto de descarte, características do difusor, profundidade e vazão de descarte, duração de lançamento e da simulação, bem como propriedades físico-químicas do corpo d’água em estudo.

Visando uma análise mais ampla das condições de mistura, foram considerados os seguintes parâmetros:

– Vazão mínima do rio (Q7,10) 480 m3/s

– Vazão média do rio 1.648 m3/s

– Concentração da DBO do efluente da BRAXCEL 40 mg/L

– Concentração da Cor do efluente da BRAXCEL 900 mg/L

– Vazão do efluente da BRAXCEL 2,08 m3/s

Para todas as simulações foi considerada região de interesse de 3.460 m.

As concentrações de DBO e Cor do efluente da BRAXCEL considerados nesse estudo

são os valores máximos, ou seja, de pico de projeto.

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Para o estudo da zona de mistura do rio Tocantins foram rodadas 4 simulações, variando a

vazão do rio (vazão média de 1.648 m3/s e Q7,10 de 480 m3/s) e os parâmetros em estudo

(DBO e Cor), no qual foram verificadas as distâncias em que a qualidade do rio atende

aos parâmetros estabelecidos pela Res. CONAMA 357/2005 (para rios de classe 2) e as

distâncias em que rio Tocantins retorna à qualidade original a montante do ponto de

lançamento, conforme campanha apresentada no Laudo de Águas Superficiais do

EIA/RIMA (DBO = 2,0 mg/L e Cor = 20,0 mg/L).

Tabela 6.2-1. Simulações utilizadas para o estudo da zona de mistura do rio Tocantins.

Parâmetro Simulação Qrio (m³/s) Concentração (mg/L)

DBO 1 480 40

2 1.648 40

Cor 3 480 900

4 1.648 900

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6.3. Modelagens Realizadas

6.3.1. SIMULAÇÃO 1: DBO, Q7,10

Dados de Entrada:

– Qrio = 480 m³/s (vazão mínima - Q7,10)

– Qefluente = 2,08 m³/s

– DBOefluente = 40 mg/L

– Altura da lâmina d´água do rio Tocantins no ponto de lançamento = 2 m

Gráficos da Simulação

Figura 6.3.1-1 – Dispersão em 3 dimensões: x (comprimento), y (largura) e z (profundidade)

Figura 6.3.1-2 – Dispersão em 2 dimensões: x (comprimento) e y (largura)

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Figura 6.3.1-3 – Dispersão em 2 dimensões: y (largura) e z (profundidade)

Figura 6.3.1-4 – Dispersão em 2 dimensões: z (profundidade) e x (comprimento)

Figura 6.3.1-5 – Gráfico Concentração X Distância

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Figura 6.3.1-6 – Gráfico Diluição X Distância

Os resultados da simulação mostram que a pluma atinge a concentração de 5 mg/L de DBO (padrão de qualidade para rios classe 2) a partir de 14,28 m do lançamento do efluente. A partir 15,51 m, a concentração de DBO atinge valores menores que 2,0 mg/L, ou seja, retorna à qualidade original a montante do ponto de lançamento, conforme campanha apresentada no Laudo de Águas Superficiais do EIA/RIMA.

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6.3.2. SIMULAÇÃO 2: COR, Q7,10

Dados de Entrada:

– Qrio = 480 m³/s (vazão mínima - Q7,10)

– Qefluente = 2,08 m³/s

– CORefluente = 900 mg/L

– Altura da lâmina d´água do rio Tocantins no ponto de lançamento = 2 m

Gráficos da Simulação

Figura 6.3.2-1 – Dispersão em 3 dimensões: x (comprimento), y (largura) e z (profundidade)

Figura 6.3.2-2 – Dispersão em 2 dimensões: x (comprimento) e y (largura)

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Figura 6.3.2-3 – Dispersão em 2 dimensões: y (largura) e z (profundidade)

Figura 6.3.2-4 – Dispersão em 2 dimensões: z (profundidade) e x (comprimento)

Figura 6.3.2-5 – Gráfico Concentração X Distância

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Figura 6.3.2-6 – Gráfico Diluição X Distância

Os resultados da simulação mostram que a pluma atinge a concentração de 75 mg/L de Cor (padrão de qualidade para rios classe 2) a partir de 14,97 m do lançamento do efluente. A partir 15,97 m, a concentração de Cor atinge valores menores que 20,0 mg/L, ou seja, retorna à qualidade original a montante do ponto de lançamento, conforme campanha apresentada no Laudo de Águas Superficiais do EIA/RIMA.

