86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

14
© ABNT 2004 Segunda edição 2004 Materiais de referência ± Conteúdo de certificados e rótulos Reference materials - Contents of certificates and labels Palavras-chave: Materiais de referência. Certificados. Rótulos. Descriptors: Reference materials. Certificates. Labels. ICS 71.040.30 Número de referência ABNT ISO GUIA 31:2004 8 páginas ABNT ISO/GUIA 31

Transcript of 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

Page 1: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

© ABNT 2004

Segunda edição 2004

Materiais de referência Conteúdo decertificados e rótulosReference materials - Contents of certificates and labels

Palavras-chave: Materiais de referência. Certificados.Rótulos.

Descriptors: Reference materials. Certificates. Labels.

ICS 71.040.30

Número de referênciaABNT ISO GUIA 31:2004

8 páginas

ABNTISO/GUIA

31

Page 2: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

ii © ABNT 2004 Todos os direitos reservados

© ABNT 2004Todos os direitos reservados. A menos que especificado de outro modo, nenhuma parte desta publicação pode serreproduzida ou utilizada em qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia emicrofilme, sem permissão por escrito pela ABNT.

Sede da ABNTAv. Treze de Maio, 13 – 28º andar20003-900 – Rio de Janeiro – RJTel.: + 55 21 3974-2300Fax: + 55 21 [email protected]

Impresso no Brasil

Page 3: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

© ABNT 2004 Todos os direitos reservados iii

Sumário Página

Prefácio ........................................................................................................................................................iv

1 Objetivo.............................................................................................................................................1

2 Referência normativa .......................................................................................................................1

3 Termos e definições.........................................................................................................................14 Generalidades...................................................................................................................................2

5 Itens dos certificados.......................................................................................................................25.1 Generalidades...................................................................................................................................25.2 Nome e endereço do órgão certificador..........................................................................................25.3 Título do documento ........................................................................................................................25.4 Nome do material .............................................................................................................................35.5 Código do material de referência e número do lote........................................................................35.6 Descrição do MRC............................................................................................................................35.7 Uso pretendido.................................................................................................................................35.8 Instruções para a utilização correta do material de referência ......................................................45.9 Situação de risco..............................................................................................................................45.10 Nível de homogeneidade..................................................................................................................45.11 Valores certificados e suas incertezas............................................................................................55.12 Rastreabilidade.................................................................................................................................55.13 Valores obtidos por laboratórios ou métodos individuais.............................................................55.14 Valores não certificados ..................................................................................................................65.15 Data da certificação..........................................................................................................................65.16 Prazo de validade .............................................................................................................................65.17 Outras informações..........................................................................................................................65.18 Nomes e assinaturas de certificadores...........................................................................................6

6 Resumo do conteúdo essencial do certificado...............................................................................7

Bibliografia....................................................................................................................................................8

Page 4: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

iv © ABNT 2004 Todos os direitos reservados

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização.As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dosOrganismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias(ABNT/CEET), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setoresenvolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

O ABNT ISO GUIA 31 foi elaborado no Comitê Brasileiro de Química (ABNT/CB-10), pela Comissão deEstudo de Laboratório (CE–10:201.01).

Este Guia é equivalente ao ISO Guide 31:2000.

Esta segunda edição cancela e substitui a edição anterior (ABNT ISO GUIA 31:2000), a qual foi tecnicamenterevisada.

Page 5: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

© ABNT 2004 Todos os direitos reservados v

Introdução

Convém que o certificado que acompanha um material de referência certificado (MRC) contenha todas asinformações essenciais ao seu uso. Sem o certificado, o material, por mais que sua produção sejadispendiosa, não tem nenhum valor. Portanto, recomenda-se que os produtores de MRC dispensem umaatenção muito cuidadosa à preparação dos certificados. A Comissão da ISO para Materiais de Referência(ISO/REMCO) publicou a primeira edição deste Guia em 1981. Nos últimos dezesseis anos, houve umaumento considerável no número e variedade dos materiais de referência produzidos e no seu uso.A crescente exigência de confiabilidade nos resultados obtidos através de técnicas analíticas e metrológicas,que devido à preocupação cada vez maior com a poluição do meio ambiente, ampliou a demanda de MRC demelhor qualidade para utilização na validação de métodos de medição e como padrões.

