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    Gustavo BarrosoEx-Presidente da Academia Brasileira de Letras

    BRASILColnia de Banqueiros

    (Histria dos emprstimos de 1824 a 1934)

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    Rio de Janeiro - 1936

    BARROSO, Gustavo. BRASIL Colnia de Banqueiros (Histria dos emprstimos de1824 a 1934). 5. ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira S/A, 1936.

    NDICE________________

    Cap. I OS EMPRSTIMOS DA MONARQUIA 5

    Cap. II OS EMPRSTIMOS DA REPBLICA 34

    Cap. III OS EMPRSTIMOS DOS ESTADOS 52

    Cap. IV OS EMPRSTIMOS DOS MUNICPIOS 62

    Cap. V OS EMPRSTIMOS E A MOCIDADE BRASILEIRA 67

    Cap. VI O CONDOR PRISIONEIRO 75

    ESQUEMAS E MAPAS 80

    APNDICE 77

    BIBLIOGRAFIA 103

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    Trotski e Rotschild marcam a amplitude das oscilaes do esprito judaico; estes doisextremos abrangem toda a sociedade, toda a civilizao do sculo XX.

    (Opinio do judeu Kadmi citada em Lon de Poncins - "Les forces scrtes de la Revolution").

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    CAPTULO I

    OS EMPRSTIMOS DA MONARQUIA

    (1824-1889)

    Ousei rasgar o espesso e misterioso vu que cobria o Tesouro, persuadido de que adesconsolao pblica e a extino do patriotismo andam a par da misria pblica; de quea runa dos Estados, a queda dos Imprios so conseqncias das desordens dasfinanas.

    (Relatrio do Ministro da Fazenda, Manuel Jacinto Nogueira da Gama, Visconde de Baependi, em1823).

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    Em 1818, o viajante ingls Henry Koster, depois de nos ter visitado e observado, escreviaque o Brasil mudara de metrpole, cessando de depender de Portugal para se tornarcolnia da Gr Bretanha1. O conceito era pesado, mas justo. E acrescentava outro, bebidono que ouvira, durante a sua estadia: o de que no nosso pas s os ingleses podiam viverbem.

    O ingls reinava mercantilmente sobre a inpcia portuguesa, afirma Oliveira Martins2.

    Reinaria, portanto, conseqentemente, sobre a ento melhor colnia do Reino. Essedomnio vinha de longe, da tratado Methuen de 1703, como o reconhecia o prprio marqusde Pombal numa carta. Mal passava uma semana que se abrigara entre ns, corrido pelosgranadeiros de Junot, o prncipe-regente D. Joo abria os portos do pas ao comercio dasnaes amigas, isto , ao comercio da Inglaterra, nica capaz de exerc-lo. Em 1809, osseus emporocratas exigiram mais e por isso se iniciaram as negociaes de que resultou otratado preferencial de comrcio, assinado em 10 de fevereiro de 1810. Por ele, os naviosingleses podiam ser reparados nos portos brasileiros, concediam-se foro e jurisdioespecial aos sditos britnicos, favoreciam-se nas alfndegas as mercadorias de Albion como direito de 15% ad valorem, 9% menos do que as de qualquer outra nao. Era umverdadeiro monoplio comercial que fez baixar as exportaes portuguesas para o Brasil de

    mais de 50%3

    .Koster estava certamente ao par de tudo isso e o seu conceito, portanto, era, comodissemos, pesado, mas justo.

    Livres de Portugal em 1822, no nos libertamos da metrpole comercial inglesa seno lpara 1834, pois at essa data duraram os efeitos do tratado preferencial. E passamos a umjugo pior: fomos transformados em colnia da casa bancaria judaica Rotschild, em colniado supercapitalismo internacional, que no tem ptria e como que obedece a leis secretas deaniquilamento de todos os povos.

    H uma grande documentao que prova isso. Em 1806, por exemplo, num documentoescrito pelo seu prprio punho, Sismondi j denunciava o judasmo como o disfarado

    organizador das seitas anti-crists, das sociedades secretas, da derrubada dos tronos, doenriquecimento pela usura, com o fito de dominar o mundo. Herder condenou a filantropiacrist, o nosso eterno sentimentalismo diante desse PERIGO FORMIDAVEL pelos seusefeitos dissolventes e desmoralizantes. Em 1811, de Maistre previa a morte da Rssia nassuas mos. Em 1816, prevenia em carta o czar. Em 1823, Goethe, profetizava que sua

    1 Henry Koster Travels in Brazil.2 Oliveira Martins Histria de Portugal.3 Oliveira Martins op. cit. de Oliveira Lima D. Joo VI no Brasil.

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    influncia extinguiria os sentimentos morais na Alemanha. Em 1844, l-se no romanceConingsby de d'Israeli que o mundo governado por personagens muito diferentesdaqueles que imaginam os olhos que no penetram atrs dos bastidores. Em 1847,Bismarck, num discurso ao Landtag prussiano, pedia textualmente que os cristos fossememancipados dos judeus. Em 1869, Gougenot-Desmousseaux mostrava o judeu agindo na

    sombra, - meia dzia de indivduos dessa raa, donos do ouro e das associaes secretas,dando ordens ao mundo inteiro. Em 1877, Calixto de Wolsk, baseado nos documentosirrefutveis de Brafman, dava publicidade o segredo desse domnio nos pasesmoscovitas. E, enfim, em 1906, a formidvel documentao dos chamados Protocolos dossbios de Sio, embora apregoados como uma falsificao, veio confirmar ponto por pontotodos os libelos acusatrios anteriores.

    As crises financeiras que se manifestaram vrias vezes nos pases de grandesconcentraes de capitais, nestes ltimos tempos, revelaram o divrcio absoluto entre osinteresses das nacionalidades e os dos grupos financeiros. A fuga do ouro, de pas para pas;os pnicos das praas, conseqentes de maquinaes propositais; as contradieseconmicas e polticas, assinalando uma marcha segura em detrimento das autoridades

    nacionais, - tudo isso ps em evidncia um fator absolutamente imprevisto no mundomoderno: a existncia de uma poltica imperialista, que foge aos impositivos nacionais.

    Tivemos, antigamente, o imperialismo militar, das naes fortes, que reduziam pases livresa condies de escravido. Em seguida, tivemos o imperialismo das naes econmicas,que conquistavam mercados para seus produtos. Foi dentro desse imperialismo complexo;dentro da luta econmica de povos contra povos que germinou um novo imperialismo,inimigo de todos os povos. que o capitalismo, na sua obra de infiltrao internacional,desnacionalizou-se; perdeu a idia da ptria, tornando-se um destruidor de todas asptrias (semitismo).

    O Estado liberal-democrtico, adotando todas as normas do liberalismo econmico,

    facilitou a expanso dessa fora dominadora. Havendo todos os povos erigido ao capital oculto de suas homenagens, esse novo Deus passou a oprimir os governos, a assoberbar osEstados, na sua marcha avassaladora. Tendo-se facilitado tudo ao capital, este passou aatentar contra os princpios fundamentais da civilizao crist, como sejam o princpio dafamlia e o principio da nao.

    O capitalismo hoje, no mundo, um permanente proletalizador das massas, um continuotransmutador de valores morais, um aambarcador de economias privadas, um opressor daagricultura, da indstria e do comercio, tudo submetendo ao seu imprio.

    O capitalismo organizado, segundo a rota que lhe traou Karl Marx, torna-se o inimigo doprprio capital. Pois o capital a conseqncia natural do princpio da propriedade, ao

    passo que o capitalismo organizado a negao daquele princpio.Na sua marcha avassaladora, a organizao capitalista do mundo procura, antes de tudo,penetrar no organismo das naes, afim de aniquil-lo. Comea, portanto, pela escravizaodos governos.

    Essa escravizao se opera atravs dos favores, dos emprstimos, pois o primeiro passopara tornar um governo escravo torn-lo devedor.

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    Quando essa potestade internacional pretende reduzir um povo s condies de escravo, oque ela faz naturalmente no mandar exrcitos: manda banqueiros.

    Assim, prossegue a marcha da escravido de um povo. Os emprstimos se multiplicam; asemisses espinhosas se reproduzem; as operaes e negcios estabelecem a trama com quese manieta a nacionalidade. E um pas que chegou a esse ponto no tem mais do que deixar-

    se sugar pelo tremendo polvo que 1he lanou as antenas. Pois a confuso se estabelece emtodos os quadrantes da vida nacional. Os partidos polticos, em cuja proa aparece a catadurados amigos dos banqueiros, assumem atitudes as mais variadas, para iludir o povo, ora como regionalismo separatista, ora com o acenar novas e maiores liberdades, ora a defenderobscuros princpios revolucionrios. O povo aplaude e acompanha esses polticos queestendem sobre os banqueiros internacionais a clmide pura de suas intenes patriticas,sagrando-os amigos da Ptria.

    O exame de todas as transaes, efetuadas pelos nossos governos, o alarma nacional contraa avassaladora influncia de grupos financeiros que aqui exploram e se dissimulam em milfaces, muitas verdadeiramente simpticas, mas todas expressivas da mesma inexorvelpoltica subterrnea, a atitude franca, leal e decisiva contra qualquer tentativa, por parte depolticos, de partidos ou de homens pblicos, no sentido de acobertar. os latrocnios, quematam toda a vitalidade nacional, tudo isso so deveres que se impem nova geraobrasileira.

    Libertar o Estado das foras que se formam a ele paralelas; impor a autoridade da nao,acima de tudo; ir s extremas conseqncias de uma campanha sem trguas, esse overdadeiro caminho do povo brasileiro e principalmente da sua mocidade4.

    O fenmeno vem se precisando de longa data. J em 1545, Lutero abria os olhos dos povoscontra esse capitalismo, ento nascente: Eles (os banqueiros e capitalistas) tm todas asmercadorias nas mos e fazem com elas o que bem entendem, sem receio de elevar ouabaixar preos conforme sua convenincia, oprimindo e destruindo os pequenos

    comerciantes, do mesmo modo que o peixe maior devora os peixinhos dentro d'gua.Parece que foram instituidos senhores de todas as criaturas de Deus e libertados de todas asleis da f e do amor . . . Somente se contentaro quando tiverem sugado o mundo inteiro etodo o ouro do universo lhes encher a pana... Todos esto expostos ao perigo e runa,ganha este ano, perde no seguinte, menos eles, os capitalistas, que ganham sempre,eternamente, ou reparam as perdas com novos lucros. No de admirar, pois, que tomemconta do mundo5.

    Entregamo-nos a esse polvo no inicio de nossa vida, com o primeiro emprstimo quefizemos no estrangeiro logo aps a independncia e que nos tirou para sempre aindependncia. Que havamos de fazer? Pobres, sem recursos, pedimos dinheiro

    emprestado. Nossos estadistas seguiram o hbito da poca. E, como canta, indignado, opoeta integralista maranhense Manuel Sobrinho, numa ode ao Sete de Setembro:

    E quando, para dar nova Ptria alento,

    Se esperava (foi grande o desapontamento!)

    Que o Brasil um instrumento agrcola empunhasse,

    4Relatrio da Comisso de Sindicncia do Instituto de Caf sobre os negcios de Murray & Simons.5 Martin Luther Von Kraufhandlung und Wucher.

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    E, erecto da lavoura a estrada palmilhasse,

    Ele empunha a sacola, o mar bravio afronta

    E vai tomar l fora emprstimos sem conta,

    Esquecendo que tal esdrxulo processo

    Era o bice fatal ao carro do Progresso!

    Assim temos passado, assim temos vivido . . .

    E hoje, que somos bem um dbito vencido

    Nas finanas do mundo, e o corvo da INSOLNCIA

    Fareja-nos, salvai, homens, a Independncia

    Que um dia,. espada em punho; indmito, altaneiro

    Conquistou para ns um prncipe estrangeiro

    E que os nossos irmos vendem (quanto desdouro!)

