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LEIA NO PANORAMA GERAL COPAAERGS: prognóstico climático e recomendações para culturas de verão LEIA NESTA EDIÇÃO Milho: colheita atinge 14% da área implantada no Estado, com rendimentos satisfatórios até o momento. N.º 1.485 18 de janeiro de 2018 Aqui você encontra: Editorial Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 Porto Alegre RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento GPL Núcleo de Informações e Análises NIA Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte. Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões. EDITORIAL Plano de Trabalho para 2018 converge para a melhoria das condições de vida da família rural Morar com dignidade, produzir com alegria e respeito ao meio ambiente e à cultura e vocação de cada região, e gerar renda de forma que a agricultura e a pecuária sejam trabalhos gratificantes às famílias que vivem no campo, procurando garantir o desenvolvimento rural sustentável do Rio Grande do Sul. Esses são alguns dos constantes desafios de todos nós, extensionistas, que assessoramos a produção primária e, através de várias políticas públicas, promovemos a inclusão e a soberania alimentar de todos os envolvidos, a partir de um olhar geral da propriedade, no contato constante com a família rural, conhecendo seus sonhos, seus anseios e suas aptidões e buscando formas de realizar esses desejos, que se resumem na satisfação de ser agricultor e agricultora. É para colaborar com essa realização pessoal e o reconhecimento profissional do homem e da mulher do campo que existem os extensionistas, e a cada ano também renovamos nossos projetos. Para 2018, por exemplo, temos um Plano Anual de Trabalho, o PAT, que prevê inúmeras ações junto às 211 mil famílias que assessoramos, cujas diretrizes estratégicas são a defesa e garantia de direitos, a inclusão social e produtiva, e as ações socioambientais e de melhoria das condições de trabalho, com a permanente reavaliação da penosidade na dinâmica produtiva, a partir da transferência de tecnologias e incrementos de produtividade e renda, buscando as transformações que se impõem para a sociedade rural. Por sermos uma Instituição que presta serviços para a sociedade, precisamos, a cada ano, acordar essas ações junto aos Conselhos Técnico Administrativo (CTA) da Emater/RS e Administrativo (Conad) da Ascar. Para este ano, os representantes das entidades que compõem esses conselhos se reuniram, no dia 20 de dezembro, para avaliar as propostas, inclusive a orçamentária, e aprovaram por unanimidade o PAT e a receita de R$ 250,9 milhões, oriundos de fontes Estadual, Municipal, Federal, Classificação e Certificação, além de Assistência Técnica e Crédito Rural. Entre os projetos que temos realizado nesses três últimos anos, o PAT para 2018 contempla a continuidade do programa de Gestão Sustentável na Agricultura Familiar, que tem superado nossas expectativas em diversas propriedades e regiões. Também fortaleceremos a Chamada Pública de Inclusão Produtiva, beneficiando 3,9 mil famílias a partir da aplicação de R$ 2,4 mil por unidade produtiva, e manteremos os programas de Boas Práticas na Produção de Hortigranjeiros, com o atendimento aos assistidos que comercializam na Ceasa, e da Agroindústria Familiar, que tem regularizado, no Estado, um novo empreendimento a cada três dias. Estamos convictos de que as transformações ocorridas na sociedade justificam sempre novos procedimentos à Extensão Rural na execução da política que envolve um amplo conjunto de programas e projetos voltados para o desenvolvimento do meio rural e que se reflete em alimentos saudáveis no meio urbano. Claro que as metas traçadas são construídas em parceria com outras instituições e atores sociais e são superadas com o trabalho e o envolvimento de todas as nossas gerências estaduais, que têm o propósito de apoiar de forma planejada os esforços e as iniciativas locais e regionais, compreendendo o papel vital que todos exercem na produção de alimentos, respeitando a diversidade cultural e ecológica das distintas regiões. Procuramos, através de nosso trabalho, construir um Estado melhor para se viver, com direito ao acesso à cultura, ao lazer, à educação e à cidadania, de forma harmoniosa com o ambiente e com a satisfação de alimentar a todos os gaúchos com a qualidade que todos merecemos. Um bom trabalho a todos! Clair Kuhn Presidente da Emater/RS e superintendente geral da Ascar

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LEIA NO PANORAM A GERAL COPAAERGS: prognóstico climático e recomendações para culturas de verão

LEIA NESTA EDIÇÃO

Milho: colheita atinge 14% da área implantada no Estado, com rendimentos satisfatórios até o momento.

N.º 1.485

18 de janeiro de 2018

Aqui você encontra:

Editorial

Panorama Geral

Condições Meteorológicas

Grãos

Hortigranjeiros

Criações

Análise dos Preços Semanais

EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações e Análises – NIA Impresso na EMATER/RS

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

Informativo Conjuntural – Desde 1989

auxiliando você na tomada de decisões.

EDITORIAL

Plano de Trabalho para 2018 converge para a melhoria das condições de vida da família rural

