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    As transforma~oes

    tecnico-cientificas,

    economicas e politicas

    1. Revolu~ao tecnol6gica:

    impactos e perspectivas

    Inicialmente, buscaremos compreender em que con-

    sistem as transforma

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    Verifica-se, nessa compreensao, urn determinismo tec-

    nologico que nao corresponde inteiramente a realidade.E preciso considerar que as transforma

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    Fornece as condic;:oesobjetivas para um sistema de produc;:ooem

    massa e para a ampliac;:oodo trabalho assalariado.

    Aumenta a organizac;:oo e a gerencia do trabalho no processo de

    produc;:oo,por meio da administrac;:oocientifica do trabalho (propos-

    ta por Taylor e Ford): racionalizac;:oo do trabalho para aumento daproduc;:oo,eliminac;:oodos desperdicios, controle dos tempos e movi-

    mentos dos trabalhadores na Iinha de montagem.

    Ocasiona a fragmentac;:oo, a hierarquizac;:oo, a individualizac;:ooe

    a especializac;:oo de tarefas (Iinha de montagem).

    Intensifica ainda mais a divisoo tecnica do trabalho, ao mesmo

    tempo em que promove sua padronizac;:oo e desqualificac;:oo.

    Faz surgir as escolas industriais e profissionalizantes (escolas tecni-

    cas), bem como 0operario-padroo.

    TERCEIRAREVOLU

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    agricultura, industria, comercio, pesquisa, transporte, tele-

    comunica

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    da agricultura e da industria, que passam por urn proces-

    so de enxugamento e retra

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    A EDucAt;:Ao ESCOLAR NO CONTEXTO DAS TRANSFORMAt;:OES DA SOCIEDADE CONTEMPORA.NEA As TRANSFORMAt;:OES T ECNICO-CIENTiFICAS, ECONOMICAS E POLiTICAS

    area de transmissao a cabo ou por assinatura. Ensaia,

    ainda, experimentos de interatividade, em que e possivel

    obter urn feedback dos telespectadores mediante enque-

    tes, respostas, debates, conversas, registro, recebimento de

    informa

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    As TRANSFORMAC;:OES TECNICO-CIENTiFICAS, ECONOMICAS E POLiTICAS

    insignificante e pobre de conteudo, mas determinante

    na crias:ao das condis:6es objetivas atuais de formas:ao de

    uma cultura de massa mundial e de globalizas:ao do capi-

    tal, como veremos adiante. A globalizas:ao s6 se tornou

    possivel gras:asexatamente a urn sistema global, altamen-

    te integrado pelas telecomunicas:6es instantaneas.Desse modo, a evidente utilizas:aoelitista e tecnomitica

    da informas:ao e das novas tecnologias a ela relacionadas

    imp6e 0desafio de perceber as potencialidades contradi-

    t6rias e libertadoras da revolus:ao informacional, bem

    como as condis:6es e as estrategias de luta pela demo-

    cratizas:ao da informas:ao no contexto de uma sociedade

    cada vez mais globalizada, 0que sup6e tambem demo-

    cratizar a politica de comunicas:ao, como a concessao

    de canais de radio e de TV.

    CAPITALISMO: aspectos gerais

    CONCEITUA

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    oj Capit al ismo concorrenci al - secul o X V III e infcio do seculo XIX

    etapa chamada tambem de Primeira Revolu~ao Industrial, fase in-

    dustrial, capitalismo competitivo, fase do capital mercantil;

    surge com as m6quinas movidas a energia (a vapor e, depois, ele-

    trica) e promove r6pido crescimento, que se faz acompanhar de pro-gresso tecnico;

    nasce a economia politica (com A. Smith e D. Ricardo) e a ideologiado laissez-faire (concorrencia generalizada com a elimina~aodo Estado

    na regula~ao e no controle do mercado, do trabalho e do comercio);

    divisao do trabalho coordenada ou orientada pelos mercados em

    que as mercadorias sac vendidas (importa~ao/exporta~ao).

    bj Capi tali smo monopol is ta - secul o X IX e infcio do seculo X X

    etapa chamada tambem de imperialismo, capitalismo dos mono-

    polios, Segunda Revolu~ao Industrial;

    abandona 0 laissez-faire, com a conseqUente interven~ao nas ativi-

    dades economicas e sua regula~ao;

    consolida~ao dos Estados nacionais;

    cria~ao de mecanismos de absor~ao do excedente para manuten~ao

    do crescimento;

    inicio da negocia~ao coletiva;

    produ~ao/ consumo de massas (fordismo)e elevadas despesas estatais;

    dominio da maquinaria no processo de trabalho/ desqualifica~ao do

    trabalho;

    produ~ao mais socializada e concentra~ao do capital; trabalhador coletivo/trabalho parcelar e integrado;

    substitui~ao da concorrencia entre capitais industriais pelos mono-

    polios (aumento do lucro das empresas monopolistas);

    sistema de credito orientando a divisao social do trabalho. 0 juro

    e a forma predominante de apropria~ao da mais-valia, sendo a com-

    pensa~ao para quem detem 0capital;

    fascismo e nazismo resultam em parte da tendencia do capitalismomonopolista/ estatismo conservador. Esses regimes organizam a vida

    social de maneira totalit6ria, com 0apoio da burguesia ou da ciasse

    media. Sao regimes militares, nacionalistas e antidemocr6ticos .

