7/24/2019 A Bomba Atmica I

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A BOMBA ATMICA Irio de Janeiro , 1954

e = mc2

Einstein

Deusa, is!o dos c"us #ue me domina

$ tu #ue "s mu%&er e nada mais'

(Deusa, a%sa carioca)*

Dos c"us descendo

Meu Deus eu e+o

De ara#uedas-

.ma coisa /ranca

Como uma 0orma

De estaturia

Ta%e a 0orma

Do &omem rimitio

A coste%a /ranca'

Ta%e um seio

Desre3ado %ua

Ta%e o an+o

Tute%ar cadenteTa%e a 6nus

7ua, de c%8mide

Ta%e a inersa

Branca ir8mide

Do ensamento

Ta%e o troo

De uma co%una

Da eternidade

Aai:onado7!o sei inda3o

Diem;me todos

< A BOMBA ATMICA)

em;me uma an3stia)

>uisera tanto

?or um momento

T6;%a em meus /raos

A coma ao ento

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Descendo nua

?e%os esaos

Descendo /ranca

Branca e serena

Como um esasmo

@ria e corrutaDo %on3o s6men

Da ia ctea

Deusa imo%uta

O se:o a/ruto

Cu/o de rata

Mu%&er ao cu/o

Caindo aos scu/os

Intemerata

Carne t!o ri+a

De &ormnios ios

E:acer/ada

>ue o sim%es to#ue

?ode rom6;%a

Em cada tomo

7uma e:%os!o

Mi%&es de ees

Maior #ue a 0oraContida no ato

Ou #ue a ener3ia

>ue e:u%sa o 0eto

7a &ora do arto)

II

A /om/a atmica " triste

Coisa mais triste n!o &>uando cai, cai sem ontade

em caindo dea3ar

T!o dea3ar em caindo

>ue d temo a um assarin&o

De ousar ne%a e oar)))

Coitada da /om/a atmica

>ue n!o 3osta de matar'

Coitada da /om/a atmica

>ue n!o 3osta de matar

7/24/2019 A Bomba Atmica I

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Mas #ue ao matar mata tudo

Anima% e e3eta%

>ue mata a ida da terra

E mata a ida do ar

Mas #ue tam/"m mata a 3uerra)))

Bom/a atmica #ue aterra'?om/a atnita da a'

?om/a tonta, /om/a atmica

Tristea, conso%a!o

@%or urssima do ur8nio

Desa/roc&ada no c&!o

Da cor %ida do &e%ium

E odor de radium 0ata%

%ia minera% carnora

Fadiosa rosa radica%)

7unca mais, o& /om/a atmica

7unca, em temo a%3um, +amais

Ge+a reciso #ue mates

Onde &oue morte demaisH

@i#ue aenas tua ima3em

Aterradora mira3emGo/re as 3randes catedraisH

uarda de uma noa era

Arcan+o insi3ne da a'

III

Bom/a atmica, eu te amo' "s e#uenina

E /ranca como a estre%a esertina

E or /ranca eu te amo, e or done%aDe dois mi%&es mais /"%ica e mais /e%a

>ue a done%a de Or%eans eu te amo, deusa

Atro, is!o dos c"us #ue me domina

Da ca/e%eira %oura de %atina

E das 0ormas aerodiinais

K >ue "s mu%&er, #ue "s mu%&er e nada mais'

Eu te amo, /om/a atmica, #ue traes

7uma dana de 0o3o, eno%ta em 3aes

A desa3re3a!o tremenda #ue esedaa

A mat"ria em ener3ias materiais'

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O& ener3ia, eu te amo, i3ua% massa

?e%o #uadrado da e%ocidade

Da %u' a%ta e io%enta otestade

Gerena' Meu amor, desce do esao

em dormir, em dormir no meu re3ao

?ara te rote3er eu me encouraoDe canes e de estro0es ma3istrais'

?ara te de0ender, %eanto o /rao

?aro as radiaes esaciais

.no;me aos %deres e aos /ardos, uno;me

Ao oo, ao mar e ao c"u /rado o teu nome

?ara te de0ender, mat"ria dura

>ue "s mais %inda, mais %mida e mais ura

>ue a estre%a matutina' O& /om/a atmica

>ue emo!o n!o me d er;te susensa

Go/re a massa #ue ie e se condensa

Go/ a %u' An+o meu, 0ora reciso

Matar, com tua 3raa e teu sorriso

?ara encer- Tua en"r3ica oesia

@ora reciso, o& des%em/rada e 0ria

?ara a a- Tua 0ra3%ima eiderme

Em cromticas /rancas de cristais

Fomendo- O& tomo, o& neutrnio, o& 3ermeDa uni!o #ue %i/erta da mis"ria'

O& ida a%itando na mat"ria

O& ener3ia #ue "s o #ue n!o eras

>uando o rimeiro tomo incriado

@ecundou o si%6ncio das Es0erasH

.m o%&ar de erd!o ara o assado

.ma anuncia!o de rimaeras'