A APLICABILIDADE DAS PLANTAS MEDICINAIS … essas plantas e para isso, nada melhor que ofertar esses...
Transcript of A APLICABILIDADE DAS PLANTAS MEDICINAIS … essas plantas e para isso, nada melhor que ofertar esses...
A APLICABILIDADE DAS PLANTAS MEDICINAIS COMO RECURSO DIDÁTICO-
PEDAGÓGICO COMUNIDADE ESCOLAR
Autor: Sheila Gonçalves Macleod
Orientador:Prof.Drª.Juliana Bello Baron Maurer
RESUMO
Este projeto teve como objetivo principal inovar a tradicional aula de Ciências,
tornando-a mais atrativa, motivadora e dinâmica, utilizando os conhecimentos sobre
as plantas medicinais como recurso didático-pedagógico. O presente trabalho
consistiu no aprimoramento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre as plantas
medicinais, através de várias atividades que se iniciaram com uma entrevista
realizada pelos alunos com seus familiares e amigos, acerca do conhecimento que
possuíam sobre as plantas medicinais. A partir do resultado das entrevistas, pode-se
conhecer as plantas mais citadas, e após foram realizadas pesquisas no laboratório
de informática e na biblioteca sobre o histórico, os efeitos e as formas de utilização
das plantas medicinais. Esta etapa mostrou aos alunos a importância da
biodiversidade e da conservação. A segunda atividade foi a montagem do glossário
com os termos sobre os efeitos e forma de utilização dessas plantas. No estudo da
morfologia e a classificação dessas plantas, os alunos puderam produzir maquetes
de raízes, flores, frutos e sementes. Dentro deste estudo foi criada a carpoteca, que
é uma biblioteca de sementes e também foi produzido um herbário, que é uma
coleção de excicatas, isto é, partes de plantas desidratadas e classificadas. As
atividades práticas realizadas no laboratório de Ciências foram muito reveladoras,
evidenciada pelo grande interesse dos alunos por essas atividades. Neste ambiente,
os alunos tiveram a oportunidade de aprender como se trabalha dentro de um
laboratório, através das normas de biossegurança. Os alunos conheceram alguns
reagentes e vários tipos de vidrarias utilizados em laboratórios. Os alunos
receberam o protocolo com informações para a realização das práticas, e ao final
entregavam um relatório sobre os experimentos realizados. O projeto transcorreu de
forma organizada, resultando na ampliação e transformação do saber empírico em
científico, despertando nos alunos um novo interesse para a investigação científica.
Palavras-chaves: Plantas medicinais, Etnobotânica, Laboratório de Ciências,
Herbário, Carpoteca, Biossegurança.
1 INTRODUÇÃO
As plantas medicinais vêm sendo utilizada desde a antiguidade, passando
pelos povos árabes, egípcios, hebreus, gregos, indianos, chineses, romanos e
americanos, através dos séculos, disseminando seu uso com o intuito de
proporcionar alívio, cura, para muitos males que afligem a humanidade.
Os antigos dominaram o uso e conheciam muitos segredos da ação dos
princípios ativos das plantas medicinais.
Recorrer à natureza como forma de melhorar as condições de saúde é um
ato de longa data, o qual teve períodos em que o seu uso andava em alta entre a
população, porém com o crescimento da indústria farmacêutica, houve época em
que este costume quase chegou à zero, o que não aconteceu porque uma parte
pequena do povo continuava acreditando nos poderes dessas plantas e aliada ao
fato de ser de pouco preço, gastavam menos para adquiri-las. E assim, continuava
seu uso resistindo entre o povo e mais uma vez fez-se ressurgir com força total, não
só no Brasil, mas em todas as partes do mundo. Este é um hábito que continuará
existindo entre a humanidade, já que se trata de uma alternativa de baixo custo,
eficiente e culturalmente divulgada.
As pesquisas com plantas medicinais para o uso consciente são recentes, e
poucas são as plantas estudadas diante da diversidade das mesmas, embora sua
prática seja secular e ser mantida em nível da população tradicional, pouco se sabe
sobre seus efeitos, seja ele, benéfico ou maléfico, o que tomar, quando tomar e
quanto tomar. Não é por ser natural que não terá efeito colateral, pode ter sim, por
isso devemos saber mais como utilizar a nosso favor, essas maravilhas que nos foi
ofertada pela natureza.
Atualmente vivenciamos mais um novo período do apogeu das plantas
medicinais e tudo indica que será um longo percurso, então nada mais justo que
nossos alunos venham a ter acesso a essas informações, um contato mais íntimo
com essas plantas e para isso, nada melhor que ofertar esses conhecimentos nas
aulas de Ciências, tornando-a mais atrativa e dinâmica, ampliando, enriquecendo os
conhecimentos da comunidade escolar, sobre o universo das plantas medicinais.
Conhecer como utilizá-las corretamente, saber a erva adequada para cada sintoma,
o uso adequado das mesmas.
Nossos alunos estão hoje inseridos no contexto do mundo globalizado, com
pouca ou muitas vezes, sem nenhuma motivação para nossas aulas tradicionais.
Com este estudo, através da utilização de pesquisas em bibliotecas, internet,
construção de maquetes de raízes, caules, folhas e frutos de exemplares das
plantas medicinais, montagem de exsicatas, criação da carpoteca, da horta
medicinal, cuidados e segurança de laboratórios até, as tão esperadas aulas de
práticas laboratoriais. Cada uma dessas atividades proporcionou aos alunos melhor
interação, compreensão dos conteúdos, interesse, muitas expectativas quanto as
novas atividades, motivando-os a sair do conhecimento empírico e ingressar no
campo da investigação científica.
Partindo do saber que os alunos possuem sobre as plantas medicinais e
através de entrevistas com seus familiares, amigos e vizinhos seguimos em frente,
como afirma Freire (2006,p.70) “ partir do saber que os educandos tenham não
significa ficar girando em torno deste saber. Partir significa pôr-se a caminho, ir-se,
deslocar-se de um ponto a outro.
Foi aberta a porta para a construção de mais conhecimentos. Os alunos assim,
se permitiram caminhar por novas etapas no mundo das plantas medicinais, através
das aulas de Ciências, respondendo as próprias dúvidas, que surgiam a medida que
suas pesquisas avançavam.
Por sentir a necessidade de enriquecer, ampliar as informações sobre o uso
correto das plantas medicinais e sentindo a urgência de melhorar as aulas de
Ciências que optei por interagir Plantas medicinais /aulas de Ciências, abrindo
caminho para novas experiências, trazendo mais luz sobre um assunto milenar e
que poucos sabem como utilizá-lo corretamente.