    Como a um traste qualquer; por um punhado de ouro!

    A nova nao deu-se, ao nascer, de mos atadas ao capitalismo sem ptria. Metido o p nassuas misteriosas engrenagens, o corpo todo do Brasil haveria de, em um sculo, passar porentre as moendas do engenho de fazer ouro. Elas espremeriam de seu pobre povo suor esangue. E, depois de assim dessorado, sugado, espoliado, ainda os literatos em busca dexitos fceis viriam consider-lo inerte e preguioso, apelid-lo Jeca Tatu e fazer,pervertidamente, oRetrato do Brasil. Ao brasileiro roubado e escravizado, brasileiros nose pejaram de caluniar!

    Conquanto a independncia do Brasil - escreve Castro Carreira6 - no fosse conseguida custa de grandes sacrifcios de vidas e dinheiro, todavia se aumentaram em muito os seuscompromissos, que, juntos aos novos encargos naturalmente criados, como se ver nodesenvolvimento de suas despesas, fizeram o pas principiar sua vida lutando com asdificuldades dos dficits e do recurso aos emprstimos, no qual se tem mantido.

    Em 1922, escrevendo sobre o centenrio de nossos emprstimos, o sr. Jacob Cavalcantidisse: o mau estado das finanas do Brasil-Colnia, nos dias prximos suaindependncia, retratava a desordem financeira da metrpole; de sorte que o Brasil,.tornado independente, entrava logo no regimen dos dficits oramentrios e caminhava apassos largos para a subordinao ao crdito estrangeiro. Tornava-se independente paraficar subordinado...

    Entramos na vida independente onerados com um emprstimo portugus, cujaresponsabilidade assumimos e com uma tradio de finanas sempre arrebentadas. Dezanos antes, em 1812, o escrivo do Real Errio, Manuel Jacinto Nogueira da Gama, depoisvisconde de Baependi, declarava lastimvel o estado do Tesouro, confessando que no tinhadinheiro nem para pagar aos empregados pblicos, que, para no morrerem de fome,esmolavam o po da caridade. Havia tropas a que se deviam vinte e seis meses de soldo!

    6 Castro Carreira Histria financeira e oramentria do Imprio do Brasil desde sua fundao.

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    No Manifesto de 6 de agosto de 1822, o Prncipe D. Pedro clamava, referindo-se s Cortesde Lisboa: Lanou mos roubadoras aos recursos aplicados ao Banco do Brasil,sobrecarregado de uma dvida enorme nacional.

    Estendemos a sacola aos banqueiros judeus de Londres, pedindo o favor dum emprstimo ecombinamos que seria lanado naquela praa em duas vezes. O contrato da primeira foi

    passado a 20 de agosto de 1824, entre o marechal de campo Felisberto Caldeira Brant, maistarde marqus de Barbacena, e o conselheiro Manuel Rodrigues Gameiro Pessoa, maistarde visconde de Itabaiana, e as casas bancrias Baseth Farquhar Chrawford & C.,Fletcher, Alexander & C. Thomas Wilson & C. 7. O da segunda foi realizado pelosmesmos com o banqueiro Nathan Mayer Rotschild.

    A autorizao para o contrato de emprstimo foi dada pelo decreto de 5 de janeiro de 1824,sendo ministro da Fazenda Mariano Jos Pereira da Fonseca, mais tarde visconde emarqus de Maric.

    a primeira vez que esse nome, famoso por muitos ttulos nos anais da finanainternacional, aparece na nossa histria. Nunca mais sair dela: Os brasileiros devem

    guardar bem guardada a lembrana da data: 12 de janeiro de 1825. Nesse dia, osbanqueiros puseram o p sobre o nosso corpo, passamos a pertencer-lhes e durante cemanos para eles trabalhamos. Entretanto, embriagada pela v palavra de liberdade, a nao sedivertiu com a Abdicao, as rebeldias da Regncia, a Maioridade, as guerras do 2.Imprio, a Abolio e as revoltas da Repblica, entremeadas de quedas de gabinetes, demudana de regimes, de sucesses governamentais e de ditaduras, enquanto que, por trsdos bastidores, s os banqueiros, de mos dadas aos polticos, a governavam e aexploravam.

    J tempo de dizer a verdade ao povo brasileiro. Ela no consta, seno veladamente, dasmensagens oficiais. Calou-a sempre a boca mentirosa ou covarde dos polticos doliberalismo. Embora acoimados pelos comunistas de servirem ao capitalismo, os

    Integralistas so os que at hoje tm tido a coragem de preg-la para que o colossoacorde, se espreguice, quebre as cadeias e, erguendo o tacape duma verdadeira liberdade,espatife os dolos e os bezerros de ouro. J basta de se dizer que a casa Rotschild presatanto os ttulos brasileiros que com eles constitui o dote de suas filhas casadouras. J bastade consider-los nossos amigos, como eu prprio me penitencio de o haver feito, levado poressas balelas e por ainda no ter estudado a fundo os nossos emprstimos 8 (1). Tudo isso muito bom para embair os tolos atravs da leitura dos jornais. Mas a verdade outra e bemtrgica: essa propaganda, contumaz e esperta, oculta to somente o trabalho forado degeraes e geraes de brasileiros.

    Nathan Mayer Rotschild! Este nome est preso a toda a engrenagem financeira mundial do

    comeo do sculo. Seu portador assiste, de longe, a batalha de Waterloo, v a derrota de7 Verdadeira cure! Um avano! A urubuzada doghetto financeiro da City se atirou sobre a presa recm-nascida. Se no, vejamos: Richard Campbell Baseth, David Colvin, John Farquhar e James GathorneRemington, formando o consrcio Baseth, Farquhar, Chrawford & Cia.; Edward Fletcher, James Alexander,Henry Pascher e Charles Dashwood Bruce, formando o Fletcher, Alexander & Cia.; e Thomas Wilson & Cia.Guardai de memria os nomes! Alguns ainda remanescem em negociatas por aqui... a terceira gerao queainda quer os restos da carnia que engordou a primeira e engordou a segunda...8 No discurso em que saudei na Academia Brasileira, como seu Presidente, o escritor teatral Baro Henri deRotschild.

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    Napoleo, corre costa belga, paga a peso de ouro o barco dum pescador, atravessa aMancha em pleno temporal, arrebenta cavalos at alcanar Londres e surge na Bolsa com amais tranqila fisionomia deste mundo. Sorri e comea a vender seus ttulos. Todos pensamque deve estar ao par de novas terrveis da guerra, pois nada ainda transpirava do fatalencontro de Napoleo com Welligton e Blcher. S ele o conhecia e de visu. O pnico

    ganha os portadores de aes, de bnus e de aplices. Baixa pavorosa! Os agentes deNathan compram tudo por dez reis de mel coado. Mais tarde, chega a notcia da estrondosavitria e todos aqueles papis, como natural, sobem vertiginosamente. Esto na quasetotalidade em mos da casa Rotschild, que realiza um ganho colossal e, sombra dessaformidvel riqueza comea a dominar a Europa9: Cara o imprio militar de Napoleo, amaior potncia poltica da poca, e nascia o imprio argentrio de Rotschild, a maiorpotncia financeira dos novos tempos.

    Aquela barca que o trouxera a Londres no estava armada em corso - escreve Calixto deWolski10 , mas serviu primeira faanha de pirataria financeira do sculo! E acrescenta:Tudo isso foi encantadoramente fcil, devia ter dito com seus botes o fundador da raa denossos reis atuais. Nunca se poder saber o que intimamente pensou da revoltante

    incapacidade dos cristos para a liquidao de suas contas. Quanto aos reis e imperadores,mais autnticos, porm menos hbeis do que ele, Rotschild, nfimo corretor dum principezinho alemo; esses imperadores e reis, assombrosos pastores de povos, nocompreenderam que eles e seus povos iam assistir ecloso dum novo poderio, e .que osoperrios que trabalhavam na edificao desse poderio eram verdadeiros gnios. As testascoroadas - mais ou menos ungidas - no possuam cincia infusa! Iam em breve ter outroscuidados. Seus povos, alis, aborrecidos pedinches de Constituies, Cartas e outrasliberdades do mesmo quilate, trabalhavam inteligentemente em favor do jogo dos judeus,fazendo... revolues, sempre liquidadas com emprstimos, converses e outrasvelhacadas!...

    Tripotages, diz o texto. Calixto de Wolski escrevia isso no prefcio da Russie Juive em1882. Pouco tempo depois, morria misteriosamente... Quem no sabe que perigosodescobrir certas maroscas?...

    A sociedade chegou a um ponto de bastardia moral to grande que no compreende maisque se condenem os atos dessa natureza. Chama-se a isso habilidade. Aperta-se a mo ecoroam-se com ttulos os homens que desse modo procedem, enquanto se mete na priso odesgraado que furtou um nquel para matar a fome dos filhos. O argentarismo sem piedadeganha, assim, bilhes, pouco se lhe dando dos prejuzos alheios, das naes que sedigladiam, do sangue derramado nos campos de batalha, das vivas e rfos sem po, daseconomias de povos inteiros que se submergem nas voragens das bolsas! A isso chama comrazo a voz da Igreja immodica possidendi libido e isso a grande causa das aflies por

    que tem passado, vai passando e ainda h de passar o mundo.O domnio do planeta por esses meios vem de longa data e curioso que caiba sempre aojudeu. Antes dos Rotschild, os Fugger de Augsburgo o haviam conseguido por anlogosprocessos, perturbando o ritmo da vida ocidental e desviando a prpria civilizao de seurumo. No ano de 1367, o primeiro Fugger se estabeleceu naquela cidade alem e comeou afortuna que um centenrio depois era formidvel e decidia da eleio de Carlos V como

    9 Chamberlain Die Grndlagen das zwantzische Iahrhundert.10 Calixto de Wolski La Russie Juive Avant-Propos.

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    imperador da Alemanha11. Entre outros, Aloys Geiger nos conta que fizeram do arcebispode Mogncia seu testa de ferro, por ele conseguiram o monoplio da venda dasindulgncias papais e a realizaram com tal despudor que provocaram a revolta de Lutero.Em verdade, o arcebispo-e-leitor arrematara na Cria Romana a percepo das indulgnciasdo Jubileu por 10.000 ducados. Devia, porm, 20.000 aos Fugger e cedeu-lhes em

    pagamento aquela percepo a que eles deram carter de verdadeira explorao comercial,vidos de lucro. Tetzel, o famoso perdoador das apstrofes luteranas, andava acompanhadodo representante da casa Fugger12. Ao mesmo tempo que traficavam com as indulgncias daIgreja, esses argentrios inescrupulosos organizavam em pleno sculo XVI um cartel docobre, impondo pelo monoplio do comrcio desse metal o seu preo em todos osmercados europeus e drenando para seus cofres rios de ouro. Da a palavra fuggern, comumna linguagem corrente da Alemanha do Sul, significando falta de escrpulo13. E a voz deChamberlain se eleva com estranha autoridade nesta condenao formal: ''Emancipado dosentraves salutares que o associam aos interesses da comunidade, o indivduo somenteconhece como lei o arbtrio sem freio de seus caprichos. A escolha dum imperadordepender dos clculos imbecis dum filho de tecelo que unicamente enxerga suasvantagens pessoais. No exagero, porque, graas ao concurso dos Fugger e dos Welser,Carlos V foi eleito e pode empreender a nefasta guerra da liga de Smalkalde.14

    Antes dos Fugger, fora no sculo X o opulento Joo o Bom. Ento, segundo a palavra deDante, a Itlia era a "hospedaria da dor", mas, no meio dessa dor, ele nadava em ouro, ele, ojudeu que intervinha nas eleies dos Papas e fizera de seu filho o Anti-Papa Anacleto!...

