85 anos dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira

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Este suplemento faz parte integrante da edição 3459 de ‘O Regional’ de 02/05/2013 não podendo ser vendido separadamente FICHA TÉCNICA: EDIÇÃO - Joana Gomes Costa PAGINAÇÃO Ricardo Mateus / Carla Maria Silva PUBLICIDADE Paulo Almeida [T] 967036235 [email protected]

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História dos Bombeiros ao longo dos 85 anos

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Carlos Coelho fala sobre a vivência na Associação e Corpo de Bombeiros

“Clima de paz e tranquilidade é o espelho fi el da vivência

do dia-a-dia”Com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira a comemorar o 85.º aniversário, em entrevista, o seu presidente traça o desenho das vivências do dia-a-dia da corporação, apontando os desafi os e difi culdades actuais. Num balanço da última década, Carlos Coelho sublinha a aposta acertada na construção do

quartel-escola e admite que, apesar dos receios iniciais, hoje já não seria possível imaginar a corporação “sem os elementos do sexo feminino”.

COMPONENTES PARA CALÇADO

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Aos 85 anos de existência, quais são os maiores desafi os que a corporação enfrenta?Acima de tudo, queremos manter, e se possível melhorar, o excelente espírito de amizade e de

confraternização que se vive no seio da Associação e do seu Corpo de Bombeiros. Essa é a nossa grande força. E é também por isso que uma das nossas principais prioridades de momento passa pela requalifi cação e ampliação do Quartel Operacional, tendo em conta a nova realidade, que muito nos apraz, resultante da admissão de elementos femininos no Corpo de Bombeiros. Estão já em fase de elaboração fi nal os respetivos projectos de arquitectura e de especialidades, ao mesmo tempo que estamos a preparar a candidatura a verbas comunitárias para que o peso das obras não se faça sentir em demasia nas fi nanças da Associação. Aliás, a consolidação das contas é fundamental para nós. No entanto, apesar do enorme esforço fi nanceiro e de algumas difi culdades de tesouraria, não deixaremos de continuar a encontrar os recursos necessários à prestação de um socorro de qualidade.

Nos últimos anos tem vindo a falar sobre as quebras nas receitas. Qual é o impacto actual deste problema nas corporações?

É público que, em geral, todas as Associações de Bombeiros têm sofrido nos últimos tempos grandes quebras nas suas receitas, nome-adamente as provenientes da prestação dos serviços de transporte de doentes. Infelizmente são já muitas as Associações Humanitárias de Bombeiros que enfrentam grandes difi culdades para cumprir com os seus compromissos, existindo mesmo algumas com salários em atraso, como tem vindo a ser divulgado pela comunicação social. É bom, no entanto, registar que o actual Ministro da Administração Interna, Dr. Miguel Macedo, sensível a estes problemas, está a trabalhar no sentido de serem criadas medidas que atenuem os problemas e os efeitos provocados.

Como é que a Associação tem contornado estas difi culdades?A nossa Associação, não sendo uma ilha, tem sofrido igualmente

os efeitos da quebra de receitas. Daí resultaram diversos problemas fi nanceiros que foram contornados de três formas diferentes: redução e maior controlo nas despesas correntes, limitando-as ao absoluta-mente necessário e indispensável; organização de diversos eventos para angariação de fundos; realização de peditório nas empresas da cidade e de terras vizinhas, as quais mostraram grande compreensão pelas difi culdades da Associação e uma assinalável receptividade para prestar apoio fi nanceiro aos Bombeiros.

Há 10 anos, na entrevista que deu a ‘O Regional’ por ocasião do 75.º aniversário da Associação, apontava como prioritária a anga-riação de verbas para a construção do Quartel-Escola. Hoje esse equipamento é já uma realidade e com comprovado sucesso, não só para os Bombeiros sanjoanenses, mas também de todo o país. Foi um sonho que deu certo?

A construção de um Quartel Escola era um sonho já antigo da As-sociação, que no entanto se encontrava um tanto adormecido à data da nossa chegada aos Bombeiros.

Uma das nossas principais prioridades foi reavivar esse sonho e passar do sonho à realidade. Passados dez anos, o tempo acaba por confi rmar que estávamos certos na nossa aposta de construção deste equipamento em S. João da Madeira.

Milhares de Bombeiros de todo o País já passaram por cá em forma-ção e algumas dezenas de Bombeiros nossos também já fi zeram lá as suas formações, pelo que pensamos terem-se atingido os objectivos a que nos propusemos quando iniciámos a construção.

Nestes últimos 10 anos, outra das grandes alterações que os Bombeiros sanjoanenses viveram foi a abertura da corporação às mulheres. Foi uma integração pacífi ca?

A abertura do Corpo de Bombeiros a elementos femininos foi uma aposta do Comando com o apoio da Direcção. Aposta que, para alguns, era considerada de grande risco, mas o tempo encarregou--se de demonstrar precisamente o inverso. Os elementos femininos integraram-se muito bem no espírito e no trabalho de grupo do Corpo de Bombeiros, passando a contribuir, de forma muito relevante, para o bom desempenho do mesmo.

Constituem uma mais-valia, demonstrando-se muito importantes para a nossa Instituição e para os serviços que prestam à população.

Que mudanças foram necessárias fazer para acolher bombeiros do sexo feminino?

Para essa integração ser levada a cabo, foi necessário proceder-se a diversas adaptações e ajusta-mentos. No sentido de facilitar a admissão de elementos femininos, tornou-se indispensável fazer diversas adaptações e alterações, não só a nível operacional, como também a nível de instalações.

São apenas algumas medidas provisórias, mas contamos ter a obra de requalifi cação do Quartel executada até fi m deste ano, início do próximo.

Hoje as mulheres bombeiras estão já plenamente enquadradas no trabalho diário da corporação?Na minha opinião, já estão perfeitamente enquadradas. Aliás, já não é possível imaginar o dia-a-

-dia dos bombeiros de S. João da Madeira sem os elementos do sexo feminino.

