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OS DRUIDAS E AS ORIGENS DA MAÇONARIA

- Mestre, quantos anos levarei para me tornar um Druida? Perguntou o jovem discípulo. - Se você se esforçar quatro horas por dia, em oito anos. Respondeu o Mestre. - Então Mestre eu me esforçarei oito horas por dia, e em quanto tempo eu serei um Druida? - Em dezesseis anos. Disse o Mestre. - E se eu me esforçar doze horas????? - Em trinta e dois anos. Disse o Mestre.

Não há historiógrafo maçom que não inclua essa misteriosa Escola como elemento obrigatório na gênese da Ordem. Afirma-se que foram eles que, nos primeiros séculos do Cristianismo lançaram as sementes da Iniciação maçônica nas Ilhas Britânicas.

Eram considerados sacerdotes dos antigos galos e celtas, dos quais deixou a Júlio César, umas impressões em seus Comentários da guerra nas Gálias: "Exercem o culto, oferecem os sacrifícios públicos e privados e interpretam os mistérios da religião. São eles que aplicam as sentenças em quase todos os pleitos, não somente os de caráter comum, como os privados; se algum delito se comete, se sucede alguma morte, ou se há questão sobre herança ou de limites entre vizinhos, são eles que decidem. Morto este será seu sucessor, o que reunir maior número de qualidades ou atributos. Em caso de haver muitos em tais condições, procede-se eleição com os votos dos Druidas. Não vão a guerras, nem pagam tributos como os demais. Estão isentos da milícia e de toda classe de obrigações. Esmeram-se, especialmente, em defender a crença na Imortalidade da alma e sua transmigração de uns corpos para outros. Muitas coisas discutem e ensinam à juventude acerca dos astros e de seu movimento, da magnitude do orbe terrestre, da natureza das coisas, do poder e soberania dos deuses Imortais."

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Os Druidas, segundo historiadores maçônicos, conservavam os mistérios das Iniciações antigas, e foram combatidos e destroçados pelas hostes do Imperador Júlio César e mais tarde caçados pelo Imperador Cláudio, quando Roma submeteu todo o ocidente europeu. Afirmou o maçom José Maria Raggon, que desapareceram as antigas iniciações nos colégios druídicos após as perseguições de Júlio César, nas Gálias, até que em 1646, surgiu a Maçonaria Filosófica concebida em três Ritos por Elias Ashmole, a quem se deve o trabalho de restaurar a antiga Iniciação.

Mas, de onde procediam, por sua vez, os Druidas? Para alguns comentaristas e pesquisadores, originam-se de povos bárbaros da Criméia; tinham o nome de Cimbros, e invadiram grandes regiões da Europa Central no ano de 600 antes de Cristo espalhando-se em densas hordas pelos vales dos grandes rios ocupando o norte e o ocidente da Europa.

Na Escandinávia eram conhecidos por Druidas, nas Gálias. Implantaram a religião e os mistérios iniciáticos de crenças e costumes que já haviam recebido de povos orientais. O que os romanos foram descobrir dos Druidas já vinha dos ensinamentos dos Cimbros ou dos Thuata-Dé-Danan.

É dito que eles se dividiam em três classes (na realidade em sete): os Ovates ou Vates, os Bardos e os Eubages. Os Vates eram os depositários dos dogmas secretos, da religião e da filosofia, e exerciam a função de sacerdotes e de juízes. Os Bardos eram poetas que compunham hinos e cantavam nas cerimônias do culto, os feitos heróicos da nação e dos seus heróis.

Os Eubages eram considerados pelos romanos como os seus áugures e adivinhos, estes pré-druidas tinham a seu cargo o governo civil e a agricultura, assim como o relativo aos calendários. Não tinham templos tal qual conhecemos; já que na Doutrina Druida tem que haver uma perfeita harmonia entre o homem e o meio-ambiente, estes templos estavam além da compreensão do homem comum e até hoje além de nossa tecnologia e, segundo alguns, a frente de algumas civilizações alienígenas que já foram derrotadas pelos Druidas (vide a lenda de que os Druidas aprisionaram vários "Demônios" e expulsaram muitos da Terra); celebrando suas cerimônias no interior dos bosques, em volta de uma coluna de pedra, ou de uma árvore frondosa, de preferência um Carvalho, à qual dedicavam especial veneração, como uma árvore sagrada.

Seu culto principal era a Natureza.

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Como sucedia com os sacerdotes egípcios, os Druidas transmitiam as instruções sagradas através de ritos iniciáticos àqueles que eram considerados dignos de recebê-las. Apesar do pouco que se conhece sobre suas cerimônias secretas, sabe-se que usavam um altar triangular, a espada de Belinus (Herói representado pelo Sol), e um cofre místico.

Não sendo possível enfrentar a guerra de extermínio que lhes moveu Roma, refugiaram-se em várias regiões da Europa, notadamente na Germânia e na Escandinávia, continuando a transmitir às gerações que surgiam, seus ritos e mistérios, de forma que, no século XII ressuscitaram as antigas cerimônias, embora já bastante modificadas.

Outros historiadores dão os Cimbros como originários do norte da Alemanha, na região da foz do Elba. Unidos aos teutos derrotaram os romanos no cerco de Noréia. Invadiram a Gália e a Espanha onde foram vencidos pelos celtiberos, seguindo para a Itália, onde também foram derrotados.

OS GRAUS SIMBÓLICOS

E

SEUS INTERSTÍCIOS

Os três primeiros graus da Maçonaria Simbólica, se conferem a

Loja Simbólica Regular, jurisdicionada a uma Potência

devidamente reconhecida. São conhecidos por APRENDIZ,

COMPANHEIRO E MESTRE, simbolizam a senda iniciática, quando

o candidato, vindo das trevas do Ocidente, caminha, como

iniciado, em direção à Luz do Oriente. A luz, nesse caso, não é

aquela originária de corpos materiais, mas, sim, a Luz da

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Ciência, do Progresso, do conhecimento, simbolizada pelo Sol, o Apolo dos gregos,

Mitra dos persas, Rá dos egípcios, a fonte da vida e a causa dos principais mitos

religiosos da Antigüidade.

A medula da Maçonaria se encontra nos três primeiros graus e estes foram por

algum tempo os únicos graus conhecidos e praticados pela maçonaria antiga e que

foi intitulado como “Antigo Grêmio Maçônico”.

Estes três graus simbólicos têm como surpreendente particularidade o seu modo de

instrução, que é baseado em seus símbolos e é desta forma para todos os Ritos

existentes.

Como Aprendiz, o iniciado dedica-se ao desbastamento da pedra

informe, da pedra bruta, que é um trabalho material, é aquele que

aprende um oficio, ou uma arte. Em Maçonaria, é o primeiro grau

do simbolismo e refere-se ao neófito, ao principiante, que,

simbolicamente, está aprendendo a arte de construir, ou Arte Real.

O trabalho do Aprendiz é na Pedra Bruta, que deve ser desbastada e

esquadrejada por ele, para se tornar cúbica, servindo, assim, para as

construções. Evidentemente, isso é apenas simbólico, em alusão aos

antigos maçons de oficio, verdadeiros construtores.

Como Companheiro, já lhe cabe um trabalho intelectual, para a concretização da pedra

cúbica, como elemento fundamental das construções é o obreiro reconhecidamente apto para

exercer sua arte e consciente de sua energia de trabalho, cujo dever é realizar praticamente

o plano teórico idealizado pelos Mestres.

E, finalmente, como Mestre Maçom, cabe-lhe o trabalho espiritual, determinado, claramente,

na sua missão de espalhar a Luz, de reunir o que está disperso, de partir do simples para o

composto, da causa para o efeito, do princípio para as conseqüências. A atitude do Mestre

deve ser a de não acomodação; ele deve continuar a estudar, a se preparar, cada vez mais,

para ser o instrutor daquele que deve aprender. A ele cabe ajudar os Vigilantes a conduzirem

os ensinamentos a Aprendizes e Companheiros, dando a estes o exemplo de suas atitudes,

de seus estudos, de suas pesquisas e de seu interesse pela Loja, pela Ordem e pelo Homem.

Consagrado à firmeza de caráter e à moral intransigente, o

grau de Mestre Maçom deve libertar o iniciado das paixões, dos

preconceitos e das convenções sociais, para que possa, com

plena consciência do seu dever, pesquisar e ir à procura da

Verdade. Morrendo, simbolicamente, para os vícios, para os

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erros e para as fraquezas humanas, o Mestre renasce com o espírito limpo e puro,

no Amor, que lhe dá energia, na Virtude, que engrandece, e na Verdade, que

dignifica, para que possa, cumprindo o seu dever de iniciado, que conheceu a

Verdadeira Luz, dar o seu quinhão de trabalho pela evolução da Humanidade.

Os três graus simbólicos, comuns a todos os ritos, representam, na realidade, a

essência total de toda a doutrina maçônica. Síntese do universo maçônico, eles

mostram a evolução racional da espécie humana, ou seja: intuição (Aprendiz),

análise (Companheiro) e síntese (Mestre). O Aprendiz, ainda inexperiente, embora

guiado por seus Mestres, ainda realiza seu trabalho de forma empírica, através

apenas da intuição, representando o alvorecer das civilizações, marcadas pelo

empirismo. O Companheiro, já tendo um método de trabalho analítico e ordenado,

simboliza uma fase mais avançada da evolução da mente humana. E o Mestre,

juntando, através da síntese, tudo o que está disperso, para a conclusão final da

obra, representa o caminho derradeiro da mente, na busca da perfeição.

O maçom, ao atingir o grau de Mestre, deverá possuir, já, a plenitude do

conhecimento iniciático moral, social e metafísico, necessário e pertinente aos

objetivos da Ordem maçônica, restando-lhe, então, o trabalho, sempre constante,

na busca da perfeição, nunca atingida, mas sempre buscada, pois ela é o estímulo

onipresente, na vida do ser humano.

Nas Lojas simbólicas, verdadeira e única essência da Maçonaria universal, o iniciado

percorre um longo caminho desde as trevas do Ocidente até à Luz do Oriente, tendo

o seu lugar de acordo com as suas aptidões e a sua ascensão de acordo com os seus

méritos, concretizando as sábias lições da lenda do terceiro grau. Ele terá o seu

aumento de salário depois de um certo tempo de aprendizado, que é o interstício,

específico para cada grau e mediante a apresentação de trabalhos, que permitam

aquilatar a sua evolução mental e cultural ; a sua ascensão não deverá, nunca, ser

devida a favores pessoais, a apadrinhamentos, a protecionismos, ou ao poder

corruptor dos metais, expedientes, esses, tão comuns na sociedade profana, mas

excluídos, pelo menos em suas leis, da verdadeira Maçonaria, desde os seus

primórdios, nos velhos tempos em que só existiam Aprendizes e Companheiros,

usando um simples avental de couro, símbolo humilde do trabalho, sem as riquezas

flamejantes de vaidades pessoais hoje existentes.

Portanto a Maçonaria que se ensina nestes três graus, se chama Maçonaria

Simbólica, onde o iniciado percorre os degraus dos ensinamentos maçônicos,

galgando através de estudos e trabalhos apresentados os conhecimentos da Ordem

e diante do cumprimento dos interstícios que tem que cumprir, conquista a sua

mudança de grau, pois o cumprimento dos interstícios imposto é de vital

importância para o desenvolvimento e crescimento do maçom. Muitas das Lojas,

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ocasionalmente, efetuam quebras de interstícios, devido a necessidades de pessoal

para a realização de trabalhos em Loja, no entanto a seriedade dos interstícios faz a

formação e evolução do maçom e da Loja muito melhor.

Bibliografia:

Ir.’. José Castellani --- Graus Simbólicos Ir.’. Jellis Fernando de Carvalho --- Pesquisas Diversas Ir.’. A . Gallatin Mackey --- Enciclopédia da Francomaçonaria

OS PARAMENTOS MAÇÔNICOS Gen. 3; 6 e 7

“Então, vendo a mulher que aquela árvores era boa para comer, e agradável aos olhos, e árvores desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e

deu a seu marido, e ele também comeu/ Então foram abertos os olhos de ambos e conheceram que estavam nus, pelo que coseram folhas de figueira para si

aventais”.

O uso de paramentos por todos os membros da loja ao adentrarem o templo, é

obrigatório, enquanto que os oficiais, (equivalente aos mestres com cargo), usam

paramentos especiais, cada qual simbolizando o cargo que ocupa no ritual. A indumentária é

preta, podendo, por comodidade, ser usado o Balandrau, que, todavia deve ser talar, isto é,

ir até os tornozelos.

O paramento usado pelos membros não diferencia o grau de estudo, porem os paramentos

são diferentes a cada grau que alcança.

O Paramento é um símbolo, é a vestimenta do maçom; acompanhará o maçom até o fim de

sua vida, pois, quando chegar o seu dia de transferir-se ao Oriente Eterno, no seu ataúde o

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levará consigo, cingindo junto ao corpo, para que cumpra na travessia o papel místico,

significando que o seu “trabalho” recém estará começando. Os egípcios, quando se

apresentam a Ísis para o julgamento, envergam um avental semelhante ao do maçom,

posto, obedecendo a um modelo específico que envolve a sua crença espiritual.

Diz-se “cingir” o Avental; cingir é colocar ao redor do corpo; é “unir”, mas, sobretudo,

“iniciar”.

O Avental, na sua concepção esotérica, significa o “ser iniciado”; após a Iniciação Maçônica, o

aprendiz recebe seu primeiro avental; depois, de grau em grau, até o trigésimo terceiro, ele

continuará recebendo mais um avental, são ao todo, trinta e três.

O maçom guarda carinhosamente todos os seus paramentos, pois os usa com freqüência.

Mesmo que o maçom possua o último Grau do Rito, e nos referimos ao Rito Escocês Antigo e

Aceito, por ser o mais em uso entre nós, quando for assistir a uma sessão de determinado

Grau, deverá cingir o respectivo paramento; a não ser, em reuniões festivas, quando cada

maçom usará o último Paramento do Grau que atingiu, bem como “faixas”, “comendas”,

“aventais” e demais “paramentos”.

Assim, os Paramentos são usados com significados vários:

Quem os usa devem apresentá-los sempre imaculados, demonstrando um comportamento

digno e sem manchas.

O avental maçônico é o verdadeiro paramento, é a verdadeira indumentária do maçom,

e a este propósito, não podemos fazer nada melhor do que reproduzir umas linhas que ao

mesmo tempo nos dá uma definição geral do simbolismo deste paramento: “ O paramento

maçônico é a forma sensível de uma síntesi filosófica de ordem transcendente e abstrata que

representam os símbolos da maçonaria, tendo desta forma características importantes e algo

mais que um símbolo, pois esta intensamente magnetizado e disposto de modo que

esotericamente represente a matéria etérica e a parte sutil do corpo físico canalizando as

formidáveis forças atualizadas pelo cerimonial maçônico”.

O uso de paramento em Loja é obrigatório e constitui a característica mais acentuada do

próprio “pedreiro” livre.

BIBLIOGRAFIA:

-MAÇONARIA-UMA VISÃO GLOBAL – WALTER PACHECO JR.

-A MAÇONARIA E O LIVRO DA LEI – PAULO LIMA DELGADO

-MASONERIA-ANTIGUOS DOCUMENTOS DE LA MASONERIA- EL MANISCRITO GRAHAM

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OS TRÊS PONTOS

Os três pontos dispostos em triângulo são usados comumente na Maçonaria como sinal de abreviações. Esse é, sem

dúvida, o motivo pelo qual os Maçons muitas vezes são designados pelo adjetivo de “Irmãos Três Pontos”. Esse adjetivo que os

antimaçons consideram irônico e brincalhão, não o é; ele apenas confirma que os “três pontos” são importantes na Maçonaria,

pois representam o Delta, ou Triângulo, de que falaremos adiante.

O Escritor Ragon diz que “a abreviação tripontuada só teve inicio depois da circular de 12 de agosto de 1774,

dirigida às Lojas de sua correspondência pelo Grande Oriente, para anunciar a tomada de posse de seu novo local”.

Já F. Chapuis afirma, contrariando Ragon, que essa abreviação é anterior a 1773. “Com efeito, diz ele, no

primeiro registro dos processos verbais da Loja ‘A Sinceridade’, no Oriente de Besançon, os três pontos aparecem

sob a seguinte forma.

Essa disposição é nítidamente constatada no traçado das eleições de 3 de dezembro de 1764”.

Jean de Pavilly escreve: “Os três pontos provêm de corporações de operários, onde eles parecem ter

simbolizado o triângulo. Parecem também ser o símbolo do que tem três ângulos. Este resulta, notadamente, de

certas representações dos três pontos sobre que se apóiam os três ângulos ou, mais exatamente, cada uma das

pernas de um triângulo que aparecem em certas obras de companheiros. Os três pontos parecem ter sido

apreciados muito especialmente pelo rito dos Companheiros da Liberdade (Companheiros da Liberdade ou do Dever

de Liberdade)”.

A abreviação tripontuada nem sempre é disposta na forma de um triângulo que repousa sobre sua base. Ela

também é encontrada sob outras formas:

J. C. A. Fisch diz a esse respeito: “Seria o caso de afirmar, com bastante certeza, que a abreviatura maçônica

dos três pontos nos vem da arte hieroglífica egípcia, onde era praticada, e eis como:

“Para marcar um número de vegetais idênticos ou da mesma espécie, os egípcios escreviam a letra inicial do

nome genérico da planta e colocavam três flores de lótus atrás dessa inicial. Eles também colocavam três grãos ou

pontos atrás da inicial do nome de um mineral, e três traços ondulados atrás da inicial do nome de um líquido.

Para bem compreender a Antiguidade e, notadamente, a história e os costumes dos antigos egípcios, não

podemos ignorar que entre eles a religião dominava a vida particular, e que todas as circunstâncias da vida privada e

pública, necessariamente, tinham uma ponta de religião, uma forma ou marca simbólica.

Os três pontos da abreviatura maçônica, diz Fisch, são uma imitação das três flores de lótus, dos três grãos ou

pontos ou dos três traços ondulados.

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Na verdade, a afirmação de que os três pontos maçônicos têm origem nos hieróglifos egípcios não passa de

uma suposição.

Mesmo na época clássica formavam-se plurais acrescentando-se o determinativo da espécie repetido três

vezes. É esse, por exemplo, o caso das plantas (para explicar as três flores de que fala Fisch, que não são apenas o

determinativo dos lótus, mas o de todas as ervas e plantas em geral).

Para exprimir um número indefinido, várias coisas, um plural, os egípcios faziam-no usando a palavra três.

Mas, para dizer três, realmente três, eles se expressavam de outro modo.

Um traço ondulado é a letra alfabética N. Três traços ondulados são, efetivamente, o determinativo comum a

todos os líquidos e a todas as idéias relacionadas com líquidos (puro, purificação, etc.). Penso que isso vem do fato

de que as Águas primordiais, as Águas cósmicas do começo do mundo chamavam-se NOU... e o plural de N. é

N.OU.’

Para indicar a pluralidade de uma coisa qualquer, os egípcios duplicavam, triplicavam, quadruplicavam, etc., o

signo ou hieróglifo inicial de acordo com a quantidade. Eles não quadruplicavam: eles duplicavam, para o dual, e

triplicavam, para o plural, os determinativos ou às vezes o nome inteiro, sobretudo quando feito de um único

ideograma. E não a letra inicial, como nós fazemos: II.’. para irmãos e LL.’. para Lojas. Essa letra inicial, ou

ideograma, signo alfabético ou signo silábico, não significaria coisa alguma. Em egípcio, uma letra inicial é, às vezes,

uma palavra inteira, completa, com muitos significados diferentes. É o determinativo colocado depois da palavra que

especifica todo o seu sentido.

OS TRÊS PONTOS NA MAÇONARIA

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Embora, no início, os três pontos fossem apenas sinais de abreviaturas, não demorou muito a se transformar em símbolo, ao qual foram dadas as mais variadas interpretações. De acordo com várias citações que foram feitas através dos tempos podemos observar as mais variadas colocações, onde os três pontos se tornaram ainda mais importantes dentro do conceito maçônico. Os três pontos, na posição de vértices de um triângulo eqüilátero, podem constituir o símbolo da divisa maçônica, que é a Liberdade,

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Igualdade e Fraternidade e para muitos outros simbolizam o Passado, o Presente e o Futuro. De acordo com indicações do Rito Escocês, os três pontos devem estar em esquadro nos ângulos, sendo um no ângulo oriente meio-dia, outro no ângulo ocidente meio-dia e o terceiro no ângulo ocidente setentrião, formando assim também o simbolismo dos três pilares da loja, Sabedoria, Força e Beleza. Para Oswald Wirth, os três pontos representam a Tese, a Antítese e a Síntese, isto é a idéia que se defende, a oposição que lhe é feita e a harmonia das idéias opostas. A abreviação tripontada nem sempre é disposta na forma de um triângulo que repousa sobre sua base, pode ser encontrada sob outras formas e podemos dizer com bastante certeza que a abreviação maçônica dos três pontos nos vem da arte hieroglífica egípcia, onde era praticada. Três anos são a idade do Aprendiz Maçom, três são os seus passos, três são os pontos que o Maçom

coloca na frente da sua assinatura, dos quais, uma das interpretações simbólicas é a de que esses três pontos

correspondem aos três vértices do Delta Sagrado, correspondendo ao ternário completo: Sabedoria, Vontade

e Inteligência.

Podemos verificar que os três pontos na ordem maçônicos são de muita importância, sendo para a vida do maçom um símbolo eterno e que não deixará de ser sempre importante no dia a dia do maçom, pois tudo esta sempre relacionado aos três pontos simbólicos da ordem.

EU, PITÁGORAS

O pouco que conhecemos acerca da vida e da obra de Pitágoras nos vem de terceiros, pois o mestre sâmio, como é chamado, nada deixou por escrito, seja em obras literárias, seja em documentos. O seu pensamento e a sua filosofia foram divulgados por seus discípulos e seguidores, entre os quais destacam-se Filolau e Arquitas; podemos também ter uma idéia aproximada de seus conceitos e crenças por meio da crítica de seus opositores mais conhecidos, que são Xenófanes, Heráclito, Parmênides e Zenão. De maneira idêntica, a sua cosmogonia nos vem do Timeu, de Platão, cujo pensamento foi fortemente influenciado pelo pitagorismo.

Até mesmo os famosos "versos áureos de Pitágoras" são atribuídos não a ele, mas a Lysis de Tarento que, segundo o historiador Diógenes Laércio, foi um de seus discípulos mais imediatos. São fontes de referência importantes da Escola de Alexandria: Jâmblitus, Porphirio e Amônio Saccas que, cerca de 600 anos após a morte do mestre, reencetaram o estudo de sua obra, como também o fizeram, no mesmo período, os primitivos cristãos e os gnósticos.

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Com base em todo esse material, historiadores modernos, tais como Thomaz Taylor (1818), Arthur Fairbanks (1898) e Edouard Shuré (autor de uma biografia romanceada de Pitágoras), tentaram a reconstrução daquilo que deve ter sido a meteórica e prodigiosa trajetória deste sábio que, 600 anos antes de Cristo, debruçou-se sobre quase a totalidade do conhecimento de sua

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época (Filosofia, Matemática, Geometria, Música, Ética, Moral, Educação e Higiene), legando-nos estudos, conceitos, aforismos e teoremas que, englobados sob o nome genérico de pitagorismo, exerceram profunda influência sobre a cultura grega pelas mãos do próprio Platão e de outros.

Essa influência estendeu-se por toda a Idade Média e chegou à Renascença com as obras de Marcílio Ficino (Corpus Hermeticum), John Dee (Monas Hieroglyphica), Heinrich Cornélius Agrippa (De occulta Philosophia) e permeou todas as Ordens Iniciáticas do mundo ocidental (Templários, Rosacruzes e Maçons), por meio de seus mais ilustres e renomados escritores, como Francis Yates em sua obra que aprofundou os estudos acerca de um dos temas preferidos de Pitágoras, que era a Harmonia do Kosmos ou a Música das Esferas. No século XVII, também Leibniz, o último dos grandes filósofos alemães, declarou considerar-se um seguidor do pitagorismo. Assim chegamos ao século XX... e Pitágoras, que andava meio esquecido, perdido no meio do deslumbramento proporcionado pela ciência moderna e, principalmente, pela sua irmã gêmea, que é a tecnologia, volta à cena, paradoxalmente, resgatando no bojo das mais recentes descobertas científicas de Bohr, Heinsenberg, Rutherford, Plank e Einstein. A "teoria atômica", o "princípio da incerteza", a "relatividade" e a "teoria quântica" remetem os modernos pensadores às velhas e mesmas conclusões estabelecidas por Pitágoras, que afirmava: "Tudo são números". Dos "números pitagóricos" pensamos ter evoluído até as "idéias" de Platão e, deste, à "substância quântica" de Plank... e hoje, perplexos, verificamos que, todos eles, sempre falaram da mesmíssima coisa, que é o mistério da unidade que se oculta no véu da diversidade.

Assim como Pitágoras é atualíssimo em suas concepções matemáticas e filosóficas, também ele o foi na criação, estruturação e concretização de uma Ordem Iniciática conhecida como "Escola Itálica" ou "Escola de Crotona", que apresentava inúmeras semelhanças e paralelos com a Moderna Maçonaria. É quase unânime a opinião entre historiadores e estudiosos da arte real, que a origem de todas as escolas de mistérios está centrada nos ensinamentos e na filosofia pitagórica.

Suponhamos então que a sua história tivesse sido resgatada, desenterrada no povoado de Crotona, no sul da Itália e traduzida, chegasse às nossas mãos. Assim seria...

Eu, Pitágoras

Não sei ao certo quem serão aqueles que encontrarão minhas anotações; o que sei é que isto é necessário para o futuro. Geralmente, um homem é julgado através daquilo que dizem dele, mas eu quero ser julgado pelo que digo de mim mesmo, e por esta razão desejo escrever minha própria história.

Nasci na cidade fenícia de Sidão, onde ainda criança fui levado à terra natal de meu pai, Samos, uma tranqüila ilha do mar Egeu. Meu pai, Mnesarco, era um homem que amava os prazeres, assim como as virtudes; minha crença é que os prazeres são mortais e que as virtudes, pelo contrário, são imortais. Minha mãe, Partêmis, foi descendente de Anceo, o colonizador da ilha de Samos. Meus pais consultaram o famoso oráculo de Delfos, que os prometeu um varão que "seria útil aos homens de todos os tempos". Assim, cresci com a liberdade de estudar em várias cidades da Magna Grécia com os mestres mais sábios desta época.

Percebi que existem três mundos: a terra, o céu e , no meio, a humanidade. Me ocorreu que na síntese destes três mundos deve estar o segredo do cosmos. Ao ver um triângulo equilátero na entrada de um Templo (como a letra delta de nosso alfabeto), abri os olhos à tríplice natureza do homem e do universo, coroada pela unidade divina. Soube, desta forma, que a unidade pertence e conduz ao bem e a diversidade ao mal.

Decidi viajar ao Egito para iniciar-me nos mistérios de Helióspoli onde fui submetido a todos os tipos de provas: tentações, medos, sustos e prazeres. Vivi minha morte aparente, seguida de minha ressurreição. Os sacerdotes, finalmente convencidos de minha pureza e de meu eterno desejo de aprender, abriram-me as portas do conhecimento.

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A forte disciplina obtida por todos estes anos de ensinamento mostraram-me a enorme potência da vontade humana; entre outras ciências estudei a ciência dos números, a chamada sagrada Matemática. Mais tarde, consegui certa fama ao derivar um teorema sobre o fato de que o quadrado da hipotenusa do triângulo reto é igual à soma dos quadrados dos catetos. O ângulo reto, ou o esquadro, sempre foram símbolos muito fortes para mim.

Na Babilônia conheci novos sacerdotes, além de fenícios, magos persas e sábios judeus. Todos me ensinaram e de todos aprendi um pouco, uma vez que permaneci neste local por aproximadamente 12 anos. Os egípcios eram especialistas na geometria, os fenícios na aritmética, os judeus na religião e os caldeus nos estudos do intelecto. Para poder finalmente voltar à Grécia precisei de um passaporte especial, o qual me foi fornecido pelo rei.

Uma vez na Grécia, dediquei-me a visitar todos os Templos e, por fim, cheguei a Delfos, local onde estive anos antes junto com meus pais. Junto à porta pude observar os dizeres “GNOTHI SEAUTÓN”, ou seja, conhece-te a ti mesmo. Este ditado era de Quilão , o Lacedemonio, o qual lhes contarei mais tarde. Ademais, estava escrito “DIFÍCIL É CONHECER A SI MESMO”, de Tales e “AQUELE QUE NÃO TEM AS MÃOS LIMPAS , QUE NÃO SE APROXIME”. Pensei profundamente sobre o significado do “GNOTHI SEAUTÓN”, pois o Grego é um idioma complexo e dotado de sutilezas que as línguas dos bárbaros não possuem. “GNOTHI” deriva da palavra “GNOSIS”, que pode significar conhecimento, entendimento, revelação, penetração, perspicácia ou sabedoria mística. Entretanto, para mim, o significado real é de percepção divina. Ninguém pode, ninguém deve dissertar sobre os mistérios se não possuir esta percepção divina. Complementando, a segunda parte da frase demonstra: “E CONHECERÁS AO UNIVERSO E AOS DEUSES”.

