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Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2007 Turismo de Esportes e Aventura Disciplina na modalidade a distância 3ª edição revista

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Palhoça

UnisulVirtual

2007

Turismo de Esportes e Aventura

Disciplina na modalidade a distância

3ª edição revista

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Créditos

Unisul - Universidade do Sul de Santa CatarinaUnisulVirtual - Educação Superior a Distância

Campus UnisulVirtualAvenida dos Lagos, 41 Cidade Universitária Pedra BrancaPalhoça – SC - 88137-100Fone/fax: (48) 3279-1242 e3279-1271E-mail: [email protected]: www.virtual.unisul.br

Reitor UnisulGerson Luiz Joner da Silveira

Vice-Reitor e Pró-Reitor AcadêmicoSebastião Salésio Heerdt

Chefe de Gabinete da ReitoriaFabian Martins de Castro

Pró-Reitor AdministrativoMarcus Vinícius Anátoles da Silva Ferreira

Campus SulDiretor: Valter Alves Schmitz NetoDiretora adjunta: Alexandra Orsoni

Campus NorteDiretor: Ailton Nazareno SoaresDiretora adjunta: Cibele Schuelter

Campus UnisulVirtualDiretor: João VianneyDiretora adjunta: Jucimara Roesler

Equipe UnisulVirtual

AdministraçãoRenato André LuzValmir Venício Inácio

Avaliação InstitucionalDênia Falcão de Bittencourt

BibliotecaSoraya Arruda Waltrick

Capacitação e Apoio Pedagógico à TutoriaAngelita Marçal Flores (Coordenadora)Caroline BatistaEnzo de Oliveira MoreiraPatrícia MeneghelVanessa Francine Corrêa

Coordenação dos CursosAdriano Sérgio da CunhaAloísio José RodriguesAna Luisa MülbertAna Paula Reusing PachecoCharles CesconettoDiva Marília FlemmingFabiano CerettaItamar Pedro BevilaquaJanete Elza FelisbinoJucimara RoeslerLauro José BallockLívia da Cruz (Auxiliar)Luiz Guilherme Buchmann FigueiredoLuiz Otávio Botelho LentoMarcelo CavalcantiMaria da Graça PoyerMaria de Fátima Martins (Auxiliar)Mauro Faccioni FilhoMichelle D. Durieux Lopes DestriMoacir FogaçaMoacir HeerdtNélio HerzmannOnei Tadeu DutraPatrícia AlbertonRaulino Jacó BrüningRodrigo Nunes LunardelliSimone Andréa de Castilho (Auxiliar)

Criação e Reconhecimento de CursosDiane Dal MagoVanderlei Brasil

Desenho EducacionalDaniela Erani Monteiro Will (Coordenadora)Carmen Maria Cipriani PandiniCarolina Hoeller da Silva BoeingDênia Falcão de BittencourtFlávia Lumi MatuzawaKarla Leonora Dahse NunesLeandro Kingeski PachecoLigia Maria Soufen TumoloMárcia LochViviane BastosViviani Poyer

Núcleo de AcessibilidadeVanessa de Andrade Manoel

Núcleo de Avaliação da AprendizagemMárcia Loch (Coordenadora)Cristina Klipp de OliveiraSilvana Denise Guimarães

Design Gráfi coCristiano Neri Gonçalves Ribeiro (Coordenador) Adriana Ferreira dos SantosAlex Sandro XavierEvandro Guedes MachadoFernando Roberto Dias ZimmermannHigor Ghisi LucianoPedro Paulo Alves TeixeiraRafael PessiVilson Martins Filho

Disciplinas a DistânciaTade-Ane de AmorimCátia Melissa Rodrigues (Auxiliar)

Gerência AcadêmicaPatrícia Alberton

Gerência de EnsinoAna Paula Reusing Pacheco

Logística de Encontros PresenciaisMárcia Luz de Oliveira (Coordenadora) Aracelli AraldiGraciele Marinês LindenmayrJosé Carlos TeixeiraLetícia Cristina BarbosaKênia Alexandra Costa HermannPriscila Santos Alves

Núcleo de Formatura e EventosJackson Schuelter Wiggers

Logística de MateriaisJeferson Cassiano Almeida da Costa (Coordenador)Eduardo Kraus

Monitoria e SuporteRafael da Cunha Lara (coordenador)Adriana SilveiraAndréia DrewesCaroline MendonçaCristiano DalazenDyego RachadelEdison Rodrigo ValimFrancielle ArrudaGabriela Malinverni BarbieriJonatas Collaço de SouzaJosiane Conceição LealMaria Eugênia Ferreira CeleghinRachel Lopes C. PintoVinícius Maykot Serafi m

Produção Industrial e SuporteArthur Emmanuel F. Silveira (coordenador)Francisco Asp

Relacionamento com o MercadoWalter Félix Cardoso Júnior

Secretaria de Ensino a DistânciaKarine Augusta Zanoni Albuquerque(Secretária de ensino)Ana Paula Pereira Andréa Luci MandiraCarla Cristina SbardellaDeise Marcelo AntunesDjeime Sammer Bortolotti Franciele da Silva BruchadoGrasiela MartinsJames Marcel Silva RibeiroJenniff er CamargoLamuniê SouzaLauana de Lima BezerraLiana Pamplona Marcelo José SoaresMarcos Alcides Medeiros JuniorMaria Isabel AragonOlavo LajúsPriscilla Geovana PaganiRosângela Mara SiegelSilvana Henrique SilvaVanilda Liordina HeerdtVilmar Isaurino Vidal

Secretária ExecutivaViviane Schalata Martins

TecnologiaOsmar de Oliveira Braz Júnior(Coordenador)Jeff erson Amorin OliveiraRicardo Alexandre BianchiniRodrigo de Barcelos Martins

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Apresentação

Este livro didático corresponde à disciplina Turismo de Esportes

e Aventura.

O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma,

abordando conteúdos especialmente selecionados e adotando uma

linguagem que facilite seu estudo a distância.

Por falar em distância, isso não signifi ca que você estará sozinho.

Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina também

será acompanhada constantemente pelo Sistema Tutorial da

UnisulVirtual. Entre em contato sempre que sentir necessidade.

Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo, pois sua

aprendizagem é nosso principal objetivo.

Bom estudo e sucesso!

Equipe UnisulVirtual.

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Luiz Guilherme Buchmann FigueiredoJoão Geraldo Cardoso Campos

Turismo de Esportes e Aventura

Palhoça

UnisulVirtual

2007

Livro didático

Design instrucionalCarmen Maria Cipriani Pandini

Ligia Maria Soufen Tumolo

3ª edição revista

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Copyright © U nisulVirtual 2007

N enhum a parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer m eio sem a prévia autorização desta instituição.

Edição – Livro Didático

Professor Conteudista Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo

João Geraldo Cardoso Campos

Design Instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini Ligia Maria Soufen Tumolo

ISBN 978-85-60694-59-4

Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual

Diagram ação

Higor Ghisi Luciano Alex Xavier (2ª ediçao)

Revisão Ortográfica B2B

338.4791 F49 Figueiredo, Luiz Guilherme Buchmann

Turismo de esportes e aventura : livro didático / Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo, João Geraldo Cardoso Campos ; design instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini, Ligia Maria Soufen Tumolo. – 3. ed. rev. – Palhoça : UnisulVirtual, 2007.

162 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-60694-59-4

1. Turismo. 2. Aventura e aventureiros. I. Campos, João Geraldo

Cardoso. II. Pandini, Carmen Maria Cipriani. III. Tumolo, Ligia Maria Soufen. III. Título.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca U niversitária da U nisul

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Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03Palavras dos professores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

UNIDADE 1 – O turismo esportivo e de aventura no âmbito do lazer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

UNIDADE 2 – O turismo esportivo e de aventura: origens e defi nições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

UNIDADE 3 – Esportes de aventura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

UNIDADE 4 – Novos Esportes de Aventura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

UNIDADE 5 – Turismo de Observação e Fotográfi co . . . . . . . . . . . . . . . . . 135

Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . 159

Sumário

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Palavras dos professores

Prezado Aluno!

Seja bem-vindo à disciplina Turismo de Esportes e

Aventura!

A natureza sempre esteve presente na vida do homem

em todos os momentos de sua evolução, no cenário

das diversas manifestações de sua vida, no âmbito da

sobrevivência, da fi xação de morada, da utilização dos

recursos naturais e da utilização do espaço natural como

lazer e divertimento.

O meio ambiente alterou-se e altera-se

signifi cativamente com uma dinâmica muito grande,

tendo em vista a exploração imobiliária e o esgotamento

dos recursos naturais em contrapartida à utilização do

espaço ou degradação do ambiente.

O desenvolvimento da urbanização e a proximidade

das residências ao local de trabalho desde a Revolução

industrial em meados do século XVI fez com que

a relação do homem com a natureza tenha sido

minimizada.

Atualmente a natureza tem sido revalorizada pelo

homem, que busca desenvolver diversas atividades

principalmente em seu tempo livre. Os ambientes

naturais são procurados por sua beleza, tranqüilidade

e possibilidade de ações físicas, contemplativas e

espirituais, nas quais os indivíduos buscam uma melhora

da qualidade de vida e alívio dos desgastes gerados pelas

grandes cidades e pelo excesso de trabalho.

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Os esportes de aventura na natureza juntamente com o

turismo aos ambientes naturais são as manifestações que mais

ganham corpo nos dias atuais, assim como o surgimento de

grande variedade de equipamentos, técnicas e esportes. Rios,

lagos, trilhas, ventos, paisagens remotas e adrenalina são os

combustíveis motivadores que fazem com que executivos, pais de

famílias, crianças, jovens e indivíduos da terceira idade busquem

este tipo de lazer e turismo.

Prof. Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo

Prof. João Geraldo Cardoso Campos

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Plano de estudo

O plano de estudos visa a orientar você no

desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que

o ajudarão a conhecer o seu contexto e a organizar o seu

tempo de estudos.

O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual

leva em conta instrumentos que se articulam e se

complementam, portanto, a construção de competências

se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das

diversas formas de ação/mediação.

São elementos desse processo:

O Livro didático.

O EVA (Espaço UnisulVirtual de

Aprendizagem).

Atividades de avaliação (complementares, a

distância e presenciais).

Ementa da disciplinaEsportes de aventura, classifi cação e limitações. Rafting,

trekking, rapel e escaladas, montainbike, motocross,

parapente; Novos esportes radicais; Equipamentos de

proteção; Turismo de observação e fotográfi co.

Carga horária:60 horas – 4 créditos

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Objetivo(s)

GeralCapacitar os acadêmicos para que estes possam caracterizar,

conceituar e classifi car o turismo de esportes e aventura, suas

limitações e impactos, visando a identifi car os diversos tipos

de atividades esportivas e de aventura, possíveis ambientes

rurais e os equipamentos de proteção e segurança adequados e

possibilidades de ações profi ssionais.

Objetivos específi cosConceituar e classifi car Turismo de Esportes e Aventura;

Identifi car características e limitações do Turismo de

Esportes e Aventuras;

Identifi car os tipos de impactos gerados por este tipo de

turismo;

Apresentar equipamentos de proteção e segurança;

Apresentar possibilidades de atuação no ambiente rural.

Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o Livro Didático desta

disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos

resultados que você deverá alcançar ao fi nal de uma etapa de

estudo. Os objetivos de cada unidade defi nem o conjunto de

conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento

de habilidades e competências necessárias a sua formação.

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Unidades de estudo:

Unidade 1 – O Turismo Esportivo e de Aventura no Âmbito do Lazer

Nesta unidade, você vai estudar: lazer: conceitos, classifi cações,

condições e obstáculos; conteúdos culturais do lazer; turismo

esportivo e de aventura.

Unidade 2 – O Turismo Esportivo e de Aventura: origens e defi nições

Nesta unidade, você vai estudar: origens do turismo esportivo

e de aventura; defi nição do turismo esportivo e de aventura;

classifi cação dos esportes de aventura; o turismo esportivo e de

aventura e o ambiente rural.

Unidade 3 – Esportes de Aventura

Nesta unidade, você vai estudar: os esportes de aventura como

rafting, trekking, rapel, mountain-bike e parapente, seus históricos,

conceitos, classifi cações, materiais e equipamentos utilizados e

procedimentos de segurança.

Unidade 4 – Novos Esportes de Aventura

Nesta unidade, você vai estudar: alguns dos novos esportes de

aventura como o canyoning, a cavalgada, a pesca esportiva, o bóia

cross, o arvorismo, a canoagem e o balonismo, seus históricos,

os conceitos, as classifi cações, os materiais e equipamentos

necessários para a prática de cada um destes esportes bem como

os procedimentos de segurança.

Unidade 5 – Turismo de Observação e Fotográfi co

Nesta unidade, você vai estudar: a importância da prática do

turismo de observação e fotográfi co para o ambiente receptivo

como forma de preservação ambiental e reconhecer a valorização

das características naturais e artifi ciais das regiões.

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Agenda de atividades/ Cronograma

Verifi que com atenção o EVA, organize-se para

acessar periodicamente o espaço da disciplina. O

sucesso nos seus estudos depende da priorização

do tempo para a leitura, da realização de análises

e sínteses do conteúdo e da interação com os seus

colegas e tutor.

Não perca os prazos das atividades. Registre no

espaço a seguir as datas com base no cronograma da

disciplina disponibilizado no EVA.

Use o quadro para agendar e programar as atividades

relativas ao desenvolvimento da disciplina.

Atividades de Avaliação

Demais atividades

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UNIDADE 1

O turismo esportivo e de aventura no âmbito do lazer

Objetivos de aprendizagem

Conceituar e caracterizar lazer.

Identifi car os obstáculos à prática do lazer.

Compreender e identifi car os conteúdos culturais do lazer.

Contextualizar o turismo esportivo e de aventura como conteúdo do lazer.

Seções de estudo

Seção 1 O lazer e sua história no mundo e no Brasil

Seção 2 Conceitos do lazer

Seção 3 Propriedades e obstáculos para o lazer

Seção 4 Conteúdos culturais do lazer

Seção 5 O turismo esportivo e de aventura como lazer

1

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de conversa

O lazer é uma atividade pertencente ao cotidiano das pessoas,

seja nos fi nais de semanas, feriados, férias ou em outros

momentos de tempo livre. Porém, ela passa desapercebida já

que a maior preocupação está na fruição das suas atividades

para a satisfação das necessidades humanas, o divertimento e o

descanso.

Quando se fala de lazer logo imaginamos uma praia, um parque,

um cinema ou uma viagem, mas as ações que hoje desenvolvemos

tiveram sua origem no homem primitivo e foram desenvolvendo-

se em cada momento de nossa civilização. A Revolução

Industrial, em meados do século XVII, transformou a sociedade

e as relações humanas, alterando assim, as manifestações de lazer

das pessoas, gerando tempos específi cos de lazer e trabalho e a

sistematização do lazer e do turismo.

É neste sentido que esta primeira unidade traz a você uma

viagem na história do lazer desde os primórdios do homem

até os dias atuais e, ainda, as características e obstáculos para

o desenvolvimento do lazer, os conteúdos culturais do lazer e

como que o turismo esportivo e de aventura na natureza é parte

integrante do lazer e dos momentos de tempo livre das pessoas.

SEÇÃO 1 – O lazer e sua história no mundo e no Brasil

Como primeiro ponto, é preciso considerar que desde a Pré-

História, o homem realiza atividades em busca da diversão e do

contentamento, principalmente por meio de atividades vinculadas

à adoração de entidades religiosas, por meio de cultos evocando

entidades da natureza, atividades físicas como as caçadas e a luta

pela sobrevivência, atividades artísticas com objetivos estéticos

e atividades festivas como a comemoração ao êxito em caçadas,

conquista de novos territórios e outras manifestações.

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 1

Naquele momento da história evolutiva, a preocupação com

o lúdico não se apresentava com tanta intensidade, já que

a predominância maior de atitudes relacionava-se com a

subsistência e sobrevivência. O lúdico apresentava-se relacionado

à estética, quando as pessoas se vestiam para a realização

de rituais e cultos, às expressões artísticas como a pintura nas

paredes das cavernas e esculturas em pedra e madeira e, também,

na ornamentação de instrumentos utilitários.

Você sabia?

Que estudos arqueológicos apresentam o aparecimento dos primeiros brinquedos na era do bronze, onde foram encontradas bonecas, bolas, piões e outros? Que alguns equipamentos utilizados somente em caráter utilitário transformaram-se em brinquedos como: o arco e a fl echa, a lança, estilingue, as panelinhas, pratinhos de barro e outros instrumentos que se relacionavam exclusivamente com as atividades utilitárias do dia –a dia daquelas civilizações.

Na Antigüidade Clássica as manifestações lúdicas e culturais

se evidenciavam por meio de uma gama maior de atividades

ligadas à busca da satisfação e do contentamento. Diversos povos

as desenvolveram, mas aqueles que mais se destacaram foram os

gregos e os romanos.

Na Grécia antiga apresentavam-se diversas atividades

relacionadas aos aspectos físico, social, artístico e intelectual.

Platão mostrava atividades relacionadas às declamações de

poesias e diálogos, ao pugilato, ao xadrez, aos esportes, à

ginástica preventiva, ao teatro, à caça e às corridas a pé, que

caracterizavam as atividades lúdicas da época.

Os romanos eram adeptos das diversões em arenas e hipódromos

e as atividades vinculavam-se à lutas corporais, corridas de

cavalo e lutas de bárbaros contra animais e outras manifestações

mais rústicas.

Roma desenvolveu atividades físicas por causa da busca pelo

fortalecimento corporal para enfrentar batalhas na conquista de

novos territórios.

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Em diversos momentos, o fi lme Gladiador apresenta aspectos relacionados ao lazer, com arenas e lutas entre homens que eram considerados escravos, estrangeiros ou militares de exércitos contrários ao império romano. A cena principal do fi lme, na qual o personagem Maximus e seus aliados lutam contra diversos outros gladiadores no Coliseum, mostra vários momentos que podem ter originado o entretenimento de massa em grandes arenas ou estádios. Segundo contam os historiadores, estas manifestações eram oferecidas ao público como uma forma de fazer com que eles esquecessem os problemas políticos e sociais.

O império romano dominou a Grécia no século II a.C. e todas as

manifestações culturais e lúdicas realizadas pelos gregos, como os

jogos olímpicos, foram sendo eliminados ou foram interrompidos

em 393 d.C.

Na Idade Média, com a instituição do cristianismo, grande

parte das atividades lúdicas realizadas que geravam prazer e

contentamento à população foram extintas e substituídas pelas

comemorações e festividades do calendário cristão. As atividades

populares diminuíram consideravelmente porque somente os

nobres e a aristocracia participavam de tais festejos.

No período feudal, as atividades eram restritas aos senhores que

participavam e assistiam a jograis, cavalgadas e festividades.

Foi a partir do século XV que as expressões literárias, artísticas

e as inovações científi cas ressurgiram, baseadas nas expressões

clássicas advindas dos gregos, fenícios, cretenses e outros povos

da antiguidade, dando origem assim à Renascença.

Com o aumento das invenções no século XVI, principalmente

aquelas ligadas às formas de trabalho, apareceu a Revolução

Industrial. Ela transformou radicalmente o estilo de vida do

homem, aumentado seu tempo de trabalho, gerando desgastes e

diminuindo seu tempo livre porque, na época, o que comandava

o ritmo de vida do homem estava ligado à produtividade e ao

ritmo das máquinas. A Revolução Industrial provocou uma

grande alteração na cultura, na sociedade e no modo de vida em

geral.

Estes jogos eram encarados pelos gregos não apenas como jogos normais, mas sim como um sinônimo de devoção aos deuses.

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Unidade 1

O fi lme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, nos mostra diversas cenas que podem exemplifi car o que aconteceu na Revolução Industrial. A repetição das ações, a falta de condições e a excessiva jornada de trabalho faziam com que o homem tivesse diversos desgastes físicos e mentais. O fi lme mostra Charles Chaplin saindo da fábrica após o seu horário de trabalho e mantendo os mesmos movimentos de braços que fazia enquanto executava o seu trabalho na esteira. Outro momento é quando ele foi ao banheiro fumar um cigarro, ou seja, estava tendo um momento de prazer durante o trabalho, e aparece uma imensa tela na qual seu patrão o manda voltar ao trabalho, como um imenso Big Brother atual.

Foi nesse período que pensadores sociais iniciaram estudos

voltados à necessidade de um tempo extra-profi ssional, onde

o homem, além de revigorar suas energias desgastadas pelo

trabalho, pudesse satisfazer suas necessidades pessoais.

Perceba que é na busca da realização de atividades para satisfazer

as necessidades pessoais do homem em seu tempo extra-

profi ssional, cujo período fi cou conhecido como tempo de não-

trabalho, que a evolução das ações desenvolvidas por sindicatos,

associações e outras entidades vinculadas aos trabalhadores se

fortaleceram.

Desta forma, a ludicidade inerente ao ser humano manifesta-se

no tempo de não-trabalho, sistematizando de certa forma o lazer

que hoje conhecemos, gerando novas atitudes do homem e novos

valores para a sociedade.

Com a urbanização desordenada no século XX, os espaços se tornaram cada vez mais restritos. Assim, o lazer se torna a cada dia uma exigência pessoal e social desejável para qualquer cidadão.

A criação dos parques de recreio que apareceram na Alemanha e

posteriormente nos Estados Unidos da América foram os passos

iniciais para o desenvolvimento de espaços públicos de lazer e

recreação. Atualmente os espaços e equipamentos utilizados para

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Universidade do Sul de Santa Catarina

as ações práticas são inúmeros e por vezes inimagináveis devido

ao desenvolvimento tecnológico e às contextualizações culturais.

E você sabe como foi no Brasil?

É importante notar que antes dos colonizadores portugueses

chegarem ao Brasil, as atividades realizadas pelos índios habitantes

do país tinham caráter semelhante às das sociedades primitivas,

como adoração aos deuses, cultos e rituais religiosos, caça e pesca,

festas em celebração às caçadas, atividades físicas de transposição

de lagos, rios, o remo, as caminhadas nas matas e outras.

Com a chegada das expedições advindas da Europa para

colonizar e extrair riquezas, o Brasil tornou-se uma colônia

de exploração de Portugal, onde as atividades lúdicas tinham

pouca importância devido à busca de riquezas e exploração

das potencialidades da nova terra conquistada. Desta forma,

o período colonial brasileiro marcou-se por poucas atividades

lúdicas da população.

Você sabia?

As festas ofi ciais da época eram ligadas ao calendário real e religioso, realizadas nas capitais e abertas à participação de todos. A cultura trazida pelos escravos, oriundos em sua grande maioria da África, manifestava-se nas senzalas através dos batuques, danças, crenças e suas manifestações culturais.

Com a chegada da família real, as práticas tornaram-se mais

freqüentes, devido ao aumento das atividades e das reuniões

sociais, já que as pessoas trouxeram hábitos e atividades que

costumavam realizar na Europa.

Com a instalação da República, as cidades e principalmente

as capitais se ampliaram e se modernizaram, garantindo assim

novos modos de entretenimento e atividades de lazer. Esta

afi rmação interliga-se com a afi rmação de Marcelino (1998),

quando este coloca que o desenvolvimento do lazer no Brasil está

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 1

relacionado diretamente ao desenvolvimento e urbanização das

cidades.

As primeiras atividades recreativas e praças de recreação apareceram

na cidade gaúcha de Porto Alegre e foram construídas com

equipamentos rústicos: pneus e cordas amarradas em árvores,

caixas de areias e troncos de árvores. Tais idéias foram trazidas

pelo Prof. Frederico Gaelzer, numa imitação das praças de

recreação americanas.

O aparecimento de clubes recreativos e agremiações visando ao

desenvolvimento de atividades de lazer e recreação aconteceu

com a vinda dos imigrantes europeus. Foi também no

Rio Grande do Sul em meados de 1902, que surgiram

os clubes recreativos e agremiações formados pelos

imigrantes. Desde então, o lazer e a recreação brasileira

evoluíram em todo o país, de acordo com as peculiaridades

culturais de cada região brasileira.

SEÇÃO 2 – Conceitos de lazerHá uma grande diversidade de conceitos a respeito do lazer, pois

alguns se relacionam aos aspectos sociológicos e outros estão

voltados às manifestações práticas.

Neste sentido, para que você possa inicialmente compreender o

conceito de lazer, é necessário que você compreenda a origem da

palavra.

Os gregos antigos consideravam o lazer atual como o “licere”, ou

seja, para que tivesse este signifi cado lícito, permitido, o indivíduo

poderia escolher livremente algum tipo de ação que lhe desse

prazer e satisfação dentre as diversas atividades que compunham

sua vida.

Um dos sinônimos antigos para o lazer que hoje praticamos relacionava-se à palavra “schole”, que signifi cava o auto-desenvolvimento dos indivíduos por meio de atividades que lhes proporcionassem um incremento cultural individual e coletivo. Este sinônimo nos dias atuais deu origem à palavra “escola”.

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Outro sinônimo para o lazer está relacionado ao ócio, que vem

carregado de signifi cados pejorativos, porém, a palavra ócio

teve a sua origem no vocábulo “otium”, que para os gregos

na antiguidade tinha a conotação de descanso, sossego,

contemplação e, que na Idade Média, transformou-se em uma

ação relacionada à preguiça, vadiagem e demais especifi cações

neste sentido.

No âmbito conceitual a evolução se relaciona com o

desenvolvimento da sociedade e com a importante contribuição

das ciências sociais para o desenvolvimento dos conceitos sobre

lazer.

Aristóteles, que viveu entre 384 a.C a 322 a.C, apresenta o conceito de lazer como educação, ou seja, utiliza-se do “scholé” como ferramenta de lazer e educação de si próprio exclusivamente ao cidadão grego, sendo este lazer subsidiado pelo modo escravocrata, no qual os escravos eram os mantenedores dos cidadãos no âmbito do trabalho.

De 354 a 430, Santo Agostinho traçava um comparativo entre a

vida séria e a vida lúdica, mas a ludicidade e as manifestações

vinculadas ao lazer ou às diversões que as pessoas tinham eram

tolhidas, já que o trabalho e as obrigações religiosas eram mais

valorizados. Uma das expressões que marcaram aquela época e

que até hoje ouvimos em nosso dia a dia é:

“O trabalho dignifi ca o homem, enquanto que a ociosidade é a mãe de todos os vícios”.

Paul Lafargue (1841 a 1911) apresentou o primeiro manifesto

escrito a favor de um tempo fora do trabalho, condenando o

dogma do trabalho, tendo em vista que, na época, o trabalho era

considerado a primeira necessidade do homem.

Th orstein Veblen, que viveu entre 1857 a 1922, apresentou

a suntuosidade e o glamour do lazer nos Estados Unidos da

América dizendo que a diferenciação de classes sociais poderia

ser observada por meio das ações de lazer desenvolvidas pelas

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Unidade 1

pessoas da sociedade e publicou a obra Teoria da Classe Ociosa,

mostrando o lazer como símbolo de distinção social.

David Riesman, que viveu de 1909 a 2002, apresentou pela

primeira vez um tempo especifi camente destinado ao lazer. Ele

confi rmou a obra anterior de Veblen e ainda apresentou uma outra

frase:

“A idéia que nascemos livres e iguais é em parte verdadeira e em parte enganosa; na realidade, nascemos diferentes, mas perdemos nossa liberdade tentando ser iguais aos outros”. (RIESMAN, 1979, p. 58).

Esta frase defi niu um padrão de comportamento norte-americano

à época com relação ao lazer e com a busca das pessoas com

menores condições de poderem desenvolver as mesmas ações de

lazer dos grandes detentores de capital.

Georges Friedman (1903 a 1977) expõe no continente europeu

a primeira proposta de humanização no ambiente de trabalho,

apresentado na obra O Trabalho em Migalhas, na qual apresenta o

embrutecimento das pessoas subordinadas ao trabalho industrial.

Joff re Dumazedier (1915 a 2002) estudou o lazer nos âmbitos

técnico-científi co e ético-estético, propondo uma nova visão

de lazer baseada na visão grega de Aristóteles, só que não

mais subsidiada no trabalho escravo. Neste sentido, o lazer

e o trabalho são complementares, ou seja, o tempo de lazer

é um tempo “pago” pelo trabalho e o lazer assume posturas

e valores positivos, liberatórios, hedonísticos, de alegria, de

improdutividade e de gratuidade. O conceito de lazer apresentado

por este autor é o mais utilizado em países de língua portuguesa.

