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Universidade do Sul de Santa Catarina
Palhoça
UnisulVirtual
2007
Turismo de Esportes e Aventura
Disciplina na modalidade a distância
3ª edição revista
turismo_de_esportes_e_aventura.i1 1turismo_de_esportes_e_aventura.i1 1 13/6/2007 16:01:1313/6/2007 16:01:13
Créditos
Unisul - Universidade do Sul de Santa CatarinaUnisulVirtual - Educação Superior a Distância
Campus UnisulVirtualAvenida dos Lagos, 41 Cidade Universitária Pedra BrancaPalhoça – SC - 88137-100Fone/fax: (48) 3279-1242 e3279-1271E-mail: [email protected]: www.virtual.unisul.br
Reitor UnisulGerson Luiz Joner da Silveira
Vice-Reitor e Pró-Reitor AcadêmicoSebastião Salésio Heerdt
Chefe de Gabinete da ReitoriaFabian Martins de Castro
Pró-Reitor AdministrativoMarcus Vinícius Anátoles da Silva Ferreira
Campus SulDiretor: Valter Alves Schmitz NetoDiretora adjunta: Alexandra Orsoni
Campus NorteDiretor: Ailton Nazareno SoaresDiretora adjunta: Cibele Schuelter
Campus UnisulVirtualDiretor: João VianneyDiretora adjunta: Jucimara Roesler
Equipe UnisulVirtual
AdministraçãoRenato André LuzValmir Venício Inácio
Avaliação InstitucionalDênia Falcão de Bittencourt
BibliotecaSoraya Arruda Waltrick
Capacitação e Apoio Pedagógico à TutoriaAngelita Marçal Flores (Coordenadora)Caroline BatistaEnzo de Oliveira MoreiraPatrícia MeneghelVanessa Francine Corrêa
Coordenação dos CursosAdriano Sérgio da CunhaAloísio José RodriguesAna Luisa MülbertAna Paula Reusing PachecoCharles CesconettoDiva Marília FlemmingFabiano CerettaItamar Pedro BevilaquaJanete Elza FelisbinoJucimara RoeslerLauro José BallockLívia da Cruz (Auxiliar)Luiz Guilherme Buchmann FigueiredoLuiz Otávio Botelho LentoMarcelo CavalcantiMaria da Graça PoyerMaria de Fátima Martins (Auxiliar)Mauro Faccioni FilhoMichelle D. Durieux Lopes DestriMoacir FogaçaMoacir HeerdtNélio HerzmannOnei Tadeu DutraPatrícia AlbertonRaulino Jacó BrüningRodrigo Nunes LunardelliSimone Andréa de Castilho (Auxiliar)
Criação e Reconhecimento de CursosDiane Dal MagoVanderlei Brasil
Desenho EducacionalDaniela Erani Monteiro Will (Coordenadora)Carmen Maria Cipriani PandiniCarolina Hoeller da Silva BoeingDênia Falcão de BittencourtFlávia Lumi MatuzawaKarla Leonora Dahse NunesLeandro Kingeski PachecoLigia Maria Soufen TumoloMárcia LochViviane BastosViviani Poyer
Núcleo de AcessibilidadeVanessa de Andrade Manoel
Núcleo de Avaliação da AprendizagemMárcia Loch (Coordenadora)Cristina Klipp de OliveiraSilvana Denise Guimarães
Design Gráfi coCristiano Neri Gonçalves Ribeiro (Coordenador) Adriana Ferreira dos SantosAlex Sandro XavierEvandro Guedes MachadoFernando Roberto Dias ZimmermannHigor Ghisi LucianoPedro Paulo Alves TeixeiraRafael PessiVilson Martins Filho
Disciplinas a DistânciaTade-Ane de AmorimCátia Melissa Rodrigues (Auxiliar)
Gerência AcadêmicaPatrícia Alberton
Gerência de EnsinoAna Paula Reusing Pacheco
Logística de Encontros PresenciaisMárcia Luz de Oliveira (Coordenadora) Aracelli AraldiGraciele Marinês LindenmayrJosé Carlos TeixeiraLetícia Cristina BarbosaKênia Alexandra Costa HermannPriscila Santos Alves
Núcleo de Formatura e EventosJackson Schuelter Wiggers
Logística de MateriaisJeferson Cassiano Almeida da Costa (Coordenador)Eduardo Kraus
Monitoria e SuporteRafael da Cunha Lara (coordenador)Adriana SilveiraAndréia DrewesCaroline MendonçaCristiano DalazenDyego RachadelEdison Rodrigo ValimFrancielle ArrudaGabriela Malinverni BarbieriJonatas Collaço de SouzaJosiane Conceição LealMaria Eugênia Ferreira CeleghinRachel Lopes C. PintoVinícius Maykot Serafi m
Produção Industrial e SuporteArthur Emmanuel F. Silveira (coordenador)Francisco Asp
Relacionamento com o MercadoWalter Félix Cardoso Júnior
Secretaria de Ensino a DistânciaKarine Augusta Zanoni Albuquerque(Secretária de ensino)Ana Paula Pereira Andréa Luci MandiraCarla Cristina SbardellaDeise Marcelo AntunesDjeime Sammer Bortolotti Franciele da Silva BruchadoGrasiela MartinsJames Marcel Silva RibeiroJenniff er CamargoLamuniê SouzaLauana de Lima BezerraLiana Pamplona Marcelo José SoaresMarcos Alcides Medeiros JuniorMaria Isabel AragonOlavo LajúsPriscilla Geovana PaganiRosângela Mara SiegelSilvana Henrique SilvaVanilda Liordina HeerdtVilmar Isaurino Vidal
Secretária ExecutivaViviane Schalata Martins
TecnologiaOsmar de Oliveira Braz Júnior(Coordenador)Jeff erson Amorin OliveiraRicardo Alexandre BianchiniRodrigo de Barcelos Martins
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Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Turismo de Esportes
e Aventura.
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma,
abordando conteúdos especialmente selecionados e adotando uma
linguagem que facilite seu estudo a distância.
Por falar em distância, isso não signifi ca que você estará sozinho.
Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina também
será acompanhada constantemente pelo Sistema Tutorial da
UnisulVirtual. Entre em contato sempre que sentir necessidade.
Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo, pois sua
aprendizagem é nosso principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual.
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Luiz Guilherme Buchmann FigueiredoJoão Geraldo Cardoso Campos
Turismo de Esportes e Aventura
Palhoça
UnisulVirtual
2007
Livro didático
Design instrucionalCarmen Maria Cipriani Pandini
Ligia Maria Soufen Tumolo
3ª edição revista
turismo_de_esportes_e_aventura.i5 5turismo_de_esportes_e_aventura.i5 5 13/6/2007 16:01:1913/6/2007 16:01:19
Copyright © U nisulVirtual 2007
N enhum a parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer m eio sem a prévia autorização desta instituição.
Edição – Livro Didático
Professor Conteudista Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo
João Geraldo Cardoso Campos
Design Instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini Ligia Maria Soufen Tumolo
ISBN 978-85-60694-59-4
Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual
Diagram ação
Higor Ghisi Luciano Alex Xavier (2ª ediçao)
Revisão Ortográfica B2B
338.4791 F49 Figueiredo, Luiz Guilherme Buchmann
Turismo de esportes e aventura : livro didático / Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo, João Geraldo Cardoso Campos ; design instrucional Carmen Maria Cipriani Pandini, Ligia Maria Soufen Tumolo. – 3. ed. rev. – Palhoça : UnisulVirtual, 2007.
162 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-60694-59-4
1. Turismo. 2. Aventura e aventureiros. I. Campos, João Geraldo
Cardoso. II. Pandini, Carmen Maria Cipriani. III. Tumolo, Ligia Maria Soufen. III. Título.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca U niversitária da U nisul
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03Palavras dos professores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 – O turismo esportivo e de aventura no âmbito do lazer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
UNIDADE 2 – O turismo esportivo e de aventura: origens e defi nições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
UNIDADE 3 – Esportes de aventura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
UNIDADE 4 – Novos Esportes de Aventura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
UNIDADE 5 – Turismo de Observação e Fotográfi co . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . 159
Sumário
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Palavras dos professores
Prezado Aluno!
Seja bem-vindo à disciplina Turismo de Esportes e
Aventura!
A natureza sempre esteve presente na vida do homem
em todos os momentos de sua evolução, no cenário
das diversas manifestações de sua vida, no âmbito da
sobrevivência, da fi xação de morada, da utilização dos
recursos naturais e da utilização do espaço natural como
lazer e divertimento.
O meio ambiente alterou-se e altera-se
signifi cativamente com uma dinâmica muito grande,
tendo em vista a exploração imobiliária e o esgotamento
dos recursos naturais em contrapartida à utilização do
espaço ou degradação do ambiente.
O desenvolvimento da urbanização e a proximidade
das residências ao local de trabalho desde a Revolução
industrial em meados do século XVI fez com que
a relação do homem com a natureza tenha sido
minimizada.
Atualmente a natureza tem sido revalorizada pelo
homem, que busca desenvolver diversas atividades
principalmente em seu tempo livre. Os ambientes
naturais são procurados por sua beleza, tranqüilidade
e possibilidade de ações físicas, contemplativas e
espirituais, nas quais os indivíduos buscam uma melhora
da qualidade de vida e alívio dos desgastes gerados pelas
grandes cidades e pelo excesso de trabalho.
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Os esportes de aventura na natureza juntamente com o
turismo aos ambientes naturais são as manifestações que mais
ganham corpo nos dias atuais, assim como o surgimento de
grande variedade de equipamentos, técnicas e esportes. Rios,
lagos, trilhas, ventos, paisagens remotas e adrenalina são os
combustíveis motivadores que fazem com que executivos, pais de
famílias, crianças, jovens e indivíduos da terceira idade busquem
este tipo de lazer e turismo.
Prof. Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo
Prof. João Geraldo Cardoso Campos
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Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientar você no
desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que
o ajudarão a conhecer o seu contexto e a organizar o seu
tempo de estudos.
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual
leva em conta instrumentos que se articulam e se
complementam, portanto, a construção de competências
se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das
diversas formas de ação/mediação.
São elementos desse processo:
O Livro didático.
O EVA (Espaço UnisulVirtual de
Aprendizagem).
Atividades de avaliação (complementares, a
distância e presenciais).
Ementa da disciplinaEsportes de aventura, classifi cação e limitações. Rafting,
trekking, rapel e escaladas, montainbike, motocross,
parapente; Novos esportes radicais; Equipamentos de
proteção; Turismo de observação e fotográfi co.
Carga horária:60 horas – 4 créditos
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Objetivo(s)
GeralCapacitar os acadêmicos para que estes possam caracterizar,
conceituar e classifi car o turismo de esportes e aventura, suas
limitações e impactos, visando a identifi car os diversos tipos
de atividades esportivas e de aventura, possíveis ambientes
rurais e os equipamentos de proteção e segurança adequados e
possibilidades de ações profi ssionais.
Objetivos específi cosConceituar e classifi car Turismo de Esportes e Aventura;
Identifi car características e limitações do Turismo de
Esportes e Aventuras;
Identifi car os tipos de impactos gerados por este tipo de
turismo;
Apresentar equipamentos de proteção e segurança;
Apresentar possibilidades de atuação no ambiente rural.
Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o Livro Didático desta
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos
resultados que você deverá alcançar ao fi nal de uma etapa de
estudo. Os objetivos de cada unidade defi nem o conjunto de
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento
de habilidades e competências necessárias a sua formação.
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Unidades de estudo:
Unidade 1 – O Turismo Esportivo e de Aventura no Âmbito do Lazer
Nesta unidade, você vai estudar: lazer: conceitos, classifi cações,
condições e obstáculos; conteúdos culturais do lazer; turismo
esportivo e de aventura.
Unidade 2 – O Turismo Esportivo e de Aventura: origens e defi nições
Nesta unidade, você vai estudar: origens do turismo esportivo
e de aventura; defi nição do turismo esportivo e de aventura;
classifi cação dos esportes de aventura; o turismo esportivo e de
aventura e o ambiente rural.
Unidade 3 – Esportes de Aventura
Nesta unidade, você vai estudar: os esportes de aventura como
rafting, trekking, rapel, mountain-bike e parapente, seus históricos,
conceitos, classifi cações, materiais e equipamentos utilizados e
procedimentos de segurança.
Unidade 4 – Novos Esportes de Aventura
Nesta unidade, você vai estudar: alguns dos novos esportes de
aventura como o canyoning, a cavalgada, a pesca esportiva, o bóia
cross, o arvorismo, a canoagem e o balonismo, seus históricos,
os conceitos, as classifi cações, os materiais e equipamentos
necessários para a prática de cada um destes esportes bem como
os procedimentos de segurança.
Unidade 5 – Turismo de Observação e Fotográfi co
Nesta unidade, você vai estudar: a importância da prática do
turismo de observação e fotográfi co para o ambiente receptivo
como forma de preservação ambiental e reconhecer a valorização
das características naturais e artifi ciais das regiões.
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Agenda de atividades/ Cronograma
Verifi que com atenção o EVA, organize-se para
acessar periodicamente o espaço da disciplina. O
sucesso nos seus estudos depende da priorização
do tempo para a leitura, da realização de análises
e sínteses do conteúdo e da interação com os seus
colegas e tutor.
Não perca os prazos das atividades. Registre no
espaço a seguir as datas com base no cronograma da
disciplina disponibilizado no EVA.
Use o quadro para agendar e programar as atividades
relativas ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades de Avaliação
Demais atividades
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UNIDADE 1
O turismo esportivo e de aventura no âmbito do lazer
Objetivos de aprendizagem
Conceituar e caracterizar lazer.
Identifi car os obstáculos à prática do lazer.
Compreender e identifi car os conteúdos culturais do lazer.
Contextualizar o turismo esportivo e de aventura como conteúdo do lazer.
Seções de estudo
Seção 1 O lazer e sua história no mundo e no Brasil
Seção 2 Conceitos do lazer
Seção 3 Propriedades e obstáculos para o lazer
Seção 4 Conteúdos culturais do lazer
Seção 5 O turismo esportivo e de aventura como lazer
1
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de conversa
O lazer é uma atividade pertencente ao cotidiano das pessoas,
seja nos fi nais de semanas, feriados, férias ou em outros
momentos de tempo livre. Porém, ela passa desapercebida já
que a maior preocupação está na fruição das suas atividades
para a satisfação das necessidades humanas, o divertimento e o
descanso.
Quando se fala de lazer logo imaginamos uma praia, um parque,
um cinema ou uma viagem, mas as ações que hoje desenvolvemos
tiveram sua origem no homem primitivo e foram desenvolvendo-
se em cada momento de nossa civilização. A Revolução
Industrial, em meados do século XVII, transformou a sociedade
e as relações humanas, alterando assim, as manifestações de lazer
das pessoas, gerando tempos específi cos de lazer e trabalho e a
sistematização do lazer e do turismo.
É neste sentido que esta primeira unidade traz a você uma
viagem na história do lazer desde os primórdios do homem
até os dias atuais e, ainda, as características e obstáculos para
o desenvolvimento do lazer, os conteúdos culturais do lazer e
como que o turismo esportivo e de aventura na natureza é parte
integrante do lazer e dos momentos de tempo livre das pessoas.
SEÇÃO 1 – O lazer e sua história no mundo e no Brasil
Como primeiro ponto, é preciso considerar que desde a Pré-
História, o homem realiza atividades em busca da diversão e do
contentamento, principalmente por meio de atividades vinculadas
à adoração de entidades religiosas, por meio de cultos evocando
entidades da natureza, atividades físicas como as caçadas e a luta
pela sobrevivência, atividades artísticas com objetivos estéticos
e atividades festivas como a comemoração ao êxito em caçadas,
conquista de novos territórios e outras manifestações.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 1
Naquele momento da história evolutiva, a preocupação com
o lúdico não se apresentava com tanta intensidade, já que
a predominância maior de atitudes relacionava-se com a
subsistência e sobrevivência. O lúdico apresentava-se relacionado
à estética, quando as pessoas se vestiam para a realização
de rituais e cultos, às expressões artísticas como a pintura nas
paredes das cavernas e esculturas em pedra e madeira e, também,
na ornamentação de instrumentos utilitários.
Você sabia?
Que estudos arqueológicos apresentam o aparecimento dos primeiros brinquedos na era do bronze, onde foram encontradas bonecas, bolas, piões e outros? Que alguns equipamentos utilizados somente em caráter utilitário transformaram-se em brinquedos como: o arco e a fl echa, a lança, estilingue, as panelinhas, pratinhos de barro e outros instrumentos que se relacionavam exclusivamente com as atividades utilitárias do dia –a dia daquelas civilizações.
Na Antigüidade Clássica as manifestações lúdicas e culturais
se evidenciavam por meio de uma gama maior de atividades
ligadas à busca da satisfação e do contentamento. Diversos povos
as desenvolveram, mas aqueles que mais se destacaram foram os
gregos e os romanos.
Na Grécia antiga apresentavam-se diversas atividades
relacionadas aos aspectos físico, social, artístico e intelectual.
Platão mostrava atividades relacionadas às declamações de
poesias e diálogos, ao pugilato, ao xadrez, aos esportes, à
ginástica preventiva, ao teatro, à caça e às corridas a pé, que
caracterizavam as atividades lúdicas da época.
Os romanos eram adeptos das diversões em arenas e hipódromos
e as atividades vinculavam-se à lutas corporais, corridas de
cavalo e lutas de bárbaros contra animais e outras manifestações
mais rústicas.
Roma desenvolveu atividades físicas por causa da busca pelo
fortalecimento corporal para enfrentar batalhas na conquista de
novos territórios.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Em diversos momentos, o fi lme Gladiador apresenta aspectos relacionados ao lazer, com arenas e lutas entre homens que eram considerados escravos, estrangeiros ou militares de exércitos contrários ao império romano. A cena principal do fi lme, na qual o personagem Maximus e seus aliados lutam contra diversos outros gladiadores no Coliseum, mostra vários momentos que podem ter originado o entretenimento de massa em grandes arenas ou estádios. Segundo contam os historiadores, estas manifestações eram oferecidas ao público como uma forma de fazer com que eles esquecessem os problemas políticos e sociais.
O império romano dominou a Grécia no século II a.C. e todas as
manifestações culturais e lúdicas realizadas pelos gregos, como os
jogos olímpicos, foram sendo eliminados ou foram interrompidos
em 393 d.C.
Na Idade Média, com a instituição do cristianismo, grande
parte das atividades lúdicas realizadas que geravam prazer e
contentamento à população foram extintas e substituídas pelas
comemorações e festividades do calendário cristão. As atividades
populares diminuíram consideravelmente porque somente os
nobres e a aristocracia participavam de tais festejos.
No período feudal, as atividades eram restritas aos senhores que
participavam e assistiam a jograis, cavalgadas e festividades.
Foi a partir do século XV que as expressões literárias, artísticas
e as inovações científi cas ressurgiram, baseadas nas expressões
clássicas advindas dos gregos, fenícios, cretenses e outros povos
da antiguidade, dando origem assim à Renascença.
Com o aumento das invenções no século XVI, principalmente
aquelas ligadas às formas de trabalho, apareceu a Revolução
Industrial. Ela transformou radicalmente o estilo de vida do
homem, aumentado seu tempo de trabalho, gerando desgastes e
diminuindo seu tempo livre porque, na época, o que comandava
o ritmo de vida do homem estava ligado à produtividade e ao
ritmo das máquinas. A Revolução Industrial provocou uma
grande alteração na cultura, na sociedade e no modo de vida em
geral.
Estes jogos eram encarados pelos gregos não apenas como jogos normais, mas sim como um sinônimo de devoção aos deuses.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 1
O fi lme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, nos mostra diversas cenas que podem exemplifi car o que aconteceu na Revolução Industrial. A repetição das ações, a falta de condições e a excessiva jornada de trabalho faziam com que o homem tivesse diversos desgastes físicos e mentais. O fi lme mostra Charles Chaplin saindo da fábrica após o seu horário de trabalho e mantendo os mesmos movimentos de braços que fazia enquanto executava o seu trabalho na esteira. Outro momento é quando ele foi ao banheiro fumar um cigarro, ou seja, estava tendo um momento de prazer durante o trabalho, e aparece uma imensa tela na qual seu patrão o manda voltar ao trabalho, como um imenso Big Brother atual.
Foi nesse período que pensadores sociais iniciaram estudos
voltados à necessidade de um tempo extra-profi ssional, onde
o homem, além de revigorar suas energias desgastadas pelo
trabalho, pudesse satisfazer suas necessidades pessoais.
Perceba que é na busca da realização de atividades para satisfazer
as necessidades pessoais do homem em seu tempo extra-
profi ssional, cujo período fi cou conhecido como tempo de não-
trabalho, que a evolução das ações desenvolvidas por sindicatos,
associações e outras entidades vinculadas aos trabalhadores se
fortaleceram.
Desta forma, a ludicidade inerente ao ser humano manifesta-se
no tempo de não-trabalho, sistematizando de certa forma o lazer
que hoje conhecemos, gerando novas atitudes do homem e novos
valores para a sociedade.
Com a urbanização desordenada no século XX, os espaços se tornaram cada vez mais restritos. Assim, o lazer se torna a cada dia uma exigência pessoal e social desejável para qualquer cidadão.
A criação dos parques de recreio que apareceram na Alemanha e
posteriormente nos Estados Unidos da América foram os passos
iniciais para o desenvolvimento de espaços públicos de lazer e
recreação. Atualmente os espaços e equipamentos utilizados para
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Universidade do Sul de Santa Catarina
as ações práticas são inúmeros e por vezes inimagináveis devido
ao desenvolvimento tecnológico e às contextualizações culturais.
E você sabe como foi no Brasil?
É importante notar que antes dos colonizadores portugueses
chegarem ao Brasil, as atividades realizadas pelos índios habitantes
do país tinham caráter semelhante às das sociedades primitivas,
como adoração aos deuses, cultos e rituais religiosos, caça e pesca,
festas em celebração às caçadas, atividades físicas de transposição
de lagos, rios, o remo, as caminhadas nas matas e outras.
Com a chegada das expedições advindas da Europa para
colonizar e extrair riquezas, o Brasil tornou-se uma colônia
de exploração de Portugal, onde as atividades lúdicas tinham
pouca importância devido à busca de riquezas e exploração
das potencialidades da nova terra conquistada. Desta forma,
o período colonial brasileiro marcou-se por poucas atividades
lúdicas da população.
Você sabia?
As festas ofi ciais da época eram ligadas ao calendário real e religioso, realizadas nas capitais e abertas à participação de todos. A cultura trazida pelos escravos, oriundos em sua grande maioria da África, manifestava-se nas senzalas através dos batuques, danças, crenças e suas manifestações culturais.
Com a chegada da família real, as práticas tornaram-se mais
freqüentes, devido ao aumento das atividades e das reuniões
sociais, já que as pessoas trouxeram hábitos e atividades que
costumavam realizar na Europa.
Com a instalação da República, as cidades e principalmente
as capitais se ampliaram e se modernizaram, garantindo assim
novos modos de entretenimento e atividades de lazer. Esta
afi rmação interliga-se com a afi rmação de Marcelino (1998),
quando este coloca que o desenvolvimento do lazer no Brasil está
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 1
relacionado diretamente ao desenvolvimento e urbanização das
cidades.
As primeiras atividades recreativas e praças de recreação apareceram
na cidade gaúcha de Porto Alegre e foram construídas com
equipamentos rústicos: pneus e cordas amarradas em árvores,
caixas de areias e troncos de árvores. Tais idéias foram trazidas
pelo Prof. Frederico Gaelzer, numa imitação das praças de
recreação americanas.
O aparecimento de clubes recreativos e agremiações visando ao
desenvolvimento de atividades de lazer e recreação aconteceu
com a vinda dos imigrantes europeus. Foi também no
Rio Grande do Sul em meados de 1902, que surgiram
os clubes recreativos e agremiações formados pelos
imigrantes. Desde então, o lazer e a recreação brasileira
evoluíram em todo o país, de acordo com as peculiaridades
culturais de cada região brasileira.
SEÇÃO 2 – Conceitos de lazerHá uma grande diversidade de conceitos a respeito do lazer, pois
alguns se relacionam aos aspectos sociológicos e outros estão
voltados às manifestações práticas.
Neste sentido, para que você possa inicialmente compreender o
conceito de lazer, é necessário que você compreenda a origem da
palavra.
Os gregos antigos consideravam o lazer atual como o “licere”, ou
seja, para que tivesse este signifi cado lícito, permitido, o indivíduo
poderia escolher livremente algum tipo de ação que lhe desse
prazer e satisfação dentre as diversas atividades que compunham
sua vida.
Um dos sinônimos antigos para o lazer que hoje praticamos relacionava-se à palavra “schole”, que signifi cava o auto-desenvolvimento dos indivíduos por meio de atividades que lhes proporcionassem um incremento cultural individual e coletivo. Este sinônimo nos dias atuais deu origem à palavra “escola”.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Outro sinônimo para o lazer está relacionado ao ócio, que vem
carregado de signifi cados pejorativos, porém, a palavra ócio
teve a sua origem no vocábulo “otium”, que para os gregos
na antiguidade tinha a conotação de descanso, sossego,
contemplação e, que na Idade Média, transformou-se em uma
ação relacionada à preguiça, vadiagem e demais especifi cações
neste sentido.
No âmbito conceitual a evolução se relaciona com o
desenvolvimento da sociedade e com a importante contribuição
das ciências sociais para o desenvolvimento dos conceitos sobre
lazer.
Aristóteles, que viveu entre 384 a.C a 322 a.C, apresenta o conceito de lazer como educação, ou seja, utiliza-se do “scholé” como ferramenta de lazer e educação de si próprio exclusivamente ao cidadão grego, sendo este lazer subsidiado pelo modo escravocrata, no qual os escravos eram os mantenedores dos cidadãos no âmbito do trabalho.
De 354 a 430, Santo Agostinho traçava um comparativo entre a
vida séria e a vida lúdica, mas a ludicidade e as manifestações
vinculadas ao lazer ou às diversões que as pessoas tinham eram
tolhidas, já que o trabalho e as obrigações religiosas eram mais
valorizados. Uma das expressões que marcaram aquela época e
que até hoje ouvimos em nosso dia a dia é:
“O trabalho dignifi ca o homem, enquanto que a ociosidade é a mãe de todos os vícios”.
Paul Lafargue (1841 a 1911) apresentou o primeiro manifesto
escrito a favor de um tempo fora do trabalho, condenando o
dogma do trabalho, tendo em vista que, na época, o trabalho era
considerado a primeira necessidade do homem.
Th orstein Veblen, que viveu entre 1857 a 1922, apresentou
a suntuosidade e o glamour do lazer nos Estados Unidos da
América dizendo que a diferenciação de classes sociais poderia
ser observada por meio das ações de lazer desenvolvidas pelas
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Unidade 1
pessoas da sociedade e publicou a obra Teoria da Classe Ociosa,
mostrando o lazer como símbolo de distinção social.
David Riesman, que viveu de 1909 a 2002, apresentou pela
primeira vez um tempo especifi camente destinado ao lazer. Ele
confi rmou a obra anterior de Veblen e ainda apresentou uma outra
frase:
“A idéia que nascemos livres e iguais é em parte verdadeira e em parte enganosa; na realidade, nascemos diferentes, mas perdemos nossa liberdade tentando ser iguais aos outros”. (RIESMAN, 1979, p. 58).
Esta frase defi niu um padrão de comportamento norte-americano
à época com relação ao lazer e com a busca das pessoas com
menores condições de poderem desenvolver as mesmas ações de
lazer dos grandes detentores de capital.
Georges Friedman (1903 a 1977) expõe no continente europeu
a primeira proposta de humanização no ambiente de trabalho,
apresentado na obra O Trabalho em Migalhas, na qual apresenta o
embrutecimento das pessoas subordinadas ao trabalho industrial.
Joff re Dumazedier (1915 a 2002) estudou o lazer nos âmbitos
técnico-científi co e ético-estético, propondo uma nova visão
de lazer baseada na visão grega de Aristóteles, só que não
mais subsidiada no trabalho escravo. Neste sentido, o lazer
e o trabalho são complementares, ou seja, o tempo de lazer
é um tempo “pago” pelo trabalho e o lazer assume posturas
e valores positivos, liberatórios, hedonísticos, de alegria, de
improdutividade e de gratuidade. O conceito de lazer apresentado
por este autor é o mais utilizado em países de língua portuguesa.