Já não era possível para um homem livre como eu viver sob a tirania de Polícrates, e desta forma, decidi deixar Samos para sempre. Cheguei a Crotona, uma cidade localizada no fundo do golfo de Taranto, onde ali pude fundar minha escola. Seguindo a tradição dos antigos filósofos da Índia, somente aceitei para minha instituição jovens de boa família e educação. Mesmo assim, foi necessário purificar estes jovens de seus vícios e ensinar-lhes o amor à virtude e à verdade; costumava dizer-lhes as palavras de Cleóbulo, o Líndico - “Tenha em sua alma o belo e o bom estado” e as de Sólom – “Preocupe-se com o que é virtuoso”. Ensinava-lhes que os assuntos dos amigos são comuns a todos e que o amigo é uma réplica de si mesmo.

O Senado de Crotona construiu-me um edifício no meio de belos jardins plantados com acácias, lírios, rosas e muitas outras plantas e flores. Sempre havia abelhas nos jardins, pois estes insetos são amigos das flores e dos homens, além de serem o exemplo universal da vida em comunidade. O povo chamava o Instituto Pitagórico de “Templo das Musas” e minha casa de “Santuário da Verdade”.

Eu era muito rígido na seleção de novos alunos. Os aceitos, compartilhavam debates, esportes, refeições e descansos com os alunos mais avançados. Os mais antigos escutavam aos mais novos com muita atenção, e eu observava a todos. O neófito devia passar uma noite solitária em uma profunda caverna, onde acreditava-se a existência de espíritos malignos do mundo das trevas. Cada aspirante era trancado em uma pequena cela com uma lousa, um pouco de pão, um pouco de água e uma fraca luz. Pedíamos que encontrassem o significado de alguns de nossos símbolos. Depois de um período de 12 horas, retirávamos o candidato para que explicasse sua solução aos demais. Estes, por sua vez, estavam incumbidos de ironizar, rir e caçoar das respostas fornecidas pelo candidato.

Os candidatos saíam da cela nervosos, cansados e sem uma real solução do problema dado. Os poucos que agüentavam todas as provas eram solenemente iniciados no primeiro grau e felicitados por seus novos companheiros de estudo. O recém-iniciado devia passar entre 2 e 5 anos neste grau, mantendo um silêncio absoluto e sem nada poder discutir. Devia escutar aos demais com respeito e meditar profundamente sobre tudo o que ouvisse. Sempre pensei que o ensinamento moral deve preceder ao filosófico.

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Dizia também para que olhassem por um espelho sob a luz do sol, e não sob a luz de uma lâmpada, pois deveriam entender que, simbolicamente, a luz de uma lâmpada representa uma mente com pouco conhecimento e a luz do sol é uma mente aberta e bem instruída.

Mostrávamos aos recém-iniciados que os Deuses, tão diferentes em suas aparências, eram na verdade os mesmos em todos os povos. Eles deveriam aceitar e respeitar todos os cultos , crer na unidade dos povos do mundo e na unidade de todas as religiões. Eles apenas chegavam a ver, ainda que com pouca claridade, a divina Psique, que é a alma humana.

Na profundidade dos mistérios, todos os Deuses eram reduzidos a um único, o Deus Supremo. Era necessário que esta conscientização também chegasse a cada um deles. Ensinava-lhes também o poder da música, ou harmonia, e dos números. Eu mesmo dizia que os números contém o segredo de todas as coisas. Este, definitivamente, era meu primeiro ensinamento; o segundo explicava a transposição das almas, tão mal compreendida por tantos.

A purificação da alma do novo iniciado era acompanhada pela purificação de seu corpo com a higiene, abstinência e disciplina; isto tudo servia de lição para vencer as paixões carnais. As comidas eram sãs e frugais e o tempo transcorria pacificamente. Em certas celebrações especiais, fazia a junção de todos os iniciados, independentemente de seus graus; assim todos se respeitavam mutuamente e comportavam-se como irmãos.

As vestimentas de meus alunos eram fáceis e somente se diferenciavam pelas cores: o primeiro grau era branco. Eu , para fechar o círculo , usava vestimenta branca igual aos do primeiro grau.

Quando os mais adiantados me diziam que um iniciado do Primeiro Grau encontrava-se pronto, eu o convidava à minha casa e o aceitava solenemente entre meus discípulos. Para este novato iniciava-se uma época de contato direto comigo no pátio interno de meus cômodos. Desta forma, eu chamava estes alunos de “Esotéricos”, em oposição aos “Exotéricos”, os que permaneciam fora.

Agora começava a verdadeira iniciação, através de uma correta exposição da doutrina oculta, desde seus princípios, contidos na ciência misteriosa dos números até as conseqüências finais das metas supremas da alma humana. A instrução era, na sua maioria, velada em alegorias e ilustrada por símbolos.

Escrevi minha doutrina em um livro chamado “Hieros Logos”, ou palavra sagrada. Espero que este livro tenha chegado a vocês, leitores do futuro, uma vez que não repetirei aqui o que nele está contido. Entretanto, quero ressaltar que minha ciência dos números é a ciência das forças vivas e das faculdades divinas em ação, tanto no mundo como no homem.

Eu costumava aplicar meus ensinamentos no “Templo das Musas”. Este pátio tinha um manancial de água fresca e uma pequena plantação de trigo ao lado. Cada uma das musas era representada ou por uma ciência oculta ou por uma arte sagrada. Assim, as três musas superiores eram Urania (Astronomia e Astrologia) , Polimnia (Ciência das artes em outras vidas e das artes divinatórias) e Melpómene (Ciência da vida e da morte). Em conjunto, as três constituíam a cosmogonia ou física celestial. Calíope, Clío e Euterpe presidiam a ciência do homem, ou Psicologia, com suas artes correspondentes de Medicina, Magia e Moral. O último grupo, composto por Terpsícore, Erato e Tália tinha a figura terrestre, sendo a ciência das pedras, das plantas e dos animais. Para mim, as musas eram imagens terrestres das potências divinas.

Eu fazia com que os iniciados me acompanhassem no sentir de um ser todavia inexistente. Deus, a substância indivisível, têm a unidade como número, uma vez que esta contém a infinidade; seu nome é Pai e seu signo é o fogo vivo, que simboliza o espírito, essência de tudo. Eu explicava que o mundo real , como seu símbolo oval, é tríplice. Da mesma maneira que o homem é

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composto por três elementos distintos, mas fusionados (ou seja: o corpo, a alma e o espírito), o universo está dividido em três partes concêntricas, que são o mundo natural, o mundo humano e o mundo divino. O ternário universal encontra-se na unidade de Deus, o ternário humano na minha consciência e na da vontade de fazer, que desta forma une todas as faculdades do corpo, da alma e do espírito.

Entretanto, o homem vê Deus como uma imagem refletida em três espelhos, a saber:

- visto pelo instinto e pelos sentidos, Deus é singular, infinito e múltiplo como suas manifestações;

- visto pela alma racional, Deus é díada, ou seja, espirito e matéria;

- visto pelo puro intelecto, Deus é tríada, ou seja, espírito, alma e corpo.

Concebido pela vontade que resume tudo, Deus é único. Isto nos leva ao monoteísmo hermético de Moisés (que aprendi com os judeus), e ao fato de que a unidade é o princípio de todas as coisas.

Eu fornecia ao novo aluno os princípios da ciência, para que assim a primeira iniciação deixasse cair a venda que tampava os olhos de seu espirito; depois, retirava a leviana venda da mitologia, para lançá-lo ao infinito e banhá-lo no sol da inteligência. Entretanto, a ciência dos números era somente a introdução à grande iniciação, pois agora eu tinha que levar o aluno até as profundezas sem limites da natureza . A cosmogonia e a psicologia tem a ver com os maiores segredos da vida, estes cuidadosamente protegidos pelas ciências e artes ocultas. Creio que o universo é uma coisa vivente, animado por uma grandiosa alma e compenetrado por uma enorme inteligência.

A segunda parte de meus ensinamentos iniciava-se na Cosmologia; a astronomia, em meu conceito, era muito parecida com o conceito de um sábio egípcio que conheci, onde o Sol está fixo e a Terra é que gira ao seu redor. Entretanto, esta é uma Astronomia puramente simbólica, pois no centro do meu Universo está o fogo primordial, do qual o Sol é somente um pálido reflexo.

São quatro os elementos que constituem todas as coisas e todos os seres. Estes são quatro estados ascendentes da matéria já que o primeiro é quase todo matéria e o quatro quase todo espírito. São eles: a terra, a água, o ar e o fogo. O quinto elemento é o éter que tem penetração universal, que é a luz astral, que é a alma do mundo.

Tudo que havia aprendido no Egito explicava como se formou a humanidade e como suas diversas raças passaram por inúmeros cataclismas sofridos por este planeta. Mas sei que o problema maior, o verdadeiro mistério eterno está em uma pergunta: Eu não sou daqui, irei ao outro lado; mas, para onde irei ?

Por fim, explicava aos alunos que os segredos dos sábios iniciados estava contido na frase “CONHECE-TE A TÍ MESMO E CONHECERÁS AO UNIVERSO E AOS DEUSES”. Minhas palavras faziam com que a matéria se tornasse leviana, fazia com que as coisas da terra se tornassem transparentes e as do Céu visíveis aos olhos do espírito. Eu simbolizava a Psique como um vento passageiro, uma simples semente ou como um pássaro voando na tempestade. Dizia a meus atentos alunos que a alma é um duplo etéreo do corpo, o corpo espiritual que eu chamava de “sutil veículo da alma”, pois ao morrer, se a alma não é pura, voltará a encarnar, mas se é pura chega ao seu próprio mundo e une-se a todas as suas companheiras, uma vez que aqueles que se entendem, eventualmente se congregam.

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Meus alunos perguntavam-me se havia um fim para as aventuras da Psique depois de tantas vidas e mortes, sonhos e despertares. Respondia que sim, que quando a alma encontra em si o Alfa e o Ômega de todas as coisas, não precisará encarnar mais, e poderá assim, reunir-se com a inteligência divina.

A partir daqui o aluno deveria reunir três perfeições: verdade no intelecto, virtude na alma e pureza no corpo. Estes ensinamentos reúnem segredos tão perigosos que abstenho-me de explicá-los , deixando tal tarefa para aqueles que , mesmo no futuro , conheçam estas palavras . Meus discípulos sempre me deram mais glórias do que livros , e por isto , sei que a tradição não se perderá .

Vivi em Crotona por 50 anos, esforçando-me na melhora do sistema político existente. Nessa cidade existia o “Conselho dos 1000”, eleitos entre as mais importantes famílias da época. Em contrapartida, criei o “Conselho dos 300”, este sim superior ao Conselho anterior, ainda que eleito por este, mas somente com meus iniciados. Assim, pudemos infiltrar idéias democráticas no governo; eu sou o Chefe do Conselho e todos juramos o mais absoluto segredo.

Minhas idéias e as da minha escola expandiram-se por toda a parte italiana da Magna Grécia. Levamos a liberdade e a democracia aos povos de Síbaris, Catânia, Reggio, Hímera, Acragante, Tauromenio e muitos outros mais.

Atualmente, estou com 90 anos, idade que poucos conseguem chegar nesta época. Neste momento começaram as reações aos meus ensinamentos. Um homem chamado Cilão, que rejeitei na escola, por seu caráter violento, despótico e difícil, começou a incitar o povo contra mim, lendo partes roubadas de meu livro “Palavra Sagrada”. Alguns parágrafos, quando lidos de maneira distorcida e mal-interpretada, podem dar a impressão que quero tornar-me o Tirão de Crotona. Cilão parece não conter toda sua raiva, e trama um enorme complô contra nós.

Esta noite, estamos reunidos em 40 pessoas; estas as mais importantes dentre o “Conselho dos 300”, na casa de Milão, o atleta, que não está presente. Meus amigos falam, enquanto que eu somente escrevo. A revolta acaba de tocar fogo em nossa casa, e por isto, devo terminar de escrever já, para que assim possa enterrar os escritos em local seguro antes que invadam este quarto.

Acredito que morreremos todos e que amanhã a porta da casa estará coberta por mantos negros. Lembrem-se, meus leitores, que em minhas encarnações anteriores, fui Euforbo, Etálides, Hermótimo e Pirro antes de ser Pitágoras, e desta forma, espero haver acumulado suficientes méritos para que não seja mais necessária minha volta à Terra.

Meu desejo é que estes escritos sejam encontrados por alguém que pertença a uma escola iniciática, uma vez que este alguém e seus amigos possam entender, melhor que outros, minhas palavras através dos séculos.

Irmãos do futuro, eu Pitágoras, seu antigo irmão, os saúdo.

Referências bibliográficas

"A Influência de Pitágoras na Maçonaria" - Carlos Brasílio Conte - M.I. - Orador da A.'.R.'.L.'.S.'. Madras - 3359 - extraído do texto da seção de Filosofia do periódico "Tribuna Maçônica Paulista" - Ano 2 número 8 - setembro de 2003

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Yo , Pitágoras – Dr. Joseph Bruno Levi - Publicado na revista SÍMBOLO, da Gran Logia de la Argentina de L∴ y A∴ M∴ - traduzido do texto e apresentado por Fabio Marcucci

Poderes e Deveres, Funções e Competências do Grão-Mestre

Uma Reflexão

Prancha do Irmão Luís Nandin de Carvalho, Grão-Mestre da Grande Loja Legal e Regular de Portugal,

apresentada na XXVIII Assembléia Geral da CMSB Oriente de Goiânia, (Goiás-Brasil/julho de 1999)

De acordo com a tradição maçónica, seus antigos usos e costumes ou Landmarks, o Grão-Mestre representa a autoridade máxima maçónica de representação e com poder executivo próprio, desde a reforma inglesa de 1717 em que foi constituída a Grande Loja pela deliberação de quatro Lojas. Até então não existem forma integradora dos maçons que trabalhavam em Lojas, e por isso, só a partir desse momento se criaram as instituições que hoje conhecemos respectivamente de Grande Loja e de Grão-Mestre.

Assim o Grão-Mestre exerce por extrapolação os poderes que o Venerável Mestre exerce na sua Loja, do mesmo modo que a Grande Loja assume na sua plenitude de jurisdição os poderes que as Lojas exercem sobre os seus membros.

Segundo os autores maçónicos consultados existe uma quase unanimidade: as Grandes Lojas são um poder soberano e independente. Constituem um corpo superior, que titula o poder supremo da Augusta Ordem Maçónica, e assim se distinguem dos modelos federadores dos Grandes Orientes. O Grão-Mestre é a maior autoridade que preside à Grande Loja e constitui o seu poder executivo.

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No mesmo sentido se pronunciam outros autores consagrados como é o caso de Alec Mellor: "Grão-Mestre é o título do chefe supremo de uma obediência maçónica", que acrescenta, tomando o exemplo da Grande Loja Nacional Francesa (regular) "os poderes do Grão-Mestre são monárquicos. Ele preside de direito a Grande Loja e pode presidir se quiser, qualquer loja. É membro de direito de todas as lojas. Nomeia e demite os seus Grandes Oficiais, è ele quem preside o grão-comité soberano (grão mestrado em Portugal). Representa a obediência

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perante as obediências estrangeiras, assina os tratados e as peças oficiais com o selo da Grande Loja após a mesma ter deliberado sobre eles".

Outro autor, Daniel Ligou, o Grão-Mestre é o chefe de uma Obediência simbólica, que assume os títulos de Soberano, Sapientíssimo, Sereníssimo, Muito Poderoso ou Muito Respeitável, e em Portugal durante um curto período de tempo, Respeitabilíssimo.

Quanto à Grande Loja, Albert Mackey considera-a como uma assembleia que detém a suprema autoridade de uma jurisdição maçônica que elege o Grão-Mestre, e que detém três poderes: 1) legislativo, 2) judicial e 3) executivo: "Na suas atribuições legislativas a Grande Loja faz as leis, pela função judicial divulga e aplica as leis e pelos poderes executivos leva-as á prática." Acrescenta Mackey, "todos os poderes executivos da Grande Loja, quando não está em sessão, pertencem ao Grão-Mestre".

Evidentemente que acima destes conceito situam-se os Landmarks, Old Charges, ou seja os Antigos usos e costumes da maçonaria Tradicional, que são de transmissão oral, e que se acham vertidos pontualmente nas Constituições de Anderson, nas regra dos doze pontos da regularidade, nas regras de Mackey e em numerosas Constituições de Obediências Maçónicas, evidenciando diferenças de culturas e sensibilidades que têm evoluído ao longo dos séculos.

A questão de fundo é a identificação desses Landmarks. Muitas Grandes Lojas nem sequer os têm escritos como é o caso paradigmático da Grande Loja de Nova Iorque, enquanto outras dispõem de uma listagem própria de Landmarks que atingem o número de 54 regras como é o caso da Grande Loja de Kentucky nos EUA.

No caso português tem interesse saber-se qual as regras aplicáveis nas demais Obediências Europeias com que se relaciona a Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, entre elas a Grande Loja Mãe, a Grande Loja Unida de Inglaterra e também as demais Grandes Lojas ou Grandes Orientes que igualmente sejam regulares, e com os quais desenvolve relações fraternais de reconhecimento e colaboração mútua.

Ora, de acordo com os Old Charges adoptados pela UGLE (Grande Loja Unida de Inglaterra) que devem ser sempre lidos ao Venerável Mestre de uma Loja antes de ser instalado na cadeira de Salomão, a regra nº 10º estipula: -A promessa de prestar homenagem ao Grão-Mestre em exercício, e aos seus Oficiais quando devidamente instalados, e de se conformar estritamente com todos os regulamentos da Grande Loja.

Quanto ás Constituições de Anderson (versão de 1723), são escassos os elementos sobre o cargo de Grão-Mestre. No ponto IV refere-se que aquele que for feito Irmão (iniciado aprendiz) e depois companheiro, poderá "chegar á honra de ser Vigilante, depois Mestre da Loja, Grande Vigilante, por fim, Grão-Mestre de todas as Lojas". Acrescenta-se "nenhum Irmão pode ser (…) Grão-Mestre se ele não tiver sido já companheiro antes da sua eleição, deve ser também de nascimento nobre, ou gentleman da melhor qualidade, ou algum eminente sábio, ou arquitecto esclarecido, ou outro artista, nascido de pais honestos e que seja de um

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grande mérito pessoal na opinião das Lojas. E para desempenhar da melhor, mais fácil e mais honrada maneira o seu ofício, o Grão-Mestre tem o poder de escolher o seu próprio Deputado do Grão-Mestre (Vice Grão-Mestre)que deve ser, ou ter sido anteriormente mestre de uma Loja peculiar e tem o privilégio de fazer tudo o que o Grão-Mestre, seu principal, pode fazer, salvo se o dito Principal estiver presente ou não interpuser a sua autoridade por uma carta."

Estas Constituições foram completadas a partir de regulamentos gerais compilados por Georges Payne ainda em 1721, e onde se encontram algumas referências ao cargo de Grão-Mestre, como por exemplo o ditamen de que " O Grão-Mestre não deverá receber nenhum conselho sobre os assuntos da Maçonaria, salvo do seu Deputado, primeiro porque há certos casos em que Sua Honra pode bem ser juiz, depois porque o requerimento ao Grão-Mestre é irregular, ele pode facilmente dar ordem aos Grandes Vigilantes ou a qualquer outro Irmão, solicitando que o caso retorne ao seu deputado que instruirá o assunto rapidamente e o apresentará a Sua Honra".

Nestes documentos de 1721 e 1723 não se prevê a substituição do Grão-Mestre, que não seja por morte ou renúncia não existindo qualquer forma de impeachment . Pelo contrário, é comum quer aos regulamentos de Payne quer ás Constituições de Anderson o seguinte princípio (regra XIX): "Se o Grão-Mestre abusar do seu poder e se tornar ele próprio indigno da obediência e da sujeição das Lojas, ele será tratado da foram e da maneira que forem julgadas convenientes por um novo Regulamento; porque até ao presente, a antiga Fraternidade não teve ocasião disso, e os seus antigos Grão-Mestres conduziram-se com mérito nesse honorável Ofício".

Por sua vez a regra XXI do Regulamento de Payne dispõe: "Se o Grão-Mestre morrer durante o seu mandato ou se, por doença, ou por estar longe, ou por qualquer outra razão, ele se tornar incapaz de ocupar o seu ofício, o Deputado ou, na sua ausência, não importa qual dos três Mestres da Loja (Grande Secretário, Grande Vigilante ou Grande Tesoureiro da Grande Loja), se porão de acordo para reunir imediatamente a Grande Loja, para reflectir em conjunto sobre a urgência e enviar dois de entre eles para convidar o Grão-Mestre precedente a retomar o seu lugar que, agora lhe é conferido de direito, ou se lhe recusar, o precedente e assim sucessivamente. Mas se nenhum antigo Grão-Mestre puder ser encontrado, então o deputado agirá como Principal até que um outro seja eleito ou, se não houver Deputado, então o mais antigo Mestre".

Convém notar que de acordo com este sistema o Grão-Mestre era apenas eleito por um ano. Todos os anos pelo São João de Inverno era eleito o Grão-Mestre.

Quanto á tradição americana que desenvolveu em ambiente republicano a Maçonaria logo no século XVIII, desenvolveu-se uma Tradição compilada por Albert Mackey que reúne 25 Landmarks, que quanto ao cargo de Grão-Mestre inclui:

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Regra nº 5: " A prerrogativa do Grão-Mestre presidir a qualquer assembleia maçónica"

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Regra nº 6: " A prerrogativa do Grão-Mestre permitir a concessão de graus sem exigência de tempo regulamentar".

Regra nº 8. " A prerrogativa do Grão-Mestre de fazer maçons á vista"

Não existe nenhum Landmark sobre a substituição do Grão-Mestre em exercício).

De acordo com outras Grandes Loja Americanas, que dispõem de outras versões de Landmarks que não as de Mackay podem ler-se interpretações ligeiramente diferentes mas coincidentes no essencial, como se expõe:

GL de Colorado: "O Grão-Mestre deve dispor e exercer todo os poderes e prerrogativas conferidas pelas antigas Constituições, usos e Landmarks da Ordem".

GL de Connecticut: " O Grão-Mestre é a cabeça da Maçonaria". GL de Florida: O Grão-Mestre supervisiona e regula os assuntos maçónicos da sua

jurisdição, e pode dispensar o cumprimento dos regulamentos, bem como fazer um maçon á vista mas perante uma Loja constituída e depois de aprovado em votação.

GL de Kentucky: "O Grão-Mestre pode suspender o Venerável Mestre de uma Loja, ou suspender com fundamento a carta de uma Loja".

GL de Minnesota: " O Grão-Mestre pode fazer maçons à vista, e permitir dispensas a uma Loja para esse efeito, mas desde que o candidato seja proposto em Loja mediante agenda prévia, e aceite por escrutínio secreto e unanime na sessão seguinte, e desde que tenha pago a jóia antes da admissão".

GL de New Jersey: O Grão-Mestre é o Governo da Maçonaria, pode presidir a qualquer Loja, cria-las e suspende-las, bem como qualquer regulamento que não seja um Landmark , pode suspender qualquer oficial de uma Loja, e não responde sobre os seus actos como Grão-Mestre. Pode delegar funções em qualquer Irmão para praticar actos na sua ausência.

GL de Tenessee: O Grão-Mestre tem a prerrogativa de presidir a todas as assembleias maçónicas, de fazer maçons á vista numa Loja regular, após consentimento, e a dar dispensas para a formação de novas Lojas.

GL de Virginia: "O Grão-Mestre governa a Fraternidade".

E quanto a Portugal?

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Dispomos de Uma Constituição e de um Regulamento Geral aprovados em sessão de Grande Loja de 21 de Março de 1998, sendo que a Constituição reproduz a regar de doze pontos, considerada como os Landmarks da Maçonaria Regular devidamente estabilizados, e por isso nele se escreve que a Constituição é um texto definitivo e não pode ser modificado sob pretexto algum. É porém importante que o ponto 2 das referidas regras remete para os Antigos Deveres e Landmarks da Fraternidade, ou seja para a Tradição dos Usos e Costumes

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não escritos "na óptica do respeito absoluto pelas tradições específicas da Ordem Maçónica, essenciais á regularidade da jurisdição", o que permite uma leitura evolutiva e dinâmica consentânea com os princípios da regularidade universal.

Aliás, o Regulamento Geral no seu artigo 1º. Nº 5º estipula que a Grande Loja "exige a mais estrita observância da Constituição (as doze regras) e deste Regulamento Geral, dos Landmarks e das Antigas Tradições e Obrigações da Ordem Maçónica Universal, de acordo com as orientações gerais fixadas pelas Obediências membros da Maçonaria Regular e Universal".

Nenhum dos doze princípios e refere ao Grão-Mestre. Este tem o poder específico que lhe é conferido pela Grande Loja e pelo Regulamento Geral, para além dos que resultem dos Usos e Costumes:

O Grão-Mestre é um órgão central da Grande Loja.(art.º 3º nº1º b); O Grão-Mestre preside à Assembleia da GL, e se o entender, ás sessões de Loja, ou

reunião de qualquer natureza de maçons, excepto do Conselho de Jurisdição (art.º 18º Nº 4º);

A Convocação de uma reunião extraordinária da GL pode ser sempre feita pelo Grão-Mestre por iniciativa própria (art.º 8º nº4);

O Grão-Mestre é livre de requerer o parecer do Grande Porta Gládio sobre qualquer aspecto da competência do Conselho de Jurisdição durante uma sessão da GL (art.º 8º nº9º);

Os Grandes Oficiais são livremente nomeados e substituídos pelo Grão-Mestre (art.º 12º);

O Grão-Mestre designará os Grandes Oficiais que integrarão o Grão Mestrado, que o coadjuvará, reunindo sempre que o convocar (art.º 13º nº1º);

O Grão-Mestre é o Chefe Supremo da Obediência, representa a Grande Loja sendo responsável pela condução dos seus trabalhos, pela unidade e harmonia dos seus membros, pelo respeito e obediência à sua Constituição, Regulamentos e Decretos (art.º 18º nº1º);

O Grão-Mestre detém também o poder executivo. São suas atribuições, de um modo geral, praticar todos os actos necessários á boa administração da Obediência (art.º 18º nº2º).

Que concluir?

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Em primeiro lugar, que o Grão-Mestre (como órgão maçónico, e como função) não constitui um Landmark escrito e descrito de forma indiscutível, permitindo-se várias interpretações quanto ao alcance do seus poderes e quanto ao estilo de desempenho do cargo, mas uma

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tradição imemorial que se caracteriza como o Chefe Supremo da Grande Loja com os mais amplos poderes executivos, sendo este aspecto, mesmo um dos fundamentos da Ordem Maçónica: Isto é não há Maçonaria moderna ou contemporânea apenas com Lojas independentes e autónomas como no período anterior ao século XVIII, hoje exige-se a instituição de uma Grande Loja e inerentemente de um Grão-Mestre, como seu funcionário executivo na expressão de José Quezada Meléndez.

Em segundo lugar, que o Grão-Mestre, não é um cargo de recorte profano, mas sim maçónico, embora envolva representação perante as autoridades constituídas, assumindo assim uma dupla função: interna, perante as Lojas sob jurisdição da Grande Loja, quer em aspectos maçónicos estritos (rituais) como administrativos, financeiros e de gestão, e por outro lado, uma função externa, também de recorte maçónico no que respeita a outras Obediências estrangeiras, e aos corpos dos Altos Graus que mantenham relações fraternais ou protocolos de amizade coma Grande Loja, e igualmente de âmbito profano nas relações com a autoridade civil.

Em terceiro lugar, que sendo a Grande Loja (ou em alguns outros caos o Grande Oriente)o órgão soberano da Maçonaria, em cada jurisdição, que quando esta não está reunida ou em sessão, é ao Grão-Mestre (e não ás Lojas) que compete exercer e representar essa Soberania em virtude de uma delegação de poderes automática (de acordo com os Antigos Usos e Costumes) ou expressa, se prevista nos respectivos Regulamentos. Assim se compreende que os actos do Grão-Mestre possam ser apreciados pela Grande Loja, perante quem em última análise todos respondem: Grão-Mestre, Grandes Oficiais, Veneráveis Mestres, e demais Irmãos maçons.

Em quarto lugar, entre os poderes não especificados estão os inerentes á actividade esotérica essencial ao bom funcionamento da Ordem maçónica, e nestes incluímos o dever de pedagogia e de divulgação do ideal maçónico e sua defesa na sociedade civil, pois de acordo com a regra dos doze pontos adoptada pela Grande Loja Legal de Portugal/GLRP, no seu ponto 11, "Os maçons contribuem, pelo seu exemplo activo do seu comportamento viril, digno e são para o irradiar da Ordem, no respeito pelo segredo maçónico".

