A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a...

23
o Anno YIIRio de Janeiro, Quarta-feira, 2 de Outubro de 1912N. 365 i ¦ i.i i-, i.¦ .. ii. ........ ===== SEasÍIUAUTAS ESTE JORNAL PUBL A OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACO i)Um dia Ma- caco, para solemni- zaraestréade uma smirabolantee enor- me gravata, com- arou um charutão reste tamanho, e Principiou a fumar perante a família. *"**^~"—-^fàT?) a)Aconteceu porém,quecahin-<-, ^""V/p do um pouco de braza na for-'r «"" \>—~.^ ^~^\~^^>n^ moza gravata, esta pegou fogo,oc " %—^v-V*"^ A ) vS^v alastrando-se o incêndio com| m I s\\Ss v ¦ > C S ;^^v uma rapidez extraordinária.' X ( \ Y//! ' ^ \JJ ^^s.2 ^ •4 Imaginem o pavor I YV I A) Mas a Faustlna.queé mulherdc ,"f •üué Kf.TÍi^.iKk FaV \\ coragem, organ zou logo um luzi-t"T Xwe espalhou entre \\ doe correcto corpo de Bombeiros.ez2 ouos a vista d essa *«* æNA. y atacou o fogo com... moringas Wac estraga.>J^v v^ .-" I Jarros d'agua,., ,- feliciJade" de^va^s^^jracli^Tr3 emr? as lâminas, .cve esposa, de seu fi.ho%&^^ JXSS&JSff *"*"* 6) ficando porém em lastimável estado .. Macaco recuperou com muito trabalho e muito di- nheiro as parles du corpo queimadas, graças a sua qualidade nunca desmentida de ser um ente extraor- dinano e sobrenatural l 5 I

Transcript of A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a...

Page 1: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

o Anno YII Rio de Janeiro, Quarta-feira, 2 de Outubro de 1912 N. 365 i ¦ i.i i-, i.¦ .. ii. ........ =====

SEasÍIUAUTAS

ESTE JORNAL PUBL A OS RETRATOS DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES

ZÉ^ MACACO

i)Um dia Zè Ma-caco, para solemni-zaraestréade umasmirabolantee enor-me gravata, com-arou um charutãoreste tamanho, ePrincipiou a fumarperante a família.

*"**^~" —-^fàT?) a)Aconteceu porém,quecahin- <-, .í^""V/p do um pouco de braza na for- — 'r

«"" \>—~. ^ ^~^\~^^>n^ moza gravata, esta pegou fogo, oc "%—^ v-V*"^ A ) vS^v alastrando-se o incêndio com | m

I s\\ Ss v ¦ > C S ;^^v uma rapidez extraordinária. ' X( \ //! ' ^ \JJ ^^s. 2 ^

•4 Imaginem o pavor I YV I A) Mas a Faustlna.queé mulherdc "f•üué Kf.TÍi^.iKk FaV \\ coragem, organ zou logo um luzi- t"TXwe espalhou entre \\ doe correcto corpo de Bombeiros.e z2ouos a vista d essa *«* NA. y atacou o fogo com... moringas acestraga. J^v v^ .-" I Jarros d'agua,., —

- feliciJade" de^va^s^^jracli^Tr3 emr? as lâminas, .cveesposa, de seu fi.ho%&^^ JXSS&JSff *"*"*

6) ficando porém em lastimável estado ..Macaco recuperou com muito trabalho e muito di-nheiro as parles du corpo queimadas, graças a suaqualidade nunca desmentida de ser um ente extraor-dinano e sobrenatural l

5 I

Page 2: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

/- T--T ,-^ ^-.

2 A VINGANÇA DO CORVO O TICO-TI

0 ..OHvO c

p |

Para tirar desforra, tinha dessa vez preparado,Hclla sopa.

cantasse A Kaposa ,uiadtO Corvo não se fez rogado, dizendo-lhe que Tornou-se mais prudente.(esperasse.

Zas! que trompaço!

