A CULTURA INOiGENA NO OLHAR DlDA nco -...
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UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANAVanessa Prates
A CULTURA INOiGENA NO OLHAR DlDA nco
Vanessa Prates
A CULTURA INDiGENA NO OLHAR DIDATlCO
tvtouogr.lfia aprcscnlildl ao CUr50 de Pcd:lgogia dolFaculd:lde de Cicuci:Js HUllIanas. Lclms cArIes daUniw:rsidade Tuiuti do P;Ir.lTl.<1 COIllO roqllisito p.lrc-ialp.::!m;t ohICII~'O do litulo de Liccnci:nOfa Plena c Gc5t:ioEduclciOll:ll.
OriCllladom: ProJ" Souill 1i'~1l>c1 Wawfl.yniak
Curitiba2006
j~ Universidade Tuiuti do ParanaFACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRASEARTES
Curso de Pedagogia
TERMO DEAPROVA<;AO
NOME DO ALUNO: VANESSAPRATES
TITULO: A cultura indfgena no olhar didatico
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIALPARA A OBTEN!;AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOGlA, DO CURSO DEPEDAGOGIA, DA FACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DAUNIVERSIDADETUIUTI DO PARANA.
PROF(a). ELiZAB HARTOG
MEMBR~ 9{'JAN~ Cf',PROF(a)~V~CHAMEMBRODA BANCA
DATA: 20/02/2006
MEDIA" 8/0. ---------
CURITIBA - PARANA2005
AGRADECIMENTOS
Agradc~o a Deus c a tod"s .s pessoas que me auxiliaram113 pesquisa e no descilyolvimento do prcsente trabulho.
o gl':lllde segredo da edllc!!~ao public!! de hoje e 511!!incapncidadede distinguir conhecilJl("lIto (" 5:tbedori:t. Forma a ment(' edcspreza 0 carMer C 0 cOl1llj:ao. As cOliseqiicnci:u: sao cstolS que.'\:Cve.(Theodore Pfllmqllist(!S, escritor lJorte mll~riC:flIUJ)
SUMARIO
I lNTRODU<;:AO 92 H1STORIA DO iNDIO NO BRASIL 112.10 iNDIO NO BRASIL: ASPECTOS HisTORICOS 122.1.1 As primeiras i.nfof'llIayoes 122.1.2 Os primeiros contntos 122.1.3 0 indio no SuI do Brasil 142.1.4 0 ~ldio no Para"o 152.1.4.1 Kaingang no Param't 172.1.4.2 Guarani no Parana 202. 1.4.3 Xeta no P~ranil 213. 0 ENCOBRIMENTO DOS POVOS INDiGENAS MANUALS 22DID..\TICOS4. CONCLUsAo 28REFERE:NCIAS BmLIOGRAFICAS 29
RESUMO
o objetivo dcsle trabalho c ahordar a cultura indigena no olhnr didtltico.
mais precisamente a generalizll'rao da cuitura indigena nos 11vr05 did:iticos.
tratando-os apenas como 0 indio. Em primciro momento, h£l lim resgntc
hist6rico, onde se pode observ:u a trnjet6titl do indio antes mesmo do
descobrimcnto do Brasil, ate os elias atuais. Em lIlIl segundo momento aborda a
questfro indigena no Iivro did£llico como meia de aprendizagcm do aiullo e formayao
de conceitos, pod endo gerar estere6tipos se nao forem bem tratados.
Palavras-chave: indio Hist6rico ; Brasil; livro did:itico ;
IINTRODU(:AO
Este trabnlho abordil a cultura indigell:l no olliar did!nico, visando alel1ar os
3utores e profissionais da edllca~ao quanta it verncidade dos fatDs escritos. Destinado
aos profissiollais de Hist6rin, Peclagogin e aos dClllais educadores cia ~\rea. com 0
intuito de levil-Ios a lima reflcxao sabre a pn'ttica de ensino, para que futuramente as
prilticas pedag6gicas possnm SCI"reflctidns.
A cuJtura indigena atrnves do alhar didatico e tim tema importIDlte a ser
abordado no meia academico, pois sabemos que 0 livTo did~\tico e um inslrumento
pocleroso no processo de ensino-aprendizi:1gem.
o processo de ensino aprendizt.1gem comcc;:a na inlTIncia, a pattir ciesla fase que
as Crially3S comcy3m a ramuli" slia personaii(hlde. por i550 e Illuito importante que tudo
que for repassado as clianrras, nao seja fcHo de quaiquer jeito, qucrendo apcnas enrolil-
las. Percebi isso e achei interessante estudar sabre a assunlo depois que mel! filho
chegou pra mim dizendo 0 que havia aprendido l1a eseola no dia do indio.Coisas
absurdas foram ditas as erianyas e com um olhar eIitie.o, levei meu tilho a uma aldeia
indigena ntl regiUo de Piraguara para conhecer a cullum indigenn da etnia guarani. Elc
mCS1l1O chcgou pura os amigos de cscoll.l c disse como em 1ft e tcve a iniciativa de
levar as fotos liradas para os colegas verem. Foi um momento m:lgico para ele que
vivcncioll e para as crianrras que vim1l1 pel<l primeira vez COIllO era 0 indio c um POllCO
da hist6ria deIes scm SCI' nos livl'Os didflticos.
Quando pcnsamos em cultura imaginamos vnrias, mas ao iniciannos 0 estudo,
percebcIlloS n irnport;1ncia de comCrran110S pel a fonnayao a quai os alullos cstuo
inseridos, port:mto a culturn indigena e urn referencial para essa linha evolucionista A
linha evolucionista acreditn que a sociedade inicia-se a partir de um estado primitivo e
que gradualmcnte se toma civilizada 1ll0deJada confonne a leoria bioI6gica da
evolurrao. 0 que perccbcmos c que essa civilizayao esta. nssociada .1 cuilura europcia
do secu]o XIX C 0 estndo primitivo, a cullum indigena, sendo assim, e visla pcla
sociedade como uma cultura inferior a curopeia.
10
o trabalho a seguir est:'1separado por capilulos, desta l1laneira, 0 plimeiro capitulo
abordar;\ a hist6tia do indio atraves de uma rctrospectiva. iniciando-sc com a visao do
indio no Brasil e tcrmina com a situa~50 do mesmo no Parana, focaliz.1ndo algumas
das conseqiiencias que a cullum indigena e sells desccndentes sofreram com a chegada
d" cullun, europe-ia.
Atraves de LUll estudo hi5t6rico identificou-se tres etnias no Parana: Kaillgang,
Guarani e Xefl;. Distribuidas atualmente em 17 reservas indigen3s, elas adotam uma
Icgisla~ao (mica e aplicavel it todos os grupos indigenas indistintamente.
