A cobertura jornalística das Paralimpíadas Rio-2016 O caso ... · (Girafa), certificado no CNPq....
Transcript of A cobertura jornalística das Paralimpíadas Rio-2016 O caso ... · (Girafa), certificado no CNPq....
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
1
A cobertura jornalística das Paralimpíadas Rio-2016 – O caso do Jornal
Paralímpico1
Guilherme Gonçales LONGO2
Valci Regina Mousquer ZUCULOTO3
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC
RESUMO
Este artigo analisa a cobertura das Paralimpíadas Rio-2016 pelo Jornal Paralímpico, um
caderno especial de O Globo. O JP é a versão do Paralympics Zeitung, criado durante
Atenas-2004 pelo jornal alemão Tagesspiegel. Realizado nos Jogos de Verão e Inverno,
o projeto consiste na produção de cadernos em alemão, no idioma do país sede e outros.
Um dos diferenciais é a cobertura do desporto paralímpico para além do factual, com
reportagens que explicam o esporte, questões políticas e econômicas. Com a observação
participante como metodologia, este artigo objetiva compreender diferenças na
produção e no conteúdo do JP, em relação às pautas, repórteres, editoriais e ao online.
Reflete-se, entre outras observações, que apresentou conteúdos e visões pouco presentes
na imprensa brasileira e significou aprendizado múltiplo aos estudantes participantes.
PALAVRAS-CHAVE: Jornalismo; Jornalismo esportivo; Paralimpíadas; Rio-2016;
Megaeventos esportivos
1. INTRODUÇÃO
Desde a realização da sua primeira edição, em 1960, os Jogos Paralímpicos têm
se consolidado como o principal evento esportivo para atletas com deficiência. Ao
longo de seus quase 60 anos, as Paralimpíadas cresceram em número de modalidades
disputadas, atletas participantes, audiência, entre outros, tornando-se, junto à Copa do
Mundo e as Olimpíadas, um megaevento esportivo. E até o momento, as Paralimpíadas
Rio-2016 se mostraram uma das mais importantes e controversas edições dos Jogos na
história.
__________
¹ Trabalho apresentado no GP Comunicação e Esporte, XVIII Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação,
evento componente do 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina
(PPGJor/UFSC). Bolsista CAPES. Formado em Jornalismo pela UFSC, é membro do GIRAFA (Grupo de
Investigação em Rádio, Fonografia e Áudio) e do GIPTele (Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Telejornalismo),
ambos certificados no CNPq. Contato: [email protected]. 3 Professora do Curso de graduação e Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), Doutora em Comunicação (PUCRS), Pós-Doutora (ECO-UFRJ), Coordenadora do GP Rádio e
Mídia Sonora da Intercom e da Rádio Ponto UFSC. Lider do Grupo de Investigação em Rádio, Fonografia e Áudio
(Girafa), certificado no CNPq. Autora de “No Ar - A história da notícia de rádio no Brasil” e “A programação de
rádios públicas brasileiras”, entre outras produções sobre rádio e jornalismo. E-mail: [email protected]
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
2
Em meio à grave crise econômica e política que passava o país, milhares de
horas foram dedicadas à cobertura dos primeiros jogos olímpicos em solo brasileiro e
sul-americano. Representou um marco na cobertura jornalística esportiva do Brasil. Por
outro lado, as Paralimpíadas receberam atenção consideravelmente menor da mídia
brasileira, com pouco ou nenhum espaço dedicado ao evento em alguns dos principais
veículos do país, mesmo com críticas à essa ausência nas redes sociais e tendo sido
considerado um sucesso pelos atletas e a imprensa internacional. Um contraste, ao
considerar a força da delegação paralímpica brasileira, que nos Jogos do Rio terminou
na oitava colocação, com um total de 72 medalhas, o maior número já obtido pelos
atletas do país em uma única edição. Além do pouco espaço, profissionais da área
também criticam a forma e a linguagem da cobertura dos esportes paralímpicos. Isso
inclusive levou os Comitês Nacionais e Internacional a criarem guias de mídia sobre
como cobrir esse tipo de desporto.
Entre os veículos que realizaram a cobertura das Paralimpíadas do Rio estava o
projeto Jornal Paralímpico, que foi veiculado pelo país como um caderno especial
dentro de O Globo. O jornal é a versão brasileira do Paralympics Zeitung, criado
durante os Jogos de Atenas-2004, pelo diário alemão Tagesspiegel. Com circulação nos
Jogos de Verão e Inverno, o projeto consiste na produção de conteúdo em alemão, no
idioma do país-sede e em diversos idiomas, dependendo do local de competição. Um de
seus diferenciais é a cobertura do esporte paralímpico fugindo do factual, sem apenas
trazer os resultados das competições, focando mais em reportagens que expliquem o
esporte para o público e as questões além do esporte, como as políticas, econômicas e
sociais.