    Eis de longa data a mola secreta que explica os atos de muitos governantes. Na sombra, portrs deles, esto os Joo o Bom, os Welser, os Fugger, os Rotschild, os Zaharof, os Baruch,os Staviski e outros, calculando to s os lucros da sua immodica porsidendi libido, sem omenor respeito e muito menos o menor amor pela sorte das naes que dependem do seumaldito dinheiro.

    tempo de voltarmos ao emprstimo da independncia. O milho de libras da primeiraoperao nos foi dado pelo prazo de 30 anos, com 1% de amortizao, 5% de juros anuais etipo de 75, o que quer dizer que recebemos 750.000, mas ficamos devendo 1.000.000. Amargem de 250.000, linda soma naquelas priscas eras, ficousoi-disantpara as despesas doemprstimo e, sobretudo, para ser repartida entre os intermedirios, os de l e os de c. Nessa margem, est o segredo do xito dessas operaes e do aodamento de certoshomens de Estado em faz-las. Por esse lucro imediato, eles, cegos de cupidez, notrepidam em sacrificar o futuro do seu povo e com essa isca dourada que Israel vaicumprindo risca aquela promessa das Escrituras: Tu devorars todos os povos que oSenhor teu Deus te entregar.15

    Por isso, a usura proibida entre eles desta sorte: No fars mal algum viva nem ao

    rfo. Se vs os ofenderdes, eles gritaro por mim e eu ouvirei os seus clamores! E de

    11 Ehrenberg Zeitalter der Fugger.12 Ludwig Keller Die Anfnge der Reformation und die Ketzerschulen.13 Schoenhof A history of money and prices.14 Chamberlain Die Grndlagen das zwantzische Iahrhundert.15 Liber Deuteronomii Caput XII v. 16: Devorabis omnes populos, quos Dominus Deus tuus daturus esttibi.

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    Quando Schiller escreveu que os judeus formam um Estado no Estado, sabia perfeitamenteque escrevia uma verdade. Lembrava-se talvez daquele rescrito do imperador Tibrio,expulsando os judeus de Roma justamente por este motivo. E, quando, em 1870, o judeuconvertido Brafmann publicou em Vilna o seu Livrosobre o Kahal, foi que o mundo viuclaramente a organizao desse Estado no Estado que amedrontara Tibrio e Schiller

    revelara. Ele se compe de dois rgos: o judicirio ou Beth-Dine e o administrativo ouKahal. Este quem regula o modo pelo qual os israelitas devem explorar os cristos, demaneira a no haver choques violentos entre seus interesses e receber a direo do Kahal ossubsdios necessrios a manuteno desse aparelho. Transcrevemos na ntegra um dosdocumentos autnticos publicados por Brafmann na obra citada. Ele dar idia clara eperfeita do assunto. Quinta-feira, vspera da lua nova. Acra 5562. Os representantes doKahal e a assembleia geral composta de todas as autoridades judaicas da cidade decidiramque o direito de explorar o hospital da cidade (Vilna) e sua praa situada ao fim da ruaKaidony e pertencentes aos monges catlicos vendido ao Rabino Isaque, filho de Gerson.Ao mesmo igualmente vendido o direito de explorar a praa pertencente municipalidadee situada nas proximidades das propriedades acima referidas.Esse direito de explorao das propriedades dos cristos vendido ao dito Rabino Isaque, a seus descendentes ourepresentantes, do centro da terra at as mais altas nuvens do cu, sem que ningum possanunca lhe contestaro direitopago por ele caixa do Kahal pelo preo convencionado.

    Conseguintemente, esse direito inviolvel por toda a eternidade e o dito Isaque podedispor dele a seu bel-prazer, isto , revend-lo, empenh-lo, do-lo. Se o Rabino arranjarcom os membros da municipalidade a autorizao de levantar algumas construes napraa, cujo direito de explorao adquiriu do Kahal, poder construir casas e quaisqueroutros edifcios, de madeira, pedra ou tijolo. Se o governo se apoderar dessas praas, afimde nelas erguer quartis ou outros edifcios pblicos, severamente proibido a qualquerjudeu fazer qualquer contrato com o governo, porque s Isaque filho de Gerson tem odireito de entrar em combinao com os poderes pblicos para obter a adjudicao dos

    trabalhos. , alm disso, expressamente proibido a qualquer judeu receber quaisquercomisses dos mesmos, pois somente Isaque filho de Gerson poder ser o intermedirio dogoverno ou da municipalidade em tudo o que se relacione com os locais de que comprou odireito de explorao.

    Cada Kahal do mundo inteiro concitado a proteger esse direito adquirido por Isaque filhode Gerson para ele, seus descendentes e representantes. Cada Kahal e cada Beth-Dinedevem perseguir todo indivduo que queira por obstculo ao pleno e inteiro exerccio dessedireito, trat-lo como inimigo e for-lo a pagar todo o prejuzo que possa resultar de suaingerncia hostil; e, em caso de negligncia da parte do Kahal ou do Beth-Dine emperseguir o delinqente, constrangendo-o a indenizar os prejuzos de Isaque filho de Gersone seus descendentes, o Kahal ser responsvel com a sua caixa, no mais breve prazo

    possvel, por essa indenizao.A publicao desta escritura de venda ser enviada a todas as sinagogas.18

    Certamente todos os brasileiros gostariam de saber por quanto Nathan Mayer Rotschildcomprou ao Kahal de Londres, para si e seus descendentes ou representantes o direito deexplorao do Brasil do centro da terra at as mais altas nuvens do cu. Teria sido caro oubarato?

    18 Calixto de Wolki La Russie Juive.

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    Nunca o saberemos. O Kahal, diz Wolski, profundo conhecedor do assunto, o modestoestado-maior que dirige silenciosamente uma guerra implacvelcontra a economia crist.Se at hoje as polcias de todos os pases tm sido impotentes contra a Migdal, sociedadesecreta judaica que organiza e explora a prostituio no mundo inteiro, como poderosegurar esse silencioso estado-maior que j provocava o receio do imperador Tibrio, a cujo

    nome Ccero estremecia na tribuna do Frum, que ajudou serenamente a levar a infelizRssia ao domnio dos comunistas e ensopou de sangue a Hungria e a Baviera?19

    Nunca o saberemos?

    Vale a pena recordar as palavras do prprio Ccero, ao defender Flaco, quando ele revela,antes do cristianismo, o poder oculto doKahal Kados, a Santa Comunidade: Sequitur auriilla invidia Judaici. Hoc nimirum est illud quod non longe e gradibus Aureliis haec causadiscitur; ab hoc crimen hic locus abs te, Laeli, atque illa turba quaesita est: scis quanta sitmanus quanta concordia, quantum valeat in concinionibus. Summiss voce agam, tantum utindices audiant. Neque enim desunt, qui istos in me, atque in optimum quemque incitent:quos ego, quod id facilius faciant, non adjuvabo. O documento to importante quemerece ser traduzido e grifado nas passagens mais dignas de nota do texto: Vem emseguida a odiosa imputao do ouro dos judeus! Sem dvida, por esse motivo que a causase pleiteia ao p dos degraus aurelianos. Foi por causa dessa acusao que escolhestes estelugar, Llio, e a espcie de ouvintes que vos rodeiam. Sabeis qual o seu nmero, como sounidos e de que influncia gozam em nossas assemblias. Evitarei, pois, levantar a voz;quero somente que os juizes me escutem; porque no faltaro indivduos dispostos amanobrar essa gente contra mim e contra os melhores cidados. No quero fornecer aquinovas armas sua malevolncia20.

    O cesarismo de Tibrio defendera-se, porque sentira a palpitao dum como Estado racial eteocrtico dentro do Estado Imperial. Assim tem de ser, como inexorvel fatalidade, ondequer que os judeus se apresentem. Segundo Renan, o que constitui uma nao o

    casamento do homem com a terra. S esse casamento produz a comunho de interessesmateriais e de sentimentos capaz de criar uma nao. Os judeus no realizam nunca essecasamento. Da a eterna antinomia entre eles e qualquer Estado digno desse nome, e,portanto, com capacidade de reao que no permite gozem as vantagens do judasmo semos nus dos outros habitantes, em vista do estatuto particular motivado pela religio que oslivra em geral de vrias coisas, como por exemplo o servio militar. (Existem casos depessoas nascidas no Brasil, que dizem ser brasileiras, porm fazem de tudo para no prestarservio militar, nas nossas foras armadas, alguns at preferindo faz-lo nas foras armadasde Israel!... Nota dos Editores). A prpria Bblia testemunha irretorquivelmente isso, nolivro de Ester, quando Aman, ministro de Estado e responsvel pela governao do pas, dizao rei Assuero: "H um povo disperso nas provncias de teu reino que pratica novas leis e

    cerimnias, e que demais despreza as ordenaes do rei". Eis porque Tibrio os confinavano bandel de Porta Portese ou os despachava para Sardenha; porque o pretor Hispalus, noano de 139 (Antes de Cristo!) severamente reprimia em Roma suas perturbaes da ordem pblica; porque Cludio mandou fechar as sinagogas e bani-los da capital do Imprio;porque contra eles se convocou, na Espanha, o conclio de Elvira; porque o rei Visigodo

    19 No Quand Israel nest plus roi de Jerme e Jean Tharand, se l: ...dans la Jerusalm marxiste eleve sur lsbords du Danube, Bela Kun et ses acolytes nont fait rgner que la sottise, la cruaut et le sadisme.20Pro Flacco: XXVIII.

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    Draper22, encarniados contra o grande poder do antigo Papado, sorrio de piedade doshomens que renegam um poder espiritual, mas se abaixam diante dos Papas do dinheiro...

    Antes de passar adiante, ponhamos em presena do leitor esta conta do Tesouro Imperialque mostra quanto custou em nossa moeda o emprstimo da independncia:

    Rendeu 12.397:777$777

    Pagamos a juros 46.263:878$445

    Custou nao 60.348:179$393

    Est a o doloroso quadro. Os juros elevaram-se quase a quatro vezes o capital. Somando ascomisses, que suprimi da conta para torn-la mais clara, temos o custo total de 60 milcontos. Foi quanto demos em espcie por 12 mil, alm das condies onerosas e perpetuas,isto , cinco vezes mais. E no se diga nada: negcio honesto. Legal, pode ser, no

    duvido. Licito que no foi e nunca ser.Releva notar ainda que, em grandes quantias assim, a taxa de juros de 5 % a mais alta quea decncia permite cobrar. Tudo o que exceder da entra no domnio da mais indigna usura.

    At 1857, quando o Banco de Frana obteve liberdade de taxas de juros, a legislaofrancesa no permitia emprstimos, particulares ou no, a mais de 5 %.

    A garantia que demos aos banqueiros foi a hipoteca das rendas das alfndegas. Devamosacabar os pagamentos em 1854. No o pudemos e os credores magnnimos prorrogaram oprazo por mais dez anos, isto , at 1864.

    Desta sorte, o primeiro dinheiro que tomamos emprestado na aurora do Imprio, nosescravizou at o raiar da guerra do Paraguai!

    Nossos amigos, os Rotschild!...

    Em virtude dos tipos 75 e 85 das operaes dos nossos amigos banqueiros, ficamos a dever 3.000.000, mas somente recebemos 750.000, e mais 1.750.000. Por essas 2.450.000pagamos 6.050.000 de juros, e, somando a isso o capital integral, veremos que o custototal do negcio foi para o Brasil de 9.050.00023.