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6.3.3. SIMULAÇÃO 3: DBO, Qmédia

Dados de Entrada:

– Qrio = 1.648 m³/s (vazão média)

– Qefluente = 2,08 m³/s

– DBOefluente = 40 mg/L

– Altura da lâmina d´água do rio Tocantins no ponto de lançamento = 5 m

Gráficos da Simulação

Figura 6.3.3-1 – Dispersão em 3 dimensões: x (comprimento), y (largura) e z (profundidade)

Figura 6.3.3-2 – Dispersão em 2 dimensões: x (comprimento) e y (largura)

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Figura 6.3.3-3 – Dispersão em 2 dimensões: y (largura) e z (profundidade)

Figura 6.3.3-4 – Dispersão em 2 dimensões: z (profundidade) e x (comprimento)

Figura 6.3.3-5 – Gráfico Concentração X Distância

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Figura 6.3.3-6 – Gráfico Diluição X Distância

Os resultados da simulação mostram que a pluma atinge a concentração de 5 mg/L de DBO (padrão de qualidade para rios classe 2) a partir de 14,12 m do lançamento do efluente. A partir 15,33 m, a concentração de DBO atinge valores menores que 2,0 mg/L, ou seja, retorna à qualidade original a montante do ponto de lançamento, conforme campanha apresentada no Laudo de Águas Superficiais do EIA/RIMA.

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6.3.4. SIMULAÇÃO 4: COR, Qmédia

Dados de Entrada:

– Qrio = 1.648 m³/s (vazão média)

– Qefluente = 2,08 m³/s

– CORefluente = 900 mg/L

– Altura da lâmina d´água do rio Tocantins no ponto de lançamento = 5 m

Gráficos da Simulação

Figura 6.3.4-1 – Dispersão em 3 dimensões: x (comprimento), y (largura) e z (profundidade)

Figura 6.3.4-2 – Dispersão em 2 dimensões: x (comprimento) e y (largura)

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Figura 6.3.4-3 – Dispersão em 2 dimensões: y (largura) e z (profundidade)

Figura 6.3.4-4 – Dispersão em 2 dimensões: z (profundidade) e x (comprimento)

Figura 6.3.4-5 – Gráfico Concentração X Distância

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Figura 6.3.4-6 – Gráfico Diluição X Distância

Os resultados da simulação mostram que a pluma atinge a concentração de 75 mg/L de Cor (padrão de qualidade para rios classe 2) a partir de 14,79 m do lançamento do efluente. A partir 15,78 m, a concentração de Cor atinge valores menores que 20,0 mg/L, ou seja, retorna à qualidade original a montante do ponto de lançamento, conforme campanha apresentada no Laudo de Águas Superficiais do EIA/RIMA.

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7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Para o conhecimento e identificação da zona de mistura dos efluentes líquidos tratados da BRAXCEL no rio Tocantins, foram realizadas 4 simulações no modelo CORMIX (sendo 2 para vazão mínima do rio e 2 para vazão média do rio) para avaliação do comportamento da mistura para os parâmetros DBO e Cor.

No caso dos parâmetros DBO e Cor, foram avaliadas as distâncias nas quais o rio retornasse às condições de sua classe (o rio Tocantins é classe 2) e as distâncias nas quais o rio retornasse a qualidade à montante do ponto de lançamento, conforme campanha apresentada no Laudo de Águas Superficiais do EIA/RIMA. Os resultados das modelagens são apresentados na Tabela 7-1. Foram utilizados: o dado de vazão mínima (Q7,10) e média do rio de 480 m3/s e 1.648 m3/s, respectivamente; e a vazão de projeto do efluente da BRAXCEL de 2,08 m3/s.

Tabela 7-1. Resultados das simulações do CORMIX.

