A ATUAÇÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA: UM CASO DA INDÚSTRIA DE ALUMÍNIO EXTRUDADO, MARINGÁ-PR

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Residuos Sólidos, Politica Nacional Ambiental

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INSTRUES PARA REDAO DE ARTIGOS PARA ENTECA 2005 (ESCREVA AQUI O TTULO)

7 e 8 Novembro 2012 ISSN 2175-3695

A ATUAO AMBIENTAL NA INDSTRIA: UM CASO DA INDSTRIA DE ALUMNIO EXTRUDADO, MARING-PRRESUMO

As conseqncias ambientais se agravaram em proporo incontrolvel quando a populao cresceu demasiadamente em decorrncia do desenvolvimento industrial, o qual trouxe benefcios que permitiram a populao crescer com mais qualidade de vida, porm a exploso demogrfica urbana desmatou reas verdes, secou rios e poluiu mares, onde a maioria desses, hoje se encontra contaminada com os rejeitos da sociedade. A necessidade de mudana quanto ao uso dos recursos naturais, devido produo industrial trouxe diretrizes que se tornaram leis e a conscincia de que o desenvolvimento econmico impulsionado desde ento fortemente pela indstria deveria crescer sem comprometer as necessidades de geraes futuras. Este artigo pretende diagnosticar a realidade encontrada quanto gesto dos resduos slidos, de uma indstria de alumnio extrudado, situada na cidade de Maring-PR, e avaliar a evoluo dos conceitos sustentveis desde o surgimento na dcada de 1970 na indstria. A metodologia utilizada se deu com reviso de literatura dos princpios da gesto dos resduos slidos industriais e para o estudo de caso, visitas in loco com registros fotogrficos e consulta ao Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos. A avaliao da evoluo da gesto de resduos slidos industriais surte efeito uma vez que no h registros desse assunto na literatura brasileira em se tratando desse segmento industrial, assim foram abordados os aspectos evolutivos assim como as barreiras encontradas atualmente para uma melhoria no mbito ambiental.

Os dados coletados permitiram concluir que a indstria analisada possui conscincia quanto a suas responsabilidades ambientais perante as legislaes vigentes e que a reviso dos processos produtivos e da gesto dos resduos slidos industriais necessita de manuteno constante.Palavras-chave: resduos slidos industriais, alumnio extrudado, legislaes vigentes, avaliao da gesto de resduos.1. INTRODUO

Na sociedade atual existem temas conhecidos como aquecimento global, buracos na camada de oznio, educao ambiental, economia de energia, reciclagem, entre outros que abordam os aspectos ambientais que necessitam ser considerados mais do que meramente conhecidos, mas, como primcias nas atividades desenvolvidas na esfera governamental e industrial, pois so eles os difusores de opinio e com maior poder de atuao.

A unio das conseqncias ambientais se agravou em proporo incontrolvel quando a populao cresceu demasiadamente em decorrncia do desenvolvimento industrial, o qual trouxe benefcios com o aumento e melhoria da qualidade alimentar, a melhoria no combate a doenas e no saneamento bsico, o crescimento da moradia e expanso urbana, e diminuio da taxa de mortalidade alta hoje somente em alguns pases em minoria.

