A Análise Crítica do Discurso como caminho teórico...
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VIII EPEA - Encontro Pesquisa em Educação Ambiental Rio de Janeiro, 19 a 22 de Julho de 2015
Realização: Unirio, UFRRJ e UFRJ 1
A Análise Crítica do Discurso como caminho teórico-metodológico na
compreensão e no enfrentamento da questão ambiental
Gabriela Ventura – UFRJ / NUTES
Laísa Freire– UFRJ – IB – Dept. Ecologia
Resumo
O presente texto aborda a Análise Crítica do Discurso (ACD) como um marco teórico-
metodológico para compreensão e enfrentamento da questão ambiental no mundo
contemporâneo caracterizado por transformações no campo econômico, político, social
e cultural, com influencias no processo produtivo. Assim, discutimos aspectos relativos
ao cenário de globalização econômica e de neoliberalismo e refletimos sobre
importância da linguagem na sociedade capitalista contemporânea. Neste sentido, a
questão ambiental é posta a partir de seus embates e relações de poder e lutas que
moldam e ao mesmo tempo transformam as práticas discursivas de uma sociedade ou
instituição. Esta análise permite questionar discursos neoliberais em que a crise
ambiental é naturalizada, vista como irreversível ou amenizável e busca colaborar com a
compreensão e as possibilidades de enfrentamento da atual crise socioambiental.
Palavras-chave: Análise crítica do discurso; questão ambiental.
Abstract
This article focuses on the Critical Discourse Analysis (CDA) as a theoretical-
methodological approach to understanding the environmental issue and the role of
language in social change processes as a strategy for facing up environmental
inequalities in the contemporary world characterized by changes in the economic,
political, social and cultural influences with the production process. Thus, we discuss
aspects of the scenario of economic globalization and neoliberalism and reflect on
importance of language in contemporary capitalist society. Moreover, the environmental
issue is brought from their struggles and power relations and struggles that shape while
transforming the discursive practices of an institution. In this sense, this analysis allows
us to question neoliberal discourse in which the environmental crisis is naturalized, seen
as irreversible or amenable and seeks to generate understanding and possibilities of
facing the current environmental crisis.
Keywords: critical discourse analysis; environmental issue.
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1. Introdução
CDA is analysis of the dialectical relationships between discourse (including
language but also other forms of semiosis, e.g., body language or visual
images) and other elements of social practices. Its particular concern (in this
approach) is with the radical changes that are taking place in the
contemporary social life, with how discourse figures within processes of
change, and shifts in the relationship between discourse/semiosis and other
social elements within networks of practices. (CHIAPELLO e
FAIRCLOUGH, 2002)
O presente texto tece reflexões sobre a Análise Crítica do Discurso (ACD) como
um importante caminho teórico-metodológico para a compreensão e o enfrentamento da
questão ambiental. Buscando aporte nos estudos de Norman Fairclough sobre a
linguagem no novo capitalismo, tecemos algumas reflexões sobre as práticas sociais no
âmbito das sociedades capitalistas contemporâneas entendendo a “vida social como uma
rede interconectada de práticas sociais de diversos tipos (econômicas, políticas,
culturais, entre outras), todas com um elemento semiótico” (Fairclough, 2005, p. 308).
A prática social é constituída por diversos elementos dialeticamente
relacionados: valores culturais, atividade produtiva, relações sociais, identidades sociais,
consciência e semiose. A ACD preocupa-se em analisar as relações dialéticas entre a
linguagem (semiose) e os outros elementos das práticas sociais. Enfatiza-se o seu
compromisso em pensar as transformações na vida social contemporânea, entendendo o
papel da linguagem nos processos de mudança social.
Acreditamos na fertilidade da discussão aqui proposta para pensar a questão
ambiental em uma abordagem sociológica a qual assinala a categoria trabalho como
outro elemento mediador (além da cultura) da relação entre os seres humanos e a
natureza (Layrargues, 2006). Nessa perspectiva a compreensão e o enfrentamento da
questão ambiental, portanto, inclui o exame das contradições no desenvolvimento da
sociedade capitalista, considerando os conflitos decorrentes de uma sociedade
estruturada na divisão social do trabalho. Sob a ótica da divisão do trabalho entre
aqueles que detêm os meios e instrumentos de produção e aqueles que precisam vender
sua força de trabalho em troca de uma remuneração (Frigotto, 2010), importa assinalar
as modificações nas relações sociais nos processos produtivos que se configuram no
contexto das sociedades capitalistas. Essas relações são constituídas e mediadas pelo
elemento trabalho e sua análise permite compreender a produção e a distribuição
desigual de bens e riquezas na sociedade e, consequentemente, compreender a base
material da crise ambiental. (Layrargues, 2006). Dessa forma, refletir sobre o elemento
trabalho demanda o exame das mudanças que vem ocorrendo nos processos produtivos
e nas relações de produção e consumo nas sociedades contemporâneas.