Em quinto lugar, sendo o Grão-Mestre a cabeça da Grande Loja, deve ser ele a dar a cara pela Grande Loja, e nesta tarefa, como qualquer outro Irmão é credor da ajuda mútua de todos os Irmãos, da ajuda e protecção fraternal, (regra nº 12) de todos os que sendo homens livres e de bons costumes se comprometem a por em pratica um ideal de Paz (regra nº 3). Tudo em consequência da regra nº 10: "Os maçons cultivam nas suas Lojas o amor á Pátria, a submissão às leis e o respeito pela Autoridade constituída. Consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano e honram-no sob todas as formas".

Ao Grão-Mestre em Portugal, cumpre pois realizar este objectivo complexo de representação e de defesa quer ao nível da Grande Loja, como o da sua percepção favorável ao nível profano. Só assim cumprirá com o Dever de contribuir para o irradiar da Ordem...

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E no Brasil?

De acordo com Legislação Maçónica editada pelo GOB nomeadamente a Constituição, compete ao Grão-Mestre Geral (art.º 81º) administrar o Grande Oriente do Brasil determinando aos Maçons, às Lojas (…)o exacto cumprimento desta Constituição, das leis e das decisões da Federação, bem como a fiel observância dos Landmarks e dos usos e costumes tradicionais da Maçonaria Universal.

Compete-lhe ainda sancionar as leis…e muito importante vetar (poder que não existe especificado em Portugal, o que significa apenas a possibilidade de um veto de bolso, ou seja o direito a não promulgar deliberações da Grande Loja) projectos de lei que contrariem esta Constituição e prejudiquem os interesses da Federação, o que significa a ponderação não apenas da legitimidade maçónica de que o Grão-Mestre Geral é juiz, mas também da legitimidade de oportunidade.

Por outro lado e para além dos naturais poderes de representação o GMG pode presidir a todas as assembleias maçónicas a que comparecer excepto as dos poderes legislativo (contrariamente ao caso português) e as do poder judicial, impedimento que igualmente existe na Grande Loja de Portugal….todavia neste caso o Presidente do Conselho de Jurisdição é eleito, e propõe ao GM os seus vogais, e no GOB o poder judicial é nomeado. Por este motivo (porque detém uma superioridade hierárquica) tem o GMG do Brasil a possibilidade de indultar ou comutar no todo ou em parte a sanção que houver sido imposta a um maçon, poder que o GM de Portugal não tem, (porque o poder judicial é independente) mas que cabe sempre á Grande Loja, á qual ele pode apresentar uma proposta nesse sentido.

Quanto ao caso da GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, a respectiva Constituição, atribui ao GM a generalidade dos poderes que são comuns ao caso português, como sejam a convocatória das Assembleias de Grande Loja…mas com algumas especificidades, como por exemplo a assinatura de cheques ordens de pagamento e documentos de caracter económico e financeiro que no caso português cabem ao Grande Tesoureiro e ao Grande Secretário.

Todavia o que se afigura mais importante é o aprofundamento destas questões e o estudo do Direito Comparado Maçónico, não tanto para se obter uma convergência de um modelo único, que não é adequado a regimes culturais e tradições de vivência diversas, mas antes para se ponderarem dos graus de maior sucesso ou insucesso orgânico de modelos institucionais que melhor contribuam para o irradiar da Ordem numa dupla vertente cada vez mais necessária ser articulada: o trabalho iniciático das Lojas, e o trabalho de cooperação internacional a nível das Grandes Lojas ou Grandes Orientes. De facto, sendo a Maçonaria Universal, e estando o Mundo profano num processo acelerado de Globalização, cabe á Maçonaria ser um esteio fraterno de ligação e relação entre os homens bons e de bem –Os Maçons- e em especial aqueles que pertencem á Sociedade da Lusofonia, com potencial evidente na criação de uma Comunidade Maçónica Lusófona Regular CMLR que um dia ainda será realidade…para bem do epicentro luso-brasileiro.

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Que assim seja, e á Glória do Grande Arquitecto do Universo!

No solstício de Verão de 5999.

PORQUE NOS REUNIMOS EM LOJA

FRATERNIDADE ou IRMANDADE significa uma associação de irmãos. E isso é exatamente o

que a maçonaria é - uma associação de amigos e irmãos.

Os maçons reúnem-se numa Loja Maçônica, que é dirigida pelos escolhidos, dentre os

demais, pelos próprios membros da Loja. A maior autoridade, o Mestre da Loja, não é apenas

o encarregado da administração como um presidente de clube, mas é responsável, também,

pela convivência fraterna entre os membros da Loja.

Os maçons podem participar de reuniões onde são decididas as questões relativas aos

assuntos da Loja, bem como de rituais, ensinamentos particulares ou seminários, tudo

transmitido por irmãos maçons.

O maçom deve aprender em loja a contribuir para a melhoria dos fatores de desenvolvimento

e a conseqüente utilização por todos os homens. Dentro de uma sociedade, o maçom deve

dar o seu exemplo, para distinguir indivíduo de pessoa, e se possível, ter a consciência de

cidadania, respeitando a ordem e as leis do país.

Deve aprender também em loja que com a família, as atitudes do maçom devem ir além do

conceito profano, visto que aqui, família não se restringe apenas aos parentes. Nesta família

que foi citada, está inclusa uma família muito maior, que é a família maçônica.

As aptidões individuais e interesses do indivíduo determinarão suas oportunidades para

participar ativamente da vida da Loja. As atividades da Loja incluem eventos sociais, passeios

e viagens. Muitos eventos incluem as mulheres e alguns incluem filhos e amigos.

OBJETIVO

Os laços entre os irmãos maçons são fortes porque os bons maçons empenham-se em

evoluir, em tornar-se homens melhores. E o fazem dentro do espírito de fraternidade.

Tornar homens bons ainda melhores: é o objetivo da Maçonaria.

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PRIMO – Cuidado com ele Ah, os Primos de Loja. Quanta tinta tem sido gasta em favor de mais uma chance, afinal

somos todos Irmãos... Quanta saliva desperdiçada em favor de mais uma oportunidade para

que um fulano que não está nem aí para qualquer coisa que não são suas próprias

conveniências. E lá vão eles, de chance em chance,

sempre motivo de discórdia e aborrecimento, mas, de um modo ou de outro, sempre

desculpados por quem tem como princípios primeiros a tolerância e o respeito.

Vai ser sempre assim, um sempre dando de si, sempre pronto a socorrer e auxiliar, e outros

de corpo mole, se é que de corpo presente...

Como ainda não existe vacina contra ele, pelo menos vale a pena identificá-lo e aí, a Ter

coragem de dar uma sarrafada caridosa, senão para ele, com certeza, para a paciência e o

bolso dos Irmãos...

Não é difícil reconhecer um Primo, ele tem pelo menos 10 características muito marcantes.

Vejam só:

1. Primo pouco comparece, não precisa motivo para faltar – pretexto basta. E nas

poucas vezes em que dar o ar da sua graça, chega atrasado, esquece o Avental e nunca está

convenientemente vestido ou calçado.

2. Primo não trabalha – Ora, ele não entrou para a Ordem para se cansar. Além do

mais nunca vai faltar que faça, não é mesmo? Por isso, em dia de

Boca-livre, Primo chega tarde, bota a barriga em dia "a custa dos Irmãos " e sai de

fininho para não Ter de ajudar. E, se duvidar, ainda leva um monte de penetras, porque a

Loja é rica – e ele faz presença com o bolso alheio...

3. Primo não contribui – o tronco quando passa por ele, tilinta ( e isso quando ele está

generoso e bota duas moedas). Qual é? Tão querendo enriquecer a Loja às custas dele? E

que negócio é esse de cobrar atualizado o que ele deixou de pagar, isso não é Maçônico.

4. Primo não colabora – mas critica. Não levanta um alfinete, mas vê defeito em

absolutamente tudo o que os outros fazem. E bota sempre o que pensa para fora, sem

escolher hora ou lugar, mesmo que quebre a harmonia da Sessão ou estrague a festa. Mas

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quando é com ele, sua excelência, o "desmancha prazeres ", exige paciência de Jô, tolerância

Divina e linguagem impecavelmente maçônica.

5. Primo não move uma palha por ninguém – mas sempre acha que o Venerável, a

Loja, o Grão-Mestre ou a Maçonaria Universal tem de se posicionar ou fazer algo a respeito

de alguma coisa. Ele mesmo, não faz, Já fez muito em falar sobre o problema...

6. Primo não serve ninguém – e por que? A Loja está cheia desses Caxias para isso.

Mas se ele não for servido, Ah, se ele não for servido, vai falar cobras e lagartos de tudo e

de todos.

7. Primo não estuda - mas pontifica. Não lê o Ritual e, se bobear, nem saber fazer os

Sinais. Mas fala como se catedrático fosse. Entretanto, se nos exames para aumento de

salário tiver de perguntar aos candidatos sem colar do Ritual, vai ficar caladinho, caladinho...

8. Primo não aceita nenhuma responsabilidade – nunca vai aceitar a secretaria, mas

vai achar uma injustiça não ser escolhido Vigilante ou Orador.

Comissões só se tiverem mordomias e honrarias sem obrigações...

9. Primo não participa – mas fica uma fera com essa panelinha (!) que toca o barco.

Detesta estes pretensiosos que agem como donos da Loja. A cada eleição ele esperneia e diz

que é por isso que se afasta da Loja.

10. Primo não liga para ninguém – mas acha antimaçônico não ligarem para ele. Não se

lembra de ninguém, mas não consegue, do alto de sua importância, aceitar que o esqueçam.

No fundo, acha que deveria receber Jeton quando aparece.

Esse é a Primo, figura indigesta, rei do "vem a mim”.Embora aos outros nada. Maçom por

conveniência, não se incomoda em ser inconveniente. Verdadeiro "pé no saco" que se

aproveita da tolerância dos Irmãos sabendo que estes quase sempre cederão para evitar

rupturas.

E assim viceja essa erva daninha, a expressão viva a lei de "Gerson", cujo jeton deveria ser

um vidro de óleo de peroba para que ele polisse a sua baita cara de pau.

Mas ele tem seu lado útil. Por mais belo que seja o sentimento de tolerância, ele não poder

ser ilimitado. Como já disseram, é tênue a linha entre a tolerância e a conivência. Quando a

paciência se esgota, quando mais ninguém tolera e vê a desarmonia que ele provoca, o

tempo que ele nos desperdiça, as Sessões que ele azeda, aí então vem o basta.

E neste basta o microcosmo da Loja se recompõe, reexamina seus valores e cresce como

sociedade. Por isso não há porque não evitar tão badalada e tão deformada pela conveniência

de grupelhos tem de ser compreendida como uma inter-relação de direitos e deveres. E essa

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relação pressupõe uma vida de mão

dupla, pavimentada com respeito e educação. Quando assim não ocorre, nós temos o direito,

sem o temor de parecermos intolerantes, de recorrer a solução

extrema. Mais vale ficar vermelho alguns instantes que amarelo o resto da vida.

Autor anônimo

PRINCÍPIOS DA MAÇONARIA

Os ensinamentos maçônicos orientam seus membros a se dedicar à felicidade de seus

semelhantes, não só porque a razão e a moral lhes impõem tal obrigação, mas também porque esse sentimento de solidariedade os faz irmãos, com base nos seguintes princípios:

• I - a Maçonaria proclama, a existência de um Princípio Criador, ao qual, em respeito a todas as religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo;

• II - a Maçonaria não impõe limites à investigação da verdade e, para garantir essa liberdade, exige de todos a maior tolerância .

OBJETIVOS DA MAÇONARIA

O principal objetivo da maçonaria é ajudar o homem a reforçar seu caráter, melhorar sua visão

moral e espiritual, alargando seu horizonte mental. Simbolicamente, o maçom se vê a si mesmo como una pedra bruta que tem de trabalhar com as ferramentas alegóricas adequadas para

convertê-la em um cubo perfeito, podendo, assim, encaixar na estrutura do Templo do Grande Arquiteto do Universo.

Código Maçônico

• Adora a Deus. Fazer o bem e deixar falarem os homens.

• O verdadeiro culto a Deus consiste nos bons costumes.

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• Ama aos bons, compadece-te dos fracos, foge dos malvados, mas não odeies a pessoa alguma.

• Fala respeitosamente aos que te são superiores, prudentemente aos que te são iguais, sinceramente aos teus amigos, e com ternura aos pobres e aos menores.

• Nunca bajules teus irmãos, porque é uma traição; e se teu irmão te bajular, desconfia!

• Não te corrompas !

• Ouve sempre a voz da consciência.

• Sê sempre o pai dos pobres, cada suspiro que tua dureza lhes arranque será uma maldição que cairá sobre tua cabeça.

• Evita sempre discussões e insultos colocando a razão de permeio. Respeita as mulheres; jamais abuses de sua franqueza, e morre antes de desonrá-las.

• Se Deus te der um filho, dá-lhe graças, mas teme também pelo depósito que te confiou pois que, de agora em diante, serás para essa criança a imagem da Divindade.

• Faze com que ela, até os dez anos te tema, até aos vinte te ame, e até a morte te respeite.

• Até aos dez anos sê teu mestre; até aos vinte seu pai, até a morte seu amigo.

• Jamais julgues superficialmente as ações dos homens; quer perdoando, que condenando.

• Lembre-te de que jamais te arrependerás das palavras que não pronunciaste.

Nenhum outro rei teve sobre si um volume tão grande de lendas e mitos quanto Salomão e, o que é mais interessante, tais lendas fazem parte de culturas muito distintas, separadas em tempo e espaço. Lendas, muitas vezes, são mais consistente que o aço, atravessam séculos se espraiando pelo mundo com grande facilidade. Embora um mito, ou uma lenda, não tenha valor científico e histórico oficialmente reconhecido. Foi graças a acreditar em uma lenda que Scheliemann descobriu as ruínas soterradas de Tróia, mostrando que o que as lendas diziam a respeito de Tróia, de Helena e da guerra de Tróia realmente havia ocorrido. Quanto aos meninos e meninas, Diz a lenda, Salomão reconheceu a trapaça de imediato e desmascarou os 500 rapazes e as 500 moças, pois os observando viu que os meninos erguiam os braços para se esfregarem e as meninas não. Bíblia - Reis 10-21 - Até a rainha de Sabá, tendo ouvido falar da fama de Salomão, no nome do Senhor, foi experimentá-lo com enigmas. 10-2 e tendo entrado em Jerusalém com grande comitiva, riquezas e camelos, que levaram aromas, e infinita quantidade de ouro e pedras preciosas, apresentou-se diante do rei. Salomão falou-lhe de tudo o que ela tinha no seu coração. 10-3 Salomão

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instruiu-a em todas as coisas que ela lhe tinha proposto; não houve nenhuma que o rei ignorasse e sobre a qual lhe não respondesse. Muitas lendas e estórias sobre Salomão foram tiradas do Midrash um livro que segundo os judeus pertence ao Antigo Testamento. Daquela obra se originou o Segundo Targum, um livro da Caldéia. No Segundo Targum há descrições das viagens de Salomão, e sobre o famoso trono de Salomão. O trono de Salomão, dizem os contos, era uma coisa incomum, uma verdadeira máquina de ouro. Ficava num patamar com 7 degraus adornados por leões, águias e outros animais feitos de puro ouro. Quando o Rei punha o pé no primeiro degrau os leões entravam em ação e um ia conduzindo o Rei até o seguinte até que ele chegar à cadeira do trono. Águias mecânicas levantavam vôo e colocavam a coroa em Sua cabeça. Os animais de ouro emitiam os seus sons característicos. Quando Salomão deixou de habitar a terra, com a destruição de Jerusalém e o cativeiro do povo hebreu, aquele trono foi levado por Nabucodonosor para a Babilônia. Dizem que quando ele tentou subir no trono, ao por o pé no primeiro degrau, um dos leões de ouro deu-lhe uma patada fraturando-lhe a perna, e desde então aquele rei passou a ser coxo. Depois o trono foi levado da Babilônia para o Egito. Lá, o mesmo aconteceu com o rei que tentou subir ao trono, ele foi atacado por um dos leões e desde então se tornou defeituoso e passou a ser conhecido como o Faraó manco. As qualidades inconcebíveis das descrições sobre o trono de Salomão fazem com que os ufologistas digam que ele era um artefato construído por seres de outros planetas. A rainha de Sabá carregou vários navios com pérolas e pedras preciosas para presentear e impressionar Salomão. Quando a rainha regressou da visita que fez ao Rei recebeu dele tesouros muitíssimo mais valiosos. A rainha de Sabá foi visitar Salomão e dizem que levou 7 anos para chegar até Jerusalém. Quando ela chegou e foi recebida por Salomão, o GRANDE REI se apresentou a ela num aposento de vidro. Belkis acreditou que ele estava sentado em meio à água, e ergueu seu vestido para chegar até ele. Foi então que foi visto que os pés dela eram cobertos de pelos como um animal e disse: Sua beleza é a beleza das mulheres; seus pelos, no entanto, não são os pelos de uma mulher. É muito importante que se tenha em vista essa passagem citada em muitos documentos de várias tradições. A rainha de Sabá era uma anomalia, a par de uma grande beleza tinha parte do corpo que mais se assemelhava a um animal. A maneira como Salomão se apresentou já foi uma maneira de desmascarar a rainha Belkis no primeiro momento, uma forma dela se denunciar. Aquele episódio jamais foi motivo de maiores comentários por parte dos biógrafos de Salomão, assim como pelas doutrinas secretas. Contudo, afirma-se que ali estavam em enfrentamentos duas forças que eram seres especiais. Somente alguns cronistas pré-islâmicos disseram que as pernas peludas da rainha era uma mácula animalesca em sua beleza como prova de sua origem demoníaca. Dizem que Salomão e a Rainha de Sabá tiveram um romance do qual nasceu um filho, mas isso é uma das coisas que os interesses negativos puseram na história a fim de mascarar a imagem do Rei . Também é muito questionada a citação bíblica de que Ele tinha mais de 700 concubinas. Na realidade Salomão, sendo o maior dos reis de sua época, recebeu, como era costume, muitas e muitas mulheres como presente e elas passaram a residir no palácio. Salomão não podia ferir a susceptibilidade dos reis que lhes presenteavam com mulheres. Era um costume da época, assim como era uma ofensa se recusar um presente. Desta forma o Rei as recebia, mas jamais ele possuiu fisicamente qualquer uma delas. Na realidade o relacionamento de Salomão com a rainha de Sabá foi mais um confronto de duas forças e não uma associação de uma intimidade. A rainha procurou de todas as formas comprometer Salomão e ele teve que por as coisas nos lugares certos. Na Etiópia existem muitas tradições sobre Salomão, sendo citado principalmente na obra KEBRA NEGEST, que significa "GLÓRIA DO REI" ou "GLÓRIA DO REI", e que data de 800 anos A.C., portanto numa época aproximada do período em que Salomão esteve encarnado na Palestina. Naquele

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documento a rainha de Sabá, como está mencionada na Bíblia, é chamada pelo seu nome próprio "Bilqis", nome esse que nas civilizações ocidentais seguintes foi transformado em "Belkis". Diz o Kebra Negest, no capítulo 30, que a rainha quando regressou de Jerusalém Salomão deu-lhe imensas riquezas, magnificências preciosas nunca antes vistas, que foram transportadas em camelos e carros em número de 6.000, carregados de utensílios valiosos. Muitíssimo mais do que os que a rainha trouxera. Toda aquelas riquezas foram transportadas por terra e também num carro que viajava pelo ar, que Salomão havia construído com a sabedoria que Deus lhe havia concedido. Todos os cronistas árabes que se referiram a Salomão são unânimes em afirmar que este rei, com a ajuda de gênios e demônios construiu três imponentes castelos, a um dos quais correspondem as ruínas de Baalbek situado no vale do Belkaa no atual Líbano. As ruínas de Baalbek mostram uma monumental construção megalíticas, uma das mais impressionantes existentes no mundo. Pelo menos essa afirmativa nos vem mostrando que Salomão deteve o poder de dominar os demônios e de comandar os gênios da natureza. Os outros dois castelos diz a Tradição que foram construídos por seres fantásticos. São o castelo de Salin e o castelo de Gumdan. O castelo de Gumdan é aceito por todos os arqueólogos do Iêmen como tendo existido realmente mesmo que ainda haja até hoje sido encontrado as ruínas dele. O Alcorão diz que Alá colocou espíritos prestativos a serviço do rei Salomão. "Nós tornamos o vento submisso a Salomão Além disso, em seu tempo, pela vontade de Alá espíritos trabalharam para ele..." "Eles faziam qualquer coisa que Salomão quisesse; palácios, monumentos e alguidares grandes como viveiros de peixes".

O Rei Salomão reinou no trono de Israel por 40 anos e sobre a sua "morte" a Bíblia simplesmente diz: Reis 11-42 O tempo que Salomão reinou em Jerusalém sobre todo o Israel foi de quarenta anos 11-42 Salomão adormeceu com seus pais e foi enterrado na cidade de seu pai Davi. Roboão, seu filho, reinou em seu lugar. Pela descrição bíblica seguem-se as disputas entre políticos e religiosos e podemos notar o quanto de ingerências do "Senhor Deus de Abraão" em todas as esferas religiosas e políticas dos hebreus. É bem marcante uma passagem em que Jeroboão, filho de Nabat, que havia sido desterrado por Salomão e exilado no Egito, vai até Roboão e pede-lhe que lhe diminua o jugo. Reboam deixou de ouvir o conselho dos mais velhos, daqueles que haviam sido auxiliares diretos de Salomão, para dar ouvidos aos jovens causando assim o primeiro cisma após o reinado do GRANDE REI. Tendo-se retirado o povo, teve o Rei Reboam o conselho com os ancião que Salomão, seu pai, tinha junto de si, quando vivia, e disse-lhes: Que me aconselhais vós que eu responda a este povo? Eles disseram-lhe: Se tu agora obedeceres a este povo, cederes, condescenderes com a sua petição e lhes falares com brandura, eles serão teus servos para sempre. Ele, porém, abandonou o conselho que lhe tinham dado os anciãos, consultou os jovens que tinha sido criados com ele e que lhe assistiam, e disse-lhes: Que me aconselhais vós que eu responda a este povo, que me disse: Suaviza um pouco o jugo que teu pai impôs sobre nós? Disseram-lhe os jovens

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que tinham sido criados com ele; Assim dirás a este povo que te falou, dizendo; Teu pai tornou o nosso jugo pesadíssimo, tu alivia-nos. Assim lhes dirás: O meu dedo mínimo é mais grosso do que o costado de meu pai. Se meu pai pôs sobre vós um jugo pesado, eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai açoitou-vos com correias e eu açoitar-vos-ei com escorpiões. Versículos 12:9 e seguintes - Voltou, pois, Jeroboão com todo o povo a Reboam, no terceiro dia, conforme o rei lhes tinha ordenado, dizendo: Tornai a vir ter comigo daqui a três dias. O rei respondeu duramente ao povo, desprezando o conselho que os anciãos lhe tinham dado. E falou-lhes conforme o que lhe tinham aconselhado os jovens, dizendo: Meu pai impôs-vos um jugo pesado, eu ainda aumentarei o peso do vosso jugo; meu pai açoitou-vos com correias e eu açoitar-vos-ei com escorpiões. O rei não deu ouvidos ao povo porque o Senhor tinha afastado dele a sua face, para se verificar a palavra que tinha dito a Jeroboão, filho de Nabat, por meio do profeta Aías, silonita. Vendo, pois, o povo, que o rei não queria ouvir, respondeu-lhe, dizendo: Que parte nos temos com Davi ? ou que herança com o filho de Isaí: Vai, pois, para as tuas tendas, ó Israel; e tu , ó Davi, trata agora de sua casa." Neste ponto já se pode notar uma imensa separação, entre o pensamento dos anciãos que haviam servido diretamente ao Rei Salomão, pessoas da confiança do Rei, e os jovens influenciáveis. É verdade que Jeroboão e os que lhes acamparam foram punidos por se levantarem contra Salomão: O relato bíblico diz que a ruptura do pacto entre Jehová e Salomão se deveu a haver o Rei adorado outros deuses: Astarte, Camos, e Moloc. Na realidade Salomão não adorou deus algum, nem mesmo Jehová, pois ele sabia que todos aqueles deuses eram falsos, em tudo iguais entre si. Salomão mostrou a verdade e afim de não motivar lutas religiosas simplesmente Ele deixou que cada grupo, e mesmo cada pessoa, adorasse o deus que lhe conviesse, pois a todos pertence o direito de exercer o seu querer religioso. Isto é feito pelo Poder Superior em todos os tempos, pois Ele sempre permitiu a existência de tantos deuses quanto as pessoas o desejaram e desejem ainda. Se até governos totalitários respeitam esse direito, o direito da liberdade de culto, se as constituições da maior parte das nações garantem esse direito, porque haveria Salomão de agir de modo diferente?. Se Ele tinha consciência Cósmica e se é exatamente a Consciência Cósmica quem rege a terra e permite a liberdade de cada um fazer o que quiser faz no exercício do livre arbítrio, por certo seria incompreensível que ela manifesta em Salomão agisse de uma forma e no geral agisse de forma diferente. A atitude de Salomão contrariou diretamente os interesse de Jehová que tinha um pacto com o povo hebreu em que ele se constituía o único deus a ser adorado. Portanto a atitude de Salomão ia contra o acordo com Jehová que queria egoisticamente ocupar o lugar de deus único quando na realidade ele era apenas mais um no imenso panteon dos deuses de todos os povos e de todos os tempos. Sabemos não ser fácil a aceitação de que Jehová foi apenas um entre os demais deuses e não o Deus Supremo. Nenhum daqueles deuses representava realmente o Poder Superior. Por outro lado, é mais fácil se aceitar isso desde que se examinem os frutos de todas aquelas árvores. Examine-se os frutos de Jehová e vejam de que natureza foram eles. Jehová disse que deixaria Salomão governar todos os dias de sua vida por respeito a David. Na verdade aconteceu que ele nada podia realmente fazer contra Salomão por isso somente conseguiu aquele intento quando Salomão foi sucedido por Reboam no trono. Eis, pois o que aconteceu: Bíblia 11-9 e seguintes "O Senhor, pois, irou-se contra Salomão, por se ter o seu espírito apartado do senhor, deus de Israel, que lhe tinha aparecido duas vezes, e lhe tinha proibido expressamente que seguisse deuses estrangeiros; mas ele não observou o que o senhor lhe mandara. Disse, pois, o Senhor a Salomão: Visto que tu te prostras-tes assim, e não guardaste o meu pacto nem os mandamentos que te ordenei, eu rasgarei e dividirei o teu reino, e o darei a um dos teus servos. Contudo não o farei em teus dias" ...

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Sendo Salomão um ser com Consciência Cósmica como poderia Jehová, se ele também fosse essa consciência, se iraria contra Salomão. Seria o mesmo que Deus se irar contra Deus, absurdo dos absurdos, portanto. Mas tudo tem duas faces, é a lei da bipolaridade, e assim a força negativa induz pessoas a praticarem o lado negativo da Cabala. Não é propriamente lado negativo da cabala, cultivam os conhecimentos cabalísticos de uma forma que induz a mente para o lado negativo da natureza em vez de induzi-la ao lado positivo como deve ser. O conhecimento é um só, ele vai de um extremo negativo e vem até o lado positivo, assim é que ele pode ser utilizado negativa ou positivamente, ser mal ou ser bem, tudo depende do uso que lhe for dado, do posicionamento da pessoa diante daquilo que estiver sendo posto em prática. Assim a Cabala mostra toda a natureza, mas o "interesse negativo" tenta fazer com que a pessoa se ligue de forma tal que dê margem ao uso negativo em vez de dar margem ao uso positivo como é o certo fazer. Ela tenta fazer com que a pessoa escolha uso mau, que a utilize negativamente. MESTRE cuja missões são opostos. Num estado ampliado de consciência os "mestres" tentam desviar a pessoa para o lado negativo enquanto o MESTRE orienta a pessoas para subir com segurança a escada que conduz à Fonte Pura do Saber. Em estados modificados de consciência, quer isso ocorra por práticas de meditação, quer pela utilização de esquemas mântricos, quer por mandalas, e tantos outros meios usados largamente pelos ocultistas - como a análise da árvore da vida da Cabala - ou mesmo pelo uso de incensos ou ingestão de chás sagrados, é indispensável que a pessoa tenha firmeza de pensamento no que é positivo, desejo cincerro de saber, esforço no aprimoramento do caráter, sinceridade, honestidade e todos os valores positivos do caráter para poder receber o precioso auxilia do Mestre. O mestre de cada um que pode estar tanto fora quanto na própria pessoa. Diz a Bíblia que Salomão : Reis 4:33 - "Tratou também de todas as árvores, desde o cedro, que há no Líbano, até os hisopo, que brota da parede"... Isso diz do conhecimento absoluto de Salomão quanto às propriedades dos vegetais. Ele indicou o como utilizar propriedades psicoativas de vegetais com a finalidade de possibilitar à mente humana o acesso a Fonte do Conhecimento com um nível de interferência o menor possível, muito menos, portanto do que na escrita. Conhecimentos transmitidos pela palavra, via de regra, são muito suscetível de serem modificados até ao nível de total reversão. Por isso foi que tantas deformações ocorreram , que ensinamentos primorosos, até mesmo os de Jesus foram deturpados e direcionais segundo o interesse da lodo negativo da natureza. A força negativa, serpente que desliza sutilmente procurando penetrar onde quer que exista alguma brecha também penetra nos meios de expansão de consciência de duas maneiras: Induzindo a pessoa à utilização de vegetais e outras drogas que deformam, viciam, e destroem a integridade da mente, que modificam o caráter das pessoas no sentido negativo, alterando-lhes a conduta segundo os interesses inferiores. Interferindo às nível psíquico no processo, tentando direcionar a mente durante o processo para o pólo negativo do universo. Após a morte do Rei Salomão e a destruição do Templo de Jerusalém ocorreu um hiato na sabedoria nas Escolas Iniciáticas seguidoras daquilo que o rei Salomão deixou, especialmente no período de escravidão dos hebreus na Babilônia. Outra missão de Salomão foi a de estabelecer no seio do povo hebreu condições parra a vinda de JESUS, importante no contexto da SALVAÇÃO ESPIRITUAL .