O consumo dessa populao e o vislumbramento com as possibilidades da indstria em escala numrica, tecnolgica, e aparentemente sem limites, culminou com a ameaa prpria vida humana, alm das espcies de fauna e flora j extintas nesse processo e em constante ameaa. A exploso demogrfica industrial desmatou reas verdes, secou rios e poluiu mares, onde em sua maioria hoje se encontram contaminado com os rejeitos da sociedade. Os resduos podem ser vistos em qualquer rea urbana e h dificuldades em gerenciar o montante gerado diariamente e sua diversidade. Uma herana, como pode ser comprovada segundo SEIFFERT (2007, p.51) afirma que at a dcada de 1970 os paradigmas imperantes era dispensar os poluentes produzidos, e isso residia simplesmente em lanar os poluentes o mais longe possvel da fonte geradora, evitando assim problemas com as partes interessadas.Em decorrncia de tal, em 1972 foi publicado o relatrio Limits to Growth (Limites do Crescimento) que segundo o mesmo SEIFFERT (2007), as tendncias da poca conduziriam a humanidade a uma escassez catastrfica dos recursos naturais e a uma contaminao a nveis perigosos no prazo de 100 anos. A necessidade de mudana quanto ao uso dos recursos naturais, uso de pesticidas no consumo de alimentos, ou seja, os danos ambientais devido produo industrial movimentaram estudiosos e pesquisadores, governos de muitos pases formando encontros internacionais. Em 1972 houve a Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente Humano e em 1992, a Rio 92, a partir destes encontros houve uma evoluo no aprofundamento das prticas sobre tudo dos pases desenvolvidos para os pases em desenvolvimento que absorvem tcnicas j difundidas para cooperar na preservao do meio ambiente. Estes eventos trouxeram diretrizes que se tornaram leis e a conscincia de que o desenvolvimento econmico impulsionado desde ento fortemente pela indstria deveria crescer sem comprometer as necessidades de geraes futuras.

Este artigo tem o objetivo de diagnosticar a realidade encontrada quanto gesto dos resduos slidos, em especfico o alumnio extrudado, em uma indstria situada na cidade de Maring-PR, em seguida avaliar a evoluo dos conceitos sustentveis na prtica. A avaliao compreende os aspectos evolutivos assim como as barreiras encontradas atualmente para uma melhoria no mbito ambiental.

O foco na problemtica dos resduos slidos se justifica por ser um dos temas mais preocupantes e com necessidade de mudanas emergenciais. Para isso, buscou conhecer os aspectos ambientais primordiais estabelecidos em lei, e fazer um diagnstico dos resduos slidos da empresa.

A metodologia para tal deu-se com reviso de literatura, visitas in loco pelo setor produtivo e outras fontes de gerao de resduos slidos industriais e registros fotogrficos como comprovao de como se encontra o gerenciamento efetivado pela mesma. A pesquisa foi ancorada pelo Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos PGRS que a indstria j possua, elaborada no ano de 2007. 2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Reviso de literatura 2.1.1Legislao e Normas Brasileiras Segundo a NBR 10.004 (2004, p.1) especifica que: os resduos slidos so definidos como resduos nos estados slido e semisslido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, domstica, hospitalar, comercial, agrcola, de servios e de varrio. Ficam includos nesta definio os lodos provenientes de sistemas de tratamento de gua, aqueles gerados em equipamentos e instalaes de controle de poluio, bem como determinados lquidos cujas particularidades tornem invivel o seu lanamento na rede pblica de esgotos ou corpos dgua, ou exijam para isso solues tcnicas e economicamente inviveis em face melhor tecnologia disponvel.A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) estabelece que a classificao de resduos slidos envolve a identificao do processo ou atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e caractersticas, e a comparao destes constituintes com listagens de resduos e substncias cujo impacto sade e ao meio ambiente conhecido.

A norma classifica os resduos slidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e sade pblica, para que possam ser gerenciados adequadamente e que seja possvel utilizar as informaes como parmetros para as tomadas de decises estratgicas da indstria.

O laudo de classificao pode ser baseado exclusivamente na identificao do processo produtivo, quando do enquadramento do resduo nas listagens dos seus anexos. Deve constar no laudo de classificao a indicao da origem do resduo, descrio do processo de segregao e descrio do critrio adotado na escolha de parmetros analisados, quando for o caso, incluindo os laudos de anlises laboratoriais. Para os efeitos desta Norma, os resduos so classificados em:

a) resduos classe I Perigosos: em funo de suas propriedades fsicas, qumicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar risco sade pblica, provocando mortalidade, incidncia de doenas ou acentuando seus ndices ou riscos ao meio ambiente, quando o resduo for gerenciado de forma inadequada. Podem ser inflamveis, corrosivos, reativos, txicos, patognicos.b) resduos classe II No perigosos;

resduos classe II A No inertes: Aqueles que no se enquadram nas classificaes de resduos classe I - Perigosos ou de resduos classe II B, nos termos desta Norma. Podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em gua.

resduos classe II B Inertes: Quaisquer resduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinmico e esttico com gua destilada ou deionizada, temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, no tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentraes superiores aos padres de potabilidade de gua, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

Para a classificao dos resduos slidos industriais necessrio fazer a segregao na fonte geradora e a caracterizao (fsica, qumica, biolgica) e ento a sua quantificao.

