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VII SIMPÓSIO DO PAPAYA BRASILEIRO Produção e Sustentabilidade Hídrica Vitória-ES, 22 a 25 de agosto de 2018 ________________________________________________________________________________ 1 Minicurso A CULTURA DO MAMOEIRO: TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO Sérgio Lucio David Marin, José Antônio Gomes, José Sérgio Salgado Linhares Agosto -2018

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VII SIMPÓSIO DO PAPAYA BRASILEIRO

Produção e Sustentabilidade Hídrica

Vitória-ES, 22 a 25 de agosto de 2018

________________________________________________________________________________

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Minicurso

A CULTURA DO MAMOEIRO: TECNOLOGIAS

DE PRODUÇÃO

Sérgio Lucio David Marin, José Antônio Gomes, José Sérgio Salgado

Linhares

Agosto -2018

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Anais do VII Simpósio do Papaya Brasileiro

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A CULTURA DO MAMOEIRO: TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO

Sérgio Lucio David Marin1, José Antônio Gomes2, José Sérgio Salgado3

1. INTRODUÇÃO

Até fins da década de 70, predominavam no Brasil cultivos de mamoeiros dióicos ou "comum"

e o Estado de São Paulo destacava-se como o principal produtor, participando, em 1977, com cerca

de 52 % das cerca de 200.00 toneladas produzidas anualmente no país. Porém, a ocorrência do vírus

do mosaico do mamoeiro, na região de Monte Alto - SP, praticamente dizimou a cultura, que migrou

para outras regiões do país, com consequente redução da produção paulista e brasileira.

A partir de 1976/77, a cultura do mamoeiro retomou sua importância econômica para o Brasil,

principalmente devido à introdução de cultivares ginóico-andromonóicas dos grupos 'Solo' e

'Formosa', notadamente nos Estados do Pará, Bahia e Espírito Santo. Ressalta-se que a simples

introdução da cultivar ‘Sunrise Solo’ provocou uma significativa expansão na comercialização do

fruto, devido à sua grande aceitação, tanto no mercado nacional quanto internacional. Por

conseguinte, observou-se, no período de apenas quatro anos após o início das primeiras introduções

dos mamoeiros dos grupos Solo e Formosa, o deslocamento da produção para a região sudeste do

país aliado à duplicação da oferta, que com cerca de 400 mil toneladas, em 1980, tornou o Brasil o

maior produtor mundial.

Em 2000, com uma área colhida de cerca de 42 mil ha e produção de cerca de 1,45 milhões

de toneladas o Brasil, ainda era o maior produtor mundial sendo 98% da produção destinada ao

mercado nacional. O principal importador mundial de mamão, em 2000, foram os Estados Unidos,

com cerca de 70 mil toneladas, seguido de Singapura, Hong Kong, Japão e Canadá. A abertura do

1Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Rubisco Genética em Papaya. Linhares, Espírito Santo. E-mail:

[email protected] 2Engenheiro Agrônomo, D.Sc. – Ex-pesquisador em Fruticultura da Empresa Capixaba de Pesquisa

Agropecuária - EMCAPA 3Engenheiro Agrônomo M.Sc. – Ex-pesquisador em Fruticultura da Empresa Capixaba de Pesquisa

Agropecuária - EMCAPA

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mercado americano, a partir de 1997, ocasionou o aumento da exportação brasileira, que passou de

9,8 para 34,2 mil toneladas no período 1998/2003, colocando o Brasil como o segundo exportador

mundial, sendo no entanto ainda superado pelo México, que exportou, em 2000, cerca de 60 mil

toneladas.

Em 2000, as regiões do extremo Sul da Bahia e Norte Litorânea do Espírito Santo com,

respectivamente, 823 e 425 mil toneladas destavam-se como as principais regiões produtoras do país

sendo responsáveis por cerca de 86,7 % da produção. A partir daí, houve um incremento da área

cultivada com mamoeiros, tanto do grupo ‘Solo’ quanto ‘Formosa’, nas regiões litorâneas do

Nordeste brasileiro, principalmente devido à existência de áreas com condições edafoclimáticas

semelhantes às das principais regiões produtoras do país, além da maior proximidade dos grandes

centros importadores como a Europa e os Estados Unidos, da grande oferta de mão-de-obra, bem

como da disponibilidade imediata de infra-estrutura para exportação.

Atualmente, o cultivo de mamão ocorre na maioria dos estados brasileiros, mas é na Bahia e

Estado do Espírito Santo que está concentrada, onde juntos respondem com 70,5% da produção

brasileira (IBGE, 2017). Ceará é o terceiro maior produtor brasileiro, seguido dos estados do Rio

Grande do Norte e Minas Gerais. A cultura apresenta grande importância social, gerando emprego o

ano inteiro e tem se constituído numa importante fonte de divisas para o país.

No cenário mundial o Brasil continua ocupando papel de destaque e, em 2016, com produção

de 1.424.650 toneladas, em 30.372 ha, é o segundo maior produtor, ficando atrás da Índia, com 10,8%

da produção mundial. Nesse mesmo ano, o volume exportado de mamão pelo Brasil foi de 37,8 mil

toneladas, o que lhe coloca na terceira posição, atrás do México e Guatemala, com 10,4% da

exportação mundial (FAOSTAT, 2018). Portugal, seguido dos Países Baixos (Holanda), Espanha,

Reino Unido e Alemanha são os maiores destinos da fruta brasileira (ALICEWEB, 2018).

Entre as frutas da pauta de exportação brasileira de 2017, o mamão está entre as sete primeiras,

com uma participação de 4,45% (ANUÁRIO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2018). O

Espírito Santo foi o maior exportador brasileiro, com 35,9 % do volume exportado, seguido do Rio

Grande do Norte, com 28,1%, Bahia (14,6%), e Ceará (11,5%). Porém, o volume exportado pelo

Brasil ainda é muito pequeno, representando menos de 2% da produção nacional da fruta.

2. CARACTERIZAÇÃO BOTÂNICA

O mamoeiro cultivado comercialmente (Carica papaya L.) é planta nativa da América

Tropical, pertencente à seguinte classificação botânica:

Reino: Vegetal

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Divisão: Embryophita siphonogama

Sub-divisão: Angiospermae

Classe: Dicotyledoneae

Sub-classe: Archiclamydeae

Ordem: Violales

Sub-ordem: Caricaceae

Família: Caricaeae

Gênero: Carica

Espécie: (Carica papaya L.).

3. TIPOS FLORAIS

O mamoeiro apresenta basicamente três tipos de flores que se distribuem, separadamente,

em plantas do sexo masculino, feminino e hermafrodita.

3.1. Flor Masculina

Caracteriza-se por ocorrer em pedicelos ou pedúnculos longos, originários das axilas das

folhas da parte superior do mamoeiro masculino (Figura 1), sendo que grande quantidade destas flores

localiza-se bem distantes da junção do pecíolo com o caule.

As flores são geralmente de coloração branco-cremosa, verde amarelada ou amarelada e

medem 2,0 a 5,0 cm de comprimento e 0,5 a 1,0 cm de espessura. Apresentam o tubo da corola estreito

e muito longo, que termina em cinco pétalas livres, em sua extremidade (Figuras 2 A e B), em cujo

interior encontram-se os órgãos masculinos e femininos (Figura 2 C). O primeiro é constituído de 10

estames funcionais, soldados às pétalas e dispostos em duas séries, sendo 5 superiores e 5 inferiores.

O segundo possui ovário muito rudimentar e geralmente estéril, impedindo essas flores de produzirem

frutos.

As plantas que apresentam flores masculinas são popularmente conhecidas como “mamoeiros

machos” e em certas épocas do ano, podem produzir algumas flores hermafroditas, que possibilitam

o desenvolvimento de frutos, denominados de “mamão-de-corda”, “mamão-macho” ou “mamão-de-

cabo”.

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Figura 1. Planta masculina com flores distribuídas em pedúnculos longos originários das axilas das

folhas da parte superior da planta

Figura 2. A - Flor masculina fechada; B - Flor masculina aberta, com tubo da corola terminando em

5 pétalas livres; C - Corte longitudinal de uma flor masculina, mostrando-se: a - órgão masculino

com 5 pares de estames dispostos em duas séries e b - órgão feminino com ovário muito rudimentar.

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3.2. Flor Feminina

Apresenta-se isolada ou em número de duas a três, agrupadas em pedicelos ou pedúnculos

curtos inseridos nas axilas das folhas de mamoeiros femininos, localizando-se, portanto, bem

próximas da junção do pecíolo com o caule (Figura 3). São flores geralmente de coloração branco-

cremosa ou amarelada, que medem cerca de 3,0 a 7,0 cm de comprimento e 1,5 a 2,5 cm de espessura.

Antes ou após a abertura, as flores apresentam, respectivamente, formato semelhante ao de uma

“chama de vela” ou pétalas totalmente livres até a base ou parte inferior da corola (Figuras 4 A e B).

Internamente, só apresentam o órgão feminino, que é constituído de um ovário grande e arredondado,

afunilando-se para o ápice, onde se inserem cinco estigmas em forma de leque (Figura 4 C). Por essa

razão, necessitam de pólen de flores masculinas ou hermafroditas para se fecundarem e produzirem.

Os frutos produzidos são arredondados, oblongos ou obovados apresentando cavidade interna grande.

As plantas que apresentam flores femininas são denominadas de “mamoeiros femininos” e

apesar de serem mais produtivas do que as plantas do sexo masculino e hermafrodita produzem frutos

de menor valor comercial devido à menor espessura de sua polpa.

3.3. Flor Hermafrodita

Ocorre normalmente em pedicelos ou pedúnculos curtos, nas axilas foliares de mamoeiros

hermafroditas (Figura 5) ou, ocasionalmente em pedúnculos longos originários das axilas de

mamoeiros masculinos. Quando formada na axila foliar, apresenta-se isolada ou reunida em pequenos

grupos idênticos às femininas. Porém, são flores menores, que medem entre 2,5 a 4,0 cm de

comprimento e 1,5 a 2,0 cm de espessura. Apresentam formato semelhante ao de uma “lâmpada”,

quando fechadas, e pétalas soldadas da base da corola até metade do seu comprimento, quando abertas

(Figuras 6 A e B). O órgão feminino é constituído de um ovário, geralmente alongado, podendo-se

encontrar variações de piriforme a cilíndrico, com cinco estigmas em forma de leque, no ápice (Figura

6 C). O órgão masculino é distinguido pela presença de cinco a dez estames funcionais (Figura 6 C),

com anteras de cor amarela.

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Figura 3. Planta feminina com flores formadas em pedúnculos curtos nas axilas das folhas

Figura 4. A - Flor feminina fechada; B - Flor feminina aberta com as pétalas totalmente livres até

a base; C - Corte longitudinal de uma flor feminina mostrando-se: a - ovário grande e arredondado

e b - estigma em forma de leque.

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Figura 5. Planta hermafrodita com flores formadas em pedúnculos curtos nas axilas foliares

Figura 6. A - Flor hermafrodita fechada; B - Flor hermafrodita aberta com as pétalas soldadas até

quase a metade do seu comprimento; C - Corte longitudinal de uma flor hermafrodita mostrando-

se: a - órgão masculino constituído de estames e b - órgão feminino constituído de ovário alongado.

Devido à capacidade de se autofecundarem as flores hermafroditas não necessitam de pólen

de outras flores para a produção de frutos. Por conseguinte, após sua fecundação, produzem frutos

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cujos formatos variam de acordo com os seguintes sub-tipos florais hermafroditas produzidos e

descritos a seguir:

3.3.1. Flor hermafrodita elongata

É a típica flor perfeita ou completa, e ocorre somente em plantas hermafroditas. O órgão

masculino apresenta dez estames funcionais e o feminino um ovário alongado, geralmente composto

de cinco estigmas em forma de leque. Origina frutos alongados, periforme-alongados ou oblongo-

alargados. Todos os frutos apresentam cavidade interna menor, maior espessura de polpa e, portanto,

maior valor comercial (Figura 7).

Eventualmente, as flores elongatas ou "hermafroditas perfeitas", podem apresentar ovário

reduzido, em decorrência da atrofia de um ou dois carpelos, originando frutos dos tipos alongados ou

cilíndricos, geralmente de menor tamanho e recurvados na base, vulgarmente denominados de

“banana" ou "pepino".

3.3.2. Flor hermafrodita pentândrica

Caracteriza-se pela sua ocorrência em mamoeiros hermafroditas, podendo ocorrer,

ocasionalmente, em mamoeiros masculinos. Muito semelhante à flor feminina em tamanho e aspecto

externo. Difere dessa, por apresentar, internamente, o órgão masculino com cinco estames curtos,

cujos filamentos se inserem em sulcos profundos na parede do ovário. Os frutos são arredondados ou

obovados, muito semelhantes àqueles formados de flores femininas (Figura 8).

Apresentam cinco sulcos longitudinais bem profundos, caracterizando-os de modo

inconfundível. A grande cavidade interna e os sulcos longitudinais bastante visíveis na casca

depreciam bastante o valor comercial destes frutos.

Não são muitos conhecidos os fatores que levam a formação de flor pentândrica em mamoeiro

hermafrodita, sabe-se, contudo, tratar-se de uma anomalia genética muito influenciada pelo ambiente.

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Figura 7. Fruto oriundo de flor hermafrodita elongata ou perfeita.

Figura 8. Frutos oriundos de flores hermafroditas pentândricas.

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3.3.3. Flor hermafrodita carpelóide

Também conhecida como hermafrodita intermédia, é, provavelmente, uma transição entre a

flor pentândrica e a hermafrodita perfeita. Constitui-se de um grupo de flores que originam numerosas

formas anormais, resultantes da transformação dos estames em estruturas semelhantes a carpelos e

da fusão destes ao ovário, logo no início do desenvolvimento da flor. Os estames apresentam-se em

números de dois a dez, com variados graus de fusão às pétalas, ao ovário ou a ambos. Os carpelos

variam de cinco a dez, e apresentando também vários graus de fusão.

As flores carpelóides apresentam, antes da abertura floral, formato semelhante ao de uma flor

feminina (“chama de vela”). Diferem dessa, porque se formam nas axilas foliares das plantas

hermafroditas. Após a abertura, as flores tornam-se distorcidas originando frutos deformados,

denominados vulgarmente de “cara-de-gato”, “cat face”, “frutos carpelóides” ou “carpeloidia”

(Figura 9).

Embora seja um fator de origem genética, que pode ser propagado por sementes, a formação

de flores carpelóides em plantas hermafroditas também pode ser ocasionada por outros fatores, como

baixas temperaturas, elevada umidade no solo e excesso de adubação nitrogenada.

3.3.4. Flor estéril

É uma flor hermafrodita que apresenta um ovário muito rudimentar, sob determinadas

condições climáticas, impedindo-a de desenvolver frutos e tornando-a semelhante sexualmente a uma

flor masculina. Difere dessa, porque as flores são formadas em pedúnculos ou pedicelos curtos,

inseridos nas axilas foliares de mamoeiros hermafroditas (Figura 10).

As flores estéreis predominam durante os meses quentes, e são indesejáveis porque não se

desenvolvem em frutos. Muito embora seja uma característica de origem genética, que pode ser

propagada por sementes, a esterilidade também pode ser ocasionada por temperaturas altas e/ou

déficit hídrico no solo.

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Figura 9. Flor e fruto hermafrodita carpelóide.

Figura 10. Planta hermafrodita com grande quantidade de flores estéreis

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4. CRUZAMENTOS

A polinização nas flores do mamoeiro pode ocorrer de forma natural através da ação do vento

e dos insetos ou artificialmente, através do homem. Devido a isso, a manifestação do sexo nas plantas,

depende das seguintes combinações de cruzamentos:

4.1. Flor Feminina x Flor Masculina

Quando os grãos de pólen de flores de mamoeiros de o sexo masculino fecundarem flores de

mamoeiros do sexo feminino, serão gerados frutos cujas sementes poderão originar 50% de plantas

masculinas e 50% de plantas femininas, aproximadamente.