Vazão

DBO COR Distância até atingir

a concentração de 5 mg/L (padrão de qualidade para rio

classe 2)

Distância em que retorna à qualidade a montante do ponto de lançamento (2 mg/L)

Distância até atingir a concentração de

75 mg/L (padrão de qualidade para rio

classe 2)

Distância em que retorna à qualidade a montante do ponto de lançamento (20 mg/L)

Q7,10 14,28 m 15,51 m 14,97 m 15,97 m

Qmédia 14,12 m 15,33 m 14,79 m 15,78 m

De acordo com a Tabela 7-1, verifica-se que para atendimento dos padrões de qualidade estabelecidos pela Resolução CONAMA nº357/2005, no tocante aos parâmetros DBO e Cor tanto nas condições mais críticas (vazão mínima - Q7,10), quanto nas condições de vazão média, as distâncias necessárias são da ordem de 15 m. Enquanto que para restabelecer as condições de qualidade à montante do ponto de lançamento, são necessários cerca de 16 m tanto nas condições mais críticas (vazão mínima - Q7,10) quanto nas condições de vazão média.

De uma forma geral, pelos resultados obtidos, a dispersão hídrica no rio Tocantins é rápida e acontece muito próximo ao ponto de lançamento de efluentes.

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8. EQUIPE TÉCNICA Engenheira Ambiental – Marília Tupy de Godoy – CREA 087348-5 SC.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FADEL ENGENHARIA – Estudo de estudo de dispersão e autodepuração do efluente da VCP no rio Piracicaba, 2009.

FADEL ENGENHARIA – Estudo de estudo de dispersão hídrica do efluente da SUZANO no rio Tocantins, 2010.

FADEL ENGENHARIA – Estudo de estudo de dispersão hídrica do efluente da SUZANO no rio Parnaíba, 2010.

FADEL ENGENHARIA – Estudo de estudo de dispersão hídrica do efluente da FIBRIA no rio Paraná, 2010.

FADEL ENGENHARIA – Estudo de estudo de dispersão hídrica do efluente da LWARCEL no rio Tietê, 2011.

GERHARD H. JIRKA, ROBERT L. DONEKER, E STEVEN W. HINTON – User's manual for CORMIX: a hydrodynamic mixing zone model and decision support system for pollutant discharges into surface waters.

METCALF & EDDY – Wastewater engineering, 4th. Edition, 2003.

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ANEXO I

SIMULAÇÕES – SOFTWARE CORMIX

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ANEXO II

ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA- ART

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20600.10-1000-M-1500

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ANEXO IV

Estudo de Tráfego

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1

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – LAUDO TÉCNICO DE TRÁFEGO

ANÁLISE DAS INTERFERÊNCIAS DO EMPREENDIMENTO FÁBRICA DE CELULOSE DA BRAXCEL CELULOSE S.A. NO MUNICÍPIO DE PEIXE (TO) NAS CONDIÇÕES DE TRÁFEGO DAS RODOVIAS LOCALIZADAS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA.

Novembro de 2011

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2

ANÁLISE DAS INTERFERÊNCIAS DO EMPREENDIMENTO FÁBRICA DE CELULOSE DA BRAXCEL CELULOSE S.A. NO MUNICÍPIO DE PEIXE (TO) NAS CONDIÇÕES DE TRÁFEGO DAS RODOVIAS LOCALIZADAS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA.

Novembro de 2011

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS POSTOS DE CONTAGENS

3. CAPACIDADE DE TRÁFEGO

4. VOLUMES DE TRÁFEGO NA SITUAÇÃO ATUAL

5. VOLUMES DE TRÁFEGO GERADOS PELO EMPREENDIMENTO

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

ANEXO REGISTRO FOTOGRÁFICO

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3

ANÁLISE DAS INTERFERÊNCIAS DO EMPREENDIMENTO FÁBRICA DE CELULOSE DA BRAXCEL CELULOSE S.A. NO MUNICÍPIO DE PEIXE (TO) NAS CONDIÇÕES DE TRÁFEGO DAS RODOVIAS LOCALIZADAS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA.