“Lazer é um conjunto de ocupações as quais os indivíduos podem se entregar de livre vontade, seja para repousar, divertir-se, recrear-se, entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntária, ou seja, livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações familiares, profi ssionais e sociais.” (DUMAZEDIER, 1979, p. 73).
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Domenico De Masi, autor da obra o Ócio Criativo, manifesta
que a qualidade de vida no tempo livre deve ser bem aproveitada
tendo em vista a fadiga mental e física no ambiente de trabalho.
No Brasil, Nelson Carvalho Marcellino se apresenta como um dos
maiores autores do país, relatando que o lazer é a cultura vivenciada
em tempo disponível, com um caráter desinteressado, onde a única
recompensa é a satisfação pessoal encontrada na situação.
SEÇÃO 3 – Propriedades e obstáculos para o lazerO lazer apresenta quatro propriedades específi cas das atividades,
segundo Dumazedier (1979, p. 94), na forma dos seguintes
caracteres:
Liberatório
Esta propriedade resulta da escolha feita espontaneamente
(livremente). Este caracter faz referência à satisfação das
necessidades vitais e às obrigações de cunho institucional.
A liberdade de escolha proporciona ao lazer características
criativas e críticas, já que nos momentos de espontaneidade faz
com que o homem possa desenvolver-se de forma desinteressada,
como é apresentado no conceito de Duzmazedier.
Desinteressado
O lazer desperta a busca pela prática de inúmeras atividades,
entre elas de natureza física, artística, social, manual, intelectual,
sem que, no entanto, elas estejam condicionadas a um fi m
material ou social.
O praticante de qualquer ação de lazer não se preocupa com
recompensas materiais, mas simplesmente com a satisfação de
suas necessidades, seja no âmbito coletivo ou individual, como
apresentado no conceito que menciona: “... repousar, recrear,
divertir-se e entreter-se.”
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Unidade 1
Hedonismo
É a busca do estado de satisfação e das possibilidades de
prazer geradas pela escolha, pela liberdade e pela atividade
a ser desenvolvida, após libertar-se das obrigações
religiosas, familiares, políticas e profi ssionais, e
referida na última frase do conceito apresentado
anteriormente.
Pessoal
O lazer é uma escolha pessoal, no tempo livre de cada indivíduo,
que pode basear-se nas suas necessidades ou nas infl uências
geradas pelo grupo ou sociedade aos quais o indivíduo pertence,
mas, mesmo assim, apresenta-se como uma escolha.
Os obstáculos para o desenvolvimento de ações de lazer
As difi culdades encontradas para o desenvolvimento das
atividades de lazer estão relacionadas a diversos fatores. Fatores
estes que estão presentes no dia-a-dia das pessoas e que, se
não impossibilitam o desenvolvimento das ações e lazer,
podem difi cultar suas práticas. Os obstáculos podem
relacionar-se aos aspectos sócio-ambientais e a fatores
ligados ao indivíduo e suas condições.
Neste sentido, os fatores sócio-ambientais podem ser:
difi culdades econômicas: por mais que o lazer
possa ser uma atividade desenvolvida no próprio
ambiente familiar, em alguns momentos pode estar
vinculada a deslocamentos, pagamentos ou outras formas
de gastos fi nanceiros.
diferença entre classes: algumas atividades de lazer
podem ser rotuladas como específi cas para determinada
camada da população, que pode ser diferenciada pela sua
representação geográfi ca, raça, crenças, nível educacional
ou econômico-fi nanceiro.
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aumento da violência e da criminalidade: cada vez mais
estes dois aspectos estão ganhando espaço no âmbito das
cidades, fazendo com que as pessoas procurem atividades
de lazer em ambiente seguros. O aumento de atividades
domésticas de lazer tem crescido demasiadamente nos
últimos anos, tendo em vista a falta de segurança nos
espaços públicos e a falta de condições e manutenção dos
equipamentos oferecidos à população.
diminuição dos espaços destinados ao lazer: o aumento
populacional nas grandes cidades faz com que os espaços
destinados ao lazer diminuam constantemente. A
especulação imobiliária e a despreocupação com o lazer
fazem com que estes locais estejam desaparecendo a cada
dia.
regionalismo: cada região brasileira possui características
diferentes, tanto no âmbito cultural, quanto no âmbito do
lazer. Este último relaciona-se às práticas de lazer deixadas
pelos colonizadores e às condições que os moradores
possuem para o desenvolvimento das atividades de lazer.
Tais práticas são, ainda, infl uenciadas pela colonização
das regiões até os dias atuais, condições básicas de vida,
e possibilidades e oportunidades de desenvolvimento
do lazer. Pode-se observar esta relação entre o ambiente
urbano e o ambiente rural porque eles possuem diferentes
alternativas de lazer. Em algums momentos as pessoas que
neles se situam – pode-se dizer até que em quase todos
os momentos – valorizam o ambiente e as oportunidades
existentes nos locais que não são os seus locais de origem
– a valorização do oposto.
a falta de relacionamentos interpessoais: a falta de amigos
pode ser uma das difi culdades para a prática de lazer,
tendo em vista que o homem é um ser social, que gosta
de desenvolver suas ações prazerosas com outras pessoas,
principalmente, se forem de suas relações mais próximas,
tendo em vista as possibilidades de diversão e recordação.
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Unidade 1
a falta de tempo livre: o tempo livre, juntamente com a
a atitude, atividade e o espaço são fatores fundamentais
para o desenvolvimento das práticas de lazer. Neste caso,
a falta de tempo livre disponibilizado à prática do lazer
apresenta-se como obstáculo ao lazer.
desconhecimento das oportunidades de lazer: em muitos
momentos, a falta de conhecimento das possibilidades
de lazer oferecidas na cidade, pode impossibilitar o
desenvolvimento ou o acesso às práticas de lazer, fazendo
com que estas pessoas não venham a desenvolver tais ações.
No âmbito dos fatores individuais que podem ser obstáculos ao
lazer, pode-se citar:
gênero: os homens praticam mais lazer do que as
mulheres porque, mesmo com a grande evolução da
inserção das mulheres no mercado de trabalho e a
contrapartida masculina de cooperação nas atividades
domésticas, mesmo assim as mulheres desempenham
outros papéis além do trabalho fora do ambiente
doméstico.
idade do praticante: há uma maior incidência de
praticantes na faixa etária entre os 25 e 30 anos de idade.
Isto ainda pode ser relacionado a um maior tempo livre,
visto que as preocupações e ocupações familiares, sociais
e de trabalho ocupam uma parte preciosa do tempo total
de cada indivíduo.
falta de predisposição: a falta de uma atitude
predisposta ao desenvolvimento das atividades de lazer
pode ser um obstáculo a sua prática. Os relacionamentos
pessoais diminuem tal incidência, já que os estímulos
externos provenientes de amigos e parentes podem
motivar o indivíduo para o desenvolvimento do lazer.
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SEÇÃO 4 – Conteúdos culturais do lazerO lazer possibilita múltiplas formas de relacionamento e de
ações práticas, devido aos seus conteúdos culturais que visam
a desenvolver o ser humano em sua totalidade por meio de
atividades propostas pelo lazer.
Como você já pôde estudar anteriormente, a classifi cação dos
conteúdos culturais está relacionada aos interesses motores,
intelectuais, artísticos, turísticos e interativos, que são
classifi cados da seguinte forma:
atividades físicas: são atividades que envolvem ações
motoras, não ligadas à natureza da competição e
apresentam-se desprovidas de regulamentos competitivos.
A ginástica, a musculação, a caminhada, a dança, andar
de bicicleta, corrida no parque e outras manifestações são
exemplos deste tipo de conteúdo do lazer.
atividades esportivas: atividades relacionadas diretamente
ao esporte, desconsiderando a performance, mas
considerando-se as regulamentações específi cas de cada
modalidade esportiva. Este conteúdo se divide em: esportes
tradicionais e esportes radicais.
atividades manuais: são desenvolvidas no decurso da
exploração, por meio de um processo de transformação
de materiais, a partir da invenção de objetos por
intermédio da impressão de formas e utilizado-se das
mãos como ferramenta para esta nova confecção. O
tricô, crochê, jardinagem, artesanato são exemplos deste
conteúdo.
atividades intelectuais: caracterizam-se pela busca
da informação real de forma espontânea, pelo desejo
de explorar a racionalidade a fi m de satisfazer suas
curiosidades e a vontade de descobrir; estudar. Os
exemplos podem estar relacionados a simples conversas
informais até a leitura de livros, revistas, cursos,
programas de televisão (documentários), etc.
atividades artísticas: teatro, cinema, artes e expressões
desta natureza estão diretamente relacionados a
sentimentos, emoções, imagem e beleza, fatores
Os esportes tradicionais relacionam-se a esportes de quadra, campo, pistas ou piscinas, como: futebol, basquete, voleibol, tênis e outros. Já os esportes radicais compreendem as ações desenvolvidas em ambientes naturais, na terra, no ar e na água, tendo relação com o risco e com a aventura. Trekking, Rafting, Montain Bike e outros compõem parte deste conteúdo.
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Unidade 1
subjetivos e individuais, que levam os participantes
a crescer, a mostrar o melhor de si por meio de
suas imaginações e que se concretizam nas suas
manifestações.
atividades sociais: visam a promover a relação
interpessoal, integração e interação das pessoas,
promovendo o estabelecimento do contato entre elas.
Estes objetivos são efetivados por meio de reuniões,
jantares e almoços, confraternizações e outras
manifestações.
atividades turísticas: atividades realizadas fora da
cidade de residência, tendo como motivação principal a
busca pelo conhecimento e contato com novos lugares,
culturas, possibilitando a quebra da rotina e fomentando
novos relacionamentos. Excursões, passeios, viagens são
exemplos deste conteúdo.
atividades interativas: são desenvolvidas no tempo de
lazer com a internet funcionando como ferramenta-chave
na busca pela exploração das infi nidades de conteúdos
existentes.
SEÇÃO 5 – O turismo esportivo e de aventura no contexto do lazer
O turismo esportivo e de aventura está inserido nos conteúdos
culturais do lazer, visto que a prática do turismo esportivo se dá
por meio do deslocamento de pessoas de uma cidade a outra com
o intuito da prática esportiva na cidade de destino.
O turismo esportivo não se apresenta no âmbito
do estudo do turismo como uma atividade
competitiva porque o deslocamento de esportistas
de uma localidade para outra com fi ns competitivos
caracteriza-se como turismo de eventos. Já o turismo
esportivo acrescido do termo aventura apresenta-se
como conotação de esportes tradicionais e de aventura,
como expressado no contexto do conteúdo esportivo de
lazer.
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Neste sentido, considerando-se o lazer como foco principal de
análise e do turismo como análise transversal, pode-se observar
que o Turismo Esportivo e de Aventura apresenta-se ligado aos
conteúdos culturais do lazer no âmbito esportivo e turístico.
Eles são desenvolvidos no tempo livre dos indivíduos e em
locais turísticos que na grande maioria estão localizados em
ambientes naturais, muito próximo de localidades rurais, as
quais possibilitam acomodação, alimentação e acesso aos locais
de práticas esportivas.
Cabe então deixar claro que existe uma diferença entre esportes de aventuras e turismo esportivo e de aventura. Os primeiros relacionam-se aos esportes propriamente ditos e podem ser realizados em ambientes projetados artifi cialmente e mesmo em ambientes internos – in door ou em meio à natureza – out door. O turismo de maneira geral caracteriza-se pelo deslocamento de um indivíduo de uma cidade ou região a outra, levado por uma motivação e, no caso do turismo esportivo e de aventura, a motivação está no esporte de aventura.
No Brasil não existem órgãos reguladores da atividade esportes
de aventura, mas sim apenas algumas confederações esportivas
que fazem referência ao esporte em si.
Os praticantes do esporte de aventura e, por conseguinte, do
turismo esportivo e de aventura formam-se pela prática, na qual
a credibilidade é gerada pela experiência exercida pelas empresas
ou pelos profi ssionais.
Você sabia?
O Ministério do Turismo juntamente com o Instituto de Hospitalidade (IH), Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura (ABETA), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estão promovendo uma certifi cação buscando a qualidade na prestação destes serviços.
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Unidade 1
Os profi ssionais atuantes nestas modalidades são originados
de práticas de lazer, ou seja, eles praticaram determinada
atividade anteriormente como lazer e, posteriormente, vieram
a profi ssionalizar-se em diversas áreas de atuação – Educação
Física, Turismo, Geografi a, Biologia, Engenharia e outras.
Porém, cabe ressaltar que cada uma destas ciências não possui
ainda condições de aplicabilidades pedagógicas e práticas em seus
currículos, no que se refere ao aprendizado de práticas e técnicas
de cada modalidade esportiva de aventura.
Sendo assim, a experiência nesta área se revela pelo estudo das
técnicas das modalidades esportivas de aventura em questão,
somada ao conhecimento prático.
Lembre-se que somente o conhecimento teórico é insufi ciente
para o desenvolvimento prático das atividades esportivas de
aventura.
Leia, a seguir, a síntese da Unidade, realiaze as questões de
avaliação e consulte as bibliografi as complementares.
Síntese
O lazer que atualmente desenvolvemos é produto da
industrialização e do desenvolvimento das cidades e é pautado no
tempo livre, nas atitudes, as atividades ou conteúdos do lazer e
nos espaços disponíveis para prática.
As diversas possibilidades de ações diárias que o lazer
proporciona geram benefícios tanto em nível individual como
coletivo, e suas práticas revelam grandes possibilidades de
satisfação das necessidades humanas.
As atividades físicas, esportivas, manuais, turísticas, artísticas,
intelectuais, interativas e sociais podem ser desenvolvidas por
qualquer pessoa em qualquer momento da vida, visto que o lazer,
ao ser praticado com uma atitude desinteressada, proporciona
o desenvolvimento da criatividade, da integração social, do
desenvolvimento, do descanso e do divertimento.
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Atividades de auto-avaliação
1) A evolução do lazer aconteceu passo a passo com a evolução
do homem e dos processos de trabalho. Qual a diferença entre o
lazer desenvolvido antes e após a Revolução Industrial?
2) Dentre os diversos conteúdos do lazer, na sua visão, qual deles
sofre uma maior infl uência dos obstáculos às práticas de lazer?
Justifi que sua resposta.
3) O turismo e o esporte de aventura como componentes de lazer
podem desenvolver-se em diversos ambientes. No ambiente rural,
a visão conservacionista destas práticas se torna um limitante ou
uma possibilidade de desenvolvimento e preservação?
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Unidade 1
4) No cotidiano das cidades e da sociedade o tempo livre está
sendo cada dia mais utilizado para o desenvolvimento de
obrigações de trabalho, família e sociedade. O conceito de lazer
de Joff re Dumazedier prevê que o lazer somente poderá ser
realizado após o desvencilhamento de tais obrigações. Neste
sentido, em quais momentos do dia o homem poderá realizar
suas práticas de lazer?
5) Devido aos obstáculos cada dia mais presentes e às limitantes
das ações de lazer, tais práticas acontecem em sua grande maioria
no ambiente doméstico. Na sua visão e de acordo com a crescente
especulação imobiliária, os locais de moradia estão aptos a
possibilitar espaços de lazer?
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Saiba mais
Para aprofundar conhecimentos na área leia as seguintes obras:
MARCELLINO, N. C. Estudos do lazer: uma introdução.
Campinas. Autores Associados, 1999.
BRUHNS, H. T. Introdução aos estudos do lazer. Campinas.
Editora da Unicamp, 1998.
ANDRADE, J. V. Gestão em lazer e turismo. Belo Horizonte.
Autêntica, 2001.
CAMARGO, L. O C. O que é lazer. Campinas. Brasiliense,
1989.
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UNIDADE 2
O turismo esportivo e de aventura: origens e defi nições
Objetivos de aprendizagem
Conhecer as origens do esporte de aventura.
Entender a defi nição de turismo esportivo e de aventura.
Classifi car os esportes de aventura.
Contextualizar o turismo esportivo e de aventura no ambiente rural.
Seções de estudo
Seção 1 Origens dos esportes de aventura
Seção 2 Defi nição de turismo esportivo e de aventura
Seção 3 Classifi cação dos esportes de aventura
Seção 4 Turismo esportivo e de aventura no ambiente rural
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Para início de conversa
A natureza sempre foi o contexto do homem desde sua origem
até os dias de hoje, mesmo que a desvalorização do ambiente
natural tenha sido desconsiderada pelo homem, mas valorizada
nos momentos de estresse, de fuga do ambiente urbano ou
mesmo de turismo e lazer, você não acha?
O ambiente rural então nem se fala, a desvalorização do homem
do campo - assim chamado aquele que permanece nos ambientes
rurais - desde a revolução industrial, com o êxodo rural que
ainda permanece, faz com o que o ambiente urbano seja mais
valorizado.
É neste sentido, caro aluno, que esta unidade apresentará
subsídios para que você possa conhecer as origens dos esportes
de aventura, defi nições, classifi cações e a relação do turismo
esportivo e de aventura no contexto do âmbito rural.
SEÇÃO 1 – Origens dos esportes de aventura Javier Olivera Betrán um dos maiores estudiosos dos esportes de
aventura no mundo apresenta em seus textos o termo “práticas
acrobáticas”. Para ele, as ações físicas são as origens dos esportes
de aventura atuais porque antes mesmo das práticas destes
esportes nos dias de hoje o homem já desenvolvia relações de
aventura com a natureza.
Desta forma, as práticas de esportes de aventura na natureza
estão baseadas em: deslizamentos, reequilíbrio, piruetas
acrobáticas, proporcionando aos indivíduos emoções prazerosas,
sensações de risco e aventura. As práticas de terra, água e ar
que para Betrán compõem as “atividades físicas de aventura na
natureza” representam caracteres destas bases.
Os esportes de aventura na sociedade pós-industrial, urbanizada
e muito tecnológica representam uma ruptura dos padrões
estabelecidos já que as acrobacias, o risco, a aventura constituem-
se no inovador, no temido e no admirado.
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Unidade 2
Já a viagem, ou seja, o turismo é o resultado do desejo de quebra da rotina e da busca de experiências novas e prazerosas que proporcionam o desenvolvimento individual e coletivo, como também, a busca pela recuperação das fadigas do dia a dia.
Os esportes de aventura na natureza sugiram na década de 1970
nos países desenvolvidos e se consolidaram na década de 1990
com os novos hábitos e gostos da sociedade pós-industrial.
Diante das novas possibilidades, foram apresentados diversos
nomes a estas práticas fundamentadas no deslizamento sobre
superfícies naturais, em que são exigidos equilíbrio dinâmico
para evitar as quedas e velocidade do deslocamento. Elas
aproveitam-se das energias da natureza – eólica, das ondas, das
marés, dos cursos fl uviais, força da gravidade, tendo no elemento
risco um companheiro, que gera uma expectativa ao praticante
frente à atividade e a incerteza que a natureza proporciona.
Na década de 1990 as atividades de aventura na natureza
rumaram a “esportivização”. Este fato demonstra a massiva
popularidade do termo esporte de aventura, em contrapartida ao
termo atividades físicas de aventura na natureza proposto pelo
autor.
Atualmente as práticas de esportes de aventura na natureza,
independentemente de sua denominação, a cada dia se
consolidam como possibilidades de lazer e turismo, gerando um
crescimento econômico nas regiões que sediam tais modalidades,
sendo os meios de comunicação de massa grandes veículos de
divulgação destes tipos de ações.
Um dos mecanismos de atração usados pelos meios de
comunicação de massa é o emprego dos termos “aventura,
natureza, diversão e risco”, sensações que podem ser
experimentadas no momento da realização das ações,
possibilitando o desenvolvimento do turismo esportivo e de
aventura, movimentando e gerando desenvolvimento para a
localidade de destino.
Este termo é utilizado por Betran como um processo lúdico, festivo, recreativo e higiênico ou expressivo que sendo diferente do esporte é infl uenciado e condicionado pelo potente sistema esportivo, ou seja, caracteristicamente baseado na hipervalorização da competição, transformando-se em uma atividade substitutiva do esporte.
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SEÇÃO 2 – Defi nição de turismo esportivo e de aventura
Constantemente estamos presenciando na mídia assuntos
relacionados ao turismo esportivo e de aventura, muitas vezes
chamados de esportes radicais, cujo conceito em diversos
momentos passa por uma fragmentação das ações desenvolvidas
em um determinado tipo de esporte de aventura ou modalidade
de turismo.
Neste sentido, para que se possa compreender o turismo
esportivo e de aventura, necessita-se compreender as práticas em
sua totalidade.
Pode-se considerar como defi nição de turismo esportivo e de aventura o deslocamento de pessoas de uma região para outra, tendo como motivação principal o desenvolvimento de esportes de aventura em ambientes naturais, como: trilhas, rios, lagoas, praias, céu, montanhas e outros locais.
O turismo esportivo e de aventura é defi nido como uma
modalidade de turismo e de esporte agrupados, tendo em visto as
motivações pessoais a tais práticas e as diversas possibilidades de
relações do homem com o esporte, a aventura e o meio ambiente.
SEÇÃO 3 – Classifi cação dos esportes de aventura Segundo Betrán (2002), a classifi cação dos esportes de aventura
na natureza desenvolveu-se baseada em critérios divididos em
cinco categorais compostas por: ambiente físico, ambiente
pessoal, atividades, valorização ético-ambiental e o ambiente
social.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 2
Ambiente FísicoO ambiente físico faz referência ao lugar ou ecossistema no qual
são realizadas as atividades. Ele é diferenciado em três critérios
de seleção do espaço: o primeiro é o meio no qual se realiza: ar,
terra e água; o segundo baseia-se no plano que ocupa, horizontal
ou vertical, de acordo com o percurso desenvolvido durante
a atividade; e o grau de incerteza apresenta-se como o último
critério, sendo estável ou não.
Plano horizontal: as atividades aéreas são horizontais
uma vez que a trajetória descendente provocada
pelo efeito da gravidade é menor ou mais suave,
proporcionando ao praticante a sensação de estar
voando. As atividades desenvolvidas em lagos e mares
também podem ser consideradas horizontais em
função do deslizamento que provocam e, por fi m, as
atividades desenvolvidas em espaço terrestre também são
caracterizadas como plano horizontal.
Plano vertical: as atividades relacionadas ao plano
vertical diferenciam-se pela queda com velocidade
uniformemente acelerada contra o solo, podendo
ser relacionadas como as atividades ascendentes ou
descendentes desafi ando a força da gravidade. Já no
espaço aquático, as fl uviais com curso descendente da
montanha até a desembocadura em outro rio ou no mar
ou lago, também podem ser classifi cadas como verticais.
Ambiente instável: considera-se um espaço instável
aquele que pode gerar incertezas quanto à interferência
de fatores externos nas atividades. Os níveis de incertezas
podem estar relacionados aos fatores meteorológicos,
como a umidade, a temperatura e pressão, e aos
fenômenos meteorológicos como o vento, a chuva, a
neve, as tempestades ou geadas. Também podem ser
considerados espaços instáveis aqueles ambientes com
relevos desconhecidas, destacando-se o rafting e o
montain bike.
Ambiente Estável: considera-se as condições mais
adequadas à prática das atividades com o menor nível de
risco possível para o praticante.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Ambiente PessoalOs critérios previstos no ambiente pessoal estão relacionados à
análise psicológica do ponto de vista do praticante com relação
as suas emoções, ou seja, as sensações e vivências pessoais no
desenvolvimento de cada atividade. Esta pode estar relacionada
com o tipo de aventura a ser experimentada, na qual a dimensão
emocional, a sensação e os recursos biotecnológicos estão
diretamente ligados.
Dimensão Emocional: valorização das emoções
experimentadas pelos praticantes em que a conduta
hedonista está relacionada a um esforço físico pequeno e
a geração de prazer e bem-estar. Já as atividades ascéticas
caracterizam-se pela necessidade de uma condição física
mínima, variando o esforço físico de acordo com cada
atividade.
Sensação: o prazer e o descanso são considerados
sensações, pois os participantes sentem paz e harmonia
de forma prolongada, o que lhes permite contemplar
o ambiente de maneira tranqüila. Quando a atividade
é geradora de estresse, a sensação vivenciada pode ser
gerada como vertigem/risco.
Recursos Biotecnológicos: o praticante os emprega ao
realizar as atividades. Eles são divididos em: artefatos
mecânicos/tecnológicos – aparelhos idealizados
e adaptados ao homem para a realização de uma
determinada tarefa (energia e habilidade humana para
o seu funcionamento); artefatos de motor (energia e
propulsão para funcionar).
AtividadesSegundo Betrán (2002), as atividades foram selecionadas como
representantes de cada um dos grupos, sendo agrupadas em um
segundo nível em relação às diferentes categorias que foram
surgindo, diferenciadas pelo meio terrestre, aquático ou aéreo.
São as seguintes atividades:
Aéreas: ultraleve, asa-delta/parapente, paraquedismo,
bunge jump, vôo livre;
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 2
Terrestres: cicloturismo, trekking, caminhada de
orientação, espeleologia, cavalgada, trenó, 4x4, motos,
skate, montain bike, esqui extremo, espeleologia vertical,
escalada/alpinismo, rappel;
Aquáticos: mergulho, vela, jet ski, surfe, rafting, descidas
de cascatas ou cachoeiras.
Valorização ético-ambientalA fi losofi a que inclui o gosto das pessoas por tais atividades
desenvolvidas no ambiente natural indica um retorno do homem
à natureza. Este retorno faz com que o homem venha a desfrutar
de tais atividades, tendo em vista a possibilidade de esgotamento
do meio natural, já que, mesmo as atividades desenvolvidas
como forma de ação lúdica – lazer e turismo – causam impactos,
alterando o equilíbrio do meio ambiente.
Os impactos são proporcionalmente gerados de acordo com as
especifi cidades de cada atividade a ser realizada, cujas principais
causas de impactos ao meio ambiente estão relacionadas:
tipo de atividade
intensidade (densidade) da prática;
duração da atividade em um determinado lugar;
estação do ano na qual a atividade é praticada;
momento do dia;
vulnerabilidade intrínseca das espécies que vivem na
região;
comportamento dos praticantes com relação ao meio
ambiente.
SEÇÃO 4 – Turismo esportivo e de aventura no ambiente rural
O ambiente rural tem sido uma das possibilidades
contemporâneas de turismo e de lazer mais identifi cadas com
visitas à natureza. As pessoas estão encontrando no turismo rural
são as modalidades relacionadas ao esporte de aventura na natureza e estão divididas em suaves e duras: nas primeiras a energia é autogerada e não provoca impactos importantes porque não utiliza nenhum tipo de máquina. As modalidades duras podem provocar impactos graves sobre o meio ambiente, pois são desenvolvidas com o auxílio de máquinas.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
satisfação de diversos interesses relacionados aos esportes de
aventura. Estes contatos são efetivados em propriedades rurais ou
por intermediação delas.
O campo, no pensamento ocidental, é considerado um local de
regeneração espiritual e física: retirar-se para o meio rural conota
um ambiente fi losófi co e sanitário, ou seja, um lugar propício à
refl exão.
Você sabia?
Os espaços mais procurados para o desenvolvimento dos esportes de aventura na natureza e, por conseguinte, o turismo esportivo e de aventura, estão relacionados a fazendas encontradas em áreas de preservação permanente (APP). Elas são áreas rurais que possuem nascentes ou vegetação ao longo dos rios e ao redor dos lagos e em topo de morros, e que possuem o seu uso fi scalizado e qualquer iniciativa de projeto deve possuir autorização legal.
Outra possibilidade de espaço no meio rural são as reservas
particulares do patrimônio natural (RPPNs), com uso permitido
para pesquisas científi cas e para o lazer, incluindo visitas com
objetivos turísticos, recreativos e educacionais.
Nas duas últimas décadas, por pressões fi nanceiras e com a
difusão dos pensamentos preservacionistas, evidenciaram-se
mudanças positivas em propriedades rurais. As árvores e os
animais que antes eram tidos como inimigos do desenvolvimento
rural, por atrapalharem a agropecuária, são mantidos pela
perspectiva de agregar valor às novas atividades no campo. Desta
forma, a fl ora e a fauna começam a dar lucro sem precisar sair de
seu habitat na forma de peles, carnes, toras ou carvão.
