A Construção Do Conhecimento No Imaginário De

17
Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02 Edição 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo, CEP: 05508-900 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO IMAGINÁRIO DE UM GRUPO DE DOCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR Guiomar Dutra Lima 1 Luiz Pinto Fernandes 2 RESUMO: Este artigo se propôs identificar, por meio de pesquisa culturanalítica, o imaginário de um grupo de professores, diante da construção do conhecimento de seu alunado, em uma Instituição de Ensino Superior de Luziânia - GO. Foi utilizado no levantamento dos dados míticos do grupo sujeito da pesquisa, o Arquétipo Teste dos Nove Elementos – o AT-9, de Yves Durand e a escuta sensível. Foram colhidas as representações mítico-simbólicas no imaginário do grupo. A análise dos protocolos do AT-9, complementadas com a escuta, revelou a emergência de um imaginário com estrutura polarizada no regime diurno das imagens, mais precisamente na estrutura heróica. Ficou evidente a correspondência da estrutura do imaginário emergida com as falas e posturas dos componentes da equipe de professores. PALAVRAS-CHAVE: Imaginário; Conhecimento; Professores. 1 Mestre em Gerontologia, Enfermeira, Gestora do UNIDESC (Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro-Oeste). 2 Doutor e Mestre em Medicina, Médico, cirurgião vascular. Advogado e especialista em Direito Público e reitor do UNIDESC (Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro-Oeste).

description

Imaginário

Transcript of A Construção Do Conhecimento No Imaginário De

Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 A CONSTRUO DO CONHECIMENTO NO IMAGINRIO DE UM GRUPO DE DOCENTES DE UMA INSTITUIO DE ENSINO SUPERIOR Guiomar Dutra Lima1 Luiz Pinto Fernandes2 RESUMO:Esteartigosepropsidentificar,pormeiodepesquisaculturanaltica,o imaginriodeumgrupodeprofessores,diantedaconstruodoconhecimentodeseu alunado,emumaInstituiodeEnsinoSuperiordeLuzinia-GO.Foiutilizadono levantamentodosdadosmticosdogruposujeitodapesquisa,oArqutipoTestedos NoveElementosoAT-9,deYvesDurandeaescutasensvel.Foramcolhidasas representaes mtico-simblicas no imaginrio do grupo.A anlise dos protocolos do AT-9,complementadascomaescuta,revelouaemergnciadeumimaginriocom estruturapolarizadanoregimediurnodasimagens,maisprecisamentenaestrutura herica.Ficouevidentea correspondncia daestrutura do imaginrioemergida comas falas e posturas dos componentes da equipe de professores. PALAVRAS-CHAVE: Imaginrio; Conhecimento; Professores. 1 Mestre em Gerontologia, Enfermeira, Gestora do UNIDESC (Centro Universitrio de Desenvolvimento do Centro-Oeste). 2 Doutor e Mestre em Medicina, Mdico, cirurgio vascular. Advogado e especialista em Direito Pblico e reitor do UNIDESC (Centro Universitrio de Desenvolvimento do Centro-Oeste). Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 2 Introduo Esteartigoobjetivouevidenciaralgunsapontamentosacercadasrelaes estabelecidasentreeducaoeconstruodoconhecimento.Destinou-seconhecero imaginrio de um grupo de professores numa Instituio de Ensino Superior. Conhecer asreaesdeluta(herosmo)oudedesnimo(antifrasia),destesprofissionais,no desempenhodesuasfunes.Identificarasimagensrepresentacionaisdestes profissionais da educao conduz possibilidade de conhecermos mais profundamente quemsoestesprofissionaisdocentesedecomo,eemquemedida,suaformao continuada dever se processar para que a atuao competente se realize.A construo do conhecimento feita com o outro e no para o outro, portanto, necessrio,reveracomunicaoque,separaaemissodarecepo.Aeducao tradicionalreproduzatransmissodoconhecimento,feitadeformarepetitivae cansativa, onde o aluno fica passivo, ouvindo, copiando, devolvendo as aulas recebidas, sendo avaliadoao prestar conta de determinadastarefas. preciso refletir criticamente sobreaconstruodoconhecimento,poissegundoAndr(2010,p.55),Existeum consensonaliteraturaeducacionaldequeapesquisaumelementoessencialna formaoprofissionaldoProfessor.Entende-sedessaformaqueosdocentesdevem