1. INTRODUÇÃO

Este documento apresenta análises da capacidade viária e das condições de tráfego nas rodovias localizadas na área de influência da fábrica de celulose da empresa BRAXCEL CELULOSE S.A. no município de Peixe (TO). O objetivo dessas análises é proporcionar elementos complementares para os estudos ambientais de apoio ao processo de licenciamento ambiental da ampliação do empreendimento.

Primeiramente são analisadas as condições físicas e de tráfego do sistema rodoviário na área de influência do empreendimento de maneira a estabelecer a linha base referente ao sistema de transporte. Para essa análise foram selecionados pontos de pesquisa de tráfego nas seguintes rodovias: (i) BR 242/TO 280; (ii) BR 242/TO 373; (iii) TO 373 KM 98 ; e (iv) BR 242 Ponte Rio Tocantins.

Posteriormente são feitas as alocações de tráfego dos veículos que deverão transportar os insumos básicos para o empreendimento, na fase de operação, com destaque para os transportes de toras de eucalipto com caminhões bi trem, de forma a permitir uma análise de nível de serviço de tráfego e identificação dos impactos no sistema viário da área de influência do empreendimento.

As análises foram realizadas com base em três grupos de informações: (i) inspeções de campo para identificação das características do sistema rodoviário; (ii) levantamentos de volume de tráfego em postos de contagens selecionados; e (iii) estimativas das demandas de transportes de insumos para o empreendimento durante a fase de operação.

As pesquisas de tráfego indicaram volumes de tráfego reduzidos dentro da área de estudo, mantendo sempre o Nível de serviço NS=A (tráfego de fluxo livre). A inserção do empreendimento deverá acrescentar 450 caminhões bi-trem diários para transporte de insumos de produção (madeira) e mais 270 caminhões diários para transporte de celulose. Considerou-se ainda a possibilidade de um incremento de tráfego da ordem de 10% do volume de caminhões bi-trem para o transporte de outros insumos da produção. A análise de capacidade do sistema viário com o empreendimento produzindo 2 milhões de toneladas anuais indicou que há possibilidade de se atingir o Nível de Serviço NS=C (fluxo de tráfego estável) nos momentos de pico de demanda. O padrão de Nível de Serviço de tráfego se mantém nesse nível mesmo com o crescimento da demanda da ordem de 25%.

Em síntese, os estudos indicaram que o tráfego gerado com a implantação do empreendimento manterá um padrão de tráfego com Nível de Serviço com a relação Volume/Capacidade abaixo de 0,64 no período de pico de demanda, ou seja, mantendo boas condições de tráfego. Nos períodos fora do pico o Nivel de Serviço será o de fluxo livre (NS=A)

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4

2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS POSTOS DE CONTAGENS

Os postos de pesquisa de tráfego nas rodovias são apresentados na Tabela a seguir.

Tabela 2.1: Postos de Pesquisa de Tráfego Post

o Local Sentido Pesquisado Sentido Adotado

1 BR 242 Peixe (leste) / Gurupi (oeste) 1A Gurupi Gurupi (oeste) / Peixe (leste) 1B Peixe

2 TO 373 / BR 242 Peixe (norte) Alvorada (sul) / 2A Alvorada Alvorada (sul) / Peixe (norte) 2B Peixe

3 TO 373 KM 98 Peixe (norte) / Alvorada (sul) 3A Alvorada Alvorada (norte) / Peixe (sul) 3B Peixe

4 BR 242 PONTE RIO TOCANTINS

Peixe (oeste) / Natividade (leste) 4B Natividade Natividade (leste) /Peixe (oeste) 4A Peixe

O mapa rodoviário da Figura 1 ilustra a área de influência pesquisada com a rede rodoviária do entorno. A imagem da Figura 2 indica os locais de pesquisas de tráfego.

Todos os postos de contagens estão localizados em vias de pista simples com uma faixa de tráfego por sentido. A largura da pista é de 6,8 m com faixas laterais de 1,4 m de largura. A Tabela a seguir sintetiza os dados das rodovias pesquisadas.

