A categoria da experiência e a investigação no âmbito das relações entre.pdf
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8/13/2019 A categoria da experincia e a investigao no mbito das relaes entre.pdf
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANPROGRAMA DE PS GRADUAO EM EDUCAOLINHA DE PESQUISA CULTURA, ESCOLA E ENSINOPROFESSORA MARIA AUXILIADORA M. S. SCHMIDTTRABALHO FINAL DA DISCIPLINA 'Est!t!"s#$% T&$" & M(t$)$'
A *t&+$" ) &-&"/*" & "/0&st"+12$ /$ 3#4"t$ )s &516&s &/t&
C!5t!, Es*$5 & E/s"/$
Thiago Augusto Divardim de Oliveira
Abandonar a razo da cincia um erro, e a interveno que o conhecimento pode oferecer
com vistas a melhorar o mundo, sea ecologicamente, politicamente ou sociologicamente, s!
poss"vel nos limites de uma sociedade racional# A possibilidade libertadora da cincia no est$ em
estabelecer normas validadas cientificamente, e sim na relao de busca da verdade intersubetiva
para criar condi%es estruturais que superem a degradao inerente a privao de uma vida usta e
igualit$ria# As &nicas alternativas contr$rias as a%es estruturantes do conhecimento libertador seria
a tirania ou, o niilismo#
O abandono da razo coloca em risco a possibilidade da produo do conhecimento que
mantm a perspectiva da ao transformadora# ' necess$rio, portanto, afirmar alguns pontos
universalistas para o conhecimento capaz de transformar a sociedade# (lo)d *+-. afirmou
princ"pios de igualdade e democracia como universais#
A proposta do estruturismo defende que o conhecimento precisa ser e/plicativo# 0esse
sentido as an$lises centradas apenas na estrutura, assim como os estudos microscopicamente
delimitados e analisados em sua e/istncia isolada, na maior parte dos casos no do conta das
necessidades sociais de produo do conhecimento# 1e faz necess$rio inter2rela%es e/plicativas
entre o micro e o macro, que busquem e/plicar a sociedade, sem dei/ar de lado sua historicidade#
Discuss%es que percebem a e/istncia de estruturas pr2definidas, mas no imut$veis, almdos sueitos dotados de formas de conhecimento, conscincia e e/perincia, que determinam e so
determinados em suas rela%es com a estrutura# 3ue fazem parte das rela%es sociais que
acontecem no mundo real, poss"vel de ser analisado obetivamente, porm sem dei/ar a
subetividade de fora das formas de observao# O conhecimento produzido nesta perspectiva,
assim como os sueitos da realidade, interferem na estrutura e so influenciados por ela# 4
participam de valida%es inter2subetivas no campo do conhecimento e da e/perincia social#
A proposta do 4struturismo est$ entre duas formas de produo do conhecimento na cinciasocial# 5ma holista, caracterizada pelas e/plica%es totalizantes que possuem formas pr2
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estabelecidas de caracterizao dos fen6menos sociais# 4 outra, individualista, que utiliza da
fenomenologia para apreender caracter"sticas observ$veis e atom"sticas em relao aos campos de
observao estudados pelos holistas#
7$ metodologias individualistas e holistas, mas poss"vel defender uma terceira forma que
a do 8estruturismo metodol!gico9, que est$ interligado a um conceito de estrutura e a um conceitode mudana# ' uma forma de e/plicao do social com dimens%es metodol!gicas, sociol!gicas e
hist!ricas#
O estruturismo tem apontado uma poss"vel fle/ibilidade entre estes modelos, que torna
poss"vel perceber rela%es entre estrutura e e/perincia dos sueitos, e alm disso, identificar
poss"veis transforma%es interessantes a vida em sociedade# Aponta uma forma de produo do
conhecimento e ao, que se relaciona ao passado e ao presente, uma nova forma de e/plicao
cient"fica# 3ue sea baseada na ontologia e na realidade cr"tica, que sea epistemol!gica e filos!fica,enfim, que compreenda e sustente a diversidade dentro de uma unidade cient"fica#
Tanto historiadores quanto soci!logos, necessitam de conceitos e categorias que e/pliquem