    c) Capi tali smo monopol is ta de E st ado - secul o X X (pos-SegundaGuerra Mundial)

    etapa chamada tambem de Estado benfeitor, Estado benefici6rio,Estado de bem-estar social, capitalismo de Estado, neoliberalismo

    social-democrata;

    papel do Estado articulado ao sistema de credito e aos mercados,

    na coordena~ao da divisao social do trabalho;

    planejamento macroeconomico (economia planificada) e politicas

    de distribui~ao de renda e pleno emprego;

    maior socializa~ao das for~as produtivas;

    Estado empres6rio, regulador e interventor;

    produ~ao de bens e servi~os pelo setor publico; Estado intervem em favor dos monopolios (fusao: Estado-capital

    monopolista).

    d) Capi tali smo concorrenci al global - secul o X X (infcio do deca-

    d o d e 8 0)

    Etapa chamada tambem de pos-capitalismo, economia de merca-

    do, capitalismo f1exivel,neoliberalismo de mercado, Terceira Revolu-

    ~ao Industrial;

    Estado minimo e economia de mercado; desregulamenta~ao e pri-

    vatiza~ao;

    acumula~ao f1exiveldo capital, da produ~ao, do trabalho e do mer-cado;

    sistema financeiro autonomo dos Estados nacionais;

    mudan~as tecnico-cientificas aceleradas;

    ordem economica determinada pelas corpora~5es mundiais, pelas

    transnacionais, pelas institui~5esfinanceiras internacionais e pelos pai-ses centra is;

    globaliza~ao/integra~ao da produ~ao, do capital, dos mercados edo trabalho.

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    Acelera~ao,integra~ao e reestrutura~ao capitalista

    o capitalismo lan

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    Globaliza~ao dos mercados: inclusao ou exclusao?

    Embora 0termo globaliza

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    diversifica-se e torna-se cada vez mais escasso, apesa r d e

    seu caniter ainda altamente nacional, criando uma ten-

    sao basica no novo processo produtivo: de urn lado, as

    demandas por eleva

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    financeiro intemacional, a fim de buscar formas de apli-

    cac;:oeslucrativas em paises que se abrem ao capital exter-

    no. Isso acontece porque 0 capital financeiro percorre

    virtualmente 0mundo por meio dos computadores, pro-

    curando as melhores condic;:oes geopoliticas para sua

    reproduc;:ao, ou melhor, para a gerac;:aode altas taxas de

    lucro, como tambem para se resguardar de desequilibrios

    economicos e fugir dos impostos.

    A globalizac;:ao financeira tern ocorrido, em grande

    parte, grac;:asao empreendimento dos donos do capital

    para tomar 0sistema financeiro autonomo dos Estados

    nacionais, evidentemente com a ajuda do programa do

    neoliberalismo de mercado. Tal empreendimento mate-

    rializa-se atualmente na abertura economica, com a desre-

    gulamentac;:ao,a nao-intermediac;:ao e 0desbloqueio (fim

    das restric;:oeslegais), os quais permitem ao capital finan-

    ceiro cruzar as fronteiras e circular livre e desimpedido.

    A autonomizac;:ao da esfera financeira facilita a circu-

    lac;:aodo capital ap

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    De outro lado, 0poder de decisao ocorre nas instan-

    cias mundiais de concentrayao do poder economico, po-

    litico e militar, como a Organizayao das Nayoes Unidas

    (ONU),o grupo dos sete paises mais ricos ou poderosos

    (G-7), a Organizayao do Tratado do Atlantico Norte

    (Otan),o Fundo Monetirio Internacional (FM!), 0Banco

    Mundial (Bird), 0Acordo Geral de Tarifas e Comercio

    (Gatt), a Organizayao de Cooperayao e Desenvolvimento

    Economico (OCDE) e a Organizayao Mundial do Co-

    mercio (OMC). Alem dessas instancias, e preciso consi-

    derar, ainda, 0papel socioideol6gico desempenhado por

    outras organizayoes mundiais, como a Organizayao da

    ONU para a Educayao, Ciencia e Cultura (Unesco), a

    Organizayao Mundial de Saude (OMS), a Organizayao

    Internacional do Trabalho (OIT), bem como as organiza-

    yoes nao-governamentais (ONGs). Ha, em geral, perfeita

    simbiose entre os interesses das corporayoes transna-

    cionais e a tomada de decisao nas instancias superiores

    de concentrayao do poder mundial, sobretudo naquelas

    que tratam dos assuntos economicos e militares.