O cenário contemporâneo caracteriza-se por intensas e profundas transformações
no campo econômico, político, social e cultural, com significativas influências no
processo produtivo. No âmbito das mudanças políticas e econômicas, nota-se a
significativas modificações nos modos de produção de massa e consumo de bens, uma
intensa inovação tecnológica na diversificação dos processos de produção e a
flexibilidade do trabalho. Ressalta-se ainda o estabelecimento do neoliberalismo
internacionalmente e a aplicação prática das políticas econômicas do seu receituário,
conforme Chouliaraki e Fairclough (2007). Esses autores referem-se a essa nova fase da
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vida social como Modernidade Tardia1. Observam-se transformações nas relações
sociais entre as diferentes escalas de atividade e interação da vida social (escala local,
nacional, regional e global). Essas recentes transformações nas formações sociais são
atribuídas a uma nova “era” do capitalismo e a linguagem assume um papel
fundamental na reestruturação e no redimensionamento das relações sociais nessa nova
fase do capitalismo (Chouliaraki e Fairclough, 2007).
Mediante o exposto, buscamos em algumas análises sobre o discurso na
sociedade capitalista atual (Chiapello e Fairclough (2002); Chouliaraki e Fairclough
(2007)), elementos para pensar a contribuição da ACD para o entendimento e a busca de
soluções para a atual crise ambiental, a partir da análise sobre as mudanças na economia
global. Importa observar que especial ênfase é conferida para a análise do discurso
neoliberal e o seu papel na reestruturação e redimensionamentos das relações sociais
conforme as demandas do capitalismo global. E, por essa perspectiva, o artigo propõe
uma apresentação de alguns aspectos que denotam a importância da ACD como um
marco teórico-metodológico para pensar a questão ambiental, alinhando os objetivos e
pressupostos teóricos acerca da mudança social e sobre as lutas contra a desigualdade
social, a exploração e as relações de dominação e poder, como temas centrais tanto para
a ACD quanto para as perspectivas críticas da Educação Ambiental.
Iniciamos o texto apontando o marco teórico que nos leva a relacionar a questão
ambiental com os estudos críticos da linguagem, especificamente a ACD, na atual fase
do capitalismo para caracterizar as modificações no mundo produtivo e as
conseqüências para as relações sociais e ambientais, entendendo a categoria trabalho
como elemento mediador dessas relações. Em seguida, apresentamos aspectos centrais
da proposta teórica e analítica da ACD e, trazemos algumas reflexões sobre a
importância da linguagem na sociedade capitalista contemporânea, a partir de alguns
estudos, que discutem aspectos relativos ao cenário de globalização econômica e de
neoliberalismo. Por fim, entendendo que “a análise do discurso preocupa-se não apenas
com as relações de poder no discurso, mas também com a maneira como as relações de
poder e a luta de poder moldam e transformam as práticas discursivas de uma sociedade
ou instituição” (Fairclough, 2001, p. 58), reunimos alguns elementos para pensar a
análise das mudanças econômicas e sociopolíticas na atual fase do capitalismo,
buscando colaborar assim com a compreensão e as possibilidades de enfrentamento da
questão ambiental.
2. O ponto de partida: uma abordagem sociológica da questão ambiental
A relação entre os seres humanos e o ambiente é o cerne da crise ambiental e é
preciso ponderar que essa relação é tensionada em suas múltiplas determinações
históricas e sociais, articulando inexoravelmente as dimensões social, econômica,
ambiental, cultural e política. É fundamental, portanto, pensar essas relações,
historicamente e socialmente situadas e condicionadas, buscando compreender as
diferentes formas pelas quais os seres humanos se organizam em sociedade através do
tempo para a produção e reprodução da vida. Os seres humanos se relacionam com a
natureza por meio do trabalho, transformando-a para atender às suas necessidades:
realiza atividades no presente, por meio de ferramentas do passado, visando atender as
1 Os autores, buscando aporte nos estudos críticos das Ciências Sociais, delimitam uma agenda de
pesquisa para a ACD a partir de uma revisão de teorias críticas da modernidade tardia (focando
Habermas, Giddens e Beck), além de se referirem também as narrativas do feminismo e pós-modernismo.
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necessidades futuras, mediando a relação entre gerações por meio de mercadorias,
ferramentas ou equivalentes, como o dinheiro (Novicki, 2007).