A manutenção desse elevado percentual de plantas masculinas em um pomar comercial

acarretará prejuízos ao produtor, tanto maior quanto for à área cultivada e o tempo que eles

permanecerem competindo com os demais, por água, luz e nutrientes.

4.2. Flor Feminina x Flor Hermafrodita

Quando os grãos de pólen de flores de mamoeiros hermafroditas fecundarem flores de

mamoeiros do sexo feminino, serão gerados frutos cujas sementes obtidas deverão dar origem a 50%

de plantas hermafroditas e 50% femininas.

Esse tipo de cruzamento é também indesejável nos plantios comerciais, devido à grande

população de plantas femininas, geralmente de menor valor comercial.

4.3. Flor Hermafrodita x Flor Masculina

Quando os grãos de pólen de flores de mamoeiros do sexo masculino fecundarem flores de

mamoeiros hermafroditas, as sementes obtidas dos frutos, normalmente, produzirão cerca de 33,3 %

de plantas masculinas, 33,3% de hermafroditas e 33,3% de femininas.

Esse cruzamento é indesejável em cultivos comerciais, porque origina plantas masculinas

improdutivas e plantas femininas com frutos de baixo valor comercial, conforme já comentado

anteriormente.

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4.4. Flor Hermafrodita x Flor Hermafrodita

Flores de mamoeiros de mamoeiro hermafrodita ao serem fecundadas pelo seu próprio pólen

(autofecundação), ou pelo pólen de outros mamoeiros hermafroditas, produzirão frutos cujas

sementes devem originar em torno de 66,6% de plantas hermafroditas e 33,3% de plantas femininas.

A grande vantagem desse cruzamento é que possibilita uma maior população de mamoeiros

produtivos e com frutos de maior valor comercial.

5. GRUPOS DE MAMOEIROS QUANTO AO SEXO:

As cultivares de mamão podem ser divididas quanto à sua raça sexual em populações dióicas

e ginóica-andromonóicas

5.1. Dióica

Originária do cruzamento entre plantas do sexo masculino com plantas do sexo feminino. As

sementes deverão dar origem a plantas dos dois sexos em igual proporção, caso o pólen da flor

masculina renove a fecundação da feminina, conforme descrito no item 4.1. Estão incluídos nessa

raça, as cultivares’ ou tipos conhecidos como ‘Comum’, ‘Paulista’, ‘Monte Alto’, ‘Caiano', ‘De-

derrubada’, ‘Caipira', ‘De-quintal’, ‘De-veado’, ‘Macho’, ‘De-cabo’, entre outros.

5.2. Ginóica-andromonóica

Também conhecida como “raça hermafrodita”, é originária do cruzamento entre plantas

hermafroditas, que também são autofecundáveis, ou seja, não necessitam do pólen de outras plantas

ou flores para produzir frutos e sementes.

As sementes oriundas do cruzamento desses mamoeiros normalmente dão origem a duas

plantas hermafroditas e uma feminina conforme citado no item 4.4. Quando esses mamoeiros são

cultivados, suas plantas hermafroditas também polinizam as plantas femininas não sendo necessário

a presença de plantas masculinas na lavoura.

Nesse tipo de mamoeiro estão as variedades do grupo ‘Solo’, ou mamão havaiano, os híbridos

do grupo ‘Formosa’ ou ‘Tainung’, além de outras cultivares como ‘Tailândia’, ‘Costa Rica’, ‘JS 11’,

JS 12’ e ‘Maradol’, alguns de maior valor comercial e de importância relevante para o mercado

nacional e/ou internacional.

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Atualmente, a quase totalidade da produção brasileira de mamão é oriunda de cultivos da raça

ginóica-andromonóica, notadamente das cultivares dos grupos ‘Solo’ e ‘Formosa’.

6. CONSTRUÇÃO DO VIVEIRO

A construção do viveiro é muito importante para quem pretende obter sucesso com esta

cultura.

Em função dos investimentos necessários para sua instalação, devem ser tomados alguns

cuidados na implantação do mesmo, a fim de evitar despesas desnecessárias.

Principais cuidados a serem observados na construção e condução de um viveiro de mudas de

mamoeiro:

6.1. Localização

Selecionar local de fácil acesso, relevo plano, livre de encharcamento, com água para irrigação

e longe de estradas e de lavouras de mamoeiro infestadas de pragas e/ou doenças.

6.2. Tipos de viveiro

Os viveiros mais utilizados para a produção de mudas de mamoeiro são os do tipo cobertos

com sombrite, ripado, ou folhas de imdaiá e os do tipo sem cobertura ou a pleno sol. Deve-se construir

o viveiro utilizando-se matérias de baixo custo e de fácil obtenção, podendo-se optar pelos seguintes

tipos:

6.2.1. Com cobertura alta - na altura aproximada de 2,00 m, para permitir que se trabalhe livremente

debaixo do viveiro. A planta baixa consta da Figura 7. Os materiais necessários para sua construção,

são os seguintes:

a) Esteios - podem ser de eucalipto ou outra madeira resistente, com 2,60 m de comprimento por 15

a 20 cm de diâmetro. Devem ser enterrados a 60 cm de profundidade e colocados a uma distância de

3,60 m uns dos outros, tanto no sentido do comprimento quanto no da largura.

b) Varões - podem ser de eucalipto ou de outra madeira resistente, com 3,70 m de comprimento e 5

a 10 cm de diâmetro. Devem ser colocados sobre os esteios, no sentido do comprimento e da largura

do viveiro.

c) Materiais de cobertura – podem ser utilizadas ripas de madeira ou bambu (inteiro ou rachado ao

meio), com 3,70 m de comprimento cm de largura. Estas devem ser colocadas sobre os varões,

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distanciadas cerca de 5 cm uma das outras, para formar a cobertura definitiva do viveiro. É essencial

que as ripas fiquem no sentido Norte-Sul, para permitir que as mudas recebam 50% de sombra.

Caso não se disponha de ripas ou bambus em quantidades suficientes, pode-se optar pela

cobertura com folhas de indaiá, coqueiro ou palmito, bastando colocar apenas cinco a seis ripas sobre

os varões e estender as folhas sobre elas. Esta cobertura também deve permitir que as mudas recebam

a mesma proporção de sol e sombra.

Ultimamente tem-se utilizado com muito sucesso a cobertura com sombrite 50% tanto na parte

superior quanto nas laterais do viveiro.

6.2.2. Com cobertura baixa - pode-se optar por este tipo quando não for possível construir um

viveiro com cobertura alta. Neste caso, basta semear os canteiros e protegê-los, individualmente, com

uma cobertura construída a uma altura de 70 a 80 cm do solo. Para tanto, utilizam-se pedaços de

madeira ou bambu com 1 m de comprimento e 5 cm de diâmetro, em substituição aos esteios,

enterrando-os a 20 ou 30 cm de profundidade.

O material para cobertura poderá ser folhas de indaiá, coqueiro, palmito, colmos de capim

colonião ou napier, sombrite 50% ou mesmo qualquer outro que possa proteger as mudas do sol. Sua

largura deverá ser pouco maior que a dos canteiros para evitar uma insolação demasiada nas laterais

dos mesmos.

Figura 7. Planta baixa de um viveiro com capacidade para produção de 6.000 mudas de mamoeiro

utilizando-se recipientes com dimensões de 9,0 x 11,5 cm.

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6.2.3. Sem cobertura - tem sido muito utilizado pela maior parte fruticultores da região Norte do

Espírito Santo. Cobrem-se as sacolas apenas com uma leve camada de terriço, pó de serra, palha de

arroz ou sol. Apresenta a vantagem de ser o mais prático, de menor custo e o que permite uma melhor

adaptação da muda por ocasião do transplantio. Uma de suas desvantagens é a de exigir maior número

de irrigações podendo ocorrer falhas na germinação e no desenvolvimento das mudas, quando houver

demasiado insolação.

6.2.4. Com cobertura total de sombrite - ultimamente tem aumentado consideravelmente o uso de

viveiros utilizando-se de sombrites com 50% de luminosidade e cobertura total, ou seja, tanto na parte

superior quanto nas laterais do viveiro. Neste caso as mudas podem ser obtidas através de semeio em

bandejas de isopor ou tubetes. Deve se atentar para o uso de sombrites que permitam até o máximo

de 50 % de sombreamento afim de se evitar estiolamento das mudas no viveiro.

6.3. Dimensões

Devem ser calculadas com base no número de mudas a ser formadas, no tamanho dos

recipientes e nas áreas de circulação interna de 60 cm entre canteiros. Em recipiente do tipo saquinho

plástico de 10 x 15 cm, por exemplo, caberão 225 mudas/m2 de canteiros. Em tubetes de 4 x 12 cm,

caberão 96 unidades por cada porta-tubete. Ao se utilizar o semeio em bandejas de isopor, pode-se

optar pela de 72 células muito utilizada em olericultura.

Nos viveiros muito grandes recomenda-se deixar caminhos com cerca de 3,00 m a 3,60 m de

largura, para permitir o movimento de máquinas e implementos.

6.4. Canteiros

Devem apresentar 1,00 a 1,20 m de largura e comprimento variável em função do viveiro. As

áreas de circulação interna entre os canteiros devem ser de 50 a 60 cm.

6.5. Proteção lateral

É necessária, em qualquer dos tipos de viveiro utilizados, principalmente se houver

possibilidade de ocorrerem ventos fortes e/ou ataques de animais, com prejuízos para as mudas. Pode-

se utilizar o mesmo material recomendado para a cobertura.

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6.6. Cálculos para instalação de um viveiro

Exemplo: considerar um viveiro com capacidade para suprir o plantio de 1,0 ha de mamoeiro

no espaçamento 3,60 x 2,00 x 2,00 m (1.786 covas), bem como a utilização de três sementes por

recipientes plásticos de 9,0 x 11,5 cm, com capacidade germinativa de 80%. Sugere-se a utilização

de três mudas por cova, para permitir a redução da população de plantas femininas, na lavoura cujo

fruto tem menor valor comercial.

6.6.1. Número de mudas - 5.400 mudas (1.786 covas, com três mudas).

6.6.2. Número de recipientes - 6.000 recipientes (10 a 15% de perdas).

6.6.3 Número de sementes - 18.000 sementes (6.000 recipientes, com três sementes).

6.6.4. Quantidade de sementes - 257 gramas (considerando-se que 1g de sementes contém 70

sementes viáveis).

7. FORMAÇÃO DE MUDAS

Para a obtenção de mudas de qualidade, deve-se observar as orientações descritas a seguir:

7.1. Aquisição de sementes

Cada três sementes de frutos produzidas por plantas hermafroditas dão origem a uma planta

feminina e duas hermafroditas. Sendo assim, no cultivo dos mamoeiros do grupo ‘Solo’ para se obter

colheitas com melhor valor comercial deve-se adquirir sementes de frutos provenientes de plantas

matrizes hermafroditas.

As sementes para plantio comercial dos mamoeiros do grupo ‘Formosa’ (sementes híbridas

F1) devem ser adquiridas, a cada plantio, de fontes comprovadamente idôneas. Neste caso, portanto,

não devem ser plantadas sementes provenientes da 2ª geração em diante, pois resultam em plantas

pouco produtivas e com muita variação no formato do fruto.

As sementes do mamoeiro do grupo ‘Solo’ também devem ser adquiridas de fontes idôneas

ou retiradas de frutos matrizes previamente selecionadas.

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7.2. Seleção e preparo dos recipientes.

7.2.1. Seleção - deve-se optar pelo uso de tubetes e bandejas de isopor para o caso de produção de

mudas sob sombrite e de sacolas de plástico para o caso de mudas produzidas em viveiros com

cobertura alta ou baixa ou mesmo em viveiros sem cobertura.

No caso de se utilizar sacolas de plástico, estas podem ser transparentes ou de coloração escura

e apresentar as seguintes dimensões: 9 a 15 cm de largura por 12 a 18 cm de altura, com a espessura

mínima de 0,06 cm. Esses devem ter de 18 a 24 furos na parte inferior (do meio para baixo), para a

drenagem de excesso de água. Opcionalmente e por ordem de prioridade, pode-se utilizar quaisquer

das seguintes dimensões dos recipientes: 14 x 16 x 0,06 cm, 15 x 20 x 0,06 cm, 12 x 20 x 0,06 cm e

9 x 11,5 x 0,06 cm (largura x altura x espessura). Sacolas com alturas menores não são recomendáveis

porque podem ocorrer deformações ou torcimento de raízes, no fundo das mesmas. Em sacolas com

11,5 cm de altura é comum observar-se um excesso de raízes, no fundo, trinta dias após a germinação

das sementes.

Caso se utilize tubetes ou bandejas de isopor como recipientes, optar pelos mesmos usados na

produção comercial de mudas de eucalipto ou de olerícolas, ou seja, que apresentem as seguintes

dimensões: 10 a12,5 cm de comprimento por 3,5 a 5,0 cm de largura.

7.2.2. Preparo – No caso dos recipientes plásticos estes devem ser cheios com uma mistura de duas

a três partes de terra de superfície (terriço) peneirada e uma parte de esterco de curral curtido e

peneirado. Por cada metro cúbico da mistura de terra e esterco deve-se adicionar de 2 a 4 kg de

superfosfato simples e 0,5 a 1 kg de cloreto de potássio e 1 a 2 kg de calcário dolomítico, dependendo

da análise do solo. A terra a ser peneirada deve-se originar de solos areno-argilosos e orgânicos. Solos

muito argilosos encharcam com rapidez, durante a irrigação dos saquinhos, e, depois, tornam-se

endurecidos e compactados, prejudicando o desenvolvimento do sistema radicular das mudas.

Recomenda-se proceder à análise química do terriço a ser usado para o enchimento dos recipientes.

Ao se utilizar tubetes ou bandejas de isopor, estes devem ser cheios com vermiculita

previamente adubada. Para isto pode-se adicionar 20 litros de húmus e 365 gramas do formulado 00-

20-15 para cada 55 litros de vermiculita.

7.3. Plantio das sementes

7.3.1. Abertura de covas - nos recipientes, com os dedos indicador e polegar, abrir três covas

distanciadas de 3 a 5 cm e com 0,5 a 1 cm de profundidade. Covas muito profundas atrasam a

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emergência das mudas e podem retardar a época de plantio. Nos tubetes e bandejas de isopor proceder

a abertura de uma a duas covas à profundidade média de 5 cm.

7.3.2. Semeio - colocar uma ou duas sementes por cova (duas a três sementes por recipiente), e cobri-

las com uma leve camada de terriço, pó-de-serra, pó-de-carvão, palha de arroz ou de café ou com a

própria mistura usada para enchimento do recipiente.

7.3.3. Irrigação - os canteiros formados pelos recipientes, devem ser irrigados com regador manual

ou através de aspersores, uma a duas vezes por dia. Nos viveiros cobertos, após a primeira irrigação,

deve-se cobrir os canteiros com uma cobertura que pode ser de folhas de indaiá, coqueiro, palmito,

colmos de capim colonião ou napier, para permitir uma maior retenção de umidade. As outras

irrigações devem ser efetuadas sobre esta cobertura.

Após o início da germinação, elevar a cobertura, de modo que as mudas recebam 50% de

sombra, e continuar irrigando, no mínimo, uma vez por dia.

7.3.4. Germinação - observações de campo comprovam que a temperatura é muito importante para

o tempo de germinação das sementes. Estas germinarão entre 9 e 18 dias, depois de semeadas, quando

a temperatura média for de 25,4 ºC e entre 12 a 21 dias quando for de 23,3 ºC. Nas condições de

cultivo da região Norte do Espírito Santo, a germinação tem ocorrido entre 7 e 12 dias durante os

meses mais quentes do ano (outubro a março) e entre 12 e 17 dias durante os meses mais frios (abril

a setembro). Sementes germinadas 20 dias após o semeio, tem apresentado plântulas de baixo vigor

e menor desenvolvimento.