Este trabalho foi desenvolvido para trabalhar com a 8ª série (9º ano), porém,
também permite que seja usada para outras turmas de acordo com o conteúdo
abordado.
2 OBJETIVOS
O objetivo principal do presente trabalho foi inovar a tradicional aula de
Ciências, tornando-a mais atrativa, motivadora e dinâmica, utilizando os
conhecimentos sobre as plantas medicinais como recurso didático-pedagógico.
Para isso este trabalho teve como objetivos específicos, contribuir para:
a) Melhorar o ensino de Ciências, dinamizando as aulas;
b) Enriquecer os conteúdos referentes à área de Ciências;
c) Trazer entusiasmo às aulas de Ciências;
d) Levar o aluno a se interessar pela pesquisa científica
e) Desenvolver atividades laboratoriais com plantas medicinais para reforçar os
conteúdos pedagógicos de ciências e biologia;
f) Realizar atividades que integrem os alunos à sua comunidade, fazendo-os
perceber a importância das plantas medicinais para a saúde e a sua respectiva
conservação;
g) Incentivar sua comunidade a criar em seus espaços, hortas ou vasos com plantas
medicinais, caso não haja espaço físico para o plantio das mudas.
h) Desenvolver hábitos na comunidade escolar acerca de informações, de como
utilizar as plantas medicinais;
i) Fortalecer, aprimorar, ampliar os conhecimentos prévios dos alunos, criando uma
intimidade com a pesquisa científica;
j) Despertar o interesse em profissões que envolvam a pesquisa científica.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1979, reconheceu oficialmente
as plantas medicinais, como aquelas que possuem em sua estrutura substâncias,
com finalidades profiláticas, isto é, com poder curativo, ou alívio de enfermidades.
Essas substâncias, conhecidas como princípios ativos, são hoje procuradas,
pesquisadas, com o intuito de abranger mais espécies estudadas e com o objetivo
final, para cura de várias doenças. Atualmente, por exemplo, pode-se destacar a
pesquisa científica de uma planta da família Euforbiácea, conhecida popularmente
como avelós. Os estudos brasileiros estão sendo realizada na Universidade Federal
do Ceará (UFC), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e no hospital
Albert Einstein (São Paulo). Estudos clínicos já vêm sendo desenvolvidos com
pacientes portadores de neoplasias, os quais estão sendo tratados com o suco
(látex) da referida planta (Câncer até quando? - Amigos da cura.
amigosdacura.ning.com/curadocancer/cancer-ate-quando, acessado em 05 de
dezembro de 2010).
A história das plantas medicinais remonta há 4000 anos a. C., na China,
onde as ervas eram usadas como medicamento. O imperador Shen Wung, escreveu
um tratado médico chamado ”Cânone das Ervas”,datado de 3700 anos a.C. Outro
registro chinês que relata os tratamentos com ervas medicinais, datado de 2800
anos a.C. pertence ao herborista Pen Tsao , com base na Medicina Chinesa.
(Academia da Força Interior, www.forcainterior.com/florais.html, acessado em 05 de
dezembro de 2010). No Médio Oriente foram encontradas as Placas de Barro do ano
3000 a.C, com importantes registros de importações de ervas pelos babilônios, que
faziam trocas por ginseng com os chineses, por volta de 2000 anos a.C..O
historiador grego Heródoto afirmava que muitos babilônios eram médicos amadores.
A farmacopéia babilônica continha mais de 1400 plantas. O primeiro médico e
curandeiro egípcio foi Imhotep (2980 a 2900 a.C), o qual utilizava as ervas para seus
preparados mágicos. Os egípcios deixaram papiros de grande importância, os
herbários mais antigos que se tem conhecimento, é o Papiro de Ebers, cuja data é
de 1500 a.C. e que foi encontrado pelo egipitólogo alemão George Ebers, é exibido
ainda hoje no Museu de Leipzig, na Alemanha. Constam de 125 plantas e 811
receitas. Neles vê-se que os egípcios, utilizavam as plantas medicinais na
cosmética, culinária, na medicina e principalmente no embalsamento, método que
muitos tentaram copiar, porém nunca foram superados. Perto do Egito e da
Babilônia, encontravam-se os sumérios, povos que possuíam as terras mais férteis,
eram excelentes agricultores. Em seus escritos há referências ao uso da erva-doce,
beldroega e alcaçuz. Nos Jardins Suspensos da Babilônia, há indícios que entre
árvores e flores, eram plantadas alecrim e açafrão. Ao mesmo tempo na Índia, por
volta de 1000 anos a.C., vivia-se o a grande era das ervas medicinais. As primeiras
referências estão no livro dos Vedas, na parte Athatva Veda, escrita por volta de
2500 anos a.C. (Marques,1999). As ervas medicinais na Índia eram muito
importantes, com grande valor comercial, e por isso os europeus se empenhavam
para encontrar o caminho para as Índias, cujo interesse estava no comércio das
especiarias: cravo, canela, gergelim, carambola, noz-moscada, gengibre, pimenta,
açafrão e babosa. Por causa desse comércio, deram-se início as Grandes
Navegações. Já na Grécia Hipócrates, o “Pai da Medicina”, no ano 460 a. C., tratava
seus pacientes, através da dieta, hábitos de higiene do corpo e mente, com ervas e
estudos filosóficos. O “Pai da Botânica”, Teofrasto, discípulo de Aristóteles e Platão,
possuía o maior dos jardins gregos. Ele escreveu a história das plantas, onde
descreveu 450 tipos de árvores, flores e ervas em geral. No ano 78 d.C., ano do
apogeu do Império Romano, encontramos dois dos maiores herbolários da era
Cristã; Dioscórides, que percorreu todo o mediterrâneo coletando centenas de tipos
de plantas, que seriam descritas mais tarde em seu livro, intitulado “De Maneira
Médica”. Galeno, o outro grande herbolário era grego, e viveu entre os anos 130 a
200 d.C., é considerado o ”Pai da Fisiologia’. Sua maior descoberta foi o método
Galênico da separação dos princípios ativos de uma planta, e que é usado até hoje.
Para Marques (1999), a terapia com plantas medicinais começou com
Mitridates, rei do Ponto, no século II(entre 101 a 200 a.C.),sendo ele o primeiro
farmacologista experimental. Nesta época já eram conhecidos os Opiáceos, a Cila e
muitas plantas tóxicas.
