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Parte IV Projeto Aprendiz

Ir.’. Jellis F. de Carvalho

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A Bíblia e o Salmo 133 O Livro da Lei integra os ornamentos de uma Loja Maçônica, sendo assim denominada o

Livro da Lei, símbolo da vontade suprema, que impõe as crenças espirituais estabelecidas

pelas religiões e não se traduz apenas pelo Velho e Novo Testamento, mas de acordo com a

filosofia religiosa de cada povo. Juntamente com o Esquadro e o Compasso constituem as

três Grandes Luzes da Maçonaria.

O Livro da Lei é considerado parte integrante dos utensílios maçónicos, sendo

indispensável nos trabalhos de uma Loja. Segundo os pesquisadores, ela foi estabelecida em

1717, a partir da fundação da Grande Loja da Inglaterra.

Existiam divergências quanto a aplicação dos textos

do Livro da Lei nos Trabalhos Maçônicos, pelo fato da liberdade de uso, através dos

tempos. Na Inglaterra, é costume abrir o Livro da Lei no Salmo 133, quando a Loja estiver

trabalhando em Grau de Aprendiz.

As Lojas Simbólicas, obedecendo decisão da Assembléia Geral da

Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, de junho de 1952, seguem a mesma orien-

tação, e utilizam abrir o Livro da Lei no Salmo 133, versículos 1,2 e 3, procedendo a Leitura

pelo Orador, na abertura dos Trabalhos do Grau de Aprendiz.

SALMO 133

Tentaremos interpretar os versículos, um a um, para facilitar a compreensão:

1- Parte: “ Oh ! quão bom e quão suave é que os Irmãos habitem em união”

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Para os hebreus de antigamente, a palavra “irmão’ apresentava significado bem

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definido.

Jerusalém não era apenas a Capital civil, mas também uma entidade espiritual. Em

algumas ocasiões, práticas religiosas eram celebradas no Templo de Salomão. Era um

período feliz, pois todos os judeus reconheciam a sua comum irmandade e “habitavam em

união” por diversos dias, na Cidade Sagrada para onde todos convergiam.

Mais do que qualquer outro povo, os judeus davam importância à unidade familiar. Os

filhos nunca deixavam a tenda do pai, mesmo quando nómades. Quando um rapaz casava,

outra tenda era levantada. Somente as moças deixavam o lar, para se mudar para a tenda

de seus maridos. Era o ideal da família, que “os Irmãos habitassem em união”.

Assim como os irmãos de sangue sentiam a necessidade de unir-se em torno do Templo

Familiar, entende-se que a filosofia maçônica tomou como exemplo essa experiência, para

ensinar seus membros a estarem sempre juntos como única família, constituindo o seu

Templo Espiritual.

Quando são lidos os versículos do Salmo no momento do Ritual de abertura da Loja,

esse texto atua em todos os Irmãos presentes, como unificador das mentes em torno do

grande objetivo comum, pois neste momento constitui-se uma obra de criação a Glória do

G.’. A.’. D.’. U.’.

A interjeição “Oh” designa admiração, surpresa, realça o espírito do texto ao relatar a

“excelência do amor fraternal”, o grau máximo de bondade e de perfeição causado pelo

encontro dos que se amam.

2- Parte: “É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a

barba d’Aarão, e que desce a orla de suas vestes”. Era marca de distinção entre os judeus, o cabelo e a barba compridos. A barba

era um sinal de veneração e virilidade. Se um convidado fosse recebido para jantar,

as boas vindas lhe eram dadas, derramando óleo sobre a cabeça. Se alguém era

bem vindo, o óleo era derramado em abundância e corria livremente da cabeça aos

pés, passando pela barba, pescoço até o vestuário. O

perfume do óleo dava ao ambiente um odor refrescante. Da mesma

maneira, queremos em nossas reuniões, um ambiente fraternal um sentimento de

prazer entre todos os que estão presentes.

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Atualmente, sentimos alegria em recebermos a

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visita de Irmãos de outras Lojas, que

conosco vêm se juntar para a realização dos Trabalhos, e essa satisfação esparge e infunde

como o óleo, um perfume espiritual que transcende a nossa própria individualidade, uma vez

que a união de todos constitui o somatório da força geradora da obra a que

todos os Maçons se propõem.

Era um acontecimento comum ao lar de cada família, ouso do azeite de oliva; foi usado,

inclusive como meio de câmbio antes da adoção da cunhagem de moedas. Possuía, também,

grande importância por suas propriedades medicinais. A referência a Aarão é correta, uma

vez que ele foi ungido como Alto Sacerdote para Moisés, antes do povo escolhido deixar o

Egito em direção à terra prometida.

O óleo possuía um valor extraordinário sobre todos os aspectos. Era o símbolo da

unidade e do amor entre os Irmãos. Ungir da cabeça aos pés com óleo era sinal de grande

respeito e amor entre os Judeus.

3 - Parte: “Como o orvalho de Hermon e como o que desce sobre os montes de

Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”.

Este versículo é, segundo nosso entendimento, o mais belo e mais significativo, sob os

aspectos espiritual, humano e natural. Esta ilustração nos leva da vida, do lado humano da Palestina, para uma consideração

do aspecto geográfico, ou dos aspectos naturais. O Monte de Hermon está localizado ao

longo da fronteira norte do pais; possui aproximadamente 3.000 metros de altitude, seu

nome quer dizer “o que pode ser visto de longe”. Mesmo durante o calor do verão, quando o

restante da região está ardendo em virtude do vento seco denominado “siroco”, a neve que

cobre a montanha é visível há muitos quilômetros de distância. A terra pode estar seca e

árida, mas a neve, “o orvalho de Hermon’, permanece brilhante e alva.

O sistema do rio Jordão é alimentado por esse orvalho que se derrete, tem suas

principais nascentes ao sopé do Monte Hermon. Ë uma bênção para a nação, pois o rio corre

por um vale entre duas cordilheiras, que são ricas em ferro e cobre, com abundante

suprimento de carvão, fornecendo excelente base para a indústria, O solo é alimentado por

esta água, e ali de cultivam em abundância azeitonas, uvas e outras frutas. O, Jordão, tendo

sua foz no Mar da Galiléia, torna possível uma intensa indústria pesqueira, colaborando para

a produção de alimentos à população, como para exportação.

Esse local foi o ideal para a construção do Templo, e antes foi o Palácio de Davi, que

tornou-se uma fortaleza, parte pela construção de suas muralhas e parte em virtude da

natureza da rocha, onde se localizam os Montes de Sião.

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O “orvalho de Hermon” é físico, exterior e visível a olho nu. O que desce da montanha

de Sião é escondido, interno, brotando em fontes por debaixo do solo. O primeiro é

simbólico, terreno; o outro é espiritual, eterno. O homem apresenta os aspectos material,

temporal, ao lado da manifestação invisível, espiritual. Assim o “orvalho de Hermon” foi de

grande significado para a existência da Palestina. “Montes de Sião” era um lugar sagrado, o

local do Templo, a Casa do Senhor, onde se

ordena “a bênção e a vida para sempre”, o que nos induz a pensar na imortalidade da

alma.

A irmandade, ou a fraternidade, é uma graça interna e algo que brota de dentro do

coração. Seus frutos são facilmente vistos, assim como a cevada, o trigo, as uvas, os figos,

que crescem resultantes da neve derretida de Hermon. Essas frutas, embora não eternas,

por sua importância para o povo, são símbolo de paz, harmonia, amor.

Montes de Sião, brota de dentro, move-se da natureza interna para fora. E mais

duradoura, do que aquilo que é apenas físico.

Costumamos ficar impressionados com o que é visto, o tísico, o tangível, mas o que não

é visto, o espiritual, o intangível nem damos importância. Estamos tão acostumados a viver

em função das coisas materiais, que muitas vezes esquecemos que o que é material é

transitório. A bênção que todos devemos procurar, é o fruto da união fraternal, é a dádiva

espiritual, é a vida eterna.

Ë fácil compreender a razão por que foi escolhido este Salmo para representar nossa

união, quando da abertura dos Trabalhos no Grau de Aprendiz. Ele encerra o símbolo do

“AMOR FRATERNAL”.

MAÇONARIA: MAIS ANTIGA E MAIOR A Maçonaria é a mais antiga e, de longe, a

maior irmandade do mundo. Suas LOJAS se espalham por todos os rincões do planeta e pode-se afirmar que o sol nunca se põe no firmamento da Loja Maçônica.

A Maçonaria é tão antiga que muitos estudiosos chegam a afirmar que, de alguma forma, ela sempre teria existido, perdendo-se no tempo o local e a época de sua origem. Existem evidências de que mesmo antes de Cristo já teria existido alguma espécie de fraternidade nos moldes maçônicos. A Maçonaria sobreviveu a várias fases de transição que tiveram lugar durante a Idade Média.

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Durante o período medieval a palavra "livre" foi prefixada ao nome "pedreiro" (formando a expressão "pedreiro-livre", em inglês = freemason; em francês = franc-mason; alemão = freimaurer) porque, possuindo conhecimentos e técnicas não encontrados em poder de outros, aqueles homens eram muito mais trabalhadores livres do que servos vinculados, e tinham a liberdade de viajar de um país para outro. Os maçons (pedreiros-livres) construíram a maioria das catedrais góticas e outros prédios públicos na Europa continental e na Inglaterra.

Os maçons constituíram uma organização estritamente operativa (ou seja, de pedreiros trabalhadores), e se mantiveram unidos pelos elos das guildas de então até aproximadamente o século XVI. Naturalmente, para se preservarem de imposturas, desenvolveram modos peculiares de reconhecimento e de identificação de seu trabalho. Daí, em princípios do século XVII, com o fim do período de construção das grandes catedrais, homens de relevância no meio social foram admitidos como "pedreiros aceitos" ou "maçons aceitos". Em breve os "maçons aceitos" acabaram por tornarem-se maioria, passando, assim, a Maçonaria de operativa a filosófica e especulativa.

LOJA MAÇÔNICA A organização básica da Maçonaria é a Loja Maçônica, também denominada loja simbólica, loja

azul ou loja obreira. É a loja que procede a iniciação (admissão de candidato a membro da maçonaria) concedendo os graus de aprendiz, companheiro e de mestre maçom.

O SISTEMA DE GRANDE LOJA Em 24 de junho de 1717, em Londres, os membros de quatro Lojas reuniram-se para formar a

Grande Loja da Inglaterra. É a partir desse fato histórico que toda a maçonaria moderna encontra a origem de seu sistema de governo baseado em Grandes Lojas. Presentemente existem mais, no mundo, de 300 Grandes Lojas, às vezes com a denominação de Grande Oriente. No Paraná estão sediadas 4 Grandes Lojas: o Grande Oriente do Estado do Paraná, a Grande Loja do Paraná, o Grande Oriente do Paraná e a Grande Loja Unida do Paraná (em ordem de antigüidade), congregando cerca de 230 Lojas e cerca de 10.000 maçons em atividade.

Nos Estados Unidos a maçonaria chegou por volta de 1730 e seus membros tiveram relevante papel nos fatos da história daquele país. George Washington, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin foram alguns dentre eles.

A cédula de um dólar apresenta diversos símbolos maçônicos, identificados pelos iniciados e estudiosos.

No Brasil a maçonaria esteve presente já na Inconfidência Mineira, da qual integrantes eram maçons iniciados em Lojas na Europa e Estados Unidos. A maçonaria teve relevante papel em nossa história, especialmente nos acontecimentos do século passado, onde os maçons foram a vanguarda dos movimentos pela independência, pela abolição da escravatura e pela proclamação da República. Maçons famosos daqueles tempos foram José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Dom Pedro I, Benjamin

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Constant, Casemiro de Abreu, Campos Sales, Padre Diogo Antôni Feijó, Eusébio de Queiroz, Rangel Pestana, Francisco Gê de Acaiaba Montezuma, Marechal Hermes da Fonseca, José da Silva Lisboa (Visc. de Cayrú), José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, José

Maria da Silva Paranhos (Juca Paranhos, Visconde do Rio Branco), Lauro Sodré, Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca, Nilo Peçanha, Nunes Machado, Prudente de Morais, Quintino Bocayuva, Garibaldi, Floriano Peixoto, Silva Jardim, Rui Barbosa, Carlos Gomes e muitos outros.

Dentre os que viveram no Paraná: Dario Vellozo, Emiliano Perneta, Des. Athos Vellozo, Euclides Bandeira, General Gomes Carneiro, Saldanha Marinho, Pamphilo de Assumpção, Generoso Marques, Marechal Cardoso Junior, Trajano Reis, Jaime Reis, Sebastião Paraná, Castorino Rodrigues, Silas Pioli, Hugo Simas, Ubaldino do Amaral, Visconde de Taunay, Vieira Neto, Couto Pereira e tantos outros cujos nomes as ruas e praças estão a preservar.

MAÇONARIA E A HISTÓRIA DO BRASIL "Há um capítulo em branco na História do Brasil, e esse capítulo é o que se refere à

Maçonaria, presente em todos os momentos decisivos e importantes de nossa pátria. Em torno da excepcional contribuição da Maçonaria para a formação de nossa nacionalidade, é inadmissível qualquer dúvida. De nenhum importante acontecimento histórico do Brasil, os maçons estiveram ausentes. Da maioria deles, foram os elementos da Maçonaria os promotores. Não há como honestamente negar que o Fico, A Proclamação da Independência, a Libertação dos escravos, A Proclamação da República, os maiores eventos de nossa pátria foram fatos organizados dentro de suas lojas.

Antes de tudo isso, já na Inconfidência Mineira, a Maçonaria empreendia luta renhida em favor da libertação de nossa pátria. Todos os conjurados, sem exceção, pertenciam à Maçonaria: Tiradentes, Thomas Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto, e até mesmo o Judas, o traidor Joaquim Silvério dos Reis, infelizmente também pertencia à ordem.

Há que se ressaltar também a grande contribuição de um maçon ilustre Francisco Antonio Lisboa, o Aleijadinho. Este grande gênio da humanidade. Maçom do grau 18, Aleijadinho, autor de obras sacras, fez questão de secretamente homenagear a Maçonaria em suas esculturas. Ao bom observador e conhecedor da maçonaria, não passará despercebido, ao conhecer a obra do grande mestre, detalhes, pequenos que sejam que lembram a instituição maçônica. Os três anjinhos formando um triangulo, o triangulo maçônico, tornaram-se sua marca registrada.

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A própria bandeira do estado de Minas Gerais foi inspirada na Maçonaria: o triangulo no centro da bandeira mineira é o mesmo do delta luminoso, o Olho da Sabedoria.

A independência do Brasil foi proclamada em 22 de agosto de 1822, no Grande Oriente do Brasil. O grito de independência foi mera confirmação. Ninguém ignora também que o Brasil já estava praticamente desligado de Portugal, desde 9 de janeiro de 1822, o dia do Fico. E o Fico foi um grande empreendimento Maçônico, dirigido por José Joaquim da Rocha, que com um grupo de maçons patriotas, fundou o Clube da Resistência, o verdadeiro organizador dos episódios de que resultou a ficada.

A libertação dos escravos no Brasil foi, não há como negar, uma iniciativa de maçons, um empreendimento da Maçonaria. A Maçonaria, cumprindo sua elevada missão de lutar pela reivindicação dos direitos do homem, de batalhar pela liberdade, apanágio sagrado do Homem, empenhou-se sem desfalecimento, sem temor, indefesamente pela emancipação dos escravos.

Para confirmar estes fatos basta verificar a predominância extraordinária de maçons entre os líderes abolicionistas. Dentre muitos destacaram-se Visconde de Rio Branco, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queiroz, Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Cristiano Otoni, Castro Alves, e muitos outros.

A proclamação da República, não há dúvidas de que também foi um notável empreendimento maçônico. O primeiro Ministério da República, sem exceção de um só ministro, foi constituído de maçons. Mera casualidade? Não. Ele foi organizado por Quintino Bocaiúva, que havia sido grão-mestre.

Assim foi e tem sido a atuação da Maçonaria com relação ao Brasil, sempre apoiando e lutando para a concretização dos ideais mais nobres da pátria, comprometendo-se em favor da liberdade e condenando as injustiças.

Fonte:

Sociedades Secretas (A. Tenório de Albuquerque)

MAÇONARIA OPERATIVA E MAÇONARIA ESPECULATIVA

É evidente, pois, que o elemento espiritual (especulativo ou devocional) e o material (operativo ou construtivo) encontram-se intimamente unidos desde o momento em que o primeiro se concebeu e se realizou a idéia de um Templo, como símbolo exterior de um reconhecimento interior, e que a Maçonaria, surgiu espontaneamente desta idéia de levantar ou estabelecer um símbolo à Glória do Princípio ou Realidade interiormente reconhecidos, pois se os Maçons no sentido material foram "construtores" em geral, sempre tem sido mais particularmente os que tem elevação Templos para o espírito.