    As corporayoes transnacionais e as instancias supe-

    riores de concentrayao de poder san cada vez mais cons-

    tituintes, ordenadoras e controladoras da nova ordem

    mundial. Com poder de deliberayao, em ambito mun-

    dial, no campo economico, politico e militar, impoem e

    monitoram as politicas de ajustes do projeto sociopolitico-

    economico do neoliberalismo de mercado, ou melhor,dos interesses da burguesia mundial.

    Os paises ricos ou primeiro-mundistas desempe-

    nham papel ativo na criayao e na sustentayao dessa so-

    ciedade politica global, com especial destaque para a

    posiyao determinante do grupo dos sete paises mais ricos

    ou poderosos do mundo (G-7: Estados Unidos, Canada,

    Japao, Alemanha, Inglaterra, Franya e Italia) nas instan-

    cias superiores do poder mundial, como mostra 0esque-

    ma proposto por Steffan (1995, p. 518).

    o Estado G lobalI

    Governo global

    IGrupo G-7

    IEstrutura executiva

    IPolitico

    ISociallideol6gico

    ONUAssembleia Geral

    Secretaria GeralCorte Internacional de Justis;a

    Unesco

    OMSOil

    IMilitar

    BirdFM I

    OCDEOMC

    Gatt

    ONUConselho de

    Segurans;a

    Embora ocorram conflitos por causa de interesses

    divergentes, as decisoes do G-7, no tocante a nova ordem

    economica mundial, correspondem a cota de poder decada pais no interior do Estado global. Desse modo, essas

    potencias mundiais tern conseguido:a) atender aos interesses do capital transnacional;

    b) controlar os riscos da sociedade global;

    c) instalar urn sistema de rapida advertencia aos merca-

    dos emergentes de paises do terceiro-mundo;

    d) impor uma hierarquia de poder transnacional;

    e) implementar as politicas neoliberais nos paises ter-

    ceiro-mundistas e disseminar a visao de mundo neolibe-

    ral, isto e , de uma sociedade regida pelo livre mercado.

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    3. Neoliberalismo: 0mercado como

    principio fundador, unificador

    e auto-regulador da sociedade

    da igualdade. Alternando-se conforme 0 estagio de

    desenvolvimento e de adapta~ao, ambos tern impul-

    sionado e sustentado ideologicamente determinados

    processos de moderniza~ao. De modo geral, percebe-se

    que 0paradigma da liberdade economica, da eficiencia e

    da qualidade tern prevalecido nos momentos em que 0

    capitalismolliberalismo e mais concorrencial, ao passo

    que 0paradigma da igualdade tern sido mais hegemoni-

    co nos momentos em que 0 capitalismolliberalismo e

    mais estatizante-democratico.

    Dessa forma, com 0auxilio dos dois paradigmas, 0li-

    beralismo tern demonstrado capacidade de adaptar-se,

    de incorporar criticas e de mudar de significado em cada

    momenta (tempo e espa~o) pr6prio do desenvolvimento

    do capitalismo, expressando sempre uma visao de mundo

    que ordene e mantenha a sociedade capitalista como uma

    realidade definitiva que se aperfei~oa para 0bem comum.Embora pare~am antagonicos em alguns momentos

    hist6ricos, os dois paradigm as tern basicamente a mesma

    origem e, na essencia, semelhantes germes constitutivos.

    Os germes constitutivos do paradigma da liberdade eco-

    nomica, da eficiencia e da qualidade sao percebidos com

    maior visibilidade no Iluminismo, no liberalismo classico

    (com J . Locke e A. Smith), no liberalismo conservador e

    no positivismo, enquanto os constitutivos do paradig-

    ma da igualdade estao mais presentes no Iluminismo, no

    liberalismo classico (com J . J . Rousseau) e na Revolu~ao

    Francesa.

    Ha, no entanto, uma percep~ao mais clara dos dois

    paradigmas quando se voltam os ollios para as condi~6es

    objetivas do mundo ap6s a Segunda Guerra Mundial.

    Nesse contexto, 0capitalismo monopolista de Estado,

    com seu social-liberalismo ou Estado de bem-estar social,

    tern como dimensao discursiva 0paradigma da igual-

    dade, e 0capitalismo concorrencial global, com seu neoli-

    beralismo de mercado, tern como discurso 0paradigm a

    da liberdade economica, da eficiencia e da qualidade.

    E possivel dizer que 0 capitalismolliberalismo vemassumindo duas posi~6es classicas que se revezam: uma

    concorrencial e outra estatizante, muito embora seja

    comum encontrar classifica~6es que apresentam quatro

    etapas de desenvolvimento, como vimos na sintese de

    estudo sobre 0capitalismo.