Page 3: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

EXPEDIENTES,,^3 O TICO-TICO

Condições da assignatura:interior: 1 anno 11$000 — 6 mezes 6$000exterior: 1 anno 20$000 — 6 mezes 11S000

Numero avulso, 200 réis. Numero atrazado, 500 réis

Pedimos aos nossos asslgnantes, cujas assignaturas termlnaram cm 30 de JUNHO, mandarem reformai-as em tempo, paraque nao haja Interrupção e nâo ficarem com suas collecçõcsInutUIsadas.

As assignaturas começam em qualquer tempo,mas terminam em Junho ê Dezembro de cada anno.i i<> .serão aeeeitns por menos de seis mezes,

A importância das assignaturas deve ser remet-tida em carta registrada, ou em vale postal, para ama do Ouvidor, 1CI. — A Sociedade Anonyma OMalho.

• ,

^erwACIIARRUA ATKAYKZ

DOS TEMPOSMeus netinhos:A nossa palestra de hoje ver-sara sobre uma cousa muito pra-tica e muito útil, pois vamos faltar

sobre um instrumento de lavouramuito conhecido, a charrua, espe-rando que algum ensinamento ti-i em do que vão ouvir.

Existem ainda muitos logares, por toda a parte,onae as terras paraassementeiras são preparadas pormeio de um instrumento de lavoura chamadocharrúa.O traçado dos regos OQ sulcos em que se lança a se-mente na terra fazia-se nesses logares com a pá ouenchada. Esla observação faz com que se pergunte sea charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouçam o que ha, em resumo a este respeito I

Os primeiroshomens viveramilorestas ou

eram nômadas,istoé.não tinhamparadeiro certo, eviviam da caça eda pesca. Alimen-tavam-se sobre-tudo de carne ede fruetos. Sómais tarde é quelhes veio a idéiade cultivarem aterra, quando adensidade da po-pulação agglo-merada em certas

5ea fez seccará fome.

A charrúa pri-encontra cm certossimples gancho de

/ — Charrua primitiva-' — Charrua grega

inadciMm ^slaí° selvagem, umPrimiÚvo nU,n?„ria reconstituir nesse instrumentoaperfeiçoada*"lfcpassado. das charrúas de ferro tão

TalVcnmÍ •acluaImuCntc em uso entre nós.e em iSSSÁ SSSSSiS^auaã pCl0S habit?3

O primeiro aperieiçoamento verdadeiro que acharrua teve foi a «relha de ferro.» E' a parte que servepara abrir o solo e revolver a terra. Somente as char-ruas providas d'essa parte, podem produzir trabalhoregular. MaS para isso era preciso que nos temposantigos se conhecesse o ferro e se soubesse fabricar.

Os gregos modificaram por sua vez esse instru-mento agrícola, adaptando-lhe duas rodas. Essas duasrodas facilitavam muito a abertura dos regos uni-formes e a charrúa.tornadamenos pesada, arrastava-semais facilmente. Ima-ginaram também douscabos, que lhe adapta-ram em sentido verti-cal, e que muito faci-li taram a conducçãodo instrumento.

Os romanos cons-truiram seus «arados»não havendo necessi-

dade de adaptarem ro-cias. Estabeleceram as* «relhas» de maneira muitodiíTerente e que fazem recordar os ferros das lanças.Mais adiante adaptaram-lhe uma barra de madeira, aque chamaram Jlccha; na extremidade da qual se col-locavam os animaes para a tirarem, bois. Essa jlcchaera destinada a dar mais liberdade aos bois, em seusmovimentos, e não enfraquecer o effeito dos arrancos.-Esses trez typos differentes de charrúas, queacabo de mencionar, são pouco mais ou menos tudo oque, a respeito, se inventou.