assumir de forma competente e responsvel a sua tarefa de ensinar.Assimsendo,entende-sequeaconstruodoconhecimentodeveserexercida pelocorpoacadmicodainstituiopesquisadaqueproporcionaoconhecimentodo ambienteemquesevivepodendo-serefletireprojetarumfuturomelhorparaa comunidade. Percebemosquesomosseresinacabados,querdizer,estamossemprebuscando novosconhecimentos.Oeducandonecessitadeestimulaodaconscinciareflexiva sobresuaprpriarealidade.Precisadialogardarsignificadoatudo,compreendersem imposio.SegundoDemo(1998)importantedesenvolverhabilidadederenovaro conhecimentoatravsdareconstruopermanente.Portanto,precisopermitira formao da conscincia criativa e organizar-se em torno da viso imaginria do mundo dos educandos, de forma autentica em busca da transformao social.Ainstituiodeensinoemestudo,almdeteramissodecontribuircomo desenvolvimento daregio, formando profissionais capacitados a buscare desenvolver oconhecimento,conscientesdesuaresponsabilidadesocialedeseupotencial Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 3 transformador da realidade, busca a excelncia na rea do ensino por meio de princpios institucionais como admitir flexibilidade de mtodos e critrios para atender a educao integral de seus alunos, as peculiaridades locais e regionais e as alternativas prprias dos projetos pedaggicos. Diante desse quadro, surgea necessidade de conhecer a estrutura imaginria de seu corpo docente. Entendendo o imaginrio como o conjunto das relaes de imagens quetmpotnciaorganizativa,organizaesubjazsaeseposturasdosindivduose dosgrupos.Conhecerassubjacnciasimagticasdasposturasdosprofissionaisda equipe de enfermagem do centro universitrio propiciou a emergncia de dados mticos paraqueadimensosimblicasejaconsideradanaaodereorganizarainstituio, caso seja esta requerida e aceita.E com esse pensar Moran (2009, p.11) afirma: Muitasformasdeensinarhojenosejustificammais.Perdemostempodemais, aprendemosmuitopouco,desmotivamo-noscontinuamente.Tantoprofessorescomo alunos temos a clara sensao de que muitas aulas convencionais esto ultrapassadas. preciso refletir as palavras do autor referido, quando ele afirma que ensinar e aprender so os maiores desafios que enfrentamos em todas as pocas e particularmente agora em que estamos pressionados pela transio do modelo de gesto industrial para o da informao e do conhecimento.Talprocedimentoenvolveauscultaraspulsesinterioresdestesprofissionais contaminados,simbiotizadoscomaspressesrecalcadorassofridaspelosmesmos,no micro grupo institucional, no momento e ao longo da vida profissional e pessoal, o que significa conforme G.Durand (1989, P.29) tocar o Trajeto Antropolgico, ou seja,a incessantetrocaqueexistenonveldoimaginrioentreaspulsessubjetivase assimiladoras e as intimaes objetivas que emanam do meio csmico e social. O ambiente do centro universitrio foi o contexto onde a pesquisa foi realizada, eofatodessesprofessoreslecionaremregularmentenosfezquestionarqualseriao imaginriodestesprofissionaisquemaisconvivemcomoensino,ondeamaioriados alunos so moradores da regio, isto possuem suas peculiaridades, suas caractersticas comuns. comumquemuitosprofissionaisdocentes,acostumadoscomametodologia Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 4 tradicional,aosedepararemcomametodologiaqualitativautilizadanainstituio,se desliguemdamesma.Sabe-sequeoametodologiadeensinodedividememdois plos: a qualitativa e a quantitativa, ambas sendo importantssimas, porem o que se quis compreendermelhoromodocomoaspessoasenvolvidasnoensinoaosalunoscom grandecarnciadeumensinodequalidade,percebemagemereagemdianteda metodologiaabraada.Estefatoexigereflexoeprofundidade,oquejustificouesta investigao. Mesmovalorizandoaatenodocentepositivistadispensadaaosestudantes,a dvida perpassa a situao: estar a equipe docente preocupada com o desenvolvimento do estudante ou apenas com a garantia de seu emprego?Sem resposta a questo perde o sentidoquandoosucessoacontece,oensinoocorre,mesmoqueaduraspenas,sema