    As duas posi~6es ou macrotendencias (a concorren-

    cial e a estatizante) vem orientando historicamente os

    projetos de sociedade capitalista-liberal, de educa~ao e

    de sele~ao dos individuos. A prirrieira delas, a concor-

    rencial, cuja preocupa~ao central e a liberdade econo-

    mica (economia de mercado auto-regulavel), define-se

    nas seguintes caracteristicas: a livre concorrencia e 0fortalecimento da iniciativa privada com a competitivi-

    dade, a eficiencia e a qualidade de servi~os e produtos;

    a sociedade aberta e a educa~ao para 0desenvolvimento

    economico em atendimento as demandas e as exigencias

    do mercado; a forma~ao das elites intelectuais; a sele~ao

    dos melhores, baseada em criterios naturais de aptid6es

    e capacidades. A segunda tendencia, a estatizante, apre-

    senta caracteristicas cuja preocupa~ao central e de con-

    teudo igualitarista-social, com 0objetivo de: efetivar uma

    economia de mercado planejada e administrada pelo

    Estado; promover politicas publicas de bem-estar social

    (capitalismo social); permitir 0desenvolvimento mais

    igualitario das aptid6es e das capacidades, sobretudo por

    meio da educa~ao e da sele~ao dos individuos baseada

    em criterios mais naturais.

    o desenvolvimento hist6rico das duas macrotenden-cias leva-nos, ainda, a perceber a existencia de dois para-

    digmas de condu~ao de projetos diferenciados de moder-

    niza~ao capitalista-liberal: 0paradigma da liberdade

    economica, da eficiencia e da qualidade e 0paradigma

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    No periodo entre as guerras mundiais, em que surge

    a expressao neoliberalismo, duas tendencias liberais esta-

    yam presentes: uma que aparece como reas:ao ao libe-

    ralismo conservador e ao positivismo (e assimila teses

    socialistas) e outra fiel ao liberalismo de J. Locke eA.

    Smith, com pinceladas do conservadorismo, do autorita-rismo e do elitismo (liberalismo conservador/positivis-

    mo). E possivel notar que essas duas perspectivas seop6em na ados:ao de as:6espoliticas, economicas, sociais

    e culturais, para obter hegemonia na condus:ao de urn

    projeto de modernizas:ao capitalista.

    A primeira tendencia, 0 novo liberalismolsocial-

    liberalismo, que tern J . Dewey (1859-1952) eM. Keynes

    (1883-1946) como maio res expoentes, assume a hege-

    monia ideol6gica na sociedade capitalista da Segunda

    Guerra Mundial ate a primeira metade da decada de 70,

    quando, entao, comes:aa se esgotar. A segunda, 0neolibe-

    ralismo de mercado (conservador e elitista), cujo maior

    expoente e F. A. Hayek, sai de seu estado de hibernas:ao

    para dar novo folego e solus:6es a crise mundial da deca-

    da de 70,akans:ando seu ponto mais alto nos governos de

    Ronald Reagan (EUA) e Margaret Thatcher (Inglaterra).

    Vale ressaltar, todavia, dois aspectos fundamentais:

    primeiro, 0neoliberalismo teorizado por Hayek nao sig-

    nifica 0 fim do novo liberalismolsocial-liberalismo de

    Keynes e Dewey ou mesmo uma negas:ao de todos os fun-

    damentos do liberalismo c1

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    Neoliberalismo

    de mercado

    Social-liberalismo/ Neoliberalismo

    Novo liberalismo de mercado

    d) Educa

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    mundial do capitalismo monopolista de Estado e do

    social-liberalismo/novo liberalismo. Nesse momenta da

    vida nacional, sucede a tentativa de transformar a socie-

    dade tradicional e arcaico-rural em uma sociedade mo-

    derna e urbano-industrial.

    o Estado brasileiro, no periodo de 1930-1964, expan-diu-se, a fim de nacionalizar e desenvolver a economiabrasileira, particularmente a industrializa~ao, por meio

    da substitui~ao das importa~6es. Passou, tambem, a ado-

    tar programas de educa~ao e de saude publica, de assis-

    tencia a agricultura, de regula~ao dos pre~os, de seguros

    sociais e outros. Criou ainda uma legisla~ao trabalhista

    que fez concess6es ao proletariado, assegurando direi-

    tos sociais como sahirio minima, ferias remuneradas e

    aviso previo. De maneira geral, no periodo populista am-

    pliaram-se os direitos sociais, economicos e politicos dos

    cidadaos, em que pesem os sinuosos caminhos de cons-

    titui

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    Todavia, a necessidade de criar uma cultura tecnol6-

    gica para a expansao d o ca pi tal, alem da requalifica

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    Neoliberalismo e educa

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    A EDUCA

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    A EDUCAc;:Ao ESCOLAR NO CONTEXTO DAS TRANSFORMAC;:OES DA SOCIEDADE CONTEMPOAANEA

    voltarem as tradiyoes liberais para encontrar 0 proprio

    desenvolvimento economico. Exemplos da adoyao dessa

    orientayao multiplicam-se na America Latina: Chile,

    Mexico, Argentina, Brasil e outros.

    a neoliberalismo de mercado, ao menos concei-

    tualmente, luta contra 0estatismo, ou seja, contra 0Esta-

    do maximo, contra 0planejamento economico, contra

    a regulamentayao da economia e contra 0 chamado

    protecionismo, ao mesmo tempo em que se enraiza no

    mercado mundial, direcionando a construyao da nova

    ordem internacionaL Assim, essa nova ordem postula a

    liberayao total do mercado e a transferencia de todas as

    areas e serviyos do Estado para a iniciativa privada.