No seglUldo capitulo, ser{\ ilbordada a qucstao do indio no livro did{ltico, sua
visualizacao hist6ricn e atual, nn "hist6rin do Brasil". Para que esse estudo fosse
aprofulldado, houve a necessidade de realizar lima entrevistn com um aluno e com uma
historiadora, com 0 intuito de ex:aminannos 0 conceito de "indio" pam cad a um dos
entrcvistados (n pedido dos entrevistados, 0 nome fiead. em sigilo).
Desta maneira, [oi feita uma revisao literilria com 0 intuito de verificar como
es.t;\ sendo colocada a hist.orin do indio llas obras. Atraves dcssa rcvisao [oi possivel
constatar que houve diferen~a. pois atlHllmente hit varios meios de comllnicrt9aO que
acabillll par detllrpar a imagclII do indio e com isso, acaba genUlcio oposi¥ao entre 0
escrito e 0 visto/falado na midia.
II
2 A HlSTORIA DO iNDIO NO BRASIL
Este primeiro capitulo abordarti a hist6ri;l do indio atraves de uma retrospectiva,
ou seja, inicia-se com a visao do indio no Brasil e tennina com a situ!lyao do mesilla
no Paran{t. Essa retTospect-iv3 aborda algumas das conseqiicncias que a culturn
illdigena c sellS desccndentes sofreram COlli a chcguda da cultum curopeia.
o nome "indio" provem de lim equjYDCO crindo par Cristovao Colombo que.
chcgando it America, pensou ter chcgado it india. 0 conccito de indio Ccomplexo, mas
roi historic3mente entendido como rn9tl, Oll tambem como ll1ll llflico pova habitante
das Nl1ericas. Com cluias diferentes Coram tach ados de "mansos", "domestic ados",
"civilizados" ou "bravos", depcndendo da forma que reagiam nn.epoen do cantato com
os estmngeiros que habitnmm as terras da Atl1t~rica.
Quando nos referimos :t diferclH;a cultural e aD cstabelecimcnto de lima
<lssocia9;:ioentre culturns. podemos dizer que, tanto uma quanta a outra sfio capazes de
coopernr Illutuamente e progredir social mente. sem que Hilla "esmague" a outra. ou
h0111ogeneizarem-se de tal modo que haveria uma perda de pelo menos mna das
clIlturas em questiio c. conseqUentemente. um prejllizo para a hllmanidade de 11111 modo
geml que seria privndi\ de modelos1 sol1l90eS e pensnmentos culturais que talvez 56
aquela cultura conheccsse. 0 que e de um grande dilell1a da humanidade.
Ao verificar 0 papel do Estado brasileiro, not amos que ele adota uma legisla9fio
cspecial para as sociedades e individuos indigenas, ou scja, trala-se de Hilla legisla9ao
lmica e aphc{lvcl a todos os gfupos indigenas indistilltamcnte.
12
2.1 0 iNDIo NO BRASIL - ASPECTOS HlSTORICOS
2.1.1 As primeiras informayoes
Segundo as pesquisas arqucoJ6gicas c paieontol6gicas de Marconi, muito antes
do Brasil SCI" "dcscobcrto" por POrtugllCSCS,jti hnvia a preSCtly3 do homem. !sso ficoll
constatado pelos testemunhos f6sscis do homem da Lagoa Santa, em l\'linas Gerais,
que data de 8.000 n.c. '~Recentes pesquisas da arque610ga Conceiyao Beltrao taJvez
permitam recuar essa data para 12.000 ou 14.000 aIlos" (MARCONI, 2005, p.215).
Confonne Couto (1995), com a diminuiyao da temperntura do planeta
ocolTcram v{u'ias trnnsfonn3yoes climiltico-vcgetativas em lango prazo, criando
condiyoes para a biodiversidade de cspecies infinitns c a penctray1io de pa1coindio no
tcrrit6rio brasilico, com condiyoes de migrayao. Couto afuma que:
.. dur.mlC 0 pcriodo arCilico prC-l"c-r.imioo htl1I,'e imcu$:1 C;'~l de :mim;lis de pequenoparte e oolhcil:t sistclI1:ilica de pl;HlI:!!; aqlLilic.1S. Ill;!S dc\"ido ;h mud;m~ ctindtic.1shom'e altcra~'io no modo dc vida dos :nnerindios. Enqu.1111o :11.guns bandosc()lIlribuiam pcb destrui~o dOl \l;:gclay;.10 uutros sc adaplar.llu ;IS cn:SCClltclmodifica90cs do habitat utiliT~lldo os rocul"KlS ;llimcnl1rcs fornccidos pcbs no .•..ascondi~Oc,s cco16&ic.'1s. (1995. p.65)
2.1.2 as primeiros cantatas
Na epoea das brrandes nClvegayoes e descoberlas, a Europn vivia lima era de
intenso eomereio com 0 Orientc. Em 22 de abnl de 1500, lima esquadnt portuguesa"
eomandada por Pedro Alvares CabruJ aportoll nessas terras. habitadas por indivfduos
"cspcciais" c bern diferelllcs daqucles que habitavarn 0 vclho contincntc.
Dom Manucl T, na cpoea rei de Portugal, recebcu lima carta de Pero Vaz de
C:unjnha. escrivao d3 esquadra, em que se falavn da terra dcscobcrtn e it respcilo dos
povos que nela habit:avam, dizenclo:
J>;trcce-mc ~enlc de tal inoc:tncia que, sc nOs cntcndCsscIllOS a SlIJ rala c des :1flQ!S;!, ~ri:lIll logo cristl0!, "iSIO quc nilo trill Itcm cntcndclIl a Crclly:1 alguma.scgundo ap.:1r~lIcia. Assilll se 131'.10 crislilos c Mo de crer IIll noss.1 S:lIlt:l re. Eimprimir-se<1 f.1cilmCII\C nclcs qU:lI(lut'r ctlllho que Illes quiscrcm d'lr, lima VCI.: quc!lOSSOsenhor Illes dell !>oilS corp.» C bons rostos., COIIIOos homcns bons. Eks !laObYram lIem cri;lIll. NCIl1 1("1:lC(ui boi 011 ":lCL Cilbm. ovdba 011 galinln, ou qU:llqncrolLlro :Ulim.al que csteja :lC05lullIildo :l vi,"tr do homem. E fllo oomem sc n:io dcstcinhallle~ dl' qne :lqui hri mUlto. e dCS:S.1:isclllclllCS c frulos que a term C :Iii ;ir\"oT\..'sde1i dcit:llll. E com iuo ;mdam tais c t;\o rijos c fortes que 0 n:io somos nos_ com ta1l10trigo c Iq;mllcs que OOfUCIllOS. (ALVES. I 'J71).