No reinado de Elizabeth I da Inglaterra (1558-1606), entre os séculos XV e
XVI, algumas ervas valiam tanto, quanto o ouro ou a prata, e não havia dona de
casa ,que não tivesse ervas para a cura de doenças do dia a dia (Breve História das
ervas – em users.matrix.com.br/.../breve_historia_das_ervas.htm, acessado em 05
de dezembro de 2010). Neste mesmo século (XV),em 1597, John Gerard escreveu
Gerards Herbal um herbário de 1600 páginas. Em 1640 John Parkinson escreve o
Theatrum Botanicum, descrevendo o poder das ervas.
Nas Américas, no século XVI, (entre os anos de 1600 a 1699), foi
encontrado o manuscrito Badanius, o herbário asteca. (A Historia das plantas
Medicinais, em www.fazendadocerrado.com.br/fotos_noticias/1280/Livro.pdf,
acessado em 05 de dezembro de 2010). Os primeiros imigrantes chegaram às
Américas e nas suas bagagens traziam, ervas, como a aquiléia, camomila, que
cresciam junto com as plantas nativas. Thomas Jefferson, que foi o terceiro
presidente dos Estados Unidos, (1801-1809), plantava ele mesmo suas ervas
preferidas: menta, tomilho, lavanda, e alecrim.
No final do século XIX, com a Revolução Industrial, o poder curativo das
ervas foi discriminado. No entanto, pouco tempo depois, as ervas ressurgem, e
volta-se a consumir como antes. Novamente, no final da década de 50 até o final da
década de 70 ocorre, um novo período de declínio no uso das plantas medicinais. As
ervas foram perdendo lugar para os remédios sintéticos; crescia a indústria
farmacêutica e o uso das plantas medicinais caiu, a um nível quase zero. A
população encantada com os novos medicamentos esquece-se das plantas
medicinais, e volta-se totalmente para as novas drogas, porém começam a surgir
efeitos secundários desses novos fármacos e aí começa a ressurgir a nova era das
plantas medicinais (início dos anos 80), cujo interesse cresce a cada dia em todos
os países. Pesquisas estão sendo realizados, princípios ativos sendo extraídos de
uma infinidade de espécies vegetais, onde provavelmente, se encontrará a cura para
várias enfermidades.
Desde o início, o homem já utilizava as ervas, porém não se conhecia seus
princípios ativos, relacionava-se apenas certa planta a certa enfermidade, e isso
foram passadas ao longo das gerações sendo transmitidas oralmente pela
população, e também através de manuscrito de antigas civilizações, (Cunha, 2003),
dessa forma chega-se aos dias atuais, e as pesquisas avançam, o consumo
aumenta (Biazzi, 2004), com isso, as ervas vêm disputando um lugar de evidência,
junto com os remédios sintéticos (Alvim et al., 2004).
Quando o homem, no início dos tempos, começou a se conhecer, encontrou
nas plantas o seu meio de cura, de alívio para seus males, só que hoje sabemos
que não é só pegar, tomar e já está curado, não, temos que ter conhecimentos, de
quais as ervas certas, para que não haja engano e ocorra alguma fatalidade. Mesmo
assim, as feiras, lojas de ervas medicinais, comercializam algumas espécies
altamente tóxicas, sem mesmo haver um estudo toxicológico e farmacológico, para a
comercialização dessas espécies. Desde o mundo primitivo, até os dias atuais, há
uma busca pela plena saúde, e a fonte da juventude, isto aliado ao fato de auto
medicar-se, que pertence a nossa cultura. É essa prática da automedicação, sem
saber o que se está ingerindo e se realmente serve para o problema que tem, por
esse motivo temos que difundir as pesquisas, garantindo dessa forma o uso correto
dessas ervas.
Recentemente, o Governo Federal lançou a “Política Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos” (Decreto Presidencial, Nº813, 22 de Junho de 2006), a
qual estabelece diretrizes para garantir à população brasileira o acesso seguro às
Plantas Medicinais e Fitoterápicos, a melhoria da qualidade de vida da população e
do complexo produtivo na área de saúde, promover o uso racional e sustentável da
biodiversidade e desenvolver a cadeia produtiva e a indústria nacional. Porém,
apesar dos esforços do Governo Federal e das inúmeras pesquisas em diferentes
áreas das plantas medicinais ainda a população não consegue ter acesso a todas as
informações para a utilização correta e com segurança desta poderosa forma
terapêutica.
Assim sendo, este trabalho vai de encontro às atuais políticas públicas,
quanto ao uso das plantas medicinais e de fitoterápicos, sendo este de grande
relevância no campo educacional, cultural, social e econômico da população
(Machado, Pinheiro, Guizardi, 2006).
Na área de Ciências e Biologia, utiliza-se tradicionalmente a metodologia de
aulas expositivas, auxiliadas pelos seguintes recursos didáticos: quadro de giz,
transparências, slides, livros didáticos, ainda, atualmente, a TV multimídia e a
internet. No método tradicional o professor é o centro do processo, transmissor do
conhecimento, onde o currículo é apresentado por partes e as atividades ficam
restritas aos livros textos e seus respectivos exercícios. Este método tem como
objetivo, saber se o aluno é realmente capaz de assimilar o que foi transmitido pelo
professor, ele não o prepara para a vida. O método tradicional vem sofrendo muitas
críticas, porque não é capaz de responder as necessidades atuais da sociedade,
contudo, não se encontrou um método realmente eficaz.
No presente trabalho propõe-se o desenvolvimento de recursos que ampliem
as possibilidades atuais de ensino na área de Ciências e Biologia. O estudo com
plantas medicinais vem sendo utilizados em algumas instituições de ensino. Na
Tabela 1 destacam-se alguns exemplos de projetos de ensino que utilizam o estudo
das plantas medicinais como recurso didático.
A escola especializou-se em um processo cognitivo verbal (que é o professor
através de aulas expositivas), para poder intuir o saber simbólico e socializar o saber
e a construção de significados. Pois ela não reconhece a importância da tecnologia,
daí, ou seja, o saber, a informação, fica para as práticas extra-escolares.
Os recursos didáticos atuais são ferramentas importantíssimas para a
prática pedagógica, como: TV multimídia, internet, vídeos e vídeos- conferência, que
vem promover a interação entre os alunos, despertar o interesse de participação,
estimular a criatividade e ao mesmo tempo propiciar diferentes fontes de informação.
O ensino foi tocado bruscamente por uma revolução tecnológica. Antes viviam e
executavam sempre a mesma coisa, hoje temos diversos recursos didáticos,
cabendo ao profissional da educação saber usá-los. No que dizem respeito à
educação, todas as ações tem que ter presente a qualificação e a validação
socialmente reconhecida.