Tendo presentes estas considerações, não há nada de surpreendente na transformação da maçonaria operativa em especulativa, isto é, de como uma Instituição Moral e Filosófica tenha podido desenvolver-se sobre uma arte material, tomando o lugar das corporações medievais e continuando-as.

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Ambos os elementos - operativo e especulativo - estiveram juntos desde o princípio, e isto evidencia-se no desenvolvimento cíclico que faz prevalecer, conforme os momentos históricos e as necessidades de uma época, uma ou outra tendência, um ou outro destes dois aspectos da nossa Instituição, tão inseparáveis como as duas colunas que dão acesso a nossos Templos.

Além de que constitui o selo de sua origem, a construção em geral e a de um templo em particular - prestou-se sempre e atualmente ainda se presta admiravelmente como símbolo interpretativo da atividade da Natureza, podendo-se considerar o Universo como uma Grande Obra, como um Templo e ao mesmo tempo uma Oficina de Construção, dirigida, inspirada e atualizada por um Princípio Geométrico, cujas diferentes manifestações são as leis naturais que o governam e as forças que, segundo estas leis, produzem diferentes efeitos visíveis.

Esta obra de construção pode o homem observá-la em si mesmo, em seu próprio organismo físico (muitas vezes comparado a um templo), assim como em sua íntima organização espiritual, no mundo interior de suas idéias, pensamentos, emoções e desejos. Todo homem vem a ser assim, um microcosmos ou "pequeno universo" e um Templo (análogo ao Grande Templo do Universo que constitui o Macrocosmos), individualmente erguido "a Glória" do Princípio Divino ou Espiritual que o anima.

Com esta Obra Universal que se desenvolve igualmente dentro e fora de nós, na qual todo ser participa geralmente de forma inconsciente com sua própria vida e atividade, o Maçom - ou seja o iniciado nos Mistérios da Construção - tem o privilégio e o dever de cooperar conscientemente, convertendo-se em obreiro inteligente e disciplinado do Grande Plano que constitui a evolução.

Assim, pois, a Ars Structoria é, para quem sabe interpretá-la e realizá-la, a verdadeira Ciência e Arte Real da Vida, o Divino privilégio dos iniciados que a praticam especulativa e operativamente; dois aspectos intimamente unidos e inseparáveis, ainda que possam manifestar-se de diferentes formas, conforme a evolução particular do indivíduo. E não há altura ou elevação do pensamento ou do plano da consciência individual que não possa ser interpretado, ou ao qual não possam utilmente aplicar-se as alegorias, os emblemas e os instrumentos simbólicos da Construção.

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LOJA , OU TEMPLO?

---José Castellani ---

O ERRO

A crença

“O local de reunião da Loja chama-se templo. Tem, interiormente, a forma de um retângulo. A parte

do fundo, que fica em plano mais elevado, chama-se Oriente ; a parte de entrada é no Ocidente. O templo

não deve ter janelas ou outras aberturas, a não ser que, por elas, nada se veja e nada se ouça, do exterior”.

(De um ritual do Grande Oriente do Brasil, 1998, pág. 6)

“A entrada do Templo, cuja decoração é na cor azul celeste, tem a forma de um retângulo, no

Ocidente,e de um quadrado, no Oriente ; a parede do fundo (oposta à da entrada), pode ser semi-circular,

ou ter os cantos arredondados”.

(De um ritual da Grande Loja do Estado de São Paulo, 1987, pág. 3)

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“A Loja é uma entidade maçônica com administração própria, independente, filiada a um Grande

Oriente, que congrega, em seu Quadro, um número ilimitado de obreiros, para estudo e prática da

maçonaria. O Templo é o local de reunião da Loja ou de Obreiros, para a prática litúrgica e ritualística de

trabalhos maçônicos”

(De um ritual do Grande Oriente de Mato Grosso do Sul, 1998, pág. 17)

A confusão

“Decoracion dela Logia – Paredes tapizadas, colgadas o pintadas de rojo. Três luces: una en el Este

hacia el Sur, dos al Oeste a los lados Norte y Sur (...). Alrededor de la Logia se pone la orla con punta (...)

” . (...) El Primer Vigilante envia al Segundo Diacono a recorrer el vestibulo del Templo acompañado del

Guarda Templo (...)”.

(De um ritual da Grande Loja da República da Venezuela, 1978, págs.5 e 7)

Comentários:

Os três primeiros rituais, de três Obediências diferentes, do Brasil, mostram a arraigada idéia de que

templo é o local das reuniões da Loja e que Loja é a corporação que se reúne no templo. O terceiro, no caso,

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é o mais explícito, ao mostrar essa “diferença”, que não tem nenhuma base histórica. O quarto ritual, de

uma Obediência da América do Sul, estabelece a confusão, ao falar da decoração da Loja (não do templo) e,

depois, ao tratar da cobertura do local, fala em vestíbulo do templo, deixando, no ar, uma dúvida.

Muito ao gosto dos maçons latinos, a designação de templo, para o local de reuniões das Lojas, deixa,

para os não maçons, a clara idéia de que a maçonaria é uma religião, o que está a dezenas de quilômetros da

realidade.

A REALIDADE

Origens Históricas

A palavra LOJA, tem suscitado comentários místicos, em torno de sua origem . Para alguns, ela seria

derivada da palavra grega logos, que significaria “ensinamento secreto”, quando, na realidade, ela significa

o verbo, tomado, aí, como similar de a palavra. Para outros, ela seria originária da palavra sânscrita loka,

que significa mundo. Esclareça-se que sânscrito foi o nome dado idioma falado pelos invasores indo-

europeus do Punjab (região asiática, situada ao norte da Índia e a oeste do Paquistão), por volta do século

XIV a.C. . Tendo afinidades com o antigo persa, o grego e o latim, jamais foi um idioma popular, tornando-

se restrito aos sacerdotes brâmanes e aos eruditos : nele é que foi escrita a literatura indiana mais remota,

de inspiração filosófica e religiosa, constituindo os “Vedas” , coleção de hinos sagrados. Todavia, como o

locus latino, loka significa lugar , espaço, situação, localidade, sítio e, figuradamente, tempo, ocasião,

época, turno, ordem disposição, vez e passagem (de livro, ou de discurso).

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A realidade, porém, é outra, já que a palavra Loja teve origem nas guildas medievais, as quais eram

corporações de artesãos de origem germânica e anglo-saxã e que começaram a florescer no século XII, já

que, antes disso, eram simples entidades religiosas e não formavam corpos profissionais. Em língua

germânica, a palavra leubja (cuja pronúncia é lóibja), significava lar, casa, abrigo e acabou dando origem

a palavras do mesmo sentido, ou pouco diferentes, em outros idiomas : lodge, em inglês, loge, em francês,

loggia em italiano, logia, em castelhano, e assim por diante. Ao idioma português, a palavra loja chegou

através do frâncico laubja, pelo francês loge. Designa o pavimento térreo de um prédio, a entrada de

edifício, ou galeria, usada para exposições artísticas e para a venda de produtos artesanais, ou, ainda, pátio,

varanda, alpendre.

As guildas de mercadores passaram a tratar, como loja, os seus locais de depósito, ou de vendas,

onde os produtos manufaturados eram armazenados e negociados ; as guildas artesanais, por seu lado,

passaram a chamar de loja os seus locais de trabalho, ou seja, as oficinas dos mestres artesãos. Das

primeiras, originou-se o nome das casas comerciais, onde são vendidos os produtos fabricados ; das outras

originou-se o local das reuniões de obreiros, ou seja, a oficina maçônica. Isso não ocorre em todos os

idiomas, já que, em inglês, as casas comerciais são os magazines e, em francês, sãos os magasins, ou

ateliers. Mas tanto lodge, como loge, além do significado de cabana, choupana, camarim, camarote,

alojamento, hospedaria, indicam sempre o local de reunião de maçons, ou a corporação maçônica.

O uso correto

“Layout of Lodge Rooms – The Emulation Ritual is based on the form of Lodge layout found in the

Lodge Rooms at Freemasons´ Hall, Great Queen Street, London (...)”

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(“Plano da Loja – O Ritual de Emulação é baseado na forma do plano instituído na Loja do

Freemasons´ Hall, na Great Queen Street, Londres”).

(Do Emulation Ritual, impresso por Lewis Masonic, Londres, 1986, pág. 17)

“V.M. – (dirigindo-se ao 2º Vigilante pelo nome) – Ir.. F.: qual é o primeiro cuidado de todo maçom?

2º V. – Verificar se a Loja está perfeitamente coberta”.

(De um ritual do Rito de “York”, da Grande Loja do Rio de Janeiro, 1966, pág. 13)

“Any Master Mason would recognise a lodge room as such, by its shape, by its layout, and by articles

he would find there (...). (...) A Lodge of Masons consists of a certain number of brethren who are

assembled together to expatiate on the mysteries of the Craft. (...) The form of the Lodge is an oblong

square, situated due East and West, supported by three pillars, and standing on holy ground”.

(“Qualquer Mestre Maçom pode reconhecer o recinto de uma loja, como tal, pelo seu formato, pela

sua planta, e pelos objetos que ele pode ali encontrar (...). A Loja dos Maçons consiste de um certo número

de Irmãos, que se reuniram para discorrer sobre os mistérios do ofício (ou da Arte). (...) A forma da Loja é a

de um retângulo, situado exatamente do Oriente para o Ocidente, sustentado por três pilares e erguido em

solo sagrado”).

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(Colin Dyer, in “Symbolism in Craft Freemasonry” – Lewis Masonic – London – 1983 – pág. 58)

Tal hábito é seguido em praticamente todo o mundo, onde a influência da pátria da moderna

maçonaria é evidente. O temperamento latino, todavia, muito mais dado ao misticismo religioso, levaria,

para as suas Lojas o conceito de templo, como o local onde os maçons fazem suas reuniões, criando, na

mente dos não maçons, como já foi largamente comprovado, a idéia de que a maçonaria é uma religião, ou

uma entidade de cunho religioso. Na realidade, templo, em seu significado original e restrito era o lugar

descoberto, elevado e sagrado, entre os romanos; é o edifício consagrado ao culto religioso; é a igreja.

A maçonaria latina, fora da Europa, sofreu extraordinária influência da maçonaria francesa e a seguiu,

pois foi ela que introduziu o conceito de templo, embora não de forma tão radical como a que ocorre nos

países sul e centro-americanos de fala latina :

“Loge – Le mot désigna d´abord le local où les maçons opératifs se réunissent en dehors des

chantiers, puis par extension un groupement de maçons, de tel chantier, puis de telle ville. Il a conservé ces

deux sens”.

a) Au premier sens, on parle indifféremment de loge ou de temple. Théoriquement au moins, une

loge être « orientée » , comme l´étaient les cathédrales, la position du Vénérable Maître étant à l´Est ou

Orient, par analogie avec celle du soleil levant. (...)

b) Au deuxième sens, la loge est la cellule maçonnique fondamentale. (...) ».

(« Loja – A palavra designava, primitivamente, o local onde os maçons operativos reuniam-

se, na parte externa dos canteiros (N.T. : aí, como local de trabalho) , depois, por extensão, um agrupamento

de maçons desse local e, posteriormente, de uma cidade. Ela conservou os dois sentidos.

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a) No primeiro sentido, fala-se, indiferentemente, de loja, ou de templo. Teoricamente, ao

menos, uma loja deve estar « orientada », como eram as catedrais, de maneira que a posição do Venerável

Mestre seja a Leste, ou Oriente, por analogia com a do Sol nascente (...).

b) No segundo sentido, a loja é uma célula maçônica fundamental. (...) »)

(Alec Mellor, in « Dictionnaire de la Franc-Maçonnerie et des Francs-Maçons » - Belfond – Paris –

1979 – pag. 159)

Como se pode perceber, no texto, os dois sentidos são usados, indiferentemente, mas, na realidade,

prevalece o termo LOJA, para designar o local de trabalho, como se pode ver no trecho « uma Loja deve

estar orientada... », coisa comum em todo o restante do texto, já que o autor, em todo ele, não faz mais

qualquer referência a templo, mas, sim, a Loja. Tal disposição, entre nós, não é absolutamente seguida,

persistindo-se no uso exclusivo da palavra « templo » para designar os locais de reuniões do agrupamento,

denominado Loja.

Do livro, em preparo, « Manias e Crendices, em Nome da Maçonaria ».

MISTICISMO NOS CARGOS EM LOJA

Os principais cargos em Loja são associados ao misticismo religioso da Mesopotâmia, onde, além dos deuses Marduc e Shamash (personificações do Sol), Sin (personificação da Lua) e Ichtar (personificação de Vênus), existiam deuses correspondentes aos demais planetas conhecidos na Antigüidade: Mercúrio, deus veloz e astuto, era o senhor da sabedoria calculista; Marte, por sua cor rubra, era o senhor da guerra; Júpiter era um régio senhor dos homens, embora suplantado pelo deus-Sol; e Saturno era um deus frio, cruel e irascível.

Na associação com os principais cargos de Loja, temos:

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Venerável Mestre: assimilado ao planeta Júpiter, que, no panteão dos deuses babilônicos, simbolizava a sabedoria.

1º Vigilante: associado ao planeta Marte, que era o senhor da guerra, simbolizando a força.

2º Vigilante - assimilado ao planeta Vênus, feminilizado na mitologia babilônica e que, sendo a deusa mágica da fertilidade e do amor, simboliza a beleza.

Orador: associado ao Sol, pois dele emana a Luz, como guarda da lei maçônica que é, além de responsável pelas peças de arquitetura.

Secretário: assimilado à Lua, pois reflete as conclusões legais do Orador.

Tesoureiro: associado ao planeta Saturno, o deus babilônico frio e cruel, que, som seus "anéis", simboliza a riqueza. A atividade de receber os metais e de organizar o movimento financeiro da Loja é considerada ---por lidar com a frieza dos números --- fria e calculista, além de inflexível.

Mestre de Cerimônias: assimilado ao planeta Mercúrio, o deus veloz e astuto, pois esse Oficial, sempre circulando pela Loja, como elemento de ligação, imita o planeta que mais rapidamente circula em torno do Sol.

Da mesma maneira, os principais cargos em Loja são identificados com deuses e semideuses do panteão gregol habitantes do Olimpo. Assim:

Venerável Mestre: assimilado a Zeus (Júpiter, para os romanos), o rei dos deuses, por sua condição de dirigente da Loja; associado, também, a Atená (Minerva, para os romanos), deusa da sabedoria, já que o Venerável Mestre deve ter a sabedoria, a prudência, a inteligência e o discernimento necessários à condução de uma Loja.

1º Vigilante: associado a Ares (Marte, para os romanos), deus da agricultura e da guerra; assimilado também a Héracles (Hércules, para os romanos), o mais forte e vigoroso de todos os homens.

2º Vigilante: assimilado a Afrodite (Vênus, para os romanos), a deusa do amor e da beleza.

Orador: associado a Apolo, ou Febo, deus do Sol, criador da poesia e da música, do canto e da lira.

Secretário: assimilado a Ártemis (Diana, para os romanos), deusa da Lua, da caça e das flores.

Tesoureiro: associado a Cronos (Saturno, para os romanos), pai de Zeus e filho de Urano, um dos deuses primordiais, que, com Géia (a Terra) estava no início de todas as coisas.

Mestre de Cerimônias: associado a Hermes (Mercúrio, para os romanos), mensageiro dos deuses do Olimpo, já que esse Oficial é o mensageiro dos dirigentes da Loja.

* * *

Do livro "Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom"- Edit. A Gazeta Maçônica - 1a. ed. - 1985 - 2a. ed. 1992.

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Nada

Conta-se que perguntaram a Pitágoras, após ter sido Iniciado nos mistérios, o que tinha visto no Templo, tendo ele respondido simplesmente: NADA.

Porém, Pitágoras era Pitágoras, Se ao sair do Templo egípcio não tinha visto "nada", não se limitou a sair decepcionado, senão buscando a origem deste "nada", descobriu que era em si mesmo que não tinha visto "nada mais" que desejos e ilusões. Foi então que começou seu caminho para a sabedoria.

Muitos Irmãos recém-iniciados se afastam da Ordem porque em nossas Lojas não encontram "nada", porque o nosso simbolismo não lhes significa "nada", porque na Maçonaria não se faz "nada", outros se queixam que nas Lojas se fala muito de simbolismo e "nada"; que a Maçonaria é uma instituição para se fazer amigos e "nada mais"; que só comparecem aos trabalhos da Loja para perder tempo e "nada mais". Propomos perguntar-nos: o que significa esse "nada" com respeito à Maçonaria?