A eleviH;iio cia cnl" diante da qual seri;t cc:lebracla :1 segunda missa no Brasil
simbolizou a posse dn terra reeell1 de·seobclta pelos nnvegantes portuglleses
com:lndados por Pedro Alvnres Cabral, traduzindo ai a intC119aOde dominio.
Interessante obscrv,u que os lndigenas ;.ljudaram nn con[cc9ao cia pcsada crllz de
madeira e diante dos capitaes da frota, lllarinheiros e homens de armas, imitaram-nos
em seus movimentos durante toda a cerimonia.
MesITIo diallte desse fato, estando claro 0 prillleiro sinal de disscmina9ao
cultural, 0 porlugw?s, a principie, nilo intcrferiu na maneira de viver do iIldie depois,
porcm. quando os colonizadorcs tivcralll a Ilccessidade de bra90s pam u lavouru e
passnrnm a cscravizar 0 nativo, 0 rclacionnmcnto entre bnmcos e indios Inudoll.
Segundo Ribeiro:
. durnnte os dois iCculos de c"()IItato com os CliropcUS, os indios ror:tlll prolcgidoscontr.l os colonos nas nli~ rclig,io.s:ls, princip;lImenle dM jesuitas. Ill:!. com ae;'l:puls:l0 dCSlcs. elll 175Y. :t admilliitrn~lo das aldci:ls roi cn(fCfue a s..l(."CrdOICSmenosintcrcU:ldos 1111obr.1 C:llcquctica, mais lardc, os indios foram doclor.ldos cid;ld;iosIjvI"CS. e suas :lldcins: promo\"idul nxcbendo nomes portuguese,;. (19%, p. 65).
Ribeiro (I996) afirma que csta fase s6 reprcselltoll pnra os indios 0 dircito de
sercm cxplorndos :;eJ1l tel' a quem recorrcr, sobre tnis cOlldiyocs sobrcvivemm alguns
descendenles dos POIiguClI'. primitivos da costa do Pamiba.
Ao longo de todD processo de povoamento do Brasil, verifica-se uma
progressiva di[erenciat;:ao lingui:;tica c civilizacional entre os descendcntes dos
primciros ocupnntes. I-iu aproximadamente 5.000 ;.tIlOS registrou-se mil clevndo
crescimento demogrnfico, muito dos indios que se fixaram no espayO brasilieo e !las
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imediar;oes das 5uas atuais fronteiras s50 agrupados de acordo com c.nlerios
iingUisticos. do seguinte modo: troncos (Macro- Tupi c Macro-Je). grnndes familias
com Aralia. alem de f~t111Hias menores situadas aD norte do Amazonas como
101101110111;. (NEVES, 1995).
Segundo Couto (1995), nao cxistcm dados definidos sabre n origem do Macro-
Je, mas h{1 indicios que a triba seja originaria de lima regiilo entre as nascenles dos rios
Sao Francisco e Araguai;l-Tocnntins hft ceren de 3000 nllos fixou-se na regiao
meridional, clando origem aDs Guoial1cu possiveimente antepassaclos dos atuais
kaingoHguc ou Carcados.
2.1.30 indio no Sui do Brasil
Muitos estudiosos naa fazem rcferencias aDs indios do Sui do pais, porem tCIll-
se noticins do Xoklcllg e Kail1goJlg desde 0 seculo XVTlL. Sao indigellas pertencentes
.10 gl1lpo lingliistico .Ie. Conuldo, no lim do scculo XVIll e inicio do seculo XlX
devido ~lcoloniza~ao c ao progresso do sui do Brasil os moradores das f]orcstns cram
obrigados a se dcslocarcm (c nno por vOlltade propria) para it rcgiil0 de Santa Catarina
(jil que a coloniza~.10 crescia ll1uito mpidamcntc no Rio Grundc do Sui c Paraml).
A coloniz.1yao restringiu 0 espn~o trnnsit6rio do indio, e tambem sua area de
ca~a, que agora era freqHentada pelos colonos, diminuindo ainda mais Sllas fontes de
alimentos (nao esqueccndo que II norest:a Ihes fomeciam pinhilo. palmitos e outros.
tambem disputados com os hmncos). as conflitos tiveram, entao, 0 seu inicio pcla
e.xpansao territorial onde as colonas imigrav(lm com a intuito de "sc fazcrcl11 na vida"
e com isso invadiam carla vez mais a floresta, habitat natum! do indio e estes por sua
vez tentavam defender sell lutico meio de sobrevivcllcia.
as Xoklcltg cram Indios arrcdios c acostumados a disputas - prcssupoc-sc que
sc mantinham cm constantcs tutas com os Kail1gang. Provnvclmente estlls conlcndas
tin.h:un seu motivo lias Areas de ca~a, 0 qual j:'1 se tomaVRm escassas. POI-eUl, a mnioria
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dessas Illtas se tratnvlt por vingrllly3S tanto entre 05 Kail1gallg c Xok!ellg como cntTe os
colones. que acreditavRm que 0 "indio born" era 0 "'indio mOTto", e ao praticarem tuis
atos, 56 resl'avn ao indio fnzer justl<;a a05 sells feridos Oll aDs sells mOli05.
Claro que muitas das investidas destes grupos as fazendas nao era apenns por
vinganyn, pois com a sua chegada it America. os indios descobrem 0 [elTo e Qutros
artcrates que os ntraem e facilitnrn SlIns yidas; partm, lim desses artcratos Ihes
causava espanlo e p.\Vor. era a anna de fogo. No cnlanto, a cxpansfio naa para c os
atuques impelidos pelos Xuklellg se tomam mais freqUentes e pam se impedir tnis
ttyoes 0 governo provincin.l cria "3 Lei nO 28 de 25 de Abril de 1836 que dn origem :i
campanha de pedestres pOl' pressito dos colonos~ aonde esta viria dar protec;ao its
colollias e caso hOllvesse atHqucs poderiam perseguir e eliminar este t:.io pavoroso
inimigo" (NEVES, 1995 p.35).
o que se {cm realmcnte era que a localiz&lQi'iodas ditas tropas nao ajudava na
defesa, havia um tlagrante e saiam ti procura dos indios n50 os encontraV(lm e se <leaso
ocorresse de se depararem com tais, nao teriam muitn sort"C,pois seus annamelltos
cram velhos e falhos.
Pensoll-sc tambem na passibilidadc de cateqllizar os indios, a que tambem naa
foi de Illuitn validade, pois como j6. se havin dito os indigenas cram arredios e os
encarregados de tuis servic;os mal adenlmram nas f1orestas.