Tabela 1: Exemplos de projetos de ensino que utilizam o estudo sobre plantas
medicinais como ferramenta de recurso didático
Projeto Objetivo Instituição
e Público
alvo
Atividades e Conteúdos Consulta a
Plantas
medicinais
no Ensino
Fundamen
tal
Utilizar o
conhecimento das
plantas medicinais
no seu cotidiano
Centro
Educacion
al Rosa
Mística (3ª
e 4ª série
do ensino
fundament
al).
Implantação de canteiros
com mudas de plantas
medicinais.
Produção de xaropes,
vermífugos, pomadas,
sabonetes, shampoo,
tinturas e balas
www.ufcg.edu.b
r/~proex/.../impl
antcao%20de%
20canteiros.pdf.
Fichário
de Plantas
Medicinais
Estudar as
propriedades das
plantas medicinais
através da
confecção de um
fichário
Apresentação do fichário
sobre plantas medicinais
e propriedades
medicinais das plantas -
partes das plantas,
origem, características
peculiares.
http://www.cienc
iamao.if.usp.br/t
udo/busca.php?
key=fichario
Interação
entre os
Montar um
compêndio sobre
Professore
s da
Leitura de artigos sobre o
conhecimento das
Portal do
Professor -
seres
vivos
plantas medicinais Secretaria
de Estado
da
Educação
– Curitiba /
Paraná.
Alunos do
ensino
fundament
al
propriedades medicinais
das plantas; distinção de
remédios alopáticos de
fitoterápicos;
reconhecimento da
importância de não se
automedicar
Plantas
Medicinais:
portaldoprofess
or.mec.gov.br/fi
chaTecnicaAula
.html?aula
Projeto a
Horta na
Escola
Dinamizar o
ensino de Ciências
Biológicas no
Ensino
Fundamental e
Médio
Alunos do
1º e 2º
anos do
Ensino
Médio
Atividades como
classificação das plantas,
estatísticas do tempo de
crescimento; confecção
de uma horta suspensa
com garrafas pet;
elaboração de livros
relacionados as plantas
medicinais e suas
propriedades
Desenvolvimento da
interdisciplinaridade entre
os conteúdos de
matemática, geografia e
ecologia
www.scribd.com
/doc.../Projeto-
a-Horta-Na-
Escola,
Construçã
o e
utilização
de uma
horta
medicinal
eletrônica
Alunos de
6ª série do
Ensino
Fundamen
tal
Construção de uma horta
eletrônica e a utilização
de diferentes ambientes
virtuais de aprendizagem
(mural, chat, e-mail).
www.sbc,org.br/
bibliotecadigital/
dowload.php?pa
per=613
no ensino
de
Ciências
a Informações acessadas em 05 de dezembro de 2010
Na proposta do presente trabalho utilizar-se-á aulas práticas, que podem
ajudar no desenvolvimento de conceitos científicos, além de permitir que os
estudantes aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como
desenvolver soluções para problemas complexos (Lunetta, 1991). Um laboratório é o
local onde os alunos, além dos seus tradicionais cadernos, terão acesso a outros
tipos de equipamentos e a oportunidade de interagir com as montagens de
instrumentos específicos que normalmente eles não têm em um ambiente com
caráter mais informal do que o ambiente da sala de aula (Borges, 2002). Quando
falamos em atividades práticas, estas, não são apenas laboratórios, mais também,
podem ser realizadas em laboratórios de informáticas e em trabalhos de campo. O
desafio é fazer com que o educando queira aprender, criar nele interesse,
motivação, então, cabe-nos utilizar todos os métodos, o tradicional e as novas
tecnologias.
Ciências é um processo que tem início nos primeiros anos do ensino
fundamental, e se prorroga ao longo da vida. Através das Ciências podemos
conhecer todas as tecnologias, que nada mais são do que o resultado das pesquisas
em Ciências. O homem busca através desses estudos, tecnologias cada vez mais
apuradas, e que nos facilitem a vida, mesmo que algumas delas, junto com seus
benefícios possam nos trazer grandes malefícios (energia nuclear), contudo a
Ciência está aí, e os alunos precisam ter conhecimentos para refletir sobre os
benefícios – malefícios que rondam a nossa saúde, o meio ambiente, e é a partir das
plantas medicinais que vamos abordar vários assuntos que eles já tiveram contato
ou que ainda terão, espera-se com isso tornar o estudo de Ciências mais atrativo,
proporcionando aos alunos uma reflexão sobre a vida, através dos conteúdos
estudados.
4 METODOLOGIA
4.1 SELEÇÃO DOS ALUNOS
Este trabalho foi realizado com alunos da 8ª Série do Ensino Fundamental
(9ºAno) do Colégio Estadual Paulina Pacífico Borsari, município de Curitiba. Como
no colégio existem três turmas de 8º ano, os alunos foram selecionados através de
uma entrevista, para avaliar quais estavam realmente interessados em participar do
projeto. O questionário apresentado na Figura 1 foi uma proposta utilizada para a
seleção dos alunos. Dos 40 alunos inscritos, 25 manifestaram interesse em
participar do projeto, onde a primeira etapa, foi uma conversa sobre as plantas
medicinais; o que seria visto em cada uma fases do trabalho e ocorrer interação
entre os alunos. Colhemos então, informações sobre seus conhecimentos acerca
deste assunto. A partir daí, já bastante estimulados, saíram com uma entrevista, que
teriam que fazer com seus familiares e amigos.
Identificação: Nome.................................................................. Turma........................
1) Você gosta de escrever: ( ) Sim ( ) Não
2) Você gosta de ler: ( ) Sim ( ) Não
3) Qual o tipo de literatura você prefere? ( ) Romance ( ) Policial ( ) Ficção
( ) outro tipo, qual?....................................................................................................
4) Você gosta de trabalho de pesquisa? ( ) Não ( ) Sim
Por
quê?................................................................................................................................
................
5) Qual a disciplina você tem maior
afinidade?.......................................................................................
6) Se você fosse fazer vestibular agora, qual a profissão você
escolheria?..........................................
7) Quais as razões ou motivos para você escolher essa
profissão?......................................................
8) Você sabe o que é pesquisa científica? ( ) Sim ( ) Não
9) Se a resposta for afirmativa, responda em poucas palavras o que é pesquisa
científica?
........................................................................................................................................
10) Você gosta de trabalhar em grupo? ( ) Sim ( ) Não
Por quê?.........................................................................................................................
Figura 1: Questionário utilizado para a seleção dos alunos para participação no
projeto.