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É importante não confundir ROSA CRUZ ou ROSACRUCIANISMO, com ROSA

CRUZ (Cavaleiro) do 18° grau da Maçonaria no Rito Escocês Antigo e Aceito. O Rosacrucianismo é uma seita de iluminados originária da Alemanha do início do século XVII que surgiu através de uma literatura estranha para naquela época, sendo que as obras que mais se destacaram tinham como títulos: Fama Fraternitatis (1614) e Confessio (1625), sua criação é atribuída a Cristian Rosenkreus, sendo que há, quem atribua a sua autoria a Jean Valentin Andresse, que escreveu “Noces Chymiques de Christian Rosenkreus” (O casamento alquímico de Cristian Rosenkreus). O fenômeno literário e alquímico que inundou a Europa naquela época influiu na mudança da Maçonaria Operativa, para

Maçonaria Especulativa, acarretando sérias discussões, notadamente entre os biógrafos de Elías Ashmole.

A “Societas Rosacruciana de Anglia” não é mais do rosacrucianismo, e é composta de um verdadeiro cenáculo de eruditos, entre os quais Rudyard Kipling, autor do célebre poema “IF” traduzido em quase todas as línguas do mundo, sendo que em português foi traduzida por Guilherme de Almeida. O Cavaleiro Rosa Cruz, é, como o próprio nome diz, um grau cavaleiresco e se constitui no 18 grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. A sua origem hermetista e a sua integração na Maçonaria, durante a segunda metade do século XVIII, leva a marca dos ritualistas alquímicos; que redigiram, naquela época, os rituais dos Altos Graus. O hermetismo atribuído ao grau 18, é perceptível no símbolo do grau, que tem uma Rosa sobreposta à Cruz, repre-sentando esta, o sacrifício e a Rosa o segredo da imortalidade, que nada mais é do que o esoterismo cristão, com a ressurreição de Jesus Cristo, ou seja tipificação da transcendência da Grande Obra. Conta a lenda que um homem vindo da Judéia, passou por Nazareth, tendo sido trazido pelo anjo Raphael, sendo que aquele que era conduzido era da tribo de Judá, significando assim I.N.R.I. (J = 1) Tanto os Rosa Cruzes, como os Maçons são pessoas de espírito muito elevado

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que estão na busca constante dos Grandes e Pequenos Mistérios, devendo merecer o maior respeito e admiração.

SAGRADO TRIANGULO Triângulo Eqüilátero:

Desde remota Antigüidade, o triângulo eqüilátero tem sido considerado o símbolo da trindade divina por excelência, e também tomado como o signo da alma perfeita e dos altos iniciados. Nos vestutos monumentos Cristãos tem sido encontrado associado ao monograma de Cristo, na Maçonaria e para o estudante Rosa-cruz figura perpetuado esse elevado conceito.

Triângulo Retângulo

Um dos mais importantes símbolos cósmicos da Antigüidade, adotado ma Maçonaria, e a que se aplica o famoso teorema de Pitágoras, "A soma dos quadrados dos catetos, é igual ao quadrado da hipotenusa". É um triângulo escaleno, com um ângulo reto e dois agudos; o ângulo reto é constante e lembra a imutável operação da Lei Natural, e os outros dois podem variar com seus lados. No Egito, a perpendicular desse triângulo representava Osíris, a base Isis, e a hipotenusa Hórus.

Se representarmos os catetos por 3 e 4, a hipotenusa por 5, e os somarmos, temos 3+4+5 = 12, os quais, traduzidos respectivamente em figuras geométricas, correspondem ao triângulo eqüilátero, ao quadrado (ou cubo) , o Pentágono (ou estrela), e ao Duodecaedro. Na tradicional simbologia cósmica essas figuras representam o Espírito, a matéria, o homem em evolução e o universo objetivo de que a Grande Pirâmide é o emblema na terra, e em cuja complicada construção, se diz, houve aplicações de formulas ora desconhecidas desse teorema, cujos números estão ali basicamente presentes.

Os alquimistas também têm nesse teorema as proporções adequadas de sal, enxofre e mercúrio para a obtenção da sua famosa "Pedra Filosofa".

Na Loja Maçônica de Jerusalém há uma estreita correspondência entre os seus três Grãos-Mestres e os três quadrados ou pedestais de tamanhos desiguais, em harmonia com o teorema pitagórico.

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Pode-se ainda considerar, o triângulo retângulo a metade de um duplo quadrado, que é a medida da planta de uma loja maçônica; e se fizermos desse triângulo um quadrado perfeito, obteremos a quadratura de uma circunferência, tradicional símbolo do universo (vide Tabua de Esmeraldas). Por sua vez, o quadrado inscrito numa circunferência está abstratamente alicerçado na cruz de quatro braços iguais, cujos extremos são os quatro pontos cardeais, governados pelos quatro poderosos agentes cármicos cósmicos, comuns a todos os cultos passados e personificados nos antigos quatro animais sagrados rememorados na Esfinge milenar e descrito no Apocalipse como as quatro bestas.

O Número 12 (3X4 ou 5+7) aparece em todos os importantes cultos pré-históricos para designar as 12 divindades presidentes das 12 hierarquias divinas configuradas nos doze signos do zodíaco, donde provavelmente as transmitiu para os cultos de todas as antigas religiões, inclusive o judaísmo e o cristianismo.

Pitágoras, que procurou traduzir em expressão aritméticas e geométricas os antigos hieróglifos, considerava sagrado o número doze, e portanto fora de série, e adotou o pentáculo para recordar mais intimamente as quatro poderosas divindades cósmicas. Por outro lado, elevando ao quadrado os números 3, 4 e 5 , temos:

3 ao quadrado = 9 4 ao quadrado = 16 5 ao quadrado = 25 Soma = 50

50, que é o número sagrado em que se baseiam as festas das sete semanas dos judeus e de Pentecostes dos cristãos. Os primeiros as celebraram na Páscoa do Cordeiro, em memória à Lei Transmitida à Moisés no Monte Sinai, cinqüenta dias depois da saída dos hebreus do Egito, e os segundos as efetuam cinqüenta dias depois da Páscoa da Ressurreição, em memória `a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos (Atos cap.2).

Tal é formoso significado filosófico e maçônico do "teorema 47"de Pitágoras , que ainda se presta a outras luminosas interpretações, e que por isso em alguns ritos franco-maçônicos constitui a "Jóia do P.’.M.’.I.’. – Past Master Imediato", como distintivo de experiências acumuladas por seu portador.

Por ter os seus lados desiguais, é também emblemático do imperfeito e trino caráter humano, em que os atributos: vontade, amor e inteligência se manifestam e atuam desequilibradamente. A Alma tem por missão equilibra-los e aperfeiçoa-los, de sorte a transformar o seu caráter num " triângulo eqüilátero" perfeito como o Delta Maçônico, isto é, um reflexo do "Divino Triângulo eqüilátero", símbolo do Altíssimo manifestado plena e harmoniosamente como "Pai – Filho – Espírito Santo"em seu universo.

Saudações em todas as pontas do nosso Sagrado Triângulo.

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SALA DOS PASSOS PERDIDOS

A Sala dos Passos Perdidos é uma área física que antecede ao Templo propriamente dito, essa sala é um lugar de apoio onde os Irmãos se preparam, se revestem de suas insígnias e outros trajes maçônicos, antes do início das Sessões.

Não existe nenhum critério especial de tamanho, medidas ou decoração dessa Sala que é

destinada à recreação e colóquios livremente consentidos entre os Irmãos.

A Sala dos Passos Perdidos é herança do Parlamento Inglês. Na fase de estruturação dos

Templos Maçônicos, no inicio do último quartel do século XVIII, a Maçonaria se espelhou nos

Templos cristãos e no Parlamento Inglês, que lhes serviram de modelo para elaborar a planta

física de seus Templos.

No Parlamento Inglês existe uma sala de recreação que antecede A Sala de Reuniões,

exatamente com as mesmas finalidades de sua congênere nos Templos Maçônicos.

A maioria das Lojas Maçônicas se utiliza desse espaço para exposição de quadros de

grandes vultos da Ordem e da Pátria, assim como fotografias e placas alusivas aos

fundadores e ex-Veneráveis da Loja em particular.

A denominação Sala dos Passos Perdidos, em francês “Sale des Pas Perdus”, segundo

Lenning, deriva do que se considera todo passo feito no mundo profano antes do ingresso na

fraternidade ou que não obedece a nenhum princípio ritualístico, daí o fato de serem “passos

perdidos...”.

O Átrio

Também denominado Vestíbulo, é o espaço compreendido entre a porta de entrada do

Templo, até onde se iniciam as Colunas B e J.

Na verdade, a palavra VESTÍBULO (ULAM em hebraico) correpondia ao PÓRTICO do Templo

de Salomão, que se estendia exatamente no espaço correspondido entre as Colunas que

sustentavam o Pórtico da Entrada até a porta do Templo propriamente dito.

O ÁTRIO (AULÊ em hebraico), significa “recinto aberto”. Essa palavra foi utilizada

originariamente para designar o recinto externo do Tabernáculo mosaico (Êxodo: 27,35 e

38). No Templo de Salomão, foi substituída pela palavra PÁTIO (HACER em hebraico), que

significa literalmente “recinto”. Nesse Pátio, como no Átrio do Tabernáculo, ficava o Altar dos

Holocaustos, o Mar de Bronze e outros utensílios que faziam parte integrante do cerimonial

ritualístico do Templo de Jerusalém.

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Considerando, portanto, que alegoricamente o Templo de Salomão se tomou o arquétipo

do Templo Maçônico, as correspondências de expressões e de planta física são inevitáveis.

Portanto, a denominação correta desta área seria Vestíbulo e não Átrio.

Na planta física do Templo Maçônico, o Vestíbulo precede ao Templo propriamente dito, já

que a Maçonaria transportou as Colunas para seu interior. Portanto, o Maçom que

permanecer no Vestíbulo do Templo Maçônico, a rigor, estará fora do Templo.

O espaço delimitado pelo Átrio, embora tenha seu significado simbólico, serve apenas como

passagem para o ingresso dos irmãos para o interior do Templo. Uma vez iniciada a Sessão,

o irmão retardatário ingressará ritualisticamente, iniciando seus “passos” na porta de entrada

e parando entre as Colunas, quando, então, pede permissão para participar dos trabalhos. É

fundamental, portanto, que, ao completar sua entrada ritualística, não permaneça dentro do

Átrio, mas entre as Colunas. É o simbolismo maçônico.

De um lado e de outro do Átrio, ficam guardadas as Estrelas, utilizadas nas cerimônias de

entrada com pompas das autoridades maçônicas. Essas Estrelas são em número de 13,

sendo colocadas sete do lado Sul e seis do lado Norte, respectivamente. Também chamadas

de Estrelas Móveis ou Tocheiras, as Estrelas são lanternas iluminadas com velas e suspensas

por um bastão para serem carregadas. Atualmente usam-se focos de luz elétrica alimentada

por pilhas.

Dentro do espaço que a área permitir, aí também se colocam algumas peças utilizadas nas

cerimônias de lniciação, Elevação e Exaltação.

PPOORR QQUUEE ““SSÃÃOO JJOOÃÃOO,, NNOOSSSSOO PPAADDRROOEEIIRROO””?

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?

Desde que surgiram as primeiras associações de oficio organizadas hoje, englobadas sob o rótulo geral de “Maçonaria Operativa”, ou “Maçonaria de Ofício” cada ofício tinha o seu padroeiro.

A primeira organização de que se tem noticia, é a dos “Collegia Fabrorum”, criados em Roma, no século VI a.C., por necessidade oriunda da atividade bélica: era a época em que as legiões romanas espalhavam-se pelo mundo conhecido, em sua ânsia conquistadora, destruindo, com a guerra, as povoações conquistadas. Os “collegiati” seguiam os legionários, para reconstruir o que fosse destruído

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por estes. A principio, os patronos dos ofícios eram os deuses do panteão greco-romano que a Igreja,

depois, chamaria de “pagãos” havendo, posteriormente, já na era cristã, a adoção de outros padroeiros. Com o declínio dos “collegiati”, após a queda do Império Romano do Ocidente, os ofícios passaram para o domínio exclusivo da Igreja, com as Associações Monásticas, que, evidentemente, buscavam seus protetores entre os santos e, principalmente, entre os mártires da Igreja.

Com a evolução dos ofícios, os frades passaram a ensiná-los a leigos, que se colocavam sob a sua proteção, dai surgindo, no século XI, as Confrarias, que, embora formadas por mestres leigos, sofriam forte influência do clero católico, do qual aprenderam a arte da arquitetura e o cunho religioso dado aos trabalhos. Quase na mesma época surgiam as Guildas, que eram, inicialmente, entidades simplesmente religiosas, passando, a partir do século XII, a formar corpos profissionais. Tanto as Confrarias quanto as Guildas, pela influência religiosa, mantinham o hábito do culto a protetores dos ofícios.

Deve-se considerar, também, por essa época, o “Compagnonnage”, criado pelos Templários, para o serviço em suas distantes comendadorias do Oriente. Cada um dos ofícios que compunha o “Compagnonnage” também possuía o seu santo protetor: São José, para os carpinteiros, Sant’ Ana, para os marceneiros, Santo Eloi, para os ourives, Santa Bárbara, para os telhadores, a Assunção, para os pedreiros e canteiros, etc.

Só depois do século XII é que surgiria a organização profissional por excelência, que foi a dos Ofícios Francos, ou Franco-Maçonaria. A palavra “franco”, na Idade Média, designava não só o que era livre, em oposição ao servil, mas, também, todos os indivíduos, ou todos os bens que escapavam às servidões e direitos senhoriais. Os Ofícios Francos eram formados por grupos privilegiados de artesãos, desligados dos feudos, das obrigações e das imposições dos poderes real e feudal e com liberdade de locomoção. Esses grupos, dedicados à arte de construir, tinham os seus privilégios concedidos e garantidos pela Igreja, que era o maior poder da época, fazendo com que eles fossem bastante apegados a ela, aos seus santos e aos princípios religiosos.

Estas corporações de ofício costumavam comemorar, festivamente, o início do verão e o do inverno, ou seja, as datas solsticiais, ou solstícios. Solstício é a época do ano na qual o Sol, tendo-se afastado do equador o mais possível, parece estacionar, durante alguns dias, antes de tomar a se aproximar daquela linha. Os solsticios, portanto, ocorrem quando o Sol atinge suas posições mais afastadas do equador terrestre, havendo os de verão e de inverno. Para os habitantes do hemisfério sul da Terra, o solstício de verão ocorre quando o Sol atinge sua posição mais austral (meridional, sul) e, o de inverno, quando ele atinge sua posição mais boreal (setentrional, norte).

O solstício de inverno, no hemisfério sul, ocorre a 21 de junho, enquanto que o de verão acontece, a 21 de dezembro, invertendo-se no hemisfério norte, onde o de verão é a 21 de junho e o de inverno a 21 de dezembro. Por influência da Igreja, mentora das corporações, essas datas solsticiais acabaram se confundindo com as datas dedicadas a São João, o Batista (24 de junho) e São João, o Evangelista (27 de dezembro), que não são exatamente as mesmas dos solstícios. E, graças a isso, os dois São João foram considerados os patronos das corporações, hábito que chegou, em alguns casos, à

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Maçonaria dos Aceitos (por ser formada por homens não ligados à arte de construir, mas aceitos pelos operativos), também chamada de “Especulativa”.

Esclareça-se, entretanto, que não é em todos os ritos teístas que isso acontece. Para a Maçonaria inglesa, por exemplo, a grande festa maçônica é a de São Jorge, padroeiro da Inglaterra.

Para os ritos adogmáticos, como o Moderno, ou Francês, não há padroeiros, já que o rito, em respeito à concepção metafísica de cada maçom, evita símbolos religiosos. O Grande Oriente da França, que criou a Palavra Semestral, em 1777, e que implantou o dogmatismo e sem imposição de crenças, continua a considerar as exatas datas solsticiais, para a emissão da Palavra.

Pode-se notar, também, que, quando se fala, nos demais ritos teístas, como o Escocês, em “S. João, nosso padroeiro”, a referência não é a apenas um, mas a dois santos da Igreja Católica: o S. João Batista e o S. João Evangelista.

O Batista, filho de Zacarias e Isabel, foi o precursor de Jesus, anunciando a vinda do Messias e batizando-o, no rio Jordão. Segundo o que consta nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, seus pais já eram velhos quando o conceberam, por graça divina; já adulto, pregou, ao povo, a penitência, para a espera do Messias, vivendo, ele mesmo, uma vida austera, no deserto, alimentando-se de gafanhotos e mel silvestre.

Anatematizou Herodes e foi encarcerado por este. Depois, Herodias, amante de Herodes, mandou que sua filha, Salomé, exigisse, dele, a cabeça do João Batista, que acabaria, então, sendo degolado, no ano 28 ou 29 da era atual. O Evangelista, filho de Zebedeu, foi, como seu irmão Tiago, um dos apóstolos de Jesus (na realidade, os

chamados apóstolos eram membros de uma confraria, muito comum entre os hebreus e chamada, em

hebraico, de “shaburá” sendo, os seus membros, os “shaberim”). Foi autor de um Evangelho (o Evangelho

do Espírito), o Apocalipse e três Epístolas. Era um dos companheiros constantes de Jesus e um dos

preferidos por ele. Foi o primeiro a reconhecê-lo ressuscitado na Galiléia. Depois do ano 58, instalou-se em

Éfeso, de onde continuou sua pregação, tendo sido o último apóstolo a morrer, no fim do primeiro século da

era cristã, sob o reinado de Trajano.

Em homenagem ao S. João Batista é que as Lojas do Rito Escocês (como de outros ritos) dizem-se “Lojas de S. João”. E é em homenagem ao Evangelista, que TRADICIONALMENTE RITO ESCOCÊS abre o Livro da Lei Sagrada NO EVANGELHO DE SÃO JOÃO, capítulo 1, versículos 1 a 5, que mostram o triunfo da Luz sobre as trevas, texto básico PARA O GRAU DE APRENDIZ e que diz o seguinte:

“No Princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no Principio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada existiria. Nele estava a Vida e a Vida era a Luz dos homens. A Luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam”

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Esse texto, que tem tudo a ver com o grau de Aprendiz Maçom, pois este, simbolicamente, veio das trevas, para procurar a Luz, acabou sendo, no Brasil, injustificadamente, substituído pelo salmo 133, da Fraternidade, que é um texto aplicável a toda a escala do rito e não especificamente ao grau de Aprendiz.

O Rito Adoniramita também homenageia o Evangelista, abrindo o Livro, no grau de Aprendiz, no Evangelho de S. João, capitulo 1, versículos 6 a 9: “Houve um homem enviado por Deus, que se chamava João. Este veio por testemunha, para dar testemunho do Luz, afim de que todos cressem por meio dela. Ele não era a Luz, mas veio para que desse testemunho da Luz. Era a Luz verdadeira, que alumia a todos os homens, que vem a este inundo. “

Nos demais ritos teístas praticados entre nós, isso não ocorre: no Rito de York, o Livro das Sagradas Escrituras é simplesmente aberto em qualquer trecho (pois não há uni obrigatório); no Rito Schroeder ele está presente, mas permanece fechado; e, no Rito Brasileiro, com base no Escocês deturpado praticado no Brasil, a abertura é no salmo 133.

A representação simbólica dos solstícíos deve estar presente nos templos, no CÍRCULO ENTRE PARALELAS TANGENCIAIS E VERTICAIS. Este sugere que o Sol não transpõe os trópicos, recordando, ao maçom, que a consciência religiosa de cada obreiro é de foro íntimo e portanto inviolável. Além da representação dos solstícios — inicio do verão e do inverno — as duas paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio, em todos os ritos teístas representam também, Moisés e o Rei Salomão, o primeiro porque instituiu a Lei de Deus (o decálogo) e erigiu o Tabernáculo, e o segundo porque construiu o templo de Jerusalém. No Rito Escocês principalmente, as paralelas lambem SIMBOLIZAM O S. JOÃO BATISTA E O S. JOÃO EVANGELISTA.

BIBLIOGRAFIA Ir.’. José Castellani

SSeellooss ee ttaaxxaass mmaaççôônniiccaass

Infelizmente, como em todos os setores, na Maçonaria também não há a preocupação em

se preservar a memória. Destrói-se e vão para o lixo preciosidades que no futuro fazem falta quando se pesquisa para recompor a história. Poucos são os que têm essa visão e raríssimos os que guardam para que a história seja contada com dados fiéis, com elementos que não

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distorçam a verdade. Uma das fontes em que os pesquisadores e historiadores se baseiam para buscar

determinados dados, em suas andanças, são as coleções. Coleções de selos, moedas, medalhas, jornais, revistas, fotos, postais, figurinhas, bilhetes de loterias, livros, manuais são poucos exemplos. Geralmente, o valor intrínseco das coleções é medido pelas raridades das peças que as compõem, justamente porque o que fica para a posteridade é o que escapou da destruição, é algo que alguém guardou, seja intencionalmente para ter um registro ou, quase sempre, por razões sentimentais. Assim, quanto menos existir determinado objeto, maior será o valor do que sobreviveu e maior dificuldade para aqueles que buscam informações para o trabalho que se propõem elaborar para contar a história.

Na Maçonaria há um expediente de se selar os documentos com uma estampilha,

comumente referida como “Taxa Maçônica’. São selos apostos em pranchas, rituais, requerimentos, “Quite Placet, diplomas, certificados e mil outros documentos, para dar au-tenticidade. Esses papeizinhos têm aparência de selos postais, e como eles, cores características, uns picotados, outros percês, alguns como adesivos, nos mais variados formatos: quadrados, retangulares, circulares, ovais e até estrelados.

Seria natural, pois, que esses selos despertassem o interesse de algumas pessoas em

guardar e colecioná-los, porque, indubitavelmente, eles também contam história - parte da história da Maçonaria. Há selos que estão sendo usados há muito tempo, outros caíram em desuso, alguns foram substituídos, alterados ou modificados. E o que dizer de entidades que não existem mais, cujos selos devem estar enfurnados em velhos baús ou fundos de gavetas e que, numa eventual faxina, correm o risco de irem para o lixo?

Os selos usados pelo Grande Oriente do Brasil são os mesmos para todo o país. As

Grandes Lojas, porém, têm o seu uso conforme o estado da Federação, apesar de que algumas não utilizam ou recorram a apenas um carimbo para dar autenticidade aos documentos da Ordem. Esse conhecimento se adquire com o colecionismo desses selos. Por exemplo, quem sabe que o atual selo azul, usado nos documentos pela Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, já foi vermelho?

O colecionismo de Selos e Taxas Maçônicas é tão Importante que um dos maiores

pesquisadores maçônicos do Brasil, o maçonólogo Irmão Kurt Prober, do Rio de Janeiro, editou um catálogo para registrar o que até então fora possível reunir dessas estampilhas. Como esses selos têm trâmite restrito, isto é, apenas no âmbito da Maçonaria, torna-se extremamente difícil obtê-los, principalmente os antigos, da época em que os livros, documentos e objetos da Sublime Ordem eram guardados a Sete Chaves. Os colecionadores estão procurando reunir o máximo dos

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selos que já foram editados, usados ou não, novos ou carimbados, carimbos que substituíram os selos, timbres, selos já impressos nos documentos, de qualquer parte do país e do mundo.

SER UM MAÇOM

A primeira e a mais relevante cerimônia na vida de um maçom é a iniciação.

Verdadeiro batismo maçônico, esta cerimônia destina-se a admitir um profano no seio da Ordem, fazendo-lhe ver a Luz. Na chamada câmara das reflexões, pequena e escura - símbolo da Terra e da Morte -, o candidato assina um compromisso de honra, responde por escrito a um questionário sobre os deveres de todo o homem e redige uma pequena declaração de princípios de natureza moral, filosófica ou política, o chamado testamento. De olhos vendados, levam-no depois à sala onde se encontram reunidos os maçons que o experimentam sobre as suas qualidades e propósitos, admitindo-o (ou rejeitando-o) no fim. Todo este cerimonial, outrora muito longo e complicado, tende a simplificar-se e reduzir-se, sobretudo em Maçonarias que sofreram períodos de perseguição e clandestinidade e foram por isso, obrigadas a abreviar as reuniões havidas. Para ser Maçom

A construção de si próprio e da sociedade em que se insere tornam o Maçon um obreiro do futuro e um construtor de novas realidades em resultado de um debate esclarecido, imbuído de um simbolismo ritual cujo significado mais que apreendido deve ser sentido, nos mais diversos campos de acção profana.

O Trabalho em Loja constitui um laboratório em que deve ser aplicado um processo definido de discussão, de geração de ideias e princípios tradicionalmente vanguardistas, na melhoria dos sistemas de construção social, espaço de intervenção privilegiado da instituição Maçónica.

A Loja tem constituído um espaço de referência na aplicação dos mais elevados princípios de solidariedade e fraternidade entre os que formam o seu quadro. Estes princípios de fundamental importância têm sido completados pela apresentação de

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Trabalhos de elevada qualidade, contribuindo, pelo debate em Loja para a melhoria pessoal de cada membro, no âmbito de uma acção colectiva de construção.

A manutenção da elevada qualidade dos Trabalhos apresentados, reforçada pelo desenvolvimento de acções tendentes a possibilitar a divulgação e aplicabilidade das ideias e conceitos expressos, concretiza pelo exemplo, a transmissão dos valores e conceitos Maçónicos num campo cada vez mais alargado de intervenção social.

Assim, é fundamental prosseguir num constante Trabalho de aperfeiçoamento, em que o debate de temas dos mais variados aspectos da actividade humana sejam sustentados por princípios de Beleza, Força e Sabedoria como elementos construção, transmissão e reflexão.

SIGNIFICADO DA PALAVRA A Palavra Sagrada, dada pelo Ven. Mestre que toma assento no Oriente, simboliza a Palavra Sagrada dada individualmente a cada um de nós pelo Espírito da Verdade que igualmente se posta ou mora no Oriente ou origem de nosso ser. Também representa a instrução que é dada ou deveria ser dada em Loja (ou lugar aonde se manifesta o Logos ou Palavra) e que sempre deve partir do Oriente para ser efetiva, isto é, do que cada um pode imaginar individualmente de mais nobre e elevado. Deve ser Luz inspiradora e vida, como é a luz do sol que surge do Oriente material, iluminando e vivificando nosso planeta.

À semelhança da Palavra Sagrada do Aprendiz, que se pronuncia ao ouvido, letra por letra, assim deve ser dada à instrução maçônica. Dá-se a cada um o primeiro rudimento, a primeira letra da Verdade para que meditando e estudando sobre seu significado, chegue por seu próprio esforço a conhecer e formular a segunda, que lhe fará digno de receber útil e proveitosamente a terceira. Desta maneira tem sido e sempre foi comunicada a Doutrina Iniciática em todos os tempos, sendo o próprio simbolismo maçônico a primeira letra da mística Palavra Sagrada da Verdade.

O significado particular da Palavra Sagrada do Aprendiz é: "Nele há Força". Isto quer dizer que o Aprendiz reconhece por meio da palavra sagrada, ou seja, do Verbo Divino nele próprio, que a força verdadeira não se encontra no exterior, no mundo dos efeitos, mas interiormente, na Realidade que constitui o Princípio Imanente e Transcendente de tudo o que existe.