Este artigo analisa a produção do Jornal Paralímpico durante a Rio-2016.
Utilizando como metodologia a observação participante (MÓNICO et al., 2017) o
objetivo é compreender as diferenças no modo de produção e no conteúdo final a partir
de quatro categorias: as pautas, os repórteres, os editoriais e a produção para mídias
sociais e plataformas online.
2. AS PARALIMPÍADAS E OS JOGOS RIO-2016
A gênese dos Jogos Paralímpicos está na Segunda Guerra Mundial. Por mais que
existam registros da prática de esporte adaptado para pessoas com deficiência desde o
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
3
final do século XIX, foi apenas na década de 40 que teve início o movimento que levou
à criação dos Jogos. O idealizador do Movimento Paralímpico e das Paralimpíadas foi o
médico Ludwig Guttmann, um médico alemão, que fugiu de seu país durante a Segunda
Guerra por ser judeu, se refugiando na Inglaterra. Lá, foi designado para a direção do
Centro de Tratamento de Stoke Mandeville, especializado na reabilitação de soldados
feridos em combate. Guttmann passou a introduzir o esporte como forma de reabilitação
dos soldados, com modalidades como basquete, tiro com arco e bilhar.
Em 1948, quando Londres sediou os Jogos Olímpicos, Guttmann decidiu
promover um evento esportivo para as pessoas com deficiência. Era a primeira edição
dos Jogos de Stoke Mandeville, que com poucos anos cresceu e se tornou um evento
internacional. Doze anos depois, em 1960, os Jogos foram realizados pela primeira vez
fora da Inglaterra. Roma, a sede das Olimpíadas daquele ano, recebeu os Jogos e assim
surgia as Paralimpíadas, termo utilizado pela primeira vez nos Jogos de Tóquio, em
1964 e que passou a ser adotado oficialmente nos anos 1980. A partir da edição de
Seul, em 1988, as Paralimpíadas passaram a ser realizadas na mesma cidade-sede das
Olimpíadas, o que representou um fortalecimento do Movimento Paralímpico. Essa
relação continua até hoje, tanto para os Jogos de Verão quanto para os de Inverno.
Em 2 de outubro de 2009, na cidade de Copenhague, na Dinamarca, o Rio de
Janeiro foi escolhido como sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. A cidade
carioca desbancou as candidaturas de Chicago (Estados Unidos), Tóquio (Japão) e
Madrid (Espanha), pelo direito de sediar os primeiros jogos sul-americanos da história.
A vitória foi vista como uma grande conquista do governo do então Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, em sua proposta de projetar para o mundo o crescimento político,
social e econômico do país, junto com a escolha para sediar a Copa do Mundo de 2014.
Os sete anos que separaram a eleição do Rio como sede da Cerimônia de
Abertura das Olimpíadas em 5 de agosto de 2016 foram marcados por uma modificação
profunda das condições brasileiras e do apoio da população aos jogos. A catarse vista na
época se tornou um profundo descontentamento com a realização da Rio-2016, devido à
diversas denúncias de desvio de verbas, superfaturamento e polêmicas envolvendo a
construção das arenas e obras pelo Rio de Janeiro. No início dos Jogos, o Brasil estava
afundado em uma grave crise política, com o processo de impeachment da Presidente
Dilma Rousseff, além da crise econômica que atingiu o país. Diversas manifestações
eram feitas ao redor do país contra a realização das Olimpíadas e Paralimpíadas e o
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
4
clima era de desconfiança na capacidade do país em sediar dois dos maiores eventos
esportivos do planeta.
Após as Olimpíadas, que foram consideradas um sucesso pela imprensa
internacional e os atletas, as Paralimpíadas passaram a ser o centro das atenções e
preocupações. Principalmente pela pouca quantidade de ingressos vendidos até pouco
mais de três semanas da Cerimônia de Abertura. Mas a boa repercussão dos Jogos
Olímpicos animaram o público, que acabaram colocando as Paralimpíadas Rio-2016
como a segunda maior em público da história, perdendo apenas para Londres-2012.
Outros recordes também foram atingidos pelas Paralimpíadas Rio-2016. Entre
eles a audiência. No total, 4,1 bilhões de espectadores acompanharam os 11 dias de
Jogos, um crescimento de 7% em comparação com os de Londres-2012. A cobertura
internacional também teve um aumento. De 115 países que transmitiram as competições
em 2012, esse número cresceu para 154.