reflexo,conhecimentoouoconsentimentodomaisinteressado,oditocomumente, aluno.Atualmente,oquemaisseouvequeosprofessoresnoforampreparados suficientementeparaoensino,equenocompreendemasingularidadedealguns alunos. Neste sentido Moran (2009, p.13), lembra que: (...) preciso ajudar os alunos na construo da sua identidade, do seu caminho pessoal eprofissional,doseuprojetodevida,nodesenvolvimentodehabilidadesde compreenso,emooecomunicaoquelhespermitamencontrarseusespaos pessoais, sociais e profissionais e tornarem-se cidados realizados e produtivos. Apartirdestareflexo,surgiramquestesrelativasaoentendimentopeculiar destes profissionais do ensino, do atendimento e da ateno ao aluno, entendimento do professor que lida freqentemente com as dificuldades de aprendizagem,no sentido de buscarneles,nasuavozdiretaosentidodoensinoemsuapolaridadeimaginriae metodolgica. Masetto,(2009)observaqueprecisocriarumclimademtuorespeitopara comprofessoresealunos,darnfaseemestratgiascooperativasdeaprendizagem, estabelecer confiana mtua, envolver os aprendizes num planejamento em conjunto de mtodos e direes curriculares com base no diagnstico de suas prprias necessidades. Estratgiassimsopossveisdeseremadotadasumavezqueofenmeno somente poder ser tocado de forma indireta, na presena fora de mim, no outro. Da a utilizaodotesteprojetivoAT-9ArqutipoTestedosnoveelementos,edaescuta Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 5 sensvel e direcionada a ouvir os detalhes alm do aparente mostrado. H uma necessidade de que profissionais de ensino adotem um novo olhar sobre oeventodidtico,quejsedifundelentamente.precisoquevejameentendama educaoemseusdiferentesaspectosequesintamascriaturasquenelaesto envolvidasnoprocessodocrescimentointelectual,comopessoascomsensibilidades psquicas que precisam e tem o direito de serem escutadas. Estespronunciamentosprecisamserouvidosnorespeitohumanodosque facilitam seu aprendizado.Esta atitude ser sentida como o amparo da presena que lhe passar a sensao da confiana.Aexperinciapessoal,comodocente,relativaaomodocomooprofissionaldo ensinosuperiorvivenciaaaprendizagem,causouuminteressequemereceuser investigado. Tal fato levou a refletir sobrea razo pela qual, durante o envolvimento e preocupaocomoensino,muitasvezessedescuidedoolharholstico,querdizerde considerar a complexidade do todo. svezesdeixa-sedefacilitaroprocessoeducacional,pornoperceberas limitaesenecessidadedeapoioculturaleemocionalequeparaconseguirtrabalhar, alguns profissionais docentes minimizam a sua capacidade de percepo da fragilidade e temores sentidos pelo estudante. Osmecanismosdedefesaprotegemoprofessordiantedefracassosdo aprendizado. Para alguns dos sujeitos da referida investigao, parece que a construo doconhecimentonoconsiderada,masvistacomo:otransmitir,odecorare devolverconhecimentomediantearesoluodasprovas.Estafoiainterpretaode algumas das respostas confessada pelos sujeitos da pesquisa; o que esse profissional se permite pensar sobre a construo do conhecimento. Ele foi instrudo para pensar assim.Aorecordarexperinciasvivenciadasenquantoestudante,amotivao,foi-me despertadaparaescreveropresentetrabalho,eentofoidecididaatemticadeste artigo,exigidonoProgramadePs-graduaoDocnciadoEnsinoSuperiordo CentroUniversitriodeDesenvolvimentodoCentro-Oeste-UNIDESC:Aconstruo do conhecimento no imaginrio de um grupo de docentes de uma instituio de ensino superior. Atualmente,muitasunidadesdeensinosuperiorsoverdadeirasempresas lucrativas.SegundoMoran(2009,p.12):ensinareaprendersoosdesafiosmaiores Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 6 queenfrentamosemtodasaspocas.Matricula-seeforma-senasfaculdades,tidas comoadequadas,poisafinaldecontaselascabemnooramentodecadaum.Esta formatura ser vista como a oportunidade de ir para o campo de trabalho, no havendo preocupao quanto qualidade do ensino.Lampert (2010) observa que: (...)osdiscentesoriundosdediferentesclassessociais,compeculiaridadesvariadas, com experincias e estilos de vida diferenciados, em que a heterogeneidade predomina, buscamum diploma, que j est bastante desvalorizado como condio de competir no