Morar com dignidade, produzir com alegria e respeito ao meio ambiente e à cultura e vocação de cada região, e gerar renda de forma que a agricultura e a pecuária sejam trabalhos gratificantes às famílias que vivem no campo, procurando garantir o desenvolvimento rural sustentável do Rio Grande do Sul. Esses são alguns dos constantes desafios de todos nós, extensionistas, que assessoramos a produção primária e, através de várias políticas públicas, promovemos a inclusão e a soberania alimentar de todos os envolvidos, a partir de um olhar geral da propriedade, no contato constante com a família rural, conhecendo seus sonhos, seus anseios e suas aptidões e buscando formas de realizar esses desejos, que se resumem na satisfação de ser agricultor e agricultora. É para colaborar com essa realização pessoal e o reconhecimento profissional do homem e da mulher do campo que existem os extensionistas, e a cada ano também renovamos nossos projetos. Para 2018, por exemplo, temos um Plano Anual de Trabalho, o PAT, que prevê inúmeras ações junto às 211 mil famílias que assessoramos, cujas diretrizes estratégicas são a defesa e garantia de direitos, a inclusão social e produtiva, e as ações socioambientais e de melhoria das condições de trabalho, com a permanente reavaliação da penosidade na dinâmica produtiva, a partir da transferência de tecnologias e incrementos de produtividade e renda, buscando as transformações que se impõem para a sociedade rural. Por sermos uma Instituição que presta serviços para a sociedade, precisamos, a cada ano, acordar essas ações junto aos Conselhos Técnico Administrativo (CTA) da Emater/RS e Administrativo (Conad) da Ascar. Para este ano, os representantes das entidades que compõem esses conselhos se reuniram, no dia 20 de dezembro, para avaliar as propostas, inclusive a orçamentária, e aprovaram por unanimidade o PAT e a receita de R$ 250,9 milhões, oriundos de fontes Estadual, Municipal, Federal, Classificação e Certificação, além de Assistência Técnica e Crédito Rural. Entre os projetos que temos realizado nesses três últimos anos, o PAT para 2018 contempla a continuidade do programa de Gestão Sustentável na Agricultura Familiar, que tem superado nossas expectativas em diversas propriedades e regiões. Também fortaleceremos a Chamada Pública de Inclusão Produtiva, beneficiando 3,9 mil famílias a partir da aplicação de R$ 2,4 mil por unidade produtiva, e manteremos os programas de Boas Práticas na Produção de Hortigranjeiros, com o atendimento aos assistidos que comercializam na Ceasa, e da Agroindústria Familiar, que tem regularizado, no Estado, um novo empreendimento a cada três dias. Estamos convictos de que as transformações ocorridas na sociedade justificam sempre novos procedimentos à Extensão Rural na execução da política que envolve um amplo conjunto de programas e projetos voltados para o desenvolvimento do meio rural e que se reflete em alimentos saudáveis no meio urbano. Claro que as metas traçadas são construídas em parceria com outras instituições e atores sociais e são superadas com o trabalho e o envolvimento de todas as nossas gerências estaduais, que têm o propósito de apoiar de forma planejada os esforços e as iniciativas locais e regionais, compreendendo o papel vital que todos exercem na produção de alimentos, respeitando a diversidade cultural e ecológica das distintas regiões. Procuramos, através de nosso trabalho, construir um Estado melhor para se viver, com direito ao acesso à cultura, ao lazer, à educação e à cidadania, de forma harmoniosa com o ambiente e com a satisfação de alimentar a todos os gaúchos com a qualidade que todos merecemos. Um bom trabalho a todos!

Clair Kuhn Presidente da Emater/RS

e superintendente geral da Ascar

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PANORAM A GERAL

COPAAERGS: PROGNÓSTICO CLIMÁTICO E RECOMENDAÇÕES PARA CULTURAS DE

VERÃO

O Conselho Permanente de Meteorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs) é integrado por entidades ligadas à agricultura e meteorologia no Estado. Em reunião realizada no final de dezembro, foi elaborado documento sobre o prognóstico climático com recomendações técnicas para as culturas de verão nos meses de janeiro, fevereiro e março. O documento cita que, de acordo com a análise da temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central, que registrou anomalia negativa, deve haver a atuação de um evento La Niña moderado no decorrer deste verão, influenciando na redução de chuvas durante o período. Os dias mais quentes, junto com a redução das chuvas, aumentará o risco de déficit hídrico ao longo da estação, especialmente na metade Sul do Estado. Em função dessa perspectiva em relação às condições climáticas, seguem orientações técnicas específicas a cada cultura, divulgadas no documento. Arroz - Racionalizar o uso da água disponível através de técnicas de manejo adequadas, tais como movimentação mínima da água nos quadros e manutenção de baixas lâminas de água. Utilizar adubação nitrogenada em cobertura de acordo com a indicação da análise do solo. Feijão - Feijão da safra - logo que atingida a maturação proceder a colheita e trilha o mais breve possível. Irrigar, quando necessário, preferencialmente durante a floração e o desenvolvimento de vagens. Na safrinha, escalonar a época de semeadura e, se possível, utilizar mais de uma cultivar, respeitando o zoneamento agrícola. Fazer adubação em cobertura preferencialmente antes da ocorrência de chuvas ou quando o solo apresentar disponibilidade de água adequada. Milho - Fazer adubação em cobertura preferencialmente antes da ocorrência de chuvas ou quando o solo apresentar disponibilidade de água adequada. Irrigar, quando necessário, preferencialmente durante a floração e o enchimento de grãos.

Soja - Irrigar, quando necessário, preferencialmente durante a floração e o desenvolvimento de vagens. Realizar os tratos culturais recomendados para a cultura. Hortaliças - Quando necessário irrigar, fazê-lo pela manhã e dar preferência à irrigação por gotejamento. Recomenda-se a produção de mudas em ambiente protegido no sentido de garantir a qualidade das mesmas. Em ambientes protegidos (túneis e estufas) proceder a abertura o mais cedo possível pela manhã. Realizar o fechamento ao pôr do sol. Caso não haja irrigação, evitar a produção de mudas em recipientes que acarretem a perda do sistema radicular. Fruticultura - Promover o manejo da vegetação em pomares com coberturas verdes de forma a propiciar a cobertura morta na projeção da copa das frutíferas para proteger o solo. Usar o raleio de frutas como prática indispensável. Quando necessário irrigar, fazê-lo pela manhã e dar preferência à irrigação por gotejamento. Não havendo molhamento foliar em cultivos sob cobertura plástica, evitar a aplicação de defensivos agrícolas. Em pomares jovens, suplementar com irrigações para favorecer o estabelecimento das plantas, associadas a práticas de manejo na linha (aplicação de dessecantes e/ou roçadas). Forrageiras - No manejo de plantas forrageiras, promover a manutenção da cobertura de solo e de boa disponibilidade de forragem, através de cargas animais adequadas. Reduzir a carga animal na pastagem durante o período de estiagem. Aumentar o estoque de forragens na propriedade, seja no campo (redução da carga animal e diferimento de potreiros), seja através de forragens conservadas (feno ou silagem). Utilizar suplementações estratégicas para as categorias dos rebanhos mais necessitados nos períodos em que ocorrerem estiagens. Quando possível, indica-se a irrigação de pastagens cultivadas nos períodos de estiagem. Fonte: SEAPI - Boletim COPAAERGS, janeiro a março de 2018.