2. l.4 0 indio no Parana
o Paran;i era densamente habitado por diversas populn90es indigenas milhares
de tlnos antes da chegada dos invasores europeus portugueses e cspanhois. Ao
cont:r:lrio do que a historiografia tradicional afirmolt dUHlllte varias decadas, no Paran;l
Tl~O exisliam apenas matas fechadas e animais selvagens "espemndo" pela civilizayao,
mas tambem, indios que viviam em gropos, de forma organizad:1, produzindo meios de
subsish:ncia, convivendo em hannonia com n natureza, desenvolvendo e transmilindo
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conhecimentos, de forml1 prfltica, ,'IS gera~5es seguintcs. a processo de expnns50
tenitorial e busea peln acumulu9ao de riquezas, Deorrida em regioes longinquas. fez
com que, «h8 500 nnos aqui chegassem homens com difercntes feir.;oes e fannas de
organizac5"o de vida, de fonna vlolenta, a cham ada coioniZ8Qao para num segundo
momento, prodllzir novas riqllezas" (NEVES, 1995,1'.66).
A hist6ria mais recente moma, nind:1 sob 0 enfoque cia ocupa<;lIo das terms,
que 0 norte do Estado do Paranti SOrrell, nos lllti.mos 50 nn05 lim vertiginoso processo
de ocupayao da tena que se cxpressa atraves de lima alta densidade populacional. Os
grupos K,lingang e Guarani, cmbora j:i em processo de acultuHH;;iio pelo cantate
prolongado. son"em nesse periodo, lim enfrentamento sistematico c dcsmobilizados de
re~Hr5es capazes de Frear 0 processo de ocupuyao de suns ten·as c conseqliente
desarticulay50 de sua cullum.
A partir das decadas de 80 e 90 do seculo XX, os indios oClipam 0 planalto,
meridional do Brnsil, rcduzidos n {tfCas que 11;10 mais Ihes pennitell1 a manutcnyao de
seu antigo modo de viver. Defrontam-se com problemas de lerra, ciev3stn<;ao do
ambiente natural e consequentemente, passam por um processo de descaracterizayao
ctnica.Um steulo e meio e 0 tempo trnnscolTido entre as primeiros aldcamcntos e a
atual conciiyfio desses grupos indigenas.
A te-ITa em que viviam era bastante diferente dnquela das sociedades de t1po
urbano posterior ;1 revolu<;ao social e industrial do sceulo XVIII. Elas 5;10 sociedade
scm Estado ex:crcido par cidad~los cOllluns como palte de sells cleverest como mcmbros
da sociedade e nao como corpomyl1o profissional, como no caso das sociedades com
Estado, on de lui 1I111 grupo de pessoas organizudas como administradorcs profissionais,
acima de lJlIl OUlTO grupe de individuos num tcrrit6rio dclimitado.
Atualmcnle 0 Pnrana e habitado por tr@s grupos indigenas: os XcIii, os
Guarani c os Ka;l1ganguc. Quante aos Ka;ngallgue nao ex:istem relatos hist6ricos de
quc tcnham side reduzidos. pois cles ('[3111 Clilssificados dentro de uma outm etl1iu
indigcna C 56 f01tl111 dcnomillados Kaingang no fim do scculo XIX por TeU3maco
Borba, mas desde 0 seeulo XVI oClipavam vales, campos e prndarias do suI. Com 0
des~parecimento dos locais on de viviam. foram encaminhados pam reservas indigenas
ollde ocorreu 0 processo de acultunu;:ao.
A Assessorin de nSSllntos indigenas do Parana aponta que existem no Estado do
Panm:i «aproximadamente 90151udigenas, habitnndo 85.164,30 hectares de terra. Esta
Mea estA distTibuida em 17 reserVl.I$ indigenas abrig.undo as etnias Kail/gang, Guarani
e 5 remanescentes do povo Xcfo". con forme 0 quadro I ~ seg.uir especiticado.
QUADRO I - TERRAS INDiGENAS DO PARANA (1995)
T~.rr .•~ Imlig~n;1I P.,pub('b i\lun;"ipIUII(Ib)
I'~h"," s.,.J~, Vi!. Aky" J.:~it\B."JS (.~l'>oIh,,,,"_PR •.•
J.9.l.j.oo:\lw:I~rdo l.wI·SC
~do:.r:.iolQu.·i~
M""tu,irinh~Fu:uJ,.. !o.;a;n;1na
1.617(1t~,rin~_iuh~. :\lanr,u.."irinn. to
17.301.071'.I""'irinha . .'\c:u~~'II~ol' (jun~ni C"",.wl y;,·itli
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Rj,yJ"sC<>br.~ T"*'IUM1l,hnh~I.I..,IK'l.Guar"ni 1.143
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Qucirn:td.ol s.: •.••" AJdria do C.nlpv K';nvIlS '" OrIir.urir .• .).011.00
:klocOC:l 5..'I.l-;:~(":Hndl ••• )1"illt.lI'$ " Or1ivrllir~ J4JJ)O
Avu~ •••...•ninl •••s.:1k.Tokl •••Vil.l' ••nc
J.::li1ltol"l1 '" •.•.••Jd.·ill;l 5.H.j,OOl!;oIT~;""
a..-- •• d.: Anlorti,,~ s."tk, C"dru ~ 1••...,Jrinh~ KMin!;.ll!.!: '" s;.,,'JcrOnin)('tL~«u :I.7~l.oOK;li'VlIll
Slo J~';~lIimo ob S<"" ~"Ou.an\ni 0•.•..-..,; m Si •••J~.,';nimatbs..~. 1.339,00:x...•.•J.:Ir .•,~i"l", S~t1.: Ot';If"".uI; ". S.",I" Aln~ti" 21-1,00
I~tlhl'"i""" s.rJ~ ("n••"",j U T•.'fl1J.rim. 513.00
!lh~,b(,~i.l,»3 s.:~ (ilk"""; " ";.It;Vl;ll)l.i. 12-4,oU
*G•.•anqu~~h.a """ (n~ " GU:tflMJl'*\·~h.a "1,00
Td.:ch,," ..\i\.1.:~ s.:~ 0\ •.••.•,,; lIBllil"l~nlc oo<X. .•.kt'
1.74'1.;0R:nnillmJi.
T()"r" •• 9.UI~ 1C5..135,1LlIl
Fonte. A.ueuOI HI.Especinl de A!l5untos Indlgcnnl1 do Pnrnn:\.
17
18
2.1.4.1 Kaingang no Parana
Ate 1882 os Ka;ngaJlg foram denominados pelos conquistndorcs de Coroados,
lermo este que se refelia no cabelo cartado no alto da cahe't3 em forma de coron em
toda sua hist6ria scm pre foi conhecida por sua branu'3 e hostilidade aos c:xploradorcs.
A denomina~fio Kaillgal1g s6 foi introduzida no final do seculo XIX por
Te!2maco Borba. inicialmentc, os KClillgallK e as );.~oklellg fcram classificados como
ullla llIlica elma e com dialetos difel'cntes.