As charrúas modernas.de rodas metallicas não sãocomo podem ver, pelos desenhos que vos mostro,senão uma modificação da primeira charrua ere"-acom rodas. 'Foi quasi unicamente sobre a peça que cava o.terra que incidiram as attenções dos povos, desde ostempos antigos, para os indispensáveis melhoramen-

tos. Um dos mais importantes aperfeiçoamentos é o

3 — Charrua romana

ã—Charrua moderna

cuiciio, peça de ferro muito aguda, collocada antes da«relha» e serve para abrir fendas na terra que a «relha»levanta.Também seda á «relha» a fôrma triangular eumaespecial curvatura, próprias para virar a terra para olado. Muitas vezes essa parte recurvada é feita deumaoutra peça de ferro. Chama-se essa peça orelhaou voHador.Por hoje basta, meus netinhos.

yorô

'¦** *V

i skJ<À Hfl Ms .'* *

ssHHHiO menino Alix Anglada, morador nesta capital

Page 4: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

O TICO-TICO

BRINQUEDOS PARA OS DIAS DE CHUVAINSTRUINDO-SE BRINCANDO

í

! í X

Querem construir uma bússola f

Magrietisem uma agulha grande das de fazer renda,suspendam-a em uma argola de arame suspensa por um fiode seda, que também é suspenso de um e de outro lado adous arames que são collocados em sentido vertical.

A agulha fixar-se-ha marcando os pólos norte e sul.Partam a agulha ao meio e suspendam cada uma das

metades separadamente.As duas metades farão como se agulha estivesse em todo

o seu comprimento. Vejam a gravura acima.

,

O ovo suspensoDissolvam bastante sal em yí litro de água c lancem essa

água salgada em um grande copo. Deixem cahir no copo umovo fresco. Em ver de descer ao fundo do copo, fluetua ásuperfície da água. Juntem água pura, de modo a cobrir oovo. Este, fatalmente fica suspenso no meio do copo, comoque obedecendo a qualquer poder mágico c ficará assim pormuito tempo.

O JOGO DOS CARTUCHOSFaçam os amiguinhos um certo numero de cartuchos,

em cartão pouco consistente ou então cm papel um poucoforte, guiando-se pelo modelo que vêem no qua<!:branco, no alto do dezenho. Para bom suecesso do jogo quevamos ensinar, c preciso que os cartuchos sejam regular-mente feitos e eguaes uns aos outros para que um jogadornão fique mais favorecido do que outro. Podem jogar dousou mais jogadores, ficando á vontade de todos os que entra-rem no jogo o numero de cartuchos que deve ter cada joga-dor. Os cartuchos que ficam cada jogador c todos devem ternumero egual de cartuchos, chamam-se serie. Cada jogadorescolhe uma cõr para a sua respectiva serie e <.cartuchos que constituem cada serie colla-sc uma estre.côr escoihida pdo jogador. Por exemplo : São 4 jogadorese ;o cartuchos (pódtra ser mais ou menos) pertence a

jogador e designemos por A, B, C e D os quatro, uma seriede 5 cartuchos. A. escolhe a côr azul, os seus cinco cartuchos1.1 serie não marcados com uma estrella cada um, de côr; /ul e as estrellas de cada serie devem ter a mesma confi-Kuraçâo. Para formar o cartucho podem empregar agulha elinha ou então collarem.

Feito o indicado mettam no gargalo de uma garrafavulgar, um pau que deve ficar bem justo e a parte fora dogargalo deve ser mais ou menos do tamanho da altura dagarrafa. Colloca-se esta a distancia convencionada do logarem que cada jogador se deve collocar quando joga, podendoser de 4 metros, pouco mais ou menos essa distancia e agarrafa colloca-se no assento de uma cadeira ou em outrosuporte para que fique em plano bastante inferior á mão dojogador. Então começa o tiroteio. Os jogadores vão ar-

rrz ^——— 1.—

$P f)