Sentem que são uma das Associações mais acarinhadas pelos sanjoanenses?

Efectivamente, quem serve esta casa sente e tem a noção do carinho e da admiração que os Sanjoanenses dispensam, quer à Associação, quer ao seu Corpo de Bombeiros.

Os apoios não nos têm sido regateados, pelo que só nos podemos sentir plenamente satisfeitos.

A Associação fechou 2012 com 3763 sócios, depois da angariação de 89 associados ao longo do ano. Gostava de multiplicar ainda mais este número?

Foi muito bom registar a entrada de 89 novos sócios no decorrer do ano de 2012.

No entanto, é importante salientar que, na realidade, no ano passado, o número de associados pagantes reduziu-se, dado que o número de sócios abatidos foi superior aos sócios admitidos. Uma grande base de apoio, com o máximo de sócios, é fundamental para a existência desta Associação, não só pelo suporte fi nanceiro que proporciona, indispensável para o seu dia-a-dia, mas também pela retaguarda que constitui e pelo estímulo que transmite a quem dedica a sua vida a esta nobre causa. Neste sentido, gostaria de deixar um apelo a todos os sanjoanenses: Façam-se sócios dos Bombeiros. E se já o são, façam sócio um amigo ou um familiar. Esse é um grande apoio para estes homens e mulheres que estão sempre prontos a ajudar quem deles precisa, com uma dedicação e um espírito de sacrifício inexcedíveis.

Como é o relacionamento entre a direcção e corpos sociais da Associação e o Corpo de Bombeiros? O clima de tranquilidade que transpira para o exterior é cultivado no dia-a-dia?

O clima que se vive dentro da Associação entre todos é óptimo. Na minha perspectiva, isso é fundamental para o serviço de excelência que os nossos Bombeiros prestam aos sanjoanenses. Este clima de paz e tranquilidade é, sem dúvida alguma, o espelho fi el da vivência do dia--a-dia na Associação e no seu Corpo de Bombeiros. Felizmente o tempo das grandes confusões já lá vai. E já lá vai muito tempo.

Nos últimos anos, os Bombeiros têm apostado em acções de maior proximidade com a população. Esta iniciativa do «Quartel Aberto» e as acções destas comemorações alargadas do aniversário vão também nesse sentido de dar a conhecer o trabalho realizado pelos bombeiros?

Tem sido preocupação, quer da Direcção, quer do Comando do Corpo de Bombeiros, promover uma maior ligação dos Bombeiros à cidade e aos sanjoanenses e vice-versa.

As actividades «Quartel Aberto» e «Simulacros Reviver a História» procuram despertar o sentimento de posse dos sanjoanenses em relação aos seus Bombeiros. Simultaneamente, estão a ser organizadas diver-sas actividades, de formação e informação, de proximidade em todas as escolas da cidade, procurando-se despertar e sensibilizar os mais novos para esta nobre causa e para o voluntariado em geral. Procura--se igualmente dar a conhecer e divulgar a actividade dos Bombeiros, fomentando ao mesmo tempo uma maior ligação entre todos. E se, como é natural, os sanjoanenses não vão muito ao Quartel, vão os Bombeiros até onde se encontram os sanjoanenses.

Sentem hoje, em clima de crise e difi culdades, mais resistência no voluntariado e no tempo que cada voluntário pode disponibilizar à corporação?

A crise obriga os portugueses a preocupações e esforços suplemen-tares, no sentido de equilibrarem as suas fi nanças pessoais e a sua vida. No que a Bombeiros diz respeito, essas preocupações e esforços colidem frequentemente com as obrigações do voluntariado no Corpo Activo. Essa situação refl ecte-se igualmente na saída para o estrangeiro de alguns Bombeiros, que se tornaram em novos emigrantes procuran-do uma vida melhor. Cada vez são maiores as exigências, resultantes do aumento de horas de formação obrigatórias ao cumprimento do

voluntariado nos Bombeiros o que também constitui um óbice. Os elementos do nosso corpo de Bombeiros ainda conseguem dar muitas horas de si ao voluntariado e aos Bombeiros, muito embora sintam para tal bastantes difi culdades e mesmo que para isso sacrifi quem as próprias famílias. Está sempre presente na sua mente o «Vida por Vida».

“O excelente espírito de amizade e de confraternização que se vive no seio da Associação e do seu Corpo de Bombei-

ros é a nossa grande força”

“Uma das nossas principais priorida-des de momento passa pela requalifi ca-ção e ampliação do Quartel Operacio-nal, tendo em conta a nova realidade

(…) resultante da admissão de elementos femininos no Corpo de Bombeiros”

“A nossa Associação, não sendo uma ilha, tem sofrido igualmente os efeitos

da quebra de receitas”

“Passados dez anos, o tempo acaba por confi rmar que estávamos certos na nossa aposta de construção deste equi-pamento [Quartel-Escola] em S. João

da Madeira”

“Já não é possível imaginar o dia-a--dia dos bombeiros de S. João da Madei-ra sem os elementos do sexo feminino”

“Quem serve esta casa sente e tem a noção do carinho e da admiração que os Sanjoanenses dispensam à Associação

e seu Corpo de Bombeiros”

“Uma grande base de apoio, com o máximo de sócios é fundamental para a

existência desta Associação”

“Tem sido preocupação, quer da Direcção quer do Comando do Corpo de Bombeiros, promover uma maior ligação dos Bombeiros à cidade e aos

sanjoanenses e vice-versa”

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Programa de aniversário prevê simulacros, desporto, cultura e momentos musicais

Comemorações culminam no Dia Municipal do Bombeiro

A cidade já conheceu diversas iniciativas lançadas pelos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira no âmbito das comemo-rações do 85.º aniversário, como o «Quartel Aberto» ou os simulacros com história. Mas há mais, muito mais, actividades agen-

dadas que prometem surpreender, dado que o programa festivo se vai prolongar ao longo de mais dois meses, culminando no Dia Municipal do Bombeiro, que se assinala a 29 de Junho.