    Por esse preo fomos vendidos aos banqueiros israelitas ainda no bero!

    curioso, antes de prosseguirmos, ver ligeiramente como os referidos banqueirosprocedem a essas frutuosas negociatas. Lanam o emprstimo na praa, ficam com certonmero de cautelas e o pblico, os tomadores, com o resto. Depois, eles vo comendo as

    comisses de venda e de recebimento de juros, tendo posto o p nos negcios dum pas semdespender quase nada. Os tomadores caram com o capital de que eles descontaram amargem do tipo. A responsabilidade sobre essa quantia logo retirada do governo queestendeu a mo pedinchona. Mais tarde, aproveitando as baixas, os banqueiros voadquirindo os ttulos e apertando as rdeas da nao escravizada. Deixam unicamente, neste

    22 Draper Conflits de la science et de la religion.23 Ao examinar o leitor as diversas contas do Tesouro que publicamos no esquea de levar em conta asvariaes do cmbio, que so, s vezes, violentas.

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    Transpusemos as 1.400.000 do emprstimo portugus de 1823 para a nossa conta,trocando as cautelas lusitanas por ttulos brasileiros, vencendo juros de 5%. Dos clculosfeitos pelo Tesouro Imperial extramos um resumo:

    Amortizamos 12.620:098$150

    Pagamos de juros 10.264:479$743

    Custo total 22.884:577$899

    Quase vinte e trs mil contos!

    Soma colossal naquele tempo, correspondendo talvez a 230.000 de hoje!

    Foi o que nos custou o reconhecimento da nao atravs das negociaes com lordCanning. Os brasileiros humildes, brancos, caboclos, negros e mestios, unidos como nosgloriosos dias da guerra holandesa, haviam derramado seu sangue no Genipapo, em

    Itaparica e em Piraj. Os brasileiros chamarrados de ouro fizeram as combinaesdiplomticas, os pactos de famlia e as negociatas de dinheiro...

    Cinco anos mais e batamos de novo, o que era fatal, humildes, ansiosos, dilacerados delutas e dvidas, porta de Thomas Wilson e de Nathan Mayer Rotschild. Em nome doImprio distante e assoberbado de dificuldades, o magnfico marqus de Barbacena e omagnfico visconde de Itabaiana, usando duma autorizao contida no art. 7. da lei de 8 deoutubro de 1828, tomaram 400.000 a juros de 5%, 1% de amortizao e o tipo de 52!!! Afumaa da plvora e da macega queimada das coxilhas de Ituzaing ainda manchava asfardetas dos nossos caadores a p, dramos a liberdade ao Uruguai, perdendo a Cisplatina,e o troar dos canhes do Monte Santiago parecia continuar no crepsculo do l. reinado.Enfraquecidos, devamos nos sujeitar a todas as forcas caudinas... O marqus e o viscondequeriam o dinheiro como fosse. Rotschild imps o tipo 52. No se conhece na histriafinanceira do mundo cousa mais monstruosa. A imoralidade foi to grande que o governoingls chegou a pensar em proibir a operao26.

    A 1. de junho de 1829, Barbacena escrevia jubiloso ao Imperador, de Lalenham, dizendoque, finalmente, se ajustara, o emprstimo, reconhecendo o pblico ingls que Rotschildtinha confiana e f nos recursos do Imprio. E terminava acrescentando que, enfim, sepoderiam equipar as fragatas e levar para diante os negcios da Rainha.

    Para derrubar D. Miguel e reerguer D. Maria, 1 se ia o dinheiro que amos ficar devendopor dezenas e dezenas de anos! E o marqus se alegrava com a f e a confiana do podercolossal de Rotschild nos recursos do Imprio!

    - Livra! como diz o povo.

    Sua assinatura no figura, porm, no contrato do emprstimo, que os jornais do tempoapelidaram o ruinoso. Entretanto, ainda se encontrava na Inglaterra. Segundo uma carta queescreveu ao conselheiro Francisco Gomes da Silva, o Chalaa, de bordo, achava-se no mar

    26 Leia-se a exposio sobre nossos emprstimos feita Constituinte pelo ministro Osvaldo Aranha e ver-se-que tenho razo de sobra no que a digo.

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    em outubro de 1829 27. O contrato traz a data de 26 de junho e somente a assinatura doconselheiro Manuel Rodrigues Gameiro Pessoa, visconde de Itabaiana. Hipotecanominalmente a alfndega do Rio de Janeiro. Os juros comeam a ser contados de 3 dejulho de 1829, data da assinatura do contrato, quer o dinheiro entre, quer no entre. Esteser dado em doze prestaes mensais. Judeu sem prestao no judeu. Reserva-se 1/8%

    para comisso de amortizao e corretagem. No podemos deixar de lembrar aqui aqueletrecho em que o grande Emanuel Kant diz o seguinte: Os palestinos que vivem no nossomeio conseguiram pelo seu esprito de usura uma reputao de velhacos, bem fundada namaioria dos casos. Na verdade, parece estranho imaginar numa nao composta de ladres;porm ainda mais estranho. verificar que existe uma nao composta exclusivamente detraficantes que desdenham a honra de viver como os outros habitantes do pas que osacolhe, achando mais vantajoso engan-los.

    Premido pelos credores dos gastos diplomticos de Barbacena, pelas despesas dosemigrados portugueses, s quais no bastavam os pagamentos feitos pelo Brasil por contadas 600.000 da conveno adicional, o visconde suplica um adiantamento. Rotschild d,mas cobra por ele 4 % de juros. Mais, tarde, esta soma entrar no computo total a juros de

    5%, de modo que rendeu 9%!O visconde e o marqus a tudo se tinham de sujeitar, porque precisavam de dinheiro paraatender a grandes despesas. Segundo confisso do ltimo, com a Rainha, as fragatas e osemigrados, se gastaram 177.738, e com o 2. casamento de D. Pedro I 42.272.

    Estudando o emprstimo de 1829, Castro Carreira diz serenamente que pagaramos capitalquase duplo do que recebamos. E apresenta esta conta em moeda brasileira:

    Recebemos (?) 2.233:775$555

    Pagamos de juros 6.858:143$889

    Custou 9.362:147$797

    No recebemos tal. Escrevendo em 1842, em S. Petersburgo, o depois conselheiro Candidode Oliveira28 mostrava que os emprstimos brasileiros realizados nessa poca haviamrendido, lquidos, 3.712.000; que desta soma apenas recebera o Tesouro Imperial1.092.000; que a restante e maior parte ficara na praa de Londres e ali fora inteiramenteconsumida principalmente na alimentao dos mesmos emprstimos, e em outras despesasfeitas na Europa por conta do Governo Brasileiro, entre as quais figurava a verba dasdespesas diplomticas compreendidas no perodo de 1825 a 1830 29; e que, finalmente, adespesa total suportada peIo Brasil para o fim exclusivo do pontual pagamento dosdividendos efetivos, por conta dos mencionados emprstimos, at o fim do ano de 1841,sobe a enorme soma de cerca de 4.000.000, que excedia o capital emprestado, do qualsomente se amortizara a insignificante importncia de 276.000 libras!30

    27 Francisco Gomes da Silva Memrias.28 Candido de Oliveira Sistema Financial do Brasil.29 As exageradas contas de Barbacena que tanto desgostaram D. Pedro I. O total das despesas diplomticas foide 300.000 libras.30 Em 1842!

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    Possa a dolorosa recordao destes fatos, terminava o conselheiro, gravar-seprofundamente na memria dos administradores brasileiros... E ns acrescentamos paraservirem de lio um dia a administradores de verdade.

    Em 1830, a grita era grande no Rio de Janeiro contra esse emprstimo. Da tribuna doparlamento, Holanda Cavalcanti o condenava, e denominava, aos arranjos financeiros

    realizados em Londres a Caixa mgica, o Sorvedouro das vendas e o Cancro do Tamisa . Aimprensa desaaimada glosava essas expresses. Encontraremos uma delas grafada peloprprio punho do monarca. No dia 27 do setembro desse ano, D. Pedro I escrevia uma cartaintima a Barbacena, ento ministro da Fazenda, referindo-se textualmente Caixa mgica edeclarando-se disposto ao exame das respectivas contas. Como nesse exame o marqus nopodia ser juiz e parte, resolvera demiti-lo e nomear seu substituto o visconde deParanagu. Por decreto de 30 de setembro, a demisso era publicada, porque convinhaliquidarem-se as contas da divida com Portugal, as grandes despesas com Portugal, asgrandes despesas com a Rainha e os emigrados, e com o casamento. um decreto dedemissosui-generis, com exposio de motivos.

    Barbacena defende-se na sua citada Exposio. Seu bigrafo, Antonio Augusto deAguiar,31 tambm o defende. Todavia, tanto o escrito do primeiro como o livro do segundopassam como gato por brasas sobre a operao de 1829. E' verdade que s Itabaianaassinou o contrato e, depois, demitido tambm, levou a breca em Portugal...

    Vejamos mais alguns sinistros pormenores. O capital real do emprstimo de 1829 foi de 400.000; mas o capital nominal de 769.200. Alem disso, o tipo reduziu o capital real a 208.000. Ora, desta sorte, por 208.000, o Brasil pagou, capital e juros, 1.950.000!!! Denovo, as rendas das alfndegas hipotecadas. A misria da soma nem ao menos entrou paranossos cofres. Foi destinada ao pagamento dos juros atrasados do emprstimo daindependncia e das dvidas particulares contradas com. os contratadores do prprioemprstimo pelo Governo Imperial. Entre elas, deviam estar as motivadas pelas

    suntuosidades de Barbacena cata duma princesa europia para casar com D. Pedro I.Na expirao do prazo contratual desse emprstimo monstruoso, 30 anos, ainda devamos 508.000, que passaram para o novo emprstimo de 1859. Notem bem: da operaoItabaiana-Rotschild couberam-nos 208.000 lquidas, empregadas em pagar juros e dvidascontradas por Barbacena com Rotschild, todas acrescidas de juros; no fim de trinta anosde pagamento continuado de juros, devemos ainda essas 208.000 aumentadas de mais 300.000, que vo gravar novo emprstimo!

    Foi o segundo passo do banqueiro internacional no nosso territrio, a segunda volta dasmoendas do bangu de espremer ouro do infeliz e caluniado Jeca-Tatu, o comeo do girodum parafuso sem fim...

    Dez anos passaram e tivemos de apelar para novo emprstimo, afim de suprir insuficinciasde rendas. Em todos os relatrios ministeriais da poca se verifica o regime dos dficits. OImprio liberal possua soberania jurdica, mas no possua soberania econmica e tinha deproceder forosamente como um simples particular.

    31 Seu filho, o Visconde de Barbacena.

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    Era regente do Imprio Pedro de Araujo Lima e ministro da Fazenda Miguel Calmon du Pine Almeida, marqus de Abrantes. Havia dficits em trs oramentos: Fazenda, Marinha eGuerra.

    A 5 de fevereiro de 1839, contramos esse emprstimo com os banqueiros Samuel &Philips: Assinou-o o nosso encarregado de negcios em Londres, Jos Marques Lisba.

    Havia dez anos que Rotschild nos esfolava. Agora cabia a outro, no se sabe por que secretacombinao, a nova esfola. Capital real: 312.500, tipo 76, juros 5%, prazo 30 anos. Tudoisso, em resumo, quer dizer: por 237.500 recebidas 503.000 pagas!

    O Anuario da Bolsa de 1931 d, para esse emprstimo o tipo 76; o autorizado sr. JacobCavalcanti, 73. Na dvida, preferi o mais favorvel.

    As contas do senador Castro Carreira, tiradas da escrita do prprio Tesouro, acusam oseguinte:

    Recebidos 3.623:755$278

    Juros pagos 5.172:729$105Custo total 9.604:201$153

    O regime dos dficits continua naturalmente e em 1843 somos forados a novo emprstimona City. J maior, D. Pedro II est na aurora do seu longo reinado. Encarregou-se daoperao o nosso plenipotencirio em Londres, comendador Jos Marques Lisboa, que acontrata com Isaac Lyon Goldsmid. Destina-se a liquidar definitivamente o ajuste de contascom Portugal, proveniente das negociaes para a nossa independncia. Decerto o Kahalpermitia a Isaac Lyon negcios com Portugal... Reconhecamos dever ainda do emprstimoportugus 488.393, 19 s. e 5 d., alm de 134.308 de juros, isto , o total de 622.702.Tomamos, portanto, emprestado este capital real de 622.702 a juros de 5%, tipo 85 eprazo de 20 anos, com a obrigao de pagar o capital nominal de 732.600. Assinaram-seos atos a 3 de maio de 1843.