a e/perincia, a ao, os fen6menos sociais, a cultura, a estrutura e os processos de mudana#
:recisam tambm de formas de e/plicao e pesquisa que demonstrem a relao entre cada uma
destas coisas# ' poss"vel estabelecer teorias que busquem e/plicar a relao dialtica entre a%es
estruturantes e estruturas coercitivas, de modo que as a%es persistentes no tempo e em variedade
relacionada a intensidade, acabam por impactar a estrutura e de acordo com as restri%es estruturais
procuram outras e novas formas de ao#
;hristopher (lo)d *+-. aponta uma srie de pesquisadores que realizam pesquisas e
teorias com as preocupa%es no sentido que prop%e o 4struturismo# Anton)
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serem e/plicados necess$rio ir alm do senso comum e tambm das formas limitadas de produo
de conhecimento#
O estruturismo tambm est$ pautado em uma cincia como pr$tica democr$tica e de
transformao da sociedade# ?uito se discute, quase sempre a partir de ?ar/, sobre as
possibilidades de abordagens cient"ficas de ao pol"tica# ?as h$ hoe, mais elementos acumulados,e que permitem pensar novas formas de interveno para a transformao social, considerando as
contribui%es de ?ar/, mas procurando compreender o mundo atual# De acordo com (lo)d@
8Tendo em vista o valor, portanto, da base cient"fica da ao pol"tica, que
forma deve assumir uma pol"tica transformadora cientificamente
fundamentada Tenho sustentado uma concepo de cincia social inspirada
nas obras dos melhores praticantes da historiografia social# O trabalho delesmostra a efic$cia de uma combinao de epistemologia realista, teoria de
convergncia da verdade, conceito agencial, de pessoas e ao, modelo
hist!rico e estratificado de estrutura social, e estruturismo metodol!gico# A
utilizao desse arcabouo para ao pol"tica envolve, de pronto, o
entendimento de que a cincia uma metodologia que no assegura em
absoluto o conhecimento correto de qualquer sistema# 1endo assim no se
pode garantir que uma atividade pol"tica com base na cincia social alcance
invariavelmente seus obetivos ou previna consequncias inintencionais# 4
com efeito uma das consequncias desse racioc"nio cient"fico o
entendimento da importBncia da dialtica entre compreenso cient"fica,
estrutura social e pr$tica pol"tica#9
:ara (lo)d, ?ar/ at hoe, quem contribuiu com uma das melhores propostas, para uma
cincia de ao pol"tica, mas hoe h$ condi%es sociais e cient"ficas diferentes# Devemos olhar para
os agentes para entender as mudanas sociais que no devem ser estudadas a parte de seus conte/tos
sociais estruturalmente condicionante#
O estruturismo leva a evitar tanto o individualismo, quanto o holismo metodol!gico@
8As pessoas no so estritamente determinadas, nem psicologicamente, nem
cultural, nem sociologicamente determinadas, nem tampouco possuem
mentes que seam no todo independentes dessas determina%es9 o
agenciamento importante# 8A dialtica entre os poderes de agenciamento e
de condicionamentos o cerne do problema sociol!gico e human"stico#9
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Desse modo, uma teoria geral vi$vel da hist!ria estrutural deve reservar um lugar central
para a importBncia dos aspectos culturais, ideol!gicos, s!cio2psicol!gicos da vida social,
adicionando as teorias econ6mica $ bem desenvolvida da tradio materialista relacional# Afirma
que a motivao humana comple/a# 1uas a%es $s vezes so transformadoras de sua condio
social# >mportante no estruturismo a ideia de n"veis sociais, n"veis da pol"tica, cultura, economia,subestruturas, e subn"veis#
O debate sobre primazia tambm fundamental e tem servido a pensar o lugar da cultura
como influncia nas a%es estruturantes# ?ar/ mostrou com clareza@ 8Atividade humana obedece
primariamente a um imperativo psicol!gico, cultural, de orientao grupal, que as vezes impelido
pelas e/igncias das condi%es sociais e materiais particulares a tomar a forma de trabalho
