7º Seminário de Excelência Acadêmica do Departamento

de Pediatria

Porto Alegre Hotel Lagheto Viverone Moinhos

Porto Alegre 9 de dezembro de 2017

ATA DO SEMINÁRIO DE EXCELÊNCIA ACADÊMICA DO DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA

EM 9 DE DEZEMBRO DE 2017

Presentes:

• Lúcia Maria Kliemann e Luciano Zubaran Goldani (Direção da Faculdade de Medicina)

• José Geraldo Lopes Ramos (Direção do Hospital de Clínicas de Porto Alegre) • Clécio Homrich da Silva e Joca Batista Santana (Chefia do Departamento de

Pediatria) • Alícia Dorneles Dornelles, Clarice Beatriz Giacomini, Danilo Blank, Flávio Antonio

Freitas Uberti, Helena Ayako Sueno Goldani, Jefferson Pedro Piva, Leandro Meirelles Nunes, Liane de Esteves Daudt, Luciana Friedrich, Manuel Antonio Ruttkay Pereira, Marcelo Zubaran Goldani, Mariana Bohns Michalowski, Patrícia Miranda do Lago, Paulo José Cauduro Marostica, Paulo Roberto Antonacci Carvalho, Paulo Zielinsky, Ricardo Becker Feijó, Roberto Mario Silveira Issler, Tais Sica da Rocha, Valentina Coutinho Baldoto Gava Chakr (professores do Departamento de Pediatria)

• Alfredo Cataldo Neto (PUCRS) e Ana Cláudia Tonelli de Oliveira (HCPA/UNISINOS) (professores convidados)

• Juliana Motta Sebben, Gabriel Tesche Roman (médicos residentes do Programa de Residência Médica de Pediatria do HCPA)

8h45min – Abertura Professor Clécio faz a abertura do Seminário saudando a todos os presentes e agradecendo o apoio e participação da direção da FAMED e do HCPA assim como os palestrantes convidados, professor Alfredo Cataldo Neto (PUCRS) e professora Ana Cláudia Tonelli de Oliveira (UNISINOS-HCPA).

Professora Lúcia Kliemann parabenizou o Departamento de Pediatria pela iniciativa e pela continuidade desta atividade em sua sétima edição destacando que a FAMED está começando a também planejar suas inovações pedagógicas no seu currículo.

Professor José Geraldo Lopes Ramos destacou a importância deste tipo de evento na qualificação das atividades docente-assistenciais e de pesquisa no HCPA e desejou um ótimo trabalho a todos os participantes.

8h50min – Dinâmica dos cartazes e espaços: OLHAR x MAIOR x OUTRO x CRESCER (coordenação do professor Joca Batista Santana)

9h15min – Palestra: Dinâmica dos cartazes e espaços: Estratégias para construir um novo currículo médico (professor Alfredo Cataldo Neto – PUCRS) As instituições de ensino superior estão em constante processo de revisão de seus currículos. Por sua vez, toda a mudança curricular, independentemente de seu objetivo, traz consigo diversos tipos de resistências. Na verdade, há sempre um movimento de oposição às mudanças. Mas, inovações são necessárias e dão dinâmica aos processos. O objetivo sempre será produzir alunos para aprender, fazer e ensinar. Entretanto, muitas vezes, temos a teoria dissociada da prática, com cenário principal sendo a sala de aula, característica que pode dificultar a percepção que o aluno tem da realidade. Os currículos médicos estão depositados sobre algumas estruturas: o professor, o aluno e a instituição, por exemplo. O ambiente na faculdade pode ser hostil, competitivo e pouco acolhedor. Os alunos são de diversos tipos e, ao professor, compete perceber as dificuldades na formação do novo profissional. Não existe uma fórmula mágica para estimular o desempenho dos alunos. Da mesma forma, existem diversos tipos de professores. E para cada docente é importante reconhecer que “não se está fazendo cópias de si mesmo”. A prática médica parece ter uma dissociação entre o que parece ideal e a realidade. O envelhecimento das instituições e a presença constante de um mesmo grupo de lideranças inalterado, leva a perda do poder. Por isso, é importante a renovação. As estratégias para mudança curricular exigem a presença contínua de professores comprometidos e que envolvam toda a comunidade (alunos, professores e funcionários) 9h45min – Palestra: Estratégias inovadoras para treinamento e capacitação dos estudantes de Medicina (professora Ana Cláudia Tonelli de Oliveira) O perfil do aluno que ingressa na faculdade é jovem (menos que antes), conectado, com formação em outras áreas, raciocínio rápido e crítica propositiva. Entretanto, imediatista, sem autonomia, com pouca pró-atividade, limiar baixo para frustrações e dificuldades de comunicação presencial. São conhecedores de seus direitos, se entusiasmam com a autopromoção, reconhecem a diversidade e, não raramente, tem maior engajamento social do que seu professor. Estas características devem ser valorizadas se apoiando na Andragogia, que seria a arte e a ciência de auxiliar adultos a aprender; o aluno seria participante destes processos, tendo como principal propósito a sua formação. Considerando a crítica, a exposição ao social e a capacidade de estudar não é difícil compreender que os alunos de Medicina parecem expostos a maiores desafios inicialmente acadêmicos e, posteriormente, profissionais. O aluno é ator do processo e sua postura tem importante impacto na sua educação. O professor nos cursos médicos tem experiências distintas, muitas vezes, divididas entre ensino e assistência. De qualquer maneira, a teoria cognitiva pode ser dividida em intrínseca, extrínseca e germânea (aquele conhecimento que faz sentido), mas deve ser pensada para atingir metas. As inovações se estabelecem em três níveis: no currículo (altamente estruturado), no método (onde e por quê?) e na avaliação.

