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PLANTAR Coleç o ã FRUTEIRAS SÉRIE VERMELHA Coco

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PLANTARColeç oã

FRU

TEIRAS

SÉRIEVERMELH

A

Coco

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Embrapa Informação TecnológicaBrasília, DF

2006

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Tabuleiros CosteirosMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

A CULTURA DO COCO

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Coleção Plantar, 48

Produção Editorial: Embrapa Informação TecnológicaSupervisão Editorial: Carlos M. AndreottiRevisão de Texto: Wesley José da RochaTratamento Editorial: Francisco C. MartinsEditoração Eletrônica: Rinaldo José B. Santa BrígidaIlustração da Capa: Alvaro Evandro X. Nunes

1a edição1a impressão (2006): 1.500 exemplares

Todos os direitos reservados.A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou

em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Informação Tecnológica

© Embrapa 2006

Fontes, Humberto Rollemberg.A cultura do coqueiro / [Humberto Rollemberg Fontes, Joana

Maria Santos Ferreira]. — Brasília, DF : Embrapa InformaçãoTecnológica, 2006.

101 p. il. color. — (Coleção Plantar, 48).

ISBN: 85-7383-353-X

1. Coco. 2. Controle integrado. 3. Cultivo. 4. Doença de planta.5. Plantio. 6. Praga de planta. I. Ferreira, Joana Maria Santos. II.Embrapa Tabuleiros costeiros. III. Título. IV. Coleção.

CDD 634.6

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Editores TécnicosHumberto Rollemberg FontesEngenheiro agrônomo, M.Sc. em FitotecniaPesquisador da Embrapa Tabuleiros [email protected]

Joana Maria Santos FerreiraEngenheira agrônomo, M.Sc. em EntomologiaPesquisadora da Embrapa Tabuleiros [email protected]

AutoresDulce Regina Nunes WarwickEngenheira agrônoma, Ph.D. em FitopatologiaPesquisadora da Embrapa Tabuleiros [email protected]

Edna Castilho LealEngenheira agrônoma, M.Sc. em FitopatologiaPesquisadora da Embrapa Tabuleiros [email protected]

Edson Eduardo Melo PassosBiólogo, M.Sc. em Fisiologia VegetalPesquisador da Embrapa Tabuleiros [email protected]

Fernando Luis Dultra CintraEngenheiro agrônomo, Dr. em Física do SoloPesquisador da Embrapa Tabuleiros [email protected]

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Julio Roberto Araújo de AmorimEngenheiro agrônomo, M.Sc. em Irrigação e DrenagemPesquisador da Embrapa Tabuleiros [email protected]

Lafayette Franco SobralEngenheiro agrônomo, Ph.D. em Fertilidade do SoloPesquisador da Embrapa Tabuleiros [email protected]

Luiz Alberto SiqueiraEngenheiro agrônomo, M.Sc. em Fitotecnia/Tecnologia de SementePesquisador da Embrapa Tabuleiros [email protected]

Manuel Alberto Gutiérrez CuencaEngenheiro agrônomo, M.Sc. em Economia AgrícolaPesquisador da Embrapa Tabuleiros [email protected]

Ronaldo Souza ResendeEngenheiro agrônomo, Ph.D. em IrrigaçãoPesquisador da Embrapa Tabuleiros [email protected]

Wilson Menezes AragãoEngenheiro agrônomo, Dr.. em Melhoramento Genético de PlantasPesquisador da Embrapa Tabuleiros [email protected]

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O agronegócio brasileiro sempre foi carente deinformações adequadas e direcionadas aos pequenosprodutores: o que, como, quando e onde plantar sãorespostas encontradas em cada título da Coleção Plantar,cujo objetivo é reduzir essa carência com informaçõesoportunas e precisas sobre como produzir hortaliças, frutase grãos, numa área do sítio ou da fazenda, no quintal decasa ou na floreira da janela do seu apartamento.

Elaborado em linguagem conceitual simples e direta,o texto de cada título é direcionado ao produtor familiar,na certeza de que essas informações contribuam para ageração de mais alimentos, renda e emprego para osbrasileiros, fazendo com que a agricultura familiar seincorpore ao agronegócio.

No momento em que o agronegócio brasileiroconquista o mercado internacional, a Embrapa InformaçãoTecnológica reafirma a importância desta coleção que traz,de forma didática, as respostas que o pequeno produtorfamiliar precisa saber para produzir com eficiência,segurança e qualidade.

Fernando do Amaral PereiraGerente-Geral

Embrapa Informação Tecnológica

Apresentação

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SumárioIntrodução .......................................... 9

Importância Econômica ..................... 10

Origem e Distribuição ........................ 13

Aspectos Botânicos ........................... 14

Exigências Climáticas ......................... 20

Solos .................................................. 22

Cultivares ........................................... 23

Produção de Mudas ........................... 27

Marcação da Área de Plantio ............. 29

Calagem e Adubação ......................... 33

Irrigação ............................................. 41

Manejo e Tratos Culturais .................. 43

Doenças e seu Controle ..................... 48

Pragas e seu Controle ........................ 61

Outras Pragas do Coqueiro ............... 91

Colheita .............................................. 94

Coeficientes de Produção .................. 96

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Introdução

No Brasil, tradicionalmente, a culturado coco ocupa a faixa litorânea do Nordeste,onde é explorada a variedade Gigante, respon-sável pela produção de “coco seco”. Essavariedade, destinada ao mercado in natura eà indústria de alimentos, ocupa uma área de282 mil hectares, aproximadamente. Nessaregião, predominam pequenas propriedades(menos de 10 ha), que se caracterizam pelautilização de sistemas de produção semi-extrativistas.

A partir de 1985, observou-se um cres-cimento significativo do cultivo da variedadeAnão, destinada à produção de água-de-coco,levando essa variedade a ocupar atualmenteuma área estimada de 80 mil hectares. Nessecaso, observa-se que o plantio é realizadoem grandes áreas, onde se utilizam sistemasintensivos de produção, com irrigação locali-zada por microaspersão.

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O cultivo do coqueiro-híbrido, resul-tante do cruzamento das variedades Gigantee Anão, embora apresente grande potencialprodutivo decorrente de sua dupla aptidão(indústria e água-de-coco), não apresentaárea significativa de plantio, haja vista as difi-culdades e os custos elevados para se obtersementes híbridas.

Qualquer que seja a opção do produtor,a cultura do coqueiro apresenta grande po-tencial de exploração, considerando-se suacapacidade de adaptação a diferentes con-dições de clima e solo, além do que se prestamuito bem ao cultivo consorciado com outrasculturas, característica da maior importânciapara o pequeno produtor com limitada áreade cultivo.

Importância Econômica

A produção brasileira de coco, que chegoua 1,3 bilhão de frutos em 2001, encontra-se

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distribuída por todo o território nacional,com exceção do Rio Grande do Sul e deSanta Catarina, em decorrência de suas limi-tações climáticas durante parte do ano.

Em 1985, no Brasil, a área colhida comcoqueiro situava-se em torno de 166 mil hec-tares. De 1985 a 2001, houve um acréscimode 100 mil hectares na área plantada, o quesignifica que, no início de 2006, essa áreaultrapassou, seguramente, os 266 mil hecta-res, 70% dos quais estima-se que sejam decoqueiro-anão, 15% de coqueiro-híbrido eoutros 15% de coqueiro-gigante.

Nesse mesmo período, verificou-se umdeslocamento das áreas tradicionais de produ-ção de coco em direção às regiões Norte eSudeste (Tabela 1). Nessa tabela, pode-seconstatar que em 1985 a Região Nordestedetinha mais de 94% da produção e mais de96% da área colhida com coco, ao passo que,

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em 2001, sua participação foi reduzida para71,2% da produção brasileira e para 87,6%da área total colhida. Para a produção conjuntadas regiões Norte e Sudeste, observa-se quesua participação na produção total passou de5,6% para 28,8%, entre 1985 e 2001. Oaumento significativo tanto do percentual deprodução quanto, principalmente, do rendi-mento por hectare observado nessas regiõespode ser atribuído à utilização da cultivarAnão Verde, destinada à produção de água-de-coco, que se caracteriza por maiorprodução de frutos por hectare.