4.2 LABORATORIO DE ETNOBOTÂNICA
A segunda etapa foi a entrevista para consultar sobre qual o conhecimento que
os familiares e amigos dos alunos possuíam sobre as plantas medicinais, através de
um questionário mostrado na Figura 2. O estudo sobre o histórico das plantas
medicinais e suas formas de utilização foram realizadas no laboratório de informática
e na biblioteca. A pesquisa sobre as plantas medicinais foi feita utilizando literatura
especializada e recomendada. Para a confecção de um glossário sobre as plantas
medicinais também foi feita a pesquisa no laboratório de informática e na biblioteca
utilizando literatura especializada e recomendada.
IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO
1.1Nome.....................................................................................
1.2 Sexo ( ) masculino ( ) feminino
1.3 Estado civil ( ) casado(a) ( ) solteiro(a)
2.QUANTO AOS CONHECIMENTOS SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS
2.1 Conhece alguma Planta Medicinal?
( ) Não ( ) Sim
Em caso afirmativo, citar.....................................................................................
2.2 Costuma utilizar as plantas medicinais como na terapia de patologias?
( )Não ( ) Sim
Em caso afirmativo, responda:
Quais as principais plantas medicinais costuma utilizar?
Citar:......................................................................................................................
2.4 Como as utiliza?
( ) Chá ( ) Xaropé ( ) Compressa ( ) Cataplasma
( )Pomada ( ) Tintura
2.5 Costuma utilizar as plantas medicinais ou aromáticas na cozinha?
( ) Sim ( ) Não
2.6 Como adquiriu as informações sobre as plantas medicinais?
( ) Com pessoas da família que conhecia o assunto ( ) Em revistas
( ) em livros ( ) Por experiência pessoal
Outros:..................................................................................................................
3 QUANTO AOS TIPOS DE DOENÇAS
3.1Quais os tipos de doenças que você costuma utilizar as plantas medicinais?
...............................................................................................................................
4 QUANTO A ORIGEM DAS PLANTAS MEDICINAIS QUE UTILIZA
4.Local onde obtém as plantas
( ) Compra ( ) Na mata ( ) Cultivo Próprio
Outros...........................................................
4.1 Caso você compre as plantas medicinais, como as reconhece?
...............................................................................................................................
4.2 Caso cultive, você conhece a melhor época de colheita?
( ) Sim ( ) Não
4.3 Em caso afirmativa : ( ) Estação do ano ( ) Fase da Lua ( ) Hora do dia
Figura 2: Questionário sobre os conhecimentos e o uso popular de plantas
medicinais
4.3 LABORATORIO DE BIODIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO
Em uma pequena área externa do colégio, foi preparado o terreno: eliminando
todo o entulho existente na área, retirando o mato e ervas daninhas com raízes; por
último preparou-se a terra, com a adubação orgânica. Terreno pronto, passamos
para o plantio da horta medicinal. Com algumas das espécies plantadas, foi possível
criar um pequeno herbário, que é uma coleção científica de exsicatas. Para isso
foram necessários: exemplar de um espécime vegetal (flor, folha, ou a planta inteira,
quando pequena), jornal, papelão e papel toalha, prensa ou um objeto bem pesado,
naftalina, caixa para armazenamento, etiqueta, lápis e tesoura. As etiquetas contem
as informações sobre a planta, como nome comum, nome científico, classificação
taxonômica, local onde foi encontrada, data da coleta. Para criação da carpoteca
foram necessários os frutos e sementes (com identificação taxonômica), potes de
vidro ou caixinhas; álcool etílico, papel vegetal para etiquetas e lápis e tesoura. Para
a criação de maquetes das diferentes partes do vegetal, incluindo raiz, folha, flor,
fruto e semente, foram necessários material reciclado, tesoura e cola, canetinha ou
tinta e pincel, barbante ou fio de lã e material bibliográfico especifico.
4.4 LABORATORIO EXPERIMENTAL DE CIÊNCIAS
Os alunos foram divididos em grupos. Cada grupo recebeu seu protocolo, isto
é, a descrição da prática, onde eles seguiram os passos descritos. Cada grupo
recebeu também um relatório, para ao final da prática, descrever o que utilizaram e
os resultados. As informações sobre os materiais e reagentes das atividades no
laboratório de Ciências, bem como as técnicas para desenvolvimentos das práticas,
estão descritas na sequência
EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO AMIDO PRESENTE NO GENGIBRE OU
NA BATATA
Material e reagentes necessários: gengibre ou batata, ralador ou liquidificador,
solução de lugol (iodo), funil e papel de filtro, tubo de ensaio, Becker, pipeta de vidro,
bastão de vidro, pinça, fogareiro ou bico de bunsen
Técnica:
EXTRAÇÃO DO AMIDO:
Raspar o gengibre ou a batata; transferir a raspa para um béquer de 250 ml.
Adicionar 100 ml de água e agitar bem com um bastão de vidro. Filtrar através de
uma gaze, recolher o líquido em béquer de 250 ml. Espremer a gaze. Deixar o amido
depositar no fundo do béquer durante 10 minutos, e a seguir, remover
cuidadosamente o líquido sobrenadante.
PREPARO DA SOLUÇÃO DE AMIDO:
Manter aproximadamente 150 ml de água fervendo em um béquer de 250 ml.
Acrescentar cerca de 50ml de água fria ao depósito de grãos de amido, obtidos
anteriormente e adicionar esta suspensão de amido, lentamente e com constante
agitação, à água fervente. Continuar o aquecimento até que se forme uma solução
opalescente. Usar esta solução para a caracterização do amido.
CARACTERIZAÇÃO DO AMIDO:
Em um tubo de ensaio pipetar 2 ml da solução de amido, adicionar gotas de lugol e
observar o resultado. Aquecer. Observar. Resfriar o tubo inclinado em água corrente.
Observar o resultado.
ESTUDO DA ATIVIDADE PROTEOLÍTICA DE ENZIMAS DE FRUTOS
Material necessário: abacaxi, mamão, morango, kiwi ou figo, tempero de amaciante
para carnes
peneira, liquidificador ou mixer, microondas ou lamparina, geladeira ou cuba com
gelo (banho de gelo), gelatina sem sabor, tubos de ensaio, pipetas volumétricas ou
seringas graduada, espátulas, faca ou bastão de vidro, becker, canudos plásticos de
refrigerante, canetas usadas para transparências de retroprojetor
Técnica:
Preparar o suco das frutas, separadamente. Peneirar e reservar.