Tabela 2.2: Caracterização dos Postos de Pesquisa de Tráfego

Posto de Pesquisa Medidas da pista Condições da pista GPS

01 6,80 m de pista 1,40 m acostamento

Asfalto bom / sinalização horizontal boa e tachinhas am e bc/ pouca sinalização vertical

S 12. 03187 O 48. 55 962

02 6,80 m pista 1,40 m acostamento

Asfalto bom / sinalização horizontal boa e tachinhas am e bc/pouca sinalização vertical

S 12. 15 126 O 48. 54 029

03 6,80 m pista 1,40 m acostamento

Asfalto bom (cascorento mas sem buracos) / sinalização horizontal boa / pouca sinalização vertical

S 12. 19 431 O 48. 55 813

04 6,80 m pista 1,40 m acostamento

Asfalto bom/ sinalização horizontal boa/ pouca sinalização vertical

S 12. 20 974 O 48. 46 357

Em síntese todas as rodovias analisadas apresentam muito boa condição de tráfego, com baixa intensidade de tráfego e pavimento em boas condições. O registro fotográfico apresentado no Item 3 indica as medidas das seções transversais.

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Figura 2.1- Mapa Rodoviário da Área de Influência do Empreendimento

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Figura 2.2: Localização do Empreendimento

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Figura 2.3: Imagem da área com indicação dos 4 Postos de pesquisa de tráfego

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8

3. CAPACIDADE DE TRÁFEGO

A análise de capacidade visa identificar o padrão de Nível de Serviço de Tráfego existente na rodovia. Para os propósitos do presente estudo será utilizado o indicador de Nível de Serviço de Tráfego expresso pela relação V/C = (Volume de Tráfego / Capacidade), onde V (volume de tráfego) e C (capacidade de tráfego) são expressos em veículos equivalentes por hora.

Os Níveis de Serviço de tráfego (NS) dependem de diversos fatores físicos e operacionais da via e da demanda de tráfego (dimensões geométricas, densidade de tráfego, interferências viárias). Visam expressar a comodidade e facilidade de tráfego na via. O HCM define seis Níveis de Serviço cujas caracterizações são as seguintes:

Nível de serviço A:

Corresponde a uma situação de fluidez do tráfego, com baixo fluxo de tráfego e velocidades altas, somente limitadas pelas condições físicas da via. Os condutores não se vêem forçados a manter determinada velocidade por causa de outros veículos.

Nível de serviço B:

Corresponde a uma situação estável, quer dizer, que não se produzem mudanças bruscas na velocidade, ainda que esta começa a ser condicionada por outros veículos, mas os condutores podem manter velocidades de serviço razoável e em geral escolhem a faixa de tráfego por onde circulam.

Nível de serviço C:

Corresponde a uma circulação estável, mas a velocidade e a manobrabilidade estão consideravelmente condicionadas pelo resto do tráfego. Os adiantamentos e a troca de faixa são mais difíceis, mas as condições de circulação são toleráveis.

Nível de serviço D:

Corresponde a uma situação que começa a ser instável, quer dizer, em que se produzem trocas bruscas e imprevistas na velocidade e a manobrabilidade dos condutores está muito restringida pelo resto do tráfego. Nesta situação aumentos pequenos no fluxo obrigam a trocas importantes na velocidade.

Nível de serviço E:

Supõe que o tráfego é próximo a capacidade da via e as velocidades são baixas. As paradas são freqüentes, sendo instáveis e forçadas as condições de circulação.

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9

Nível de serviço F:

O nível F corresponde a uma circulação muito forçada, com velocidades baixas e filas freqüentes que obrigam a detenções que podem ser prolongadas. O extremo do nível F é um absoluto congestionamento da via.

A Tabela a seguir apresenta as características de tráfego para cada Nível de Serviço e as correspondentes faixas da relação V/C.

Tabela 1 - Caracterização dos Níveis de Serviço de Tráfego

Nível de Serviço de Tráfego Caracterização do Tráfego

Relação Volume/capacidade (V/C)

A Fluxo livre < 0,35 B Próximo ao fluxo livre 0,35 < v/c 0,50 C Estável 0,50 < V/C < 0,75 D Próximo ao instável 0,75 < V/C < 0,90 E Instável (fluxo saturado) 0,90 < V/C < 1,0 F Fluxo forçado V/C ~ 1,0

Para efeito de análise de capacidade serão considerados, para os propósitos de estudo de impacto ambiental, a capacidade de 1200 veículos/sentido/hora. Cabe notar que foi adotado um padrão conservador para o estabelecimento da capacidade rodoviária pois não ocorrem interferências laterais na rodovias tal como acessos e atividades econômicas. A referida capacidade será considerada para o trecho específico das pesquisas de tráfego.