“Lazer é um conjunto de ocupações as quais os indivíduos podem se entregar de livre vontade, seja para repousar, divertir-se, recrear-se, entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntária, ou seja, livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações familiares, profi ssionais e sociais.” (DUMAZEDIER, 1979, p. 73).

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Domenico De Masi, autor da obra o Ócio Criativo, manifesta

que a qualidade de vida no tempo livre deve ser bem aproveitada

tendo em vista a fadiga mental e física no ambiente de trabalho.

No Brasil, Nelson Carvalho Marcellino se apresenta como um dos

maiores autores do país, relatando que o lazer é a cultura vivenciada

em tempo disponível, com um caráter desinteressado, onde a única

recompensa é a satisfação pessoal encontrada na situação.

SEÇÃO 3 – Propriedades e obstáculos para o lazerO lazer apresenta quatro propriedades específi cas das atividades,

segundo Dumazedier (1979, p. 94), na forma dos seguintes

caracteres:

Liberatório

Esta propriedade resulta da escolha feita espontaneamente

(livremente). Este caracter faz referência à satisfação das

necessidades vitais e às obrigações de cunho institucional.

A liberdade de escolha proporciona ao lazer características

criativas e críticas, já que nos momentos de espontaneidade faz

com que o homem possa desenvolver-se de forma desinteressada,

como é apresentado no conceito de Duzmazedier.

Desinteressado

O lazer desperta a busca pela prática de inúmeras atividades,

entre elas de natureza física, artística, social, manual, intelectual,

sem que, no entanto, elas estejam condicionadas a um fi m

material ou social.

O praticante de qualquer ação de lazer não se preocupa com

recompensas materiais, mas simplesmente com a satisfação de

suas necessidades, seja no âmbito coletivo ou individual, como

apresentado no conceito que menciona: “... repousar, recrear,

divertir-se e entreter-se.”

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Unidade 1

Hedonismo

É a busca do estado de satisfação e das possibilidades de

prazer geradas pela escolha, pela liberdade e pela atividade

a ser desenvolvida, após libertar-se das obrigações

religiosas, familiares, políticas e profi ssionais, e

referida na última frase do conceito apresentado

anteriormente.

Pessoal

O lazer é uma escolha pessoal, no tempo livre de cada indivíduo,

que pode basear-se nas suas necessidades ou nas infl uências

geradas pelo grupo ou sociedade aos quais o indivíduo pertence,

mas, mesmo assim, apresenta-se como uma escolha.

Os obstáculos para o desenvolvimento de ações de lazer

As difi culdades encontradas para o desenvolvimento das

atividades de lazer estão relacionadas a diversos fatores. Fatores

estes que estão presentes no dia-a-dia das pessoas e que, se

não impossibilitam o desenvolvimento das ações e lazer,

podem difi cultar suas práticas. Os obstáculos podem

relacionar-se aos aspectos sócio-ambientais e a fatores

ligados ao indivíduo e suas condições.

Neste sentido, os fatores sócio-ambientais podem ser:

difi culdades econômicas: por mais que o lazer

possa ser uma atividade desenvolvida no próprio

ambiente familiar, em alguns momentos pode estar

vinculada a deslocamentos, pagamentos ou outras formas

de gastos fi nanceiros.

diferença entre classes: algumas atividades de lazer

podem ser rotuladas como específi cas para determinada

camada da população, que pode ser diferenciada pela sua

representação geográfi ca, raça, crenças, nível educacional

ou econômico-fi nanceiro.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

aumento da violência e da criminalidade: cada vez mais

estes dois aspectos estão ganhando espaço no âmbito das

cidades, fazendo com que as pessoas procurem atividades

de lazer em ambiente seguros. O aumento de atividades

domésticas de lazer tem crescido demasiadamente nos

últimos anos, tendo em vista a falta de segurança nos

espaços públicos e a falta de condições e manutenção dos

equipamentos oferecidos à população.

diminuição dos espaços destinados ao lazer: o aumento

populacional nas grandes cidades faz com que os espaços

destinados ao lazer diminuam constantemente. A

especulação imobiliária e a despreocupação com o lazer

fazem com que estes locais estejam desaparecendo a cada

dia.

regionalismo: cada região brasileira possui características

diferentes, tanto no âmbito cultural, quanto no âmbito do

lazer. Este último relaciona-se às práticas de lazer deixadas

pelos colonizadores e às condições que os moradores

possuem para o desenvolvimento das atividades de lazer.

Tais práticas são, ainda, infl uenciadas pela colonização

das regiões até os dias atuais, condições básicas de vida,

e possibilidades e oportunidades de desenvolvimento

do lazer. Pode-se observar esta relação entre o ambiente

urbano e o ambiente rural porque eles possuem diferentes

alternativas de lazer. Em algums momentos as pessoas que

neles se situam – pode-se dizer até que em quase todos

os momentos – valorizam o ambiente e as oportunidades

existentes nos locais que não são os seus locais de origem

– a valorização do oposto.

a falta de relacionamentos interpessoais: a falta de amigos

pode ser uma das difi culdades para a prática de lazer,

tendo em vista que o homem é um ser social, que gosta

de desenvolver suas ações prazerosas com outras pessoas,

principalmente, se forem de suas relações mais próximas,

tendo em vista as possibilidades de diversão e recordação.

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Unidade 1

a falta de tempo livre: o tempo livre, juntamente com a

a atitude, atividade e o espaço são fatores fundamentais

para o desenvolvimento das práticas de lazer. Neste caso,

a falta de tempo livre disponibilizado à prática do lazer

apresenta-se como obstáculo ao lazer.

desconhecimento das oportunidades de lazer: em muitos

momentos, a falta de conhecimento das possibilidades

de lazer oferecidas na cidade, pode impossibilitar o

desenvolvimento ou o acesso às práticas de lazer, fazendo

com que estas pessoas não venham a desenvolver tais ações.

No âmbito dos fatores individuais que podem ser obstáculos ao

lazer, pode-se citar:

gênero: os homens praticam mais lazer do que as

mulheres porque, mesmo com a grande evolução da

inserção das mulheres no mercado de trabalho e a

contrapartida masculina de cooperação nas atividades

domésticas, mesmo assim as mulheres desempenham

outros papéis além do trabalho fora do ambiente

doméstico.

idade do praticante: há uma maior incidência de

praticantes na faixa etária entre os 25 e 30 anos de idade.

Isto ainda pode ser relacionado a um maior tempo livre,

visto que as preocupações e ocupações familiares, sociais

e de trabalho ocupam uma parte preciosa do tempo total

de cada indivíduo.

falta de predisposição: a falta de uma atitude

predisposta ao desenvolvimento das atividades de lazer

pode ser um obstáculo a sua prática. Os relacionamentos

pessoais diminuem tal incidência, já que os estímulos

externos provenientes de amigos e parentes podem

motivar o indivíduo para o desenvolvimento do lazer.

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SEÇÃO 4 – Conteúdos culturais do lazerO lazer possibilita múltiplas formas de relacionamento e de

ações práticas, devido aos seus conteúdos culturais que visam

a desenvolver o ser humano em sua totalidade por meio de

atividades propostas pelo lazer.

Como você já pôde estudar anteriormente, a classifi cação dos

conteúdos culturais está relacionada aos interesses motores,

intelectuais, artísticos, turísticos e interativos, que são

classifi cados da seguinte forma:

atividades físicas: são atividades que envolvem ações

motoras, não ligadas à natureza da competição e

apresentam-se desprovidas de regulamentos competitivos.

A ginástica, a musculação, a caminhada, a dança, andar

de bicicleta, corrida no parque e outras manifestações são

exemplos deste tipo de conteúdo do lazer.

atividades esportivas: atividades relacionadas diretamente

ao esporte, desconsiderando a performance, mas

considerando-se as regulamentações específi cas de cada

modalidade esportiva. Este conteúdo se divide em: esportes

tradicionais e esportes radicais.

atividades manuais: são desenvolvidas no decurso da

exploração, por meio de um processo de transformação

de materiais, a partir da invenção de objetos por

intermédio da impressão de formas e utilizado-se das

mãos como ferramenta para esta nova confecção. O

tricô, crochê, jardinagem, artesanato são exemplos deste

conteúdo.

atividades intelectuais: caracterizam-se pela busca

da informação real de forma espontânea, pelo desejo

de explorar a racionalidade a fi m de satisfazer suas

curiosidades e a vontade de descobrir; estudar. Os

exemplos podem estar relacionados a simples conversas

informais até a leitura de livros, revistas, cursos,

programas de televisão (documentários), etc.

atividades artísticas: teatro, cinema, artes e expressões

desta natureza estão diretamente relacionados a

sentimentos, emoções, imagem e beleza, fatores

Os esportes tradicionais relacionam-se a esportes de quadra, campo, pistas ou piscinas, como: futebol, basquete, voleibol, tênis e outros. Já os esportes radicais compreendem as ações desenvolvidas em ambientes naturais, na terra, no ar e na água, tendo relação com o risco e com a aventura. Trekking, Rafting, Montain Bike e outros compõem parte deste conteúdo.

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Unidade 1

subjetivos e individuais, que levam os participantes

a crescer, a mostrar o melhor de si por meio de

suas imaginações e que se concretizam nas suas

manifestações.

atividades sociais: visam a promover a relação

interpessoal, integração e interação das pessoas,

promovendo o estabelecimento do contato entre elas.

Estes objetivos são efetivados por meio de reuniões,

jantares e almoços, confraternizações e outras

manifestações.

atividades turísticas: atividades realizadas fora da

cidade de residência, tendo como motivação principal a

busca pelo conhecimento e contato com novos lugares,

culturas, possibilitando a quebra da rotina e fomentando

novos relacionamentos. Excursões, passeios, viagens são

exemplos deste conteúdo.

atividades interativas: são desenvolvidas no tempo de

lazer com a internet funcionando como ferramenta-chave

na busca pela exploração das infi nidades de conteúdos

existentes.

SEÇÃO 5 – O turismo esportivo e de aventura no contexto do lazer

O turismo esportivo e de aventura está inserido nos conteúdos

culturais do lazer, visto que a prática do turismo esportivo se dá

por meio do deslocamento de pessoas de uma cidade a outra com

o intuito da prática esportiva na cidade de destino.

O turismo esportivo não se apresenta no âmbito

do estudo do turismo como uma atividade

competitiva porque o deslocamento de esportistas

de uma localidade para outra com fi ns competitivos

caracteriza-se como turismo de eventos. Já o turismo

esportivo acrescido do termo aventura apresenta-se

como conotação de esportes tradicionais e de aventura,

como expressado no contexto do conteúdo esportivo de

lazer.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Neste sentido, considerando-se o lazer como foco principal de

análise e do turismo como análise transversal, pode-se observar

que o Turismo Esportivo e de Aventura apresenta-se ligado aos

conteúdos culturais do lazer no âmbito esportivo e turístico.

Eles são desenvolvidos no tempo livre dos indivíduos e em

locais turísticos que na grande maioria estão localizados em

ambientes naturais, muito próximo de localidades rurais, as

quais possibilitam acomodação, alimentação e acesso aos locais

de práticas esportivas.

Cabe então deixar claro que existe uma diferença entre esportes de aventuras e turismo esportivo e de aventura. Os primeiros relacionam-se aos esportes propriamente ditos e podem ser realizados em ambientes projetados artifi cialmente e mesmo em ambientes internos – in door ou em meio à natureza – out door. O turismo de maneira geral caracteriza-se pelo deslocamento de um indivíduo de uma cidade ou região a outra, levado por uma motivação e, no caso do turismo esportivo e de aventura, a motivação está no esporte de aventura.

No Brasil não existem órgãos reguladores da atividade esportes

de aventura, mas sim apenas algumas confederações esportivas

que fazem referência ao esporte em si.

Os praticantes do esporte de aventura e, por conseguinte, do

turismo esportivo e de aventura formam-se pela prática, na qual

a credibilidade é gerada pela experiência exercida pelas empresas

ou pelos profi ssionais.

Você sabia?

O Ministério do Turismo juntamente com o Instituto de Hospitalidade (IH), Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura (ABETA), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estão promovendo uma certifi cação buscando a qualidade na prestação destes serviços.

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Unidade 1

Os profi ssionais atuantes nestas modalidades são originados

de práticas de lazer, ou seja, eles praticaram determinada

atividade anteriormente como lazer e, posteriormente, vieram

a profi ssionalizar-se em diversas áreas de atuação – Educação

Física, Turismo, Geografi a, Biologia, Engenharia e outras.

Porém, cabe ressaltar que cada uma destas ciências não possui

ainda condições de aplicabilidades pedagógicas e práticas em seus

currículos, no que se refere ao aprendizado de práticas e técnicas

de cada modalidade esportiva de aventura.

Sendo assim, a experiência nesta área se revela pelo estudo das

técnicas das modalidades esportivas de aventura em questão,

somada ao conhecimento prático.

Lembre-se que somente o conhecimento teórico é insufi ciente

para o desenvolvimento prático das atividades esportivas de

aventura.

Leia, a seguir, a síntese da Unidade, realiaze as questões de

avaliação e consulte as bibliografi as complementares.

Síntese

O lazer que atualmente desenvolvemos é produto da

industrialização e do desenvolvimento das cidades e é pautado no

tempo livre, nas atitudes, as atividades ou conteúdos do lazer e

nos espaços disponíveis para prática.

As diversas possibilidades de ações diárias que o lazer

proporciona geram benefícios tanto em nível individual como

coletivo, e suas práticas revelam grandes possibilidades de

satisfação das necessidades humanas.

As atividades físicas, esportivas, manuais, turísticas, artísticas,

intelectuais, interativas e sociais podem ser desenvolvidas por

qualquer pessoa em qualquer momento da vida, visto que o lazer,

ao ser praticado com uma atitude desinteressada, proporciona

o desenvolvimento da criatividade, da integração social, do

desenvolvimento, do descanso e do divertimento.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Atividades de auto-avaliação

1) A evolução do lazer aconteceu passo a passo com a evolução

do homem e dos processos de trabalho. Qual a diferença entre o

lazer desenvolvido antes e após a Revolução Industrial?

2) Dentre os diversos conteúdos do lazer, na sua visão, qual deles

sofre uma maior infl uência dos obstáculos às práticas de lazer?

Justifi que sua resposta.

3) O turismo e o esporte de aventura como componentes de lazer

podem desenvolver-se em diversos ambientes. No ambiente rural,

a visão conservacionista destas práticas se torna um limitante ou

uma possibilidade de desenvolvimento e preservação?

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Unidade 1

4) No cotidiano das cidades e da sociedade o tempo livre está

sendo cada dia mais utilizado para o desenvolvimento de

obrigações de trabalho, família e sociedade. O conceito de lazer

de Joff re Dumazedier prevê que o lazer somente poderá ser

realizado após o desvencilhamento de tais obrigações. Neste

sentido, em quais momentos do dia o homem poderá realizar

suas práticas de lazer?

5) Devido aos obstáculos cada dia mais presentes e às limitantes

das ações de lazer, tais práticas acontecem em sua grande maioria

no ambiente doméstico. Na sua visão e de acordo com a crescente

especulação imobiliária, os locais de moradia estão aptos a

possibilitar espaços de lazer?

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Saiba mais

Para aprofundar conhecimentos na área leia as seguintes obras:

MARCELLINO, N. C. Estudos do lazer: uma introdução.

Campinas. Autores Associados, 1999.

BRUHNS, H. T. Introdução aos estudos do lazer. Campinas.

Editora da Unicamp, 1998.

ANDRADE, J. V. Gestão em lazer e turismo. Belo Horizonte.

Autêntica, 2001.

CAMARGO, L. O C. O que é lazer. Campinas. Brasiliense,

1989.

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UNIDADE 2

O turismo esportivo e de aventura: origens e defi nições

Objetivos de aprendizagem

Conhecer as origens do esporte de aventura.

Entender a defi nição de turismo esportivo e de aventura.

Classifi car os esportes de aventura.

Contextualizar o turismo esportivo e de aventura no ambiente rural.

Seções de estudo

Seção 1 Origens dos esportes de aventura

Seção 2 Defi nição de turismo esportivo e de aventura

Seção 3 Classifi cação dos esportes de aventura

Seção 4 Turismo esportivo e de aventura no ambiente rural

2

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de conversa

A natureza sempre foi o contexto do homem desde sua origem

até os dias de hoje, mesmo que a desvalorização do ambiente

natural tenha sido desconsiderada pelo homem, mas valorizada

nos momentos de estresse, de fuga do ambiente urbano ou

mesmo de turismo e lazer, você não acha?

O ambiente rural então nem se fala, a desvalorização do homem

do campo - assim chamado aquele que permanece nos ambientes

rurais - desde a revolução industrial, com o êxodo rural que

ainda permanece, faz com o que o ambiente urbano seja mais

valorizado.

É neste sentido, caro aluno, que esta unidade apresentará

subsídios para que você possa conhecer as origens dos esportes

de aventura, defi nições, classifi cações e a relação do turismo

esportivo e de aventura no contexto do âmbito rural.

SEÇÃO 1 – Origens dos esportes de aventura Javier Olivera Betrán um dos maiores estudiosos dos esportes de

aventura no mundo apresenta em seus textos o termo “práticas

acrobáticas”. Para ele, as ações físicas são as origens dos esportes

de aventura atuais porque antes mesmo das práticas destes

esportes nos dias de hoje o homem já desenvolvia relações de

aventura com a natureza.

Desta forma, as práticas de esportes de aventura na natureza

estão baseadas em: deslizamentos, reequilíbrio, piruetas

acrobáticas, proporcionando aos indivíduos emoções prazerosas,

sensações de risco e aventura. As práticas de terra, água e ar

que para Betrán compõem as “atividades físicas de aventura na

natureza” representam caracteres destas bases.

Os esportes de aventura na sociedade pós-industrial, urbanizada

e muito tecnológica representam uma ruptura dos padrões

estabelecidos já que as acrobacias, o risco, a aventura constituem-

se no inovador, no temido e no admirado.

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 2

Já a viagem, ou seja, o turismo é o resultado do desejo de quebra da rotina e da busca de experiências novas e prazerosas que proporcionam o desenvolvimento individual e coletivo, como também, a busca pela recuperação das fadigas do dia a dia.

Os esportes de aventura na natureza sugiram na década de 1970

nos países desenvolvidos e se consolidaram na década de 1990

com os novos hábitos e gostos da sociedade pós-industrial.

Diante das novas possibilidades, foram apresentados diversos

nomes a estas práticas fundamentadas no deslizamento sobre

superfícies naturais, em que são exigidos equilíbrio dinâmico

para evitar as quedas e velocidade do deslocamento. Elas

aproveitam-se das energias da natureza – eólica, das ondas, das

marés, dos cursos fl uviais, força da gravidade, tendo no elemento

risco um companheiro, que gera uma expectativa ao praticante

frente à atividade e a incerteza que a natureza proporciona.

Na década de 1990 as atividades de aventura na natureza

rumaram a “esportivização”. Este fato demonstra a massiva

popularidade do termo esporte de aventura, em contrapartida ao

termo atividades físicas de aventura na natureza proposto pelo

autor.

Atualmente as práticas de esportes de aventura na natureza,

independentemente de sua denominação, a cada dia se

consolidam como possibilidades de lazer e turismo, gerando um

crescimento econômico nas regiões que sediam tais modalidades,

sendo os meios de comunicação de massa grandes veículos de

divulgação destes tipos de ações.

Um dos mecanismos de atração usados pelos meios de

comunicação de massa é o emprego dos termos “aventura,

natureza, diversão e risco”, sensações que podem ser

experimentadas no momento da realização das ações,

possibilitando o desenvolvimento do turismo esportivo e de

aventura, movimentando e gerando desenvolvimento para a

localidade de destino.

Este termo é utilizado por Betran como um processo lúdico, festivo, recreativo e higiênico ou expressivo que sendo diferente do esporte é infl uenciado e condicionado pelo potente sistema esportivo, ou seja, caracteristicamente baseado na hipervalorização da competição, transformando-se em uma atividade substitutiva do esporte.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 2 – Defi nição de turismo esportivo e de aventura

Constantemente estamos presenciando na mídia assuntos

relacionados ao turismo esportivo e de aventura, muitas vezes

chamados de esportes radicais, cujo conceito em diversos

momentos passa por uma fragmentação das ações desenvolvidas

em um determinado tipo de esporte de aventura ou modalidade

de turismo.

Neste sentido, para que se possa compreender o turismo

esportivo e de aventura, necessita-se compreender as práticas em

sua totalidade.

Pode-se considerar como defi nição de turismo esportivo e de aventura o deslocamento de pessoas de uma região para outra, tendo como motivação principal o desenvolvimento de esportes de aventura em ambientes naturais, como: trilhas, rios, lagoas, praias, céu, montanhas e outros locais.

O turismo esportivo e de aventura é defi nido como uma

modalidade de turismo e de esporte agrupados, tendo em visto as

motivações pessoais a tais práticas e as diversas possibilidades de

relações do homem com o esporte, a aventura e o meio ambiente.

SEÇÃO 3 – Classifi cação dos esportes de aventura Segundo Betrán (2002), a classifi cação dos esportes de aventura

na natureza desenvolveu-se baseada em critérios divididos em

cinco categorais compostas por: ambiente físico, ambiente

pessoal, atividades, valorização ético-ambiental e o ambiente

social.

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 2

Ambiente FísicoO ambiente físico faz referência ao lugar ou ecossistema no qual

são realizadas as atividades. Ele é diferenciado em três critérios

de seleção do espaço: o primeiro é o meio no qual se realiza: ar,

terra e água; o segundo baseia-se no plano que ocupa, horizontal

ou vertical, de acordo com o percurso desenvolvido durante

a atividade; e o grau de incerteza apresenta-se como o último

critério, sendo estável ou não.

Plano horizontal: as atividades aéreas são horizontais

uma vez que a trajetória descendente provocada

pelo efeito da gravidade é menor ou mais suave,

proporcionando ao praticante a sensação de estar

voando. As atividades desenvolvidas em lagos e mares

também podem ser consideradas horizontais em

função do deslizamento que provocam e, por fi m, as

atividades desenvolvidas em espaço terrestre também são

caracterizadas como plano horizontal.

Plano vertical: as atividades relacionadas ao plano

vertical diferenciam-se pela queda com velocidade

uniformemente acelerada contra o solo, podendo

ser relacionadas como as atividades ascendentes ou

descendentes desafi ando a força da gravidade. Já no

espaço aquático, as fl uviais com curso descendente da

montanha até a desembocadura em outro rio ou no mar

ou lago, também podem ser classifi cadas como verticais.

Ambiente instável: considera-se um espaço instável

aquele que pode gerar incertezas quanto à interferência

de fatores externos nas atividades. Os níveis de incertezas

podem estar relacionados aos fatores meteorológicos,

como a umidade, a temperatura e pressão, e aos

fenômenos meteorológicos como o vento, a chuva, a

neve, as tempestades ou geadas. Também podem ser

considerados espaços instáveis aqueles ambientes com

relevos desconhecidas, destacando-se o rafting e o

montain bike.

Ambiente Estável: considera-se as condições mais

adequadas à prática das atividades com o menor nível de

risco possível para o praticante.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Ambiente PessoalOs critérios previstos no ambiente pessoal estão relacionados à

análise psicológica do ponto de vista do praticante com relação

as suas emoções, ou seja, as sensações e vivências pessoais no

desenvolvimento de cada atividade. Esta pode estar relacionada

com o tipo de aventura a ser experimentada, na qual a dimensão

emocional, a sensação e os recursos biotecnológicos estão

diretamente ligados.

Dimensão Emocional: valorização das emoções

experimentadas pelos praticantes em que a conduta

hedonista está relacionada a um esforço físico pequeno e

a geração de prazer e bem-estar. Já as atividades ascéticas

caracterizam-se pela necessidade de uma condição física

mínima, variando o esforço físico de acordo com cada

atividade.

Sensação: o prazer e o descanso são considerados

sensações, pois os participantes sentem paz e harmonia

de forma prolongada, o que lhes permite contemplar

o ambiente de maneira tranqüila. Quando a atividade

é geradora de estresse, a sensação vivenciada pode ser

gerada como vertigem/risco.

Recursos Biotecnológicos: o praticante os emprega ao

realizar as atividades. Eles são divididos em: artefatos

mecânicos/tecnológicos – aparelhos idealizados

e adaptados ao homem para a realização de uma

determinada tarefa (energia e habilidade humana para

o seu funcionamento); artefatos de motor (energia e

propulsão para funcionar).

AtividadesSegundo Betrán (2002), as atividades foram selecionadas como

representantes de cada um dos grupos, sendo agrupadas em um

segundo nível em relação às diferentes categorias que foram

surgindo, diferenciadas pelo meio terrestre, aquático ou aéreo.

São as seguintes atividades:

Aéreas: ultraleve, asa-delta/parapente, paraquedismo,

bunge jump, vôo livre;

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 2

Terrestres: cicloturismo, trekking, caminhada de

orientação, espeleologia, cavalgada, trenó, 4x4, motos,

skate, montain bike, esqui extremo, espeleologia vertical,

escalada/alpinismo, rappel;

Aquáticos: mergulho, vela, jet ski, surfe, rafting, descidas

de cascatas ou cachoeiras.

Valorização ético-ambientalA fi losofi a que inclui o gosto das pessoas por tais atividades

desenvolvidas no ambiente natural indica um retorno do homem

à natureza. Este retorno faz com que o homem venha a desfrutar

de tais atividades, tendo em vista a possibilidade de esgotamento

do meio natural, já que, mesmo as atividades desenvolvidas

como forma de ação lúdica – lazer e turismo – causam impactos,

alterando o equilíbrio do meio ambiente.

Os impactos são proporcionalmente gerados de acordo com as

especifi cidades de cada atividade a ser realizada, cujas principais

causas de impactos ao meio ambiente estão relacionadas:

tipo de atividade

intensidade (densidade) da prática;

duração da atividade em um determinado lugar;

estação do ano na qual a atividade é praticada;

momento do dia;

vulnerabilidade intrínseca das espécies que vivem na

região;

comportamento dos praticantes com relação ao meio

ambiente.

SEÇÃO 4 – Turismo esportivo e de aventura no ambiente rural

O ambiente rural tem sido uma das possibilidades

contemporâneas de turismo e de lazer mais identifi cadas com

visitas à natureza. As pessoas estão encontrando no turismo rural

são as modalidades relacionadas ao esporte de aventura na natureza e estão divididas em suaves e duras: nas primeiras a energia é autogerada e não provoca impactos importantes porque não utiliza nenhum tipo de máquina. As modalidades duras podem provocar impactos graves sobre o meio ambiente, pois são desenvolvidas com o auxílio de máquinas.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

satisfação de diversos interesses relacionados aos esportes de

aventura. Estes contatos são efetivados em propriedades rurais ou

por intermediação delas.

O campo, no pensamento ocidental, é considerado um local de

regeneração espiritual e física: retirar-se para o meio rural conota

um ambiente fi losófi co e sanitário, ou seja, um lugar propício à

refl exão.

Você sabia?

Os espaços mais procurados para o desenvolvimento dos esportes de aventura na natureza e, por conseguinte, o turismo esportivo e de aventura, estão relacionados a fazendas encontradas em áreas de preservação permanente (APP). Elas são áreas rurais que possuem nascentes ou vegetação ao longo dos rios e ao redor dos lagos e em topo de morros, e que possuem o seu uso fi scalizado e qualquer iniciativa de projeto deve possuir autorização legal.

Outra possibilidade de espaço no meio rural são as reservas

particulares do patrimônio natural (RPPNs), com uso permitido

para pesquisas científi cas e para o lazer, incluindo visitas com

objetivos turísticos, recreativos e educacionais.

Nas duas últimas décadas, por pressões fi nanceiras e com a

difusão dos pensamentos preservacionistas, evidenciaram-se

mudanças positivas em propriedades rurais. As árvores e os

animais que antes eram tidos como inimigos do desenvolvimento

rural, por atrapalharem a agropecuária, são mantidos pela

perspectiva de agregar valor às novas atividades no campo. Desta

forma, a fl ora e a fauna começam a dar lucro sem precisar sair de

seu habitat na forma de peles, carnes, toras ou carvão.

Leia, a seguir, a síntese da unidade, realize as atividades de auto-

avaliação e consulte a bibliografi a complementar.

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 2

Síntese

O turismo esportivo e de aventura desenvolve-se devido a uma

interação entre o homem, o meio ambiente, e as possibilidades

de movimentações e esportes que possam ser desenvolvidas nos

espaços.