7.4. Preparo das mudas

7.4.1. Desbaste - deve ser efetuado quando as mudas apresentarem seu segundo par de folhas ou

estiverem com cerca de 1 a 2 cm de altura. Isso ocorre, geralmente, cinco a sete dias após a

germinação da maioria das sementes. Deixar apenas a muda mais vigorosa no recipiente. Um homem

desbasta 3.000 mudas por dia, em média.

7.4.2. Repicagem - efetua-se para aproveitar as mudas desbastadas, replantando-as nos recipientes

onde as sementes não germinaram. Com o auxílio dos dedos indicador e polegar, retira-se a muda a

ser desbastada junto com um pouco de terra, replantando-a em outro recipiente que contenha uma

cova com dimensões suficientes para recebê-la. Quando efetuada corretamente, esta operação

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apresenta elevada taxa de pagamento, sendo fundamental que as mudas tenham altura inferior a 2 cm,

para evitar danos ao sistema radicular, que podem provocar o seu murchamento. Um homem faz a

repicagem em 1.500 mudas por dia, em média.

7.4.3. Tratamento Fitossanitário - em caso de aparecimento de doenças, pulverizar as mudas com

produtos cúpricos protetores de parte aérea intercalados com produtos sistêmicos, em intervalos de 7

a 10 dias. Pode-se utilizar produtos à base de oxicloreto de cobre (Cuprogarb, Reconil, Recop, Cobox,

etc.) na dose de 250 g do produto comercial, a 84% PM, para 100 litros de água, sete dias após a

repicagem. Como fungicidas sistêmicos pode-se utilizar produtos à base de thiabendazole (Tecto SC)

e tiofanato metílico (Cercobim 700 PM), em pulverização, nas dosagens de 100 ml e 150 g dos

respectivos produtos comerciais à 48,5% SC e 70% PM, para 100 litros de água.

Caso ocorram pragas, como as lagartas, aplicar produtos à base de bifenthrin (Talstar 100 CE)

e thiamethoxan (Actara 250 WG) em pulverização, nas doses de 40 e 200 ml dos respectivos produtos

comerciais à 10% CE e 25% GDA para 100 litros de água.

7.4.4. Irrigação - realizar, logo após a repicagem, repetindo sempre que necessário. Em condições

de alta temperatura, irrigar, no mínimo, duas vezes ao dia.

7.4.5. Adubação foliar - se ocorrer um amarelecimento geral das folhas mais velhas, aconselha-se

uma adubação foliar com ureia, a 0,5% (50 g/10 litros de água), sete dias após a repicagem, seguida

de uma rega com água limpa sobre as folhas. Quando o problema for grave, pode-se aplicar ureia, a

1,0% (100 g/10 litros de água), mas somente em mudas com quatro a seis pares de folhas.

7.5. Seleção das mudas

Iniciar 15 a 30 dias após a germinação das sementes, levando ao campo as mais precoces, para

se plantar mudas de tamanho uniforme. A muda ideal deve ter 12 a 15 cm de altura, ser vigorosa e

livre de pragas e doenças. Deve-se evitar mudas com altura superior a 20 cm. Além disso, devem ser

selecionadas mudas de mesmo tamanho, as quais deverão ser colocadas em caixas próprias para o

transporte para o campo.

Em caso de semeio em bandejas ou tobetes transplantar mudas com alturas médias de,

respectivamente, 5 a 7 cm e 7 a 12 cm.

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7.6. Aclimatação das mudas

Etapa importante na produção de mudas obtidas em viveiros cobertos em regiões de

temperaturas e, ou luminosidade muito elevada. Consiste na eliminação gradual da cobertura do

viveiro. Iniciá-la vinte dias antes de levar as mudas ao campo para que, na última semana, elas

recebam insolação total.

7.7. Transporte

Regar e transportar as mudas selecionadas para o local de plantio, bem protegidas, a fim de se

evitar danos aos recipientes e/ou mudas.

8. SELEÇÃO DE CULTIVAR

Nas principais regiões produtoras de mamão no Brasil predominam o cultivo de populações

da raça ginóica-andromonóica, notadamente de variedades do grupo ‘Solo’ havaiano e de híbridos do

grupo ‘Formosa’ devido à sua grande aceitação tanto no mercado nacional quanto internacional. Por

conseguinte, na seleção de cultivares para plantio pode-se optar por:

8.1. Cultivares do grupo ‘Solo’

8.1.1. ‘Sunrise Solo’ - variedade precoce e produtiva, selecionada pela Estação Experimental do

Hawaii, EUA e introduzida no Brasil, a partir de 1977, nas regiões Noroeste do Pará, Norte do Espírito

Santo e Sul da Bahia. Os frutos pesam, em média, 490 g, tem casca lisa e brilhante, polpa vermelho-

alaranjada e de boa qualidade e teor de sólidos solúveis variando de 11 a 14 0Brix. O formato do fruto

varia de periforme nas plantas hermafroditas a arredondado nas femininas. Apresenta, ainda, as

seguintes características: altura de inserção das primeiras flores de 70 a 80 cm, porte de 4,20 m aos

24 meses após o transplantio, início de produção do nono ao décimo mês após o plantio, com

produção em torno de 75 t/ha. Tem boa aceitação nos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo

Horizonte, porque produz cerca de 60% de frutos com peso médio variando de 460 a 690 gramas

(tipo 9 a 13). Não é muito recomendada para o mercado externo, notadamente para exportação via

marítima, porque os frutos apresentam polpa relativamente pouco consistente e casca muito

susceptível a “mancha fisiológica”.

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8.1.2. ‘Improved Sunrise Solo Line 72/12’ - cultivar procedente do Hawai, EUA, introduzida em

1982 e selecionada em 1986, nas Fazendas Experimentais de Linhares e Viana, da EMCAPA, para

as condições de cultivo no Estado do Espírito Santo. Produz, em média, 40 kg/planta/ano com

rendimento de 56 t/ha/ano e frutos pesando, em média, 467 gramas, com formato periforme na planta

hermafrodita e arredondado na feminina. O início de produção dá-se a partir do oitavo mês e a polpa

é vermelho-alaranjada, espessa, de boa qualidade, com teor de sólidos solúveis variando de 11 a 14

0Brix e mais consistente que a ‘Sunrise Solo’. A casca é áspera, sem brilho e muito susceptível a

“mancha fisiológica” o que tem limitado a sua comercialização para o mercado internacional.

Apresenta ainda as seguintes características: altura de inserção das primeiras flores de 60 a 70 cm e

porte de 4,20 m aos 24 meses após o transplantio. Tem aceitação regular no mercado interno por

produzir apenas cerca de 40% do tipo 9 a 13. Foi na década de 90 muito utilizada para a exportação,

por apresentar 40% de frutos com peso médio de 350 a 450 g e polpa bastante consistente.

8.1.3. ‘Baixinho de Santa Amália’ - cultivar de porte baixo, obtida, em 1983, de um mutante da

cultivar ‘Sunrise Solo’ na Fazenda Santa Amália, município de Linhares, ES. Foi, posteriormente,

selecionada por método massal, de 1983/86, na Estação Experimental de Linhares, da EMCAPA, e

introduzida para cultivo na região Norte do Estado do Espírito Santo. Apresenta as seguintes

características: altura de inserção das primeiras flores de 35 a 50 cm, porte de 2,30 m aos 24 meses

após o transplantio, produção de 39,2 kg/planta/ano e rendimento de 58,7 t/ha/ano. Os frutos pesam

em média 500 gramas, têm polpa vermelho-alaranjada, espessa e de boa qualidade porém muito

susceptível à mancha fisiológica. Uma importante característica, que desperta grande interesse, nesta

cultivar, é o porte baixo da planta, o que viabiliza o seu cultivo sob condições de irrigação tipo "Pivot-

central". Não é recomendada para o mercado externo (exportação) por produzir frutos de formato

oblongo, com polpa de baixa consistência. Apresenta algumas restrições quanto à sua aceitação no

mercado interno por produzir uma grande porcentagem de frutos com peso médio superior a 650

gramas (tipos 6 a 9).

8.1.4. ‘Golden’ - cultivar selecionada em 1996, pela Caliman Agrícola S.A., no município de

Linhares-ES. Apresenta caule, folhas, flores e frutos de coloração verde claro a amarelado,

acentuadamente aclorofilados, o que a distingue, morfologicamente, das demais cultivares do grupo

‘Solo’. Apresenta porte médio de 2,30 m aos 24 meses após o plantio e produz seus primeiros frutos

entre 70 e 80 cm do solo, com peso médio de 450 gramas e formato periforme nas plantas

hermafroditas. A casca, contudo, varia de coloração verde claro a amarelado e a polpa é de coloração

vermelho-alaranjado, espessa, e de qualidade um pouco inferior à ‘Sunrise Solo’. Por não se constituir

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em uma variedade totalmente fixada apresenta elevada taxa de segregação para algumas

características agronômicas além de produtividade cerca de até 30% inferior às demais variedades do

grupo Solo. Contudo sua maior tolerância à “mancha fisiológica do mamoeiro” a torna, atualmente,

a de maior aceitação no mercado externo.

8.1.5. Gran Golden – cultivar oriunda, provavelmente, de uma mutação natural da cultivar Golden

em condições de cultivo comerciais na região Norte Litorânea do Espírito Santo. Apresenta as

mesmas características da Golden, diferindo apenas por apresentar plantas mais vigorosas e frutos

com peso médio de 500 gramas e formato mais obovado, muito semelhante ao da cv Baixinho de

Santa Amália porém de coloração verde claro acentuadamente aclorofilado.

8.1.5. ‘Rb 001-4 Aliança’ - cultivar selecionada em 2010, pela Rubisco, - genética em papaya, para

as condições de cultivo no Norte/Noroeste do Espírito Santo. Ocupa, atualmente cerca de 40% da

área cultivada com papaya no Estado. Apresenta caule, folhas, flores e frutos de coloração verde claro

a amarelado, porte médio de 2,25 m aos 24 meses após o plantio e produz seus primeiros frutos entre

60 e 70 cm do solo, com peso médio de 450 gramas e formato periforme nas plantas hermafroditas.

Produz, em média, de 70 a 80 t/ha/ano. A casca é de coloração verde claro, com pouca incidência de

mancha fisiológica e a polpa é de coloração vermelho-alaranjado, espessa, e de excelente qualidade

com cerca de 13 a 14 graus Brix. A tolerância à “mancha fisiológica do mamoeiro” aliado à sua maior

consistência de polpa a torna, atualmente, a de grande aceitação tanto para o mercado interno quanto

o de exportação.

8.2. Cultivares do grupo ‘Formosa’

8.2.1. ‘Tainung 01’ - é um híbrido F1, procedente da Estação Experimental de Fengshan, Formosa,

provavelmente resultante do cruzamento de ‘Sunrise Solo’ com um tipo de mamão da Costa Rica. O

fruto é de formato alongado e obovado, pesando em média de 900 a 1.200 gramas. Apresenta

coloração da casca verde-clara e polpa de cor vermelho-alaranjada e boa qualidade, com produção

média de 80 a 120 t/ha/ano.

8.2.2. ‘Tainung 02’ - é um híbrido F1, procedente da Estação experimental de Fengshan, Formosa,

provavelmente resultante do cruzamento de ‘Sunrise Solo’ com uma seleção da Tailândia. O fruto é

de formato alongado a oblongo-obovado, pesando em média de 1.000 a 1.100 gramas. Apresenta

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coloração da casca verde-escura, polpa de cor vermelho-alaranjada, bom sabor e pouco consistente,

com produção média de 80 a 120 t/ha/ano.

8.2.3. ‘Tainung 03’ - é um híbrido F1, procedente da Estação Experimental de Fengshan, Formosa,

provavelmente resultante do cruzamento de ‘Sunrise Solo’ com uma seleção das Filipinas, de polpa

amarela. Os frutos apresentam formato semelhante ao ‘Tainung 01’, porém, a casca é de coloração

verde-clara e a polpa é de cor amarela e de consistência média, com peso variando entre 1.200 a 1.300

gramas.

9. PLANTIO E PRÁTICAS CULTURAIS

9.1. Seleção do local

Deve-se considerar, neste caso, os itens que se seguem:

9.1.1. Clima - preferir locais com boa luminosidade, temperatura média anual em torno de 25 ºC,

com média das mínimas de 21º C e média das máximas de 33 ºC, com mais de 1.200 mm de chuvas

anuais, bem distribuídas durante os meses do ano. Evitar o plantio em locais onde ocorram

temperaturas abaixo de 15 ºC, pois o mamoeiro paralisa seu desenvolvimento vegetativo, reduz o

florescimento, atrasa a maturação e produz frutos de qualidade inferior. Locais de umidade relativa

média inferior a 50% devem ser evitados porque podem provocar o aumento da quantidade de fores

carpelóide durante a frutificação bem como o da ocorrência da “mancha fisiológica” na casca do

fruto.

9.1.2. Solos - preferir solos areno-argilosos, profundos, bem drenados, ricos em matéria orgânica e

de relevo plano. Solos muito arenosos não são recomendáveis devido à sua baixa capacidade de

retenção de umidade e baixa disponibilidade de nutrientes para as plantas. Evitar solos muito argilosos

e pouco profundos porque encharcam com rapidez na época das águas e tornam-se endurecidos,

rachando na estação da seca, com prejuízos para o sistema radicular. Evitar, também, subsolos

adensados e compactados, porque, além de impedirem a penetração do sistema radicular, tornam lenta

a drenagem interna, provocando encharcamento. O mamoeiro não tolera excesso de umidade no solo

por mais de 24 horas, quando, então, ocorre morte de raízes por deficiência de oxigênio ou

aparecimento de doenças causadas por fungo de solo, principalmente fitóftora.

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9.2. Preparo do solo

Em áreas ainda não cultivadas, efetua-se a derrubada, o encoivaramento ou enleiramento, o

destocamento, a queima, uma aração e uma ou duas gradagens e, para terrenos já cultivados, a

roçagem manual ou mecânica, uma aração e uma ou duas gradagens.

9.3. Correção da acidez do solo

A correção será baseada no resultado da análise química de solo, fundamentalmente no grau de

acidez, correspondente ao maior ou menor predomínio de bases trocáveis sobre os cátions ácidos

nos pontos de troca catiônica.

O mamoeiro desenvolve-se bem em solos com valores de pH entre 5,0 e 7,0, porém, o melhor

desenvolvimento e produção têm sido obtidos em solos com acidez fraca (pH entre 6,0 e 6,9). Solos

com acidez forte, pH abaixo de 5,0, prejudicam o crescimento das plantas, podendo ocasionar mortes.

Por outro lado, em pH acima de 7,0, as condições tornam-se favoráveis ao aparecimento de

deficiências nutricionais, especialmente de micronutrientes como boro, zinco, cobre e manganês.

A quantidade de calcário a ser aplicada deverá elevar a saturação de bases do solo para 80%.

A aplicação do corretivo deve ser feita, antecedendo a implantação da lavoura, através de uma

distribuição uniforme do mesmo em toda a área e incorporação por ocasião do preparo do solo, no

mínimo, dois meses antes do plantio.

A escolha do corretivo deve ser definida com o objetivo de estabelecer no solo um equilíbrio

entre cálcio e magnésio, numa relação próxima a 3 a 4:1. Em complemento à calagem a lanço, deve-

se adicionar 100 g de calcário/cova, para cada tonelada aplicada na área total. Para as lavouras já

implantadas, o calcário deverá ser aplicado na área total, preferencialmente, levando em consideração

o resultado da análise do solo das entrelinhas. Pode-se, ainda, aplicá-lo de forma localizada, sob a

projeção da copa, sendo que a dose deverá ser proporcional à área e à profundidade de incorporação.