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PRATO PARA TODOS BATE RECORDE DE DOAÇÕES

O Prato Para Todos, transformado em programa de Estado por meio de decreto assinado pelo governador José Ivo Sartori em outubro do ano passado, bateu recorde de doações no final de dezembro. Do dia 22 até o dia 29, foram distribuídas 47 toneladas de hortifrutigranjeiros, das quais 22 toneladas foram entregues diretamente pelo caminhão do programa para as comunidades da Vila Humaitá, Vila Cascata, Vila Glória, Mario Quintana e Nova Esperança e 25 toneladas para as entidades cadastradas no programa. Além deste recorde, uma parceria com a Emater, conveniada da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), uma das idealizadoras do programa em conjunto com sua vinculada, Ceasa, possibilitará que todo produto recolhido para classificação e análise, após os trâmites legais, sejam doados ao programa. Na última segunda-feira (8), a Ceasa recebeu a primeira doação, de 400 quilos de arroz. A partir de março, as doações deverão ocorrer mensalmente, incluindo outros grãos além do arroz. De acordo com o presidente da Ceasa, Ernesto Teixeira, a transformação do Prato Para Todos em programa de Estado abriu esta possibilidade, de receber doações de grãos e alimentos diversos de programas federais e estaduais. "Isso representa o maior avanço de todos os tempos, uma vez que deixamos de ser um programa de complementação alimentar para ser um programa de alimentação", destacou. “O Prato Para Todos foi idealizado pela Ceasa, em conjunto com a Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), o Gabinete de Políticas Sociais e parcerias do Sistema Fecomércio/Sesc e Seven Boys. Os dois anos de êxito da ação, com média de 50 mil pessoas alimentadas por mês, colaboraram para que ele se tornasse um programa de Estado”, lembrou o secretário da SDR, Tarcisio Minetto. Atualmente, o Prato Para Todos alimenta cerca de 50 mil pessoas por mês com custo praticamente zero, já tendo capacitado mais de quatro mil pessoas em oficinas de combate ao desperdício de alimentos, além de contribuir para recuperar 150 jovens dependentes químicos, que atuaram como voluntários na busca e na seleção dos alimentos que são doados diariamente por atacadistas e produtores da Ceasa/RS. A Ceasa tem um cadastro de entidades beneficiadas que são monitoradas

sistematicamente, como creches comunitárias, instituições filantrópicas, asilos e entidades, oficialmente registradas, que tratem de crianças ou pessoas em vulnerabilidade social. Além de prover alimentação, o programa também educa. Um ônibus-escola do Sistema Fecomércio/Sesc percorre entidades e associações comunitárias cadastradas, e nutricionistas ministram cursos sobre aproveitamento integral de frutas e legumes, no preparo de várias receitas. Os participantes recebem um livro com as receitas. Além de capacitar cozinheiras, o Sesc também leva equipamentos de lazer para crianças em suas visitas educacionais. Fonte: SDR

GRÃOS

Arroz – O desenvolvimento vegetativo tem melhorado nos últimos dias, melhora favorecida pelas condições climáticas do período, com temperatura alta e bastante luminosidade. Há um grande desestímulo com a atividade em virtude da queda constante do preço da saca de arroz, que tem se mantido pouco acima do custo de produção, conforme apontam os institutos de pesquisa e as empresas do setor arrozeiro. Na outra ponta, os insumos para a lavoura arrozeira não acompanharam essa queda no preço nos últimos meses, mantendo-se com preços estáveis e com viés de pequena alta em determinados produtos. Em relação aos preços das semanas anteriores, nota-se uma manutenção dos valores das principais variedades comercializadas. Dessa forma, a perspectiva do mercado local é a estabilização do preço médio da saca de arroz para as próximas semanas. No momento os produtores seguem com os tratos culturais imediatamente subsequentes à semeadura, assim como os relativos à fase de desenvolvimento vegetativo, controle de invasoras e pragas, aplicação de fertilizantes em cobertura e irrigação. A estiagem que tem afetado o desenvolvimento de outras culturas, principalmente as de sequeiro, não preocupa os orizicultores no momento. O bom acúmulo de água nas barragens e reservatórios, assim como a vazão da maioria dos rios têm dado segurança no quesito irrigação neste momento em que as lavouras entram em fase reprodutiva com mais intensidade.

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Milho – Nesta semana o milho alcança 14% do total de sua área já colhida, com outros 16% maduros e prontos para tanto. Até aqui as produtividades destas lavouras têm se mantido dentro do previsto e com colheitas satisfatórias. Esses resultados não são uma surpresa, uma vez que essas lavouras completaram seu ciclo sem maiores percalços. A atenção está voltada para o restante das lavouras em floração e enchimento de grãos, que perfazem 50% do total semeado nesta safra. Em parte destas lavouras há indícios de que as plantas já começam a sentir, de forma mais incisiva, os efeitos da deficiência hídrica provocada pela falta de chuvas mais abundantes e regulares. Ao contrário de anos anteriores, dezembro registrou chuva abaixo do esperado em algumas zonas produtoras, atingindo lavouras em plena floração e formação da espiga, dependendo da região. O efeito dessa situação é refletido em espigas malformadas e grãos menores, com pouco peso. São justamente essas lavouras que deverão amadurecer e ser colhidas daqui para diante. Caso as condições meteorológicas adversas persistam, é provável que o Estado não consiga repetir os excelentes índices obtidos nos últimos anos. Soja – As chuvas ocorridas na última semana trouxeram um pequeno alento aos produtores, pelo menos onde ocorreram de fato, pois em muitos municípios choveu muito pouco ou mesmo nada. Nas cultivares com período maior de crescimento até a floração, espera-se uma retomada na evolução das plantas até a plena floração, com as plantas entrando nesse estágio com maior área foliar e porte mais adequado. Essa perspectiva ainda é possível para 60% das lavouras que se encontram em desenvolvimento vegetativo, mas ainda assim, dependerá da sequência de chuvas nos próximos dias ou semanas. Todavia, para aquelas que se encontram em adiantado estágio de floração (30%) e em formação dos grãos (10%), as preocupações são muito grandes pelo pequeno porte das plantas, principalmente em cultivares muito precoces, o que poderá comprometer bastante a produtividade final. Em condições de solos mais declivosos e/ou rasos, já há lavouras com sintomas de amarelecimento das folhas e murcha de plantas em reboleiras (áreas definidas dentro de uma mesma lavoura). Nas lavouras implantadas há