O programa do 85.º aniversário dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira contou já com a realização de duas iniciativas do «Quartel Aberto» (no Parque Ferreira de Castro e na Devesa Velha), com um concerto pela Banda de Música de S. João da Ma-deira e com o 1.º simulacro «Reviver a História», que encenou a actuação dos bombeiros nas décadas de 20/30 do século XX.

Mas S. João da Madeira pode esperar mais, muito mais, dado que o programa se es-tende ao longo dos meses de Maio e Junho, culminando a 29 de Junho, data em que se assinala o Dia Municipal do Bombeiro.

No próximo fim-de-semana, dias 4 e 5 de Maio, decorrem as cerimónias oficiais do ani-versário. A sessão solene está marcada para as 14h15 de sábado, no Quartel Operacional das Travessas, sendo precedida pelo hastear das bandeiras e promoções e condecorações em parada. Para esta cerimónia está prevista a presença do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo. Pelas 17h30, no Quartel Sede, inauguração da delegação «Re-viver Mais». As homenagens aos bombeiros directores, sócios e beneméritos falecidos decorrem no domingo de manhã, com deposição de coroas de flores no Monumento ao Bombeiro e nos cemitérios da cidade, seguidos de Missa Solene na Igreja Matriz.

A programação prossegue no fim-de-semana seguinte com o Dia de Desporto e Con-vívio, a 11 de Maio.

Para o dia 16 de Maio, está agendado, pelas 21h30, nos Paços da Cultura, um espectá-culo musical de Bossa Nova, com o músico brasileiro Marcos Buzana.

A 18 de Maio regressa o «Quartel Aberto», desta vez no Orreiro (das 9h às 17h).O segundo simulacro «Reviver a História» está agendado para 25 de Maio, em local a

designar, revivendo a actuação dos soldados da Paz nas décadas 50/60.Em Maio, o programa de aniversário contempla ainda um espectáculo de humor

com o stand up comedy Pedro Neves apresenta Miguel 7 Estacas, às 21h30, nos Paços da Cultura.

A música regressa ao programa comemorativo nos dias 1 e 2 de Junho, com dois es-pectáculos musicais pela Companhia da Música. Às 21h30 nos Paços da Cultura.

Os Bombeiros sanjoanenses associam a sua festa a uma actividade que já faz parte da agenda do concelho, a Cidade no Jardim. De 7 a 10 de Junho, no Jardim Municipal, os bombeiros vão dinamizar mais um «Quartel Aberto», ao mesmo tempo que promovem uma exposição de trabalhos das crianças intitulada «O Bombeiro visto pela criança», com entrega de prémios e diplomas de participação. Além da tômbola, haverá ainda a tradicional tasquinha.

A 15 de Junho, acontece o terceiro simulacro «Reviver a História», em local a designar, desta feita com destaque para as décadas de 70/80.

A última iniciativa «Quartel Aberto» do 85.º aniversário está marcada para 22 de Junho, em Fundo de Vila.

No dia 22 de Junho, pelas 14h00, realiza-se um Rally Paper pela cidade.As comemorações culminam a 29 de Junho, Dia Municipal do Bombeiro. Pelas 15h00,

realizam-se as cerimónias em Parada e o quarto simulacro «Reviver a História», no Quartel Operacional, com os bombeiros na actualidade.

À noite, pelas 21h00, a Avenida Dr. Renato Araújo vai ser o palco para um Desfile Apeado e Motorizado, que encerra o programa de aniversário.

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Uma actividade imprevisível com tarefas que exigem flexibilidade

O dia-a-dia do ComandanteQuisemos conhecer o dia-a-dia do Comandante dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira. Uma “pergunta difícil”, segundo Normando Oliveira porque, aponta logo à cabeça, não tem um “modelo rotina”, dado que “esta actividade assenta

na imprevisibilidade”.

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Não é fácil projectarmos o dia-a-dia. No entanto, tento fazer o que é possível por ter as coisas arrumadas com um plano que tem de ser flexível e dinâmico, para tentar

dar resposta o melhor possível às solicitações diárias”. É assim que o Comandante resume a forma como adapta a imprevisibilidade do seu cargo às tarefas fixas que dele advêm.

Assim que chega ao Quartel, Normando Oliveira tem “como princípio cumprimentar todos os Bombeiros que se encontram nas instalações”, altura em que se inteira sobre o “desenrolar do dia em relação às diversas actividades”, desde a “operacionalidade dos veículos, equipamentos, serviços”, entre muitos outros aspectos.

Hoje as novas tecnologias fazem parte do quotidiano de qualquer organização, e as corporações de bombeiros não são diferentes, por isso, logo pela manhã, o Comandante dedica parte da sua manhã a ver o correio electrónico, a correspondência mais variada, as “comunicações e/ou participações internas”, verificando ainda “as reuniões ou afazeres operacionais agendados para a tarde e dia seguintes”. A cada dia Normando Oliveira recebe “sempre inúmeros documentos diariamente recebidos, aos quais é necessário dar despa-cho, dentro do âmbito operacional e em tempo útil em conformidade com a situação”.

Do trabalho do Comandante fazem ainda parte reuniões operacionais e muitas outras com as mais diversas entidades relacionadas com a actividade dos bombeiros: ANPC, FBDA, MEC, CM, reunião de Direcção, do Comando, de Chefias do Corpo de Bombeiros, reunião geral do Corpo de Bombeiros, enumera Normando Oliveira.

Além de todas as tarefas inerentes ao cargo, Normando Oliveira, desenvolve ainda “pla-nos e projectos com o intuito de dinamizar e construir uma melhoria contínua dentro do processo que envolve os Bombeiros”, procurando sempre “estar atento e equilibrando esforços e desgastes que muitas vezes se tornam potenciadores da desmotivação”.