    Como garantia, demos em penhor as rendas de todas as alfndegas, que formariam - reza ocontrato textualmente.- um fundo particular para esse compromisso.

    Ao fim do prazo ajustado, ainda devamos 362.000 que passaram, como natural e entra pelos olhos, para o emprstimo de 1863. Um canudo dentro de outro canudo!Engavetamento de emprstimos...

    Na verdade, o resultado desta operao financeira o seguinte, na nossa moeda:

    Recebemos para pagar 5.534:575$376

    Pagamos de juros 6.422:709$299

    Custou-nos tudo 14.259:034$129

    Para simplificar a conta, no esto intercalados e outros prejuzos.

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    Reparai que, com vinte e um anos de vida independente, estamos sempre com a corda ao pescoo, fazendo emprstimos para pagar juros de outros emprstimos, cujas sobrasincorporamos a novos emprstimos, crculo vicioso em que temos vegetado at hoje, cadavez pior32. Antes de ns, Integralistas, ningum fizera o povo brasileiro descer aos crculosdantescos desse inferno de sua escravido, que ele nem mesmo suspeitava e que a grande

    causa de todas as suas aflies. Ns resolvemos mostrar-lhe a verdade doa em que doer,acontea o que acontecer!

    As 662.702 de 1843 custaram nao a bagatela de 1.465.200!

    A 27 de julho de 1852, depois de vencido e expulso o tirano Rosas, depois que as baionetasdos caadores de Marques de Souza passearam triunfantes pelas avenidas de Buenos Aires,os Rotschild lanavam por nossa conta, em Londres, um emprstimo de 954.250 reais por 1.040.080 nominais, tipo 95, isto 5% s de desconto sobre o capital real e juros mdicosde 4%. Por que tanta generosidade? Porque o ouro no sairia da caixa voraz dosbanqueiros. Era destinado ao resgate do que ainda ns devamos, aps trinta anos de juros,do emprstimo da independncia, feito em 1824 e do emprstimo portugus de 1823! Sem 1882 acabamos o pagamento dessa linda operao que nos custou apenas 2.294.523!

    Lobo de Bulhes, citado por Jacob Cavalcanti, transcreve o seguinte documento sobre essaquesto: Pagou Portugal os juros e amortizao deste emprstimo relativos aos anos de1824 e 1825, e, sobrevindo a independncia do Brasil, ajustou-se na primeira parte do art.2. da conveno adicional ao tratado com o Imprio do Brasil de 29 de agosto de 1825,que sua Majestade Imperial tomava sobre si o emprstimo contrado em 1823; porem. osmutuantes no quiseram relevar Portugal da sua responsabilidade para com eles etranspass-la para o Brasil (sic), de maneira que o Brasil se obrigou a pagar a Portugal oque naquela poca restava do emprstimo, que era um milho e quatrocentas mil librasesterlinas; porm Portugal no ficou desonerado da parte dos mutuantes; antes pelocontrario, continuou a sua responsabilidade, solidria pelo que toca a eles, e subsidiria

    do Imprio do Brasil at este Imprio acabar de satisfazer o capital e juros do mesmoemprstimo (sic).

    Comentrio nico, em bom portugus: - Os mutuantes (leia-se banqueiros-judeus) stiveram um escopo; firmarem-se em duas amarras: garantirem-se l e c.

    Vale a pena determo-nos ainda um instante neste emprstimo de 1852. Foi assinado no dia27 de julho. Do nosso lado, o ministro do Brasil na Inglaterra, cavalheiro Sergio Teixeira deMacedo; do outro, a firma N. M. Rotschild & Sons33. Autorizou-o o decreto legislativo n.587 de 6 de setembro de 1850. As clusulas do contrato declaravam que a casa Rotschildseria exclusivamente empregada em todos os pagamentos e compras da operao, que teriaa percentagem de % sobre os remanescentes, de 2% para despesas e trabalho e de 1%

    para cobrar riscos e prejuzos eventuais...Olhem as contas:

    32 Meses depois de pronunciada esta conferncia em diversas capitais do Brasil, o sr. Ministro da Fazenda, vozautorizada no assunto, declarava Constituinte o que eu afirmava, quase com as mesmas palavras. A verdade uma s.33 Bares Lionel, Anthony, Nathaniel e Mayer Amschell de Rotschild bares assinalados.

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    Rendeu o emprstimo 8.226:932$780

    Juros pagos 9.413:843$109

    Custo total 21.024:784$159

    Em 1858, no dia 19 de maio, novo emprstimo contratado com Rotschild e Filhos pelocomendador Francisco Inacio de Carvalho Moreira, mais tarde baro de Penedo, faustosoplenipotencirio dum Imprio que vivia de emprstimos. O fausto de suas recepes fezpoca em Londres. Estava legalmente autorizado pelo decreto n. 912 de 26 de agosto de1857. 1.425.000 reais e 1.526.000 nominais em 4 prestaes... Tipo: 95%. Prazo: 30anos. Juros: 4%. Fim: prolongamento da Estrada de Ferro D. Pedro II, depois Central doBrasil e novamente D. Pedro II. o primeiro emprstimo para uma utilidade, o primeiroque se no faz para pagar somente dividas e juros atrasados. Do contrato constamcondies esplndidaspara os banqueiros: comisses de 1% sobre quaisquerdividendos apagar, 1/8% sobre resgates, 2% de corretagem.

    Recebemos realmente, de acordo com o tipo, 1.360.275 e at dezembro de 1888 pagamos 3.366.500!

    Eis um quadro mais claro:

    Recebidos 12.330:423$500

    Juros pagos 9.211:834$845

    Custo total 24.885:058$650

    Os juros so, como se v, uma inveno mirfica. Sobretudo os juros de usura. Afirmam osisraelitas e seus defensores que a isso foram forados pela. perseguio aos cristos, quelhes no permitiam outra propriedade e outro negcio seno o dinheiro. uma deslavadamentira! Segund Ihering34 o prova de sobejo, os juros so uma inveno semita, os judeusde Babilnia os elevavam a 20 e 25 %, e j procediam a descontos, o que o mesmo que amargem do tipo dos emprstimos.

    Sayce, o grande historiador ingls, exibe documentos insofismveis, provando que, emBabilnia, um sculo antes da primeira destruio do reino de Jud por Sennacherib, j seafirmava o parasitismo usurrio dos judeus, que eles j cobravam juros escorchantes eque a casa judaica Egibi Irmos era o banco Rotschild da sia, naquele tempo35.

    Se abrirmos as documentadssimas pginas de Van der Kindere, aprenderemos que, nasFlandres, no sculo XVI, enquanto os prestamistas decentes no iam alm de 6%, osjudeus, livres de qualquer, livres de qualquer constrangimento, cobravam de 60 a 200%!!!36

    34 Von Ihering Vorgeschichte der Indoeuroper.35 Sayce Assyria, its princes, priests, people. Sennacherib apoderou-se de Jerusalm ao tempo do reiEzequias, no ano de 701 A. C., isto , sete sculos antes do nascimento de Jesus!!36 Van der Kindere Le sicle des Artevelde.

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    Isto os tornou prodigiosamente ricos em todos os tempos e por toda a parte, desde quandoarrematavam os impostos aduaneiros do Imprio Romano at quando anualmente retiravam900 milhes de marcos dos emprstimos ferrovirios da Pobre Alemanha vencida! Na IdadeMdia, desde Luiz II encheram a Frana, onde o Languedoc se tornou uma nova Judia.Carlos o Calvo quis reprimi-los e morreu envenenado pelo medico Sedecias. Carlos o

    Simples espantava-se da pobreza do povo e da opulncia judaica. Luiz o Moo criou, porcausa deles, o ofcio de Preboste das Dvidas. Se Felipe o Augusto no reage, tomariamParis inteiro, pois metade j lhes estava hipotecada...

    A engrenagem que nos devia exonerar e escravizar entra em pleno funcionamento. Osemprstimos imperiais que se repetiam de dcada em dcada surgem com a diferena dumlustro ou pouco mais e se vo suceder quase anualmente. Estamos no meado do sculoXIX, em pleno apogeu do domnio judaico no mundo, atravs da finana internacional.Razo sobrava .a Hehn para escrever:

    Quando Goethe morreu a 22 de maro de 1832. Brne datou desse dia a liberdade daAlemanha. Na realidade, esse dia marca o fim duma poca, porque com ele comeou aidade judaica em que vivemos37. ' a idade que se caracteriza pelo culto do xito, pelamaterializao da vida, pela divinizao do ouro, pelo pragmatismo, sem o menorvislumbre de piedade para com os povos escorchados. O capitalismo cientifico faz docapital uma abstrao monstruosa que vai devorar a sua prpria sociedade com o monstrocomunista que gerar. Porque absolutamente impossvel fazer entrar na cabea dumjudeu a noo do que ns entendemos por divindade, religio ou moral. A' que est o n,o verdadeiro n da questo judaica. E por isso que um homem imparcial, sem alimentar omenor desprezo para com os judeus, dignos, alis, de elogios e notveis por muitos ttulos,pode e deve considerar a presena de grande numero deles entre sua gente como um graveperigo. No somente o judeu, porm o que procede do esprito judaico que corri e de-compe em ns o melhor de ns mesmos38.

    A nossa civilizao promana de trs fontes: a arte e a filosofia gregas, o direito romano e areligio crist. O judeu nega essas trs fontes procura desvirtu-las. Como no haverchoque?

    O reconhecimento desse esprito judaico contrario nossa civilizao parte das maioresautoridades israelitas em assuntos .que lhes dizem respeito. Num discurso pronunciado nacidade de Presburgo, a 30 de julho de 1903, o dr. Leopoldo Kahn, notabilidade judaica,dizia: O judeu nunca se assimilar. Jamais adotar hbitos e usos de outros povos. O judeucontinuar judeu em todas as circunstancias. O dr. Mandelstan, professor israelita daUniversidade de Kiev, declarava numa orao em pleno Congresso Sionista de Basilia:No desejo a assimilao dos judeus nas outras naes. Quero salv-los como nao, porque tm uma aspirao comum conservada atravs da histria na sua conscincia

    nacional. Outro judeu, o dr. Felsenthal, defendia esta tese: O judasmo um povo e nouma religio (!). O povo judaico tudo. A religio um acidente. Com o decurso dotempo esse modo de pensar no se modifica, antes cada vez mais se acrisola. Em setembrode 1933, o American Jewish Congress ofereceu ao historiador israelita Emilio Ludwig umarecepo em Nova York. Segundo telegrama dali, publicado pela A Noite, de 29 daquelems e ano, durante a mesma, ele concitou os israelitas do mundo inteiro a se unirem para

    37 Viktor Hehn Gendanken ber Goethe.38 Chamberlain Die Grndlagen des XIX.es Iahrhundert.

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    que a comunidade judaica fosse reconhecida como entidade nacional. Acrescentou aindaque, mesmo que os israelitas no se estabelecessem na Palestina, no haveria razo paraque no fossem reconhecidos como nao. Citou o exemplo dos poloneses e checos que,quando no dispunham de territrio, eram considerados como entidades nacionais.

    Apregoando sua pretenso de formarem assim um Estado dentro dos outros Estados ou

    superior a todos os Estados, os judeus apelam para os conceitos de raa e de religio,quando qualquer nao procura impedir a formao dessas entidades nacionais, verdadeirosquistos no seu organismo.