9.4. Plantio

9.4.1. Espaçamento - pode variar principalmente em função do tipo do solo, sistema de cultivo,

clima, cultivar e tratos culturais a utilizar. O mamoeiro pode ser plantado no sistema de fileiras

simples e fileiras duplas.

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a) Plantio em fileiras simples: podem ser utilizados os espaçamentos de 3,3 e 3,50 m entre fileiras,

respectivamente para mamoeiros dos grupos ‘Solo’ e ‘Formosa’. Recomenda-se, entre plantas (dentro

da fileira), de 1,5 a 1,8 m para os do grupo ‘Solo’ e de 2,0 a 2,5 m para os do grupo ‘Formosa’.

b) Plantio em fileiras duplas: pode-se utilizar espaçamentos de 3,5 e 3,8 m para ‘Solo’ e ‘Formosa’,

respectivamente, separando as linhas duplas. Recomenda-se entre plantas o espaçamento de 1,8 a 2,0

m para o mamoeiro "Solo" e de 2,2 a 2,5 m para o ‘Formosa’. Neste sistema, as plantas devem ser

dispostas alternadamente, na forma triangular, nas linhas de plantio.

9.4.2. Número de mudas por cova - Plantar três mudas por cova, distanciadas 20 cm uma das outras

para garantir um maior número de plantas hermafroditas no mamoal, pois produzem frutos de melhor

valor comercial. No caso do mamão ‘Formosa’, pode-se plantar duas mudas por cova.

9.4.3. Tipos de Plantio:

a) Na cova - consiste no plantio das mudas provenientes do viveiro, em covas, com as seguintes

dimensões:

em solos mais profundos e férteis, abrir covas com 30 x 30 x 30 cm (comprimento x largura

x profundidade) para plantio de duas mudas por cova e 50 x 30 x 30 cm para plantio de três

mudas por cova;

em solos menos profundos, mais secos, compactados e de baixa fertilidade, abrir covas com

50 x 50 x 50 cm.

b) No sulco - tem a vantagem de ser mais eficiente e de menor custo. Utilizar, de preferência, um

sulcador com boa capacidade de penetração no solo. O preparo do sulco compreende de duas ou três

passagens com o sulcador, até atingir a profundidade média de 40 a 60 cm. A seguir, adicionam-se

os adubos químico e orgânico, de acordo com o espaçamento que vai ser usado dentro da linha do

plantio. Para evitar que as mudas sejam plantadas abaixo do nível do solo, deve-se fazer banquetas

de 60 cm de comprimento, dentro sulco, ao longo da linha de plantio.

c) Em camalhão - prática recomendada para solos excessivamente argilosos, pouco profundos e com

adensamento no subsolo. O preparo de solo consiste de uma a duas passagens com o sulcador, à

profundidade de 20 a 30 cm, no sentido das linhas de plantio. Sobre os sulcos formados, mediante o

uso de arado de três discos, terraceadores ou entaipadeiras, constroem-se camalhões com,

aproximadamente, 20 a 40 cm de altura. Nestes, pode-se fazer plantio tanto em fileiras duplas quanto

simples.

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9.4.4. Época de plantio - deve ser efetuado no início do inverno (abril, maio e junho), para que a

inserção das primeiras flores ocorra a uma altura entre 0,70 a 0,90 m do nível do solo e para que o

início da produção coincida com o próximo período de inverno. Nesta época, os preços do mamão

alcançam as maiores cotações no mercado interno, devido à baixa oferta de frutos com tamanho e

qualidade de polpa mais desejável para comercialização.

9.5. Irrigação

Deve ser uma prática usual, em locais com deficiência hídrica acentuada, devido à elevada

exigência do mamoeiro em água. Até 60 dias após o plantio pode-se utilizar um método prático e de

resultados satisfatórios que é a irrigação por “gravidade motorizada”. Neste caso utiliza-se de tanque

com capacidade para 2.000 litros, de onde saem duas mangueiras de duas polegadas que são levadas

até às covas por dois homens (um para cada fileira). Este tanque deve ser movimentado, lentamente,

por um trator de modo a possibilitar a irrigação contínua das plantas ao longo das linhas de plantios.

Após 60 dias do plantio, ou mesmo no início deste, deve-se utilizar conjuntos ou sistemas de

irrigação mecanizados do tipo aspersão convencional, autopropelido ou pivot central ou, ainda,

sistemas localizados como gotejamento e microaspersão. Recomenda-se nesses casos consultar um

engenheiro agrícola ou empresas especializadas para elaboração e acompanhamento do projeto de

irrigação.

9.6. Controle de plantas daninhas

9.6.1. Manual - pode ser utilizado durante todo o ciclo da cultura e sua principal desvantagem é o

baixo rendimento, visto que um homem capina 300 plantas por dia, em média.

9.6.2. Manual e mecanizado - consiste de capinas manuais com enxada, entre as plantas, associada

ao uso da roçadeira entre as fileiras de plantas. Neste caso a capina deve ser efetuada deixando-se, no

mínimo, uma faixa de 1,00 m distante das plantas “no limpo” e a roçagem, periodicamente, mantendo-

se uma faixa de vegetação com altura máxima de 20 cm entre as fileiras de plantio (“carreadores”).

9.6.3. Químico - A Tabela 1 registra as recomendações para o controle químico de plantas daninhas

na cultura do mamoeiro. A aplicação de herbicidas, entre fileiras, pode ser efetuada com

pulverizadores tratorizados com barras e, entre plantas, com costais manuais ou motorizados.

Apresenta, como vantagens, redução de mão-de-obra, maior eficiência e controle mais efetivo na

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época chuvosa. Sua desvantagem, é que restringe o plantio de culturas intercalares e, no caso do

mamoeiro, só deve ser utilizado seis meses após o plantio, dependendo do herbicida aplicado.

Utilizam-se herbicidas de ação residual, quando o solo se encontra úmido e livre de plantas

daninhas, ou faz-se à aplicação destes, adicionando-lhes surfactante (espalhante adesivo), quando as

infestantes apresentarem até 5 cm de altura. Deve-se utilizar herbicidas de pós-emergência ou a

mistura destes com os de ação residual, quando as plantas daninhas atingirem cerca de 20 a 40 cm de

altura. Recomenda-se o uso de bicos de jato plano e deposição descontínua para pulverizadores

motorizados. Para a aplicação de herbicidas de ação sistêmica (glifosate), deve-se utilizar,

preferencialmente, bicos de n o s 8002 ou 11002, porque permitem a aplicação do ingrediente ativo

em maiores concentrações. Para a aplicação de produtos de ação de contato (paraquat, dalapon),

utilizar bicos de números 8004 e 11004.

Tabela 1. Recomendação de herbicida, doses e época de aplicação para a cultura do mamoeiro

Herbicida Concentração

e formulação Doses

Época de aplicação

Plantas daninhas

controladas

Aplicação e

observação Nome

técnico

Nome

comercial

glifosate Roundup

Glifosato

48 % SA

48 % SA

2,0

a

5,0

pós

emergência

anuais

e perenes

Ação sistêmica: aplicar

seis meses após o

plantio

oxyfluorfen Goal 24 % SA

2,0

a

5,0

pré e pós

emergência

gramíneas

e folhas largas

Ação de contato: aplicar

seis meses após o

plantio

diuron

Karmex

Cention

Staron

80 PM

80 PM

60 FW

2,0

a

4,0

pré-

emergência

anuais, gramíneas

e folhas largas

Ação residual: aplicar

seis meses após o

plantio

paraquat Gramoxone

Paraquat

20 % SA

20 % SA

1,0

a

3,0

Pós-

emergência

gramíneas

e perenes

Ação de contato: aplicar

seis meses após o

plantio

paraquat

+

diuron Gramocil

20 % SA

+

20 % AS

2,0

a

3,0

pós-

emergência

Anuais, perenes,

gramíneas e folhas

largas

Ação de contato e

residual: aplicação

dirigida seis meses após

o plantio

1 Recomenda-se calibrar (medir a vazão) o pulverizador para se evitar o uso de doses excessivas, que poderiam causar

problemas de fitotoxidez ao mamoeiro ou de sub-dosagens, que tornariam o herbicida ineficaz. 2 Formulações: SA = solução aquosa concentrada; PS = pó solúvel; PM = pó molhável; FW = flowable (suspensão

concentrada).

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9.7. Adubação

O mamoeiro é uma planta de rápido desenvolvimento, frutificação precoce e quase uniforme

durante todo o ano, exigindo, por isso, adubações periódicas para satisfazer essas condições e produzir

frutos de boa qualidade.

A adubação preconizada a seguir é usada com sucesso em lavouras de mamoeiro ‘Solo’,

implantadas em solos de tabuleiros nos estados do Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Pernambuco,

Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Estes solos estão localizados ao longo da faixa litorânea

brasileira, onde se localizam a quase totalidades dos plantios de mamoeiro do país. Na região dos

tabuleiros, a classe de solos predominante é a dos latossolos, sendo que o Latossolo Vermelho

Amarelo coeso, com horizonte A moderado e com altos teores de areia, relevo plano, textura

subsuperficial argilosa e baixa fertilidade natural, é o que apresenta maior área de ocorrência.

9.7.1. Adubação de plantio - as adubações na cova ou no sulco de plantio, serão efetuadas

adicionando-se os seguintes adubos orgânicos e químicos:

a) Adubação orgânica de cova: deve ser efetuada com base nos resultados do teor de matéria

orgânica do solo dado pela análise química de solo, utilizando as seguintes quantidades descritas a

seguir:

Matéria Orgânica do Solo

( % )

Esterco de Galinha

(kg/cova)

1,5 15

1,5 - 3,0 10

3,0 5

FONTE: Marin et al. (1995).

O adubo orgânico deve ser curtido e sua aplicação anteceder em pelo menos 60 dias a operação

de plantio das mudas no campo. Pode-se também utilizar o esterco de curral, atentando-se porém para

que sua aplicação seja o dobro da dose preconizada para o esterco de galinha. Deve-se evitar o uso

de esterco de curral proveniente de propriedades rurais que utilizam herbicidas nas pastagens,

notadamente aqueles à base de 2,4-D, porque são extremamente fitotóxicos ao mamoeiro.

b) Adubação mineral de cova - deve ser efetuada com base nos resultados dos teores de fósforo

(P2O5) e potássio (K2O) do solo dado pela análise química de solo, utilizando as seguintes quantidades

descritas a seguir:

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Fósforo do Solo Quantidade de P2O5

(g/cova) Potássio do Solo

Quantidade de K2O

(g/cova)

10 60 30 30

11 - 30 40 31 - 60 20

3,0 20 60 10

FONTE: Marin et al. (1995).

Os adubos deverão ser misturados ao solo de enchimento da cova. Normalmente, são

utilizados o superfosfato simples e o cloreto de potássio como fontes de fósforo e potássio,

respectivamente.

Caso o solo apresente nível de cálcio muito elevado em relação ao magnésio, o superfosfato

simples poderá ser substituído por outra fonte que contenha menor quantidade de cálcio (superfosfato

triplo, por exemplo), evitando-se assim, um desequilíbrio ainda maior na relação Ca:Mg.

Apesar da análise dos micronutrientes não estar incluída na rotina de muitos laboratórios de

solos, sugere-se adicioná-los no plantio, junto ao fósforo e potássio, antes de se tornarem limitantes

às plantas. Assim, têm-se empregado 20 a 30g/cova de FTE BR-8 ou BR-10, os quais fornecem boro,

cobre, manganês, molibdênio e zinco, de uma só vez.

9.7.2. Adubação de cobertura - a Tabela 2 registra a recomendação de adubação, utilizada com

sucesso para a cultura do mamoeiro, em solos de tabuleiros, nas condições de cultivo das regiões

litorâneas dos estados do Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte

e Ceará.

Na adubação de cobertura, a manutenção do equilíbrio nitrogênio/potássio é fundamental para

a obtenção de frutos com boa qualidade comercial, além de elevar a produtividade.

Adubação com excesso de nitrogênio pode provocar grande incidência de frutos deformados

(carpelóides) e/ou polpa pouco consistente e sabor alterado.

Tabela 2. Recomendação da adubação para o mamoeiro, em solos de tabuleiros (Latossolo Vermelho

Amarelo coeso, com horizonte A moderado e com altos teores de areia, relevo plano, textura

subsuperficial argilosa e baixa fertilidade natural)

Época Mistura / Fonte Aplicação

10 Sulfato de Amônio 60 gramas

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20 100 kg de Sulfato de Amônio

50 kg de Cloreto de Potássio 75 gramas

30 e 40

100 kg de Sulfato de Amônio

100 kg de Superfosfato Simples

50 kg de Cloreto de Potássio

100 gramas

50

100 kg de sulfato de amônio,

50 kg de cloreto de potássio 125 gramas

60 e 70

100 kg de Sulfato de Amônio

100 kg de Superfosfato Simples

50 kg de Cloreto de Potássio

150 gramas

80

100 kg de sulfato de amônio,

50 kg de cloreto de potássio 175 gramas

90 e 100

100 kg de Sulfato de Amônio

100 kg de Superfosfato Simples

50 kg de Cloreto de Potássio

200 gramas

110

100 kg de sulfato de amônio,

50 kg de cloreto de potássio 200 gramas

120 a 240

100 kg de Sulfato de Amônio

100 kg de Superfosfato Simples

50 kg de Cloreto de Potássio

200 gramas

FONTE: Marin et al. (1995).

A deficiência de magnésio (Mg), tem sido constatada, com frequência, em mamoeiros

cultivados em solos de tabuleiro, notadamente naqueles com teores abaixo de 0,5 meq/100 cm3 ou

com relação Ca:Mg acima de 4:1. Nestes casos, tem-se corrigido a deficiência, com aplicação de 30a

50 g de Mg/planta, o que equivale de 100 a 150 g de Nutrimag/planta (30% Mg e 2% de S).

O Boro (B) é o micronutriente que requer maior atenção, pois é o que mais afeta a produção

do mamoeiro, causando deformação dos frutos em desenvolvimento, inviabilizando-os para

consumo. Como medida preventiva, sugere-se duas pulverizações foliares durante o ano, com

produtos à base de B, na proporção de 250 g do produto comercial a 11,3% ou 200 ml do produto

comercial a 10%, ambos por 100 litros de água. Constatando-se deficiência na cultura, aplicar B no

solo, em cobertura, na projeção da copa, nas doses de 5 a 10 g do produto comercial/planta, contendo,

respectivamente, 17% e 9% de B, seguido de pulverizações foliares a cada dois meses, até que os

frutos estejam normais.

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Outros micronutrientes importantes para o mamoeiro são ferro, manganês, zinco e cobre. Nos

solos em questão tem-se aplicado, em cobertura, duas vezes ao ano, 30 g de FTE BR-8 ou BR-10 por

planta.

A partir do terceiro ano após o plantio não se recomenda adubar o mamoeiro, em virtude do

declínio normal da produção, o que torna esta prática inviável economicamente.

9.7.3. Fertirrigação – a aplicação de fertilizantes via água de irrigação aumenta a eficiência da

adubação, reduz a mão-de-obra e o custo de energia do sistema de irrigação. Por esta razão

ultimamente as empresas agrícolas e, ou produtores de maior nível tecnológico tem utilizado com

muito sucesso essa tecnologia na cultura do mamoeiro na região Norte do Espírito Santo.

9.8. Desbrota

Consiste na eliminação de brotos laterais que se inserem nas axilas das folhas, causando

prejuízo ao desenvolvimento do mamoeiro e tornando-se foco de infestação de ácaros. Deve ser

iniciada 30 dias após o transplantio e repetida sempre que necessário.