Leia, a seguir, a síntese da unidade, realize as atividades de auto-
avaliação e consulte a bibliografi a complementar.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 2
Síntese
O turismo esportivo e de aventura desenvolve-se devido a uma
interação entre o homem, o meio ambiente, e as possibilidades
de movimentações e esportes que possam ser desenvolvidas nos
espaços.
As possibilidades de práticas esportivas nos espaços naturais
indicam uma série de situações que podem ser efetuadas pelos
praticantes nos mais diversos planos, dimensões e atividades.
Atividades de auto-avaliação
1) De que maneira no ambiente rural o ambiente físico relaciona-
se com o ambiente pessoal?
2) O ambiente pessoal e suas diversas dimensões constituem a
valorização ético-ambiental?
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3) A relação entre atividades e planos se apresenta de acordo com
o tipo de atividade. Cite, abaixo, as atividades relacionadas ao
plano horizontal e ao plano vertical e justifi que.
4) O turismo esportivo e de aventura no ambiente rural
apresenta-se como uma das diversas possibilidades de lazer
individual e coletiva. Sendo assim, qual a relação entre os
obstáculos para o lazer e as causas de impactos ambientais?
Saiba mais
Para aprofundar seu conhecimento, consulte:
MARINHO, A; BRUHNS, H. T. Turismo, lazer e natureza.
São Paulo. Manole, 2002.
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UNIDADE 3
Esportes de aventura
Objetivos de aprendizagem
Conhecer os esportes de aventura como rafting, trekking, rapel, mountain-bike e parapente, seus históricos, conceitos, classifi cações, materiais e equipamentos utilizados e procedimentos de segurança.
Seções de estudo
Seção 1 Rafting
Seção 2 Trekking
Seção 3 Rapel
Seção 4 Mountain-Bike
Seção 5 Parapente
3
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de conversa
Os esportes de aventura na natureza, como você já viu
anteriormente, são divididos de acordo com o meio no qual são
desenvolvidos, ou seja: ar, terra e água.
Esta unidade aborda alguns dos principais tipos que são
praticados em ambientes rurais.
Neste sentido, você irá conhecer o histórico de cada esporte,
juntamente com suas classifi cações, equipamentos, medidas de
segurança e outros aspectos relativos à prática destas atividades
na natureza.
Muitas pessoas buscam os ambientes rurais como alternativa
de descanso, outras porém encontram o local ideal para buscar
a liberdade e o contato com os elementos que o ambiente nos
oferece. Porém, em hipótese alguma pode-se oferecer o elemento
como único atrativo. Um elemento natural só responde por
si quando ofertado para a contemplação. Usar este elemento
como alternativa de esporte ou lazer necessariamente exige uma
profi ssionalização, um acompanhamento, materiais próprios,
equipamentos e medidas de segurança!
Preparado para aventuras radicais? Siga em frente, então!
SEÇÃO 1 – Rafting
Os rios fazem parte do cotidiano do homem desde sua origem,
ora visto como obstáculo geográfi co, ora visto como uma
possibilidade de extração de alimento e atualmente, como um
espaço de desenvolvimento de práticas esportivas e de lazer.
Basta lembrar um pouco das aulas de história para verifi car a
importância do Nilo, por exemplo, no desenvolvimento de uma
das maiores potências da antiguidade. Não podemos esquecer de
todo o potencial bélico de navegação que tornaram possíveis as
grandes conquistas e mais tarde, as descobertas do novo mundo.
O homem sempre esteve muito à vontade na água e desde os
tempos mais remotos utilizou os rios e fontes de água para iniciar
o desenvolvimento de várias regiões.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
Bem, se é da água que buscamos o nosso primeiro sustento, por
que não utilizá-la também como fonte de diversão? E tem sido
assim desde o Império Romano, com os banhos e as estações de
águas termais. Utilizamos também a água congelada para esquiar
ou patinar, a água do mar para surfar, e lógico, os rios para
navegar.
Pensando em como conceituar a atividade de rafting, não
podemos deixar de mencionar os riscos e a emoção que os mesmos
proporcionam. O homem sempre foi atraído pelo perigo, e é esta
atração a responsável por inúmeras conquistas, mas também por
incansáveis e imperdoáveis erros, não é mesmo? Então, como
encontrar a medida certa entre o emocionante e o seguro?
Para este questionamento só poderemos utilizar dois
argumentos: o conhecimento (incluindo a tecnologia, materiais
e equipamentos de segurança) e o controle (incluindo o
profi ssionalismo e a prática de todos os procedimentos que
o conhecimento proporciona). Isso permite que a emoção
provocada pelo risco seja explorada, porém que os riscos sejam
controlados e mantidos sobre total monitoramento. Na prática
de esportes radicais não trabalhamos com soluções de problemas
provocados, trabalhamos sim com o planejamento e a prevenção
de qualquer tipo de acidente. Mesmo assim, não podemos
descartar completamente a possibilidade da ocorrência de um
sinistro, mas o mesmo não pode de forma alguma, ter sido
proporcionado pelo profi ssional responsável pela a atividade.
É nesta etapa que devemos considerar que a evolução tecnológica
é um dos principais fatores de desenvolvimento das práticas
de rafting nos dias atuais. O constante aprimoramento dos
equipamentos proporciona segurança e confi abilidade por parte
dos praticantes.
As pessoas querem sim sentir o “friozinho na barriga”, mas elas
precisam saber que está tudo sobre controle, que ninguém irá se
ferir e que para algo de errado acontecer, elas precisarão driblar
as normas de segurança. Este tipo de pensamento traz para
os praticantes uma responsabilidade de zelar pela sua própria
segurança, sempre estipulando claramente, com treinamentos
qual é o risco e como evitá-lo.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Que conceito possui?
O rafting consiste na descida de rios em botes infl áveis. Os integrantes da embarcação remam sob o comando de um instrutor, responsável pela orientação do grupo durante o percurso.
A prática do rafting também implica em conceitos muito
importantes no relacionamento entre as pessoas, como
solidariedade, união, liderança, trabalho em equipe e
percepção sensorial. Cada membro da equipe é responsável pela
sua própria segurança e pela segurança dos demais. Existe um
líder, que como em qualquer empreendimento, precisa saber a
hora de ser autocrático, democrático ou deixar as coisas andarem,
mas que tenha consciência que o andamento do “barco” está sob
sua orientação. Inúmeras conotações psicológicas podem estar
associadas com este esporte. Devemos lembrar principalmente
que existe uma forte relação de comando e comandado, de
perspicácia, de autonomia vigiada (o que fazer com o remo em
situações que exigem pensamentos rápidos), de necessidade de
assumir responsabilidades e conseqüências. Algumas empresas
começam a buscar este esporte como forma de integração de
equipes, objetivando integração e fortalecimento de papéis e
relações interpessoais, aumentando também as possibilidades de
exploração comercial deste esporte.
É importante que você saiba que o rafting também pode ser
praticado como diversão de fi nal de semana entre amigos, casais
e famílias, porém também pode ser utilizado como forma de
explorar rios pouco conhecidos e de realizar expedições muito
procuradas como opção de turismo ecológico.
Você sabia?
O primeiro registro de descida de rafting no mundo data de 1869?
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
Que história guarda o rafting?
Nesta época, John Wesley Powel - um dos expedicionários mais
conceituados da história americana - organizou uma expedição
no rio Colorado, nos Estados Unidos da América, em barcos de
madeira com remo central (RAFTING..., 2007).
A aventura resultou em algumas viradas e batidas em pedras,
decorrentes de equipamentos primitivos e da falta de técnica para
manobrar os barcos pesados nas corredeiras.
O problema é que nesta época a segurança não era o forte dos
esportes e assim, muitos acidentes aconteciam. O objetivo não
era a diversão ou integração, mas sim a conquista de novos
espaços, a exploração territorial e a forma mais rápida de cruzar
acessos até então isolados devido aos obstáculos naturais.
Já, o rafting com fi nalidade comercial foi realizado somente em 1909 pela Julio Stone’s (empresa norte americana), Grand Canyon (região dos Estados Unidos) mas os botes ainda eram de madeira.
Os primeiros botes infl áveis apareceram nos Estados Unidos
da América, em 1936, porém, devido ao período das grandes
guerras, até 1960 e 1970 o esporte passou por um período
de estagnação, retomando o impulso a partir de 1980 com o
surgimento do bote self bailer, confeccionado com materiais
mais leves e resistentes. O simples fato da redução do peso do
equipamento já serviu como estímulo ao seu renascimento, pois
trafegar longas trilhas com um barco de madeira não era tarefa
das mais agradáveis... e quando tudo acabava, o retorno obrigava
mais um esforço extra!!!
Hoje o rafting comercial conquistou defi nitivamente seu espaço no cenário mundial. A emoção e o contato com a natureza proporcionado garantiram sua presença nos arredores dos grandes centros urbanos e turísticos de nosso planeta, sendo uma das principais formas de conhecer as regiões onde é oferecido.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Esportivamente o rafting é praticado extra-ofi cialmente há quase
15 anos com disputas na Europa, mas apenas com a criação
da IRF (International Rafting Federation) foi que ocorreu o
primeiro Campeonato Mundial, realizado em 1999 na África
do Sul, onde o Brasil esteve presente representado pela equipe
Canoar Master, que obteve a 7ª colocação.
O rafting chegou ao Brasil em 1982, através da empresa TY-Y
Expedições, cujas descidas se restringiam ao rio Paraíba do Sul e
rio Paraibuna, ambos em Três Rios (RJ).
Neste período, os brasileiros, ainda não conheciam a
modalidade e toda a programação foi desenvolvida para atender
exclusivamente os turistas estrangeiros em férias no Rio de
Janeiro.
Você sabia?
O esporte ganhou força a partir de 1990 com a criação da Canoar Rafting & Expedições e com ela uma inovação no rafting brasileiro: a modalidade com remos individuais. A novidade foi introduzida no rio Juquiá, em Juquitiba / SP.
Em 1996, consolidou sua expansão no mercado brasileiro com
o surgimento de diversas empresas, localizadas em São Paulo,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Estima-se em 50 o número de operadoras de rafting no Brasil,
explorando descidas comerciais nos estados de São Paulo, Rio
de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais,
Paraná, Bahia, Mato Grosso do Sul e Tocantins.
Atualmente, inúmeras agências de turismo em todo o Brasil
vendem pacotes turísticos que oferecem o esporte como
alternativa de contato com a natureza. Os preços são mais
acessíveis do que os cobrados dos estrangeiros na década de 90.
As alternativas de rafting noturno e de competições entre equipes
ganham força nas cidades que possuem corredeiras ou mesmo
rios com águas mais calmas, porém, com paisagens exuberantes.
Para maiores informações acesse o site www.intraftfed.com da Federação Internacional de Rafting.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
Quais os equipamentos utilizados?
Com o desenvolvimento das tecnologias os equipamentos
evoluíram consideravelmente, possibilitando uma maior
segurança e confi abilidade, como também, uma diversidade de
inter-relações entre o homem e o meio ambiente.
Os equipamentos são de fundamental importância para o
desenvolvimento do rafting, visto que, são essenciais para sua
prática. Cada equipamento possui especifi cidades técnicas que
estão diretamente ligadas à vida útil do equipamento, ao número
de praticantes, a forma e ao tipo de rio.
Bote
O material é o resistente hypalon, um tecido de fi bra de poliéster,
revestido com borracha de neoprene, altamente resistente à
abrasão. Algumas marcas utilizam também revestimentos
de PVC (plástico duro) ou uretano (polímero utilizado para
revestimento. Pode ser trabalhado a baixas temperaturas).
O tamanho dos botes varia de 12 a 20 pés, escolhido de acordo
com o nível do rio. Um bote muito pequeno pode não ter muita
estabilidade em locais de fortes corredeiras.
Num bote de 12 pés, podem remar de três a sete pessoas. Já no de
14, cabe até oito pessoas. Em ocasiões especiais, pode haver um
remo central, com dois remos longos encaixados na armação de
alumínio. Assim, somente o guia rema, para maior comodidade
dos participantes. Essa técnica é muito utilizada em turismo no
exterior, indicada em rios muito difíceis, devido ao maior controle
que o guia possui sobre o bote.
Remos
Podem ser de plástico ou de fi bra de carbono, sendo que a haste
do remo normalmente é feita de alumínio.
Capacete e colete salva-vidas
Devem ser utilizados para garantir maior segurança aos
praticantes. Os capacetes são de plástico reforçado e deve ser
corretamente utilizado, para que a pessoa não o perca durante o
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trajeto e não cause desconforto por excesso de pressão no pescoço.
São equipamentos de baixo custo e que não devem ser ignorados.
Já os coletes salva-vidas devem ser dimensionados de acordo com
o tamanho do praticante.
O dimensionamento errado pode causar afogamentos, sensação
de falsa segurança ou se fi car muito grande, cair em meio à
turbulência da água. É necessário uma atenção especial ao
praticante no momento de ajuste do mesmo. O desconforto de
um colete mal dimensionado pode prejudicar todo o trajeto e o
objetivo do esporte. Sobre o uso do colete, é importante orientar
os participantes na forma de se comportar em caso de queda.
Na maioria das vezes o indicado é deitar, com os pés para frente,
de maneira a evitar a colisão com rochas e galhos do fundo e
também não permitir que a cabeça esteja direcionada para a
frente do movimento da corrente...então... é só aguardar o cabo
de resgate que será lançado por um dos ocupantes do bote.
Roupa de neoprene
Aquece o participante em rios cuja temperatura da água é menos
agradável e prolonga a permanência no passeio. É uma alternativa
bastante viável para a prática do esporte no inverno. Devemos
considerar que o esporte é amplamente difundido, principalmente
nas regiões sul e sudeste do Brasil onde a temperatura anual
impediria a prática do esporte na maior parte do ano. Ele
deve estar bem dimensionado, para impedir que a água entre
na roupa e também não pode ser apertado demais para não
impedir os movimentos. As roupas deste material são utilizadas
principalmente por surfi stas e mergulhadores. Os preços variam
enormemente, mas como já possuímos fabricação nacional, pode-
se encontrar roupas em valores acessíveis.
Calçado com solado de borracha
Para melhor fi xação do participante no bote, para sua estabilidade
nas pedras, no caso de andar dentro do rio e sua segurança numa
situação de queda do bote. Estes calçados podem ser substituídos
por tênis ou sandálias de borracha, mas devem ser bem fi xados
nos pés para evitar a formação de bolhas.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
O problema dos tênis comuns é que se tornam mais pesados, e
os cadarços podem ser perigosos, podendo prender em galhos
e pedras no fundo do rio em caso de queda. Porém, os pés
descalços não fornecem a aderência necessária ao bote e também
podem ser considerados riscos de cortes nas pedras e outros
obstáculos. Mais uma vez o dimensionamento correto deve ser
tratado com cuidado, porque todos nós sabemos o desconforto
que pode se tornar um sapato apertado, não é mesmo?
Cabo de resgate
Trata-se de uma corda dentro de um saco, de aproximadamente
20 metros, utilizada para resgates no caso de alguém cair do
bote. O procedimento neste caso é jogar o saco, que tem a corda
devidamente enrolada dentro e puxar pela ponta, esperando que
o resgatado segure o saco. O mais importante é deixá-lo sempre
em local de fácil acesso dentro do bote e treinar os participantes
para segurá-lo, pois na hora do susto, quando alguém cai do
barco, muita coisa passa pela cabeça, e o que não pode ocorrer é o
pânico... Muitos líderes iniciam o passeio derrubando as pessoas
do bote em locais de fácil resgate para treinar os movimentos e
descontrair... “água é saúde!!!”é o que muitos gritam...
Caiaque de segurança
Um ou mais canoístas acompanham uma descida comercial ou
uma equipe de campeonato para dar suporte no caso de resgate.
É muito utilizado pelas operadoras de rafting que usam o recurso
do safety kayak para dar apoio aos clientes. Esta alternativa,
além de proporcionar segurança, também serve como forma de
registro do evento, um participante vai fotografando ou fi lmando
a atividade. Este barco normalmente vai na frente nas etapas
mais perigosas do percurso para dar orientação do fl uxo de água e
força da correnteza para o líder do bote. Em momentos de maior
descontração ele pode permanecer na retaguarda para realizar
fi lmagens e fotografi as.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Os rios possuem uma classifi cação?
Para tornar mais fácil o entendimento de como os rios se
classifi cam, se possuem águas mais calmas ou mais difíceis de
navegar, a IRF (Federação Internacional de Rafting) criou uma
classifi cação padronizada de níveis de rios.
Eles variam de I a VI e a análise depende da classifi cação das
corredeiras, isto é, das quedas d’água e pequenas cachoeiras
do rio. Numa avaliação mais apurada, a classifi cação depende
também do desnível de relevo (quanto maior o desnível em curto
trecho, mais fortes são as quedas d’água); do nível de água na
régua (em época de seca o rio recebe menos água e as corredeiras
tem menor volume) e, fi nalmente, do conjunto de corredeiras de
níveis parecido.
Mas, como classifi car as corredeiras?
A classifi cação das corredeiras de acordo com Cristina Degani
(2001) é a seguinte:
Nível I
Água corrente com pequenas ondas e pouca ou nenhuma
obstrução de passagens por pedras, é ideal para passeios de
iniciantes.
Este tipo de local é excelente para passeios de contemplação da
natureza, exercícios de treinamento de empresas e até mesmo
de participantes da melhor idade ou de pessoas sedentárias com
receio de atividades aquáticas.
Nível II
Corredeiras fáceis com ondas de até 1 metro, altas e largas, com
passagens claras e óbvias mesmo sem o reconhecimento por terra.
Neste nível, algumas manobras básicas são necessárias.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
A atividade não chega a apresentar grandes riscos. O maior
risco é o de queda, mas o resgate é extremamente fácil, pois não
existem passagens estreitas.
Nível III
Corredeiras com ondas altas e irregulares, com passagens
estreitas que podem requerer manobras complexas, com o
reconhecimento por terra, feito pelas margens. Neste nível
podem ser necessárias algumas manobras com um pouco mais de
técnica.
Nível IV
Corredeiras longas e difíceis, com passagens estreitas que
necessitam de manobras precisas em águas muito turbulentas,
neste nível um reconhecimento pela margem é necessário e as
condições de resgate podem ser difíceis.
Pode-se considerar que a partir deste nível o esporte não deve
ser praticado por iniciantes e pessoas sem preparo. Em locais de
rafting que existem corredeiras deste nível, os instrutores devem
solicitar que os participantes saiam dos botes, e o obstáculo deve
ser ultrapassado pela margem. Após, todos podem embarcar
novamente e continuar o trajeto, para evitar riscos desnecessários
e manobras perigosas de resgate.
Nível V
Corredeiras extremamente difíceis, longas e muito violentas,
formadas por passagens obrigatórias. O reconhecimento pela
margem neste nível é mais que necessário. Para segurança
dos esportistas é feita a montagem de esquema de segurança
específi co.
Nível VI
Este nível é quase impossível e muito perigoso com difi culdade
de nível V levada ao extremo da navegabilidade. Neste nível,
apenas instrutores e canoístas com muita experiência podem
optar pela descida, mesmo assim sob um cuidadoso estudo das
condições do rio, por terra.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
É sempre válido lembrar que um trajeto de rio pode apresentar
inúmeras corredeiras com inúmeras classifi cações diferentes,
dependendo do nível da maioria das corredeiras do trajeto é que
se intitula o nível do percurso, mas sempre observando com
destaque que existe, por exemplo, uma corredeira de nível 4 no
km 3 do percurso.
Quais as modalidades e competições que compreendem este esporte?
Um determinado local é escolhido, onde equipes fazem o
reconhecimento do percurso e analisam as linhas do rio e suas
corredeiras. Após este passo os trechos são demarcados para as
provas, portas com balizas são montadas para o slalom, (local de
partida), e juizes são posicionados em corredeiras para melhor
análise das equipes.
O resultado de um campeonato de rafting é a soma dos pontos
obtidos pela equipe em quatro provas:
Tiro de velocidade (100 pontos).
Sprint (200).
Slalom (300),
Descenso (400).
Esses pontos são dados ao melhor colocado de cada categoria
e uma porcentagem menor é passada aos outros competidores,
proporcional ao número de equipes participantes.
As provas medem a velocidade, técnica, habilidade e resistência dos canoístas.
A seguir, você irá estudar como é feita essa avaliação. Vamos lá?
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Unidade 3
Tiro de Velocidade
Essa prova é uma etapa classifi catória para a prova de sprint. A
equipe desce um determinado trecho sozinha e tenta chegar ao
fi nal no menor tempo possível. Há duas descidas, para verifi car o
melhor tempo.
Sprint Paralelo
Da classifi cação do Tiro de Velocidade são montadas as baterias
do sprint, ou seja, duas equipes descem o rio ao mesmo tempo.
Neste caso, há uma única chance de ver qual é a melhor. Assim,
a que vencer a “corrida”, é classifi cada para as demais baterias, até
chegarem às oitavas-de-fi nal, quartas e semifi nais e fi nais.
Slalom
Portas com balizas móveis são montadas em cabos que
atravessam o rio, numa altura que permita ao bote passar por
dentro dela e que a corredeira ou onda não a toque. Assim,
os botes têm de fazer o percurso das portas verdes, chamadas
“frente” (passar no sentido da corrente) ou vermelhas, chamadas
de “remonta” (passar no sentido contra, ou seja, remar contra a
corrente).
A cada toque nas balizas o integrante que passar fora de uma
delas, a equipe perde pontos. Pontua melhor quem fi zer o
percurso em menor tempo, com menor número de penalizações.
Descenso
É a prova que mais vale no rafting. Diferente do Tiro de
Velocidade, o Descenso é uma longa descida, em média de 20
a 30 quilômetros, com todas as equipes descendo o rio juntas.
É onde os atletas estão mais concentrados na remada, na força
individual e de equipe e no espírito de coletividade.
As equipes largam em baterias de quatro equipes, com intervalos
de um minuto, dependendo da pontuação obtida até então. Como
é a prova que mais valor acresce à equipe (400 pontos) muitas
vezes é decisiva na conclusão do campeonato.
Concluindo esta parte de nosso estudo, verifi camos que os rios
que cortam todas as regiões de nosso país podem apresentar uma
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alternativa saudável de divertimento e de uma oportunidade para
utilizar o esporte como forma de contemplação da natureza e de
exercícios físicos e com objetivos psicológicos. Porém, de maneira
nenhuma, a questão segurança pode ser colocada em segundo
plano, pois o mesmo rio que nos alimenta o corpo e o espírito
pode ser uma ameaça se tratado com irresponsabilidade.
Profi ssionais de educação física estão aptos a colaborar com essa
atividade e os materiais e equipamentos utilizados devem possuir
uma certifi cação de qualidade e estarem em perfeitas condições
de uso.
SEÇÃO 2 - Trekking
Se os rios estão sempre ligados ao nosso desenvolvimento, o
que dizer das trilhas que abrimos durante todos estes anos de
colonização do planeta?
O homem primitivo era nômade, trilhava longos percursos em
busca de alimentos. O homem dos tempos antigos deu mais
valor às conquistas e trilhou rumos em direção ao desconhecido.
O homem da era da comunicação é uma mistura de tudo
isto, é nômade quando busca novas alternativas de vida e
principalmente, conquistador quando busca conhecer o mundo,
descobrir novas paisagens, ver lugares que ninguém conhece e
superar seus próprios limites.
Mas o que signifi ca esta palavra estrangeira que tanto ouvimos
falar? Será um esporte tão moderno assim?
Mas qual é o conceito?
Esporte junto à natureza que consiste na contemplação de paisagens aliado ao benefício da atividade física.
Então, o objetivo deste esporte é justamente o de caminhar por
trilhas naturais, desfrutando do contato com a natureza, cercado
de belas paisagens em locais pouco conhecidos. Quem pratica
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
o trekking ou caminhada, tem essa oportunidade, e esse é sem
dúvida o principal motivo que faz do esporte um dos que mais
cresce.
As pessoas que escolhem as caminhadas como forma de exercício físico, podem combinar os prazeres da contemplação da natureza ao exercício, conseguindo uma melhoria da qualidade. O tamanho do percurso não é o mais importante. O que os praticantes devem se preocupar é com o prazer de efetuar uma boa caminhada.
Esta modalidade esportiva vem crescendo nos últimos anos. Isso se deve principalmente ao baixo custo do esporte, pois na maioria das vezes basta um bom par de tênis e a boa vontade para caminhar. Além disso, o esporte possui diversos graus de difi culdade de trilhas, permitindo a adaptação necessária a cada praticante e pode ser considerado um esporte seguro, desde que as trilhas escolhidas promovam esta segurança. Atualmente, inúmeros grupos de pessoas se reúnem para praticar o trekking, promovendo além da difusão do esporte, a segurança por andar em equipe.
Caminhar é um dos exercícios mais recomendados por médicos
e fi sioterapeutas para as pessoas que buscam uma melhoria da
qualidade de vida. Porém, não se deve confundir este esporte
com uma simples caminhada no parque da cidade. Quando
falamos em trekking, estamos nos referindo a vários níveis de
difi culdades em trilhas em meio à natureza, que proporciona o
contato do homem com ambientes muitas vezes virgens, sempre
lembrando da responsabilidade ambiental de preservação e
respeito à capacidade de carga de cada trilha.
Este esporte pode ser praticado individual (como forma de lazer)
ou coletivamente (lazer ou competição), lembrando que os riscos
de entorses e de picadas por animais peçonhentos ganham maior
severidade se o esporte for praticado individualmente.
Em nível de competição o trekking consiste em cumprir um
determinado trajeto em um tempo preestabelecido, com a
utilização de equipamentos de localização, cronometragem
e iluminação, sempre passando por pontos de referência
previamente determinados.
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Você sabe a história deste esporte?
Bem, a história do esporte não é recente, teve origem no século
XIX, por meio da ação dos trabalhadores holandeses que
colonizaram a África do Sul. Eles utilizavam o termo Trekken
para designar sofrimento e resistência física. Com a chegada dos
ingleses ao local, a expressão foi adaptada e passou a denominar
as longas caminhadas realizadas pelos trabalhadores britânicos.
Percebam que temos esta mania quase ancestral de tornar
um sofrimento em algo saudável, não é mesmo? Mas este
comentário é apenas para descontrair, pois com os nossos
modernos calçados e nosso objetivo salutar de caminhar, a única
coisa que não passamos é sofrimento.
Com a chegada dos novos aventureiros o termo se expandiu e
hoje é sinônimo de um dos esportes mais praticados em todo o
mundo. No Brasil o esporte é relativamente novo. Os primeiros
registros contam de provas no estado de Minas Gerais, em 1985.
Apesar disso, somente depois do esporte arrecadar adeptos na
região sudeste, adquiriu sua forma atual, com regras adaptadas
das provas de enduros. Isso só aconteceu na década de 1990.
É uma atividade de baixo custo, possui vários níveis de
difi culdades, mas proporciona ao praticante toda a segurança
necessária. Hoje o trekking de regularidade possui muitas
competições em todo o país e, em 1998, foi criada a LINEP
(Liga Nacional de Enduro a Pé), entidade sem fi ns lucrativos que
busca unifi car e organizar as competições no País.
Quais os equipamentos usados nesta modalidade de esporte?
Os equipamentos necessários para o trekking são mais baratos
em relação aos outros esportes de aventura, mas mesmo assim
precisam ser selecionados com muito cuidado para que não se
tornem inimigos dos praticantes, mas ferramentas para alcançar o
sucesso no esporte.
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Unidade 3
Por se tratar de uma caminhada, é importante que o praticante
use tênis. As botas, por oferecerem segurança ao tornozelo nos
diversos terrenos, são as mais recomendadas.
O ideal é que se utilize duas meias, uma fi na e outra de lã por
cima. Dessa maneira estará diminuindo o atrito dos pés com o
calçado. As meias de algodão, por encharcarem facilmente, são
desaconselhadas para o esporte.
Outro equipamento indispensável é a bússola. Para garantir o sucesso na prova é recomendável que se leve mais de uma. É necessário saber utilizar a bússola da maneira correta, já que um erro de direção pode acabar com as chances da equipe em uma competição.