    Aos governos dos paises desenvolvidos (com suas

    multinacionais, corporayoes, conglomerados e organi-

    zayoes) interessa urn mundo sem fronteiras (ao menos,

    sem as dos paises subdesenvolvidos), mediante a moder-nizayao da economia, a abertura dos mereados ao capital

    transnacional, a integrayao economica, a nao-intervenyao

    dos Estados na economia (com sua conseqiiente dimi-

    nuiyao), a saida dos Estados do setor de produyao (por

    sua privatizayao), a diminuiyao do deficit publico e a

    diminuiyao de gastos do fundo publico em politicas pu-

    blicas e sociais.

    a capital parece ter vida propria e globaliza-se de

    forma natural e espontanea, indicando os caminhos para

    o progresso e para 0desenvolvimento de todos os paises.Varios organismos multilaterais (aNU, Banco Mundial,

    FMI, Unesco, Cepal e outros) e, por conseqiiencia, na-

    cionais orientam e impoem as politicas governamen-

    tais para os fins desejados pelo capital transnacionaL

    Dissemina-se 0 discurso de integrayao dos paises sub-

    desenvolvidos a economia mundial, como forma de

    tornarem-se desenvolvidos e serem salvos de urn futuro

    catastr6fico nao demarcado pelos estagios do capita-

    lismo avan

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    ideologicamente, os principios de universalidade, gra-

    tuidade, laicidade e obrigatoriedade do ensino.

    Contraditoriamente, no entanto, vem-se discutindo

    o problema da requalifica

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    como 0controle do processo produtivo e 0aumento da

    produtividade, ao passo que a tecnologia educacional-

    se preocupa com 0metodo cientifico, para obter eficien-

    cia, efiGiciae qualidade no processo pedag6gico - todos

    os componentes educacionais (objetivos, administra

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    no setor educacional. A compreensao hist6rica dos ger-

    mes constitutivos da 16gicacapitalista-liberal reve1a,por

    sua vez, seu carater conservador-elitista. Dai a necessi-

    dade de considerar a nova onda de forma hist6rico-

    critica, a fim de apreender a dire~ao politica e as reais

    possibilidades de democratiza~ao da sociedade e da edu-

    ca~ao. Essa tare fa esti associada a urgente necessidadede uma reestrutura~ao educativa capaz de corresponder

    aos desafios impostos pe1asociedade tecno16gica a escola

    e ao campo da educa~ao em geral.

    Capitulo II

    A EDUCA~Ao ESCOLAR PUBLICA

    E DEMOCRATICA NO CONTEXTO

    ATUAL: UM DESAFIO FUNDAMENTAL

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    Programa de educa~ao dogoverno Lula: Uma Escola

    do Tamanho do Brasil

    Uma Escola do Tamanho do Brasil e 0 nome do

    programa para educara.o do governo federal que assumiu

    o Pais para um mandato de quatro anos, de 2003 a

    2006. 0fato de, pela primei ra v ez, 0presidente brasileiro

    vir das camadas populares p od e sinalizar que 0Pais

    comera a tecer uma nova historia. A educara.o e uma

    area que devera contar com diferenras de tratamento em

    relara.o ao passado proximo e distante. 0titulo do

    programa para educara.o expressa a prioridade que0

    governo propoe oferecer it area. "Pensar a educa

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    1. Democratiza~ao do acessoe garantia de permanencia

    repetencia e a evasao. Tambem se fani com que a pratica

    social e a experiencia de vida dos alunos sejam incluidas,

    como elementos fundamentais, na organizac;:aodo conhe-

    cimento e da cultura.

    A valorizac;:aoprofissional dos docentes dar-se-a junto

    com a valorizac;:ao do projeto politico das escolas, uma

    vez que 0projeto da escola passa a ser referencia para aprogressao funcional baseada na experiencia e no desem-

    penho dos compromissos desse projeto. Sera incenti-

    vada a criac;:aode centros de formac;:aopermanente e de

    aperfeic;:oamento dos profissionais da educac;:ao,por esta-

    dos ou regiao, articulados com as universidades e com

    os sistemas de educac;:aobasica. Incentivar-se-a tambem

    a publicac;:aode trabalhos, pesquisas, analises e descric;:6es

    de experiencias pedagogicas bem-sucedidas de autoria

    dos profissionais da educac;:aobasica.

    Democratizar nao significa apenas construir novas

    escolas.Apesar de importante, so isso nao garante 0aten-

    dim ento, verdade valida especialmente na zona ruraL E

    preciso ampliar 0atendimento e assegurar a utilizac;:aode todas as alternativas para garantir 0acesso e a per-

    manencia, articulando ate mesmo os servic;:osde trans-

    porte escolar.

    Para institucionalizar 0esforc;:ode todos em prol da

    democratizac;:ao do acesso a escola e da garantia de per-manencia nela, buscar-se-a a construc;:ao de urn Sistema

    Nacional Articulado de Educac;:ao,de sorte que Estado e

    sociedade, de maneira organizada, autonoma e perma-

    nente, possam, por meio de uma gestao democratica e

    participativa, atingir os objetivos propostos.