Layrargues (2006) aponta a cultura e o trabalho como elementos de mediação da
relação que o ser humano estabelece com a natureza e propõe duas abordagens para a
questão ambiental: uma abordagem filosófica e uma abordagem sociológica. Enquanto
na primeira abordagem, é a cultura o elemento mediador da relação dos seres humanos
com a natureza, na abordagem sociológica, é a categoria trabalho que media essa
relação. E, por essa perspectiva, segundo esse autor, é possível visualizar as
singularidades dos diversos atores sociais e seus distintos modos de se relacionar com o
ambiente. (...) a repartição dos benefícios (a geração de riqueza) e prejuízos (a geração
de danos e riscos ambientais) do acesso, apropriação, uso e abuso da
Natureza e recursos ambientais em geral, através do trabalho na sociedade
capitalista, é sempre mediada por relações produtivas e mercantis, e como tal,
está sujeita à assimetria do poder nas relações sociais, expondo ao risco
ambiental os grupos sociais vulneráveis às condições ambientais em processo
de degradação (como as populações marginalizadas nos centros urbanos), ou
dependentes de recursos naturais em processo de exaustão (como as
populações indígenas e extrativistas) agravando a já delicada situação de
opressão social e exploração econômica a que tais grupos sociais são
impostos pelos setores dirigentes. (LAYRARGUES, 2006, p. 81, grifos
nossos)
Por esse viés, é possível compreender a dinâmica da produção e da distribuição
de riquezas na sociedade, tendo em vista os cenários de conflitos socioambientais, as
injustiças ambientais e a degradação ambiental e, conseqüentemente, entender o tripé
conceitual da base materialista da questão ambiental: risco, conflito e justiça
socioambiental (Layragues, 2006). O presente texto, portanto, toma como marco teórico
a análise da relação dos seres humanos entre si e destes com sua base natural de
existência, a partir da categoria trabalho. Entendemos que o exame dessas relações nas
sociedades atuais intrinsecamente envolve a análise das mudanças nas relações
produtivas e mercantis no cenário contemporâneo. E, nesse contexto é preciso observar,
conforme assinala Ciavatta (2010):
[...] as necessidades do mundo do trabalho permeado pela presença da ciência
e da tecnologia como forças produtivas, geradoras de valores, fontes de
riqueza. Mas, também, por força de sua apropriação privada, gênese da
exclusão de grande parte da humanidade relegada às atividades precarizadas,
ao subemprego, ao desemprego, à perda dos vínculos comunitários e da
própria identidade. (CIAVATTA, 2010, p.85)
Por essa perspectiva, importa-nos compreender as modificações ocorridas nas
relações entre os seres humanos e destes com a natureza no âmbito do atual modelo de
desenvolvimento empreendido pelo capital, refletindo sobre as intensas modificações
ocorridas nas relações sociais e ambientais na atual fase da vida social, marcadas pelo
capitalismo globalizado. Essas relações são definidas a partir de uma lógica de
desigualdade social e injustiça ambiental com a precarização nas relações de trabalho,
denotando uma série de conflitos socioambientais complexos subjacentes aos modos de
produção e consumo nas sociedades capitalistas contemporâneas. No contexto das
diversas modificações econômicas, sociais e políticas na economia global, Fairclough
(2005) assinala o acirramento da desigualdade social e da degradação ambiental, com
5
especial destaque para a exploração nas relações de trabalho observando que o
neoliberalismo:
It has been imposed on the post- socialist economies as (allegedly) best
means of rapid system transformation, economic renewal, and re-integration
into the global economy. It has led to radical attacks on universal social
welfare and the reduction of the protections against the effects of markets that
welfare states provided for people. It has also led to an increasing division
between rich and poor, increasing economic insecurity and stress even for the
‘new middle’ classes, and an intensification of the exploitation of labour. The
unrestrained emphasis on growth also poses major threats to the environment.
(FAIRCLOUGH, 2005, P. 5, grifos nossos)
O fenômeno da globalização, compreendido inclusive pelas mudanças nas
relações entre as economias global, nacional e local, assume grande relevância nessas
intensas transformações. E ainda de acordo com Fairclough (2005), as transformações
ocorridas no cenário contemporâneo envolvem a reestruturação de relações entre os
campos econômicos, políticos e sociais e o redimensionamento de relações entre as
diferentes escalas da vida social: o global, o regional, o nacional e o local. O autor
define o neoliberalismo como um projeto político que facilita essa reestruturação e
redimensionamento das relações sociais para atender às demandas de crescimento do
capitalismo global. Observando a globalização a partir das novas relações entre as
diferentes escalas da vida social e entendendo o papel central que a linguagem ocupa
nesse processo é preciso considerar, conforme Blommaert (2006) que, “os eventos e os
processos na globalização ocorrem em diferentes níveis de escala e nós vemos
interações entre as diferentes escalas como um aspecto central para a compreensão de
cada evento e processo” (p. 2). O autor destaca que a globalização pode contribuir para
novas formas de localidade.