2.1.2 Resoluo CONAMA 313/02

At o ano de 2002 quando a Resoluo 313 foi estabelecida, foi considerada a ausncia de informaes precisas sobre a quantidade, os tipos e os destinos dos resduos slidos gerados no parque industrial do pas, afirmando que:

...para a elaborao de diretrizes nacionais visando o controle dos resduos industriais essencial a realizao de um inventrio dos resduos industriais gerados e existentes no pas.Portanto, a Resoluo dispe sobre o Inventrio Nacional de Resduos Slidos Industriais e a necessidade da elaborao de Programas Estaduais e do Plano Nacional para gerenciamento de Resduos Slidos Industriais. Assim define no Art. 2 II que Inventrio Nacional de Resduos Slidos Industriais: o conjunto de informaes sobre a gerao, caractersticas, armazenamento, transporte, tratamento, reutilizao, reciclagem, recuperao e disposio final dos resduos slidos gerados pelas indstrias do pas.

Segundo um levantamento federal de inventrio de resduos estaduais, os dados disponveis relativos gerao de resduos slidos industriais no pas no permitem a realizao de um diagnstico completo e atualizado, pois a principal fonte de dados para essa anlise apresenta os seguintes problemas:

Alguns estados da Federao no elaboraram seus inventrios de resduos industriais,

Em geral, os inventrios estaduais produzidos no apresentam uma padronizao, tendo sido produzidos de acordo com as especificidades e perfis dos setores produtivos existentes em cada estado,

Em sua maioria, os inventrios estaduais de resduos industriais elaborados no foram atualizados recentemente.As afirmaes acima so verdadeiras uma vez que no perodo de 21 a 31 de agosto de 2012, no foi encontrado pela pesquisa na internet, registro de inventrios de resduos slidos da indstria de alumnio extrudado no pas.2.1.3 Lei n 12.305/10, Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS)O Art.1o da Lei dispe sobre seus princpios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas gesto integrada e ao gerenciamento de resduos slidos, includo os perigosos, s responsabilidades dos geradores e do poder pblico e aos instrumentos econmicos aplicveis. A presente Lei tambm destaca a importncia da utilizao do conceito dos 3 Rs reduzir, reutilizar, reciclar - como um eixo orientador e necessria ao sucesso do PNRS. E ainda detalha no Art. 7o, II como objetivos da Poltica Nacional de Resduos Slidos a no gerao, reduo, reutilizao, reciclagem e tratamento dos resduos slidos, bem como disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos.

2.2 A gesto dos resduos slidos na indstria

Embora a abordagem dos resduos slidos industriais no Brasil encontra embasamento legal para seu gerenciamento, tratamento e disposio adequada, as indstrias em geral esto ainda em estgio incipiente aprendendo a lidar com algo que at ento no era necessrio conhecer. Dentre as que possuem um controle total sobre a gerao de resduos, quanto quantificao, tratamento e destinao final adequada, esto enquadradas como porte grande que geralmente so multinacionais, cujos conceitos e exigncias esto alinhados com a poltica internacional. Se no houvesse presses das sociedades e medidas governamentais, no se observaria o crescente envolvimento das empresas em matria ambiental. As legislaes ambientais geralmente resultam da percepo de problemas ambientais por parte de seguimentos da sociedade que pressionam os agentes estatais para v-los solucionados. (BARBIERI, 2007, p. 113).Baseadas na necessidade de remodelar as tcnicas produtivas para atender a um mercado mais informado sobre as questes ambientais, as indstrias se vem obrigadas a buscar alternativas sustentveis como matria-prima de fontes renovveis, reaproveitamento de subprodutos na cadeia produtiva, reciclagem, e certificao ambiental como a srie ISO14.000 a qual atende a padres de qualidade ambiental internacional.Segundo Barbieri (2007), afirma que o controle na empresa realizado por meio de aes localizadas e pouco articuladas entre si, resultantes de uma postura reativa, na qual suas atenes so centralizadas sobre os efeitos negativos de seus produtos e processos produtivos mediante solues pontuais.

