87586443 2 TETE Extracao Da Pectina Formacao Do Gel Com Pectina ATM e BTM
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1. TÍTULO
Extração da pectina, formação do gel com pectina ATM e BTM.
2. OBJETIVO
Extrair a pectina a partir de frutas cítricas. Verificar o efeito do pH e
quantidade de açúcar na formação do gel péctico com ATM e o efeito de íons cálcio na
formação do gel péctico com pectina BTM.
3. INTRODUÇÃO
3.1. Pectina
Pectina são uns polímeros de ésteres do acido D-galacturônico que
existem como componentes do esqueleto intercelular, junto com a celulose em muitos
tecidos vegetais. As pectinas altamente esterificadas necessitam para sua gelificação
açúcar e acidez. Com esta propriedade utiliza-se pectina para a elaboração de geléias e
doces em massa de frutas.
A pectina purificada foi primeiramente extraída do bagaço de maçãs e,
mais tarde das frutas cítricas (extração mais comum atualmente). A sua qualidade está
associadas a capacidade de reter açúcar. Algumas frutas como maçãs ácidas, limões,
framboesas e laranjas ácidas possuem uma quantidade maior de pectina na fruta, logo
precisam de pouca adição deste. No entanto, convém lembrar que as substâncias
pécticas totais e a acidez diminuem à medida que a fruta amadurece. São extraídas da
casca das frutas cítricas e da maçã por hidrólise ácida à quente seguida de precipitação
alcoólica ou alcalina.
Ela é submetida a seguir à purificação, secagem, moagem e
homogeinização. O controle das fases do processo de extração permite a obtenção da
pectina sob duas formas:
Pectinas de alto teor de metoxílas (ATM), com grau de
esterificação maior que 50%;
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Pectinas de baixo teor de metoxílas (BTM), com grau de
esterificação menor que 50%.
A pectina ATM forma géis com conteúdo de sólidos solúveis acima
de 55% e pH de 2,0 a 3,5. Este gel se estabiliza por interações hidrofóbicas do grupo
éster metílico e por formação de pontes de hidrogênio intermoleculares. O pH ácido
provoca a protonação dos grupos carboxílicos, diminui a repulsão eletrostática entre as
cadeias e aumenta a formação de pontes de H. A adição de um sólido solúvel (como a
sacarose), diminui a atividade de água, diminuindo a disponibilidade de água livre para
solvatar o polissacarídeo, aumentando as interações hidrofóbicas entre os grupos éster
metílicos. O gel ATM pode ser utilizado em geléias com pedaços ou poupa de frutas,
iogurte líquido, sucos concentrados, bebidas lácteas acidificadas, sorvetes de frutas,
entre outros.
A pectina BTM pode ser utilizada em geléias de baixo teor de sólidos
(15 – 60%), geléias dietéticas, iogurtes, doces de leite, entre outros. Para a formação de
géis a pectina BTM necessita de sais de cálcio solúveis que podem estar presentes nas
frutas, no leite ou podem ser adicionadas como soluções diluídas de fosfato, cloreto. O
gel de pectina BTM se estabiliza por interações entre os grupos carboxílicos e íons
divalentes (Cálcio). Esta pectina não necessita de açúcar para geleificar, porém a adição
de 10 a 20% melhora a textura do gel, tornando mais elástico e menos frágil.
3.2. Gelificação
Para a gelificação de algumas frutas o emprego de pectina não é
necessário, já para outras a quantidade de pectina adicionada depende de fatores como a
qualidade e quantidade da pectina contida na própria fruta, e do conteúdo de sólidos
solúveis requeridos no produto final.
As maçãs, uvas, limões e limas são exemplos de frutas que contêm
alto teor de pectina, e as cerejas, figos, melões, pêras e pinhas são os que contêm baixo
teor. Para se fabricar geléias de frutas cítricas é necessário ajustar o conteúdo de pectina
conforme exigências do comércio, corrigindo a deficiência natural com a adição de
pectina comercial. A adição de pectina num produto não causa objeção, por ser uma
substância natural das frutas, diferentemente do caso da adição de açúcar.
Outra característica favorável da pectina é o seu valor dietético e
nutritivo, além de estimular a saliva e ajudar aos movimentos peristálticos do intestino.
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4. MATERIAL E REAGENTE
Ácido cítrico;
Álcool etílico;
Bastão de vidro;
Béquer de 100 mL;
Béquer de 150 mL;
Béquer de 250 mL;
Citrato de sódio;
Filtro;
Glicerol;
Laranjas;
Limões;
Papel de filtro;
Pectina ATM;
Petina BTM;
Pipeta de 5 mL.
Proveta de 25 mL;
Proveta de 50 mL;
Sacarose;
5. PROCEDIMENTO
5.1. Extração da Pectina
Descascou-se a laranja, separando-se somente a parte branca (albedo)
e picou-se em pedaços pequenos. Pesou-se 50 g do albedo em um béquer. Adicionou-se
37,2 mL de água e uma colher de limão. Aqueceu-se a mistura á ebulição por 30
minutos, posteriormente deixou-se esfriar e filtrar. Em uma proveta, adicionou-se em
partes iguais dessa solução de pectina e álcool etílico. Após misturar bem, formou-se
uma massa sólida gelatinosa, sendo a pectina.
