A Arte de Ver - Aldou Huxley

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010A Arte de Ver Aldous Huxley

Este um curto ensaio de Aldous Huxley que vim a conhecer atravs de uma palestra de Terence Mckenna (que at algum tempo atrs ainda estava disponvel no youtube mas foi removido). Na ocasio Mckenna falava sobre experincias com psicodlicos e seu potencial de expanso sensorial dos sentidos humanos e alm deles. Num determinado momento ele falava sobre nossa cultura, baseada em escrita, em smbolos, palavras, e da intrnsica falha na comunicao da sociedade ocidental moderna e sua incapacidade de ver importncia na capacidade visual como linguagem (viso que nosso mais desenvolvido sentido). Da Mckenna falava de um livro curto no entanto dos que mais tiveram impacto em sua vida: A Arte de Ver de Aldous Huxley. Do prefcio: Aos dezesseis, eu tive um violento ataque de keratitis punctata (NT: queratite ou ceratite em portugus), que me deixou (depois de dezoito meses de quase-cegueira, durante o perodo que tive que depender de Braile para ler e um guia para andar) com apenas um olho capaz de percepo luz e o outro com viso suficiente para permitir detectar a letra de 60 metros na tabela de Snellen a 1 metro de distncia. Minha no-habilidade para ver era principalmente devido a presena de opacidades na crnea. Mas essa condio para

ver era complicada por hipermetropia e astigmatismo. Pelos primeiros anos, meus mdicos me advertiram para fazer minhas leituras com a ajuda de uma poderosa lupa. Mas mais tarde eu estaria promovido aos espetculos. Com a ajuda disso eu podia reconhecer a linha de cinco metros trs metros de distncia toleravelmente bem sempre providenciado que mantivesse minhas pupilas dilatadas por atropina, tal que eu podia ver pelo redor de uma particular denso adesivo de opacidade no centro da crnea. () As coisas foram assim at o ano de 1939, quando, a despeito de um grandioso e reforado culos, eu vi a tarefa de ler cada vez mais difcil e fatigante. No poderia haver dvida disso: minha capacidade de ver estava firmemente e bem rapidamente deteriorando. Mas assim como eu imaginava apreensivo o qu na terra eu poderia fazer, se ler tornasse impossvel, aconteceu de eu ouvir falar de um mtodo de re-educao visual e de um professor que foi dito ter usado esse mtodo com notvel sucesso. Este curto ensaio basicamente sobre a tcnica desenvolvida pelo Dr. W.H. Bates, o mtodo Bates. Tal mtodo usado para readaptar os olhos humanos viso. Mesmo quem possui doenas crnicas e necessite o uso de ferramentas mecnicas como culos teriam a oportunidade de reabilitar a viso, normal e natural, segundo Huxley. basicamente isso que Huxley trata neste trecho.

A Natureza de Uma Arte*(trecho do Captulo II Um Mtodo de Re-educao Visual)

Toda habilidade psquico-fsica, incluindo a arte de ver, governada por suas prprias leis. Essas leis so estabelecidas empiricamente por pessoas que queriam realizar algo, tal como tocar piano, ou cantar, ou andar sobre corda,

e que descobriram, como resultado de longa prtica, o melhor e mais econmico mtodo de usar seu organismo psquico-fsico para este fim particular. Tais pessoas devem ter tido as mais fantsticas vises sobre fisiologia; mas isso no faz diferena desde que sua teoria e prtica de funcionamento psquico-fsico permanea adequada ao seu propsito. Se a habilidade psquico-fsica depende de seu desenvolvimento num conhecimento correto de fisiologia, ento ningum teria nunca aprendido algo sobre arte de modo algum. provvel, por exemplo, que Bach nunca pensou sobre a fisiologia da atividade muscular; se ele tivesse pensado, quase certo que ele pensaria incorretamente. Aquilo, de qualquer forma, no o previne de usar seus msculos para tocar o rgo com incomparvel destreza. Qualquer arte dada, eu repito, obedece apenas suas prprias leis; e essas leis so as leis do efetivo funcionamento psquico-fsico, como aplicadas s atividades particulares conectadas com a arte. A arte de ver como as outras habilidades psquico-fsicas primrias ou fundamentais, tal como conversar, andar e usar as mos. Essas habilidades fundamentais so normalmente adquiridas ainda pequeno ou na infncia por um processo basicamente inconsciente e autoinstrudo. Isso leva aparentemente vrios anos para que os hbitos de ver adequados estejam formados. Uma vez formados, de qualquer forma, o hbito de usar mental e psicologicamente rgos de viso corretamente se torna automtico na mesma exata forma que ocorre com o hbito de usar a garganta, lngua e gosto para conversar, ou as pernas para andar. Mas, mesmo que necessite de um srio choque mental fsico para parar o hbito automtico de falar e andar corretamente, o hbito de usar os rgos de viso como eles deveriam ser usados pode ser perdido como resultado de distrbios relativamente triviais. Hbitos de uso correto so substitudos por hbitos de uso incorreto; a viso sofre, e em alguns casos o mal funcionamento contribui para o surgimento de doenas e defeitos crnicos dos olhos. Ocasionalmente naturalmente ocorre a cura espontnea, e os velhos hbitos de uso correto da viso so refeitos quase instantaneamente. Mas a maioria deve conscientemente readquirir a arte da qual, enquanto bebs, eles ram hbeis em aprender inconscientemente. A tcnica desse processo de re-educao foi desenvolvida pelo Dr. Bates e seus seguidores.