A definição de um MRC no ABNT ISO Guia 30 (ver seção 2) requer que todos os valores de propriedadecertificados sejam associados a uma incerteza, em um nível de confiança declarado, e que a rastreabilidadepara “uma realização exata da unidade em que o valor da propriedade é expresso” seja demonstrada.Estes requisitos adicionais devem ser atendidos no certificado.

O Guide to the expression of uncertainty in measurement1), publicado pela ISO (ver Bibliografia) resume asmais recentes considerações internacionais sobre o assunto da incerteza de medição e requer algumamodificação da definição de um MRC citado acima. É indicado que a incerteza, a partir de agora, sejaexpressa como incerteza padrão combinada (tipo A + tipo B) ou como incerteza expandida (com um fator deabrangência a ser aplicado à incerteza padrão combinada). Atualmente o conceito de probabilidade ou nívelde confiança não é mais central.

A primeira edição deste Guia discutia a diferença entre as informações fornecidas no rótulo, no certificado eno relatório de certificação, e enfatizava a natureza resumida do certificado. Todavia, nos últimos 16 anos,houve diminuição geral na edição de relatórios de certificação e aumento nas informações fornecidas noscertificados. Este declínio na publicação de relatórios de certificação não deve necessariamente sercondenado, contanto que todas as informações apropriadas para um relatório de certificação completopossam sempre ser obtidas mediante solicitação aos produtores do MRC. A produção de relatórios decertificação é onerosa e, evidentemente, é desnecessário que um relatório seja fornecido ao mesmo usuáriotoda vez que uma nova amostra do mesmo lote de material for adquirida. Ao mesmo tempo, a informaçãorequerida de um certificado, normalmente, vai além do valor de propriedade certificado. São essenciais parao usuário os detalhes referentes à maneira como o recipiente deve ser aberto, ao tamanho mínimo deamostra que deve ser usado em uma medição, à estabilidade do material, à forma como ele deve serarmazenado e, no caso de MRC em que o valor certificado depende do método, ao método empregado paradeterminar o valor certificado.

1) No Brasil, o Guide to the expression of uncertainty in measurement foi traduzido e publicado em conjunto pela ABNT epelo INMETRO, com o título "Guia para a expressão da incerteza de medição" (3a Edição de 2003).

Page 6: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi
Page 7: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

© ABNT 2004 Todos os direitos reservados 1

Materiais de referência Conteúdo de certificados e rótulos

1 Objetivo

Este Guia tem por objetivo auxiliar os produtores na elaboração de certificados claros e concisos paraacompanhar materiais de referência certificados. Convém que tais certificados proporcionem, de formaresumida, todas as informações requeridas pelo usuário, porém que mantenham seu caráter essencial.

2 Referência normativa

O Guia relacionado a seguir contém disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescriçõespara este Guia. A edição indicada estava em vigor no momento desta publicação. Como todo Guia estásujeito a revisões, recomenda-se àqueles que realizam acordos com base neste que verifiquem aconveniência de se usar a edição mais recente do guia citado a seguir. A ABNT possui a informação dosguias em vigor em um dado momento.

ABNT ISO Guia 30:2000, Termos e definições relacionados com materiais de referência.

3 Termos e definições

Para os fins deste Guia, aplicam-se os termos e definições do ABNT ISO Guia 30:2000 e os seguintes:

3.1certificadodocumento contendo todas as informações que são essenciais para o uso de um material de referênciacertificado.

NOTA É recomendado que um MRC e seu certificado jamais sejam separados.

3.2uso pretendidoo uso de um produto, processo ou serviço em conformidade com as informações fornecidas pelo produtor.

[ISO/IEC Guide 51:1999, definição 3.13]

3.3situação de riscocircunstância em que pessoas, instalações ou o meio ambiente estão expostos a risco(s).