mercado de trabalho. A situao do estudante em um local onde sua formatura vista como o centro dasatenesinstitucionais,ondeelepassaaserapenasumelementoamaisnaquela instituio,umserqueperdeuautonomiaesubjetividade,refmdeprofessoresqueo tratam como um depositrio de contedos lecionados, tarefas e provas regulares. Asprovassocorrigidasminuciosamente,ondecalculadaarealporcentagem deacertoseerrosdeformafragmentada,que,imprpriaoudesumanamenteanota anunciada diante da turma, mas a ateno esperada pelo ser humano, o estudante que ali estimpotente,fragilizadopornoterconseguidoamdiaesperadanemsempre acontece, e como bons seguidores de Descartes, defensores da lgica objetiva, destacam que os clculos das notas foram feitos cuidadosamente. Lampert(2010)lembraquecomaexpansodoensinouniversitrio,quetem declinadoempraticamentetodoomundo,principalmentenospasesemergentes,nem sempresoacompanhadosdaqualidadedeensinoeconseqentementeoaluno reprovado.Essareprovaoservistacomofracassodoalunoquenoconseguiu alcanar a mdia requerida. Quaissoasimagens-querelacionadasentresipacotescomsignificaes (DURAND,1989)formamumaconstelaodeimagens,ummicrouniversomtico,o imaginriodestesdocentes?Qualaestruturadoimaginriodesteseducadores? Considera-se,luzdateoriadoimaginriodeG.Durand,queseporumladoestes profissionaissofremapressodomeio,emumaIES,poroutrolado,seusdesejose aspiraespessoaispulsesvitais,latnciasinternaseparticularesprecisamser consideradas.Estaconsideraodeplointernoeexterno,delatnciasepotncias,na suasimbiosedinmica,,comojfoiditooqueG.Duranddenomina:Trajeto Antropolgico.nestetransitardinmicodepressesepulses,notrajeto Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 7 antropolgico, que encontraremos os enxames de imagens (DURAND, 1989, p.29).As imagens so aglutinadas em um ou outro n aglutinador, energia psquica que tendeagiraremtornodoregimediurnoounoturno,expressandoassimaestrutura imaginria.As imagens representacionais podem remeter a presena herica, evidenciando a estruturaesquizomrfica;eufemizandoosproblemasetrazendotonaumaestrutura mstica,antifrsica,ouaindatransitandodeumaooutronsimultneaou diacronicamente,deixandoverumaestruturasinttica,disseminatriaoudramtica, conformeLoureiro(2004,p.16):Dopatenteaolatente,transduzidopeloemergente, chega-se s profundezas do imaginrio, s paisagens mentais. A pretenso desenhar, com os dados mticos a obter, a paisagem mental, conhecer o universo mtico do grupo sujeito. Identificar as representaes imagtico-simblicas o imaginrio - de um grupo dedocentes,notadamentediantedoensinodeumaturmadediscentes,emuma Instituio de Ensino Superior - IES, com vistas possvel reorganizao da instituio, se requerida, na busca de uma melhor qualidade de ensino. APONTAMENTOS METODOLGICOS Apesquisaqualitativaampliaearticulaarealidadesocial.Minayo(2006) comentaquesempreexistiuapolmicaentreaabordagemquantitativaquebusca medidascomocritriodecientificidade,enquantoquenaqualitativasepesquisaa compreenso dos significados no contexto da fala, onde o pesquisador tenta ultrapassar oalcancedescritivodamensagem,naintenodeatingirumainterpretaomais profunda. Eassimrealiza-seumestudodeorientaoqualitativa.Forambuscadosos significados e os significantes que os participantes do a esse momento, a essa realidade vivida e atual, representada em seus desenhos e na sua fala, escrita e oral, no protocolo do teste AT -9. Os sujeitos desta pesquisa so docentes que compem a equipe de ensino da IES CentroUniversitriodeDesenvolvimentodoCentro-Oeste-UNIDESC.So compostosporhomensemulheres,quepossuemaformaodeespecializao, Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 8 mestrado e doutorado.O tempo de atuao do grupo nesta IES varia de 2 meses a 1ano e meio. O critrio de seleo dos sujeitos da pesquisa deveu-se ao fato de pertencerem a equipededocentesdainstituioempautaequelidamcomoensinosuperior. Descartou-se, portanto, funcionrios da rea operacional e administrativa.Os sujeitos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e realizaram otesteAT-9.Osprotocolosrealizadospelossujeitosforamanalisadosconformeas