No seu dia-a-dia, Normando Oliveira faz “os levantamentos necessários da actividade dos Bombeiros”, verificando “as necessidades” e tentando “sensibilizar a Direcção para as necessidades existentes”, sempre atento ao “equilíbrio entre a necessidade e a possibili-dade, tentando criar no quadro das necessidades as prioridades”.

Disponibilidade total

Ciente das responsabilidades do seu cargo, Normando Oliveira sublinha que, “em rela-ção à missão operacional, a disponibilidade tem de ser total, diária”. No entanto, aponta que “toda a dinâmica que se desenvolve diariamente é partilhada” com a sua equipa de Comando, que classifica como “fantástica”, e também “com as Chefias e restante Corpo de Bombeiros que se têm dedicado e pautado pela excelência na sua acção”.

“Só assim é possível desencadear diversas actividades e acompanhar um corpo de Bombeiros com esta dimensão”, afiança.

Um Comandante de um corpo de bombeiros não tem, por inerência do cargo, um ho-rário fixo e inflexível. Noites, fins-de-semana e qualquer outro momento que o exija são também momentos de trabalho. Normando Oliveira dá alguns exemplos: às sextas-feiras à noite ou sábados de tarde há instrução geral de aperfeiçoamento técnico operacional; aos sábados e domingos pode ter de marcar presença em aniversários das associações e outros eventos em representação do Corpo de Bombeiros; representa ainda a Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro como Conselheiro Nacional nas reuniões da Liga dos Bombeiros Portugueses realizadas para o efeito; e participa nas várias formações realizadas pela Autoridade Nacional de Protecção Civil e Escola Nacional de Bombeiros.

Neste exercício de reflexão sobre o seu trabalho e dia-a-dia, Normando Oliveira faz questão de deixar uma mensagem especial ao seu Corpo de Bombeiros: “O meu profundo reconhecimento e gratidão, endereçando-lhes um voto de louvor sentido e merecido a todos aqueles que diariamente sentem a responsabilidade desta nobre missão e a cum-prem com abnegação e coragem”.

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Conhecemos o exemplo de uma “mãe-bombeira”

Mulheres extinguem preconceitos

Em S. João da Madeira, foi há cerca de sete

anos que as mulheres con-quistaram o seu espaço nos Bombeiros. Pode dizer-se que foi um parto difícil, mas que terminou bem e hoje as Bombeiras estão plenamen-te integradas.

Ultrapassadas as barreiras e resistências iniciais, falta apenas um pequeno passo para a total igualdade de géneros: a possibilidade das mulheres cumprirem serviço nocturno. Actualmente, as bombeiras apenas prestam serviço até à meia-noite, por falta de adap-tação das instalações do Quartel

Operacional das Travessas – projectado e construído numa época em que ainda não se pensava na integração das mu-lheres nas corporações – para as acolher no período nocturno. Uma lacuna reconhecida e identificada como prioritária pela direcção da Associação Humanitária.

Mulher, mãe, esposa e bombeira

Estivemos no Quartel e co-nhecemos Andreia Gregório. 32 anos, há sete inscrita nos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira, é um exemplo

de uma mulher que singrou na corporação e continua a progredir enquanto voluntária, conciliando este chamamento com a sua profi ssão na área da psicologia.

E continua fi rme na sua con-vicção, mesmo depois de ter sido mãe.

Andreia Gregório é “mãe--bombeira” – como ela própria diz – há apenas cinco meses, mas já está de volta ao acti-vo com nova determinação e projectos que gostaria de levar avante.

Foi, “acima de tudo, a von-tade de ajudar os outros” que decidiu inscrever-se nos Bom-beiros, assim que soube que a

corporação sanjoanense estava a abrir as portas às mulheres. Não era um sonho de pequena, mas uma “vontade que apare-ceu mais tarde”. Andreia con-juga a actividade de bombeira voluntária com a sua profi ssão de psicóloga e garante que é “fácil conciliar”.

Andreia Gregório integrou o primeiro grupo de mulheres dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira e confi rma que “houve algumas resistências no princípio”, por, à época, a corporação ser “um mundo só de homens”.

Foi preciso “mudar menta-lidades”, mas reconhece que “alguns dos receios tinham

fundamento”.“No início havia sobre nós

um peso muito grande porque fomos a primeira escola de mulheres. Não podíamos dei-xar ninguém fi car mal. Agora já estamos completamente integradas”.

O “trabalho e formação” das mulheres são iguais ao de qualquer homem bombeiro. Um trabalho árduo, dado que “hoje o programa formativo” dos soldados da paz contradiz aquela imagem do “bombeiro garrafão”. Os bombeiros, além de todos os conhecimentos, têm também preparação física e exigências apertadas.

Mas as mulheres ainda lutam pela igualdade plena. “Lutámos para poder ser bombeiros de 3.ª”, lembra Andreia, que é já bombeira de 2.ª. Mas acrescenta que “em algumas coisas somos iguais, outras ainda não”, lem-brando que o serviço nocturno para as mulheres termina à meia-noite, enquanto os ho-mens fi cam no Quartel até de manhã. A excepção decorre durante o período em que vi-gora o dispositivo de combate a incêndios fl orestais.

Andreia garante gostar de todo o tipo de serviço que os bombeiros prestam. “Até de estar na Central” , garante, dizendo que tem “respeito por todos os sectores”.

Quando questionada sobre a reacção da população na al-tura em que começaram a ter contacto com as mulheres bom-beiras, lembra que “ao início achavam estranho, mesmo nos hospitais”. Mas “agora é mais visível” e as pessoas “já não têm medo de ser uma mulher a pegar numa cadeira de rodas, por exemplo”.

Pelos menos, duas das mu-lheres bombeiras têm já carta de pesados, estando prestes a

obterem a habilitação fi nal para puderem conduzir todas as via-turas disponíveis no Quartel, mesmo as mais pesadas.