[ISO/IEC Guide 51:1999, definição 3.3]

Page 8: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

2 © ABNT 2004 Todos os direitos reservados

4 Generalidades

A quantidade de informações que deve ser incluída no certificado depende da disponibilidade de um relatóriode certificação. Quando um relatório é fornecido com o certificado, a quantidade de detalhes no certificadopode ser limitada, contanto que seja feita a referência ao relatório. Os detalhes dados em um certificado e emum relatório de certificação permitem ao usuário fazer um julgamento da qualidade e integridade do MRC.

É recomendável que as informações fornecidas no rótulo ou marcadas no material sirvam apenas paraidentificar o MRC e convém se restringir ao nome do produtor, material, código do produtor para o material,número do lote e advertências apropriadas de saúde e segurança. A fim de impedir a utilização do materialsem que as informações no certificado tenham sido estudadas, recomenda-se que o(s) valor(es)certificado(s) de propriedade não seja(m) incluído(s) no rótulo.

5 Itens dos certificados

5.1 Generalidades

As várias categorias de informações a serem consideradas na elaboração de um certificado são indicadasabaixo. É fornecida uma explicação após cada item, juntamente com exemplos quando for consideradonecessário. Os itens visam cobrir as informações requeridas na mais ampla faixa possível de MRC, que podeincluir materiais de referência certificados para propriedades físicas, concentrações de espécies químicas,composição isotópica (expressa em unidades do SI); e para propriedades convencionais e biológicas(definidas em escalas baseadas em procedimentos de medição internacionalmente acordados, se não foremdefiníveis em termos do SI). Algumas informações são consideradas obrigatórias e devem sempre serfornecidas, mesmo que elas não sejam importantes em todos os casos, por exemplo, a estabilidade de umaliga metálica ou da composição isotópica de compostos naturais que raramente serão questionadas.

A fim de auxiliar as organizações, como, por exemplo, os órgãos de acreditação, que desejem incluir algumaspartes deste Guia em seus documentos de requisitos, deve-se fornecer um resumo das informaçõesessenciais em um certificado. Outros detalhes são opcionais e podem ser fornecidos caso ampliem autilidade do MRC, por exemplo, a origem de materiais preparados a partir de fontes naturais.

Os itens apresentam as informações em uma ordem lógica, que podem ser resumidas como:

as informações gerais do órgão certificador e do material de referência (5.2 a 5.5);

uma descrição do material e seu uso pretendido (5.6 a 5.10), os valores certificados;

sua rastreabilidade e o prazo de validade do certificado (5.11 a 5.16);

outras informações (5.17 e 5.18) e um resumo do conteúdo essencial de um certificado (seção 6).

Este Guia, no entanto, diz respeito apenas às informações contidas nos certificados e a ordem ou títulos dositens podem ser alterados de modo a se adequar à preferência do produtor.

5.2 Nome e endereço do órgão certificador

O nome (geralmente dado em tipo proeminente no cabeçalho do certificado) deve ser aquele do órgão ouorganização que assume a responsabilidade pelas informações contidas no certificado, isto é, o órgãocertificador. Convém que o nome seja acompanhado do endereço postal completo, números de telefone e faxe, quando disponível, do endereço eletrônico .

5.3 Título do documento

É recomendado um título distinto, tal como Certificado de Análise ou Certificado de Medição. A práticaocasional de emitir certificados temporários pode gerar dubiedades, com a existência de mais de umcertificado para o mesmo lote de material, e deve ser desencorajada.

Page 9: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

© ABNT 2004 Todos os direitos reservados 3

5.4 Nome do material

Sempre que possível, convém que o nome descreva o tipo do material de referência com detalhamentosuficiente para distingui-lo de outros materiais semelhantes. Desta maneira o nome da rocha ou minério,seguido de sua localidade ou de uma característica de composição, proporciona mais individualidade aosmateriais geológicos; por exemplo, “Sienita (Phalaborwa)” ou “Nefelina-sienita”. Para a análise traços depoluentes em matrizes naturais, é importante declarar a natureza da matriz e, se vários materiais dereferência semelhantes estiverem disponíveis, o nível de contaminação, por exemplo, “Aflatoxina M1 em leiteem pó integral (nível médio)”. (Entretanto, é aconselhável evitar uma descrição detalhada na documentaçãofornecida às transportadoras e autoridades alfandegárias, pois a menção de poluentes tóxicos pode introduzirproblemas desnecessários com o despacho). Quanto às amostras metalúrgicas, é apropriado indicar aconcentração dos elementos principais, por exemplo, “liga de titânio 6Al-4V”.