As possibilidades de práticas esportivas nos espaços naturais

indicam uma série de situações que podem ser efetuadas pelos

praticantes nos mais diversos planos, dimensões e atividades.

Atividades de auto-avaliação

1) De que maneira no ambiente rural o ambiente físico relaciona-

se com o ambiente pessoal?

2) O ambiente pessoal e suas diversas dimensões constituem a

valorização ético-ambiental?

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3) A relação entre atividades e planos se apresenta de acordo com

o tipo de atividade. Cite, abaixo, as atividades relacionadas ao

plano horizontal e ao plano vertical e justifi que.

4) O turismo esportivo e de aventura no ambiente rural

apresenta-se como uma das diversas possibilidades de lazer

individual e coletiva. Sendo assim, qual a relação entre os

obstáculos para o lazer e as causas de impactos ambientais?

Saiba mais

Para aprofundar seu conhecimento, consulte:

MARINHO, A; BRUHNS, H. T. Turismo, lazer e natureza.

São Paulo. Manole, 2002.

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UNIDADE 3

Esportes de aventura

Objetivos de aprendizagem

Conhecer os esportes de aventura como rafting, trekking, rapel, mountain-bike e parapente, seus históricos, conceitos, classifi cações, materiais e equipamentos utilizados e procedimentos de segurança.

Seções de estudo

Seção 1 Rafting

Seção 2 Trekking

Seção 3 Rapel

Seção 4 Mountain-Bike

Seção 5 Parapente

3

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de conversa

Os esportes de aventura na natureza, como você já viu

anteriormente, são divididos de acordo com o meio no qual são

desenvolvidos, ou seja: ar, terra e água.

Esta unidade aborda alguns dos principais tipos que são

praticados em ambientes rurais.

Neste sentido, você irá conhecer o histórico de cada esporte,

juntamente com suas classifi cações, equipamentos, medidas de

segurança e outros aspectos relativos à prática destas atividades

na natureza.

Muitas pessoas buscam os ambientes rurais como alternativa

de descanso, outras porém encontram o local ideal para buscar

a liberdade e o contato com os elementos que o ambiente nos

oferece. Porém, em hipótese alguma pode-se oferecer o elemento

como único atrativo. Um elemento natural só responde por

si quando ofertado para a contemplação. Usar este elemento

como alternativa de esporte ou lazer necessariamente exige uma

profi ssionalização, um acompanhamento, materiais próprios,

equipamentos e medidas de segurança!

Preparado para aventuras radicais? Siga em frente, então!

SEÇÃO 1 – Rafting

Os rios fazem parte do cotidiano do homem desde sua origem,

ora visto como obstáculo geográfi co, ora visto como uma

possibilidade de extração de alimento e atualmente, como um

espaço de desenvolvimento de práticas esportivas e de lazer.

Basta lembrar um pouco das aulas de história para verifi car a

importância do Nilo, por exemplo, no desenvolvimento de uma

das maiores potências da antiguidade. Não podemos esquecer de

todo o potencial bélico de navegação que tornaram possíveis as

grandes conquistas e mais tarde, as descobertas do novo mundo.

O homem sempre esteve muito à vontade na água e desde os

tempos mais remotos utilizou os rios e fontes de água para iniciar

o desenvolvimento de várias regiões.

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 3

Bem, se é da água que buscamos o nosso primeiro sustento, por

que não utilizá-la também como fonte de diversão? E tem sido

assim desde o Império Romano, com os banhos e as estações de

águas termais. Utilizamos também a água congelada para esquiar

ou patinar, a água do mar para surfar, e lógico, os rios para

navegar.

Pensando em como conceituar a atividade de rafting, não

podemos deixar de mencionar os riscos e a emoção que os mesmos

proporcionam. O homem sempre foi atraído pelo perigo, e é esta

atração a responsável por inúmeras conquistas, mas também por

incansáveis e imperdoáveis erros, não é mesmo? Então, como

encontrar a medida certa entre o emocionante e o seguro?

Para este questionamento só poderemos utilizar dois

argumentos: o conhecimento (incluindo a tecnologia, materiais

e equipamentos de segurança) e o controle (incluindo o

profi ssionalismo e a prática de todos os procedimentos que

o conhecimento proporciona). Isso permite que a emoção

provocada pelo risco seja explorada, porém que os riscos sejam

controlados e mantidos sobre total monitoramento. Na prática

de esportes radicais não trabalhamos com soluções de problemas

provocados, trabalhamos sim com o planejamento e a prevenção

de qualquer tipo de acidente. Mesmo assim, não podemos

descartar completamente a possibilidade da ocorrência de um

sinistro, mas o mesmo não pode de forma alguma, ter sido

proporcionado pelo profi ssional responsável pela a atividade.

É nesta etapa que devemos considerar que a evolução tecnológica

é um dos principais fatores de desenvolvimento das práticas

de rafting nos dias atuais. O constante aprimoramento dos

equipamentos proporciona segurança e confi abilidade por parte

dos praticantes.

As pessoas querem sim sentir o “friozinho na barriga”, mas elas

precisam saber que está tudo sobre controle, que ninguém irá se

ferir e que para algo de errado acontecer, elas precisarão driblar

as normas de segurança. Este tipo de pensamento traz para

os praticantes uma responsabilidade de zelar pela sua própria

segurança, sempre estipulando claramente, com treinamentos

qual é o risco e como evitá-lo.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Que conceito possui?

O rafting consiste na descida de rios em botes infl áveis. Os integrantes da embarcação remam sob o comando de um instrutor, responsável pela orientação do grupo durante o percurso.

A prática do rafting também implica em conceitos muito

importantes no relacionamento entre as pessoas, como

solidariedade, união, liderança, trabalho em equipe e

percepção sensorial. Cada membro da equipe é responsável pela

sua própria segurança e pela segurança dos demais. Existe um

líder, que como em qualquer empreendimento, precisa saber a

hora de ser autocrático, democrático ou deixar as coisas andarem,

mas que tenha consciência que o andamento do “barco” está sob

sua orientação. Inúmeras conotações psicológicas podem estar

associadas com este esporte. Devemos lembrar principalmente

que existe uma forte relação de comando e comandado, de

perspicácia, de autonomia vigiada (o que fazer com o remo em

situações que exigem pensamentos rápidos), de necessidade de

assumir responsabilidades e conseqüências. Algumas empresas

começam a buscar este esporte como forma de integração de

equipes, objetivando integração e fortalecimento de papéis e

relações interpessoais, aumentando também as possibilidades de

exploração comercial deste esporte.

É importante que você saiba que o rafting também pode ser

praticado como diversão de fi nal de semana entre amigos, casais

e famílias, porém também pode ser utilizado como forma de

explorar rios pouco conhecidos e de realizar expedições muito

procuradas como opção de turismo ecológico.

Você sabia?

O primeiro registro de descida de rafting no mundo data de 1869?

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 3

Que história guarda o rafting?

Nesta época, John Wesley Powel - um dos expedicionários mais

conceituados da história americana - organizou uma expedição

no rio Colorado, nos Estados Unidos da América, em barcos de

madeira com remo central (RAFTING..., 2007).

A aventura resultou em algumas viradas e batidas em pedras,

decorrentes de equipamentos primitivos e da falta de técnica para

manobrar os barcos pesados nas corredeiras.

O problema é que nesta época a segurança não era o forte dos

esportes e assim, muitos acidentes aconteciam. O objetivo não

era a diversão ou integração, mas sim a conquista de novos

espaços, a exploração territorial e a forma mais rápida de cruzar

acessos até então isolados devido aos obstáculos naturais.

Já, o rafting com fi nalidade comercial foi realizado somente em 1909 pela Julio Stone’s (empresa norte americana), Grand Canyon (região dos Estados Unidos) mas os botes ainda eram de madeira.

Os primeiros botes infl áveis apareceram nos Estados Unidos

da América, em 1936, porém, devido ao período das grandes

guerras, até 1960 e 1970 o esporte passou por um período

de estagnação, retomando o impulso a partir de 1980 com o

surgimento do bote self bailer, confeccionado com materiais

mais leves e resistentes. O simples fato da redução do peso do

equipamento já serviu como estímulo ao seu renascimento, pois

trafegar longas trilhas com um barco de madeira não era tarefa

das mais agradáveis... e quando tudo acabava, o retorno obrigava

mais um esforço extra!!!

Hoje o rafting comercial conquistou defi nitivamente seu espaço no cenário mundial. A emoção e o contato com a natureza proporcionado garantiram sua presença nos arredores dos grandes centros urbanos e turísticos de nosso planeta, sendo uma das principais formas de conhecer as regiões onde é oferecido.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Esportivamente o rafting é praticado extra-ofi cialmente há quase

15 anos com disputas na Europa, mas apenas com a criação

da IRF (International Rafting Federation) foi que ocorreu o

primeiro Campeonato Mundial, realizado em 1999 na África

do Sul, onde o Brasil esteve presente representado pela equipe

Canoar Master, que obteve a 7ª colocação.

O rafting chegou ao Brasil em 1982, através da empresa TY-Y

Expedições, cujas descidas se restringiam ao rio Paraíba do Sul e

rio Paraibuna, ambos em Três Rios (RJ).

Neste período, os brasileiros, ainda não conheciam a

modalidade e toda a programação foi desenvolvida para atender

exclusivamente os turistas estrangeiros em férias no Rio de

Janeiro.

Você sabia?

O esporte ganhou força a partir de 1990 com a criação da Canoar Rafting & Expedições e com ela uma inovação no rafting brasileiro: a modalidade com remos individuais. A novidade foi introduzida no rio Juquiá, em Juquitiba / SP.

Em 1996, consolidou sua expansão no mercado brasileiro com

o surgimento de diversas empresas, localizadas em São Paulo,

Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Estima-se em 50 o número de operadoras de rafting no Brasil,

explorando descidas comerciais nos estados de São Paulo, Rio

de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais,

Paraná, Bahia, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

Atualmente, inúmeras agências de turismo em todo o Brasil

vendem pacotes turísticos que oferecem o esporte como

alternativa de contato com a natureza. Os preços são mais

acessíveis do que os cobrados dos estrangeiros na década de 90.

As alternativas de rafting noturno e de competições entre equipes

ganham força nas cidades que possuem corredeiras ou mesmo

rios com águas mais calmas, porém, com paisagens exuberantes.

Para maiores informações acesse o site www.intraftfed.com da Federação Internacional de Rafting.

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Unidade 3

Quais os equipamentos utilizados?

Com o desenvolvimento das tecnologias os equipamentos

evoluíram consideravelmente, possibilitando uma maior

segurança e confi abilidade, como também, uma diversidade de

inter-relações entre o homem e o meio ambiente.

Os equipamentos são de fundamental importância para o

desenvolvimento do rafting, visto que, são essenciais para sua

prática. Cada equipamento possui especifi cidades técnicas que

estão diretamente ligadas à vida útil do equipamento, ao número

de praticantes, a forma e ao tipo de rio.

Bote

O material é o resistente hypalon, um tecido de fi bra de poliéster,

revestido com borracha de neoprene, altamente resistente à

abrasão. Algumas marcas utilizam também revestimentos

de PVC (plástico duro) ou uretano (polímero utilizado para

revestimento. Pode ser trabalhado a baixas temperaturas).

O tamanho dos botes varia de 12 a 20 pés, escolhido de acordo

com o nível do rio. Um bote muito pequeno pode não ter muita

estabilidade em locais de fortes corredeiras.

Num bote de 12 pés, podem remar de três a sete pessoas. Já no de

14, cabe até oito pessoas. Em ocasiões especiais, pode haver um

remo central, com dois remos longos encaixados na armação de

alumínio. Assim, somente o guia rema, para maior comodidade

dos participantes. Essa técnica é muito utilizada em turismo no

exterior, indicada em rios muito difíceis, devido ao maior controle

que o guia possui sobre o bote.

Remos

Podem ser de plástico ou de fi bra de carbono, sendo que a haste

do remo normalmente é feita de alumínio.

Capacete e colete salva-vidas

Devem ser utilizados para garantir maior segurança aos

praticantes. Os capacetes são de plástico reforçado e deve ser

corretamente utilizado, para que a pessoa não o perca durante o

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trajeto e não cause desconforto por excesso de pressão no pescoço.

São equipamentos de baixo custo e que não devem ser ignorados.

Já os coletes salva-vidas devem ser dimensionados de acordo com

o tamanho do praticante.

O dimensionamento errado pode causar afogamentos, sensação

de falsa segurança ou se fi car muito grande, cair em meio à

turbulência da água. É necessário uma atenção especial ao

praticante no momento de ajuste do mesmo. O desconforto de

um colete mal dimensionado pode prejudicar todo o trajeto e o

objetivo do esporte. Sobre o uso do colete, é importante orientar

os participantes na forma de se comportar em caso de queda.

Na maioria das vezes o indicado é deitar, com os pés para frente,

de maneira a evitar a colisão com rochas e galhos do fundo e

também não permitir que a cabeça esteja direcionada para a

frente do movimento da corrente...então... é só aguardar o cabo

de resgate que será lançado por um dos ocupantes do bote.

Roupa de neoprene

Aquece o participante em rios cuja temperatura da água é menos

agradável e prolonga a permanência no passeio. É uma alternativa

bastante viável para a prática do esporte no inverno. Devemos

considerar que o esporte é amplamente difundido, principalmente

nas regiões sul e sudeste do Brasil onde a temperatura anual

impediria a prática do esporte na maior parte do ano. Ele

deve estar bem dimensionado, para impedir que a água entre

na roupa e também não pode ser apertado demais para não

impedir os movimentos. As roupas deste material são utilizadas

principalmente por surfi stas e mergulhadores. Os preços variam

enormemente, mas como já possuímos fabricação nacional, pode-

se encontrar roupas em valores acessíveis.

Calçado com solado de borracha

Para melhor fi xação do participante no bote, para sua estabilidade

nas pedras, no caso de andar dentro do rio e sua segurança numa

situação de queda do bote. Estes calçados podem ser substituídos

por tênis ou sandálias de borracha, mas devem ser bem fi xados

nos pés para evitar a formação de bolhas.

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 3

O problema dos tênis comuns é que se tornam mais pesados, e

os cadarços podem ser perigosos, podendo prender em galhos

e pedras no fundo do rio em caso de queda. Porém, os pés

descalços não fornecem a aderência necessária ao bote e também

podem ser considerados riscos de cortes nas pedras e outros

obstáculos. Mais uma vez o dimensionamento correto deve ser

tratado com cuidado, porque todos nós sabemos o desconforto

que pode se tornar um sapato apertado, não é mesmo?

Cabo de resgate

Trata-se de uma corda dentro de um saco, de aproximadamente

20 metros, utilizada para resgates no caso de alguém cair do

bote. O procedimento neste caso é jogar o saco, que tem a corda

devidamente enrolada dentro e puxar pela ponta, esperando que

o resgatado segure o saco. O mais importante é deixá-lo sempre

em local de fácil acesso dentro do bote e treinar os participantes

para segurá-lo, pois na hora do susto, quando alguém cai do

barco, muita coisa passa pela cabeça, e o que não pode ocorrer é o

pânico... Muitos líderes iniciam o passeio derrubando as pessoas

do bote em locais de fácil resgate para treinar os movimentos e

descontrair... “água é saúde!!!”é o que muitos gritam...

Caiaque de segurança

Um ou mais canoístas acompanham uma descida comercial ou

uma equipe de campeonato para dar suporte no caso de resgate.

É muito utilizado pelas operadoras de rafting que usam o recurso

do safety kayak para dar apoio aos clientes. Esta alternativa,

além de proporcionar segurança, também serve como forma de

registro do evento, um participante vai fotografando ou fi lmando

a atividade. Este barco normalmente vai na frente nas etapas

mais perigosas do percurso para dar orientação do fl uxo de água e

força da correnteza para o líder do bote. Em momentos de maior

descontração ele pode permanecer na retaguarda para realizar

fi lmagens e fotografi as.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Os rios possuem uma classifi cação?

Para tornar mais fácil o entendimento de como os rios se

classifi cam, se possuem águas mais calmas ou mais difíceis de

navegar, a IRF (Federação Internacional de Rafting) criou uma

classifi cação padronizada de níveis de rios.

Eles variam de I a VI e a análise depende da classifi cação das

corredeiras, isto é, das quedas d’água e pequenas cachoeiras

do rio. Numa avaliação mais apurada, a classifi cação depende

também do desnível de relevo (quanto maior o desnível em curto

trecho, mais fortes são as quedas d’água); do nível de água na

régua (em época de seca o rio recebe menos água e as corredeiras

tem menor volume) e, fi nalmente, do conjunto de corredeiras de

níveis parecido.

Mas, como classifi car as corredeiras?

A classifi cação das corredeiras de acordo com Cristina Degani

(2001) é a seguinte:

Nível I

Água corrente com pequenas ondas e pouca ou nenhuma

obstrução de passagens por pedras, é ideal para passeios de

iniciantes.

Este tipo de local é excelente para passeios de contemplação da

natureza, exercícios de treinamento de empresas e até mesmo

de participantes da melhor idade ou de pessoas sedentárias com

receio de atividades aquáticas.

Nível II

Corredeiras fáceis com ondas de até 1 metro, altas e largas, com

passagens claras e óbvias mesmo sem o reconhecimento por terra.

Neste nível, algumas manobras básicas são necessárias.

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Unidade 3

A atividade não chega a apresentar grandes riscos. O maior

risco é o de queda, mas o resgate é extremamente fácil, pois não

existem passagens estreitas.

Nível III

Corredeiras com ondas altas e irregulares, com passagens

estreitas que podem requerer manobras complexas, com o

reconhecimento por terra, feito pelas margens. Neste nível

podem ser necessárias algumas manobras com um pouco mais de

técnica.

Nível IV

Corredeiras longas e difíceis, com passagens estreitas que

necessitam de manobras precisas em águas muito turbulentas,

neste nível um reconhecimento pela margem é necessário e as

condições de resgate podem ser difíceis.

Pode-se considerar que a partir deste nível o esporte não deve

ser praticado por iniciantes e pessoas sem preparo. Em locais de

rafting que existem corredeiras deste nível, os instrutores devem

solicitar que os participantes saiam dos botes, e o obstáculo deve

ser ultrapassado pela margem. Após, todos podem embarcar

novamente e continuar o trajeto, para evitar riscos desnecessários

e manobras perigosas de resgate.

Nível V

Corredeiras extremamente difíceis, longas e muito violentas,

formadas por passagens obrigatórias. O reconhecimento pela

margem neste nível é mais que necessário. Para segurança

dos esportistas é feita a montagem de esquema de segurança

específi co.

Nível VI

Este nível é quase impossível e muito perigoso com difi culdade

de nível V levada ao extremo da navegabilidade. Neste nível,

apenas instrutores e canoístas com muita experiência podem

optar pela descida, mesmo assim sob um cuidadoso estudo das

condições do rio, por terra.

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É sempre válido lembrar que um trajeto de rio pode apresentar

inúmeras corredeiras com inúmeras classifi cações diferentes,

dependendo do nível da maioria das corredeiras do trajeto é que

se intitula o nível do percurso, mas sempre observando com

destaque que existe, por exemplo, uma corredeira de nível 4 no

km 3 do percurso.

Quais as modalidades e competições que compreendem este esporte?

Um determinado local é escolhido, onde equipes fazem o

reconhecimento do percurso e analisam as linhas do rio e suas

corredeiras. Após este passo os trechos são demarcados para as

provas, portas com balizas são montadas para o slalom, (local de

partida), e juizes são posicionados em corredeiras para melhor

análise das equipes.

O resultado de um campeonato de rafting é a soma dos pontos

obtidos pela equipe em quatro provas:

Tiro de velocidade (100 pontos).

Sprint (200).

Slalom (300),

Descenso (400).

Esses pontos são dados ao melhor colocado de cada categoria

e uma porcentagem menor é passada aos outros competidores,

proporcional ao número de equipes participantes.

As provas medem a velocidade, técnica, habilidade e resistência dos canoístas.

A seguir, você irá estudar como é feita essa avaliação. Vamos lá?

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Unidade 3

Tiro de Velocidade

Essa prova é uma etapa classifi catória para a prova de sprint. A

equipe desce um determinado trecho sozinha e tenta chegar ao

fi nal no menor tempo possível. Há duas descidas, para verifi car o

melhor tempo.

Sprint Paralelo

Da classifi cação do Tiro de Velocidade são montadas as baterias

do sprint, ou seja, duas equipes descem o rio ao mesmo tempo.

Neste caso, há uma única chance de ver qual é a melhor. Assim,

a que vencer a “corrida”, é classifi cada para as demais baterias, até

chegarem às oitavas-de-fi nal, quartas e semifi nais e fi nais.

Slalom

Portas com balizas móveis são montadas em cabos que

atravessam o rio, numa altura que permita ao bote passar por

dentro dela e que a corredeira ou onda não a toque. Assim,

os botes têm de fazer o percurso das portas verdes, chamadas

“frente” (passar no sentido da corrente) ou vermelhas, chamadas

de “remonta” (passar no sentido contra, ou seja, remar contra a

corrente).

A cada toque nas balizas o integrante que passar fora de uma

delas, a equipe perde pontos. Pontua melhor quem fi zer o

percurso em menor tempo, com menor número de penalizações.

Descenso

É a prova que mais vale no rafting. Diferente do Tiro de

Velocidade, o Descenso é uma longa descida, em média de 20

a 30 quilômetros, com todas as equipes descendo o rio juntas.

É onde os atletas estão mais concentrados na remada, na força

individual e de equipe e no espírito de coletividade.

As equipes largam em baterias de quatro equipes, com intervalos

de um minuto, dependendo da pontuação obtida até então. Como

é a prova que mais valor acresce à equipe (400 pontos) muitas

vezes é decisiva na conclusão do campeonato.

Concluindo esta parte de nosso estudo, verifi camos que os rios

que cortam todas as regiões de nosso país podem apresentar uma

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alternativa saudável de divertimento e de uma oportunidade para

utilizar o esporte como forma de contemplação da natureza e de

exercícios físicos e com objetivos psicológicos. Porém, de maneira

nenhuma, a questão segurança pode ser colocada em segundo

plano, pois o mesmo rio que nos alimenta o corpo e o espírito

pode ser uma ameaça se tratado com irresponsabilidade.

Profi ssionais de educação física estão aptos a colaborar com essa

atividade e os materiais e equipamentos utilizados devem possuir

uma certifi cação de qualidade e estarem em perfeitas condições

de uso.

SEÇÃO 2 - Trekking

Se os rios estão sempre ligados ao nosso desenvolvimento, o

que dizer das trilhas que abrimos durante todos estes anos de

colonização do planeta?

O homem primitivo era nômade, trilhava longos percursos em

busca de alimentos. O homem dos tempos antigos deu mais

valor às conquistas e trilhou rumos em direção ao desconhecido.

O homem da era da comunicação é uma mistura de tudo

isto, é nômade quando busca novas alternativas de vida e

principalmente, conquistador quando busca conhecer o mundo,

descobrir novas paisagens, ver lugares que ninguém conhece e

superar seus próprios limites.

Mas o que signifi ca esta palavra estrangeira que tanto ouvimos

falar? Será um esporte tão moderno assim?

Mas qual é o conceito?

Esporte junto à natureza que consiste na contemplação de paisagens aliado ao benefício da atividade física.

Então, o objetivo deste esporte é justamente o de caminhar por

trilhas naturais, desfrutando do contato com a natureza, cercado

de belas paisagens em locais pouco conhecidos. Quem pratica

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Unidade 3

o trekking ou caminhada, tem essa oportunidade, e esse é sem

dúvida o principal motivo que faz do esporte um dos que mais

cresce.

As pessoas que escolhem as caminhadas como forma de exercício físico, podem combinar os prazeres da contemplação da natureza ao exercício, conseguindo uma melhoria da qualidade. O tamanho do percurso não é o mais importante. O que os praticantes devem se preocupar é com o prazer de efetuar uma boa caminhada.

Esta modalidade esportiva vem crescendo nos últimos anos. Isso se deve principalmente ao baixo custo do esporte, pois na maioria das vezes basta um bom par de tênis e a boa vontade para caminhar. Além disso, o esporte possui diversos graus de difi culdade de trilhas, permitindo a adaptação necessária a cada praticante e pode ser considerado um esporte seguro, desde que as trilhas escolhidas promovam esta segurança. Atualmente, inúmeros grupos de pessoas se reúnem para praticar o trekking, promovendo além da difusão do esporte, a segurança por andar em equipe.

Caminhar é um dos exercícios mais recomendados por médicos

e fi sioterapeutas para as pessoas que buscam uma melhoria da

qualidade de vida. Porém, não se deve confundir este esporte

com uma simples caminhada no parque da cidade. Quando

falamos em trekking, estamos nos referindo a vários níveis de

difi culdades em trilhas em meio à natureza, que proporciona o

contato do homem com ambientes muitas vezes virgens, sempre

lembrando da responsabilidade ambiental de preservação e

respeito à capacidade de carga de cada trilha.

Este esporte pode ser praticado individual (como forma de lazer)

ou coletivamente (lazer ou competição), lembrando que os riscos

de entorses e de picadas por animais peçonhentos ganham maior

severidade se o esporte for praticado individualmente.

Em nível de competição o trekking consiste em cumprir um

determinado trajeto em um tempo preestabelecido, com a

utilização de equipamentos de localização, cronometragem

e iluminação, sempre passando por pontos de referência

previamente determinados.

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Você sabe a história deste esporte?

Bem, a história do esporte não é recente, teve origem no século

XIX, por meio da ação dos trabalhadores holandeses que

colonizaram a África do Sul. Eles utilizavam o termo Trekken

para designar sofrimento e resistência física. Com a chegada dos

ingleses ao local, a expressão foi adaptada e passou a denominar

as longas caminhadas realizadas pelos trabalhadores britânicos.

Percebam que temos esta mania quase ancestral de tornar

um sofrimento em algo saudável, não é mesmo? Mas este

comentário é apenas para descontrair, pois com os nossos

modernos calçados e nosso objetivo salutar de caminhar, a única

coisa que não passamos é sofrimento.

Com a chegada dos novos aventureiros o termo se expandiu e

hoje é sinônimo de um dos esportes mais praticados em todo o

mundo. No Brasil o esporte é relativamente novo. Os primeiros

registros contam de provas no estado de Minas Gerais, em 1985.

Apesar disso, somente depois do esporte arrecadar adeptos na

região sudeste, adquiriu sua forma atual, com regras adaptadas

das provas de enduros. Isso só aconteceu na década de 1990.

É uma atividade de baixo custo, possui vários níveis de

difi culdades, mas proporciona ao praticante toda a segurança

necessária. Hoje o trekking de regularidade possui muitas

competições em todo o país e, em 1998, foi criada a LINEP

(Liga Nacional de Enduro a Pé), entidade sem fi ns lucrativos que

busca unifi car e organizar as competições no País.

Quais os equipamentos usados nesta modalidade de esporte?

Os equipamentos necessários para o trekking são mais baratos

em relação aos outros esportes de aventura, mas mesmo assim

precisam ser selecionados com muito cuidado para que não se

tornem inimigos dos praticantes, mas ferramentas para alcançar o

sucesso no esporte.

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Unidade 3

Por se tratar de uma caminhada, é importante que o praticante

use tênis. As botas, por oferecerem segurança ao tornozelo nos

diversos terrenos, são as mais recomendadas.

O ideal é que se utilize duas meias, uma fi na e outra de lã por

cima. Dessa maneira estará diminuindo o atrito dos pés com o

calçado. As meias de algodão, por encharcarem facilmente, são

desaconselhadas para o esporte.

Outro equipamento indispensável é a bússola. Para garantir o sucesso na prova é recomendável que se leve mais de uma. É necessário saber utilizar a bússola da maneira correta, já que um erro de direção pode acabar com as chances da equipe em uma competição.

Todo praticante vai ter sede e precisa se hidratar durante a prova.

É por isso que um cantil, de no mínimo 1 litro, deve estar sempre

com o competidor. Atualmente, já se encontram mochilas com

cantis térmicos embutidos. Foram projetadas inicialmente para

longos percursos de bicicleta, mas os praticantes de caminhadas

já começam a utilizar este facilitador.

Para calcular as distâncias entre os percursos são necessárias

calculadoras. É importante que a equipe possua mais de uma,

em caso de quebra. As pilhas não podem ser deixadas de lado e o

ideal é que se tenham pilhas reservas em caso de falta.