"Ayahuasca Session" por Pablo Amaringo.

Princpio bsico por trs da prtica de toda arteComo podemos ter certeza, se questionados, que essa a tcnica correta? A prova do pudim est ao comer, e o primeiro e mais convincente teste do sistema o que funciona. Alm disso, a natureza de treinar, tal que ns deveramos esperar que funcione. O mtodo Bates baseado precisamente nos mesmos princpios como os que esto por trs de todo sistema de sucesso que j foi planejado para se ensinar a habilidade psquico-fsica. Seja qual for a arte que queira aprender mesmo que seja acrobacias ou tocar violino, orao mental ou golfe, atuar, cantar, danar ou o que quiser h uma coisa que todo bom professor vai sempre dizer; Aprenda a combinar o relaxamento com atividade; aprenda a fazer o que tem de fazer sem tenso. Trabalhe duro, mas nunca sob tenso.

Falar da atividade combinada com relaxamento deve parecer paradoxal; mas de fato no . O relaxamento de dois tipos, passivo e dinmico. Relaxamento passivo ativado em estado de completo repouso, por um processo de conscientemente deixar ir. Como um antdoto fadiga, como um mtodo de aliviar temporariamente as excessivas tenses musculares, junto com as tenses psicolgicas que sempre as acompanha, o relaxamento passivo excelente. Mas isso no pode nunca, na natureza das coisas, ser suficiente. Ns no podemos gastar nossa vida inteira descansando, conseqentemente no pode haver relaxamento passivo sempre. Mas h ainda algo ao qual isso legtimo em dar o nome de relaxamento dinmico. Relaxamento dinmico o estado do corpo e mente que esto associadas ao funcionamento normal e natural. No caso daquilo que chamei de habilidades psquico-fsicas fundamentais ou primrias, o funcionamento normal e natural dos rgos envolvidos pode s vezes ser perdidos. Mas tendo sido perdidos, isso deve subseqentemente ser readquirido conscientemente por qualquer um que tenha aprendido as tcnicas que cumprem tal papel. Quando isso for readquirido, a tenso associada com o funcionamento comprometido desaparece e os rgos envolvidos fazem seu trabalho numa condio de relaxamento dinmico. Mau funcionamento e tenso tende a aparecer mesmo que o Eu consciente interfira com hbitos de uso apropriado adquiridos instintivamente, mesmo por insistir duramente em fazer que funcione, ou por sentir ansiedade indevida sobre possveis erros. Na construo de qualquer habilidade psquico-fsica o Eu consciente deve dar ordens, mas no muitas ordens deve supervisionar a formao de hbitos de uso apropriado, mas sem barulho e numa forma modesta, que se nega. A grande verdadeira descoberta no nvel espiritual pelos mestres de orar, a que quanto mais h de Eu menos sem tem de Deus, tem sido descoberta de novo e de novo no nvel psicolgico pelos mestres de vrias artes e habilidades. Quanto mais h de Eu, menos h de Natureza do funcionamento correto e normal do organismo. O papel cumprido pelo Eu consciente* na diminuio da resistncia e no preparo do corpo para a doena foi longamente reconhecida pela cincia mdica. Quando h muito atrito, ou amedrontado, ou lamenta e desgosta por muito tempo e intensivamente, o Eu consciente deve reduzir seu corpo a tal estado que a pobre coisa ir desenvolver-se, por exemplo, lceras gstricas, tuberculose, doena coronria e toda uma gama de hospedeiros de desordens funcionais de todo tipo e nvel de seriedade. Mesmo a perda de dente foi mostrada, no caso de crianas, ser freqentemente relacionado com tenses emocionais vividas pelo Eu consciente. Que uma funo to intimamente relacionada nossa vida psicolgica como viso deveria permanecer inalterada por tenses que tiveram suas origens no Eu consciente inconcebvel. E, de fato, isso uma questo de experincia comum que a arte de ver grandemente diminuda pelos estados emocionais aflitivos.

medida que algum pratica as tcnicas de educao visual, ele descobre a extenso qual esse mesmo Eu consciente pode interferir com processos de ver mesmo em pocas que as emoes aflitivas no esto presentes. E isso interfere, ns descobrimos na mesma exata forma que interfere com processos como jogar tnis, por exemplo, ou cantar por estar muito ansioso para alcanar o fim desejado. Mas no olhar, assim como em todas outras habilidaes psquico-fsicas, o esforo ansioso para ir bem derrota seu prprio objeto; essa ansiedade produz tenses psicolgicas e fisiolgicas, e tenso incompatvel com a maneira apropriada para atingir nosso fim, chamado funcionamento normal e natural.