Entendendo o novo capitalismo como um rearranjo de práticas sociais,
Fairclough (2005a) assinala a importância da linguagem observando que: “os
conhecimentos são produzidos, circulam e são consumidos como discursos, os quais são
operados como novas formas de agir e interagir (inclusive como novos gêneros) e
inculcados como novas formas de ser, novas identidades (inclusive com novos estilos)”
(p. 315).
Assim sendo, interessa-nos olhar para as mudanças sociopolíticas e econômicas
no cenário contemporâneo, entendendo as influências do neoliberalismo e da
globalização econômica sobre as relações sociais e ambientais no âmbito das sociedades
capitalistas atuais, ressaltando a relevância que a linguagem assume nesses processos. A
pertinência da ACD no exame das relações entre práticas discursivas e sociais, com
vistas à mudança social, a constitui como um importante caminho teórico metodológico
para estudar as transformações da realidade social e histórica, bem como as
possibilidades de mudanças sociais. Essa perspectiva vai ao encontro do que a Educação
Ambiental Crítica, apoiando-se na Teoria Crítica assume, uma vez que “... para a Teoria
Crítica a Educação é mais um campo de disputa que cumpre um papel de desalienação
ideológica das condições sociais, evidenciando que as coisas nem sempre foram assim,
e que não tem porque continuarem assim sendo” (LAYRARGUES, 2006, p.77).
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3. Bases da Análise Crítica do Discurso
A ACD compreende a vida social como uma rede de práticas sociais interligadas
e o discurso (semiose entendida como todas as formas de construção de sentidos) é
entendido como um momento desses processos sociais. Além do elemento discursivo,
as práticas sociais incluem outros três elementos sociais dialeticamente relacionados: as
relações sociais e as identidades sociais; a atividade material (atividade produtiva e
meios de produção); valores, crenças e desejos. A ACD se preocupa em analisar as
relações dialéticas entre o discurso e esses outros elementos das práticas sociais.
Buscando uma teoria social da linguagem como um método para estudar a
mudança social, Fairclough (2001) propôs em 1989 (e aprimorou em 1992) uma
abordagem tridimensional do discurso: texto, prática discursiva e prática social. Nesse
modelo, ao considerar a dimensão da prática discursiva, os aspectos referentes à
intertextualidade e à interdiscursividade constituem-se importantes marcos analíticos
para compreender e empreender os processos de mudança social, entendendo que é por
meio dessa inter-relação que a prática discursiva pode intermediar as dimensões da
prática social e do texto, conforme assinala Fairclough (2001, p. 115): “é a natureza da
prática social que determina os macroprocessos da prática discursiva e são os
microprocessos que moldam o texto”. No que se refere ao enfoque do discurso como
texto, nesse enquadre analítico assinalam-se três aspectos apontados por Fairclough
(2001): os processos de lexicalização, pois se relacionam com significância política e
ideológica; o sentido da palavra, considerando que “as estruturações particulares das
relações entre as palavras e das relações entre os sentidos de uma palavra são formas de
hegemonia; e, as metáforas com suas implicações políticas e ideológicas”. No que tange
a dimensão da prática social, salienta-se a relevância dos conceitos de ideologia e
hegemonia, como importantes elementos analíticos, pois permitem refletir sobre as
práticas sociais em termos de reprodução das relações de poder sobre as hegemonias
existentes, bem como as questões ideológicas relativas às práticas discursivas.
Importa, porém, considerar as mudanças nas propostas teórico-metodológicas na
disciplina ACD a partir do movimento desse modelo tridimensional para o enquadre
proposto por Chouliaraki e Fariclough (1999; 2007), conforme observam Resende e
Ramalho (2004). Ressaltamos ainda, nesse enquadre, o destaque para o aprimoramento
do caráter emancipatório da ACD, por meio do aprofundamento das bases sociais da
disciplina fomentado pelo diálogo com a perspectiva crítica das ciências sociais,
conforme assinalam as autoras: No enquadre de ADC de Chouliaraki e Fairclough (1999), o objetivo é
refletir sobre a mudança social contemporânea, sobre as mudanças globais de
larga escala e sobre a possibilidade de práticas emancipatórias em estruturas
cristalizadas na vida social. Para alcançar esse objetivo, a ADC assentada
como reflexão sobre o discurso é localizada no contexto da Modernidade
Tardia. O seu enquadramento dá-se: (i) numa visão científica de crítica
social; (ii) no campo da pesquisa social crítica sobre a modernidade tardia; e
(iii) na teoria e na análise lingüística e semiótica. (RESENDE e RAMALHO,
2004, p. 190)
Na perspectiva adotada em Chouliaraki e Fairclough (1999), a prática social
assume um importante destaque, entendendo que “a vantagem de focar sobre as práticas
é que elas constituem um ponto de conexão entre estruturas abstratas e seus
mecanismos, e os eventos concretos – entre a sociedade e as pessoas em suas vidas” (p.