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10

4. VOLUMES DE TRÁFEGO NA SITUAÇÃO ATUAL

Neste ítem são apresentados os resultados detalhados das pesquisas de contagens de volumes de tráfego nas rodovias da área de influência do empreendimento realizados no mês de outubro de 2011.

A seguir são apresentados, para cada posto de pesquisa, os resultados das estatísticas de tráfego, com o croquis do posto, histograma de carregamento de tráfego horário em veículos equivalentes e o volume médio de tráfego em veículos equivalentes/hora e por sentido.

Para efeito de cálculo do volume de veículos equivalentes foram adotadas as seguintes taxas de equivalência:

Auto = 1 veículo equivalente Ônibus = 3 veículos equivalentes Caminhão = 3 veículos equivalentes Bi-trem = 5 veículos equivalentes Moto = 1 veículo equivalente

Também nesse caso das equivalências, para efeito de análise de impactos do empreendimento nos padrões de nível de serviço de tráfego, foram adotados valores conservadores (valores que ampliam o volume de tráfego).

A seguir são apresentados os resultados dos levantamentos de campo expressos em veículos equivalentes para propósitos de análise de capacidade

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ESTATÍSTICAS DE TRÁFEGO DO POSTO 1: BR 242

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POSTO 1: Volumes de Tráfego em Períodos de 15 minutos

Sentido Volume de Tráfego

Período

07:4

5-08

:00

08:0

0-08

:15

08:1

5-08

:30

08:3

0-08

:45

Peixe

Autos 5 2 4 3 Moto 1 2 2 2 Ônibus 0 0 2 0 Caminhões 1 3 1 1 Veículo Equivalente 9 12 14 7

Gurupi

Autos 8 6 4 8 Moto 3 0 3 2 Ônibus 0 1 0 0 Caminhões 1 0 2 2 Veículo Equivalente 13 9 12 15

POSTO 1: Volume de Tráfego Médio Horário

Sentido Tipo de Veículo

Volume Médio Horário

07:0

0

08:0

0

Peixe

Auto 20 12 Moto 4 8 Ônibus 0 3 Caminhão 4 7 Veículo Equivalente 34 44

Gurupi

Auto 32 24 Moto 12 7 Ônibus 0 1 Caminhão 4 5 Veículo Equivalente 50 47

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ESTATÍSTICAS DE TRÁFEGO DO POSTO 2: BR 242

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POSTO 2: Volumes de Tráfego em Períodos de 15 minutos

Sentido Volume de Tráfego

Período de Pesquisa

15:2

0-15

:35

15:3

5-15

:50

15:5

0-16

:05

16:0

5-16

:20

Peixe

Autos 2 2 6 2 Moto 0 0 0 0 Ônibus 0 0 0 0 Caminhões 0 1 1 0 Veículo Equivalente 2 5 9 2

Alvorada

Autos 3 8 3 6 Moto 0 1 2 0 Ônibus 0 0 0 1 Caminhões 0 0 3 2 Veículo Equivalente 3 9 13 15

POSTO 2: Volume de Tráfego Médio Horário

Sentido Tipo de Veículo

Média Horar. 15

:00

16:0

0

Peixe

Auto 13 8 Moto 0 0 Ônibus 0 0 Caminhão 3 0 Veículo Equivalente 21 8

Alvorada

Auto 19 24 Moto 4 0 Ônibus 0 4 Caminhão 4 8 Veículo Equivalente 33 60

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ESTATÍSTICAS DE TRÁFEGO DO POSTO 3: BR 242

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POSTO 3: Volumes de Tráfego em Períodos de 15 minutos

Sentido Valores

Período da Pesquisa

14:0

0-14

:15

hs

14:1

5-14

:30

hs

14:3

0-14

:45

hs

14:4

5-15

:00

hs

Peixe

Autos 1 0 2 1 Moto 1 2 0 0 Ônibus 0 0 0 0 Caminhões 0 0 2 0 Veículo Equivalente 2 1 8 1

Alvorada

Autos 0 1 3 1 Moto 2 0 0 1 Ônibus 0 0 0 0 Caminhões 0 0 1 0 Veículo Equivalente 1 1 6 2

POSTO 3: Volume Horário Médio

Sentido Tipo de Veículo

Média Horar.