"Fulano" não vai mais à sua Loja porque "não encontrou nada...". E como é que não encontrou "nada"? Não encontrou o Templo com seu Altar, as Colunas, os móveis e a decoração? Não encontrou os Irmãos reunidos na Loja? E como é que diz que não encontrou "nada" e que o Simbolismo não lhe significa "nada"? Encontrou então pelo menos o Simbolismo... E como é que pode dizer na Maçonaria não se faz "nada" e que na Loja se fala muito e "nada" mais? Então, se faz algo, ainda que seja nada mais que falar...

Parece que o "nada" que se encontra na Maçonaria não deve ser tomado ao pé da letra. O Neófito que entra no Templo encontra algo, porem não encontra o que busca; isto dá margem a várias perguntas:

1º O "que busca" o profano que solicita ser Iniciado?

2º O que a Maçonaria "não pode oferecer"?

3º O que a Maçonaria "pode oferecer"?

4º "O que encontra" o Neófito ao dizer que "não tem nada"?

Procuramos responder estas perguntas de um ponto de vista estritamente pessoal.

1º O "que busca" o profano que solicita ser iniciado?

Pode solicitar seu ingresso pôr vários motivos, desde o mais grosseiros materialismo, o desejo de encontrar protetores para seus negócios de qualquer espécie, até o motivo de mais elevado sentimento de humanitarismo. Em regra geral, é mistura de tudo, acrescido de curiosidade; e freqüentemente haverá um sentimento da própria imperfeição acrescido do desejo de melhorar-se e de aperfeiçoar-se. Não é raro também que se espere encontrar na Maçonaria

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um estímulo à ação para compensar a própria falta de atividade; idéias extraordinárias e originais que ponham em funcionamento o pensamento e a imaginação própria.

É um dos problemas da Maçonaria que, pelo segredo e discrição que devem guardar seus integrantes, o profano chega geralmente a nossas portas, desconhecendo realmente o que o espera, vindo em contrapartida cheio de esperanças e ilusões que vão do inadequado até o absurdo.

2º O que a Maçonaria "não poder oferecer"?

A Maçonaria não é feita à medida das ilusões do neófito.

Se este esperou uma renovação completa de sua personalidade pôr meio de um remédio amostra grátis e que se oferece a todo aquele que entra na Ordem, equivocou-se, Damo-lhes a Luz, as ferramentas para trabalhar, mostrando-lhes a Pedra Bruta e o modo de trabalhar nela. O resto é assunto do Neófito. Tem que trabalhar para receber o "seu salário" e este lhe é dado segundo a quantidade e a qualidade do seu trabalho. Não poderá exigir que se lhe dê tudo de uma vez sem fazer o menor esforço. Então acontece que o Neófito não acha o que buscava.

Ele buscava um meio cômodo para tornar sua vida mais fácil e agradável, para sentir-se importante sem esforço algum, para viver em paz consigo mesmo.. E como não acha o que buscava, diz simplesmente: "Não encontrei nada". Com isto, expressa que tudo o mais que encontra não tem importância para ele; e que, aquilo que "não" encontra é o que ele queria e nada mais. Dizer que a Maçonaria não faz nada é outra maneira de revelar que se quer conseguir satisfações de amor próprio a baixo custo. Se na Maçonaria estivesse se cristalizando uma obra de autentico humanismo, poderíamos participar da glória de sua realização sem que tivéssemos o trabalho de planejar e organizar sua execução. Se a Maçonaria fosse aquilo que querem aqueles que se queixam de não encontrar nada nela, ela seria idêntica às sociedades múltiplas de beneficência e clubes de serviço. cujos principais objetivos parecem ser que seus membros apareçam na imprensa escrita e falada a qualquer pretexto. Todas estas satisfações de amor próprio, todas estas ilusões e esperanças vazias, é que a Maçonaria não oferece. Pôr isto é que, aqueles que buscam isto, não encontram "nada".

3º O que a Maçonaria "pode oferecer"?

Do ponto de vista das pessoas mencionadas anteriormente, "nada", pois para elas o trabalho, o estudo, não são nada, e se não tiverem a paciência necessária, se afastarão.

Quanto mais irreais, fantásticas forem suas esperanças, mais necessitarão para encontrar o que oferece a Maçonaria, e que é: trabalho, ferramentas para executá-lo, o "salário" que somente se obtém trabalhando. O Neófito tem que aprender que na Maçonaria não encontrará satisfação alguma senão em razão do seu próprio trabalho.

Através do seu aprendizado se dará conta de que se a maçonaria lhe der, sem sacrifício, as satisfações que estava procurando, então sim, poderá dizer "que não é nada". O que acontece é que o homem moderno tem do trabalho um conceito muito diferente que tinha as corporações de construtores da antigüidade. Para a maioria, hoje, o trabalho é escravidão, atividade mecânica, impessoal, algo que se faz porque tem que se viver e comer, e sem trabalho, não há comida; algo que se faz sem grande satisfação, esperando que o relógio marque a hora da saída. Dali então partimos para o descanso, a diversão, as comodidades. São poucos aos quais a sorte reservou um trabalho construtivo e menos ainda existem pessoas capazes de buscar e achar o descanso

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em uma atividade de tipo superior, uma atividade criadora. O construtor medieval não se preocupava em apressar o tempo para terminar a catedral, mas sim se detinha nos detalhes da construção, acrescentando uma grande variedades de enfeites e esculturas tão belas como indispensáveis para a arquitetura, simplesmente porque sentia o gosto de criar algo belo e bonito.

Nós já não compreendemos mais facilmente este prazer pelo trabalho, Queremos que o trabalho termine o mais depressa possível, para que possamos nos dedicar a outras atividades nas quais encontramos mais prazer.

Necessitamos voltar a descobrir a vocação artística do homem - a única que lhe dá plena satisfação - é de não servir unicamente de apêndice pensante da maquina, e sim de procurar realizar um trabalho criador.

4º "O que encontra" o Neófito ao dizer que "não tem nada"?

Bate à porta do Templo, se abre a mesma para ele e não encontra nada. O que é este "nada"?

Já dissemos, tomar a palavra em sentido estrito é um absurdo. Algo ele encontra e se nós o pressionarmos um pouco, ele nos dirá "Não há nada, somente palavras, somente Ritualística, somente Símbolos, somente idéias antiquadas". Algo portanto encontra, porem não "o que buscava". E como o que ele encontra não é nada em comparação com o que buscava, diz simplesmente que não há nada.

Porém, este "nada" não é somente um fenômeno negativo. Este "nada" e como um gérmen, algo novo e grande.

O Irmão que se afasta da Loja queixando-se de "não haver encontrado nada", não se limita somente a isto. Afasta-se desgostoso, decepcionado. O encontro com o "nada" o afetou no mais profundo do seu ser. Não achou o que buscava, porém achou precisamente seu próprio desgosto, sua própria decepção.

Ainda que se vá de nosso convívio, sua decepção o segue. E ainda que não o confesse, não deixará de pensar, de vez em quando, que, para encontrar algo, se necessitam duas coisas: algo que existe e alguém que saiba procurar. Ao lado do seu orgulho, porque ele" não se deixou enganar", estará a constante inquietude acerca do que terão encontrado os que ficaram e que ele não soube encontrar. Se vê, assim, posto frente a frente, com sua própria insuficiência. Com seu próprio NADA.

Se for sincero consigo mesmo, reconhecerá que onde não encontrou nada, foi em si mesmo.

Este é o ponto onde começa a germinar a idéia Maçônica. Se o Irmão chegar a este ponto, começará a ser MAÇOM.

Autor desconhecido

Publicado no Livro "Coletânea de Trabalhos A Trolha"

Editora A Trolha - 1993

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NEM NU NEM VESTIDO-I São várias as interpretações, e podemos dizer que a privação dos metais faz

lembrar o homem antes da civilização, em seu estado natural quando desconhecida as vaidades e o orgulho, a obscuridade em que se achava imerso, o homem primitivo em seu estado de ignorância de todas as coisas.

Nem nu nem vestido, significa meio vestido, ou, então, meio nu (seminu); existe, aí, um desnudamento parcial, pois o candidato à iniciação, desta maneira, estará, simbolicamente, despojado de tudo aquilo que se relaciona com os bens materiais e com as vaidades mundanas, pois, pelo menos para o Rito Escocês Antigo e Aceito, ele é "um pobre candidato, que caminha nas trevas". A alegoria tem origem bíblica:

"No ano em que veio a Azot, o general enviado por Sardão, rei da Assíria, assediou

Azot e apoderou-se dela (naquele tempo o Senhor tinha falado pelo ministério de Isaías, nestes termos:” Vai, desata o saco que trazes às costas e tira as sandálias dos teus pés “; Isaías dispôs-se a executá-lo, ia nu e descalço). O Senhor disse:” Do mesmo modo que meu servo Isaías vagueia nu e descalço, há três anos, para dar uma imagem do que aguarda o Egito e a Etiópia, assim serão levados, pelo rei da Assíria, os prisioneiros egípcios e os deportados da Etiópia, moços e velhos, nus e descalços, com o dorso descoberto “. Isaías, 20, 1- 4.

Cumprindo o simbolismo maçônico à risca, o pé direito do candidato deve estar,

realmente, descalço (o uso de alpargata, ou chinelo, sob o pretexto de comodidade, não deve prevalecer, pois a marcha claudicante do candidato com um pé calçado e outro descalço, simboliza, inclusive, o árduo caminhar de quem busca a Luz).

Bibliografia: Ir.’. José Castellani

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NEM NU, NEM VESTIDO-II

Nem nu, nem vestido, significa meio vestido ou então, meio nu

(seminu).Existe aí um desnudamento que lembra a pureza adâmica de um

despojamento de tudo aquilo que se relaciona com os bens materiais e com as

vaidades profanas.

Simboliza a livre escolha ao desapego às vaidades, ao orgulho e a obscuridade

em que o temerário que anseia a luz procura para sair do estado de ignorância

criado pela busca aos metais que são cuidadosamente recolhidos ao início da

recepção dos candidatos pelo irmão terrível.

A venda sobre os olhos não é simplesmente o estado de ignorância, mas a

incapacidade de perceber a verdadeira luz para quem precisa ser guiado por

caminhos escabrosos para aprender a ter na maçonaria um caminho para alcançar

uma filosofia de verdade e paz entre os homens. Ato inspirado em Zoroastro que

fechou seus olhos e foi guiado por Brahma para ao fim de sua viagem perigosa ser

contemplado com o encontro da divina luz de Ormuzd.

O peito esquerdo nu vem revelar a intenção de que as emoções que estão contidas

no coração do profano possam ser vistas e avaliadas por todos os irmãos e tidas

como verdadeiras.

O pé direito deve estar realmente descalço, pois a marcha claudicante do

candidato com um pé descalço e o outro calçado, simboliza, inclusive, o árduo

caminhar de quem busca a luz.

É bíblico, no velho testamento, que Moisés ao encontrar a sarça que ardia mas

não queimava, teve a ordem de tirar suas sandálias e jogá-las longe pois ali era

solo sagrado e assim o candidato também procede em respeito ao templo.

Neste novo renascer iniciático, era práxis para sumerianos e essênios que

passassem totalmente nus por estreita fresta nas cavernas que serviam como

templos afastados dos olhares de curiosos para que, somente lá dentro, fossem

cobertos com vestes cerimoniais, levando à conclusão da ligação da maçonaria com

os mais antigos movimentos filosóficos, esotéricos e iniciáticos da humanidade,

fazendo com que suas origens se percam na noite dos tempos.

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O NÚMERO TRÊS ( 3 ) "O Número Três não deriva seu princípio de si próprio e nem mesmo tem um princípio" (Os Números).

As observações a respeito deste número são dispersas e obscuras, incluindo referências vagas a uma lei temporal da trindade, da qual a lei temporal da dualidade depende completamente. "Na ordem divina, 3 é a Santíssima Trindade, como 4 é o ato de sua explosão e o 7, o produto universal e a imensidão infinitas que resultaram das maravilhas desta explosão" (Corresp. Teosófica, carta LXXVI).

"O número três nos é revelado só através dos 12 unificados, como o 4 é por nós conhecido apenas pela sua explosão ou multiplicação por 7, que nos dá 16, e como 7, que é a soma deste 16 (1+6 = 7), descreve a nossa supremacia temporal (3) e espiritual (4), ou a imensidão de nosso destino, como

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humanos" (Corresp. Teosófica, carta LXXVI). O número três atua na direção das formas nas esferas celeste e terrestre; isto é, sendo ternário, em todos os corpos, o número dos princípios espirituais. "Todos os nomes e símbolos que recaírem neste número pertencem às formas, ou devem ter algum efeito sobre as formas" (Os Números). Acima do celeste, foi o pensamento da Divindade que concebeu o projeto de produzir este mundo, e assim o fez de forma ternária, porque esta era a lei das formas, inata ao pensamento divino.

"Agora, os pensamentos de Deus são seres. A ação harmoniosa e unanime na Divina Trindade é representada pelos três padres quando eles conduzem juntos a Missa" (Os Números).

O Três é, também, o número das essências ou elementos dos quais os corpos são universalmente compostos. Por este número, a lei que dirige a formação dos elementos é expressa e os elementos são resumidos a três, por Saint-Martin, baseado no fato de que há apenas três dimensões, três divisões possíveis de qualquer coisa sensória, três figuras geométricas originais, três faculdades inatas em qualquer ser, três mundos temporais, três níveis na Maçonaria, e como esta lei da tríade demonstra a si mesmo universalmente, de forma tão clara, é razoável supor que o três também está no número dos elementos que são a base de qualquer corpo.

"Se o número três é imposto a tudo que é criado, é porque ele imperava em suas origens" (Obras Póstumas). "Se tivessem havido quatro, ao invés de três elementos, eles teriam sido indestrutíveis e o mundo eterno. Sendo três, eles são esvaziados da existência permanente, porque eles não têm unidade, como fica claro para aqueles que conhecem as verdadeiras leis dos números" (Dos Erros e da Verdade).

"A razão, qualquer que seja ela, parece conflitar com outra afirmação de que pode haver três em um, numa Trindade Divina, mas não um em três, porque aquilo que é um em três deve estar sujeito no fim, a morte" (Dos Erros e da Verdade). "O três não é só o número da essência e da lei que dirige todos os elementos, mas também, as suas incorporações" (Dos Erros e da Verdade). "Ele é, finalmente, um número mercurial terrestre que representa a parte sólida dos corpos, em correspondência simbólica com a alma (sêxtuplo) dos animais, do qual é o primeiro produto e o de todos os princípios intermediários de todas as classes" (Obras Póstumas).

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O NÚMERO ZERO - I Você sabia ser um equívoco o dito popular “sou um zero à esquerda”?

Senão vejamos a respeito do ZERO a partir do Versículo 2, do Capítulo I, do Livro Gênesis:

Gen. I, 2 — “A terra porém era sem forma e vazia. Havia trevas sobre a face do

abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.” A primeira dificuldade de interpretação do referido versículo está em

sua frase inicial: “A terra era informe e vazia”. Ora, “sem forma e vazia”, simplesmente

equivale a não existir. A segunda frase nos diz que “havia trevas sobre a face do abismo”.

Mas que abismo? Há que se entender aqui que o “abismo” era o espaço. Logo, o espaço

coexistia com Deus e era anterior à sua manifestação. Diz a terceira frase: “e o Espírito de

Deus pairava sobre as águas”. Outra grande dificuldade, pois, se, como se viu, a terra

simplesmente não existia, por ser sem forma e vazia, se o abismo era o espaço, que águas

eram essas por sobre as quais pairava o Espírito de Deus? Ao que parece, o autor do

versículo não tinha uma imagem própria para dar a idéia de que o Espírito de Deus era

superior a tudo e, assim, colocou essas águas apenas para dar a entender que o Espírito de

Deus se sobrepunha a tudo. Mas sem dúvida, ele já existia e pairava, então do NADA!

Assim, o NADA não era um vazio absoluto. Nele já existia o Espírito de

Deus que ainda não se manifestara. Conclui-se, pois, que o NADA ou seja, o espaço

preenchido pelo Espírito de Deus, foi anterior a tudo e dele partiram todas as coisas. O

NADA é simbolizado na escala numérica pelo ZERO. O ZERO é pois, a representação

simbólica do espaço absoluto, inatingível e incompreensível para a mente humana, mas que

portava em si o Espírito de Deus, ainda imanifestado, mas sobre ele ou nele, pairava. A

figura mais apropriada, então, para nos dar uma idéia de Deus é o NADA, que nos sugere

algo sem forma, sem consistência, sem limites e, portanto, invisível, intangível e infinito.

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Inidentificável por faltar elementos por nós conhecidos capazes de submetê-lo à

comparação! No entanto, Ele já existia, pois Seu Espírito “pairava” no espaço.

Os cultistas denominam isso o SER no NÃO SER, isto é, o ZERO, ou seja,

o espaço com todas as coisas ainda latentes que só se tornariam em realidade depois que o

Espírito de Deus nelas se manifestasse. A EXISTÊNCIA palpitava, pois, na NÃO

EXISTÊNCIA, o SER no NÃO SER enquanto a CAUSA SEM CAUSA (Deus) envolvia a

EXISTÊNCIA e a Eternidade envolvia o tempo!