Todo praticante vai ter sede e precisa se hidratar durante a prova.
É por isso que um cantil, de no mínimo 1 litro, deve estar sempre
com o competidor. Atualmente, já se encontram mochilas com
cantis térmicos embutidos. Foram projetadas inicialmente para
longos percursos de bicicleta, mas os praticantes de caminhadas
já começam a utilizar este facilitador.
Para calcular as distâncias entre os percursos são necessárias
calculadoras. É importante que a equipe possua mais de uma,
em caso de quebra. As pilhas não podem ser deixadas de lado e o
ideal é que se tenham pilhas reservas em caso de falta.
Os relógios individuais são os maiores aliados para que o
tempo estipulado em cada parte do percurso seja cumprido. Os
modelos digitais facilitam a visualização e oferecem maiores
possibilidades. Os bonés ou chapéus também são de grande
utilidade, pois protegem do sol e da chuva, facilitando a leitura
das planilhas durante o percurso.
Para a conservação e proteção dos objetos e planilhas, os plásticos
são fundamentais. Além disso, para guardar todos os objetos
citados, mais canetas, lanterna pequena, kit de primeiros socorros
e alimentos energéticos, é necessário uma mochila ou pochete.
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Que classifi cação possui este esporte?Como todo o esporte, o trekking também possui uma
classifi cação que irá orientar o praticante quanto ao nível de
difi culdade e o tamanho do percurso da trilha. Isto é de grande
valia, principalmente para o dimensionamento das provisões
(água e energético) e também para a avaliação do preparo físico
necessário para cada etapa.
Em trilhas conhecidas e com elevado interesse turístico,
normalmente são afi xadas placas indicativas com o nível do
percurso, duração e um pequeno resumo do que será visto
no percurso. São necessários também, avisos sobre animais
peçonhentos e placas indicativas de locais perigosos e pontos de
contemplação.
Quais as categorias deste tipo de esporte?
FácilIndicado para iniciantes com pouco preparo físico. Neste tipo
prevalece os terrenos mais planos e a duração da caminhada, em
geral, não dura mais que 1 hora.
São as trilhas de interesse turístico, onde pessoas de todas as
faixas etárias podem realizar passeios contemplativos e realizar
piqueniques. São trilhas normalmente limpas e possuem um
grande potencial de capacidade de carga (toleram várias pessoas
ao mesmo tempo sem um grande impacto ambiental). Estas
trilhas são ideais para quem está iniciando no esporte e está
melhorando o condicionamento físico.
MédioIndicado para iniciantes e amadores com bom preparo físico.
Neste tipo a caminhada é realizada em terrenos com variação de
altitude um pouco maior e com duração média de 2 horas.
Se pararmos para pensar que meia hora na esteira de uma
academia é uma eternidade, devemos pensar que duas horas
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
de trekking seria a visão do inferno, não é mesmo? Mas não é
nada disso... Primeiro, porque não mantemos o mesmo ritmo de
caminhada que a esteira nos obriga e em segundo lugar, podemos
nos distrair e observar inúmeros locais que merecem um tempo
de nossa atenção. Sendo assim, o que mais é exigido aqui é o
esforço físico em subidas um pouco mais íngremes, mas que são
facilmente superadas.
Este esporte faz com que o nosso organismo libere uma grande
quantidade de endorfi nas que promovem uma sensação muito
agradável de bem-estar! É o famoso cansaço gostoso, que faz
respirar melhor e sentir o prazer de estar de bem com a vida. É
um excelente esporte para a mente também, pois aumenta a auto-
estima e melhora o humor consideravelmente.
DifícilNesta categoria que abrange desde as caminhadas com duração
superior a 3 horas e uma variação de altitude muito alta até
as expedições que levam dias para serem completadas. Nesta
categoria estão as caminhadas realizadas em serras e montanhas.
Indicada somente para quem tem bom condicionamento físico e
bons conhecimentos de navegação e sobrevivência.
Logicamente que este grau de difi culdades é mais utilizado para
treinamentos de sobrevivência e para competições. Conforme
a duração da prova são necessários inúmeros equipamentos,
como barracas, mochilas maiores, cápsulas para purifi car a água,
fogareiros entre outros.
Quais as modalidades e competições?
Trekking independente
Esta modalidade é muito utilizada pelos mochileiros,
principalmente na Europa as pessoas costumam efetuar longas
caminhadas, planejadas e realizadas individualmente.
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As vantagens? Se você viaja sozinho, você é o chefe: organiza
a expedição, planeja a rota, escolhe o equipamento, compra
as provisões, estuda o clima. Além disto, a viagem é mais
econômica e fl exível em datas e caminhadas fora do roteiro
predeterminado. Mas isto é para quem gosta da sua própria
companhia ou mesmo está tentando um auto-conhecimento,
tem um ótimo preparo físico e não se importa em carregar uma
mochila abarrotada de equipamentos de cozinha. Para quem
aprecia uma viagem solitária e econômica esta é a melhor forma
de viajar.
Trekking organizado
Esta modalidade é indicada para quem está iniciando na prática
deste esporte ou deseja se aventurar em alguma região de difícil
acesso.
Pode ser uma aventura de uma única jornada, com retorno no
mesmo dia, utilizando uma trilha de fácil ou médio acesso ou
mesmo uma trilha longa, com vários dias de caminhada, em
uma trilha de difícil acesso. Neste caso, é necessário dividir com
os colegas as despesas com infra-estrutura, como a contratação
de carregadores, guias e a compra das provisões em grande
quantidade. É necessário obter o máximo possível de informações
sobre a empresa que está organizando a expedição e checar
detalhadamente quais os serviços incluídos no preço estabelecido.
O trekking organizado pode ser uma excelente forma de integrar
uma equipe. Em nosso país não faltam excelentes opções de
trilhas de vários níveis de difi culdade que podem servir inclusive,
de cenário para uma gincana ou simplesmente para um passeio
agradável em grupo.
Trekking assistido
É um estágio intermediário entre os dois anteriores. É quando
estamos trabalhando como nossos próprios operadores de viagem.
No caso, você mesmo, ao chegar ao local a ser visitado, escolherá
e contratará os carregadores, guias, comprará os mantimentos e
demais equipamentos coletivos. Este tipo de viagem possibilita
uma maior interação com os nativos, além de contribuir para a
economia local. Por outro lado, você necessitará de mais tempo
para organizar a viagem, negociar com os moradores locais e
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
barganhar preços. Some-se a isto o fato de que toda a equipe
estará sob sua responsabilidade.
No Brasil ainda é muito comum esta prática, pois nem todas as
agências de viagens e turismo vendem pacotes de trilhas. Apenas
indicam caminhos nas regiões onde as secretarias de turismo
oferecem pacotes.
Trekking de competição
Um esporte divertido, mas que exige uma condição física
bastante elaborada. Também é chamado de enduro a pé, é uma
modalidade recente no Brasil. Semelhante ao enduro de carros
de regularidade, equipes de três a seis pessoas navegam em cima
de uma planilha com referências (iguais no enduro) e velocidades
médias predeterminadas. Assim, os integrantes percorrem uma
distância que varia de 6 a 15 quilômetros, andando por estradas
de terra, trilhas abertas, em mata fechada, atravessando riachos,
nadando poucos trechos em rios. Eles têm de navegar e calcular
o tempo regular para não passarem pelos Postos de Controle
atrasados (perde 1 ponto), nem adiantados (perde 2 pontos).
Exige um planejamento detalhado e também a utilização de
pessoal que permanece nos entrepostos para efetuar o controle
de cada equipe e fi scalizar a prova. Ganha a equipe que perder
menos. Esses campeonatos acontecem, na maioria das vezes
em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, Santa
Catarina, Espírito Santo e Ceará.
O que mais podemos dizer do trekking?
O trekking é um dos esportes de aventura mais econômicos, pois
depende basicamente de um bom par de sapatos apropriados
(tênis próprios), uma roupa confortável, um cantil e uma mochila,
e como diríamos; “pernas pra que te quero?” é uma atividade
muito antiga, mas que somente agora está ganhando inúmeros
adeptos que interagem com a natureza, com consciência
ambiental, mantendo a saúde física e mental por meio do esporte.
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Além do aspecto de contemplação, o esporte também pode ser
competitivo, realizado como se fosse um enduro, proporcionando
a integração e estimulando o trabalho em equipe.
SEÇÃO 3 - Rapel
Você já esteve no alto de uma pedra ou de uma montanha, onde
o vento bate forte e o céu azul parece não encostar na terra?
Se esteve, com certeza fi cou curioso para saber o que havia lá
embaixo. Os mais curiosos se aventuram, quase se agarrando
com as unhas na pedra e tentam espiar pra ver se enxergam ao
menos a altura em que se encontra. Outros recuam e preferem
nem imaginar esta altura.
Esta atividade, que nos atrevemos a chamar de esporte, enquanto
muitos chamam de técnica, permite a contemplação de locais que
não poderiam ser vistos em ângulos tão variávies, e de formas
consideradas quase impossíveis. Estar onde ninguém esteve
antes, este é o pensamento de quem pratica o rapel.
Qual o conceito?
Técnica de descida que o praticante utiliza para transpor obstáculos como prédios, paredões, cachoeiras, entre outros, com o uso de cordas ou cabos.
Qual a origem do termo? O termo rappel vem do francês e signifi ca trazer e recuperar.
Apesar de não sabermos exatamente quando a técnica foi criada,
ela foi utilizada por espeleólogos, que usavam desse recurso
para explorar cavernas. O termo “ recuperar” do francês, talvez
venha do fato do rapel ser uma das técnicas mais utilizadas
para salvamento em locais de difícil acesso, como para resgatar
alpinistas ou pessoas em locais que nem um helicóptero poderia
pousar.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
Existe uma grande discussão acerca do rapel ser um
esporte ou apenas uma técnica. Aqueles que acreditam
se tratar de um esporte encaram como uma atividade
divertida e que é utilizada sem outros fi ns, apenas por
diversão. Já os que acreditam se tratar de uma técnica,
geralmente a utilizam como um meio de realizar outra
modalidade, outro esporte ou mesmo a trabalho.
Os que acreditam no esporte não pensam no rapel
como forma de competição, porque não existe
nenhuma forma de competição catalogada para tal
fi m. Os que praticam montanhismo, escalada e
alpinismo, muitas vezes utilizam das técnicas de rapel
para driblar obstáculos. Já os que encaram como
técnica de trabalho são os bombeiros, trabalhadores
de limpeza de grandes edifi cações, salva-vidas, e
profi ssionais da construção civil.
Mas vamos pensar um pouco: se alguém utiliza esta técnica
apenas como diversão e como forma de contemplação da
natureza, não poderíamos considerar um esporte?
Que história guarda o rapel?
Podemos dizer que não se sabe ao certo quando o rapel surgiu,
mas os primeiros registros da técnica datam do século XIX. No
fi nal do século, alpinistas já utilizavam o rapel em suas escaladas.
Porém, foi com os espeleólogos no início do século XX, que a
técnica passou realmente a ser mais difundida. Com o auxílio de
cordas, esses exploradores conseguiram chegar a locais que antes
não podiam ter acesso. O desenvolvimento do rapel começou a
partir daí.
No Brasil, a conquista do Dedo de Deus, na região de
Teresópolis (RJ), foi o marco da escalada e conseqüentemente do
rapel. Hoje o esporte é muito difundido e já conta com inúmeros
roteiros, além de instrutores especializados.
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Quem não se lembra dos fi lmes Limite Vertical e do famoso
Missão Impossível? Tom Cruise já inicia o fi lme numa escalada,
e faz uma brilhante entrada utilizando o rapel como forma de
acesso a um prédio.
Quais os equipamentos necessário à prática do rapel?
Os equipamentos devem primar pela qualidade e apresentar um
bom estado de conservação. As cordas geralmente são fabricadas
de poliamida, uma fi bra sintética resistente ao atrito.
Quando descemos numa velocidade considerável, é fácil notar
o aquecimento do freio oito, indicando que o atrito foi forte. É
o atrito no freio que impede que você despenque literalmente
e acabe verifi cando como é duro o nosso chão e entendendo na
prática, a lei da gravidade.
As cordas são classifi cadas em dinâmicas e estáticas, as dinâmicas
são utilizadas para escaladas e as estáticas para rapel, canyoning,
(resgate). No Brasil já possuímos fabricantes, mas as preferidas
pelos praticantes são as cordas francesas ou italianas.
Os mosquetões são peças feitas de duralumínio, uma liga especial
que proporciona grande resistência. A função desse objeto é fazer
ancoragens, costuras, prender o escalador a corda, etc. São como
clipes gigantes.
Figura 3.1: Mosquetões
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
Os “freios oito” são fabricados com o mesmo material dos
mosquetões e são a ligação do atleta com a corda. Tanto os freios
quanto os mosquetões sempre possuem uma gravação do peso
que suportam que é dado em kN (Kilo Newton). Exemplo: 22
kN equivalem a 22 toneladas de peso. (essa é uma medida de
peso e não de massa, pois estamos em decida). Cada um dos
equipamentos, normalmente suporta mais de 20 kN.
Figura 3.2: Freios oito
As cadeirinhas são feitas de nylon resistente com costuras
especiais. O anel é de poliamida e é usado para ancoragens,
resgate e como fi tas guias.
Existem vários tipos de cadeirinhas. As mais confortáveis
possuem um forro especial e têm inúmeros locais para clipagem
dos mosquetões e freios oito.
Figura 3.3: Cadeirinha
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Quais as modalidades e competições?
Rapel Inclinado - a descida é feita em contato com a
parede ou pedra com inclinação inferior a 90 graus. É o
mais indicado para iniciantes; Esta modalidade permite
várias alterações, como por exemplo, o rapel invertido,
onde a cadeirinha é colocada do lado contrário e a pessoa
fi ca de frente para o chão... é mais perigoso e só deve
ser praticado por pessoas que possuem uma técnica
excelente.
Rapel Vertical - a descida também é feita em contato
com a parede ou pedra, desta vez com inclinação de
90 graus ou próxima; Esta modalidade permite os
pequenos saltos, que devem ter o cuidado de ser sempre
impulsionados e amortecidos com os pés em conjunto
e com a planta tocando a rocha uniformemente. Caso
contrário, o salto pode ser acompanhado por um giro que
pode causar colisão com a rocha. Ao mesmo tempo, se o
salto for amortecido apenas com as pontas dos pés, pode
proporcionar a batida dos joelhos diretamente na rocha.
Rapel Negativo - a descida é feita sem contato nenhum
com a parede ou pedra, somente sendo utilizados os
aparelhos de segurança; O último contato com a rocha
deve obedecer a indicação do item anterior, pois no caso
do toque com apenas um dos pés, ocasionará o giro.
Mesmo que o giro seja provocado pelo vento, a maneira ideal de
minimizá-lo é a abertura das pernas, que aumenta o diâmetro do
giro e diminui a sua incidência.
Algumas considerações sobre o rapel:
Nós:
Existem vários tipos de nós que dependerão da forma da
clipagem (com mosquetões em clipes, em rochas ou amarrações
em pedras ou árvores), mas todos eles devem minimizar o
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Unidade 3
impacto na corda, aumentando o período de resistência da
mesma.
Segurança:
A primeira pessoa a “abrir a via” ( o primeiro que desce), deverá
utilizar um nó prussic como dispositivo de segurança, que o
prenderá fi rmemente em caso de desmaio ou de qualquer outro
mal súbito.
Esta pessoa fi cará no local de chegada (sob a rocha) e irá efetuar
a segurança dos demais. Cada vez que a corda for tensionada irá
impedir que o deslizamento continue, por força de atrito no freio
oito.
Indispensável o uso de capacetes e luvas. O capacete vai impedir
que o aventureiro acabe avaliando a densidade da rocha em um
giro eventual e as luvas evitam o efeito do calor provocado pelo
atrito. Digamos que acreditamos muito na física... o melhor é
não experimentar seus efeitos, não é verdade?
Concluindo:
Sendo esporte ou apenas uma técnica, o rapel vem conseguindo
a cada dia mais adeptos, que buscam uma alternativa de vida
saudável, aliando ao trekking uma atividade com um pouco mais
de adrenalina.
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SEÇÃO 4 – Mountain-Bike
Se caminhar junto a natureza já causa um bem-estar único,
imagine então, pedalar sentindo o ar puro. Esta é a emoção
principal que buscam os participantes deste esporte. Pessoas
que gostam de uma trilha, ou de uma estrada mas querem um
pouco mais de adrenalina e que preferem a velocidade ao invés da
caminhada.
Neste esporte as pessoas unem um meio de locomoção bem
conhecido, mas devidamente adaptado, ao prazer de trilhar
longos trechos.
Qual o conceito?
Esporte que consiste em pedalar em regiões com obstáculos naturais ou artifi ciais, onde são efetuadas competições ou percursos contemplativos.
A bicicleta é com certeza, um dos meios de locomoção mais
conhecidos e utilizados em todo o mundo. A criatividade dos
ciclistas misturada com a evolução das bicicletas ou bikes, como
são carinhosamente chamadas, fez nascer várias modalidades de
esportes radicais.
O ciclismo, o mountain-bike e o “bmx” são algumas das
categorias do esporte. O tipo dos equipamentos muda de acordo
com as exigências de cada modalidade, mas o princípio é sempre
o mesmo: pedalar. Não existe nenhuma restrição ao esporte,
qualquer pessoa pode pegar uma bike e sair por aí pedalando.
O custo do esporte é baixo e as peças e mecânicas podem ser
encontradas em todos os cantos do país.
Qual a história deste esporte?
Apesar da história da bicicleta ser antiga, o mountain-bike
só foi surgir mesmo no fi nal da década de 1970, quando um
grupo de ciclistas começou a descer as trilhas das montanhas da
Califórnia, nos Estados Unidos.
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Unidade 3
Como as bicicletas da época não eram sufi cientes para
as descidas, os atletas começaram a utilizar as bikes
cruisers, menores e mais resistentes. A partir daí, foi
só adaptar alguns componentes como freios mais
fortes, câmbio e pneus especiais, que nascia um
novo modelo de bike.
Como podemos ver o ser humano não se
contenta facilmente, e a cada dia surgem
mais alternativas de esportes utilizando
equipamentos e materiais já conhecidos
em cenários diferentes.
Com o crescimento do esporte as primeiras provas começaram
a ser organizadas. Mas a mais importante foi, sem dúvida, o
Repack Downhill, um downhill realizado nos fi nais de semana
em Mount Tamalpais, na Califórnia.
A criação da Mountain Biker, a primeira empresa a produzir
bicicletas especiais em escala industrial, foi um divisor de águas e
mudou para sempre o esporte. As bicicletas foram fabricadas no
Japão e o sucesso de vendas foi mundial.
Você sabia?
No Brasil o mountain-bike começou a surgir como esporte no início dos anos 80, quando surgiram os primeiros campeonatos. Com a abertura do mercado brasileiro aos produtos estrangeiros no início dos anos 90, a concorrência fez com que a evolução da tecnologia aumentasse muito.
Inúmeras competições acontecem pelo país, com um nível
técnico cada vez melhor. Mesmo que os atletas estrangeiros ainda
mostrem certa superioridade, cada vez mais os brasileiros estão
chegando junto e incomodando nos campeonatos.
Quais os equipamentos necessários a este esporte?
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Como em tudo neste mundo, o mais importante na bike é
o conjunto. Não importa você ter metade das peças de boa
qualidade e o resto ruim, pois você não obterá um bom resultado.
A seguir, veja a descrição de cada peça de uma bicicleta.
Freios: Existem quatro modelos de freios, que são:
cantilevers (mais antigos), v-brakes, hidráulicos e a disco.
Nunca escolha um acessório pelo preço. Lembre-se que
a bicicleta é um conjunto. A escolha do freio dependerá
também do tipo de bicicleta e do tipo de percurso que
deverá ser realizado.
Quadros: Com certeza são a parte mais importante da
bicicleta. São os quadros que determinam para que tipo
de competição você estará apto a participar. Apesar de
existirem vários tipos de quadros (aço, cromo, alumínio,
fi bra de carbono, metal matrix e titânio), o que vale
realmente é a forma.
Suspensões: existem dois modelos de suspensão.
A traseira e a dianteira. O mais importante nesse
equipamento é ver o peso, a resistência, rigidez e a
compressão.
Câmbio: Popularmente conhecido como marcha, o
câmbio é dividido em três partes: câmbio traseiro,
câmbio dianteiro e passador. O câmbio faz com que a
corrente mude de peão ou coroa. Já o passador é quem
realiza a mudança.
Rodas: As rodas dividem-se em quatro componentes:
aro, cubo, raios e pneu. Cada um tem uma função
diferente. O importante é buscar a qualidade dos
equipamentos, pois uma peça que não se adapte às outras
pode prejudicar todo o equipamento.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
Veja a classifi cação das competições desta modalidade de esporte.
As competições de mountain-bike são divididas em seis
categorias. São elas: Cross Country, Downhill, Dual
Slalom, Freeride, Trial e Uphill.
Cross Country - Geralmente são de longa distância,
chegando a ter mais de 100 Km, com um terreno que
varia com subidas e descidas. As provas normalmente
acontecem em circuitos, nos quais os atletas dão
várias voltas. Estas provas exigem grande resistência
dos concorrentes e são basicamente de interesse de
competição.
Downhill - Uma prova só com descidas. O que vale é
a técnica, já que a difi culdade do percurso geralmente é
alta. Imagine!!! É descida abaixo mesmo... a velocidade
conta muito, mas os tombos podem ser bem doloridos.
Dual Slalom / 4X - É como a competição do esqui, com
dois atletas correndo lado a lado. São colocadas bandeiras
por onde o piloto deve passar. Quem chegar primeiro vence.
Esta prova é o popular mano a mano... pois interessa
saber dosar a força, a resitência, a velocidade e antes de
tudo, a técnica.
Freeride - É uma categoria que foi feita para pessoas
que não pedalam em um nível profi ssional, na qual são
julgados técnica, difi culdade e estilo, ao invés de rapidez.
Ideal para iniciantes.
Biketrial - O que vale é o equilíbrio. Ao passar por
grandes obstáculos como latas de lixo, escadas, mesas,
carros e etc. Ganha quem menos encostar o pé no
chão. Aqui ocorrem muitos tombos e o domínio do
equipamento é muito importante.
Uphill - São as subidas. As bikes são leves para facilitar
a subida do competidor. Esta prova é muito comum
no norte da Itália e nos alpes franceses, onde os
competidores atingem altitudes superiores a 3000 metros
sempre pedalando.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Veja o que se pode dizer da segurança neste tipo de esporte:
Assim como em outros esportes, a bike exige em primeiro lugar o
uso de capacetes.
Além disso, o uso de tênis especiais, maleáveis e ajustáveis
ao pedal e o uso de joelheiras e cotoveleiras é essencial para a
segurança do esportista. As luvas e os óculos são parte integrante
do uniforme do ciclista. As luvas protegem as mãos do vento frio
e de um provável impacto com o solo, e os óculos protegem de
insetos e poeira que por ventura, surjam no percurso.
O capacete é especial, pois possui uma aerodinâmica que facilita
a passagem e cruzamento do ar. Alguns ciclistas chegam a
depilar os pêlos das pernas e braços para diminuir o atrito do ar e
ganhar maior estabilidade e velocidade.
O que mais se pode dizer?
O mountain-bike é um esporte novo, mas que cresce a cada dia.
No Brasil, a modalidade mais procurada é ainda em trilhas em
que é permitido o uso de bikes. Os campeonatos mais conhecidos
ainda são os de velocidade, mas a cada dia mais adeptos se unem
ao prazer de pedalar.
SEÇÃO 5 – Parapente
Já remamos, caminhamos, descemos em cordas, pedalamos... mas
ainda não voamos! Vamos lá?
E quem disse que o homem não nasceu para voar? O fato de não
ter asas não é nenhum empecilho, não é mesmo?
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
Qual o conceito?
Vôo livre com partida do solo que permite a contemplação e o uso das correntes de ar como impulsionador da atividade.
O parapente é um esporte que mistura toda a adrenalina com a
tranqüilidade, em uma sintonia perfeita. É uma modalidade na
qual o piloto e o equipamento entram em total sintonia com a
natureza.
A principal recomendação para o esportista é respeitar todas as
normas de segurança. Dessa maneira você poderá desfi lar pelos
ares sem a menor preocupação.
Mas é bom lembrar que a maioria dos seguros de vida
comercializados por corretores no Brasil, não cobrem os acidentes
causados por este esporte. Inclusive algumas companhias efetuam
o questionamento sobre parapente e pára-quedas na entrevista
para contratar o seguro (questionário de risco).
Hoje o esporte é praticado por mais de 100 mil pessoas em todo
o mundo. O Brasil ocupa a 7ª colocação do ranking.
Qual a história do parapente?
A história do parapente está diretamente relacionada à conquista
espacial, concorda? É que os primeiros modelos de asa foram
desenvolvidos especialmente para o projeto Apolo, da Nasa, que
alguns anos depois chegou à Lua.
Como sempre, a tecnologia espacial acaba sendo muito bem
utilizada aqui na Terra mesmo.
O engenheiro americano especialista em aerodinâmica, David
Barish, foi quem desenvolveu todo o projeto. Os primeiros vôos
foram realizados perto de Nova Iorque, nos Estados Unidos, no
ano de 1966.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
No ano de 1973, o engenheiro escreveu o primeiro manual de
parapente, que já mostrava o esporte como uma variante do vôo
livre. O manual depois passou a ser considerado como guia para
o parapente atual.
Quais os equipamentos a serem utilizados?
O equipamento de parapente apresenta algumas características
diferentes dos outros esportes de vôo livre, sendo basicamente
composto de quatro itens: o velame, a Selete, o pára-quedas de
emergência e o capacete.
O velame constitui a maior parte do equipamento e, é dividido
em três partes: a vela, a linha e os tirantes. A vela é feita de um
tipo de nylon especial e funciona como uma asa. Uma de suas
características principais é a resistência e a deformação, ou seja,
o tecido muda de forma, alterando as características originais do
parapente, permitindo então, as manobras.
O selete funciona como um casulo e é onde o atleta fi ca durante
o vôo. É importante que seja ajustado a cada piloto, pois seu
conforto depende disso. É o local onde o esportista vai fi car
alojado e ele precisa se sentir seguro e confortável, pois em alguns
casos o vôo pode durar muitas horas.
Para casos de emergência utiliza-se um pára-quedas. Ele está
acoplado ao selete e só é utilizado caso aconteça algo muito grave.
Mais uma vez temos o tradicional capacete, que não pode ser
desconsiderado.
Como trata-se de um vôo, não podemos esquecer os óculos e as
luvas. Além disso, neste esporte existe também a fi gura do pára-
quedas que vêm para minimizar os riscos de acidentes.
O que ainda podemos dizer?
O parapente exige menos técnica que o pára-quedismo, mas está
necessariamente atrelado à fi gura de um instrutor que avalia as
condições climáticas e que proceda todo o controle do vôo.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
Os aspectos de segurança não podem passar em branco, e
atualmente podemos verifi car várias formas de utilização deste
equipamento.
Agora é hora de fazer uma contextualização. Vamos refl etir sobre
a seguinte questão:
Qual a relação do esporte com o turismo? Imagine que você já é um turismólogo e gerencia uma empresa de turismo que possibilita ao turista, entre outras coisas, uma opção de alguma modalidade de esporte. Escolha um deles e apresente-o. O que você diria a ele? O que não poderia deixar de informar? Lembra-se do planejamento da publicidade que você viu na disciplina de Teoria Geral do Turismo? Então, utilize-o como referência. Use o espaço para registrar suas considerações. Depois publique na ferramenta exposição.
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Síntese
Os esportes de aventura citados estão relacionados aos ambiente
aquáticos, terrestres e aéreo. Diante das diversas possibilidades
junto à natureza o rafting, o mountain-bike,o rapel, o parapente
e outras modalidades esportivas de aventura na natureza são
desenvolvidas com níveis específi cos e equipamentos direcionados
a cada modalidade e suas necessidades de segurança.
O que jamais pode ser negligenciado é o aspecto segurança.
Além dos equipamentos de proteção, a segurança implica pessoal
especializado, equipe estruturada e efetivo cumprimento de todos
os procedimentos e conferência de cada equipamento e atividade.