21). Uma prática social, portanto, é um modo de agir na sociedade conforme a posição
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dentro da rede de práticas estruturada em uma ordem social compartilhada. Por outro
lado, por meio da prática social há ação social e interação que reproduz ou transforma a
estrutura social. Por essa perspectiva, é possível compreender a recursividade entre
estrutura social e agência. As práticas sociais, conforme assinala Pennycook (2010, p.
29), mediam a ação individual e a estrutura social: “(...) práticas não são um fim em si
mesmas, mas sim parte de um mundo social mais amplo. Práticas prefiguram atividade:
elas não são redutíveis às coisas que fazemos, mas sim, são o princípio organizador
subjacente a elas”.
A ACD é uma disciplina que se preocupa com o papel da linguagem (discurso)
nas práticas sociais. A linguagem figura na ação, na representação da ação, assim como
é parte do desempenho da pessoa conforme a sua posição dentro da prática social. A
linguagem como parte da atividade social, relativa ao modo como agimos, constitui
gêneros discursivos, enquanto que a linguagem atuando na maneira como
representamos, constitui as representações discursivas. O modo como identificamos as
diferentes identidades, os diferentes modos de ser, conforme posições particulares,
constitui os estilos. O uso da linguagem como prática social, portanto, constitui-se em
um modo de ação, socialmente e historicamente situado, numa relação dialética com
outros elementos sociais. E assim, conforme Resende (2007) por meio da análise
discursiva, historicamente situada, é possível perceber a articulação dos outros
momentos da prática no discurso. O discurso é informado pela estrutura social assim
como também é constitutivo da estrutura social, denotando a relação dialética entre
discurso e sociedade. No que tange a relação do discurso com a hegemonia, Resende
(2007) assinala que as hegemonias são produzidas, reproduzidas, contestadas e
transformadas no discurso, assumindo a forma da prática discursiva nas interações
verbais. De igual forma, a hegemonia de um grupo depende da capacidade de gerar
práticas discursivas que a sustentem.
Mediante o exposto, vale ressaltar duas importantes questões nessa perspectiva
teórica da ACD e o seu potencial para transformação social: 1) o uso da linguagem e a
possibilidade de reprodução ou transformação das estruturas; 2) e, a relação dialética
entre discurso e hegemonia. De acordo com Fairclough (2001):
O uso da linguagem é, entretanto, constitutivo tanto de formas socialmente
reprodutivas quanto de formas criativas, socialmente transformativas, com
ênfase em uma ou outra em casos particulares dependendo das circunstâncias
sociais (por ex., se são geradas dentro de relações de poder amplamente
estáveis e rígidas ou flexíveis e abertas) (p. 33)
Compreendendo, portanto, o papel que a linguagem desempenha no cenário
contemporâneo neoliberal pela projeção e construção de novas relações sociais, novas
formas de identidade e novos valores e crenças, o aporte teórico-metodológico ACD:
(…) can constitute a resource for struggle in so far as it does not isolate
language but addresses the shifting network of practices in a way which
produces both clearer understanding of how language figures in hegemonic
struggles around neo-liberalism, and how struggles against neo-liberalism can
be partly pursued I language. (FAIRCLOUGH, 2000, p. 148)
Deste modo, a atual ordem neoliberal globalizada do novo capitalismo pode ser
entendida como a ordem social na qual as práticas se inter-relacionam. Por esse viés
compreensivo, a seguir, pautando-se no enquadre proposto por Chouliaraki e Fairclough
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(2007), colocamos em debate as representações das mudanças econômicas e sociais no
contexto da emergência de uma nova ordem sócio-econômica no novo capitalismo
global.
4. Elementos metodológicos da ACD que estruturam as análises
Tomando como objeto de pesquisa a linguagem no novo capitalismo, Fairclough
(2000) assinala que o projeto da nova ordem social é em parte um projeto lingüístico,
pois implica a imposição de novas representações do mundo, novos discursos; e, ainda é
parte importante da nova ordem, a constituição de novas formas no uso da linguagem.
Chouliaraki e Fairclough (1999) propõem uma estrutura analítica para a ACD,
organizada em cinco etapas: 1. Definição de um problema; 2. Identificação de
obstáculos para a superação do problema; 3. Verificação do problema na prática; 4.
Identificação de possíveis caminhos para superar os obstáculos; 5. Reflexão sobre a
análise.