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.

Tabela 1. Rendimento, área colhida e produção de coco, porregião, em 1985 e em 2001.

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Origem e Distribuição

A hipótese mais aceita é que o coqueirotenha se originado no Sudeste Asiático, princi-palmente nas ilhas entre os oceanos Índico ePacífico. Dessa região, foi levado para a Índiae em seguida para o Leste Africano. Após odescobrimento do Cabo da Boa Esperança,foi introduzido no Oeste Africano e daí paraas Américas e toda a Região Tropical do globo.

No Brasil, as evidências históricas indi-cam que o coqueiro-gigante foi introduzidoem 1553, pelos portugueses. A introdução doscoqueiros-anões ocorreu da seguinte forma:o anão-verde, em 1924, de Java, e em 1939,do Norte da Malásia; o anão-amarelo, em1938, e o anão-vermelho, em 1939, ambosprovenientes do Norte da Malásia. O anão-vermelho-de-camarões foi introduzido em1978, proveniente da Costa do Marfim.

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No Brasil, o coqueiro-gigante é cultivadopredominantemente no litoral do Nordeste,local de sua introdução pelos portugueses emmeados do século 16. Ultimamente, vem seexpandindo para as regiões Norte e Centro-Oeste, para partes do Sudeste e do Sul, epara a Região Semi-Árida do Nordeste, pormeio de projetos governamentais de fomentoà cultura e, principalmente, de grandes projetosprivados, podendo ser considerado comouma alternativa para o desenvolvimento sus-tentável dessas regiões.

Aspectos Botânicos

O coqueiro (Cocos nucifera L.) é a únicaespécie do gênero cocos pertencente à famíliaPalmae, uma das mais importantes famíliasda classe Monocotyledoneae.

Raiz – O coqueiro não possui uma raizprincipal, mas um sistema radicular fasciculadocaracterístico das monocotiledôneas. A base

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do tronco produz continuamente, durante todasua vida, as raízes mais grossas (raízes primá-rias), com 8 a 10 mm de diâmetro, em númerovariável de 2 mil a 10 mil, dependendo dascondições ambientais e do material genético.Essas raízes, cuja principal função é a fixaçãodo coqueiro ao solo, apresentam capacidadede absorção reduzida, restrita à pequena parteclara situada logo atrás da coifa, a qual é res-ponsável pela absorção de água e de substân-cias minerais do solo.

Das raízes primárias partem as secundá-rias e destas, as terciárias, que produzem radi-celas com 1 a 3 mm de diâmetro, as quaisconstituem os verdadeiros órgãos de absor-ção, uma vez que as raízes do coqueiro nãopossuem pêlos absorventes. As radicelas en-contram-se nas camadas mais superficiais dosolo, podendo aprofundar-se, dependendo daumidade do solo e da proximidade do lençolfreático.

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Caule – O caule do coqueiro é do tipoestipe, muito desenvolvido e bastante resis-tente. Em seu ápice, prende-se um tufo defolhas que protege sua única gema terminal.A ocorrência de ramificações no caule émuito rara, fato que constitui uma anomalia.

Em virtude da ausência de tecido meriste-mático secundário (câmbio), o estipe não sofrecrescimento em espessura, pois não há forma-ção de novos tecidos. No entanto, variaçõesnos fatores ambientais, principalmente dispo-nibilidade de água, induzem modificações emseu diâmetro por causa das alterações notamanho individual de suas células.

Folha – A folha do coqueiro é do tipopenada, constituída pelo pecíolo, que conti-nua pela ráquis, onde se prendem numerososfolíolos. Uma folha madura tem aproximada-mente 6 m de comprimento, com 200 a 300

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folíolos de 90 a 130 cm, que podem decrescerà medida que aumenta a idade do coqueiro.

Em condições ambientais favoráveis, econsiderando plantas adultas, o coqueiro-gigante emite de 12 a 14 folhas por ano, aopasso que o coqueiro-anão emite em média18 folhas. Essas folhas permanecem vivaspor um período de três anos a três anos emeio, apresentando a copa de 25 a 30 folhas.Quando as condições são desfavoráveis,principalmente em decorrência de estiagensprolongadas, ocorre redução no número defolhas por árvore, por causa da redução doritmo de emissão foliar e da menor longevi-dade da folha.

Inflorescência – O coqueiro possuiinflorescências paniculadas, axilares, pro-tegidas por brácteas grandes, denominadasespatas. Ao completar seu desenvolvimento,

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a espata se abre e liberta a inflorescência, queé formada pelo pedúnculo, espigas e flores.Cada espiga apresenta, em sua base, algumasflores femininas e numerosas flores mascu-linas nos dois terços terminais. A primeirainflorescência pode ser constituída apenasde flores masculinas, sendo as flores femininasproduzidas nas inflorescências posteriores.O número de flores femininas é fortementeinfluenciado pelo estado nutricional e hídricoda planta, podendo em condições de deficiên-cia hídrica prolongada e/ou de desnutriçãonão ocorrer o desenvolvimento da inflores-cência.

No coqueiro-gigante, numa mesmainflorescência, as flores masculinas abrem-se e disseminam o pólen antes que as floresfemininas se tornem receptivas, sendonormal a polinização cruzada. No coqueiro-anão, as flores masculinas e femininas

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amadurecem quase ao mesmo tempo, ocor-rendo normalmente a autofecundação. Entreos coqueiros-anões, o nível de autofecun-dação é variável, de acordo com a variedadeconsiderada.

Fruto – O fruto do coqueiro é botanica-mente uma drupa. É formado por uma epider-me lisa ou epicarpo, que envolve o mesocarpoespesso e fibroso, e uma camada muito dura,o endocarpo, que fica mais para o interior dofruto.

A semente, envolvida pelo endocarpo,é constituída por uma camada fina de cormarrom – o tegumento – que fica entre oendocarpo e o albúmen sólido. O tegumentoé uma camada carnosa, branca e muito oleosa,que forma uma grande cavidade onde seencontra o albúmen líquido. Próximo a umdos orifícios do endocarpo, e envolvido peloalbúmen sólido, está o embrião.

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Exigências Climáticas

Temperatura – O coqueiro requerclima quente, sem grandes variações de tem-peratura, com média anual em torno de 27°Ce oscilações diárias de 5ºC a 7°C, considera-das ótimas para o crescimento e a produção.Mínimas diárias inferiores a 15°C modificama morfologia do coqueiro e, mesmo de pe-quena duração, provocam desordens fisioló-gicas, como a parada do crescimento e oabortamento de flores femininas.

Umidade atmosférica – A reduçãoda umidade atmosférica induz um aumentona absorção de água e de nutrientes pelasraízes. Esse aumento de demanda pode sercompensado, em parte, pela irrigação. Quan-do a umidade é muito elevada (maior que80%), verifica-se uma redução na absorçãode nutrientes em decorrência da redução datranspiração e queda prematura dos frutos,

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o que favorece a propagação de doençasfúngicas.

Pluviosidade – A precipitação total e adistribuição das chuvas durante o ano influemno desenvolvimento do coqueiro. O regimepluvial ideal é caracterizado por uma precipi-tação anual de 1.500 mm, com pluviosidademensal nunca inferior a 130 mm. Um períodode 3 meses com menos de 50 mm de precipi-tação por mês é considerado prejudicial aocoqueiro. O número de frutos por planta, otamanho e o peso da noz são consideravel-mente afetados 30 meses após um prolon-gado período de seca. Já uma quantidadeexcessiva de chuva pode ser prejudicial emvirtude da redução da insolação e da aeraçãodo solo, do aumento da lixiviação dos elemen-tos minerais, além de dificultar o processode polinização.

Intensidade luminosa (radiação solar)– O coqueiro é uma planta altamente exigente

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em luz e não se desenvolve bem em condiçõesde baixa luminosidade. Uma insolação de2 mil horas anuais é considerada ideal. Omínimo deve ser de 120 horas por mês.