    Por que ho de os povos se curvarem aos desejos desse povo que o grande Hegelconsiderava incapaz de elevar-se acima duma. concepo materialista do mundo? Fichteps a questo em pratos limpos: Por quase todos os paises europeus s alastra um Estadopoderoso e inimigo, que vive em contnua guerra com todos os outros Estados e pesaterrivelmente sobre os cidados. o JUDAISMO. No creio seja to terrvel somente, porformar um Estado isolado, separatista, estreitamente unido, mas porque esse Estado sefunda no dio a toda a humanidade... Todos vs pronunciais palavras melfluas detolerncia, de direitos do homem e de direitos do cidado. E no vedes que os judeus, queso, sem vs, cidados dum Estado mais slido e poderoso que todos os outros, gozaro novosso Estado de dupla proteo, esmagando assim os vossos concidados. Eles querem osdireitos do homem, embora no-los recusem, como se pode ler no Talmud; porm, sequisermos dar-lhos, precisamos primeiro cortar-lhes as cabeas numa noite e repor-lhesoutras sobre os ombros em que no existam mais idias judaicas. Ora, Fichte no umpanfletrio anti-semita nem um poltico, nem um troca-tintas qualquer; Fichte um dosmaiores pensadores da humanidade.

    Outro grande pensador, Schopenhauer; abunda em consideraes da mesma ordem: Osjudeus so o povo escolhido de Deus. possvel. Mas, como os gostos diferem, eu no osescolheria... Em nenhum caso, se deviam dar direitos polticos a gente que nunca est

    em sua ptria, cuja nica ptria so os outros judeus do universo... No h idia maissuperficial e mais falsa do que considerar os judeus simplesmente como uma seita, umaconfisso religiosa. Isso no passa de estratagema calculado para falsear a verdadeiranoo das cousas. O emprego de tal expresso no devia ser permitido: deve-se dizer - ANAO JUDAICA.

    Da a magistral concluso a que chega Tharaud: No por uma aparente contradio queesse povo, que se mostrou em todos os tempos o mais teimoso em conservar-se a si prprio,se tornou o povo mais internacionalista. Precisamente por ser original e pessoal emexcesso, seu gnio o leva a atacar o que ha de mais original e pessoal nas sociedades ondevive, a fim de substituir isso por um. tipo uniforme de sociedade, do qual sejam excludasas tradies especiais de cada nao e no qual cada nao perca seu carter especfico,

    ficando o judeu o mais forte justamente por manter o seu...Razo de sobra assiste a Hitler quando afirma que, por mais bem tratado que seja, orabanete jamais se transformar em morango: ser sempre rabanete...

    Kant, Fichte, Hegel, Schopenhauer, toda essa luzida pliade de grandes filsofos que nessesentido opinou sobre o Judasmo Super-Nao, sobre o Judasmo Internacional,.fez-se eco,como os documentos o provam de sobejo, das opinies exaradas pelos prprios intelectuaisisraelitas e do clamor que contra essa explorao sobe do fundo dos sculos. O anti-

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    semitismo muito mais antigo do que o cristianismo. Nem foi criao deste. Porque ojudasmo foi o problema mais difcil e perigoso de todos os tempos, no como problemaracial ou religioso; porm como problema poltico e econmico. Nos primrdios da histriade Israel, ele se apresenta claramente nos livros sagrados. Quando Isaque, filho de Abrao,e pai de Jacob, vivia em Gemara, os palestinos rebelaram-se contra a sua permanncia e seu

    chefe, Abimelec, disse-lhe estas palavras: textuais e significativas: Afasta-te de ns,porque tu te tens feito mais poderoso do que ns! O de Ester documenta a ensangentadaformao do Estado judaico dentro do Estado persa pela matana at das criancinhas, o quese comemora na festa do Purim. Em Alexandria, formam uma verdadeira nao governadapor um etnarca. Em Roma, constituem o Beth Dine ao tempo de Augusto e possuem oPrncipe da Nao, cujas decises eram apoiadas pelas leis romanas, como se v do capitulodo CODEX - De Judoeis. Em plena idade-mdia, mau grado toda a vigilante defesa dosEstados cristos, segundo o judeu Bedarride suas riquezas contrastavam com o estado,miservel em que se arrastava o povo.

    esse Estado ou melhor Super Estado financeiro que escraviza o Brasil, como veremos.

    Para resgatar o escandalosssimo emprstimo de 1829, que continuava a pesar nas finanasimperiais, fizemos com Rotschild, por intermdio do referido Carvalho Moreira, o de 23 defevereiro de 1859: 508.000 ao par, ao prazo de 30 anos e juros de 5%. Ao par! Parecenegcio de pai Par filho. Nada disso. Era o saldo justo daquelas miserveis 208.000 jpagas e repagas, que se convertia em novo emprstimo para render juros por mais trintaanos. Com os trinta decorridos, seriam meio sculo e pico! Juros de juros de juros! Nadamais!

    As 508.000 transformaram-se em 460.000 de novos ttulos. O resto sumiu-se emdespesas e percentagens. E sabem quanto nos custaram? 762.000 de juros com o capital: 1.270.000.

    As contas do Tesouro do este belo resultado:

    Dvida amortizada 4.779:548$099

    Juros pagos 3.606:262$986

    Custo total 8.547:235$129

    Mal passava um ano e a 10 de abril de 1860 o baro de Penedo, autorizado pelo decreto n.912, de 26 de agosto de 1857, negociava outro emprstimo com Rotschild para construode estradas de ferro, a tipo 90 e juros de 5%, por 30 anos. Recebemos em prestaes

    1.089.000 por 1.210.000 que ficamos a dever. Aplicamo-los felizmente em caminhos deferros, na Companhia E. de F. do Recife ao S. Francisco, e outras, sendo 400.000 paraaquela. E pagamos um total de 3.025.00039!

    Recebemos 10.525:947$300

    39 Anurio da Bolsa do Rio de Janeiro, (1931).

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    Pagamos de juros 8.344:650$378

    Custou-nos 23.988:515$477

    Trs anos mais tarde, no dia 7 de outubro de 1863, o baro de Penedo assinava novocontrato de emprstimo com Rotschild. A imprensa da poca denominou-o o oneroso e no, contudo, o pior que fizemos! Foi de 3.300.000 a prazo de 30 anos, juros de 4% e tipode 88. Devia servir para remir os saldos dos emprstimos de 1824, 1825 e 1843, assimcomo parte da dvida flutuante. Os banqueiros descontaram 2 % de comisso e % decorretagem sobre o capital real acima especificado. O capital nominal elevou-se a 3.855.307, 3 shs. e 9 d.

    Os saldos daqueles emprstimos anteriores elevavam-se a 2.919.000, quase todo o capitalreal da operao, o que significa que o ouro ficou no cofre dos prestamistas e nscontinuando a pagar, pagando sempre, e a regar com o suor e o sangue de geraes egeraes sacrificadas a infeliz terra brasileira!

    O tipo 88 nos deu somente do capital real a soma de 2.904.000. Deduzindo dela os saldosou remanescentes daqueles citados emprstimos - 2.919.000, ver-se- que os banqueirosno remeteram ao errio imperial, para pagar a divida flutuante, nem um vintm. Houvemesmo o dficit de 15.000. Portanto, as 3.300.000 de que s nos couberam por umoculo 2.904.000 custaram-nos at abril de 1893 - 8.426.863.

    Castro Carreira nos oferece a seguinte conta at a morte da monarquia:

    Emprestados 28.612:124$750

    Juros pagos 26.886:883$581

    Custo total 67.463:193$201

    Do capital devamos ainda em 1888 515.300.

    Parece que a D. Pedro II levaram qualquer denncia sobre a ao do baro de Penedo nesseemprstimo, porque, no dia 6 de novembro de 1863, Suam Majestade escrevia uma carta aMiguel Calmon du Pin e Almeida, marqus de Abrantes, da qual extramos este pedacinho:Constou-me que o emprstimo contrado em Londres o foi a 85 e no a 88, porquehouve 2% de comisso. Espero que o Ministro brasileiro40 no tenha recebido parte deles,e de nenhum modo possa consentir que ele o faa. J procedi do mesmo modo h anos 41. A

    honestidade do velho soberano se arripiava contra os intermedirios de c, mas que podiaela, se eles estavam de mos dadas com opoder colossal dos de l?...

    O baro de Penedo veio a pblico com uma brochura intitulada O emprstimo brasileirocontrado em Londres em 1863, afim de defender-se de crticas acerbas que lhe eramfeitas. Mostrou que as condies do mercado financeiro londrino eram das maisdesfavorveis, no s pelo retraimento da oferta de capital diante de enorme procura por

    40 Penedo.41 A carta est catalogada nos arquivos do Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro.

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    parte de vrias naes, como principalmente pelo rompimento de relaes diplomticasentre a Inglaterra e o Imprio, em virtude da famosa questo Christie. E apontou as vriasoperaes de crdito na mesma data ou proximamente realizadas em condies inferiores sda nossa: emprstimos marroquinos a tipo 85, ferrovirio italiano a 74, egpcios a 84 e 82, otomano a 68, portugus a 44 (!!), venezuelano a 63, mexicano a 63, boliviano a 88 e

    francs a 66,30.O rol demonstra que no s o Brasil a vtima do Super Estado Capitalista sem entranhas;mas o mundo inteiro. Da a sua aflio, a sua inquietao, a sua angstia, o seu desespero.Est mergulhado num pego em que pululam as sanguessugas e estrebucha sugado por todosos lados na lama ensangentada. Um dia, os povos compreendero a verdadeira origem detodos os seus males e, ento, as bichas vorazes nojentas sero duramente castigadas...

    Ao emprstimo oneroso faziam-se sobretudo as seguintes criticas: o tipo da emisso - 88,que nos fazia perder 6% diante de ttulos nossos a 94, em benefcio dos banqueiros; no tersido a operao posta em concorrncia e sim haver sido entregue diretamente a Rotschild;no se ter procurado renovar com pouca despesa as cautelas dos emprstimos vencidos: ter-se lanado a operao precocemente, pois, sendo remota a data de resgate dos emprstimosanteriores, l.. de dezembro de 1863 e 1. de abril 1864, os juros da nova operaocomearam a ser contados de outubro de 1863.

    Todas essas crticas parecem procedentes. Que valia, porm, a opinio do rebanhotosquiado contra o poder colossalde Rotschild, contra o grande abutre que desfraldara nocu da Europa as largas asas negras depois que se fecharam em Waterloo as asas de ouro daguia imperial? Para que concorrncias? Pois ele no comprara a explorao do Brasildesde o centro da terra at as mais altas nuvens do cu. O povo dos jecas que suasse o suordo trabalho e da angstia, pagando os juros. O baro de Penedo continuaria a assombrarLondres com o fausto de suas recepes diplomticas.

    H muitas mscaras na histria do Brasil que precisam ser violentamente arrancadas!...

    Desde 1824, pagvamos juros, comisses, percentagens e amortizaes. Havia quarentaanos que o Brasil trabalhava. Entretanto, sem que entrasse nos seus cofres, o ouro sereproduzia sua custa no banco dos Rotschild, o ouro sugava-lhe toda a seiva, o ouro odepauperava. Estava preso ao eito do senhor judaico que, atravs de sua influencia poltica,se apoiava, para qualquer revolta do devedor espoliado, nos canhes das formidveisesquadras da Inglaterra! Os governos so caixeiros e cobradores de banqueiros. A isso oliberalismo reduziu a Autoridade!

    Triste, desgraada condio a que nos rebaixava a economia poltica cujos postulados eramvitoriosos na poca e sempre insatisfeito, para quem os povos no so mais do querebanhos que se tosquiam vontade.