menos tempo e que não tiveram oportunidade de um enraizamento mais profundo, já se notam falhas pela morte de plantas. As condições meteorológicas das próximas semanas serão decisivas para obtenção de uma boa safra. Dada a fase em que se encontra a cultura, um bom regime de chuvas durante esse período ainda é capaz de garantir plena recuperação às lavouras e produtividades aceitáveis. Feijão 1ª safra - Prossegue a colheita da lavoura, com bom ritmo e de forma acelerada em algumas zonas de produção. Na grande maioria dos cultivos, a colheita já encerrou, especialmente em municípios com áreas mecanizadas e com emprego de ótima tecnologia. As lavouras colhidas apresentam boa qualidade dos grãos e produtividade variando atualmente entre 1,7 t/ha e 1,9 t/ha. Em algumas regiões, como a Centro-Serra, houve quebra de produtividade devido às adversidades climáticas ocorridas durante quase todo o ciclo de produção, principalmente em lavouras implantadas no cedo, mas o grão colhido é de boa qualidade. No geral a produtividade média final da cultura, em termos de região, deverá se manter dentro da estimativa prevista. Nos Campos de Cima da Serra, região diferenciada em relação à época de cultivo, a semeadura está praticamente concluída, e as áreas de lavouras se encontram em germinação e desenvolvimento vegetativo. Feijão 2ª safra – Em fase de implantação em todo o Estado. Apesar do período de pouca chuva em algumas regiões, a cultura apresenta desenvolvimento vegetativo normal, favorecido pela fase inicial, cuja taxa de perda de água ainda é baixa. As precipitações ocorridas no início desta semana favoreceram a semeadura germinação/emergência e o desenvolvimento vegetativo do feijão. Comercialização: Os negócios mantiveram-se estáveis na semana, mas com preços mantendo tendência de queda em decorrência da maior oferta do momento. Com a maior disponibilidade de produto da nova safra, e um menor consumo, tradicional nesta época do ano, o valor médio da saca de 60 kg do feijão preto, caiu mais 1,09% em relação à semana anterior, ficando em R$ 129,29.

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HORTIGRANJEIROS

Situações Regionais

No Vale do Caí, no cenário do período entre 15/12/2017 e 15/01/2018, os preços praticados na Ceasa melhoraram um pouco em relação ao Informativo Conjuntural anterior, pois a oferta também diminui nesta época do ano; isso pelo fato de as famílias envolvidas na atividade diminuírem o trabalho, sendo que muitas aproveitam para ir ao litoral ou simplesmente aliviar a carga de trabalho nesses dois meses de verão. Até fins de fevereiro, a atividade na olericultura no Vale do Caí começa a entrar em ritmo mais acelerado. Alguns produtores, que neste início de 2018 já refizeram suas declarações de intenção de produção e comercialização (DPIC), relatam que irão plantar hortaliças, porém, em áreas menores.

O tempo seco e quente da última quinzena favoreceu as olerícolas nas regiões Central, Jacuí Centro e Vale do Jaguari. Banana: os pomares de bananas em São João do Polêsine estão na fase de emissão de cachos. No momento, são realizados desbaste, limpeza das touceiras e adubação dos bananais. Bergamota Ponkan e laranja de umbigo: caixa (20 kg) a R$ 24,00. Alface: dúzia de alface no mercado do município de Santa Maria ficou em R$10,00. Beterraba e cenoura: caixa (20 kg) a R$ 20,00. Repolho: maior parte do produto com origem na Ceasa, pouco proveniente da produção local, preço de R$ 1,00/kg. Tomate: áreas de tomate com quebra de produção decorrentes dos temporais, com redução ficando em pelo menos 30%. No momento o forte do abastecimento é através da Ceasa: caixa (24 kg) a R$ 55,00. Mandioca: caixa (20 kg) a R$ 21,00. Batata-doce: cultura em pleno desenvolvimento. Preço continua estável; caixa (20 kg) a R$ 35,00. Batata: em Silveira Martins, as lavouras estão em maturação e final do ciclo. Já temos 50% da área de batata colhida no município, apresentando boa produtividade.

Nas regiões das Missões e Fronteira Noroeste, nas hortas domésticas ocorre declínio na produção, diminuindo a disponibilidade de hortaliças. Também se verifica grande incidência de doenças e pragas que limitam a produção de culturas rasteiras, como as cucurbitáceas. Observa-se que o tomateiro a campo também está com problemas fitossanitários decorrentes do

excesso de calor e umidade. Em algumas áreas de cultivo hidropônico, está ocorrendo podridão das raízes, principalmente na alface. Áreas sem irrigação e não protegidas por telados estão sendo abandonadas pelo intenso calor e por precipitações irregulares. Entre as frutas, destaca-se, atualmente, a produção de morango em sistema semi-hidropônico, atividade em franca expansão acompanhada pela Emater/RS-Ascar. São mais de 70 produtores que cultivam moranguinho nesse sistema na região, perfazendo uma área de estufa superior a 15 ha de morango de alta qualidade. A melancia plantada em dezembro está com desenvolvimento ruim por razões climáticas desfavoráveis (pois o sol muito quente queima as plantas) e desta forma é esperada novamente baixa produção. Observa-se uma boa colheita da cultura do melão; entretanto, como esperado, os melões mais tardios apresentam uma pressão de broca muito maior que os cultivados em meses anteriores. Também se observa que em geral esse ano os frutos têm apresentado tamanho menor se comparados ao ano anterior, todavia com alto índice de frutose. Segue a colheita de abóboras e morangas; para não desperdiçar a produção, orienta-se à agroindustrialização que também contribui com a agregação de valor ao produto. A colheita do abacaxi está em andamento, no entanto com baixa produtividade em função das perdas decorrentes das geadas de julho. Os frutos colhidos são de tamanho médio a pequeno, e desta forma têm menor valor comercial. De uma expectativa inicial de colheita de 90 mil frutas comerciais, os produtores estão prevendo atualmente colheita de 40 mil frutos. Vem sendo finalizada a colheita da uva de mesa, que apresentou boa produtividade e boa qualidade de frutos, com bom retorno aos produtores; já estão realizando manejo pós-colheita nas videiras. A manga está iniciando a fase de amadurecimento e as demais culturas estão em desenvolvimento da fruta. Observam-se alguns danos por sol em frutíferas, com é o caso de manchas nas frutas da ameixeira e do caquizeiro. A frutificação da bergamota está excelente, com necessidade de raleio de frutos para permitir um melhor desenvolvimento.