Vento – Os ventos fracos e moderadosfavorecem o desenvolvimento do coqueiro,aumentando sua transpiração e a absorçãode água e de nutrientes pelas raízes. Em con-dições de deficiência de água no solo, osventos tornam-se prejudiciais por agravaremos efeitos da seca. O vento tem papel impor-tante na disseminação do pólen e na fecunda-ção das flores femininas.

Solos

Em geral, o coqueiro adapta-se melhorem solos arenosos, profundos e bem drenados,que permitem maior desenvolvimento das raí-zes e a exploração de maior volume de solo,

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assegurando assim melhor suprimento de águae nutrientes às plantas. Nas áreas destinadasa novos plantios de coco, deve-se observara profundidade mínima de 1 m de solo semocorrência de camadas de impedimento queprejudiquem o desenvolvimento das raízes.Regiões sob influência do lençol freático sãoconsideradas favoráveis quando ele ocorreentre 1 e 3 m de profundidade, compensandoos períodos de escassez de chuvas. Maspodem ser prejudiciais quando o lençol semantém na superfície, limitando o crescimen-to das raízes o que muitas vezes leva à morteda planta.

Cultivares

O coqueiro-gigante (Fig. 1) é ainda bas-tante explorado, principalmente pelos peque-nos produtores de coco. É uma variedaderústica, de crescimento rápido e fase vege-tativa longa e cujo florescimento tem início

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entre 5 e 7 anos. Essa variedade tem vidaeconômica de 60 a 70 anos e pode produziraté 60 frutos/planta/ano, com tamanho va-riando de médio a grande. No Brasil, é muitoempregado in natura para uso culinário (naprodução de doces, bolos, etc.), bem comona agroindústria de alimentos para a produ-ção de coco ralado e seus derivados, comoleite de coco e doce-de-coco.

Fig. 1. Coqueiro-gigante.

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O coqueiro-anão (verde, vermelho eamarelo) apresenta desenvolvimento vegeta-tivo lento, é precoce e inicia a produção, emmédia, entre 2 e 3 anos após o plantio. Produzum grande número de frutos (de 150 a 200frutos/planta/ano). Comercialmente, o coquei-ro-anão-verde (Fig. 2) é o mais recomendadopara a produção de água-de-coco, em virtudedo sabor mais agradável da água, que deve

Fig. 2. Coqueiro-anão-verde.

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ser consumida entre 5 e 7 meses de idade.Apesar de seu menor rendimento, o albúmené utilizado pela indústria, na produção de cocoralado.

O coqueiro-híbrido intervarietal (anão xgigante) (Fig. 3) é uma cultivar de amplautilidade comercial, que pode ser empregadatanto para a produção de água-de-coco comopara a indústria.

Fig. 3. Coqueiro-híbrido.

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Produção de Mudas

Seleção das sementes – As sementesdevem ser coletadas de populações legítimase ter tamanho variando de médio a grandepara a variedade Gigante, e de pequeno amédio para a variedade Anão.

As sementes a serem utilizadas para aprodução de mudas devem ser colhidascompletamente secas, com aproximadamente11 a 12 meses de idade, e posteriormenteestocadas para completar a maturação.Recomenda-se um período de estocagem de10 dias para as sementes de coqueiro-anãoe de 21 dias para as de coqueiro-gigante. Assementes híbridas somente devem ser adqui-ridas de fornecedores credenciados queutilizem as técnicas de polinização controladapara o cruzamento, principalmente entre ocoqueiro-gigante e o coqueiro-anão.

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Preparo da muda – Os germinadourosdevem ser abertos com 1 a 1,5 m de largura,20 cm de profundidade e comprimentovariável conforme o número de mudas quese quer produzir. As sementes são distribuí-das, nos canteiros, na posição horizontal ouvertical, observando-se uma densidade de15 a 25 sementes/m², dependendo da varie-dade utilizada, a fim de permitir que, depoisda germinação, as plântulas permaneçam nogerminadouro até que apresentem desenvolvi-mento suficiente para serem levadas a campo.

A necessidade de água nessa fase é de 6a 7 mm/dia, ou seja, de 6 a 7 L/m². Recomen-da-se a aplicação da irrigação em dois turnos:no início da manhã e ao final da tarde.

A transferência das mudas para o localdefinitivo de plantio é feita entre o 5º e o 6ºmês da instalação do germinadouro, quandoapresentam, em média, de 3 a 4 folhas vivas.

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Marcação da Área de Plantio

A marcação da área de plantio deve serfeita no sentido Norte–Sul, para proporcionaro maior período de insolação às plantas. O

Fig. 4. Mudas de coqueiro em condições de plantio.

As raízes devem ser podadas e as mudas guarda-das à sombra e transplantadas no menor tempopossível, para evitar a desidratação (Fig. 4).

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plantio das mudas deve ser realizado, prefe-rencialmente, no início do período chuvoso,garantindo assim bom suprimento de águaàs plantas. Dependendo do tipo de solo, ascovas devem ser abertas com dimensões quevariam de 60 x 60 x 60 cm a 80 x 80 x 80 cm,e preparadas 1 mês antes do plantio.

No caso de solos arenosos e em plantiosnão irrigados, deve-se buscar formas de au-mentar a umidade do solo. Recomenda-seque o terço inferior da cova seja preenchidocom cascas de coco ou outro material quefavoreça a retenção de água, devendo o res-tante ser preenchido com solo de superfíciee adubo orgânico, misturados homogenea-mente com o fertilizante fosfatado. Comofonte de fósforo, deve-se dar preferência aosuperfosfato simples (800 g/cova), em virtudeda presença do enxofre em sua composição.Recomenda-se o uso de 3 kg de torta demamona ou o equivalente em esterco ou outrafonte orgânica (Fig. 5).

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Espaçamento – Tradicionalmente, reali-za-se o plantio em triângulo eqüilátero, já queesse procedimento aumenta em 15% o núme-ro de plantas por área. Recomenda-se o es-paçamento de 9 x 9 x 9 m (142 plantas/ha)para o coqueiro-gigante, de 7,5 x 7,5 x 7,5 m(205 plantas/ha) para o coqueiro-anão e de8,5 x 8,5 x 8,5 m (160 plantas/ha) para ocoqueiro-híbrido. A utilização do sistema deplantio em quadrado, embora reduza o númerode plantas por área (123, 177 e 138 plantas/ha,respectivamente), permite a consorciação de

Fig. 5. Abertura e preparo da cova e plantio da muda decoqueiro.

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culturas por maior período de tempo, devendoser recomendado, preferencialmente, para ospequenos produtores (Fig. 6). Deve-se obser-var o sentido Norte–Sul da linha principalde plantio como forma de aumentar a incidên-cia dos raios solares sobre os coqueiros.

Fig. 6. Marcação de área para plantio de coqueiros, com ossistemas em triângulo (7,5 x 7,5 x 7,5 m) e quadrado (8,5 x 8,5 m),correspondendo respectivamente a 205 e 138 plantas/ha.

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Calagem e Adubação

Análise de solos e análise foliar – Aadubação deve ser feita com base na análisede solo e de folhas. As amostras de solo de-vem ser coletadas na projeção da copa ounas entrelinhas dos coqueiros, a uma pro-fundidade de 0 a 20 cm.

As folhas a serem amostradas devemser as que estão na posição 4, para plantasmais jovens, na posição 9, para plantas emfase de início de produção e na posição 14,para coqueiros adultos, observando-se queelas devem estar localizadas no meio da copadas plantas. Um modo prático para identificara folha 14 consiste em dar uma volta em tornoda planta, e localizar a folha 10, em cuja axilaestá a inflorescência mais recentemente aberta.No lado oposto, encontra-se a folha 9, comemissão de uma espata próxima de sua abertu-ra. Abaixo da folha 9, situa-se a folha 14, em

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cuja axila encontra-se um cacho com frutosdo tamanho aproximado de um punho fecha-do. Em plantas jovens, deve-se fazer a conta-gem a partir da folha mais nova (folha 1), paraidentificação das folhas 4 e 9 (Fig. 7).