    3. Regime de colabora~ao

    e gestao democniticaA qualidade social traduz-se na oferta de educac;:aoes-

    colar e de outras modalidades de formac;:aopara todos,

    com padr6es de excelencia e de adequac;:ao aos interes-

    ses da maio ria da populac;:ao.Tern como conseqiiencia a

    inclusao social, por meio da qual todos os brasileiros se

    tornam aptos ao questionamento, a problematizac;:ao, atomada de decis6es, buscando soluc;:6escoletivas possiveis

    e necessarias a resoluc;:aodos problemas de cada urn e dacomunidade onde se vive e trabalha (PT, 2002, p. 10).

    o conceito de qualidade social que procurara per-mear a politica educacional dos proximos quatro anos

    - a qual sera definida pela comunidade escolar, pelos

    especialistas e estudiosos, pelos trabalhadores, enfim, por

    todos os que estao envolvidos no processo formativo -

    e discutido como se segue.

    Em sua perspectiva, sera repensada a organizac;:aodos

    tempos e dos espac;:osdas escolas, como a estrutura seria-

    da, de forma que evite a exclusao, a qual tern levado a

    Para cumprir os dispositivos da Lei de Diretrizes e Ba-

    ses da Educac;:aoNacional em vigor, que estabelece 0regi-

    me de colaborac;:ao entre as esferas administrativas, 0

    governo Lula encaminhara proposta de lei complemen-

    tar para regulamentar a cooperac;:ao entre as esferas de

    administrac;:ao e instituir as instancias democraticas de

    articulac;:ao.Buscara tambem reverter 0atual processo dem,unicipalizac;:ao predatoria da educac;:ao.

    Algumas das propostas nessa direc;:aosao:

    a) instituir 0sistema nacional de educac;:ao, normati-

    vo e deliberativo, para articular as ac;:6eseducacionais da

    Uniao, dos estados e dos municipios;

    b) criar 0Forum Nacional da Educac;:aopara prop or, ava-

    liar e acompanhar a execuc;:aodo Plano Nacional da Edu-

    cac;:aoe de seus similares em cada esfera administrativa;

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    c) fortalecer os foruns, os conselhos e as instancias da

    educa

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    de equipamentos, de bibliotecas, de condier6es fisicas e

    de ambiente de estudo. Diante desse quadro, 0governo

    Lula prop5e-se a:

    Estabelecer, em comunhao com os estados, uma politi-

    ca de ampliaerao de vagas, incluindo a construerao de

    novas escolas.

    Formar professores com estrategias de atuaerao no pe-

    riodo noturno, para alcaneraruma nova qualidade, segun-

    do a conceperao da escola unitaria.

    Universalizar gradativamente 0ensino medio para todos

    os portadores de certificaerao do ensino fundamental.

    Articular governo federal e governos estaduais, para ga-

    rantir ensino medio de qualidade, que proporcione urn

    efetivo dominio das bases cientificas, com aer6esefetivas

    sobre predios, sobre equipamentos, sobre a formaerao de

    professores, sobre livros, sobre a participaerao da comu-

    nidade na discussao do processo de avaliaeraoda escola,

    do trabalho pedag6gico e de seus resultados, bem como

    da gestao da escola.

    Educaerao superior

    o Pais tern urn dos men ores indices de matrkulas naeducaerao superior na America Latina (7,7% dos jovens

    na faixa etaria de 18 a 24 anos). Nos ultimos oito anos,

    a matrkula nas instituier6es publicas foi de apenas 28%,

    enquanto nas particulares foi de 86%, em razao da redu-

    eraodo oreramento para 0ensino superior, especialmente

    para as universidades federais.o crescimento da demanda por ensino superior -

    re1acionado ao crescimento de 200%, na decada de 90,

    de concluintes do ensino medio - nao levou 0 subsis-

    tema a responder, com a mesma intensidade, a essa pro-

    cura. 0governo Lula prop6e-se a ampliar as vagas no

    ensino superior, especialmente nas instituier6es publi-

    cas. Para isso, pretende, entre outras coisas:

    Ampliar as vagas no ensino superior em taxas com-

    pativeis com 0Plano Nacional de Educa

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    Revisar a legisla

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    Garantia de vagas em estabelecimentos publicos.

    Garantia de acesso, provendo transporte e adequa

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    5. 0 financiamento publicoda educas;ao no Brasil

    Diario Oficial da Republica Federativa do Brasil, Brasilia,

    DF,1971.

    ___ . Plano Nacional de Educa

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    HAYEK, Friedrich August von. 0 camin ho d a servidao.

    5. ed. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1990. Tradufao e

    revisao de Anna Maria Capovilla, Jos e [talo Stelle e Liane

    de Mo rais Ribeiro.

    JARDIM, Ilza Rodrigues. E nsi no de 1Q e 2Q graus: estru-

    tura e funcionamento. 5. ed. rev. e atualizada. Porto

    Alegre: Sagra, 1988.