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Olerícolas Cebola - Com colheita finalizada na região Serrana, a produção se encontra armazenada nos galpões para a efetivação da cura, processo de extrema importância para a manutenção da qualidade pós-colheita e alongamento da vida de prateleira. Consiste na remoção natural do excesso de umidade das camadas mais externas do bulbo, das raízes e pseudocaule (“talo”). As condições climáticas mais uma vez foram bastante favoráveis para o adequado processo, com dias ensolarados, ventos constantes e baixa precipitação pluviométrica. Nas restevas das lavoras, estão sendo implantadas culturas de adubação verde, como milheto e crotalárias, ou cultivado milho. Tradicionalmente, pouco volume está sendo toaletado/negociado nos primeiros meses do ano, dada a prioridade dedicada à colheita da safra de uvas. Comercialmente, o fluxo dá sinais de evolução, com cotação média na propriedade em R$ 0,70/kg. Pepino - Cultura em fase final de produção no Vale do Caí, tanto para áreas de pepino conserva quanto para áreas de pepino salada. Produtores visitados no período estão plantando novas mudas para um novo ciclo produtivo. A procura está em alta nos mercados, e o preço de entrega dos produtores se manteve o mesmo, em média R$ 2,50 a R$ 3,00/kg para ambos. Tomate cereja - A cultura se encontra em plena fase de colheita. O calor dos últimos dias não foi favorável para a cultura, evidenciando-se significativo abortamento de flores. Em termos sanitários a maior preocupação refere-se à ocorrência de mosca-branca e à dificuldade de controle. Os preços praticados no período situaram-se entre R$ 3,00 a R$ 5,00/kg. Aipim/mandioca - A safra do aipim já iniciou em São José do Hortêncio, município de referência do Vale do Caí, principalmente devido à ocorrência de pouco frio que permitiu antecipar plantios, o que resulta em uma pequena antecipação na colheita, de duas semanas. Em termos de mercado os agricultores estão bastante insatisfeitos com os preços que vêm sendo praticados (R$ 40,00/cx.), pois em igual período da safra passada, o preço da caixa de aipim novo foi de R$ 60,00/cx. O aipim da safra anterior continua com o preço estável, R$ 20,00/cx. de 20 quilos. Nesta safra, também é importante ressaltar que a

sanidade do aipim se encontra melhor, diferentemente do ano passado, quando tivemos muitos casos de bacteriose por Xanthomonas sp. Nas áreas de produção da grande região Metropolitana, a lavoura se encontra em fase de tratos culturais e com boas condições de desenvolvimento O preço está variando de R$ 30,00 a R$ 35,00/cx. de 20 quilos. A produção estimada em Barra do Ribeiro é de 13 t/ha; área total de 400 hectares implantada na região Centro-Sul. Em Chuvisca, na feira do produtor, é comercializado a R$ 1,50/kg. Em cidades da Encosta da Serra e Litoral Norte os preços recebidos pelos agricultores nas últimas semanas se apresentam estáveis: de R$ 1,00 a R$ 1,50/kg com casca e de R$ 3,00 a R$ 4,00/kg descascado e congelado. Alface -Como ocorre tipicamente neste período do ano pela escassez do produto no mercado em função da dificuldade de produção em altas temperaturas, a alface teve uma reação de preços na Ceasa, e o valor de comercialização ficou em torno de R$ 7,00/cx. Não há relatos de problemas fitossanitários e a produção segue seu fluxo normal. Alho - Colheita concluída na região Nordeste do Estado. Produtores realizam a toaletagem e ainda não iniciaram a comercialização. Projeção e expectativa atual de preço em torno de R$ 8,00/kg. A produtividade ficou em nove toneladas por hectare. Frutícolas Uva - Mais um período com condições ideais para maturação, manutenção da sanidade, intensificação da coloração e concentração de açúcares. Por seu turno, alguns vinhedos implantados em solos mais rasos na região da Serra, principal produtora do país, vinham sentindo a deficiência hídrica. Esse quadro foi revertido com as precipitações do final de semana. Segue firme a colheita da safra, agora se concentrando na Bordô, segunda variedade em área e volume produzido. Assim como ocorre com as demais que estão sendo colhidas ou já vindimadas, o varietal Bordô também se apresenta com maturação bastante adiantada, uns 20 dias. Apresenta uma carga um pouco mais ácida do que a média e excelentes características enológicas. Situação que continua preocupando os viticultores é a colocação da safra. Há relatos de que algumas cantinas que mantinham vínculos comerciais há

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décadas informaram a impossibilidade de receber a produção, especialmente da Niágara branca. Há receio de que esse quadro venha a se repetir com outras cultivares que ainda serão colhidas. Para enuviar mais a atmosfera, algumas indústrias enfrentam dificuldades na quitação da safra anterior. O preço médio na propriedade para a Bordô indústria está em R$ 1,20/kg; uvas americanas/híbridas para consumo in natura em R$ 1,80/kg. Na região do Vale do Taquari está ocorrendo a colheita das cultivares precoces das uvas americanas Concord, Niágaras e Bordô, que compõem o maior percentual entre todas as cultivadas. A atual safra está muito boa, com produtividade satisfatória e qualidade bem superior à média de anos anteriores. A boa produtividade é consequência da ocorrência de chuvas em quantidade suficiente para o desenvolvimento vegetativo, formação dos cachos e enchimento das bagas, desde a brotação, em julho e agosto, até o presente momento. A menor precipitação desde dezembro tem contribuído decisivamente para o maior teor de graus brix nas uvas colhidas, ou seja, a uva está mais doce do que em anos anteriores. A uva colhida nesse vale se destina à elaboração de vinho nas propriedades e em pequenas cantinas, e parte é vendida para indústrias da Serra gaúcha para a elaboração de vinho, e principalmente para elaboração de suco. Em Dois Lajeados, maior produtor de uva do Vale do Taquari, a produção está sendo comercializada com agroindústrias da região da Serra, e os preços recebidos pelos viticultores giram em torno de R$ 1,00 a R$ 1,20/kg. As variedades precoces Isabel, Concord, Bordô e Violeta são as que estão sendo colhidas, com bom rendimento e com grau médio de açúcar de 13º Babo. Em Arvorezinha, a produção é para autoconsumo, com venda de excedente no mercado local. Em relação a preços, variam de R$ 1,20 a R$ 2,00/kg. No município de Putinga, a maior parte da produção é utilizada pelos próprios produtores na elaboração de vinhos ou comercializada no próprio município para a elaboração de vinhos e sucos e para consumo in natura. O preço médio recebido pelos viticultores nesse município pela Niágara branca e Niágara rosa vendida de casa em casa está a R$ 3,00/kg. Para a Bordô vendida na propriedade, o preço é R$ 1,50kg, e para a Martha, também denominada Goethe ou Casca Dura, R$ 2,50/kg vendida na propriedade.