A forma geométrica do círculo (ZERO) é a que mais se presta para nos dar

a idéia de infinito porque, enquanto qualquer outro tipo de linha traçada nos mostra sempre

um princípio e um fim, o círculo é perfeitamente contínuo. É o ZERO que simboliza o

espaço, o absoluto ainda imanifestado, o princípio latente de todas as coisas, que provêm

todos os SEPHIROT (números que compõe a escala da Cabala) ou seja, deste ABSOLUTO

imanifestado é que se originam todas as coisas.

Na Maçonaria, a letra ‘G’, que é uma modificação do círculo (ZERO) e

representa o G.: A.: D.: U.: simboliza o “ciclo do tempo, perpetuamente emanado e

devorado pela Eternidade, imagem da Força Criadora que se manifesta do estado potencial

latente”. Em uma última palavra, o ZERO é o símbolo esotérico que representa Deus,

Criador incriado, a Causa sem Causa, de onde tudo se origina e que, ainda imanifestado,

paira no espaço ABSOLUTO.

E assim, sobre o conceito do ZERO à esquerda, deixamos como curiosidade e reflexão dos que lerem este trabalho, tendo como fonte O SIMBOLISMO DOS NÚMEROS NA MAÇONARIA.

OBS: Este Trabalho nos foi enviado por e-mail.

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e-mails: [email protected] ou [email protected]: 8700927

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O NÚMERO ZERO-II

Versículo 2, do Capítulo I, do Livro Gênesis: Gen. I, 2 — “A terra porém era sem forma e vazia. Havia trevas sobre a face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.”

A primeira dificuldade de interpretação do referido versículo está em sua frase inicial: “A terra era informe e vazia”. Ora, “sem forma e vazia”, simplesmente equivale a não existir. A segunda frase nos diz que “havia trevas sobre a face do abismo”. Mas que abismo? Há que se entender aqui que o “abismo” era o espaço. Logo, o espaço coexistia com Deus e era anterior à sua manifestação. Diz a terceira frase: “e o Espírito de Deus pairava sobre as águas”. Outra grande dificuldade, pois, se, como se viu, a terra simplesmente não existia, por ser sem forma e vazia, se o abismo era o espaço, que águas eram essas por sobre as quais pairava o Espírito de Deus? Ao que parece, o autor do versículo não tinha uma imagem própria para dar a idéia de que o Espírito de Deus era superior a tudo e, assim, colocou essas águas apenas para dar a entender que o Espírito de Deus se sobrepunha a tudo. Mas sem dúvida, ele já existia e pairava, então no NADA!

Assim, o NADA não era um vazio absoluto. Nele já existia o Espírito de Deus que ainda não se manifestara. Conclui-se, pois, que o NADA ou seja, o espaço preenchido pelo Espírito de Deus, foi anterior a tudo e dele partiram todas as coisas. O NADA é simbolizado na escala numérica pelo ZERO. O ZERO é pois, a representação simbólica do espaço absoluto, inatingível e incompreensível para a mente humana, mas que portava em si o Espírito de Deus, ainda imanifestado, mas sobre ele ou nele, pairava. A figura mais apropriada, então, para nos dar uma idéia de Deus é o NADA, que nos sugere algo sem forma, sem consistência, sem limites e, portanto, invisível, intangível e infinito. Inidentificável por faltar elementos por nós conhecidos capazes de submetê-lo à comparação! No entanto, Ele já existia, pois Seu Espírito “pairava” no espaço.

Os cultistas denominam isso o SER no NÃO SER, isto é, o ZERO, ou seja, o espaço com todas as coisas ainda latentes que só se tornariam em realidade depois que o Espírito de Deus nelas se manifestasse. A EXISTÊNCIA palpitava, pois, na NÃO EXISTÊNCIA, o SER no NÃO SER enquanto a CAUSA SEM CAUSA (Deus) envolvia a EXISTÊNCIA e a Eternidade envolvia o tempo!

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A forma geométrica do círculo (ZERO) é a que mais se presta para nos dar a idéia de infinito porque, enquanto qualquer outro tipo de linha traçada nos mostra sempre um princípio e um fim, o círculo é perfeitamente contínuo. É o ZERO que simboliza o espaço, o absoluto ainda imanifestado, o princípio latente de todas as coisas, que provêm todos os SEPHIROT (números que compõe a escala da Cabala) ou seja, deste ABSOLUTO imanifestado é que se originam todas as coisas.

Na Maçonaria, a letra ‘G’, que é uma modificação do círculo (ZERO) e representa o G.: A.: D.: U.: simboliza o “ciclo do tempo, perpetuamente emanado e devorado pela Eternidade, imagem da Força Criadora que se manifesta do estado potencial latente”. Em uma última palavra, o ZERO é o símbolo esotérico que representa Deus, Criador incriado, a Causa sem Causa, de onde tudo se origina e que, ainda imanifestado, paira no espaço ABSOLUTO.

Fonte: O SIMBOLISMO DOS NÚMEROS NA MAÇONARIA.

A maçonaria em sua parte esotérica preocupa-se com o estudo dos números. Esse estudo é

obrigatório, sendo que o mesmo não tem por pratica faze-lo. No grau do aprendiz maçom recomenda-se que o aprendiz faça o estudo dos quatro primeiros números sendo eles os números zero, um, dois e três.

O número zero é o nada, mas o nada não é um vazio absoluto, nele existe o Espírito

de Deus que ainda não se manifestou, assim o nada é o espaço preenchido pelo Espírito de Deus, anterior a tudo e que dele partiu todas as coisas. O Zero é, pois a representação simbólica do espaço absoluto intangível e incompreensível para a mente humana, mas que porta o Espírito de Deus ainda imanifestado, mas que nele permanece. O nada é a figura mais apropriada para nos dar a idéia de Deus que nos sugere algo sem forma, sem consciência, sem limites, invisível, intangível e infinito. A sua forma geométrica que é o círculo que nos dá a idéia de infinito, de princípio e de fim, o círculo é perfeitamente continuo e o zero é o símbolo do espaço que é representado pelo círculo.

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O número um é uma unidade, é o princípio dos números, mas que só existe se os outros números existirem, ele é um número imaterial, infinito e incognoscível, e a unidade de tudo. Compreendemos assim que tudo foi criado e realizado sob os impulsos da unidade absoluta, e como o número zero é o PAI, o número um é o FILHO.

A unidade um, é o Reino de Deus dentro de nós mesmos, que atua e manifesta-se naquilo que chamamos de consciência.

O numero dois, é a Dualidade afastando-se da unidade, é um número terrível e

fatídico, pois ele é o símbolo dos contrários e, portanto da dúvida, do desequilíbrio e da contradição.

Ele representa o Bem e o Mal, a Verdade e a Falsidade, a Luz e as Trevas, a Inécia e o Movimento, representa assim, todos os princípios antagônicos adversos.

O número três é o triangulo que é o mais importante símbolo maçônico, pois é a

representação simbólica perfeita dos três aspectos do absoluto que é a mais absoluta igualdade perfeita, representada pelos lados do triângulo eqüilátero. O aprendiz deve meditar sobre o simbolismo do número três que explica como o transcendente, o espiritual e o imaterial podem manifestar-se e tornar-se perfeitamente claro e compreensível aos nossos olhos.

O número três é o número da luz que corresponde ao fogo, a chama e ao calor. O maçom deve ter em si o fogo do amor para com tudo o que é bom, justo e honesto, deve ter a chama da vontade para cumprir com paciência, resignação e determinação, o programa por ele traçado para a conquista da perfeição e deve ter o calor da inteligência e da sabedoria para poder distinguir o bem, o belo e o perfeito nas mínimas coisas que lhe acontecem. O amor, a vontade e a inteligência constituem o significado dos três pontos que todo maçom deve ter a honra de colocar em sua assinatura.

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O ÁGAPE

ÁGAPE é a transcrição do vocábulo grego que significa "AMOR, CARIDADE". Na acepção tradicional era, entre os primeiros cristãos, uma refeição tomada em comum, para significar o Amor mútuo e para socorrer os necessitados. O banquete como acto de comunhão é como se depreende, um ritual muito antigo.

O Ágape é, para os Maçons, um banquete que se realiza depois dos trabalhos de loja, juntando os irmãos à mesma mesa, para dar continuidade, num ambiente de franca amizade, ao espírito que animou os trabalhos da reunião ritual. O acto de absorver na mesma altura o mesmo alimento, ter a possibilidade de mastigar e ingerir no mesmo momento, permite aos que o partilham viverem ao mesmo ritmo e no mesmo clima de reflexão- assim entendido, po der-se-ia afirmar que as refeições em comum são como cadeias de União. Citando o Cavaleiro André-Michael Ramsay, primeiro Orador do, Maçonaria Especulativa, no seu "discurso": "Os nossos festins não são aquilo que o mundo profano e o vulgar ignorante imaginam! Assemelham-se àquelas virtuosas celas de Horácio, em que se discorria sobre tudo o que podia esclarecer o espírito, orientar os sentimentos e inspirar o gosto do Verdadeiro, do Bom e do Belo... "

De notar que já os Trabalhadores da pedra medievais costumavam tomar em comum a refeição do meio-dia posto que a reunião a mesma mesa e à mesma hora formava e reforçava um sentimento de fraternidade.

É considerado dever-se a institucionalização do banquete maçónico ao Duque de Montagne, datando de 1721 as primeiras disposições normativas do cerimonial a observar. Assim, a uma tradição enraizado mas sem regras bem definidas ou uniformizadas, suceder-se-á um cerimonial programado que, embora não tendo a solenidade dos trabalhadores de Loja, é fundamental para a vida da mesma.

No decorrer do Ágape verificam-se momentos de solenidade especial, nomeadamente no inicio, com a oração do Pão e do Vinho,, assim como na efectivarão dos brindes rituais, a começar pelo brinde ao Sr. Presidente da Republica, a todos os Chefes de Estado, ou monarcas que protegem a maçonaria, ao Grão-Mestre, ao Venerável, aos Visitantes de outras Lojas, às mulheres e a terminar com um brinde, feito pelo Irmão Aprendiz mais novo, dedicado a todos os maçons espalhados pelo mundo.

Há a notar que, em tempos, no ritual do banquete maçónico um outro componente agregado espírito fraterno se praticava: o Cante.

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Durante o Ágape, a terminologia usada na designação dos utensílios e ingredientes tem uma nomenclatura simbólica, sobretudo de índole militar, inferindo-se daqui o quanto o Ideal Maçónico esteve presente em elementos que abraçaram a carreira das armas.

Resta-me abordar o tema de um Ágape, muito especial - o chamado Ágape Branco. É neste que podem estar reunidos os maçons de Loja com as suas próprias famílias e até com profanos amigos; pode julgar-se um momento de considerável importância pois permite que pessoas que nos são queridas possam presenciar e partilhar da nossa convivência e testemunhar como estão bem vivos os sentimentos basilares da nossa Augusta Ordem.

Em conclusão, como sentimento próprio e resultado da pesquisa efectuada, julgo o Ágape uma ocasião de extrema importância, onde todos os Maçons se podem exprimir, trocar ideias, ouvir explicações, enfim,> sentindo-se como um prolongamento natural e necessário da sessão de Loja.

Por tudo isto diria que todos os Irmãos devem usufruir sempre deste momento para cultivar uma das mais belas virtudes - a fraternidade.

O Aprendiz em loja: Ver, Ouvir e Calar: Por quê? O tema deste trabalho faz lembrar um dos momentos mais marcantes da Iniciação, o Juramento,

quando o Neófito declara: “Eu (diz seu nome) juro e prometo, de minha livre vontade, pela minha honra e minha fé, em presença do Supremo Arquiteto do Universo, que é Deus, e perante esta assembléia de Maçons, solene e sinceramente, nunca revelar quaisquer dos mistérios da Maçonaria, que me vão ser confiados, se não a um bom e legítimo Ir∴, ou em Loja regularmente constituída; nunca os escrever, gravar, traçar, imprimir ou empregar outros meios pelos quais possa divulgá-los... Se violar este juramento, seja-me arrancada a língua, o pescoço cortado e meu corpo enterrado nas areias do mar, onde o fluxo e refluxo das ondas me mergulhem em perpétuo esquecimento, sendo declarado sacrílego para com Deus, e desonrado para com os homens. Amém!”

Eis a grande questão imposta ao Iniciado, que acostumado no mundo profano a expressar suas opiniões, a mudar de idéia de forma volátil, a agir impensadamente, com certeza haverá, a partir da Iniciação, de se surpreender porque, como primeiro passo para o seu desenvolvimento em busca do aprimoramento, deverá limitar-se a Ver, Ouvir e Calar.

É a lei iniciática do silêncio. Faz parte de normas que deverão ser fielmente observadas. O sigilo, o segredo e o silêncio, existiram sempre inseparáveis nos antigos mistérios, como em todos os sistemas de cultos. Achava Aristóteles, que as coisas mais difíceis de serem realizadas eram: primeiro, guardar um

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segredo e segundo, manter o silêncio. Por isso, o silêncio e os segredos foram exaltados em todas as escolas iniciáticas, como eterno dever do homem.

Ao Aprendiz estão reservadas as tarefas de:

- Submissão consciente à hierarquia da Loja e da Ordem, a prática de uma disciplina racional, trabalhar em conformidade com um critério, fazê-lo de forma síncrona com seus demais irmãos.

- Estudar, meditar, investigar, perguntar e, acima de tudo, ser discreto e silencioso.

O silêncio imposto ao Aprendiz não é mais como no início para acostumá-lo a guardar invioláveis os segredos da Maçonaria Operativa. Hoje, a intenção é acostumá-lo a pensar como Maçon, ou seja, para que se esforce em controlar e melhor ordenar seus pensamentos, a desenvolver seus atos e atividades sempre com calma e reflexão, agir com justiça, moderação e imparcialidade, harmonizando a si e a seu próximo.

À medida que vai se ambientando na Ordem, o Aprendiz se aperceberá que a verdade não está nas palavras com que envolvemos nossos conceitos e as nossas idéias, mas reside na essência das coisas e dos seres. Só o silêncio pode permitir-lhe ouvir a voz sutil das essências.

O Aprendiz deve ser levado a adquirir paulatinamente a auto-crítica de suas capacidades para que não caia nem na subestimação e nem na superestimação. Porque somente conhecendo do que é capaz, qual é seu potencial, quais são suas limitações, quando conhece tudo isso, pode então agir sem se desmedir, sem se lastimar nem se frustrar.

A calma que impõe a si mesmo faz calar suas impulsividades. Aprendendo a pensar e meditar antes de falar, pode amadurecer uma decisão entes de pô-la em execução.

O Aprendiz deve ser um ser silencioso, acústico, que no silêncio e na meditação aprende a manejar a interpretação do que o Templo, o Ritual e a Ação da Ordem lhe permitem de modo expresso ou tácito, dentro dos Símbolos ou das Cerimônias.

Saber calar não é menos importante do que saber falar, e esta última arte não podemos aprendê-la à

perfeição antes de nos termos adestrado na primeira, retificando por meio do Esquadro da reflexão todas as nossas expressões verbais instintivas.

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Os trechos reproduzidos acima são uma rica contribuição ao tema deste trabalho, recolhidos das obras de seus ilustres autores e ordenados de forma a relembrar aos IIr∴

esse tema tão importante para a Ordem Maçônica e, para finalizar, vale ainda reproduzir alguns conselhos de Henri Durville selecionados da obra de Nicola Aslan:

“Cala e permaneça calmo. Aprenderás assim a melhor conhecer os homens ao ouvir suas conversas e ao estudar seus gestos, e lá, como em outra coisa, este novo conhecimento há de trazer-te uma nova felicidade. Sentirás novas aplicações à Lei de Harmonia, e a serenidade do teu espírito e a paz do teu coração hão de completar tua saúde física. Segue o caminho do silêncio que é dos Sábios. A calma exterior que te aconselho terá como resultado dar-te a calma interior e, nesta beatitude nova, poderás meditar, esperar a iluminação do Espírito. A tua alma apaziguada conhece a calma absoluta depois da tormenta, escuta e cala. O teu silêncio impõe; a tua calma coloca-te acima das agitações dos outros homens. Os efêmeros objetivos de sua louca atividade te aparecerão logo em toda a sua vaidade. Recolhe-te; aprende a isolar-te dos “ruídos” exteriores. A harmonia das esferas superiores penetra-te. Irás finalmente saborear a doçura infinita provindo do desapego. Entra, novo Iniciado, no Templo aberto diante de ti. Compreenderás o significado da estátua da grande Ísis que medita, um dedo sobre os lábios” ...