Embora TelCmnco Borba tcnha convivido par muitos aoos com os Kai/lgaHJ;
dOl regiao Norte do ahl,t! Estado do Parnn{1 c tellha pcnnitido 0 rcgislTo de mitos c
hist6rias hem como a clabora~ao de um pequeno dicion{lrio da lingua kaingang (cle
acompanhnndo sells contell1por[ineos do seculo XIX). nao rcconheceu a existencia de
1II11sistema de mctades entre estes "firmar que os Kail1gollg est30 arliculndos atrnves
do reconhecimcnto de lim sistema de melades. POliCOS sao os estudos que se dedic<lm
exclusivamcnte it an{llise dos mitos kaingang. scndo que 0 primeiro registro roi
publicado em 1882, "0 mjto de origem do povo kaingang~ e 0 "mito d" origem do
milho".
o mito "de origem do povo kaingang" se descnvolve a pnrtir dn
complementnridade e dOlnssimetria que caractcriZ;tnl a rel.u.:ilo entre as duas llIctades. Esta
divis8.o em mct3des K':LUH! e K3iru ap.uocc no mito atraves dn traje.t6rin dos irmnos
mitol6gicO!l Kame e Kaim. Sao estc3 her6is clIitlirnis que dao 0 nome ils metades kningnng., c
slio eles que, no transcon'er do milO, criarnm os seres dn nalureza.
K:IIl)'cril feL cobms. Kame., Oll/;'JS. Este fCL primdro lIJIl,' OIli1'1 C a pintoll. dcpoisK:mycnl fez UIII \'C:ldo. Knnc dissc ;t OIl~I: 'COIliC 0 \'c:ldo, mas n:\o IIOS com:t'.Dcpois de reI. UllIU :IHI,oI., illdio~. NimuclllJoti(J (1 Y 13) foi 0 priJJli.'im a oJ"dcIl1l.1IlIo-ihcque OOIllCSSC;;.elite c bieilos. A :1111,',portlll, n:io ooll.lpreclld~u a OrdclII. Kollnercpcliu-Ihc ailld:1 dU;ls ve..:cs em ,~o; depois Ihe dissc, z:mgado: 'V;tis comer fOlll:l.5de urtiga, 1\,;10 prell.,,, JXIGl 11.1cl'l1' Kanrcru fez cobrtt5 c m..1udou quc elasmordcs.»;:m homc.'us C :mim:4is".0s imli.ios milolul;ioos Kalll(i c Kainl IIftO npcnfls('riaralll os seres da n;ttUI'Ch1. mils liunbCm :ni rcgm5 de conduta pam ~ homcns..dcfinindo a IOfmul:l dc m:mlamcllto das mCladcs (pJtriiillcaridadc) c cstabclcccndo:l ronl1:l como as mcluoc.s dC'I'cri:Ull relaciOIl!1r~5C (c.xo&.1!1lL:I.). "ChCpr:Ull ;I Un!C.1111POgrande .. rcunir.ulI-te <lOSK:ling<lllg c dcliher.l.ralll ca~lr os 1II000oSC as 1l1~..Is.CttS;aC;IIU-SC primciro 05 KaimcrCs COlli as filhas dos Kames, estcs com :lS duqucJcI.
19
C COIliO "jnd:1 sobr"w;tm liomclls, C!I.!iOU-SCcom as Iilhai lios K:lill,g~Ulg. (BORBA.1905, p.22).
o "mito da origem do milllO" trata-sc de um ritual do Kiki [6to pelos indios
anuairnente durante a epoca dOl colheita do milho verde e amadurecimento dos
pinh~c-s. Nessa epoca, a comwlidade se reuoi3 para rezar pelos falecidos dOl aldcin.
para que os espiritos fosscm ernbora em pnz e que nac lizesscrn mal a ningllclI1 cia
triba.
as regislTos hist6ricos daD contn de que os ultilllos Kail1gang foram
pacificados, no decOiTcr do scenia ~"'(. Vale lCllIbrar que nesse mesilla secuio QCOITeU
o dcsaparecimento das aldeias, surgindo entao, as atuais resclvas inciigcllas.
De acordo com a situayi'io de cada terra kaingang.. c passivel perccber 0
interesse da cOlTIunidade em manter Oll reclipernr 0 lisa da lingua na1iva. Em re.la~ao :'t
lingua falada, percebemos que varin de uma tTibo a outra. pois hil comunidades onde
todos sao fnlantes do Kaillgcmg. noutras sao falantes do portugues com exce~ao dos
mais velhos que sao bilingiies e em olltras, a maiorin da poplliuc;ao e bilingiie ou
f"lante do portugues. l\llesmo com essns vmiac;OesnohmlOSque as Kaillgallg, em geral,
passaram a valoriznr 0 uso da lingua mal'erna como UIll elclllento illlportante
paiiticamente, pois serviu para atlnnar a legitimidadc da luta pel a terra. POI' outro lado,
desdc a prolllulgac;50 da Conslituicao Federal, passoll-se u participnr ativamentc das
politicas de cducac50 escolar c de salJde que {'.xigcm 0 rcspeito ~ls espccificidadcs
cuitlll1lis de cada povo. Ao nos referinnos ,I cducu'(flo. notamos que a ci.utilha escolar
(bilingue) e 0 material sabre sallde (alcoolismo. DSTJaids), foram editados e estao
subsidinndo as politicas nns duas ilreas. Portanto, as ctial1~<lsKaillgang se adnptam e
freqticntam as series relativas ao ens ina da lingua matema e par volta dos nove anos.
participam do processo de aulas de introducao da lingua nacional, dominando
razoavehnente 0 portugues.
Devido a 1:m1'asmudaJ1~as e extinguindo algumas tTibos indigeni.1s que
conservam alguns dos hitbitos ou parte do sell dialeto, pOT exemplo: deixando as
crian<;as f31ar sua lingua ate a entrada na escola onde depois teril que aprender 0
portugu6s pura vi vcr COIIIO cidad:lo scglmdo a nossu socicdade.
20
Com lantas cobrnncras 0 proprio indio deixa de lado sua cultura e se adupta em
outras questOes sociais. como a questao do dinheiro e da roupa. pais antigamente
podiam viver IlUS e tlldo era ~\ base de troea. Hoje, para a inser~ao dentro de qualqucr
sociedade os ilbongines tSm que estnr vestidos pam tudo e tee dinheiro para tudo, pois
vivcmos em lim mundo capitalista e conslImista.
