A criança do espelho

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FACULDADES DE CIÊNCIAS HUMANAS, BIOLÓGICAS E DA SAÚDE. FACULDADES CATHEDRAL - CURSO DE PSICOLOGIA - A CRIANÇA DO ESPELHO - CÁSSIA NATHALIA ALVES DIAS PSICOLOGIA 4º SEMESTRE

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FACULDADES DE CIÊNCIAS HUMANAS, BIOLÓGICAS E DA SAÚDE.

FACULDADES CATHEDRAL - CURSO DE PSICOLOGIA

- A CRIANÇA DO ESPELHO -

CÁSSIA NATHALIA ALVES DIASPSICOLOGIA 4º SEMESTRE

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BOA VISTAAGOSTO DE 2007

A Criança do Espelho

Imagem inconsciente do corpo, por ser uma imagem que vai além do sentido literal da

palavra, daquela que vemos no espelho. E sim uma imagem referente aos diversos aspectos da

vida do ser humano: psicológico, comportamental, orgânico; que agregados formam a

identidade do ser. De forma que é inconsciente, por ultrapassar nossas impressões pessoais,

ou seja, aquelas que temos de nós mesmos.

Fato que é observado com maior facilidade nas crianças; pois as imagens implícitas

que os adultos expressam através da fala, as crianças expressam explicitamente através dos

desenhos e modelagem, expressões estas, que foram úteis para o tratamento de adultos. As

crianças se incluem em seus próprios desenhos, colocando suas experiências emocionais e /ou

temores, receio, medo; demonstrando através deles o que se passa no eu delas, manifestando

sua relação com o mundo. Sendo o real representado no simbólico.

Assim, o psicanalista tem que fazer uma leitura dos aspectos da vida da criança e que

formam sua identidade, para então se expressar de forma compreensível por ela, ou seja,

compartilhando a mesma linguagem ou forma de comunicação. Não apenas induzi-la a

determinada ação, e sim fazer com que tal palavra ou ação seja introduzida no repertório

inconsciente dela; por ser través da forma como se expressa e de seu vocabulário que a

criança começa a ter noção de sua identidade e de lugar no espaço.

Para Françoise Dolto, os outros são nossos espelhos, nossa imagem inconsciente.

Onde a possibilidade de conhecermos a nos mesmos é maior do que se nos prendermos

apenas às nossas impressões. De modo que nossa imagem real ajuda a individualizar nossa

imagem inconsciente. Uma complementando a outra. Para Lacan, a imagem que temos de nós

mesmos é fragmentada; de maneira, que teríamos uma imagem completa se confrontarmos o

que realmente somos com a nossa impressão de quem somos. Não acreditava que nos víamos

através do outro.

O reconhecimento da identidade sexual é uma etapa que se travessa e supera-se, porém

algumas vezes são mal superadas, podendo tornar-se patológica. Sendo extremamente

importante o papel do adulto; de como ele mediará essa etapa para que não seja traumatizante

para a criança. Sabendo acompanha-la e sendo referência de segurança e confiança. E,

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principalmente que a criança sinta-se amada por reste adulto, não necessariamente através de

carinhos físicos, mas palavras eficazes.

O acontecimento de a criança ver sua imagem real no espelho é vista como uma

castração, por ser um novo passo em seu desenvolvimento, um auto-conhecimento que pode

esclarecer ou confundi-la se não houver o acompanhamento de um adulto, para transmitir-lhe

confiança. Podendo complementar a idéia inconsciente de imagem que a criança tem ou

suprimi-la. A partir de então, a criança passa a ter conhecimento de como é fisicamente e seu

sexo, assim como das pessoas com as quais convive, mesmo que não veja simultaneamente

estas duas características, enquanto as observa no espelho.