A supervisão e o apoio (como no caso dos botes de apoio do
rafting, ou do segurança do rapel), são fatores determinantes para
a confi abilidade que o cliente irá ter nos esportes.
Sendo assim, não se pode esquecer também, que profi ssionais
especializados e equipamentos com materiais apropriados e selos
de garantia (Inmetro e outros órgãos certifi cadores internacionais),
são a garantia de uma diversão segura e de um cliente satisfeito.
Atividades de auto-avaliação
1) Em sua região existem rios que podem ser utilizados para a
prática de rafting? Realize esta pesquisa e explique sua resposta.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 3
2) E em relação ao trekking? Existe um mapa de trilhas? Como
poderia ser intensifi cado este esporte em sua região? Descreva.
3) Na sua próxima caminhada, observe se nas pedras com
descidas apropriadas, existem grampos próprios para rapel ou
para montanhismo. Procure saber se na sua região existe algum
grupo de rapel ou montanhismo. Descreva suas observações.
4) Vamos descobrir onde existem campeonatos de mountain bike
no nosso País? Pesquise e descreva os resultados encontrados.
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5) Um desafi o: quem já praticou o parapente? Conhece alguém
que praticou? Descreva as suas considerações sobre esta atividade.
Saiba mais
Para aprofundar seus conhecimentos consulte:
MARINHO, A e BRUHNS, H. Turismo, lazer e natureza.
Campinas:Manole, 2002.
<http://oradical.uol.com.br>
Acesso em: 22 mar. 2007.
<http://www2.uol.com.br/familiaaventura/index.shtml>
Acesso em : 22 mar. 2007
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UNIDADE 4
Novos esportes de aventura
Objetivos de aprendizagem
Reconhecer alguns dos novos esportes de aventura como o canyoning, a cavalgada, a pesca esportiva, o bóia cross, o arvorismo, a canoagem e o balonismo, estudando o histórico, os conceitos, as classifi cações, os materiais e equipamentos necessários para a prática de cada um destes esportes bem como os procedimentos de segurança.
Seções de estudo
Seção 1 Canyoning
Seção 2 Cavalgada
Seção 3 Pesca Esportiva
Seção 4 Bóia Cross
Seção 5 Arvorismo
Seção 6 Canoagem
Seção 7 Balonismo
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Para início de conversa
Até agora estudamos os principais esportes praticados junto à
natureza mais conhecidos e difundidos nos últimos 30 anos.
Porém, deve-se considerar que a imaginação do ser humano a
cada dia ganha asas com os esportes praticados no ar, mergulha
fundo utilizando a água e vai mais longe quando em terra fi rme.
Nesta unidade você irá conhecer um pouco mais sobre atividades
esportivas que ganham adeptos em todo mundo. Selecionamos
alguns dos inúmeros esportes que compõem uma infi nidade de
modalidades como forma de ampliar a sua visão e para que você
possa estudar qual a melhor alternativa para a sua região.
Então, vamos continuar nosso estudo, verifi cando o histórico de
cada esporte, juntamente com suas classifi cações, equipamentos,
medidas de segurança e outros aspectos relativos à prática destas
atividades que não necessariamente precisam ser novas, mas
podem ser uma inovação para o empreendimento rural.
Preparado para continuar a aventura? Vamos lá!
SEÇÃO 1 – Canyoning
Deixar de lado o medo e se aventurar em um delicioso rapel em meio à água!
Sem dúvida, os praticantes desta atividade conseguem
uma visão extraordinária de pontos de beleza natural
exuberantes, até então raramente explorados pelos homens.
A prática deste esporte possibilita controlar a velocidade de
movimentos, o que permite tempo disponível para apreciar
a natureza!
Este esporte é uma mistura combinada de várias técnicas
e objetivos. O canyoning, na verdade, é a exploração
de canyons usando técnicas de escalada. Embora a
principal técnica utilizada seja o rapel para a descida de
quedas de água, que muitas vezes é confundida com o
próprio conceito do rapel (cascading), este esporte requer
Figura 4.1 - CanyoningFonte: www.brotas.com.br/fotos.asp
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 4
conhecimentos de outras técnicas e um excelente autocontrole
em meio a situações de desafi o. O praticante precisa dominar as
técnicas de segurança em rapel e escalada, precisa saber nadar e
logicamente compreender conceitos básicos de espeleologia que
permitam avaliar os obstáculos durante a exploração de canyons
e rios em garganta.
E qual é o conceito?
Canyoning é a descida ou exploração desportiva de canyons, rios em garganta ou desfi ladeiros.
Para muitas pessoas a experiência pode signifi car o coroamento
da liberdade, já para outras pode ser a tortura em forma de
esporte. Isto se deve ao fato de que o participante deste tipo
de atividade, obrigatoriamente, tem que experimentar várias
sensações. Inicialmente o praticante entra em uma trilha (efetua
uma caminhada), carregando seu equipamento (praticamente o
mesmo do rapel) e algumas vezes usa também o bote utilizado
para o rafting, bóias ou até mesmo realiza uma escalada para
atingir o ponto necessário para as amarrações. Em alguns
locais, é necessário nadar ou mergulhar, mesmo com o peso dos
equipamentos.
Os respingos de água no rosto são uma experiência única, mas são apenas a parte fi nal da aventura!
Depois do equipamento pronto, chega o momento de
descer. A água normalmente é gelada, pois as matas
impedem a chegada do sol nas rochas, obrigando
muitas vezes o praticante a utilizar roupas de
neopreme.
A atividade pode ser realizada com a mínima
interferência no meio ambiente e com integração total
entre homem e natureza.
Espeleologia signifi ca: estudo de cavernas. Exploração e pesquisa de cavidades naturais subterrâneas e áreas adjacentes.
Figura 4.2 - CanyoningFonte: www.brotas.com.br/fotos.asp
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Deve-se ter o controle absoluto nos primeiros momentos da
descida, pois quando se inicia a via, pode-se atingir um ângulo
de 120 graus; deve-se ter muito cuidado e tatear com os pés os
degraus em pedras até se estabilizar. Ainda tem-se que controlar
a corda que vai presa na cadeirinha por meio de mosquetões e um
descensor ou freio oito. Deve-se considerar também que o atrito
da corda em ambiente úmido é muito maior, o que faz com que
a velocidade de descida seja infi nitamente menor no início do
percurso. Isto pode muitas vezes levar ao pânico de iniciantes,
pois a sensação é a de não sair do lugar, de resvalar na rocha
úmida e água abundante no rosto.
Falando em água, deve-se ter muito cuidado para manter o rosto
um pouco afastado do fl uxo de água intermitente, que pode agir
como um soco. O capacete pode ser utilizado como fonte de ar:
ao abaixar a cabeça, forma-se um leque de água que permite o
acúmulo de ar em seu interior.
Qual a história do canyoning? A história deste esporte, ou atividade como técnica esportiva,
tem como patrono o francês Alfred Martel que criou e adaptou
suas técnicas básicas enquanto pesquisava a hidrologia e
geologia de canyons de difícil acesso na cadeia montanhosa dos
Pirineus, fronteira da França com a Espanha. Ele utilizou uma
combinação de técnicas de alpinismo, de montanhismo e rafting
para conseguir ultrapassar obstáculos naturais proporcionados
por rios acidentados, desfi ladeiros e vales profundos, sendo que
este conjunto de técnicas foi o berço do que hoje conhecemos por
espeleologia.
Já no Brasil, esta técnica foi introduzida apenas em 1989 por um
grupo de espeleólogos paulistas.
Você sabia que devido as nossas condições geográfi cas e climáticas privilegiadas, relevo variado e médias de temperatura anuais amenas, o Brasil está entre os 10 maiores praticantes de canyoning do mundo? Porém, o canyoning não é reconhecido como atividade esportiva e sim recreativa.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 4
Devido a grande disponibilidade e ao alto consumo de
equipamentos específi cos para a sua realização pelo público
brasileiro, o canyoning deixou de ser uma atividade pouco
difundida e passou a ser difundido como uma das atividades mais
procuradas para diversão e lazer.
Mas apesar da segurança proporcionada pelos equipamentos
(verifi car a seção sobre rapel), a prática do canyoning, é recomendada
para pessoas que sabem nadar e que, de preferência, já fi zeram rapel
em ambiente seco. Para iniciar a atividade é recomendável realizar
várias simulações em local seco, participar de várias descidas em
condições diferentes com equipe experiente, até adquirir confi ança e
segurança para enfrentar um ambiente muitas vezes hostil apesar de
sua beleza natural.
Com relação à segurança, é recomendável
que se tenham alguns cuidados: o sistema de
fi xação e ancoragem é o principal responsável
pela segurança da descida, por isto tem de
ser feito com muito critério e conhecimento.
Existem muitas variações de nós,
equipamentos (cordas, grampos, mosquetões,
ferramentas), dependendo do lugar, do tipo
de rocha ou vegetação.
A segurança das descidas deve ser ainda mais cuidadosa do
que no caso do rapel em ambiente seco. Deve-se lembrar que
nesta técnica, muitas vezes as descidas são longas e totalmente
irregulares. A corda molhada fi ca mais pesada e com uma
resistência maior, o que diminui a velocidade de descida. A
segurança também é garantida pelo membro da equipe que fi ca
embaixo atento à corda. Mas, pode acontecer, em alguns casos,
que um praticante tenha que ser resgatado por ter fi cado “ preso”
pela resistência da corda em cascatas com muito fl uxo de água.
No Brasil, o canyoning ainda não é considerado esporte e sim uma atividade alternativa de lazer, ao contrário da Europa, onde já ganhou esta denominação, com a realização de campeonatos (França 1993). O Encontro entre os franceses e espanhóis defi niu algumas regras que muito contribuíram para o crescimento do esporte.
Figura 4.3 - EquipamentoFonte: http://360graus.terra.com.br
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Para que a atividade ganhe confi guração de esporte e sejam
traçadas regras para campeonatos, os grupos e associações que
começaram a surgir recentemente no Brasil, devem ganhar força
sufi ciente para se tornarem uma federação. Com isto, pode-
se obter uma padronização das técnicas e procedimentos de
segurança.
Existem competições para este esporte?Como as competições são recentes, as regras até hoje
determinadas baseiam-se em critérios de regularidade e não de
velocidade. A capacidade de trabalhar em equipe e a desenvoltura
dos participantes também recebem pontos.
Algumas empresas apóiam essa prática, pois são as fabricantes de equipamentos. Pode-se destacar: a PETZL, empresa francesa; a CAMP e a Kong, empresas italianas; e a GUL, empresa inglesa de confecção de roupas de neopreme.
Quais os equipamentos utilizados? Os equipamentos utilizados para esta atividade são basicamente
os mesmos já descritos para o rapel. No quadro que segue, pode-
se verifi car a lista dos equipamentos básicos:
- Cadeirinha; - Mosquetões (com e sem trava);- Freio oito (para descer) de alumínio ultra resistente;- Corda estática de 9,5 a 11 mm;- Corda para efetuar o prussic (auto-segurança);- Capacete;- Roupa de neopreme;- Calçado especial emborrachado e antiderrapante;- Mochila estanque ou vazada;- Luvas preferencialmente de neoprene;
Alguns outros equipamentos também podem ser úteis: roldanas,
proteções de corda, cordeletes seis mm, malhas rápidas P15, head
lamp, mosquetões de aço com trava, manta de sobrevivência,
kit de primeiros socorros, apito; canivete, proteção para papéis
(mapas, orientações), bússola, equipamento de mergulho e
caminhada.
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Unidade 4
Quais as técnicas necessárias para o maior desempenho na prática desta atividade?Para o desempenho com segurança e com a garantia de uma
diversão sem riscos, é necessário que o praticante desenvolva
primeiramente algumas habilidades, que devem ser praticadas no
seco antes da aventura em meio à natureza.
As técnicas são quase todas oriundas do rapel, do montanhismo e
do alpinismo. A seguir, você verifi ca as principais defi nições:
Rapel Positivo - Descida onde se mantém o contato com a
superfície, com inclinação positiva. O equilíbrio deve ser mantido
pelos pés, porém, o praticante coordena a velocidade da descida
de acordo com a liberação da corda com as mãos.
Rapel Negativo - Descida sem o contato dos pés com nenhuma
superfície, isto é, com inclinação negativa. A corda passa pelo
centro de gravidade do corpo, o que impede que a pessoa vire
de cabeça para baixo. A velocidade da descida é controlada pela
mão posicionada na parte traseira do quadril. Com a abertura
das pernas o praticante pode impedir ou reduzir a velocidade de
possíveis giros, pelo aumento do diâmetro rotacional do corpo no
pêndulo.
Tirolesa – Travessia descendente realizada utilizando de uma
corda presa em duas extremidades. As transposições podem
ser feitas usando um mosquetão preso a um “cabo-solteira” e
conectado à cadeirinha, ou ainda, preso a uma roldana que dará
mais velocidade à travessia. Após a amarração, deve-se considerar
que a corda pode ceder em alguns centímetros com a utilização,
o que pode ocasionar acidentes se não for dimensionado com
atenção.
Water trek - Caminhada pelo leito do rio, com os pés
normalmente imersos, no sentido da corrente e onda haja pouca
profundidade. Em locais de difícil acesso, muitas vezes se faz
necessário o water treck pelas margens de rios.
Saltos - Pular de pedra em pedra para atingir o ponto de início da
atividade, ou então, pular de uma pedra para dentro de um poço
d’água. A técnica do salto varia de acordo com a altura e com
a profundidade do poço ou piscina natural. Deve-se verifi car
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primeiramente se não existem obstáculos, como árvores ou outros
materiais, além de pedras ou desmoronamentos, mesmo em locais
já conhecidos.
Tobogã – Escorregar em pedras com declividade propícia, como
escorregadores naturais, sendo que só as nádegas devem deslizar
em contato com a pedra. Os pés devem fi car levantados e os
braços cruzados sobre o peito. Da mesma forma que nos saltos, é
necessário uma vistoria no local para evitar acidentes.
Natação – Em alguns trechos, para que o praticante atinja o local
de descida, faz-se necessário o uso desta técnica, principalmente
nos trechos mais fundos, usando sempre colete salva-vidas ou
mochila de fl utuação.
Flutuação – Normalmente usado em corredeiras, como no caso
de quedas dos botes na prática do rafting. O praticante deve
permanecer na posição de crucifi xo, com os braços abertos e os
pés voltados no sentido da corrente, deixando-se levar por ela.
Os pés permanecem nesta posição para absorver o impacto das
possíveis pedras e galhos que existam no percurso.
Quais os locais onde a atividade já está difundida no Brasil?Alguns sites de aventura disponibilizam alguns locais para a
prática, tais como: http://www.mapaventura.com.br; http://www.
ambientebrasil.com.br/
Algumas localidades recomendadas para a prática deste esporte
são:
São Paulo
- Canyon do rio Jacaré-Pepira (Brotas-SP)
- Cachoeira do Astor (Brotas-SP)
- Cachoeira da Cassarova (Brotas-SP)
- Canyon do rio Pardo (Caconde-SP)
Rio de Janeiro
- Canyon do rio Macacu (Cachoeira de Macacu-RJ)
- Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Teresópolis-RJ)
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Unidade 4
Minas Gerais
- Cachoeira da Capivara (Serra do Cipó-MG)
- Cachoeira dos Martins (Gonçalves-MG)
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
- Canyon Guartelá (Castro-PR)
- Canyon do rio São João (Parque Estadual Marumbi-PR)
- Canyon do rio Iguaçú (Parque Nacional do rio Iguaçu-PR)
- Cachoeira da Onça (Presidente Getúlio-SC)
- Canyon da Encosta (Presidente Getúlio-SC)
- Canyon do Sabiá (Presidente Getúlio-SC)
- Canyon do Palmito (Presidente Getúlio- SC)
- Canyon dos Índios (Presidente Getúlio- SC)
- Canyon do rio do Rastro (Parque Nacional São Joaquim-SC)
- Canyon do Itaimbezinho (Parque Nacional Aparados da Serra
SC/RS)
Outras Localidades
- Canyon São Miguel (Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros-GO)
- Canyon do rio Guaiúba (Pacatuba-CE)
- Canyon do Murimbeca (Parque Nacional Ubajara-CE)
- Canyon do rio Urubu (Presidente Figueiredo-AM)
- Canyon da Pedra Caída (Carolina-MA)
- Cachoeira da Fumaça (Parque Nacional Chapada Diamantina-
BA)
- Cachoeira do Ferro Doido (Parque Nacional Chapada
Diamantina -BA)
- Cachoeira Poço do Diabo (Parque Nacional Chapada
Diamantina - BA)
Atenção!
Muito cuidado para não interferir na natureza, pois podemos ainda desenvolver muito esta atividade no Brasil, fazendo com que seja reconhecida como esporte! Sem preservação da natureza, o esporte perde o valor!
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SEÇÃO 2 - Cavalgada
Os esportes hípicos remontam aos tempos da antiguidade e a
parceria homem-cavalo ganhou as páginas de nossa história.
Inúmeras guerras foram travadas e vencidas no lombo de um
cavalo, distâncias foram minimizadas e notícias ganharam
velocidade nas mochilas dos cavaleiros.
Títulos de nobreza foram associados aos ilustres montadores e o
animal considerado apto tanto ao trabalho de tração quanto como
meio de transporte, foi personagem marcante na evolução das
sociedades e na conquista de novos territórios.
Tamanha importância é dada a este animal que ele difi cilmente é abatido para a alimentação e, juntamente com o cachorro, aparece em quase todas as lendas e histórias em todos os cantos do mundo.
Como prática esportiva, a montaria ganhou destaque tanto na
arte da equitação como nas caças reais da Inglaterra. Também
nas partidas de hóquei, onde o animal participa ativamente com
desenvoltura, em sintonia com o esportista, que o tem no mais
alto nível de respeito e consideração.
A prática do esporte está diretamente ligada à origem da raça do
cavalo. As preferidas para cavalgada são os marchadores, Quarto
de Milha e Mangalarga Marchador.
Um pouco de históriaPode-se dizer que o início das cavalgadas teve como ponto de
partida a domesticação dos cavalos existentes, por toda a Europa
e África, principalmente na região do Oriente Médio.
Naquela época, a domesticação dos animais não tinha o fi m
de recreação e lazer ou mesmo esportivo. O cavalo era meio de
transporte, tração para a agricultura e utilizado como montaria
nas guerras.
No Brasil, os animais vieram com os imigrantes e eram utilizados
principalmente para o trabalho de tração e transporte entre as
fazendas.
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Unidade 4
Mas e o cavalo? O que tem de tão especial neste animal?O animal se comunica com o homem. Ou melhor, acredita-
se que passamos informações ao animal pelos dos odores que
liberamos em situações diversas. Pessoas assustadas e agitadas
liberam odores que revelam o seu estado de espírito ao eqüino
hipersensível, tornando-o apreensivo ou agressivo.
Em outras palavras, o cavalo normalmente percebe o estado de
espírito do seu montador, o que signifi ca a criação de um elo
bastante simples de comunicação.
Você sabia?
O cavalo consegue sentir, por meio das células receptoras que possui ao longo do seu dorso e de todo o corpo, se quem está sobre ele é experiente ou amador, se tem medo ou não, se está apreensivo ou não.
O homem procura comunicar-se pelo toque ou por meio de
palmadinhas. O afagar é outra forma de comunicação com os
cavalos e constrói uma relação entre o animal e o cavaleiro. A
perna, quando exerce pequenas pressões nas células receptoras do
cavalo e a mão que toca a boca do animal, através de rédeas e freio,
é um exemplo da comunicação táctil que existe entre os dois seres.
Alguns cavalos também aprendem a atrair o homem relinchando
alto, para indicar que estão famintos.
Mas os cavalos também se comunicam entre si, pois são
considerados animais de manada, e sendo assim precisam se
comunicar com os outros membros do mesmo grupo. Eles
necessitam transmitir emoções básicas e estabelecer uma
hierarquia de dominância sem recorrer à violência. Estes animais,
como os cães, consideram o homem como um elemento da
manada, então, usam o mesmo tipo de comunicação que usariam
com um membro da mesma raça.
A linguagem corporal pode-se manifestar de várias formas:
Felicidade – um cavalo satisfeito não se preocupa com os outros que
se encontram a sua volta. Age com indiferença para com os demais.
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Impaciência - em caso de irritabilidade, o cavalo pode
demonstrar impaciência movimentando a cabeça (cutucando os
demais ou as pessoas quando se sentem ignorados) ou batendo
os cascos, quando, por exemplo, estão impacientes aguardando a
ração.
Aborrecimento - quando aborrecido, o cavalo pode morder ou
então simplesmente se isola virando as costas para os demais.
Os cavalos normalmente têm medo de água, pois não conseguem ver o chão através dela. O cavalo tem que se sentir confi ante e o homem, por sua vez, tem que lhe mostrar que não existe nenhum mal com uma pequena poça de água e que não há motivo para ter medo. Na prática da cavalgada é comum o passeio por entre ambientes lacustres, sendo de importância extrema habituar o animal a percorrer estes espaços.
O animal é capaz de aprender, isto é, um cavalo adquire vários
elementos de conhecimento pelas correlações aos comandos de
tato e de voz. O homem quando efetua a doma do animal, pode
aplicar a voz e o animal associa aos vários tipos de cavalgada.
Exemplos: Voz calma pode ser associada a Passo; Voz Alta e
Firme associada a Trote; Voz mais alta e fi rme ligada a Galope;
Assobiar calmamente vinculado ao Passo.
O que signifi ca cavalgar?
Cavalgar é andar sobre o cavalo, efetuando passeios contemplativos em ambiente natural. Trata-se de uma das múltiplas modalidades hípicas existentes.
Os animais para esta prática esportiva devem ser mansos e
devidamente treinados para cavalgadas. O praticante deverá
possuir as noções básicas de equitação, deverá ser apreciador
de paisagens, praticar o turismo de observação e de preferência
deverá estar disposto a conquistar amizades em meio ao ar puro.
Logicamente, também deverá estar apto a praticar atividade
física, a qual a equitação obriga.
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Unidade 4
Poderão praticar cavalgadas, todas as pessoas com boa
integridade física, sendo que os menores de 18 anos deverão estar
autorizados ou acompanhados dos seus representantes legais.
Mas é bom lembrar que não devemos forçar uma pessoa que tem
medo do animal a realizar a atividade. O melhor caminho é
colocar a pessoa em contato com o animal antes do passeio e, só
após esta familiarização, realizar o passeio.
Quais os equipamentos usados nesta modalidade de esporte?Calça confortável: importante para que a pessoa não acabe o
passeio com assaduras ou mesmo com a roupa danifi cada. É
importante o uso de calça para evitar abrasão e alergia nas pernas,
devido ao contato da pele com o couro da sela. E se quiser
proteger ainda mais, luvas poderão ser usadas.
Blusa de frio: como muitos passeios acabam durando mais de
uma hora, é bom utilizar agasalho.
Chapéu: a principal função é a proteção solar, mas também
pode ser substituído por capacete de montaria, sendo assim
considerado equipamento de proteção.
Bota ou tênis? (solado liso): Cuidado! O solado liso indica
que ninguém vai escalar o cavalo, mas o ideal são botas
estriadas, para dar adesão ao estribo. Tênis com cadarço não
é recomendável, pois pode prender no estribo. Se o trajeto for
parte por terra, um sapato para trekking poderia ser a solução.
Capa de chuva: Nunca se sabe, mas andar a cavalo com chuva
não é muito agradável (o animal não aprecia muito a água,
lembra?)
Máquina fotográfi ca: para efetuar um turismo de observação, é
sempre bom possuir uma boa máquina fotográfi ca e registrar os
momentos com carinho.
Repelente: Calma! Não é repelente de cavalo, é para mosquitos
mesmo. Normalmente as pessoas que praticam esta atividade não
estão muito acostumadas ao ambiente rural, então, não é nada
agradável acabar um belo passeio com marcas. As marcas devem
fi car apenas na memória e nas fotos, não na pele.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Qualquer cavalo pode ser utilizado para a prática deste esporte?
De preferência o cavalo deve ser marchador. Deve-se
perceber o seu andar e procurar informar-se com a pessoa
responsável se o cavalo tem condições físicas de suportar o
percurso do passeio. É bom observar o trem posterior, uma
vez que dele dependem basicamente os atributos peculiares
da raça, partida rápida, velocidade, paradas curtas e voltas
rápidas.
A raça mais indicada é o Passo peruano, ou ‘cavalo
marchador’. Ele distingue-se por sua forma de andar,
conhecida por lateral gait.
A raça é muito forte. As pernas traseiras e suas quartelas são
compridas e as juntas, em geral, extremamente fl exíveis. Esse
conjunto de fatores contribui para o celebrado conforto do passo
como andadura.
Altura: entre 1,42 e 1,52m. Cores: todas, simples.
Não signifi ca que apenas esta raça esteja adaptada, mas na hora
de escolher um animal, essa é a mais indicada pelos criadores.
Mas, para um bom passeio, até um bom pangaré mansinho pode
ser excelente companheiro.
O que mais podemos dizer sobre a cavalgada?Como o cavalo é um instrumento fundamental, é necessário
lembrar-se que o manejo correto deve ser garantido para zelar
pela saúde do animal, sua boa alimentação e vacinação adequada.
O local para a criação também é importante. O animal é muito
companheiro e exige atenção, então não pode ser tratado como
um brinquedo de parque de diversão. Sendo assim, antes de
investir em uma criação, é melhor analisar todos os fatores que
envolvem a mesma e não esquecer jamais da capacidade de carga
das trilhas, isto é, quantos cavalos podem ser utilizados de uma
mesma vez em cada trilha, de maneira que não se prejudique os
recursos naturais.
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Unidade 4
Então, é só aproveitar o passeio!
O cavalo será nosso companheiro para a próxima unidade de
estudo também, quando falarmos de turismo fotográfi co!
SEÇÃO 3 – Pesca Esportiva
Agora você conhecerá um pouco sobre um outro esporte,
bastante interessante, a pesca esportiva. A atividade de Pesca
Esportiva está regulamentada pelo Decreto-Lei n. 221/67 art.
2, § 2. O diferencial desta atividade para qualquer outro tipo de
prática de pesca é que ela deve ser exercida com linha de mão ou
aparelho permitido, desde que não seja para atividade comercial e
que se preservem os recursos naturais.
Pesca Esportiva é a prática da pesca sem fi ns de comercialização utilizando equipamentos manuais, sem provocar dano ao ambiente natural.
Um pouco de históriaO instinto de sobrevivência fez com que o homem buscasse na
natureza alimentos saudáveis e disponíveis e, por meio da pesca,
também encontrasse o que necessitava.
Mesmo antes do homem se tornar um agricultor, ele já coletava
alimentos na natureza, sendo que a caça e a pesca foram as
primeiras atividades que exigiram a organização do homem em
grupos, para tornar as atividades produtivas. Era também o
início da atividade organizada do homem, que mais tarde iria
promover o que hoje chamamos de convívio social, a companhia,
ou seja, a partilha do pão entre os companheiros (aqueles com
quem dividimos o pão).
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Praticamente desde o início da história da humanidade, a
pesca vem sendo exercida como uma atividade primordial
de subsistência do ser humano. Com a necessidade de saciar
a fome de cada vez mais pessoas, métodos e técnicas foram
desenvolvidos e aprimorados, sempre com o intuito de entender o
comportamento dos peixes e facilitar sua captura. Porém, com a
evolução e seu conseqüente domínio de técnicas que promoveram
a fartura de alimentos para as classes mais favorecidas, o ser
humano foi modifi cando o seu modo de vida e a sua relação com
o meio ambiente.
Assim, a pesca assumiu valores diferentes e passou a representar,
além de um meio de subsistência, uma importante alternativa de
lazer. Então, não demorou muito a ser considerada um esporte e
conseqüentemente um segmento econômico.
Pode-se considerar que a pesca esportiva é uma evolução da pesca amadora. Uma atividade que evoluiu de um simples hobby e passou a ser considerada uma modalidade de esporte, cujo crescimento é constante e exponencial.
A Pesca Esportiva pode ser considerada ecologicamente correta,
proporcionando momentos de prazer sem igual aos pescadores
que não buscam o alimento, mas a emoção do desafi o do
desconhecido.