    A cada novo pedido do Governo Imperial, sempre em crise de dinheiro, o total dosemprstimos se avoluma. O dinheiro vai tambm perdendo seu valor aquisitivo. Aproporo digna de nota. So os juros que se acumulam e rendem juros.

    A 12 de setembro de 1865, o baro de Penedo negocia com Rotschild um emprstimo de 5.000.000, valor real e 6.363.613 - 19 sh. e 2 d. valor nominal. A guerra do Paraguaiobrigava-nos a mais esse sacrifcio. Juros: 5 %. Prazo: 37 anos. Comisso: 2 %. Agncia%. Selo %. Capital recebido: 3.700.000! Autorizou a operao o decreto de 6 de julho

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    de 1865. Parte do emprstimo foi convertida em 1889. E do nosso bolso saram em trocadessas 3.700.000 a bagatela de 14.668.950!!

    As contas oficiais oferecem estes dados at 1883:

    Recebidos 44.444:000$000Juros pagos 70.910:803$005

    Custo total 116.354:655$308

    Em 1871, a 23 de fevereiro, o conselheiro e plenipotencirio Jos Carlos de Almeida Areasfirma novo contrato com Rotschild, os bares assinalados Lionel, Nathan, Anthony e MayerAmschell. O emprstimo de 3.000.000 reais e 3.459.634 nominais, com 2% decomisso, % de corretagem e despesas, tipo 89, juros de 5% e prazo de 38 anos, paradespesas extraordinrias do Imprio. Recebemos em cinco prestaes - sempre esse

    negcio de turco! - 2.670.000, que nos custaram afinal, capital e juros, 10.031.938! Suaautorizao est contida na lei n. 1.764 de 28 de junho de 1870.

    Veja-se a conta do Tesouro at 1888:

    Recebidos 26.521:746$482

    Juros pagos 25.823:122$280

    Custo total 39.256:413$152

    O custo total est reduzido nesta conta, porque o emprstimo devia ser liquidado em 1911.Faltavam,. pois, 23 anos de juros e at 1888 s se tinha amortizado pequena parte, restandoa pagar 2.655.900.

    O baro de Penedo foi o negociador de nova operao de crdito com a casa Rotschild em1875. Assinou-se o contrato a 18 de janeiro: 5.301.191 nominais, tipo 96 , juros de 5%,e prazo de 38 anos, com a comisso de 2% e a percentagem de 1% sobre os dividendos,para despesas extraordinrias do Imprio.

    Recebemos 4.825.000 e restitumos 10.072.263!

    At 1888, quando ainda devamos 4.584.100 de capital e faltavam 27 anos de juros para1915, data da liquidao, a situao era esta:

    Recebidos 44.444:000$000

    Juros pagos 34.446:881$272

    Custo total 46.358:888$165

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    No ano de 1883, no dia 30 de outubro, o conselheiro Joo Jos do Rosrio, Diretor doTesouro Nacional e delegado do mesmo em Londres, contrata outro emprstimo comRotschild: 4.000.000 reais por 4.599.600 nominais, tipo 89, taxa 4%, % de comissosobre o resgate, 2% de comisso pura e simples; 1/8% de corretagem e prazo de 3 anos,que as moratrias de 1898 e 1914 prorrogaram por mais 26. Sessenta e quatro anos ao todo!

    Some-se tudo e se ter esta maravilha: por 3.650.000 teremos de dar no fim das contas 18.475.128!!

    Em verdade, duro de se dizer, mas chama-se a isso vender, inconscientemente talvez, masvender, o futuro da nao!

    As contas imperiais at 1888 fornecem-nos estes dados:

    Recebimentos 25.552:000$000

    Juros 10.158:796$404

    Custo 19.136:110$452

    S em 1922 deveria terminar o prazo. Restavam em 1888 trinta e quatro anos de juros eainda devamos do capital nominal de 4.599.000 - 4.369.900. E s havamos recebidoem dinheiro de contado 3.560.000!

    Infelizmente, no parou a a histria financeira da monarquia. Em 1886, a 2 de fevereiro,novo contrato com Rotschild42. F-lo o conselheiro Jos Antonio de Azevedo Castro,delegado do Tesouro Nacional na capital inglesa: 6.000.000 reais por 6.421.000nominais, a juros de 5%, prazo de 37 anos, 1% sobre os dividendos, % sobre os resgates,1/8% de corretagem, 1% do capital, para pagamento da dvida flutuante. Vede como antiga, j vem de longe e nos nossos dias ainda continua a flutuar. to pesada e nunca vaiao fundo! So 5.700.000 que entram e custaro 11.897.350.

    Em 1888, devamos ainda 6.398.900 de capital, mais do que o emprstimo lanado emuito mais do que a soma recebida, em virtude do desconto do tipo e do acrscimo dascomisses e percentagens pagas a Rotschild e postas no nosso passivo. O emprstimorendeu em moeda brasileira 52.662.738$556 e custou at 1888 de juros e amortizaes8.496:547$634. Ponham-se em cima disto os juros, as amortizaes e as diferenas decambio at 1927, fim de seu prazo, se recuar de espanto em presena da formidvelquantia,

    No importa para o calculo de juros feito pela formula trivial de juros que os emprstimostenham sido convertidos mais adiante, porque as converses somente fazem piorar asituao. Os prazos se alongam, os juros continuam a correr acrescidos dos juros-atrasados,incorporados ao capital, tornados capital. Se algum erro se cometeu, foi para menos.

    O ministrio da Fazenda tratou diretamente com Rotschild o penltimo emprstimo doImprio, estando na pasta o conselheiro Joo Alfredo Corra de Oliveira, em 1888, de 6.000.000 reais e 6.257.200 nominais, tipo 97, juros de 4%, 1% de comisso, 1% de

    42 Bares Nathan Mayer, Alfredo, Carlos e Leopoldo.

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    corretagem e prazo de 37 anos. Produziu 5.820.000 pelas quais pagaremos um total de 8.260.304 de juros e 6.257.300 de capital ou sejam 14.548.885. Quase quinze milhes!

    O derradeiro emprstimo do regime imperial, negociado pelo conselheiro Jos A. deAzevedo e Castro, delegado do Tesouro, com Rotschild, destinado converso dosemprstimos de 1865, 1871, 1875 e 1888, foi o de 1889, de 17.213.500, tipo 90, juros de

    5 % e prazo de 56 anos, isto at 1945! Rendeu 15.492.150 pelas quais daremos 55.571.740!!! Esta operao foi ratificada pelo Governo Republicano em 1890, a 29 deabril, assinando pela Republica o mesmo conselheiro que assinara antes pelo Imprio.

    Os nmeros tornaram-se quase astronmicos.

    Segundo Amaro Cavalcanti43, o Imprio legou Repblica uma divida estrangeira total de 30.283.200 de capital, no se computando nela os monstruosos juros a serem pagos. Essadvida comeara em 1824 modestamente com 3.000.000, em duas fornadas e varias prestaes, mediante um contrato leonino. Havamos pago juros e amortizaescontinuamente com graves sacrifcios para a.economia nacional. Do dinheiro dasescandalosas, ruinosas e onerosas ou tristes operaes realizadas, pouca, muito pouca cousa

    nos tinha servido para o desenvolvimento de linhas frreas, o pagamento de despesas deguerra ou de dividas internas. A quase totalidade destinara-se sempre a pagarremanescentes, excedentes, juros vencidos e acumulados das dividas estrangeiras. E, aps65 anos de trabalho ininterrupto, devamos dez vezes mais!

    Tnhamos sido uma colnia dos Rotschild e somente dos Rotschild, porque, pelasoperaes feitas

    subseqentemente s contratadas com outros banqueiros, eles haviam monopolizado todasas nossas dvidas. E afirmavam tanta confiana em ns que, com os ttulos brasileiros,dotavam as filhas nos festivos dias de npcias... Muita honra. para um pobre marqus decarregao como o Brasil!

    Parafraseemos uma advertncia inspirada de Chamberlain, o erudito autor de As origensdo sculo XIX: E ns, predestinados por tudo a dar vida a uma nova concepo do mundo,mais profunda, mais humana, mais elevada do que qualquer outra; para iluminar com sualuz e vitalizar com seu calor toda a nossa cultura ns nos amarramos com as prprias mosao carro triunfante de Israel e seguimos cabisbaixos como escravos as arcas carregadas deouro do capitalismo sem ptria!

    Durar isso para sempre? Ser esse o nosso trgico destino? Seremos servos humildes dojudasmo capitalista de Rotschild ou escravos submissos do judasmo comunista de Trotski,pontos extremos da oscilao do pndulo judaico no mundo? Ou encontraremos no fundod alma nacional aquele esprito imortal de catequizadores, descobridores, bandeirantes eguerreiros, nico que nos poder livrar de ambos os apocalipses?Desperta Brasil, adormecido eternamente em bero esplndido, desperta e caminha! J tempo de fazeres retinir e retilintar as tuas algemas, amedrontando os que te vendem aindae os que te tm comprado!

    43 Amaro Cavalcanti Resenha financeira do Ex-Imprio do Brasil.

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    CAPTULO II

    OS EMPRSTIMOS DA REPBLICA

    Possa a dolorosa recordao destes fatos gravar-se profundamente na memria dosadministradores brasileiros, como legenda monumental de graves erros, e de lamentveisdesperdcios na gesto das finanas do Estado.

    (Candido de Oliveira Sistema financial do Brasil.)

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    Depois de proclamada a Republica, piorou a nossa situao. A velocidade adquirida com osemprstimos da monarquia se acelerou ao sopro dos desperdcios republicanos e rolamosmais depressa para o abismo...

    O primeiro emprstimo do novo regime foi feito com Rotschild, em 1893, para a Estrada deFerro Oeste de Minas, garantido pelo Governo: 2.968.000 de capital real reduzidas a

    2.374.000 pelo tipo 80. O capital nominal elevava a dvida a 3.710.000. Calculando osjuros de 5% ao prazo de 30 anos, segundo o contrato, veremos que as 2.374.000 noscustaro 9.275.000!!

    Na assinatura dos instrumentos necessrios, a companhia aludida foi representada pelobaro do Rosrio e o governo brasileiro pelo seu plenipotencirio conselheiro Joo A. deSouza Corra.

    Em 1895, a 17 de julho, sendo ministro da Fazenda o conselheiro Rodrigues Alves,segundo emprstimo com Rotschild: 6.000.000 reais por 7.442.000 nominais, reduzidasde 15%, em virtude do tipo 85, portanto 5.100.000, das quais os banqueiros retiraramainda 2.000.000 para resgate da divida flutuante do Governo Brasileiro com eles prprios;

    juros de 5 % e prazo de 30 anos. Custar-nos- a brincadeira 18.605.000!No era possvel agentar o peso esmagador do servio de juros, sobretudo depois dasperturbaes polticas, sociais e militares do incio da era republicana. Em 1898, o GovernoCampos Sales e Rotschild fizeram o 1. funding-loan, isto , o primeiro emprstimo deconsolidao, garantido pela renda das alfndegas, coitadas! Emitiram-se bnus no valor de 8.613.717 a juros de 5 % e prazo de 63 anos. At 1961! Verdadeira hipoteca do futuro!

    Esses ttulos representam os juros acumulados que passam a constituir nova dvida,rendendo novos juros. Em 31 de dezembro de 1930, logo aps a queda do GovernoWashington Luis, ainda havia em circulao bnus no valor de 6.872.60044.

    Ser curioso ver o custo total em 1961; 27.283:208!!

