A Cirurgia Videolaparoscópica é o Maior Avanço Na Área Da Cirurgia Geral Dos Últimos Anos

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A cirurgia videolaparoscópica é o maior avanço na área da cirurgia geral dos últimos anos. Inicialmente era limitada a procedimentos mais simples e com o desenvolvimento de materiais mais adequados e treinamento dos cirurgiões, procedimentos cada vez mais complexos vêm sendo realizados. As operações para a obesidade não são exceção. Hoje, cada vez mais, cirurgiões especializados estão fazendo essas operações por esse método menos invasivo e, portanto, menos agressivo. As vantagens da cirurgia videolaparoscópica são muitas. A principal é causar bem menos dores no pós-operatório e permitir, portanto, uma recuperação mais rápida e retorno mais precoce dos pacientes às suas atividades normais. Além desses benefícios mais óbvios, há também um forte impacto na diminuição de algumas complicações no pós-operatório. Os problemas na parede abdominal, na ferida operatória, são bem menores, em virtude do menor trauma e agressão aos tecidos. Evita-se o uso dos afastadores (instrumentos de metal que são usados para abrir a incisão permitindo uma melhor visualização dos órgãos internos para os cirurgiões) e diminuem-se bastante as infecções. Com relação ao paciente obeso, isso traz particular vantagem em virtude da dificuldade para o acesso aos órgãos internos e pela tendência principalmente às infecções e hérnias que os mesmos apresentam. Isso ocorre em virtude do tecido com mais gordura não ter uma boa capacidade de defesa e cicatrização. Evitando-se as grandes incisões e traumas com a cirurgia por vídeo, essas complicações tendem a ser significativamente menores. A incidência de infecção na parede abdominal (nos pontos externos e na gordura) e hérnias nesses locais é muito próximo de zero na cirurgia por vídeo. Ao contrário do que alguns podem pensar, a cirurgia videolaparoscópica não é mais arriscada. Na realidade podemos dizer com tranqüilidade que o procedimento é tão seguro quanto, desde que executado por uma equipe cirúrgica treinada e experiente. Pelo contrário, muitas das complicações que poderiam acontecer no pós-operatório são

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A Cirurgia Videolaparoscópica é o Maior Avanço Na Área Da Cirurgia Geral Dos Últimos Anos

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A cirurgia videolaparoscópica é o maior avanço na área da cirurgia geral dos últimos anos. Inicialmente era limitada a procedimentos mais simples e com o desenvolvimento de materiais mais adequados e treinamento dos cirurgiões, procedimentos cada vez mais complexos vêm sendo realizados. As operações para a obesidade não são exceção. Hoje, cada vez mais, cirurgiões especializados estão fazendo essas operações por esse método menos invasivo e, portanto, menos agressivo.

As vantagens da cirurgia videolaparoscópica são muitas. A principal é causar bem menos dores no pós-operatório e permitir, portanto, uma recuperação mais rápida e retorno mais precoce dos pacientes às suas atividades normais. Além desses benefícios mais óbvios, há também um forte impacto na diminuição de algumas complicações no pós-operatório.

Os problemas na parede abdominal, na ferida operatória, são bem menores, em virtude do menor trauma e agressão aos tecidos. Evita-se o uso dos afastadores (instrumentos de metal que são usados para abrir a incisão permitindo uma melhor visualização dos órgãos internos para os cirurgiões) e diminuem-se bastante as infecções. Com relação ao paciente obeso, isso traz particular vantagem em virtude da dificuldade para o acesso aos órgãos internos e pela tendência principalmente às infecções e hérnias que os mesmos apresentam. Isso ocorre em virtude do tecido com mais gordura não ter uma boa capacidade de defesa e cicatrização.

Evitando-se as grandes incisões e traumas com a cirurgia por vídeo, essas complicações tendem a ser significativamente menores. A incidência de infecção na parede abdominal (nos pontos externos e na gordura) e hérnias nesses locais é muito próximo de zero na cirurgia por vídeo.

Ao contrário do que alguns podem pensar, a cirurgia videolaparoscópica não é mais arriscada. Na realidade podemos dizer com tranqüilidade que o procedimento é tão seguro quanto, desde que executado por uma equipe cirúrgica treinada e experiente. Pelo contrário, muitas das complicações que poderiam acontecer no pós-operatório são bastante reduzidas, como os problemas causados pelas aderências (cicatrizes internas que podem causar dores crônicas e obstrução no intestino por uma espécie de acotovelamento) complicações da parede abdominal (acúmulo de líquidos, os seromas, infecções e hérnias) e os problemas respiratórios.

VEJA ABAIXO COMO SÃO AS CIRURGIAS FEITAS POR VIA ABERTA E POR VÍDEO:

1. CIRURGIA ABERTA Detalhe da abertura necessária para a realização de uma Operação de Capella pela forma convencional. Perceba a colocação dos afastadores da parede abdominal que possibilita uma melhor visibilidade dos órgãos internos. Esse é um exemplo de incisão do tipo subcostal bilateral que tem uma disposição transversal abaixo dos

limites das costelas mais inferiores. A incisão (o tipo de corte) também pode ser no sentido vertical, chamada de incisão mediana.