No primeiro estágio observa-se que a ACD parte de um problema na vida social.
conforme Fairclough (2005): “A ACD é uma forma de ciência social crítica, projetada
para mostrar problemas enfrentados pelas pessoas em razão das formas particulares de
vida social, fornecendo recursos para que se chegue a uma solução.” (p. 312)
A segunda etapa envolve: I. a análise da conjuntura; II. a análise da prática
particular; III. a análise do discurso. A análise da conjuntura implica a caracterização da
configuração das práticas nas quais o discurso em questão está inserido. Conforme
Chouliaraki e Fairclough (2007) assinalam, um aspecto da análise da conjuntura implica
em localizar o discurso relacionando-o às circunstâncias e aos processos de sua
produção e de seu consumo, o que permite refletir sobre as diferentes interpretações do
discurso na análise. A análise de uma prática particular precisa atentar para as relações
dialéticas entre o discurso e os outros momentos da prática social. E, a análise do
discurso em si, implica observar os gêneros, as diferentes vozes e os vários discursos
que são articulados na prática discursiva.
Fairclough (2005a) assinala três objetos de análise das práticas sociais no novo
capitalismo: dominação, diferença e resistência. Nesse sentido, as questões a serem
realizadas são: a) Quais gêneros, discursos e estilos são dominantes? b) Como esses
gêneros, discursos e estilos são disseminados internacionalmente, reescalonados e
reestruturados? c) Quem tem ou não acesso às formas dominantes? d) Como outros
gêneros, discursos e estilos são afetados pela imposição das formas dominantes?
Conforme observa o autor, é preciso atentar para que não se recaia no equívoco de
considerar apenas as formas dominantes como as únicas existentes. Importa olhar para
os processos de apropriação de novas formas. Os gêneros, discursos e estilos
dominantes, são apropriados e combinados com formas antigas, resultando em diversos
processos de resistência.
Chouliaraki e Fairclough (2007) ao olharem para as representações sobre
mudança na economia global demonstram como agentes responsáveis pelas mudanças
no campo econômico são apagados e a economia global é apresentada como um fato
inevitável e não como um processo construído, passível de resistência e oposição.
Demonstra o uso de recursos lingüísticos para o apagamento desses agentes. A exclusão
é vista como uma condição em que as pessoas estão e não como uma condição
resultante dos diversos processos sociais. Na sua análise, a mudança na economia
globalizada é representada como algo externo, abstrato e inquestionável. O processo é
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naturalizado, visto como irreversível e inexorável e as pessoas devem ajustar-se a ele. O
discurso da globalização aparece como um processo sem agentes e que afeta a todos de
maneira semelhante. Ao enfocar na dimensão da representação uma importante questão
a ser considerada refere-se à perspectiva da representação dos eventos sociais como
recontextualização. Na representação de um evento social há o hibridismo de diferentes
discursos e implica transformação para acomodação ao novo contexto e ao novo
discurso. Nesse processo elementos dos eventos sociais são selecionados, de modo que
é possível identificar quais elementos foram enfatizados, quais foram silenciados, quais
foram legitimados, como os eventos são rearranjados e assim observar a incorporação e
a recontextualização dos eventos sociais. (FAIRCLOUGH, 2005). De acordo com o
autor, diversos elementos dos eventos sociais podem ser materializados nos textos:
“What can be represented in clauses includes aspects of the physical world (its process,
objects, relations, spatial and temporal parameters), aspects of the ‘mental world’ of
thoughts, feelings, sensations and so forth, and aspects of the social world”
(FAIRCLOUGH, 2005, p. 134).
Tendo em vista a complexidade e o dinamismo subjacente as atividades de
significação no cenário sociolingüístico contemporâneo, importa compreender esses
contextos em que as práticas discursivas se constroem. Conforme Blommaert (2010) a
sociolingüística da globalização é configurada por uma sociolingüística da mobilidade:
(...) a mobilidade semiótica tem todos os tipos de efeitos sobre os sinais que
estão envolvidos em tal mobilidade. Esses processos precisam ser
compreendidos porque eles constituem o cerne da globalização como um
fenômeno sociolinguístico. No contexto da globalização, recursos
lingüísticos alteram o valor, função, propriedade e assim por diante, porque
eles podem ser inseridos nos padrões de mobilidade (BLOMMAERT, 2010,
p. 32).
A perspectiva da linguagem como prática local fornece visibilidade aos diversos
embates de significado, questionamento de idéias e significados normativos,
contradições e jogos de poder presentes nas práticas sociais cotidianas, conforme
observa Fabrício (2013). A autora, apoiando-se nos estudos que focam a questão da
diversidade assinala “os modos variados como aspectos e ingredientes lingüísticos
individuais associados a repertórios sociais e culturais específicos se misturam a outros,
nos momentos de comunicação”. (FABRICIO, 2013, p. 153). Ressalta-se a importância
de focalizar não apenas a linguagem de poder, mas visualizar para as formas de
resistência a ela. Ao olhar para a relação dialética entre local e global, importa, portanto,
atentar para a mobilidade exacerbada de textos e recursos semióticos, caracterizando o
dialogismo dinâmico que marca o cenário sociolingüístico contemporâneo, o que
colabora para um maior atrito de repertórios culturais, implicando recontextualizações
locais. Essa perspectiva aponta para níveis de sobreposição entre o macroglobal e o
microlocal como domínios entrelaçados que implicam recontextualizações locais e
reapropriações criativas.