A participação brasileira em Paralimpíadas se iniciou apenas na quarta edição
dos Jogos, em Heidelberg, 1972. Naquela ocasião, a delegação nacional foi composta
por 20 atletas, que voltaram sem medalhas. Nos jogos seguintes, em Toronto-1976, o
Brasil subiu pela primeira vez no pódio em Paralimpíadas. No lawn bowls, uma
modalidade similar à bocha só que disputada na grama, veio a medalha de prata,
iniciando uma forte trajetória dos atletas brasileiros em Paralimpíadas. O primeiro ouro
veio apenas em 1984, nas Paralimpíadas realizadas em Nova York e Stoke Mandeville.
Foi a melhor campanha brasileira em Paralimpíadas até os jogos de Atenas, em 2004.
No total, a delegação de 29 atletas conquistou 28 medalhas, sendo 7 ouros, 17 pratas e 4
bronzes. As conquistas vieram do atletismo (21 medalhas) e da natação (8).
A partir dos anos 2000, o Brasil tem se colocado como uma potência
paralímpica, com performances cada vez melhor nos Jogos, além de um crescente
número de atletas participantes. Em Londres, o país conseguiu sua melhor colocação no
quadro de medalhas, terminando em 7º, com 21 ouros, 14 pratas e 8 bronzes. Mas foi
em casa que conseguiu o maior número de medalhas da história. Na Rio-2016, os atletas
brasileiros subiram ao pódio 72 vezes. Foram 14 medalhas de ouro, 29 de prata e 29 de
bronze entre os 278 participantes. Mas acabou em 8º no quadro de medalhas, fora do
Top 5 almejado inicialmente pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
5
Os atletas paralímpicos têm ganhado maior atenção da imprensa e alguns já são
bastante conhecidos pelo público devido às suas conquistas, como os nadadores Daniel
Dias e Clodoaldo Silva e os atletas Alan Fonteles e Terezinha Guilhermina.
3. OS MEGAEVENTOS ESPORTIVOS E OS DESAFIOS DA COBERTURA
Para se compreender a problemática por trás da realização da cobertura de um
evento como as Paralimpíadas, primeiro é preciso debater a sua classificação como um
megaevento esportivo. Concorda-se com a definição de Hall (1992), que trata os
megaeventos, esportivos ou não, como algo que vai muito além da sua realização
propriamente dita:
Megaeventos tais como as Feiras Mundiais e Exposições, a Copa do
Mundo ou as Olimpíadas são eventos especificamente direcionados
para o mercado de turismo internacional e podem ser adequadamente
descritos como “mega” em virtude de sua grandiosidade em termos de
público, mercado alvo, nível de envolvimento financeiro, do setor
público, efeitos políticos, extensão de cobertura televisiva, construção
de instalações e impacto sobre o sistema econômico e social da
comunidade anfitriã (HALL, 1992 apud DACOSTA, 2007, p. 1)
Os megaeventos também estão atrelados a atividades paralelas, que tem relação
ao evento principal. No caso dos megaeventos esportivos, isso é notável através de uma
série de ações, como os eventos-teste, como é o caso da Copa das Confederações para a
Copa do Mundo e as atividades em função do evento, como as casas de diversos países
que foram abertas durante a Rio-2016, a criação do Museu do Amanhã e o Boulevard
Olímpico com toda sua agenda (GURGEL, 2012, p. 3).
A mídia possui um papel muito importante na divulgação dos megaeventos
esportivos, principalmente com a transmissão das disputas, já que a maior parte das
pessoas não consegue acessar os locais, seja pela distância ou pelo valor dos ingressos.
Mas o jornalismo esportivo possui um grande desafio com relação a esse tipo de evento.
Não é mais possível se limitar apenas à cobertura dos acontecimentos esportivos. Aqui,
as editorias se misturam e matérias de viés econômico, político e social se tornam
bastante presente no noticiário esportivo diário. Algo que ainda é bastante diferente da
realidade diária, onde apenas algumas questões de modalidades específicas como o
futebol recebem atenção, em detrimento de outras, do esporte amador e do esporte para
além da competição. Por isso, concorda-se com a visão de Gurgel (2012, p. 13) sobre
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
6
como o jornalismo esportivo deve se posicionar, seja dentro da cobertura dos
megaeventos, seja na produção diária.