Na construo de qualquer habilidade psquico-fsica o Eu consciente deve dar ordens, mas no muitas ordens deve supervisionar a formao de hbitos de uso apropriado, mas sem barulho e numa forma modesta, que se nega. A grande verdadeira descoberta no nvel espiritual pelos mestres de orar, a que quanto mais h de Eu menos sem tem de Deus, tem sido descoberta de novo e de novo no nvel psicolgico pelos mestres de vrias artes e habilidades. Quanto mais h de Eu, menos h de Natureza do funcionamento correto e normal do organismo. * Traduo livre da edio de 1974, CHATTO & WINDUS, LONDON. Mrs. Laura Huxley 1943. Postado por Entra A s 09:34 1 comentrios Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar no orkut

Psicodlicos e a Experincia Religiosa, por Alan Watts

Originalmente publicado no California Law Review, Vol. 56, No. 1, Janeiro de 1968, p; 74-85)(Traduo livre do original em ingls) As experincias resultantes do uso de drogas psicodlicas so comumente descritas em termos religiosos. Por causa disso elas so de interesse aqueles como eu que, na tradio de William James, esto preocupadas com a psicologia da religio. Por mais de trinta anos estive estudando as causas, as conseqncias e as condies dos estados peculiares de conscincia nos quais o indivduo descobre ele mesmo ser um processo contnuo com Deus, com o Universo, com o Fundamento do Ser, ou qualquer outro nome que ele possa usar sob condio cultural ou preferncia pessoal para a ltima e eterna realidade. Ns no temos nomes satisfatrios e definitivos para experincias desse tipo. Os termos experincia religiosa, experincia mstica, e conscincia csmica so todas demasiado vagas e abrangente pra indicar alguma forma de conscincia especfica que, para aqueles que conheceram isso, to real e esmagador como se apaixonar. O artigo descreve tais estados de conscincia induzidos por psicodlicos, mesmo sabendo que eles so virtualmente indiferenciveis de experincias msticas. O artigo ento discute questionamentos ao uso de psicodlicos que surgiram principalmente da oposio entre valores msticos e religies tradicionais e valores laico-seculares da sociedade ocidental.

A Experincia PsicodlicaA idia de experincias msticas resultantes de uso de drogas no tem uma leitura aceitvel nas sociedades ocidentais. A cultura ocidental tem historicamente, um fascnio particular com o valor e virtude do homem como indivduo, autodeterminante, ego responsvel, controlando ele prprio e seu mundo pela fora do esforo consciente e vontade. Nada ento, poderia ser mais repugnante a essa tradio cultural do que a noo de crescimento espiritual e psicolgico atravs do uso de drogas. Um drogado por definio esmaecido em conscincia, com seu julgamento em nvoas e privado de vontade. Mas nem todos psicotrpicos (alteradores de conscincia) qumicos ou narcticos e inebriantes, como so o lcool, opiceos e barbitricos. Os efeitos do que so agora chamados psicodlicos (manifestao da mente) qumicos diferem dos iguais ao lcool como a risada se difere da raiva, o regojizo se difere da depresso. Realmente no h analogia entre estar viajando sob o efeito do LSD ou bbado de um Bourbon. Fato, ningum em quaisquer dos estados deveria dirigir um carro, mas tambm no

deveria dirigir enquanto l um livro, toca um violino ou faz amor. Certas atividades criativas da mente demandam concentrao e devoo que so simplesmente incompatveis com operar uma mquina letal numa estrada. Eu mesmo experimentei cinco dos principais psicodlicos: LSD-25, mescalina, psilocibina, dimetil-triptamina (DMT) e cannabis. Tenho feito ento, assim como William James experimentou xido nitroso, pra ver se eles poderiam me ajudar em identificar o que pode ser chamado de o essencial ou ingrediente ativo da experincia mstica. Quase toda literatura clssica sobre misticismo vaga, no s em descrever a experincia, mas tambm em mostrar conexo racional entre a experincia ela prpria e os vrios mtodos tradicionais recomendados pra induzir isso, jejum, concentrao, exerccios de respirao, oraes, encanamentos e danas. Um mestre tradicional do Zen ou Yoga, quando questionado porque tal e tal prtica leva ou predispe algum experincia mstica, sempre respondem, Esta a forma que meu mestre passou pra mim. Essa a forma que eu encontrei. Se voc est seriamente interessado, tente voc mesmo . Essa resposta dificilmente satisfaz um impertinente, de mente cientfica e intelectualmente curioso ocidental. Isso o lembra de prescries arcaicas que se resumem a cinco salamandras, p de corda de forca, trs morcegos cozidos, escrpulos de fsforos, trs pitadas de escopolamina e um monte de esterco de drago feito quando a lua estava em peixes. Talvez funcionasse, mas qual era o ingrediente essencial?. Isso me atingiu, portanto, e se qualquer qumico psicodlico de fato tornaria minha conscincia predisposta experincia mstica, eu poderia v-las como instrumentos de estudo e descrio, como algum usa um microscpio na bacteriologia, mesmo que o microscpio seja artificial e no-natural e inveno que deve se dizer que distorce a viso do olho nu. De qualquer forma, quando fui primeiramente convidado a testar as qualidades msticas do LSD25 pelo Dr. Keith Ditman da Neuropsiquiatria Clnica da Faculdade de Medicina da UCLA, eu estava pouco disposto a acreditar que qualquer mera substncia qumica poderia induzir genuna experincia mstica. No mximo, isso deve levar a um estado de insight espiritual, anlogo a nadar com asas de gua. De fato, minha primeira experincia com LSD-25 no foi mstica. Foi uma intensa e interessante experincia esttica e intelectual que levou minha fora de anlise e descrio cuidadosa ao mximo. Alguns meses depois, em 1959, eu tentei LSD-25 de novo com os doutores Sterling Brunnell e Michael Agraon, que eram associados Clnica Langley-Porter em So Francisco. No curso de dois experimentos eu estava maravilhado e de alguma forma embaraado