14:0

0 hs

Peixe

Auto 4 Moto 3 Ônibus 0 Caminhão 2

Veículo Equivalente 12

Alvorada

Auto 5 Moto 3 Ônibus 0 Caminhão 1

Veículo Equivalente 10

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ESTATÍSTICAS DE TRÁFEGO DO POSTO 4: BR 242 (Ponte Rio Tocantins)

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POSTO 4: Volumes de Tráfego em Períodos de 15 minutos

Sentido Valores

Período

10:1

5-10

:30

10:3

0-10

:45

10:4

5-11

:00

11:0

0-11

:15

Peixe

Autos 2 1 1 5 Moto 0 0 1 1 Ônibus 0 0 0 0 Caminhões 1 1 2 1 Veículo Equivalente 5 4 8 9

Natividade

Autos 4 2 5 6 Moto 0 1 0 0 Ônibus 0 0 1 0 Caminhões 0 0 1 0 Veículo Equivalente 4 3 11 6

POSTO 4: Volumes Horário Médio

Sentido Tipo de Veículo

Média Horária 10

:00

11:0

0

Peixe

Auto 5 20 Moto 1 4 Ônibus 0 0 Caminhão 5 4 Veículo Equivalente 22 34

Natividade

Auto 15 24 Moto 1 0 Ônibus 1 0 Caminhão 1 0 Veículo Equivalente 23 24

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5. VOLUMES DE TRÁFEGO GERADOS PELO EMPREENDIMENTO

De acordo com previsões do empreendedor a demanda de transporte gerada pelo empreendimento na fase de operação produzindo dois milhões de toneladas por ano (situação futura) é da ordem de 450 viagens por dia e por sentido de caminhões bi-trem em cada um dos 4 Pontos de pesquisa para o transporte de insumos de produção (madeira) e mais 450 caminhões por dia para o transporte dos produtos finais (celulose).

Para efeito de análise de capacidade de tráfego adotam-se as seguintes premissa: (i) o fluxo horário na hora de pico de demanda equivale a 20% do fluxo diário; (ii) um caminhão bi-trem é equivalente a 5 veículos de passeio; e (iii) um caminhão transportador de celulose equivale a 3 veículos de passeio.

Cabe observar que essas premissas anteriores são adotadas com parâmetros altamente a favor da segurança para efeitos de análise de capacidade de tráfego. Em geral, o tráfego de cargas pendulares não apresenta picos de demanda de maneira que pode ser esperado que o volume da hora de pico de demanda corresponde a apenas 10% do volume diário médio. Além disso, como a rodovia não é ondulada e nem sinuosa, o fator de equivalência do caminhão bi-trem poderia ser considerado correspondente a 3 veículos equivalentes, e o fator de equivalência do caminhão comum poderia ser considerado igual a 2 veículos equivalentes. Assim sendo, o tráfego gerado pelo empreendimento na hora de pico de demanda seria de 90 caminhões bi-trem por sentido (20% de 450 veículos diários) e mais 90 caminhões para transporte de celulose (20% de 450 veículos diários). Multiplicando-se o volume de bi-trens por 5 e o de caminhões comuns por 3 para obter o volume em veículos equivalentes resultam 720 veículos equivalentes por hora e por sentido (720 veículos/h/sentido). Cabe mencionar que nos cálculos acima é considerada a premissa de nenhum veículo que transporte insumos de produção será utilizado para o transporte de produtos finais. A Tabela a seguir sintetiza a demanda atual e as estimativas de demanda da seção de maior carregamento.