O caminho que defendemos como uma forma de atualizar o
jornalismo esportivo é o da ampliação da ênfase nos aspectos
socioeconômicos do esporte na cobertura dos eventos e do cotidiano
das modalidades desportivas. Mesmo que inicialmente soe como
contraditório, o fato é que para se produzir um bom jornalismo
esportivo, cada vez mais, é fundamental entender os aspectos sociais,
políticos e fundamentalmente econômicos envolvidos no contexto da
prática esportiva dos megaeventos esportivos em observação
jornalística
4. PARALYMPICS ZEITUNG
O Paralympics Zeitung surgiu em 2004, nas Paralimpíadas de Atenas, através de
uma parceria entre o jornal de Berlim Tagesspiegel e a empresa de seguros alemã
DGUV (Deutsche Gesetzliche Unfallversicherung) com a intenção de divulgar o esporte
paralímpico dentro da Alemanha e da Europa. Em Atenas, foi realizado em formato de
testes, com uma impressão limitada em 10 mil exemplares, que foram distribuídos
apenas para membros do parlamento alemão e os visitantes da Casa da Alemanha na
cidade-sede. A partir dos Jogos de Inverno de 2006 em Turim, o jornal começou a ter
mais visibilidade, chegando em Vancouver, 2010, com uma tiragem de 1,8 milhão de
exemplares, totalizando quase 4 milhões de leitores dentro da Alemanha.
A cada edição dos Jogos, são selecionados dez estudantes alemães e mais dez do
país sede, que produzem as edições do Paralympics Zeitung e do produto no idioma
local, no caso do Brasil em 2016, Jornal Paralímpico. Em outras edições das
Paralimpíadas, as equipes chegaram a produzir conteúdo em outros idiomas, como em
Turim 2006, com material em inglês, francês, alemão e italiano e Pequim 2008, com os
mesmos idiomas, com a adição de espanhol e mandarim. Os repórteres estudantes,
como eles denominam os participantes do projeto, recebem credenciais de imprensa das
Paralimpíadas, com o mesmo acesso dos repórteres de qualquer veículo do planeta.
5. O JORNAL PARALÍMPICO NA RIO-2016
Para este estudo, a metodologia escolhida foi a observação participante. Essa
opção se deu pela presença do autor como um dos repórteres selecionados para compor
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
7
a equipe do projeto, sendo assim um dos próprios instrumentos de pesquisa. Justifica-se,
através da explicação de Mónico et al. (2017, p.727):
Na aplicação da técnica utilizada, o investigador procura atender a um
dos pressupostos fundamentais da Observação Participante, a saber: a
convivência do investigador com a pessoa ou grupo em estudo
proporciona condições privilegiadas para que o processo de
observação seja conduzido de modo a possibilitar um entendimento
genuíno doas fator, que de outra forma não nos seria possível
O processo de seleção para a equipe que integraria a cobertura dos Jogos de
2016 iniciou ainda em 2015. Para os repórteres brasileiros, foi em novembro de 2015,
onde os interessados precisaram submeter uma carta de motivação, escrita em inglês e
uma matéria sobre esportes paralímpicos, escrita em português. A partir dessa primeira
etapa, os mais de 5 mil inscritos foram avaliados e selecionados para a segunda fase,
que consistiu em uma entrevista em inglês, por telefone, com uma das responsáveis pelo
projeto. O resultado final foi anunciado em março, dando início ao trabalho que
culminaria nos Jogos em setembro.
A equipe final contou com 22 repórteres estudantes, denominação dada pela
coordenação do projeto, sendo 10 brasileiros, 10 alemães e 2 britânicas, que haviam
integrado a equipe de 2012 e foram convidadas a voltar para a produção da versão em
inglês, chamada Athletes and Abilities. Os dez brasileiros selecionados foram: Fernanda
Lagoeiro, Gustavo Altman, Hugo L’Abbate, João Pedro Soares, Jorge Salhani,
Leonardo Levatti, Letícia Paiva, Natália Belizário, Thaís Contarin, além de Guilherme
Longo, o autor.
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
8
Imagem 1: Equipe do projeto Rio-2016, com os repórteres brasileiros, britânicos e alemães no Parque
Olímpico da Barra. Fonte: arquivo pessoal
Antes do início dos Jogos, em 7 de setembro de 2016, houve uma preocupação
muito grande da equipe do Tagesspiegel na preparação dos repórteres. Após a
divulgação dos selecionados, foi realizado em maio um workshop no Rio de Janeiro,
com a presença das equipes brasileira, alemã e britânica para uma aclimatação. Ao
longo de 5 dias, os estudantes passaram por palestras e conversas com jornalistas,
atletas e pessoas ligadas aos comitês paralímpicos, além da cobertura de um evento-
teste de atletismo no Estádio Olímpico.