\ i/"^ --- — >

icmessando os cartuchos, com toda a destreza de que dis-ponham, convindo lembrar que cada jogador não lança aMia serie a seguir, lança um cartucho, depois outro jogadorlança um outro cartucho e assim suecessivamente jogamtodos os jogadores um cartucho de cada vez c quando todostem jogado, começam novamente a jogar o primeiro, o se-gundo, etc, ate que, repetido como indicamos tenham ter-minado todos os cartuchos, isto é todos tenham sido arremes-sados. Vê-se então quantos cartuchos estão no chão c quan-tos enfiados no pau do gargalo da garrafa, eonhecendo-sepela côr da estrella, a que nos referimos, qual o jogador queconseguiu introduzir mais cartuchos no pau do gargalo,que assim fica bastante enfeitado. _0 que conseguir mettermais cartuchos, c quem ganha o jogo. Consultem os ami-guinhos o desenho.

E prol: ¦

^H ^B

A galante Ondina,filha do Sr. José

Vieira de Moraes

Page 5: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

o O TICO-TICO

PESCADOR ENGENHOSO(historia sem paLavras)

"*7 ^~^

^y^r^i^^^tafsaasasiaTiTfrtaiilVill I »¦¦! isaa^Viar^^i Uit^>j|Vfl^|Sif^5tB!t^Bgaaã^MWsBa

a£s -—^f^»p jgh-Ç^^—^yày

m^w li? zran l

'fft* li> |l li I iV \ Irtir» rarri.4à\iIXémm -dsjafcfl!

/ ulTi v!^ - —-

de suas mais bellas e im-portantes descobertas phy-sicas. Encontrando-se nacathedral de Piza, sua tetranatal, .seus olhares foramattrahidosporuma lampa-da surpensa na abobadadaegreja e á qual o sacristão,ao accende!-a imprimiuum movimento, ficando alâmpada oscilando. Notouque as oscilações d'essalâmpada conservavamegual duração de umas ásoutras, posto que sua am-plitude fosse diminuindogradualmente.Esta observação sug-geriu a Galileu aideia deappliçar o pêndulo, idéia óqual se referiu muitas ve-zes durante sua existênciae que somente foi levadaa effeito depois de suamorte.

J|j.||[

GALERIA K HOB CELEBRESGalileu, mathematico, physico e astrônomo, umadas_ glorias scientificas da Itália, nasceu em Piza emíilho de um compositor musical de nomeada,seu pai desejava fazer d'clle um artista, ensinando-lhemusica e mandando-o aprender a pintura, mas elletinha pouca disposição para aquellas artes. Tão

pouco o seduziam a medicina ea philosophia, queseu pai quiz que elle estudasse. A penetração e agu-«eza de seu espirito chamavam-o para o estudoaas malhematicas. Grande observador, tudo paraelle era •bjecto de estudo.{•erul° aPenas dezenove annos, quando aindaestudante, teve a bòa fortuna de, por acaso, fazer uma

Gr.AXiII/EU

Facto muito raro cquasi excepcional, Galileuestudou sem mestre as mathmaticas e seus progres-sos foram taes que,aosvinte e oito annos d'edade, foinomeadoprofessord'aquel-Ia sciencia na Universida-de de Piza. D'ahi em dian-te tornou-se muito conhe-cido. Expondo os conheci-mentos adquiridos corajo-samente e sem receio decombater os erros da epo-cha, o joven sábio dedicou-se a pacientes pesquizasscientificas, distinguindo-se pelas tendências prati-casde seu espirito, que nãose contentava com disser-tações vagas, quando tinhade expor provas.Galileu pôde ser consi-

... derado como o creador domethodo experimental. Foinessa epocha que elle inventou o thermometro e abalança hydrostatita, para determinar as densidades.Estabeleceu, exprimentalmente, as leis dos movi-mento» dos corpos submettidos á acção da gravidade.Na sua epocha acreditava-se que um corpo cahe

na terra tanto mais depressa quanto mais pesadoelle é. Galileu, porém, demonstrou que esse principionão era verdadeiro e fez uma experiência do alto dacelebre torre inclinada da cathedral de Pisa. Deixoucahir d'ella corpos que tinham deíTerentes pesos, ve-niicandoque elles cahiam coma mesma rapidez.Notou que um corpo maiorcahe mais depressa do queum corpo menor por causa da resistência do ar.quantoao primeiro. Concluiu d'ahi que a velocidade da que-da de um corpo está na razão directa, nao ae seupeso, mas de seu volume. „. -,,,„