Os relógios individuais são os maiores aliados para que o

tempo estipulado em cada parte do percurso seja cumprido. Os

modelos digitais facilitam a visualização e oferecem maiores

possibilidades. Os bonés ou chapéus também são de grande

utilidade, pois protegem do sol e da chuva, facilitando a leitura

das planilhas durante o percurso.

Para a conservação e proteção dos objetos e planilhas, os plásticos

são fundamentais. Além disso, para guardar todos os objetos

citados, mais canetas, lanterna pequena, kit de primeiros socorros

e alimentos energéticos, é necessário uma mochila ou pochete.

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Que classifi cação possui este esporte?Como todo o esporte, o trekking também possui uma

classifi cação que irá orientar o praticante quanto ao nível de

difi culdade e o tamanho do percurso da trilha. Isto é de grande

valia, principalmente para o dimensionamento das provisões

(água e energético) e também para a avaliação do preparo físico

necessário para cada etapa.

Em trilhas conhecidas e com elevado interesse turístico,

normalmente são afi xadas placas indicativas com o nível do

percurso, duração e um pequeno resumo do que será visto

no percurso. São necessários também, avisos sobre animais

peçonhentos e placas indicativas de locais perigosos e pontos de

contemplação.

Quais as categorias deste tipo de esporte?

FácilIndicado para iniciantes com pouco preparo físico. Neste tipo

prevalece os terrenos mais planos e a duração da caminhada, em

geral, não dura mais que 1 hora.

São as trilhas de interesse turístico, onde pessoas de todas as

faixas etárias podem realizar passeios contemplativos e realizar

piqueniques. São trilhas normalmente limpas e possuem um

grande potencial de capacidade de carga (toleram várias pessoas

ao mesmo tempo sem um grande impacto ambiental). Estas

trilhas são ideais para quem está iniciando no esporte e está

melhorando o condicionamento físico.

MédioIndicado para iniciantes e amadores com bom preparo físico.

Neste tipo a caminhada é realizada em terrenos com variação de

altitude um pouco maior e com duração média de 2 horas.

Se pararmos para pensar que meia hora na esteira de uma

academia é uma eternidade, devemos pensar que duas horas

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Unidade 3

de trekking seria a visão do inferno, não é mesmo? Mas não é

nada disso... Primeiro, porque não mantemos o mesmo ritmo de

caminhada que a esteira nos obriga e em segundo lugar, podemos

nos distrair e observar inúmeros locais que merecem um tempo

de nossa atenção. Sendo assim, o que mais é exigido aqui é o

esforço físico em subidas um pouco mais íngremes, mas que são

facilmente superadas.

Este esporte faz com que o nosso organismo libere uma grande

quantidade de endorfi nas que promovem uma sensação muito

agradável de bem-estar! É o famoso cansaço gostoso, que faz

respirar melhor e sentir o prazer de estar de bem com a vida. É

um excelente esporte para a mente também, pois aumenta a auto-

estima e melhora o humor consideravelmente.

DifícilNesta categoria que abrange desde as caminhadas com duração

superior a 3 horas e uma variação de altitude muito alta até

as expedições que levam dias para serem completadas. Nesta

categoria estão as caminhadas realizadas em serras e montanhas.

Indicada somente para quem tem bom condicionamento físico e

bons conhecimentos de navegação e sobrevivência.

Logicamente que este grau de difi culdades é mais utilizado para

treinamentos de sobrevivência e para competições. Conforme

a duração da prova são necessários inúmeros equipamentos,

como barracas, mochilas maiores, cápsulas para purifi car a água,

fogareiros entre outros.

Quais as modalidades e competições?

Trekking independente

Esta modalidade é muito utilizada pelos mochileiros,

principalmente na Europa as pessoas costumam efetuar longas

caminhadas, planejadas e realizadas individualmente.

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As vantagens? Se você viaja sozinho, você é o chefe: organiza

a expedição, planeja a rota, escolhe o equipamento, compra

as provisões, estuda o clima. Além disto, a viagem é mais

econômica e fl exível em datas e caminhadas fora do roteiro

predeterminado. Mas isto é para quem gosta da sua própria

companhia ou mesmo está tentando um auto-conhecimento,

tem um ótimo preparo físico e não se importa em carregar uma

mochila abarrotada de equipamentos de cozinha. Para quem

aprecia uma viagem solitária e econômica esta é a melhor forma

de viajar.

Trekking organizado

Esta modalidade é indicada para quem está iniciando na prática

deste esporte ou deseja se aventurar em alguma região de difícil

acesso.

Pode ser uma aventura de uma única jornada, com retorno no

mesmo dia, utilizando uma trilha de fácil ou médio acesso ou

mesmo uma trilha longa, com vários dias de caminhada, em

uma trilha de difícil acesso. Neste caso, é necessário dividir com

os colegas as despesas com infra-estrutura, como a contratação

de carregadores, guias e a compra das provisões em grande

quantidade. É necessário obter o máximo possível de informações

sobre a empresa que está organizando a expedição e checar

detalhadamente quais os serviços incluídos no preço estabelecido.

O trekking organizado pode ser uma excelente forma de integrar

uma equipe. Em nosso país não faltam excelentes opções de

trilhas de vários níveis de difi culdade que podem servir inclusive,

de cenário para uma gincana ou simplesmente para um passeio

agradável em grupo.

Trekking assistido

É um estágio intermediário entre os dois anteriores. É quando

estamos trabalhando como nossos próprios operadores de viagem.

No caso, você mesmo, ao chegar ao local a ser visitado, escolherá

e contratará os carregadores, guias, comprará os mantimentos e

demais equipamentos coletivos. Este tipo de viagem possibilita

uma maior interação com os nativos, além de contribuir para a

economia local. Por outro lado, você necessitará de mais tempo

para organizar a viagem, negociar com os moradores locais e

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Unidade 3

barganhar preços. Some-se a isto o fato de que toda a equipe

estará sob sua responsabilidade.

No Brasil ainda é muito comum esta prática, pois nem todas as

agências de viagens e turismo vendem pacotes de trilhas. Apenas

indicam caminhos nas regiões onde as secretarias de turismo

oferecem pacotes.

Trekking de competição

Um esporte divertido, mas que exige uma condição física

bastante elaborada. Também é chamado de enduro a pé, é uma

modalidade recente no Brasil. Semelhante ao enduro de carros

de regularidade, equipes de três a seis pessoas navegam em cima

de uma planilha com referências (iguais no enduro) e velocidades

médias predeterminadas. Assim, os integrantes percorrem uma

distância que varia de 6 a 15 quilômetros, andando por estradas

de terra, trilhas abertas, em mata fechada, atravessando riachos,

nadando poucos trechos em rios. Eles têm de navegar e calcular

o tempo regular para não passarem pelos Postos de Controle

atrasados (perde 1 ponto), nem adiantados (perde 2 pontos).

Exige um planejamento detalhado e também a utilização de

pessoal que permanece nos entrepostos para efetuar o controle

de cada equipe e fi scalizar a prova. Ganha a equipe que perder

menos. Esses campeonatos acontecem, na maioria das vezes

em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, Santa

Catarina, Espírito Santo e Ceará.

O que mais podemos dizer do trekking?

O trekking é um dos esportes de aventura mais econômicos, pois

depende basicamente de um bom par de sapatos apropriados

(tênis próprios), uma roupa confortável, um cantil e uma mochila,

e como diríamos; “pernas pra que te quero?” é uma atividade

muito antiga, mas que somente agora está ganhando inúmeros

adeptos que interagem com a natureza, com consciência

ambiental, mantendo a saúde física e mental por meio do esporte.

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Além do aspecto de contemplação, o esporte também pode ser

competitivo, realizado como se fosse um enduro, proporcionando

a integração e estimulando o trabalho em equipe.

SEÇÃO 3 - Rapel

Você já esteve no alto de uma pedra ou de uma montanha, onde

o vento bate forte e o céu azul parece não encostar na terra?

Se esteve, com certeza fi cou curioso para saber o que havia lá

embaixo. Os mais curiosos se aventuram, quase se agarrando

com as unhas na pedra e tentam espiar pra ver se enxergam ao

menos a altura em que se encontra. Outros recuam e preferem

nem imaginar esta altura.

Esta atividade, que nos atrevemos a chamar de esporte, enquanto

muitos chamam de técnica, permite a contemplação de locais que

não poderiam ser vistos em ângulos tão variávies, e de formas

consideradas quase impossíveis. Estar onde ninguém esteve

antes, este é o pensamento de quem pratica o rapel.

Qual o conceito?

Técnica de descida que o praticante utiliza para transpor obstáculos como prédios, paredões, cachoeiras, entre outros, com o uso de cordas ou cabos.

Qual a origem do termo? O termo rappel vem do francês e signifi ca trazer e recuperar.

Apesar de não sabermos exatamente quando a técnica foi criada,

ela foi utilizada por espeleólogos, que usavam desse recurso

para explorar cavernas. O termo “ recuperar” do francês, talvez

venha do fato do rapel ser uma das técnicas mais utilizadas

para salvamento em locais de difícil acesso, como para resgatar

alpinistas ou pessoas em locais que nem um helicóptero poderia

pousar.

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Unidade 3

Existe uma grande discussão acerca do rapel ser um

esporte ou apenas uma técnica. Aqueles que acreditam

se tratar de um esporte encaram como uma atividade

divertida e que é utilizada sem outros fi ns, apenas por

diversão. Já os que acreditam se tratar de uma técnica,

geralmente a utilizam como um meio de realizar outra

modalidade, outro esporte ou mesmo a trabalho.

Os que acreditam no esporte não pensam no rapel

como forma de competição, porque não existe

nenhuma forma de competição catalogada para tal

fi m. Os que praticam montanhismo, escalada e

alpinismo, muitas vezes utilizam das técnicas de rapel

para driblar obstáculos. Já os que encaram como

técnica de trabalho são os bombeiros, trabalhadores

de limpeza de grandes edifi cações, salva-vidas, e

profi ssionais da construção civil.

Mas vamos pensar um pouco: se alguém utiliza esta técnica

apenas como diversão e como forma de contemplação da

natureza, não poderíamos considerar um esporte?

Que história guarda o rapel?

Podemos dizer que não se sabe ao certo quando o rapel surgiu,

mas os primeiros registros da técnica datam do século XIX. No

fi nal do século, alpinistas já utilizavam o rapel em suas escaladas.

Porém, foi com os espeleólogos no início do século XX, que a

técnica passou realmente a ser mais difundida. Com o auxílio de

cordas, esses exploradores conseguiram chegar a locais que antes

não podiam ter acesso. O desenvolvimento do rapel começou a

partir daí.

No Brasil, a conquista do Dedo de Deus, na região de

Teresópolis (RJ), foi o marco da escalada e conseqüentemente do

rapel. Hoje o esporte é muito difundido e já conta com inúmeros

roteiros, além de instrutores especializados.

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Quem não se lembra dos fi lmes Limite Vertical e do famoso

Missão Impossível? Tom Cruise já inicia o fi lme numa escalada,

e faz uma brilhante entrada utilizando o rapel como forma de

acesso a um prédio.

Quais os equipamentos necessário à prática do rapel?

Os equipamentos devem primar pela qualidade e apresentar um

bom estado de conservação. As cordas geralmente são fabricadas

de poliamida, uma fi bra sintética resistente ao atrito.

Quando descemos numa velocidade considerável, é fácil notar

o aquecimento do freio oito, indicando que o atrito foi forte. É

o atrito no freio que impede que você despenque literalmente

e acabe verifi cando como é duro o nosso chão e entendendo na

prática, a lei da gravidade.

As cordas são classifi cadas em dinâmicas e estáticas, as dinâmicas

são utilizadas para escaladas e as estáticas para rapel, canyoning,

(resgate). No Brasil já possuímos fabricantes, mas as preferidas

pelos praticantes são as cordas francesas ou italianas.

Os mosquetões são peças feitas de duralumínio, uma liga especial

que proporciona grande resistência. A função desse objeto é fazer

ancoragens, costuras, prender o escalador a corda, etc. São como

clipes gigantes.

Figura 3.1: Mosquetões

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Unidade 3

Os “freios oito” são fabricados com o mesmo material dos

mosquetões e são a ligação do atleta com a corda. Tanto os freios

quanto os mosquetões sempre possuem uma gravação do peso

que suportam que é dado em kN (Kilo Newton). Exemplo: 22

kN equivalem a 22 toneladas de peso. (essa é uma medida de

peso e não de massa, pois estamos em decida). Cada um dos

equipamentos, normalmente suporta mais de 20 kN.

Figura 3.2: Freios oito

As cadeirinhas são feitas de nylon resistente com costuras

especiais. O anel é de poliamida e é usado para ancoragens,

resgate e como fi tas guias.

Existem vários tipos de cadeirinhas. As mais confortáveis

possuem um forro especial e têm inúmeros locais para clipagem

dos mosquetões e freios oito.

Figura 3.3: Cadeirinha

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Quais as modalidades e competições?

Rapel Inclinado - a descida é feita em contato com a

parede ou pedra com inclinação inferior a 90 graus. É o

mais indicado para iniciantes; Esta modalidade permite

várias alterações, como por exemplo, o rapel invertido,

onde a cadeirinha é colocada do lado contrário e a pessoa

fi ca de frente para o chão... é mais perigoso e só deve

ser praticado por pessoas que possuem uma técnica

excelente.

Rapel Vertical - a descida também é feita em contato

com a parede ou pedra, desta vez com inclinação de

90 graus ou próxima; Esta modalidade permite os

pequenos saltos, que devem ter o cuidado de ser sempre

impulsionados e amortecidos com os pés em conjunto

e com a planta tocando a rocha uniformemente. Caso

contrário, o salto pode ser acompanhado por um giro que

pode causar colisão com a rocha. Ao mesmo tempo, se o

salto for amortecido apenas com as pontas dos pés, pode

proporcionar a batida dos joelhos diretamente na rocha.

Rapel Negativo - a descida é feita sem contato nenhum

com a parede ou pedra, somente sendo utilizados os

aparelhos de segurança; O último contato com a rocha

deve obedecer a indicação do item anterior, pois no caso

do toque com apenas um dos pés, ocasionará o giro.

Mesmo que o giro seja provocado pelo vento, a maneira ideal de

minimizá-lo é a abertura das pernas, que aumenta o diâmetro do

giro e diminui a sua incidência.

Algumas considerações sobre o rapel:

Nós:

Existem vários tipos de nós que dependerão da forma da

clipagem (com mosquetões em clipes, em rochas ou amarrações

em pedras ou árvores), mas todos eles devem minimizar o

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Unidade 3

impacto na corda, aumentando o período de resistência da

mesma.

Segurança:

A primeira pessoa a “abrir a via” ( o primeiro que desce), deverá

utilizar um nó prussic como dispositivo de segurança, que o

prenderá fi rmemente em caso de desmaio ou de qualquer outro

mal súbito.

Esta pessoa fi cará no local de chegada (sob a rocha) e irá efetuar

a segurança dos demais. Cada vez que a corda for tensionada irá

impedir que o deslizamento continue, por força de atrito no freio

oito.

Indispensável o uso de capacetes e luvas. O capacete vai impedir

que o aventureiro acabe avaliando a densidade da rocha em um

giro eventual e as luvas evitam o efeito do calor provocado pelo

atrito. Digamos que acreditamos muito na física... o melhor é

não experimentar seus efeitos, não é verdade?

Concluindo:

Sendo esporte ou apenas uma técnica, o rapel vem conseguindo

a cada dia mais adeptos, que buscam uma alternativa de vida

saudável, aliando ao trekking uma atividade com um pouco mais

de adrenalina.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

SEÇÃO 4 – Mountain-Bike

Se caminhar junto a natureza já causa um bem-estar único,

imagine então, pedalar sentindo o ar puro. Esta é a emoção

principal que buscam os participantes deste esporte. Pessoas

que gostam de uma trilha, ou de uma estrada mas querem um

pouco mais de adrenalina e que preferem a velocidade ao invés da

caminhada.

Neste esporte as pessoas unem um meio de locomoção bem

conhecido, mas devidamente adaptado, ao prazer de trilhar

longos trechos.

Qual o conceito?

Esporte que consiste em pedalar em regiões com obstáculos naturais ou artifi ciais, onde são efetuadas competições ou percursos contemplativos.

A bicicleta é com certeza, um dos meios de locomoção mais

conhecidos e utilizados em todo o mundo. A criatividade dos

ciclistas misturada com a evolução das bicicletas ou bikes, como

são carinhosamente chamadas, fez nascer várias modalidades de

esportes radicais.

O ciclismo, o mountain-bike e o “bmx” são algumas das

categorias do esporte. O tipo dos equipamentos muda de acordo

com as exigências de cada modalidade, mas o princípio é sempre

o mesmo: pedalar. Não existe nenhuma restrição ao esporte,

qualquer pessoa pode pegar uma bike e sair por aí pedalando.

O custo do esporte é baixo e as peças e mecânicas podem ser

encontradas em todos os cantos do país.

Qual a história deste esporte?

Apesar da história da bicicleta ser antiga, o mountain-bike

só foi surgir mesmo no fi nal da década de 1970, quando um

grupo de ciclistas começou a descer as trilhas das montanhas da

Califórnia, nos Estados Unidos.

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Unidade 3

Como as bicicletas da época não eram sufi cientes para

as descidas, os atletas começaram a utilizar as bikes

cruisers, menores e mais resistentes. A partir daí, foi

só adaptar alguns componentes como freios mais

fortes, câmbio e pneus especiais, que nascia um

novo modelo de bike.

Como podemos ver o ser humano não se

contenta facilmente, e a cada dia surgem

mais alternativas de esportes utilizando

equipamentos e materiais já conhecidos

em cenários diferentes.

Com o crescimento do esporte as primeiras provas começaram

a ser organizadas. Mas a mais importante foi, sem dúvida, o

Repack Downhill, um downhill realizado nos fi nais de semana

em Mount Tamalpais, na Califórnia.

A criação da Mountain Biker, a primeira empresa a produzir

bicicletas especiais em escala industrial, foi um divisor de águas e

mudou para sempre o esporte. As bicicletas foram fabricadas no

Japão e o sucesso de vendas foi mundial.

Você sabia?

No Brasil o mountain-bike começou a surgir como esporte no início dos anos 80, quando surgiram os primeiros campeonatos. Com a abertura do mercado brasileiro aos produtos estrangeiros no início dos anos 90, a concorrência fez com que a evolução da tecnologia aumentasse muito.

Inúmeras competições acontecem pelo país, com um nível

técnico cada vez melhor. Mesmo que os atletas estrangeiros ainda

mostrem certa superioridade, cada vez mais os brasileiros estão

chegando junto e incomodando nos campeonatos.

Quais os equipamentos necessários a este esporte?

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Como em tudo neste mundo, o mais importante na bike é

o conjunto. Não importa você ter metade das peças de boa

qualidade e o resto ruim, pois você não obterá um bom resultado.

A seguir, veja a descrição de cada peça de uma bicicleta.

Freios: Existem quatro modelos de freios, que são:

cantilevers (mais antigos), v-brakes, hidráulicos e a disco.

Nunca escolha um acessório pelo preço. Lembre-se que

a bicicleta é um conjunto. A escolha do freio dependerá

também do tipo de bicicleta e do tipo de percurso que

deverá ser realizado.

Quadros: Com certeza são a parte mais importante da

bicicleta. São os quadros que determinam para que tipo

de competição você estará apto a participar. Apesar de

existirem vários tipos de quadros (aço, cromo, alumínio,

fi bra de carbono, metal matrix e titânio), o que vale

realmente é a forma.

Suspensões: existem dois modelos de suspensão.

A traseira e a dianteira. O mais importante nesse

equipamento é ver o peso, a resistência, rigidez e a

compressão.

Câmbio: Popularmente conhecido como marcha, o

câmbio é dividido em três partes: câmbio traseiro,

câmbio dianteiro e passador. O câmbio faz com que a

corrente mude de peão ou coroa. Já o passador é quem

realiza a mudança.

Rodas: As rodas dividem-se em quatro componentes:

aro, cubo, raios e pneu. Cada um tem uma função

diferente. O importante é buscar a qualidade dos

equipamentos, pois uma peça que não se adapte às outras

pode prejudicar todo o equipamento.

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Veja a classifi cação das competições desta modalidade de esporte.

As competições de mountain-bike são divididas em seis

categorias. São elas: Cross Country, Downhill, Dual

Slalom, Freeride, Trial e Uphill.

Cross Country - Geralmente são de longa distância,

chegando a ter mais de 100 Km, com um terreno que

varia com subidas e descidas. As provas normalmente

acontecem em circuitos, nos quais os atletas dão

várias voltas. Estas provas exigem grande resistência

dos concorrentes e são basicamente de interesse de

competição.

Downhill - Uma prova só com descidas. O que vale é

a técnica, já que a difi culdade do percurso geralmente é

alta. Imagine!!! É descida abaixo mesmo... a velocidade

conta muito, mas os tombos podem ser bem doloridos.

Dual Slalom / 4X - É como a competição do esqui, com

dois atletas correndo lado a lado. São colocadas bandeiras

por onde o piloto deve passar. Quem chegar primeiro vence.

Esta prova é o popular mano a mano... pois interessa

saber dosar a força, a resitência, a velocidade e antes de

tudo, a técnica.

Freeride - É uma categoria que foi feita para pessoas

que não pedalam em um nível profi ssional, na qual são

julgados técnica, difi culdade e estilo, ao invés de rapidez.

Ideal para iniciantes.

Biketrial - O que vale é o equilíbrio. Ao passar por

grandes obstáculos como latas de lixo, escadas, mesas,

carros e etc. Ganha quem menos encostar o pé no

chão. Aqui ocorrem muitos tombos e o domínio do

equipamento é muito importante.

Uphill - São as subidas. As bikes são leves para facilitar

a subida do competidor. Esta prova é muito comum

no norte da Itália e nos alpes franceses, onde os

competidores atingem altitudes superiores a 3000 metros

sempre pedalando.

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Veja o que se pode dizer da segurança neste tipo de esporte:

Assim como em outros esportes, a bike exige em primeiro lugar o

uso de capacetes.

Além disso, o uso de tênis especiais, maleáveis e ajustáveis

ao pedal e o uso de joelheiras e cotoveleiras é essencial para a

segurança do esportista. As luvas e os óculos são parte integrante

do uniforme do ciclista. As luvas protegem as mãos do vento frio

e de um provável impacto com o solo, e os óculos protegem de

insetos e poeira que por ventura, surjam no percurso.

O capacete é especial, pois possui uma aerodinâmica que facilita

a passagem e cruzamento do ar. Alguns ciclistas chegam a

depilar os pêlos das pernas e braços para diminuir o atrito do ar e

ganhar maior estabilidade e velocidade.

O que mais se pode dizer?

O mountain-bike é um esporte novo, mas que cresce a cada dia.

No Brasil, a modalidade mais procurada é ainda em trilhas em

que é permitido o uso de bikes. Os campeonatos mais conhecidos

ainda são os de velocidade, mas a cada dia mais adeptos se unem

ao prazer de pedalar.

SEÇÃO 5 – Parapente

Já remamos, caminhamos, descemos em cordas, pedalamos... mas

ainda não voamos! Vamos lá?

E quem disse que o homem não nasceu para voar? O fato de não

ter asas não é nenhum empecilho, não é mesmo?

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Unidade 3

Qual o conceito?

Vôo livre com partida do solo que permite a contemplação e o uso das correntes de ar como impulsionador da atividade.

O parapente é um esporte que mistura toda a adrenalina com a

tranqüilidade, em uma sintonia perfeita. É uma modalidade na

qual o piloto e o equipamento entram em total sintonia com a

natureza.

A principal recomendação para o esportista é respeitar todas as

normas de segurança. Dessa maneira você poderá desfi lar pelos

ares sem a menor preocupação.

Mas é bom lembrar que a maioria dos seguros de vida

comercializados por corretores no Brasil, não cobrem os acidentes

causados por este esporte. Inclusive algumas companhias efetuam

o questionamento sobre parapente e pára-quedas na entrevista

para contratar o seguro (questionário de risco).

Hoje o esporte é praticado por mais de 100 mil pessoas em todo

o mundo. O Brasil ocupa a 7ª colocação do ranking.

Qual a história do parapente?

A história do parapente está diretamente relacionada à conquista

espacial, concorda? É que os primeiros modelos de asa foram

desenvolvidos especialmente para o projeto Apolo, da Nasa, que

alguns anos depois chegou à Lua.

Como sempre, a tecnologia espacial acaba sendo muito bem

utilizada aqui na Terra mesmo.

O engenheiro americano especialista em aerodinâmica, David

Barish, foi quem desenvolveu todo o projeto. Os primeiros vôos

foram realizados perto de Nova Iorque, nos Estados Unidos, no

ano de 1966.

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No ano de 1973, o engenheiro escreveu o primeiro manual de

parapente, que já mostrava o esporte como uma variante do vôo

livre. O manual depois passou a ser considerado como guia para

o parapente atual.

Quais os equipamentos a serem utilizados?

O equipamento de parapente apresenta algumas características

diferentes dos outros esportes de vôo livre, sendo basicamente

composto de quatro itens: o velame, a Selete, o pára-quedas de

emergência e o capacete.

O velame constitui a maior parte do equipamento e, é dividido

em três partes: a vela, a linha e os tirantes. A vela é feita de um

tipo de nylon especial e funciona como uma asa. Uma de suas

características principais é a resistência e a deformação, ou seja,

o tecido muda de forma, alterando as características originais do

parapente, permitindo então, as manobras.

O selete funciona como um casulo e é onde o atleta fi ca durante

o vôo. É importante que seja ajustado a cada piloto, pois seu

conforto depende disso. É o local onde o esportista vai fi car

alojado e ele precisa se sentir seguro e confortável, pois em alguns

casos o vôo pode durar muitas horas.

Para casos de emergência utiliza-se um pára-quedas. Ele está

acoplado ao selete e só é utilizado caso aconteça algo muito grave.

Mais uma vez temos o tradicional capacete, que não pode ser

desconsiderado.

Como trata-se de um vôo, não podemos esquecer os óculos e as

luvas. Além disso, neste esporte existe também a fi gura do pára-

quedas que vêm para minimizar os riscos de acidentes.

O que ainda podemos dizer?

O parapente exige menos técnica que o pára-quedismo, mas está

necessariamente atrelado à fi gura de um instrutor que avalia as

condições climáticas e que proceda todo o controle do vôo.

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Unidade 3

Os aspectos de segurança não podem passar em branco, e

atualmente podemos verifi car várias formas de utilização deste

equipamento.

Agora é hora de fazer uma contextualização. Vamos refl etir sobre

a seguinte questão:

Qual a relação do esporte com o turismo? Imagine que você já é um turismólogo e gerencia uma empresa de turismo que possibilita ao turista, entre outras coisas, uma opção de alguma modalidade de esporte. Escolha um deles e apresente-o. O que você diria a ele? O que não poderia deixar de informar? Lembra-se do planejamento da publicidade que você viu na disciplina de Teoria Geral do Turismo? Então, utilize-o como referência. Use o espaço para registrar suas considerações. Depois publique na ferramenta exposição.

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Síntese

Os esportes de aventura citados estão relacionados aos ambiente

aquáticos, terrestres e aéreo. Diante das diversas possibilidades

junto à natureza o rafting, o mountain-bike,o rapel, o parapente

e outras modalidades esportivas de aventura na natureza são

desenvolvidas com níveis específi cos e equipamentos direcionados

a cada modalidade e suas necessidades de segurança.

O que jamais pode ser negligenciado é o aspecto segurança.

Além dos equipamentos de proteção, a segurança implica pessoal

especializado, equipe estruturada e efetivo cumprimento de todos

os procedimentos e conferência de cada equipamento e atividade.

A supervisão e o apoio (como no caso dos botes de apoio do

rafting, ou do segurança do rapel), são fatores determinantes para

a confi abilidade que o cliente irá ter nos esportes.

Sendo assim, não se pode esquecer também, que profi ssionais

especializados e equipamentos com materiais apropriados e selos

de garantia (Inmetro e outros órgãos certifi cadores internacionais),

são a garantia de uma diversão segura e de um cliente satisfeito.

Atividades de auto-avaliação

1) Em sua região existem rios que podem ser utilizados para a

prática de rafting? Realize esta pesquisa e explique sua resposta.

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Unidade 3

2) E em relação ao trekking? Existe um mapa de trilhas? Como

poderia ser intensifi cado este esporte em sua região? Descreva.

3) Na sua próxima caminhada, observe se nas pedras com

descidas apropriadas, existem grampos próprios para rapel ou

para montanhismo. Procure saber se na sua região existe algum

grupo de rapel ou montanhismo. Descreva suas observações.