Esta transformação completa do ponto de vista da consciência - que distingue o iniciado do profano - não pode ser senão, o coroamento e a conseqüência de sua

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iniciação. É preciso, pois, adentrar interiormente na percepção da Realidade, para reconhecer que a força está nela, e não nas coisas aparentes que vemos, estabelecendo-nos firmemente neste reconhecimento fundamental, como coluna do simbólico Templo que erigimos, e baseando sobre este reconhecimento íntimo e secreto, todas nossas ações.

A análise da Palavra, nas três letras hebraicas de que se compõe, dá-nos um guia para compreender o sentido profundo que tomam as três letras em sua combinação.

A primeira letra refere-se, como é evidente, ao corpo físico e ao mundo objetivo que constitui a morada ou habitação do homem. Estudando a primeira letra, o homem aprende a conhecer a realidade exterior e o mundo dos efeitos, e meditando sobre a íntima essência deste, chegará a perceber a realidade interior que se esconde atrás desta aparência, representada pela segunda letra que deve ser individualmente encontrada ou descoberta.

Esta representa a consciência ou mundo interior que cada um de nós acha em si mesmo, o Mundo Mental, no qual se expressa individualmente o Ser, produzindo assim a causa de todo o feito visível. O descobrimento ou percepção individual desta segunda letra põe o iniciado em atitude para comunicação ou recebimento da terceira.

O significado desta última deve ser relacionado com aquilo que já temos visto quando falamos do simbólico instrumento, do qual a própria letra representa admiravelmente a sua forma. Refere-se às possibilidades do Mundo Divino ou Transcendente que se encontram no homem em estado latente, e que podem manifestar-se como um raio, ou como o brilho de uma espada, ante o olho de nossa consciência, que constitui o ponto central ou eixo de nosso próprio mundo interior "a luz que ilumina a morada do homem".

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SILÊNCIO e MUTISMO

O Silêncio e o Mutismo são de significados muitos diferentes.

O Silêncio é o prelúdio da abertura à uma revelação, o Mutismo é o fechamento

decidido a qualquer revelação, é a recusa em receber ou transmitir qualquer idéia ou pensamento, é a atitude deliberada de não revelar nem por gestos ou palavras a sua intenção ou pensamento.

O Silêncio abre uma passagem, o Mutismo fecha. Segundo as tradições houve um grande silêncio antes da criação do mundo, e haverá

um silêncio ainda maior ao final dos tempos.

O Silêncio antecede e envolve os grandes acontecimentos, os grandes fatos, o Mutismo os esconde, os oculta, ou os disfarça.

O Silêncio dá às coisas grandeza e majestade; o Mutismo, as degrada e as deprecia.

Um marca o progresso o outro indica uma regressão.

O Silêncio, dizem as régras monásticas, é uma grande cerimônia.

Já disseram alguns, que Deus prefere os que em Silêncio o escuta atentamente, do que

aqueles que se perdem em desatentas tagarelices.

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MAÇO - Espécie de malho feito de madeira e usado por escultores e entalhadores. Simboliza a força dirigida pela mente, num esforço para fazer perfeita a obra. Por esta razão, é instrumento de trabalho do Aprendiz, que o usa juntamente com o cinzel, no desbaste da pedra bruta na educação da própria personalidade. CINZEL - Um dos instrumentos usados pelo Aprendiz. Este, munido do Cinzel e o malho, consegue desbastar a pedra bruta, isto é, aperfeiçoar-se espiritualmente, pondo a moral acima das coisas mesquinhas do mundo terreno elevar-se intelectualmente. PEDRA BRUTA- Simboliza o espírito ainda não lapidado do Irmão Aprendiz. MARCHA- Na caminhada do Ocidente para o Oriente, ou mesmo para a entrada no Templo, ao inicio dos trabalhos, observa-se uma marcha que, rompida com o pé esquerdo, simboliza á passagem das trevas para a luz do mundo espiritual. AS ROMÃS- Que ficam em cima do capitel das colunas a entrada do Templo, cujas inumeráveis sementes pudeste ver, designam claramente a fecundidade da natureza. Sustentado por essas romãs que as raças humanas; dentro desta as sementes representam a família estas reunidas formam o mundo. ERA VULGAR- É assim denominada a Era Cristã – E.’.V.’. VERDADEIRA LUZ- (ERA DA...) Terminologia que aparece abreviada nos documentos maçônicos como significativo de que a luz do mundo surgiu no ano 4000 antes do ano civil em curso. V.’.L.’. ESTRELA- Em astronomia, dos astros que possuem luz própria. Em Maçonaria é um dos símbolos altamente significativos e, como símbolos, admite variada raiação como iremos ver a

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seguir. Em certas cerimonias costuma-se dar ás, luminárias e ás velas acesas o nome de “estrelas”. S O L- Estrela e centro do sistema planetário em torno do qual gira a terra e os demais planetas. Os povos antigos viam no “Sol” o principio da vida, o vivificador de todas as coisas criadas pelo Senhor. Sol é um dos emblemas mais significativos da simbologia maçônica. Como tal, aparece no Oriente da Loja (a luz da sabedoria ali representada pelo Venerável), enquanto que no Ocidente é representado pelos VVig .’. A palavra “Sol”, complementada por outros termos, aparece em muitos graus e ritos da Maçonaria. L U A- Satélite natural da Terra, também outros planetas tem seus satélites. Um símbolo adotado nas antigas religiões como o oposto do sol (a chama, a luz e o fogo másculo que ilumina o dia. Aparece nas Lojas, no Oriente e na Abóbada. Sugere a manifestação divina aplicada ao universo de: modo a que tudo se reproduza na natureza. Ainda como um astro feminino e passivo, pode ser um símbolo da Coluna B, pode representar masculinidade e atividade. DELTA LUMIN0SO- A figura triangular que aparece sobre o trono ocupado pelo V.’.M.’. No centro do triângulo aparece o “Olho que tudo Vê”. Símbolo do mais alto poder, da sapiência, da verdadeira luz. PAVIMENTO DE MOSÁICO- Ornamento colocado no centro da Loja, formado por ladrilhos alternadamente brancos e pretos. Estes ladrilhos são unidos uns aos outros por meio de cimento, significando simbolicamente a união de todos Maçons do mundo, coisa que os profanos não vêem, só vislumbram os ladrilhos, enquanto que os Irmãos Maçons vão além, ultrapassando os obstáculos que por ventura deparem na busca da verdade. O simbolismo representado pelo ”Pavimento de Mosáico” compreende a gama dos opostos, isto, do positivo e do negativo, conforme se observa em toda a natureza. Sendo um espaço consagrado da Loja. ORLA DENTADA- Um dos ornamentos das Lojas. Representação da fraternidade que deve existir entre os Irmãos. Antigamente era representada por uma corda com inúmeros nós, riscando o desenho de uma loja, feito a giz, no chão. Após a sessão o riscado era apagado e retirada a corda. Um modo de ocultar do mundo profano os trabalhos maçônicos. Atualmente tal figuração aparece sob a forma de bicos intercalados, como se fossem pontas de estrelas, ao redor do piso e feitas de mármore ou ladrilhos, nas cores preto e branco. ALTAR DOS JURAMENTOS- Onde os maçons prestam obediência em todos os ritos, exceto no Rito Francês ou Moderno. ALTAR DOS PERFUMES- Onde coloca o incenso a ser queimado. Deve ser colocado no

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centro geométrico da Loja, nunca no Santo dos Santos. Dentre as razões para que o altar fique fora do Oriente ressalta-se a de permitir melhor circulação no Templo e, ao mesmo tempo, impedir que Aprendizes e Companheiros se mantenha afastados do Oriente, como exige a ritualística. DOSSEL- A abóboda da Loja com astros, é considerada um dossel, pois representa o céu. DOSSEL DE DAMASCO- Armação ornada de tecido brilhante, franjado, que aparece no Oriente, sobre o trono. B O O Z- A inicial de Booz aparece na coluna em que os Aprendizes recebem seus salários no R.'.E.'.A.'.A.'. , isto é, á esquerda da entrada do Templo. ESCADA DE JACÓ- Simbologia em que os degraus seriam tantos quantos forem as virtudes exigidas para que o homem possa chegar ao Senhor, e dentre elas a Fé, a Esperança e a Caridade. A Escada de Jacó aparece em toda a ritualística escocesa. JACÓ - “Via uma escada que, apoiando-se na terra, tocava com o cimo do céu, e por ela os anjos de Deus subiam e desciam” Gênesis. COBERTURA DO TEMPLO- Cuidados para que a oficina não fique exposta a olhares estranhos (de profanos). COBRIDOR, GUARDA DO TEMPLO- Cargo que nas Lojas é exercida por Oficial, conhecedor do toque, sinais, palavras sagradas e de passe, pois a ele esta entregue a vigilância, a segurança dos trabalhos que não podem ser profanados. O “Cobridor Interno” funciona junto á porta de entrada do Templo, enquanto o “Cobridor Externo” o faz no vestíbulo do Templo. A jóia, é um alfanje. Cobrir o Templo é uma terminologia usada para indicar o irmão que em plena sessão precisa sair, afastar-se dos trabalhos. Também pode significar, ”fechar o Templo”, ou mesmo certificar que todos os irmãos estão “a coberto” em suas atividades. O Venerável pode, como medida disciplinar, mandar o irmão ”Cobrir o Templo”. Nenhum irmão poderá deixar a oficina sem antes cumprir com o seu dever junto ao tronco de Beneficença.

AR- o símbolo da vitalidade ou da vida, é um emblema natural e próprio da vida humana. VIGILÂNCIA E PERCEVERANÇA- Simbolizadas pelo Galo e pela Ampulheta respectivamente. ATRIO- Em sentido histórico refere-se as três portas do Templo de Salomão onde havia um

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átrio destinado á praça dos gentíos; um átrio de Israel destinado aos hebreus; um átrio dos sacerdotes onde exerciam o seu ofício. Em linguagem maçônica, é a área livre que fica a frente da porta de entrada do Templo. Neste espaço livre os irmãos se preparam para a entrada ritualística no Templo. PÉ- Uma das partes constitutivas do membros inferior (coxa, perna, pé). Na Maçonaria, qualquer movimentação em Loja deve ser iniciada com o pé esquerdo (lado do coração). O Iniciado apresenta-se com um dos pés descalço. O pé forma a esquadrilha exigida nos vários graus da instrução maçônica Pela marcha pode-se concluir a condição de Maçom. PILARES- Simbolicamente, a Ordem Maçônica tem sustentáculo a Sabedoria, a Força e a Beleza. A Sabedoria vinda do Alto é infinita; a Força, onipotente; a Beleza, a luminosidade que resplandece em toda a natureza. Ainda em sentido figurado: as cinco primeiras luzes (o Venerável, os Vigilantes, o Orador e o Secretario) são considerados pilares da Oficina. Como se vê, o termo aqui empregado não tem o significação puramente espiritual. PRETA (COR)- Simboliza o luto a tristeza e a dor. É figurada nos templos maçônicos pelo tecido negro. Do ponto de vista social, indica respeito, dai ser exigido traje preto nas sessões da Loja e nas solenidades ritualísticas da Ordem. PROFANO DE AVENTAL - Modo particular de os maçons se referirem aqueles que, embora com qualidades para participar da Maçonaria, a ela ainda não solicitaram admissão. São pessoas virtuosas, que praticam a caridade, a fraternidade e ajuda, sem esperar recompensa material. QUADRO- Painel de Loja, do aglomerado de Irmãos da Loja ou da Oficina, das tabuletas onde são afixadas as ordens, editais o outros escritos de interesse geral; estas aparecem na “Sala dos Passos Perdidos”. RECREAÇÃO- Suspensão momentânea dos trabalhos, período em que Irmãos podem falar uns com os outros, passar de uma coluna para a outra, ou mesmo sair por momentos da Loja sem que seja autorizado. Em tais ocasiões os trabalhos são reiniciados com um só golpe de malhete dado pelo Venerável e repetidos pelos vigilantes. SAGRAÇÃO DO TEMPLO- É a primeira cerimônia litúrgica para que um templo possa funcionar maçonicamente. Só após a sagração pode a Loja ser inaugurada e realizar sessões.

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SALA DOS PASSOS PERDIDOS- Sala que precede imediatamente o átrio. Lugar onde os Maçons se revestem de suas insígnias, assinar o Livro de presença. Também ai os visitantes explicam aos Expertos a razão da sua presença e apresentam a documentação de Maçom Regular. F O G O- O fogo, cujas chamas sempre simbolizaram aspiração, fervor e zelo, vos lembrará que deveis aspirar á excelência e á verdadeira gloria e trabalhar com zelo e fervor pela causa em que vos empenhardes, principalmente se essa causa for o povo. GOTEIRA- Termo usado pelos maçons para informar que se aproxima pessoas estranhas, profanos. AS TRÊS PANCADAS- Significam, batei e sereis atendido; pedi e recebereis; procurai e encontrareis. OS DEGRAUS- Os três primeiros degraus significam, Força, Trabalho e Ciência e os outros quatro significam, Virtude, Pureza, Luz e Verdade. ESPADA- A espada é símbolo da força posta ao serviço do direito. Ela representa a força da consciência maçônica nas suas múltiplas manifestações. ESPADA FLAMÍGERA- Têm como interpretação moral, e eterna luta entre os dois princípios - do bem e do mal - Gabriel, o guardião do Grande Templo do Éden, segundo a Bíblia, brandindo-a, expulsou Adão e Eva do paraíso terrenal, por perjuro. CADEIA DE UNIÃO- A Cadeia de União é um ato litúrgico que, comumente, Se realiza ao término dos trabalhos, antes de ser fechado o Livro da Lei. A sua supressão, importa na ausência do aspecto espiritual da reunião, furtando aos obreiros a oportunidade da permuta de suas forças mentais e físicas, transmitidas pelo aperto das mãos e a concentração das energias em união a ajudar um ponto negativo que necessita de tal energia. OLHO QUE TUDO VÊ- O emblema da visão onipresente, da consciência de Deus sobre tudo o que existe. Nas Lojas maçônicas á comum ver-se o olho divino simbolizado, em meio ao Delta Luminoso. ABÓBODA DE AÇO- Cobertura feita por espadas cujas pontas se cruzam no alto. COLUNA DE HARMONIA- As pessoas encarregadas da parte Musical das solenidade

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maçônicas.

COLUNA GRAVADA- Em maçonaria, de qualquer proposta, requerimento, carta ou aviso, colocado na bolsa cujo giro é feito pelo irmão Mestre de Cerimônias. COLUNA FUNERÁRIA- (Quebrada) - Representação simbólica dos irmãos falecidos com inscrição dos seus nomes. SALÁRIO- Em maçonaria, é a elevação de grau, a obtenção de novos conhecimentos, pois o maçom e um trabalhador dedicado á construção do Templo da Fraternidade Universal, dentro dos princípios da verdade e da mais elevada moral. Não visa, nem pode visar, a recompensa material. Os aprendizes recebem seus salários na coluna que lhe compete. HOMEM LIVRE E DE BONS COSTUMES- Aquele que não exerce qualquer atividade servil, que esteje em pleno gozo dos seus direitos civis, como quer a Maçonaria. Todavia, para ser maçom há de ser livre também subjetivamente, isto é, isento de preconceitos, de maledicências, de superstições, não seja escravo, nem analfabeto. SINAL DE APRENDIZ- É mais fácil ter minha garganta cortada de que revelar os segredos maçônicos aos Profanos. O TOQUE- Para reconhecer os Irmãos, tanto nas trevas como na luz. TRÊS PONTINHOS- Abreviação da palavra, são os pontinhos que o neófito deve se orgulhar de apor ao seu nome em que pese aos nossos adversários ignorantes, quando pensam nos ridicularizar com o epiteto de.........Irmão - .’.

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SIMBOLISMO DOS INSTRUMENTOS

DE TRABALHO

A RÉGUA

É um utensílio usado nas Lojas Maçônicas e que simboliza a retidão dos

princípios maçônicos e a retidão da conduta que deve ser observado pelos Maçons.

É um instrumento usado para traçar linhas retas. Simbolicamente, quando

o Aprendiz trabalha na pedra bruta, ele, para desbastá-la, usa o cinzel e o maço,

mas necessita da régua para marcar os locais a esquadrejar. E por isso que, ao lado

do cinzel e do maço, a régua também deve ser considerada um instrumento do

Aprendiz Maçom, embora alguns ritos não a considerem como tal. É o símbolo da

lei, da ordem e da inteligência, que devem comandar as atividades do maçom.

Todo Maçom deve observar escrupulosamente o cumprimento das leis que

lhe são impostas. Cumprir as Leis é um sinal de obediência. A obediência conduz á

ordem e, assim, cumprir as leis é uma forma de retidão. Por isto, a Régua simboliza

o meio de assegurar o cumprimento das normas do comportamento humano sem as

quais não pode haver ordem. Estas normas constituem o equilíbrio de todas as

ações, assim elas consubstanciam uma medida que pode ser avaliada pelos

módulos da Régua.

Em Maçonaria usa-se a Régua de 24 polegadas significando as 24 horas do

dia, estas 24 horas devem ser divididas pelo Mestre de Cerimônias, que é quem

porta a insígnia de Régua, em espaços iguais destinados ao trabalho, ao repouso,

aos exercícios físicos e mentais e a recreação.

A Régua de 24 polegadas serve para medir e planear a obra: corresponde

a Sabedoria do Ven.’., que também a de medir e planear quando dirige os trabalhos.

A Significação simbólica nos ensina que quando no plano moral, o homem

deve medir prudentemente os seus planos de ação, deve medir e apreciar o

contorno de suas idéias como se mede um pedaço de pedra, para ter o

conhecimento exato de seu valor e de sua utilidade material; com espiritualidade,

medir é saber e o erro começa onde se perde o censo da medida.

Por isso a Maçonaria não impõe nenhum limite, é livre da investigação da

verdade, e para garantir a todos essa liberdade, ela exige de todos a maior

tolerância.

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A ALAVANCA

A Alavanca é formada essencialmente pela linha reta, assim como a Régua,

sendo que a Régua está ligada ao Espírito e a Alavanca à Matéria.

A Alavanca é um intermediário passivo, somente se tornando ativo pela

força daquele que a utiliza, por si mesma, a Alavanca é inerte.

Ela está ligada ao Conhecimento que só se torna iniciático quando aquele

que o possui é, ele próprio, iniciável, isto é, capaz de compreender.

E finalmente no terceiro tipo a Força é colocada entre o Ponto de Apoio e a

Resistência.

O PRUMO

É o símbolo do conhecimento interior, voltado para o aperfeiçoamento

moral.

No Rito Escocês Antigo e Aceito, o Prumo guarda relação com o segundo

grau. Sua pertinência à Maçonaria diz respeito a sua peculiar origem de uma asso-

ciação de homens pedreiros - os construtores de obras. E, dado seus instrumentos

de trabalho até hoje utilizados por tais profissionais, para medir o nivelamento, e

verticalmente, o ângulo, o desbastamento, o polimento, etc. Passando como

símbolo da Maçonaria Simbóliça; com o passar dos séculos, guardando-se estreita

relação entre suas utilidades - finalidades.

Assim, temos o Prumo ou Perpendicular. Este objeto do pedreiro, para nós

representa aquilo que ele é na prática, como instrumento usual de retilinidade: reti-

dão, justiça, equidade e equilíbrio. É de rudeza a aparência de um Prumo, à primeira vista, pela sua própria

singeleza como objeto, contudo, é de uma fidelidade incontrastável, e faz a medida

da verticalidade perfeita. E por esse fato, primordialmente, que entende-se ter sido

um dos motivos pelos quais a Maçonaria o tem como símbolo de alto significado. O

Prumo, pois, nos dá a verticalidade. E, conjugando-o com o Nível, este nos conduz à

horizontalidade.

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Essa transcendental mensagem toca a todos nós, pela sua própria

pertinência... Assim concluímos que o verdadeiro maçom deve buscar sempre sua

elevação espiritual em busca da real Justiça, Equidade e Retidão, burilando sua

conduta no dia a dia em cada ação empreendida, quer no lar, quer na sua profissão

profana. E sempre voltado à busca da Verdade, traduzida no aperfeiçoamento

intelectual e moral.

Cumpridor dos seus deveres para com a Pátria, sua família, seus semelhantes, para consigo e com o Grande Arquiteto do Universo, está o maçom Em Prumo: no caminho vertical que movimenta o Ser no eterno desenvolver humano, seguindo retilineamente rumo ao ápice do progresso espiritual.

BIBLIOGRAFIA:

The Mason – Frank Kurtt – 1978 – pág. 47/48

La Massoneria - Ir.’. Juan Alvarado Gonzales – 1994 – pág. 102

O Esquadro e o Compasso – Ir.’. José Alves de Souza – pág. 10/13

Considerações e adaptações de Rei Salomão – através do Ir.’. Jellis Fernando De

Carvalho

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O Esquadro e o Compasso

O compasso e o esquadro reunidos tem sido mais antiga bem como a mais comum representação da Instituição Maçônica. Tanto se apresentou este símbolo compasso-esquadro, que ele é prontamente reconhecido, até mesmo pelos profanos (pessoas não iniciadas na Maçonaria). É o sinal distintivo do Venerável Mestre (Presidente da Loja) uma vez que esotericamente representa a "Justa Medida".

A Justa Medida quer dizer em última análise a Retidão. Faz lembrar aos maçons em geral e a cada instante que todo as suas ações deverão ser plantadas com serenidade, bom senso e espírito de justiça. Faz recordar o compromisso solene assumido pelo iniciado, de sempre agir dentro de uma escola de perfeita honestidade Sendo visto como Símbolo da espiritualidade, sua posição sobre o Livro da Lei varia conforme o Grau. No e retidão.

O COMPASSO – O Compasso é considerado um Símbolo da espiritualidade e do conhecimento humano. Grau de Aprendiz, ele está embaixo do esquadro, indicando que existe, por enquanto, a predominância da matéria sobre o espírito . A abertura indica o nível do conhecimento humano, sendo esta limitada ao máximo de 90º, isto é ¼ do conhecimento. A sua Simbologia ainda é muito mais variada, podendo ser da pesquisa e ainda pode ser visto como Símbolo da imparcialidade e infalibilidade do Todo-Poderoso.

O ESQUADRO – O primeiro instrumento passivo e companheiro por excelência do Compasso é o Esquadro. Seu desenho nos permite traçar o ângulo reto e, por tanto, esquadrejar todas as formas. Deste modo, é visto como Símbolo, por excelência, da retidão. É também a primeira das chamadas Jóias Móveis de uma Loja, constituindo-se na Jóia do Venerável, pois, dentre todos, este deve ser o mais justo e eqüitativo dos Maçons. O Esquadro, ao contrário do Compasso, representa a matéria; por isso é que, em Loja de Aprendiz, ele se apresenta sobre o Compasso. Predominância da Matéria sobre o espírito.

A LETRA "G': É o símbolo de Deus, o Divino Geômetra. entendido como Símbolo da justiça,

com a qual devam ser medidos os atos humanos. Simboliza a exatidão Uma das razoes de

ser tomada como símbolo sagrado da Divindade, é que, com ela, a palavra Deus, se inicia em

vários idiomas. GAS, em Siríaco; GADA, em persa; GUD, em sueco; GOTT, em alemão; GOD,

em inglês, etc.

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SÍMBOLOS

A TROLHA

A TROLHA – Ou colher de pedreiro. Trata-se de uma espécie de pá achatada com a qual os

Pedreiros assentam e alisam a argamassa. Sendo um instrumento neutro, deve ser visto

como um Símbolo da tolerância, com que o Maçom deve aceitar as possíveis falhas e defeitos

dos demais Irmãos. Pode ser vista, também, como um Símbolo do amor fraternal que será,

então, o único cimento que uniria toda a Maçonaria. Desta forma, passar a Trolha, significa

perdoar, desculpar, esquecer as diferenças. Entendida desta forma, pode ser vista como

Símbolo da Paz que deve reinar entre os Irmãos.

O AVENTAL

É o símbolo do trabalho. É a parte principal do vestuário maçônico, constituindo-se um dos

símbolos mais importantes da Maçonaria. Tem a forma de um retângulo, encimado por um

triângulo; nos dois primeiros graus são simples, sem enfeites ou adornos, e de tecido branco.

Os aventais dos demais graus, tem cor e desenhos variados, conforme os graus que

representa e conforme o rito adotado. O fundo porém é sempre branco.

A PEDRA BRUTA

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Simboliza a inteligência do aprendiz maçon, ainda rude, porque com os vestígios do Mundo

Profano, está apenas iniciando sua aprendizagem nos Mistérios da Maçonaria. As arestas

desta Pedra Bruta cabe ao aprendiz desbastar disciplinando, educando instruindo sua

personalidade, objetivando vencer suas paixões e subordinar sua vontade à prática do bem.

Assim a tarefa principal do Aprendiz consiste em trabalhar e estudar para adquirir o

conhecimento do simbolismo do seu grau e a sua interpretação filosófica.

O MALHO E O CINZEL

Estas duas ferramentas servem para desbastar a pedra bruta.

A primeira representa nossas resoluções espirituais: éo cinzel de aço, que se aplica sobre a pedra com a mão esquerda lado passivo, e corresponde à receptividade, ao discernimento especulativo

A segunda é a vontade executiva, o malho, insígnia do mando, vibrado com a mão direita,

lado ativo, relacionada coma energia atuante e a determinação moral donde dinama a

realização prática.

A PEDRA CÚBICA

Havendo o Aprendiz trabalhado na Pedra Bruta como Malho e o Cinzel, transformando-a num

cubo imperfeito, caber ao Companheiro (Grau 2), polir este cubo com o auxílio do esquadro,

do Nível e do Prumo, tornando-a finalmente em pedra cúbica. Desbastadas as rudes arestas

da personalidade, ainda como Aprendiz, cabe agora, ao Companheiro disciplinar suas ações

através do conhecimento adquirido realizando contornos e nuances delicadas em seus

psiquismos, fazendo então, do seu "eu", um cubo perfeito, a pedra polida que assim estará

apta a ser utilizada na construção do edifico do Templo, isto é, a humanidade Perfeita.

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O MALHETE

É o instrumento de trabalho do Venerável Mestre e dos Vigilantes (na hierarquia os dois

cargos logo abaixo do Venerável Mestre e que juntamente com ele dirige os trabalhos da

loja)

Nada mais é que uma espécie de malho, e como tal é símbolo da vontade, da força, do

trabalho e da determinação. Um aspecto fundamental na utilização deste instrumento é o do

discernimento e lógica que devem conduzir a vontade. Utilizando ao caso, com força apenas,

ele passará a ser um instrumento de destruição, incompatível com a Maçonaria.

O DELTA LUMINOSO

Também chamado de Triângulo Fulgurante, representa na Maçonaria o Supremo Criador de todas as coisas, cujo olho luminoso é o Olho da Sabedoria e da Providência, que observa tudo que vê e provê.

Ele simboliza também, os atributos da Divindade: Onipresença, Onividência e Onisciência, que o verdadeiro maçon tem como lembrete divino de sua suprema relevância para sua vida.

Não sendo efetivamente uma religião, a Maçonaria compreende e reverencia todas as crenças e cada crente maçom pode ter no Delta Luminoso a representação de todos os sentimentos de religiosidade.

Ele é como uma lembrança para uma advertência permanente e solene, traduzida pela compreensão fraternal, que não procura sobrepor a importância de qualquer religião em particular, as demais profissões de fé.

Espiritualistas por princípio, sabem os maçons, na interpretação do Triangulo Fulgurante, que

há um Deus que tudo vê e por esta razão entendem que uma oportunidade de fazer o bem

que deixam escapar , é uma eternidade que se lhes espera.

Fontes:

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• Ritual de instruções do Aprendiz-maçom

• A Total Perfectibilidade - Welington Paiva

• Sociedades Secretas - A. Tenório de Albuquerque

SÍMBOLOS SIGNIFICADO

Colunas As colunas assinalam os limites do mundo profano. Situam-se à

entrada do Templo, uma significa" Ele estabelecerá" a outra

"..em força".

Compasso No que diz respeito ao Compasso, uma conotação impõe-se: o

sentido dos limites. DANTE celebrava o Deus Arquitecto "Aquele

que com o seu compasso marcou os limites do mundo, e

regulou, dentro dele, tudo o que se vê e tudo o que está oculto». O Compasso é um instrumento móvel, a representação do

espírito, com os seus dois braços abre em diversos ângulos,

combina o Circulo (infinito) com o Ponto (inicio de toda a

manifestação).

Cordas Em torno do desenho está representada uma corda com nós, os

Laços de Amor. É mais um elemento carregado de simbologia. É a imagem da união fraternal, é a representação permanente

da Cadeia de União.

Degraus Nos três degraus consubstanciam-se os planos físico ou

material, intermédio ou astral e psíquico ou mental. Representam os esforços a fazer para a libertação sucessiva

dos diversos planos rumo à espiritualidade.

Delta Símbolo do equilíbrio de forças (activas e passivas). O Olho é a

emanação da vida, o Princípio Criador, o Grande Arquitecto do

Universo; o Triângulo é a evocação da Trindade dos elementos.