Houve, desde o início, uma preocupação muito grande por parte da coordenação
do projeto com a questão da linguagem e do tratamento do esporte paralímpico e dos
atletas. Esse é um dos pontos de maior dedicação dos Comitês Paralímpicos ao redor do
mundo, mas ainda não existe um consenso sobre os modos ideais de tratamento, como
comenta Hilgemberg (2017, p. 164):
Vários esforços têm sido empreendidos para fornecer aos jornalistas e
pesquisadores guias e manuais com a terminologia mais adequada a
ser utilizada. Entretanto, as próprias organizações, associações e
instituições têm dificuldades em encontrar um consenso relativamente
a este tipo de terminologia.
Por isso, foram realizadas diversas apresentações e palestras sobre a questão.
Inclusive houve uma roda de conversa com a paratleta Verônica Hipólito, que falou
sobre a sua carreira e sua visão sobre o esporte paralímpico, como ele é visto pela
imprensa e pelas pessoas. Os repórteres também receberam materiais sobre como cobrir
o esporte paralímpico, como o guia de mídia produzido pelo IPC e o CPB. Além disso,
o workshop contou também com momentos de planejamento da cobertura, onde foram
realizadas reuniões de pauta, instruções e a divisão das modalidades entre cada repórter.
Em média, cada pessoa ficou responsável por três ou quatro modalidades diferentes para
cobrir, com a solicitação de que se tornassem especialistas nas que haviam recebido.
Entre maio e setembro, os repórteres tiveram como responsabilidade pensar pautas para
a primeira edição, além da apuração e redação das matérias e a produção de conteúdo
para as redes sociais, acompanhando um calendário pré-determinado.
A chegada da equipe ao Rio se deu em 05 de setembro, dois dias antes da
cerimônia de abertura. Foi um momento de planejamento dos dias dos Jogos, retirada da
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
9
credencial, reconhecimento dos locais de competição e instruções gerais sobre como
seria a dinâmica. Durante os Jogos, os repórteres passavam o tempo nos esportes que
haviam sido designados, mas com a possibilidade de ir a outras arenas e competições, já
que muitas vezes suas pautas necessitavam de entrevistas com atletas de diversas
modalidades. Na maioria das vezes, a redação das matérias ficava para a noite, após a
volta do Parque Olímpico e com o fim da agenda do dia.
Um ponto importante foi a integração com jornalistas, atletas e pessoas de
diferentes países e culturas, trazendo diferentes perspectivas sobre o esporte
paralímpico. Em vários dias, os repórteres cumpriram agenda na Casa da Alemanha, por
exigência da equipe da DGUV e do Tagesspiegel. Ali, houve uma proximidade muito
grande principalmente com os atletas alemães, criando a possibilidade de integração
além do jornalismo, entendendo melhor suas histórias e suas visões sobre o mundo na
qual estão inseridos. Assim, podendo evitar a produção de conteúdo que caísse nos
cinco conceitos recorrentes na representação de atletas estigmatizados pela mídia
segundo Léséleuc (2012): trivialização, infantilização, feminilização, esportivização ou
marginalização.
Imagens 2 e 3: Edições nº 1 (à esquerda) e nº 2 (à direita) do Jornal Paralímpico, veiculados em
07/09/2016 e 20/09/2016. Fonte: acervo pessoal
A produção do Jornal Paralímpico teve, no total, duas edições como cadernos
especiais encartados em O Globo. A primeira edição foi veiculada em 07 de setembro
de 2016, dia da cerimônia de abertura, enquanto a segunda saiu dois dias após a
cerimônia de encerramento, em 20 de setembro. Enquanto as edições alemãs e britânica
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
10
foram impressas no formato tabloide, o Jornal Paralímpico manteve o tamanho
standard, igual aos demais cadernos de O Globo.
Ambas as capas seguiram o mesmo formato: uma foto de página inteira
destacando um atleta e duas chamadas para matérias presentes na edição, algo comum
em cadernos especiais. No primeiro jornal, o destaque foi Alan Fonteles, do atletismo,
que era visto como uma das grandes promessas de medalha da delegação brasileira na
Rio-2016. Mesmo com sua performance abaixo da média no ciclo paralímpico, sua
vitória em Londres contra Oscar Pistorius ainda colocava ele como favorito. Já a
segunda edição trouxe o nadador Daniel Dias, que foi o maior nome brasileiro nos
Jogos. Daniel conquistou quatro ouros, três pratas e dois bronzes, se tornando o maior
paratleta brasileiro da história, além de o maior medalhista masculino da história das
Paralimpíadas.
Em cada edição foram produzidas 13 matérias, de tamanhos variados,
totalizando 26 pautas veiculadas no Jornal Paralímpico. Para esta análise, houve a
catalogação de cada uma, com a divisão em cinco categorias. “Atletas” se referem à
matérias sobre a história de vida de paratletas que competiram na Rio-2016. Em
“Panorama”, estão as pautas que tratam de explicar o funcionamento dos Jogos, as
modalidades, objetivos da delegação brasileira e a classificação funcional dos atletas.