4) Vamos descobrir onde existem campeonatos de mountain bike

no nosso País? Pesquise e descreva os resultados encontrados.

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5) Um desafi o: quem já praticou o parapente? Conhece alguém

que praticou? Descreva as suas considerações sobre esta atividade.

Saiba mais

Para aprofundar seus conhecimentos consulte:

MARINHO, A e BRUHNS, H. Turismo, lazer e natureza.

Campinas:Manole, 2002.

<http://oradical.uol.com.br>

Acesso em: 22 mar. 2007.

<http://www2.uol.com.br/familiaaventura/index.shtml>

Acesso em : 22 mar. 2007

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UNIDADE 4

Novos esportes de aventura

Objetivos de aprendizagem

Reconhecer alguns dos novos esportes de aventura como o canyoning, a cavalgada, a pesca esportiva, o bóia cross, o arvorismo, a canoagem e o balonismo, estudando o histórico, os conceitos, as classifi cações, os materiais e equipamentos necessários para a prática de cada um destes esportes bem como os procedimentos de segurança.

Seções de estudo

Seção 1 Canyoning

Seção 2 Cavalgada

Seção 3 Pesca Esportiva

Seção 4 Bóia Cross

Seção 5 Arvorismo

Seção 6 Canoagem

Seção 7 Balonismo

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Para início de conversa

Até agora estudamos os principais esportes praticados junto à

natureza mais conhecidos e difundidos nos últimos 30 anos.

Porém, deve-se considerar que a imaginação do ser humano a

cada dia ganha asas com os esportes praticados no ar, mergulha

fundo utilizando a água e vai mais longe quando em terra fi rme.

Nesta unidade você irá conhecer um pouco mais sobre atividades

esportivas que ganham adeptos em todo mundo. Selecionamos

alguns dos inúmeros esportes que compõem uma infi nidade de

modalidades como forma de ampliar a sua visão e para que você

possa estudar qual a melhor alternativa para a sua região.

Então, vamos continuar nosso estudo, verifi cando o histórico de

cada esporte, juntamente com suas classifi cações, equipamentos,

medidas de segurança e outros aspectos relativos à prática destas

atividades que não necessariamente precisam ser novas, mas

podem ser uma inovação para o empreendimento rural.

Preparado para continuar a aventura? Vamos lá!

SEÇÃO 1 – Canyoning

Deixar de lado o medo e se aventurar em um delicioso rapel em meio à água!

Sem dúvida, os praticantes desta atividade conseguem

uma visão extraordinária de pontos de beleza natural

exuberantes, até então raramente explorados pelos homens.

A prática deste esporte possibilita controlar a velocidade de

movimentos, o que permite tempo disponível para apreciar

a natureza!

Este esporte é uma mistura combinada de várias técnicas

e objetivos. O canyoning, na verdade, é a exploração

de canyons usando técnicas de escalada. Embora a

principal técnica utilizada seja o rapel para a descida de

quedas de água, que muitas vezes é confundida com o

próprio conceito do rapel (cascading), este esporte requer

Figura 4.1 - CanyoningFonte: www.brotas.com.br/fotos.asp

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Unidade 4

conhecimentos de outras técnicas e um excelente autocontrole

em meio a situações de desafi o. O praticante precisa dominar as

técnicas de segurança em rapel e escalada, precisa saber nadar e

logicamente compreender conceitos básicos de espeleologia que

permitam avaliar os obstáculos durante a exploração de canyons

e rios em garganta.

E qual é o conceito?

Canyoning é a descida ou exploração desportiva de canyons, rios em garganta ou desfi ladeiros.

Para muitas pessoas a experiência pode signifi car o coroamento

da liberdade, já para outras pode ser a tortura em forma de

esporte. Isto se deve ao fato de que o participante deste tipo

de atividade, obrigatoriamente, tem que experimentar várias

sensações. Inicialmente o praticante entra em uma trilha (efetua

uma caminhada), carregando seu equipamento (praticamente o

mesmo do rapel) e algumas vezes usa também o bote utilizado

para o rafting, bóias ou até mesmo realiza uma escalada para

atingir o ponto necessário para as amarrações. Em alguns

locais, é necessário nadar ou mergulhar, mesmo com o peso dos

equipamentos.

Os respingos de água no rosto são uma experiência única, mas são apenas a parte fi nal da aventura!

Depois do equipamento pronto, chega o momento de

descer. A água normalmente é gelada, pois as matas

impedem a chegada do sol nas rochas, obrigando

muitas vezes o praticante a utilizar roupas de

neopreme.

A atividade pode ser realizada com a mínima

interferência no meio ambiente e com integração total

entre homem e natureza.

Espeleologia signifi ca: estudo de cavernas. Exploração e pesquisa de cavidades naturais subterrâneas e áreas adjacentes.

Figura 4.2 - CanyoningFonte: www.brotas.com.br/fotos.asp

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Deve-se ter o controle absoluto nos primeiros momentos da

descida, pois quando se inicia a via, pode-se atingir um ângulo

de 120 graus; deve-se ter muito cuidado e tatear com os pés os

degraus em pedras até se estabilizar. Ainda tem-se que controlar

a corda que vai presa na cadeirinha por meio de mosquetões e um

descensor ou freio oito. Deve-se considerar também que o atrito

da corda em ambiente úmido é muito maior, o que faz com que

a velocidade de descida seja infi nitamente menor no início do

percurso. Isto pode muitas vezes levar ao pânico de iniciantes,

pois a sensação é a de não sair do lugar, de resvalar na rocha

úmida e água abundante no rosto.

Falando em água, deve-se ter muito cuidado para manter o rosto

um pouco afastado do fl uxo de água intermitente, que pode agir

como um soco. O capacete pode ser utilizado como fonte de ar:

ao abaixar a cabeça, forma-se um leque de água que permite o

acúmulo de ar em seu interior.

Qual a história do canyoning? A história deste esporte, ou atividade como técnica esportiva,

tem como patrono o francês Alfred Martel que criou e adaptou

suas técnicas básicas enquanto pesquisava a hidrologia e

geologia de canyons de difícil acesso na cadeia montanhosa dos

Pirineus, fronteira da França com a Espanha. Ele utilizou uma

combinação de técnicas de alpinismo, de montanhismo e rafting

para conseguir ultrapassar obstáculos naturais proporcionados

por rios acidentados, desfi ladeiros e vales profundos, sendo que

este conjunto de técnicas foi o berço do que hoje conhecemos por

espeleologia.

Já no Brasil, esta técnica foi introduzida apenas em 1989 por um

grupo de espeleólogos paulistas.

Você sabia que devido as nossas condições geográfi cas e climáticas privilegiadas, relevo variado e médias de temperatura anuais amenas, o Brasil está entre os 10 maiores praticantes de canyoning do mundo? Porém, o canyoning não é reconhecido como atividade esportiva e sim recreativa.

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Unidade 4

Devido a grande disponibilidade e ao alto consumo de

equipamentos específi cos para a sua realização pelo público

brasileiro, o canyoning deixou de ser uma atividade pouco

difundida e passou a ser difundido como uma das atividades mais

procuradas para diversão e lazer.

Mas apesar da segurança proporcionada pelos equipamentos

(verifi car a seção sobre rapel), a prática do canyoning, é recomendada

para pessoas que sabem nadar e que, de preferência, já fi zeram rapel

em ambiente seco. Para iniciar a atividade é recomendável realizar

várias simulações em local seco, participar de várias descidas em

condições diferentes com equipe experiente, até adquirir confi ança e

segurança para enfrentar um ambiente muitas vezes hostil apesar de

sua beleza natural.

Com relação à segurança, é recomendável

que se tenham alguns cuidados: o sistema de

fi xação e ancoragem é o principal responsável

pela segurança da descida, por isto tem de

ser feito com muito critério e conhecimento.

Existem muitas variações de nós,

equipamentos (cordas, grampos, mosquetões,

ferramentas), dependendo do lugar, do tipo

de rocha ou vegetação.

A segurança das descidas deve ser ainda mais cuidadosa do

que no caso do rapel em ambiente seco. Deve-se lembrar que

nesta técnica, muitas vezes as descidas são longas e totalmente

irregulares. A corda molhada fi ca mais pesada e com uma

resistência maior, o que diminui a velocidade de descida. A

segurança também é garantida pelo membro da equipe que fi ca

embaixo atento à corda. Mas, pode acontecer, em alguns casos,

que um praticante tenha que ser resgatado por ter fi cado “ preso”

pela resistência da corda em cascatas com muito fl uxo de água.

No Brasil, o canyoning ainda não é considerado esporte e sim uma atividade alternativa de lazer, ao contrário da Europa, onde já ganhou esta denominação, com a realização de campeonatos (França 1993). O Encontro entre os franceses e espanhóis defi niu algumas regras que muito contribuíram para o crescimento do esporte.

Figura 4.3 - EquipamentoFonte: http://360graus.terra.com.br

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Para que a atividade ganhe confi guração de esporte e sejam

traçadas regras para campeonatos, os grupos e associações que

começaram a surgir recentemente no Brasil, devem ganhar força

sufi ciente para se tornarem uma federação. Com isto, pode-

se obter uma padronização das técnicas e procedimentos de

segurança.

Existem competições para este esporte?Como as competições são recentes, as regras até hoje

determinadas baseiam-se em critérios de regularidade e não de

velocidade. A capacidade de trabalhar em equipe e a desenvoltura

dos participantes também recebem pontos.

Algumas empresas apóiam essa prática, pois são as fabricantes de equipamentos. Pode-se destacar: a PETZL, empresa francesa; a CAMP e a Kong, empresas italianas; e a GUL, empresa inglesa de confecção de roupas de neopreme.

Quais os equipamentos utilizados? Os equipamentos utilizados para esta atividade são basicamente

os mesmos já descritos para o rapel. No quadro que segue, pode-

se verifi car a lista dos equipamentos básicos:

- Cadeirinha; - Mosquetões (com e sem trava);- Freio oito (para descer) de alumínio ultra resistente;- Corda estática de 9,5 a 11 mm;- Corda para efetuar o prussic (auto-segurança);- Capacete;- Roupa de neopreme;- Calçado especial emborrachado e antiderrapante;- Mochila estanque ou vazada;- Luvas preferencialmente de neoprene;

Alguns outros equipamentos também podem ser úteis: roldanas,

proteções de corda, cordeletes seis mm, malhas rápidas P15, head

lamp, mosquetões de aço com trava, manta de sobrevivência,

kit de primeiros socorros, apito; canivete, proteção para papéis

(mapas, orientações), bússola, equipamento de mergulho e

caminhada.

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Unidade 4

Quais as técnicas necessárias para o maior desempenho na prática desta atividade?Para o desempenho com segurança e com a garantia de uma

diversão sem riscos, é necessário que o praticante desenvolva

primeiramente algumas habilidades, que devem ser praticadas no

seco antes da aventura em meio à natureza.

As técnicas são quase todas oriundas do rapel, do montanhismo e

do alpinismo. A seguir, você verifi ca as principais defi nições:

Rapel Positivo - Descida onde se mantém o contato com a

superfície, com inclinação positiva. O equilíbrio deve ser mantido

pelos pés, porém, o praticante coordena a velocidade da descida

de acordo com a liberação da corda com as mãos.

Rapel Negativo - Descida sem o contato dos pés com nenhuma

superfície, isto é, com inclinação negativa. A corda passa pelo

centro de gravidade do corpo, o que impede que a pessoa vire

de cabeça para baixo. A velocidade da descida é controlada pela

mão posicionada na parte traseira do quadril. Com a abertura

das pernas o praticante pode impedir ou reduzir a velocidade de

possíveis giros, pelo aumento do diâmetro rotacional do corpo no

pêndulo.

Tirolesa – Travessia descendente realizada utilizando de uma

corda presa em duas extremidades. As transposições podem

ser feitas usando um mosquetão preso a um “cabo-solteira” e

conectado à cadeirinha, ou ainda, preso a uma roldana que dará

mais velocidade à travessia. Após a amarração, deve-se considerar

que a corda pode ceder em alguns centímetros com a utilização,

o que pode ocasionar acidentes se não for dimensionado com

atenção.

Water trek - Caminhada pelo leito do rio, com os pés

normalmente imersos, no sentido da corrente e onda haja pouca

profundidade. Em locais de difícil acesso, muitas vezes se faz

necessário o water treck pelas margens de rios.

Saltos - Pular de pedra em pedra para atingir o ponto de início da

atividade, ou então, pular de uma pedra para dentro de um poço

d’água. A técnica do salto varia de acordo com a altura e com

a profundidade do poço ou piscina natural. Deve-se verifi car

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primeiramente se não existem obstáculos, como árvores ou outros

materiais, além de pedras ou desmoronamentos, mesmo em locais

já conhecidos.

Tobogã – Escorregar em pedras com declividade propícia, como

escorregadores naturais, sendo que só as nádegas devem deslizar

em contato com a pedra. Os pés devem fi car levantados e os

braços cruzados sobre o peito. Da mesma forma que nos saltos, é

necessário uma vistoria no local para evitar acidentes.

Natação – Em alguns trechos, para que o praticante atinja o local

de descida, faz-se necessário o uso desta técnica, principalmente

nos trechos mais fundos, usando sempre colete salva-vidas ou

mochila de fl utuação.

Flutuação – Normalmente usado em corredeiras, como no caso

de quedas dos botes na prática do rafting. O praticante deve

permanecer na posição de crucifi xo, com os braços abertos e os

pés voltados no sentido da corrente, deixando-se levar por ela.

Os pés permanecem nesta posição para absorver o impacto das

possíveis pedras e galhos que existam no percurso.

Quais os locais onde a atividade já está difundida no Brasil?Alguns sites de aventura disponibilizam alguns locais para a

prática, tais como: http://www.mapaventura.com.br; http://www.

ambientebrasil.com.br/

Algumas localidades recomendadas para a prática deste esporte

são:

São Paulo

- Canyon do rio Jacaré-Pepira (Brotas-SP)

- Cachoeira do Astor (Brotas-SP)

- Cachoeira da Cassarova (Brotas-SP)

- Canyon do rio Pardo (Caconde-SP)

Rio de Janeiro

- Canyon do rio Macacu (Cachoeira de Macacu-RJ)

- Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Teresópolis-RJ)

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Unidade 4

Minas Gerais

- Cachoeira da Capivara (Serra do Cipó-MG)

- Cachoeira dos Martins (Gonçalves-MG)

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

- Canyon Guartelá (Castro-PR)

- Canyon do rio São João (Parque Estadual Marumbi-PR)

- Canyon do rio Iguaçú (Parque Nacional do rio Iguaçu-PR)

- Cachoeira da Onça (Presidente Getúlio-SC)

- Canyon da Encosta (Presidente Getúlio-SC)

- Canyon do Sabiá (Presidente Getúlio-SC)

- Canyon do Palmito (Presidente Getúlio- SC)

- Canyon dos Índios (Presidente Getúlio- SC)

- Canyon do rio do Rastro (Parque Nacional São Joaquim-SC)

- Canyon do Itaimbezinho (Parque Nacional Aparados da Serra

SC/RS)

Outras Localidades

- Canyon São Miguel (Parque Nacional da Chapada dos

Veadeiros-GO)

- Canyon do rio Guaiúba (Pacatuba-CE)

- Canyon do Murimbeca (Parque Nacional Ubajara-CE)

- Canyon do rio Urubu (Presidente Figueiredo-AM)

- Canyon da Pedra Caída (Carolina-MA)

- Cachoeira da Fumaça (Parque Nacional Chapada Diamantina-

BA)

- Cachoeira do Ferro Doido (Parque Nacional Chapada

Diamantina -BA)

- Cachoeira Poço do Diabo (Parque Nacional Chapada

Diamantina - BA)

Atenção!

Muito cuidado para não interferir na natureza, pois podemos ainda desenvolver muito esta atividade no Brasil, fazendo com que seja reconhecida como esporte! Sem preservação da natureza, o esporte perde o valor!

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SEÇÃO 2 - Cavalgada

Os esportes hípicos remontam aos tempos da antiguidade e a

parceria homem-cavalo ganhou as páginas de nossa história.

Inúmeras guerras foram travadas e vencidas no lombo de um

cavalo, distâncias foram minimizadas e notícias ganharam

velocidade nas mochilas dos cavaleiros.

Títulos de nobreza foram associados aos ilustres montadores e o

animal considerado apto tanto ao trabalho de tração quanto como

meio de transporte, foi personagem marcante na evolução das

sociedades e na conquista de novos territórios.

Tamanha importância é dada a este animal que ele difi cilmente é abatido para a alimentação e, juntamente com o cachorro, aparece em quase todas as lendas e histórias em todos os cantos do mundo.

Como prática esportiva, a montaria ganhou destaque tanto na

arte da equitação como nas caças reais da Inglaterra. Também

nas partidas de hóquei, onde o animal participa ativamente com

desenvoltura, em sintonia com o esportista, que o tem no mais

alto nível de respeito e consideração.

A prática do esporte está diretamente ligada à origem da raça do

cavalo. As preferidas para cavalgada são os marchadores, Quarto

de Milha e Mangalarga Marchador.

Um pouco de históriaPode-se dizer que o início das cavalgadas teve como ponto de

partida a domesticação dos cavalos existentes, por toda a Europa

e África, principalmente na região do Oriente Médio.

Naquela época, a domesticação dos animais não tinha o fi m

de recreação e lazer ou mesmo esportivo. O cavalo era meio de

transporte, tração para a agricultura e utilizado como montaria

nas guerras.

No Brasil, os animais vieram com os imigrantes e eram utilizados

principalmente para o trabalho de tração e transporte entre as

fazendas.

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Unidade 4

Mas e o cavalo? O que tem de tão especial neste animal?O animal se comunica com o homem. Ou melhor, acredita-

se que passamos informações ao animal pelos dos odores que

liberamos em situações diversas. Pessoas assustadas e agitadas

liberam odores que revelam o seu estado de espírito ao eqüino

hipersensível, tornando-o apreensivo ou agressivo.

Em outras palavras, o cavalo normalmente percebe o estado de

espírito do seu montador, o que signifi ca a criação de um elo

bastante simples de comunicação.

Você sabia?

O cavalo consegue sentir, por meio das células receptoras que possui ao longo do seu dorso e de todo o corpo, se quem está sobre ele é experiente ou amador, se tem medo ou não, se está apreensivo ou não.

O homem procura comunicar-se pelo toque ou por meio de

palmadinhas. O afagar é outra forma de comunicação com os

cavalos e constrói uma relação entre o animal e o cavaleiro. A

perna, quando exerce pequenas pressões nas células receptoras do

cavalo e a mão que toca a boca do animal, através de rédeas e freio,

é um exemplo da comunicação táctil que existe entre os dois seres.

Alguns cavalos também aprendem a atrair o homem relinchando

alto, para indicar que estão famintos.

Mas os cavalos também se comunicam entre si, pois são

considerados animais de manada, e sendo assim precisam se

comunicar com os outros membros do mesmo grupo. Eles

necessitam transmitir emoções básicas e estabelecer uma

hierarquia de dominância sem recorrer à violência. Estes animais,

como os cães, consideram o homem como um elemento da

manada, então, usam o mesmo tipo de comunicação que usariam

com um membro da mesma raça.

A linguagem corporal pode-se manifestar de várias formas:

Felicidade – um cavalo satisfeito não se preocupa com os outros que

se encontram a sua volta. Age com indiferença para com os demais.

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Impaciência - em caso de irritabilidade, o cavalo pode

demonstrar impaciência movimentando a cabeça (cutucando os

demais ou as pessoas quando se sentem ignorados) ou batendo

os cascos, quando, por exemplo, estão impacientes aguardando a

ração.

Aborrecimento - quando aborrecido, o cavalo pode morder ou

então simplesmente se isola virando as costas para os demais.

Os cavalos normalmente têm medo de água, pois não conseguem ver o chão através dela. O cavalo tem que se sentir confi ante e o homem, por sua vez, tem que lhe mostrar que não existe nenhum mal com uma pequena poça de água e que não há motivo para ter medo. Na prática da cavalgada é comum o passeio por entre ambientes lacustres, sendo de importância extrema habituar o animal a percorrer estes espaços.

O animal é capaz de aprender, isto é, um cavalo adquire vários

elementos de conhecimento pelas correlações aos comandos de

tato e de voz. O homem quando efetua a doma do animal, pode

aplicar a voz e o animal associa aos vários tipos de cavalgada.

Exemplos: Voz calma pode ser associada a Passo; Voz Alta e

Firme associada a Trote; Voz mais alta e fi rme ligada a Galope;

Assobiar calmamente vinculado ao Passo.

O que signifi ca cavalgar?

Cavalgar é andar sobre o cavalo, efetuando passeios contemplativos em ambiente natural. Trata-se de uma das múltiplas modalidades hípicas existentes.

Os animais para esta prática esportiva devem ser mansos e

devidamente treinados para cavalgadas. O praticante deverá

possuir as noções básicas de equitação, deverá ser apreciador

de paisagens, praticar o turismo de observação e de preferência

deverá estar disposto a conquistar amizades em meio ao ar puro.

Logicamente, também deverá estar apto a praticar atividade

física, a qual a equitação obriga.

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Unidade 4

Poderão praticar cavalgadas, todas as pessoas com boa

integridade física, sendo que os menores de 18 anos deverão estar

autorizados ou acompanhados dos seus representantes legais.

Mas é bom lembrar que não devemos forçar uma pessoa que tem

medo do animal a realizar a atividade. O melhor caminho é

colocar a pessoa em contato com o animal antes do passeio e, só

após esta familiarização, realizar o passeio.

Quais os equipamentos usados nesta modalidade de esporte?Calça confortável: importante para que a pessoa não acabe o

passeio com assaduras ou mesmo com a roupa danifi cada. É

importante o uso de calça para evitar abrasão e alergia nas pernas,

devido ao contato da pele com o couro da sela. E se quiser

proteger ainda mais, luvas poderão ser usadas.

Blusa de frio: como muitos passeios acabam durando mais de

uma hora, é bom utilizar agasalho.

Chapéu: a principal função é a proteção solar, mas também

pode ser substituído por capacete de montaria, sendo assim

considerado equipamento de proteção.

Bota ou tênis? (solado liso): Cuidado! O solado liso indica

que ninguém vai escalar o cavalo, mas o ideal são botas

estriadas, para dar adesão ao estribo. Tênis com cadarço não

é recomendável, pois pode prender no estribo. Se o trajeto for

parte por terra, um sapato para trekking poderia ser a solução.

Capa de chuva: Nunca se sabe, mas andar a cavalo com chuva

não é muito agradável (o animal não aprecia muito a água,

lembra?)

Máquina fotográfi ca: para efetuar um turismo de observação, é

sempre bom possuir uma boa máquina fotográfi ca e registrar os

momentos com carinho.

Repelente: Calma! Não é repelente de cavalo, é para mosquitos

mesmo. Normalmente as pessoas que praticam esta atividade não

estão muito acostumadas ao ambiente rural, então, não é nada

agradável acabar um belo passeio com marcas. As marcas devem

fi car apenas na memória e nas fotos, não na pele.

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Qualquer cavalo pode ser utilizado para a prática deste esporte?

De preferência o cavalo deve ser marchador. Deve-se

perceber o seu andar e procurar informar-se com a pessoa

responsável se o cavalo tem condições físicas de suportar o

percurso do passeio. É bom observar o trem posterior, uma

vez que dele dependem basicamente os atributos peculiares

da raça, partida rápida, velocidade, paradas curtas e voltas

rápidas.

A raça mais indicada é o Passo peruano, ou ‘cavalo

marchador’. Ele distingue-se por sua forma de andar,

conhecida por lateral gait.

A raça é muito forte. As pernas traseiras e suas quartelas são

compridas e as juntas, em geral, extremamente fl exíveis. Esse

conjunto de fatores contribui para o celebrado conforto do passo

como andadura.

Altura: entre 1,42 e 1,52m. Cores: todas, simples.

Não signifi ca que apenas esta raça esteja adaptada, mas na hora

de escolher um animal, essa é a mais indicada pelos criadores.

Mas, para um bom passeio, até um bom pangaré mansinho pode

ser excelente companheiro.

O que mais podemos dizer sobre a cavalgada?Como o cavalo é um instrumento fundamental, é necessário

lembrar-se que o manejo correto deve ser garantido para zelar

pela saúde do animal, sua boa alimentação e vacinação adequada.

O local para a criação também é importante. O animal é muito

companheiro e exige atenção, então não pode ser tratado como

um brinquedo de parque de diversão. Sendo assim, antes de

investir em uma criação, é melhor analisar todos os fatores que

envolvem a mesma e não esquecer jamais da capacidade de carga

das trilhas, isto é, quantos cavalos podem ser utilizados de uma

mesma vez em cada trilha, de maneira que não se prejudique os

recursos naturais.

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Unidade 4

Então, é só aproveitar o passeio!

O cavalo será nosso companheiro para a próxima unidade de

estudo também, quando falarmos de turismo fotográfi co!

SEÇÃO 3 – Pesca Esportiva

Agora você conhecerá um pouco sobre um outro esporte,

bastante interessante, a pesca esportiva. A atividade de Pesca

Esportiva está regulamentada pelo Decreto-Lei n. 221/67 art.

2, § 2. O diferencial desta atividade para qualquer outro tipo de

prática de pesca é que ela deve ser exercida com linha de mão ou

aparelho permitido, desde que não seja para atividade comercial e

que se preservem os recursos naturais.

Pesca Esportiva é a prática da pesca sem fi ns de comercialização utilizando equipamentos manuais, sem provocar dano ao ambiente natural.

Um pouco de históriaO instinto de sobrevivência fez com que o homem buscasse na

natureza alimentos saudáveis e disponíveis e, por meio da pesca,

também encontrasse o que necessitava.

Mesmo antes do homem se tornar um agricultor, ele já coletava

alimentos na natureza, sendo que a caça e a pesca foram as

primeiras atividades que exigiram a organização do homem em

grupos, para tornar as atividades produtivas. Era também o

início da atividade organizada do homem, que mais tarde iria

promover o que hoje chamamos de convívio social, a companhia,

ou seja, a partilha do pão entre os companheiros (aqueles com

quem dividimos o pão).

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Praticamente desde o início da história da humanidade, a

pesca vem sendo exercida como uma atividade primordial

de subsistência do ser humano. Com a necessidade de saciar

a fome de cada vez mais pessoas, métodos e técnicas foram

desenvolvidos e aprimorados, sempre com o intuito de entender o

comportamento dos peixes e facilitar sua captura. Porém, com a

evolução e seu conseqüente domínio de técnicas que promoveram

a fartura de alimentos para as classes mais favorecidas, o ser

humano foi modifi cando o seu modo de vida e a sua relação com

o meio ambiente.

Assim, a pesca assumiu valores diferentes e passou a representar,

além de um meio de subsistência, uma importante alternativa de

lazer. Então, não demorou muito a ser considerada um esporte e

conseqüentemente um segmento econômico.

Pode-se considerar que a pesca esportiva é uma evolução da pesca amadora. Uma atividade que evoluiu de um simples hobby e passou a ser considerada uma modalidade de esporte, cujo crescimento é constante e exponencial.

A Pesca Esportiva pode ser considerada ecologicamente correta,

proporcionando momentos de prazer sem igual aos pescadores

que não buscam o alimento, mas a emoção do desafi o do

desconhecido.

Desde pequenos, exercitamos a curiosidade do que vem do fundo

do rio nas pescarias de brinquedo das festas juninas e, quando

adultos, este fascínio parece não diminuir. Porém, atualmente, o

ser humano está cada dia mais preocupado com a manutenção do

meio ambiente e com a preservação das espécies de peixes, já que

sem eles o esporte não poderia ser praticado.

Esta preocupação pode ser evidenciada quando verifi camos que,

entre as várias modalidades da pesca, a que mais tem crescido

é a chamada Catch & Release, que signifi ca em bom português

“pescar e soltar”. É isso ai! É pescar pelo simples prazer de

uma boa luta com o peixe. O que conta não é levar o troféu do

derrotado para casa e sim uma bela foto, ou quem sabe, somente

a emoção já baste. Uma vez travada a batalha, o peixe retorna ao

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Unidade 4

seu habitat para que não se perturbe o ecossistema do local de

pesca.