Esquadro O esquadro é, como se sabe, um instrumento de arquitectura

que serve para traçar ângulos rectos. Daí que, no plano do

simbólico, o esquadro represente, por excelência, a rectidão

moral. O Esquadro, um instrumento fixo é instrumento indispensável

para tornar a pedra bruta em pedra cúbica.

Lua Elemento passivo colocado no lado Norte, reflexo da luz original.

Opõem e completa o elemento Sol.

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Nível O nível, principio passivo, exprime na sua maior complexidade

simbólica que a partir do plano terrestre começa a edificação

alicerçada em estratos bem assentes e nivelados.

Pedra Bruta A Pedra Bruta simboliza as imperfeições do espírito e do

coração que deverão ser corrigidas.

Pedra Cúbica A Pedra Cúbica é a obra prima que o Aprendiz deve realizar

com a ajuda do Malhete e do Cinzel. "A Pedra Cúbica é a obra que constitui o objectivo de cada

Maçon : a sua própria perfeição moral e intelectual, e a sua

contribuição para o aperfeiçoamento moral e intelectual do ser

humano.

Piso Mosaico O piso de mosaico é formado por lajetas brancas e pretas,

alternadas, como um tabuleiro de xadrez. O simbolismo do Piso de Mosaico, geralmente aceite, é do Bem

e do Mal inerentes à existência terrestre. Mas é, também, o

Espírito e o Corpo, unidos, mas não confundidos; ou melhor

dizer: «espiritualidade» e «materialidade». A via exotérica é a via larga, alternativamente do branco ao

preto e do preto ao branco. O profano terá sempre à frente, por

detrás, à direita e à esquerda uma cor oposta à sua; assim se

encontram marcadas as múltiplas oposições que se formam a

cada pisada. O Iniciado, pelo contrário, seguirá a via esotérica, a via estreita,

que caminha entre o branco e o preto que já não são obstáculos

ao seu andamento. A estreiteza deste caminho mostra que não

pode ser o do profano.

Prumo O prumo ou perpendicular, principio activo, é símbolo da

profundidade do conhecimento e da sua rectidão - pois a

característica principal do prumo é traçar perpendiculares,

balizando operações e impedindo desvios.

Sol Elemento activo colocado no lado Sul representa a luz original.

Opõem e completa o elemento Lua.

• Fontes: O Quadro de Aprendiz (Acácio R:.) - Prancha A:.M:. - RLMAD

• Símbolos e Simbologia em Loja no Grau de Aprendiz do Rito Escocês Antigo e Aceite (Jean P:. G:.) - Prancha

M:.M:. - RLMAD A Simbólica Maçónica - Jules Boucher

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SIMÓN BOLIVAR

SIMÓN BOLIVAR (1783-1830) - General e estadista, chefe das revoluções que libertaram a Venezuela, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Bolívia. Nasceu em Caracas, de família nobre e rica. Oficialmente, investido do título de "O Libertador" pelos congressos dos países acima mencionados, fundador da Grã- Colômbia, que formou com as colônias revoltadas da Nova Granada, Venezuela e Reino de Quito. Herói de mais de 200 batalhas; ditador-presidente da Bolívia, pais que lhe deve o nome, sua vida é um dos mais colossais painéis de glória e tragédias, aventura e derrota da história. Seus escritos, discursos, proclamações e cartas são a grande herança política da América Espanhola; suas análises das condições da vida nas colônias e de suas necessidades políticas fazem dele o mais sábio observador de seu tempo, que previu com extraordinária precisão a seqüência das lutas pela democracia em cada uma das unidades políticas do velho império espanhol da América. Seus planos de governo estavam bem a frente de seu tempo e até hoje oferecem algumas das melhores soluções para as dificuldades dos países que libertou. Embora violentamente criticado em vida e depois de morto, Bolívar foi, reconhecidamente, um dos grandes gênios da era revolucionária dos fins do sec. XVIII e princípios do XIX. Aos 16 anos foi mandado estudar na Espanha, onde se casou em 1801, voltando à América. Sua mulher morreu de febre amarela pouco depois e Bolívar partiu para a Europa. Em 1805, no Monte Aventino, em Roma, jurou a seu antigo mestre Simón Rodrigues libertar sua terra no julgo espanhol. Na Venezuela desde fins de 1806, ligou-se a grupos liberais e tomou parte na Junta de Governo que, em 1810, substituiu a autoridade espanhola na colônia. Foi este o 1º governo constituído sem interferência da metrópole na América Latina. Enviado a Londres como representante diplomático, de lá voltou com Francisco Miranda, venezuelano que lutara com Washington na Guerra da Independência Americana, fora general no exército de Napoleão, e teve depois papel de destaque nas primeiras campanhas revolucionárias da Venezuela, cuja independência foi proclamada a 05 de julho de 1811. Em 1811, fracassada essa primeira revolta Venezuelana, Bolívar refugiou-se em Curação e Cartagena, onde publicou o primeiro dos documentos que são hoje os clássicos da literatura revolucionária hispano-americana, e recebeu o comando das forças rebeldes de Nova Granada (hoje Colômbia). Declarou guerra de morte aos espanhóis e, após marchar 1.200 Km e vencer seis batalhas, entrou em Caracas a 06 de agosto de 1813, onde foi proclamado "Libertador". No ano seguinte, lutando contra os espanhóis e os Ilaneros do ex-pirata Boves, sofreu várias derrotas, deixando a Venezuela novamente em mãos do colonizador. Na Colômbia, tomou de assalto Bogotá, desde então capital do país, mas, derrotado em Santa Marta, abandonou seu comando e partiu pata a Jamaica, de onde lançou sua famosa Carta de Jamaica (6/9/1815), justificando sua atuação e manifestando-se contra a monarquia, federalismo e a democracia. Projetava um estado que reunisse a Venezuela, Nova Granada e o Reino de Quito sob forma republicana e com um executivo forte, e propunha a união dos povos americanos, tendo por centro o Panamá. Cesarista e não democrata, entendia que as multidões americanas ainda não haviam atingido a maturidade que lhes permitisse a prática da democracia liberal. Em 1816, com o auxílio do presidente negro do Haiti, Alexandre Petion, deu início a nova campanha, que alcançou pouco êxito. O apoio europeu e norte-americano, no entanto começava a chegar. Em 1817,

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Bolívar tomou Angostura, hoje cidade Bolívar, onde instalou seu quartel general. Em 1819, convocou o Congresso de Angostura e, em memorável discurso, preconizou uma revisão da Constituição de 1811, censurou o falso federalismo e propôs a completa abolição da escravidão. O governo seria exercido por um presidente vitalício, com amplos poderes. Haveria uma Câmara de Deputados e um Senado hereditário. Em maio de 1819, a frente dos 2.500 homens do "Exército da Libertação", que incluía bem treinados veteranos ingleses e irlandeses, atravessou as florestas tropicais venezuelanas e os Andes para auxiliar os revoltosos de Nova Granada. Três dias depois de cruzarem os passos andinos, suas tropas exaustas tiveram de enfrentar o exército espanhol, superior em numero, na Batalha de Boyacá, travada a 07 de agosto de 1819. Esta batalha foi o golpe que destroçou o poderio da Espanha em Nova Granada. Voltando a Angostura, para desfazer intrigas, Bolívar foi eleitoe do novo Estado livre, a Grã-Colômbia, cuja existência foi proclamada a 17 de dezembro. Depois de um armistício de seis meses, Bolívar empreendeu a última campanha contra os espanhóis na Venezuela. Pela segunda vez os dois exércitos encontram-se na Planície de Carabobo (24/6/1821), perto de Caracas. Em menos de uma hora os espanhóis foram derrotados e dispersados, sendo esta batalha considerada a decisiva da luta pela independência venezuelana, como a de Boyacá o fora para a da Colômbia. Enquanto isso, um congresso se reunira em Cucuta, elaborando a Constituição da Grã-Colômbia (30/08/1821) e reelegendo Bolívar seu presidente. Os caminhos da guerra levavam então para o sul, onde Sucre, lugar-tenente de Bolívar, combatia no Equador. Bolívar seguiu em seu socorro, vencendo os espanhóis em Pasto, enquanto Sucre tratava a Batalha de Pechincha e, a 25 de maio de 1822, ocupava Quito.A 26 de julho, em Guayaquil, Bolívar encontrava-se com San Martin, herói da Independência da Argentina e do Chile e "Protetor" do Peru, que favorecia uma solução monárquica européia para a América. Do que se passou entre eles nada transpirou, mas San Martin, ao voltar ao Peru renunciou ao seu cargo de "Protetor" e embarcou rumo ao Chile e à Argentina, e seu nome apareceu nos anais revolucionários. Bolívar seguiu para o Peru e na Batalha de Junin (6/8/1824), travada exclusivamente de cavalaria e sem um só tiro, derrotou os espanhóis. A esta vitória seguiu-se a de Sucre em Ayacucho, a 9 de dezembro que encerrou definitivamente o domínio espanhol na América do sul. A 16 de maio de 1825 Bolívar proclamou a Independência e em seguida elaborou o código Político do Alto Peru; o país então constituído então tomou em sua honra, o nome de Bolívia.Nos anos seguintes, Bolívar teve de enfrentar as ambições de antigos companheiros e a imaturidade política dos países que libertara. Sofreu injúrias e incompreensões e, em 1828, escapou por pouco a um atentado contra sua vida. A unidade política da Grã-Colômbia, um de seus maiores ideais, era precária e constantemente ameaçada por agitadores venezuelanos. Em 1830, pela última vez, Bolívar renunciou em Bogotá à chefia suprema do Estado. Tuberculoso e desiludido, partiu para Cartagena, de onde tencionava embarcar para a Europa. A viagem teve de ser adiada por falta de dinheiro, uma vez que sua vasta fortuna pessoal fora consumida nas guerras de independência. A 04 de junho, chegou-lhe a notícia do assassinato de Sucre, último golpe na saúde abalada do Libertador. Buscando um clima melhor, Bolívar transferiu-se para a Quinta de São Pedro Alexandrino, perto de Santa Maria, onde faleceu em 17 de dezembro de 1830.

Sois Maçom ?

Só me lembrava daquela forte dor no peito. Como viera eu parar ali? O ambiente era familiar. Já estivera ali, mas... quando?

Caminhava sem rumo. Pessoas desconhecidas passavam por mim, contudo, não tinha coragem de abordá-las.

Mas... espere, que grupo seria aquele reunido e de terno preto?

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Lógico! Não estariam indo ou vindo de um enterro; hoje em dia não é tão comum pessoas irem ao velório com roupa preta.

É claro! São Irmãos! Aproximei-me do grupo. Ao me verem chegar interromperam a conversa.

Discretamente executei o sinal de Aprendiz, obtendo resposta. A alegria tomou conta de mim. Estava entre amigos.

Identifiquei-me. Perguntei ansioso o que estava acontecendo comigo. Responderam-me com muito cuidado e fraternalmente.

Havia desencarnado. Fiquei assustado; e a minha família, os meus amigos, como estavam?

Estão bem, não se preocupe; no devido tempo você os verá,responderam.

Ainda assustado, indaguei do motivo de suas vestes. Estamos nos encaminhando ao nosso Templo Maçônico, foi a resposta.

Templo Maçônico? Vocês tem um? Sim, claro. Por que não?

Senti-me mais a vontade, afinal sou um Grande Inspetor Geral e com certeza receberei as honras devidas a meu Grau. Pedi para acompanhá-los, no que fui atendido.

Ao fim da pequena caminhada divisei o Templo. Confesso que fiquei abismado. Sua imponência era enorme. As colunas do pórtico eram majestosas. Nunca vira nada igual. Imaginei como deveria ser seu interior e como me sentiria tomando parte nos trabalhos. Caminhamos em silêncio.

Ao chegar ao salão de entrada verifiquei grupos de Irmãos conversando animadamente, porém em tom respeitoso.

O que parecia ser o líder do grupo e que me acompanhava chamou um Irmão que estava adiante:

-- Irmão Experto! Acompanhai o Irmão recém-chegado e com ele aguarde.

Não entendi bem. Afinal, tendo mostrado meus documentos, esperava, no mínimo, uma recepção mais calorosa.

Talvez estejam preparando uma surpresa à minha entrada; para um Grau 33 não poderia se esperar nada diferente. Verifiquei que os Irmãos formavam o cortejo para entrada no Templo.

A distância, não pude ouvir o que diziam, contudo, uma luminosidade esplendorosa cercou a todos.

Adentraram silenciosamente no Templo.

Comigo ficou o Irmão Experto. De tanta emoção não conseguia dizer nada. O tempo passou... Não pude medir quanto.

De repente, a porta do Templo se entreabriu o Irmão Mestre de Cerimônias, encaminhando-se a mim, comunicou que seria recebido. Ajeitei o paletó, estufei o peito, verifiquei se minha comendas não estavam desleixadas e caminhei com ele.

Respirei fundo e adentrei ritualisticamente ao Templo. Estranho... Esperava encontrar luxuosidade, muito ouro e riqueza.

Verifiquei, rapidamente, no entanto, uma simplicidade muito grande.

Uma luz brilhante, vindo não sei de onde iluminava o ambiente. Cumprimentei o Venerável Mestre e os Vigilantes na forma usual.

Ninguém se levantou à minha entrada. Mantinham-se calados e respeitosos.

Não sabia o que fazer... Aguardava ordens... e elas vieram na voz firme do Venerável:

-- [...]

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Reconhecendo a necessidade do telhamento em tais circunstâncias, aceitei respondê-lo. Estufei o peito, impetiquei o corpo e respondi:

-- [...]

Aguardei seguro, a pergunta seguinte.

Em seu lugar o Venerável Mestre, dirigindo-se aos presentes, perguntou:

-- Os Irmãos aqui presentes o reconhecem como Maçom?

Assustei-me. O que era isso? Por que tal pergunta? O silencio foi total.

Dirigindo-se a mim, o Venerável emendou:

-- Meu caro Irmão visitante, os Irmãos aqui presentes não o reconhecem como Maçom.

-- Como não?! Disse eu. Não vêem minhas insígnias? Não verificaram meus documentos?

-- Sim, caro Irmão - retrucou solenemente o Venerável.

-- Contudo não basta ter ingressado na Ordem, ter diplomas ou insígnias para ser um Maçom. É preciso antes de tudo, ter construído o "seu Templo", e verificamos que tal não ocorreu com o Irmão.

-- Observamos, ainda, que apesar de ter tido todas as oportunidades de estudo e de ter galgado ao maior dos Graus, não absorveu seus ensinamentos. Sua passagem pela Arte Real foi efêmera. Não pude agüentar mais. Retruquei:

-- Como efêmera? Vocês que tudo sabem não observaram minhas atitudes fraternas?

Fui interrompido.

-- Irmãos, vejamos então sua defesa.

Automaticamente, desenhou-se na parede algo parecido com uma tela de televisão e na imagem reconheci-me junto a um grupo de Irmãos, tecendo comentários desairosos contra a administração de minha Loja. Era verdade. Envergonhei-me.

Tentei justificar mas não encontrava argumentos. Lembrei-me, então, de minhas ações beneficentes.

Indaguei-os sobre tal. E mudando a imagem como se trocassem de canal, vi-me colocando a mão vazia no tronco de Beneficência. Era fato e, costumeiramente, o fazia, por achar que o óbulo não seria bem usado...

Por não ter o que argumentar, calei-me e lágrimas de remorso brotaram-me nos olhos. Iniciei a retirar-me cabisbaixo e estanquei ao ouvir a voz autoritária e ao mesmo tempo fraterna do Venerável.

-- Meu Irmão. Reconhecemos suas falhas quando no orbe Terrestre e na Maçonaria, contudo, reconhecemos, também que o Irmão foi iniciado em nossos Augustos Mistérios.

-- Prometemos em suas Iniciações protegê-lo e o faremos. O Irmão terá a oportunidade de consertar seus erros, afinal, todos nós aqui presentes já os cometemos algum dia.

-- Descanse nesse plano o tempo necessário e, ao voltar à matéria para novas experiências, nós o encaminharemos novamente a Ordem Maçônica. Sua nova caminhada, com certeza, será mais promissora e útil.

Saí decepcionado mas estranhamente aliviado. Aquelas palavras pareciam ter me tirado um grande peso.

Com certeza, ali eu desbastara um pedaço de minha Pedra Bruta.

Acordei, sobressaltado e suando muito. Meu coração disparado.

Levantei-me assustado, mas com certa alegria no peito.

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Havia sonhado!

Dirigi-me ao guarda-roupa, meu terno ali estava. Instintivamente, retirei do paletó as medalhas e insígnias e as guardei em uma caixa.

Ainda emocionado e com os olhos molhados de lágrimas, dirigi-me à minha mesa e com as mãos trêmulas e cheio de uma alegria enlevante, retirei da gaveta o Ritual de Aprendiz Maçom.

Autor: Anônimo

Solidariedade Maçônica

A Solidariedade Maçônica como tema para reflexão nos dá uma vasta base para que possamos discorrer e criar condições para o debate. E necessário que, inicialmente, observemos as definições de Maçonaria e de Solidariedade:

Maçonaria “é urna associação de homens sábios e virtuosos que se consideram irmãos

entre si, cujo fim é viver em perfeita igualdade, intimamente ligados por laços de recíproca estima, confiança e amizade, estimulando uns aos outros a prática das virtudes.

Solidariedade “é a dependência recíproca entre os elementos componentes de modo que o que afeta um,

afeta também ao outro”.

Na Etica, é o poder moral de assistência entre os membros de uma sociedade, que se julgam formando um todo.

Na Maçonaria, a idéia de solidariedade é apresentada com maior ênfase e como a

própria base da fraternidade que deve existir entre os maçons. Este sentimento é continua-mente lembrado pelo giro do tronco de solidariedade, que circula em todas as reuniões maçônicas”.

Como podemos ver, a solidariedade maçônica tem como responsabilidade a de ser a base

da fraternidade. É também a ligação recíproca de pessoas ou coisas independentes, é a adesão ou apoio à causa de um ideal ou de uma opinião. Pode-se dizer também que é a respon-sabilidade mútua, é o nexo morai que liga um homem à vida, aos interesses e às responsabilidades de um grupo social, de uma nação e, por que não dizer, da própria humanidade.

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Palavras lindas e bem colocadas podem ser infinitas para conceituar o tema, mas de que adiantarão as definições se não for colocada em prática? Como vemos, uma das virtudes a que a Maçonaria se destina é a solidariedade; após tomarmos conhecimento de sua grandiosidade é que percebemos a sua real importância.

O verdadeiro maçom pratica o bem e leva sua solicitude aos infelizes, quaisquer que

sejam eles, devendo desprezar o egoísmo e a imoralidade, dedicando-se aos seus semelhantes. O sentimento de solidariedade para o maçom deve ser nato e, assim sendo, deve ser o ideal de todo e qualquer maçom, tornando desta forma o laço sagrado que une a todos na mais profunda conceituação da orla dentada e do pavimento mosaico.

Também é necessário que a solidariedade maçônica caminhe unida a outra virtude, que é a justiça ou justa causa. A solidariedade maçônica é fraternal e pura, sendo o amparo moral e material para com os que praticam o bem e sofrem as vicissitudes da vida, àqueles que trabalhando lícito e de forma honrada são infelizes, àqueles que, embora rodeados de fortuna, sentem no íntimo as amarguras e desolações das desgraças. Enfim, ela deve se apresentar onde houver a causa e esta deve ser justa e perfeita.

Quando algum irmão, porém, se esquece dos sãos princípios maçônicos, se desviando da

moral e dos bons costumes, vindo a se tomar um mau cidadão, mau esposo, mau pai, mau amigo, mau filho, mau irmão, praticando atos indignos da Ordem a que pertence, foi ele e não a Maçonaria que rompeu os laços de fraternidade que unem a todos os maçons. Caso seja ajudado nos ilícitos que está praticando, a Maçonaria estará compactuando com maus costumes adquiridos por esse desonrado.

Deverá saber o irmão que é dever da Maçonaria, mesmo na vida profana, mostrar sua solidariedade, não só aos seus membros, mas também aos profanos e “em igualdade de cir-cunstâncias, é meu dever preferir um irmão, sempre que, para fazê-lo, não cometa uma injustiça que fira a minha consciência. Os ensinamentos de nossa Ordem nos obrigam a proteger um irmão em tudo que for justo e honesto. Não será justo nem honesto proteger o menos digno, mesmo que seja irmão, preterindo os mais sagrados direitos do mérito do valor moral e intelectual”.

Todo maçom deverá ter a consciência e grau de conhecimento mínimo sobre a causa e

sobre as pessoas envolvidas para que possa, com garantia, tomar decisões. Sabemos que a nossa Instituição tem em seu seio aqueles que conseguiram burlar a vigilância e os rigores observados pelas sindicâncias para admissão na Ordem. Esses têm o intuito apenas de tentar tirar proveito e que denominados de “profanos de aventais”, o tempo naturalmente se encarregará de afastá-los. Esses são os que a Sublime Instituição deverá precaver-se mais até que dos profanos, pois os frutos podres se não tirados a tempo poderão estragar os outros ou até desvalorizar o grupo.

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Deverá também ser fruto de cuidado de todo maçom para que palavras como Fraternidade, Liberdade e Igualdade, que são os sustentáculos da filosofia da Ordem e encon-tram-se em lugar de destaque em nosso templo, não se percam como meros chavões repetidos por “papagaios”. Que a sua força doutrinária seja usada e colocada em prática em sua plenitude.

Ao observar-mos nossos ensinamentos, encontraremos em todas as instruções algo voltado para a solidariedade. A Ordem nos chama para a reflexão e nos encaminha para a sua prática. Se a Maçonaria é perfeita e uma das instituições mais respeitadas do mundo, deverá ter de seus o compromisso de aplicar, proteger e, acima de tudo, zelar para que sua sustentação perdure sempre e que seus ensinamentos ajudem ao homem a polir a pedra bruta.

SOLSTÍCIO No mês de Junho comemoramos o solstício de inverno e as Lojas da Obediência realizaram a belíssima Cerimônia Ritualística pertinente.

Essa cerimônia, tão cheia de significado simbólico, relembra o conteúdo mitológico e a referencia religiosa que faz de São João nosso padroeiro.

As datas solsticiais correspondem à passagem do Sol pelos trópicos de Câncer em 21 de Junho e tropico de Capricórnio em 21 de Dezembro

Comemoramos o dia de São João Batista em 24 de Junho e São João Evangelista em 27 de Dezembro próximo aos Solstícios de inverno e verão.

São João Batista, um essênio pregador e profeta judeu era filho de Zacarias e de Izabel, prima da Virgem Maria; foi chamado de “Precursor” porque preparou os caminhos à Jesus e Batista porque batizava no rio Jordão. Foi decapitado por Herodes Antipas a pedido de Salome que recebeu sua cabeça em uma bandeja. A Maçonaria também é precursora e João Batista, o Precursor, dividia o que tinha com os menos favorecidos.

São João Batista dizia: “Eu vos batizo com água, porem Aquele que vira depois de mim, batizar-vos-á com o fogo e com o Espírito Santo”, pois Jesus, iniciado nos Mistérios Superiores, era o próprio Fogo da Sabedoria e traria Luz ao coração dos homens.

São João Evangelista era pescador, filho de Zebedeu e irmão de Tiago Maior. Nos deixou o Evangelho cujo cap. I, vers. 1 a 5 é lido na Abertura da Loja de Aprendiz.

O Evangelho de São João é considerado o Evangelho do Espírito. Enquanto o Evangelho de São Pedro simboliza a igreja exterior, exoterica, o evangelho de São João simboliza a igreja interior ou esotérica e, daí sua relação com a Gnose, considerada a doutrina secreta e interior da igreja. Os antigos Maçons eram gnosticos e São João Evangelista,era tidoomo o chefe do gnostissismo e foi eleito o Patrono dos Construtores.

Pelo espírito de fraternidade e trabalho humanitário temos São João como patrono. As festas de São João são solsticiais marcando a entrada do sol nos hemisférios, norte e sul; no solstício de

inverno são marcadas por fogos e fogueiras em varias partes do mundo simbolizando a volta da Luz. As festas solsticiais são comemorações de ritos solares de renascimento e morte; são festas de Demeter, a

deusa do trigo, dos ciclos das plantações e de Dionísio, o deus do Vinho, que provocava um estase elevando o espírito ao divino. As comemorações alem do simbolismo do fogo como a volta do sol, reuniam também o o simbolismo do pão e o vinho.

Finalmente lembramos que, entre os romanos, celebrava-se em honra de Janus, o deus de duas faces, as duas festas solsticiais nas mesmas datas em que hoje celebramos as duas festas de São João Batista e São João Evangelista. Os dois rostos de Janus poderiam corresponder, portanto, aos dois santos de nome João: o severo Batista e o Evangelista ou Apostolo cheio de doçura. Os construtores de catedrais representavam Janus em suas esculturas, na catedral de Chartres ele é representado em duas esculturas.

Conta a mitologia que Janus, o deus latino de dois rostos, de origem indo-européia, que regia os solstícios, foi rei da região da Itália quando Saturno foi expulso do Olimpo. Saturno buscou e encontrou refugio junto a Janus então rei do Lacio e este, em reconhecimento, dotou Janus de rara prudência, de modo que o passado e o futuro estariam sempre diante de seus olhos. O reinado de Janus , então, foi tão pacífico que o fizeram deus da Paz.

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As Portas se chamavam Januae e Janus era sempre o primeiro a ser invocado numa cerimônia religiosa porque presidia as portas e os caminhos e porque era por sua mediação que as preces dos homens chegavam aos deuses. É representado com uma chave numa mão e uma vara na outra para demonstrar que é guardião das portas e que preside os caminhos. Janus tinha dois rostos porque exercia seu poder sobre o céu e a terra, sobre o passado e o futuro. Tem a idade do mundo e tudo se abria e fechava à sua vontade. Preside os começos e por isso o primeiro mês do ano lhe foi consagrado, januarius

SOLSTÍCIOS E EQUINÓCIOS

Equinócio é uma palavra que deriva do latim (aequinoctium), e significa “noite igual”,

e refere-se ao momento do ano em que a duração do dia é igual à da noite sobre toda a

Terra. Astronomicamente isto se dá quando a Terra atinge uma posição em sua

órbita onde o Sol parece estar situado exatamente na intersecção do círculo do Equador

Celeste com o círculo da Eclíptica; ou seja, instante em que o Sol no seu movimento anual

aparente pela Eclíptica, corta o Equador Celeste, apresentando declinação de 0º.

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O Equinócio Vernal (21/03), assinala a entrada da primavera no hemisfério

norte e do outono no hemisfério sul. É especialmente considerado pelos Astrólogos, pois

este “Ponto Vernal”, marca o início do Signo de Áries, a entrada do Sol no Signo de Áries,

que marca o início do Zodíaco. É quando o Sol, no seu movimento aparente, passa do

hemisfério sul para o hemisfério norte. Na figura abaixo, veja uma representação da insolação terrestre relativa a

este Equinócio. Neste período a Terra recebe em ambos hemisférios a mesma intensidade

de luz solar.

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O Equinócio Outonal (23/09), marca a entrada do outono no hemisfério

norte e da primavera no hemisfério sul, chamado também de “Ponto de Libra”; instante em

que o Sol passa do hemisfério norte para o hemisfério sul. Na figura abaixo, veja uma representação da insolação terrestre relativa a

este Equinócio. Neste período a Terra recebe em ambos hemisférios a mesma intensidade

de luz solar.

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A palavra Solstício, deriva do latim, sol + sistere (solstitium), que significa

parado, imobilizado e está associada à idéia de que o Sol estaria como que estacionário. Marca a época do ano em o Sol, no seu movimento aparente na esfera

celeste, atinge o máximo afastamento angular do Equador. É considerado Solstício de Verão (22/06) no hemisfério norte e de inverno

no hemisfério sul, quando o Sol ingressa a 0º do Signo de Câncer, quando o Sol alcança sua

máxima declinação norte, 23º27'. Neste momento, o Sol “imobiliza” seu movimento gradual

para o sentido sul e passa a dirigir-se na direção do pólo norte. Na figura abaixo, veja uma representação da insolação terrestre relativa a

este Solstício. Neste período a Terra recebe maior intensidade de luz solar no hemisfério

norte.

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No dia do Solstício de Inverno (21/12) no hemisfério norte e de verão no

hemisfério sul, quando marca a entrada do Sol no Signo de Capricórnio, quando o Sol

alcança sua máxima declinação sul, 23º27'. O Sol “imobiliza” seu movimento para o sentido

norte e começa a dirigir-se na direção do hemisfério sul. Na figura abaixo, veja uma representação da insolação terrestre relativa a

este Solstício. Neste período a Terra recebe maior intensidade de luz solar no hemisfério

sul.

Vale lembrar que como as estações do ano são opostas nos dois

hemisférios, as denominações s e invertem. E também, que poderá haver variação de um ou

dois dias nas datas descritas. No quadro abaixo, estão representadas as posições do nosso planeta em

relação ao Sol, nos momentos de Solstícios e Equinócios, que definem as quatro estações do

ano.