Bibliografia

Aslan, Nicola – Comentários ao Ritual de Aprendiz – Volume III – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. - 1ª Edição – novembro 1995

Neves, Carvalho – Instruções para Loja de Aprendiz – Cadernos de Estudos Maçônicos – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – 2ª Edição

Oliveira, Walter Dias de – A Maçonaria e seus Conceitos – 1ª Edição – 1999

Apostila do VI Encontro Regional de Aprendizes e Companheiros – ERAC – Região ABCD de 23/Novembro/1996.

Ritual – Rito Escocês Antigo e Aceito – 1º Grau – Aprendiz – 2001

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Todo maçom deve usar na reunião a insígnia chamada avental, e é somente

quando o usa que está, na linguagem maçônica, “convenientemente vestido”. Pode ostentar também as condecorações e jóias distintivas de seu cargo ou do grau a que pertence, mas sem avental não pode entrar na Loja. Só se excetua o candidato à iniciação, que, como ainda não é maçom, não pode usar tal insígnia. Há certos graus superiores em que não se usa o avental, mas é porque foi substituído por outra insígnia e se ultrapassou a sua necessidade.

Algumas Lojas existem em que os Irmãos põem e tiram os seus aventais no templo, mas isso nunca deveria ser permitido.

A necessidade de que os maçons estejam convenientemente vestidos envolve uma interessante sugestão dos antigos Mistérios, e também explica porque é o avental a prenda essencial da vestimenta maçônica, com as citadas exceções. O nosso avental moderno se desviou um tanto da

forma que teve no antigo Egito, e sem dúvida se modificou quando as perseguições eclesiásticas obrigaram a união dos maçons especulativos com os práticos, O antigo avental egípcio, era triangular, com a cúspide para cima, e seus adornos diferiam, em vários aspectos, dos que agora se usam. Mas a mudança mais importante consiste em que hoje predomina a idéia de que o avental em si é tudo, e que a faixa cingida ao redor do corpo só serve para melhor segurá-lo.

Antigamente, o cinto do avental era a sua característica mais importante e algo mais que um símbolo, pois estava intensamente magnetizado e disposto de modo que encerrasse em si um disco de matéria etérica, para separar a parte sutil do corpo físico da parte densa, e isolar inteiramente desta última as formidáveis forças atualizadas pelo cerimonial maçônico.

Diz o Irmão Wilmshurst em sua obra The Meaning oI Masonry, pág. 21: A Maçonaria é um sistema sacramental que, como todo sacramento, tem um

aspecto externo e visível, consistente de seu cerimonial, de suas doutrinas e símbolos, que se podem ver e ouvir, e um aspecto interno, mental e espiritual, oculto sob as cerimônias, doutrinas e símbolos, que só aproveita ao maçom capaz de se valer da imaginação espiritual e de descobrir a realidade existente atrás do véu do símbolo externo.

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Recorda-nos este autor que o Apr.’. leva o avental com a ponta levantada, de sorte que forma uma figura de cinco pontas, símbolo do homem quíntuplo. O triângulo formado pela ponta — diz ele — está sobre o quadrado, e significa que naquela etapa a alma adeja sobre o corpo, mas dificilmente se pode dizer que opera através dele. No grau seguinte a ponta está caída, mostrando que a alma está dentro do corpo e atua através dele.

Ele também nos diz que a pele de cordeiro é acima de tudo o símbolo da pureza, porém que igualmente significa a brancura da alma não evoluída, ou em Teosofia o chamado corpo causal. Como alguns de nós sabem, no decurso da evolução se mostra nesse corpo causal uma grande quantidade de gloriosos coloridos à proporção que nele se despertam novas vibrações.

Continua explicando o Irmão Wilmshurst que a côr azul pálida das rosetas do avental e o forro e debruns azuis com borlas de prata do avental do M.’. indicam que nesta etapa o azul do céu começa a tingir a brancura, e que, por formosa que seja a inocência, deve ser substituída até certo ponto pelo conhecimento, e quando se alcança os graus superiores, é mais viva e formosa a coloração. Acrescenta o referido autor que de cima para baixo fluem duas linhas de força ou influência espi-ritual, que em seu extremo inferior divergem em sete linhas significativas das sete cores do espetro solar, cujo verdadeiro simbolismo é o das sete modalidades de vida.

Segundo a Enciclopédia de Mackey, o avental é o mesmo nos três graus da Maçonaria Azul, sendo feito de pele branca de cordeiro,

debruada de azul. A Comaçonaria segue o costume dominante na Grande Loja

da Inglaterra, com a diferença de que o debrum e as rosetas são de azul mais intenso, com estreito rebordo carmezim, e as bordas são douradas em vez de prateadas, e suas sete linhas simbolizam os sete raios de vida e os sete graus de matéria.

O avental é o adorno ou a insígnia do maçom, é o Símbolo do Trabalho, o avental do aprendiz tem a forma de um polígono de 5 lados, ou seja um retângulo encimado por uma parte triangular chamada abeta.

O triângulo simboliza o espírito do homem e o retângulo representa a matéria ou corpo, o polígono representa o trabalho material iniciado pelo Apr.’. ao pretender desbastar a Pedra Bruta.

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CALENDÁRIO MAÇÔNICO

O calendário surgiu da necessidade que os homens tinham em marcar o tempo. Foi através da observação dos fenômenos naturais que apareceram os primeiros calendários, primeiramente eram lunares, por serem as lunações mais curtas, mais fácies de observar e de estudar do que os ciclos solares.

Estabelecer um calendário é organizar o tempo da mesma maneira que se constroem diques para regular o curso de um rio, é possuir um meio de marcar as etapas da própria evolução humana, exterior e interior, e de celebrar numa data fixa, tudo aquilo que faz lembrar as relações do homem com os deuses, com o cosmos. Ao contemplarmos um calendário evocamos o perpétuo reinício.

Alguns tipos de calendários: o calendário egípcio tem um ano de 365 dias dividido em 12 meses de 30 dias e mais 5 dias adicionais. Esse calendário convém ao país que não tem a primavera, os meses são então agrupados de quatro em quatro, com três estações: inundação, inverno, verão; o calendário dos hebreus é lunar, ele imitava o dos fenícios; no período bíblico o calendário utilizado era o solar. Sabemos através do Livro dos Reis (I Reis, 4, 7 ) que Salomão tinha sob suas ordens doze oficiais, sendo que cada um deles devia prestar um mês de serviço. Se o calendário solar já estava sendo utilizado antes do exílio, isto significa que os hebreus se familiarizaram durante o cativeiro com o calendário luni-solar, segundo o qual os meses dependiam dos movimentos da Lua e o ano era regido, com suas etapas, pelo Sol.

A Maçonaria adota o calendário Hebraico e Gregoriano. O Calendário Hebraico data de antes de Moisés. O ano era lunar e constava de 12 meses de 30 e 29 dias

alternadamente e acrescentava-se um mês suplementar (Veadar), para corrigir a diferença de 11 dias entre o ano lunar e o solar. O ano tem início no mês de Tisri, pela Lua Nova seguinte ao equinócio de setembro.

São os seguintes os meses hebraicos e seus correspondentes ao calendário gregoriano: Janeiro – Schevat Julho – Ab Fevereiro – Adar Agosto - Eliul Março – Nissan Setembro - Tishir Abril – Ajar Outubro - Heshvan Maio – Sivan Novembro - Kislev Junho – Thamuz Dezembro – Theved

No Grande Oriente da França, pelo Calendário Gregoriano, o ano maçônico inicia no primeiro dia do mês

de março. Os meses e os dias são designados em ordem numérica, e se ajunta 4000 ao numero do ano, por se supor ser a época da Criação, segundo o Gênesis. Exemplo 15 de março de 2003 no calendário adotado pelos maçons do Rito Moderno será o 15 dia do 1º mês do ano de 6003, da V∴L∴(Verdadeira Luz).

A grande maioria das Obediências utiliza-se do calendário gregoriano usando como abreviatura, E∴V∴ (Era Vulgar). Assim no exemplo acima ficaria: 15 de março de 2003, E∴V∴ e 15 de março de 6003,V∴L∴.

BIBLIOGRAFIA

Baseado no Livro “O Mestre Maçom” de Manoel Gomes

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O COBRIDOR

Introdução

O tema Cobridor se revelou bastante desafiador, uma vez que pouco há escrito sobre o tema, tanto nos livros, como em artigos e sites da Internet.

Entretanto, mostra-se uma função de extrema importância no desenvolvimento dos trabalhos em Loja.

Para fins deste estudo, dividiremos a análise do significado e atribuições do Cobridor, resumidamente, em dois planos:

1. Atribuições legais e aspectos práticos; e

2. Simbolismo do cargo.

Atribuições Legais e Aspectos Práticos

O Regulamento Geral da Federação – Grande Oriente do Brasil, estabelece as atribuições legais dos Cobridores Interno e Externo, a saber:

“Do Cobridor Interno

Art. 107 - Compete ao Cobridor Interno:

I - guardar a entrada do Templo, zelando pela plena segurança dos trabalhos da Loja;

II - não consentir a entrada ou saída de Obreiros sem a devida autorização;

III - verificar se os Obreiros que desejarem entrar no Templo, após o início dos trabalhos, estão trajados regularmente e encaminhá-los consoante determina o respectivo Ritual.

Do Cobridor Externo

Art. 108 - Ao Cobridor Externo compete:

I - fazer observar o mais rigoroso silêncio nas cercanias do Templo;

II - não permitir que sejam ouvidos, externamente, por quem quer que seja, os trabalhos realizados em Loja;

III - certificar-se quanto à regularidade de visitantes.”

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Em outras palavras, o Cobridor é o “guardião” do Templo, que zela pela sua incolumidade, pelo sigilo dos trabalhos, pela segurança na entrada do Templo, pela identificação das pessoas que a ele se dirigem, pela fiscalização da indumentária dos obreiros, reportando-se sempre ao Ir.: 1º Vig.:, o qual transmite as informações ao V.: M.:.

Vale lembrar que durante as sessões, quando não houver Cobridor Externo, o cobridor interno fará suas vezes. Isso é o que se depreende da análise do Ritual do 1º Grau do REAA, o qual, após o Ir.: 1º Vig.: determinar ao Ir.: Cobr.: verificar se o Templo está coberto, assim determina:

“se houver Cobr.: Ext.:, o Cobr.: Int.: dará as pancadas do Grau (com o cabo da espada) na porta pelo lado de dentro e o Cobr.: Ext.:, após fazer a verificação, dará as pancadas do Grau na porta pelo lado de fora. Se houver somente Cobr.: Int.:, o mesmo sairá do Templo, fará a verificação, baterá na porta pelo lado de dentro e dirá:

- Ir.: 1º Vig.:, o Templo está coberto.”

Outro ponto importante a destacar quanto às normas de comportamento ritualístico e litúrgico foi destacado pelo Ir.: Sidney Riesco Marculino, em alentado trabalho publicado na revista Colunas Voz do Dia, ano XIII, nº 64 de 2003, p. 8 e 9, que assim ensina:

...Independentemente do grau em que a Loja estiver trabalhando, o Obr.: que chegar atrasado a Ses.: deverá dar somente três pancadas na porta (bateria do Grau de Apr.:) e não as baterias de outros Graus. Compete ao Cobr.: verificar quem bate, certificando-se de que o Obr.: do Quadro ou visitante, tem Grau simbólico suficiente para assistir a Ses.:.

Se no momento em que o Obr.: bater à porta do Templo, não for possível franquear-lhe o ingresso, o Cobr.: dará as mesmas três pancadas do Grau, na parte interna da porta. Isso significa que o retardatário deverá aguardar o momento propício para entrar.”

Em nosso modesto entendimento, dependendo do assunto que estiver sendo tratado, dependendo do momento em que se encontre a ritualística da sessão, e dependendo também de quem esteja fazendo uso da palavra, como por exemplo, o V.: M.:, seria inadequado o Cobr.: levantar-se somente para responder às pancadas na porta do Templo, sem abrí-la, uma vez que atrapalharia o curso dos trabalhos e poderia eventualmente tumultuar desnecessariamente a Sessão, pois é certo que o Ir.: que bateu à porta do Templo deverá aguardar resposta, demore quanto tempo demorar, e o Cobr.:, já gozando de certa experiência, deverá saber o momento oportuno para anunciar a batida à porta e fazer entrar o Ir.: que chegou intempestivamente. Essa a única ressalva ao importante ensinamento prático do Ir.: Sidney.

Simbolismo do Cargo

O Cobr.: é um dos Oficiais que compõem a Estrela Hexagonal, composta por um triângulo de ápice superior e outro de ápice inferior, ambos eqüiláteros e sobrepostos, também presente no painel do grau de Companheiro Maçom, a qual serve para simbolizar os dirigentes de uma Loja maçônica composta, de acordo com as suas atribuições, ligadas à espiritualidade, ou à materialidade.

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Assim, no triângulo de ápice superior, o ângulo superior é representando pelo Venerável Mestre, enquanto os outros dois são representados pelos Vigilantes, já que essas três Dignidades (ou três Luzes da Oficina) são responsáveis pela orientação espiritual dos obreiros, formando o Triângulo da Espiritualidade (tomada, aí, como o conjunto das qualidades espirituais do homem: mentais, ou intelectuais).

Já no triângulo de ápice inferior, o ângulo inferior é representado pelo Cobridor, ou Telhador, enquanto os dois outros ângulos são representados, respectivamente, pelo Orador e pelo Secretário, pois, competindo-lhe a orientação material da Loja (o Orador, selando pelo cumprimento das leis, o Secretário, como responsável pelas atas e expediente da Loja, e o Cobridor, zelando pela segurança do templo), eles formam o Triângulo da Materialidade.

Por essa peculiar representação de Dignidades e de um Oficial da Loja, a Estrela Hexagonal gerou a mais correta maneira de circulação, nos ritos que os possuem, do Tronco de Beneficência e do Saco de Propostas e Informações, quando o oficial circulante atende, inicialmente, ao Venerável Mestre e aos Vigilantes, formando o triângulo da espiritualidade, e, depois, ao Orador, ao Secretário e ao Cobridor, formando o triângulo da materialidade e completando a estrela, para, finalmente, atender às demais autoridades do Or.:, aos Mestres da Coluna do 2º Vigilante, aos Mestres da Coluna do 1º Vigilante, aos Companheiros e aos Aprendizes, nessa ordem. A circulação, feita dessa forma, satisfaz ao simbolismo dos cargos e respeita a hierarquia do quadro de obreiros.

Nota

A palavra Cobridor pode também ser encontrada na literatura maçônica como sinônimo de manual ou rito. Exemplo: Manual Maçônico ou Cobridor do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Bibliografia

Regulamento Geral do Grande Oriente do Brasil.

Ritual do 1º Grau do REAA.

Revista Colunas Voz do Dia, Ano XIII – 1982/2003 – nº 64.

CASTELLANI, José. "Origens Históricas e Místicas do Templo Maçônico". São Paulo, Editora Gazeta Maçônica - 1991.

CASTELLANI, José .“Consultório Maçônico”, vol VII. São Paulo, Editora A Trolha – 2000.

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O CÓDIGO MAÇÔNICO

1º - Adora o Grande Arquiteto Do Universo.

2º - O verdadeiro culto que se pode tributar ao Grande Arquiteto consiste nas boas obras.

3º - Tem sempre a tua alma em estado de pureza, para que possas aparecer de um momento para outro perante o Grande Arquiteto.

4º - Não sejas fácil em te encolerizar; a ira é sinal de fraqueza.

5º - Escuta sempre a voz de tua consciência.

6º - Detesta a avareza, porque, quem ama demasiado as riquezas, nenhum fruto tirará delas, consistindo isso egoísmo.

7º - Na senda da honra e da justiça está a vida; o caminho extraviado conduz à morte espiritual.

8º - Faz o bem pelo próprio bem.

9º - Evita as questões, previne os insultos e procura sempre ter a razão do teu lado.

10º - Não te envergonhes do teu Destino, pensa que este não te desonra nem te degrada; o modo como desempenhas a tua missão é que te enaltece ou te amesquinha perante os homens.

11º - Lê e medita, observa e imita o que for bom; reflexiona e trabalha; ocupa-te do bem-estar dos teus irmãos e trabalharás para ti.

12º - Contenta-se com tudo e com todos.

13º - Não julgues superficialmente as ações de teus Irmãos e não censures aereamente. O julgamento pertence ao Grande Arquiteto do Universo, porque só Ele pode sondar o coração das criaturas.

14º - Sê, entre os profanos fracos, sem rudeza, superior sem orgulho; humilde sem baixeza; e, entre Irmãos, firme sem obstinação, severo sem inflexibilidade e submisso sem servilismo.

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15º - Justo e valoroso, defende o oprimido e protege a inocência, não exaltando jamais os serviços prestados.

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16º - Exato observador dos homens e das cousas, atende unicamente ao mérito pessoal de cada um, seja qual for a camada social, posição e fortuna a que pertence.