Atualmente o panorama das empresas segue um padro evolutivo at serem consideradas ativas na cooperao do desenvolvimento sustentvel do pas. A Quadro 1 mostra a gesto ambiental segundo Barbieri (2007, p.113)

Quadro 1: Gesto ambiental na empresa

CaractersticasAbordagens

Controle da poluioPreveno da poluioEstratgia

Preocupao BsicaCumprimento da legislao e respostas s presses da comunidadeUso eficiente dos

insumos

Competitividade

Postura tpicaReativaReativa e proativaReativa e proativa

Aes tpicas

Corretivas

Uso de tecnologias de remediao e de controle no final do processo (end-of-pipe)

Aplicao de normas de Segurana Corretivas e

preventivas

Conservao e

substituio de

insumos

Uso de tecnologias

Limpas Corretivas, preventivas e antecipatrias.

Antecipao de

problemas e captura de oportunidades utilizando solues de mdios e

longos prazos.

Uso de tecnologias

limpas

Percepo dos

empresrios e

administradoresCusto adicionalReduo de custo e aumento da

ProdutividadeVantagens competitivas

Envolvimento da alta administraoEspordicoPeridicoPermanente e

sistemtico

reas envolvidas

Aes ambientais

confinadas nas reas

geradoras de poluioCrescente

envolvimento de

outras reas como

produo, compras,

desenvolvimento de

produto e marketingAtividades ambientais

disseminadas pela

organizao

Ampliao das aes

ambientais para toda a

cadeia produtiva

Fonte: Barbieri (2007, p.113)2.3 Gerenciamento, tratamento e acondicionamento dos RSI

Toda atividade industrial necessita de uma entrada de recursos sejam eles naturais, matria-prima e/ou insumos, para serem transformados, processados em um produto. A sada desse processo pode conter no apenas um produto, mas outros subprodutos que se reaproveitados, reciclados, servem de matria-prima para outras cadeias produtivas. Essa gesto dos resduos integrada que pode reduzir a gerao de resduos to problemtica atualmente.

Neste contexto o gerenciamento dos resduos slidos industriais pode ser entendido como: conjunto de aes exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinao final ambientalmente adequada dos resduos slidos e disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gesto integrada de resduos slidos ou com plano de gerenciamento de resduos slidos, exigidos na forma desta Lei.(PNRS,2010)Segundo Philippi Jr. (2005, p.292) os resduos industriais so gerados tanto nos processos produtivos como nas atividades auxiliares como manuteno, operao de rea de utilidades, limpeza, obras e outros servios. Portanto, necessria a identificao dos setores industriais cujas atividades geram resduos direta ou indiretamente para a produo do produto final. O autor aborda os seguintes setores que influenciam na gerao de resduos: projeto do processo, aquisio e armazenamento de matria-prima, operaes de produo, limpeza e manuteno de equipamentos, derramamentos e vazamentos. A sistematizao de aes nos pontos de gerao de resduos subsidia o diagnstico da situao atual e conseqentemente se constitui em uma ferramenta para ser utilizada em tomadas de decises estratgicas para o gerenciamento de resduos slidos, visando a reduo na gerao de resduos e possveis ganhos monetrios com a comercializao destes que resultar em reduo para os custos do produto.