A(s) família(s) bombeiros

Andreia Gregório continuou a prestar serviço até cerca dos cinco meses de gravidez, altura em que teve de abrandar o ritmo e descansar. Mas ainda não tinha terminado a licença de maternidade e já estava de volta ao Quartel.

Mesmo depois de abraçar a aventura da maternidade, Andreia continua fi rme na sua convicção e diz conseguir gerir a vida pessoal e profissional com os bombeiros. Só tem de conciliar os horários, uma vez que o seu marido também é bombeiro e também ele presta serviços regulares

Actualmente, os Bombeiros Voluntários de S. João da Ma-deira contam com “cinco mães--bombeiras”, que gostariam de criar no Quartel um espaço com condições e pessoas habilitadas, onde pudessem deixar as crian-ças durante o período em que estão de serviço. Este é hoje um sonho e seria uma mais-valia.

Com pai e mãe e alguns ou-tros familiares bombeiros, o fi lho bebé de Andreia Gregório “ou vai amar ou odiar” esta vocação que lhe correrá já nas veias, mas o futuro “será à vontade dele”, afi ança convicta a mãe.

Se até agora Andreia Gre-gório apenas tinha amigos na corporação, hoje “a família começa a crescer” no Quartel.

E quer Andreia Gregório continuar a ser bombeira vo-luntária? “Agora é para a vida”, garante.

Se até há alguns anos atrás os bombeiros eram um mundo só de homens, actualmente esse é um cenário – e ideia – do passado. O tempo e as corpo-rações evoluíram abrindo-se ao mundo feminino e hoje nos quartéis, toda a actividade é também assumida por mulheres, que seguem a mesma motivação e sentido de serviços que os homens.

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Escola de Infantes recebe crianças a partir dos sete anos

De pequenino se forma um bombeiroSe é verdade que ‘é de pequenino que se torce o pepino’, também é, ainda mais verdade, que de pequenino se pode (começar) a formar um bombeiro. A pen-

sar nesta máxima, os Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira criaram há três anos a Escola de Infantes, onde crianças e jovens dos sete aos 14 anos aprendem (quase) a brincar o que é isto de ser bombeiro.

Quem visitar o Quartel Operacio-nal das Travessas num sábado

à tarde poderá ficar surpreendido por encontrar bombeiros em tamanho pequeno, devidamente fardados, que aprendem as noções básicas necessá-rias à actividade de uma corporação.

Criada há três anos, a Escola de In-fantes conta actualmente com perto de três dezenas de inscritos. São crianças com idades entre os sete e os 14 anos, que têm em comum a curiosidade e gosto pela actividade dos bombeiros.

Alguns têm já familiares na cor-poração e desde pequenos que estão

de alguma forma ligados ao Quartel. Mas outros descobriram a vocação por iniciativa própria e abraçaram o desafio. “Não é regra ter familiares nos Bombeiros”, explicou Andreia Gregó-rio, que integra o grupo que pensou e dinamizou o projecto da Escola de Infantes.

Curiosamente, a Escola de Infantes tem hoje “quase mais meninas do que meninos”, reflexo também da abertura dos Bombeiros às mulheres e sua inte-gração também junto da comunidade sanjoanense.

Na base da criação da Escola de In-

fantes está uma filosofia de promoção cívica, formação e estimulação dos mais jovens para o desempenho de um papel mais activo no processo de aprendizagem e cidadania. Mas este projecto tem ainda como prioridade a sensibilização destas crianças para o voluntariado, incutindo-lhes o espírito de entreajuda, responsabilidade social e de trabalho em equipa.

O acompanhamento destes jovens é feito por uma equipa multidisciplinar, constituída por bombeiros com for-mação na área da segurança, educação social e psicologia.

A Escola de Infantes funciona aos sábados à tarde, no Quartel Opera-cional das Travessas. Nestas aulas, as crianças adquirem conhecimentos teórico-práticos sobre a actuação em situações de prevenção, socorro e emergência, assim como treinam a ordem unida, formatura, marcha, entre outros conhecimentos do universo dos bombeiros.

As actividades e conhecimentos são adaptados às idades, mas os infantes aprendem já como reagir em diversas situações, nomeadamente através de noções de socorrismo e suporte básico de vida. Conhecimentos que “lhes po-dem valer” na vida quotidiana.

Mas estes mini-bombeiros também já realizam exercícios de montagem de linhas de água, sabem identificar o material e as suas aplicações, entre outros aspectos.

Com um treino semanal de duas ho-ras, a Escola de Infantes não descura a

preparação física das crianças e jovens.A Escola de Infantes promove tam-

bém visitas de estudo a locais de acção de socorro, onde as crianças podem adquirir conhecimentos teórico-prá-ticos da missão de bombeiro, como é o exemplo da visita ao CDOS ou CODU, Museu do Bombeiro ou outras estrutu-ras ligadas à actividade, como quartéis de outras corporações.

“Queremos meter-lhes o bichinho para que continuem e sintam o gosto”, refere Andreia Gregório, sublinhando que algumas crianças e jovens já estão na Escola de Infantes desde a sua abertura. A cada ano, a Escola recebe uma média de quatro a cinco inscrições novas, havendo poucas desistências.

Promovendo a “autonomia”, este projecto procura “acima de tudo” pro-mover o “respeito pela farda”. Mas as aprendizagens adquiridas – e estímulo da auto-estima – nos bombeiros aju-dam também ao desempenho escolar destas crianças e jovens.

A Escola de Infantes procura ainda envolver os pais em todos os processos.

Já com alguns jovens integrados na Fanfarra, os infantes estão também envolvidos nas diversas acções inte-gradas no programa de aniversário da Associação Humanitária dos Bombei-ros Voluntários de S. João da Madeira.