17º - Se o Grande Arquiteto te der um filho, agradece, mas cuida sempre do depósito que te confiou. Sê, para essa criança, a imagem da Providência. Faz com que até aos 12 anos tenha temor a ti; até aos 20 te ame e até a morte te respeite. Até aos 12 anos sê o seu mestre; até aos 20 seu pai espiritual e até a morte seu amigo. Pensa mais em dar-lhe bons princípios do que belas maneiras; que te deve retidão esclarecida e não frívola elegância. Esforça-te para que seja um homem honesto, avesso a qualquer astúcia.

18º - Ama o teu próximo como a ti mesmo.

19º - Não faça o mal, embora não espere o bem.

20º - Estima os bons, ama os fracos, atende aos maus e não ofendas a ninguém.

21º - Sê o amparo dos aflitos; cada lamento que tua dureza provocar, são outras tantas maldições que cairão sobre a tua cabeça.

22º - Com o faminto, reparte o teu pão; aos pobres e forasteiros dá hospitalidade.

23º - Dá de vestir aos nus, mesmo com prejuízo do teu conforto.

24º - Respeita o peregrino nacional ou estrangeiro e auxilie sempre.

25º - Não lisonjeies nunca teu Irmão, isso corresponde a uma traição; se te lisonjearem receia que te corrompam.

26º - Respeita a mulher, não abuse jamais de sua debilidade; defende-lhe a inocência e a honra.

27º - Fala modernamente com os pequenos, prudentemente com os grandes; sinceramente com os teus iguais e teus amigos; docemente com os que sofrem, mas sempre de acordo com a tua consciência e princípios de sã moral.

28º - O coração dos justos está onde se pratique a virtude, e o dos tolos, onde festeja a vaidade.

29º - Não prometas nunca sem a intenção de cumprir; ninguém é obrigado a prometer, mas prometendo é responsável.

30º - Dá sempre com satisfação, porque mais vale uma negativa delicada do que uma esmola que humilhe.

31º - Suporte tudo com a resignação e tem sempre confiança no futuro.

32º - Faz do teu corpo um Templo, do teu coração um Altar e do teu espírito um apóstolo do Amor, da Verdade e da Justiça.

33º - Concentra, ao menos uma vez por dia, todas as vibrações da tua alma, no sentido de estares em contato com o Grande Arquiteto do Universo.

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O COMPORTAMENTO DO MAÇOM

Um dos requisitos para que alguém possa ser iniciado na Maçonaria é "... ser livre e de bons costumes". Livre, é aquele que dispõe de si mesmo, que não está sujeito a nenhum senhor de forma servil; livre é o homem ilimitado, desembaraçado, mas que acima de tudo, sabe que a sua liberdade termina onde a do outro começa.

Um maçom deve aprender a delimitar suas fronteiras, sem contudo deixar de expandi-

las. Para isso, deve aliar à sua capacidade de ser livre, os bons costumes da moral elevada, práticas altruístas para com o G:. A:. D:. U:. (como quer que você o conceba...), a família, a sociedade, o próximo e para consigo mesmo, sendo um exemplo a ser seguido.

Atingir este equilíbrio, não é uma tarefa simples, e portanto deve ser buscada a

qualquer momento do dia ou da noite. Um fator decisivo para o sucesso é o uso da ética na busca do aperfeiçoamento intelectual, material e social. Sem ética, é impossível elevar a moral e por conseqüência, impossível evoluir.

Uma das formas do maçom definir sua conduta, é na sua relação com o G:. A:. D:. U:.!

Sendo Ele um ser superior, cabe ao maçom dentro da sua fé, respeitar a fé dos IIr:. ou profanos que do ponto de vista religioso não concordem com ele.

Em relação à humanidade, o maçom deve contribuir para a melhoria dos fatores de

desenvolvimento e a conseqüente utilização por todos os homens. Dentro de uma sociedade, o maçom deve dar o seu exemplo, para distinguir indivíduo de pessoa, e se possível, ter a consciência de cidadania, respeitando a ordem e as leis do país.

Com a família, as atitudes do maçom devem ir além do conceito profano, visto que

aqui, família não se restringe apenas aos parentes. Nesta família que foi citada, está inclusa uma família muito maior, que é a família maçônica.

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O desenvolvimento da "fraternidade" deve ser cultivado, a ponto de que estes ensinamentos e convicções possam fazer lugar à família individual de cada um, fazendo do homem um marido melhor, das mulheres melhores esposas e dos filhos, os bons adultos de amanhã.

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Mas a atitude do maçom não se encerra aí! O maçom deve ter na sua conduta os princípios básicos da tolerância, da filantropia e da solidariedade, quer para com o próximo, quer para consigo mesmo. Aqui se encerram os conceitos da paz, do amor, do perdão e do respeito.

Para finalizar, o maçom é entre tantas coisas, um combatente da ignorância e do erro.

Para tanto, precisa estar sempre atento e vigilante, pronto a investigar tudo que está ao redor na busca da verdade. Esta investigação deve ser feita à luz da razão, sem deixar que superstições ou paixões o induza ao caminho errado. Neste combate, o maçom deve demonstrar sua constante busca do prevalecimento do espírito sobre a matéria, sendo sempre um livre pensador, dono de suas ações e dos seus atos.

Que o G:. A:. D:. U:. ilumine a todos com sua luz, deixando aparecer o interior de cada um, a fim de que a verdadeira imortalidade possa ser alcançada e vivenciada!

Autor: Vitor H. Pires .'.

Delta Luminoso e os Triângulos No Oriente de nossas lojas, entre os símbolos do Sol e da Lua, no meridiano e por

cima do trono do Venerável, brilha o Delta Luminoso com o Olho Divino no centro, olho

que nunca dorme, sempre vigilante, que tudo vê e portanto tudo conhece.

É o símbolo do Poder Supremo e do Primeiro Princípio, a Onisciência, que é a suprema realidade; o Delta Luminoso tudo vê, é o saber de Deus.

E o Sol e a Lua são as luminárias que derramam sua luzes sobre a Terra. Desenhado graficamente, o Delta Luminoso é um triângulo equilátero, a figura mais perfeita

formada por linhas retas, representa então, a Perfeição, a Harmonia e a Sabedoria, O triângulo representa um ser abstrato, aquilo que existe necessariamente e não pode deixar de existir em geometria, uma linha não pode representar um corpo: duas linhas também não constituem uma figura perfeita, mas três linhas formam pela primeira vez uma figura regularmente perfeita, razão pela qual foi adotada pelos povos mais antigos para representar o Eterno, o infinitamente Perfeito, o Primeiro Ser, a Primeira Perfeição.

Logicamente existem muitas figuras perfeitas e logo depois de três linhas podemos ter o quadrado perfeito, com seus quatro lados iguais e quatro ângulos de noventa graus, mas esta já

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seria a segunda perfeição. Nas lojas , os lugares dos principais oficiais tem forma triangular; as três Luzes têm a

mesma configuração. O triângulo equilátero é uma das formas mais constantes do simbolismo maçônico. Os cristãos modernos empregam essa mesma figura para representar a Trindade.

Os seus lados constituem um ternário, que desde a mais remota antiguidade tem caráter sagrado. O ternário, dos estudos dos números ,tem por emblema essencial o Delta Luminoso. No centro do Delta Luminoso, está o olho da inteligência ou do principio consciente. E o emblema da clarividência mais elevada, cuja visão o Mestre sempre possuía. Na Índia chama-se o Olho de Shiva.

Os egípcios representavam Osiris com o símbolo de um olho aberto e desenhavam esse hieróglifo em todos os seus Templos. Entre os hebreus é encontrado repetidamente; o Salmo 36.15 diz “Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor, e em Provérbio 15.3 “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons”.

O Olho governa o Sol e a Lua, os cometas e as estrelas, e igualmente o coração do homem. O homem

nunca poderia evadir-se desse vigilante, seja qual for o lugar em que se encontre sobre a Terra, assim como nunca

poderá estar fora da visão e da divindade de Seu sistemas de leis. Os lados dos triângulos do Delta Luminoso

significam, na religião Trimourti da Índia, Criação ( Brahma), Conservação (Vischnou) e Destruição ( Shiva ); na

religião cristã, Pai, Filho e Espírito Santo; o Deita Luminoso evoca a idéia da Divina Trindade. Tem o significado dos

três remos da natureza, Passado, Presente e Futuro. Tem também o significado de Amor, Beleza e Justiça. Lembra

sempre os aspectos da perfeição.

Delta Luminoso, com o seu triângulo e o Olho que tudo vê, formam um só símbolo, imutável, isto é, é o mesmo símbolo de séculos atrás. Os cristãos modernos empregam essa mesma figura para representar a Trindade. Os maçons Operativos adotaram o Triângulo como símbolo da Santa Trindade, e esta compreensão permaneceu entre os Maçons especulativos.

Deita Luminoso quando rodeado por raios que emanam de um sol como que colocado em seu centro, raios esses que envolvem o Deita Luminoso, temos a figura que representa a Luz Divina.

A Ciência atual, a Física Moderna trata a matéria como feixes de luz, isto é, de fótons ou partículas luminosas o que dá razão aos Livros Sagrados de muitos povos, em especial a Bíblia que em Gênesis afirma ter Deus criado a Luz no primeiro dia e o Sol no quatro dia. O Delta Lumi-noso representa a Verdadeira Luz.

O Triângulo está representado pelo frontão do Templo, sustentado pelas três colunas. Os triângulos podem ser divididos em duas grandes famílias: os isósceles e os escalenos. O tri-ângulo equilátero, cujos três lados são iguais, é um triângulo isósceles.

Segundo Plutarco, Xenócrates comparava a divindade a um triângulo equilátero. Era mesmo que torná-la, com razão, perfeitamente igual em todas as suas perfeições, enquanto que os gênios eram comparados apenas ao triângulo isósceles, que só têm dois de seus lados iguais e, por consequência, carece de alguma perfeição. Enfim, os homens comuns eram simbolizados

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pelo triângulo escaleno, que têm todos os lados desiguais, triângulo equilátero, muitas vezes, simboliza a trindade divina no catolicismo. “O triângulo, por seus três lados e seus ângulos iguais, é um símbolo muito expressivo. Vemo-lo como um ninho na cabeça de Deus ou entre suas mãos: desde o século XVII, que abusou singularmente desse triângulo, e é dentro dele que se inscreve o nome de Jeová em hebraico ou o olho de Deus que tudo vê.

O Delta Luminoso maçônico, localizado no Oriente, atrás e acima do Venerável, costuma apresentar em seu centro o Olho Divino ou então o tetragrama sagrado I E V E, em letras hebraicas IOD, HE, VAU, o nome do Grande Arquiteto do Universo, cuja pronúncia era reservada

ao sumo sacerdote, entre os hebreus, uma única vez por ano e cuja verdadeira pronúncia se

perdeu. O triângulo evoca a idéia da Trindade e esta não é uma concepção própria apenas nas religiões cristãs.

A Trindade encontra-se:

Na Trimurti hindu , Brahma (criador); Vischu (conservador); Shiva (destruidor). No Egito a tríade osiriana: Osiris, Isis e Horus.

Poderíamos multiplicar os exemplos das “trindades” na maioria das religiões. Na Maçonaria, os três lados do triângulo muitas vezes são traduzidas pela fórmula: bem pensar; bem dizer; bem fazer; ou pela divisa Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

“Os três pontos do triângulo, significam passado, presente e futuro; o triângulo inteiro, Eternidade ou Deus

Eterno. Os três ângulos significam ainda sal, enxofre e mercúrio princípios da obra de Deus. Os três ângulos

representam também os três remos da Natureza e as três fases da revolução perpétua: nascimento, vida e morte.

Em suma, o triângulo é o emblema da Divindade”.

BIBLIOGRAFIA

Aslan, Nicola – Comentários ao Ritual de Aprendiz – Volume III – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. - 1ª Edição – novembro 1995

Neves, Carvalho – Instruções para Loja de Aprendiz – Cadernos de Estudos Maçônicos – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – 2ª Edição

Oliveira, Walter Dias de – A Maçonaria e seus Conceitos – 1ª Edição – 1999

Apostila do VI Encontro Regional de Aprendizes e Companheiros – ERAC – Região ABCD de 23/Novembro/1996.

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Comemora-se o dia 20 de agosto como o dia do Maçom.

Indaga-se o seguinte: Qual a razão de se ter escolhido o dia 20 de agosto como o dia do

“Maçom Brasileiro”.

Para o deslinde da matéria necessário se faz voltar á história do Brasil, mais

precisamente no ano de 1822, nos meses que antecederam a proclamação da

Independência.

Como é de conhecimento público, a Maçonaria brasileira, naquela época teve papel

destacado em prol da proclamação da independência, tendo admitido em seus quadros o

príncipe D. Pedro I, que entrou na Maçonaria no dia 13 do 5º mês Maçônico, ou seja, em 13

de julho de 1822, tendo o mesmo recebido ensinamentos Maçônicos e sido influenciado para

proclamar a independência do Brasil de Portugual, principalmente pelos Maçons José

Bonifácio de Andrade e Silva e Gonçalves Ledo.

Tenório de Albuquerque no seu livro “A Maçonaria e a Grandeza do Brasil” ano 1º, ata

do dia 20 do 6º mês Maçônico de 1822 que “tendo sido convocados os Maçons membros das

três Lojas Metropolitanas, para uma sessão extraordinária, foi a mesma presidida pelo

primeiro Grande Vigilante, Joaquim Gonçalves Ledo, tendo o mesmo proferido do sólio em

veemente discurso, demonstrando, com sólidas razões que as circunstâncias políticas da

pátria, do rico, fértil e poderoso Brasil, demandavam e exigiam imperiosamente que a sua

categoria fosse inabalavelmente firmada com a proclamação da independência.

“Explicou o mesmo o Grande Vigilante Joaquim Gonçalves Ledo a necessidade de ser a

sua moção discutida, para que aqueles que pudessem ter receio de que fossem convencidos,

pelos debates, de que a proclamação da independência era a âncora da salvação do Brasil.

Em consequência do que, dando a palavra a quem quisesse especificar seus sentimentos,

falaram vários membros e todos aprovaram a moção reconhecendo a necessidade imperiosa

de se fazer a Independência do Brasil”.

Vários outros historiadores de méritos se referem a data de 20 de agosto de

1822, data da memorável sessão realizada pela Maçonaria, como a data da efetiva

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proclamação da independência do Brasil, sendo que o Grito do Ipiranga em 7 de

Setembro foi tão somente a ratificação do ato público do que havia sido decidido

pela Maçonaria, sendo que é bom não esquecer que nesta época D. Pedro já

havia sido proclamado Grão-mestre do Grande Oriente do Brasil. O escritor Pandia

Calógeras, no seu livro Formação Histórica do Brasil, página 109 escreve que “a 20

de agosto, o Grande Oriente proclamou, por proposta de Ledo, que era chegado o

tempo da separação definitiva e completa de Portugal”.

No mesmo sentido, o Barão do Rio Branco, segundando Varnhagem diz que de fato a

independência já fora proclamada pela Maçonaria na sessão de 20 de agosto, em Assembléia

Geral do povo Maçônico, reunidas na sede do apostolado as três Lojas Metropolitanas. Deve

salientar-se que 20 de agosto ficou também resolvido pelo Grande Oriente que a data mais

provável para a proclamação da independência seria o dia 12 d outubro, aniversário do

Príncipe Regente. Entretanto, vindo de Santos para São Paulo, 13. Pedro recebeu despachos

do Rio de Janeiro que lhe davam noticias das Ordens intransigentes das Cortes para a sua

volta e do envio de expedições militares.

Gustavo Barroso, autor insuspeito, por tratar-se historiador inimigo e rancoroso da

Maçonaria diz que entre os papéis que foram entregues a D. Pedro pelos portadores Paulo

Bregaro e Antônio Cordeiro, estava uma prancha do Grande Oriente comunicando o que ha-

via ocorrido no dia 20 de agosto na reunião das Três Lojas Maçônicas, Comércio e Artes,

União e Tranquilidade e Esperança de Niterói e aconselhando-o a abreviar a data da

proclamação da Independência.

O príncipe D. Pedro, a cavalo, rodeado dos dragões de sua guarda de Honra,

uniformizados a austríaca e membros da sua comitiva, amarfanhou os papéis, arrancou a

espada, pronunciou as palavras que abriram novos horizontes ao Brasil “Independência ou

Morte”

Era a declaração pública do que já estava resolvida desde o dia 20 de agosto na reunião

da Três Lojas Maçônicas.

Não contasse D. Pedro com o apoio integral da Maçonaria e não teria disposto da

coragem imprescindível para proferir o “Independência ou Morte” em São Paulo.

Fica assim explicada a razão de se ter escolhido o dia 20 de agosto, como o dia do

Maçom, por ser o dia em o povo Maçônico deliberou que a proclamação da independência

teria que ser feita o mais rápido possível ainda no ano de 1822.