9.9. Sexagem

Iniciar três a quatro meses após o plantio, quando é possível distinguir com facilidade, o sexo

do mamoeiro, observando-se suas flores. Deve-se eliminar as plantas femininas, deixando apenas

uma planta hermafrodita por cova. Caso ocorra mais de uma planta hermafrodita ou feminina,

eliminar a menos vigorosa.

9.10. Desfrute ou raleio

Deve ser iniciado quatro a cinco meses após o plantio e repetido sempre que novas

frutificações forem surgindo. Devem ser eliminados os frutos defeituosos, quando estão pequenos e

verdes, ou então, aqueles que estiverem na mesma axila foliar e se apresentarem com tamanhos

diferentes. Neste segundo caso, deve-se desbastar os frutos menores, deixando um a dois por axila.

Normalmente, o mamoeiro pode gerar até três frutos por axila foliar e, quando isto acontece,

recomenda-se deixar um fruto por axila na época do verão e dois na época do inverno.

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10. PRAGAS

A cultura do mamoeiro é atacada por um significativo número de insetos e ácaros, sendo a

maioria de importância secundária. Dentre as espécies de ocorrência mais frequente e de maior

importância para o mamoeiro, destacam-se os ácaros (rajado e branco) e a cigarrinha verde do

mamoeiro. Entretanto, algumas outras espécies, mesmo consideradas de importância secundária, em

certas condições, podem causar danos consideráveis à cultura.

Ainda associados ao mamoeiro encontram-se algumas espécies de pulgões e de mosca branca

que são consideradas um fator de risco à cultura por atuarem como vetores de vírus de doenças

importantes do mamoeiro. As moscas-das-frutas, embora não se constituam como praga do mamão

em condições normais de cultivo, apresentam grande importância quando a produção se destina à

exportação, por serem consideradas por vários países, como pragas de importância quarentenária.

10.1. Ácaro rajado - Tetranychus urticae (Koch, 1836) - Acari: Tetranychidae.

Ácaros dessa espécie vivem nas folhas mais velhas do mamoeiro, geralmente na parte inferior

do limbo, entre as nervuras mais próximas do pecíolo, onde tecem teias e depositam seus ovos. Ao

se alimentar, provocam o amarelecimento da parte superior do limbo, seguido de necrose e

perfurações. As folhas, quando intensamente atacadas, caem prematuramente, afetando o

desenvolvimento do mamoeiro, além de exporem os frutos à ação dos raios solares, prejudicando sua

qualidade.

A ocorrência desses ácaros se verifica durante os meses mais secos do ano, normalmente de

maio a setembro e na ocorrência de veranico, na estação mais quente do ano.

10.2. Ácaro branco - Polyphagotarsonemus latus (Banks, 1904) - Acari: Tarsonemidae.

Esta praga ocorre no ponteiro da planta, causando deformações nas folhas e nervuras que,

na fase inicial se assemelham bastante aos danos provocados pelo vírus do mosaico do mamoeiro. As

folhas recém-emergidas apresentam-se com o limbo mal formado e reduzido, com pecíolo curto e, à

medida que as folhas mais velhas vão caindo, o mamoeiro fica sem o capitel de folhas, motivo pelo

qual essa praga é conhecida como “ácaro da queda do chapéu do mamoeiro". A praga, além de reduzir

o porte da planta e o número de flores, o que, consequentemente, ocasiona uma drástica redução da

produção, deprecia, ainda, o valor comercial dos frutos devido à exposição dos mesmos à insolação

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em decorrência da queda das folhas do ponteiro das plantas. O ataque severo desta praga pode causar

a morte da planta.

Embora possa infestar as plantas durante todo o ano, o ataque do ácaro branco se dá, com

maior intensidade, nos períodos mais úmidos e de temperatura mais elevada.

10.3. Cigarrinha verde do mamoeiro - Solanasca bordia (Langlitz, 1964) - Hemiptera:

Cicadellidae.

A cigarrinha verde tem sido observada, com bastante frequência e intensidade, atacando a

cultura do mamoeiro nas principais regiões produtoras de mamão do Brasil. O inseto é de coloração

verde-acinzentada, de formato triangular e mede de 3 a 4 mm de comprimento. As formas jovens

(ninfas) são menores, possuem coloração verde, são ágeis e têm o hábito de se locomoverem

lateralmente. Tanto as formas jovens como as adultas sugam a seiva das folhas do mamoeiro,

normalmente na página inferior do limbo, que apresentam manchas amareladas, assemelhando-se ao

sintoma da virose. As folhas intensamente atacadas tornam-se encarquilhadas, as margens

amarelecidas com posterior secamente e caem prematuramente, afetando o desenvolvimento da

planta.

10.4. Cochonilha - Coccus hesperidum Linnaeus, 1758 - Hemiptera: Coccidae e Aonidiella comperei

McKenzie, 1937 - Hemiptera: Diaspididae.

Ao se alimentarem das diferentes partes da planta, as cochonilhas causam o amarelecimento

das folhas, desfolhamento, redução do vigor da planta, depreciação do fruto atacado e diminuição da

produtividade. Em ataque severo a secreção, oriunda de sua alimentação, serve de substrato para o

desenvolvimento de fungos saprófitas, denominados comumente de “fumagina”. Na região produtora

de Ceará Mirin, RN, esta praga, ocasionou em alguns pomares, no período de junho/1998 a

março/1999, redução da atividade fotossintética da planta além da depreciação total da casca do fruto,

causando prejuízos da ordem de 70 a 100 % na comercialização dos mesmos.

As cochonilhas são insetos fitófagos, de ampla distribuição geográfica, que possuem grande

número de hospedeiros. Das oito espécies já registradas no mamoeiro no País, as cochonilhas de

carapaça Coccus hesperidum e Aonidiella comperei tem sido, atualmente, as de ocorrência mais

comum, onde, nos últimos anos, os seus danos tem atingido níveis preocupantes. A espécie A.

comperei possui tamanho menor que C. hesperidum, e devido o alto potencial biótico que apresenta,

se dispersa rapidamente, causando sérios prejuízos para a cultura. A sua importância se torna ainda

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maior para o mamoeiro devida ao fato de ser considerada como praga quarentenária pelos Estados

Unidos.

A cochonilha Morganella longispina (Morgan, 1889), que ocorre no tronco do mamoeiro,

muito citada na literatura como praga comum dessa cultura, não tem sido constatada nos

levantamentos mais recentes, que vem sendo realizados em mamoeiros da região produtora do

Espírito Santo e Rio Grande do Norte.

10.5. Mosca-das-frutas - Ceratitis capitata (Wiedemann, 1824) e Anastrepha fraterculus

(Wiedemann, 1830) - Diptera: Tephritidae.

As moscas do mediterrâneo, Ceratitis capitata, e a sul-americana, Anastrepha fraterculus,

são as duas espécies de mosca-das-frutas, até então, constatadas no Brasil infestando mamão. O dano

é causado pelas larvas da mosca, que se alimentam da polpa do mamão, tornando flácida a região

atacada do fruto. A infestação só ocorre nos frutos em estágio mais avançado de maturação, quando

a superfície da casca apresenta-se com mais da metade amarelecida, e os danos só se evidenciam

quando os frutos já se encontram no ponto de consumo.

Para manter essa praga em níveis não prejudiciais à cultura do mamão, recomenda-se fazer a

colheita dos frutos no início de maturação, evitar a presença de frutos maduros nas plantas e de frutos

refugados no interior do pomar, manter a lavoura livre de plantas com virose e, ainda, não permitir a

presença de lavouras abandonadas na proximidade de pomares comerciais. Em condições normais de

cultivo, não se constituem como problema e não traz nenhum prejuízo para a cultura. Entretanto, pelo

fato do mamão ser hospedeira dessa praga, que é considerada de importância quarentenária, alguns

países tem imposto restrições às importações de frutos “in natura”.

10.6. Mandarová - Erinniys ello (Linné, 1758) - Lepidoptera: Sphingidae.

Importante praga das culturas da mandioca e seringueira pode, ocasionalmente, atacar a

cultura do mamoeiro. O dano é causado pelas lagartas, que se alimentam, inicialmente, das folhas e

brotações mais novas e, depois, do limbo das folhas mais velhas. Em infestações intensas, podem

causar o desfolhamento total do mamoeiro, atrasando seu desenvolvimento e expondo os frutos à

insolação direta. O adulto é uma mariposa de asas estreitas, medindo 10 cm de envergadura, de

coloração cinza, com asas posteriores alaranjadas, sendo fortemente atraído pela luz.

Deve-se evitar o plantio do mamoeiro em consórcio ou próximos a cultivos de mandioca ou

de seringais para evitar maiores problemas com essa praga.

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10.7. Lagarta-rosca - Agrotis ypsilon (Hufnagel, 1776) - Lepidoptera: Noctuidae.

Praga não muito comum à cultura do mamoeiro pode atacar, em certas ocasiões, tanto as

plantinhas no viveiro, seccionando-as rente ao solo, quanto plantas adultas, causando perfurações

(“galerias”) no caule. O dano é causado por uma lagarta de hábito noturno, que durante o dia se abriga

sob o solo.

10.8. Formigas cortadeiras - Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908 e Acromyrmex sp. -

Hymenoptera: Formicidae.

As espécies de formigas cortadeiras que comumente ocasionam danos ao mamoeiro, são a

saúva limão Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908 e a quenquém Acromyrmex sp. A sua ação mais

importante verifica-se, basicamente, no viveiro, durante a formação de mudas e na fase inicial da

cultura, principalmente quando esta é instalada em áreas novas.

A saúva limão é facilmente identificada, por exalar um cheiro forte de limão, quando

esmagada e difere das formigas quenquéns por ser maior e possuir apenas três pares de espinhos no

dorso do tórax.

Os formigueiros das quenquéns são pequenos e, geralmente, constituídos de uma só panela,

ao contrário dos das saúvas, que são compostos de várias panelas interligadas por canais. Em áreas

onde ocorrem formigas saúvas e quenquéns o controle deve seguir rigorosamente em esquema de

combate inicial, antes da instalação do viveiro e da cultura no campo. A utilização de formicidas

granulados em porta-iscas tem apresentado bom resultado de controle, com a vantagem de ser de

baixo custo.

10.9. Pulgões - Aphis spp., Toxoptera citricidus (Kirkaldy, 1907) e Myzus persicae (Sulzer, 1776) -

Hemiptera: Aphididae.

Os afídeos, embora não sejam considerados pragas do mamoeiro, por não estabelecerem

colônias nas plantas, são de grande importância para a cultura, uma vez que atuam como vetores de

doenças viróticas, como a amarelo-letal e mosaico, sendo esta última uma das mais sérias e

importantes doenças do mamoeiro no Brasil. Vinte e uma espécies de afídeos já foram confirmadas

experimentalmente como vetores do mosaico do mamoeiro, em diferentes países. No Brasil, foram

confirmadas, com resultados de transmissão positiva, as espécies: Myzus persicae (Sulzer, 1776),

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Aphis gossypii Glover, 1876, A. fabae Scopoli, 1763, A. coreopsidis Thomas, 1878, Aphis sp. e

Toxoptera citricidus (Kirkaldy, 1907).

A planta infectada com o vírus do mosaico do mamoeiro apresenta como sintoma um mosaico

clorótico, acompanhado por rugosidade e malformação foliar, que se assemelha à ocasionada pelo

ácaro-branco, estrias com aspecto oleoso nos pecíolos e caules e manchas anelares nos frutos.

Como o índice da doença na lavoura é altamente influenciado pela população de pulgões

existentes na área, a sua transmissão e disseminação se dá por esses afídeos ao se alimentarem em

mamoeiros infectados e, ainda, porque esse grupo de insetos apresenta grande número de plantas

como hospedeiros, é fundamental tomar algumas medidas para conter o avanço da doença na lavoura.

Entre essas medidas estão a erradicação das plantas infectadas tão logo os sintomas do mosaico

possam ser reconhecidos, e a eliminação de hospedeiros dos pulgões, como as cucurbitáceas

(abóbora, melão, melancia, pepino, maxixe e outras), que são hospedeiras do vírus, dentro e nas

proximidades do pomar.

10.10. Mosca-branca - Trialeurodes variabilis (Quaintance, 1900) e Bemisia tabaci (Gennadius,

1889) biótipo B - Hemiptera: Aleyrodidae.

As duas espécies de moscas-brancas registradas para o mamoeiro no Brasil são Bemisia

tabaci biótipo B (Bemisia argentifollii Bellows & Perring) e Trialeurodes variabilis. Apesar de ser

mantida sobre controle pelos produtores a importância da mosca-branca como praga e vetor de vírus

do mamoeiro não está bem esclarecida, uma vez que mesmo ocorrendo com certa frequência e em

casos de altas populações, aparentemente, os seus danos não têm sido observados no mamoeiro em

condições de campo.

As informações disponíveis sobre moscas-brancas como vetores potenciais da meleira

(Papaya meleira virus – PMeV), doença virótica extremamente importantes para o mamoeiro no

Brasil, não permitem afirmar que esse inseto atua na sua disseminação. Na literatura poucos trabalhos

são encontrados, onde no Estado da Bahia foi observada, em condições experimentais, uma

associação entre o vírus da meleira e a espécie B. tabaci biótipo B e por outro lado, no Espírito Santo,

não foi observada nenhuma evidência de que a meleira seja transmitida por T. variabilis, que é única

espécie de mosca-branca detectada no Estado, em condições de campo e experimentais.

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Anais do VII Simpósio do Papaya Brasileiro

39

11. DOENÇAS

11.1. Viroses

Nas principais regiões produtoras do mamoeiro do Brasil, tem-se constatado que, dentre as

doenças de origem virótica que podem afetar essa planta, as mais importantes são o mosaico ou

mancha-anelar do mamoeiro, causada pelo vírus Papaya ringspot virus biótipo mamão (PRSV-p).

Outras viroses que podem ocorrer são a meleira, caracterizada pela exsudação de látex principalmente

nos frutos e o amarelo-letal do mamoeiro (PLYV) ainda restrito a algumas áreas no nordeste

brasileiro.

11.1.1 Mosaico do mamoeiro - os sintomas iniciais são o amarelecimento das folhas mais novas,

que se tornam cloróticas, ocorrendo o clareamento das nervuras. Posteriormente, o limbo foliar

apresenta um aspecto de mosaico (porções amareladas misturadas com ilhas verdes). As plantas

infectadas diminuem visivelmente seu crescimento e desenvolvimento, com prejuízos para a

produção e qualidade dos frutos.

Em alguns casos, os lóbulos das folhas tornam-se reduzidos, estreitos e, às vezes distorcidos.

Nos pecíolos e na região do caule próxima a estes, aparecem manchas alongadas, de cor verde escura

e de aparência “oleosa”, dispostas linearmente, e, no fruto, manchas com a forma de pequenos anéis

concêntricos, bem nítidos.

Os afídeos ou pulgões são responsáveis pela transmissão de uma planta para outra, e as plantas

da família Cucurbitaceae como abóbora, melão, melancia e pepino são hospedeiras tendo papel muito

importante na disseminação da virose. Várias espécies de pulgões como Myzus persicae, Toxoptera

citricitrus, Aphis gossypii, A. fabae, A. citricola, A.craccivora e A. rumicis, são vetores do vírus

transmitindo-o para as plantas sadias do mamoeiro e, posteriormente, destas para novas plantas. O

vírus pode ser transmitido através de inoculações em folhas, frutos e raízes, porém não é transmitido

pelo látex e nem através das sementes.

Não existem medidas curativas para as plantas infectadas e também não são conhecidas, até o

momento, cultivares comerciais resistentes à doença. Em alguns países foram desenvolvidas plantas

transgênicas resistentes, mas a sua utilização em escala comercial tem sido limitada pelas restrições

dos consumidores em relação a alimentos transgênicos.