constante materialmente produtivo9
0esse sentido, o autor aponta a necessidade de historicizar os elementos em negociao e aradicalizao na defesa da igualdade e democracia no processo pol"tico# :ontos de defesa poss"veis
a curto prazo e que o horizonte sea sempre a busca de novas conquistas que levem a formas mais
adequadas para a vida em sociedade# A democracia um ponto que a racionalidade no deve abrir
mo#
A hist!ria estrutural e o conhecimento produzido com base no estruturismo, por mais que
$ tenham uma srie de e/emplos de produo do conhecimento, ainda carecem, de acordo com
(lo)d, de uma teoria geral unificadora# O autor apontou os intelectuais que colaboram para pensar
na teoria, mtodo e produo do conhecimento pelo estruturismo, entre eles esto Anton)
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interpretativo# 4/plicativo precisa de um olhar mais completo, feito a v$rias mos e autores para
e/plicar as rela%es entre intera%es estruturantes e condi%es estruturais#
O Est!t!"s#$ & -&s7!"s /$ 3#4"t$ ) E)!*12$ H"st8"*
O campo de estudos da 4ducao 7ist!rica se dedica as rela%es que envolvem ensino e
aprendizagem de 7ist!ria em ambientes formais e no formais de educao, a produo do
conhecimento hist!rico e sobre o ensino de hist!ria# 0o se limita as rela%es de ensino
aprendizagem durante as aulas de hist!ria, mas envolve discuss%es que esto relacionadas a
historicidade dos campos investigados e as e/perincias dos agentes que comp%em os campos
estudados# 4nvolve discuss%es a respeito das formas de conscincia, das a%es dos sueitos, das
influncia das quest%es estruturais, das possibilidades e limita%es do agir hist!rico, e tentaapreender e e/plicar realidades concretas que podem influenciar a pr$/is da did$tica da hist!ria#
0esse sentido a dissertao de mestrado de Theobald *FHHI. serve de e/emplo de produo
de conhecimento influenciada por um grupo de identificao dentro da academia, que busca, assim
como defende (lo)d, e/plicar a comple/idade e detectar comportamentos que adicionam elementos
interessantes a discusso cient"fica, para enfim, influenciar de maneira positiva a realidade#
Tentou compreender e e/plicar a%es estruturantes em condi%es estruturais,
compreendendo os sueitos e as realidade como altamente comple/as, mas poss"veis de serem
obetivadas, na busca das subetividades envolvidas# ;om esse pressuposto como ponto comum no
grupo em que Theobald esteve inserido na produo do conhecimento, buscou demonstrar o papel
intelectual dos professores do munic"pio de Arauc$ria2:, em sua relao com a ao
transformadora das pr!prias realidades pela militBncia sindical, com aperfeioamento profissional
em relao a produo do conhecimento e relao com a universidade, e/plicando a partir do
conceito de experincia, baseado principalmente em Thompson#
:ara Thompson, a classe o ser social, a classe est$ na e/perincia e a e/perincia interfere
na estrutura# Todo pensamento sobre a realidade pressup%e uma ao, porque o real e/iste em uma
perspectiva concreta e hist!rica# O pensamento individual, a conscincia individual, mas
tambm matizada pelo social# O mar/ismo ortodo/o en/erga as rela%es como eternamente rela%es
de produo# ?as adquirindo contribui%es do pensamento mar/iano, elas esto matizadas pela
tica, raa, religio# ' poss"vel pensar na transformao do mundo a partir das e/perincias, e
formas de conscincia dos sueitos# O real concreto no estruturismo# A e/perincia se manifesta na
conscincia social#
Theobald, esteve preocupado com as rela%es que ocorrem ao mesmo tempo em que se
desenvolve a relao de ensino aprendizagem em 7ist!ria# :reocupou2se em estudar como se d$ a
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e/perincia da relao do sueito com o saber e, depois de revisar as produ%es sobre o saber,
prop6s a seguinte pergunta@ 8a an$lise das dimens%es epistmica, identit$ria e social das rela%es
com o saber remetem a seguinte questo pedag!gica@ o que uma aula interessante9