em me ver indo atravs de estados que correspondiam precisamente com todas descries de grandes experincias espirituais que j tive. Ademais, eles excediam, ambos em profundidade e numa qualidade peculiar de no-expectativa s trs naturais e espontneas experincias desse tipo que ocorreram comigo nos anos anteriores. Atravs do subseqente experimento com LSD-25 e outras substncias citadas acima (com exceo de DMT, que achei divertido, mas relativamente no-interessante), eu acho que posso com facilidade me mover com o estado csmico de conscincia, e no devido tempo tornar menos e menos dependente de substncias elas mesmas pra entrar nessa particular onda de durao de experincia. Dos cinco psicodlicos que usei, eu achei que LSD-25 e cannabis sem encaixam em meus propsitos melhores. Desses dois, o ltimo cannabis que eu tive de usar no exterior em pases que no ilegal, provei ser o melhor. Isso no induz a alteraes bizarras de percepo sensorial, e estudos mdicos indicam que isso no deve ter, salvo em quantidades excessivas, ter os efeitos colaterais perigosos do LSD. Para os propsitos desse estudo, ao descrever minhas experincias com drogas psicodlicas eu evitei as ocasionais e incidentais bizarras alteraes de senso de percepo que as substncias psicodlicas podem induzir. Estou interessado, antes, com as alteraes fundamentais da normal, socialmente induzida conscincia de cada um e a relao com o mundo externo. Estou tentando delinear os princpios bsicos da conscincia psicodlica. Mas eu devo mencionar que eu posso falar por mim. A qualidade dessas experincias depende consideravelmente na atitude de cada um para com a vida, apesar de agora existir uma volumosa literatura dessas experincias em notvel acordo com minhas prprias. Quase invariavelmente, meus experimentos com psicodlicos tiveram quatro caractersticas dominantes. Eu devo tentar explic-las na expectativa que o leitor dir, pelo menos do segundo e terceiro, Porqu, isso bvio! Ningum precisa de uma droga pra ver aquilo.Bem assim, mas cada insight tem nveis de intensidade. Pode haver o bvio-1 e bvio-2 e o ltimo vem numa claridade destruidora, manifestando suas implicaes em cada esfera e dimenso de nossa existncia. A primeira caracterstica a aumento da lentido do tempo, uma concentrao no presente. A compulso de algum na preocupao com o futuro diminui, e ele se torna ciente da grande importncia e interesse no que est acontecendo no momento. Outras pessoas levando conduzindo seus negcios na rua parecem ser levemente loucos, no percebendo que a questo toda da vida estar

completamente consciente de algo medida que acontece. Ento ele relaxa, quase que luxuriamente, em estudar as cores no copo dgua, ou em ouvir o que agora vibrao altamente articulada de cada nota tocada num obo ou cantada por uma voz. Do ponto de vista pragmtico de nossa cultura, tal atitude muito ruim pros negcios. Deve levar a improvidncia, falta de conhecimento antecipado, diminui as vendas de aplices de seguro e leva ao abandono de contas de poupana. Mas isso ainda apenas a correo que nossa cultura necessita. Ningum fatidicamente mais menos prtico do que o bem sucedido executivo que gasta toda sua vida absorto em fanticos papis de trabalho com o objetivo de se aposentar em conforto aos sessenta e cinco, quando isso tudo ser tarde demais. S aquele que cultivaram a arte de viver completamente no presente tem alguma utilidade pra fazer planos para o futuro, para quando os planos estiverem maduros eles estaro hbeis para desfrutar dos resultados. O amanh nunca chega. Eu nunca ouvi um pregador incitando sua congregao a praticar a parte do Sermo da Montanha que comea, No anseie pelo dia seguinte A verdade que pessoas que vivem pro futuro so, como chamamos os loucos, no esto completamente ali ou aqui: pela sobre-ansiedade eles esto perpetuamente perdendo o ponto. Previso comprada ao preo da ansiedade, e quando usada demais ela destri todas suas vantagens.