2.1.4.2 Guarani no Parana
No secuio XVl os Gllara"i viviaJl111<1Smargens do rio Pamn{l. Eram conhccidos
C0l110 "GuoyGl1lr", ncsta epoen OCOITeu 0 primeiro contata COIll os portugucses c
espanh6is, quando os europeus descobrirnm mctais preciosos nn Bacia do Pmta. No
inicio os Guarani re.agiram contra a entrada dos colon as em seu territ6rio, mas
acabaram cedendo e njudando na exploray3o, em troca de mercadolias.
Oepois que os colonizadores conhecem 0 lugar por onde podem explorar,
escmviz<lITI os indios e causa rcvolta nos meslllos. Neste periodo chegall1 os Jesuitas,
como 0 inhlilo de libel1ar os gunmnis da dominay.l0 espanholn. Pam isso, fundnm as
famosns redll~oes jcsuiticas, que SaO destilladas para abrigar os indigcnas 0 qunl sao
subllletidos a aprender a dout.fina crista.
COIll os ataques dos portugueses as reduyoes jesuiticas partem pra Sao Paulo, os
poucos indios que cOlltinuaram no Parana fugiram parD. a floresta e procurnram lim
rneio de sobreviver por contn pr6pria.
Atualmcnte, a dados de gunrnni espalhados pelo Brasil. No Purana ha alguns
Guarani na regiao de Piraqllara (reg.iiio metropoiitana de Curitiba), esses uinda
conservarn parte da sua cultum, mas vivem em situafYao lastimavel de pobreza, como
podemos obscrvar na foto abaixo (figura 1). Scndo assim. vivelll de doayoes c
contTiblli~(jes dos '~brallcos", pois j:i nao exist-em mais ten-as pant plantar e cultar.
21
FIGURA 1 : ALDEIA DOS GUARANI- REGIAO DE PIRAQUARA (PRJ
FONTE: VANESSA PRATES, 2005.
~.~.."2.1.4.3 Xeta no Parana ;..
~
1~'.Of':C;' ;"-"',:;jOl'ial!!."'~,~
o pcsquisador Vladimir Koznk. dcscnvolvcu um estudo portl 0 accrvo
fotocillell1atogr~fico do museu Para.naense e. pode constatar que os Xelcl emm
idcntificados com divcrsas denoll1ina~ocs:/30fOCllcio, Bug,.;:, Alli. Yvapal'e, Xela entre
outms. Sua lingua roi classificada COUlD pertencentes a familia Tupi-Guarnni.
Os Xcla habitavam a selTa de Dom'ados enh-e 0 liD Paran;l e 0 Rio Ivai, ao
noroeste do estado. 0 modo de sobrevivencia se desenvolvia a partir d:t cava e da
pesell.
Antes d<ls tClTns screm invadidas pel os Coroados, pam a prodtl~ao e 0
desenvolvimento do cafe, estimava-se entre 200 a 250 Xctit na serra de Dotlrados.
22
Segundo Silva, (1956) l1lll grupo dos .-'(ehl foi massacrndo por brancos. Em 1958
Coram vistas caminh5es da companhin brasileira de coloniza~ao e imigracao
conduzindo-os para fora da Serra dos Daurados.
Atualmcntc pcrcebemos que a ctuja Xeld foi pI1lricamcnte cxtiJlla, pois segundo
alguns relatos a cOlllunidade conslilui-se de apenns 5 individuos da mesilla familia e
conseqi.ientemente n~o podem se reproduzij" enquanto cultura.
23
3 0 ENCOBRIMENTO DOS POVOS INDiGENAS NOS MANUAlS
DIDATICOS
o capitulo a seguir ahordarit a quest~o do indio no livro didatico que senJo 0
rneio de aprendizagem do alullo, Ilccessita scr annlisado quanto a situa¥ao indigcna na
hist6ria do Brasil.
Segundo 0 estudioso Evernrdo Pereim GlIimarnes Rocha, "0 livro didittico se
situa como instmrnento mediador 11a rela~ao entre a escol'I, 0 allillo e 0 professor"
(1984, p. 21).
Ao pcsquisarmos sobre 0 processo educacional, podcmos cncontrar IUl ohm de
Rocha lima aurma¥3o de que 0 -<Iivro did:.\tico e capaz de servir nn pesquisa escolar".
o que nao significa que 0 conteiJdo da pesquisa esteja con'eta. A falta de acesso dos
alunos a urn corpo de conhecimentos significativos, 01.1 seja, com coeri?ncia intema que
possibilite lUn dialogo com sua rcalidadc, aliada a uma postura pcdag6gica, e uma das
cnusas centrais de "(racasso educacional" (1984 p, 2::!).
Os Iivros didtlticos contribucm pam Ulna falsa idcia do Indio gcnerico, pois
quando Icmos sobre os povos indigenas. aprendemos sobre oca, paje, arco e flecha,
apresentnndo de fomla frngmentada e desahlaJizada.
Como cit;\ Grupioni:
;litU\;! 11:10 logrou ullmp ..1lYr os mlUos d:1 ;lQdcmi:l C 0 circulo re,~trito doscspcciaJistas,Nas C$COlai :\ qucstao d,u socicd:u:ks indigcn.1S. frcqiicntcmcnteignol~lda.~ nO'S progr.UlI:1S curricul:Irc5. tCiII sido sislcm;ILicmlll:nlc lIlal 1mb;tlh:t'~t.Deillro dll s...,lode aula, 01 profcuorcs rC'o'clamoSC 111."11 informados sobre 0 il1SUlllo cos li\,1l)§ didlilicos.. oom pouc:lll: cxccC;:0c5. 10 dcficictl\cS no tmbmcnto d;\divcn;id(ldc elnica c cultural c.xislcnlc no Br;lsil l .. ,), Ai orb'ltliz.'lc;:Ocs n:1o-go,'crn:ullcntais, que It III cl:lborndo cmnp..1nh:ls de :tpoio ;"lOS indios c produzidomaterial informativo sobre clcs. lem alillgido UII1:1 [XIrccl:l mUlto redu:.£ida dasociedBdc. (Gmpiuni. 1992 p.59).
24
A dcscoberta do Brasil e lima qucsHio bastante disclltida e distorcida dentTO dos
manuais did{llicos. porque $C valoriza Illuito a Europa como uma ellIturn de
3contt"Cimcnloo cOllsider;\vcis c faz dci.'l:ar de ~'(islir a hisloria antes de 1.500 ria Atncrica. au scja.
segundo 05 autores, neU:l cpoc."l O! habit;mtcs c~m individuos inferiores a05 curopClls.
Segundo os manuais quase sempre os pavos indigenns 3parecem ale 0 sceulo
XVIII, depois desaparecem, como se os bandeirantes tivessern destruido lodos eles. E
quando se fain da ocupacao e coloniz;1cao, os livros did:'tticos ensinam que as telTflS
estavam vazias e os europeus 56 encontraVllm llorestas cheias de animais lerozes.
rvluitos dos cOllceitos e teorias do seculo XIX ainda continuam vigorando nos
manuais como no caso do evolucionismo cultural e social, modelo distante da
rcalidadc dos grupos que fOnlm c-olonizados.