5.5 Código do material de referência e número do lote

Recomenda-se que todo MRC tenha um código alfanumérico único que o diferencie de qualquer outroemitido pelo mesmo produtor ou não, por exemplo, BCR CRM 186, LGC 7016, NIST SRM 41. Além disto, onúmero do lote deve ser declarado, mesmo quando for o primeiro lote de um MRC particular. O objetivo éevitar dúvidas quando o laboratório usuário tiver mais de um lote em uso ao mesmo tempo.Alguns produtores incorporam o número do lote no código alfanumérico para o material, por exemplo,NIST SRM 41c.

5.6 Descrição do MRC

É indicado que a descrição geral do material seja, de fato, uma explicação detalhada do nome. A origem domaterial deve ser irrelevante para seu uso na maioria dos casos. Entretanto para substâncias certificadasquanto à sua composição química, quer sejam preparadas a partir de constituintes individuais, tais comoligas, ou obtidas de fontes naturais, tais como rochas, águas ou produtos de origem animal ou vegetal; acomposição da matriz, especialmente a presença ou ausência de substâncias que podem interferir nosprocedimentos analíticos, pode ser de importância considerável na seleção dos métodos analíticosapropriados. Mesmo que a origem não seja revelada, convém que a composição aproximada do materialsempre seja declarada. Recomenda-se que os órgãos certificadores evitem sempre a situação em que aomissão de informações a respeito da origem possa resultar no uso do MRC para validar um métodoanalítico aplicado ao mesmo lote de material que o material de referência.

Quando apropriado, convém que a descrição física do material também seja dada, como, por exemplo, otamanho da amostra, o tamanho das partículas, as dimensões de cilindros ou discos metálicos e a naturezado recipiente em que ele é fornecido. A presença de conservantes, tais como cloreto de mercúrio (II)adicionado a soluções aquosas de etanol, deve ser declarada. Quando o mesmo material se encontradisponível em diferentes formas e tamanhos de amostra, esta informação também pode ser incluída.

5.7 Uso pretendido

Convém que a finalidade básica para a qual um MRC é emitido pelo produtor seja declarada, evitando, namedida do possível, que as propriedades certificadas se relacionem apenas a um procedimento analítico oude medição particular (por exemplo, análise elementar de um mineral após um procedimento de lixiviação oumedição de ponto de fulgor através de um método cuidadosamente definido). Esta declaração não visarestringir o uso para outras finalidades. Por outro lado, o certificado ou informações adicionais fornecidas norelatório de certificação ou dadas de qualquer outra forma devem proporcionar dados suficientes para que ousuário possa decidir se a aplicação do MRC proposta é apropriada.

Exemplos de uso pretendido:

para a verificação de uma temperatura de ponto fixo na escala internacional de temperatura (EIT-90) e,portanto, para a calibração de equipamento de medição de temperatura;

para a calibração de instrumentos na determinação da concentração de metais preciosos em amostrade minério;

Page 10: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

4 © ABNT 2004 Todos os direitos reservados

para a validação de métodos analíticos empregados na determinação da concentração de poluentes emmatrizes naturais;

como uma amostra de arbitragem para transações comerciais;

para a preparação de “padrão de trabalho” para uso em análises laboratoriais de rotina.

5.8 Instruções para a utilização correta do material de referência

É essencial que o material de referência seja utilizado nas condições prescritas no certificado. Por exemplo,se as condições exatas de secagem forem 2 h a 105°C, estas devem ser declaradas. Pode ser necessárioabrir o recipiente sob condições prescritas. Por exemplo, deve-se deixar que materiais armazenados atemperaturas abaixo da ambiente se condicionem a temperatura laboratorial antes do recipiente ser aberto, afim de evitar a contaminação pelo vapor d´água condensado; material armazenado sob uma atmosfera inertedeve ser aberto apenas em uma capela com luvas (glove box) contendo uma atmosfera inerte similar.Convém que sejam tomadas precauções apropriadas em tais casos. A menos que esteja prescrito nocertificado, recomenda-se que os MRC não sejam submetidos a outros procedimentos de trituração, taiscomo moagem e, especialmente no caso de materiais certificados quanto ao seu conteúdo de elementos-traço, convém que uma advertência seja feita contra o uso de qualquer equipamento contendo esteselementos.