5. Contribuições para a perspectiva crítica da questão ambiental
Da ACD empreendida por Chouliaraki e Fairclough (2007) e as análises sobre as
representações da mudança da economia global, ressaltamos alguns aspectos para a
questão ambiental. Compreendendo a ACD como um aporte teórico-metodológico,
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interessa-nos refletir tanto sobre os resultados das análises sobre a representação da
mudança na economia global, assim como os caminhos analíticos realizados pelos
autores, assinalando o que esse referencial possibilita apreender sobre a realidade social
e ambiental.
No que se refere aos resultados das análises, o atual processo de mudanças na
atual ordem social é visto como inevitável, como o único caminho, imutável,
inquestionável, como um fato que temos que nos ajustar. A inexorabilidade da atual
ordem social constitui-se em uma poderosa estratégia discursiva para manter o status
quo. Fairclough (2000) no contexto da análise das representações sobre a mudança
econômica e social assinala que:
Un rasgo clave del discurso neoliberal consiste en representar la
globalización y la economía global como hechos inevitables, inapelables y
externos, a los cuales población, gobiernos y otros actores sociales han de
ajustarse sin albergar expectativas de cambio. (FAIRCLOUGH, 2000, p.24)
Uma implicação dessa estratégia discursiva é a compreensão do atual modelo de
desenvolvimento da atual fase do capitalismo como único caminho. Ao analisar as
percepções sobre a crise ambiental, Ventura e Sousa (2010) observam que:
O atual modelo societário se encontra tão enraizado no pensamento
contemporâneo que se mescla à própria condição humana. Com isso, reduz
os horizontes de mudanças, pois não se percebe esse modelo e seus valores
enquanto historicamente instituídos, da mesma forma que outros modelos e
outros valores podem ser reinstituídos. (VENTURA e SOUSA, 2010, p. 22)
Importa assinalar que a ACD preocupa-se com a análise das estratégias
discursivas que legitimam o controle, que naturalizam a ordem social e, especialmente,
as relações de desigualdade. Partindo da proposta analítica de Chouliaraki e Fairclough
(1999), a partir da identificação do problema, em uma visão mais ampla da ordem social
emergente, é preciso observar os obstáculos necessários para superar o problema. Nesse
sentido, um obstáculo encontrado pelos autores refere-se a essa inexorabilidade do
capitalismo global neoliberal. Essa representação da mudança como inevitável constitui
se uma estratégia discursiva legitimadora da nova ordem social.
Um dos aspectos dessa perspectiva teórico-metodológica consiste na
identificação e superação dos obstáculos para resolver os problemas sociais
contemporâneos. Dessa forma, por meio da análise da rede de práticas é possível
identificar a rede que sustenta e legitima alguns discursos da nova economia global.
Cabe ressaltar o papel da linguagem na imposição e legitimação dessa nova ordem. Por
meio da análise discursiva, por exemplo, é possível observar como determinados
gêneros, discursos e estilos são dominantes. Por meio da análise interacional é possível
observar que as representações dominantes da nova ordem global têm certas
características lingüísticas, como por exemplo, o apagamento dos agentes sociais. Os
processos sociais são representados sem agentes sociais responsáveis, eles são abstratos
ou inanimados. Outro aspecto dessa análise reside no fato de algumas pistas lingüísticas
que denotam a necessidade de que os agentes se ajustem a esse único caminho, o que foi
possível observar na análise textual a partir de uma lista de recomendações a serem
seguidas pelas pessoas em ajustes ao atual sistema.
Uma das implicações dessa representação discursiva da mudança como um
simples fato, para o qual não há outras possibilidades, quando analisamos a questão
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ambiental, é possível observar a busca de compatibilizações e adaptações ao atual
sistema sócio-econômico político:
Seguindo a lógica da expansão do consumo, a solução (...) repousa na
necessidade do desenvolvimento de condições sociais e ambientalmente
igualitárias, não sendo questionada a insustentabilidade da atual lógica de
produção e consumo; antes, propõem um “consumismo sustentável”, como se
fosse possível que a base natural de sustentação material pudesse comportar o
consumo material de todos, dentro da lógica do atual sistema societário.