Esta modalidade de pesca esportiva pode ser praticada tanto

no mar, em pesca oceânica quanto no litoral, assim como

em águas fl uviais interiores, nos rios e também em lagos. A

Amazônia Brasileira aparece como excelente alternativa para

este esporte, porque o ambiente é riquíssimo em natureza, ela

está voltada para o Oceano Atlântico e possui uma imensa bacia

hidrográfi ca com enorme biodiversidade, habitat natural de

inúmeras espécies. A Amazônia possui metade da biodiversidade

do planeta e mais de 3.000 espécies de peixes, sendo que 95%

delas estão catalogadas pela Embratur no seu Programa Nacional

de Desenvolvimento da Pesca Esportiva. Não precisamos dizer

mais nada, não é mesmo? A Amazônia é um excelente destino.

Mas não é o único. Dentro das limitações de cada região,

poderemos, sem dúvida, listar ótimos locais para a prática deste

esporte.

Dados estatísticos nos informam que a pesca esportiva corresponde a 20% dos pacotes de turismo operados nos Estados Unidos.

Quais as espécies de água doce que são catalogadas para a pesca esportiva?O site do IBAMA na internet, (www.ibama.gov.br/pnda), mostra

todas as espécies que estão catalogadas. Nesse site você poderá

obter informações detalhadas sobre cada uma das espécies,

incluindo dados como tamanho, local de ocorrência, cuidados,

tamanhos, limitações de pesca entre outras informações.

A seguir listamos em ordem alfabética os peixes de água doce

com as ilustrações apresentadas pelo IBAMA:

Abotoado Acara açu Apapa

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Aruanã Barbado Bicuda

Black Bass Cachara Cachorra

Cachorra-Facão Caparari Corvina

Curimbatá Dourada Dourado

Jacundá Jatuarana Jaú

Jurupensém Jurupoca Lambari

Mandi Mandube Matrinxã

Pacu Pacus Piapara

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Piau-Flamengo Piau-três-Pintas Piavuçu

Pintado Piracanjuba Piraiba

Piranha-Preta Piranha-Vermelha Pirapitinga

Piraputanga Pirarara Saicanga

Surubim-Chicote Tabarana Tambaqui

Tilápia

Truta-Arco-ÍrisTucunaré

Fonte: <http://www.ibama.gov.br/pndpa/index.php?id_menu=26>

Traíra Trairão

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E quais as espécies de água salgada?Da mesma forma, o IBAMA também oferece o menu completo.

Opa! Desculpe! Esses não são para comer. Dos peixes mais

encontrados para a pesca esportiva:

Agulha Agulhão-Bandeira Anchova

Atum Badejo Bagre-Bandeira

BarracudaBetara Bicuda

Bijupirá Bonito Cacão

Caranha Cavala-Verdadeira Cherne

Corvina Dourado-do-Mar Espadarte

Garoupa Marlim-Azul Marlim-Branco

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Unidade 4

Miraguaia Olhete Olho-de-Boi

PampoPeixe-Espada

Peixe-Galo

Sargo-de-Dentes Tainha Tarpão

Ubarana Wahoo Xaréu

Fonte: <http://www.ibama.gov.br/pndpa/index.php?id_menu=27>.

Quais os equipamentos necessários à prática da pesca?O equipamento básico para a prática da pesca é composto por

vara, carretilha ou molinete, linha, chumbo e anzóis ou iscas

artifi ciais. Estes equipamentos devem ser compatíveis entre si,

formando assim um conjunto equilibrado. Porém, com a evolução

do esporte nos últimos anos, veio também o conforto para seus

praticantes, com o surgimento de muitos acessórios e equipamentos

interessantes, úteis e, muitas vezes, imprescindíveis.

Se tivéssemos que efetuar uma lista de equipamentos e utensílios,

ela seria da seguinte ordem: varas, linhas, anzóis, chumbadas,

bóias, alicates, barcos, iscas naturais, iscas artifi ciais, óculos

polarizados, câmeras fotográfi cas, molinetes e carretilhas. E cada

um dos itens poderia ser analisado de inúmeras formas. Mas, isto

já é uma outra história.

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Linhas: Uma linha muito fi na para a situação pode fazer com

que a briga demore demais, cansando o peixe além da sua

capacidade de resistência.

Anzol: Para a Pesca Esportiva, recomenda-se a utilização de

anzol sem farpa que machuca menos o peixe, principalmente na

hora da retirada do anzol. A sensação de que o peixe escapa com

facilidade se não utilizarmos farpa não é real. Mesmo no caso

de peixes saltadores basta o pescador evitar que a linha bambeie.

Além disto, no caso de um acidente com o pescador, fi ca bem

mais fácil e menos doloroso retirar o anzol do corpo. Em

algumas pescarias (pesca oceânica) é comum cortar a linha para a

liberação do peixe. Nesta situação, é recomendado o uso de anzol

feito com material de rápida corrosão, para que, em poucos dias,

ele se solte da boca do peixe.

Não se deve cortar a linha próxima ao anzol, pois um pequeno pedaço de linha é pouco fl exível e poderá perfurar o estômago do peixe se ele vier a engolir o anzol; 50 cm são sufi cientes para manter a fl exibilidade da linha.

Outros equipamentos para pesca esportivaNa Pesca Esportiva o ideal é não usar nenhum equipamento para

retirar o peixe da água. Se fosse possível só manusear os peixes

com as mãos e, de preferência, com elas molhadas, este seria o

meio mais recomendável. Assim o peixe não sofreria nenhum

dano, além do susto, não é mesmo? Como existem situações

em que o pescador precisa usar o recurso de um equipamento,

é melhor saber sobre os métodos, as suas vantagens e as suas

desvantagens.

Passaguá: Redinha mesmo! É prático e efi ciente, transmite

segurança ao pescador. Mas o contato do peixe com a rede é

prejudicial retirando boa parte de sua mucosa e até algumas

escamas, diminuindo a resistência e facilitando infecções por

vírus e bactérias.

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Unidade 4

Alicate de contenção: Por só prender pela boca, não causa

nenhum prejuízo as demais partes do animal. O alicate foi

desenvolvido especifi camente para este fi m, é fácil de usar e

proporciona um bom domínio sobre o peixe. Na parte inferior

da boca, pode arranhar o tecido bucal ou, em algumas espécies,

pressionar parte da guelra.

Bicheiro: O bicheiro é sempre introduzido de dentro da boca

para fora, devendo perfurar a fi na pele existente por detrás da

mandíbula. Os bicheiros pequenos, desenvolvidos para tirar

o peixe da água, são efi cientes e deixam os peixes quase sem

nenhuma marca, se forem utilizados corretamente. No caso de

mau uso pode machucar perfurando outras partes da boca do

peixe.

Pesque e pague? Não! Pesque e solte!No Brasil é muito difundida a prática do pesque e pague, nos

pesqueiros em todas as regiões do país. Porém, apesar de

esportiva, esta modalidade de pesca amadora ainda apresenta um

problema: as pessoas normalmente matam o peixe e o utilizam

para a alimentação. É como ir ao mercado, porque os pesqueiros

também são locais artifi ciais, e não existe muita aventura, já que

os peixes quase pulam para fora.

Já na atividade de pesque e solte, como o próprio nome diz, é o

ato de pescar o peixe, admirá-lo, fotografá-lo e devolvê-lo à água

em perfeitas condições de sobrevivência.

Na pesca esportiva o maior objetivo para o turista pescador é o

ato de pescar o peixe, não matá-lo. A atitude de devolver o peixe

com vida à água, independentemente de estar dentro ou não

das medidas estabelecidas pela legislação, precisa ser praticada

por todas as pessoas que dependem da manutenção da pesca

esportiva, como garantia de lazer ou emprego.

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Veja com cuidado o guia de pesca, para preservar os recursos e, lógico, conservando assim também o seu emprego e a viabilidade de continuidade do esporte. Poderá assim manter e conservar seu ambiente de trabalho, ou seja, o meio ambiente. Não há hotel pesqueiro nem emprego que sobreviverão sem que o meio ambiente esteja em condições adequadas para o desenvolvimento das várias espécies de peixes.

Lembre-se que o peixe leva um bom tempo para atingir tamanho

para atrair o turista e a sua soltura é uma das bases fundamentais

para que a pesca esportiva cresça e se estabeleça de forma sólida e

duradoura.

O que mais é importante lembrar sobre a Pesca Esportiva?Logicamente, são inúmeros os outros fatores que afetam e

impactam os cardumes, como por exemplo, o desmatamento

ciliar, exploração mineral, poluição, crescimento desordenado da

população. Eles incrementam o índice de matéria orgânica nos

rios, etc, mas, já é um bom começo se os peixes forem devolvidos

quando pescados não para a subsistência, mas como atividade

esportiva.

O praticante da Pesca Esportiva deve sentir prazer ao devolver

um peixe à água, já que ele não ganha nada com a morte do

animal e ganha muito em saber que não está prejudicando o meio

ambiente e garantindo sua diversão e dos demais turistas que irão

continuar pescando.

Na Argentina, nas regiões de pesca de truta, o processo de soltar o peixe já está bem incorporado. Estudos mostram que um peixe chega a ser capturado, até nove vezes por temporada, gerando muito mais recursos ao setor do que se fosse morto quando pescado pela primeira vez.

No Brasil já existem pesqueiros que só permitem a morte dos

peixes que serão consumidos no próprio local, minimizando

assim o impacto ambiental e atraindo cada vez mais pescadores,

preocupados com a manutenção do seu esporte preferido.

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Unidade 4

Mas, atenção! Para que esta prática de pescar e soltar funcione e

traga benefícios é importante saber fazer esta devolução de modo

correto, de tal forma que o peixe não morra quando devolvido

para a água, onde o estrago seria ainda pior.

O que é importante na hora da soltura do peixe?1- O tempo que o peixe resiste fora da água: é lógico que quanto

menor for o tempo de permanência do peixe fora da água, maior

será a garantia de sua sobrevivência. Seria como imaginar a nossa

permanência mergulhados na água! Não existe uma regra básica

para cada espécie, pois depende de vários fatores, como tempo

de briga e estado de cada peixe. Pode-se verifi car que os peixes

de escama possuem bem menos resistência do que as espécies

de couro e que os que vivem em águas correntes e oxigenadas,

normalmente possuem menor resistência fora da água do que

os de águas menos movimentadas e consequentemente menos

oxigenadas. Porém, não se preocupe! O tempo que se pode

manter um peixe fora da água é sufi ciente para retirar o anzol,

admirá-lo e fotografá-lo, antes de soltá-lo.

2- O problema da queda do peixe: você já imaginou despencar

de uma altura 10 vezes maior do que a sua altura? E ainda

por cima num local bem duro? Este é um dos fatores mais

prejudiciais à saúde do peixe. É fácil cair das mãos do pescador,

batendo no barco ou nas pedras e às vezes isto pode ocasionar a

morte do peixe, principalmente quando não queremos que isto

ocorra, não é mesmo?

3- Cuidado com as guelras: sob nenhuma condição deve-

se colocar a mão na guelra dos peixes. Isto não vai matá-lo

instantaneamente, mas por ser zona de grande irrigação

sangüínea, é uma porta aberta para infecções.

4- As mãos do pescador: de preferência, deve-se manusear o

peixe com as mãos molhadas.

5- Não fi que alisando ou acariciando o peixe: lembre-se, é um

peixe, não um cão! Você poderá acabar eliminando a mucosa

existente na superfície do peixe, que é importante como defesa

contra infecções e necessária para a sua hidrodinâmica, isto é,

habilidade de se locomover na água.

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6- Na hora da soltura propriamente dita: lembre-se que o peixe

está cansado e assustado. Então, é importante não jogar o peixe

na água, deixando-o desorientado e mais morto do que vivo.

Quando cansado e desorientado, ele se torna uma presa fácil para

outras espécies predadoras. Deve-se colocar o peixe na água,

apoiando-o com as mãos por baixo do corpo para que se recupere

lentamente e só saia quando ele mesmo se sentir em condições de

nadar. Assim, suas chances de defesa aumentam muito.

Onde devemos soltar o peixe?

De preferência na mesma região de sua captura, principalmente

as espécies que são moradoras de uma região. Em águas com

correnteza, de preferência deve-se soltá-lo em um local com águas

sem movimentação excessiva, assim ele não precisará iniciar nova

luta, agora contra a correnteza.

Como segurar o deixe fora d´água?

Atenção! Fora da água, procure manter o peixe sempre na posição

horizontal, pois há espécies que podem ter seus órgãos internos

comprimidos se segurados pela boca ou pela cauda, por infl uência

da pressão atmosférica que é diferente da aquática. Você não se

sente mais pesado fora d´água quando sai de um relaxante banho

de piscina?

SEÇÃO 4 – Bóia-Cross

Quem não brincou em uma câmara de pneu dentro d´água

quando pequeno? As bóias da infância eram muitas vezes aquele

divertido pedaço de borracha negro que garantia a segurança

enquanto nos divertíamos dentro da piscina ou mesmo em rios e

açudes.

E quem não desejou imensamente se deixar levar por estas bóias

em uma corrente tranqüila, observando a natureza e sentindo

a emoção de descobrir o que vem após cada curva de um rio?

Ou ainda, quem não quis realizar uma loucura e descer uma

corredeira plena de emoções?

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Unidade 4

É, mas quem tem juízo obedece aos mais velhos e se mantém

perto da margem não é verdade? Sim, mas depois de crescidos,

quem garante que mantemos o juízo?

Um pouco de históriaO Bóia-Cross, também conhecido como “acqua ride”, surgiu na

década de 1970 no Brasil com a velha brincadeira de descer um

rio com correnteza em câmaras de ar de pneus de automóveis.

O tempo passou, mas até hoje o esporte continua sendo praticado

nas corredeiras dos rios em todo o nosso país. É um esporte

Nacional!

E qual é o conceito?

Bóia-Cross é o percurso em corrente de água natural em mini botes infl áveis individuais, realizada normalmente em grupo, sem propulsão mecânica.

Este esporte é uma derivação da canoagem e do rafting, mas não

possui aspecto competitivo.

O atleta posiciona-se de peito em um mini bote infl ável e realiza

a descida da corrente de água, normalmente em rios com níveis

I ou II (ver classifi cação das corredeiras na Unidade 2) e realiza

a travessia geralmente em grupos. Para aqueles que buscam

maiores emoções, pode-se realizar o esporte em corredeiras mais

fortes, mas isto deve ser realizado somente por pessoas com boa

experiência e que conheçam muito bem o local.

O Bóia-Cross é praticado de barriga para baixo, deitando-se sobre

a bóia com a cabeça na extremidade frontal da bóia e os pés na

parte fi nal da bóia, já praticamente dentro da água, por isso,

a correnteza não deve apresentar riscos de colisões para evitar

acidentes com os praticantes, que buscam a contemplação da

natureza. Para os que buscam uma aventura radical, o cuidado

com as colisões deve ser considerado com especial atenção.

Descer o rio de bóia é uma atividade que dá muito prazer ao

participante. Este sentimento é proporcionado pelo contato direto

com a natureza, principalmente em locais com águas cristalinas

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e com uma fauna exuberante, circundados por matas ciliares, que

promovam a integração total com o meio ambiente.

Este tipo de esporte tem sido simulado em parques aquáticos,

que montam piscinas e tanques em forma de rios, com cachoeiras

artifi ciais e correntes impulsionadas por motores que simulam

também uma declividade, promovendo passeios circulares em

bóias coloridas. Mas nada se iguala à emoção da natureza em sua

plenitude, não é mesmo?

Um exemplo é o Beach Park, nas proximidades de Fortaleza CE, onde os turistas podem curtir, além dos tobogãs e das piscinas com ondas, um delicioso passeio em bóias, como alternativa para o relaxamento.

Mas atenção! Alguns cuidados deverão ser tomados:Não encha demais o bote (bóia): Não queremos um efeito

pipoca não é mesmo? Botes muito infl ados ganham

muita velocidade e fi cam difíceis de controlar e nada

confortáveis;

É recomendável munir a bóia com duas alças de borracha

para carregá-la na volta;

Leve somente máquina fotográfi ca aquática, pois com

certeza ela irá se banhar;

As vezes a volta é bem longa e unimos outros esportes

(trekking) para retornar à base, então é importante levar

água potável e pelo menos uma barra de cereal;

Para evitar águas profundas, uma dica importante é

escolher sempre o caminho na água que tenha mais

bolhas de ar;

Atenção ao percurso! Use a mão para desviar dos

obstáculos;

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Unidade 4

Nunca desça o rio sozinho, o ideal é efetuar o trajeto com

pelo menos três pessoas;

Este esporte foi desenvolvido para curtir a natureza,

então evite descer o rio com mau tempo, pois as correntes

fi cam mais fortes e a volta pode se tornar um pesadelo.

Quais os equipamentos necessários a este esporte?

bote infl ável ou bóia: atualmente, eles podem ser encontrados do mesmo material dos botes de rafting, mas originalmente eram câmaras de pneus automotivos. Isto não signifi ca que não se possa descer o rio em uma velha câmara confortável.

colete salva-vidas: essencial para a garantia da segurança, sendo que as dicas para o colete são as mesmas já estudadas anteriormente quando exploramos o rafting.

luvas mão-de-pato: são luvas com os dedos unidos, para proporcionar uma facilidade e uma agilidade maior nos movimentos dentro d´água;

caneleiras e joelheiras: para evitar machucaduras durante o trajeto se o local possuir pedras e outros obstáculos.

capacete: essencial para evitar acidentes em rochas e galhos, já que você estará descendo o rio com a cabeça voltada para frente.

cabo de resgate: pode ser lançado pelo bote de apoio e serve para o resgate em caso de queda do bote. Mesma articulação que é realizada no rafting.

roupa de neopreme: necessária apenas nos locais onde a água é mais fria, ou nas estações menos quentes do ano.

Onde o esporte está sendo praticado?

É difícil precisar onde o esporte está sendo praticado, mas

podemos encontrar inúmeros meios de hospedagem rurais

que tem o esporte como atrativo turístico. Entre os principais

locais, estamos apresentando uma lista dos diversos estados onde

podemos encontrar esta modalidade de esporte aquático.

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São Paulo

- Rio Atibaia - Atibaia

- Rio Itapanhaú - Bertioga

- Rio Jacaré-Pepira - Brotas

- Rios das Antas - Bueno Brandão

- Rio Barra do Turvo - Barra do Turvo

- Rio Bethari - Iporanga

- Rio Branco - Itanhanhem

- Rio Preto - Joanópolis

- Rio Juquiá - Juquitiba

- Rios Guaxinduva e Piraí - Jundiaí

- Rio Jaguari - Pedreira

- Rio Paraíso - Peruíbe

- Rio Piracicaba - Piracicaba

- Rio do Peixe - São Francisco Xavier

- Rio do Peixe - Socorro

- Rios Assungui, Verde, Turvo, Branco e Cachoeira do Chá -

Tapiraí

Rio de Janeiro

- Rio Mambucaba - Maromba

- Rio Preto - Visconde de Mauá

Outras Localidades

- Faxinal-PR

- Rio Nhundiaquara - Morretes-PR

- Rio Cachoeira - Antonina-PR

- Rio Paranhana - Três Coroas-RS

- Rio Marimbus-BA

- Rio Formoso - Bonito-MS

- Rio Aquidauana-MS

- Rio Bonito-GO

- Rio Jaguari - Monte Verde-MG

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Unidade 4

SEÇÃO 5 – Arvorismo

Quem não desejou brincar de Tarzan quando pequeno?

Desafi ar a altura nas copas das árvores é algo que está a cada

dia que passa estimulando as pessoas a voltarem alguns graus na

evolução e imitarem os chipanzés.

Mas, brincadeiras à parte, o esporte tem ganhado força no

Brasil. É uma atividade que surgiu com fundamentos de estudo,

ganha uma nova roupagem na aventura, proporcionando emoção

e também integrando os participantes, além de divulgar a

consciência ecológica de preservação.

E qual é o conceito?

O arvorismo consiste na travessia entre plataformas montadas sobre as copas das árvores. Os esportistas devem percorrer um percurso suspenso, ultrapassando diferentes tipos de obstáculos como escadas, pontes suspensas, tirolesas e outras atividades que podem ser criadas como obstáculos.

Quais as modalidades do esporte?

Arvorismo contemplativo

A modalidade tem por objetivo principal a observação da

natureza. O praticante caminha por passarelas protegidas

por redes, que estão suspensas entre as árvores. Funciona

praticamente como uma alternativa de roteiro sobre as árvores,

oferecendo visão privilegiada para a prática do turismo de

observação e fotográfi co. Foi desenvolvido na Costa Rica, a partir

da década 80.

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Acrobático

Essa modalidade foi desenvolvida na França no fi m dos anos 90.

Nela, os praticantes precisam de um pouco mais de equilíbrio,

coordenação e ousadia durante o percurso. É uma modalidade

recheada com adrenalina. Mas, preste atenção, pois a segurança

jamais poderá ser subestimada. Sempre presos a um cabo de

segurança e utilizando equipamentos adequados, os praticantes

caminham sobre cabos, penduram-se em redes e deslizam em

tirolesas.

Qual a história do arvorismo?Esta atividade foi desenvolvida na Europa, como um instrumento

para pesquisadores realizarem estudos de fauna e fl ora

relacionados a espécies que normalmente só são encontradas na

natureza em locais de difícil acesso, isto é, sobre as copas das

árvores. Como exemplos destas espécies, podemos citar algumas

bromélias, pássaros, primatas, entre outros. A técnica consistia

em efetuar uma trilha sobre as copas das árvores utilizando

cordas, madeirame e postes para observação, utilizando também

as técnicas como a tirolesa (para passar de um local para o outro)

e de rapel (para descer dos pontos de observação).

Então, foi só uma questão de tempo para que o homem, em sua

ânsia pela diversão, adaptasse o conceito de arvorismo até torná-

lo uma modalidade de esporte ecológico.

Além de árvores, postes ou balizas também podem servir de base

para a prática do esporte.

Atualmente, pode-se dizer que o arvorismo encontrou apoio nas ciências sociais e na saúde. Inúmeras empresas utilizam-se de suas técnicas para trabalhar o espírito de equipe, a confi ança nos colegas, melhorar a auto – estima, para enfrentar os medos pessoais e aproximar o homem da natureza.

A atividade muitas vezes é inserida em corridas de aventura e

vem sendo implantada em parques públicos ou em áreas naturais

particulares, tendo como objetivo, não somente proporcionar

aventura aos participantes e uma forte integração com o meio

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Unidade 4

natural, mas atuar como forma de desenvolvimento humano

junto à natureza e fomentar a consciência de preservação

ambiental.

No Brasil, a atividade foi introduzida em 2001 e Florianópolis tem hoje o maior circuito de arvorismo do país. Porém, como as árvores são baixas, as cordas são colocadas em postes espalhados no meio da mata. São 378 metros de percurso, ou seja, quase duas horas sobre as copas das árvores a doze metros do chão.

Que técnicas são utilizadas?A maioria das técnicas utilizadas são oriundas das atividades

militares de variações das técnicas de salvamento e resgate.

Além da tirolesa, que consiste em amarrar um cabo entre

dois pontos aéreos com diferença de altitude para promover o

transpasse com auxílio de roldanas ou mosquetões, existem

outras montagens que fazem parte do circuito de arvorismo

como: falsas baianas, teias de corda e pontes suspensas, estruturas

dinâmicas de corda e madeira fi xadas cuidadosamente em

árvores, que permitem a movimentação em altura com total

segurança.

Todas estas montagens podem ser feitas no interior de matas e

fl orestas para que os praticantes tenham condições de apreciar a

fl ora e a fauna nativa.

Quais os equipamentos a serem utilizados? A prática deste esporte não exige nenhum preparo especial e,

na maioria das vezes, as explicações que antecedem a prática

esportiva já serão sufi cientes para a realização do percurso

guiado por profi ssionais capacitados. Porém, é necessária muita

disposição e coragem para superar os desafi os.

Os equipamentos são simples:

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cadeirinha (a mesma do rapel)

cabo de segurança (corda que prende o atleta ao cabo)

mosquetão

polia

capacete.

O esporte serve para estimular a capacidade individual e o espírito de equipe, exercitando o corpo e a mente, desenvolvendo o equilíbrio interior e aliviando o stress diário pela adrenalina.

O trabalho em altura com técnicas verticais, somado ao

conceito de segurança de back-up e redundância das ancoragens

e conexões, garantem aos praticantes de arvorismo toda a

segurança necessária na exposição aos riscos do esporte de

aventura na natureza.

A prática do arvorismo traz para as pessoas uma visão bem

mais abrangente da importância da preservação ambiental. O

principal motivo é que sem as árvores o esporte perde o sentido,

então, com o circuito instalado, respeitando a capacidade de

carga de cada local, está assegurada a preservação, desde que bem

administrada e manejada.

Seção 6 – Canoagem

Voltamos aos rios!Da prática deste esporte, derivaram-se todos os outros que

conhecemos, pois, segundo nos diz a história, o homem que vivia

nas margens de rios e mares, em sua evolução, utilizou bases sólidas

fl utuantes para melhorar suas atividades de pesca e de transporte.

Instrumentos extremamente necessários à sobrevivência, em

tempos difíceis, através das mãos do homem, passaram a ser

objetos de diversão e lazer chegando a ser muitas vezes alvos de

competições organizadas.

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Canoagem pode ser entendida como:

* esporte praticado em canoas, caiaques e wave-skis, obedecendo características peculiares de acordo com a modalidade;

ou

* o conjunto de atividades com o emprego de barcos chamados caiaques, cuja característica é o remador estar de frente e cujo remo tem duas pás.

Mas qual é a diferença entre caiaques e canoas?A canoa pode ser aberta ou fechada com remo de uma só pá,

permitindo ao atleta estar sentado ou ajoelhado. São mais

utilizadas em águas paradas. A grande vantagem é que a

adaptação é imediata, ou seja, a postura é praticamente a mesma

de quando se está sentado em um banco normal com os joelhos

levemente fl exionados. Muitos praticantes preferem este tipo de

embarcação porque se sentem mais livres. No caso da prática

de pesca este modelo também é mais efi ciente por possuir mais

espaço para carga.

Os caiaques são embarcações fechadas que utilizam remo de

duas pás; o atleta permanece sentado na cabine. As pernas fi cam

retas formando um ângulo de 90º com o tronco. Esta posição

pode não ser muito confortável para quem não está acostumado.

O caiaque é uma embarcação que permite ao remador escolher

seu próprio percurso, contando apenas com sua capacidade física,

podendo alcançar qualquer ponto onde haja água. A exploração,

o ecoturismo, o lazer da contemplação da natureza e as práticas

esportivas são atendidos por este meio de locomoção.

Existe uma expressão comum, onde o praticante costuma dizer que deve “vestir o caiaque”, porque deve-se entrar no cockpit (cabine) e colocar a “saia” para evitar que entre água. Assim, pode-se considerar o caiaque uma espécie de extensão do corpo e, após “vesti-lo”, o atleta passa a possuir cabeça, tronco e “casco”.

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Um pouco de históriaSe não fosse a navegação, talvez não estivéssemos no Novo

Mundo! Ao longo de toda sua história, o homem sempre aspirou

dominar os rios e os mares e trabalhou para o desenvolvimento

das técnicas de navegação. Empreendeu grandes esforços e

sacrifícios, desde a confecção de canoas até os transatlânticos,

passando pelas caravelas, possibilitando assim a capacidade de se

locomover na água.

Foram os esquimós os primeiros povos a utilizar os caiaques na

sua forma moderna. No início, este povo utilizou uma estrutura

de madeira e de esqueleto de baleia revestidos com pele de foca.

O inovador deste modelo de barco (caiaques)

em relação às canoas é justamente sua principal

característica: ser um barco em que o remador,

sentado, fi ca de frente e daí pode ver o que se passa,

com boa velocidade e capacidade de efetuar manobras.

Era isto que os esquimós precisavam para caçar as

focas.

Alguns caiaques levavam um recipiente na frente

onde se acendia uma fogueira para servir de lanterna

nas incursões noturnas. Os esquimós desenvolveram

técnicas avançadas de canoagem até mesmo com um

rolamento: manobra para desvirar o barco.

Nenhuma outra embarcação permite uma sintonia tão plena com o ambiente como o caiaque, que passa a ser uma extensão do corpo, moldando-se às águas, transformando força em movimento. Ele é mais versátil quanto às opções de lazer porque com ele você pode entrar em mar, rios ou represas.

Com a evolução tecnológica e a conseqüente melhoria dos

materiais modernos, a canoagem teve um enorme crescimento e

especialização.