    LIBANEO, Jose C. Os significados da educa

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    Nlveis e modalidades

    de educa~ao e de ensino

    A educariio brasileira, tal como estabelece a Constituiriio

    Federal de 1988, nos artigos 205 e 206, visa ao pleno

    desenvolvimento da pessoa, a seu preparo para 0

    exercicio da cidadania e a sua qualificariio para 0

    trabalho. Para atendimento desses objetivos, 0ensino

    deve ser ministrado com base nos

    seguintes principios (art. 206):

    I - igualdade de condi

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    escolar brasileira, em seu titulo V (0 maior deles), com-

    p6e-se de dois niveis: educa

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    Ensino fundamental

    o ensino fundamental e a etapa obrigat6ria da educa-~ao basica. Como dever do Estado, 0acesso a esse ensino

    e direito publico subjetivo, quer dizer, nao exige regula-

    menta~ao para ser cumprido. Seu nao-oferecimento, ou

    sua oferta irregular, importa responsabilidade da auto-

    ridade competente.A oferta do ensino fundamental gratuito estende-se

    a todos os que a ele nao tiveram acesso na idade pr6-

    pria, e nao se restringe apenas entre os 7 e 14 anos, como

    previa a lei anterior.

    o objetivo desse ensino (art. 32 da LDB) e a for-ma~ao basica do cidadao, mediante:

    I - 0desenvolvimento da capacidade de aprender, ten-

    do como meios basicos 0pleno desenvolvimento da

    leitura, da escrita e do caleulo;

    II - a compreensao do ambiente natural e social, do sis-

    tema politico, da tecnologia, das artes e dos valores

    em que se fundamenta a sociedade;

    III - 0desenvolvimento da capacidade de aprendizagem,

    tendo em vista a aquisi~ao de conhecimentos e habi-

    lidades e a forma~ao de atitudes e valores;

    IV - 0fortalecimento dos vinculos de familia, dos la~os

    de solidariedade humana e de tolerancia reciproca

    em que se assenta a vida social (Brasil, 1996).

    o ensino fundamental regular deve ser ministradoem lingua portuguesa, assegurando as comunidades indi-

    genas a utiliza~ao de suas linguas maternas e os processos

    pr6prios de aprendizagem, como a Constitui~ao tambem

    expressa.

    A nova lei da educa~ao faculta aos sistemas de ensino

    desdobrar 0ensino fundamental em cidos. Alguns esta-

    dos, como 0de Sao Paulo, por exemplo, ja fizeram essa

    op~ao e passaram 0primeiro cido, da primeira a quart a

    serie, para a responsabilidade dos munidpios. Essa me-

    dida gerou urn modelo que se estendeu a todo 0Pais.

    o ensino fundamental, como tambem toda a educa-~ao basica, pode organizar-se por series anuais; por pe-

    dodos semestrais, por cielos,-por periodos de estudos,

    por grupos nao seriados, por idade, por competencia

    ou por qualquer outra forma que 0processo de apren-

    dizagem requerer.

    A despeito de sua obrigatoTiedade, a elassifica~ao em

    qualquer serie ou etapa do ensino fundamental pode-se

    dar independentemente de escolaridade anterior, por

    meio de avalia~ao feita pela escola que defina 0grau de

    desenvolvimento e a experiencia do candidato e permi-

    ta sua inscri~ao na serie mais adequada.

    A jornada escolar noensino fundamental deve ser

    de, ao menos, quatro horas de efetivo trabalho em sala

    de aula, sendo progressivamente ampliada para tempo

    integral, a criterio dos sistemas de ensino. Vale destacar

    que essa defini~ao de amplia~ao da carga horaria ~m,pli-

    ca significativo aumento dos recursos financeiros a serdestinados a manuten~ao e ao desenvolvimento do ensi-

    no, uma vez que pressupoe a constru~ao de novas esco-

    las e salas de aulas, a eleva~ao do numero de professores

    e de outros profissionais, alem de outros custeios, de

    forma que atendam a demanda por periodo integral. Pelo

    que expressa 0Plano Nacional de Educa~ao, aprovado

    pela Lei 10.172, de 9 de janeiro de 2001, para os dez

    anos seguintes, nao ha previsao de recursos financeiros

    (Brasil, 2001).

    Os currkulos do ensino fundamental e medio in-

    eluem uma base nacional comum e uma parte diversifi-

    cada a ser complementada em cada sistema de ensino,

    levando em conta as Diretrizes Curriculares Nacionais

    definidas pelo Conselho Nacional de Educa~ao para uma

    e outra etapa da educa~ao basica.