teorias de base do mesmo. O Centro Universitrio de Desenvolvimento do Centro Oeste UNIDESC, com sede no municpio de Luzinia- GO, est situado em uma regio que faz fronteira com ascidadesdeValparasodeGoiseCidadeOcidental,municpiospertencentesao EstadodeGoiseaRegioIntegradadeDesenvolvimentodoDistritoFederale Entorno RIDE. Paraalcanaroobjetivoproposto,optou-seporumaabordagemqualitativa culturanalticacomaaplicaodotesteAT-9deYvesDurand(1988),quetemcomo base osarqutipos paraestimular o atocriativo,e dessa forma exprimir o inconsciente dosujeitoegrupopesquisado.Utilizou-setambmoregistrodasfalasdosdocentes referentes postura, comportamento e narraes de eventos relacionados metodologia deensino.YvesDurandcriouoAT-9,apartirdateoriadoImaginriodeGilbert Durand.O que se quer com a utilizao deste instrumento - AT-9 - a obteno de fatos simblicos materializados por uma imagem (desenho) e um sentido (discurso). SegundoDurand(1988)oAT-9constituiuminstrumentoexperimentalpara validarateoriaantropolgicadoimaginrio,relacionadaexistnciadasestruturasdo imaginrio de Gilbert Durand. A TEORIA DO IMAGINRIO DE GILBERT DURAND Gilbert Durand (1989, p.14) define imaginrio como: O conjunto das relaes de imagens que constituem o capital pensado do homo-sapiens.Enquanto que smbolo arepresentaoconcretacomsentidosecretoeomitodefinidocomoumsistema dinmico de smbolos, arqutipos e schmes quetende a se compor em relato, ou seja, Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 9 queseapresentasobaformadehistria(PITTA,2005:18).SobreomitoDurand (2008:270)destacaqueOsvalores,oscostumes,osritos,osmitos,aslendase histrias, enfim, toda a tradio ressurge no prprio interior da antropologia.E assim combasenasidiasdeLima(2009,p.38)expostoemsuadissertaodeMestrado, onde explicita que: Imaginrioacapacidadeindividualecoletivadedarsentidoaomundo,soimagens que do significado a tudo o que existe.Modifica-se a aparncia do corpo por meio de roupas,cortedecabelos,bijuterias,tatuagensecostumes,rituais,alimentosregionais, enfim tudo em nome da cultura de cada regio do mundo. EssateoriafoiconstrudaeapresentadapormeiodaobraAsestruturas antropolgicas do imaginrio introduo arquetipologia geral (...) (1989). Explicita que o ser humano dotado de uma extensa capacidade de formar smbolos em sua vida scio-cultural.Durand(1989)registraquepormeiodeumatrocaincessanteentreaspulses subjetivaseasintimaesobjetivasseprocessaotrajetoantropolgico.Explicitaque esse trajeto representado por um objeto que se deixa moldar com a reversibilidade dos imperativospulsionaisdosujeito;aestetrajeto,Durand(1989)denominatrajeto antropolgico;nestecaminharreversveldedentro/interiorparafora/exteriorede fora/exterior para dentro/interior, que se instala a investigao antropolgica. OS REGIMES DIURNOS DAS IMAGENS Gilbert Durand coloca as imagens em trs estruturas que por sua vez pertencem a um dos dois Regimes de imagens: o Regime diurno e o Regime Noturno.ORegimediurnodefinidocomooregimedaanttese,ouseja,umaoposio entrepalavrasouidias,havendoumaconstelaodeimagensquegiramemtornodo termo luz-trevas.A partir da o regime diurno se divide em duas grandes partes antitticas: A primeira dedicada s trevas (escurido) e simbolizada pelo monstro que se isomorfiza (transforma)naprpriamorte,aopontoextremodoregimenoturno.Consagradaao fundodastrevassobreaqualsedesenhaobrilhovitoriosodaluz.Asegunda manifestando a reconquista antittica e metdica das valorizaes negativas da primeira (DURAND, 1989, p. 49). Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 10 Sendo assim fcil reconhecer queeste regime corresponde ao comportamento representadonoocidente,riquezadaexpressofilosficadePlatoearacionalidade tpicadeDescartescomseuraciocnioanalticoepesquisasbiolgicasseparadorase, portanto os traos estruturais tpicos que se constela em torno do imvel, do slido, do rgido, o pensamento sistemtico nos sentimentos e aprendizado imediato.Aconscinciahericarejeitacomhorroreaversoamulhereooutro,coma caractersticadecortarclaraenitidamente,distinguireatualizarasestruturas esquizomrficas que fazem do regime diurno um verdadeiro regime da anttese. O REGIME NOTURNO DAS IMAGENS ORegimenoturno,umainversodosvaloressimblicos,plenodeeufemismo, tem funo de unir e harmonizar. composto pelas estruturas mstica e sinttica. ESTRUTURA MSTICA OU ANTIFRSICA A estrutura mstica ou antifrsica implica as matrias de profundidade:agua ouaterracavernosa,utenslioscontinentes,taaseoscofres.constitudapor conversoeeufemismo;formadapelaidiadeacomodao,aconchego,recipiente, envolvimento e ligao s imagens familiares e aconchegantes. Em muitas situaes utiliza os mesmos termos do regime da anttese, mudando gradativamenteasuasignificao.Apurezautilizadanaesquizomorfiaquesignifica rupturaeseparaopassaasimbolizaraingenuidade.Aeufemizaoocorre lentamente por etapas sendo o resultado da anastomose da antfrase com a anttese. Easconstelaesmudamadireodoqueantessedirigiaatoalto,agora mergulhanaprofundidade,desaprendendoomedo,masconservandoaindao entusiasmo ascencional. A figura masculina, soberana ser poucoa pouco substituda porsmbolosfemininos,daintimidade,docontinente,dadeglutio,poispreciso tranqilizar essa descida e impedir que a mesma se transforme em queda (DURAND, 1989). A gua clara e lmpida inverte-se sob a influncia de constelaes noturnas e torna-se Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 11 colorida e espessa, prxima do sangue menstrual, e surge ento a mulher com enfeites coloridosreabilitandoacarneeoseucortejodecabeleiras,vuseespelhos (DURAND, 1989, p.163). Aestruturamstica,portantoligadaminiaturizaoegulliverizao,isto enxergaamplamenteoconjuntoharmnicoderespostaseisomorfismodas interpretaes,opostascaractersticasdaesquizofrenia,caracterizadapelaestrutura esquizomrfica(DURAND,1989).Hdessaformaumareviravoltanosvaloreseo queforinferiorpassaasersuperiorevice-versadeformaaprivilegiarocontinente, derrubar os hbitos diurnos e primar o noturno, valorizando os sentimentos humanos. ESTRUTURA SINTTICA/DISSEMINATRIA Aestruturasinttica/disseminatriarepresentadaporgestosrtmicoscomona sexualidade, pela roda, a vasilha onde se bate a manteiga e o isqueiro que simboliza as intenesdelutaedeaconchego.Aestruturasintticaoudramticasendomaistarde chamadadedisseminatria,porDurand(1989)-podeconterimagensque,aomesmo tempo,expressamasduasoutrasestruturas(hericaemstica),promovendoassima sntese,atransformaoeaciclicidade,emqueasimagensligam-sesdominantes: sexual e digestiva. com esse pensar que se reconhece que preciso ter um conhecimento capaz de religartodososelementosseparadospeloregimedaanttese,numpensamentoque englobeosdiversossaberes,asdiversasculturas,hbitosreligiososecostumesque caracterizamoimaginrio,enquantoqueoconhecimentocientficoconhecerpor conhecer. O Imaginrio, o que dinamiza o pensamento do ser humano, polarizado por dois plos antagonistas, em redor dos quais gravitam as imagens, os mitos, os devaneios eospoemasdoshomens.importantelembrarmosqueumacinciasemconscincia, sem afirmao mtica, eliminaria para sempre as civilizaes.Comovimosoregimediurnorepresentadopelaestruturahericarejeitaa mulhereooutro.Durand(1989,p.184)emsuaspalavraslembraqueestaestrutura apresentacaractersticasdehostilidadeaorepousoeprofundidade.Destaca-sepela superficialidade,secura,nitidez,pobreza,vertigem,iluminaoefome,ouseja,as atitudesdiairticaseantitticas.Aestruturamsticaquesimbolizaosesquemasda intimidadeeprofundidade.Ageemnomedanegaodupladiantedeummomento Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 12 negativo,ouseja,diantedamorte,sonhacomobem-estarenocomconquistas.E quanto estrutura sinttica, esta apresenta atitudes que valorizam a noite que antecede o dia. RESULTADOS REPRESENTAES, FUNES E SIMBOLISMOS DOS ELEMENTOS DuranteentrevistacomalgunsdocentesdaIESemestudo,pde-secolher respostas variadas que direcionavam em sua maioria para o regime diurno das imagens.Aps explicitao preliminar acerca da aplicao do AT-9, e respostas dadas durante as entrevistas,pde-seperceberarelvacrescerconformeexpressoutilizadapor Maffezoli (1989), enfim, colher o imperceptvel. Osdocentesentrevistados,quandoperguntadossobrecomoseadquireo