Desde pequenos, exercitamos a curiosidade do que vem do fundo
do rio nas pescarias de brinquedo das festas juninas e, quando
adultos, este fascínio parece não diminuir. Porém, atualmente, o
ser humano está cada dia mais preocupado com a manutenção do
meio ambiente e com a preservação das espécies de peixes, já que
sem eles o esporte não poderia ser praticado.
Esta preocupação pode ser evidenciada quando verifi camos que,
entre as várias modalidades da pesca, a que mais tem crescido
é a chamada Catch & Release, que signifi ca em bom português
“pescar e soltar”. É isso ai! É pescar pelo simples prazer de
uma boa luta com o peixe. O que conta não é levar o troféu do
derrotado para casa e sim uma bela foto, ou quem sabe, somente
a emoção já baste. Uma vez travada a batalha, o peixe retorna ao
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Unidade 4
seu habitat para que não se perturbe o ecossistema do local de
pesca.
Esta modalidade de pesca esportiva pode ser praticada tanto
no mar, em pesca oceânica quanto no litoral, assim como
em águas fl uviais interiores, nos rios e também em lagos. A
Amazônia Brasileira aparece como excelente alternativa para
este esporte, porque o ambiente é riquíssimo em natureza, ela
está voltada para o Oceano Atlântico e possui uma imensa bacia
hidrográfi ca com enorme biodiversidade, habitat natural de
inúmeras espécies. A Amazônia possui metade da biodiversidade
do planeta e mais de 3.000 espécies de peixes, sendo que 95%
delas estão catalogadas pela Embratur no seu Programa Nacional
de Desenvolvimento da Pesca Esportiva. Não precisamos dizer
mais nada, não é mesmo? A Amazônia é um excelente destino.
Mas não é o único. Dentro das limitações de cada região,
poderemos, sem dúvida, listar ótimos locais para a prática deste
esporte.
Dados estatísticos nos informam que a pesca esportiva corresponde a 20% dos pacotes de turismo operados nos Estados Unidos.
Quais as espécies de água doce que são catalogadas para a pesca esportiva?O site do IBAMA na internet, (www.ibama.gov.br/pnda), mostra
todas as espécies que estão catalogadas. Nesse site você poderá
obter informações detalhadas sobre cada uma das espécies,
incluindo dados como tamanho, local de ocorrência, cuidados,
tamanhos, limitações de pesca entre outras informações.
A seguir listamos em ordem alfabética os peixes de água doce
com as ilustrações apresentadas pelo IBAMA:
Abotoado Acara açu Apapa
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Aruanã Barbado Bicuda
Black Bass Cachara Cachorra
Cachorra-Facão Caparari Corvina
Curimbatá Dourada Dourado
Jacundá Jatuarana Jaú
Jurupensém Jurupoca Lambari
Mandi Mandube Matrinxã
Pacu Pacus Piapara
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Piau-Flamengo Piau-três-Pintas Piavuçu
Pintado Piracanjuba Piraiba
Piranha-Preta Piranha-Vermelha Pirapitinga
Piraputanga Pirarara Saicanga
Surubim-Chicote Tabarana Tambaqui
Tilápia
Truta-Arco-ÍrisTucunaré
Fonte: <http://www.ibama.gov.br/pndpa/index.php?id_menu=26>
Traíra Trairão
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E quais as espécies de água salgada?Da mesma forma, o IBAMA também oferece o menu completo.
Opa! Desculpe! Esses não são para comer. Dos peixes mais
encontrados para a pesca esportiva:
Agulha Agulhão-Bandeira Anchova
Atum Badejo Bagre-Bandeira
BarracudaBetara Bicuda
Bijupirá Bonito Cacão
Caranha Cavala-Verdadeira Cherne
Corvina Dourado-do-Mar Espadarte
Garoupa Marlim-Azul Marlim-Branco
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Miraguaia Olhete Olho-de-Boi
PampoPeixe-Espada
Peixe-Galo
Sargo-de-Dentes Tainha Tarpão
Ubarana Wahoo Xaréu
Fonte: <http://www.ibama.gov.br/pndpa/index.php?id_menu=27>.
Quais os equipamentos necessários à prática da pesca?O equipamento básico para a prática da pesca é composto por
vara, carretilha ou molinete, linha, chumbo e anzóis ou iscas
artifi ciais. Estes equipamentos devem ser compatíveis entre si,
formando assim um conjunto equilibrado. Porém, com a evolução
do esporte nos últimos anos, veio também o conforto para seus
praticantes, com o surgimento de muitos acessórios e equipamentos
interessantes, úteis e, muitas vezes, imprescindíveis.
Se tivéssemos que efetuar uma lista de equipamentos e utensílios,
ela seria da seguinte ordem: varas, linhas, anzóis, chumbadas,
bóias, alicates, barcos, iscas naturais, iscas artifi ciais, óculos
polarizados, câmeras fotográfi cas, molinetes e carretilhas. E cada
um dos itens poderia ser analisado de inúmeras formas. Mas, isto
já é uma outra história.
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Linhas: Uma linha muito fi na para a situação pode fazer com
que a briga demore demais, cansando o peixe além da sua
capacidade de resistência.
Anzol: Para a Pesca Esportiva, recomenda-se a utilização de
anzol sem farpa que machuca menos o peixe, principalmente na
hora da retirada do anzol. A sensação de que o peixe escapa com
facilidade se não utilizarmos farpa não é real. Mesmo no caso
de peixes saltadores basta o pescador evitar que a linha bambeie.
Além disto, no caso de um acidente com o pescador, fi ca bem
mais fácil e menos doloroso retirar o anzol do corpo. Em
algumas pescarias (pesca oceânica) é comum cortar a linha para a
liberação do peixe. Nesta situação, é recomendado o uso de anzol
feito com material de rápida corrosão, para que, em poucos dias,
ele se solte da boca do peixe.
Não se deve cortar a linha próxima ao anzol, pois um pequeno pedaço de linha é pouco fl exível e poderá perfurar o estômago do peixe se ele vier a engolir o anzol; 50 cm são sufi cientes para manter a fl exibilidade da linha.
Outros equipamentos para pesca esportivaNa Pesca Esportiva o ideal é não usar nenhum equipamento para
retirar o peixe da água. Se fosse possível só manusear os peixes
com as mãos e, de preferência, com elas molhadas, este seria o
meio mais recomendável. Assim o peixe não sofreria nenhum
dano, além do susto, não é mesmo? Como existem situações
em que o pescador precisa usar o recurso de um equipamento,
é melhor saber sobre os métodos, as suas vantagens e as suas
desvantagens.
Passaguá: Redinha mesmo! É prático e efi ciente, transmite
segurança ao pescador. Mas o contato do peixe com a rede é
prejudicial retirando boa parte de sua mucosa e até algumas
escamas, diminuindo a resistência e facilitando infecções por
vírus e bactérias.
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Alicate de contenção: Por só prender pela boca, não causa
nenhum prejuízo as demais partes do animal. O alicate foi
desenvolvido especifi camente para este fi m, é fácil de usar e
proporciona um bom domínio sobre o peixe. Na parte inferior
da boca, pode arranhar o tecido bucal ou, em algumas espécies,
pressionar parte da guelra.
Bicheiro: O bicheiro é sempre introduzido de dentro da boca
para fora, devendo perfurar a fi na pele existente por detrás da
mandíbula. Os bicheiros pequenos, desenvolvidos para tirar
o peixe da água, são efi cientes e deixam os peixes quase sem
nenhuma marca, se forem utilizados corretamente. No caso de
mau uso pode machucar perfurando outras partes da boca do
peixe.
Pesque e pague? Não! Pesque e solte!No Brasil é muito difundida a prática do pesque e pague, nos
pesqueiros em todas as regiões do país. Porém, apesar de
esportiva, esta modalidade de pesca amadora ainda apresenta um
problema: as pessoas normalmente matam o peixe e o utilizam
para a alimentação. É como ir ao mercado, porque os pesqueiros
também são locais artifi ciais, e não existe muita aventura, já que
os peixes quase pulam para fora.
Já na atividade de pesque e solte, como o próprio nome diz, é o
ato de pescar o peixe, admirá-lo, fotografá-lo e devolvê-lo à água
em perfeitas condições de sobrevivência.
Na pesca esportiva o maior objetivo para o turista pescador é o
ato de pescar o peixe, não matá-lo. A atitude de devolver o peixe
com vida à água, independentemente de estar dentro ou não
das medidas estabelecidas pela legislação, precisa ser praticada
por todas as pessoas que dependem da manutenção da pesca
esportiva, como garantia de lazer ou emprego.
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Veja com cuidado o guia de pesca, para preservar os recursos e, lógico, conservando assim também o seu emprego e a viabilidade de continuidade do esporte. Poderá assim manter e conservar seu ambiente de trabalho, ou seja, o meio ambiente. Não há hotel pesqueiro nem emprego que sobreviverão sem que o meio ambiente esteja em condições adequadas para o desenvolvimento das várias espécies de peixes.
Lembre-se que o peixe leva um bom tempo para atingir tamanho
para atrair o turista e a sua soltura é uma das bases fundamentais
para que a pesca esportiva cresça e se estabeleça de forma sólida e
duradoura.
O que mais é importante lembrar sobre a Pesca Esportiva?Logicamente, são inúmeros os outros fatores que afetam e
impactam os cardumes, como por exemplo, o desmatamento
ciliar, exploração mineral, poluição, crescimento desordenado da
população. Eles incrementam o índice de matéria orgânica nos
rios, etc, mas, já é um bom começo se os peixes forem devolvidos
quando pescados não para a subsistência, mas como atividade
esportiva.
O praticante da Pesca Esportiva deve sentir prazer ao devolver
um peixe à água, já que ele não ganha nada com a morte do
animal e ganha muito em saber que não está prejudicando o meio
ambiente e garantindo sua diversão e dos demais turistas que irão
continuar pescando.
Na Argentina, nas regiões de pesca de truta, o processo de soltar o peixe já está bem incorporado. Estudos mostram que um peixe chega a ser capturado, até nove vezes por temporada, gerando muito mais recursos ao setor do que se fosse morto quando pescado pela primeira vez.
No Brasil já existem pesqueiros que só permitem a morte dos
peixes que serão consumidos no próprio local, minimizando
assim o impacto ambiental e atraindo cada vez mais pescadores,
preocupados com a manutenção do seu esporte preferido.
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Mas, atenção! Para que esta prática de pescar e soltar funcione e
traga benefícios é importante saber fazer esta devolução de modo
correto, de tal forma que o peixe não morra quando devolvido
para a água, onde o estrago seria ainda pior.
O que é importante na hora da soltura do peixe?1- O tempo que o peixe resiste fora da água: é lógico que quanto
menor for o tempo de permanência do peixe fora da água, maior
será a garantia de sua sobrevivência. Seria como imaginar a nossa
permanência mergulhados na água! Não existe uma regra básica
para cada espécie, pois depende de vários fatores, como tempo
de briga e estado de cada peixe. Pode-se verifi car que os peixes
de escama possuem bem menos resistência do que as espécies
de couro e que os que vivem em águas correntes e oxigenadas,
normalmente possuem menor resistência fora da água do que
os de águas menos movimentadas e consequentemente menos
oxigenadas. Porém, não se preocupe! O tempo que se pode
manter um peixe fora da água é sufi ciente para retirar o anzol,
admirá-lo e fotografá-lo, antes de soltá-lo.
2- O problema da queda do peixe: você já imaginou despencar
de uma altura 10 vezes maior do que a sua altura? E ainda
por cima num local bem duro? Este é um dos fatores mais
prejudiciais à saúde do peixe. É fácil cair das mãos do pescador,
batendo no barco ou nas pedras e às vezes isto pode ocasionar a
morte do peixe, principalmente quando não queremos que isto
ocorra, não é mesmo?
3- Cuidado com as guelras: sob nenhuma condição deve-
se colocar a mão na guelra dos peixes. Isto não vai matá-lo
instantaneamente, mas por ser zona de grande irrigação
sangüínea, é uma porta aberta para infecções.
4- As mãos do pescador: de preferência, deve-se manusear o
peixe com as mãos molhadas.
5- Não fi que alisando ou acariciando o peixe: lembre-se, é um
peixe, não um cão! Você poderá acabar eliminando a mucosa
existente na superfície do peixe, que é importante como defesa
contra infecções e necessária para a sua hidrodinâmica, isto é,
habilidade de se locomover na água.
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6- Na hora da soltura propriamente dita: lembre-se que o peixe
está cansado e assustado. Então, é importante não jogar o peixe
na água, deixando-o desorientado e mais morto do que vivo.
Quando cansado e desorientado, ele se torna uma presa fácil para
outras espécies predadoras. Deve-se colocar o peixe na água,
apoiando-o com as mãos por baixo do corpo para que se recupere
lentamente e só saia quando ele mesmo se sentir em condições de
nadar. Assim, suas chances de defesa aumentam muito.
Onde devemos soltar o peixe?
De preferência na mesma região de sua captura, principalmente
as espécies que são moradoras de uma região. Em águas com
correnteza, de preferência deve-se soltá-lo em um local com águas
sem movimentação excessiva, assim ele não precisará iniciar nova
luta, agora contra a correnteza.
Como segurar o deixe fora d´água?
Atenção! Fora da água, procure manter o peixe sempre na posição
horizontal, pois há espécies que podem ter seus órgãos internos
comprimidos se segurados pela boca ou pela cauda, por infl uência
da pressão atmosférica que é diferente da aquática. Você não se
sente mais pesado fora d´água quando sai de um relaxante banho
de piscina?
SEÇÃO 4 – Bóia-Cross
Quem não brincou em uma câmara de pneu dentro d´água
quando pequeno? As bóias da infância eram muitas vezes aquele
divertido pedaço de borracha negro que garantia a segurança
enquanto nos divertíamos dentro da piscina ou mesmo em rios e
açudes.
E quem não desejou imensamente se deixar levar por estas bóias
em uma corrente tranqüila, observando a natureza e sentindo
a emoção de descobrir o que vem após cada curva de um rio?
Ou ainda, quem não quis realizar uma loucura e descer uma
corredeira plena de emoções?
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Unidade 4
É, mas quem tem juízo obedece aos mais velhos e se mantém
perto da margem não é verdade? Sim, mas depois de crescidos,
quem garante que mantemos o juízo?
Um pouco de históriaO Bóia-Cross, também conhecido como “acqua ride”, surgiu na
década de 1970 no Brasil com a velha brincadeira de descer um
rio com correnteza em câmaras de ar de pneus de automóveis.
O tempo passou, mas até hoje o esporte continua sendo praticado
nas corredeiras dos rios em todo o nosso país. É um esporte
Nacional!
E qual é o conceito?
Bóia-Cross é o percurso em corrente de água natural em mini botes infl áveis individuais, realizada normalmente em grupo, sem propulsão mecânica.
Este esporte é uma derivação da canoagem e do rafting, mas não
possui aspecto competitivo.
O atleta posiciona-se de peito em um mini bote infl ável e realiza
a descida da corrente de água, normalmente em rios com níveis
I ou II (ver classifi cação das corredeiras na Unidade 2) e realiza
a travessia geralmente em grupos. Para aqueles que buscam
maiores emoções, pode-se realizar o esporte em corredeiras mais
fortes, mas isto deve ser realizado somente por pessoas com boa
experiência e que conheçam muito bem o local.
O Bóia-Cross é praticado de barriga para baixo, deitando-se sobre
a bóia com a cabeça na extremidade frontal da bóia e os pés na
parte fi nal da bóia, já praticamente dentro da água, por isso,
a correnteza não deve apresentar riscos de colisões para evitar
acidentes com os praticantes, que buscam a contemplação da
natureza. Para os que buscam uma aventura radical, o cuidado
com as colisões deve ser considerado com especial atenção.
Descer o rio de bóia é uma atividade que dá muito prazer ao
participante. Este sentimento é proporcionado pelo contato direto
com a natureza, principalmente em locais com águas cristalinas
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e com uma fauna exuberante, circundados por matas ciliares, que
promovam a integração total com o meio ambiente.
Este tipo de esporte tem sido simulado em parques aquáticos,
que montam piscinas e tanques em forma de rios, com cachoeiras
artifi ciais e correntes impulsionadas por motores que simulam
também uma declividade, promovendo passeios circulares em
bóias coloridas. Mas nada se iguala à emoção da natureza em sua
plenitude, não é mesmo?
Um exemplo é o Beach Park, nas proximidades de Fortaleza CE, onde os turistas podem curtir, além dos tobogãs e das piscinas com ondas, um delicioso passeio em bóias, como alternativa para o relaxamento.
Mas atenção! Alguns cuidados deverão ser tomados:Não encha demais o bote (bóia): Não queremos um efeito
pipoca não é mesmo? Botes muito infl ados ganham
muita velocidade e fi cam difíceis de controlar e nada
confortáveis;
É recomendável munir a bóia com duas alças de borracha
para carregá-la na volta;
Leve somente máquina fotográfi ca aquática, pois com
certeza ela irá se banhar;
As vezes a volta é bem longa e unimos outros esportes
(trekking) para retornar à base, então é importante levar
água potável e pelo menos uma barra de cereal;
Para evitar águas profundas, uma dica importante é
escolher sempre o caminho na água que tenha mais
bolhas de ar;
Atenção ao percurso! Use a mão para desviar dos
obstáculos;
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Unidade 4
Nunca desça o rio sozinho, o ideal é efetuar o trajeto com
pelo menos três pessoas;
Este esporte foi desenvolvido para curtir a natureza,
então evite descer o rio com mau tempo, pois as correntes
fi cam mais fortes e a volta pode se tornar um pesadelo.
Quais os equipamentos necessários a este esporte?
bote infl ável ou bóia: atualmente, eles podem ser encontrados do mesmo material dos botes de rafting, mas originalmente eram câmaras de pneus automotivos. Isto não signifi ca que não se possa descer o rio em uma velha câmara confortável.
colete salva-vidas: essencial para a garantia da segurança, sendo que as dicas para o colete são as mesmas já estudadas anteriormente quando exploramos o rafting.
luvas mão-de-pato: são luvas com os dedos unidos, para proporcionar uma facilidade e uma agilidade maior nos movimentos dentro d´água;
caneleiras e joelheiras: para evitar machucaduras durante o trajeto se o local possuir pedras e outros obstáculos.
capacete: essencial para evitar acidentes em rochas e galhos, já que você estará descendo o rio com a cabeça voltada para frente.
cabo de resgate: pode ser lançado pelo bote de apoio e serve para o resgate em caso de queda do bote. Mesma articulação que é realizada no rafting.
roupa de neopreme: necessária apenas nos locais onde a água é mais fria, ou nas estações menos quentes do ano.
Onde o esporte está sendo praticado?
É difícil precisar onde o esporte está sendo praticado, mas
podemos encontrar inúmeros meios de hospedagem rurais
que tem o esporte como atrativo turístico. Entre os principais
locais, estamos apresentando uma lista dos diversos estados onde
podemos encontrar esta modalidade de esporte aquático.
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São Paulo
- Rio Atibaia - Atibaia
- Rio Itapanhaú - Bertioga
- Rio Jacaré-Pepira - Brotas
- Rios das Antas - Bueno Brandão
- Rio Barra do Turvo - Barra do Turvo
- Rio Bethari - Iporanga
- Rio Branco - Itanhanhem
- Rio Preto - Joanópolis
- Rio Juquiá - Juquitiba
- Rios Guaxinduva e Piraí - Jundiaí
- Rio Jaguari - Pedreira
- Rio Paraíso - Peruíbe
- Rio Piracicaba - Piracicaba
- Rio do Peixe - São Francisco Xavier
- Rio do Peixe - Socorro
- Rios Assungui, Verde, Turvo, Branco e Cachoeira do Chá -
Tapiraí
Rio de Janeiro
- Rio Mambucaba - Maromba
- Rio Preto - Visconde de Mauá
Outras Localidades
- Faxinal-PR
- Rio Nhundiaquara - Morretes-PR
- Rio Cachoeira - Antonina-PR
- Rio Paranhana - Três Coroas-RS
- Rio Marimbus-BA
- Rio Formoso - Bonito-MS
- Rio Aquidauana-MS
- Rio Bonito-GO
- Rio Jaguari - Monte Verde-MG
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SEÇÃO 5 – Arvorismo
Quem não desejou brincar de Tarzan quando pequeno?
Desafi ar a altura nas copas das árvores é algo que está a cada
dia que passa estimulando as pessoas a voltarem alguns graus na
evolução e imitarem os chipanzés.
Mas, brincadeiras à parte, o esporte tem ganhado força no
Brasil. É uma atividade que surgiu com fundamentos de estudo,
ganha uma nova roupagem na aventura, proporcionando emoção
e também integrando os participantes, além de divulgar a
consciência ecológica de preservação.
E qual é o conceito?
O arvorismo consiste na travessia entre plataformas montadas sobre as copas das árvores. Os esportistas devem percorrer um percurso suspenso, ultrapassando diferentes tipos de obstáculos como escadas, pontes suspensas, tirolesas e outras atividades que podem ser criadas como obstáculos.
Quais as modalidades do esporte?
Arvorismo contemplativo
A modalidade tem por objetivo principal a observação da
natureza. O praticante caminha por passarelas protegidas
por redes, que estão suspensas entre as árvores. Funciona
praticamente como uma alternativa de roteiro sobre as árvores,
oferecendo visão privilegiada para a prática do turismo de
observação e fotográfi co. Foi desenvolvido na Costa Rica, a partir
da década 80.
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Acrobático
Essa modalidade foi desenvolvida na França no fi m dos anos 90.
Nela, os praticantes precisam de um pouco mais de equilíbrio,
coordenação e ousadia durante o percurso. É uma modalidade
recheada com adrenalina. Mas, preste atenção, pois a segurança
jamais poderá ser subestimada. Sempre presos a um cabo de
segurança e utilizando equipamentos adequados, os praticantes
caminham sobre cabos, penduram-se em redes e deslizam em
tirolesas.
Qual a história do arvorismo?Esta atividade foi desenvolvida na Europa, como um instrumento
para pesquisadores realizarem estudos de fauna e fl ora
relacionados a espécies que normalmente só são encontradas na
natureza em locais de difícil acesso, isto é, sobre as copas das
árvores. Como exemplos destas espécies, podemos citar algumas
bromélias, pássaros, primatas, entre outros. A técnica consistia
em efetuar uma trilha sobre as copas das árvores utilizando
cordas, madeirame e postes para observação, utilizando também
as técnicas como a tirolesa (para passar de um local para o outro)
e de rapel (para descer dos pontos de observação).
Então, foi só uma questão de tempo para que o homem, em sua
ânsia pela diversão, adaptasse o conceito de arvorismo até torná-
lo uma modalidade de esporte ecológico.
Além de árvores, postes ou balizas também podem servir de base
para a prática do esporte.
Atualmente, pode-se dizer que o arvorismo encontrou apoio nas ciências sociais e na saúde. Inúmeras empresas utilizam-se de suas técnicas para trabalhar o espírito de equipe, a confi ança nos colegas, melhorar a auto – estima, para enfrentar os medos pessoais e aproximar o homem da natureza.
A atividade muitas vezes é inserida em corridas de aventura e
vem sendo implantada em parques públicos ou em áreas naturais
particulares, tendo como objetivo, não somente proporcionar
aventura aos participantes e uma forte integração com o meio
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Unidade 4
natural, mas atuar como forma de desenvolvimento humano
junto à natureza e fomentar a consciência de preservação
ambiental.
No Brasil, a atividade foi introduzida em 2001 e Florianópolis tem hoje o maior circuito de arvorismo do país. Porém, como as árvores são baixas, as cordas são colocadas em postes espalhados no meio da mata. São 378 metros de percurso, ou seja, quase duas horas sobre as copas das árvores a doze metros do chão.
Que técnicas são utilizadas?A maioria das técnicas utilizadas são oriundas das atividades
militares de variações das técnicas de salvamento e resgate.
Além da tirolesa, que consiste em amarrar um cabo entre
dois pontos aéreos com diferença de altitude para promover o
transpasse com auxílio de roldanas ou mosquetões, existem
outras montagens que fazem parte do circuito de arvorismo
como: falsas baianas, teias de corda e pontes suspensas, estruturas
dinâmicas de corda e madeira fi xadas cuidadosamente em
árvores, que permitem a movimentação em altura com total
segurança.
Todas estas montagens podem ser feitas no interior de matas e
fl orestas para que os praticantes tenham condições de apreciar a
fl ora e a fauna nativa.
Quais os equipamentos a serem utilizados? A prática deste esporte não exige nenhum preparo especial e,
na maioria das vezes, as explicações que antecedem a prática
esportiva já serão sufi cientes para a realização do percurso
guiado por profi ssionais capacitados. Porém, é necessária muita
disposição e coragem para superar os desafi os.
Os equipamentos são simples:
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cadeirinha (a mesma do rapel)
cabo de segurança (corda que prende o atleta ao cabo)
mosquetão
polia
capacete.
O esporte serve para estimular a capacidade individual e o espírito de equipe, exercitando o corpo e a mente, desenvolvendo o equilíbrio interior e aliviando o stress diário pela adrenalina.
O trabalho em altura com técnicas verticais, somado ao
conceito de segurança de back-up e redundância das ancoragens
e conexões, garantem aos praticantes de arvorismo toda a
segurança necessária na exposição aos riscos do esporte de
aventura na natureza.
A prática do arvorismo traz para as pessoas uma visão bem
mais abrangente da importância da preservação ambiental. O
principal motivo é que sem as árvores o esporte perde o sentido,
então, com o circuito instalado, respeitando a capacidade de
carga de cada local, está assegurada a preservação, desde que bem
administrada e manejada.
Seção 6 – Canoagem
Voltamos aos rios!Da prática deste esporte, derivaram-se todos os outros que
conhecemos, pois, segundo nos diz a história, o homem que vivia
nas margens de rios e mares, em sua evolução, utilizou bases sólidas
fl utuantes para melhorar suas atividades de pesca e de transporte.
Instrumentos extremamente necessários à sobrevivência, em
tempos difíceis, através das mãos do homem, passaram a ser
objetos de diversão e lazer chegando a ser muitas vezes alvos de
competições organizadas.
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Canoagem pode ser entendida como:
* esporte praticado em canoas, caiaques e wave-skis, obedecendo características peculiares de acordo com a modalidade;
ou
* o conjunto de atividades com o emprego de barcos chamados caiaques, cuja característica é o remador estar de frente e cujo remo tem duas pás.
Mas qual é a diferença entre caiaques e canoas?A canoa pode ser aberta ou fechada com remo de uma só pá,
permitindo ao atleta estar sentado ou ajoelhado. São mais
utilizadas em águas paradas. A grande vantagem é que a
adaptação é imediata, ou seja, a postura é praticamente a mesma
de quando se está sentado em um banco normal com os joelhos
levemente fl exionados. Muitos praticantes preferem este tipo de
embarcação porque se sentem mais livres. No caso da prática
de pesca este modelo também é mais efi ciente por possuir mais
espaço para carga.
Os caiaques são embarcações fechadas que utilizam remo de
duas pás; o atleta permanece sentado na cabine. As pernas fi cam
retas formando um ângulo de 90º com o tronco. Esta posição
pode não ser muito confortável para quem não está acostumado.
O caiaque é uma embarcação que permite ao remador escolher
seu próprio percurso, contando apenas com sua capacidade física,
podendo alcançar qualquer ponto onde haja água. A exploração,
o ecoturismo, o lazer da contemplação da natureza e as práticas
esportivas são atendidos por este meio de locomoção.
Existe uma expressão comum, onde o praticante costuma dizer que deve “vestir o caiaque”, porque deve-se entrar no cockpit (cabine) e colocar a “saia” para evitar que entre água. Assim, pode-se considerar o caiaque uma espécie de extensão do corpo e, após “vesti-lo”, o atleta passa a possuir cabeça, tronco e “casco”.
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Um pouco de históriaSe não fosse a navegação, talvez não estivéssemos no Novo
Mundo! Ao longo de toda sua história, o homem sempre aspirou
dominar os rios e os mares e trabalhou para o desenvolvimento
das técnicas de navegação. Empreendeu grandes esforços e
sacrifícios, desde a confecção de canoas até os transatlânticos,
passando pelas caravelas, possibilitando assim a capacidade de se
locomover na água.