“Rio-2016” são matérias específicas sobre os Jogos e seus acontecimentos, como a
cerimônia de encerramento. “Além do Esporte” se refere às questões políticas,
econômicas e sociais do esporte. E para fechar, “Outros” se refere a uma pauta
específica da primeira edição que aborda o documentário “Paratodos”.
Tipo de Pauta 07/09/2016 20/09/2016
Atletas 4 5
Panorama 7 2
Rio-2016 - 2
Além do Esporte 1 4
Outros 1 -
Total 13 13
Tabela 1: Levantamento das matérias do Jornal Paralímpico. Fonte: pesquisa feita pelo autor
No geral, todas as modalidades que fazem parte das Paralimpíadas tiveram
espaço no jornal, mesmo que apenas no panorama geral da primeira edição. Mas isso é
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
11
algo importante, já que existem esportes que dentro dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos
recebem ainda menos visibilidade.
Das categorias, a única que manteve a média de matérias em ambas as edições
foi a de atletas, que trouxeram histórias de participantes de diversos países, como Alan
Fonteles, Clodoaldo Silva e o atleta-guia Adalto Gaudino. Porém, o destaque fica com a
matéria da segunda edição sobre a ex-atleta Márcia Malsar. Ela ficou conhecida
mundialmente após sua aparição na cerimônia de abertura, onde caiu com a tocha no
final do revezamento, mas se levantou e terminou seu trajeto aplaudida pelo público
presente no Maracanã.
As matérias sobre os atletas trouxeram um equilíbrio entre a história por trás do
competidor e a sua performance nas arenas. Esse equilíbrio se evidencia, já que entre os
próprios atletas não existe consenso sobre como eles preferem ser representados na
imprensa, como reflete Hilgemberg (2017) por meio de entrevistas com paratletas de
diversas modalidades.
Entre as de “Além do Esporte”, houve uma grande diversidade de matérias que
trouxeram questões importantes para o esporte paralímpico, mas também observou-se
pautas que abordaram a acessibilidade do Parque Olímpico, algo que esteve muito em
voga durante os Jogos. Nesse quesito, a segunda edição apresentou matérias sobre o
serviço de audiodescrição nas arenas para pessoas com deficiência visual e o relato de
jornalistas sobre a acessibilidade nas arenas. Além dessas, houve um foco na questão
econômica do esporte paralímpico, principalmente sobre a relação entre o governo
federal e os atletas paralímpicos, que em sua maioria dependem do programa Bolsa
Atleta para se manterem no esporte. Essa era uma área de grande preocupação na época
porque não se sabia como o Governo Federal iria proceder com os investimentos após o
ciclo de 8 anos que culminou com os Jogos do Rio.
Esta categoria de “Além do Esporte” é um dos pontos fortes da produção do
Jornal Paralímpico, ao trazer pautas importantes sobre os Jogos e o esporte paralímpico
que nem sempre são abordadas pela imprensa. Assim, corrobora com pesquisadores
como Schantz e Gilbert (2001), que defendem que a cobertura desse tipo de desporto
deve ser similar às demais modalidades que aparecem no noticiário esportivo.
Na primeira edição, o foco da maior parte das matérias foram as matérias de
“Panorama”, o que faz sentido. São matérias que explicam o funcionamento de algumas
modalidades, como o futebol de 5, uma visão geral de todos os esportes que integram as
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
12
Paralimpíadas, além de atletas para o público ficar de olho durante as competições. Na
segunda edição, essa categoria esteve presente em outras duas pautas. A primeira, sobre
o goalball, e outra já projetando Tóquio-2020, falando sobre a inclusão de novas
modalidades.
Isso constitui-se importante e necessário, principalmente pelo momento da
veiculação do primeiro jornal, quando os Jogos ainda estavam começando e os
ingressos à venda. De acordo com Berger (2008), a pouca divulgação do desporto
paralímpico faz com que o público tenha pouco conhecimento sobre, o que pode
dificultar a criação de interesse no esporte.
Os jornais não eram compostos apenas por reportagens. Em ambas as edições,
outros três tipos de textos também estiveram presentes. Primeiro, os de “serviço”. Na
primeira edição, metade da página 2 foi reservada para uma agenda com os principais
eventos esportivos das Paralimpíadas, destacando pelo menos uma prova de 20 das
modalidades em disputa nos Jogos. Segundo, textos que destacavam o projeto. Uma
nota com foto no primeiro, explicando a história do Jornal Paralímpico e a sua
proposta, enquanto na seguinte, uma matéria de pouco mais de meia página reservada
para os depoimentos dos repórteres falando sobre o aprendizado, melhores momentos e
impressões.