(VENTURA e SOUSA, 2010, p. 24)
Observamos que a hegemonia assume a forma da prática discursiva em
interações verbais, gerando práticas discursivas que a sustentem. Esse aspecto da
relação entre discurso e hegemonia pode ser entendido a partir dos discursos que
buscam ajustes no atual sistema societário sem que, no entanto, sejam alterações as suas
raízes, conforme é demonstrado em Ventura e Sousa (2010):
O sistema atual se mostra tão forte e hegemônico que os seus valores e
pressupostos são vistos com muita obviedade, como se sempre tivesse sido
assim. Negligenciar tal questão resulta na percepção de que cabem ajustes no
atual sistema, de modo a corrigir certas deformidades como, por exemplo, os
problemas ambientais, conforme pode ser observado no discurso
conciliatório desses jovens. (VENTURA e SOUSA, 2010, p. 29)
No âmbito da análise das representações da nova economia, Chiapello e
Fairclough (2002) observam a ausência da dimensão histórica, de modo que os
processos sociais e econômicos aparecem como fatos, em uma representação discursiva
da mudança apresentada de forma autoritária.
Ressalta-se, portanto, a articulação entre os diferentes elementos das práticas
sociais, abrindo possibilidades de rearticulação e desarticulação desses elementos.
Entendendo a centralidade da prática no enquadre proposto por Chouliaraki e
Fairclough (1999) importa olhar para os eventos conectados com as práticas discursivas,
percebendo o discurso como a dimensão articuladora da experiência local e individual e
a dimensão sócio-histórica. Vale ressalvar alguns aspectos da análise textual conforme
Fairclough (2005): “To assess the causal and ideological effects of the texts, one would
need to frame textual analysis within, for example, organizational analysis, and link the
‘micro’ analysis of the texts to the ‘macro’analysis of how power relations work across
networks of practices and structures” (pp. 15-16).
Dessa forma, pensar sobre como os diversos discursos são atualizados e
reciclados nas práticas locais nos remete a reflexão sobre a relação entre agência e
estrutura, conferindo novas perspectivas analíticas nas quais há um movimento que se
forja nas práticas locais para as estruturas macrossociais e não somente o inverso. Por
essa perspectiva, ressaltamos a possibilidade da emergência de práticas locais de
resistência e mudança social. Pennycook (2010) enfatiza esse olhar para as práticas
locais assinalando os movimentos de agenciamento que podem surgir dessas práticas:
“A globalização precisa ser compreendida não só em termos de reações dos movimentos
globais de cima, possibilitadas pelas novas mídias, instituições e tecnologias, mas
também em termos de movimentos locais sendo feitos na direção do global”
(PENNYCOOK, 2010, p. 4).
A ênfase conferida ao local como espaço dinâmico de criação discursiva pensa a
fluidez e a mobilidade que caracterizam o cenário sociolingüístico contemporâneo.
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Nessa perspectiva, Pennycook (2010) observa a linguagem como atividade social
repetida e confere especial atenção para os processos de repetição e relocalização.
Como pensar as possibilidades de agenciamento e mudança social a partir desses
processos? Refletindo sobre a dinâmica dos processos comunicativos, cada situação de
repetição é única e o novo pode se instaurar na repetição, pois toda repetição engendra
algum tipo de transformação, conforme observa Pennycook (2010, p. 29): “Repetição,
até mesmo da "mesma coisa", sempre produz algo de novo, de modo que quando
repetimos uma idéia, uma palavra, uma frase ou um evento, é sempre renovada”.
A dialética local-social compreendida pelas relações entre os contextos
interacionais imediatos e os contextos transituacionais abarca a complexidade dos
processos discursivos no contexto da globalização. E por esse ponto de vista:
(...) referências lingüísticas, culturais e identitárias usuais, cujo centro
normativo se encontra associado a sentidos de estabilidade, homogeneidade,
fixidez e territorialidade vão convivendo com o questionamento, o
descentramento, o transito e a mestiçagem de idéias, cada vez mais,
operatórias – operacionalidade derivada da compreensão da situacionalidade
histórica e política dos significados organizadores da experiência social (...)
(FABRÍCIO, 2013, p. 152)
Considerando as questões de interesse de pesquisa aqui assinaladas, a análise
crítica do discurso deve contemplar esse dinamismo inerente as atividades de
significação no cenário sociolingüístico contemporâneo, delineado pela mobilidade
geográfica e mobilidade dos processos discursivos. Por esse horizonte interpretativo,
são enfatizadas: a) as relações de poder associadas às práticas discursivas; b) as
conexões entre os processos sócio-históricos persistentes e as experiências sociais
contingentes; c) as relações recursivas entre linguagem e estrutura social; d) a natureza
do discurso na situação interacional; e) e, as possibilidades de emergência de práticas de
resistência e mudança social. Esses aspectos constituem-se fundamentais para a análise
crítica do discurso e se coadunam com as perspectiva críticas da questão ambiental,
materializadas no seguinte trecho:
Teremos que ser eminentemente críticos para, coletiva e solidariamente,
forjar capacidades de resistência e alternativas novas que nos permitam
transformar nosso imaginário social e, em conseqüência, boa parte do que
hoje consideramos natural, na nossa prática e no nosso dia-a-dia. (LEROY e
PACHECO, 2006, p. 45)
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