Podem ser necessárias instruções especiais quando a utilização de um MRC envolver a reconstituição deuma solução a partir de um MRC sólido, particularmente na área de análise clínica. A natureza do solvente,temperatura, procedimento de mistura, período antes da utilização e estabilidade da solução devem sercuidadosamente especificados.

É essencial declarar as condições em que o material deve ser armazenado (por exemplo, temperatura eexposição à luz), a fim de manter a validade do certificado. No caso de materiais que são inerentementeinstáveis, tais como substâncias radioativas, convém que a expressão matemática apropriada para o cálculodo valor da propriedade na ocasião do uso seja incluída como parte da declaração do valor certificado.

5.9 Situação de risco

Quando informações sobre a segurança de um MRC forem disponíveis, recomenda-se que elas sejamincluídas tanto no rótulo quanto no certificado. Convém que o material seja acompanhado de ficha desegurança contendo os detalhes relativos à natureza de qualquer risco e as precauções apropriadas a seremtomadas.

5.10 Nível de homogeneidade

A maioria dos MRC é fornecida em quantidades das quais subamostras são tiradas para análise química oumedição de alguma propriedade física, e a subamostragem pressupõe que a amostra fornecida ésuficientemente homogênea para o uso pretendido. Convém que o certificado declare o tamanho mínimo dasubamostra que deve ser retirada pelos usuários do MRC. Recomenda-se que isto seja acompanhado deuma advertência enfatizando que uma subamostra menor invalida o uso do valor certificado e a declaraçãode incerteza associada. Quando apropriado, o certificado pode requerer a agitação do recipiente por umprocedimento especificado, a fim de assegurar homogeneidade suficiente da amostra.

É indicado disponibilizar os detalhes e resultados do procedimento através do qual o nível de homogeneidadedo material foi avaliado e no qual se baseia a declaração de tamanho mínimo da subamostra.Estas informações podem ser incluídas no certificado (ou relatório de certificação) ou fornecidas mediantesolicitação pelo órgão certificador.

Page 11: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

© ABNT 2004 Todos os direitos reservados 5

5.11 Valores certificados e suas incertezas

Recomenda-se que haja uma declaração clara da propriedade e seu valor certificado, juntamente com aincerteza do valor certificado, de acordo com o Guide to the expression of uncertainty in measurement2) [8], eEurachem [2]. Convém que o método para avaliar o valor certificado e estimar sua incerteza seja declarado.Quando um tratamento puramente estatístico dos resultados de uma medição tiver sido empregado, ométodo do tratamento deve ser indicado. Entretanto, a experiência do especialista e o conhecimento doórgão certificador podem ser utilizados para deduzir o valor certificado e sua incerteza a partir dos resultadosdas medições, especialmente quando diversas técnicas de medição forem empregadas. É recomendável quesempre se informem as razões para dar um peso maior a alguns resultados do que a outros.

5.12 Rastreabilidade

A definição de um MRC no ABNT ISO Guia 30 requer que a certificação dos valores de propriedade sejarealizada por um procedimento que estabeleça a rastreabilidade a uma exata realização da unidade em queesses valores são expressos. A rastreabilidade é definida como a propriedade do resultado de uma mediçãopor meio da qual é possível associá-la a referências estabelecidas, usualmente padrões nacionais ouinternacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas elas tendo incertezas declaradas [3].Portanto, recomenda-se que a caracterização de um MRC seja rastreável ao SI ou a uma escala de mediçãointernacionalmente aceita.