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5.2. Efeito do pH e quantidade de açúcar na formação do gel
péctico com pectina ATM
Pesou-se 0,3 g de pectina ATM e 4 g de sacarose em um béquer
previamente limpo e seco, misturou-se bem os componentes. Adicionou-se 20 mL de
água destilada, lentamente, e aos poucos a fim de homogeneizar a mistura. Aqueceu-se
a solução em uma chapa, agitando-se continuamente, adicionando-se aos poucos 26 g de
sacarose até a completa dissolução. Ferveu-se a solução por 2 minutos, retirou-se a
solução da chapa e após seu resfriamento adicionou-se 0,5 g de ácido cítrico,
homogeneizou-se a solução e cobriu-se com papel alumínio.
Repetiu-se a experiência utilizando um total de 52 g de sacarose e
adicionando o ácido cítrico tal como foi feito anteriormente. Novamente repetiu-se a
experiência utilizando as proporções da 1ª geléia, substituindo o ácido cítrico por 1,5 g
de citrato de sódio. Por fim, mediu-se o pH das geléias e comparou-se sua consistência e
aspecto após o resfriamento dos mesmos.
5.3. Efeito do íon cálcio na formação do gel péctico com pectina
BTM
Pesou-se 0,8g de pectina BTM e adicionou-se glicerol suficiente (1–2
mL) para que toda a pectina fique embebida de glicerol em um béquer previamente
limpo e seco. Adicionou-se a solução de pectina com o auxilio de uma proveta, 50 mL
de leite lentamente e aos poucos, mexeu-se a solução até homogeneizá-la totalmente e
aquece-se a solução com o auxilio de uma chapa até a ebulição. Cobriu-se com papel
alumínio e deixou-se resfriar em temperatura ambiente.
Repetiu-se a experiência utilizando 50 mL de água em vez do leite.
Novamente repetiu-se a experiência utilizando 50mL de água e adicionando-se à
solução de pectina 4mL de CaCl2 0,1M.
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6. RESULTADO E DISCUSSÃO
6.1. Resultados
Tabela 1. Formação do gel péctico com pectina ATM.
20 mL H2O + 30 g
Sacarose + 0,5 g
Ácido Cítrico
20 mL H2O + 52 g
Sacarose + 0,5 g
Ácido Cítrico
20 mL H2O + 30 g
Sacarose + 1,5 g
Citrato de Sódio
0,3 g
Pectina
ATM
Formação de gel de
firme consistência
Formação de gel
extremamente rígido
Formação de gel de
baixíssima consistência
Tabela 2. Formação do gel péctico com pectina BTM.
1 mL Glicerol +
50 mL Leite
1 mL Glicerol +
50 mL H2O
1 mL Glicerol + 50 mL H2O
+ 4 mL de CaCl2 0,1 M
0,8 g
Pectina
BTM
Formação de gel
extremamente
rígido
Formação de gel
de baixíssima
consistência
Formação de gel de firme
consistência
6.2. Discussão
De acordo com os resultados obtidos quando foi mantido o mesmo
volume de água e a mesma quantidade de sacarose, alterando apenas o aditivo que seria
o ácido cítrico e o citrato de sódio, a formação do gel foi totalmente diferente. Na
presença do ácido cítrico ocorreu formação de gel com alta consistência, já na presença
do citrato de sódio, ocorreu uma formação de gel com baixíssima consistência. Quando
aumentamos quantidade de sacarose obteve-se um gel extremamente rígido.
Já na condição 0,8g Pectina BTM ouve também uma grande diferença
na consistência do gel quando mudado o produto em questão. Na presença do leite
obteve-se um gel extremamente rígido e na presença da água ocorreu uma formação de
gel com baixíssima consistência.
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7. CONCLUSÃO
Concluiu-se que existe uma grande diferença na obtenção dos géis de
acordo com a variação dos produtos e aditivos. Existem variáveis para que se consiga
um gel em boas condições de firme consistência. No caso da pectina ATM, a solução B
(20 mL H2O + 52 g Sacarose + 0,5 g Ácido Cítrico) obteve um gel mais firme, já a
pectina BTM foi a solução A (1 mL Glicerol + 50 mL Leite).
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BARUFFALDI, Renato; OLIVEIRA, Maricê Nogueira de.
Fundamentos de Tecnologia de Alimentos. Vol.3. Ed. Atheneu. São Paulo, 1998.
HEBBEL, Prof. Dr. Hermann Schmidt. Aditivos y Contaminantes de
Alimentos. Editora Fundacion Chile. Santiago-Chile. 1979
BOBBIO, Florindo O. Introdução à Química de alimentos. Campinas,
1985.
FENNEMA, Owen R. Química de los alimentos. Editora Acribia, S.A.
Zaragoza, Espanha, 1993.