Foram os esquimós os primeiros povos a utilizar os caiaques na
sua forma moderna. No início, este povo utilizou uma estrutura
de madeira e de esqueleto de baleia revestidos com pele de foca.
O inovador deste modelo de barco (caiaques)
em relação às canoas é justamente sua principal
característica: ser um barco em que o remador,
sentado, fi ca de frente e daí pode ver o que se passa,
com boa velocidade e capacidade de efetuar manobras.
Era isto que os esquimós precisavam para caçar as
focas.
Alguns caiaques levavam um recipiente na frente
onde se acendia uma fogueira para servir de lanterna
nas incursões noturnas. Os esquimós desenvolveram
técnicas avançadas de canoagem até mesmo com um
rolamento: manobra para desvirar o barco.
Nenhuma outra embarcação permite uma sintonia tão plena com o ambiente como o caiaque, que passa a ser uma extensão do corpo, moldando-se às águas, transformando força em movimento. Ele é mais versátil quanto às opções de lazer porque com ele você pode entrar em mar, rios ou represas.
Com a evolução tecnológica e a conseqüente melhoria dos
materiais modernos, a canoagem teve um enorme crescimento e
especialização.
Figura 4.4 - Caçador Povo Inuit.Fonte: http://www.gpacanoagem.pop.com.br
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Assim, foram desenvolvidos vários tipos de embarcações que
procuram atender às necessidades de cada usuário. A canoagem
pode ser dividida em duas grandes vertentes: a canoagem
esportiva de competição e a canoagem de lazer.
E quais são as modalidades de prática deste esporte?São inúmeras as variedades deste esporte. A principal modalidade
esportiva é a canoagem de velocidade que já é disputada desde o
início do século XX e foi introduzida nas Olimpíadas de 1936,
em Berlim.
Atualmente a CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem),
órgão ofi cial da canoagem esportiva brasileira, organiza as
atividades esportivas nas seguintes modalidades:
1 - Velocidade: É uma modalidade essencialmente de
competição.
Pode ser praticada em rios ou lagos de águas calmas, com 9 raias
demarcadas nas distâncias de 1.000, 500 e 200 metros. Iniciam-
se com eliminatórias que classifi cam os barcos semifi nalistas e
fi nalistas.
As classes de embarcações são padronizadas pelas regras da
Federação Internacional de Canoagem e as canoas podem ter 1, 2
ou 4 competidores.
2 - Slalom
Esta modalidade foi iniciada na Suíça em 11 de
setembro de 1932 (como se vê, esta data não é
marcada somente por acontecimentos trágicos).
Foi originada por meio de uma adaptação
das competições de esqui. Inicialmente
era praticada em águas paradas, porém foi
rapidamente adaptada às corredeiras de rios
naturais.
A segunda Guerra mundial iniciou 6 anos
após a 1ª competição de slalom, prejudicando o desenvolvimento
da modalidade, que retrocedeu quando comparado à canoagem
Figura 4.5Fonte: CBCa
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de águas calmas, especialmente do ponto de vista Olímpico. O
primeiro campeonato mundial de slalom sob os auspícios da FIC
(Federação Internacional de Canaogem) foi organizado em 1949,
em Genebra, na Suíça.
Atualmente, ele é praticado em rios com corredeiras, num
percurso que varia entre 250 e 400 metros. A via é demarcada
por meio de arames suspensos, onde são penduradas até 25
“portas” que devem ser ultrapassadas na seqüência numérica e no
sentido indicado (a favor e contra a correnteza).
Quando o canoísta ou mesmo quando a embarcação ou remo
efetua um toque em qualquer uma das balizas são acrescentados
2 segundos ao seu tempo. Quando uma porta não é ultrapassada
na demarcação, o canoísta é penalizado com 50 segundos. Aquele
que fi zer o menor tempo de descida, somando suas penalidades
(duas descidas sucessivas) é o vencedor.
Além da aventura, um outro aspecto que destaca o slalom é justamente o espírito de equipe que caracteriza o esporte. Mesmo em atletas de diferentes nacionalidades, há sempre um profundo espírito de colaboração, aliado à solidariedade e conscientização ecológica.
Pode-se dividir a história do slalom em três períodos: de 1949-1972, 1972-1992 e o atual, pós 1992. O primeiro período: foi caracterizado por mudanças nos
materiais dos caiaques, os barcos rígidos foram substituídos por
barcos de fi bra de vidro em campeonatos mundiais.
O segundo período: foi a inclusão da modalidade nos
Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, e houve mudança e
simplifi cação das regras de competição.
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O terceiro período: foi marcado pela reintrodução do slalom nos
jogos olímpicos de Barcelona, em 1992, e também a introdução
da Copa do Mundo, disputada em circuito de 5 provas por ano,
em acréscimo ao Campeonato Mundial, disputado em uma
competição a cada 2 anos.
Estes acontecimentos foram fundamentais para a difusão do
esporte em todo o mundo. Neste contexto, o Brasil sediou o
primeiro Campeonato Mundial de Slalom, organizado fora da
Europa ou Estados Unidos, em 1997, na cidade de Três Coroas,
RS. Esta expressividade no mundo esportivo fez com que o
slalom voltasse aos jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e
Sidnei, em 2000, marcando, defi nitivamente a importância da
modalidade.
Tudo indica que, agora e no futuro, o slalom adquiriu o status de
esporte olímpico. Ele já foi organizado como provas em canais
artifi ciais tipo estádio, como nos jogos Olímpicos de Sidnei, onde
a pista tinha o formato de “ferradura”, ou como em Atenas, com
a pista em forma de “oito”, com “ponte” de água sobre a parte
inferior da pista. Esta versão do esporte permite uma completa
observação da competição.
3 - Caiaque-pólo
Na Inglaterra, há cerca de 30 anos atrás, os praticantes de slalom
começaram a treinar manobras dentro de piscinas durante o
inverno; para desenvolver e aprimorar manobras. Desde então,
como era justamente o país inventor do futebol, nada mais justo
do que colocar uma bola no treinamento.
A partir deste instante, o esporte foi evoluindo e as suas regras
foram defi nidas, tendo sido disputados os primeiros campeonatos.
A modalidade se difundiu para a Europa e posteriormente para a
Oceania e Sudeste Asiático.
Após a regulamentação do esporte e com a sua ofi cialização como
parte integrante das modalidades da Federação Internacional
de Canoagem, o caiaque-pólo se fi rmou e atingiu um grau de
desenvolvimento tão sério, que hoje são disputados campeonatos
nacionais regulares masculinos e femininos em quase todos os
países da Europa, Austrália, Sudeste da Ásia e a África do Sul.
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O primeiro campeonato mundial foi realizado em 1994, em Sheffi eld, Inglaterra, com a presença de 18 países, dentre eles o Brasil. Somente após este campeonato mundial é que o esporte ganhou o reconhecimento e o primeiro torneio no Brasil, reunindo 8 equipes Européias e da América do Sul.
O que é Caiaque-pólo? Nesta modalidade esportiva, dois times com cinco canoístas em
cada um, competem numa piscina de 30 x 20 metros. O objetivo
é marcar gols na goleira do adversário. Seria praticamente
um handebol jogado tanto com as mãos como com os remos,
praticado por cinco canoístas.
A emoção se encontra em realizar as manobras à
frente do espectador e com amplas condições de
promoção: capacetes, coletes, remos, caiaques, gols
e bordas da piscina são ótimos planos de fundo
para a publicidade.
E os equipamentos de segurança?Os equipamentos obrigatórios são o capacete, o colete salva-vidas
e uma saia de tecido fl exível para que água não entre na cabine do
caiaque.
Figura 4.6 - Caiaque poloFonte: CBCa
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É importante que o remo tenha extremidades arredondadas e
sem farpas para evitar acidentes.
E como se joga? A Confederação Brasileira de Caiaque, CBCa esclarece as regras
do jogo (CAIAQUE..., 2007):
É permitido impulsionar ou segurar a bola com as mãos; com o remo você pode empurrar a bola ou usá-lo como defesa, porém não é permitido bater na bola com o remo. Você está de posse da bola quando a tem na mão ou ela está na água ao alcance da sua mão. O jogador pode fi car, no máximo, 5 segundos de posse da bola; ao fi nal destes deve passá-la a um companheiro ou a si mesmo desde que ela percorra pelo menos 1,0 m em qualquer direção, mesmo para cima. É permitido empurrar um adversário que esteja sozinho de posse da bola. Este empurrão só pode ser feito com uma mão aberta e no ombro do adversário. Empurrão em qualquer outra parte do corpo, com duas mãos, ou quando a bola estiver em disputa no meio entre dois caiaques não é permitido. São consideradas faltas: aproximar o seu remo a uma distância menor que 1,0 m do corpo do seu adversário colocando-o em risco; como também tentar disputar a bola com o remo, se o adversário estiver tentando dominá-la com as mãos; tocar com o remo ou com a mão o caiaque ou o corpo do adversário. No caiaque-pólo defi ne-se uma área de 6 m ao longo de uma linha imaginária paralela à linha de fundo situada a uma distância de 6 m desta. Dentro desta área, atacantes e defensores têm direito de disputar uma posição e podem empurrar com os caiaques os barcos do adversário. Este empurrão de um caiaque pelo outro, somente não é permitido quando um canoísta não bater num ângulo de cerca de 90 ou contra a lateral do barco do adversário de forma violenta. Fora das áreas de 6m é permitido empurrar o caiaque de seu adversário numa disputa de bola, isto quando esta se encontrar a 3,0 m do seu caiaque. O jogador do time atacado que levantar seu remo para defender seu gol é considerado o goleiro, portanto, não pode ser empurrado ou tocado por nenhum atacante. As táticas mais usuais no caiaque-pólo têm semelhança com o basquete, sendo as marcações tipo zona (1-2-2) e homem a homem as mais utilizadas.
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4 - Descenso
O objetivo desta modalidade é a demonstração de controle total
do competidor sobre seu barco em águas rápidas (corredeiras)
durante o percurso de uma pista pré-defi nida no menor tempo
possível.
As provas realizadas em pistas abaixo da classe III de difi culdade
são designadas corridas de rio e não de descida (descenso).
As classes de embarcações são padronizadas pelas regras da
Federação Internacional de Canoagem e variam com o tamanho
do bote, o peso e o número de integrantes (1 ou 2 esportistas).
5 - Maratona
Nesta modalidade não existem padrões pré-defi nidos na longa
distância que o atleta deve percorrer. O competidor deve estar
preparado a sair do barco e carregá-lo para ultrapassar obstáculos
intransponíveis por remo.
Variações do percurso:
Rios sem obstáculos ou interrupções;
Rios com obstáculos como represas, pedras e/ou águas
rasas envolvendo obrigatoriamente, transporte do barco
por terra ou não;
Lagos, estuários ou mar aberto;
Qualquer combinação entre os percursos citados.
6 - Oceânica
O objetivo das provas de canoagem Oceânica é percorrer, um
percurso previamente defi nido em carta náutica, em águas
marinhas, no menor tempo possível.
7 - Canoagem em ondas
Esta modalidade originou-se com as embarcações de pesca em
rios e mares.
Após a introdução do caiaque como alternativa de esporte em
ondas (como imensas pranchas de surfe), o número de esportistas
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 4
foi aumentando e começaram os movimentos em prol da
ofi cialização deste esporte.
As primeiras manifestações ocorreram em 1960, na costa
californiana, sendo que, em 1982 o caiaque de onda foi
introduzido no Rio de Janeiro.
Segundo a CBCa, no Brasil, a Canoagem Onda se divide
atualmente em duas classes: Surf Kayak e Waveski, sendo que,
internacionalmente elas são independentes. São elas:
1- A classe Surf Kayak é a tradicional canoagem em onda, onde
o atleta surfa dentro de um caiaque especialmente fabricado para
este fi m.
2- A Classe Waveski, surgiu muito antes do próprio surfe.
Na época do mercantilismo, quando os europeus buscavam
metais preciosos na América do Sul, já se falava em um tipo de
embarcação semelhante ao caiaque, conhecida como Cavalo de
Totora (embarcações de pesca), no Perú.
A Totora é uma espécie de junco extremamente leve e se for bem
trabalhada proporciona uma boa fl utuação.
Os pescadores ainda hoje, remam no mar com um rudimentar
pedaço de bambu (remo) e, após soltar a rede, voltam à terra
surfando na onda.
E onde praticar?
São Paulo
- Itanhaém
- Peruíbe
- Praia de Camburí - São Sebastião
Minas Gerais
- Rio das Mortes - Barbacena
- Rio Paraibuna - Juiz de Fora
- Rio Uberabinha - Uberlândia
- Rio Doce - Governador Valadares
- Rio Médio São Francisco – Pirapora
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Outras Localidades
- Praia da Barra da Tijuca - RJ
- Tramandaí - RS
- Praia Mole e Barra da Lagoa – Florianópolis - SC
- Lago Paranoá - DF
- Rio Descoberto - DF
- Rio das Almas e do Peixe – Pirenópolis - GO
- Rio Maranhão - GO
Seção 7 – Balonismo
Quem já não se encantou ao avistar um balão? Aquele
imenso e colorido artefato quase que imóvel no céu,
colorindo e contrastando com a imensidão azul.
O balonismo existe desde a década de 60 e somente
agora está ganhando força como esporte no Brasil.
Um pouco de históriaPor onde começar? Talvez por Arquimides (200 a.C.)
quando o homem tentou pela primeira vez voar. Outra referência
é a dos irmãos Montgolfi er, que em 1783, em Paris, encheram de
ar um aeróstato de 12 metros de diâmetro, alcançando a marca de
12 metros por 20 minutos de vôo.
No Brasil, o balonismo como esporte é praticado desde 1970,
em 1987 foi criada a ABB (Associação Brasileira de Balonismo)
e assim o esporte começou a ganhar vulto e ser difundido pelas
competições. A partir deste ano, são realizados anualmente os
campeonatos nacionais que apontam dois representantes ofi cias
para o campeonato mundial, que se realiza a cada 2 anos.
Figura 4.7 - Balonismohttp://360graus.terra.com.br
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 4
Quais os equipamentos usados nesta modalidade de esporte?Vamos lá. O equipamento completo para a prática do balonismo
consiste em:
um envelope (balão);
um cesto;
um maçarico;
quatro tanques de gás;
um ventilador (para infl ar o envelope a frio);
cordas de segurança;
equipamentos eletrônicos, como altímetro (para medir a altitude), variômetro (mede a variação de altitude), bússola (para auxílio a navegação), GPS (sistema de posicionamento geográfi co por satélite), rádios para a comunicação com a equipe em terra;
uma caminhonete para transportar tudo.
Como funciona um balão?Os balões funcionam pelo mesmo princípio dos balõezinhos
de São João, isto é, eles voam porque estão cheios de ar quente,
que é mais leve que o ar atmosférico, então tendem a subir como
nas correntes de convecção. O ar frio que entra no envelope é
aquecido por um maçarico alimentado a gás (propano). Com isso,
o ar interno aquece e torna-se mais leve que o ar externo, fazendo
com que o balão se eleve.
Como não tem dirigibilidade, isto é, não tem um volante ou
qualquer outro sistema de navegação direta, voa ao sabor do
vento, e aí é que entra a técnica de cada piloto, sabendo controlá-
lo através das camadas de vento, que variam constantemente.
Existem certos horários para voar com um balão, sempre na parte da manhã e no fi nal da tarde, onde os ventos são mais suaves e existem poucas possibilidades de formações térmicas (correntes de ar ascendente).
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Existem competições para este esporte?
Existe uma associação que coordena todos os eventos hoje no Brasil:
Associação Brasileira de Balonismo (http://www.abb.org.br/).
O vôo em balão, além de permitir a contemplação de um
vasto horizonte num silêncio quase absoluto pode também ser
caracterizado como um esporte de competição.
Existem inicialmente dois tipos de vôo em balão: o vôo cativo
(a subida e descida do balão são realizadas na presença de um
cabo de ligação) e o vôo livre onde a orientação faz-se por meio
do arremesso do lastro (normalmente sacos de areia) ou então,
aquecendo o ar contido no balão, de maneira a fazê-lo subir até à
altura de uma corrente de ar que se desloque na direção desejada.
As provas mais praticadas no Brasil:A seguir, você poderá verifi car as provas mais praticadas
pelos pilotos de balão a ar quente no Brasil, segundo a ABB
(Associação Brasileira de Balonismo):
1- Alvo declarado pelo juiz: levando em consideração os ventos
que prevalecem na área, na hora da prova, o juiz indica os alvos
que devem ser atingidos. O balonista deve jogar, o mais próximo
possível do alvo, um saquinho com uma fi ta colorida e um
número indicativo do balão. Ganha mais pontos quem chega
mais próximo do alvo.
2- Alvo declarado pelo piloto: nesta prova, antes da decolagem,
o piloto indica ao juiz os alvos que pretende atingir. A pontuação
tem critério igual a anterior.
3- Fly in (Fly on): nas competições, geralmente todos os
balonistas decolam do mesmo ponto. No Fly in, cada balonista
escolhe o seu ponto de decolagem, rumando depois para um local
central, onde estão os juizes e há um alvo a ser atingido. No Fly
on o balonista segue depois para atingir um segundo alvo.
4- Máxima distância: cada balonista só pode lançar sua marca
após um determinado período de vôo. Ganha mais pontos,
o balonista que lançar sua marca mais distante do local de
decolagem. Esta tarefa é feita em dias de ventos fortes.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 4
5- Mínima distância: tarefa normalmente feita em dias de vento
fraco. O balonista só pode lançar sua marca após determinado
período de vôo. Ganha mais pontos aquele que tiver percorrido a
menor distância.
6- Valsa da hesitação: nesta tarefa o piloto recebe a incumbência
de atingir um entre dois alvos. Após a decolagem, ele escolhe o
alvo em função dos ventos.
7- Valsa da hesitação dupla: esta tarefa foi criada pelos balonistas
brasileiros e introduzida no 3° Campeonato Brasileiro. O
piloto decola e lança sua marca num alvo escolhido por ele. A
pontuação é dada depois de medida as distâncias entre o ponto
de queda da marca e o alvo mais próximo. Uma segunda marca é
lançada depois e idêntica medição é feita em relação a outro alvo.
8- Caça à raposa: esta tarefa não conta pontos em campeonatos.
Um balão decola em vôo livre e passado certo prazo de tempo, o
juiz autoriza a decolagem dos demais, que devem persegui-lo. O
balão raposa faz o possível para difi cultar a perseguição. Ganha
a prova o balonista perseguidor que pousar mais perto dele ou
lançar sua marca mais próxima.
9- Cotovelo: nesta tarefa, o balonista decola, voa para um alvo,
atinge-o com a marca e depois, desviando o rumo, voa para um
segundo alvo e joga outra marca. Ganha mais pontos o balonista
que, nessa mudança de rumo, fi zer um ângulo mais apertado.
10- Vôo da chave: uma sacola, com as chaves de um veículo é
colocada sobre o ponto mais alto de um poste. Cada balonista,
passando próximo ao poste, tem uma única oportunidade para
pegar a maleta e ganhar a chave do carro oferecido como prêmio.
Esta tarefa também não conta pontos em campeonatos.
11- Múltiplos alvos determinados: o árbitro geral seleciona
dois ou mais alvos fora do local da decolagem. Estes alvos estão
normalmente de dois a cinco quilômetros de distância do lugar
da decolagem. Os pilotos decolam e tentam manobrar os balões
para que eles cheguem o mais próximo possível dos alvos, quando
então, deixam cair uma marca para identifi cação. A marca mais
próxima ao centro vai determinar o vencedor.
12- Prova de navegação convergente: os pilotos localizam uma
área de dois a cinco quilômetros fora do local da decolagem,
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Universidade do Sul de Santa Catarina
infl am seus balões e tentam pegar o melhor vento, para chegar ao
alvo colocado no centro da área escolhida. A marca mais próxima
ao centro do alvo determina o vencedor.
Onde praticar?Você pode praticar este esporte, nas seguintes regiões:
- Região da Serra da Moeda - MG
- Vôo panorâmico em qualquer cidade do Paraná -PR
- Região de Seropédica -RJ
- Sobrevôo em Torres -RS
- Sobrevôo em Piracicaba, Sorocaba e Ribeirão Preto -SP
O que ainda podemos dizer?Os novos esportes de aventura estão ganhando força no Brasil,
como alternativa de diversão e de contato com a natureza, dentro
de um espírito de preservação, aliado ao ganho social que ocorre
pelas atividades em grupo.
O administrador das atividades em meio rural deverá ser o gestor dos recursos e garantir sua continuidade, sem que haja perdas para o bem comum, isto é, ao meio ambiente.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 4
SínteseOs novos esportes descritos e comentados nesta unidade nos
mostram que a imaginação do homem não tem limites realmente.
Se analisarmos, os novos esportes são todos derivados de
atividades que surgiram inicialmente como alternativa de
transporte ou trabalho, que acabaram ganhando aspectos
recreativos em tempos de tecnologia em evolução.
O que não podemos esquecer é que todos os esportes descritos,
tem em primeiro lugar, um aspecto de preservação ambiental
ímpar.
Ao contrário da depredação e do descaso, os esportes visam
um aspecto contemplativo e de cuidados extremos com o meio
ambiente.
O atleta, que se torna o turista do meio rural, deve antes de
tudo, ter como princípio a educação ambiental e utilizar esta
ferramenta como princípio básico para transmissão desta
consciência aos seus espectadores.
Aos administradores dos recursos, cabe ainda a manutenção, o
estudo das capacidades de carga de cada ambiente, e o controle
das atividades, além de sua divulgação.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Atividades de auto-avaliação Desenvolva um rápido exercício de reconhecimento de sua região e responda as questões a seguir:
1 - Existem atividades hípicas na sua região? Apenas de competição ou já se realizam cavalgadas?
2 - Qual o circuito de Canyoning mais próximo de sua região?
3 - Existe a possibilidade de seu município investir na realização de uma etapa regional das atividades com o balonismo?
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 4
4 - Como funcionam os pesqueiros de sua região?
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Saiba mais
Para aprofundar os estudos desta unidade você poderá consultar
os seguintes sites:
<http://www.ambientebrasil.com.br/>
Acesso em 23 mar. 2007.
<http://www.tudosobrecavalos.com/>
Acesso em 23 mar. 2007.
<http:// www.ibama.gov.br/pescaamadora>
Acesso em 23 mar. 2007.
<http://www.ecoventure.com.br/>
Acesso em 23 mar. 2007.
<http://www.guiafl oripa.com.br/esportes/arvorismo>
Acesso em 23 mar. 2007.
<http://www.abb.org.br/>
Acesso em 23 mar. 2007.
<http://www.airadventures.com.br>
Acesso em 23 mar. 2007.
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UNIDADE 5
Turismo de Observação e Fotográfi co
Objetivos de aprendizagem
Compreender a importância da prática do turismo de observação e fotográfi co para o ambiente receptivo como forma de preservação ambiental e valorização das características naturais e artifi ciais das regiões.
Seções de estudo
Seção 1 Turismo de observação
Seção 2 Observação de aves (birdwatching ou birding)
Seção 3 Observação de baleias (whale watching)
Seção 4 Observação de paisagens
5
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de conversa
Durante muito tempo a atividade de observação não satisfazia
completamente as necessidades dos turistas, que muitas vezes
acabavam depredando o ambiente em busca de algum tipo de
recordação física. A recordação era colocada em local de destaque
nas residências como um “souvenir” ou como um prêmio de
difícil conquista.
Isso sem falar nas caçadas organizadas, de onde traziam as
próprias cabeças dos animais abatidos.
Não queremos considerar que este tipo de atividade depredatória
tenha deixado de existir, mas a consciência ecológica tem
ganhado espaço e a atividade de contemplação, observação
e fotografi a conquistam a cada dia um número maior de
praticantes.
Um outro fator que contribuiu enormemente com esta evolução
da atividade de observação foi a diminuição dos valores de
máquinas fotográfi cas digitais, que dispensam revelação de
películas e permitem uma maior quantidade de fotografi as sem o
custo tradicional e com a visualização imediata.
Nos próximos parágrafos você irá estudar um pouco sobre o
histórico do turismo de observação e sobre a tecnologia envolvida
para tal prática.
Preparado? Então diga X!
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 5
SEÇÃO 1 - Turismo de Observação
Devemos considerar que organismos
governamentais e não-governamentais de todo
mundo, embasados em inúmeras pesquisas,
concordam que o turismo é um dos ramos de
atividade econômica e fenômeno social que
mais cresce no mundo, calculando-se que mais
de 180 milhões de pessoas vivem direta ou
indiretamente desta atividade, movimentando
em todo o mundo, trilhões de dólares
anualmente.
Considerando-se as ações diretas, estamos
falando do movimento econômico em meios de
hospedagem, em restaurantes, agências de viagens, empresas de
transporte entre outros.
Porém, quando falamos da multiplicação de emprego e renda
indireta proporcionada pelo turismo, estamos nos referindo ao
crescimento do comércio local, da melhoria da infra-estrutura
das cidades, do incremento dos serviços privados e públicos e do
crescimento integrado regional.
Como a atividade turística ganha um tamanho descomunal,
para melhor entender sua ação nas sociedades e facilitar o
planejamento e a classifi cação da demanda e da oferta turística
de cada região, o fenômeno foi subdividido em áreas de estudo,
de acordo com o interesse e a vocação turística de cada região
estudada.
É valido salientar que uma mesma região pode apresentar
mais de uma vocação turística, e esta classifi cação serve apenas
como base para efetuar as ações de planejamento e controle já
descritas anteriormente. Então, o turismo pode ser dividido em
segmentos como: turismo cultural, turismo religioso, turismo
esportivo, turismo infantil, turismo da terceira idade, turismo
gastronômico, turismo rural e o turismo ecológico ou ecoturismo.
Agora você pode compreender que dependendo do período do ano ou mesmo de uma data em especial, uma localidade pode variar sua oferta turística.
Figura 5.1 - Torres- RS.Fonte: http://www.abbra.eng.br/paisagem.htm
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Universidade do Sul de Santa Catarina
O ecoturismo tem se tornado uma das modalidades que mais
se desenvolve nos últimos anos, principalmente em países com
turismo emergente como o caso do Brasil, justamente por possuir
muitas áreas naturais.
Por sua vez, o ecoturismo subdivide-se em várias modalidades,
mas dentre elas, o turismo de observação merece destaque por ser
uma das formas que mais tem ganhado a atenção dos naturalistas
e ecologistas, pois sua prática envolve fatores importantes para a
preservação e estudos da ecologia.
Então, a partir do que vimos até aqui, como podemos conceituar
esta atividade?
O turismo de observação é o segmento do ecoturismo no qual o ecoturista vai para alguma área natural e passa a observar sua beleza, contemplando-a, ou especifi camente observando algum ou alguns de seus elementos.
SEÇÃO 2 - Observação de aves (birdwatching ou birding)
A origem do Turismo de observação está intimamente ligada
ao chamado “safári fotográfi co”, o qual iniciou-se por volta dos
anos 60, no continente africano onde a riqueza da fauna permite
melhores registros fotográfi cos.
Ora, antigamente as pessoas visitavam a África e praticamente
levavam suas casas com elas, como nos exemplos dos safáris
organizados pelos europeus. Eles não consumiam nenhum
alimento local, normalmente matavam os animais por esporte,
e recolhiam exemplares da fl ora nativa sem se preocupar com os
aspectos de preservação.
Atualmente, os safáris fotográfi cos divulgam o aspecto da
preservação. São praticados normalmente por pessoas com
consciência ecológica e com pleno interesse pela cultura local,
auxiliando a desenvolver a região visitada por meio do consumo
no comércio local, da valorização do artesanato e principalmente,
pela valorização da ecologia do local.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 5
Como o ser humano prefere organizar suas atividades para
melhor compreendê-las, o turismo de observação também foi
classifi cado de acordo com os seus objetivos.
As formas de turismo de observação mais difundidas são a observação de aves (birdwatching ou birding), a observação de baleias (whale watching) e a observação de paisagens. Podemos considerar que todas apresentam recursos extremamente interessantes de lazer e entretenimento.
A observação de aves é mais antiga e mais difundida, sendo
muito desenvolvida principalmente nos EUA, Inglaterra,
Alemanha, Espanha e Japão, calculando-se que existam cerca de
80 milhões de “birdwatchers” pelo mundo.