Para o manejo da doença recomenda-se realizar vistorias periódicas (uma a duas vezes por

semana) nos pomares e eliminar as plantas doentes através do “roguing”. Deve-se também evitar a

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40

presença de cucurbitáceas hospedeiras do vírus, bem como outras plantas hospedeiras de pulgões

dentro e nas proximidades do pomar e eliminar sempre os pomares abandonados.

11.1.2 Meleira – doença de origem virótica, já presente nas regiões produtoras dos estados do Espírito

Santo, Bahia, Minas Gerais, Sergipe, Ceará e Rio Grande do Norte, caracteriza-se inicialmente por

uma exsudação espontânea do látex através das folhas e frutos de plantas na fase produtiva. O látex

das plantas doentes apresenta-se com aspecto translúcido e aquoso, com baixa viscosidade e de difícil

coagulação, sendo a forma mais comum para o reconhecimento da doença no campo.

A exsudação do látex também ocorre nas extremidades das folhas mais novas, provocando a

queima das pontas, que ficam com a coloração marrom, o que possibilita a identificação precoce da

doença. No entanto, este sintoma pode não ocorrer em determinadas épocas do ano, principalmente

nos períodos de temperatura mais elevada. Deve-se ter também o cuidado de não confundir este

sintoma, com o da “queima” causada pelo fungo Phoma caricae-papayae, que, neste caso, apresenta

a formação de anéis concêntricos, onde se formam os picnídios do fungo. Nos frutos de plantas

doentes há mais de três meses, ocorrem manchas zonadas de cor verde mais clara.

Para o manejo da doença devem-se realizar inspeções semanais nos pomares e eliminar as

plantas doentes (roguing), logo que os primeiros sintomas da meleira sejam detectados. Deve-se

também manejar a vegetação no pomar, principalmente de gramíneas. Todas as plantas no final do

ciclo econômico de produção da lavoura, devem ser eliminadas, para evitar fontes de inoculo.

11.1.3 Amarelo-letal – é uma doença causada pelo vírus Papaya lethal yellowing virus – PLYV,

ainda pouco conhecido e que ocorre em vários estados do Nordeste brasileiro (Pernambuco, Paraíba,

Ceará e Rio Grande do Norte). Os sintomas característicos são o amarelecimento das folhas jovens

(terço superior da copa), que posteriormente caem. O vírus pode ficar na superfície das sementes e

tem a capacidade de sobreviver no solo da rizosfera de plantas doentes, com capacidade de infectar

mudas sadias quando plantadas nestes solos. O vírus é também disperso pela água de irrigação.

11.2 Doenças fúngicas

11.2.1 Varíola ou pinta preta - Doença causada pelo fungo Asperisporium caricae (Speg) Maubl

que infecta folhas e frutos. Nas folhas, geralmente as mais velhas, aparecem, na página superior do

limbo, pequenas manchas, mais ou menos circulares, de cor pardo-claro, circundadas por um halo

amarelado. Já na face inferior, aparecem manchas de cor cinza-escuro a preto, no mesmo local da

lesão. Nos frutos estas não atingem a polpa, mas prejudicam a qualidade e reduzem o valor comercial

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41

da fruta. A ocorrência de varíola é observada com maior intensidade nos meses mais quentes e úmidos

do ano. Para o seu controle é importante a remoção do inoculo, eliminando as folhas doentes e quando

necessário, com base no monitoramento, pulverizar com fungicidas registrados para a cultura.

11.2.2 Antracnose – Doença causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides Penz. Que infecta,

principalmente, os frutos desenvolvendo-se as lesões na fase de maturação, tornando-os inadequados

para a comercialização. As lesões são arredondadas e em alguns casos profundas, muitas vezes

coberta por uma massa de coloração rosada, que se desprende facilmente, deixando um buraco no

fruto, cercado por um duro tecido caloso. O patógeno pode, também, infectar folhas e brotações

novas.

Nas regiões Norte Litorânea do Espírito Santo e Extremo Sul da Bahia, a elevada incidência

de antracnose nos frutos, nos meses mais quentes e úmidos do ano (outubro a março), tem limitado a

comercialização da fruta, tanto no mercado interno, quanto para exportação.

11.2.3 Mancha foliar de Ascochyta ou queima das folhas – Doença causada pelo fungo Phoma

caricae-papayae que infecta folhas e frutos. Nas folhas mais novas aparecem, inicialmente, lesões de

coloração marrom-escuro. Posteriormente, essas lesões tornam-se necróticas e, em estádio bastante

avançado, chegam a provocar a perda de todas as folhas do ápice do caule. O fungo também infecta

os frutos, onde as lesões geralmente ocorrem na fase de maturação, próximas ao pedúnculo, tornando

o tecido negro e quebradiço, frequentemente coberto por uma massa esponjosa de cor acinzentada,

que tende a aumentar à medida que as lesões envelhecem, dando origem a chamada podridão

peduncular.

11.2.4 Mancha-de-Corynespora – A doença pode ocorrer nas folhas, pecíolos e frutos, sendo

causada pelo fungo Corynespora cassiicola. Os sintomas variam bastante com as condições

climáticas e o órgão da planta infectado. O patógeno tem uma ampla distribuição geográfica com

mais de uma dezena de plantas hospedeiras, incluindo algumas plantas daninhas como a trapoeraba

(Commelina sp.) e o assá-peixe (Vermonica cinerea L.), que podem-se constituir em importantes

fontes de inoculo.

Para o controle da doença deve-se fazer o monitoramento e pulverizar com fungicidas

registrados para a cultura, quando necessário.

11.2.4 Oídios – Vários fungos estão associados à doença no Brasil, e infectam, principalmente as

folhas mais velhas, destacando-se os gêneros Ovulariopsis, Oidium e Streptopodium.

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42

Geralmente os sintomas observam-se, na face superior do limbo, onde ocorre leve

descoloração de contornos irregulares (manchas amareladas e tecido verde-pálido), enquanto na

inferior aparece uma massa pulverulenta, de cor esbranquiçada, característica dos sinais do patógeno.

Nas condições das regiões Norte Litorânea do Espírito Santo e Extremo Sul da Bahia, a

ocorrência de oídio verifica-se nos meses secos e frios do ano, principalmente de maio a setembro,

quando essa doença chega a causar o amarelecimento generalizado e a senescência das folhas mais

velhas das plantas.

11.2.6 Podridão de Phytophthora ou gomose – São doenças causadas gerlamente pelo fungo

Phytophthora palmivora Dast, que infecta o caule, as raízes e os frutos, tendo uma ampla gama de

hospedeiros. É uma doença fúngica muito comum em condições de solos pesados, excessivamente

úmidos e mal drenados. Quando ataca os caules e as raízes, em estado bastante avançado, ocorre uma

exsudação gomosa no local lesionado além de amarelecimento, murcha e queda prematura das folhas

e frutos. Nos frutos causa a doença conhecida como “papai Noel” por apresentarem uma cobertura

branca, constituída pelo micélio do fungo.

Para o manejo da doença recomendam-se as medidas de exclusão. Deve-se evitar o plantio

em solos excessivamente argilosos com má drenagem e em regiões com alta pluviosidade. O plantio

em camalhões pode reduzir a incidência da doença. Também deve-se evitar ferimentos nas plantas

durante os tratos culturais e remover os frutos e plantas doentes do pomar.

Quando infecta o caule em estágio inicial, o controle pode ser feito através da raspagem do

tronco, com canivete bem afiado, seguido de um pincelamento com pasta de cobre (1 kg de Sulfato

de cobre + 2 kg de cal + 10 litros de água).

11.2.6 Podridão peduncular - é um complexo de vários fungos responsáveis pelas podridões da fruta

em pós-colheita, destacando-se os gêneros Colletotrichum, Phoma e Phomopsis. Estes fungos são

difíceis de se distinguir nos frutos em estágios iniciais de pós-colheita, exceto por observações

microscópicas.

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43

12. TRATAMENTO FITOSSANITÁRIO

12.1. Controle de pragas

O controle de pragas no mamoeiro deve ser enfocado sobre dois aspectos principais. O

primeiro refere-se à necessidade de maior número de registro de produtos para a cultura, e o segundo

à extrema sensibilidade que o mamoeiro apresenta aos agrotóxicos.

A eficiência do controle de pragas requer um planejamento em que se deve observar o tipo de

defensivo a utilizar, a praga a controlar, a época de aplicação e a incidência de inimigos naturais. A

pequena quantidade, ou a inexistência, de produtos devidamente registrados para importantes pragas

ocasionais da cultura tem dificultado, e muitas vezes impossibilitado, adequado tratamento

fitossanitário na cultura. Esse número de produtos registrados tem aumentado, principalmente com a

implantação da Produção Integrada de Mamão, que é o sistema oficial de certificação da fruta adotado

pelo Brasil, que visa, entre outras uma produção de qualidade, com baixo impacto ambiental e com

justiça social.

Na Tabela 3 são recomendados produtos registrados para uso na cultura do mamoeiro para o

controle das pragas, com bons resultados, em lavouras comerciais de mamoeiro, nas condições de

cultivo das principais regiões produtoras do Brasil.

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44

Tabela 3 - Recomendações técnicas para o controle químico de pragas da cultura do mamoeiro

Praga Inseticida / acaricida

Formulação3 Doses em água1

(100L/água) Observações

Nome técnico Nome comercial

Ácaro Branco

abamectina

+

óleo vegetal

Vertimec 18 CE2

+

Natur’l óleo

18% CE

+

93% OE

50 a 70 ml

+

250 ml

Acaricida biológico do grupo químico da avermectina com inseticida e adesivo.

Ação de contato, ingestão. Apresenta atividade translaminar. Misturar o produto,

inicialmente, com o óleo vegetal para posterior diluição da mistura em água. Classe

toxicológica III.

chlorfenapir Pirate2 24% SC 30 a 50 ml Inseticida acaricida do grupo químico pyrrole

Ação de contato. Classe toxicológica III.

bifenthrin Talstar 100 CE2 10% CE 40 ml Inseticida acaricida piretróide sintético.

Ação de contato.

abamectina

+

tetradifon

Vertimec 18 CE2

+

Tedion 802

18% CE

+

8% CE

50 ml

+

150 ml

Mistura de acaricida de origem biológica do grupo da avermectina com

clorodifenilsulfona.

Ação de contato, ingestão e ovicida. Apresenta atividade translaminar. Dosagens acima

da recomendada podem causar fitotoxicidade. Classes toxicológicas III.

espirodiclofeno Envidor2 24% SC 300 ml

fenpyroximate Ortus2 50% SC 75 a 100 ml Acaricida do grupo químico pirasol.

Ação de contato. Atua sobre larvas e adultos. Classe toxicológica II.

enxofre

Kumulus DF2

Kumulus DF – AG2

Sulficamp2

Thivit Sandoz2

80% WG

80% WG

80% PM

80% PM

400 g

400 g

300 g

200g

Fungicida acaricida à base de enxofre.

Ação de contato. Incompatíveis com produtos à base de óleos, formulações oleosas e

caldas alcalinas como calda sulfocálcica. Classes toxicológicas IV.

Ácaros

Rajado e

Vermelho

fenpyroximate Ortus2 50% SC 75 a 100 ml Acaricida do grupo químico pirasol.

Ação de contato. Atua sobre larvas e adultos. Classe toxicológica II.

chlorfenapir Pirate2 24% CE 30 a 50 ml Inseticida acaricida do grupo químico pyrrole.

Ação de contato. Classe toxicológica III.

abamectina Vertimec 18 CE2 18% CE 40 a 60 ml Acaricida de origem biológica do grupo químico da avermectina.

Ação de contato e ingestão. Apresenta atividade translaminar. Classe toxicológica III.

bifenthrin Talstar 100 CE2 10% CE 40 ml Inseticida acaricida do grupo químico piretróide sintético.

Ação de contato.

Continua

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45

Continuação da Tabela 3

Praga Inseticida / acaricida

Formulação3 Doses em água1

(100L/água) Observações

Nome técnico Nome técnico

Cochonilha,

Contarínea,

Cigarrinha e

Lagartas

bifenthrin Talstar 100 CE2 10% CE 40 ml Inseticida acaricida do grupo químico piretróide sintético.

Ação de contato.

carbosufan Marshall 400 SC 40 % SC 75 ml

thiamethoxan Actara 250 WG2 25% WG 50 a 70 ml Inseticida do grupo químico neocotinóides

Ação sistêmica. Classe toxicológica III.

1 Recomenda-se calibrar (medir vazão) o equipamento de pulverização a ser utilizado para se evitar o uso de doses excessivas, que poderiam causar problemas de fitotoxidez ao mamoeiro, ou de subdoses

que tornariam a pulverização ineficaz. 2 Produto de uso registrado para a cultura do mamoeiro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. 3 Formulações: CE = concentrado emulsionável; OE = óleo emulsionável; SC = solução concentrada; WG = grãos dispersíveis em água e PM = pó molhável.

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46

12.2 Controle de doenças

12.2.1 Doenças fúngicas - normalmente, deve-se fazer o monitoramento e se necessário o controle

através de pulverizações com fungicidas registrados (Tabela 4) ou complementado com o tratamento

em pós-colheita.

12.2.2 Viroses - deve-se adotar as seguintes medidas preventivas, visando reduzir o inoculo no campo

e a disseminação das doenças:

a) erradicar todos os mamoeiros infectados por vírus, em beira de estradas, fundo de quintal e

consorciados com outras culturas próximas ao pomar;

b) erradicar, sistematicamente, todos os mamoeiros que apresentem sintoma típico da doença,

eliminando-os do pomar;

c) evitar o plantio de culturas hospedeiras de pulgões (transmissores da virose) tais como abóbora,

melancia, melão, maxixe, quiabo, pepino, couve, pimentão, repolho e outras, nas proximidades do

mamoal. Quando não for possível evitar estas culturas, pulverizá-las periodicamente para reduzir a

população de pulgões;

d) formar mudas em viveiros distantes de lavouras infectadas;

e) implantar novos mamoais, o mais longe possível de lavouras velhas, principalmente se estiverem

infectadas.

12.2.3 Vira-cabeça ou Necrose Apical – é uma doença de etiologia ainda não determinada cuja

incidência tem aumentado nos últimos anos, sendo transmitida por insetos vetores. Os sintomas são

a clorose (amarelecimento) das folhas jovens, evoluindo para a necrose apical e curvatura do ápice

do caule. Com o tempo todas as folhas do terço superior da planta tornam-se cloróticas, param de

crescer e morrem. Nos estádios mais avançados da doença, as plantas ficam sem folhas com extensa

necrose apical e morrem.

Para o controle da doença recomenda-se erradicar sistematicamente (roguing) todas as plantas

que apresentem os sintomas da doença.

12.2.4. Podridão de fitóftora ou gomose - o controle da doença é preventivo, efetuando-se o plantio

em solos leves e bem drenados. O plantio em camalhões reduz a incidência da doença.

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Quando infecta o caule em estágio inicial, o controle pode ser feito através da raspagem do

tronco, com canivete bem afiado, seguido de um pincelamento com pasta bordalesa (1 kg de Sulfato

de cobre + 2 kg de cal + 10 litros de água).

Quando a infecção for generalizada erradicar sistematicamente todas as plantas doentes e, para

evitar a disseminação da doença, pulverizar as plantas sadias com produtos à base de famoxadone +

manacozeb (Midas) na dosagem de 160 gramas do produto comercial para cada 100 litros de água.

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Tabela 4 - Recomendações técnicas para o controle químico de doenças da cultura do mamoeiro

Doença Fungicida

Formulação3 Doses em água1

(100L água) Observações

Nome técnico Nome comercial

Antracnose

e

Podridão de

Pedúnculo

Mancozeb Manzate 8002

Manzate GrDa2

Persist SC2

80% PM

80% GrDa

44,5% SC

200 g Fungicida protetor do grupo químico dos ditiocarbamatos.