Figura 4.4 - Caçador Povo Inuit.Fonte: http://www.gpacanoagem.pop.com.br

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Assim, foram desenvolvidos vários tipos de embarcações que

procuram atender às necessidades de cada usuário. A canoagem

pode ser dividida em duas grandes vertentes: a canoagem

esportiva de competição e a canoagem de lazer.

E quais são as modalidades de prática deste esporte?São inúmeras as variedades deste esporte. A principal modalidade

esportiva é a canoagem de velocidade que já é disputada desde o

início do século XX e foi introduzida nas Olimpíadas de 1936,

em Berlim.

Atualmente a CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem),

órgão ofi cial da canoagem esportiva brasileira, organiza as

atividades esportivas nas seguintes modalidades:

1 - Velocidade: É uma modalidade essencialmente de

competição.

Pode ser praticada em rios ou lagos de águas calmas, com 9 raias

demarcadas nas distâncias de 1.000, 500 e 200 metros. Iniciam-

se com eliminatórias que classifi cam os barcos semifi nalistas e

fi nalistas.

As classes de embarcações são padronizadas pelas regras da

Federação Internacional de Canoagem e as canoas podem ter 1, 2

ou 4 competidores.

2 - Slalom

Esta modalidade foi iniciada na Suíça em 11 de

setembro de 1932 (como se vê, esta data não é

marcada somente por acontecimentos trágicos).

Foi originada por meio de uma adaptação

das competições de esqui. Inicialmente

era praticada em águas paradas, porém foi

rapidamente adaptada às corredeiras de rios

naturais.

A segunda Guerra mundial iniciou 6 anos

após a 1ª competição de slalom, prejudicando o desenvolvimento

da modalidade, que retrocedeu quando comparado à canoagem

Figura 4.5Fonte: CBCa

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de águas calmas, especialmente do ponto de vista Olímpico. O

primeiro campeonato mundial de slalom sob os auspícios da FIC

(Federação Internacional de Canaogem) foi organizado em 1949,

em Genebra, na Suíça.

Atualmente, ele é praticado em rios com corredeiras, num

percurso que varia entre 250 e 400 metros. A via é demarcada

por meio de arames suspensos, onde são penduradas até 25

“portas” que devem ser ultrapassadas na seqüência numérica e no

sentido indicado (a favor e contra a correnteza).

Quando o canoísta ou mesmo quando a embarcação ou remo

efetua um toque em qualquer uma das balizas são acrescentados

2 segundos ao seu tempo. Quando uma porta não é ultrapassada

na demarcação, o canoísta é penalizado com 50 segundos. Aquele

que fi zer o menor tempo de descida, somando suas penalidades

(duas descidas sucessivas) é o vencedor.

Além da aventura, um outro aspecto que destaca o slalom é justamente o espírito de equipe que caracteriza o esporte. Mesmo em atletas de diferentes nacionalidades, há sempre um profundo espírito de colaboração, aliado à solidariedade e conscientização ecológica.

Pode-se dividir a história do slalom em três períodos: de 1949-1972, 1972-1992 e o atual, pós 1992. O primeiro período: foi caracterizado por mudanças nos

materiais dos caiaques, os barcos rígidos foram substituídos por

barcos de fi bra de vidro em campeonatos mundiais.

O segundo período: foi a inclusão da modalidade nos

Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, e houve mudança e

simplifi cação das regras de competição.

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Unidade 4

O terceiro período: foi marcado pela reintrodução do slalom nos

jogos olímpicos de Barcelona, em 1992, e também a introdução

da Copa do Mundo, disputada em circuito de 5 provas por ano,

em acréscimo ao Campeonato Mundial, disputado em uma

competição a cada 2 anos.

Estes acontecimentos foram fundamentais para a difusão do

esporte em todo o mundo. Neste contexto, o Brasil sediou o

primeiro Campeonato Mundial de Slalom, organizado fora da

Europa ou Estados Unidos, em 1997, na cidade de Três Coroas,

RS. Esta expressividade no mundo esportivo fez com que o

slalom voltasse aos jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e

Sidnei, em 2000, marcando, defi nitivamente a importância da

modalidade.

Tudo indica que, agora e no futuro, o slalom adquiriu o status de

esporte olímpico. Ele já foi organizado como provas em canais

artifi ciais tipo estádio, como nos jogos Olímpicos de Sidnei, onde

a pista tinha o formato de “ferradura”, ou como em Atenas, com

a pista em forma de “oito”, com “ponte” de água sobre a parte

inferior da pista. Esta versão do esporte permite uma completa

observação da competição.

3 - Caiaque-pólo

Na Inglaterra, há cerca de 30 anos atrás, os praticantes de slalom

começaram a treinar manobras dentro de piscinas durante o

inverno; para desenvolver e aprimorar manobras. Desde então,

como era justamente o país inventor do futebol, nada mais justo

do que colocar uma bola no treinamento.

A partir deste instante, o esporte foi evoluindo e as suas regras

foram defi nidas, tendo sido disputados os primeiros campeonatos.

A modalidade se difundiu para a Europa e posteriormente para a

Oceania e Sudeste Asiático.

Após a regulamentação do esporte e com a sua ofi cialização como

parte integrante das modalidades da Federação Internacional

de Canoagem, o caiaque-pólo se fi rmou e atingiu um grau de

desenvolvimento tão sério, que hoje são disputados campeonatos

nacionais regulares masculinos e femininos em quase todos os

países da Europa, Austrália, Sudeste da Ásia e a África do Sul.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

O primeiro campeonato mundial foi realizado em 1994, em Sheffi eld, Inglaterra, com a presença de 18 países, dentre eles o Brasil. Somente após este campeonato mundial é que o esporte ganhou o reconhecimento e o primeiro torneio no Brasil, reunindo 8 equipes Européias e da América do Sul.

O que é Caiaque-pólo? Nesta modalidade esportiva, dois times com cinco canoístas em

cada um, competem numa piscina de 30 x 20 metros. O objetivo

é marcar gols na goleira do adversário. Seria praticamente

um handebol jogado tanto com as mãos como com os remos,

praticado por cinco canoístas.

A emoção se encontra em realizar as manobras à

frente do espectador e com amplas condições de

promoção: capacetes, coletes, remos, caiaques, gols

e bordas da piscina são ótimos planos de fundo

para a publicidade.

E os equipamentos de segurança?Os equipamentos obrigatórios são o capacete, o colete salva-vidas

e uma saia de tecido fl exível para que água não entre na cabine do

caiaque.

Figura 4.6 - Caiaque poloFonte: CBCa

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 4

É importante que o remo tenha extremidades arredondadas e

sem farpas para evitar acidentes.

E como se joga? A Confederação Brasileira de Caiaque, CBCa esclarece as regras

do jogo (CAIAQUE..., 2007):

É permitido impulsionar ou segurar a bola com as mãos; com o remo você pode empurrar a bola ou usá-lo como defesa, porém não é permitido bater na bola com o remo. Você está de posse da bola quando a tem na mão ou ela está na água ao alcance da sua mão. O jogador pode fi car, no máximo, 5 segundos de posse da bola; ao fi nal destes deve passá-la a um companheiro ou a si mesmo desde que ela percorra pelo menos 1,0 m em qualquer direção, mesmo para cima. É permitido empurrar um adversário que esteja sozinho de posse da bola. Este empurrão só pode ser feito com uma mão aberta e no ombro do adversário. Empurrão em qualquer outra parte do corpo, com duas mãos, ou quando a bola estiver em disputa no meio entre dois caiaques não é permitido. São consideradas faltas: aproximar o seu remo a uma distância menor que 1,0 m do corpo do seu adversário colocando-o em risco; como também tentar disputar a bola com o remo, se o adversário estiver tentando dominá-la com as mãos; tocar com o remo ou com a mão o caiaque ou o corpo do adversário. No caiaque-pólo defi ne-se uma área de 6 m ao longo de uma linha imaginária paralela à linha de fundo situada a uma distância de 6 m desta. Dentro desta área, atacantes e defensores têm direito de disputar uma posição e podem empurrar com os caiaques os barcos do adversário. Este empurrão de um caiaque pelo outro, somente não é permitido quando um canoísta não bater num ângulo de cerca de 90 ou contra a lateral do barco do adversário de forma violenta. Fora das áreas de 6m é permitido empurrar o caiaque de seu adversário numa disputa de bola, isto quando esta se encontrar a 3,0 m do seu caiaque. O jogador do time atacado que levantar seu remo para defender seu gol é considerado o goleiro, portanto, não pode ser empurrado ou tocado por nenhum atacante. As táticas mais usuais no caiaque-pólo têm semelhança com o basquete, sendo as marcações tipo zona (1-2-2) e homem a homem as mais utilizadas.

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4 - Descenso

O objetivo desta modalidade é a demonstração de controle total

do competidor sobre seu barco em águas rápidas (corredeiras)

durante o percurso de uma pista pré-defi nida no menor tempo

possível.

As provas realizadas em pistas abaixo da classe III de difi culdade

são designadas corridas de rio e não de descida (descenso).

As classes de embarcações são padronizadas pelas regras da

Federação Internacional de Canoagem e variam com o tamanho

do bote, o peso e o número de integrantes (1 ou 2 esportistas).

5 - Maratona

Nesta modalidade não existem padrões pré-defi nidos na longa

distância que o atleta deve percorrer. O competidor deve estar

preparado a sair do barco e carregá-lo para ultrapassar obstáculos

intransponíveis por remo.

Variações do percurso:

Rios sem obstáculos ou interrupções;

Rios com obstáculos como represas, pedras e/ou águas

rasas envolvendo obrigatoriamente, transporte do barco

por terra ou não;

Lagos, estuários ou mar aberto;

Qualquer combinação entre os percursos citados.

6 - Oceânica

O objetivo das provas de canoagem Oceânica é percorrer, um

percurso previamente defi nido em carta náutica, em águas

marinhas, no menor tempo possível.

7 - Canoagem em ondas

Esta modalidade originou-se com as embarcações de pesca em

rios e mares.

Após a introdução do caiaque como alternativa de esporte em

ondas (como imensas pranchas de surfe), o número de esportistas

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Unidade 4

foi aumentando e começaram os movimentos em prol da

ofi cialização deste esporte.

As primeiras manifestações ocorreram em 1960, na costa

californiana, sendo que, em 1982 o caiaque de onda foi

introduzido no Rio de Janeiro.

Segundo a CBCa, no Brasil, a Canoagem Onda se divide

atualmente em duas classes: Surf Kayak e Waveski, sendo que,

internacionalmente elas são independentes. São elas:

1- A classe Surf Kayak é a tradicional canoagem em onda, onde

o atleta surfa dentro de um caiaque especialmente fabricado para

este fi m.

2- A Classe Waveski, surgiu muito antes do próprio surfe.

Na época do mercantilismo, quando os europeus buscavam

metais preciosos na América do Sul, já se falava em um tipo de

embarcação semelhante ao caiaque, conhecida como Cavalo de

Totora (embarcações de pesca), no Perú.

A Totora é uma espécie de junco extremamente leve e se for bem

trabalhada proporciona uma boa fl utuação.

Os pescadores ainda hoje, remam no mar com um rudimentar

pedaço de bambu (remo) e, após soltar a rede, voltam à terra

surfando na onda.

E onde praticar?

São Paulo

- Itanhaém

- Peruíbe

- Praia de Camburí - São Sebastião

Minas Gerais

- Rio das Mortes - Barbacena

- Rio Paraibuna - Juiz de Fora

- Rio Uberabinha - Uberlândia

- Rio Doce - Governador Valadares

- Rio Médio São Francisco – Pirapora

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Outras Localidades

- Praia da Barra da Tijuca - RJ

- Tramandaí - RS

- Praia Mole e Barra da Lagoa – Florianópolis - SC

- Lago Paranoá - DF

- Rio Descoberto - DF

- Rio das Almas e do Peixe – Pirenópolis - GO

- Rio Maranhão - GO

Seção 7 – Balonismo

Quem já não se encantou ao avistar um balão? Aquele

imenso e colorido artefato quase que imóvel no céu,

colorindo e contrastando com a imensidão azul.

O balonismo existe desde a década de 60 e somente

agora está ganhando força como esporte no Brasil.

Um pouco de históriaPor onde começar? Talvez por Arquimides (200 a.C.)

quando o homem tentou pela primeira vez voar. Outra referência

é a dos irmãos Montgolfi er, que em 1783, em Paris, encheram de

ar um aeróstato de 12 metros de diâmetro, alcançando a marca de

12 metros por 20 minutos de vôo.

No Brasil, o balonismo como esporte é praticado desde 1970,

em 1987 foi criada a ABB (Associação Brasileira de Balonismo)

e assim o esporte começou a ganhar vulto e ser difundido pelas

competições. A partir deste ano, são realizados anualmente os

campeonatos nacionais que apontam dois representantes ofi cias

para o campeonato mundial, que se realiza a cada 2 anos.

Figura 4.7 - Balonismohttp://360graus.terra.com.br

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Unidade 4

Quais os equipamentos usados nesta modalidade de esporte?Vamos lá. O equipamento completo para a prática do balonismo

consiste em:

um envelope (balão);

um cesto;

um maçarico;

quatro tanques de gás;

um ventilador (para infl ar o envelope a frio);

cordas de segurança;

equipamentos eletrônicos, como altímetro (para medir a altitude), variômetro (mede a variação de altitude), bússola (para auxílio a navegação), GPS (sistema de posicionamento geográfi co por satélite), rádios para a comunicação com a equipe em terra;

uma caminhonete para transportar tudo.

Como funciona um balão?Os balões funcionam pelo mesmo princípio dos balõezinhos

de São João, isto é, eles voam porque estão cheios de ar quente,

que é mais leve que o ar atmosférico, então tendem a subir como

nas correntes de convecção. O ar frio que entra no envelope é

aquecido por um maçarico alimentado a gás (propano). Com isso,

o ar interno aquece e torna-se mais leve que o ar externo, fazendo

com que o balão se eleve.

Como não tem dirigibilidade, isto é, não tem um volante ou

qualquer outro sistema de navegação direta, voa ao sabor do

vento, e aí é que entra a técnica de cada piloto, sabendo controlá-

lo através das camadas de vento, que variam constantemente.

Existem certos horários para voar com um balão, sempre na parte da manhã e no fi nal da tarde, onde os ventos são mais suaves e existem poucas possibilidades de formações térmicas (correntes de ar ascendente).

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Existem competições para este esporte?

Existe uma associação que coordena todos os eventos hoje no Brasil:

Associação Brasileira de Balonismo (http://www.abb.org.br/).

O vôo em balão, além de permitir a contemplação de um

vasto horizonte num silêncio quase absoluto pode também ser

caracterizado como um esporte de competição.

Existem inicialmente dois tipos de vôo em balão: o vôo cativo

(a subida e descida do balão são realizadas na presença de um

cabo de ligação) e o vôo livre onde a orientação faz-se por meio

do arremesso do lastro (normalmente sacos de areia) ou então,

aquecendo o ar contido no balão, de maneira a fazê-lo subir até à

altura de uma corrente de ar que se desloque na direção desejada.

As provas mais praticadas no Brasil:A seguir, você poderá verifi car as provas mais praticadas

pelos pilotos de balão a ar quente no Brasil, segundo a ABB

(Associação Brasileira de Balonismo):

1- Alvo declarado pelo juiz: levando em consideração os ventos

que prevalecem na área, na hora da prova, o juiz indica os alvos

que devem ser atingidos. O balonista deve jogar, o mais próximo

possível do alvo, um saquinho com uma fi ta colorida e um

número indicativo do balão. Ganha mais pontos quem chega

mais próximo do alvo.

2- Alvo declarado pelo piloto: nesta prova, antes da decolagem,

o piloto indica ao juiz os alvos que pretende atingir. A pontuação

tem critério igual a anterior.

3- Fly in (Fly on): nas competições, geralmente todos os

balonistas decolam do mesmo ponto. No Fly in, cada balonista

escolhe o seu ponto de decolagem, rumando depois para um local

central, onde estão os juizes e há um alvo a ser atingido. No Fly

on o balonista segue depois para atingir um segundo alvo.

4- Máxima distância: cada balonista só pode lançar sua marca

após um determinado período de vôo. Ganha mais pontos,

o balonista que lançar sua marca mais distante do local de

decolagem. Esta tarefa é feita em dias de ventos fortes.

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Unidade 4

5- Mínima distância: tarefa normalmente feita em dias de vento

fraco. O balonista só pode lançar sua marca após determinado

período de vôo. Ganha mais pontos aquele que tiver percorrido a

menor distância.

6- Valsa da hesitação: nesta tarefa o piloto recebe a incumbência

de atingir um entre dois alvos. Após a decolagem, ele escolhe o

alvo em função dos ventos.

7- Valsa da hesitação dupla: esta tarefa foi criada pelos balonistas

brasileiros e introduzida no 3° Campeonato Brasileiro. O

piloto decola e lança sua marca num alvo escolhido por ele. A

pontuação é dada depois de medida as distâncias entre o ponto

de queda da marca e o alvo mais próximo. Uma segunda marca é

lançada depois e idêntica medição é feita em relação a outro alvo.

8- Caça à raposa: esta tarefa não conta pontos em campeonatos.

Um balão decola em vôo livre e passado certo prazo de tempo, o

juiz autoriza a decolagem dos demais, que devem persegui-lo. O

balão raposa faz o possível para difi cultar a perseguição. Ganha

a prova o balonista perseguidor que pousar mais perto dele ou

lançar sua marca mais próxima.

9- Cotovelo: nesta tarefa, o balonista decola, voa para um alvo,

atinge-o com a marca e depois, desviando o rumo, voa para um

segundo alvo e joga outra marca. Ganha mais pontos o balonista

que, nessa mudança de rumo, fi zer um ângulo mais apertado.

10- Vôo da chave: uma sacola, com as chaves de um veículo é

colocada sobre o ponto mais alto de um poste. Cada balonista,

passando próximo ao poste, tem uma única oportunidade para

pegar a maleta e ganhar a chave do carro oferecido como prêmio.

Esta tarefa também não conta pontos em campeonatos.

11- Múltiplos alvos determinados: o árbitro geral seleciona

dois ou mais alvos fora do local da decolagem. Estes alvos estão

normalmente de dois a cinco quilômetros de distância do lugar

da decolagem. Os pilotos decolam e tentam manobrar os balões

para que eles cheguem o mais próximo possível dos alvos, quando

então, deixam cair uma marca para identifi cação. A marca mais

próxima ao centro vai determinar o vencedor.

12- Prova de navegação convergente: os pilotos localizam uma

área de dois a cinco quilômetros fora do local da decolagem,

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infl am seus balões e tentam pegar o melhor vento, para chegar ao

alvo colocado no centro da área escolhida. A marca mais próxima

ao centro do alvo determina o vencedor.

Onde praticar?Você pode praticar este esporte, nas seguintes regiões:

- Região da Serra da Moeda - MG

- Vôo panorâmico em qualquer cidade do Paraná -PR

- Região de Seropédica -RJ

- Sobrevôo em Torres -RS

- Sobrevôo em Piracicaba, Sorocaba e Ribeirão Preto -SP

O que ainda podemos dizer?Os novos esportes de aventura estão ganhando força no Brasil,

como alternativa de diversão e de contato com a natureza, dentro

de um espírito de preservação, aliado ao ganho social que ocorre

pelas atividades em grupo.

O administrador das atividades em meio rural deverá ser o gestor dos recursos e garantir sua continuidade, sem que haja perdas para o bem comum, isto é, ao meio ambiente.

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Unidade 4

SínteseOs novos esportes descritos e comentados nesta unidade nos

mostram que a imaginação do homem não tem limites realmente.

Se analisarmos, os novos esportes são todos derivados de

atividades que surgiram inicialmente como alternativa de

transporte ou trabalho, que acabaram ganhando aspectos

recreativos em tempos de tecnologia em evolução.

O que não podemos esquecer é que todos os esportes descritos,

tem em primeiro lugar, um aspecto de preservação ambiental

ímpar.

Ao contrário da depredação e do descaso, os esportes visam

um aspecto contemplativo e de cuidados extremos com o meio

ambiente.

O atleta, que se torna o turista do meio rural, deve antes de

tudo, ter como princípio a educação ambiental e utilizar esta

ferramenta como princípio básico para transmissão desta

consciência aos seus espectadores.

Aos administradores dos recursos, cabe ainda a manutenção, o

estudo das capacidades de carga de cada ambiente, e o controle

das atividades, além de sua divulgação.

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Atividades de auto-avaliação Desenvolva um rápido exercício de reconhecimento de sua região e responda as questões a seguir:

1 - Existem atividades hípicas na sua região? Apenas de competição ou já se realizam cavalgadas?

2 - Qual o circuito de Canyoning mais próximo de sua região?

3 - Existe a possibilidade de seu município investir na realização de uma etapa regional das atividades com o balonismo?

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Unidade 4

4 - Como funcionam os pesqueiros de sua região?

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Saiba mais

Para aprofundar os estudos desta unidade você poderá consultar

os seguintes sites:

<http://www.ambientebrasil.com.br/>

Acesso em 23 mar. 2007.

<http://www.tudosobrecavalos.com/>

Acesso em 23 mar. 2007.

<http:// www.ibama.gov.br/pescaamadora>

Acesso em 23 mar. 2007.

<http://www.ecoventure.com.br/>

Acesso em 23 mar. 2007.

<http://www.guiafl oripa.com.br/esportes/arvorismo>

Acesso em 23 mar. 2007.

<http://www.abb.org.br/>

Acesso em 23 mar. 2007.

<http://www.airadventures.com.br>

Acesso em 23 mar. 2007.

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UNIDADE 5

Turismo de Observação e Fotográfi co

Objetivos de aprendizagem

Compreender a importância da prática do turismo de observação e fotográfi co para o ambiente receptivo como forma de preservação ambiental e valorização das características naturais e artifi ciais das regiões.

Seções de estudo

Seção 1 Turismo de observação

Seção 2 Observação de aves (birdwatching ou birding)

Seção 3 Observação de baleias (whale watching)

Seção 4 Observação de paisagens

5

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Para início de conversa

Durante muito tempo a atividade de observação não satisfazia

completamente as necessidades dos turistas, que muitas vezes

acabavam depredando o ambiente em busca de algum tipo de

recordação física. A recordação era colocada em local de destaque

nas residências como um “souvenir” ou como um prêmio de

difícil conquista.

Isso sem falar nas caçadas organizadas, de onde traziam as

próprias cabeças dos animais abatidos.

Não queremos considerar que este tipo de atividade depredatória

tenha deixado de existir, mas a consciência ecológica tem

ganhado espaço e a atividade de contemplação, observação

e fotografi a conquistam a cada dia um número maior de

praticantes.

Um outro fator que contribuiu enormemente com esta evolução

da atividade de observação foi a diminuição dos valores de

máquinas fotográfi cas digitais, que dispensam revelação de

películas e permitem uma maior quantidade de fotografi as sem o

custo tradicional e com a visualização imediata.

Nos próximos parágrafos você irá estudar um pouco sobre o

histórico do turismo de observação e sobre a tecnologia envolvida

para tal prática.

Preparado? Então diga X!

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 5

SEÇÃO 1 - Turismo de Observação

Devemos considerar que organismos

governamentais e não-governamentais de todo

mundo, embasados em inúmeras pesquisas,

concordam que o turismo é um dos ramos de

atividade econômica e fenômeno social que

mais cresce no mundo, calculando-se que mais

de 180 milhões de pessoas vivem direta ou

indiretamente desta atividade, movimentando

em todo o mundo, trilhões de dólares

anualmente.

Considerando-se as ações diretas, estamos

falando do movimento econômico em meios de

hospedagem, em restaurantes, agências de viagens, empresas de

transporte entre outros.

Porém, quando falamos da multiplicação de emprego e renda

indireta proporcionada pelo turismo, estamos nos referindo ao

crescimento do comércio local, da melhoria da infra-estrutura

das cidades, do incremento dos serviços privados e públicos e do

crescimento integrado regional.

Como a atividade turística ganha um tamanho descomunal,

para melhor entender sua ação nas sociedades e facilitar o

planejamento e a classifi cação da demanda e da oferta turística

de cada região, o fenômeno foi subdividido em áreas de estudo,

de acordo com o interesse e a vocação turística de cada região

estudada.

É valido salientar que uma mesma região pode apresentar

mais de uma vocação turística, e esta classifi cação serve apenas

como base para efetuar as ações de planejamento e controle já

descritas anteriormente. Então, o turismo pode ser dividido em

segmentos como: turismo cultural, turismo religioso, turismo

esportivo, turismo infantil, turismo da terceira idade, turismo

gastronômico, turismo rural e o turismo ecológico ou ecoturismo.

Agora você pode compreender que dependendo do período do ano ou mesmo de uma data em especial, uma localidade pode variar sua oferta turística.

Figura 5.1 - Torres- RS.Fonte: http://www.abbra.eng.br/paisagem.htm

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Universidade do Sul de Santa Catarina

O ecoturismo tem se tornado uma das modalidades que mais

se desenvolve nos últimos anos, principalmente em países com

turismo emergente como o caso do Brasil, justamente por possuir

muitas áreas naturais.

Por sua vez, o ecoturismo subdivide-se em várias modalidades,

mas dentre elas, o turismo de observação merece destaque por ser

uma das formas que mais tem ganhado a atenção dos naturalistas

e ecologistas, pois sua prática envolve fatores importantes para a

preservação e estudos da ecologia.

Então, a partir do que vimos até aqui, como podemos conceituar

esta atividade?

O turismo de observação é o segmento do ecoturismo no qual o ecoturista vai para alguma área natural e passa a observar sua beleza, contemplando-a, ou especifi camente observando algum ou alguns de seus elementos.

SEÇÃO 2 - Observação de aves (birdwatching ou birding)

A origem do Turismo de observação está intimamente ligada

ao chamado “safári fotográfi co”, o qual iniciou-se por volta dos

anos 60, no continente africano onde a riqueza da fauna permite

melhores registros fotográfi cos.

Ora, antigamente as pessoas visitavam a África e praticamente

levavam suas casas com elas, como nos exemplos dos safáris

organizados pelos europeus. Eles não consumiam nenhum

alimento local, normalmente matavam os animais por esporte,

e recolhiam exemplares da fl ora nativa sem se preocupar com os

aspectos de preservação.

Atualmente, os safáris fotográfi cos divulgam o aspecto da

preservação. São praticados normalmente por pessoas com

consciência ecológica e com pleno interesse pela cultura local,

auxiliando a desenvolver a região visitada por meio do consumo

no comércio local, da valorização do artesanato e principalmente,

pela valorização da ecologia do local.

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 5

Como o ser humano prefere organizar suas atividades para

melhor compreendê-las, o turismo de observação também foi

classifi cado de acordo com os seus objetivos.

As formas de turismo de observação mais difundidas são a observação de aves (birdwatching ou birding), a observação de baleias (whale watching) e a observação de paisagens. Podemos considerar que todas apresentam recursos extremamente interessantes de lazer e entretenimento.

A observação de aves é mais antiga e mais difundida, sendo

muito desenvolvida principalmente nos EUA, Inglaterra,

Alemanha, Espanha e Japão, calculando-se que existam cerca de

80 milhões de “birdwatchers” pelo mundo.

A grande contribuição destes turistas é sua participação na

catalogação de espécies novas ou a ocorrência de espécies em

vias de extinção. Muitos praticantes mantêm contatos entre si

e se não são especialistas na área, desenvolvem esta atividade

por profundo amor e zelo, colaborando com a preservação das

espécies e auxiliando a compreender os aspectos relacionados com

a etologia (comportamento das espécies).

O público está normalmente relacionado ao alto poder

econômico, pois apesar de ser uma atividade que não apresenta

necessidade de aparelhagem cara ou sofi sticada, pudemos

observar que os praticantes pertencem na sua grande maioria, aos

países desenvolvidos e conseqüentemente, com poder aquisitivo

para viagens internacionais.

Das 9.700 espécies de aves existentes no mundo,

aproximadamente 3.100 ocorrem na América do Sul. Destas,

1.677 ocorrem no Brasil e, cerca de 700 espécies, no Estado do

Amazonas, o que corresponde a 41,8% das aves brasileiras.

Por estar localizado nos trópicos, o estado do Amazonas recebe

anualmente aves visitantes provenientes do hemisfério norte,

como águia-pescadora/Osprey (Pandion haliaetus), falcão-

peregrino/Peregrine Falcon (Falco peregrinus), maçarico-

solitário/Solitary Sandpiper (Tringa solitaria), maçarico-grande-

de-perna-amarela/Greater Yellowlegs (Tringa melanoleuca),

andorinha-azul/Purple Martin (Progne subis) e, do hemisfério

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Universidade do Sul de Santa Catarina

sul, tesourinha/Fork-tailed Flycatcher (Tyrannus savana) e bem-

te-vi de garganta-branca/White-throated Kingbird (Tyrannus

albogularis) e tantas outras. (OBSERVAÇÃO..., 2007).