A grande contribuição destes turistas é sua participação na
catalogação de espécies novas ou a ocorrência de espécies em
vias de extinção. Muitos praticantes mantêm contatos entre si
e se não são especialistas na área, desenvolvem esta atividade
por profundo amor e zelo, colaborando com a preservação das
espécies e auxiliando a compreender os aspectos relacionados com
a etologia (comportamento das espécies).
O público está normalmente relacionado ao alto poder
econômico, pois apesar de ser uma atividade que não apresenta
necessidade de aparelhagem cara ou sofi sticada, pudemos
observar que os praticantes pertencem na sua grande maioria, aos
países desenvolvidos e conseqüentemente, com poder aquisitivo
para viagens internacionais.
Das 9.700 espécies de aves existentes no mundo,
aproximadamente 3.100 ocorrem na América do Sul. Destas,
1.677 ocorrem no Brasil e, cerca de 700 espécies, no Estado do
Amazonas, o que corresponde a 41,8% das aves brasileiras.
Por estar localizado nos trópicos, o estado do Amazonas recebe
anualmente aves visitantes provenientes do hemisfério norte,
como águia-pescadora/Osprey (Pandion haliaetus), falcão-
peregrino/Peregrine Falcon (Falco peregrinus), maçarico-
solitário/Solitary Sandpiper (Tringa solitaria), maçarico-grande-
de-perna-amarela/Greater Yellowlegs (Tringa melanoleuca),
andorinha-azul/Purple Martin (Progne subis) e, do hemisfério
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Universidade do Sul de Santa Catarina
sul, tesourinha/Fork-tailed Flycatcher (Tyrannus savana) e bem-
te-vi de garganta-branca/White-throated Kingbird (Tyrannus
albogularis) e tantas outras. (OBSERVAÇÃO..., 2007).
Da mesma forma, em Belém, no Pará, uma iniciativa bastante
original trouxe os pássaros até os fotógrafos. Trata-se do Parque
urbano Mangal das Garças. Mas calma! os pássaros que são
mantidos no local são o resultado de apreensões de vendas ilegais,
e permanecem no local para se recuperar e ganhar
uma nova chance de vida. São imensas gaiolas com a
vegetação em que os pássaros estão acostumados.
No local, os turistas podem entrar nas gaiolas (que são
na verdade, imensas telas de sombrite, que mais parecem
uma tenda de circo) e fotografar os animais que muitas
vezes fi cam curiosos e saúdam os visitantes.
Na fi gura, vista aérea de um dos viveiros do parque
Mangal das Garças.
SEÇÃO 3 - Observação de baleias (whale watching)
A observação de baleias é uma forma que
está em pleno desenvolvimento e está sendo
utilizada como alternativa de incremento do
turismo em regiões mais frias, que apresentam
uma sazonalidade turística evidenciada.
No Brasil, crescem a cada ano os pacotes especiais para este tipo
de ecoturismo endereçados ao litoral de Santa Catarina e na
região de Abrolhos na Bahia, onde no fi nal do inverno e início
da primavera grupos de baleias Franca e Jubarte respectivamente,
procriam, apresentando um belíssimo espetáculo aos amantes da
natureza.
Esta atividade também tem auxiliado enormemente o despertar ecológico. Os movimentos internacionais para a proibição da caça às baleias vêm crescendo e ganhando força.
Figura 5.2 - Mangal das GarçasImagem: foto do autor
Figura 5.3 - baleia Jubarte Fonte: www.projetobaleias.com.br
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 5
As baleias parecem entender a intenção dos turistas e garantem
shows com saltos, abanos de calda e aproximação aos barcos de
observação.
Países como Brasil, Argentina e Nova Zelândia, convictos
de que a baleia e outros cetáceos valem muito mais vivos, do
que mortos, são defensores da preservação destes animais em
reuniões internacionais como nos eventos paralelos às reuniões da
COP8 (Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade
Biológica).
A idéia destes países é a de implementar um santuário de baleias
no Atlântico Sul – uma área de 25 milhões de km2, onde as 54
espécies do animal (sete delas migratórias) estariam protegidas
da caça. Para dar fundamento ao projeto, as pesquisas científi cas
seriam permitidas no local, e o turismo de observação poderia ser
explorado como alternativa econômica (garantindo a viabilidade
econômica do projeto). O neozelandês Allan Cook, chefe da
delegação da Nova Zelândia na COP8, afi rmou que há anos
essa prática econômica gera dividendos em seu país. Para ele, o
turismo protege o animal e dá emprego ao povo indígena Maori.
Interessante é lembrar que a Nova Zelândia tem uma história
marcada pela caça de baleias, mas hoje faz parte do time de
países que buscam preservá-las (PEREIRA, 2006).
A proposta do santuário foi apresentada pelo Brasil e outros países na 55ª Convenção Internacional da Baleia (CIB), realizada em Berlim, Alemanha, em 2003, e voltou a ser discutida nos anos seguintes. Mas infelizmente, os 3/4 dos votos necessários para ser aprovada não foram alcançados.
Este projeto continua sendo uma resposta direta contra a “caça
científi ca” às baleias, liderada pelo Japão e seguida por outros
países baleeiros que ignoram a moratória internacional da caça às
baleias. A frota baleeira japonesa continua se deslocando para a
Antártida, onde centenas de baleias são mortas a cada ano, apesar
da existência do Santuário Antártico desde 1994.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Em uma atitude completamente contrária à
caça, em vários locais do mundo pratica-se o
“whale watching”, e calcula-se que são mais de
40 milhões de “observadores de baleias” que
garantem a geração de inúmeras divisas.
Um exemplo que deve servir de base é o que
acontece com as baleias Franca, que todos os
anos, de junho a novembro, visitam em grande
número o sul do Brasil. Neste período, elas
encontram refúgio na região costeira que vai de
Florianópolis - SC a Torres no Rio Grande do
Sul. Elas procuram esta região em busca de águas mais quentes,
para procriar e amamentar os seus fi lhotes. Até 1973, muitas
vezes elas acabavam por encontrar a ameaça dos arpões dos
pescadores locais.
Atualmente, a mesma região onde se praticava
a caça predatória abriga a APA – Área de
Proteção Ambiental – da Baleia Franca. Esta
APA cobre toda a região costeira que vai de
Florianópolis até o Balneário do Rincão,
somando cerca de 140 Km.
O exemplo catarinense é um marco na história da proteção
da baleia Franca. Em 1995, o estado decretou a espécie
como monumento natural catarinense, possibilitando assim
a interferência do Governo Federal em criar mais uma área
protegida em nosso país, garantindo assim a sua preservação.
Figura 5.4 - Baleia FrancaFonte: http://cienciahoje.uol.com.br/4309
Figura 5.5 - Baleia Franca. Fonte www.projetobaleias.com.br/
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 5
SEÇÃO 4 – Observação de paisagens
O turismo pelo simples fato de
observar belas paisagens vem crescendo
consideravelmente nos últimos tempos, a
justifi cativa é o aumento da sensibilidade
ambiental e o aumento da degradação,
o que tem tornado escassos os locais de
beleza cênica natural.
Além disso, destaca-se entre o público
desta atividade as pessoas que praticam
esportes de aventura, e as pessoas que
estão classifi cadas dentro da “melhor
idade” (acima dos 60 anos). O primeiro
grupo busca locais de difícil acesso e que permitam a prática de
atividades esportivas de competição ou de emoções fortes, em
meio a ambientes com paisagens de extrema beleza e exuberância.
Já o segundo grupo, busca locais belos, mas que possuam acesso
facilitado e conforto para a observação.
Ambos os grupos devem ser considerados de relevada
importância, pois normalmente são pessoas instruídas e com alto
poder aquisitivo. São pessoas que possuem consciência ecológica
e irão além de preservar, exigir a preservação do local.
O turismo de observação traz muitas vantagens como poderemos
verifi car a seguir, porém, um estudo de cada caso prévio,
para assegurar que a capacidade de carga dos locais não será
extrapolada, garantindo a sobrevivência das espécies nativas e
a manutenção das trilhas em relação à erosão provocada pelo
uso, deverá ser levado em consideração e mantido sobre severo
controle.
Não é raro o caso descrito de locais que foram utilizados por
seus recursos naturais e agora sofrem as conseqüências de um
planejamento mal dimensionado.
Figura 5.6 - NaturezaFonte: www.abbra.eng.br/espec21.jpg
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Considerando as vantagens e os cuidados que se deve tomar,
pode-se chegar à conclusão que o turismo de observação
deve merecer a atenção dos órgãos encarregados do turismo,
bem como da imprensa, dos empresários, biólogos, ecólogos,
naturalistas, etc. Pode representar uma alternativa de
desenvolvimento turístico, socioeconômico e ecológico muito
importante e salutar para que possamos ter um meio ambiente
ecologicamente equilibrado, conforme o art.225 da Constituição
Federal do Brasil.
Vantagens do ecoturismo de observação:
Mínimo impacto ambiental: Como o turista normalmente
apenas fotografa a paisagem, ele praticamente não afeta o meio.
Os problemas ocorreriam se fosse ultrapassado o limite da
capacidade de carga de cada local. O dimensionamento correto
de quantos turistas podem acessar o local diariamente, irá
promover a manutenção do meio ambiente. Um exemplo clássico
é o limite de 600 pessoas/dia no Arquipélago de Fernando de
Noronha.
Caráter educativo: A observação permite um tipo de aula ao ar
livre. Ao invés do estudo clássico, ou da visita aos zoológicos, o
turismo de observação é um imenso laboratório natural, onde
a própria sinalização é uma aula de geografi a e de biologia ou
de história. As crianças são educadas desde cedo à consciência
ecológica.
Não há limitação de faixa etária: a observação independe da
prática de esportes ou esforços grandiosos, é uma prática que
integra as gerações, promovendo momentos de descontração e de
bem-estar para todas as pessoas que apreciam uma bela paisagem
ou animais que não se encontram com facilidade. Afi nal, quem
não gosta de apreciar o que é bonito?
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 5
Proporciona renda para locais receptivos: Logicamente
quando um turista chega a um determinado ponto, ele deverá
consumir. Não somente artigos de primeira necessidade, mas
principalmente o artesanato local, e aí inicia o processo de
desenvolvimento de localidades que dependem do comércio
dos produtos locais para o bem-estar dos moradores. O projeto
Tamar, por exemplo, nos mostra que na Praia do Forte, uma das
22 estações de observação do projeto, recebe cerca de 500 mil
visitantes ao ano. Em 2003, as vendas de produtos e de ingressos
renderam US$ 490 mil, 17% do orçamento anual do Projeto
Tamar, que visa proteger a Tartaruga Marinha.
Empregabilidade rural e diminuição do êxodo: No momento
em que iniciativas conjuntas promovem o desenvolvimento de
regiões rurais, aumentando o interesse de permanência no local,
diminuindo o êxodo e proporcionando a melhoria na qualidade
de vida da população local.
Incentiva a indústria hoteleira e turística: Como o turismo
é caracterizado pela permanência do visitante por pelo menos
um pernoite, indica que necessariamente precisaremos pensar
em locais de hospedagem. Os meios de hospedagem podem ser
desde campings mais simples, passando por casas de moradores
rurais, até chegar a pousadas, hotéis e resorts, como exemplo,
podemos evidenciar a Costa do Sauípe no Nordeste brasileiro.
Empregabilidade aos profi ssionais do turismo: oferecendo
emprego em atividades como guias, ecólogos, educadores,
turismólogos, gastrônomos e gastrólogos, entre outros.
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Para refl etir:
Um exemplo triste em pleno século XXI:
Por incrível que pareça, a nossa vizinha Argentina é o paraíso para os caçadores de cervos, patos e até pumas. Segundo a jornalista Marcela Valente (2007), cerca de sete mil caçadores estrangeiros visitam a Argentina todos os anos para praticar o “esporte”. E por que a Argentina se transformou em um ponto de encontro dos caçadores? Por vários motivos: pela variedade da fauna, pela facilidade de acesso e pela falta de controle de fi scalização. E no Brasil? Bem, no Brasil as leis são mais duras.
Há uma certa tolerância à caça esportiva apenas no Rio Grande do Sul, quanto ao abate, sobretudo, de marrecões. Mas o assunto é polêmico e provoca grandes debates. Para os ambientalista essa atividade só poderia surgir numa humanidade afundada em guerras e violências de toda ordem. Num mundo onde tem gente que se diverte, matando animais indefesos.
Argumentos para tal prática: econômicos, lazer e ecológicos (por incrível que pareça). A pesca e a caça nos EUA geram mais de 100 bilhões de dólares. Na França há 1,6 milhão de caçadores licenciados, na Itália 1,5 milhão, na Espanha 1 milhão e na Grã-Bretanha 600 mil (SANTOS, 2007). A caça esportiva é tristemente uma atividade que mantém uma enorme indústria internacional de turismo, armamentos, munições, automóveis, roupas e equipamentos especializados, editorias e tecnologia em geral. Como lazer, os praticantes dizem que é um momento para relaxar. E, sob o ponto de vista ecológico, dizem que caçadores e pescadores são grandes zeladores da natureza, pois dependem dela. Dizem também que podem exercer um equilíbrio, quando algumas das espécies tendem a ter grande aumento de indivíduos, sem predadores naturais.
Para concluir o estudo: O que ainda podemos dizer?
Turismo sustentável
A chave para a garantia dos recursos naturais está justamente no
termo SUSTENTABILIDADE. Neste momento não iremos
conceituar todos os aspectos que estão ligados a este termo, mas
podemos verifi car que o turismo de esportes e de aventura pode
abranger a defi nição de TURISMO SUSENTÁVEL, conforme
a seguinte afi rmação:
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 5
Desenvolvimento sustentável do turismo é “aquele que atende
às necessidades dos turistas atuais, sem comprometer a
possibilidade do usufruto dos recursos pelas gerações futuras”
(SWARBROKKE, 2000, apud VALE, p 43).
Assim, estamos ligando a sustentabilidade do meio natural com
os recursos culturais do local em questão, como atrativos básicos
do turismo, que seria o norteador da fi xação destes atrativos
garantindo a continuidade do desenvolvimento local. No
momento em que o meio natural, ou o recurso cultural venha a
ser alterado, o motivo por si só do turismo, perde completamente
o sentido. A partir destes dois pilares, aparecem também os
fenômenos econômicos e sociais.
Desta forma, o Estado deve atuar como intermediador dos
confl itos, pois da mesma forma que afi rmamos que o fenômeno
turístico pode colaborar para a manutenção da sustentabilidade e
a garantia da preservação dos recursos culturais e naturais, pode-
se e deve-se considerar que inúmeros são os casos de degradação
destes meios pelo mesmo fenômeno, que não foi explorado de
maneira consciente.
Não se deve questionar a importância para o turismo, da
presença de cenários intactos como fl orestas, rios e lagos de
águas límpidas, montanhas e serras com ar puro, diversidade
de animais, despertando a curiosidade daqueles que não
convivem com esse ambiente diariamente. Porém, o crescimento
vertiginoso, nos últimos anos, do setor de turismo, mesmo
mostrando benefícios mensurados pela geração de empregos
diretos e indiretos e crescimento econômico dos núcleos turísticos
receptores, disfarça os problemas que inúmeras regiões vêm
enfrentando.
Então, está mais do que na hora da profi ssionalização do setor
ocorrer, e das forças políticas interagirem e garantirem que as
forças econômicas não irão ocasionar a destruição da fonte de
renda e da identidade cultural dos inúmeros recursos que ainda
podem ser salvos a partir da correta utilização.
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Síntese
Nesta Unidade você acompanhou a importância do Turismo de
observação como alternativa de desenvolvimento e preservação
dos recursos naturais e culturais.
Estudou que além das atividades de aventura no meio rural,
também é possível explorar por meio de um planejamento e da
sustentabilidade, os recursos que cada local oferece.
Verifi cou que o Brasil vem desempenhando um papel bastante
considerável nesta área, e que o turismo de observação de
cetáceos se destaca no litoral de Santa Catarina.
Além disso, as regiões rurais podem estudar a observação de
espécies além da observação de paisagens, colaborando então,
para a educação ambiental e desenvolvimento regional, sem o
comprometimento dos recursos naturais e culturais.
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 5
Atividades de auto-avaliação
1) Você já efetuou uma atividade contemplativa? Pense e descreva onde foi sua última visita a algum local natural que apresenta atrativos para serem fotografados:
a) Como você se comportou em relação ao seu lixo?
b) Quantas fotos você tirou?
c) Havia sinalização sobre o que vocês estava observando e como proceder para não poluir ou desconfi gurar o local?
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Universidade do Sul de Santa Catarina
2) Quais são as vantagens em ser receptivo de turismo de observação para os moradores de uma cidade rural?
3) Quais os cuidados que se deve tomar para que o atrativo não seja desconfi gurado?
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Turismo de Esportes e Aventura
Unidade 5
4) Quais são os recursos de contemplação de sua região?
Saiba mais
Você poderá obter maiores informações, consultando os seguintes
sites:
<http://www.cdb.gov.br>
Acesso em 23 mar. 2007.
<http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?data%
5Bid_materia_boletim%5D=5264>
Acesso em 23 mar. 2007.
<http://www.baleiajubarte.com.br/>
Acesso em 23 mar. 2007.
<http://www.abbra.eng.br/espec21.jpg>
Acesso em 23 mar. 2007.
<http://www.praiadorosa.tur.br/observacoesdasbaleias.htm>
Acesso em 23 mar. 2007.
<http://www.viverde.com.br/observacaodepassaros.html>
Acesso em 23 mar. 2007.
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Para concluir o estudo
Ao chegar ao fi nal desta leitura e desta etapa do curso,
pudemos verifi car que o homem moderno está buscando
resgatar o contato com a natureza, por meio da prática de
esportes ou mesmo apenas por meio da contemplação dos
ambientes naturais.
Fizemos uma agradável viagem ao começo da civilização
moderna e verifi camos que o ser humano sempre buscou
separar um tempo e destiná-lo ao lazer. Concluímos que em
alguns períodos de nossa história, o lazer foi confundido
com ócio, e este termo acabou ganhando signifi cado
pejorativo, para uma sociedade em que só o trabalho era
nobre. Veio a culpa e com ela a necessidade de redenção.
Esta expiação acabou acontecendo naturalmente, com a
utilização de técnicas e instrumentos que ora eram usados
apenas para o trabalho, hoje são utilizados como forma de
agradável diversão. O homem treinava para suas atividades
diárias, brincando!
Os esportes ganharam força e representação, foram
normatizados e sua divulgação conquistou adeptos. E,
na atualidade, um dos fenômenos que mais rende divisas
e ocupa pessoas no mundo, o turismo, vem se destacando
pela categoria de turismo de esportes e aventura. Nesta
modalidade de turismo, as pessoas são atraídas para locais
onde podem realizar sua “fuga”, praticar seu esporte, entrar
em contato com a natureza, e, com segurança, brincar com
emoções e buscar a integração social com a consciência
ecológica.
Então, pode-se concluir nesta etapa que o contato com o
ambiente natural e sua preservação podem ser a “desculpa”
principal para o desenvolvimento de regiões que são belas
por natureza, e aguardam a ocupação racional de seus
recursos.
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Nesta etapa, caro aluno, já iniciamos o estudo do Ecoturismo,
que será aprofundado no decorrer do curso, mas desde já,
pudemos acompanhar a importância e a responsabilidade que
nos é delegada não somente com a natureza e com os clientes,
mas principalmente com as gerações que irão nos substituir neste
exuberante cenário que nos foi presenteado. Nosso país, nosso
planeta!
Bom prosseguimento!
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Referências
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Sobre os professores conteudistas
LUIZ GUILHERME BUCHMANN FIGUEIREDO
é formado em Agronomia, pela Universidade Federal
de Santa Maria. Concluiu Curso de Mestrado em
Ciência dos Alimentos, na Universidade Federal de
Santa Catarina. É professor da UNISUL desde o ano
2000, coordenando os estágios do curso de Turismo
presencial até 2002. Atualmente coordena o Curso de
Gastronomia da UNISUL, o curso de Pós-Graduação
em Gestão Estratégica em Gastronomia, o curso de
Turismo, na modalidade a distância.
Iniciou as atividades em ensino a distância em 1996,
quando publicou 8 cadernos sobre Turismo, no
Jornal Diário Catarinense. Desde o ano 2000, utiliza
as ferramentas da modalidade a distância em suas
disciplinas presenciais.
Como experiência profi ssional, além de consultorias para
diversos hotéis, tem uma vivência de mais de 6 anos com
a realidade italiana, por meio de projetos desenvolvidos
em parceria com aquele país desde o ano 2001.
JOÃO GERALDO CARDOSO CAMPOS é professor
de Educação física com mestrado em administração. É
professor da Unisul há 5 anos, tendo exercido a função de
coordenador da empresa junior de Turismo e trabalhado
ativamente em projetos de recreação em hospitais.
Hoje ministra disciplinas na modalide presencial do
curso de Turismo e é o coordenador de eventos do
Campus Norte da UNISUL.
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Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação
Unidade 1
1- A evolução do lazer aconteceu passo a passo com a evolução do homem e dos processos de trabalho. Qual a diferença entre o lazer desenvolvido antes e após a Revolução Industrial?
Você deverá considerar nesta questão que as atividades de lazer sempre estiveram presentes na história do homem. Evoluíram com as diferentes sociedades, refl etindo seus interesses. Com a Revolução Industrial, o tempo de não-trabalho do homem foi reduzido sensivelmente, pois o tempo passou a ser utilizado unicamente para o desenvolvimento profi ssional e geração de rendas. Nesta etapa surgiu a necessidade de estudos que concluíram que o tempo livre deveria ser utilizado para as atividades de lazer, como forma de garantia da qualidade de vida, em um tempo e espaço cada vez menos disponível para tal fi m.
2- Dentre os diversos conteúdos do lazer, na sua visão, qual deles sofre uma maior infl uência dos obstáculos às práticas de lazer? Justifi que sua resposta.
Esta é uma resposta bem pessoal. Dica: leve em consideração os fatores socioambientais e os individuais.
3- O turismo e o esporte de aventura como componentes de lazer podem desenvolver-se em diversos ambientes. No ambiente rural, a visão conservacionista destas práticas se torna um limitante ou uma possibilidade de desenvolvimento e preservação?
Para responder esta questão, considere que para desenvolver as práticas no meio rural deverá ser acompanhada de um estudo detalhado e de uma política de preservação ambiental.
4- No cotidiano das cidades e da sociedade o tempo livre está sendo cada dia mais utilizado para o desenvolvimento de obrigações de trabalho, família e sociedade. O conceito de lazer de Joff re Dumazedier prevê que o lazer somente poderá
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ser realizado após o desvencilhamento de tais obrigações. Neste sentido, em quais momentos do dia o homem poderá realizar suas práticas de lazer?
Esta questão também tem um pré-conceito pessoal. Mas vamos considerar que o trabalho médio do brasileiro é de 40 horas por semana, 11 meses por ano...
5- Devido aos obstáculos cada dia mais presentes e às limitantes das ações de lazer, tais práticas acontecem em sua grande maioria no ambiente doméstico. Na sua visão e de acordo com a crescente especulação imobiliária, os locais de moradia estão aptos a possibilitar espaços de lazer?
Considere também o fator regional. Em uma grande capital essa premissa é verdadeira, já em ambientes rurais, as características imobiliárias mudam consideravelmente.
Unidade 2
1- De que maneira no ambiente rural, o ambiente físico relaciona-se com o ambiente pessoal?
Pense um pouco: como que o ambiente infl uencia o comportamento das pessoas? Será que num ambiente rural iremos nos comportar da mesma forma que num grande centro urbano? Considere os planos do ambiente físico e também o comportamento humano nestes ambientes.
2- O ambiente pessoal e suas diversas dimensões constituem a valorização ético-ambiental?
Será que uma pessoa que supera seus limites na realização das atividades de aventura, pode correlacionar estas emoções em seu dia a dia?
3- A relação entre atividades e planos se apresenta de acordo com o tipo de atividade. Cite, abaixo, as atividades relacionadas ao plano horizontal e ao plano vertical e justifi que.
Esta questão dispensa comentários. Cite as atividades previstas para cada plano e explique o porquê desta classifi cação.
4- O turismo esportivo e de aventura no ambiente rural apresenta-se como uma das diversas possibilidades de lazer individual e coletiva. Sendo assim, qual a relação entre os obstáculos para o lazer e as causas de impactos ambientais?
Teremos que pensar um pouco sobre as conseqüências de um turismo não-planejado. Através desta análise, poderemos considerar os obstáculos, sendo que para cada um podem estar relacionados os impactos ambientais.
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Unidade 3
1- Em sua região existem rios que podem ser utilizados para a prática de rafting? Realize esta pesquisa e explane sua resposta.
Então, você pode verifi car através da internet ou até mesmo buscando informações na prefeitura ou agência de turismo receptivo de sua cidade. Publique fotos ou artigos na ferramenta exposição.
2- E em relação ao trekking? Existe um mapa de trilhas? Como poderia ser intensifi cado este esporte em sua região? Descreva.
Você pode utilizar a mesma visita acima para verifi car a existência deste recurso turístico. Se for constatada a inexistência, procure verifi car quais são as trilhas mais utilizadas em sua região.
3- Na sua próxima caminhada, observe se nas pedras com descidas apropriadas, existem grampos próprios para rapel ou para montanhismo. Procure saber se na sua região existe algum grupo de rapel ou montanhismo. Descreva suas observações.
Isto é muito fácil de observar. Os grampos são como ganchos fechados e fazem um caminho em zigue-zague nas rochas. Existem 2 tipos de grampos, de acordo com a localização, podem servir para escalada ou para prática de rapel.
4- Vamos descobrir onde existem campeonatos de mountain bike em nosso País? Pesquise e descreva os resultados encontrados.
Inicie uma busca pela internet, em páginas de busca. Ali você encontrará uma série de sites que informam os locais e as datas dos eventos.
5- Um desafi o: quem já praticou o parapente? Conhece alguém que praticou? Descreva suas considerações.
Não se desespere! Se você não praticou este esporte, mas já realizou um outro esporte radical, está valendo!!!
Se o máximo que você já fez foi andar de elevador... pense em experimentar algo junto à natureza, pois melhor que estudar estes esportes, é experimentá-los.
Unidade 4
1- Existem atividades hípicas na sua região? Apenas de competição ou já se realizam cavalgadas?
Verifi que nas associações hípicas de sua cidade ou mesmo pela internet.
2- Qual o circuito de Canyoning mais próximo de sua região?
Esta atividade você também encontra facilmente por uma consulta nos sites de busca.
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3- Existe a possibilidade de seu município investir na realização de uma etapa regional das atividades com o balonismo?
Para analisar esta questão, você deverá verifi car se além de espaço físico, existiria interesse dos empresários locais e dos órgãos públicos para a realização do evento. Visite a secretaria de turismo ou de esportes de sua região. Aproveite para divulgar as suas atividades e conversar um pouco sobre turismo rural.
4- Como funcionam os pesqueiros de sua região?
Faça um pequeno levantamento dos pesqueiros. Aproveite para efetuar uma visita com sua família e aproveitar um momento de diversão. Tire fotos e compartilhe conosco no ambiente virtual.
Unidade 5
1- Você já efetuou uma atividade contemplativa? Pense e discuta onde foi sua última visita a algum local natural que apresenta atrativos para serem fotografados:
Como você se comportou em relação ao seu lixo?
Quantas fotos você tirou?
Existiam sinalizações sobre o que estava observando e como proceder para não poluir ou desconfi gurar o local?
Atenção!!! Questão extremamente pessoal... seja honesto e aproveite a refl exão para planejar seu próximo passeio em meio natural, preservando o ambiente.
2- Quais são as vantagens em ser receptivo de turismo de observação para os moradores de uma cidade rural?
Analise a questão em relação à valorização dos recursos naturais e da geração de renda para a população autóctone.
3- Quais os cuidados que se deve tomar para que o atrativo não seja desconfi gurado?
Mais uma vez, considere os valores ambientais e culturais.
4- Quais são os recursos de contemplação de sua região?
Cite pelo menos 2 locais famosos pela beleza natural, e faça um levantamento do que tem sido feito para a manutenção dos mesmos.
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