    A situao econmico-financeira que se antolhava ao pas na poca do funding era naverdade lastimvel. O ministro da Fazenda do governo de Prudente de Morais, pintara-a jcom cores carregadas: De 1888 a 1894 transpusera o Brasil perodos assinalados pelasmaiores agitaes quais as provenientes da abolio do elemento servil e da proclamaoda Republica, que abriram uma fase de graves perturbaes polticas, freqentes revoltas econstantes alteraes da ordem... Alm disto, a megalomania, as grandes operaesaleatrias visando fceis riquezas, as maravilhas do jogo da bolsa e dos capitais fictcios,que haviam animado nervosamente os ltimos tempos do Imprio, no se contiveram peloadvento das novas instituies, porque se ampliaram as temerosas aventuras; e sob a ilusodo deslumbramento da criao de uma surpreendente sociedade nova, opulentadarapidamente, por golpes repetidos de emisses de papel-moeda... A moeda fiduciria,copiosamente lanada, desvalorizou-se... Desde logo, delineou-se o seguinte quadro: adesvalorizao do papel-inconvertvel, causada pelas emisses sucessivas e pelos profundose contnuos abalos sociais por um lado; por outro, as novas perturbaes, os motins edesordens reiterados, as conspiraes, as ameaas de intervenes dos quartis e fortalezas, oposio prenhe de paixes, esgrimindo todas as armas da imprensa e da tribuna, tanto parlamentar como popular... Todos esses fatores conjugados traziam como principal

    44 Anuario da Bolsa (1931).

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    resultado o descrdito do pas e sobretudo a desconfiana dos capitais e a germinao deum verdadeiro pavor entre os credores estrangeiros... Tnhamos o dficit acrescidoanualmente e que chegara ao governo de Prudente representado no assustador algarismo. demais de cem mil contos; os outros erros descritos abriram novo abismo; a verba dediferenas de cmbio, ascendendo tambm a mais de cem mil contos anualmente. Eram

    duas voragens insaciveis, nas quais fatalmente se submergia a maior parte da renda doPas.

    Abyssus abyssum vocat!

    De voragem em voragem, ns nos viemos despenhando assim, desde a independncia, e, lno fundo do Maelstrom, as fauces dos banqueiros internacionais devoraro tudo quantoentreguemos ao abismo insondvel feito de abismos... Suor, sangue, lgrimas! Suor dotrabalho e das angstias, cheirando a doena e pobreza. Sangue das guerras fratricidas e doscrimes polticos, fervendo de dios ou de herosmos. Lgrimas de criancinhas, de mulherese de velhos, lgrimas de rfos, de vivas, de desvalidos. E tudo pouco! Nada satisfaz oMolc insacivel acocorado nas sombras e manobrando os inmeros cordes dos seustteres...

    O contrato do funding foi assinado em Londres no dia 15 de junho de 1898 pelosbanqueiros N. M. Rotschild & Sons e o conselheiro Jos Antonio de Azevedo e Castro.Delegado do Tesouro. Os ttulos do United States of Brazil 5 % Funding Bondscompreenderam os seguintes emprstimos: de 4%, de 1889; de 4 %, interno de 1879,ouro, de 1883 e de 1888; de 5 %, de 1893 (Oeste de Minas) e de 1895. Alm disso, asgarantias de juros s companhias: The Alagas Railway Co., The Great Western of BrazilRailway Co., The Conde d'Eu Railway Co., The Central Bahia Railway Co., The BrazilGreat Southern Railway Co., The Bahia and S. Francisco Railway Co., Mogiana, TheMinas and Rio Railway, The Natal and Nova Cruz Railway Co., Compagnie Genrale deChemins de Fer Brsiliens, Compagnie des Chemins de Fer du Sud-Ouest Brsilien, The

    Recife and S. Francisco e Chemin de Fer S. Paulo-Rio Grande.Pelo funding, ficou o Governo Brasileiro obrigado a retirar da circulao do pas, proporo que se emitiam os ttulos do novo emprstimo, uma soma equivalente em papel-moeda, ao cambio de 18 d., afim de ser incinerada. Muitos acharam que essa clusula atento desconhecida nos emprstimos brasileiros era de grande alcance financeiro. Outros,porm, a criticaram. O ministro Joaquim Murtinho justificou-a, bem como a criao dochamado fundo de garantia. Os que o censuraram acharam que a nova poltica financeiraera verdadeira humilhao imposta ao pas pelos credores estrangeiros. Entretanto, ningumviu o que, de fato, representava a retirada do papel-moeda da circulao, a qual chegou, noperodo de 1899 a 1901, soma de cem mil contos. Todos se preocupam, com a chamadainflao, com as baixas do cambio, com as humilhaes impostas ao pas; e ningum com o

    que deverdade importante: o prejuzo que a falta de numerrio causa circulao dasriquezas, sangue dum pas. E vo fazendo o jogo judaico, que retirar dinheiro dacirculao, suprimir de qualquer forma o numerrio dos Estados; afim de restringir oscapitais e seus possuidores, e forar a procura desses capitais nas poucas mos que osacumulam...

    Em 1901, outra modalidade de emprstimo, o de Resciso, destinado a encampar estradasde ferro com garantias de juros. A casa Rotschild contratou-o por 61 anos isto , at 1962,

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    com os juros de 4 %. A mesma casa vendia os ttulos do fundingde 1898 e comprava os deResciso, ganhando as comisses respectivas. Em 1922, quando se comemorou aindependncia, o saldo dessa operao contra ns era de 11.296.100 e em 1930 de 9.773.44045.

    No ano de 1962, ti seu custo ser de 29.280.000!

    Os Rescission Bonds foram autorizados pela lei n. 746 de 29 de dezembro de 1900. Naassinatura do respectivo contrato, representou o Brasil o conselheiro Jos Antonio deAzevedo e Castro.

    A 18 de maio de 1903, novo emprstimo com Rotschild para as obras do porto do Rio deJaneiro: 8.500.000 a tipo 90 e juros de 5 % pelo prazo de 30 anos, o que equivale areceber 7.650.000 e pagar 21.250.000!

    Para o Lloyd Brasileiro se contratou a 4 de abril de 1906 um emprstimo de 1.100.000, aopar, juros de 5 % e prazo de 21 anos.

    Dezoito anos depois, em 1922, ainda se deviam 210.500 do capital. Em 21 anos, esse

    milho de libras rendeu a bagatela de 1.155.000.Cansamo-nos de negcios com Rotschild. Em 1909 recorremos ao judeu francs. Lanou-se em Paris o emprstimo da Estrada de Ferro Noroeste, de Frs. 100.000.000 a juros de 5%,autorizado pelo decreto n. 6.944 de 7 de maio de 1908. As aes foram emitidas peloBanco de Paris e dos Pases-Baixos46, e pela Societ Genrale. Ns gostamos tanto daFrana!... Em 1930, devamos ainda Frs. 96.811.000, o que significa que, em vinte e umanos, tendo amortizado somente pouco mais de Fr. 3.000.000, deviamos quase todo ocapital, embora tivssemos pago Frs. 105.000.000 de juros! No fim de 50 anos, custar Frs,350.000.000!

    No mesmo ano, para o porto de Recife, contratado por Edmond Bartissol e Demetrio NunesRibeiro, levantamos em Frana Frs. 40.000:000 ao, prazo de 50 anos e juros de 5%, deacordo com o, que autorizava o decreto n. 7.207 de 3 de dezembro de 1908. Em 1930,devamos ainda Frs. 39.180.568 e pagramos de juros Frs. 42.000.000. O total do custoelevar-se- em 1950 a Frs. 140.000.000!

    Aos emprstimos de Consolidao e de Resciso, junte-se o de Converso em 1910: 10.000.000, de tipo 87 , juros de 4 % e prazo de 57 anos, para resgatar os ttulos doemprstimo da Oeste de Minas e do da Valorizao do Caf47. Por 8.750.000 recebidos,temos pago um total de 8.000.000 at 1930, quando ainda devamos 9.394.000 decapital. Este render em 57 anos, at 1967, 22:800.000 e, custar um montante de32.800.000!

    O emprstimo de Valorizao do Caf fora medida decorrente do Convenio de Taubatentre Minas, S: Paulo e o Estado do Rio, ratificado peta lei n. 1.489 de 6 de agosto de1906. Constou de 3.000.000, a tipo 95, juros de 5 % e pelo prazo de 17 anos, tendo sidocontratado com Rotschild a 3 de outubro de 1937. O emprstimo de Converso de 1910,como j se viu, resgatou-o.

    45 Estes e os demais dados provm do Anuario da Bolsa (1931).46 Este banco, dirigido pelo judeu Horacio Finley, quem controla, por trs da cortina, todas as empresas deferrovias e portos outrora representadas pelo sr. Geraldo Rocha da A Noite.47 Convnio de Taubat.

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    No referido ano, pediu-se na Europa segunda vez dinheiro para o Lloyd Brasileiro: 1.000:000 a 5% de taxa. Em 1930, devamos ainda 428.800, tendo pago 1.000.000redondo, de juros.

    Em verdade, o Brasil tem sido e continua a ser a galinha dos ovos de ouro do argentarismointernacional. H um certo cuidado, pois, em no mat-la e dar-lhe, s vezes, um pouco de

    flego e milho, afim de que se no acabe a maravilhosa postura...Para a Estrada de Ferro de Gois, que se no construiu (Pobre Gois!), creio, os banqueirosfranceses nos deram, em 1910, ano frtil em proveitosas negociatas et pour cause, abatelada de Frs. 100.000.000 a prazo de meio sculo, 1960, e juros de 4 %. A imprensa dogoverno elogiou a habilidade dos nossos financistas. O contrato foi aprovado pelo decreton.. 7.562 de 30 de setembro de 1909. Pelo decreto n. 12.183 de 30 de agosto de 1916, oGoverno Federal assumiu a responsabilidade da dvida hipotecria dessa Estrada: Frs.25.000.000. Em 1930, quando os revolucionrios triunfantes entraram na capital da Re-publica, deviamos Frs: 95.677.980 de capital e havamos pago Fr. 80.000.000 de juros. Nofim das contas, em cinqenta, anos, os juros se elevaro a Frs. 200.000.000 e o pagamentototal a Frs. 300.000.000.

    A Frana-judaica nos desanimou e voltamos, cabisbaixos, de chapu na mo, aos antigossenhores Rotschild, pedindo desculpas. No; eles no estavam zangados e nos concederam,para a concluso das obras do porto do ' Rio de Janeiro, em 1911, 4.500.000 em tipo 92,juros de 4 % e prazo de 16 anos, generosamente. O caso resume-se em receber 3.680.000e pagar sem bufar 7.380.000.

    Essa operao foi autorizada pelo decreto n. 8.621 de 23 de maro de 1911 e contratadapelo delegado interino do Tesouro em Londres, Julio Cesar Moreira da Costa Lima.

    No se devia findar o ano sem outra operao de credito: O Imprio chegou a fazer uma deano em ano. A Republica resolveu bater o recorde e fez muitas por ano. Em .novembro,

    realizaram para a Rede de Viao Cearense: 2.400.000 a 4%. Por 20 anos, salvo engano.Os intermedirios do emprstimo, no se sabe bem se os de l ou os de c, porque essascousas so sempre admiravelmente confusas, depositaram metade da quantia, 1.200.000,no sei por que cargas de gua, no The Russian Commercial and Industrial Bank ofLondon, que tinha este pomposo nome, mas no passava duma arapuca de judeus russos. Obanco levou a breca e l se foram com ele as nossas libras. Desta sorte, as restantes noscustaro 4.320.000.

    Um dos nossos tcnicos financeiros declara que esse emprstimo ficar assinalado nahistria financeira do Brasil como a operao mais desastrada que j foi realizada. sobremaneira curioso e edificante acompanhar-se o desenvolver da maroteira com todos osseus truques, maroteira que surripiou uma grande soma economia nacional.

    No decreto n. 9.168 de 30 de novembro de 1911, que autorizava a realizao doemprstimo, se dispunha, em vista de estar sendo a Rede de Viao Cearense construda pela South American Railway Const