conhecimentoequalseriasuareaodiantedeumanotainsatisfatriadeumdeseus alunos,relataramdiferentesrespostas,quemostraramemsuamaioriaanoadaptao aomtodoadotadopelaIESemestudo,ouseja,omtodoqualitativo,conformea anlise de alguns dos protocolos: Docente 1: Sobre sua reao diante de uma nota insatisfatria, relatou que: ... primeiramente, se for somente um aluno, no tenho muito a lamentar, pois verifico que o mesmo que realizou a sua reprovao. A gente tem que ser firme e exigente e no demonstrar fragilidade na frente de aluno, seno... Nestediscursopercebe-seumaformadebloqueareminimizarqualquer sentimentodeculpa,masprojeta-senooutro.Hestmuloimpessoalidade,ao distanciamento por parte de quem trabalha na instituio, aos sentimentos mais comuns paraessarealidade,comoosentimentodenoterconseguidoatingiroobjetivomaior que o de ensinar.Areaodiantedanotainsatisfatriadeumdeseusalunosvistaporesse docente entrevistado como algo em que somente o aluno o responsvel e que preciso ser impessoal e frio para o bom desempenho de suas atividades profissionais.Haculturadequeobomprofessornodeveseenvolveremocionalmente.O Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 13 costume e a instruo fazem subestimar a preocupao com o aluno com dificuldades de aprendizagem. Quandoestedocentefalaquesedeveserfirmeeexigenteenodemonstrar fragilidadenafrentedoaluno,nemdemonstrarseussentimentos,configurafaltade humanidadeoutalvez,atmesmo,umapersonalidadesdica;odespreparodaequipe docente para lidar com o alunado.Osprofissionaisdocentessoensinadosacomandar,exigir,ordenar,cobrar tarefas,masnosoorientadosacompreender,reverseusmtodosebuscarnovas estratgias, conforme se verifica em alguns fragmentos de expresses: Docente 5:Sinto um misto de tristeza por no terconseguido recuper-lo, mas aomesmo tempo de raiva, por ele no ter aproveitado as chances de recuperao.Docente 6: (...)sinto-meincompetentepornotersidocapazdetransmitirumdeterminado conhecimento assimilvel pelo educando... Docente 9:(...) estudando.... Ao responder a questo sobre a nota insatisfatria de um de seus alunos respondeu:... decepo com a turma por no terem se esforado o suficiente... Docente 11:Sinto frustrao. Penso que deveria ter feito mais... Comovimos,emrelaosanlisesdosprotocolos,torna-sefcilreconhecer queadiversidadeimaginriaemergida,surgeapshaverumtrajetoantropolgico individualcultivadoaolongodavidapormeiodepulsessimbiotizadas,adquiridas, desenvolvidas de maneira nica.Existeodesenvolvimentodemecanismosdedefesanoambienteinstitucional. Afinalissopoderiasignificarqueodocente,sujeitodapesquisa,notemadevida capacidadedetransmitirconhecimentos,comoseissofosseomaisimportanteeno facilitar a construo do conhecimento do estudante.Dessa forma pode-se dizer que o resultado desta pesquisa pode sugerir que este opanoramadeprofissionaisdocentes.Apresentoutendnciaparaoregimediurnodas imagens. Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 14 Oconhecimentodoimaginriodaequipedeprofessoresvaipropiciara capacidadedepotnciaorganizativa,queorganizaesubjazsaeseposturasdos indivduosedosgrupos.Conhecerassubjacnciasimagticasdasposturasdos profissionaisdaequipedeprofessoresdaIESpropicioudadosmticosparaquea dimenso simblica seja considerada.Nas observaes das representaes desenhadas, ditas e escritas em imagens realizadas pelos sujeitos-autores do teste, das funes e dos simbolismosacadaumdosprotocolosdoArqutipoTestedenoveelementos, estabeleceu-se a anlise estrutural proposta por Yves Durand (1988:82-83): Apolarizaomticaesuaorientaotemticapositivaounegativa,aintegrao estrutural,aorganizaodaspolarizaes,aelaboraodiscursiva,vodefinirapartir dodesenhoedodiscursootemaexistenciale/ousimblico,veiculadopelosujeito-autor da ao. Aanlisecomoumtodoemergiunoimaginriopolarizadonoregimenoturno dasimagens,maisprecisamentenaestruturasinttica.Omonstroeaespadaesto ausentes no protocolo 2,4 e 5.No protocolo 11 o monstro est caricaturado, e a espada representada pictoricamente como enfeite do barco. Porm no protocolo 1, 3,10 e 12 