Por último, o jornal também contou com editoriais, localizados na página 3 em
ambas as edições. Cada um foi formado por três textos de pessoas de diferentes ligações
com o esporte paralímpico. Foram eles: o editor de esportes de O Globo, Márvio dos
Anjos, o editor-chefe do Tagesspiegel, Lorenz Maroldt e a gerente de integração
paralímpica do Comitê Rio-2016 Mariana Vieira de Mello na publicação de 07 de
setembro e Joachim Breuler, diretor-geral da DGUV, Andrew Parsons, então Presidente
do Comitê Paralímpico Brasileiro, e o professor Fernando Ewerton, da UFRJ, que
também atuou no projeto do Jornal Paralímpico como orientador.
A edição brasileira do Jornal Paralímpico trouxe o mesmo formato de editoriais
utilizado nas versões em alemão e em inglês e nas edições anteriores do projeto. O
Athletes and Abilities, versão em inglês produzida durante a Rio-2016, inclusive, contou
com um texto assinado pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon.
Os textos dos editoriais tiveram algumas características em comum. Primeiro, a
ênfase no diferencial do projeto, sempre destacando a importância de um produto como
esse, focado especificamente no esporte paralímpico e com uma visão diferente do que
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
13
circula convencionalmente na mídia. Muitos dos textos também reforçavam a questão
de se ver o atleta paralímpico como um atleta de alto rendimento, tirando a ênfase na
história de superação e na questão do herói. Exemplo disso pode-se observar no texto de
Mariana de Mello que trouxe comparação entre marcas de atletas olímpicos e
paralímpicos, mostrando que os paratletas conseguem atingir marcas suficientes para
ganhar provas nas Olimpíadas.
Em ambas as edições, os recordes e marcas das Paralimpíadas do Rio também
estiveram muito presentes, mas por motivos distintos. Na primeira edição, que destacou
o número de modalidades, atletas, profissionais que iriam trabalhar na cobertura e
outros dados, nota-se uma ênfase maior em criar um clima de celebração dos Jogos,
possivelmente ainda motivada pelas notícias da baixa venda de ingressos das
Paralimpíadas após o fim das Olimpíadas. Já na segunda edição, o tom dos primeiros
dados, por ter sido veiculado poucos dias após o encerramento, tendem a ressaltar o
sucesso dos Jogos Paralímpicos.
Os repórteres e o trabalho da cobertura também estão presentes nos textos dos
editoriais, principalmente nos das pessoas mais ligadas ao projeto. Em sua maioria,
destacam as dificuldades e os desafios de se trabalhar na cobertura de um megaevento
esportivo com as complexidades de uma Paralimpíadas. Mas, ao mesmo tempo, ressalta
também se tratar de um momento de diversão e aprendizado, por constituir uma
oportunidade única, para o grupo de estudantes, de cobrir um evento deste porte no
próprio país. Em seu editorial, o professor Fernando Ewerton fala sobre essas
complexidades:
No caso dos Jogos Paralímpicos, o desafio é ainda maior. Não apenas
pelas particularidades de modalidades com as quais os jornalistas não
estão familiarizados, mesmo os acostumados a cobrir os esportes
convencionais. Além das dificuldades comuns, é preciso abordar a
competição de um modo mais amplo, em que nem todas as conquistas
estão no pódio e a vitória muitas vezes ocorre no momento da largada,
e não apenas no fim da prova. Não basta entender as regras, conhecer
os craques, destrinchar os resultados. É preciso ir além para contar a
história de seres humanos que fazem sacrifícios pessoais em busca de
pódios que nem sempre vêm. E compreender que a expectativa do
atleta, com ou sem deficiência, é ainda maior que a do torcedor, para
quem o esporte é um evento ocasional, distante da dedicação diária
daqueles que se arriscam a representar seu país. (EWERTON, 2016, p.
3)
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
14
Além do trabalho nas edições impressas, a equipe de reportagem também
produziu para sites e redes sociais do Paralympics Zeitung. Em ambas as plataformas,
os conteúdos giraram em torno de três eixos: 1. os bastidores do projeto, com fotos e
vídeos dos repórteres realizando entrevistas, escrevendo matérias no hotel ou em
reuniões; 2. o desenvolvimento de uma pauta, com os repórteres falando um pouco
sobre o que estavam escrevendo ou curiosidades; 3. depoimentos, estes mais presentes
no site do Tagesspiegel em forma de diário, com as visões e histórias do dia-a-dia da
cobertura.