Ação de contato. Classe toxicológica III.

Maneb Maneb 8002 80% PM 200 g Fungicida protetor do grupo químico dos ditiocarbamatos.

Ação de contato.

mancozeb +

oxicloreto de cobre Cuprozeb2

(44 + 30%)

PM 200 g

Mistura de fungicidas protetores à base de mancozeb dos ditiocarbamatos e

oxicloreto de cobre dos cúpricos.

Ação de contato. Classe toxicológica III.

difenoconazole Score2 25% CE 30 ml Fungicida erradicante do grupo químico dos triazóis.

Ação sistêmica. Classe toxicológica I.

Famoxadone +

mancozeb Midas2

(6,2 + 65,2%)

WG 160 g

Fungicida do grupo químico das oxazolidinedionas e ditiocarbamatos.

Ação de contato e formulado em granulados dispersíveis em água. Classe

toxicológica II.

pyraclostrobin Comet2 25% CE 40 ml

Fungicida do grupo químico das strobilurinas.

Ação de contato. Atua inibindo a germinação de esporos e no desenvolvimento e

penetração dos tubos germinativos do fungo. Classe toxicológica II.

oxicloreto de cobre

Agrinose2

Cobox2

Cuprogarb 5002

Hokko Cupra 5002

Propose2

Ramexane 8502

Reconil2

Recop2

60% PM

84% PM

84% PM

84% PM

58,8% PM

85% PM

58,8% PM

84% PM

350 g

250 g

200 g

250 g

400 g

300 g

400 g

200g

Fungicidas do grupo químico dos cúpricos.

Ação preventiva e de contato. Classes toxicológicas IV.

Imazalil Magnate 500 CE2 50% CE 200 ml Fungicida do grupo químico imidazole.

Ação sistêmica. Classe toxicológica I.

thiabendazole Tecto SC2 48,5% SC 100 ml Fungicida do grupo químico dos benzimidazóis.

Ação sistêmica. Classe toxicológica III.

óxido cuproso Cobre Sandoz2 50% PM 240 g

Fungicida bactericida de contato à base de cobre.

Ação de contato. Classe toxicológica IV.

Continua

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Continuação da Tabela 4.

Doença Fungicida

Formulação3 Doses em água1

(100L água) Observações

Nome técnico Nome técnico

Mancha de

Chocolate

tiofanato metílico Cercobim 700 PM2 70% PM 150 g Fungicidas do grupo químico dos benzimidazoles.

Ação sistêmica. Classes toxicológicas IV.

Mancozeb +

oxicloreto de cobre

Manzate 8002 +

Recop2

80% PM +

84% PM

200 g +

200 g

Mistura de Fungicidasdos grupos químicos dos ditiocarbamatos e cúpricos.

Ação preventiva e de contato. Classes toxicológicas variando de III a IV.

Varíola

ou

Pinta Preta

chlorothalonil

+

oxicloreto de cobre

Dacobre PM2 (25 + 30%)

PM 350 g

Mistura de fungicidas dos grupos químicos tetracloroisoftalonitra e cobre

metálico.

Ação de contato. Classe toxicológica II.

tiofanato metílico Cercobim 700 PM2 70% PM 150 g Fungicidas do grupo químico dos benzimidazoles.

Ação sistêmica. Classes toxicológicas IV.

difenoconazole Score2 25% CE 30 ml Fungicida erradicante do grupo químico dos triazóis.

Ação sistêmica. Classe toxicológica I.

pyraclostrobin Comet2 25% CE 40 ml

Fungicida do grupo químico das strobilurinas.

Ação de contato. Atua inibindo a germinação de esporos e no desenvolvimento e

penetração dos tubos germinativos do fungo. Classe toxicológica II.

thiabendazole Tecto SC2 48,5% SC 100 ml Fungicida do grupo químico dos benzimidazóis.

Ação sistêmica. Classe toxicológica III.

mancozeb

+

oxicloreto de cobre

Cuprozeb2 (44 +30%)

PM 200 g

Mistura de fungicidas protetores à base de mancozeb dos ditiocarbamatos e

oxicloreto de cobre dos cúpricos.

Ação de contato. Classe toxicológica III.

oxicloreto de cobre

Agrinose2

Cobox2

Cuprogarb 5002

Hokko Cupra 5002

Propose2

Ramexane 8502

Reconil2

Recop2

60% PM

84% PM

84% PM

84% PM

58,8% PM

85% PM

58,8% PM

84% PM

350 g

250 g

200 g

250 g

400 g

300 g

400 g

200 g

Fungicidas do grupo químico dos cúpricos.

Ação preventiva e de contato. Classes toxicológicas IV.

óxido cuproso Cobre Sandoz2 50% PM 240 g Fungicida bactericida de contato à base de cobre.

Ação de contato. Classe toxicológica IV.

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50

Continuação da Tabela 4.

Doença Fungicida

Formulação3 Doses em água1

(100L água) Observações

Nome técnico Nome técnico

Ascochyta

e

Corinéspora

difenoconazole Score2 25% CE 30 ml Fungicida erradicante do grupo químico dos triazóis.

Ação sistêmica. Classe toxicológica I.

pyraclostrobin Comet2 25% CE 40 ml

Fungicida do grupo químico das strobilurinas.

Ação de contato. Atua inibindo a germinação de esporos e no desenvolvimento e

penetração dos tubos germinativos do fungo. Classe toxicológica II.

tiofanato metílico Cercobim 700 PM2 70% PM 150 g Fungicidas do grupo químico dos benzimidazoles.

Ação sistêmica. Classes toxicológicas IV.

thiabendazole Tecto SC2 48,5% SC 100 ml Fungicida do grupo químico dos benzimidazóis.

Ação sistêmica. Classe toxicológica III.

Phythophtora Famoxadone +

mancozeb Midas2

(6,2 + 65,2%)

WG 160 g

Fungicida do grupo químico das oxazolidinedionas e ditiocarbamatos.

Ação de contato e formulado em granulados dispersíveis em água. Classe

toxicológica II.

Oídio

chlorothalonil

+

oxicloreto de cobre

Dacobre PM2 (25 + 30%)

PM 350 g

Mistura de fungicidas dos grupos químicos tetracloroisoftalonitra e cobre

metálico.

Ação de contato. Classe toxicológica II.

tiofanato metílico Cercobim 700 PM2 70% PM 150 g Fungicidas do grupo químico dos benzimidazoles.

Ação sistêmica. Classes toxicológicas IV.

pyraclostrobin Comet2 25% CE 40 ml

Fungicida do grupo químico das strobilurinas.

Ação de contato. Atua inibindo a germinação de esporos e no desenvolvimento e

penetração dos tubos germinativos do fungo. Classe toxicológica II.

enxofre

Kumulus DF2

Kumulus DF-AG2

Sulficamp2

Thiovit Sandoz2

80% WG

80% WG

80% PM

80% PM

400 g

400 g

300 g

200 g

Fungicida acaricida à base de enxofre.

Ação de contato. Incompatíveis com produtos à base de óleos, formulações

oleosas e caldas alcalinas como calda sulfocálcica.

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51

Continuação da Tabela 4.

Doença Fungicida

Formulação3 Doses em água1

(100L água) Observações

Nome técnico Nome técnico

Podridões de

Pós-Colheita

Thiabendazole Tecto SC2 48,5% SC 100 ml Fungicida do grupo químico dos benzimidazóis.

Ação sistêmica. Classe toxicológica III.

prochloraz Sportak 450 CE 45% CE 75 ml Fungicida do grupo químico imidazolilcarboxamida.

Ação de contato. Classe toxicológica I.

1 Recomenda-se calibrar (medir vazão) o equipamento de pulverização a ser utilizado para se evitar o uso de doses excessivas, que poderiam causar problemas de fitotoxidez ao

mamoeiro, ou de subdoses que tornariam a pulverização ineficaz. 2 Produto de uso registrado para a cultura do mamoeiro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. 3 Formulações: PM = pó molhável; GrDa = grãos dispersíveis em água; SC = solução concentrada; CE = concentrado emulsionável e WG = grãos dispersíveis em água.

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13. FITOTOXICIDADE

O mamoeiro é muito sensível a fitotoxidez dos produtos utilizados no controle químico de

pragas e doenças. Esta sensibilidade varia para diferentes produtos e também para diferentes

formulações do mesmo produto.

Deve-se, portanto, evitar a aplicação de produtos sem o conhecimento prévio de sua ação

sobre a cultura do mamoeiro, a fim de se evitar problemas com fitotoxicidade. Atentar também para

evitar a mistura de produtos que podem potencializar o efeito fitotóxico sobre as plantas.

Em testes realizados durante vinte e cinco anos em condições de cultivo comercial e em

trabalhos de pesquisa com mamoeiro nas regiões produtoras dos estados do Espírito Santo, Bahia,

São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte

foram constatados os níveis de fitotoxidez dos produtos citados na Tabela 5.

14. COLHEITA.

14.1. Época de Colheita

Inicia-se, normalmente, oito a nove meses após o transplantio das mudas, colhendo-se,

semanalmente, dependendo do local e da época de plantio, de um a três frutos por planta, até o 36º

mês. Na região Norte do Estado do Espírito Santo, devido ao efeito de temperatura sobre o

crescimento e maturação do fruto, considera-se a ocorrência de duas épocas distintas de colheita: de

verão e de inverno.

14.1.1. Colheita de verão - compreende um período aproximado de oito meses, entre setembro e

abril. Neste período, a produção de frutos é elevada e se concentra em novembro, dezembro, janeiro

e fevereiro. O tamanho e o peso dos frutos diminuem, enquanto que o número de frutos por planta

aumenta (Tabela 6). A casca torna-se mais lisa, brilhante, mais susceptível à ocorrência de manchas

fisiológicas e a danos causados por ácaros e/ou fungos. A polpa apresenta-se menos consistente,

porém com mais sabor.

14.1.2. Colheita de inverno - compreende um período aproximado de quatro meses, entre maio e

agosto, quando a produção de frutos é bastante reduzida. Neste período, o tamanho e o peso dos frutos

aumentam, enquanto que o número de frutos por planta reduz. A casca apresenta-se mais áspera, sem

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53

brilho e com poucas manchas externas, enquanto que a polpa torna-se mais consistente e com menores

teores de açucares (Tabela 6).

Tabela 5. Nível de toxidez de inseticidas, acaricidas e fungicidas no mamoeiro dos grupos Solo e

Formosa

Nível de Fitotoxicidade Produto Comercial Concentração e

Formulação1

Dose do Produto

(em 100L de água)

Severo desfolhamento e,

ou

frutos manchados

Afugan CE 30% CE 100 ml

Citrothiol 80 80% PM 100 g

Diazinon 600 CE 60% CE 120 ml

Ethion 500 50% CE 100 ml

Folimat 1000 100% SC 120 ml

Gusathion 400 40% CE 60 ml

Hostathion 400 40% CE 100 ml

Folicur + Tedion (20% CE + 85 CE) 150 ml + 250 ml

Folhas injuriadas,

amareladas e com bordos

e ápices queimados

Acricid 400 EC 40% CE 200 ml

Acricid 400 EC 60% CE 100 ml

Akar 500 CE 50% CE 120 ml

Assist 80% SO 3000 ml

Afugan CE 30% CE 70 ml

Assist 80% SO 1000 ml

Comet 25% CE 60 ml

Cropotex 50% PM 120 g

Decis 2,5 CE 25% CE 70 ml

Diazinon 600 CE 60% CE 100 ml

Ethion 500 50% CE 60 ml

Folicur PM 25% PM 150 g

Folicur PM + Tedion 80 (25% + 8%) PM 100 ml + 200 ml

Gramocil (20% + 10%) CE 250 ml

Gramocil (20% + 10%) 500 ml

Gramoxone 200 20% SC 250 ml

Karathane 25% PM 100 g

Karathane 25% PM 200 g

Moresthan BR 25% PM 240 g

Karmex 500 SC 50% SC 50 ml

Omite 68 E 68% CE 60 ml

Omite 68 E 68% CE 100 ml

Óleo mineral 75,6% OE 3000 ml

Óleo mineral 75,6% OE 1000 ml

Omite 30 PM 30% PM 100 g

Tamaron BR 60% CE 240 ml

Plictran 500 BR 50% PM 60 g

Thiobel 500 50% PM 250 g

Thiodan + Tedion (35% CE + 8% CE) 250 ml+ 250 ml

Roundup 48% SC 50 ml

Acaristop 500 SC 50% SC 50 ml

Actara 250 WG 25% WG 150 g

Continua

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Continua...

Nível de Fitotoxicidade Produto Comercial Concentração e

Formulação1

Dose do Produto (em

100l de água)

Folhas normais com

pouca ou quase nenhuma

mancha

Aliette 80% PM 100 g

Anthio 40% CE 120 ml

Assist 75,6% 250 ml

Benlate 500 50% PM 100 g

Captan 50 PM 50% PM 200 g

Bravonil 500 50% SC 250 ml

Calipso 48% SC 30 ml

Carbax 16% + 6% CE 240 ml

Cercobin 700 PM 70% PM 70 g

Cerconil SC 14% + 35% 250 ml

Comet 25% CE 40 ml

Cuprozeb 30% + 55% PM 200 g

Dacobre PM 25% e 30 % PM 250 g

Daconil BR 75% PM 200 g

Decis 2,5 CE 25% CE 30 ml

Derosal 500 SC 50% SC 100 ml

Dimetotato CE 40 % CE 150 ml

Dithane M 45 80% PM 200 g

Manage 15% PM 75 g

Manzate 800 80% PM 200 g

Meothrin 30% CE 50 ml

Midas 6,2% + 65,2% 160 g

Moresthan BR 25% PM 120 g

Naturoil 93% SO 250 ml

Neoron 500 CE 50% CE 75 ml

Orthocide 500 50% PM 240 g

Persist SC 44,5% SC 360 ml

Pirate 24% SC 40 ml

Recop 50% PM 250 g

Reconil 58,8% 200 g

Ridomil Gold MZ (4% + 64%) 300 g

Rubigan 120 CE 12% CE 20 ml

Saprol BR 19% CE 100 ml

Sevin 50% PM 200 g

Score 25% CE 30 ml

Sumithion 500 CE 500 CE 150 ml

Talstar 100 CE 10% CE 40 ml

Tecto SC 48,5% SC 100 ml

Tedion 80% CE 240 ml

Thiodan CE 35% CE 200 ml

Thiovit Sandoz 80% PM 400 g

Torque 500 SC 50% SC 100 ml

Vertimec 18 CE 18% CE 50 ml 1Formulação: SC = solução concentrada; CE = concentrado emusionável; PM = pó molhável

FONTE: Marin et al. (1995); MARIN et al. (1998); MARIN (1998).

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Tabela 6. Produção, número e peso de frutos do mamoeiro do grupo Solo, entre 12 e 24 meses após

o plantio, na região Norte do Espírito Santo

Meses Produção

(kg/planta)

Frutos

(no/planta)

Peso

(g/fruto)

Janeiro 5,2 13 400

Fevereiro 4,5 11 410

Março 3,7 9 410

Abril 3,0 7 430

Maio 1,9 4 480

Junho 1,1 2 550

Julho 1,2 2 600

Agosto 1,7 3 570

Setembro 2,9 6 480

Outubro 3,4 8 430

Novembro 4,6 11 420

Dezembro 4,9 12 410

FONTE: Marin et al. (1995).