A ilustração abaixo, facilita o entendimento para os Astrólogos, onde pode

notar-se os pontos equinociais e solsticiais.

BIBLIOGRAFIA: Este trabalho foi feito baseado em pesquisas realizadas na internet.

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O templo é o lugar onde se reúnem os maçons para elaborar seus trabalhos. Essa palavra deriva-se do latim tempus (tempo). Já repetimos e insistimos agora que,

desde que o homem abandonou seu estado edênico, seu paraíso espiritual, afastou-se muito da verdade e não mais pôde conceber o abstrato; teve de materializar suas idéias, como São Tomé, que depois da ressurreição do Senhor não podia conceber intelectualmente tal prodígio e quis introduzir o dedo nas, chagas para averiguar o fato. Assim sucede com todo homem. Desde o momento em que se esqueceu de Deus que mora em seu coração, de suas leis naturais no Universo e do corpo físico, inventou um deus exterior e criou um edifício para alojá-lo. Esse edifício chama-se templo. Mas, não se deteve ai; quis compreender intelectualmente a natureza de Deus. Então começou a dar-lhe formas iguais ao próprio corpo físico e a atribuir-lhe desejos e paixões e, por último, fêz-se representante dele na terra. Deus se converteu num ser temível, exposto à ira, vingança, ódio, etc., e apesar de ser infinito, reduziu-se ao extremo de poder habitar num edifício chamado templo.

O iniciado ou filho da luz compreende até a evidência que o Universo inteiro é o Templo de Deus, que o templo de Deus é universal, não sectário, e que sua contra parte é o mesmíssimo corpo do homem. Esta escrito: “Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós?”

Os egípcios, que eram muito mais sábios que nós, quando construíam seus templos, imitavam quanto possível as leis cósmicas universais, que se refletem no corpo do homem. A Pirâmide de Keops é o templo mais perfeito. Nesse monumento eterno pôde a mente iniciada encerrar alguns mistérios do corpo físico refletidos pelos do Microcosmos. O Iniciado ou sacerdote egípcio conheceu-se a si mesmo, física e espiritualmente e escreveu seu conhecimento nesse livro que a Pirâmide é, para que seu irmão menor possa ler nele e saber como ele, o modo de entrar em seu interior e adorar a Deus.

Não disse o Cristo: “Chegará a hora em que não adora reis o Pai, nem neste monte, nem em Jerusalém. Deus é Espírito e é mistério que aqueles que o adoram o adorem em espírito e verdade”.

E o templo de Salomão não é imitação do corpo físico? Não significam todos os seus mistérios o processo alquímico que se efetua diariamente dentro do corpo do homem?

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A humanidade, qual filho pródigo do Pai Celestial, faminto no deserto do mundo,

alimenta-se com os desmandos dos seus prazeres que enfermam a alma; mas sempre teve a voz interior do Eu Sou que lhe grita: “Volta para teu lar”.

O iniciado, filho da luz, depois de sofra mil misérias atrás dos prazeres, sente-se impedido

pela voz interior a volver ao seio do Pai e formar do seu corpo uma casa, um templo para Deus, um templo do espírito, aonde possa entrar, fechar suas portas para encontrar o Pai frente a frente e responder a sua voz.

Porém, como nem todos puderam ouvir essa voz, essa voz interior, o Pai nos fala com

linguagem simbólica, a qual, por sua vez, oculta e, a seu tempo, revela as verdades espirituais. Valem-se dos irmãos maiores para trazer A nossa vista o símbolo do Templo, cujo objetivo é fazer-nos volver interiormente a Ele, ao nosso coração, o único altar da Divindade.

Adorar a Deus em espírito não significa prosternar-se ante uma imagem dentro de um

templo feito por mãos humanas, senão, à maneira de Melquisedec, no templo não construído por homem algum. Porém, tal qual contemplamos o retrato de um ser querido, porque o retrato desperta em nosso coração um sentimento terno, assim, o simbólico templo acende em nosso peito o desejo de adorar o Deus interior, que está fora do alcance dos sentidos físicos.

Cristo pôs fim à época do Santuário, ou templo externo, desde o momento em que fez o

auto - sacrifício; desde então, devia o Altar dos sacrifícios levantar-se em nosso coração para reparo das culpas. O candelabro de ouro deve estar dentro do corpo para que nos guie o Cristo interno e a glória do Shekinah do Pai more dentro dos recintos sagrados de nossa própria consciência divina.

Então, o templo é a representação alegórica do corpo físico. Todo iniciado deve penetrar

diariamente, por meio da concentração e meditação, no templo interior, o coração, e permanecer aí largos minutos em presença de seu Pai Celestial. Deve o aspirante deixar qualquer sistema, exercício, escola ou religião, e dedicar-se a essa comunhão com o Pai, porque o templo da religião esotérica e o da maçonaria têm por mira levar o homem a esse fim.

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TEMPLO DE ESTUDO

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Desbastar a pedra bruta, aproximando-a numa forma em relação ao seu destino: heis aqui, a tarefa ou trabalho simbólico ao qual deve dedicar-se todo Aprendiz, para chegar a ser o Obreiro que domina inteiramente sua Arte, é no templo de estudos que o candidato vai aperfeiçoando e lapidando o seu ser, tendo assim a responsabilidade de se tornar um maçom verdadeiro e é através do templo de estudos que isso pode ocorrer, pois a transmissão dos ensinamentos se torna parte obrigatória na formação do verdadeiro maçom.

Neste trabalho simbólico, o Aprendiz é ao mesmo tempo, obreiro, matéria-prima e instrumento. Ele mesmo é a pedra bruta, representativa de seu estado atual e ainda muito imperfeito no seu desenvolvimento, à qual tem de converter numa forma ou perfeição interior, que se encontra em estado latente dentro dessa imperfeição evidente, de modo que possa tomar e ocupar o lugar que lhe corresponde, de acordo com o Plano, no edifício ao qual está destinado. Assim o templo de estudo é a parte mais importante no crescimento interior do Aprendiz, que deve levar o templo de estudos com muita seriedade e responsabilidade, para crescer cada vez mais em seus conhecimentos e em suas atitudes.

Uma vez que a Perfeição é infinita, e em seu estado absoluto inacessível, somente podemos esperar conseguirmos aproximarmo-nos da perfeição ideal que nos é dado conceber no estado ou etapa de progresso em que atualmente nos encontramos, através do templo de estudos que nos é administrado. Nosso progresso desenvolve-se, pois, através de graus sucessivos de perfeição relativa, e o próprio reconhecimento de nossa imperfeição, por um lado (a pedra bruta), e o de um ideal que desejamos, pelo outro, são as primeiras condições indispensáveis para que possa existir um tal esforço ou trabalho.

O próprio trabalho consiste em despojar a pedra de suas asperezas, pondo primeiro em evidência as faces ocultas no estado de rudeza natural da pedra; depois retificar essas faces, alisando-as e tirando todas aquelas protuberâncias que a afastam de uma forma harmoniosa com aquela que é preciso obter.

É importante notar que não se trata de aproximar a pedra da forma de determinado modelo exterior, se bem que isto possa servir de motivação e inspiração, o importante é que o modelo ou perfeição ideal tem de ser procurado dentro da própria pedra, de cujo foro íntimo há de ser manifestada ou extraída a própria forma a qual cada pedra idealmente pertence. Ou seja, abandonando a metáfora, trata-se reconhecer e manifestar a perfeição

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inata do Ser Íntimo, da Idéia Divina que habita em cada um de nós, cuja expressão relativa e progressiva é o objeto constante da existência.

Assim, o Templo de Estudo é parte importante na formação e desenvolvimento do Aprendiz que busca a verdade e o caminho, pois somente através dos estudos ministrados e absolvidos pelo Aprendiz é que o mesmo poderá se tornar um verdadeiro maçom.

Templo, em sua aplicação literal, tem um significado restrito e específico. A idéia essencial de um templo é a de um lugar sagrado, e de real ou suposta santidade. Em sentido mais restrito, o templo é uma construção erigida e devotada, exclusivamente, às cerimônias e ritos religiosos ou sagrados.

Tanto assim, os templos pagãos da antiguidade eram considerados lugares de habitações dos místicos deuses, cujos nomes ostentavam, e a cujo serviços as construções eram dedicadas. Decorre daí que nunca foram considerados lugares de assembléias públicas ordinárias, mas lugares consagrados às mais solenes cerimônias daquele sistema particular de adoração, idólatra ou não, do qual o templo permanece como

símbolo visível, concreto e atual, preservador de tradições, pela prática costumaz de ritos que condu-zem a um processo introspectivo de enlevo espiritual.

Em eras remotas, contam nossos antepassados, que o povo de Israel era distinguido dentre as nações como edificador de santuários erigidos em nome de Deus Vivo. Este serviço era requerido do

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povo de Israel pelo Supremo Criador, a quem professavam servir. O Templo de Salomão está umbilicalmente ligado à história de Israel, feito nação, desde o

êxodo. Durante dois séculos de escravidão no Egito, os filhos de Jacó tinham-se tornado um povo numeroso e poderoso, não obstante cativo. No devido tempo, suas tristezas e súplicas vieram ao Se-nhor, e Ele os guiou libertando-os através de sua poderosa mão. Tão logo deixado o ambiente da idolatria egípcia, foram compelidos a preparar um santuário, onde o Grande Mestre manifestaria Sua presença e tomaria conhecida Sua vontade, na qualidade de seu Senhor e Rei.

Animado na tradição, Salomão, que sucedeu Davi, recebeu deste a incumbência divina da construção, certo que através do profeta Natã, Deus disse a Davi: “Não edifique casa em meu nome, porque és homem de guerra e derramaste muito sangue”.

Contudo, recebeu permissão para coletar material para a casa do Senhor, cujo edifício seu filho Salomão deveria construir.

Salomão levantou o templo, semelhante em detalhes de arranjo e proporção do antigo Tabernáculo erigido no deserto, consagrado por Israel como santuário do Senhor. Concluída a obra, a Arca da Santa Aliança e o Tabernáculo da Congregação foram trazidos para o interior do Templo, depositando a Arca da Aliança no Lugar Santíssimo, ou “Sanctum Sanctorum”. A graciosa aceitação do Senhor foi manifestada numa nuvem que encheu as câmaras sagradas, enquanto os sacerdotes se afastavam. Salomão então orou, consagrando o Templo ao Eterno, o Grande Arquiteto do Universo.

Nos graus simbólicos maçônicos, cuidando cada qual a seu tempo no incessante trabalho do desbastar a pedra bruta, incutindo nos homens o preparo ao crescimento espiritual, não revela o episódio bíblico da consagração do Templo de Salomão. Proponho-me agora em refletir tão importante momento espiritual, sem procurar razões que me não são permitidas.

Contudo, crendo na força interna de um homem, que dobra os joelhos para orar ao Altíssimo, rebusco em minha crença palavras de compreensão, expondo uma contribuição despretenciosa. Este esforço não tem outra finalidade senão a de fazer despertar ensinamentos emprestados de verdadeiros mestres que, a despeito de já falecidos, os reencontramos no sol da manhã, ou no orvalho da noite, também no canto dos pássaros, nos perfumes das flores e na mística luz das estrelas, ressurgindo agora, para iluminar este trabalho, habituando conosco o Templo de Salomão, em todo o seu esplendor.

Conta-nos a Sagrada Bíblia, em Reis 8:23-53, que Salomão assim orou:

‘O Javé, Deus de Israel, não há Deus igual a ti nos céus em cima, nem na terra em baixo, guardando o pacto e a benevolência para com os teus servos que andam diante de ti de todo o seu coração. Tu que cumpriste para com o teu servo Davi, meu pai, aqui/o que lhe prometeste, de modo que fizeste a promessa com a tua própria boca e deste cumprimento com a tua própria mão, como no dia de hoje. E agora, o Javé, Deus de Israel, cumpre para com o teu servo Davi, meu pai, aqui/o que lhe prometeste, dizendo: Não se decepará diante de mim homem teu, (impedindo-o) de sentar-se no trono de Israel, se os teus

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filhos tão somente cuidarem do seu caminho, andando diante de mim assim como tu andaste diante de mim. E agora, o Deus de Israel, por favor, mostre-me fidedigna a tua promessa que fizeste ao teu servo Davi, meu pai. Porém, morará deus verdadeiramente na terra? Eis que os próprios céus, sim, o céu dos céus, não te podem conter; quando menos, então, esta casa que construí! E terás de virar-te para a oração do teu servo e para o seu pedido de favor, o Javé, meu Deus, para escutar o clamor suplicante e a oração com que teu servo hoje está orando diante de ti, afim de que os teus olhos se mostrem abertos para com esta casa noite e dia, para com o lugar de que disseste: Ali mostrará estar o meu nome, para escutar a oração com que teu servo ora em direção a este lugar..

No transcurso de toda a oração, dá-nos a impressão que Salomão orienta a todos os ouvintes a se valerem da oração a Deus, em busca de um lenitivo. E distantes do Templo devem fazê-lo voltados para o lugar onde se situa o Templo consagrado por ele a Deus. Então, pela crença da tradição, tenho apreendido, feito maçom, a respeitar quão grandiosa diretriz.

O homem comum ora, encerrado na couraça do seu egocentrismo que lhe parece uma defesa, quando é uma prisão. O místico ora em um estado de expansão, em que o ‘‘eu” se afigura desfeito, mas somente no qual ele consegue atingir a sensação de Deus. O próprio interesse egoístico, que está em toda manifestação da vida, na maioria, perde aqui qualquer sentido, porque a conquista se cumpre, expandindo-se em Deus, que é um Pai que sabe de todas as nossas necessidades, é riquíssimo, e não deseja mais do que nos prover. O rebelde, recusa-se justamente a curvar-se, prepotentemente, ante Deus. É exatamente a harmonização com

o todo que ele não sabe e não quer fazer. E então essa posição de dependência de Deus que ele não quer

reconhecer. Esse pobre espírito, centelha de Deus, precipita-se em descida, de delito em delito e de

desesperação em desesperação, em agonia de alma, gradativamente, extinguindo-se em nada, porque

insistente no erro. Confirmando a revolta, define a sua vontade de ser mesmo auto-destruído.

O ateu, negando Deus, nega a si próprio. Deus não pode ser atingido pela negação do ateu. E golpeado mesmo como malhete apenas quem o nega. E negando a fonte da vida em Deus, ele, ateu, não saberá, nem conseguirá mais alcançá-la. Negando a vida depois da morte, permanecerá inconsciente e não terá sensação devida depois da morte. Se o ateu não enveredar pelo caminho oposto, que se orienta em direção ávida, ao que o seu próprio interesse deverá tarde ou cedo induzi-lo. Receberá cada vez menos dela, até que não mais despertará e passará por completo ao polo oposto de Deus. Isto é, do ser passará ao não ser, pois que o vazio e o nada são a plenitude do anti-sistema contido na imensidão do Universo.

A punição consiste na perda do Grande Arquiteto do Universo. E a expulsão do sistema afirmativo para o invertido ou negativo, até a anulação - inferno eterno -, o mais terrível, o mais implacável, porque negará Deus através de uma infinita série de vidas, vagando em desespero por caminhos escabrosos, até culminar com a morte da própria alma, na mansão do amanhã.

Crendo Salomão na herança do povo de Israel, construiu com Hiram e Hiram Abif o Templo

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consagrado a Deus. Nele guardou a Arca da Aliança feita com Deus, espalmando suas mãos ao Altíssimo. Deixou-nos também a orientação sagrada de como o maçom deve orar, guiando-se pela Casa do Senhor, que, afinal, tem muitas moradas...

A vista de tudo, o esforço despendido, os detalhes, a suntuosidade e o entesouramento do Templo de Salomão, para mim agora tem outra simbologia, enxergando mesmo tesouros e dádivas mais preciosas que quaisquer outras que tenho visto, e mais magnificantes que as feitas de ouro e pedras preciosas.

Eis que compartilho-me com meus irmãos nesta verdadeira escola, onde e quando o “eu”, expandido, se perde no “eu” cósmico, que é o Senhor de tudo e conosco tudo compartilha para a honra e glória do Grande Arquiteto do Universo.

A Construção do Templo de Salomão, uma das grandes maravilhas do mundo, e o mito da morte de Hiram, teriam pois que seduzir e seduziram em afeto, a imaginação de nossos pais, que legaram a tradição a seus sucessores.

Tomando alguns fragmentos das lendas, encontramos na história a figura do mesmo Hiram. Na época do poderio, de gloria e fama de Salomão, fase em que estava no seu maior apogeu, este

rei tão relembrado por sua sabedoria, fez erguer um Templo magnifico em honra e glória de DEUS. O Arquiteto deste soberbo edifício chamava-se Hiram Abif. Quem era este homem? De onde vinha? Seu passado era um mistério. Enviado a Salomão pelo

rei do Tiro, este estranho personagem soube impor-se a todos, desde o primeiro dia de sua chegada. Seu gênio audaz, colocava-o acima de todos os homens; sua inte1igência superior exercia tal

influência, que todos se inclinavam ante sua vontade e a misteriosa autoridade daquele a quem davam, respeitosamente, o nobre título de MESTRE.

A bondade e a tristeza que refletia em seu severo semblante, espelhava também, a dignificação do maior arquiteto da época de Salomão.

Grande Arquiteto, Hiram Abif, não havia conhecido, jamais, outro mestre do que a solidão, e outros modelos a não ser os que lhe havia oferecido o deserto, entre os restos ignotos e informes de figuras colossais grandiosa de Deus e da Natureza.

E assim, como a tradição Oriental com sua linguagem pitoresca e sua sensível poesia, chegou até nós, também aqui ficaram as memórias daquele a quem chamamos, carinhosamente de nosso Mestre.

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O ORIGEM:ORRIIGGEEMM:: O TEMPLO MAÇÔNICO têm a mesma origem que a Igreja Católica, os dois derivam do Tabernáculo Hebreu e do Templo de Salomão, já que ambos foram construídos pelos Maçons de Ofício. FORMAS E DIMENSÕES:FFOORRMMAASS E DE DIIMMEENNSSÕÕEESS:: A forma do nosso TEMPLO é de um quadrilongo (retângulo), cujas dimensões devem respeitar a razão áurea ou dourada. Quando a base do retângulo medir 1 (UM) metro, a largura deverá medir 1,68 metro. O TEMPLO é dividido em 3 (três) partes: ORIENTE ou DEBIR um retângulo,

OCIDENTE ou HEKAL, um quadrado e VESTÍBULO ou ATRIUM. Se o nosso TEMPLO possuir 10 metros de largura, deverá possuir 16,80 metros de comprimento. O Ocidente será um quadrado de l0 x l0m e o ORIENTE um retângulo de 10,00 x 6,80 metros, separado por uma BALAUSTRADA de 1,30m de altura, com uma passagem no meio de 1/5 de sua medida neste caso de 2 metros, cujo acesso tem 4 (quatro) degraus que são denominados. Gramática, Retórica, Lógica e Aritmética. O Oriente ou Debir, é vedado para Aprendizes e Companheiros, sendo exclusivo dos Mestres Maçons. O Templo se liga à Sala dos Passos Perdidos através do Átrio, o qual dá acesso à porta do Templo. Fica no Átrio o lugar do Cobridor Externo. Os nossos Templos são orientados do Oriente para o Ocidente, (porque o Sol nasce no Oriente), numa linha paralela ao Equador Celeste, ficando o Sul à direita e o Norte às esquerda. O Templo como habitação do Grande Arquiteto do Universo, simboliza o Universo e a Universalidade da Nossa Ordem, por isso, cada golpe de Malhete do Ven.’. M.’. no Oriente, deve ser repetido pelos Vigilantes no Ocidente. Por representar o Universo, seu comprimento vai do Oriente ao Ocidente, do Sul ao Norte e a Altura da superfície da Terra ao Céu e a Profundidade da Superfície ao centro da Terra.

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DECORAÇÃODDEECCOORRAAÇÇÃÃOO A Porta de Entrada como já foi citado é no Ocidente, no meio da parede que separa o Átrio, fazendo frente para o Oriente. As paredes do Templo são decoradas em Azul Celeste. No a1to das paredes uma corda que forma em distâncias regulares nós emblemáticos em número de 81. Segundo Armando Riguetti é uma exclusividade da Maçonaria Brasileira. O nó central deve estar na parede acima da cabeça do Ven.’. M.’. tendo em cada lado 40 nós que se estendem pelo Norte e pelo Sul, terminando em borla pendente em ambos os lados da Porta de Entrada. Os nós são 81 porque este número é o quadrado de 9 (nove) que por sua vez é o quadrado de 3 (três). Número perfeito e de alto valor místico, três os dias de jejum dos judeus desterrados, três as negações de Pedro e três os filhos de Noé, três os varões que apareceram à Abraão, três as Virtudes Teológicas, além das Tríades Divinas. O número 40 simboliza a Penitência e a Expectativa, 40 dias Moisés passou no Sinai, 40 dias durou o jejum de Jesus e 40 dias Jesus passou na Terra, após sua ressurreição. O nó Central representa o número 1 (UM), a unidade indivisível, Símbolo de Deus. O número 1 (UM) é um número Sagrado.

Na Entrada do Templo, estão localizadas duas Colunas, J a da direita de quem entra (Sul ) e B a da esquerda de quem entra (Norte). Em cima de cada uma das Colunas estão localizadas três Romãs entreabertas, que simbolizam abundância de suas sementes. As colunas são ocas e serviam para guardar os arquivos da fraternidade, e ao pé delas estão as ferramentas dos Aprendizes e Companheiros. A Pedra Bruta está em frente ao Altar do Primeiro Vigilante e simboliza o metal na forma bruta, como é encontrado da natureza sem ser trabalhado. É tema de trabalho dos Aprendizes, que deverão se dedicar ao seu desbaste, livrando-a das impurezas e imperfeições.

A Pedra Polida, está na Coluna do Sul, em frente ao Altar do Segundo Vigilante, é uma pedra entalhada, com formas definidas pela ação do malho e do cinzel e delimitada pela verificação do Esquadro, representa o ser evoluído, o que atingiu a perfeição.

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TIRADENTES 1746 - 1792

Em 1746 o Brasil era uma colônia empobrecida. Na capitania de Minas Gerais, cuja população não chegava a

200 mil habitantes, boa parte das muitas toneladas de ouro extraídas era recolhida pela Coroa portuguesa e seguia

diretamente para Lisboa. Nesse mesmo ano, na fazenda de Pombal, à beira do rio das Mortes, a um passo de São João

del Rei e de São José del Rei, nasceu Joaquim José da Silva Xavier.

Joaquim José era filho de pai português, Domingos da Silva dos Santos, e mãe brasileira, Antônia da Encarnação

Xavier, nascida em Minas. Seu pai era homem de respeito: elegeu-se vereador para a Câmara da vila de São José e

fazia parte, com a mulher, da Irmandade da Ordem Terceira de São João del Rei, da Irmandade do Santíssimo

Sacramento e da Irmandade das Almas. Mas, aos nove anos, Joaquim José ficou órfão de mãe e aos onze perdeu o pai.

O auge da mineração fora por volta de 1750. Agora, aos poucos, o ouro ia rareando. Portugal, com seu poderio

reduzido, dependia das importações da Inglaterra mas continuava a viver na ostentação. O que pagava quase todas as

compras e o luxo português era o ouro do Brasil. Por isso, o Rei acusava a gente da Colônia de burlar a Coroa, quando

dizia que as minas estavam esgotadas.

Em dezembro de 1775, aos 30 anos, Joaquim José sentou praça na 6.ª companhia de dragões da capitania de

Minas Gerais. Soldado, Joaquim José destacou-se pela correção e coragem, primeiro em Minas, depois no Rio de

Janeiro, capital da Colônia.

Em Minas Gerais, os anos passavam e Tiradentes continuava um simples alferes. A injustiça estava marcando a

vida de Joaquim José. Em 1783 o Alferes começa a fazer críticas ao Governo. Outra voz, também de Vila Rica, logo

se somaria à sua através dos versos de poetas, nas chamadas Cartas Chilenas, que satirizavam a situação.

Acredita-se hoje, através de pesquisas literárias, que quem escrevia assim era Tomás Antônio Gonzaga, ajudado por outro poeta, Cláudio Manuel da Costa. Juntos, ainda que trabalhando separados até então, os versos dos poetas e a palavra do Alferes abriam a luta pela emancipação política do Brasil.

O século XVIII foi, na Europa, um tempo de grande agitação política e filosófica. Iniciava-se a luta contra todas

as tiranias. O homem devia ser livre, devia poder pensar o que quiser.

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A declaração de Independência dos americanos (4 de julho de 1776), escrita por Thomas Jefferson, sintetiza bem as concepções filosóficas da época: "São verdades indiscutíveis para nós: que todos os homens nascem iguais; que a todos concedeu o Criador certos

direitos inalienáveis, entre os quais estão o da vida, liberdade e a busca da felicidade; que os homens, para

assegurarem esses direitos, constituíram governos, cujos justos poderes emanam do consentimento dos governados.

Que, toda vez que uma forma de governo contraria esses fins, é um direito do povo alterá-la ou aboli-la e instituir um

novo governo, baseando seus fundamentos em princípios tais e organizando seus poderes de tal forma, que a eles

pareça contribuir mais eficazmente para sua segurança e felicidade".

Até 1750 a Coroa manteve-se na opulência. Conseguia taxar as minas em quase 20% (ou "quinto"). A partir de 1762, a arrecadação não mais atingia a quantia fixada, pois as minas se estavam esgotando. Houve então a primeira derrama. O povo era obrigado a completar o total de impostos devidos com seus próprios recursos. Uma segunda derrama se seguiu, em 1768, e durou três anos. Dezessete anos depois, em 1788, a Corte Portuguesa exigia novo recolhimento das taxas atrasadas. Seria mais uma derrama, com a desculpa de que não havia queda de produção e sim contrabando.

Para cobrar a grande dívida, tão grande que nem toda a produção de ouro de um ano poderia pagá-la, Dona Maria I nomeou governador de Minas Gerais o General Dom Luiz Antonio Furtado de Mendonça, Visconde de Barbacena.

Desde março de 1787, desiludido da vida militar, o Alferes Joaquim José pedira licença e seguira para o Rio,

onde, em setembro de 1788 conheceu o jovem José Álvarez Maciel, que acabara de concluir seus estudos em Portugal

e Inglaterra. Ambos eram de Minas. Joaquim José queria notícias da Europa, das novas idéias, dos movimentos de

libertação. E Maciel pedia notícias de Minas, do estado de coisas, da política portuguesa

Juntos, Joaquim José e Maciel começam a traçar planos. Precisam da participação de um chefe militar que possa

sublevar as tropas contra a Coroa e conseguem o apoio do tenente-coronel Paula Freire.

A primeira reunião dos conspiradores aconteceu em fins de 1788 onde a eles se unira o padre Carlos Correa de Toledo e Melo, vigário de São José del Rei, homem rico e influente. E a conspiração foi crescendo com a participação do Cônego Luiz Vieira da Silva, do Padre Oliveira Rolim e dos poetas e juristas Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto. Com o correr do tempo, mais nomes se juntariam aos primeiros. E Tiradentes dá início à campanha revolucionária aberta.

Num tempo em que criticar o soberano era crime gravíssimo, o Alferes chega à temeridade, defendendo suas idéias em qualquer lugar em que estivesse. Tiradentes quer a liberdade do Brasil. E assim iniciou-se a Inconfidência, como seria conhecida a rebelião, já que os revoltosos estavam negando fidelidade à Coroa portuguesa.

Os planos foram traçados: na ocasião da derrama, Tiradentes, depois de prender o governador, despertaria Vila Rica aos gritos de liberdade. A pretexto de restaurar a ordem, Paula Freire e suas tropas

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ocupariam a cidade e, com Vila Rica sob controle, declararia sua adesão à Inconfidência. Os inconfidentes sabiam que haveria luta. E se preparavam para ela. Redigem um projeto de Constituição; A capital deve ser transferida para São João del Rei; Tiradentes propõem que a Bandeira da Nova República seja um triângulo simbolizando a Santíssima Trindade riscado em vermelho sobre fundo branco. Alvarenga sugere uma inscrição tomada ao poeta latino Virgílio: Libertas quae sera tamen - liberdade ainda que tardia.

Agora é só esperar que Barbacena decrete a derrama.

Os inconfidentes resolvem não mais se reunir e combinam uma senha: tal dia é o batizado. O dia do " batizado " seria a data da derrama.

O coronel Joaquim Silvério dos Reis, fazendeiro e minerador, comandante de tropa em São João del Rei chega à conspiração através do Sargento-Mor Toledo Piza. Introduzido no movimento, conheceu todos os segredos. Mas eram outros os planos de Silvério dos Reis. Com todas as informações sobre a Inconfidência, a 15 de março de 1789 correu ao palácio de Barbacena para trocar a cabeça dos companheiros pelo perdão das suas dívidas. Barbacena, para ganhar tempo, suspendeu imediatamente a decretação da derrama.