Devem ser coletados 6 folíolos, sendo3 de cada lado da folha, tomando-se 20 cmda parte central deles, para encaminhamento

Fig. 7. Disposição das folhas do coqueiro.

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ao laboratório. As amostras devem ser cole-tadas em áreas homogêneas de aproxima-damente 10 ha, tomando-se 25 plantas paracompor uma amostra de coqueiros de origemgenética desconhecida, 20 plantas para co-queiros-híbridos e 15 plantas para coqueiros-anões. As amostras devem ser coletadas noinício do período seco, entre 7 e 11 horas damanhã. Quando houver precipitação superiora 20 mm, é necessário aguardar 36 horas.Em locais onde a amostra não pode serencaminhada ao laboratório no mesmo dia,ela deve ser acondicionada em saco de papele armazenada em refrigerador, evitando-se ocongelador.

Calagem – A necessidade de calagempode ser calculada com base na análise desolo pela saturação por bases ou pelo métododo Ca (cálcio) mais Mg (magnésio) e Al (alu-mínio). Em situações onde o teor de alumínio

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for elevado, a calagem deve ser efetuada naárea total, para reduzir a toxidez desse ele-mento. Vale salientar que em solos arenosos,a quantidade de calcário não deve ultrapassar2 t/ha. Na hipótese de teores baixos de alumí-nio, como também de cálcio e de magnésio, acalagem deve ser efetuada na zona do coroa-mento, que corresponde à área de projeçãoda copa. Nos dois métodos, a incorporaçãoé importante, pois favorece as reações dedissolução do calcário. O espaço de tempoentre a calagem e a adubação deve ser deaproximadamente 60 dias. A aplicação decalcário na cova de plantio é recomendadapara evitar que a presença do alumínio inibao crescimento das raízes.

O cálculo do calcário a ser aplicado nacova deve basear-se no volume que seriaaplicado em 1 ha, considerando-se a profundi-dade de 0,1 m, que corresponde à faixa média

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de atuação do calcário. Verifica-se assim que,se 1 ha contém 1.000 m3 de solo (100 x 100x 0,1 m) e uma cova de plantio, 0,512 m3

(0,80 x 0,80 x 0,80 m), então, para uma reco-mendação média de 2.000 kg/ha de calcário,deve-se aplicar aproximadamente 1 kg de cal-cário por cova de plantio:

Adubação – Para solos com teor mui-to baixo de fósforo, recomenda-se misturar800 g de superfosfato simples ao volume desolo utilizado no preenchimento da cova deplantio.

A Tabela 2 contém as sugestões de adu-bação com nitrogênio (N), fósforo (P

2O

5)

e

potássio (K2O) para os coqueiros gigante,

híbrido e anão, cultivados sem irrigação e emsolos de baixa fertilidade.

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Os referidos valores devem ser conver-tidos de acordo com o tipo de fertilizante aser utilizado. Por exemplo, se a dosagem re-comendada for de 1 kg de nitrogênio porplanta, e se a fonte de fertilizante for uréia,cuja concentração de nitrogênio é de 45%,então a quantidade de uréia a ser aplicadadeve ser calculada pela fórmula:

ou seja,

Podem também ser utilizadas formula-ções disponíveis no mercado (NPK), desdeque se mantenha a mesma proporção obser-vada entre os elementos em separado.

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Recomenda-se que os adubos sejamaplicados em cobertura e incorporados aosolo com boa umidade, mantendo-se umadistância de 0,5 a 1,5 m ou de 0,5 a 2,0 m dotronco, conforme a variedade do coqueiro(Fig. 8). O nitrogênio e o potássio devemser fracionados de acordo com a distribuiçãodas chuvas e a textura do solo. Quanto maisarenoso o solo, maior a necessidade de fra-cionamento.

Fig. 8. Aplicação da adubação de acordo com a variedade docoqueiro.

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A utilização de adubos orgânicos naforma de estercos e compostos é recomen-dável, pois eles tanto melhoram o solo quantocomplementam o suprimento de nutrientes.

O produtor deve sempre lembrar queos efeitos diretos dos fertilizantes sobre oaumento de produção do coqueiro ocorrem,em média, 2 anos após a primeira adubação.Em áreas irrigadas, a adubação pode ser feitapor fertirrigação, utilizando-se, nesse caso,fontes solúveis de fertilizantes, com dosagensfracionadas ao longo do ano. As quantidades aserem utilizadas devem estar de acordo comas necessidades nutricionais dos coqueiros edas características do solo e clima da região.

Irrigação

Os sistemas de irrigação localizada sãoos mais utilizados, predominando o gotejamento

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superficial e a microaspersão. No sistemade irrigação por gotejamento, uma forma co-mum de instalação é a de derivação da linhalateral posicionada em volta da planta (emcírculo de 1 m de raio, para planta adulta)com os gotejadores igualmente espaçados.O número de emissores, ou gotejadores, porplanta e sua vazão individual são determina-dos de acordo com as características dosolo (principalmente a textura) e do clima.

No sistema de microaspersão, os emis-sores são posicionados entre 0,6 e 1 m dotronco da planta. Na seleção do microasper-sor, deve-se levar em conta não apenas suavazão, mas também seu perfil de distribuiçãode água, para conciliar o ponto de maior in-tensidade de aplicação do emissor com a zonade maior desenvolvimento das raízes.

Para o coqueiro-anão, a maior concen-tração de raízes se encontra numa faixa de

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0,5 a 1,0 m do tronco, e a uma profundidadede 0,2 a 0,6 m. O volume de água a ser aplica-do no coqueiro varia principalmente com aregião de plantio, com a época do ano e coma idade da planta. Para plantas adultas, essevolume normalmente varia, na época maisseca do ano, de 120 a 200 litros por planta.

Manejo e Tratos Culturais

Controle de plantas daninhas – Aroçagem mecânica das entrelinhas de plantiopode ser utilizada como prática de controledas plantas daninhas, embora em algumassituações possa favorecer a incidência degramíneas, o que faz aumentar, assim, a compe-tição por água e nutrientes com os coqueirosdurante o período seco do ano. Essa situaçãoocorre em áreas não irrigadas e sujeitas àescassez de chuvas. Em plantios irrigados,a roçagem mecânica é comumente utilizada

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sem maiores prejuízos para os coqueiros, umavez que estes são mantidos em condições hí-dricas e nutricionais satisfatórias.

A gradagem do solo deve ser evitadapor causa dos problemas de conservação edo risco de provocar corte excessivo dasraízes dos coqueiros. Sua utilização deve res-tringir-se às regiões mais secas, e realizada depreferência entre o final do período chuvosoe o início do período seco, com distância deaproximadamente 2 m do tronco e profundi-dade máxima de 20 cm, para evitar o cortede raízes.

Quando a opção for pelo controle quí-mico, deve-se dar preferência aos produtoscom ação pós-emergente. A aplicação devese concentrar na zona de coroamento do co-queiro, com raio de 2 m do caule. Produtos àbase de gliphosate têm apresentado boa efi-ciência de controle para a maioria das plantas

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infestantes que predominam na cultura docoqueiro. Herbicidas hormonais à base de2,4 D e 3, 4, 5 T devem ser evitados.

Consorciação e plantas de cobertura– O plantio de culturas consorciadas é nor-malmente realizado nas entrelinhas dos co-queiros por ocasião do início do períodochuvoso do ano, utilizando-se culturas deciclo curto, como milho, feijão de corda,amendoim e mandioca (Fig. 9). Em plantiosirrigados, onde se utilizam dois microaspersorespara cada coqueiro, a consorciação podeser realizada com plantas semiperenes nazona de abrangência dos microaspersores.A cultura do mamão constitui uma boa opçãode consorciação, em virtude principalmentede suas características de crescimento e deseu ciclo de aproximadamente 3 anos, períodoem que se inicia a produção dos coqueiros.Recomenda-se o plantio de 2 a 4 mamoeiros,eqüidistantes num raio de 2 m do caule daplanta (Fig. 10).

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Fig. 10. Consorciação com mamoeiros na faixa de plantio doscoqueiros.

Fig. 9. Consorciação do coqueiro com mandioca nas entrelinhasde plantio.