Qualquer criança ou jovem se pode inscrever na Escola de Infantes. Basta comparecer no Quartel das Travessas aos sábados, das 14h30 às 16h30, para proceder à inscrição.

O sonho de ser bombeiro

Encontrámos os infantes em for-matura no Quartel. Quando lhes perguntámos porque se inscreveram têm a resposta pronta. “Para saber o que fazem os bombeiros”.

Todos garantem que querem ser bombeiros quando crescerem, com as certezas que se podem ter nestas idades.

Mas duma coisa ninguém tem dú-vidas: gostam de todos os exercícios.

E há ainda quem garanta que gosta “até das flexões”.

Infantes, cadetes, estagiários

Da Escola de Infantes, os jovens podem, a partir dos 14 anos, continuar o seu percurso na corporação, inte-grando o grupo dos cadetes, que agrega aspirantes a bombeiros até aos 17 anos.

Aqui o treino e preparação intensi-ficam-se até chegarem a estagiários, o último passo antes da sua oficialização como bombeiros e integração no corpo activo.

Hugo Soares, bombeiro profissional, explica que nestes níveis os aspirantes a bombeiros já realizam todo o tipo de exercício que os soldados da paz reali-zam, numa preparação já com vista à progressão desta vocação.

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Primeiro simulacro «Reviver a História»

Bombeiros sanjoanenses viajaram no tempo

Pouco passava das 15h30 quando se ouviu o primeiro pedido de ajuda. Os sinos tocam a rebate. Há um incêndio em curso numa habitação.

A população começa a chegar com baldes de água para ajudar.

Pouco tempo depois, surgem os bombeiros com a sua bomba braçal. A Praça Luís Ribeiro recuava para uma data algures na década de 30 do século XX.

Rapidamente os populares formam uma fila, para mais facilmente fazer chegar os baldes de água recolhidos na fonte junto à Capela de Santo António, para auxiliar os bombeiros.

Com o material existente à época, os bombeiros tinham de usar unicamente a sua força de braços para bombear a água para as mangueiras.

O incidente juntou muitos curiosos.

Extinto o incêndio, os Bombeiros avançaram para a acção de rescaldo, com o aplauso da população que assistia.

No final, com balanço positivo, todos os intervenientes uniram-se numa foto de grupo, assinalando o arranque desta iniciativa, que vai fazer a cidade viajar no tempo através dos métodos e materiais que os Bombeiros foram tendo à sua disposição ao longo da história.

Manuel Oliveira está há mais de 60 anos na corporação

Uma vida dedicada aos BombeirosManuel Oliveira era apenas um menino quando

começou a passar tempo no Quartel dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira, ainda na Rua Visconde, antes da inauguração do actual Quartel Sede, cujas obras de construção acompanhou a partir da escola.

Já criança e a frequentar a Escola dos Condes, era com entusiasmo que via a azáfama do Quartel sempre que tocava a sirene.

Recorda que chegou a ficar a “tomar conta” do Quartel, depois dos Bombeiros saírem em serviço.

Com outros Bombeiros na família, foi em 1948, que Manuel Oliveira, então apenas com 15 anos entrou na corporação. Desde a sua promoção, em Outubro de 1950 a aspirante, foi subindo em cada escalão da actividade de Bombeiro, chegando ao

topo da hierarquia dos corpos de bombeiros, ao assumir o posto de Comandante a 5 de Novembro de 1986. Cargo que ocupou até Fevereiro de 1997, data em que atingiu a idade limite de actividade, passando ao quadro honorário da Associação Hu-manitária, como Comandante honorário.

“Os Bombeiros foram a minha universidade”, diz com o orgulho de uma vida dedicada a esta corporação.

Hoje recorda que conheceu a bomba braçal usada no simulacro do passado fim-de-semana, mas nunca a viu a funcionar. Mas lembra-se e usou a primeira viatura que chegou à corporação. Ainda hoje o Comandante Manel, como é carinhosamente chamado, é recordado como uma das principais figuras do projecto «Eu Sou Vigilante da Floresta»,

promovido em parceria com o Lions Clube.A família de Manuel Oliveira está ainda hoje

bastante ligada aos Bombeiros sanjoanenses, com um filho como adjunto de Comando e uma neta no corpo activo.

Manuel Oliveira viveu e acompanhou cada evolução nas corporações de Bombeiros, reconhe-cendo que com os materiais e ferramentas de hoje o trabalho está mais facilitado, mas os desafios são também diferentes.

Mas há uma coisa que o tempo não muda ou apa-ga: a “paixão” vivida e sentida pelos bombeiros que fazem a história das corporações, essa nunca muda.

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A história é feita de momentosPorque a história é feita de momentos marcantes, percorremos os 85 anos dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira através das notícias publica-

das por ‘O Regional’. Destacamos algumas das datas que se demonstraram mais representativas. Muitas outras haveria para destacar. Reviva os 85 anos da corporação dos Bombeiros sanjoanenses através das notícias e fotografi as que fazem também parte do historial do concelho.

85 anos em notícias nas páginas de ‘O Regional’

Julho de 1930Manuel Francisco Dias Garcia prova o seu bairrismo

ao oferecer à corporação um carro, depois adaptado a pronto-socorro.

Março de 1931O referido carro chega de Viseu, devidamente adaptado

a pronto -socorro, tendo as despesas de transformação sido liquidadas por subscrição pública.

Janeiro de 1933O jornal ‘O Regional’ torna pública a marcha intitulada o

“Bombeiro Voluntário”, da autoria do sanjoanense Manuel Neves.

Julho de 1934Na corporação é criado o Conselho Disciplinar, para

análise e julgamento das faltas graves cometidas no seio da instituição.

No mesmo mês, é criado o Corpo Clínico da corporação, do qual passam a fazer parte os médicos locais Joaquim Milheiro e Nicolau da Costa.

Setembro de 1934Lançamento de uma grande subscrição pública, para fazer

face às despesas de construção do quartel-sede.