2. INCISÃO VERTICAL Um exemplo de uma operação terminada através de uma incisão mediana. Nesse caso, pode-se observar a presença de um dreno que tem a finalidade de evitar um acúmulo de líquidos na área da gordura operada, os seromas. Isso nem sempre é utilizado.

3. CIRURGIA POR VÍDEO Na cirurgia por vídeo, não há a colocação dos afastadores nem o traumatismo da parede abdominal, principalmente em seus músculos, o que permite muito menos dores e uma recuperação mais rápida no pós-operatório.

4. ASPECTO FINAL DA VÍDEOCirurgia por vídeo terminada. Perceba os corte mínimos no abdome.

VEJA ABAIXO COMO OS PROCEDIMENTOS POR VÍDEO SÃO REALIZADOS:

1. INTRODUÇÃO DA AGULHA O procedimento se inicia com a introdução de uma agulha especial, chamada Agulha de Veres, dotada de um dispositivo de proteção que é automaticamente acionado ao entrar dentro da cavidade abdominal. Isso evita a perfuração acidental dos órgãos internos.

2. INSUFLAÇÃO DE GÁS Após o adequado posicionamento da agulha, é insuflado gás, o CO2 (dióxido de carbono) no interior da cavidade abdominal para criar um espaço real entre as vísceras que permita a execução dos procedimentos. O procedimento é controlado por um equipamento eletrônico que regula o fluxo, pressão e quantidade do gás injetado.

3. INTRODUÇÃO DOS TROCÁTERES Após a insuflação do gás, são colocados os trocáteres pelo quais passarão os diversos instrumentos para a realização dos procedimentos. O primeiro a ser introduzido é a ótica, o laparoscópio, que é um endoscópio rígido (diferente dos endoscópios flexíveis normalmente utilizados para endoscopia digestiva alta convencional), dotado de um canal para iluminação e conectado a uma micro câmera de alta resolução que emite o sinal de imagem ao processador e daí aos monitores.

4. PUNÇÕES UTILIZADAS Normalmente são utilizadas 6 punções, com 6 trocáteres, que em geral são 4 de 0,5 cm e 2 de aproximadamente 1 cm.

5. EQUIPE EM AÇÃO Após a colocação dos trocáteres, é possível realizar com segurança a grande maioria de todas as cirurgias praticadas no abdome. A imagem, bem iluminada e de altíssima resolução, é ampliada entre 20 a 40 vezes, na dependência do equipamento principalmente do tipo monitor

6. PROCEDIMENTO FINALIZADOAo final do procedimento, fecha-se a pele apenas com pontos internos, intradérmicos (por baixo da pele) com um fio especial que não precisa ser retirado e aplicam-se pequenos curativos nos pontos de punção.

VEJA ABAIXO COMO OS MATERIAIS UTILIZADOS NAS OPERAÇÕES POR VÍDEO:

O material necessário para uma cirurgia por videolaparoscopia pode ser dividido em EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS e INSTRUMENTAL CIRÚRGICO e ACESSÓRIOS. Os equipamentos eletrônicos são a processadora de imagem, insuflador automático e monitores. Os acessórios são necessários para a complementação do sistema, dando mais segurança e permitindo a execução de procedimentos cada vez mais complexos. Como exemplo temos o sistema de aspiração, bisturis elétricos e ultrassônicos, unidade de coagulação de argônio entre outros .

CONHEÇA ABAIXO CADA UM DELES:

1. EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS São os monitores de vídeo, a processadora de imagem, o insuflador eletrônico e a fonte de luz fria (xenônio).

2. INSTRUMENTAL CIRÚRGICO Vários tipos de pinças, porta-agulhas (usado para aplicar pontos internos), aspiradores e grampeadores tornaram possíveis praticamente todos os tipos de cirurgia por vídeo.

3. GRAMPEADORES Os grampeadores são instrumentos necessários para que se façam cortes e fechamento simultâneo das vísceras, como estômago e intestinos, sem que haja vazamento das secreções contamindas durante o procedimento. Garantem uma maior precisão e segurança aos procedimentos laparoscópicos e tornaram possíveis operações complexas anteriormente inimaginável por vídeo. Há também versões para as cirurgias abertas. São carregados com as cargas de grampos (na foto em detalhe com proteção amarela à direita do grampeador) que possuem vários tamanhos para vários tamanhos diferentes de grampos. São instrumentos descartáveis e responsáveis pela maior parte dos custos das operações.

4. TROCÁTERES São uma espécie de canos ou camisas pelos quais passam os diversos instrumentos laparoscópicos. Há versões de vários calibres, na dependência do instrumento que precise ser utilizado em um dado procedimento, mas os mais comumente utilizados são de 1 e 0,5 cm.