Da mesma forma, em Belém, no Pará, uma iniciativa bastante

original trouxe os pássaros até os fotógrafos. Trata-se do Parque

urbano Mangal das Garças. Mas calma! os pássaros que são

mantidos no local são o resultado de apreensões de vendas ilegais,

e permanecem no local para se recuperar e ganhar

uma nova chance de vida. São imensas gaiolas com a

vegetação em que os pássaros estão acostumados.

No local, os turistas podem entrar nas gaiolas (que são

na verdade, imensas telas de sombrite, que mais parecem

uma tenda de circo) e fotografar os animais que muitas

vezes fi cam curiosos e saúdam os visitantes.

Na fi gura, vista aérea de um dos viveiros do parque

Mangal das Garças.

SEÇÃO 3 - Observação de baleias (whale watching)

A observação de baleias é uma forma que

está em pleno desenvolvimento e está sendo

utilizada como alternativa de incremento do

turismo em regiões mais frias, que apresentam

uma sazonalidade turística evidenciada.

No Brasil, crescem a cada ano os pacotes especiais para este tipo

de ecoturismo endereçados ao litoral de Santa Catarina e na

região de Abrolhos na Bahia, onde no fi nal do inverno e início

da primavera grupos de baleias Franca e Jubarte respectivamente,

procriam, apresentando um belíssimo espetáculo aos amantes da

natureza.

Esta atividade também tem auxiliado enormemente o despertar ecológico. Os movimentos internacionais para a proibição da caça às baleias vêm crescendo e ganhando força.

Figura 5.2 - Mangal das GarçasImagem: foto do autor

Figura 5.3 - baleia Jubarte Fonte: www.projetobaleias.com.br

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 5

As baleias parecem entender a intenção dos turistas e garantem

shows com saltos, abanos de calda e aproximação aos barcos de

observação.

Países como Brasil, Argentina e Nova Zelândia, convictos

de que a baleia e outros cetáceos valem muito mais vivos, do

que mortos, são defensores da preservação destes animais em

reuniões internacionais como nos eventos paralelos às reuniões da

COP8 (Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade

Biológica).

A idéia destes países é a de implementar um santuário de baleias

no Atlântico Sul – uma área de 25 milhões de km2, onde as 54

espécies do animal (sete delas migratórias) estariam protegidas

da caça. Para dar fundamento ao projeto, as pesquisas científi cas

seriam permitidas no local, e o turismo de observação poderia ser

explorado como alternativa econômica (garantindo a viabilidade

econômica do projeto). O neozelandês Allan Cook, chefe da

delegação da Nova Zelândia na COP8, afi rmou que há anos

essa prática econômica gera dividendos em seu país. Para ele, o

turismo protege o animal e dá emprego ao povo indígena Maori.

Interessante é lembrar que a Nova Zelândia tem uma história

marcada pela caça de baleias, mas hoje faz parte do time de

países que buscam preservá-las (PEREIRA, 2006).

A proposta do santuário foi apresentada pelo Brasil e outros países na 55ª Convenção Internacional da Baleia (CIB), realizada em Berlim, Alemanha, em 2003, e voltou a ser discutida nos anos seguintes. Mas infelizmente, os 3/4 dos votos necessários para ser aprovada não foram alcançados.

Este projeto continua sendo uma resposta direta contra a “caça

científi ca” às baleias, liderada pelo Japão e seguida por outros

países baleeiros que ignoram a moratória internacional da caça às

baleias. A frota baleeira japonesa continua se deslocando para a

Antártida, onde centenas de baleias são mortas a cada ano, apesar

da existência do Santuário Antártico desde 1994.

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Em uma atitude completamente contrária à

caça, em vários locais do mundo pratica-se o

“whale watching”, e calcula-se que são mais de

40 milhões de “observadores de baleias” que

garantem a geração de inúmeras divisas.

Um exemplo que deve servir de base é o que

acontece com as baleias Franca, que todos os

anos, de junho a novembro, visitam em grande

número o sul do Brasil. Neste período, elas

encontram refúgio na região costeira que vai de

Florianópolis - SC a Torres no Rio Grande do

Sul. Elas procuram esta região em busca de águas mais quentes,

para procriar e amamentar os seus fi lhotes. Até 1973, muitas

vezes elas acabavam por encontrar a ameaça dos arpões dos

pescadores locais.

Atualmente, a mesma região onde se praticava

a caça predatória abriga a APA – Área de

Proteção Ambiental – da Baleia Franca. Esta

APA cobre toda a região costeira que vai de

Florianópolis até o Balneário do Rincão,

somando cerca de 140 Km.

O exemplo catarinense é um marco na história da proteção

da baleia Franca. Em 1995, o estado decretou a espécie

como monumento natural catarinense, possibilitando assim

a interferência do Governo Federal em criar mais uma área

protegida em nosso país, garantindo assim a sua preservação.

Figura 5.4 - Baleia FrancaFonte: http://cienciahoje.uol.com.br/4309

Figura 5.5 - Baleia Franca. Fonte www.projetobaleias.com.br/

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Unidade 5

SEÇÃO 4 – Observação de paisagens

O turismo pelo simples fato de

observar belas paisagens vem crescendo

consideravelmente nos últimos tempos, a

justifi cativa é o aumento da sensibilidade

ambiental e o aumento da degradação,

o que tem tornado escassos os locais de

beleza cênica natural.

Além disso, destaca-se entre o público

desta atividade as pessoas que praticam

esportes de aventura, e as pessoas que

estão classifi cadas dentro da “melhor

idade” (acima dos 60 anos). O primeiro

grupo busca locais de difícil acesso e que permitam a prática de

atividades esportivas de competição ou de emoções fortes, em

meio a ambientes com paisagens de extrema beleza e exuberância.

Já o segundo grupo, busca locais belos, mas que possuam acesso

facilitado e conforto para a observação.

Ambos os grupos devem ser considerados de relevada

importância, pois normalmente são pessoas instruídas e com alto

poder aquisitivo. São pessoas que possuem consciência ecológica

e irão além de preservar, exigir a preservação do local.

O turismo de observação traz muitas vantagens como poderemos

verifi car a seguir, porém, um estudo de cada caso prévio,

para assegurar que a capacidade de carga dos locais não será

extrapolada, garantindo a sobrevivência das espécies nativas e

a manutenção das trilhas em relação à erosão provocada pelo

uso, deverá ser levado em consideração e mantido sobre severo

controle.

Não é raro o caso descrito de locais que foram utilizados por

seus recursos naturais e agora sofrem as conseqüências de um

planejamento mal dimensionado.

Figura 5.6 - NaturezaFonte: www.abbra.eng.br/espec21.jpg

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Considerando as vantagens e os cuidados que se deve tomar,

pode-se chegar à conclusão que o turismo de observação

deve merecer a atenção dos órgãos encarregados do turismo,

bem como da imprensa, dos empresários, biólogos, ecólogos,

naturalistas, etc. Pode representar uma alternativa de

desenvolvimento turístico, socioeconômico e ecológico muito

importante e salutar para que possamos ter um meio ambiente

ecologicamente equilibrado, conforme o art.225 da Constituição

Federal do Brasil.

Vantagens do ecoturismo de observação:

Mínimo impacto ambiental: Como o turista normalmente

apenas fotografa a paisagem, ele praticamente não afeta o meio.

Os problemas ocorreriam se fosse ultrapassado o limite da

capacidade de carga de cada local. O dimensionamento correto

de quantos turistas podem acessar o local diariamente, irá

promover a manutenção do meio ambiente. Um exemplo clássico

é o limite de 600 pessoas/dia no Arquipélago de Fernando de

Noronha.

Caráter educativo: A observação permite um tipo de aula ao ar

livre. Ao invés do estudo clássico, ou da visita aos zoológicos, o

turismo de observação é um imenso laboratório natural, onde

a própria sinalização é uma aula de geografi a e de biologia ou

de história. As crianças são educadas desde cedo à consciência

ecológica.

Não há limitação de faixa etária: a observação independe da

prática de esportes ou esforços grandiosos, é uma prática que

integra as gerações, promovendo momentos de descontração e de

bem-estar para todas as pessoas que apreciam uma bela paisagem

ou animais que não se encontram com facilidade. Afi nal, quem

não gosta de apreciar o que é bonito?

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Unidade 5

Proporciona renda para locais receptivos: Logicamente

quando um turista chega a um determinado ponto, ele deverá

consumir. Não somente artigos de primeira necessidade, mas

principalmente o artesanato local, e aí inicia o processo de

desenvolvimento de localidades que dependem do comércio

dos produtos locais para o bem-estar dos moradores. O projeto

Tamar, por exemplo, nos mostra que na Praia do Forte, uma das

22 estações de observação do projeto, recebe cerca de 500 mil

visitantes ao ano. Em 2003, as vendas de produtos e de ingressos

renderam US$ 490 mil, 17% do orçamento anual do Projeto

Tamar, que visa proteger a Tartaruga Marinha.

Empregabilidade rural e diminuição do êxodo: No momento

em que iniciativas conjuntas promovem o desenvolvimento de

regiões rurais, aumentando o interesse de permanência no local,

diminuindo o êxodo e proporcionando a melhoria na qualidade

de vida da população local.

Incentiva a indústria hoteleira e turística: Como o turismo

é caracterizado pela permanência do visitante por pelo menos

um pernoite, indica que necessariamente precisaremos pensar

em locais de hospedagem. Os meios de hospedagem podem ser

desde campings mais simples, passando por casas de moradores

rurais, até chegar a pousadas, hotéis e resorts, como exemplo,

podemos evidenciar a Costa do Sauípe no Nordeste brasileiro.

Empregabilidade aos profi ssionais do turismo: oferecendo

emprego em atividades como guias, ecólogos, educadores,

turismólogos, gastrônomos e gastrólogos, entre outros.

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Para refl etir:

Um exemplo triste em pleno século XXI:

Por incrível que pareça, a nossa vizinha Argentina é o paraíso para os caçadores de cervos, patos e até pumas. Segundo a jornalista Marcela Valente (2007), cerca de sete mil caçadores estrangeiros visitam a Argentina todos os anos para praticar o “esporte”. E por que a Argentina se transformou em um ponto de encontro dos caçadores? Por vários motivos: pela variedade da fauna, pela facilidade de acesso e pela falta de controle de fi scalização. E no Brasil? Bem, no Brasil as leis são mais duras.

Há uma certa tolerância à caça esportiva apenas no Rio Grande do Sul, quanto ao abate, sobretudo, de marrecões. Mas o assunto é polêmico e provoca grandes debates. Para os ambientalista essa atividade só poderia surgir numa humanidade afundada em guerras e violências de toda ordem. Num mundo onde tem gente que se diverte, matando animais indefesos.

Argumentos para tal prática: econômicos, lazer e ecológicos (por incrível que pareça). A pesca e a caça nos EUA geram mais de 100 bilhões de dólares. Na França há 1,6 milhão de caçadores licenciados, na Itália 1,5 milhão, na Espanha 1 milhão e na Grã-Bretanha 600 mil (SANTOS, 2007). A caça esportiva é tristemente uma atividade que mantém uma enorme indústria internacional de turismo, armamentos, munições, automóveis, roupas e equipamentos especializados, editorias e tecnologia em geral. Como lazer, os praticantes dizem que é um momento para relaxar. E, sob o ponto de vista ecológico, dizem que caçadores e pescadores são grandes zeladores da natureza, pois dependem dela. Dizem também que podem exercer um equilíbrio, quando algumas das espécies tendem a ter grande aumento de indivíduos, sem predadores naturais.

Para concluir o estudo: O que ainda podemos dizer?

Turismo sustentável

A chave para a garantia dos recursos naturais está justamente no

termo SUSTENTABILIDADE. Neste momento não iremos

conceituar todos os aspectos que estão ligados a este termo, mas

podemos verifi car que o turismo de esportes e de aventura pode

abranger a defi nição de TURISMO SUSENTÁVEL, conforme

a seguinte afi rmação:

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 5

Desenvolvimento sustentável do turismo é “aquele que atende

às necessidades dos turistas atuais, sem comprometer a

possibilidade do usufruto dos recursos pelas gerações futuras”

(SWARBROKKE, 2000, apud VALE, p 43).

Assim, estamos ligando a sustentabilidade do meio natural com

os recursos culturais do local em questão, como atrativos básicos

do turismo, que seria o norteador da fi xação destes atrativos

garantindo a continuidade do desenvolvimento local. No

momento em que o meio natural, ou o recurso cultural venha a

ser alterado, o motivo por si só do turismo, perde completamente

o sentido. A partir destes dois pilares, aparecem também os

fenômenos econômicos e sociais.

Desta forma, o Estado deve atuar como intermediador dos

confl itos, pois da mesma forma que afi rmamos que o fenômeno

turístico pode colaborar para a manutenção da sustentabilidade e

a garantia da preservação dos recursos culturais e naturais, pode-

se e deve-se considerar que inúmeros são os casos de degradação

destes meios pelo mesmo fenômeno, que não foi explorado de

maneira consciente.

Não se deve questionar a importância para o turismo, da

presença de cenários intactos como fl orestas, rios e lagos de

águas límpidas, montanhas e serras com ar puro, diversidade

de animais, despertando a curiosidade daqueles que não

convivem com esse ambiente diariamente. Porém, o crescimento

vertiginoso, nos últimos anos, do setor de turismo, mesmo

mostrando benefícios mensurados pela geração de empregos

diretos e indiretos e crescimento econômico dos núcleos turísticos

receptores, disfarça os problemas que inúmeras regiões vêm

enfrentando.

Então, está mais do que na hora da profi ssionalização do setor

ocorrer, e das forças políticas interagirem e garantirem que as

forças econômicas não irão ocasionar a destruição da fonte de

renda e da identidade cultural dos inúmeros recursos que ainda

podem ser salvos a partir da correta utilização.

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Síntese

Nesta Unidade você acompanhou a importância do Turismo de

observação como alternativa de desenvolvimento e preservação

dos recursos naturais e culturais.

Estudou que além das atividades de aventura no meio rural,

também é possível explorar por meio de um planejamento e da

sustentabilidade, os recursos que cada local oferece.

Verifi cou que o Brasil vem desempenhando um papel bastante

considerável nesta área, e que o turismo de observação de

cetáceos se destaca no litoral de Santa Catarina.

Além disso, as regiões rurais podem estudar a observação de

espécies além da observação de paisagens, colaborando então,

para a educação ambiental e desenvolvimento regional, sem o

comprometimento dos recursos naturais e culturais.

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 5

Atividades de auto-avaliação

1) Você já efetuou uma atividade contemplativa? Pense e descreva onde foi sua última visita a algum local natural que apresenta atrativos para serem fotografados:

a) Como você se comportou em relação ao seu lixo?

b) Quantas fotos você tirou?

c) Havia sinalização sobre o que vocês estava observando e como proceder para não poluir ou desconfi gurar o local?

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2) Quais são as vantagens em ser receptivo de turismo de observação para os moradores de uma cidade rural?

3) Quais os cuidados que se deve tomar para que o atrativo não seja desconfi gurado?

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Turismo de Esportes e Aventura

Unidade 5

4) Quais são os recursos de contemplação de sua região?

Saiba mais

Você poderá obter maiores informações, consultando os seguintes

sites:

<http://www.cdb.gov.br>

Acesso em 23 mar. 2007.

<http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?data%

5Bid_materia_boletim%5D=5264>

Acesso em 23 mar. 2007.

<http://www.baleiajubarte.com.br/>

Acesso em 23 mar. 2007.

<http://www.abbra.eng.br/espec21.jpg>

Acesso em 23 mar. 2007.

<http://www.praiadorosa.tur.br/observacoesdasbaleias.htm>

Acesso em 23 mar. 2007.

<http://www.viverde.com.br/observacaodepassaros.html>

Acesso em 23 mar. 2007.

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Para concluir o estudo

Ao chegar ao fi nal desta leitura e desta etapa do curso,

pudemos verifi car que o homem moderno está buscando

resgatar o contato com a natureza, por meio da prática de

esportes ou mesmo apenas por meio da contemplação dos

ambientes naturais.

Fizemos uma agradável viagem ao começo da civilização

moderna e verifi camos que o ser humano sempre buscou

separar um tempo e destiná-lo ao lazer. Concluímos que em

alguns períodos de nossa história, o lazer foi confundido

com ócio, e este termo acabou ganhando signifi cado

pejorativo, para uma sociedade em que só o trabalho era

nobre. Veio a culpa e com ela a necessidade de redenção.

Esta expiação acabou acontecendo naturalmente, com a

utilização de técnicas e instrumentos que ora eram usados

apenas para o trabalho, hoje são utilizados como forma de

agradável diversão. O homem treinava para suas atividades

diárias, brincando!

Os esportes ganharam força e representação, foram

normatizados e sua divulgação conquistou adeptos. E,

na atualidade, um dos fenômenos que mais rende divisas

e ocupa pessoas no mundo, o turismo, vem se destacando

pela categoria de turismo de esportes e aventura. Nesta

modalidade de turismo, as pessoas são atraídas para locais

onde podem realizar sua “fuga”, praticar seu esporte, entrar

em contato com a natureza, e, com segurança, brincar com

emoções e buscar a integração social com a consciência

ecológica.

Então, pode-se concluir nesta etapa que o contato com o

ambiente natural e sua preservação podem ser a “desculpa”

principal para o desenvolvimento de regiões que são belas

por natureza, e aguardam a ocupação racional de seus

recursos.

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Nesta etapa, caro aluno, já iniciamos o estudo do Ecoturismo,

que será aprofundado no decorrer do curso, mas desde já,

pudemos acompanhar a importância e a responsabilidade que

nos é delegada não somente com a natureza e com os clientes,

mas principalmente com as gerações que irão nos substituir neste

exuberante cenário que nos foi presenteado. Nosso país, nosso

planeta!

Bom prosseguimento!

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Universidade do Sul de Santa Catarina

OBSERVAÇÃO de pássaros. Disponível em: <http://www.viverde.com.br/observaçãodepassaros.html>. Acesso em: 23 mar. 2007.

PEREIRA, Murilo Alves. Trocar o arpão pelo binóculo: grupo de países defende criação de um santuário de baleias no Atlântico sul. (Especiais: COP8-MOP3). Ciência Hoje, Rio de Janeiro, 24 mar. 2006. Disponível em: < http://cienciahoje.uol.com.br/4309>. Acesso em: 23 mar. 2007.

RAFTING: histórico no mundo. Disponível em: <http://www.canoar.com.br/web_br/services/information/hist_raft.html>. Acesso em: 23 mar. 2007.

RIEISMAN, D. The Lonely Crowd. Harvard Press, 1979.

SANTOS, Antônio Silveira Ribeiro dos. A insustentável cultura da caça. Disponível em: <http://www.aultimaarcadenoe.com/artigoascaca.htm>. Acesso em: 23 mar. 2007.

SIGNORINI, J. L.; SIGNORINI, S. L. Atividade física e radicais livres: aspectos biológicos, químicos, fiisiopatológicos e preventivos. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Ícone, 1995.

UVINHA, R. R. Juventude, lazer e esportes radicais. São Paulo: Manole, 2001.

WEINECK, J. Atividade física e esporte: para quê? Barueri, SP: Manole, 2003.

VALE. M. Modelo de Gestão Hoteleira para meios de Hospedagem Ambiental e Ecológico: Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de Produção, Departamento de Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis, 2003.

VALENTE, Marcela. Caça desenfreada. Terramérica: meio ambiente e desenvolvimento, México. Diponível em:< http://www.tierramerica.org/portugues/2005/0730/particulo.shtml>. Acesso em: 23 mar. 2007.

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Sobre os professores conteudistas

LUIZ GUILHERME BUCHMANN FIGUEIREDO

é formado em Agronomia, pela Universidade Federal

de Santa Maria. Concluiu Curso de Mestrado em

Ciência dos Alimentos, na Universidade Federal de

Santa Catarina. É professor da UNISUL desde o ano

2000, coordenando os estágios do curso de Turismo

presencial até 2002. Atualmente coordena o Curso de

Gastronomia da UNISUL, o curso de Pós-Graduação

em Gestão Estratégica em Gastronomia, o curso de

Turismo, na modalidade a distância.

Iniciou as atividades em ensino a distância em 1996,

quando publicou 8 cadernos sobre Turismo, no

Jornal Diário Catarinense. Desde o ano 2000, utiliza

as ferramentas da modalidade a distância em suas

disciplinas presenciais.

Como experiência profi ssional, além de consultorias para

diversos hotéis, tem uma vivência de mais de 6 anos com

a realidade italiana, por meio de projetos desenvolvidos

em parceria com aquele país desde o ano 2001.

JOÃO GERALDO CARDOSO CAMPOS é professor

de Educação física com mestrado em administração. É

professor da Unisul há 5 anos, tendo exercido a função de

coordenador da empresa junior de Turismo e trabalhado

ativamente em projetos de recreação em hospitais.

Hoje ministra disciplinas na modalide presencial do

curso de Turismo e é o coordenador de eventos do

Campus Norte da UNISUL.

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Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação

Unidade 1

1- A evolução do lazer aconteceu passo a passo com a evolução do homem e dos processos de trabalho. Qual a diferença entre o lazer desenvolvido antes e após a Revolução Industrial?

Você deverá considerar nesta questão que as atividades de lazer sempre estiveram presentes na história do homem. Evoluíram com as diferentes sociedades, refl etindo seus interesses. Com a Revolução Industrial, o tempo de não-trabalho do homem foi reduzido sensivelmente, pois o tempo passou a ser utilizado unicamente para o desenvolvimento profi ssional e geração de rendas. Nesta etapa surgiu a necessidade de estudos que concluíram que o tempo livre deveria ser utilizado para as atividades de lazer, como forma de garantia da qualidade de vida, em um tempo e espaço cada vez menos disponível para tal fi m.

2- Dentre os diversos conteúdos do lazer, na sua visão, qual deles sofre uma maior infl uência dos obstáculos às práticas de lazer? Justifi que sua resposta.

Esta é uma resposta bem pessoal. Dica: leve em consideração os fatores socioambientais e os individuais.

3- O turismo e o esporte de aventura como componentes de lazer podem desenvolver-se em diversos ambientes. No ambiente rural, a visão conservacionista destas práticas se torna um limitante ou uma possibilidade de desenvolvimento e preservação?

Para responder esta questão, considere que para desenvolver as práticas no meio rural deverá ser acompanhada de um estudo detalhado e de uma política de preservação ambiental.

4- No cotidiano das cidades e da sociedade o tempo livre está sendo cada dia mais utilizado para o desenvolvimento de obrigações de trabalho, família e sociedade. O conceito de lazer de Joff re Dumazedier prevê que o lazer somente poderá

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ser realizado após o desvencilhamento de tais obrigações. Neste sentido, em quais momentos do dia o homem poderá realizar suas práticas de lazer?

Esta questão também tem um pré-conceito pessoal. Mas vamos considerar que o trabalho médio do brasileiro é de 40 horas por semana, 11 meses por ano...

5- Devido aos obstáculos cada dia mais presentes e às limitantes das ações de lazer, tais práticas acontecem em sua grande maioria no ambiente doméstico. Na sua visão e de acordo com a crescente especulação imobiliária, os locais de moradia estão aptos a possibilitar espaços de lazer?

Considere também o fator regional. Em uma grande capital essa premissa é verdadeira, já em ambientes rurais, as características imobiliárias mudam consideravelmente.

Unidade 2

1- De que maneira no ambiente rural, o ambiente físico relaciona-se com o ambiente pessoal?

Pense um pouco: como que o ambiente infl uencia o comportamento das pessoas? Será que num ambiente rural iremos nos comportar da mesma forma que num grande centro urbano? Considere os planos do ambiente físico e também o comportamento humano nestes ambientes.

2- O ambiente pessoal e suas diversas dimensões constituem a valorização ético-ambiental?

Será que uma pessoa que supera seus limites na realização das atividades de aventura, pode correlacionar estas emoções em seu dia a dia?

3- A relação entre atividades e planos se apresenta de acordo com o tipo de atividade. Cite, abaixo, as atividades relacionadas ao plano horizontal e ao plano vertical e justifi que.

Esta questão dispensa comentários. Cite as atividades previstas para cada plano e explique o porquê desta classifi cação.

4- O turismo esportivo e de aventura no ambiente rural apresenta-se como uma das diversas possibilidades de lazer individual e coletiva. Sendo assim, qual a relação entre os obstáculos para o lazer e as causas de impactos ambientais?

Teremos que pensar um pouco sobre as conseqüências de um turismo não-planejado. Através desta análise, poderemos considerar os obstáculos, sendo que para cada um podem estar relacionados os impactos ambientais.

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Unidade 3

1- Em sua região existem rios que podem ser utilizados para a prática de rafting? Realize esta pesquisa e explane sua resposta.

Então, você pode verifi car através da internet ou até mesmo buscando informações na prefeitura ou agência de turismo receptivo de sua cidade. Publique fotos ou artigos na ferramenta exposição.

2- E em relação ao trekking? Existe um mapa de trilhas? Como poderia ser intensifi cado este esporte em sua região? Descreva.

Você pode utilizar a mesma visita acima para verifi car a existência deste recurso turístico. Se for constatada a inexistência, procure verifi car quais são as trilhas mais utilizadas em sua região.

3- Na sua próxima caminhada, observe se nas pedras com descidas apropriadas, existem grampos próprios para rapel ou para montanhismo. Procure saber se na sua região existe algum grupo de rapel ou montanhismo. Descreva suas observações.

Isto é muito fácil de observar. Os grampos são como ganchos fechados e fazem um caminho em zigue-zague nas rochas. Existem 2 tipos de grampos, de acordo com a localização, podem servir para escalada ou para prática de rapel.

4- Vamos descobrir onde existem campeonatos de mountain bike em nosso País? Pesquise e descreva os resultados encontrados.

Inicie uma busca pela internet, em páginas de busca. Ali você encontrará uma série de sites que informam os locais e as datas dos eventos.

5- Um desafi o: quem já praticou o parapente? Conhece alguém que praticou? Descreva suas considerações.

Não se desespere! Se você não praticou este esporte, mas já realizou um outro esporte radical, está valendo!!!

Se o máximo que você já fez foi andar de elevador... pense em experimentar algo junto à natureza, pois melhor que estudar estes esportes, é experimentá-los.

Unidade 4

1- Existem atividades hípicas na sua região? Apenas de competição ou já se realizam cavalgadas?

Verifi que nas associações hípicas de sua cidade ou mesmo pela internet.

2- Qual o circuito de Canyoning mais próximo de sua região?

Esta atividade você também encontra facilmente por uma consulta nos sites de busca.

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3- Existe a possibilidade de seu município investir na realização de uma etapa regional das atividades com o balonismo?

Para analisar esta questão, você deverá verifi car se além de espaço físico, existiria interesse dos empresários locais e dos órgãos públicos para a realização do evento. Visite a secretaria de turismo ou de esportes de sua região. Aproveite para divulgar as suas atividades e conversar um pouco sobre turismo rural.

4- Como funcionam os pesqueiros de sua região?

Faça um pequeno levantamento dos pesqueiros. Aproveite para efetuar uma visita com sua família e aproveitar um momento de diversão. Tire fotos e compartilhe conosco no ambiente virtual.

Unidade 5

1- Você já efetuou uma atividade contemplativa? Pense e discuta onde foi sua última visita a algum local natural que apresenta atrativos para serem fotografados:

Como você se comportou em relação ao seu lixo?

Quantas fotos você tirou?

Existiam sinalizações sobre o que estava observando e como proceder para não poluir ou desconfi gurar o local?

Atenção!!! Questão extremamente pessoal... seja honesto e aproveite a refl exão para planejar seu próximo passeio em meio natural, preservando o ambiente.

2- Quais são as vantagens em ser receptivo de turismo de observação para os moradores de uma cidade rural?

Analise a questão em relação à valorização dos recursos naturais e da geração de renda para a população autóctone.

3- Quais os cuidados que se deve tomar para que o atrativo não seja desconfi gurado?

Mais uma vez, considere os valores ambientais e culturais.

4- Quais são os recursos de contemplação de sua região?

Cite pelo menos 2 locais famosos pela beleza natural, e faça um levantamento do que tem sido feito para a manutenção dos mesmos.

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