No caso de MRC para propriedades físicas, geralmente é possível estabelecer uma cadeia contínua decalibrações dos instrumentos que correlacionam a medição às unidades-base do SI, realizada em umlaboratório nacional de metrologia. O problema é maior para medições químicas em que os métodosempregados podem comprender tanto métodos primários de medição, definidos como sendo aqueles quetêm as mais altas qualidades metrológicas, cuja operação pode ser completamente descrita e para os quaisuma declaração de incerteza completa pode ser registrada em termos de unidades do SI [4] (por exemplo,espectrometria de massa com diluição isotópica, coulometria e gravimetria), como métodos bem definidospara os quais é possível demonstrar a rastreabilidade a uma escala de medição internacionalmente aceita.Recomenda-se, entretanto, que todo certificado contenha uma declaração na qual os princípios dosprocedimentos de medição sejam claramente explicitados, juntamente com as evidências de sua validade e aescala de medição à qual eles são rastreáveis. A rastreabilidade das medições químicas é amplamentediscutida nas referências [5], [6] e [7].

5.13 Valores obtidos por laboratórios ou métodos individuais

Quando vários métodos forem empregados para caracterizar os materiais de referência, recomenda-se queeles sejam declarados. Normalmente basta referir-se a um método genérico, como espectroscopia deabsorção atômica ou fluorescência de raios-X, porém, quando um método menos comum ou umamodificação de um método padrão for empregado, convém que uma referência completa da literatura oudescrição do método seja fornecida. Quando vários laboratórios ou analistas independentes tiveremcontribuído para a caracterização de um material de referência, é recomendado que seus nomes sejamdiscriminados juntamente com os métodos empregados. Os valores de propriedade obtidos por cada métodoe por cada executor em que vários laboratórios ou analistas tiverem empregado o mesmo método, tambémpodem, em alguns casos, ser declarados separadamente. As opiniões diferem quanto à conveniência destaprática, que é opcional e pode ser deixada a critério do produtor. Por um lado, ela permite que os usuáriosavaliem a qualidade do MRC com base na concordância dos resultados individuais e no seu conhecimentodas técnicas de medição envolvidas, mas, por outro lado, ela pode levar os usuários a fazerem sua própriaavaliação do valor da propriedade, mas sem a experiência e conhecimento do órgão certificador.Esta utilização equivocada da informação em um certificado invalidaria o uso do material como um MRC.O produtor deve, em qualquer caso, disponibilizar os detalhes completos dos resultados de cada método naforma de um relatório de certificação ou de outro modo.

2) No Brasil, o Guide to the expression of uncertainty in measurement foi traduzido e publicado em conjunto pela ABNT epelo INMETRO, com o título "Guia para a expressão da incerteza de medição" (3a Edição de 2003).

Page 12: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

6 © ABNT 2004 Todos os direitos reservados

Alguns materiais de referência são certificados para propriedades cujos valores dependem do métodoempregado para medi-los, por exemplo, o conteúdo elementar de um mineral em que os valores dependemdo método de lixiviação ou as determinações de ponto de fulgor ou valores de dureza que são dependentesdo método empregado. É recomendado que, nesses casos, o certificado faça uma advertência explícita deque os valores certificados dependem do método e dê os detalhes completos do método empregado ou façareferência a uma publicação em que o método é completamente descrito.

5.14 Valores não certificados

Durante o processo de caracterização de um material de referência, os produtores, freqüentemente, obtêmvalores de outras propriedades do material que não atendem aos critérios requeridos das propriedadescertificadas. Tal informação, por exemplo, a concentração em quantidade de matéria aproximada de outroselementos em uma matriz complexa, pode ser útil aos usuários do MRC e incluída no certificado.Recomenda-se, no entanto, que ela seja claramente distinguida dos valores certificados e, a fim de evitarpossíveis dúvidas, não seja incluída na mesma tabela dos valores das propriedades certificadas.

5.15 Data da certificação

É recomendado que a data em que o certificado foi emitido pela primeira vez seja declarada. Quando umcertificado contiver valores revisados para o mesmo lote de um MRC, convém informar a data do certificadooriginal e as datas de todas as revisões.