Citros – Nas regiões do Médio Alto Uruguai e rio da Várzea, a citricultura ocupa área superior a 3.500 hectares, sendo atividade de alta rentabilidade por hectare em relação ao cultivo de grãos; é praticada normalmente por agricultores familiares em microrregiões onde o cultivo de grãos não é tão frequente, seja por fator cultural ou por condições de perfil de solo e topografia. O manejo de controle preventivo de pinta preta, cancro cítrico e verrugose, doenças de grande relevância, deve ser executado pelos agricultores. Há entre eles boas expectativas para os próximos anos em relação a preços e mercado. Também é esperado pelos técnicos e produtores o aumento da produtividade, com acréscimo de 20 a 30% na produção final, em função da utilização de melhores práticas de manejo. Há procura para implantação de novos pomares de produção individual e integração com a indústria de sucos do Alto Uruguai em Liberato Salzano. Os produtores estão otimistas com o projeto que a empresa está fomentando. Inclusive a indústria tem a meta de introdução de 500 hectares de laranja orgânica, para os quais pagará preços superiores em 30% aos da laranja produzida no sistema convencional, pois se destina à exportação de suco orgânico, via mercado justo. Produtores interessados em produção de laranja orgânica com mercado garantido podem manifestar interesse via escritórios municipais e regionais da Emater/RS-Ascar. Morango - O tempo na região do Vale do Caí se manteve com temperaturas elevadas nessas últimas semanas e a safra está praticamente acabada. Os produtores visitados essa semana estão colhendo pouco e muitos deles já iniciaram a limpeza de estufas e áreas, preparando o solo para a próxima safra, pois não há mais produção de morango em solo nessa época do ano. Neste momento ocorre a encomenda de mudas para a nova safra. Os agricultores relataram que o ácaro foi a principal praga da safra anterior e que o preço e a produção de modo geral ficaram abaixo do esperado. Sinaliza-se que a principal variedade a ser plantada será a San Andreas; também notamos um aumento do número de projetos de custeio nesse início de ano. A produção atual se encontra baixa, e o preço da cumbuca está em média entre R$ 12,00 e R$ 15,00/cx. com meia dúzia de cumbucas. Em plena fase de colheita no Vale do Rio Pardo e Alto da Serra do Botucaraí, o predomínio do tempo ensolarado favoreceu a qualidade do fruto

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(sabor); no entanto as altas temperaturas, normais para essa época do ano, são prejudiciais à cultura. Nesse período estão em produção variedades de dia neutro (Albion e San Andreas). A elevação da temperatura propicia condições para intensificação da emissão de estolões. As temperaturas diurnas elevadas prejudicam a cultura; em casos extremos, ocorrem danos às flores. Quanto ao aspecto fitossanitário, a antracnose e a presença de ácaros em alguns locais são manejadas de forma a não interferirem nos fatores produtivos e de qualidade. Na região Sul, a cultura se encontra em floração, frutificação e colheita, mas com baixa produtividade no geral. Os dias de sol e calor mais intenso afetaram a qualidade dos frutos colhidos. Os produtores começam a relatar uma pequena redução no preço em alguns mercados, embora o valor médio esteja se mantendo. Em Pelotas e região, segue a colheita; o morango vem sendo comercializado a preços estáveis que variam de R$ 5,00 a R$ 10,00/kg, dependo do comércio e da condição das frutas. Alta demanda das doceiras. Produtores negociam a comercialização com as agroindústrias de polpa de frutas a valores de R$ 5,00/kg. Em Turuçu o preço pago pelo feirante ao produtor é R$ 5,00/kg, mas na comercialização direta com o consumidor, o preço é de R$ 10,00/kg. Comercialização de Hortigranjeiros Dos 35 produtos principais analisados semanalmente pela Gerência Técnica da Ceasa/RS, no período entre 09 e 16/01/2018 tivemos 12 produtos estáveis em preços, 16 em alta e sete em baixa. Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os produtos que tiveram variação de 25% para cima ou para baixo. Nenhum produto destacou-se em baixa. Dois produtos destacaram-se em alta: Espinafre – de R$ 1,00 para R$ 1,25/molho (+ 25,00%). Período de verão com grande insolação; as temperaturas muito elevadas estão afetando a oferta de espinafre, principalmente na Grande Porto Alegre. O mercado nesta terça-feira foi abastecido por apenas 738 dúzias de molhos, enquanto a média verificada para janeiro do último triênio foi de 1.083 dúzias de molhos. Chuchu – de R$ 1,15 para R$ 1,50/kg (+ 30,43%). Com o mercado atingido de uma forma geral pela retração nas vendas e por não ser uma das

hortaliças-fruto das mais procuradas, o chuchu estava sendo vendido nos períodos anteriores a valores extremamente reduzidos, entre R$ 0,90/kg e R$ 1,15/kg, se comparados à média trianual referencial em nosso atacado para janeiro que é R$ 1,80/kg. Lembramos que esta cultura tem produção bem desorganizada no RS, com exceção de algumas lavouras na Serra gaúcha que produzem com boa tecnologia. O volume entrado nesta oportunidade, cerca de 26.800 quilos, foi bem reduzido se comparado ao movimento por dia forte, para janeiro dos últimos três anos que foi de 54.447 quilos. Tradicionalmente nesta cultura a formação dos preços locais sempre dependeu dos preços praticados na região Sudeste do Brasil. Nesta segunda-feira as cotações se elevaram por volta de 35%.

PRODUTOS EM ALTA

09.01.18 (R$)

16.01.18 (R$)

Aumento (%)

Laranja suco (kg) 0,90 1,00 + 11,11

Manga (kg) 1,75 2,10 + 20,00

Moranguinho (kg) 7,00 8,00 + 14,29 Pêssego nacional (kg)

3,00 3,50 + 16,67

Alface (pé) 0,50 0,58 + 16,00

Brócolis (unidade) 1,25 1,50 + 20,00

Couve-flor (cabeça) 1,67 1,83 + 9,58

Espinafre (molho) 1,00 1,25 + 25,00

Chuchu (kg) 1,15 1,50 + 30,43 Milho verde (bandeja)

1,20 1,30 + 8,33

Moranga Cabotiá (kg)

0,60 0,70 + 16,67

Alho importado (kg) 11,00 12,00 + 9,09

Batata-doce (kg) 1,15 1,35 + 17,39

Beterraba (kg) 1,00 1,15 + 15,00

Cebola nacional (kg) 1,00 1,15 + 15,00

Cenoura (kg) 1,15 1,25 + 8,70

PRODUTOS EM BAIXA

09.01.18 (R$)

16.01.18 (R$)

Redução (%)

Abacate (kg) 4,16 3,89 - 6,49

Banana Caturra/Nanica (kg)

1,00 0,90 -10,00

Limão Tahiti (kg) 3,00 2,50 - 16,67

Repolho verde (kg)

0,45 0,40 - 11,11

Tomate caqui longa vida (kg)

3,25 2,75 - 15,38

Vagem (kg) 5,00 4,00 - 20,00

Batata (kg) 1,50 1,40 - 6,67

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Preços médios recebidos por olericultores na semana passada nos vales do Caí e Taquari:

Moranguinho: de R$ 12,00 a R$ 15,00/cx.

com meia dúzia de cumbucas

Alface lisa: de R$ 5,00 a R$ 7,00/dz.