Dissolver em 200 ml de água fria a gelatina, colocar essa solução no forno de
microondas com potência alta por 30 segundos ou aquecer na lamparina.
Preparar os tubos de ensaios conforme a tabela abaixo e observar a formação
gelificação.
Tubos Composição Teste
1 10 ml de gelatina + 3 ml de água Controle negativo
2 10 ml de gelatina + 3 ml de mamão Mamão
3 10 ml de gelatina +3 ml de morango Morango
4 10 ml de gelatina + 3 ml de abacaxi Abacaxi
5 10 ml de gelatina + ponta da
espátula com amaciante de carne
dissolvida em 3 ml de água.
Controle positivo
EXTRAÇÃO DE DNA DE CEBOLA, BANANA, KIWI OU TOMATE
Material necessário: meio copo de cebola picada (50g) ou duas bananas ou dois
tomates ou dois kiwi, 1 faca (ou bisturi), 2 copos de 250ml, 2 copos medidores (ou
provetas de 50ml), 1 bastão de vidro, 1 espátula, 1 funil de vidro ou de coar café,
filtro de papel para coar café, banho-maria a 60°C, água filtrada (ou destilada),
detergente, sal de cozinha, álcool etílico comercial gelado 95%, gelo
Técnica:
Junte em um copo 20 ml de água, 10 ml de detergente, 1 pitada de sal (1 colher de
café) e misture bem. Nesta etapa ocorrerá a lise das células.
Coloque a cebola picada no copo com a solução de lise e leve ao banho maria a
60°C por 15 minutos.
Resfrie a mistura, colocando o copo no gelo por cerca de 5 minutos, mexendo
periodicamente, mais sem fazer movimentos muito bruscos.
Filtre a mistura no filtro de café, recolhendo o filtrado em um copo limpo.
Adicione, bem lentamente e pela borda do copo, colocar 20 ml de álcool etílico
gelado.
Espere alguns minutos.
Observe a formação do precipitado. Mergulhe o bastão de vidro no copo, fazendo
movimentos circulares cuidadosos não mexa muito bruscamente para não quebrar a
molécula de DNA. Os “fios” esbranquiçados e grudentos são aglomerados de muitas
moléculas de DNA e ficarão presos na ponta do bastão de vidro.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 LABORATORIO DE ETNOBOTÂNICA
Etnobotânica, ciência que estuda a relação dos diferentes povos com os
vegetais. Após a entrevista, verificou-se que apenas possuíam conhecimento
superficial, e que às vezes incorreto. A partir desse diagnóstico, deu-se início as
pesquisas na biblioteca da escola e laboratório de informática, sobre o nome
científico das plantas mais citadas nas entrevistas, o histórico das plantas medicinais
e sobre a etnobotânica. Com esses dados em mãos os alunos então, os alunos
criaram um texto sobre o histórico das plantas medicinais. Concomitantemente a
pesquisa, foi criado também um glossário de formas de utilização e efeitos das
plantas medicinais
É fundamental explicitar para os educandos que a tarefa de transformação
do conteúdo formal, estático, em questões dinâmicas, muda completamente o
processo de construção do conhecimento.[...] Os educandos devem ser incentivados
e desafiados a elaborar uma definição própria de conceito cientifico proposto,
baseando-se nas características apresentadas. Esse processo pode ser estimulado
pelo professor por meio de perguntas, cujas respostas explicitem os fundamentos
essenciais do conceito (GASPARIN,2005, p. 45,59).
Histórico das plantas medicinais
O uso das plantas medicinais vem desde a antiguidade, do Egito dos faraós,
da Grécia Antiga, da China dos grandes imperadores. Essa é uma ciência popular,
que foi criada para aliviar as dores e até curar. O homem a tem utilizado a milhares
de anos. Foi Carlos Magno um dos primeiros defensores das plantas, ao baixar um
edital protegendo a hortelã nativa, que já naquela época estava ameaçada de
extinção. Desde a mais profunda das raízes á diminuta flor, tudo é vida ,que serve
para alimentar, proteger, curar os seres humanos. Não só os homens, mais também
o cão quando não se sente bem aproveita dos vegetais a sentir-se melhor. Hoje em
dia devemos protegê-las mais ainda, atuar contra a devastação das florestas e para
o nosso próprio bem estar.
Modo de utilização das plantas medicinais
Alcoolatura: Utiliza-se planta verde com um líquido feito de uma parte de álcool de
cereais e água .
Cataplasma: Consiste na aplicação de uma mistura de farinha, água ou partes da
planta amassada.
Compressa: Aplica-se um pedaço de pano embebido em chà,, cozimento ou sumo
da planta
Decocção: O material vegetal vai para cozimento junto com a água por um tempo
que pode variar de 5 a 20 minutos.
Garrafada: Preparação semelhante à tintura. Deixa-se o material em maceração por
alguns dias em cachaça.
Infusão: Coloca-se água quente sobre o vegetal, abafando por alguns minutos.
Maceração:Processo de extração de princípios ativos das ervas, onde pode utilizar-
se: água,álcool, cachaça, vinho ou óleos Pomada:Para uso externo.Pode ser
preparada com cera de abelha, banha de porco, glicerina, própolis e sabão.
Tintura:Preparada igual a maceração.
Xarope: solução concentrada de açúcar com água fervida junto com a planta
medicinal.
GLOSSÁRIO
Adstringente: Que contrai, estreita ,reduz
Afrodisíaco: Medicamento estimulante sexual
Alcalóide: Classe de substâncias encontrada nos vegetais, de grande interesse
medicinal
Analgésico: Que acalma ou impede a dor.
Anamia: Deficiência de hemácias no sangue por falta de ferro.
Antibacteriano: Agente que combate as bactérias
Antiespasmódico: Substância que evita ou alivia os espasmos
Antinflamatório:Substância que atua contra as inflamações
Antipirético: Que previne e cura a febre
Anti-séptico:Que age contra as infecções
Aperiente:Medicamento que estimula o apetite.
Arteriosclerose:Endurecimento das artérias
Atônico: Debilidade geral, fraqueza.
Béquico: Remédio que combate a tosse.
Bronquite: Inflamações nos brônquios
Cardiotônico: Remédio que estimula o coração
Colorético: Remédio que aumenta a secreção da bile
Debilidade: Fraqueza
Depressão: Queda do tono normal em direção à tristeza
Dispepsia: Má digestão
Diurese: Secreção da urina
Diurético: Que provoca a secreção abundante de urina
Emoliente: Possui propriedades de amolecer, abranda a inflamação
Esgotamento: Exaustão
Espasmo: Contração muscular rápida e involuntária
Estimulante: Que excita a função dos órgãos e ativa a circulação
Estomáquico: Que é bom para o estômago
Expectorante: Que facilita a saída de muco dos pulmões
Febrífuga: Que auxilia no processo febril.