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Em determinadas condições, a criaçãode animais em áreas cultivadas com coqueirosconstitui uma prática que possibilita o con-trole natural das plantas infestantes e, quandobem manejados, produzem esterco para a adu-bação orgânica dos coqueiros.

Deve-se evitar a introdução de gramíneasforrageiras, uma vez que favorecem a com-petição por água e nutrientes e a redução daprodução de frutos. Em plantios irrigados, écomum a associação com ovinos. Isso per-mite o controle de plantas infestantes, alémde garantir uma receita adicional com a pro-dução de carne, sem causar maiores proble-mas aos microaspersores.

Em razão de sua grande capacidade deprodução de biomassa e de fixação de nitrogê-nio, o feijão-de-porco (Canavalia ensiformisL.) é considerado uma das principais espéciesde leguminosas utilizadas como adubaçãoverde na Região dos Tabuleiros Costeirosdo Nordeste do Brasil. O plantio do feijão-de-porco pode ser feito em covas ou a lanço,

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mas, nesse caso, as sementes devem ser in-corporadas ao solo com gradagem leve. Noperíodo de floração, recomenda-se a roçagemmanual ou mecânica, deixando-se a biomassasobre o solo.

Cobertura morta – Recomenda-seevitar a queima de folhas e cascas; o ideal édistribuir esse material nas entrelinhas paraposterior trituração com roçadeira, ou amon-toá-lo nas linhas de plantio dos coqueiros. Autilização da cobertura morta de cascas decoco, seco ou verde, na zona de coroamentodo coqueiro, é recomendada como uma práticaque favorece a retenção de água no solo, cons-tituindo-se ainda em fonte de nutrientes, comdestaque para o potássio e o cloro.

Doenças e seu Controle

Queima-das-folhas – Os principaissintomas dessa doença são o secamento pre-coce das folhas e o aparecimento de uma

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goma fixada à nervura central delas (ráquis),no ponto de entrada do fungo. Os sintomassão observados inicialmente na extremidadeda folha, com o secamento dos folíolos, queadquirem o formato de um “V” invertido emtodas as folhas afetadas (Fig. 11). Depois,na ráquis, surgem manchas de coloraçãomarrom-clara a avermelhada, de formato irre-gular e alongadas, que progridem em direçãoà bainha foliar, acelerando o desenvolvimentoda doença e a morte prematura das folhas.

Lixa-pequena – Essa doença caracteriza-se pela ocorrência de pequenos pontos negros,também conhecidos como verrugas, em for-mato de losango, distribuídos por todas asáreas dos folíolos, ráquis, pedúnculo florale frutos do coqueiro (Fig. 12). Nos folíolos,provocam o aparecimento de manchas, inicial-mente amareladas e posteriormente necróticas,que se expandem e se juntam até causar anecrose total dos folíolos.

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Fig. 12. Verrugas da lixa-pequena em formato de losango sobrefolíolo do coqueiro.

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Fig. 11. Sintoma inicial da doença queima-das-folhas.

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Lixa-grande – Essa doença caracteriza-

se pelo aparecimento de verrugas mais gros-

seiras, de cor marrom-escura, distribuídas

sobre os folíolos e sobre a nervura central

da folha (Fig. 13). As verrugas da lixa-grande

podem atingir 2 mm de diâmetro.

Fig. 13. Verrugas da lixa-grande sobre a nervura central dafolha do coqueiro.

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A associação dessas três doenças, cha-madas foliares, provoca a morte prematuradas folhas do coqueiro. Em conseqüência,os cachos ficam sem sustentação, envergame os frutos caem antes da completa maturação.A planta doente não morre, mas tem vida útilmais curta, pois perde cerca de 40% das fo-lhas, e isso significa queda de produtividade.

Como principais medidas de controledas doenças foliares, destacam-se:

• Corte e queima das folhas muito ataca-das e secas.

• Plantio de leguminosas para permitir afixação de nitrogênio e melhorar as condiçõesfísicas, químicas e biológicas do solo.

• Controle químico das lixas pequena egrande com o princípio ativo difenoconazolee da queima-das-folhas com o princípio ativotiofanato metílico.

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• Pulverizações isoladas de carbendazine tebuconazole, em seis vezes, a intervalosde 15 dias. Esses produtos mostraram-sepromissores, mas ainda não estão registradosno Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (Mapa), para uso na cultura docoqueiro.

• Controle biológico das lixas pequenae grande com os fungos hiperparasitasAcremonium alternatum, A. persicino, A.cavaraeanum, Hansfordia pulvinata eSeptofuzidium elegantulum.

Anel-vermelho – Doença encontradaem toda a região produtora de coco das Amé-ricas Central e do Sul e nas ilhas do Caribe. Oagente causal é o nematóide Bursaphelenchuscocophilus, que ataca também várias palmeirasnativas, além de palmeiras de importância eco-nômica como o dendezeiro, a pupunheira e oaçaí. Os principais sintomas da doença são:

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• Amarelecimento das folhas, que se de-senvolve da ponta para a base e das maisvelhas para as mais novas (Fig. 14).

• Folhas necrosadas, quebradas na baseda ráquis e penduradas no estipe.

• Apodrecimento do meristema apical,causado por microrganismos saprófitos.

• Presença de um anel, de coloraçãomarrom ou avermelhada, na parte interna docaule, medindo de 4 a 6 cm e distante 2 a 3 cmda periferia, observado quando se faz um cor-te transversal no caule da planta (Fig. 15).

As medidas de controle aplicáveis àsplantações com essa doença devem incluir:

• Erradicação de plantas mortas, comsintomas da doença ou não.

• Desinfecção das ferramentas utilizadasno corte das plantas doentes.

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Fig.14. Sintoma externo dadoença anel-vermelho emcoqueiro.

Fig. 15. Sintoma interno da doença anel-vermelho em coqueiro.

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• Cuidados que evitem ferimentos emplantas sadias.

• Tratamento de ferimentos com picheou óleo queimado.

• Uso de armadilhas atrativas para captu-rar a broca-do-olho, inseto considerado princi-pal vetor na transmissão da doença no campo.

Murcha-de-fitomonas – Doença cau-sada por um protozoário. Os sintomas têminício nas folhas mais baixas e avançam paraas mais altas. Propagam-se da extremidadepara a base da folha, que vai ficando amareladae, com a progressão da doença, torna-se mar-rom-avermelhada, cuja tonalidade varia como tipo da cultivar plantada. As inflorescênciastornam-se necrosadas e secas, ocorrendoqueda prematura dos frutos (Fig. 16). A espata(inflorescência fechada) encontra-se parcialou totalmente enegrecida, sintoma caracterís-tico dessa doença.

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Como principais medidas de controle,recomendam-se:

• Erradicação das plantas doentes.

• Eliminação das plantas daninhas.

• Limpeza das plantas sadias, retirando-se as folhas secas que servem de abrigo aopercevejo vetor.

Fig. 16. Inflorescênciasde coqueiro necrosadas esecas em planta atacadapelo fitomonas.

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• Controle químico do vetor a cada 3meses.

Podridão-seca – Doença com agentecausal ainda desconhecido. Ocorre, preferen-cialmente, em plantas jovens, sendo que seussintomas se caracterizam pela paralisação docrescimento e pelo secamento da folha cen-tral. O corte longitudinal do caule da plantapermite observar o aparecimento de lesõesinternas de coloração marrom, com aparênciade cortiça (Fig. 17).

Fig. 17. Sintoma interno dapodridão-seca em coqueiro.

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Como principais medidas de controle,recomendam-se:

• Erradicação das plantas doentes.

• Não instalação do viveiro em locaisúmidos.

• Eliminação das plantas daninhas, prin-cipalmente gramíneas.

• Controle químico do inseto vetor (per-cevejo).

Mancha-foliar ou mancha-de-hel-mintospório – Os sintomas dessa doençaexpressam-se no surgimento de lesões arre-dondadas de coloração verde-clara comcentro escuro e na formação de um halo ama-relado. À medida que evoluem, tornam-seovais, alongadas no sentido da nervura dosfolíolos (Fig. 18). Em casos severos, aslesões se juntam, provocando o secamento

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dos folíolos, podendo até causar a morteda planta. Aparecem sempre a partir dasfolhas mais velhas.