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Temos que louvar esta deliberação corajosa dos Maçons brasileiros, que sabiam que

iriam enfrentar uma reação violenta de Portugal.

Com a união, porém, da Maçonaria, do Príncipe Regente D. Pedro e do povo que já

estava maduro para a separação, os portugueses sofreram sérios reveses e em pouco tempo

tiveram que reconhecer o fato consumado da independência do Brasil. Comemoremos, o dia

7 de Setembro, data da Proclamação da República, mas não esqueçamos o dia 20 de agosto,

quando Maçons valorosos, tomaram uma decisão histórica em prol do Brasil.

O ESQUADRO E O COMPASSO

O esquadro e o compasso, separados ou unidos na forma conhecida e usada como

símbolo maçônico, formam dois diferentes ângulos, um móvel e com o vértice voltado para cima ou para o Ocidente.

Nos ritos místicos, esotericamente, o compasso representa o espírito e o esquadro simboliza a matéria. Assim, no Aprendiz, ainda imperfeito, a materialidade suplanta a espiritualidade; no Companheiro, há um equilíbrio entre a espiritualidade e a materialidade; e, finalmente, no Mestre, há o triunfo do espírito sobre a matéria.

Para os ritos teístas, a verdade, simbolizada pelas hastes livres do compasso, é a Verdade Divina, o atributo da mais alta espiritualidade, só reconhecido na divindade, enquanto a verdade simbolizada pelas hastes presas do compasso é a Verdade humana, demonstrada como imperfeita, rústica, instável e subjugada pelos preconceitos.

O ângulo reto, formado pelo esquadro, é o emblema da fixidez, estabilidade e aparente inexorabilidade das Leis Físicas que governam o Reino do Ocidente ou da Matéria. Os dois princípios ou lados que concorrem a defini-lo encontram-se sempre à mesma distância angular de 90 graus, que corresponde à quarta parte da circunferência (que representa a Unidade dentro do ciclo da continuidade) e ao ângulo do quadrado. O esquadro é, pois, outro símbolo da crucificação da qual deve libertar-se retificando e dirigindo para o centro todos seus esforços.

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O ângulo reto é também, o símbolo da luta, dos contrastes e das oposições que reinam no mundo sensível, de todas as desarmonias exteriores, que devem ser enfrentadas e resolvidas na Harmonia que provém do reconhecimento da unidade interior. O compasso é o símbolo deste reconhecimento e desta harmonia, que deve unir-se ao esquadro e dominar o mundo objetivo por meio da compreensão de uma Lei e de uma Realidade Superior. Por intermédio de seu ângulo de 60 graus, no qual está ordinariamente disposto (o ângulo do triângulo equilátero), mostra o ternário superior que deve dominar sobre o quaternário inferior, ou seja, o perfeito domínio do Céu sobre a Terra.

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Dependendo do grau em que a Loja esteja trabalhando, varia a posição do esquadro e do compasso sobre o Livro da Lei: no grau de Aprendiz Maçom, o esquadro é colocado sobre o compasso, com seus ramos ocultando as hastes deste; no de Companheiro, eles os instrumentos estão entrecruzados, com um dos ramos do esquadro ocultando uma haste do compasso, enquanto a outra haste deste cobre o outro ramo daquele; no de Mestre, o compasso é colocado sobre o esquadro, com suas hastes ocultando os ramos deste.

BIBLIOGRAFIA:

-Manual do Aprendiz Franco Maçom Introdução ao estudo da Ordem e da Doutrina Maçônica.

-Do livro "O Rito Moderno: a Liberdade Revelada" Editora A Trolha - 1a. edição: 1991 - 2a. edição: 1997

GADU

O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO É a maçonaria religiosa? É a Maçonaria uma religião?

Sim, é religiosa. Não, não é uma religião. É religiosa

porque reconhece a existência de um único principio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual, a Maçonaria dá o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO - GADU, que é uma entidade espiritualista em contraposição ao materialismo. Não é uma religião porque a Maçonaria é uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si, e nesse esforço, admite em seu seio as pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma distinção.

As considerações aqui não são do ponto de vista do homem profano, posto que como

tal, o maçom já teve respostas a esse questionamento filosófico antes de adentrar os

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portais do Templo Maçônico. Vale agora as considerações sob a ótica do homem maçom, do Iniciado, que afirma solenemente, no dia de sua Iniciação, a crença em Deus e que respondeu “que nas horas difíceis de nossa vida depositamos a nossa confiança em Deus”. A este Ser Supremo, os Maçons denominam de Grande Arquiteto do Universo, e é o símbolo do Construtor do Universo, uma imagem que se harmoniza perfeitamente com o oficio dos construtores e sob cujo nome trabalhavam outrora todos os Maçons.

A nossa concepção de Deus, o Ser Superior, é muito mais ampla do que o do profano,

embora a Ordem mui sabiamente, determine que cada um dos seus membros deva permanecer cultuando a sua fé pessoal.

É muito mais ampla porque deverá estar de acordo com o universalismo e o ecletismo maçônico. A fórmula neutra, Grande Arquiteto do Universo, preenche perfeitamente esse papel.

James Anderson, pastor protestante, nos idos de 1723, ao codificar as

constituições que levam o seu nome, soube captar a essência da Ordem no campo religioso. A religião adotada pela Maçonaria é aquela aceita por todos os homens conforme reza as Constituições de Anderson. Este conceito do ponto de vista técnico não tem consistência, posto que toda Religião se auto denomina a única salvadora, a única que merece ser seguida. Mais deve ser entendida como uma Religião Moral e não uma religião eclesiástica ou institucional. A obediência á lei Moral revelada pelo L .’. da L .’. é uma obrigação do maçom, e, na vida profana, mais do que na vida maçônica, a conduta do maçom deverá refletir o cumprimento desse dever. A mesma convivência estendida a todos os homens faz do maçom um obreiro da paz. Entende-se que a Moral Religiosa se fundamente no cumprimento da vontade de Deus, ou seja , dirigir os atos humanos de acordo com a ordenação universal, e a Moral da Maçonaria é aquela não acorrentada a nenhuma época , é aquela de cada povo, a de cada tempo, a de cada civilização, de cada cultura, assim são os Maçons. O conceito de Anderson deverá ser visto dentro do universalismo maçônico, que aceita todas as Religiões, ao mesmo tempo em que incentiva, determina, que cada um cultive sua Religião particular, e, na prática, sob os umbrais do Templo Maçônico, exercite a convivência pacífica e fraterna de maçons de todas as crenças, desde que consentânea com o ideal maçônico.

A Maçonaria instituição tradicional, filantrópica e progressista, com base na aceitação

do princípio de que todos os homens são irmãos, tem por objetivo a pesquisa da verdade, e o estudo e a prática da moral e da solidariedade. Trabalha para o melhoramento material e moral, assim como para o aperfeiçoamento intelectual e social da humanidade.

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A Maçonaria deseja uma fraternidade redentora e espera que os homens se entendam e sejam solidários, porque a solidariedade existe para servir ao homem, o que significa dizer que cada um de nós depende do próximo e o próximo depende de nós para viver, porque vemos nele a presença de Deus.

A primeira condição para ser admitido na Ordem como membro é a fé no Ser

Supremo. Condição considerada essencial e que não admite contemporalização. Um maçom é obrigado, na sua condição, a obedecer a lei moral e se entende corretamente o oficio nunca será um estúpido ateu nem um libertino irreligioso e nem agiria contra sua consciência. De todos os homens, deve ser o que melhor compreende que Deus enxerga de maneira diferente do homem; pois o homem vê a aparência externa ao passo que Deus vê o coração.

Seja qual for a religião de um homem ou sua forma de adorar, ele não será excluído da

Ordem se acreditar no glorioso Arquiteto do Céu e da Terra e praticar os sagrados deveres da moral.

A fórmula “Grande Arquiteto do Universo” é de origem medieval. O G .’. A.’. D .’. U.’.

não é um Deus particular dos maçons, é o Deus da religião que cada um adota, mas vemos nele o símbolo mais importante da maçonaria.

Bibliografia: Caderno de Estudos Maçônicos - Carvalho Neves. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia - Nicola Aslam. O Conceito de Deus na Maçonaria - Valério Alberton Conceitos e Abreviaturas - Jellis Fernando de Carvalho

O GRÃO DE TRIGO O quarto de reflexões constitui a prova da terra - a primeira das quatro

provas simbólicas dos elementos - e, através de sua analogia, conduz-nos aos Mistérios de Elêusis, nos quais o iniciado era simbolizado pelo grão de trigo atirado e sepultado no solo, para que germinasse abrisse, por seu próprio esforço, um caminho para a luz.

A semente, na qual se encontra em estado latente ou potencial toda a planta, representa muito bem as possibilidades latentes do indivíduo que

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devem ser despertadas e manifestadas à luz do dia, no mundo dos efeitos. Todo ser humano, é, efetivamente, um potencial espiritual ou divino, idêntico ao potencial latente da semente, que deve ser desenvolvido ou reduzido à sua mais plena e perfeita expressão, e este desenvolvimento é comparável, em todos os sentidos, ao desenvolvimento natural e progressivo de uma planta.

Assim como a semente, para poder germinar e produzir a planta, deve ser abandonada ao solo, onde morre como semente, enquanto o germe da futura planta começa a crescer, assim também, o homem, para manifestar as possibilidades espirituais que nele se encontram em estado latente, deve aprender a concentrar-se no silêncio de sua alma, isolando-se de todas as influências externas, morrendo para seus defeitos e imperfeições a fim de que o germe da Nova Vida possa crescer e manifestar-se.

Uma vez que o Germe espiritual, a Divina Semente de nosso ser, é imortal e incorruptível, esta morte - como toda forma de morte, sob um ponto de vista mais profundo - é simplesmente o despojo de uma forma imperfeita e a superação de um estado de imperfeição, que foram no passado um degrau indispensável ao nosso progresso, mas que a atualidade transformaram-se numa limitação e ao mesmo tempo numa necessidade; na oportunidade e na base para um novo passo adiante.

Essa imperfeição ou limitação que deve ser superada - os estreitos limites em que se acha enclausurado nosso pensamento e nosso ser espiritual pelos erros e falsas crenças assimiladas na educação e na vida profana - é o que simboliza a casca da semente, produzida por esta como proteção necessária em seu período de crescimento, e inteiramente análoga à casca mental de nosso próprio caráter e personalidade.

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O MERCÚRIO VITAL A ação e interação entre estas duas tendências opostas, é pois, destinada a

produzir em nós, ativando o estado latente que se encontra dentro de nosso Germe

Espiritual, o mercúrio vital ou princípio da Inteligência e Sabedoria, que

corresponde ao salva da filosofia hindu: o ritmo da natureza, produzido pela lei de

Harmonia e Equilíbrio.

O pensamento em todos seus aspectos, nasce pois, naturalmente no indivíduo,

da ação e relação entre suas tendências ativas e passivas, entre o amor e o ódio, a

atração e a repulsão, a simpatia e a antipatia, o desejo e o temor. Cresce e adquire

sempre maior força, independência e vigor quando lutam entre si o instinto e a

razão, a vontade e a paixão, o entusiasmo e a desilusão. Eleva-se e floresce,

sempre mais livre, claro e luminoso, conforme aprende a seguir seus ideais e

aspirações mais elevadas, e quando estas conseguem sobrepor-se à sua ignorância,

erros e temores, assim como às demais tendências passionais e instintivas.

Em outros termos, o pensamento nasce, cresce, se eleva e sublima,

conseguindo alcançar horizontes sempre mais altos, amplos e iluminados, conforme

predomine na mente e em toda a personalidade o elemento ou vibração sátvica, o

princípio do equilíbrio e da harmonia, que produz a Música das Esferas e engendra

toda a criação e concepção caracterizada por sua genialidade e formosura. Pois este

mercúrio sublimado é o único que pode perceber a Verdadeira Luz, que se torna,

com seu reflexo mental luz criadora, simbolizada pela Vênus Celestial, antiga

divindade da Luz, e portanto da beleza que a acompanha.

O fogo rajásico, aceso no homem, inicialmente pelos desejos e paixões, e

depois pela vontade, o entusiasmo e suas mais nobres aspirações (que constituem

o enxofre em seus diferentes aspectos), agindo sobre a substância tamásica dos

instintos, temores e tendências conservadoras (o sal da reflexão), que constitui a

matéria-prima de nosso caráter, faz fermentar, ferver e sublimar esta massa

heterogênea no crisol da vida individual, produzindo finalmente esse mercúrio

refinado ou elemento sátvico, ou seja a Sabedoria, nascida da transmutação - por

meio da sublimação e refinamento - da ignorância, do erro, do temor e da ilusão.

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O NÚMERO 3

O número três não deriva seu princípio de si próprio, ele inclui referências a uma lei temporal ( presente-passado-futuro ) como no tridente do deus do mar romano, Netuno. A tríade é importante na maçonaria por representar o próprio delta, ou triângulo, que podem constituir a divisa maçônica da liberdade, igualdade e fraternidade. O três é antes de tudo a justiça e o equilíbrio, representados na tese que defende uma idéia, na antítese que é a oposição do contrário e na síntese que harmoniza pontos discordantes. Três anos são a idade do aprendiz de maçom, três são os seus passos ritualísticos e três são os pontos que o maçom apõe ao final de sua assinatura, correspondendo aos três vértices do ternário completo do delta sagrado. A origem do ternário tem seu início a partir do binário que é um abismo de contraditório mas que somado da unidade, que representa a essência una do todo, transforma a dualidade de pares opostos em harmonia. O binário opõe luz às trevas, calor ao frio, bem ao mal, porém o ternário é o equilibrante, intermediário e harmonioso. Três é o número da luz, na sua tríplice concepção: Fogo, chamas e calor. É assim a unidade perfeita, a trilogia que simboliza o universo: os diversos em um. É sagrado para a maioria das religiões, combinando os números um e dois, incluindo toda a vida e experiência. É nascimento, vida e morte. Homem, mulher e criança. Na Índia, Brama, Vixnu e Xiva formam uma poderosa trindade de deuses. Esta

trindade cria, sustem e destrói a vida, num infindável ciclo de nascimento e de

renascimento. Três representam um Deus em três pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo na trindade cristã. Assim, em toda parte se encontra o número três, o ternário, do qual o delta sagrado em sua simbologia seja o mais luminoso e talvez o mais puro emblema das oficinas da arte real. Do “ser” ou da “vida” para a qual tendem todas as aspirações humanas no justo, no belo e no verdadeiro. Referências: 1) MITFORD, MB. O livro ilustrado dos signos e símbolos. Ed. Livros e livros, 1996. 2) DA CAMINO, R. Simbolismo do 1º grau. Ed. Madras, 1998. 3) Ritual do Simbolismo de Aprendiz Maçom, 1ª edição, GLOMARON, 2002.

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O PÃO E A ÁGUA Essa semente, que deve morrer na terra para produzir a nova vida da planta,

cuja perfeição encerra em estado potencial, morreu efetivamente no pão que está

sobre a mesa da câmara de reflexões, para simbolizá-la. Esta pão, representa além

disso a substância que constitui o meio pelo qual a vida se manifesta em todas as

suas formas, a matéria prima continuamente o mecanismo incessante da renovação

orgânica, passando de um a outro estado, de uma a outra forma de existência.

Ao lado do pão, encontra-se um copo com água, ou seja aquele elemento úmido

- outro aspecto da própria Substância Mãe - que é fator e condição indispensável de

crescimento, germinação, maturação, reprodução e regeneração. Como a Vênus

Anadiômera, que se transforma em Vênus Genitrix; a Mãe Universal, também a Vida

somente pode nascer do seio das águas, enquanto que a terra mitologicamente

simbolizada por Géa e Deméter (às quais estavam consagradas os Mistérios de

Elêusis) converte-se na nutris.

Estas duas formas complementares da Substância Una, atuam constantemente

uma sobre a outra, como podemos observar em todos os processos biológicos; em

seu estado primitivo, o pão representa o carbono que sob a forma de ácido

carbônico, é encontrado na atmosfera, e que a vida vegetal transforma nos

hidrocarbonatos, substâncias básicas que constituem todas as partes da planta, das

quais nascem posteriormente as proteínas. Todas estas produções necessitam

como base o elemento úmido, que pode comparar-se à Matriz - Templo e Oficina de

toda a atividade orgânica.

Finalmente, o pão e a água possuem moralmente fundamentos de sobriedade e

sensibilidades indispensáveis para a vida do iniciado, e juntamente com o despojo

dos metais, este demonstra seu discernimento, que o faz buscar unicamente o

essencial - os verdadeiros Valores da existência, que só podem nos dar paz,

felicidade e satisfação, fazendo-se fatores de nosso progresso interior em

Sabedoria e Virtude -, eliminando todas as superfluidades e complicações da vida

profana, em cuja busca o homem ordinário perde suas melhores energias.