O amanh nunca chegaA segunda caracterstica eu chamarei de conscincia de polaridade. o vvido entendimento que estados, coisas e eventos que ordinariamente so chamados de opostos so interdependentes, como trs e frente, ou os plos magnticos. Por conscincia de polaridade se v que as coisas que so explicitamente diferentes so implicitamente uma s: eu prprio e o outro, sujeito e objeto, direita e esquerda, masculino e feminino, e ento, um pouco mais surpreendente, o slido e o espao, figura e paisagem de fundo, pulso e intervalo, santos e pecadores, polcia e criminosos, emgrupos, fora-de-grupos. Cada um definido em termos do outro, e eles vo juntos transacionalmente, como comprar e vender, porque no h venda sem compra. Com o passar do tempo essa conscincia se torna mais intensa, voc sente que voc polarizado com o universo externo de tal forma que voc implica cada outro. Se voc empurra o movimento inverso dele, e o empurro dele voc puxando como voc move dirigindo o volante de um carro. Voc est empurrando ou puxando isso? No incio, essa uma sensao bem estranha, no muito diferente de ouvir sua prpria voz sendo tocada pra voc num sistema eletrnico,

imediatamente depois que voc falou. Voc se torna confuso, e espera que isso se v. Similarmente, voc sente que algo feito pelo universo, ainda que o universo seja algo feito por voc que verdade, pelo menos no senso neurolgico que a estrutura peculiar de nosso crebro traduz o sol em luz, e em vibrao do ar em som. Nossa sensao normal de relao como o mundo externo que s vezes eu empurro isso, e algumas vezes que isso me empurra. Mas se os dois so de fato um, onde a ao comea e a responsabilidade pausa? Se o universo est me fazendo, como posso ter certeza que, daqui h dois segundos, eu ainda lembrarei da lngua inglesa? Se eu estou fazendo isso, como posso ter certeza que, daqui h dois segundos, meu crebro saber como transformar o sol em luz? De sensaes no-familiares como essas, a experincia psicodlica pode gerar confuso, parania e terror mesmo que o indivduo sinta sua relao com o mundo exatamente a mesma descrita por um bilogo, ecologista, fsico, por ele sentir a si mesmo como um campo unificado de organismo e ambiente. A terceira caracterstica, que surge com a segunda, a conscincia da relatividade. Eu vejo que sou uma ligao numa hierarquia infinita de processos e seres, variando de molculas a bactrias e insetos aos seres humanos e, talvez, para anjos e demnios uma hierarquia que cada nvel em efeito a mesma situao. Por exemplo, o homem pobre lamenta sobre o dinheiro enquanto o rico lamenta por sua sade: o lamento o mesmo, mas a diferena est na sua substncia ou dimenso. Eu percebo que moscas de frutas devem pensar sobre elas como pessoas, porque, como ns, elas se encontram no meio de seu prprio mundo com coisas imensuravelmente maiores sobre coisas menores embaixo. Para ns, elas so todas parecidas e parece no terem personalidade como os chineses quando no vivemos com eles. Ainda as moscas devem ver apenas distines sutis entre elas como ns mesmos. A partir disso, um passo curto para a compreenso de que todas formas de vida so simples variaes de um nico tema: ns somos de fato um mesmo ser fazendo a mesma coisa de muitas diferentes formas tanto quanto possveis. Como o provrbio francs diz: plus ca change, plus cest la meme chose (quanto mais varia, mais nico). Eu vejo, ainda mais, que se sentir ameaado pela inevitabilidade da morte realmente a mesma experincia que se sentir vivo, e que como todos os seres esto sentindo isso em todo lugar, eles so tanto eu quanto eu prprio. Ainda, o sentimento eu, pra ser sentido, deve ser sempre uma sensao relativa ao outro pra algo alm de seu controle e experincia. Pra chegar a ser, deve comear e terminar. Mas o pulo intelectual que as experincias msticas e psicodlicas fazem aqui propiciar que voc veja toda mirade eu centros so voc mesmo no, de fato, seu superficial e consciente ego, mas o que os hindus chamam de paramatman, o Ser de todos