Nesse instante crucial, o Alferes Joaquim José da Silva Xavier não estava em Vila Rica: Sua ausência na hora da delação e descoberta dos planos auxiliou o desmoronamento da rebelião.

Amedrontados pela decisão de Barbacena, os conspiradores limitaram-se a aguardar os acontecimentos. A decisão e iniciativa, que poderiam ter sido a garantia da vitória, ficaram aos portugueses.

E começaram as prisões. A rebelião seria esmagada sem que um tiro fosse disparado. Em 10 de maio de 1789 Joaquim José é preso no Rio de Janeiro, sem poder resistir, por conta de nova traição de Silvério dos Reis.

Enquanto isso, em Vila Rica, os conspiradores se dividiam. Com a derrota, os homens revelavam-se: Alvarenga Peixoto aconselhava que se fossem presos, deviam negar tudo; o cônego Melo, acovardado, recusava-se até a falar no assunto; e o Tenente-Coronel Paula Freire, abandonou a cidade, indo para sua fazenda, de onde voltou para denunciar os companheiros e tentar salvar-se. Traiu, mas não conseguiu escapar.

As prisões foram numerosas. Ia começar a devassa. Por decisão Real, o processo correu no Rio de Janeiro. Mantidos em celas individuais, os inconfidentes aguardaram a sentença durante três longos anos.

Completamente isolados do mundo, com os bens sequestrados e a família posta na miséria, os prisioneiros esperavam.

Pouco a pouco, sob o peso da coação moral e da agressividade dos interrogatórios, os inconfidentes se entregaram. A 18 de janeiro de 1790, Tiradentes confessa. Não quis entretanto, que seu ato fosse inútil e, frustrado em libertar sua pátria, tentou ao menos salvar os companheiros confessando não só sua participação, mas assumindo a culpa de todos. Mentiu ser o único chefe e apresentou os companheiros como inocentes a quem pervertera.

A 18 de abril de 1792, os cinco réus padres receberam suas sentenças. O Cônego Melo, o padre Rolim e o padre José Lopes de Oliveira, foram condenados à forca; os outros dois condenados ao degredo perpétuo. No dia seguinte, 19, chega aos demais prisioneiros a volumosa sentença, que levou dezoito horas para ser escrita, cuja leitura só terminou depois de duas duras horas.

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Os nomes dos réus, com suas culpas, desfilaram um a um até que o escrivão passou a ler as penas. Muitos seriam enforcados e alguns teriam ainda suas cabeças cortadas.

Digno e sereno, Tiradentes ouviu sua sentença:

- Portanto condenam ao réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi da tropa paga da capitania de Minas, a que com um baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde no lugar mais público dela será pregado, em um poste alto até que o tempo a consuma; e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregado em postes, pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e das Cebolas, onde o réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações até que o tempo também os consuma; declaram o réu infame, e seus filhos e netos, tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e, não sendo própria, será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados, e no mesmo chão se levantará um padrão, pelo qual se conserve a memória desse abominável réu. Mas os bens de Tiradentes não enriqueceram o tesouro da Coroa: um par de fivelas, duas navalhas de barbear, um

espelho, uma bolsa com ferros de dentista, uma bússola, um canivete, uma caixinha de chifre e o relógio marca Elliot.

E isso era tudo o que possuía o autor, segundo os juízes, de um grande crime: o abominável intento de conduzir os

povos da capitania de Minas a uma rebelião

Após a leitura da sentença, reunidos réu e confessores, houve muito choro, lamentações e pânico. A um canto,

com seu confessor, Frei Raimundo de Pena Forte, Tiradentes murmura, quase numa oração:

- Se Deus me ouvisse, só eu morreria e não eles.

E, como se Deus atendesse ao apelo, no dia seguinte, todas as penas de morte foram comutadas para o degredo, exceto uma. A Coroa fazia questão de enforcar ao menos um dos conspiradores, para que servisse de exemplo: Tiradentes fora o escolhido. A louca alegria foi geral. E na confusão ninguém prestou atenção a Tiradentes, ninguém lhe agradeceu o papel heróico e digno.

Somente o Frei Pena Forte recolheu-lhe as palavras:

- Dez vidas eu daria, se as tivesse, para salvar as deles.

O largo da Lampadosa e o Campo de São Domingos estão cheios de gente. As janelas estão apinhadas. O objetivo da Coroa era fazer da execução uma festa, mas todos sabem que aquilo tudo não passa de um enterro. Era o dia 21 de abril de 1792. O ar estava cheio de vozes e de tambores. Às 7 da manhã, o negro Capitania, que vai servir de carrasco, entra no oratório da cadeia, onde está Tiradentes. Traz nos braços comprida e grossa corda e o camisolão branco dos condenados. Joaquim José está sem barba, o cabelo todo raspado, preparado para enfrentar a morte. O carrasco lhe pede perdão pelo que o obrigam a fazer. Tiradentes beija-lhe as mãos. E, sem roupa alguma, veste o feio manto dos que vão para a forca, dizendo:

- Meu salvador morreu também assim, nu, por meus pecados.

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Recebe no pescoço a corda do carrasco. Não são ainda 9 horas e começa o triste cortejo. Ao seu lado, quase abraçado ao condenado, Frei Penaforte reza com ele. No fim um carroção desajeitado: ali colocarão os pedaços de um corpo que será esquartejado. Tiradentes é forte: a cabeça alta, o porte ereto, o passo firme, marcha para a forca. O bater dos tambores cresce.

Súbito, ouve-se um baque surdo e o corpo de Tiradentes balança no ar.

- O carrasco cavalga o corpo do herói, trepa-lhe nos ombros, para apressar o fim. São 11 horas e 20 minutos. O sol vai alto. Tiradentes está morto.

A Coroa quisera, com o espetáculo do enforcamento, afirmar o seu domínio sobre a colônia brasileira. Tiradentes tentara, com o sacrifício, salvar os companheiros e abrir ao povo o caminho da emancipação política. Da morte, venceu Tiradentes. Apenas uma semana depois da execução registrava-se um novo ato de desobediência ao governo de Portugal: apesar da vigilância dos guardas, desaparece a cabeça de Tiradentes, espetada num poste de Vila Rica. O roubo da cabeça, e embora possa ter sido apenas um ato de piedade cristã, mostra também que o governo não mais intimidava o povo. Os traidores souberam disso pelo rancor que a população lhes devotava.

Menos de dois anos depois da morte de Tiradentes, o Governo português iniciava uma nova devassa, desta vez no Rio de Janeiro. Era o temor à rebelião que se alastrava. E, em 1798, a conjuração explode na Bahia, envolvendo 669 pessoas.

A cada instante torna-se mais difícil Portugal impedir que as idéias liberais se propagassem pelo Brasil. E, em cada novo pensamento rebelde, em cada gesto de desobediência política, em cada desejo de liberdade estava a sombra de um homem enforcado.

Tiradentes mostrara o caminho.

Referência Bibliográfica:

Grandes Personagens da Nossa História – Abril Cultural – SAIB - Vol I – 1969

Tiradentes, História e Mito.

Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes é o maior Herói Nacional já consagrado pelo apoio popular e por lei, considerado o protomártir, o maior dentre todos os mártires do processo brasileiro de independência, nasceu na Fazenda do Pombal situada na circunscrição territorial da Vila de São João del Rei em 1746, seu pai pertencia à elite branca civil e servira como Almotecê na Câmara da Vila de São João del Rei, ficou órfão de mãe desde os nove anos e de pai a partir dos onze, é criado pelo de seu tio e padrinho Sebastião Ferreira Leitão em Vila Rica, (atual Ouro Preto), que era cirurgião-dentista registrado. Exerce os ofícios de tropeiro, minerador e aprendeu os conhecimentos básicos de odontologia, chegando a desenvolver a profissão de dentista.

Joaquim José da Silva Xavier aos dezoito anos de idade optou pela carreira das armas, alistando-se em 1 de Dezembro de 1775 diretamente ao posto de Alferes (o equivalente a soldado na época) do Regimento dos Dragões de Minas Gerais sendo designado para Cavalaria da Sexta companhia, aonde foi aceito pelo fato de pertencer à elite branca e de possuir uma utilíssima habilidade técnica, que era a de dentista. Durante o período de 1777 a 1779 esteve morando no Rio de Janeiro em missão oficial. Servindo nas forças de defesa contra possíveis invasões espanhola e no ano de 1780 estava na cidade de Sete

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Lagoas em Minas Gerais como Comandante do Destacamento local encarregado da guarda do registo da porta de entrada do Vale Médio do Rio São Francisco.

A conjuração Mineira que foi um movimento de caráter autonomista, na Vila Rica, foi de Inspiração Maçônica, não há menor dúvida, pois a idéia da revolta foi trazida ao Brasil por Estudantes Mineiros que se encontravam na Europa, e que lá foram Iniciados na Maçonaria Francesa. Esses jovens Brasileiros, que freqüentavam cursos em Universidade da França, por volta de 1776, entusiasmaram-se com a emancipação Política da França, com a efervescência e o prestígio da Maçonaria Européia e com pródomos da Revolução Francesa, passando a arquitetar a Libertação de sua Terra Natal, subjugada pelo abuso com que o reino de Portugal explorava as Minas da Capitania. Dentre eles, os principais eram: José Alvares Maciel, José Joaquim da Maia e Domingos Vidal Barbosa.

Em Vila Rica existia uma elite literária imbuída do Ideal Libertário, que seguramente influenciou a Conjuração Mineira. Os ideais de Tiradentes era Maçônicos? Isso nem um maçom podem nega, mais por lado nada sabemos da sua verdadeira Iniciação o que é muito confusa; a nossa tradição de buscar a verdadeira verdade é que mi dar o direto de contesta sobre o assunto. A Maçonaria não deve ater-se a uma fé cega, que divide em detrimento de uma razão sem lógica. Uma luta desesperada pela qualidade de Ir∴.

Uma luta pela democracia e pela Independência real do Povo oprimido, por uma Nação unida pela Virtude de seu Povo. Sem marcar pelo sofrimento de tantas décadas de indiferença. O único modo de se conseguir a descrição física de Tiradentes são as referencias documentais encontradas no Arquivo

Histórico Ultramarino em Lisboa, em 1789 ele estava com quarenta e dois anos de idade, era branco, usava bigode e

muito provavelmente não usava barba, andava com uma farda azul forrada de vermelho e adornada com fios

prateados, e alguns historiadores afirmam que ele tinha uma cicatriz no rosto, morreu solteiro mais deixou

descendência, uma de nome Joaquina de sua união com Antonia do Espirito Santo que na qual tinha um caso amoroso

com Tiradentes.

Tiradentes passa a fazer parte da Inconfidência Mineira após conhecer Domingos Barbosa e José Alvares Maciel, dois

outros integrantes do movimento, no Rio de Janeiro. Adere a ele com energia e vigor e se torna uma figura bastante

atuante desde o início, tornou-se o motivo de sua vida, pois radicalizou sua posição a ponto de não se importa com a

entrega da própria vida naquela revolução, preparada silenciosamente por homens notáveis, seu modo de agir

contratava com o dos outros conspiradores, e sabia-a do desejo do povo mineiro.

Tiradentes hábil na comunicação, ajuda a organizá-lo, até ser preso, em 1789, data em que a conspiração é descoberta.

O processo contra os inconfidentes arrasta-se até 1792 o caráter de Tiradentes excepcionalmente elevado, no primeiro

depoimento em 22 de Maio de 1789 foram firme, não comprometeu a ninguém, e cinco dias depois foi interrogado

novamente e continuou negando, levando o depoimento para detalhes sem importância, resistindo tudo e a todos

bravamente. Mais no terceiro interrogatórios em 30 de Maio de 1789 quando tinha respondido uma bateria de

perguntas firmemente; mais, porém quando acareado com Joaquim Silverio dos Reis, sofre um forte abalo, pois até o

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presente momento, Tiradentes não sabia que Silverio dos Reis havia delato a conspiração e neste momento descobriu

que a revolução e os revolucionários já eram do conhecimento dos devassantes, após mais de seis meses

incomunicável, ele e novamente interrogado em 18 de Janeiro de 1790, quando resolveu confessar a participação no

movimento revolucionário, assumindo sozinho a culpa e isenta os demais participantes; diz que planejaram a

revolução por motivos pessoais, com isto os radicais revolucionários, iluminados pela causa da Libertação do seu

Povo do século XVIII. A estrutura moral de Tiradentes revelada por seus depoimentos é que lhe conferiu a grandeza

de líder da revolução mineira de 1789, pois em todos os depoimentos que continuaram até a sua morte continuou

despistando e negando a participação de outras pessoas e revelando apenas o que os ministros já sabiam. Tiradentes

foi morto na manhã de um sábado dia 21 de Abril de 1792, em uma forca armada no Largo da Lambadas defronte a

Igreja da Lambadas no Rio de Janeiro.

O mito Tiradentes pertence a Todos nós. Trata-se de um pedaço de cada Brasileiro para a construção definitiva do Espírito Nacional. Construído pelos Republicanos Brasileiros, todos devem olhar o passado procurando decifrar o Fenômeno Tiradentes, reatualizando o momento da implantação do mito de origem e do Herói de Vila Rica. Basta aceita o mito, criado pelos Republicanos, que deslumbro e continuará a deslumbrar o espírito Libertário da Nação Brasileira.

De nada sabemos da “Iniciação” de Tiradentes, os anais Maçônicos Fluminenses está registrado que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil foi na Cidade do Rio Janeiro no ano de 1800, que recebeu o nome Loja União, e que trabalhava no Rito Adonhiramita, tendo recebido a sua Carta Constitutiva do círculo do Oriente da Ilha de França.

A participação da Maçonaria, ou melhor, dizendo, dos Maçons nos movimentos que culminaram com a nossa Inconfidência Mineira, não foi restrito a essa fase Histórica. Vamos encontrar a participação de Maçons em todos os movimentos que visavam a Libertação do Brasil de Portugal. Neles, encontramos a participação ativa de Maçons, senão da Maçonaria, como uma maneira de tornar viável o ideal Libertário.

Esses fatos devem levar a nós, Maçons da atualidade, a meditar sobre a nossa participação ativa no processo de desenvolvimento.

Seus sonhos de glória o fizeram tentar a mineração, comprou uma propriedade que só lhe deu dívidas, por isso declarava publicamente seu descontentamento com o governo português. Tentará a fortuna novamente no Rio de Janeiro, em 2 de março de 1787 pede licença de seu regimento. Lá tentaria por em prática seus projetos, 1788 conheceu José Álvares Maciel. Este acabava de chegar da Europa onde se formara em filosofia e História Natural em Coimbra.

Suas conversas giravam em torno de um levante e da emancipação do Brasil. Volta a Minas Gerais acompanhando a família do visconde de Barbacena.

Faz-se alusão à “imaginação já fértil do alferes”. “O argumento essencial de Tiradentes consistiu em apresentar a essa gente já descontente e oprimida, o confronto entre sua pobreza, suas dificuldades e a terra rica e fértil, contendo ouro, diamantes e todos os demais produtos capazes de torná-la um florescente império”. Pode-se dizer que ele foi o “espírito propulsor da conjuração”. A propaganda destinava-se assim a todos aqueles que tinham queixa contra a administração portuguesa. Sabendo do levante o coronel Joaquim Silverio dos Reis, que devia uma soma muito grande de dinheiro ao governo, denunciou os rebeldes em troca do perdão de sua dívida. Em março de 1789 Tiradentes é preso em 10 de maio. Todos os implicados no caso foram presos e interrogados. Era o início da devassa que durou aproximadamente três anos e só em 18 de abril de 1792 pronunciou-se a sentença: condenou-se à morte.

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Tiradentes e seus companheiros, depois a pena foi comutada em degredo perpétuo, exceto para o alferes que assumiu toda a responsabilidade do movimento. Tiradentes foi executado numa forca no campo da Lampadosa (hoje praça Tiradentes) no Rio de Janeiro em 21 de abril de 1792, seu corpo foi esquartejado e seus membros pregados em postes espalhados pelo caminho de Minas, e sua cabeça exposta em Vila Rica. Seus bens foram confiscados e, a casas onde morou destruída e salgada para que nada mais ali nascesse. Tiradentes e suas idéias no conjunto revelam que sua percepção de revolução era a da classe proprietária, com a qual se articulava e que visava assumir o poder, libertando-se do jugo da metrópole, sem preocupação com mudanças nos fundamentos econômicos e sociais da sociedade colonial. Bibliografia 1)-Livro: História Geral da Civilização Brasileira Autor: Sérgio Buarque de Holanda 2)-Livro: Inconfidência Mineira em Autor: Maria Efigênia Lage de Resendo 3)-Livro: Almanaque Abril Quem é Quem na Historia do Brasil - Autor: Abril 4)-Livro: Questões Controvertidas da Arte Real Autor: Frederico Guilherme Costa 5)-Livro: Maçonaria um Estudo da sue História Autor: Frederico Guilherme Costa 6)-Livro: Coleção a Trolha: Coletânea de Trabalho - N0 1 - Autor: Trolha 7)-Livro: Caderno de Pesquisa Maçônicas – Caderno N0 11-Autor: Trolha 8)-Livro: A Maçonaria e a Liturgia Uma Poliantéia Maçônica Autor: João Nery Guimarães

TOLERÂNCIA

A Tolerância é característica própria de espíritos livres de preconceitos e fanatismo e virtude primordial do maçom. Não

se concebe maçom intolerante e muito menos uma loja em que não se pratique essa virtude.

É necessário, porém, compreendermos o sentido exato dessa palavra. Não se trata, como poder ser julgado, como indiferença para com tudo o que nos cerca, nem de aceitação passiva de princípios ou costumes alheios. A isto não se diria tolerância, mas apatia, comodismo mental, que impediria o maçom de agir espontaneamente. Tolerância é, acima de tudo, forma espiritual, ação permanente. E o iniciado, para atingir um razoável grau de tolerância, terá de passar por muitas experiências, pois que esta virtude é um estado da alma e somente após alcançá-la é que poderá compreendê-la como é empregada e praticada pela Maçonaria.

Tolerância é virtude personalíssima que abriga todas as crenças e pontos de vista alheios, sem contudo deles participar. Um cristão poderá ser intransigente em sua fé, tão como um bramanista, um budista ou um maometano, tuas, se todos forem tolerantes, todos defenderão o

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direito recíproco que a todos assiste de propagar sua fé e doutrina, sem que essa defesa indique sua aceitação. O tolerante é protetor de seus opositores, defendendo o direito que lhes cabe de se expressarem livremente.

O maçom que procura impor-se aos seus pares à força de punho, mostra pouco respeito

pelo pensamento e ação alheia e evidencia um espírito pouco iluminado, indigno do sagrado nome de maçou. Em sua história multissecular, a Maçonaria tem dado exemplos expressivos de tolerância. Quando a tirania. pérfida ou fanática, impedir que uma idéia nobre venha beneficiar a humanidade ou trazer-lhe novas luzes, a Maçonaria luta energicamente contra esses opositores, assegurando o pleno direito de expansão a qualquer delas, desde que benéficas a humanidade.

Há sempre eternos e gratuitos inimigos de nossa sublime instituição, porém, ela

permanece impávida, crescente e lutadora para que novas luzes se acendam no campo do pensamento humano e iluminem as trevas da humanidade sofredora, para que o mundo goze de luz e paz. Este é o grande princípio da Tolerância.

Tolerância

Extraído do livro "ACONTECEU NA MAÇONARIA" de Alci Bruno Editora A GAZETA MAÇÔNICA - 1ª edição - outubro/1996-NOS FOI ENVIADO POR E-MAIL

"A tolerância é uma das virtude mais discutidas na Maçonaria. A palavra é bonita e usada com muita freqüência. Entretanto, a sua prática é demasiadamente difícil. Não porque evitamos praticá-la, mas porque é terrivelmente complicada, a demarcação dos seus limites, para sabermos onde ela termina, e onde começa a complacência ou mesmo a conivência. Estabelecer esses limites não é fácil. Em cada caso, em que empregamos a tolerância, devemos analisar uma infinidade de ângulos, nos quais sempre estão em julgamento os procedimentos de Irmãos. Muitas vezes até a mudança de comportamento de um Irmão, nos obriga a usar de maior ou menor tolerância. Daí se nota a existência de uma gradação da tolerância. Como estabelece-se ou situá-la, em determinados problemas. É pôr este motivo, que não se pode colocar em cargos de decisão. Irmãos sem um elevado grau de bom senso e vivência maçônica, pois somente com essas condições, pode o Maçom, estabelecer o grau de tolerância, na gradação citada e adequada a cada caso. O Venerável Mestre ou mesmo o Grão-Mestre, normalmente responsáveis pôr decisões deste tipo, têm o cuidado de estabelecer parâmetros determinantes ou uma espécie de círculo imaginário, em que se circunscreverá a tolerância. Digamos que esses Respeitáveis Irmãos estabeleçam um grande círculo e nele circunscrevam dois círculos menores. No menor estará a tolerância, no médio a complacência e no maior a conivência. O cuidado para não sair do círculo menor, o da tolerância, é uma constante. Isto porque, um descuido na lapidação das informações recebidas, pode dar a idéia de transigência com o erro, a permissão da violação do direito ou a conspurcação da moral. Se, pôr outro lado, mesmo sabendo que o erro foi realmente cometido, que a

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transgressão dos ensinamentos maçônicos foi verificada, temos que adicionar, como importante ingrediente para a tomada de decisão, os atenuantes inerentes ao faltoso. Como assim? Atenuantes inerentes ao faltoso? Sabemos que o erro é próprio do homem. Determinadas circunstâncias obrigam a pessoa humana, ao deslize do caminho correto. Se um Irmão sempre agiu corretamente e, de um momento para outro, percebe-se um desvio em sua conduta, porque não colocarmos na balança, os dados positivos existentes em seu favor, e que até outro dia era motivo de aplausos. Esse passado bom, representa um fator atenuante de suas faltas. Pelo sentimento de tolerância e porque não dizer de justiça, devemos considerar nesse julgamento, as coisas boas realizadas. Pela tolerância, também devemos procurar ouvir o Irmão. Saber o que está acontecendo com ele, Quais são os fatos novos em sua vida, que o obrigam a desencarrilhar dos trilhos da virtude. Uns dizem que quando uma pessoa atinge idade avançada, transforma-se em sábio, pelos conhecimentos e vivência obtidos, mas alguns dizem que essas pessoas são simplesmente velhas. No meu conceito, algumas realmente, ficam simplesmente velhas. Isso acontece com pessoas que atingiram a velhice, sem viver a vida, sem adentrar na arena, lutando pôr um ideal, procurando ser útil à coletividade a que pertence. Esses são realmente velhos. Mas aquele idoso que lutou, que não se importou com a possível derrota, que soube levantar-se, que analisou o motivo das quedas, que respeitou os seus adversários, que tirou proveito dos obstáculos encontrados, que compreendeu o procedimento alheio, que defendeu o seu ideal e o seu direito, que não se acovardou diante do perigo, esse não se transformou num simples velho com a idade avançada. Este transformou-se, realmente, num sábio. Na Maçonaria, os velhos são respeitados como sábios. Porque o Maçom é um líder. Na mocidade, eles trabalharam para nos legar esta Ordem, tão tranqüila e promissora. Esses velhos sábios, têm o conceito de tolerância muito nítido dentro de si. Eles sabem aumentar o raio de círculo da tolerância, nas horas em que um Irmão é julgado. Eles viveram o bastante, para se enriquecerem com inúmeros exemplos de comportamento o erro, no extrapolar o círculo da tolerância e algumas vezes, até aceitam uma pequena incursão no círculo da complacência, mas nunca admitem a entrada no círculo da conivência, que seria a degradação moral. Falando nos velhos, lembro-me que certa feita fui visitar uma Loja muito antiga. Lá estavam nas cadeiras do Oriente, quatro velhinhos. Verifiquei, com a minha peculiar observação crítica, que aqueles Irmãos, não faziam corretamente os sinais, cochilavam, conversavam, ficavam muito alheios aos procedimentos ritualísticos. Ao sairmos do Templo, o Irmão que me acompanhava naquela visita comentou: "Você viu aqueles Irmãos do Oriente? Conversavam o tempo todo, alguns dormiam, além do que, faziam tudo errado". Aquilo era um mau exemplo para os Aprendizes e Companheiros que estavam presentes. Achava ele, que o Venerável Mestre exagerava na tolerância, pois devia corrigir aquelas falhas. Outro Irmão pertencente ao Quadro daquela Loja, e que nos acompanhava, respondeu, que um daqueles velhinhos que cochilava, foi o fundador da Loja e Venerável em mais de uma administração. Os outros foram também, verdadeiros baluartes no crescimento da Loja. Representavam praticamente, a história da Loja. Um deles, tinha cinqüenta anos de Maçonaria. Agora vejam só, a situação do Venerável Mestre. Poderia ele chamar a atenção daqueles Irmãos? Pedir-lhes que não viessem a Loja, que estavam dispensados? Privar esses Irmãos, que tanto fizeram pela Loja, daquele convívio, que para eles a sua própria razão de viver? É evidente que o Venerável, com todas a sua sabedoria, jamais faria qualquer coisa, que viesse a aborrecer aqueles veneráveis Irmãos. Os Irmãos Aprendizes e Companheiros, é que deveriam ser instruídos ou informados, da razão porque a Loja aceitava tais comportamentos. Hoje nós vemos Irmãos, que querem mudar tudo em Loja, porque tomaram conhecimento através de livros maçônicos sobre os fundamentos de determinadas práticas Maçônicas ou mesmo sobre a simbologia e ritualística. Os Irmãos mais velhos, normalmente reagem a essas mudanças, mesmo ouvindo os fundamentados argumentos. Isso é louvável, porque esse desejo de mudanças nos jovens e o desejo de permanência dos velhos, provoca

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um equilíbrio, fazendo com que as mudanças, que porventura venham a ser feitas, o sejam de forma racional e aceitas pôr todos, já que a evolução deve existir entre os Maçons, como vemos na simbologia existente na abertura da corda dos oitenta e um nós. Portanto, meus Irmãos, a tolerância é o sentimento que tem o poder de propiciar a recuperação do culpado, conduzindo-o ao caminho do bem, da justiça e do dever."

Vedar os olhos

A cerimônia da vedação dos olhos tem enorme relevância, pois é o ponto de partida, ou melhor, o disparo da iniciação.

Tem início com o chumaço de algodão branco a ser colocado sobre os olhos. A entrega do algodão tem o significado de uma grande doação, o Padrinho entrega ao Postulante, simbolicamente, a maciez, o conforto e a delicada acolhida como o próprio líquido amniótico. O branco simboliza a unidade de e com Deus, sabedoria, pureza, alegria, reconciliação, regeneração, verdade, etc. Contatar o branco como a suprema luz, ou como a marca lívida do cadáver, é ter a oportunidade de experimentar a sensação de renunciar a nós mesmos.

Ao postulante é determinado que coloque o dedo indicador sustentando o chumaço de algodão sobre os olhos. O dedo indicador simboliza aqui o dirigir-se a si mesmo, aquele que dá início ou partida a um acontecimento que visa o auto conhecimento por vontade própria; o dedo indicador relaciona-se com o estômago, órgão responsável pela digestão dos alimentos, esotericamente responsável pela digestão das sensações e informações captadas.

É colocada a venda preta sobre o algodão. O preto simboliza a noite, que é o prelúdio de uma nova aurora, como o período de vida intra-uterina torna possível o nascimento. O preto e a noite lembram imagens da morte, que nos passa a idéia de mudança de estado, de reencarnação e de ressurreição. René-Lucien Rousseau afirma "A exemplo da Natureza que tira a Aurora da Noite, o Mundo do Caos e a Primavera do Inverno, as religiões da Antigüidade impunham aos candidatos à iniciação provas que transcorriam durante a noite ou nos subterrâneos. Para se tornarem homens novos, para nascerem para a existência espiritual (o nome Renê, em francês, ou Renato, em português, não tem outra origem), era preciso passar por uma morte simbólica, morrer para a vida de ilusão e das paixões e tornar-se digno, assim, de contemplar o sol resplandecente da verdade". O negro, esotericamente, significa mudança de estado.

Os olhos correlacionam-se ao discernimento. Ao ser privado da luz exterior o Postulante é estimulado a voltar-se para a sua própria luz interior, ver e rever seus valores, sobretudo enxergar com o coração, mais que uma postura, passar a ter uma atitude esotérica, na busca da chama interior para iluminar sua mente. Platão, com sua lógica magnífica, descreve essa experiência por analogia na famosa cena da Caverna, na sua República.

O beijo nas faces simboliza a bênção (ação do bem), ou seja, o desejo

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de sucesso na missão tanto no seu aspecto exotérico (exterior - provas - força - resistência) como no sentido esotérico (interior - conhecimento - aprendizado).

Bibliografia: A Linguagem das Cores - René-Lucien Rousseau; Dactilodiagnose e Parapsicologia - Artemio Longhi; Anatomia Esotérica - Douglas Baker.

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