Suas descobertas em contradiecao com os iaeaa

Page 6: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

O TICO-TCIO 6

F ^__5_51) —Tu não me convidas,companhei-

ro? Tu estás farto e eu tenho fome I

'li* íY/VV\-í'VWWl•T mui mmD LOrJIIJ_?^__L_

da epocha e até entãoadmittidas, fizeram com queadquirisse muitos inimi-gos. Foi mesmo obrigadoa deixar sua terra natal, in-do viverem Veneza.

Nessa epocha um ce-lôbre professor polaco, Co-pernico, de Thorn, acaba-va de lançar suas theoriassobre o movimento da ter-ra. Julgava-se que a terraera immovel no centro doUniverso e que o Sol e to-dos os outros astros gira-vam em volta d'ella. Co-pernico sustentou o contra-rio. O sol era immovel e aterra e os outros planetasgiravam em volta dclle.

Galileu sedusido pelasimplicidaded'este systemaastronômico, construiu em1609 um telescópio, segun-do as indicações pouco pre-cisas, que tinham ido deHollanda,mas as quaes ellecompletou. Graças a perti-naz, trabalho, depois demuitas experiências, elleobteve uma lente que tor-nava maiores os objectos,de trinta vezes o seu tama-nho. Observando os astrosviu um espectaculo mara-vilhoso. Notou que a luaestava coberta de monta-nhas, maiores ou menorese cortada de grandes e pe-quenos valles.

Sustentou que a luavoltava sempre para nós amesma face. Novas obser-vaçoes lhe deram outros re-sultados também dignosdenota. Constatouquecer-tos astros giravam em voltado planeta de queeram sa-tellites, e foi assim quere-velou a existência dosqua-tro satellites do planeta.|u-piter. Os senadores de Ve-neza, assombrados, admi-raram os novos astros, cujaexistência Galileu tinha de-scoberto.

A nomeada do sábiocorreu mundo e, de tal fòr-ma,que estendendo-se portodo o território da entãoHepublica de Veneza, foiimpossível ao ódio dosadversários do grande sa-bio, fazer calar a admiraçãopor elle. Nessa occasiãoGalileu, cedendo aos pedi-dos do Duque da Toscana,foi para Florença e desdeentão a calumniacomeçou a trabalhar junto da cúriapapal. Pretendia-se que algumas de suas descobertasernm em completa contradicçãocom certas passagensdas Lscripturas.

Sua theoria, demonstrando que a Terra giravaem volta do Sol, foi condemnada como sendo umabsurdo e uma heresia. Choveram os epigrammase

jrimentou-setornal-o ridículo, mas Galileu a tudoisso oppunha a auetoridade de seu saber, em harmo-nia com a verdade.

Longe de mudar de opinião, reuniu todas as ;vas em apoio do novo systema astronômico, e publi-cou em 1638 um livro com todas ellas. A obra foiexame da Inquisição e por ella rejeitada, Galileu noanno seguinte, apezar de sua edade de sessenta e seisannos, teve de comparecer perante o respectivo tu-bunal.

O julgamento prolongou-se por vinte e seis dias cGalileu, intimidado pela aspereza e rigor de seusjuizes, vendo, por outro lado, que suas theorias não

O cão esperto e o cão «arara»

1/i AJ\A/\A/VV\i_ - -

H/x

*3fc^ ~,^_^N__J^

2) —Sai, vagabundo, se tu nãoo que comer tanto peior...

tens

J n I Ir jji U rJá* .'¦IJf

3) — Verás que tua ambição c tuaferocidade serão vencidas.