*T74OEA(D, FHHJ p$g# KI. :ara investigar as dimens%es, coletiva, investigativa e produtiva da
relao de professores com o conhecimento# Ou sea, a e/perincia da relao dos professores como conhecimento e a funo do professor#
A partir do te/to de Theobald, que demonstrou que e/istem professores que e/ercem o papel
intelectual do professor, resolvi buscar os 8bons professores9 de hist!ria, que $ configuravam
minha proposta de investigao# :orm, com o pressuposto de que ser um bom professor deve ser
pesquisado dentro dos pr!prios professores# 3uero dizer, buscando apreender e e/plicar como a
cincia est$ nos professores que e/ercem sua intelectualidade# 4sta cincia e engaamento, as
e/perincias dos professores, no que diz respeito as suas a%es estruturantes em condi%esestruturais podem gerar a possibilidade de ser um bom professor# :ois o sueito professor no um
incorporador do sistema, ele no sueitado# 4 sim, estabelece rela%es com as realidades# ela%es
de distBncia e apro/imao, de adeso ou contraposio# 1uas a%es caracterizam formas de
compreenso das realidades em que esto inseridos#
4stas formas de ao possuem uma comple/idade que no pode ser definida por categorias
pr2estabelecidas e tampouco podem sem e/plicadas de forma isolada, como se ocorressem
independentes de um Bmbito maior e tambm comple/o# As pesquisas realizadas no grupo de
4ducao 7ist!rica partilham desta compreenso# Alm de orientar produ%es que tentam detectar,
apreender e e/plicar a comple/idade presente nos campos de investigao que envolvem a Did$tica
da 7ist!ria, buscam tambm e/plorar possibilidades de produo de conhecimento que contribuam
para a ao transformadora#
;omo e/emplo, destaco o caminho aberto pela professora ?aria Au/iliadora 1chmidt, em
relao as apro/ima%es entre o referencial da conscincia hist!rica e o mtodo de conscientizao
de :aulo Lreire, em que o ensino de hist!ria recebe como implicao a funo de emancipao dos
seres humanos# :ostura que demonstra sintonia com a defesa da racionalidade cient"fica, da funo
social da produo do conhecimento e com o engaamento para a construo de formas mais
adequadas para a vida em sociedade#
;omo apontou (lo)d *+-. a conscincia pode ser a principal fora para a mudana, e no
algo pronto e dado pela estrutura ou superestrutura# Ao fim dessa breve refle/o percebo a
necessidade de valorizar e de divulgar propostas que esto em acordo com a forma de produo do
4struturismo, e que ocorrem aqui, no Erasil e (atino2Amrica# :ois, durante muito tempo, as
produ%es ocidentais vindas de cima da linha do 4quador restringiram perspectivas de mudana#
7oe discutidas por intelectuais do mundo todo, a partir da produo do conhecimento que
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envolve valores ticos e morais da relao com o conhecimento# 3ue defendem e afirmam a
igualdade pol"tica, o reconhecimento e compreenso do outro, afirmando tambm a obetividade da
cincia e o reconhecimento inter2subetivo do conhecimento e das rela%es mais adequadas para a
vida nas m<iplas sociedades e culturas contemporBneas#
REFERENCIAS
L4>4, :aulo# :edagogia do Oprimido# 1o :aulo@ :az e Terra, +J
L4>4, :aulo# :edagogia da Autonomia# 1o :aulo @ :az e terra, +I
L4>4, :aulo# AMNO ;5(T5A( :AA (>E4DAD4 4 O5TO1 41;>TO1# 1o
:aulo @ :az e Terra, FHHJ#
((OD, ;# As estruturas da 7ist!ria# io de Paneiro@ Porge Qahar 4d#, +-#R140, PSrn *a.# :erda de sentido e construo de sentido no pensamento hist!rico na
virada do milnio# 7ist!ria@ debates e tendncias# :asso Lundo, v# F, n# +, p# 2FF, dez#FHH+#
UUUUUUUUUUU *b.# azo hist!rica V Teoria da 7ist!ria@ os fundamentos da cincia hist!rica#
Eras"lia@ 50E, FHH+#
T74OEA(D, 7enrique odolfo# A e/perincia de professores com idias hist!ricas@ o caso
do 8grupo arauc$ria9 7enrique odolfo Theobald# V ;uritiba, FHHJ#
T7O?:1O0, 4# +W+# A misria da teoria@ ou um planet$rio de erros# io de Paneiro,
Qahar, FK+ p#