10h15min – Coffee-break

10h45min – Trabalho com grupos temáticos: vamos construir novas disciplinas? Um novo PPSCA (MED02207)? Uma nova Pediatria – Estágio (MED02008)? Um novo Internato em Pediatria (MED02012, MED02013 e MED02014)? Os professores foram distribuídos em três grupos para discutirem cada uma das disciplinas. Recomendações gerais: Como conclusão geral, em todas elas há necessidade de se reformular os conteúdos, mas não basear o plano de ensino somente no item “conhecimentos”. Conteúdos (conhecimento) estão à disposição de todos docentes e discentes em diversas plataformas. O aluno constrói seu currículo oculto ou paralelo. A ideia mais abrangente é que todas as disciplinas tenham objetivos cada vez mais práticos, estimulando os alunos para uma participação mais efetiva. Exemplos disso seriam a simulação (procedimentos) e a dramatização (como sugestão, o exercício para a comunicação das bad news). Por fim, também foi destacado que devemos estar atento ao desempenho e às atitudes dos alunos. Para alguns é necessário um acompanhamento psicossocial, o qual deverá ser encaminhado para o setor responsável da FAMED (Núcleo de Apoio ao Estudante). Recomendações por grupos de discussão das disciplinas:

• PPSCA (MED02207): provavelmente terá que rever seus conteúdos, com a inclusão de temas como álcool, drogas, violência, exposição às telas, hábitos de sono, diversidade; seus métodos, com a utilização de dramatização, maior utilização de EAD e similares, diminuição do número de referências bibliográficas; sua avaliação, estabelecendo-se a padronização de critérios, os recursos da sala de aula virtual, aprova escrita e a presença e, finalmente, o grupo docente com o rodízio dos professores ou com a permanência no quadro docente daqueles com maior vocação relacionada à disciplina.

• Pediatria – Estágio (MED02008): parece estar muito fragmentada, necessitando maior interlocução entre professores e entre estes e os alunos. Esta maior articulação poderia facilitar os processos de avaliação utilizando-se novos critérios e instrumentos.

• Internato em Pediatria – Internação e Especialidades (MED02012), Neonatologia e Alojamento Conjunto (MED02013) e Medicina Básica Comunitária e Saúde da Criança (MED02014). Foi sugerido que poderiam existir as bancas de avaliação em cada uma das três áreas do Internato. Até porque, hoje, não ocorre nenhuma avaliação formal dos doutorandos. As disciplinas que agora são mensais, não podem ultrapassar a carga horária de 40 horas/semanais. Nesta perspectiva deveria ser melhor aproveitado o tempo do aluno nas três disciplinas, com ênfase nas atividades práticas e buscando-se inovar em simulações e instrumentos de avaliação. Nestas poderiam ser utilizadas lista de competências mínimas, check-list e portfólio.

12h15min – Avaliação e comentários da atividade anterior (professor Alfredo Cataldo Neto)

12h30min – Almoço

13h45min – Trabalho com grupos temáticos – estudo de casos reais sobre avaliação: (a) Avaliação de alunos, (b) Avaliação de doutorandos e (c) Avaliação de médicos-residentes Estudo de casos sobre estes três tipos de avaliação em três grupos de professores. Recomendações: A avaliação é um processo, muitas vezes, pouco exigente e que tem se mostrado inadequado ou superficial, com falta de critérios definidos. Ela teria que dialogar com as metas das disciplinas e estágios e necessita uma discussão mais aprofundada. Uma das sugestões é que possa ser em grupo, retroativa e contínua (não no final do período do estágio). Independentemente, o professor tem que ficar atento às dificuldades do aluno. Legalmente, o aluno tem direito de recuperação sempre durante o período letivo. Isto é, não há possibilidade de ele ser reprovado por antecipação após o término de um estágio da disciplina. Para amenizar as dificuldades, o processo de avaliação deve ter presente os seguintes itens: acolhimento/recepção do aluno, contrato didático, transparência de critérios de avaliação, confecção de um instrumento comum, conselho de classe, comunicação entre professores e avaliação discente.

15h15min – Que tipo de professor precisamos? E onde será sua função docente e assistencial? A discussão foi ampla e aberta entre os presentes. Vários professores manifestaram suas opiniões destacando, entre outros, os seguintes aspectos: a importância da incorporação de professores com especializações pediátricas potencializando as atividades docente-assistenciais, sobretudo no HCPA; a necessidade de reposição em áreas que tiveram aposentadorias de professores e o entendimento que o vínculo é com a Universidade e, portanto, os professores, além das suas atividades em projetos de pesquisa, assistência e extensão, têm compromisso com as atividades das disciplinas do Departamento.

Recomendações: • Reinício das atividades da Comissão de Política de Alocação de Vagas para Docentes

desenvolvendo num planejamento estratégico do Departamento para os próximos anos;

• Obrigatoriedade dos novos professores, independentemente, da sua área de especialização, de atuarem permanentemente nas diversas disciplinas do Departamento;

• Incentivar a participação dos professores nas diversas atividades do Departamento, quer seja nas áreas acadêmicas, administrativas, de regência e de representações docentes na FAMED e na UFRGS;

• Manutenção, a priori, da política de reposição das vagas dos professores aposentados em suas áreas de origem. Situações e necessidades específicas serão discutidas, preferencialmente, pela Comissão de Política de Alocação de Vagas para Docentes, ratificadas, posteriormente, pelo Colegiado do Departamento.

16h30min – Encerramento