hvitriasobreomonstro.Eporfimnosprotocolos6,8e9,estopresentesos elementosdiurnoenoturno,oquecaracterizaporumimaginriocomestrutura sinttica. Apresenta-se, portanto o desempenho da fantstica transcendental, o imaginrio deumgrupodedocentesdiantedeumanotainsatisfatriadeumdeseusalunosem uma instituio de Ensino Superior IES deLuzinia GO. A pesquisa foi realizada noambientedaIES,ondesequestionou:qualseriaoimaginriodosprofissionais docentes, que mais convivem com alunos em dificuldade de alcanar a nota satisfatria.Reafirma-seassimquesetratadeumgrupodedocentesquelutamcontraopr-estabelecido,ouseja,anotainsuficiente.Utiliza-seomecanismodedefesapara justificar a nota insatisfatria de seu alunado. AsimagenslevantadasnoestudoemquestopormeiodoAT-9apresentam respostasarquetpicas,quedirecionamacompreensodesuaformadepensar,agire sentir,ouseja,suaformadecarregaromundo,entreaspulsessubjetivasdesses sujeitos e as intimaes objetivas que da emergem do meio csmico e social. Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 15 Consideraes Finais Pormeiodaobservao,coletadedados,anlisedostesteseobtenode resultadosdapesquisa,concluiu-sequeosdocentesdaInstituiodeEnsinoSuperior, situadoemLuziniaGOapresentamumatendnciaparaaestruturasintticada referida teoria.Oestudoapontouquediantedanotainsatisfatriadeumdeseusalunos,o docentedesenvolveummecanismodeenfrentamentoqueoimpededesepermitirse sentirresponsvelpelofato.Poroutroladoexisteaestratgiadaadaptao produtividade,comajustificativadefaltadetempo,poisparaconseguirtrabalhar, sublima as sua capacidade de empatia. Conforme Pligher (2009, p. 65): ...criatividadenoumahabilidademuitoestimadaemnossasociedade,jquea cultura ocidental valoriza muito mais o pensamento convergente do que o divergente, o que certamente se acentua nos meios jurdicos, onde a mediao tem crescido de forma contundente. importantelembrarqueaoseutilizarateoriadoImaginriodeGilbert Durand,foipropiciadoconheceroimaginriodessesprofissionais,eespera-se contribuirparaaproduodeumconhecimentoquepossibiliteodesenvolvimentode prticasholsticas,reflexivasecapazesdesubsidiaraasaulasprestadasporesses docentes, alm de construir um conhecimento compartilhado. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ANDR,M.Opapeldapesquisanaformaoenaprticadosprofessores.So Paulo: Papirus, 2010 BACHELARD,G.Apoticadoespao.Trad.AntniodePduaDanesi.SoPaulo: Martins Fontes, 1988. DESCARTES, R. Discurso do Mtodo Trad: Pietro Nassetti So Paulo SP. Martin Claret 2000. Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 16 DONATELLI, M.C.O.F. Descartes e os mdicos. Revista Scientle Studia, Vol. 1, n 3, 2003. p. 323-36. DURAND,G.Asestruturasantropolgicasdoimaginrio.Trad.:HlderGodinho. Lisboa: Editorial Presena, 1989. DURAND,G.Aimaginaosimblica.Trad.:ElianeFittipaldiPereira.SoPaulo: Cultrix, Editora da Universidade de So Paulo USP, 1988. DURAND, G. Cincia do homem e tradio O novo esprito antropolgico. Trad.: Lcia Pereira de Souza. So Paulo: Triom, 2008. DURAND,Y.L`explorationdeI`imaginaire:introductionlamodlisationds univers mytiques. Paris: I`Espace Bleu, 1988. LOUREIRO, A.M.L. (Org.). O velho e o aprendiz: o imaginrio em experincias com o AT-9. So Paulo: Zouk, 2004a. LIMA,G.D.Amortedoidosoinstitucionalizadonoimaginriodeumgrupode profissionaisdaequipedeenfermagemdeumainstituiodelongapermanncia para idosos ILPI - do DF. 129f. Dissertao de Mestrado. Universidade Catlica de Braslia UCB. Braslia, 2009. MAFFESOLI, M. O Conhecimento comum. So Paulo. Brasiliense, 1989. MINAYO,M.C.S.Odesafiodoconhecimento:pesquisaqualitativaemsade.So Paulo: Hucitec, 2006. PITTA, D. P. R. Iniciao teoria do imaginrio de Gilbert Durand. Rio de Janeiro: Atlntica Editora, 2005. Revista ALTERJOR Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 02 Volume 02Edio 04 Julho-Dezembro de 2011 Avenida Professor Lcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitria, So Paulo, CEP: 05508-900 17 PLIGHER,S.Mediaodeconflitosecriatividade:umaparcerianecessria.IN: Giglio Z.G.Wechsler S. M., BRAGOTTO, D. Da criatividade inovao. So Paulo: Papirus, 2009.