A descrio do procedimento sistematizado de cada etapa consiste no Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos. O Plano controla a quantidade gerada de cada resduo na fonte, especificamente com suas caractersticas fsica, qumica ou biolgica, detalhando como, em que e onde acondicionar at sua destinao adequada, seja ela o reaproveitamento, a reutilizao, ou o tratamento cabvel. Segundo Lora (2000), o tratamento de resduos qualquer processo que altere as caractersticas, composio ou propriedade do resduo, de maneira a tornar menos impactante sua disposio final no solo ou simplesmente sua destruio.

De acordo com BRASIL (2004), os mtodos mais utilizados para tratamento dos resduos no pas so: compostagem, remediao, encapsulamento, autoclavao, esterilizao por microondas, co-processamento, reprocessamento, incinerao, reciclagem, landfarming. Esses processos esto relacionados com as caractersticas do resduo que precisa ser reduzido no volume ou descontaminado antes do descarte final, ou mesmo a fim de beneficiar outros processos produtivos como a reciclagem.A reciclagem interna se d pelo tratamento dos resduos para torn-los novamente aproveitvel na prpria fonte produtora e reciclagem externa, os resduos de uma unidade produtiva so utilizados em outras. Para que a reciclagem seja feita externamente, os resduos gerados precisam ser acondicionados e estocados em locais adequados, at formar uma quantidade que compense seu transporte at o estabelecimento do reciclador. No caso de resduos perigosos, a rea de estocagem deve conter dispositivos de segurana, sinalizaes e outros estabelecidos em documentos normativos para serem aprovados pelos rgos ambientais.Em caso do resduo no poder ser reusado ou reciclado interno ou externamente, uma alternativa o reaproveitamento do seu poder calorfico para gerao de energia, caso seja possvel.

2.4 Destinao Final

Segundo os dados publicados da Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos Especiais (ABRELPE, 2006), os resduos industriais na maioria dos estados brasileiros eram depositados em aterros junto ao resduo slido urbano, ou em vazadouro fazendo uso da prtica de queima a cu aberto. Os aterros so predominantemente representados por aterros controlados ou lixes, cuja infra-estrutura no adequada para a destinao de resduos perigosos.H ainda a disposio em aterros sanitrios, porm essas medidas tem sido insuficientes causando graves consequncias ambientais como: contaminao do solo, gua, ar, fauna, flora, e a exposio de radioatividade para o ser humano como os acidentes nucleares.A fim de reverter o processo degradante e minimizar o consumo de recursos naturais do setor industrial, assim como proporcionar recursos para recuperar reas degradadas, a gesto industrial dos resduos um dos principais atores nesse processo. 2.5 Metodologia Para o desenvolvimento do presente trabalho em estudo de caso fora realizado uma breve reviso da literatura do panorama brasileiro com a questo ambiental do resduo slido industrial e as normas legais que abrangem o assunto, assim como a caracterizao da indstria em anlise no cenrio brasileiro.

Para efeito de coleta dos dados deu-se com visitas in loco e com consulta ao plano de gerenciamento de resduos slidos da indstria e registros fotogrficos dos resduos na fonte geradora.A partir dos dados coletados realizou-se uma avaliao da gesto dos resduos slidos na indstria equiparando com as legislaes vigentes analisando o possvel avano na questo ambiental que a indstria do setor pode representar.2.6 Dados gerais da indstria do alumnioSegundo a Abal, o Brasil apresentou, em 2008, um consumo per capita de 5,9 kg/hab, e a China um consumo de 10,5 kg/hab, pases desenvolvidos, como a Alemanha e os Estados Unidos, mostraram consumo de 29,1 kg/hab e 28,5 kg/hab, respectivamente. A importncia do alumnio na indstria brasileira em mbito mundial se deve participao no mercado global, sendo o Brasil a terceira maior jazida no planeta em bauxita, quarto colocado em produo de alumina e quinta no que diz respeito exportao.

Impermeabilidade, opacidade e facilidade para a fabricao de moldes e lminas so propriedades importantes que permitem a utilizao do alumnio no segmento de embalagens, em substituio a materiais como vidro e plstico.