As medidas de controle recomendadassão:

• Remoção e queima das folhas infectadas.

Fig. 18. Lesões da mancha-de-helmintospório em folhas decoqueiro.

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• Cuidados para evitar adubação exces-siva com nitrogênio.

• Controle químico com fungicidas, aintervalos de 15 dias, direcionando-se o jatopara a face inferior dos folíolos.

Pragas e seu Controle

Broca-do-olho-do-coqueiro ou bicudo(Rhynchophorus palmarum) – O adulto éum besouro de cor preta e com estrias longi-tudinais nas asas externas (Fig. 19). Os adultossão atraídos pelo odor de fermentação libera-do por palmeiras doentes ou com ferimentos.Os danos são causados tanto pelas larvas,que se alimentam dos tecidos tenros da planta– constroem inúmeras galerias e destroem obroto terminal (palmito) – como pelos adultos,que são transmissores do nematóide causadorda doença conhecida como anel-vermelho.

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Inicialmente, a planta atacada apresenta a folhacentral mal formada e esfacelada em decor-rência da entrada do adulto. Posteriormente,as folhas mais novas mostram sinais de ama-relamento e de murchamento para, finalmente,se envergarem, indicando a morte da planta.O coqueiro torna-se suscetível ao ataque des-sa praga a partir do terceiro ano do plantio.

Fig. 19. Adulto da broca-do-olho-do-coqueiro.

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Para reduzir a população dessa pragana plantação, deve-se:

• Eliminar todas as plantas mortas pelaação da praga ou da doença anel-vermelho.

• Queimar ou enterrar os coqueiroserradicados, para evitar a atração dos besou-ros ao local.

• Evitar ferimentos nas plantas sadiasdurante os tratos culturais e a colheita.

• Pincelar os ferimentos da planta compiche ou inseticida.

• Coletar e destruir larvas, pupas e adul-tos encontrados nas plantas mortas.

• Usar armadilhas atrativas, modelo Petou balde, contendo pedaços de cana-de-açúcare o feromônio de agregação rincoforol, paracapturar ou monitorar a presença do adultoda praga na área.

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• Coletar e eliminar os adultos captura-dos nas armadilhas atrativas.

Broca-do-estipe, broca-do-tronco ourhina (Rhinostomus barbirostris) – O adultoé um besouro preto, de patas longas e finas(Fig. 20). A presença dessa praga é notadapelo aparecimento de serragem ou de pequenasformações de resina endurecida no orifíciode entrada da larva no tronco e pelo apareci-mento de manchas longitudinais enegrecidas,provocadas por escorrimento da seiva. Aslarvas formam inúmeras galerias no interiordo tronco, o que reduz ou interrompe o fluxode seiva, causando o enfraquecimento da plan-ta e sua predisposição à queda pelo vento.

Para reduzir a ocorrência dessa pragana plantação, deve-se:

• Erradicar as plantas mortas ou severa-mente infestadas pela praga.

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• Queimar ou enterrar os coqueiroserradicados, para reduzir os focos de multi-plicação da praga.

• Detectar os locais de postura e destruiros ovos mediante raspagem com facão.

• Coletar e destruir as larvas, pupas e in-setos adultos encontrados nas plantas mortas.

• Injetar solução concentrada de inseticidade contato nos orifícios de entrada das larvasou de saída dos adultos.

Fig. 20. Adulto da broca-do-estipe-do-coqueiro.

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• Pulverizar a copa do coqueiro infestadocom inseticida de contato, dirigindo o jato dacalda para a região dos cachos e das axilasfoliares.

Broca-do-pedúnculo-floral-do-coquei-ro (Homalinotus coriaceus) – Trata-se deum besouro de hábito noturno, de coloraçãopreta e com o corpo recoberto de pequenasescamas pardacentas (Fig. 21). O adulto passao dia abrigado nas axilas foliares das folhasintermediárias da planta. A galeria aberta pelalarva no pedúnculo floral impede o fluxo deseiva, provocando abortamento das floresfemininas, queda dos frutos imaturos e atéperda total do cacho. Ao se alimentarem deflores femininas e de frutos novos, os adultostambém provocam a queda dessas estruturas.A larva penetra no pedúnculo floral e formauma galeria na lateral, que termina por enfra-quecer a base do cacho, predispondo-o à

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quebra. No final do ciclo, dirige-se à base docacho, entre o caule e a face interna da bainha,retirando fibras para preparar seu casulo eempupar. Em decorrência desse hábito dapraga, as cicatrizes deixadas no caule denun-ciam sua presença na planta.

Fig. 21. Adulto da broca-do-pendúnculo-floral-do-coqueiro.

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Para reduzir a ocorrência dessa pragana plantação, deve-se:

• Fazer a limpeza da copa do coqueiropor ocasião da colheita, removendo e queiman-do as folhas e os cachos secos, os pedúnculosdos cachos colhidos, as espatas florais velhase o ingaço.

• Coletar e destruir as larvas, as pupase os insetos adultos encontrados nos resíduosorgânicos retirados da planta.

• Realizar a coleta manual e a eliminaçãodos besouros normalmente encontrados nasaxilas das folhas intermediárias da planta (entreas de nos 8 e 12) e, principalmente, na folha dainflorescência aberta.

• Fazer pulverizações trimestrais nasplantas atacadas com produtos de ação decontato. Utilizar de 3 a 5 L de solução porplanta, dirigindo o jato da calda para a regiãodas axilas foliares, cachos e inflorescências.

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Broca-do-pecíolo ou broca-da-ráquis-foliar (Amerrhinus ynca) – Essa praga é umbesouro de hábito diurno, com 2 cm de com-primento, de coloração amarelada, com matizacinzentado (Fig. 22). A larva penetra na rá-quis foliar e forma galerias longitudinais queprovocam amarelecimento, enfraquecimentoe quebra das folhas atacadas, causando atrasono desenvolvimento da planta e redução naprodução.

Fig. 22. Adulto da broca-da-ráquis-foliar-do-co-queiro.

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As medidas de controle a serem adota-das são:

• Poda das folhas atacadas, seguida dequeima. No caso de plantas com muitas folhasbroqueadas, recomenda-se fazer poda grada-tiva, ou seja, proporcional à emissão de folhasnovas.

• Pulverização para controle de insetosadultos. Recomenda-se duas pulverizaçõesna copa da planta, com produtos de açãode contato, a intervalos de 20 dias. O jato dacalda deve ser dirigido para as regiões ondese encontra o besouro (normalmente asinflorescências, as folhas e a base da ráquisfoliar).

Para controle das larvas em plantas debaixo porte, deve-se fazer uma aplicação deproduto químico diretamente nos orifíciosconstruídos por elas, adotando-se os seguin-tes procedimentos:

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• Fazer um furo com um ferro de pontafina na ráquis da folha, acima do local deoviposição, até encontrar o canal da larva.

• Injetar um inseticida, misturado comágua, com a propriedade de agir por contatoe de liberar gases.

• Fechar o orifício com sabão.

Lagarta-das-folhas (Brassolis sophorae)– O adulto é uma borboleta grande, com asasanteriores e posteriores marrons, atravessadaspor uma faixa laranja, mais larga na asa anteriorda fêmea e em forma de Y (Fig. 23). As lagartaspossuem cabeça castanho-avermelhada, cor-po com listras longitudinais marrom-escurase claras, recoberto por fina pilosidade. Vivemem grupos, na copa do coqueiro, dentro deum ninho (saco) construído pela união devários folíolos, onde permanecem abrigadasdurante o dia.

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Os sinais da praga são o desfolhamentoda planta, a presença de ninhos nas folhas ede excrementos no chão. Em ataques severos,as lagartas podem causar o desfolhamentototal da planta, deixando em cada folha apenasas nervuras centrais dos folíolos e a ráquis.

Para controle da praga, recomenda-se:

• Coletar os ninhos e destruir as lagartasabrigadas em seu interior.

