Por onde ninguém passavaa caminho de casa,encontrei um sapo,Sapo Boi cruzando a estrada.
Boi .. Boi ... Boi ...
Ele me contou:“O brejo, ali perto, secara”
“O bosque não era tão pequenoe logo logo outro brejo,com certeza, encontraria”,
ponderei com ele ainda.
Perguntei-lhe da família!Ele não tinha.Confessei que também não.
Nossa solidão,até então ... sorriu!
Estávamos mais íntimos,cantando a luz da lua,
quando um grilo perdidose aconchegou:
“A noite está tão fria”Timidamenteo grilo comentou.
Nossa seresta,gozando de novos tons,recebeu alegreo ritmo do grilo:
“Grííílo! …. Grííílo! …”
De repente …Um som esquisito!
Dos galhos de uma árvore,por entre as folhagens,uma coruja, muito esperta,nos observava.
Cansada de ficar alertavoou até nós
e um canto ensaiou.
A nossa seresta crescia
Não demorou muitopra um Colério, Tricaferro,uma Saíra e um Melroacordassem.
E também outros ….
A Lua, quieta,assistiuo bosque inteiro cantar.
Uma verdadeira orquestraA Natureza em festa!
A Noite, satisfeita,pediu: “Lua, não vá dormir!”
Mas, a Lua, Exausta …queria o dia.
Sorte, vieram as Nuvens.
e, emocionadas choraram.
E, por causa,o canto da estradavirou lago.
O saponão se agüentava.tamanha a felicidade.
Nascia do nada o lar!
Por mais de cem horaso Sol esperou.
Quando ao longe se vestiu,viu
eu e o Sapodeitados na margem do lago.de papo!
Assim, por acaso …por causa de um sapo,na beira da estrada
eu havia voltado prá casa.
João Pedro27/08/2001
Leblon
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