Alface crespa: R$ 5,00/dz.

Alface americana: R$ 6,00/dz.

Tomate: R$ 45,00/cx. de 20 kg

Tomate cereja: R$ 1,50/bandeja de 300 g

Pimentão: de R$ 30,00 a R$ 35,00/cx. de

10 kg

Pepino conserva: de R$ 40,00 a R$

55,00/cx. de 20 kg

Pepino salada: de R$ 15,00 a R$ 20,00/cx.

de 20 kg

Temperos em geral: de R$ 2,50 a R$

4,00/dz.

Feijão-vagem: R$ 45,00/sc.de 10 kg

Brócolis: de R$ 10,00 a R$ 12,00/dz.

Repolho: R$ 8,00/dz.

Berinjela: de R$ 20,00 a R$ 25,00/cx. de

12 kg

Abobrinha Itália: de R$ 12,00 a R$

15,00/cx.de 18 kg

OUTRAS CULTURAS

Cana-de-açúcar – Nas regiões do Litoral Médio e Norte, a lavoura encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo e manejo do cultivo. A produção de pequena escala destina-se a consumo próprio das unidades familiares e venda do excedente. A cachaça é comercializada ao valor de R$ 4,00/litro na propriedade; na feira do produtor, o preço está entre R$ 5,00 e R$ 10,00/litro. Os agricultores já estão se dedicando ao preparo do solo e plantio de áreas novas com a cultura e aos tratos culturais de canaviais implantados em anos anteriores (cana-soca). A agroindustrial-zação da cana continua transformando-a em cachaça e outros derivados. O melado está sendo comercializado a R$ 2,90/kg; o açúcar mascavo, a R$ 5,00/kg na propriedade e a R$ 6,00/kg na feira do produtor. As lavouras de cana apresentam um bom rebrote.

CRIAÇÕES Pastagens - O período da semana passada continuou com o clima seco e quente, com alívio no seu final, pelas precipitações em quase todos as regiões do Estado. As chuvas são esparsas e

mal distribuídas, não acontecendo a recarga dos mananciais hídricos. No entanto, muitos munícipios registraram precipitações acima de 50 mm. Com estas precipitações, as pastagens cultivadas e o campo nativo - que no Bioma Pampa, são constituídas principalmente por gramíneas, como capim-barba-de-bode, capim-gordura, capim-mimoso, etc., - puderam se recuperar, pois vinham sofrendo com a pouca umidade do solo e as altas temperaturas. O milho silagem, que vinha sofrendo com o déficit hídrico e as altas temperaturas, também foi beneficiado pelas chuvas. Aumenta a solicitação de reabertura de bebedouros, em função das estiagens que prejudicam os mananciais hídricos no Estado. Bovinocultura de Corte - O rebanho bovino, de uma maneira geral, está em bom estado nutricional; quanto à sanidade, observa-se alguma preocupação dos criadores com relação ao carrapato, mesmo que as infestações venham sendo menos intensas do que na mesma época no ano passado. O tratamento preventivo tem conseguido controlar a infestação por carrapatos. Os produtores intensificam ações de manejo, como mineralização, revisão do rebanho, tratamento de umbigo de recém-nascidos, vermifugações, uso de medicamentos homeopáticos na prevenção de endo e ectoparasitas, vacina contra clostridioses e desmame interrompido (com o uso de tabuleta (equipamento que impede a amamentação) por 7-12 dias). Quanto aos campos nativos, as condições climáticas encontram-se favoráveis ao desenvolvimento e à boa qualidade das pastagens, e consequentemente, ao bom desempenho zootécnico dos animais. Os nascimentos já terminaram. As matrizes estão sendo entouradas, e seu escore corporal é considerado bom, o que deve melhorar as taxas de natalidade. Comercialização Na região de Passo Fundo, semana de preços estáveis e baixa movimentação nos negócios.

Preços pagos ao produtor (R$/kg vivo)

Produto/espécie Mínimo Máximo

Boi gordo 4,80 5,20

Vaca descarte 4,30 4,50

Novilho 4,80 5,20 Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo

Na região de Pelotas, continuam a procura de terneiros inteiros para exportação e a realização

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de negócios de gado gordo para o abate; diminuição no preço das categorias de cria e recria. No município de Herval, houve pequena melhora no preço do boi gordo em virtude da grande demanda de final de ano, mas hoje o mercado já está mais calmo e com menos procura.

Preços ofertados na zona Sul (R$/kg vivo)

Produto/espécie Mínimo Máximo

Boi gordo 4,50 5,00

Vaca gorda 3,90 4,35

Terneiro 5,20 6,00 Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Pelotas

Na região de Santa Rosa, a comercialização ocorre de forma lenta e os preços continuam sem grandes variações. Pecuaristas relatam melhora de oportunidades na comercialização do boi gordo, inclusive o preço também melhorou após a virada do ano e tende a melhorar ainda mais agora em janeiro e fevereiro. Produtores ainda não confiam na compra pelos abatedouros de bovinos para abate, com pagamento por rendimento de carcaça. Preços e prazos praticados no município de Bossoroca em R$/kg vivo

Categoria animal

Preços Prazos

Terneiro 4,70 a 5,60 à vista

Terneira 4,60 30 dias

Novilha 1,0 ano 4,50 à vista

Novilha 2,0 anos 4,40 a 4,70 à vista

Novilho 1,0 ano 4,80 a 5,10 à vista

Novilho 2,0 anos 4,60 a 4,70 à vista

Boi gordo 4,50 à vista

Vaca magra 3,50 a 3,60 à vista

Vaca gorda 3,70 a 3,90 30 dias

Novilha prenhe 4,00 a 4,10 à vista Observação: vaca com cria ao pé, entre R$ 1.600,00 a R$ 1.800,00/cabeça e pagamento à vista. Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa (dados de 15/01/2018).

Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 2005 – Núcleo de Informações e Análises – GPL/Emater/RS-Ascar), no período de 15 a 19/01/2018 o preço do boi para abate, variou entre R$ 4,60 e R$ 5,20/kg vivo. O preço médio ficou em torno de R$ 4,93/kg vivo, apresentando preços superiores, em relação às últimas cinco semanas. Bovinocultura de Leite - O calor intenso e a pouca umidade provocaram o rebrote e crescimento das pastagens. Porém, o forte calor e a falta de sombra nos potreiros para as vacas pastorearem, provocando estresse calórico, foram determinantes para uma pequena redução da

produção de leite na semana. Isso ocorre por que, nas áreas de pastagens sem sombra, as vacas reduzem o período de pastoreio e ingestão de pasto, pois não aguentam o forte calor e a insolação. Isso provoca a necessidade de os produtores aumentarem a oferta de volumoso na sala de alimentação, que é coberta e tem sombra; assim, os animais ficam mais tempo se alimentando, o que provoca aumento nos custos. Nestes dias de calor intenso é que se observa a grande vantagem do sistema de produção de pasto integrada com silvicultura para proporcionar sombra aos animais e no futuro a produção de lenha. As pastagens perenes de verão como tíftons, jiggs, hermátria e também o campo nativo disponibilizam oferta regular de volumoso para o gado leiteiro. Áreas de pastagens anuais de verão também estão sendo utilizadas. A alta incidência de radiação solar, as temperaturas elevadas e chuvas leves que ocorreram na maioria dos municípios favorecem o incremento de matéria seca. Com a ocorrência de chuvas na semana, é possível fazer a adubação das pastagens com maior eficiência. O manejo adequado das pastagens é um fator decisivo para o sucesso da atividade em um período em que o preço do leite se mantém a patamares modestos. A redução dos custos através da produção de leite à base de pasto, aliada a estratégias como o piqueteamento dos potreiros, é uma forma de manter a atividade viável e competitiva em propriedades familiares. Muitas lavouras de milho estão sendo ensiladas. A produtividade das lavouras é satisfatória onde o manejo cultural e da adubação foi tecnicamente eficiente. Nessa época do ano são semeados o milho pós-fumo e o feijão, além da segunda safra de milho, o milho silagem é colhido e a área é semeada novamente, pois a condição climática possibilita dois cultivos de milho na mesma área em uma safra. Comercialização A comercialização do leite apresenta dificuldade. Com a maior oferta de pastagens e o maior número de vacas em lactação; estoques altos em função do consumo retraído e importações são os responsáveis pela queda no preço do leite ao produtor. Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 2005 – Núcleo de Informações e Análises – GPL/Emater/RS-Ascar), no período de 15 a 19/01/2018 o preço do leite variou entre R$ 0,76 e R$ 1,08/L, de acordo com o volume e a qualidade

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do produto. O preço médio ficou em torno de R$ 0,92/L, apresentando estabilidade, em relação às últimas cinco semanas. Preços do leite recebido pelos produtores, em

alguns municípios do Estado, em R$/l.

Município Preços

Bagé 0,76

Canguçu 0,84

Chapada 1,03

Dr. Maurício Cardoso 1,08

Encruzilhada do Sul 0,90

Erechim 0,92

Frederico Westphalem 0,95

Marau 0,85

Palmeira das Missões 0,92

Passo Fundo 0,85

Santa Maria 0,95

Santa Rosa 0,97

Santo Augusto 1,04

São Lourenço do Sul 0,85

Sertão 0,95

Venâncio Aires 0,94

Média 0,92

Mínimo 0,76

Máximo 1,08 Fonte: Relatório de preços semanais recebidos pelos produtores no período de 15/01/2018 a

Ovinocultura - Os animais estão em bom estado nutricional devido à oferta adequada de pastagem e também apresentam boas condições sanitárias. Com as chuvas, mesmo que irregulares, melhorou a condição de oferta de forragem nos campos nativos. Segue o manejo dos cordeiros: esquila, desmame, castração e assinalação, com a esquila finalizada na maior parte das localidades. Há registros da diminuição da ocorrência das miíases. Continua o manejo deste período, que focaliza principalmente o controle de endoparasitas e banho sarnicida e piolhicida, com produtos recomendados pelo Serviço Oficial de Defesa Agropecuária, representado pelo DDA/Seapi – Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Irrigação do Rio Grande do Sul. As matrizes da raça Ideal já foram encarneiradas e a partir de agora também as raças mais voltadas para a carne deverão ser encarneiradas.

Comercialização Mercado continua à procura de animais para abate. Foi boa a comercialização de cordeiros nas

festas de final de ano. Na região de Bagé, os preços do cordeiro chegam a R$ 7,00/kg vivo. Mercado de lã em alta. A indústria tem preço para lãs finas entre R$ 15,00 e R$ 17,00/kg e de R$ 7,00 a R$ 8,00/kg para as lãs médias. O preço médio do cordeiro, na região de Santa Maria, ficou em R$ 5,58/kg vivo.

Preço praticado no município de Bossoroca (R$/kg)

Produto Preço

Cordeiro 7,00

Borrego 6,00 a 6,50

Capão 6,00

Ovelha 5,20 Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa

Preços pagos para lã no município de Bossoroca (R$/kg)

Produto Preço

Amerinada 17,00

Prima A 16,00

Prima B 14,00

Cruza 1 9,00 Observação: Merina, cruza 2, cruza 3, cruza 4, cruza 5 e garra: sem cotação Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa

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ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES

COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES

Produtos Unidade Semana Atual

Semana Anterior

Mês Anterior Ano Anterior Médias dos Valores da Série

Histórica – 2013/2017

18/01/2018 11/01/2018 21/12/2017 19/01/2017 GERAL JANEIRO

Arroz em Casca 50 kg 37,07 36,51 36,55 50,91 45,79 48,06

Feijão 60 kg 129,29 130,71 131,53 222,90 189,96 188,77

Milho 60 kg 26,95 26,72 27,12 32,66 32,03 33,45

Soja 60 kg 61,91 62,78 64,61 71,17 76,42 79,00

Sorgo 60kg 20,00 20,00 20,33 30,09 27,94 30,00

Trigo 60 kg 30,98 30,00 29,72 29,76 38,18 38,15

Boi para Abate kg vivo 4,93 4,80 4,78 5,35 5,39 5,47

Vaca para Abate kg vivo 4,20 4,14 4,09 4,79 4,81 4,92

Cordeiro para Abate kg vivo 6,07 6,17 6,20 6,00 5,72 5,70

Suíno Tipo Carne kg vivo 3,18 3,28 3,26 3,55 4,00 4,22

Leite (valor liquido recebido) litro 0,92 0,92 0,93 1,14 1,11 1,07

15/01-19/01 08/01-12/01 18/12-22/12 16/01-20/01

Fonte: Elaboração: EMATER/RS-ASCAR. Gerência de Planejamento / Núcleo de Informações e Análises (NIA). Índice de correção: IGP-DI (FGV).

NOTA: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica, sã o valores corrigidos. Média Geral é

a média dos preços mensais do quinquênio 2013-2017 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da série histórica 2013-2017.