Fig. 23. Adulto da lagarta-das-folhas-do-coqueiro.

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• Deixar no campo os ninhos que tiveremlagartas parasitadas pelo fungo Beauveria.

• Fazer a pulverização das plantas utili-zando uma formulação comercial de Bacillusthuringiensis ou uma suspensão de esporosdo fungo Beauveria spp., bastante eficientesno controle das lagartas. Os inseticidas quí-micos devem ser utilizados somente em casosde elevada infestação, dando-se preferênciaa produtos seletivos em relação aos inimigosnaturais da praga.

Barata-do-coqueiro (Coraliomelabrunnea) – O adulto é um besouro de corvermelha com listra preta no meio do pronoto,élitros rugosos, com antenas pretas e pataspretas e vermelhas (Fig. 24). A larva tem formaachatada e convexa, coloração parda no dorso,três pares de patas curtas e o corpo formadopor 11 segmentos, dos quais o primeiro e oúltimo são os mais desenvolvidos. As larvas

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são encontradas entre os folíolos fechadosda folha flecha, onde se alimentam do tecidotenro da folha central e fazem perfuraçõesnos folíolos, o que resulta no atraso do desen-volvimento e da precocidade de produçãodo coqueiro. Os adultos têm hábito diurnoe são encontrados nas folhas abertas, ondese acasalam. Infestações severas podem des-truir completamente as folhas centrais da plan-ta jovem e causar sua morte.

Fig. 24. Adulto da barata-do-coqueiro.

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Recomendações para o controle dessapraga:

• Catação manual e destruição das larvas,das pupas e dos adultos encontrados na folhacentral (flecha) da planta.

• Pulverização da planta com o fungoBeauveria bassiana e controle químico cominseticidas de contato, com o jato da caldadirigido para a flecha das plantas.

Traça-das-flores-e-frutos-novos(Hyalospila ptychis) – Essa praga desenvol-ve-se nas inflorescências recém-abertas docoqueiro. Danifica as flores femininas, perfuraas brácteas e penetra nos frutos novos. Ali-menta-se dos tecidos do mesocarpo, fazendogalerias que interrompem o fluxo de seiva (Fig.25). Grande parte dos frutos atacados nãocompleta o amadurecimento e caem ainda bempequenos. Os frutos que atingem a maturação

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ficam deformados, perdem peso e valor co-mercial. A infestação é notada pelo acúmulode dejeções com fios de seda na superfícieda flor ou do fruto pequeno.

Seu controle é feito com a limpeza se-manal da copa e da zona do coroamento daplanta, queimando-se e/ou enterrando-se os

Fig. 25. Larva e dano da traça-das-flores-e-frutos-novos.

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frutos imaturos caídos e os que secam eficam presos nas inflorescências.

Outra maneira de controlar essa pragaé pulverizando-se as plantas infestadas cominseticidas de contato. Deve-se dirigir o jatodo pulverizador às inflorescências recém-abertas e aos cachos novos das folhas denos 10 a 16, molhando-se bem as regiões doscachos e as axilas das folhas.

Ácaro-da-necrose-do-coqueiro (Aceriaguerreronis) – O sintoma inicial é observadonos frutos ainda pequenos e se caracteriza pelapresença de manchas cloróticas em formatotriangular que saem das brácteas, onde ascolônias da praga se desenvolvem. Uma vezlesionados, os tecidos sofrem necrose e aárea danificada adquire coloração marrom.À medida que os frutos crescem, as necrosesaumentam de tamanho, sempre em direção

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à extremidade final do fruto, formandorachaduras superficiais e longitudinais de cormarrom-escura e aspecto áspero, podendoatingir toda a superfície do fruto (Fig. 26).Muitas vezes, pequenas formações de gomasão encontradas na superfície necrosada,resultantes da exsudação da seiva através dasrachaduras do tecido.

O dano causado pelo ácaro nos frutospequenos potencializa a ação de outras pragase de microrganismos que aceleram sua que-da. O fruto danificado pelo ácaro pode com-pletar sua maturação, mesmo estando comgrande parte de sua superfície necrosada, eser comercializado como coco seco. Masem caso de fortes ataques do ácaro, o frutopode ficar deformado, seu tamanho e pesoreduzidos, e ser refugado no mercado.

No Brasil, além de afetar os frutos, esseácaro também causa necrose do broto ou gema

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terminal e deformação ou morte de plantasjovens.

Para reduzir o ataque dessa praga, reco-menda-se:

• Retirar e queimar todos os cachos comfrutos danificados e/ou deformados, bem co-mo as palhas e panículas secas.

Fig. 26. Fruto com dano do ácaro-da-necrose-do-coqueiro.

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• Fazer adubação e manejo adequadosdas plantas afetadas.

• Evitar excesso de adubação nitrogenada.

• Pulverizar as plantas infestadas comuma mistura de óleo de algodão (1,5%) edetergente neutro (1,0%) ou 1,5 L de óleo e1,0 L de detergente neutro para 100 L de água.As pulverizações devem ser feitas a intervalosde 15 dias quando forem detectados os pri-meiros sinais da praga nos frutos dos cachosde nos 13 e 14; o jato da pistola deve serdirigido às inflorescências e aos cachos defrutos mais novos (referentes às folhas de nos

10 a 16). Esse tratamento também tem efeitoredutor sobre a população da traça.

Ácaro-da-mancha-anelar-do-coqueiro(Amrineus cocofolius) – As colônias dessaespécie são encontradas sobre a epiderme dos

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frutos de que se alimentam, onde escarificamos tecidos da superfície e provocam a perdade seu brilho. Quando atacados, os frutosse tornam opacos e acinzentados, com umacinta ou anel, sintoma que originou a denomi-nação mancha-anelar-do-fruto-do-coqueiro(Fig. 27). Dependendo da intensidade do ata-que, a necrose pode cobrir grande parte dasuperfície do fruto. O ataque inicia-se quasesempre em plantas localizadas nas extremi-dades do plantio, de onde se dissemina plan-tação adentro, de forma rápida e contínua, epode comprometer toda a produção em 2ou 3 meses.

O ataque ocorre, de preferência, nos frutosdos cachos correspondentes às folhas denos 15 e 16, mas também nos frutos dos cachosdas folhas de nos 13 e 14. A necrose causadano fruto pela ação desse ácaro é superficial enão altera a qualidade do produto.

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O controle recomendado para reduzira ação dessa praga na plantação inclui:

• Coleta e destruição de frutos muitodanificados.

• Adubação das plantas de acordo comas recomendações das análises de solo e fo-liar, evitando-se excesso de nitrogênio.

Fig. 27. Frutos com dano do ácaro-da-mancha-anelar-do-co-queiro.

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• Duas pulverizações quinzenais com

alternância de produtos (acaricida de contato

ou sistêmico), com o jato da pistola dirigido

aos cachos de frutos das folhas de nos 10 e 16.

Cochonilha-transparente (Aspidiotusdestructor) – Essa praga abriga-se na face

inferior dos folíolos e inicia o ataque pela

extremidade das folhas mais velhas, o que

causa clorose seguida de secamento parcial

ou total dos folíolos (Fig. 28), redução da

área foliar, atraso no desenvolvimento da

planta e no início da produção do coqueiral.

Em coqueiros adultos, causa também clorose

nas inflorescências e nos frutos (Fig. 29),

provocando abortamento de flores femininas,

queda prematura e depreciação do valor dos

frutos no mercado de coco verde.

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84Fig. 29. Folhas com sintomas do ataque da cochonilha-transparente.

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Fig. 28. Frutos com sintomas do ataque da cochonilha-transparente.

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O controle dessa praga é feito com alimpeza da copa das plantas, quando se deveremover e queimar as folhas e demais restosde cultura.

Várias espécies de joaninhas e vespasparasitóides contribuem para o controle naturaldessa praga, sendo necessário adotar medidasque favoreçam a multiplicação e a permanên-cia desses agentes na plantação, como a ma-nutenção da cobertura do solo com plantasque forneçam flores em abundância.