5.16 Prazo de validade

A certificação pode conter uma data de vencimento após a qual o valor certificado não será mais garantidopelo órgão certificador. Recomenda-se que isto seja uma prática para todos os materiais em que ainstabilidade for demonstrada ou considerada possível. É indicado que, quando a data de vencimento forinformada, o certificado contenha uma garantia de que o(s) valor(es) certificado(s) será(ão) monitorado(s) aintervalos apropriados e que os compradores serão notificados sobre quaisquer alterações significativas queresultem na recertificação ou retirada do MRC durante o prazo de validade declarado do certificado.Mesmo quando nenhuma data de vencimento for fornecida e alterações inesperadas no(s) valor(es)certificado(s) forem detectadas, convém que os compradores sejam informados dentro de um período detempo razoável. A recertificação também pode ser efetuada quando tornam-se disponíveis métodos demedição aperfeiçoados. Portanto, os produtores e distribuidores devem manter um registro dos compradores.

Quando as medições mostrarem que não ocorreu nenhuma alteração no(s) valor(es) certificado(s) até a datade vencimento de um certificado, recomenda-se a emissão de um novo certificado com o(s) mesmo(s)valor(es) certificado(s), mas com uma nova data de vencimento, com base na estabilidade demonstradadurante o prazo de validade do primeiro certificado.

5.17 Outras informações

O certificado é um resumo de um extenso programa de trabalho que envolve a seleção do material, aavaliação de sua adequação e a medição das propriedades a serem certificadas. Muitos usuários do MRCnão requerem nenhuma informação além daquela contida no certificado, porém, recomenda-se que talinformação esteja disponível, seja na forma de um relatório de certificação (fornecido com o MRC oudisponível mediante solicitação) ou fornecida de outra maneira, mediante solicitação ao produtor.

5.18 Nomes e assinaturas de certificadores

É essencial incluir o nome de um membro que represente o órgão certificador, indicando que este assuma aresponsabilidade pelo conteúdo do certificado. Fica a critério do órgão certificador definir se o certificado deveser assinado.

Page 13: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

© ABNT 2004 Todos os direitos reservados 7

6 Resumo do conteúdo essencial do certificado

Para auxiliar os produtores de MRC, as partes do conteúdo do certificado consideradas essenciais estãoresumidas na lista abaixo. Esta lista de verificação visa promover a harmonização da prática nasorganizações responsáveis pelo credenciamento de produtores de MRC.

nome do material;

produtor e código do produtor para o material;

descrição geral do material;

uso pretendido;

instruções para o uso apropriado;

instruções para as condições apropriadas de armazenamento;

valor(es) de propriedade certificado(s), cada um acompanhado de uma declaração de incerteza;

método(s) empregado(s) para a obtenção de valores de propriedade (com detalhes completos quandoos valores forem dependentes do método de medição);

prazo de validade, se apropriado.

Enquanto tudo o que foi exposto acima é considerado como essencial, a quantidade de detalhes requeridasob cada item varia segundo a natureza do material.

Page 14: 86676220 NBR 31 ABNT ISO GUIA 31 Conteudo de Certificados de Materi

ABNT ISO GUIA 31:2004

8 © ABNT 2004 Todos os direitos reservados

BIBLIOGRAFIA

[1] ISO Guide 51:1999, Safety aspects Guidelines for their inclusion in standards.

[2] Quantifying uncertainty in chemical measurement, Eurachem, Laboratory of the Government Chemist,UK, 1995.

[3] Portaria n° 29 de 10/03/1995 do INMETRO. Vocabulário internacional de termos fundamentais e geraisde metrologia.

[4] Consultative committee for the amount of substance (BIPM-CCQM), Report of the 1st meeting(April 1995), BIPM, Sèvres.

[5] ABNT ISO Guia 34:2004. Requisitos gerais para a competência de produtores de material de referência.

[6] P. De Bièvre and P.D.P. Taylor, Traceability of measurement to SI; how does it lead to traceability ofquantitative chemical measurements?, Chapter 7 in Accreditation and Quality Assurance in AnalyticalChemistry, H. Gunzler (ed.) Springer, Berlin, 1996.

[7] P. De Bièvre and P.D.P. Taylor, Traceability to the SI of amount-of-substance measurements, fromignoring to realizing, a chemist´s view, Metrologia, 1997, 34, BIPM.

[8] Guide to the expression of uncertainty in measurement (GUM), 1993, BIPM, IEC, IFCC, ISO, IUPAC,IUPAP and OIML. Corrected and reprinted 1995.