14.2. Ponto de colheita

O ponto de colheita é indicado pela mudança de coloração da casca do fruto, que passa de

verde a verde clara, com ou sem estrias amareladas, partindo da base para o pedúnculo. A decisão

sobre o melhor ponto de colheita dos frutos depende da distância do mercado consumidor, da época

de colheita (verão ou inverno) e do tipo de mercado (interno ou de exportação). Atualmente o

Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura estabelece a classificação do mamão pelos

seguintes subgrupos que garantem a homogeneidade da coloração do lote e identifica o grau de

maturação do fruto em cinco estádios:

14.2.1. Subgrupo 1 - ou “estágio de uma pinta”, em que o fruto apresenta casca com coloração verde

claro com uma a duas estrias amareladas, pouco perceptíveis, iniciando-se da base para o ápice do

fruto. Neste estádio considera-se que as estrias amareladas não devem ocupar mais do que 15% da

superfície da casca. Internamente, a polpa apresenta uma leve coloração branco próximo à casca e,

branco amarelo pálido, próximo à cavidade ovariana.

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Atualmente, é o estágio mais usado na colheita de frutos destinados à exportação por via

marítima ou mesmo para o mercado interno, a distâncias de 2.000 a 2.500 km da região produtora.

14.2.2. Subgrupo 2 - ou “estágio de duas pintas”, quando o fruto apresenta coloração verde claro

com duas estrias amareladas bem perceptíveis partindo da base para o pedúnculo do fruto ocupando

cerca de 15 a 25% da superfície. Internamente, a polpa apresenta coloração branco amarelo pálido na

região próxima à casca e róseo claro próximo à cavidade ovariana.

É o estágio mais utilizado na colheita de frutos para exportação por via aérea ou mesmo para

mercado interno distantes de 1.500 a 2.000 km da região produtora.

14.2.3. Subgrupo 3 - ou “estágio de três pintas”, em que o fruto apresenta coloração verde claro, com

três estrias amareladas bem perceptíveis partindo da base para o pedúnculo do fruto. Neste estádio

considera-se que as estrias devem ocupar cerca de 25 a 50% da superfície do fruto. Internamente, a

polpa apresenta coloração branco amarelo pálido próxima à casca e vermelho claro próximo à

cavidade ovariana. É utilizado na colheita de frutos destinados a exportação por via aérea ou para o

mercado interno situado a até 1.000 a 1.500 km da região produtora.

14.2.4. Subgrupo 4 - estágio em que o fruto apresenta três estrias amareladas bem acentuadas,

partindo da base para o pedúnculo do fruto e ocupando cerca de 50 a 70% da superfície da casca.

Internamente, a polpa apresenta coloração branco amarelada próxima à casca e vermelha alaranjada

próximo à cavidade ovariana. É utilizado na colheita de frutos destinados à exportação aérea e ao

mercado interno distantes de 500 a 1.000 km da região produtora.

14.2.5. Subgrupo 5 – quando o fruto apresenta-se com a casca quase totalmente amarelada ocupando

cerca de 75 a 100% da superfície do fruto. Internamente, a polpa apresenta coloração amarelo

alaranjado próxima à casca e vermelho alaranjado intenso próximo à cavidade ovariana. É utilizado

na colheita de frutos destinados ao mercado interno situado até 500 km da região produtora.

14.3. Arranquio dos frutos

É efetuado imediatamente após os frutos atingirem o estágio de maturação desejado, tomando-

se os devidos cuidados para não danificá-los e reduzir o seu valor comercial. Os frutos devem ser

retirados manualmente, com uma leve pressão sobre o pedúnculo e colocados em caixas previamente

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forradas. Recomenda-se o uso de luvas plásticas e camisa de mangas compridas, para evitar

queimaduras na pele devido à exsudação de látex ou “leite”.

Nas condições de cultivo do mamoeiro na região Norte do Espírito Santo, a colheita é

facilitada pelo baixo porte que as plantas apresentam 18 a 24 meses após o plantio, quando os frutos

são facilmente alcançados pelas mãos do colhedor. Após esse período, torna-se necessário o uso de

escadas ou colheitadeiras próprias, o que encarece um pouco mais o custo da colheita. A partir dos

36 meses após o plantio, a cultura se inviabiliza economicamente devido ao alto porte e à baixa

produtividade dos mamoeiros.

14.4. Sistemas de colheita

Pode-se utilizar os seguintes sistemas:

14.4.1. Colheita manual com uso de balde: os frutos são colhidos com ou sem o pedúnculo e

colocados em baldes plásticos forrados com camadas de “plástico bolha” ou folhas de jornal. A seguir,

são repassados manualmente (um a um) para as caixas de colheita, que depois de cheias, são

recolhidas transportadas em carretas rebocadas com o auxílio de uma escada ou tripé.

14.4.2. Colheita manual sobre plataforma mecanizada: é um sistema adaptado da colhedeira

mecânica U.H. desenvolvida pela Universidade do Havaí. Consiste de uma carreta movida por tração

mecânica, onde são adaptadas duas plataformas laterais, reguláveis de acordo com a altura do

mamoeiro, que permitam o trabalho simultâneo de até quatro colhedores. Os frutos são colhidos

manualmente e colocados nas caixas de colheita, distribuídas sobre plataformas que, depois de cheias,

são empilhadas por um ou dois operadores, dentro da própria carreta.

15. TRATAMENTO FITOSSANITÁRIO PÓS-COLHEITA

Seu objetivo é limpar e proteger os frutos contra as doenças mais comuns nesta fase. O

tratamento deve ser efetuado na casa de embalagem e pode ser:

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15.1. Térmico

Através da imersão dos frutos em água com temperatura variando de 47 a 49 ºC, durante 20

minutos, seguida de outra imersão em água fria, por igual período.

A principal desvantagem deste tratamento é que o mesmo requer o uso de aquecedores

funcionando com precisão para manter a temperatura da água constante durante os vinte minutos

prescritos, pois, temperaturas menores que 47 ºC não exercem um controle desejado e maiores que

49 ºC podem causar injúrias nos frutos.

15.2. Químico

Através da imersão dos frutos em uma solução contendo fungicida. O mais recomendado,

atualmente, é o Tecto 40F (tiabendazole), à razão de 100 g/100 litros de água, porque não tem deixado

resíduos prejudiciais à saúde humana. Deve-se evitar doses superiores à recomendada, bem como

outros fungicidas de ação sistêmica.

16. CLASSIFICAÇÃO

Após o tratamento fitossanitário, os frutos devem ser classificados por tamanho, ou seja,

separados em pequenos, médios e grandes ou por tipos, de acordo com o número de frutos que

couberem em uma caixa. A classificação pode ser feita manualmente ou com máquinas de pequeno

porte, construídas especialmente para este trabalho. A Tabela 7 apresenta a classificação do fruto do

mamoeiro ‘Solo’ havaiano para o mercado interno e exportação. Recentemente o Programa Brasileiro

para a Modernização da Horticultura estabeleceu a seguinte classificação do mamão dos grupos Solo

e Formosa como garantia de homogeneidade determinado pelo peso do fruto dado pela Tabela 8.

17. ETIQUETAGEM DO FRUTO

Visa caracterizar o fruto e identificar sua procedência. Comumente, utilizam-se etiquetas

autocolantes, de forma circular ou elíptica, com 2 ou 3 cm de comprimento, de cores variadas, que

devem ser colocadas na base do fruto, nas quais aparecem o nome do produtor e, ou o local da

produção.

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Tabela 7. Classificação do fruto do mamoeiro ‘Solo’ em tipos utilizados para o mercado

interno e exportação

Tipo

Peso Médio

(gramas)

Mercado Nacional Mercado Internacional

6 - 560 a 650

7 790 a 860 500 a 559

8 680 a 789 440 a 499

9 610 a 679 390 a 439

10 550 a 609 350 a 389

11 500 a 549 320 a 349

12 460 a 499 290 a 319

13 420 a 459 -

14 390 a 419 -

15 370 a 389 -

16 340 a 369 -

17 320 a 339 -

18 310 a 319 -

19 290 a 309 -

20 280 a 289 -

FONTE: Marin et al. (1995).

18. EMBALAGEM

É feita manualmente, com os frutos embrulhados um a um em papel tipo seda e colocados

dentro da caixa, em posição vertical ou levemente inclinada, com a base voltada para cima. Deve-se

colocar fitas de madeira (sepilhos), tanto no fundo da caixa, quanto entre os frutos e sob a tampa, para

dar firmeza e proteção aos frutos. A caixa pode ser:

18.1. De madeira

É usada normalmente para o mercado interno. Deve ter as dimensões externas de 40,5 x 30,0

x 15,0 cm para o mamão ‘Solo’ e 50,0 x 47,0 x 35,0 cm para o mamão ‘Formosa’ (comprimento x

largura x altura), devendo apresentar, respectivamente 6,0 e 32,0 kg de peso líquido. Na parte lateral

da caixa (“testeira”), colam-se etiquetas de papel de formato retangular, com dimensões, desenhos e

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cores variadas. Nestas devem também aparecer o nome, o peso, a classificação, o estágio de

maturação e a procedência do produto.

Tabela 8. Normas de classificação do fruto do mamoeiro dos grupos Solo e Formosa em função do

peso do fruto

Classe Peso (gramas)

A ou 0 Menor ou igual a 280

B ou 280 Maior que 280 até 310

C ou 310 Maior que 310 até 340

D ou 340 Maior que 340 até 380

E ou 380 Maior que 380 até 430

F ou 430 Maior que 430 até 500

G ou 500 Maior que 500 até 570

H ou 570 Maior que 570 até 670

I ou 670 Maior que 670 até 800

J ou 800 Maior que 800 até 1000

K ou 1000 Maior que 1000 até 1300

L ou 1300 Maior que 1300 até 1500

M ou 1500 Maior que 1500 até 1800

N ou 1800 Maior que 1800 até 2300

O ou 2300 Maior que 2300

FONTE: CQH/CEAGESP (2003)

18.2. De plástico

Utiliza-se normalmente a mesma caixa usada para a colheita, cujas dimensões externas devem

ser de 55,5 x 35,5 x 30,5 cm (comprimento x largura x altura), seu peso líquido está em torno de 21,0

kg e é usada somente para o mercado interno.

18.3. De papelão

Usada quase que exclusivamente para o mamão “Solo” de exportação, deve ter as dimensões

externas de 35,0 x 26,5 x 13,0 cm (comprimento x largura x altura), com peso líquido de 3,5 kg, em

média. O número de frutos por caixa pode variar de seis a doze, o que permite sua classificação em

tipos.

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19. COMERCIALIZAÇÃO

Pode ser efetuada através de cooperativas, intermediários, exportadores ou pelo próprio

produtor, mediante entrega direta nas Centrais de Abastecimento de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas

Gerais e Espírito Santo.

Cerca de 85% da safra brasileira de mamão é produzido de setembro a abril, ou seja, na

colheita de verão na região sudeste. Neste período, os preços alcançam as melhores cotações no

mercado interno, a despeito do aumento de consumo de mamão no país, devido ao excesso de oferta

e à produção de frutos com tamanho e aparência pouco desejáveis para a comercialização. Na colheita

de inverno (abril a maio), a baixa oferta de frutos com tamanho e aparência externa mais desejável

para o mercado interno, contribuem para a obtenção de melhores preços.

Os frutos do mamoeiro ‘Solo’ que no mercado interno, alcançam a maior cotação de preços

são os do tipo 9 a 13 (420 a 680 gramas). Com relação à exportação os de maiores cotações são os do

tipo 8 a 10 (390 a 450 gramas). No caso do mamoeiro ‘Formosa’, a preferência recai nos frutos com

peso médio de 1.100 kg.

Até 1996 estimava-se que apenas 20% do mamão produzido nas regiões Sul da Bahia e Norte

do Espírito Santo, apresentavam condições ideais para exportação, devido à grande exigência do

mercado internacional por qualidade e ao fato do fruto apresentar uma casca muito sensível á “mancha

fisiológica”. Mesmo assim, cerca de 65% das 8 mil toneladas de mamão ‘Solo’ exportadas para a

Europa, em 1999, eram oriundas destas regiões.

A abertura do mercado americano para a papaya brasileira, a partir de 1997, aliado à

introdução da cultivar ‘Golden’ que permitiu um melhor rendimento de exportação, contribuiu para

o aumento da exportação brasileira, que passou de 9,8 para 34,2 mil toneladas no período 1998/2003,

colocando o Brasil como o segundo exportador mundial.

20. COEFICIENTES TÉCNICOS

A Tabela 9 apresenta os coeficientes técnicos para implantação de 1,0 ha de mamão ‘Solo’

havaiano no espaçamento de 3,30 x 1,80 m com 2.020 plantas por hectare.

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Tabela 9. Coeficientes técnicos e custos para implantação e manutenção de 1,0 ha de mamoeiro ‘Solo’ (1.786 covas) para as condições de cultivo nas

regiões Noroeste do Estado do Espírito Santo

Especificação Unidade Quantidade

10 ano 20 ano 30 ano

1. Insumos

1.1. Sementes kg 0,25 - -

1.2. Recipientes plásticos mil 6 - -

1.3. Fertilizantes e Corretivos

. Calcário dolomítico t 2 - -

. Esterco de galinha t 4,5 4,5 -

. Superfosfato simples (cova) kg 536 - -

. Cloreto de potássio (cova) kg 89 - -

. Sulfato de amônio (cobertura) kg 1.144 1.239 -

. Superfosfato simples (cobertura) kg 429 286 -

. Cloreto de potássio (cobertura) kg 571 690 -

. Cálcio foliar (15 %) lt 24 24 -

. Complexo de Micros sg lt 12 12 -

1.4. Defensivos

. Dacobre (4 aplicações) kg 7 7 7

. Manzate 800 (4 aplicações) kg 7 7 7

. Recop (4 aplicações) kg 4 4 4

. Cuprozeb (4 aplicações) kg 4 4 4

. Cobre Sandoz (4 aplicações) kg 5 5 5

. Score (1 aplicação) lt 0,2 0,2 0,2

. Comet (1 aplicação) lt 0,2 0,2 0,2

. Cercobin 700 PM (1 aplicação) kg 0,5 0,5 0,5

. Tecto SC ( 1 aplicação) kg O,5 0,5 0,5 Continua

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Anais do VII Simpósio do Papaya Brasileiro

63

Continuação da Tabela 9.

Especificação Unidade Quantidade

10 ano 20 ano 30 ano

. Vertimec 18 CE (2 aplicações) lt 0,8 0,8 0,8

. Pirate (2 aplicações) lt 0,5 0,5 0,5

. Ortus 50 SC (2 aplicação) lt 1 1 1

. Tedion 80 (1 aplicação) lt 1 1 1

. Calypso 480 SC (2 aplicação) lt 0,1 0,1 0,1

. Actara 250 WG (1 aplicação) kg 0,3 0,3 0,3

. Óleo vegetal (2 aplicações) lt 2,5 2,5 2,5

2. Mecanização

. destoca e roçagem h/tr 7 - -

. aração h/tr 4 - -

. aplicação de calcário h/tr 1 - -

. gradagem h/tr 2 - -

. sulcamento h/tr 4 - -

. transporte de muda h/tr 2 - -

. pulverização h/tr 12 12 12

. atomização h/tr 6 12 6

. colheita e transporte de fruto h/tr 19 80 60

3. Mão-de-obra

. produção de muda d/H 26 - -

. marcação de área d/H 3 - -

. distribuição de muda d/H 2 - -

. adubação de cova d/H 5 - -

. fechamento de cova d/H 2 - -

. plantio ( três mudas por cova) d/H 13 - -

. capina manual d/H 40 40 40

. desbrota d/H 9 - -

Continua

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Anais do VII Simpósio do Papaya Brasileiro

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Continuação da Tabela 9.

Especificação Unidade Quantidade

10 ano 20 ano 30 ano

. sexagem de planta d/H 5 - -

. raleio de fruto d/H 15 24 18

. erradicação d/H 18 18 14

. limpeza de área d/H 12 12 9

. adubação em cobertura d/H 18 18 -

. pulverização d/H 4 4 3

. atomização d/H 1 2 1

. colheita manual d/H 24 120 90

. processamento do fruto d/H 21 91 68

F0NTE: Extraído de Marin et al. (2002).

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