Diferente do conteúdo da versão impressa, o material online foi produzido
somente em alemão e inglês. Isso acabou sendo uma falha que impediu uma divulgação
maior do projeto no Brasil. Mesmo dentro de O Globo, o projeto teve pouca
visibilidade, com somente algumas notas divulgando a existência do Jornal
Paralímpico.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo com toda a crise política e econômica que o Brasil atravessava, os Jogos
do Rio foram considerados bem sucedidos pelos atletas e a imprensa internacional,
surpreendendo até o próprio país. Para a imprensa brasileira, a Rio-2016 representou um
marco no jornalismo esportivo, ganhando uma importância e uma diversidade de pautas
pouco vistas antes. Mas a situação acabou sendo muito diferente nas Paralimpíadas,
com o pouco espaço na imprensa, tanto para as transmissões ao vivo dos eventos,
quanto para a repercussão dos acontecimentos e resultados.
Esta reduzida cobertura também acaba sendo alvo de críticas por expressar uma
visão do esporte paralímpico e seus atletas que foge do que é almejado pelo Movimento
Paralímpico. Na contramão desse enfoque, o projeto Paralympics Zeitung e a sua versão
brasileira, o Jornal Paralímpico, vêm para contribuir com a visibilidade do esporte
adaptado e das Paralimpíadas como um todo. Apostando na produção de reportagens
mais aprofundadas ao invés da cobertura do factual, o projeto se mostra bem sucedido
ao trazer matérias que fogem do que normalmente é noticiado, ao explicar como
funcionam as modalidades, que possuem complexidades específicas, contar histórias
dos atletas com um viés diferenciado e falar sobre os lados político, econômico e social.
Para os estudantes da equipe de reportagem, o trabalho representou, sobretudo,
aprendizado múltiplo. Destaca-se, primeiro, a possibilidade de participarem da
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
15
cobertura de um dos maiores eventos esportivos do planeta. Também puderam entender
melhor questões relativas ao esporte paraolímpico e à própria cobertura jornalística
específica que exige. Por fim, é de ressaltar a oportunidade de convivência com
repórteres e atletas de diversas culturas, dentro e fora das arenas cariocas, como vários
mencionaram nos depoimentos publicados na segunda edição do Jornal Paralímpico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERGER, Ronald. Disability and the dedicated Wheelchair Athlete beyond the “Supercrip”
critique. Journal of Contemporary Ethinography, Little Rock, v. 37, n. 6, p. 647-678, 2008
DACOSTA, Lamartine. (org.) Atlas do Esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Confef, 2007.
Disponível em: http://www.atlasesportebrasil.org.br/home.php. Acesso em: 01 jul. 2018
EWERTON, Fernando. Não é fácil... Jornal Paralímpico, Rio de Janeiro, 20 set. 2016, p. 3
GURGEL, Anderson. O Papel do Jornalismo nos Megaeventos Esportivos. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 35, 2012, Fortaleza, CE. Anais... São
Paulo: Intercom, 2012. Disponível em:
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2012/resumos/R7-1946-1.pdf. Acesso em: 05 jul.
2018
HILGEMBERG, Tatiane. Atleta real x Atleta de papel. A Perspectiva individual dos atletas
paralímpicos e sua representação na mídia impressa. 2017. 221 p. Tese (Doutorado em
Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Faculdade de Comunicação
Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017
LÉSÉLEUC, Eric. A way forward: Researching international perspectives on media and the
Paralympics. In: SCHANTZ, Otto; GILBERT, Keith (orgs.) Heroes or zeros? The media’s
perceptions of Paralympic sport. Illinois: Commom Ground Publishing LLC, 2012, p. 121-134
MÔNICO, Lisete et al. A Observação Participante enquanto metodologia de investigação
qualitativa. In: CONGRESO ÍBERO-AMERICANO EM INVESTIGACIÓN CUALITATIVA,
6, 2017, Salamanca, Espanha. Anais... Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/318702823_A_Observacao_Participante_enquanto_m
etodologia_de_investigacao_qualitativa. Acesso em: 05 jul. 2018
PAPPOUS, Athanasios e SOUZA, Doralice Lange de. Guia para a Mídia: como cobrir os
Jogos Paralímpicos. 2016. Disponível em:
http://www.cpb.org.br/documents/20181/0/Guia+para+a+m%C3%ADdia+Rio+2016/a26cb813-
1e28-4e71-84d8-bd93ea393. Acesso em: 29 jun. 2018
SCHANTZ, Otto; GILBERT, Keith. An ideal misconstructed: newspaper Coverage of the
Atlanta Paralympic Games in France and Germany. Sociology of Sport Journal, n. 18, p. 69-
94, 2001.