Outubro de 1934A bandeira da Associação Humanitária é condecorada

com a medalha da “Grande Parada de Bombeiros”, rea-lizada no Porto. Igual distinção é atribuída ao segundo comandante, Herculano de Sá Reis, e a todos os bombeiros da corporação.

Fevereiro de 1935O menino João Manuel Morais da Costa Araújo, fi lho

de Renato Araújo, faz a oferta de um carro à corporação.

Dezembro de 1935O médico oftalmologista local, MeloTavares, põe à dis-

posição da Corporação os seus serviços clínico-cirúrgicos.

Outubro de 1936A Associação recebe 23 mil escudos angariados na colónia

sanjoanense do Rio de Janeiro através de uma subscrição promovida pela condessa Dias Garcia, madrinha da cor-poração.

Janeiro 1944Publicada foto do quartel, «aspecto magestoso», após

conclusão das obras exteriores

Setembro de 1949Dá entrada na corporação a nova viatura de socorro, com

lugares abrigados para 15 bombeiros e dotada de todos os apetrechos inerentes, inclusive a moto-bomba.

Abril de 1953Comemoram-se as “Bodas de Prata” da Associação, no

que se inclui a bênção da auto-maca oferecida pelo comen-dador José Rainho da Silva Carneiro e esposa. A irmã dos beneméritos, Conceição da Silva Duarte, é escolhida para madrinha da viatura.

28 de Abril de 1928A organização da Associação Humanitária dos Bom-

beiros Voluntários de S. João da Madeira foi confi ada a Carlos Santos, chefe da Caixa Geral de Depósitos local.

Dezembro de 1928O corpo activo dos Bombeiros sanjoanenses apresenta-se

em público pela primeira vez, sendo recebido com grande entusiasmo popular.

Maio de 1929Banda dos Bombeiros Voluntários, uma dos mais antigas

do distrito, regista a entrada de novos elementos.

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Novembro de 1937Recolhem-se os frutos de novas subscrições a favor da

construção do edifício do quartel-sede: uma, em S. João da Madeira, rende 40 mil escudos; outra, no Rio de Janeiro, rende 50 mil. Nessa altura, adquire-se uma já há muito ansiada moto-bomba.

Janeiro de 1938‘O Regional’ publica imagem do projecto do novo edifício

Quartel e Sede dos Bombeiros Voluntários

Abril de 1938Juntamente com o jornal, saía um folheto com o programa

do 10.º aniversário

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Janeiro de 1956O benemérito Comendador José Rainho e esposa fazem

a oferta de mobiliário próprio para as sessões dos corpos deliberativos e de outros actos solenes.

Fevereiro de 1956Manuel Luís Leite Júnior participa nas despesas de cons-

trução do palco do Salão Nobre do quartel dos Bombeiros.

Agosto de 1957Manuel Pais Vieira Araújo oferece à Associação uma

nova bandeira, sendo esse gesto acompanhado por Dur-balino da Silva Duarte, mediante a oferta da bandeira nacional.

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A história é feita de momentos

Abril de 1934Manuel Leite da Silva Garcia, sobrinho dos Condes Dias

Garcia, informa que a sua tia oferece 10 mil escudos para aplicação exclusiva na construção do edifício do novo quartel. O gesto é imediatamente corroborado pela Câmara Municipal, que atribui igual quantia para o mesmo fim.

Novembro de 1934Lançamento da primeira pedra do novo quartel, perante

a presença de muito convidados e de diversas delegações de bombeiros de corporações vizinhas.

Agosto de 1937A Associação recebe a oferta de uma bandeira pintada

a óleo por um grupo de senhoras, entre as quais Conceição Azevedo Garcia e Beatriz Pereira Tovar.

Janeiro de 1956Manuel Pais Vieira Araújo, durante a Assembleia Geral

de sócios, transmite a notícia de que o quartel de bombeiros está a ser ampliado, com vista à instalação de uma Casa--Escola de Bombeiros.

Junho de 1929Francisco Valente da Silva Sobrinho, de Casaldelo,

num gesto de grande generosidade, oferece à corporação um carro, para ser adaptado a pronto-socorro.

Julho de 1929Os Condes Dias Garcia oferecem à corporação uma

bomba-braçal, efectuando-se com ela um simulacro de incêndio que desperta o interesse da população.

Novembro de 1929Bênção, na Igreja Matriz, da nova bandeira da Associação.

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Junho de 1938Enedina Leite Garcia faz a oferta de uma maca para

transporte de enfermos.

Outubro de 1957José Rainho da Silva Carneiro visita S. João da Madeira,

a sua terra, e brinda a Associação com 50 cadeiras para uso no Salão Nobre.

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Janeiro de 1958Recebe-se mais um pronto-socorro, comparticipado

em 70 mil escudos pela Administração Política e Civil.

Abril de 1958Celebração do 32.° aniversário da Associação. Inaugura-

-se o pronto-socorro (Austin) de cujo baptismo é madrinha Palmira de Oliveira Va lente.

Agosto de 1958Recepção de três novas viaturas, para serviços de so-

corros e ataque a incêndios.

Julho de 1962O comandante dos bombeiros, José Gonçalves Amado,

faz entrega à corporação de mais uma viatura, conseguida graças às suas diligências junto da população.

Dezembro de 1965Inauguração de duas novas viaturas: uma ambulância,

cuja madrinha foi Carlinda Palmares Henriques, e um pronto-socorro de nevoeiro, apadrinhado por Hermínia Barbedo Vieira Araújo.

Agosto de 1967O Rotary Club de S. João da Madeira oferece uma moto-

-bomba à corporação.

Natal de 1976Os elementos do corpo activo dos Bombeiros entregam

à Associação a quantia de 321 mil escudos, que tinham angariado para o seu Natal. Esta renúncia voluntária aos donativos que lhes pertenciam foi reconhecida como exemplo do ideal de auxílio ao próximo seguido pelos Bombeiros locais.