seres. Como a retina nos permite ver incontveis pulsos de energia como uma nica luz, da mesma forma a experincia mstica nos mostra inumerveis indivduos como um nico Ser. A quarta caracterstica a conscincia da energia eterna, geralmente em forma de uma intensa luz branca, que parece ser tanto o que est nos nossos nervos e o misterioso e que equaciona mc2. Isso pode soar como megalomania ou iluso de grandeza mas se v bem claramente que toda existncia uma nica energia, e que essa energia o nosso prprio ser. Claro que existe morte, tanto como vida, porque energia pulsao, e assim como as ondas devem ter cristas e calhas, a experincia de existir deve seguir e parar. Basicamente, portanto, no h nada a que lamentar, porque voc a energia eterna do universo brincando de esconde-esconde (ligado-edesligado) com ele mesmo. Na raiz, voc a Cabea- Deus, pra Deus tudo o que . Citando Isaias um pouco fora de nosso contexto: Eu sou o Senhor, e no h nada mais. Eu formo a luz e crio a escurido: Eu fao paz, e crio o mal. Eu, o Senhor, fao todas essas coisas. Este o senso fundamental do princpio do hindusmo,Tat tram asi aquilo (n.t.: THAT em ingls, aquele sutil Ser que todo esse universo composto). Um caso clssico dessa experincia, do Ocidente, so as memrias de Tennyson: Um tipo de caminhar em transe que eu tenho tido freqentemente, desde quando era garoto, quando estive sozinho. Isso geralmente ocorre quando eu geralmente repito meu nome duas ou trs vezes a mim mesmo em silncio, at tudo de uma s vez, como se isso estivesse fora da intensidade da conscincia ou individualidade, a individualidade ela mesma parece se dissolver e apagar num ser sem limites, e esse no um estado confuso, mas ao mais clareza da clareza, a certeza da certeza, a estranheza da estranheza, profundamente alm de palavras, onde a morte foi risivelmente impossvel, a perda de personalidade (se fosse isso) que parece no a extino, mas a nica e verdadeira vida . Obviamente essas caractersticas da experincia psicodlica, como eu conheci, so aspectos de um nico estado de conscincia para a qual estive descrevendo sob diferentes ngulos. As descries se esforam em transmitir a realidade da experincia, mas ao fazer isso tambm sugere algumas das inconsistncias entre tais experincias e os valores correntes da sociedade.

Oposio s Drogas Psicodlicas

As resistncias em liberar o uso de drogas psicodlicas originam-se em valores ambos religiosos e laico-seculares. A dificuldade em descreverexperincias psicodlicas em termos das religies tradicionais sugere um grau de oposio. O ocidental deve emprestar tais palavras como samadhi ou moksha dos hindus, ou satori ou kensho dos japoneses, para descrever a experincia de unidade com o universo. Ns no temos palavra apropriada, pois nossas teologias judaico-crists no aceitam a idia que o ser ntimo do homem pode ser idntico Cabea-Deus, mesmo apesar dos cristos insistirem que isso foi verdadeiro e nico na instncia de Jesus Cristo. Judeus e cristos pensam em Deus em termos polticos e monrquicos, como o governante supremo do universo, o mais alto chefe. Obviamente, isso tanto socialmente inaceitvel e logicamente absurdo para um indivduo particular clamar que ele, em pessoa, o onipotente e onisciente que manda no mundo pra estar de acordo com o reconhecimento adequado e honrvel.

Um conceito Imperial e Real como tal da realidade ltima, de qualquer forma, no nem necessrio ou universal. Os hindus e os chineses no tm dificuldade em conceber uma identidade do ser e de Cabea-Deus. Para a maioria dos asiticos, exceto os muulmanos, o Cabea-Deus move e manifesta o mundo de forma muito parecida como a centopia manipula centenas de pernas espontaneamente, sem deliberao ou clculo. Em outras palavras, eles concebem o universo em analogia com um organismo como distinto de um mecanismo. Eles no vem isso como um artefato de construo sob a direo consciente de algum tcnico supremo, engenheiro, arquiteto. Se, de qualquer forma, no contexto da tradio crist ou judaica, um indivduo declara ele mesmo ser um com Deus, ele deve ser entendido como blasfemo (subversivo) ou insano. Tal experincia mstica uma ameaa clara aos conceitos religiosos tradicionais. A tradio judaico-crist tem uma idia monrquica de Deus, e monarcas, que governam pela fora, no temem nada alm da insubordinao. Por isso a Igreja sempre viu com suspeita o misticismo, porque eles se mostram como insubordinados e clamam igualdade ou pior, identidade com Deus. Por essa razo, John Scotus Erigena e Meister Eckhart foram condenados como hereges. Isso foi tambm porque os Quakers (n.t.: linha de evanglicos protestantes) encontraram oposio sua doutrina da Luz Interior, e por sua recusa em remover chapus em igrejas e cortes. Algum misticismo ocasional deve ser aceitvel, tanto quanto eles se aterem em sua lngua, como Santa Teresa dvila e So Joo da Cruz, que mantiveram, devemos dizer, uma distncia metafsica de respeito entre eles prprios e seu Rei dos Cus. Nada, de qualquer forma, poderia ser mais alarmante hierarquia eclesistica do que a ecloso popular do misticismo, que deve ser o suficiente para estabelecer a democracia no reino dos cus e, tal alarme seria compartilhado igualmente por catlicos, judeus e protestantes fundamentalistas.

A imagem monrquica de Deus, com seu implcito desgosto por insubordinao religiosa, tem o impacto mais penetrante do que muitos cristos podem admitir. O trono de reis tem paredes logo atrs deles, e todos que se apresentam corte deve se prostrar eles mesmos ou ajoelhar-se, porque essa uma posio inbil de cometer qualquer ataque. Talvez nunca tenha ocorrido aos cristos que quando eles desenham a uma igreja no modelo de uma corte real (baslica) e prescrevem um ritual de igreja, eles esto implicando que Deus, como na monarquia humana, est com medo. Isso tambm est implcito na adulao nas oraes:

Deus, nosso pai do cu, alto e poderoso, Rei dos reis, Senhor dos senhores, o nico rei dos prncipes, aquele que faz seu trono guarda todos moradores na terra: de corao ns O suplicamos com seu favor a guardarO homem ocidental que clama conscincia de unidade com Deus com o universo dessa forma confronta com a concepo religiosa de sua sua sociedade. Na maior parte das culturas asiticas, de qualquer forma, tal homem ser felicitado em penetrar no verdadeiro significado da vida. Ele chegou, por oportunidade ou por alguma disciplina como yoga ou meditao zen, num estado de conscincia que ele experiencia diretamente e vividamente o que nossos prprios cientistas sabem ser verdadeiro em teoria. O ecologista, o bilogo e o fsico sabem (sentem raramente) que todo organismo constitui um nico campo de comportamento, ou processo, com seu ambiente. No h como separar o que o ambiente est fazendo, por essa razo ecologistas falam no em organismos em ambientes mas organismos-ambientes. Assim as palavras eu e ser deveriam propriamente significar que todo o universo est indo junto nesse aqui-e-agorachamado Joo-Ningum. O conceito monrquico de Deus faz a identidade de Ser e Deus, ou Ser e Universo, inconcebvel em termos religiosos ocidentais. A diferena entre conceitos orientais e ocidentais de homem e seu universo, de qualquer forma extendem alm do conceito religioso

estrito. O cientista ocidental pode perceber racionalmente a idia de organismo-ambiente, mas ele ordinariamente no sente isso como sendo verdade. Por condicionamento cultural e social, ele foi hipnotizado em experienciar ele prprio como um ego como um centro isolado de conscincia e vontade dentro de um saco de pele, confrontando um mundo alheio e exterior. Ns dizemos, Eu vim a esse mundo. Mas no fizemos nada disso. Ns samos dele, assim como uma fruta sai das rvores. Nossa galxia, nosso cosmos, povoa da mesma forma que as macieiras geram mas.

O cientista ocidental pode perceber racionalmente a idia de organismo-ambiente, mas ele ordinariamente no sente isso como sendo verdade.Tal viso do universo confronta com a idia monrquica de Deus, como conceito de ego separado, e mesmo com a mentalidade laicosecular, atesta/agnstica, que derivada do senso comum da mitologia da cincia do sculo XIX, de acordo com essa viso, o universo um mecanismo cego e o homem um tipo acidental de microorganismo que infesta um diminuto globo de pedra que gira em torno de uma estrela nada importante na franja que sai de uma galxia menor. Essa teoria abalizadora do homem extremamente comum entre tais quasi cientistas como socilogos, psiclogos e psiquiatras, que mais pensam o mundo em termos da mecnica newtoniana, e nunca realmente foram capturados por idias de Einstein e Bohr, Oppenheimer e Schrodinger. Assim para o psiquiatra de tipo de instituio padro, qualquer paciente que d qualquer sugesto de experincia mstica ou religiosa automaticamente classificado como demente. Do ponto de vista da religio mecanicista, ele herege e lhe dado terapia de eletrochoque como a forma mais atual de parafuso e porca. E, incidentalmente, apenas esse tipo de quasi cientista que, como consultor do governo e agncias de aplicao de leis, ditam as polticas oficiais do uso de substncias psicodlicas. Inabilidade em aceitar a experincia mstica mais do que uma desvantagem intelectual. Falta de conscincia da unidade bsica de organismo e ambiente uma sria e perigosa alucinao. Para uma civilizao equipada com imenso poder tecnolgico, o senso de alienao entre homem e natureza leva ao uso da tecnologia num esprito hostil conquista da natureza ao invs da cooperao

inteligente com a natureza. O resultado que ns estamos erodindo e destruindo nosso ambiente, espalhando Los Angelizao ao invs de civilizao. Essa a maior ameaa o que o ocidente carrega, cultura tecnolgica, e no adianta nada toda quantidade da razovel pregao do fim do mundo. Ns simplesmente no respondemos s tcnicas moralizantes e profticas que judeus e cristos sempre invocaram. Mas as pessoas tem um senso obscuro do que bom pra eles chamarem isso de auto-cura inconsciente, instinto de sobrevivncia, crescimento potencial positivo o que queira. Entre os jovens educados h assim um esporo sem precedentes de interesse na transformao da conscincia humana. Por todo mundo ocidental editoras esto vendendo milhes de livros sobre yoga, vedanta, zen budismo e a qumica mstica das drogas psicodlicas, e eu acredito que toda a subcultura hip, todavia descambou e algumas dessas manifestaes, so esforos srios e responsveis de jovens pra corrigir o auto-destrutivo curso da civilizao industrial. O contedo da experincia mstica assim inconsistente ambos para as concepes laicas e de tradies religiosas do pensamento ocidental. Alm disso, experincias msticas costumam resultar em atitudes que ameaam a autoridade, no s de igrejas estabelecidas, mas tambm da sociedade laica. Sem medo da morte e deficiente de ambio mundana, aqueles que se submeteram s experincias msticas so inacessveis ameaas e promessas. Mais ainda, seu senso da relatividade de bem e mal desperta a suspeita que lhes falta, tanto conscincia quanto respeito lei. Uso de psicodlicos nos Estados Unidos por uma burguesia letrada significa que um segmento importante da populao indiferente s sanes e recompensas da sociedade. Em teoria, a existncia dentro da nossa sociedade laica de um grupo que no aceita os valores convencionais consistente com nossa viso poltica. Mas um dos grandes problemas dos Estados Unidos, legalmente e politicamente, que ns nunca tivemos realmente a coragem de nossas convices. A Repblica fundada no maravilhoso e so princpio que a comunidade humana pode existir e prosperar somente com base de confiana mtua. Metafisicamente, a Revoluo Americana foi uma rejeio ao dogma do pecado original, que a noo que, por no poder confiar em voc ou outras pessoas, deve haver uma autoridade superior para nos manter em ordem. O dogma foi rejeitado porque, se isso for verdade que no podemos confiar em ns mesmos e nos outros, tambm no podemos confiar numa autoridade superior que ns mesmos concebemos e obedecemos, e que a prpria idia de incapacidade de confiar falvel! Cidados dos Estados Unidos acreditam, ou deveriam supostamente acreditar, que a repblica a melhor forma de governo. Uma confuso ainda maior surge ao tentar ser republicano na poltica e