Volume de tráfego Caminhões por dia por sentido

Veículos equivalentes/hora/sentido na hora de pico de demanda

A B Atual na seção mais carregada - 60 Volume de tráfego gerado pelo empreendimento para transporte de insumos de produção (madeira)

450 bi trens B = A x (20%) x (5) = 450

Volume de tráfego gerado pelo empreendimento para transporte de produtos finais (celulose)

450 caminhões B = A x (20%) x (3) = 270

Total 720 veículos equiv./hora/sentido Considerando na seção mais carregada a demanda atual equivale a 60 veículos/h/sentido, a demanda máxima no sistema seria de 960 veículos equivalentes por hora e por sentido. Assim a relação V/C (Volume/Capacidade) será de 720/1200 = 0,60 na seção mais carregada, enquadrando-se no Nível de Serviço NS=C (tráfego com fluxo estável), e podendo manter-se nesse padrão mesmo com um crescimento da

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ordem de até 25% quando atingiria a relação V/C = 0,75 no horário de pico de demanda. Além da matéria prima principal, a madeira, outros produtos (matérias primas e insumos) deverão ser transportados até a fábrica para a produção da celulose. No atual estágio de projeto não são ainda identificadas as vias de alocação de tráfego a serem utilizadas pelos fornecedores. Análises preliminares permitem inferir esses volumes de tráfego por meio de um percentual de 10% do volume de tráfego gerado pelo transporte de madeira. Alocando-se este percentual a todas as vias analisadas anteriormente resultam as estimativa máxima de [(450 + 10%) + (270)] = 765 veículos equivalentes/h/sentido no horário de pico de demanda resultando em uma Relação V/C = 0,64 (NS=C). Os resultados apresentados na acima indicam que os volumes de tráfego gerados pela ampliação do empreendimento para transporte de matéria prima não deverá alterar o padrão de demanda nas rodovias analisadas mantendo, no horário de pico de demanda, o nível de serviço de Tráfego Próximo ao Fluxo Livre e com a relação V/C (Volume/Capacidade) sempre abaixo de 64% e portanto, sem imprimir riscos de esgotamento da capacidade. Nos demais períodos do dia o padrão de volume de tráfego é extremamente baixo mantendo sempre o Nível de Serviço de Tráfego com Fluxo Livre (NS=A).

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Os estudos de tráfego realizados para a análise dos impactos da ampliação do empreendimento da empresa BRAXCEL CELULOSE S.A. no município de Peixe (TO), foram realizados adotando rotas previamente definidas para o transporte de matéria prima que utilizarão as rodovias BR 242 e TO 373. As principais conclusões e recomendações associadas ao estudo são apresentadas a seguir.

No cenário atual, sem o empreendimento, as rodovias do entorno do local previsto para empreendimento apresentam excelentes condições de circulação, volumes de tráfego muito reduzidos e consequentemente, bons níveis de serviço de tráfego (NS=A, tráfego com fluxo livre).

Os estudos indicaram que o tráfego gerado com a ampliação do empreendimento para atendimento das demandas de suprimento de matéria prima não deverá alterar o padrão de tráfego mantendo níveis de serviço com a relação Volume/Capacidade abaixo de 0,64 no período de pico de demanda, ou seja, mantendo boas condições de tráfego. Nos períodos fora do pico o Nivel de Serviço será o de fluxo livre (NS=A).

No caso da Ponte sobre o Rio Tocantins, recomenda-se consultar o DNIT para a eventual necessidade de transporte de cargas especiais durante a fase de construção de forma a garantir as possibilidades de passagem de cargas com dimensões grandes assim como confirmar a capacidade de carga da mesma.

Durante o levantamento dos volumes de tráfego foram verificadas ocorrências de travessias de gado o que requer um procedimento de alerta aos motoristas para evitar acidentes.

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ANEXO

REGISTRO FOTOGRÁFICO

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Posto 1 Gurupi - Peixe

Posto 2 Peixe - Alvorada

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31

Posto 3: Alvorada – Peixe

Posto 4:Ponte Rio Tocantins

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Trecho Natividade Após a Ponte do Rio Tocantins

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Equipe Técnica:

Luis Fernando Di Pierro EngenheiroCivil

Responsável Técnico CREA/SP 0601406759

Sillas Castilho Pesquisas de campo e registros fotográficos

Marcio Rodrigues Tabulação e análise estatística

Novembro/2011