    A Resolu~ao CNE/CBE n22/98 (Brasil, MEC, CNE/

    CEB, 1998a), que fixa as diretrizes curriculares nacio-

    nais para 0 ensino fundamental, apresenta como prin-

    dpios norteadores da a

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    responsabilidade, a solidariedade, 0respeito ao bem co-

    mum, os direitos e deveres da cidadania, os exercicios

    da criticidade e tambem os principios esteticos, tais co-

    mo a sensibilidade, a criatividade e a diversidade de mani-

    festa

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    As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), insti-

    tuidas pela Resolwrao CNE/CEB nll3, de 26 de junho de

    1998, referem-se, em seuart. F, a um''' co nj un to d e defi-

    nifoes doutrinarias sobre principios, fundamentos, e proce-

    dim entos a serem observados na organizafClo pedag6gica e

    curricular" das escolas que oferecern esse nivel de ensino,

    a fim de vincular a educa

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    Direito ublico sub' etivo

    equivale a reconhec er que eplenamente eficaz e de

    aplicabilidade imediata, isto

    e, nao exige regulamenta~ao.Se nao for prestado de

    forma espontfmea, pode ser

    exigido judicialmente.

    de ensino. Embora 0 texto legal estimule 0 acesso do

    trabalhador a escola e sua permanencia nela, alem de

    definir os sistemas de ensino como os responsaveis por

    garantir a gratuidade nessa modalidade de educa

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    A oferta de educa~ao especial e dever do Estado -

    esta expressa na Constitui~ao Federal de 1988 (art. 205

    e 208) e tambem na LDB de 1996 (art. 58, 32), tendo

    inicio na faixa etaria de 0 a 6 anos, durante a educa~ao

    infantiL A educa~ao especial e entendida, na LDB,como a

    modalidade oferecida para educandos portadores de ne-

    cessidades especiais, preferencialmente na rede regular

    de ensino. Esse processo tern sido chamado de inclusao.

    Para a integra~ao desses alunos nas classes comuns, a lei

    requer capacita~ao dos profess ores e especializa~ao para

    atendimento especializado. Se necessario, deve haver ser-

    vi~os de apoio especializado, na escola regular, para aten-

    der as peculiaridades da clientela de educa~ao especial.

    o conceito de necessidades especiais amplia 0 dedeficiencia, uma vez que se refere "a todas as crianfas e

    jov ens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou

    de suas dificuld ad es d e aprendizag em " (Declara~ao deSalamanca, 1994).0 principio fundamental da linha de

    a~ao da Conferencia Mundial .sobre NecessidadesEducativas Especiais, realizado em Salamanca/Espanha,

    em 1994, e

    que as escolasdevem acolher todas as crian~as, indepen-

    dentemente de suas condi~{jes fisicas, inteleetuais,

    sociais, emocionais, lingUisticasou outras. Devem acolher

    crian~as com deficiencia e crian~as bem-dotadas; crian-

    ~as que vivem nas ruas e que trabalham; crian~as de

    popula~{jes distantes ou nomades; crian~as de minorias

    lingUisticas,etnicas ou culturais e crian~asde outros gru-

    pos ou zonas desfavorecidos ou marginalizados (Decla-

    rayao de Salamanca, 1994, p. 18).

    baseia-se no principio de que "toda s a s difere nfa s hu -

    ma nas SaD normais e de que a aprendizagem deve, po r-

    tanto, ajustar-se as necess idades de cada crianfa" (p. 18).

    Prop6e uma pedagogia centrada na crian~a. 0 profes-

    sor deve mudar sua perspectiva social, valorizando mais

    o potencial do que a incapacidade dos educandos.

    Conforme 0 documento, 0 alto custo das escolasespeciais leva a supor que apenas pequena minoria de

    alunos de1as se beneficie. Sugere, entao, que os profis-

    sionais dessas escolas form em os professores das escolas

    comuns, de modo que estes se tornem mais aptos a atuar

    na educa~ao integradora. 0 principio fundamental das

    escolas integradoras e que as crian~as devem aprender

    juntas, sempre que possive1,independentemente de suas

    dificuldades e diferen~as. Sobre estas as escolas devem

    ter reconhecimento e atua~ao, assegurando aos alunos

    urn ensino de qualidade.

    o processo de inclusao de alunos especiais, no Brasil,teve inicio antes mesmo da capacita~ao dos professores,

    o que tern gerado certo desconforto nestes ultimos, por

    .se sentirem despreparados para l idar com essas dificul-

    dades educativas, assim como nos pais de alunos, por

    lamentarem 0mho ter perdido atendimento especiali-

    zado. Tal fragilidade na proposta de inclusao pode gerar

    maior preconceito contra esse tipo de aluno. Ja foi anun-

    ciado pelo governo federal a capacita~ao a distancia des-

    ses professores por meio de programas da TV Escola, 0

    que ainda nao ocorreu.Documento do MEC sobre municipaliza~ao da edu-

    ca~ao especial, 0qual segue a propost a de Salamanca,

    da conta de que 10% da popula~ao de urn pais emer-

    gente e portadora de alguma deficiencia. Essa infor-

    ma~ao, aliada ao fato de que e alto 0 custo das escolas

    especiais e a necessidade de me1horar 0custo/beneficio

    do sistema educativo, possibilita inferir que a questao

    da escola integradora extrapola 0 objetivo de oferecer

    educa

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