monarca na religio. Como pode uma repblica ser a melhor forma de governo se o universo, o cu, o inferno, so uma monarquia? Ademais, apesar da teoria de governo por consenso, baseado na confiana mtua, as pessoas nos Estados Unidos mantm, do pano de fundo autoritrios de suas religies e origens nacionais, uma f completamente ingnua na lei como algum tipo de poder paternalista sobrenatural. Deveria ter uma lei contra isso!

Deveria ter uma lei contra isso!Nossos oficiais que aplicam leis esto assim confusos, em dificuldades, aturdidos, pra no dizer corruptos por serem requisitados cumprir leis sagradas, comumente de origem eclesistica, que um vasto nmero de pessoas no tiveram inteno de obedecer e que, de qualquer forma, so imensamente difceis ou simplesmente impossveis de aplicar por exemplo, barrar algo to indetectvel como LSD-25 do comrcio internacional e interestadual. Por fim, h duas objees especficas ao uso de drogas psicodlicas. Primeiro, o uso dessas drogas pode ser perigoso. De qualquer maneira, qualquer explorao que vale a pena uma escalada perigosa uma montanha, testando naves, msseis no espao, mergulho sem equipamento ou capturando espcies botnicas nas selvas. Mas se voc valoriza o conhecimento e o fato de uma explorao excitante mais do que mera durao de uma vida sem eventos, voc est disposto correr os riscos. No realmente saudvel para monges praticar o jejum, e foi dificilmente higinico pra Jesus ao ser crucificado, mas esses so os riscos que so levados no curso de aventuras espirituais. Hoje a juventude aventureira est levando os riscos em explorar a psique, testando seu fervor numa tarefa assim como em tempos passados testaram mais violentamente em caar, duelar, competir em carros velozes, jogando futebol. O que eles precisam no proibies e polciais mas, o mais inteligente e encorajador conselho que possa ser encontrado. Em segundo lugar, a droga pode ser criticada como uma fuga da realidade. De qualquer forma, essa crtica assume injustamente que experincias msticas por si so escapistas e irreais. LSD, em particular, em hiptese alguma uma leve e confortvel fuga da realidade. Ele pode ser facilmente uma experincia que voc ter de testar sua alma contra todos demnios no inferno. Para mim, tem sido em algumas vezes uma experincia que eu estava completamente perdido em corredores da mente e ainda relatando como estar perdido, na exata ordem de lgica e linguagem,

simultaneamente muito louco e muito so. Mas alm desses episdios de estar perdido e louco, h a eperincia do mundo como um sistema de total harmonia e glria, e a disciplina de relatar isso ordem de lgica e linguagem deve de alguma forma explicar como o que William Blake chamou de energia que puro deleite pode consistir na misria e sofrimento do dia-a-dia. A indubitvel inteno mstica e religiosa da maior parte de usurios de psicodlicos, mesmo se algumas dessas substncias fossem provadas como nocivas sade fsica, requerem que seu uso livre responsvel seja isento de restries legais de qualquer repblica que mantm uma constituio separada da igreja e Estado. medida que a experincia mstica conforma um envolvimento com tradies religiosas genunas, e medida que psicodlicos induzem essa experincia, usurios so entitulados alguma proteo constitucional. Tambm, medida que pesquisas na psicologia da religio pode utilizar tais drogas, estudantes da mente humana devem ser livre para us-los. Sob a lei presente, eu, como um estudante experiente de psicologia da religio, no posso mais buscar pesquisar na rea. Essa uma brbara restrio da liberade espiritual e intelectual, sugerindo que o sistema legal dos Estados Unidos est, acima de tudo, em aliana tcil com a teoria monrquica do universo, e ir ademais, proibir e perseguir idias religiosas e prticas baseadas numa viso orgnica e unitria do universo.

O que eles precisam no so proibies e policiais mas, o mais inteligente e encorajador conselho que possa ser encontrado. - Alan Watts