Janeiro de 1981Inicia-se subscrição pública para a aquisição de uma

“Escada Magirus” , necessária para acudir a incêndios e sinistros ocorridos em edifícios com altura superior a seis metros.

Abril de 1981A comissão de festas do aniversário da Associação

oferece à corporação uma nova ambulância, adquirida através dos seus esforços.

Janeiro de 1982Compra, em segunda mão, de uma “Escada Magirus”.

Janeiro de 1984O Exército ofereceu à corporação duas viaturas usadas,

posteriormente adaptadas: numa foi instalado um tanque de 5000 litros; outra foi transformada em “pronto-socorro”. Este último foi ainda dotado do material necessário ao re-boque de viaturas ligeiras acidentadas e ao levantamento de viaturas ligeiras caídas em barrancos.

1985A corporação recebeu de José da Silva Pinho um

auto-socorro ligeiro; de J. Moreira da Costa um pronto--socorro ligeiro; de Maria Augusta Leal uma auto-maca de transporte; e do Instituto Nacional de Emergência uma auto-maca de socorro.

1986O Serviço Nacional de Bombeiros brinda os Bombeiros

Voluntários sanjoanenses com um pronto-socorro pesado.

1988A Comissão do Baile de Fim de Ano oferece um trans-

porte ligeiro/pessoal à corporação.

1989 As novas aquisições da corporação são uma auto-maca

de socorro, pela qual o reconhecimento se deve à Asso-ciação Humanitária, e um pronto-socorro médio, oferta da Câmara Municipal de S. João da Madeira.

Dezembro de 1993Candidatura do projecto do Quartel Operacional das

Travessas ao Ministério do Planeamento e Administração do Território / Secretaria de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território.

Junho de 1996Inauguração do Quartel Operacional das Travessas.

Junho de 1999Audiência com o secretário de Estado da Administração

Local, Armando Vara, nela se estabelecendo, a propósito do projecto de criação do Centro de Formação de Bombei-ros / Quartel-Escola, a comparticipação do Estado em 120 mil contos e da autarquia em 60 mil.

Setembro de 1999Assinatura do protocolo entre a Associação Humani-

tária dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira, o Ministério da Administração Interna e a autarquia sanjoanense.

Abril de 2002Publicação no Diário da República do concurso público

para a construção do Centro de Formação / Quartel-Escola.

Dezembro de 2002Celebração do contrato com a empresa vencedora que

irá construir o Centro de Formação / Quartel-Escola.

Maio 2003Ministro dos Assuntos Parlamentares, Marques Men-

des, presidiu ao lançamento da obra do Quartel-Escola dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira.

Junho 2003Estádio Conde Dias Garcia recebeu concurso nacional de

manobras para jovens bombeiros

Fevereiro 2004140 pessoas no jantar de angariação de fundos Quartel-

-Escola.

Maio 2008 Entrada das primeiras mulheres no corpo activo no

âmbito do 80.º aniversário dos Bombeiros

Maio de 2010Tomada de posse do actual Comandante, Normando

Oliveira, que rendeu assim David Aleixo que deixou o comando ao fim de 14 anos no cargo e de 46 anos dedicado aos bombeiros.

Maio 2011No âmbito das comemorações do 83.º aniversário, foi

apresentada à comunidade a Escola de Infantes.

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Maio 2005 A 15 de Maio de 2005, inserido no âmbito do 77.º ani-

versário dos Bombeiros Voluntários e das celebrações do Dia da Cidade, foi inaugurado o Centro de Formação dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira.

Outubro de 2005Dia 11 de Outubro lançado livro «Os Bombeiros de S. João

da Madeira – 77 Anos de História».

Dezembro 20061.º grupo feminino marca presença no jantar de Natal

da corporação

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Janeiro de 1961São inauguradas as novas dependências do quartel-sede.

Dezembro de 1967O mesmo Rotary Club brinda a Associação com um

gerador eléctrico.

Agosto de 198153.° aniversário da Associação. São benzidas e inaugura-

das três viaturas, duas delas de apoio ao Carro de Nevoeiro e outra para o Comando. Receberam os nomes de “Comis-são de Festas”, “Sílvio Bulhosa” e “António Dias e Esposa’’.

No decorrer das festas, foi inaugurado o Monumento ao Bombeiro, que o Governador Civil de Aveiro e o pre-sidente da Câmara de S. João da Madeira, José da Silva Pinho, descerraram.

Maio de 198658.° aniversário da Associação, com a bênção de três

novas viaturas: uma ambulância de duas macas, oferta da Câmara Municipal; um pronto-socorro de ataque a incêndios, para cujo chassis a Associação recebeu do Serviço Nacional de Bombeiros a quantia de seis milhões de escudos; e uma carrinha oferecida pela firma Dias & Rocha, Lda..

1991A direcção da Associação Humanitária oferece aos

Bombeiros uma viatura de comando, sendo que esses são também brindados com um auto-tanque pesado, adquirido graças aos esforços da autarquia, do Comando da corpo-ração, do seu corpo activo e da população.

Agosto de 1999Aquisição dos terrenos para a construção do Centro de

Formação / Quartel Escola.

Março 2003‘O Regional’ publicava o Especial sobre os 75 anos dos

Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira.

Março 2004Presidente da Escola Nacional de Bombeiros visitou a

obra do Quartel-Escola, garantindo o apoio, vindo a as-sumir o compromisso de integrar o Centro de Formação de S. João da Madeira na Rede Nacional de Escolas de Bombeiros em Maio de 2004, aquando do 76.º aniversário da Associação

Setembro 2012Perante a necessidade de substituição do telhado do

Quartel Operacional das Travessas, os Bombeiros lança-ram uma campanha de angariação de fundos.

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Maio 2007As 13 jovens aspirantes do sexo feminino participam já

nas cerimónias do 79.º aniversário

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