Ao analisannos a concepyao dn populayao em retayao aDs ahorfgenos,
pcrcebc1l1os que 0 conhecimento da socicdadc e muito restrito, pois acreditam que a
poplIlayao indigcna se cOllcent:rnapenas n3 Amazonia enos lugarcs lIl;'lisexpostos pcla
midia como 0 Parque Nacional do Xillgu, pel a simples motivo da area pel1cncer aprotev3o ambientnl. Desta maneira. os indios sao inseridos nesses iugares como um
"palTimonio da humanjdade", Oll scja, com prop6sitos politicos e econ6micos.
No Pamn;1 njo c difcrcnte. pais 0 tcxto didittico eita os indigcnas ate mead os do
sceulo XVlIl e depois djsse e como se nao exislissem mais. Quando se aprende que os
portuguescs conquistaram dos espanh6is as terras a oeste do meridiano de Tordesilhas
e foram fundando as cidades que hoje conllccemos, n.l0 se aprende nos livros que cst as
terms pel1encium a indios.
Segundo Telles. "n destruiyao das c.ulturas amerindias aparece como fatal,
incvit:lVcl, dcscjavel, impl'css:io que provem. em parte, da natureza da naJTativa c da
seleyao de fatos, nHlStalllbclll do fato de nllnca sc mencionar a resisrencia Oll de se
faJar desses grupos cOl11o.in desaparecidos" (1987 p.83).
Nocalla, citada pOl' Telles comenta sobre a questi'io do indio no livro didiltico,
de como 0 indio se mantem vivo e prcsente, meslllo que na realidade, seja lima
raya/etnia em processo de extin<;ao. NalTa<;oessobre os povos illdigenas e sell modo de
viver apresentum carater impessoal, aparentemente scm mIl julgnmento de valor. No
25
C'.lltanto.tnis julgumcntos, baseados na cuItum branca, estao presenles e s~llielltalldo
batalhas de indios, sem fazer paraieio com as gucn3s entre brancos, como afirma 0
texto abaixo:
Os IcxlOS dCjiCrc\'C1ll rci:lcionamcntos vcrtiC:lis enlre br;IIICOS c indiOJ. Ollde osprimcirm: 1<;10do,'1dQre:5da \'crrb:dcira cullum c as "'l:undos. receptorcs ignomnlcs.,civili:f .•"Kios;i mooid.1 que ,"fto assimil:mdo:l \'crdadcir.l C superior ci"iliZ<l~lo: a br:lI1C:I.Aprescnl:ulI rals.'1 re:,lid,dc. com 0 qu;:, sc rage ;\ \"crdade i!loomoda, :', pr.ixis sOcio-ccollomica d1 dassc domill~t1ltc·'.{TELLES. 191;1.7p.36).
A hjstori<l indigena nos 1l131luais didaticos para MOlltiuho (2004)
SJo 1\::j>ft'j;CIIIII<;<Ic.s cOIISlmld:t.!i IXlm 0 indigcn;\ bm5ilciro ~lo aimb !lois dislorcid.u ccomprolllctooor:.IS. IlIfclizlHclltc a Iivro did!itico "iudl e 0 mho aros\.lrdo dasdiscuS-sOCi c prodtu,:OcJ ;!<.:;tdcmical. 0 POllCOqlle sc tcm a\'an~ado nelS.1 ;lrc;1 liasuniYcrsiliadcs, ;lind;! 11:.10atingiu em ehcio O!i 1Il.1llll;lis didalicol.
Segundo fvloutinho alguns conceltos del/em ser revistos como 0 sincrclismo
nrastando as possibilidades de folclorizarr:lo cia cultura indfgena, que ainda vem sendo
trntada como clemcnto estaUco nn Hist6ria do Brnsil. Esse sincretismo dever[1 SCI'
pcrcebido nUIll contexto de scculflddades t: intcr-rchu;ocs com outras (',ulturns.
"Portanto, reescrever a l-list6ria I.ndigcna e, antes de tudo, modificar os cliscursos que
durante tanto tempo representaram as nossos nativos com as mais nocivos e
pejorntivos adjetivos. E apontar, perspectivas mOl is seguras de compreensao do
universo hist6rico do indio" (MOUTINHO, 2004 p.89).
Sc!;undo Lc,·i~Slmus..s Imt;l-iC de ulna alitudc ;1ntig.'l que repousa em (undllmCtllospsicol6gicos 56lidos c que lellc\c ;I ro.lparccer em C.,dil 11111dc nOs qll;lIldo somOIcoJorum(n; illlHla ijtll~U illcspcmo;. c <luC colIsi~lc l'lI\ I"t'pudw.r pum csimplcsmclltc us form:.!s culturnil. momis, rcliSios:ls., soc·i,,!},C CitrOc"s dif\!rcnICs.A IUIl.1 recUS:1 cm ;Idillilir ;! dinrsidldc 0;1.'5 cuitums, prcfer:indo COlisidcrar forO!d:'lcultur:., aIJibui.ndo-as;\ llalurC'Z.:.l,lod",s:'IS ronnal culturnis que \laO sej:un as nonal.(1976, p.G~).
26
Jose R. Martinez Cobo, em 1983, no informe tinal do e~tlldio De! problema ck ia
discrilllillacioll cOl/tra ltis poblacjulles illdig('I1(ls relto para a ONU. abordando 0 problema do
tratamenlo nos diversus ESlndos, cia cultUl., e das ln51iLuiy5es clIltlintis, socinis c legais das
popuhu;;oC'-5 illdigcnus, "firma: "Nn cnorme miliaria dos casos, a situ3vao das populnvOes
indigcn3s no campo culturnl e especial, ('Ill sentido profi.ll1do, denim dns sociedndcs dos paises
em que vivcll1 .. :' (1983, p.S5)
Cobo (1983) conclui e rccolllcnda que nas socicdades lllulti6tnicils hil a
necessidade de lima atua~.iio baseada em criterios que atinncm, pelo menos em
principio, a iguaJdade de direitos culturais entre os diferentes gfupos etnicos, e que halima obligu9iio pcr parte do Estado de formular e por em pnltica lima politica cultural
que erie as conclicocs pam a coe.:cistencia e 0 desenvoivimento hanl1onioso clos
diferentes grupos etnieos que vivcm em seu territ6rio, sejam atraves de disposiyao
pluralistns que gnmntam de um glUpo sobre outro, seja atnlVes de outros progm111:lS
que garantam opOitunidades iguais e afetivn.s pam todos.
fazendo lima retrospectiva sobre a hist6ria do Brasil no livro didilt-ico, pode-se
notar que na decada de 1990 hOllve algumas refonnulacoes na maneirn de expor os
fatos, pocem encobrindo sem deixar tanto a mostTa como nos livros de Jose J. de A.