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O Pavimento Mosaico também chamado de Pavimento Quadriculado é de origem Meso-

potâmica mais precisamente Sumeriana. A Mesopotâmia (“terra entre rios”), região da Ásia, si-tuada entre os rios Eufrates e Tigre, abrigou, ao lado do vale do rio Nilo, as mais antigas civiliza-çôes organizadas da Terra.

Estabelecidas na região de Summer, no sul da Mesopotâmia, junto ao Golfo Pérsico, a partir do IV milênio A.C., os sumerianos influiram, decisivamente na formação mística, metafísica e cultural dos demais povos Asiáticos e dos Mediterrâneos. Hoje não restam mais dúvidas de que eles inventaram a escrita (escrita cuneiforme); o sumeriano era língua hierática (sagrada), usada nos textos religiosos de, praticamente, todos os povos da antiguidade, enquanto que o

acadiano (dos habitantes de Acad, região ao norte de Summer) era a língua diplomática usada, inclusive, pelos Egipcios. Além da escrita, é certo terem, os antigos sumerianos, tudo criado: administração e justiça fundadas em Códigos, que serviram de padrão: formas políticas de governo, que vão desde as cidades-estados, até ao império: instrumentos de troca e de produção: formas de pensamento religioso, que dominaram o mundo antigo: a astronomia e astrologia: técnicas de construção copiadas por outros povos (os especialistas Woolley e Parrot recons-truiram, além dos templos religiosos, as casas sumerianas de dois andares, protótipos das futuras casas gregas e romanas).

A religião foi, todavia, o centro e o motor de toda a vida mesopotâmica,

tomando-se a base de toda a religiosidade cósmica do mundo antigo e da mitologia greco-romana. Entre os simbolos religiosos dos sumerianos, encontrava-se um pavimento quadriculado, composto de quadrados brancos e negros, intercalados, simbolizando os opostos (principalmente o dia e a noite, já que o culto era solar, mas, também o bem e o mal, a virtude e o vício, o espírito e a matéria).

Na mesopotânia, esse pavimento representava terreno sagrado, através do qual se tinha acesso ao

santuário mais intimo da religião, e que, normalmente, só era percorrido pelo sacerdote hierarquicamente

mais elevado, mediante certas formalidades, nos dias mais importantes do calendário religioso. Nem todos

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os demais povos, entretanto, adotaram esse símbolo (os hebreus não o usaram e ele não existia no templo de

Jerusalém), ao passo que muitos o adotaram, apenas, como motivo decorativo (caso dos antigos gregos e

cretenses).

Na Maçonaria, o Pavimento não tem, também, o significado sagrado que possuía entre os sumerianos, não sendo terreno sagrado, no qual é proibido pisar

O Pavimento Quadriculado é, geralmente, chamado de Pavimento Mosaico, graças á lenda, segundo a qual Moisés (Moshe), o líder do povo hebreu, durante o Éxodo teria assentado, no chão do Tabernáculo (em hebraico Suká = tenda, ou Mishcán = santuário: templo portátil armado pelos hebreus, durante a peregrinação em direção à Palestina, após a saida do Egito), pequenas pedras coloridas.

O termo mosaico não tem nada a ver com o pavimento feito de pedras, que formam desenhos; não tem nada a ver, também, com a palavra latina musaeum, como afirmam alguns autores. A defesa desta hipótese, inclusive, demonstra, não apenas um desconhecimento de Maçonaria, mas, também, e principalmente, do pró-prio vernáculo e da etimologia da palavra, pois o vocábulo mosaico, quando usado como substantivo significa “pavimento feito de pequenas peças, que, pela disposição de suas cores, dão a aparência de desenhos”, enquanto que, quando usado como adjetivo, ela é alusivo a Moisés e, por extensão, ao hebraismo, ou judaísmo. Na expressão Pavimento Mosaico (Pavimento”de”Mosaico é bobagem), a expressão “mosaico” é ode adjetivo referente ao substantivo “pavimento”, sendo, portanto, alusiva a Moisés, realmente.

É formado de ladrilhos alternados, brancos e pretos, perfeitamente quadrados,

unidos entre si e em seu perimetro um festão, também de ladrilhos em triângulos, imitando uma franja, denominada Orla Dentada. Ela exprime a união que deve ser mantida por todos os homens quando o amor fraternal dominar todos os corações. Os seus dentes formados pelos vértices de triângulos representam os múltiplos planetas que gravitam em torno do Sol, ou melhor, os povos reunidos em volta de seus Chefes, os filhos em redor de seus pais, os maçons reunidos em torna da Loja.

Em alguns ritos, as cores dos ladrilhos alternativos alternam-se entre branco, negro e vermelho.

O Pavimento Mosaico é um dos ornamentos da Loja; os outros dois são a estrela Flamígera e a Borda Festonada contendo os 81 nós.

Simboliza o Pavimento Mosaico a diversidade dos homens e de todos os seres, animados ou inanimados, entrelaçando-se e unindo o espírito com a matéria.

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O significado mais curial e menos maçônico diz respeito a igualdade entre as raças negra e branca.

No antigo Egito, somente era permitido transitar sobre o Pavimento Mosaico, o candidato e aqueles que desempenhavam algumas tarefas, como quem acendia a luz do Fogo Sagrado e quem manejava o turíbulo do incenso.

Há lojas que dispensam o Pavimento Mosaico como símbolo em destaque, e

constituem todo o pavimento da loja de ladrilhos brancos e negros, evidentemente, em prejuizo a presença em destaque de um dos ornamentos da loja.

O Pavimento Mosaico por ser um ornamento não possui valor filosófico. Contudo, há várias considerações para serem feitas a respeito da cor. Nem o Negro nem o Branco são cores. O Negro é ausência de cor, o branco é a

polarização das cores. Portanto temos na luz do Sol, a pretensa cor branca e na ausência do Sol, a

pretensa cor negra. Portanto o Pavimento Mosaico contém todas as cores e representa todas as raças, unindo-as,

igualando-as, amparando-as e evoluindo-as, constituindo um dos mais belos e significativos ornamentos da

Loja.

O Pavimento Mosaico sendo um ornamento da Loja possui principalmente a

diversidade dos homens e de todos os seres animados ou inanimados, entrelaçando-se e unindo o espírito com a matéria.

Representa também todas as raças unindo-as, igualando-as, amparando-as e evoluindo-as.

O que se entende por Iniciação Maçónica?

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O trabalho maçónico em Loja é apresentado como uma escola de libertação da

pessoa sujeitada na vida diária a influências externas levadas a cabo por todas as

formas de comunicação e também esmagada pelas influências externas à sua

consciência, aos seus desejos, às suas paixões, aos seus costumes e aos seus

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preconceitos. Adquirir a liberdade interior que condiciona a existência do espírito

crítico, da responsabilidade pessoal e, por consequência da liberdade do homem,

constitui um das preocupações mais importantes da Franco-maçonaria. A procura

iniciática, baseada no estudo dos grandes valores do património do espírito

humano, propõe três orientações principais:

O do Verdadeiro que não mais do que a procura da verdade objectiva, pois ela é

indispensável para o progresso do homem e da humanidade.

Porém, a verdade absoluta constitui um ideal inacessível para o ser humano e, por

consequência, a Franco-maçonaria não pretende possui-la, pois só a investiga. Esta

atitude concede-lhe o princípio da tolerância que lhe permite aceitar todas as ideias

sinceras e permite harmonizá-las noutras direcções possíveis. O estudo do

simbolismo pela sua forma de compreensão vem ajudar à palavra, aparte de sua

utilidade inegável, aprisiona o pensamento limitando o sentido da definição das

palavras empregadas pelo dicionário.

O Belo que permite à Franco-maçonaria cultivar o cerimonial e a decoração, porque

ela sabe que a sensibilidade, a emoção, formam parte integrante do espírito

humano e constituem uma dimensão particularmente importante da sua evolução.

Se a verdade revela o ser racional, quer dizer a forma, o belo revela a dimensão

intuitiva que é a mesma substância do ser espiritual.

A do Bem que está na procura de uma definição do bem e do mal, e que considera

como essencial o estudo da moral e da ética. Ela tem a ambição de procurar nestes

domínios os valores que seriam os critérios de referência para as acções humanas.

A paz entre os homens depende consideravelmente do sucesso desta procura.

O SIGNIFICADO MÍSTICO DAS VELAS

O uso de velas, em nossas sessões ritualísticas, às vezes, não é bem compreendido pelo novo Aprendiz, cuidando que possa haver aí qualquer conotação religiosa ou mágica.

Tal prática, aliás, não é exclusiva da Maçonaria, verificando-se em outras ordens iniciáticas.

Devemos entender que a vela e sua chama têm um significado místico, esotérico, que precede e transcende ao encontrado na liturgia dos vários credos confessionais, por sua natureza exotéricos.

Sabemos que o fogo é um dos quatro grandes princípios ou manifestações da Natureza. Se, até hoje, nos impressiona, imagine-se a forte impressão que, em um passado remoto, causou à mente do homem.

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Talvez, a primeira manifestação do fogo vista pelo homem tenha sido causada por um relâmpago. A fulgurante crepitação no céu, as chamas decorrentes da inflamação das folhas e galhos secos e, depois, o incêndio, realçado pela escuridão da noite, constituíram, sem dúvida, uma experiência impactante. Pode ser que uma erupção vulcânica tenha sido outro modo pelo qual o homem primitivo se deu conta da existência do fogo, com maior impacto de terror em seu coração e sua mente.

Pouco a pouco, já familiarizado com o fogo, o homem fez deste um instrumento de poder, passando a cultuá-lo, a fim de preservar seu domínio sobre ele e de ter a possibilidade de acendê-lo, quando o que possuía era extinto.

O culto do fogo, em nossos dias, é substituído por uma espécie de fascínio que todos nós por ele temos. Quem não gosta das velas acesas para criar uma atmosfera de aconchego, de intimidade, quietude e abertura afetiva, em um momento a dois? Quem não se extasia ao contemplar sua chama, que em sua constante oscilação e mudança de cor, parece viva?

Quem de nós já não se sentou diante de uma lareira acesa, profundamente imersos em pensamentos, deslumbrados com as chamas cintilantes? Graças a tal concentração, nada mais prende nossa atenção, fazendo com que entremos, mais facilmente, em meditação e paz espiritual.

Tal vivência diante do fogo é, verdadeiramente, arquetípica; faz parte, a bem dizer, do inconsciente coletivo, tão arcaica e comum a todas as épocas e culturas que é.

Assim, o fogo não tem para nós, hoje em dia, só um valor utilitário, em termos de energia que possa ser útil às nossas necessidades materiais.

Sob o aspecto místico, o fogo representa o processo de purgação, purificação e regeneração. O Espírito Santo, a Voz de Deus, a Mente Cósmica, revelaram grandes princípios ou importantes conhecimentos através do fogo, conduzindo o homem a uma forma de existência melhor e mais elevada.

Todo trabalho de construção de nosso Templo Interno, objetivo da Maçonaria Simbólica, a partir do desbaste da Pedra Bruta, visa a alcançar a regeneração espiritual, moral, mental e física em todos nós.

Para que possamos ser regenerados, devemos ser purificados da ganga bruta, da animalidade primitiva, que pesa sobre nós como verdadeiro pecado original. Esse é o significado simbólico do fogo da purificação.

Por isso, o fogo, concentrado na luz das velas, é usado em nossos altares, aceso com considerável cerimônia. Igualmente, o fogo é usado com parte das provas de Iniciação, dentro do mesmo propósito purificador.

Outra simbologia tem, também, o uso de velas em nossos trabalhos. A luz propiciada pela chama significa a sabedoria, especialmente a compreensão esotérica, ou seja, a Iluminação pessoal. O conhecimento, à semelhança da luz, dissipa as trevas da ignorância e da indiferença. Como obreiros sociais, cabe-nos, igualmente, esse trabalho e aí estão as velas acesas dele a nos lembrar.

A chama, ainda mais, tem representado o fogo da energia divina, que deve arder em nossas almas, para que não sejamos frios de afeto, sem sentimentos, destituídos de compaixão.

O acendimento e o apagamento das velas

Em termos cósmicos, a luz existe em todo o Universo. Ela é ubíqua.

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Várias condições, inclusive a posição relativa dos corpos no espaço, tornam sua manifestação mais intensa em certos lugares do que em outros.

A luz não pode ser, portanto, dissipada, no sentido de se extinguir do Universo. Mesmo em um quarto escuro, a luz não deixa de existir, embora em um grau de intensidade que não chega a impressionar nossa retina. É uma característica positiva do Universo, fazendo parte da existência de toda a matéria. A escuridão é, apenas, um grau infinitamente menor de luz.

Quando acendemos uma vela, misticamente, isso significa que certa intensidade da luz maior, que permeia todo o Universo, concentrou-se naquele objeto, em forma de chama, para um propósito específico, ou seja, nos ensinar algo, no caso da sessão ritualística.

Terminada a cerimônia, ao apagarmos a vela, isso não significa que a luz se fez extinta. O mesmo se dá quando alguém morre. Sua alma não se extingue, mas é integrada ao Cósmico, de onde veio.

Por isso, do ponto de vista místico, devemos apagar a vela com um abafador ou com os dedos umedecidos, para simbolizar que, simplesmente, mudamos a manifestação da luz concentrada, reintegrando-a ao Cósmico. Apagá-la com um sopro é um procedimento profano em Maçonaria, pois isso é interpretado como a intenção de desintegrar a chama, como a tentativa de fazer com que ela não exista mais enquanto luz, embora isso seja impossível, já que sempre existirá em sua forma invisível, intrínseca, vibratória.

O acendimento, também, no sentido simbólico, é feito a partir da chama de outra vela, de uma tocha ou lamparina, e não, diretamente, da chama de um isqueiro ou palito de fósforo. A vela que acende as demais representa a luz que está difusa em todo o Universo.

O material da fabricação das velas.

No passado, até mesmo a substância de que as velas eram feitas tinham uma leitura simbólica.

A primitiva igreja cristã – e mesmo as ordens fraternais – usavam velas feitas exclusivamente de cera de abelha, representando a cera o produto final do trabalho dessa obreira, cujo sentido de vida era o do fabrico do mel, mesmo com o sacrifício da própria vida.

BIBLIOGRAFIA: Este Trabalho Nos Foi Enviado Pelo Ir.’. Fabio Assunção, Sendo Que O Autor Foi O Ir.’. José Cássio S. Vieira

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Oração ao Grande

Arquiteto do Universo ( Israel Regardie)

Santo seja, Senhor do Universo. Santo seja, a quem a Natureza não formou . Santo seja, justo e poderoso Uno. Senhor de Luz e da Obscuridade.

Fortalece-nos e inspira-nos óh Senhor da Vida. Que nossa vontade e nosso coração possam sempre aspirar a tua Força e Estabilidade .

Dê-nos ânimo ante as vicissitudes, pois no coração do forte só habita a coragem.

Glória a ti, Senhor da vida, pois a tua alegria expande-se até os confins do Universo. Que a nossa mente se abra para o mais alto. Que nosso coração seja um centro de Luz.

Que nosso corpo seja um Templo do Espírito Santo.

Ó! Senhor do Universo. Que a tua luz brilhe diante de nós para iluminar a nossa escuridão. Concede-nos a ajuda do nosso alto Gênio a fim de que possamos sentir o teu Trono de Glória, o Centro do Mundo da Vida e da Luz.

Dê tuas mãos, oh ! Senhor, venha todo o bem . De tuas mãos flutua toda A Graça e Bênção.

Tu que permitiste que nós entrássemos tão fundo no santuário de teus mistérios, não para nós, mas para que teu nome seja a Glória.

Para ti , único sábio, único poderoso e Eterno Uno. Louvor e Glória para sempre.

Que Assim Seja !

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Oração aos Maçons

"Senhor e Grande Arquiteto"

"Nós nos humilhamos à Teus pés e invocamos o Teu perdão, pela heresia que, no curso dos séculos, nos impediu de reconhecer em nossos irmãos mações os teus seguidores prediletos.

Lutamos sempre contra o livre pensamento, porque não havíamos compreendido que o primeiro dever de

uma religião, como afirma o Concílio, consiste em reconhecer o direito de não se acreditar em Deus.

Havíamos impensadamente acreditado que um sinal da cruz pudesse ser superior a três pontos formando uma pirâmide.

Por tudo isso nos penitenciamos, Senhor e, com o Teu perdão, Te rogamos que nos faça sentir que um

compasso sobre um novo altar pode significar tanto quanto velhos crucifixos.

Amém!"

- Oração escrita por Sua Santidade o Papa João XXIII

(Cardeal Ângelo Maria Guiuseppe Roncalli) e publicado no Journal de Géneve, em 08 de Setembro de 1966.

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