Flatulência: Acúmulo de gases no intestino
Hemorragia: Perda grande de sangue.
Hemostático: Remédio que ajuda na coagulação do sangue.
Hipertensão: Pressão alta
Inapetência: Falta de apetite
Insônia: Dificuldade para dormir
Laxante: Purgante que induz a evacuação de fezes moles.
Mucilagem: Substância gomosa encontrada nos vegetais
Nevralgia: Dor no nervo e nas suas ramificações
Parasiticida: Que mata parasita
Reumatismo: Dores nos músculos, articulações e nos tendões
Sudorífico: Remédio que provoca o suor
Tônico: Revigorante, que dá energia
Trombose: Coagulação do sangue,dentro do aparelho circulatório
Tubérculo: Caule ou raiz, que acumula substâncias nutritivas
Vermífugo: que mata vermes, vermicida.
Figura 3: Histórico, modo de utilização e glossário sobre as plantas medicinais
* Fonte utilizadas para as atividades sobre o histórico, forma de utilização e glossário
sobre plantas medicinais: DI STASI, 1996; ALONSO, 2004;
http://www.herbarium.net/; http://www.emater.pr.gov.br/;
http://www.plantamed.com.br.
5.2 LABORATORIO DE BIODIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO
O Herbário, a carpoteca e a produção de maquetes foram atividades
interessantes. Um herbário serve para garantir que uma determinada espécie existiu
e que foi encontrada por determinado pesquisador, em determinado local e época,
além de servir de material de pesquisa para inúmeros pesquisadores. Ao secar uma
determinada planta, você vai conservar suas características, e junto com a
identificação, dará ao observador a imagem certa de como era determinada planta,
caso ela não exista mais, ou a alguma pessoa que more em outra região e não a
conheça. A carpoteca é uma coleção científica, assim como uma biblioteca é cheia
de prateleiras com livros a carpoteca também é cheia de prateleiras cheias de frutos,
e que ficam armazenados de forma organizados de acordo com a família, gênero,
acompanhadas de muitas informações.Tanto o herbário como a carpoteca foram
atividades que permitiram o desenvolvimento dos conteúdos relacionados com
biodiversidade e conservação. A construção de maquetes foi importante para a
fixação dos conhecimentos relacionados ao estudo da morfologia vegetal. Na Figura
4 estão ilustradas as maquetes confeccionadas pelos alunos.
5.3 LABORATORIO EXPERIMENTAL DE CIÊNCIAS
Finalmente chegamos às atividades laboratoriais, onde os alunos tiveram a
oportunidade de conhecer como se comportar dentro de um laboratório, saber
manusear corretamente as substâncias químicas e vidrarias, através das regras de
biossegurança, os alunos aprenderam sobre a legislação: Lei 8974, de 05/01/95,
regulamentada pelo Decreto 1752 de 20/12/95 (CNTBio – OGM), onde, profissionais
e alunos precisam estar aptos a aplicar as Normas de Biossegurança no seu dia-a-
dia. Durante as práticas de laboratório, os alunos participantes do projeto estavam
super animados. As práticas desenvolvidas foram: extração e caracterização do
amido presente na batata ou no gengibre; estudo da atividade proteolítica de
enzimas de frutos; e extração de DNA de cebola, banana, kiwi e tomate. Essas
aulas permitiram o aprofundamento em temas relacionados a biologia celular e
bioquímica além de contribuir para o conhecimento das propriedades medicinais e
nutricionais das espécies vegetais utilizadas nas atividades.
As aulas práticas, além de assegurar os conhecimentos adquiridos em sala
de aula, proporcionaram aos alunos a ter domínio, segurança ao manipular objetos,
instrumentos, materiais, e a compreender todos os fenômenos físicos e químicos
que ocorrem ao seu redor, fazendo-o pensar maduramente sobre o seu papel como
homem, em relação à natureza.
5.4. RESULTADO E DISCUSSÃO
Segundo os dados obtidos na entrevista com os familiares e amigos dos
alunos, que foram predominantemente feminino e que tenha responsabilidade do
cuidado da saúde familiar. Foram citadas aproximadamente sessenta plantas
conhecidas pela população entrevistada, sendo que as dez mais citadas foram:
Camomila (Matricaria recutita); Erva doce/funcho (Foeniculum vulgare mill); Boldo
(Coleus basbatus Benths); Carqueja ( Baccharis trimera); Erva-cidreira ( Melissa
Officinalis); Guaco ( Mikania glomerata); Alecrim (Rosmarinus officinalis L.); Capim-
limão (Cymbopogon citratus); Babosa ( Aloe vera L.); Quebra-pedra ( Phylanthus
niruri);
Foi verificada que a grande maioria dos entrevistados não possuem as
informações corretas quanto ao uso, e bem poucos possuem o hábito de cultivar
plantas medicinais em seus quintais e jardins, alguns adquirem de quintais de
parentes ou vizinhos, outros apenas compram.
Todos os entrevistados acreditam nas plantas medicinais e as utilizam em
caso enfermidade na família. Verificou-se entre os alunos a intenção de criarem uma
horta medicinal em seus jardins.
As informações obtidas no presente trabalho, através dos resultados das
entrevistas tornou possível resgatar através das aulas de ciências os saberes e
valores desses conhecimentos populares. A comunidade escolar aprendeu a
preparar seus medicamentos, como utilizá-los, os riscos que podem causar senão
conhecerem bem a planta.
As várias atividades estabelecidas neste projeto ajudou a fortalecer o uso
dos fitoterápicos entre os familiares dos educandos, pois as informações recebidas
em sala eram passadas para seus respectivos familiares.
Programas que envolvam os educandos e a natureza, ajudou muito a
melhorar a atuação dos mesmos em sala de aula, com efetiva promoção no
andamento do currículo escolar.