Arl1lda e Nelson i'iletti (1998), Antonio Pedro (1998), Florival Caceres (1998), que ha
c.apitulos com os litllios de '<antes do des(;obrimento" e "do descobrimcnto <'I
inclepende:ncia", mas que ainda continuam com LUll., visao etnoc€nt:rica, slIbestim:llldo
os aborigines c coloc3ndo como seres superiores :l cultum europeia.
Atllaimente encontTamos nos livros didMicos algumas controversias no
abordarcm a sitllac:10 culhlral do indio, pois mostram a cuitura apes 0 contato clos
indios com os brancos, scndo (tssil11os aborigines acabam sendo vistos como lima
cultum primitiv'l e que os utensilios c mantimentos que consumiam eram adquiridos
atraves cia troea entre eles. Desta maneira aeaba criando uma inc6gnita n<l imaginayao
do estudnnte ,to pcnsar 0 porque que 0 indio nao "trnbalha" e nao tem 0 lISO cia moeda
como as dcmais culturas.
Encontnul1os no Iivro didlttico do (iutor Boulos J(mior, lima citnyfio sobre a
conccpyao de trabalho mediante a etnia indigena:
27
o indio tr:ltr.lihn difi:rcnte do br.mcoo costume 1l01!0 C pl:mt.lfo que prccis.1.prJ comero costume 110S50 C 1mb.Jllufo que prccis;1 [X11Otviver cadn eliao lnwo 11;10 Imb.llha sO IXlm jUlll:lf (,:'OiS:ls
o indio n.,ilo li.lb:tlh:t 56 IXIr.l gnuhar dillheiroo iudio n.l0 gosla de UlIlS;lf 110 tr.ttxdho r,iJ par.! ficar rico ...(Cn\'II,I99~, p.113-9)
Em uma cntrevista feim com uma cri.uW3 d'l ...j.~serie do ensino fundamelltal de
lima escola pilblica. pode-se constatar que os Iivros de hist6ria continuam lTatando 0
indio de fOml:1. deturpada.Diz eIa:
Os ponuguclICS \icram ao Brasil c :\1 cuconlrarJIU aquclcs montcs de mont;.lIlha ai clcs:lChaffim os indios c jfl cJCnwii';lmm lodos clc.~ fa/.cndo 00111 que clcs dcsscm lodoouro (qu:lsc todo) j);lr:l ()s por1ugUt'5C!S C :linda alglllls indiOi li\'Cralll que if pam SCICiCl".l\'OS Ia 1,;111P01111~1. <N.H.M. 10 allos)1
Mcs.mo com manifestos acontecendo 11amictia atllalmente a respeito da questao
indigena, as crian~as continuam aprendendo que os portugueses descobriram 0 Brasil e
exploraram, Scm cilar que os indios jit viviam aqui e que as terms eram suas por j:l
estarem nqui. rVlns, Portugal che,goll posslIindo 0 telTit6rio.
Em uma entrevisla com fv1.T.colaborador de uma editom didittica opilla sabre
o povo indigena antes de Cabral:
A minIm intC'tl!j<1o ('111 coloc:tr algl-Im.1 COi~l sobrc os p<l\'os indig.cn:IS antC1 dcQlbral. 1\0 oolllctido CQllceitUill, (azcr 11111Cl1pilulo sO !obre isso. milS nao telllC'Sp';Ir;Q. (Infor1l1:u;Jo,'Crbll):
Por isso sc faz necessaria t.:ll11bcm manil"t:.slaC;Oes e conscienlizac;:ao PUI1I que OIssim
lodos comecem 11luzcr dn formn cerreta e n5.o a mnis cOl1venienle.
~!ir,O<1.'''- 'r~'t' ~
~
B!8: ;OfECA -I Entre"ist;1 ooncedid:\ POI' N.H.M. cm Curilioo. em dCI'..cmbro de 2()1l~. ....,..•, "'..,.".'t... i""'''' ,
! Entre'flst;t concedid ••por M.T. ('1\1Cllritilxl, elll dcz(,llIbro de 2005. (' _. ;~y~~
28
4. CONCLUSAO
o trabalho realiz..,do pcrmite-nos rellctir sabre n cultum indigclla no olhnr did:i.tico,
pois ., hist6rii1 do indio nos livros e comp(\fi\dn ~ sociedade ocidental, sendo assim, as
sociedades indigcnas apnreccm igunla(i.1s. au seja, sem distinyffo. Cada etnia tem n sua
cspecificidildc, mas CSS.1 nao estn evidenciitda no mnterinl did3tico e muitits inform:H;ocs
apnTccem de maneira dcturp;tdn c gencraliz3.da, diticultando assim, a c:n",ctcrizayao de
elementos bnsicos d" 50ciednde indigenit, como it sua divcrsidade cultural e socia1.
Percebemos que as int'orma'Yoes contidas na maio ria dos materiais didaticos ofercccm
lllnl\ "adaptayao" da verdndeirn. historia, pois 0 que eneontrnmos registrauo hoje e rl1lto de tim
preconceito que se iniciol! durnnte 0 "Descobrimento do Brasil" pelos portugueses.
Anlalmente nos depl\ramos com varios meios de comunicac;50 e pesquis.1. que nos
lev"-Ill a v[lI·ias informttc;oes, COIllO por exemplo, a Internet. Verificamos tambcm que, du
mesma maneirn que csses mcio!S alllpli,lm 0 lIlundo tin pcsquisa, podem COIll 0 tempo
danificar a "estrutura hist6rica", pois ha UllIit qwulIidade imcnsa de illfor111lH;oes que segundo
a verdadeira hist6ria, sJo considcf"Js f-:,ls:1s.
Pam revcl1ermos esse quadro e necess;irio fonn.lflllos pesso;ls conscienles de
pensamento e de utitudc.
Notamos que a diversidade cultural C um assunto pouoo discutido no meio acadcmico,
especial mente em relay.,o a cultur" indigena, temit desse tTab~lho.
Podemos coneiuir que 0 assunlo abordado nesse tmbalho e pouco discutido, devido ao
"simples t~to" de vivermos em urn mundo capitalista. oncle aprendemos desde 0 momento em
que nasccmos a obt:':decennos lis exigencias do mel'cado, pois somos inl'luenciados pcla
socicdade europeia
o estudo sobrt: it cullum indigcnn no olhar did<itico e amplo e extenso, portanto cum c.'1mpo que estnrit sempre nbeno a novas pe'.squisns.
29
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