2.7 Dados gerais da empresaO presente trabalho fora desenvolvido em uma empresa de extruso de alumnio, a qual se encontra com 4 extrusoras e capacidade mensal de 1200 ton. Sendo constitudo o mercado consumidor pela construo civil, fbrica de antenas, de bicicletas, serralherias dentre outras, contando com um quadro de aproximadamente 260 colaboradores em turno integral.2.8 Estudo de caso: Diagnstico do RSI do alumnio extrudadoA identificao das fontes geradoras de resduos slidos da indstria em anlise se deu no processo produtivo da empresa, o qual se inicia pela classificao da sucata, que segue para as etapas de refuso, extruso, embalagem e por fim expedio. Alm do processo produtivo foi identificado o setor de ferramentaria e manuteno como fontes geradoras de resduos industriais que precisam ser gerenciados para uma destinao final adequada, porm o setor de manuteno no foi possvel analisar. A indstria tambm possui o setor de refeitrio com cozinha industrial, o qual gera resduos orgnicos, porm para este estudo foi considerado apenas o processo produtivo do alumnio extrudado.A refuso o processo que se remete a fuso do alumnio em fornos com temperatura de aproximadamente 700C, acrescentando neste sucata, alumnio primrio e anti-ligas passando-o para o estado liquido e por fim produzindo a forma de tarugo.

As anti-ligas utilizadas so: magnsio, mangans e silcio fazem a correo da dureza do alumnio e o sal que retira o hidrognio do alumnio na refuso. O procedimento de extruso se d pela transformao termomecnica no qual um tarugo de metal reduzido em sua seo transversal quando forado a fluir atravs do orifcio de uma matriz (ferramenta), sob o efeito de altas presses e temperatura. Essa ferramenta produzida na prpria indstria setor de ferramentaria.Em cada setor foi realizado o registro fotogrfico nas fontes geradoras e buscou-se a quantidade no PGRS e juntamente ao setor de contabilidade.3. RESULTADOS E DISCUSSES

Para analisar em especfico os resduos gerados e suas respectivas quantidades, verificou-se juntamente ao plano de gerenciamento de resduos da indstria e tabularam-se os dados como na Quadro 1 abaixo.Quadro 1 Consumo de Matria-Prima e Insumos

Matria-prima e InsumosQuantidade media/ms

Matria-prima

Sucata de Alumnio 630Ton

Lingote25

Tarugo550Ton

Insumos: Anti-ligas

Magnsio 1200Kg

Mangans 48Kg

Silcio820Kg

Sal Promag160Kg

Fonte: ANDRIAN e PIOVESAN 2012O levantamento de dados procurou responder a questes sobre os tipos de resduos gerados, as etapas e os fluxos que os mesmos eram gerados, segundo um balano de massa do processo produtivo em que matrias primas somados a insumos constituem-se em entrada no processo produtivo, sendo transformados em produtos e resduos.

As visitas indstria permitiram a obteno de dados gerais do processo, identificao de matrias-primas e de produtos gerados, fluxograma do processo industrial, estimativa da quantidade e composio dos resduos gerados e identificao e quantificao das substncias que conferem riscos de contaminao ambiental sade humana. Para cada setor identificado como fonte geradora de resduo slido, foi emitido um fluxograma identificando e mensurando o resduo gerado como na Figura 1 abaixo.Figura 1 Fluxograma do processo de refuso do alumnio

Fonte: ANDRIAN e PIOVESAN 2012

No processo de refuso os tarugos so recortados por uma serra no tamanho especfico para produzir o produto final e geram rebarbas que retornam para o forno de refuso como na Figura 2.Figura 2 rebarbas do corte do tarugo na etapa de serra.