Pulverizações com produtos sistêmicostambém podem controlar essa praga quando ainfestação atingir mais de três folhas por planta.Essas pulverizações devem ser quinzenais, lo-calizadas e dirigidas às folhas e aos frutos infes-tados, até se constatar a morte da cochonilha.

Pulgão-preto-do-coqueiro (Cerataphislataniae) – Afídeo de forma circular, comdiâmetro variando de 1,5 mm a 2,0 mm, pre-to e circundado por uma franja de cera branca

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(Fig. 30). De locomoção lenta, fixa-se emdeterminado ponto da planta para sugar a seiva.A ocorrência de formas aladas propiciam apropagação da praga na plantação.

Esses afídeos excretam substânciasadocicadas que atraem vespas, moscas e for-migas. As maiores populações são registradasna estação seca. Em coqueiros jovens, provo-cam atraso no desenvolvimento da planta eretardo no início da produção.

Em coqueiros safreiros, provocam abor-tamento de flores femininas, queda de frutos

Fig. 30. Pulgão-preto em folha do coqueiro.F

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pequenos ou de frutos em desenvolvimento.Em ambos os casos, observa-se ocorrênciade fumagina na planta atacada. Os maioresdanos do pulgão são decorrentes do ataqueà inflorescência em formação, o que retardaseu desabrochamento. Esse tipo de ataqueestimula a exploração das flores por pequenoscurculionídeos e microlepidópteros. Em co-queiro-anão, o ataque manifesta-se com maisseveridade do que nas demais variedades.

Em casos de alta incidência da praga,as plantas infestadas devem ser pulverizadascom produtos sistêmicos ou com uma caldade fumo de corda.

Calda de Fumo

Ingredientes

• Meio palmo de fumo de corda.• 1 L de água.• 1 xícara (das de café) de álcool.

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Como preparar• Pique o fumo bem miudinho.• Numa vasilha limpa, misture o fumo à

água e ao álcool.• Deixe essa mistura curtindo por 24

horas e coe.• Guarde essa calda em frasco de vidro

escuro bem tampado.• Providencie rótulo de identificação,

indicando o nome do produto e a data depreparo.

• Antes de usar essa calda, guarde-a emlugar seguro, longe do alcance de crianças ede animais.

As pulverizações devem ser dirigidasàs folhas, incluindo as mais novas, ou àsinflorescências recém-abertas e aos cachosatacados.

Raspador-do-folíolo (Delocraniacossyphoides) – As larvas e os adultos alimen-tam-se raspando a epiderme da face inferior dos

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folíolos das folhas mais novas, que secam eadquirem coloração marrom-prateada (Fig.31). Ataques dessa praga são mais comunsem coqueiros jovens, embora danos severospossam ocorrer em plantas adultas. O seca-mento causado nos folíolos das folhas novasprovoca redução da área foliar e atraso nodesenvolvimento das plantas jovens. Naplanta adulta, reduz significativamente aprodução de frutos.

Fig. 31. Adultos e danos do raspador-do-folíolo.

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Broca-do-bulbo (Strategus aloeus) – Oinseto adulto perfura o coleto de plantas jovens(Fig. 32), formando uma galeria ascendente emdireção aos tecidos tenros do meristema apical.A destruição desses tecidos provoca o murcha-mento das folhas novas e a morte da planta.Durante o dia, o adulto fica escondido na galeriaque faz na planta ou na galeria que faz no solona zona do coroamento. Infestações severasocorrem em áreas recém-desmatadas, ou pró-ximo delas, no início do período chuvoso.

Fig. 32. Adulto da broca-do-bulbo.

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Para o controle dessa praga, recomenda-se remover e destruir todos os restos de ma-deira em processo de decomposição dentroou próximo da plantação e retirar os adultosdas galerias com a ajuda de um arame pontia-gudo.

Outras Pragas do Coqueiro

A Tabela 3 registra a ocorrência de outraspragas encontradas nas plantações de coquei-ro. Geralmente, causam menores prejuízos àcultura, mas podem ocorrer em surtos capazesde acarretar prejuízos econômicos em algu-mas regiões de cultivo.

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Tabela 3. Outras pragas associadas ao coqueiro.

Continua...

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Tabela 3. Continuação

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Colheita

Normalmente, a colheita do fruto verde éfeita, por dois operadores, com o auxílio deuma espécie de ancinho, que faz o escoramentodo cacho, para evitar a queda e a rachadurados frutos. Para o corte do pedúnculo, usa-seum implemento tipo foice, com um movi-mento de cima para baixo.

Os frutos do coqueiro-anão destinadosao consumo de água-de-coco devem ser colhi-dos, em média, com a idade de 6 a 7 meses,quando apresentam melhor sabor. Esse fato écausado por seu maior brix, decorrente demaiores teores de açúcares (glicose e frutose).

Quando o objetivo é obter o coco seco,para consumo in natura ou para uso agroin-dustrial na fabricação de alimentos, o fruto

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deve ser colhido com 1 ano de idade, apro-ximadamente. Nessa idade, o coco apresentacor castanha, com manchas verdes e pardasirregulares, e peso inferior ao do coco verde.Normalmente, o coco seco é colhido trimes-tralmente, utilizando-se operadores que sobemna árvore e fazem o corte dos pedúnculosde 2 ou 3 cachos em ponto de colheita. Nes-se caso, o impacto dos frutos sobre o solonão provoca rachaduras. Esse material écoletado e posteriormente descascado paracomercialização.

As variações observadas na idade idealde colheita dos frutos decorrem de fatoresclimáticos e estão relacionadas principalmentecom a temperatura local. Em regiões de climamais ameno, o ponto de colheita poderá serretardado, enquanto nas de clima mais quentepoderá ser antecipado.

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Coeficientes de Produção

Na Tabela 4, encontram-se informaçõesrelativas aos coeficientes técnicos parainstalação e manutenção de um hectare decoqueiro-anão irrigado, totalizando 205plantas, implantadas em sistema de triânguloeqüilátero, com espaçamento de 7,5 m entreplantas.

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Endereços Úteis

Embrapa Informação TecnológicaParque Estação Biológica (PqEB),

Av. W3 Norte (final)70770-901 Brasília, DFFone: (61) 3340-9999Fax: (61) 3340-2753

[email protected]/liv

Embrapa Tabuleiros CosteirosAvenida Beira-Mar, 3.250

Praia 13 de JulhoCaixa Postal 44

49025-040 Aracaju, SEFone: (79) 3226-1300Fax: (79) 3226-9145

[email protected]

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Coleção Plantar

Títulos Lançados

A cultura do alhoAs culturas da ervilha da lentilhaA cultura da mandioquinha-salsa

O cultivo de hortaliçasA cultura do tomateiro (para mesa)

A cultura do pêssegoA cultura do morangoA cultura do aspargoA cultura da ameixeiraA cultura da manga

Propagação do abacaxizeiroA cultura do abacaxi

A cultura do maracujáA cultura do chuchu

Produção de mudas de mangaA cultura da bananaA cultura do mamão

A cultura do limão-taitiA cultura da maçã

A cultura do urucumA cultura da pimenta-do-reino

A cultura da acerolaA cultura da castanha-do-brasil

A cultura do cupuaçu

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A cultura da pupunhaA cultura do açaí

A cultura da goiabaA cultura do mangostão

A cultura do guaranáA cultura da batata-doce

A cultura da graviolaA cultura do dendê

A cultura da amora-pretaA cultura do caju

A cultura da amora-preta (2ª edição)A cultura da melancia

A cultura do mamão (2ª edição)A cultura da banana (2ª edição)

A cultura do limão-taiti (2ª edição)A cultura da acerola (2ª edição)

A cultura do maracujá (2ª edição)A cultura da batata

A cultura da cenouraA cultura do melãoA cultura da cebolaA cultura do sapoti

A cultura do coqueiro: mudas

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Impressão e acabamentoEmbrapa Informação Tecnológica

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Produtor

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agropecuária estão à

sua disposição.

Consulte-nos.

Embrapa

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Tabuleiros Costeiros

Ministério da

Agricultura, Pecuária

e Abastecimento

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