Figura 4
6 CONC
O
essencia
podemo
preocup
continua
: Estudo da morfologia vegetal – confecção das maquetes
LUSÃO
conhecimento da maneira correta de utilizar as plantas medicinais é
l ao homem. Cuidar da biodiversidade também é nossa obrigação, não
s correr o risco de colocar essas plantas em extinção. Por isso deve-se ter a
ação, que as gerações futuras saibam como cultivá-las, para poderem
r usufruir das mesmas. A importância do uso das plantas medicinais vem do
conhecimento popular e através da necessidade do homem em possuir
medicamentos mais em conta, que estudos estão avançando cada vez mais. Devido
ao crescimento do uso dessas ervas que este trabalho teve como objetivo aliar as
plantas medicinais às aulas de ciências, para que a aplicação do conhecimento
sobre as plantas possam contribuir para a dinâmica das aulas. Desta forma,
utilizando com o conjunto das atividades propostas verificou-se maior interesse dos
alunos nas aulas e na pesquisa, com rápidas respostas a tudo que foi pedido,
presença da família em conseguir mudas, sementes, adubos, material para
confecção das maquetes. O estudo sobre as plantas medicinais e a fitoterapia nas
aulas de ciências, resgatou na comunidade escolar, o uso dos chás da vovó.
7 AGRADECIMENTOS
Acima de tudo agradeço a Deus por estar comigo durante a produção deste
trabalho, me fornecendo Força e Luz. Agradeço aos meus filhos Juliana e Humberto
pela compreensão, ao ficarem tanto tempo sem a minha presença. Agradeço a
minha antiga diretora Vilma Tissot Bastos por todo apoio que sempre me deu e seu
reconhecimento do meu trabalho. Agradeço a Deus mais uma vez por ter colocado
no meu caminho a minha orientadora Prof. Drª. Juliana Bello Baron Maurer, por sua
atenção, dedicação, amizade, paciência e por sua valiosa contribuição na
qualificação deste projeto..
8 LISTA DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ALONSO J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario
(Argentina):Ed.Corpus,2004.1350pp. ISBN:987-20292-3-7
2. ALVIM, N.A. T; Ferreira, M. A. Faria, P.G. . Ayres, A.V.. Tecnologias na
Enfermagem: O resgate das práticas naturais no cuidado em casa, na escola e
no trabalho. . In: Nébia Maria Almeida de Figueiredo. (ORG). Tecnologias e Técnicas
de enfermagem. São Paulo: Difusão Editora, 2004. V. 1, p.338-355.
3. Apostila de Aulas Práticas de Bioquimica, Universidade Federal do Paraná.
Bioquímica, Aulas práticas: 5ª e 6ª edições.
4. Apostila de Aulas Práticas de Fisiologia Vegetal, Universidade Federal do
Paraná. Bioquímica Vegetal, 1990.
5. BARROS, M. A.; GONÇALVES, M. E. R.; R. C. Ciências no Ensino
Fundamental. O conhecimento físico. 1.ed. São Paulo: Editora Scipione.
1998.p.22-23
6. BIAZZI, E..O maravilhoso poder das plantas. 18 ed. Tatuí. São Paulo; Casa
Publicadora Brasileira, 2004
7. BRACHT, A. e ISHII-IWAMOTO, E.L. Métodos de laboratório em bioquímica.
São Paulo: Manole, 2003.
8. Brasil. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Secretaria de
Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF,1998.
9. CORRÊA JUNIOR, C.; MING, L.C.; SCHEFFER, M.C. Cultivo de Plantas
Medicinais, condimentares e Aromáticas. 2. ed. Jaboticabal: FUNEP, 1994,
162 p.
10 .CUNHA, A.P. da. ; Silva, A.P. Roque, O.R..Plantas e Produtos Vegetais em
Fitoterapia,Lisboa:Fundação Clouste Gulbenkian,2003.
11. DI STASI, L. C. Plantas medicinais: Arte e Ciência. Um guia de estudo
interdisciplinar. São Paulo. Ed. UNESP. 230 p., 1996
12. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná: Filosofia
(Mèzários, 2007.p.212)
13. EPUB. Índice Terapêutico Fitoterápico Ervas Medicinais. 1ª ed. São Paulo:
Editora dePublicações Biomédicas, 2008, 328 p.
14. ERVAS E PLANTAS: A MEDICINA DOS SIMPLES; Pe. Ivacir João Franco
15. FREIRE,Paulo.Educação e Mudança.Rio de Janeiro.Paz e Terra,2006.
16. GASPARIN,J.L.Uma didática para a pedagogia histórico-crítica.3ed.revista e
ampliada.Campinas. Autores associados,2005(Educação Contemporânea)
17. Guia de Plantas Medicinais. Editora On line.
18. LIMA, S. L. T., JESUS, M. B., SOUSA, R. R., OKAMOTO, A. K., LIMA, R.,
FRACETO, L. F. Estudo da Atividade Proteolítica de Enzimas Presentes em
Frutos, Química Nova Na Escola, n° 28, maio 2008.
19. MACHADO, F. R. S. Pinheiro, R. Guizardi; F.L.. As novas formas de cuidado
integral nos espaços públicos de saúde. In. Pinheiro, R.;Mattos,R. a.(ORGs).
20..MARQUES DE SÁ, Elizabete N. Plantas medicinais – Histórico. Ceará, 1999.
Disponível em < http://www.geocities.com/plantas_medicinais/historic.htm> Acesso
em 8 de novembro de 2006.
21. MORGAN, R. Enciclopédia das Ervas e Plantas Medicinais. São Paulo.
Hemus Ed..555 p.,1994
22. OLIVEIRA, R. A. G. Introdução aos estudos de plantas medicinais. Disponível
em: <http://www.ccs.ufpb.br/pet-farmacia/Planta.htm> Acessado em 05 de
outubro de 2008.
23. PRIM,M.B.S. Breve histórica das ervas. Disponível em:
<http://users.matrix.com.br/mariabene/breve_historia_das_ervas.htm>.
Acessado em 05 de outubro de 2008.
24. RAW, I; MENNUCCI, L. e KRASILCHIK, M. A biologia e o homem. São Paulo:
Edusp, 2001.
25. RIBEIRO, E.P. e SERAVALLI, E.A.G. Química de alimentos. São Paulo:
Edgard Blucher, 2004.
26. SAID, S.; PIETRO, R.C.L.R. Enzimas como agentes biotecnológicos. Ribeirão
Preto: Legis Summa, 2004.
27. SIMÕES, C. M. Plantas Medicinais Populares do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre, Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 3 rd Ed.,
1989.
28. SMITH, K. A. Experimentação nas aulas de Ciências in Carvalho, A.M.P. ;
Vamasucchi, A. I..
29. THIS, H. Um cientista na cozinha. 3 ed. São Paulo: Ática, 1998.
30. WOEHL, M.B. Plantas Aromáticas, Medicinais e Condimentares. Disponível
em: <http://www.casaecia.arq.br/plantas_aromaticas.htm>. Acessado em 05
de outubro de 2008