Fonte: ANDRIAN e PIOVESAN, 2012A etapa da extruso um setor onde todo o seu resduo slido reciclvel, ou seja, todo o resduo produzido retorna ao ptio de sucatas para o picotamento no caso de material no conforme, e nos caso de cavaco de tarugo e de perfil so pesados e separados para posterior venda para reciclagem externa. Os perfis no conformes que tambm so reciclados, porm internamente.Foi feito um levantamento qualitativo quantitativo dos resduos slidos gerados na indstria e classificados de acordo com a norma NBR 10004:2004, da ABNT, a breve exemplo da Quadro 2 abaixo.Quadro 2 classificao dos resduos slidos

ClasseCdigoDescrioQtdeUnFonteDestinao

IIBA004Sucata de ferro1800kgPtio de sucatasReciclagemTerceiros

IIBA004Sucata de ao9200kgFerramentariaReciclagemTerceiros

IIBA005Sucata de Alumnio Estrutural350kgPtio de sucatasReciclagemTerceiros

IIBA005Borra de Alumnio36.000kgRefusoReciclagemTerceiros

IIBA005P de Alumnio3.200kgRefusoReciclagemTerceiros

IIBA005Cavaco do tarugo2.850kgExtrusoReciclagemInterna

IIBA005Cavaco do perfil2.600kgExtrusoReciclagemInterna

IIBA005Perfil no conforme145.000kgExtrusoReciclagemInterna

Fonte: ANDRIANe PIOVESAN, 2012A partir desses resduos tem-se o diagnstico geral que foi feito para cada setor como no Quadro 1 abaixo:

Quadro 1: Proporo dos resduos gerados na indstria

Fonte: ANDRIANe PIOVESAN, 2012Aps a visita e anlise dos dados consultados e registros fotogrficos, pde-se notar que a empresa gera grande demanda de quantidade de resduos slidos industriais, e possui conscincia de sua responsabilidade perante o meio ambiente visando a busca de adequao legislao pertinente e possui um Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos. Pode-se, portanto, enquadrar segundo o quadro evolutivo de gesto ambiental de Barbieri (2007), que a indstria controla a poluio gerada pelos resduos slidos e avana para a preveno da poluio com necessidade de reviso dos planos implantados numa postura corretiva e preventiva. O envolvimento da alta direo se d periodicamente, com crescente envolvimento de outros setores como o da produo, compras e contabilidade no gerenciamento dos resduos. A reciclagem difundida no cho de fbrica da indstria considerada uma tecnologia limpa e tem proporcionado reduo de custo e conservao dos recursos naturais. Devido reciclabilidade ser um dos atributos mais importantes do alumnio, podendo ser reciclado infinitas vezes sem perder suas caractersticas no processo de reaproveitamento, a indstria otimiza a educao ambiental junto aos colaboradores que periodicamente varrem o cho de fbrica a fim de recolher todo material aproveitvel e o armazena em sacolas plsticas para reciclagem externa. Alm do retorno financeiro, se torna conhecido o processo de reciclagem na indstria. A indstria conta com outros programas de qualidade que auxiliam na gesto do resduo como o Programa 5S, uma vez que seu procedimento requer identificao, limpeza, alocao dos materiais adequadamente, manuteno entre outros.

A indstria encontra-se realizando a segregao e armazenamento dos resduos gerados, porm ainda ocorre a mistura de resduos no reciclveis com reciclveis, como os papis e plsticos oriundos do setor produtivo. Quanto aos resduos reciclveis estes se encontram identificados e armazenados para serem vendidos, e os EPIs inservveis se encontram dispostos nos fundos da empresa, enquanto a madeira encontra-se sendo doada para outras empresas que utilizam estas para a queima em caldeiras, sendo essa iniciativa positiva, pois resduos comuns como plsticos, papis e papeles contaminados e degradados, pallets e engradados de madeiras inservveis e certos resduos resultantes do processamento de matrias-primas orgnicas podem ser recuperados como fonte de energia primria e reduzir os custos operacionais ao mesmo tempo em que substitui o consumo de energia tradicional. Essa e outras iniciativas precisam ser praticadas e melhores difundidas para que a produo industrial compense a retirada de matria prima virgem que necessita para a produo de seus bens de consumo.

A identificao das fontes geradoras de resduos slidos industriais se deu mais por registros fotogrficos do que pela consulta ao inventrio nacional de resduos slidos, ou estadual, pois no inventrio mais recente no pde ser encontrado nenhuma indstria do setor de alumnio extrudado comprovando a ineficcia na implantao, requerimento e fiscalizao por parte dos rgos ambientais para a obteno do panorama dos resduos slidos industriais do pas.A destinao final dos resduos se d por caractersticas dos mesmos no sendo totalmente rejeitados, mas antes analisado sua viabilidade econmica, tratamentos e utilizaes disponveis.4. CONCLUSO Diante do gerenciamento, tratamento e destinao final identificados dos resduos slidos abordados neste trabalho pde-se concluir que a gesto de resduos slidos da indstria analisada progrediu em relao ao descaso do descarte de resduos industriais encontrado em reviso de literatura a qual abordava a necessidade de mudana de prticas gerenciais devido poluio ambiental gerada.

Os resduos na indstria possuem destinao adequada e nessa anlise pde-se identificar a necessidade constante de rever contratos, processos produtivos com a reviso do plano de gerenciamento de resduos slidos a fim de manter a responsabilidade ambiental da indstria.

Com base nas lacunas gerenciais acima descritas, identifica-se a necessidade de reformulao e investimento na fiscalizao ambiental para a construo de um inventrio nacional de resduos slidos industriais. O diagnstico de cada indstria poderia ser avaliado e orientado segundo o planejamento ambiental nacional alinhado com os acordos firmados para que os impactos ambientais globais sejam reduzidos e otimizados.Mudar o modo de produzir a mesma satisfao construda ao longo do tempo ao ser humano sem gerar resduos o desafio desta dcada. A princpio, as indstrias encontram barreiras econmicas e a sociedade, barreiras culturais.

5. REFERNCIAS

BARBIERI, Jos Carlos. Gesto Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos, Instrumentos. So Paulo: ed. Saraiva, 2007.PHILIPPI Jr. A. Saneamento, sade e ambiente: fundamentos para um

desenvolvimento sustentvel. Manole, Barueri SP. 2005.

SANTOS, C. Preveno a Poluio Industrial: oportunidades, anlise dos benefcios e barreiras. 2005. 287p. Tese (Doutorado) Escola de Engenharia de So Carlos, So Carlos.

LIMA, Vincius Torres. Processos Mecnicos e Metalrgicos de Fabricao, 2006. p.3.

LORA, Electo Silva. Preveno e controle da poluio nos setores energticos, industrial e de transporte. Braslia. ANEEL, 2000.ASSOCIAO BRASILEIRA DE ALUMNIO. Disponvel em : http://www.abal.org.br/, acesso em 31.ago.2012.BNDES Setorial 33. Insumos Bsicos, A indstria do alumnio: estrutura e tendncias. 2010. p. 43-88

Qtde- Cavaco da serra: 12.000 kg /ms

Pontas de talo: 2850kg/ms

Qtde-Borra: 2.000 kg/ms

Filtro manga: 500kg /ms

Qtde- Borra: 34.000- kg /ms

Fibra de vidro: 320kg/ms

Eu mudaria o Ttulo para: RESDUOS SLIDOS INDUSTRIAIS: ESTUDO DE CASO DA INDSTRIA DE ALUMNIO EXTRUDADO....... apenas sugesto.

Isto quadro segundo a NBR 14724:2011. Veja se muda para quadro ou formate para Quadro.

Outra Quadro 1????

Isto quadro segundo a NBR 14724:2011. Veja se muda para quadro ou formate para Quadro.

Legenda de Figura1 deve ser colocada embaixo da figura. Isso vale para todas as figuras.

Isto quadro segundo a NBR 14724:2011. Veja se muda para quadro ou formate para Quadro. Alm disso est ultrapassando a margem.....deve fazer as adequaes.

Faltam as unidades (kg, m3, l????) dos valores do quadro. O grfico de torta est ultrapassando a margem da folha. Precisa de adequaes.

Colocar as referncias em ordem alfabtica.

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