4) — Persegue-meisso que eu quero.

e cansa-te, que ô

IBÍIII Flít-Ah I

apanho 1Maroto, teimoso I Se te 6) — Bem; agora que tu próprio

prendeste, vou comer em paz...te

tinhamcaladonocspiritodenenhum d'ellcs.rcnunciouá defeza. Os debates foram encerrados a 30 de Abrilca lo de Junho seguinte, Galileu devia abjurar, empublico e solemnemente, suas doutrinas com um ce-rimonial cujo programma fOra antecipadamente or-ganisado. De joelhos peranteotribunal.com as mãos^obre os Evangelhos, a fronte inclinada, Galileu pro-nunciou a formula de retratacção.

Conta-se que,ao levantar-se Galileu, batendo como pé no chão exclamou: ti-;, todavia, cila move-se.»Como esta opinião não era ao tempo nada admissívelo illustre sábio nao ousou aflirmar suas opiniões napresença de seus juizes odiosos, que não lhe teriamperdoado semelhante audácia.

Galileu,dahi para o futuro,gozou apenas de umameia e relativa liberdade. Longe de seus amigoafastado de seus discípulos, foi residir no palácio doarcebispo de Siennc, residência que lhe foi impeSomente pôde voltara Florença quando julgaram queelle não podia fazer mais nada.

Page 7: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

O TICO-TICOSeus derradeiros an-

nos de existência foramamargurados por outrasprovas. Perdendo uma desuas filhas e ficando cegona edade de setenta equatro annos, depois dedar a ultima demão aoseu livro Tratado do Mo-pimento, veiu a fallecer,quatro annos depois, emlüi2. em Arcetri.

Não se devem somentea Galileu obras immortaes;animado pelo mais ardenteamor pela sciencia, corres-pondia-se com quasi todosos sábios daEuropa.dandoa uns seus conselhos, e aoutros a approvação de suaauctorisada opinião e seuapoio. Considerava seusdiscípulos como seus li-lhos.

Conta-se que um diaalgumas mulheres de Fio-rença que iam á fonte bus-car água quizeram elevarmais a água do que erapermittido pela pressãoatmospherica e, não o con-seguindo, foram perguntarao sábio qual a razão porque os pistões das bombasse recusavam a funccionarquando a água chegava auma certa altura.A natureza — dissealguém mais avisado—tempois horror ao vasio ?Sim—respondeu Ga-lileu, rindo —mas pareceque ella somente tem hor-ror ao vasio, a partir detrinta e dous pés'.

Confiando a Toricellli,seu discípulo predilecto, otrabalho de resolver essaquestão, este resolveu-ascientificamente, resul-tando d'ahi a descoberta da pressão atmospherica ea invenção do barometro.

Galileu não foi somente um sábio illustre, foitambém um philosopho notável e um escriplor pri-moio-o. cujas obras, com justa razão, são considera-das clássicas.

ESPERTEZA DE MARUJOS

@ t5§H|—

W • ; *5\ -t=_1lL. H líhl >—

l i ' i ' illh ' i 'il FEiEzeIUm mannneiro cahiu

no fundo de um grandetanque vasio. Não haviaescada para tiral-o d'alli.Como o salvar? Mas ou-tro marinheiro teve umaidéia. Atirou-lhe um sal-va-vidas...

.. .e feito isso abriu abica que servia para en-cher o tanque. A águacomeçou a correr e ca-hir no fundo do tanqueonde estava o primeiromarinheiro. Foi cahin-do e enchendo o tan-que...

E á proporção que o tan-que se enchia, o marinhei-ro, devido ao salva-vidas,mantinha-se á tona.

E assim poude safar-se.

chega a sorver em alguns instantes oito a oito mil e qui-nhentos litros d'agua.Não entramos na descripção d'esse mecanismo, aliás

muito complicado, mas damos o desenho que observado dáuma idéia do systema, em suas linhas geraes.

0 SR. X E * SU* P*GIN*COMO AS LOCOMOTIVAS DOSTREXS DE FERRO

«BEBEM» ÁGUA EM CAMINHO'Não ha nada como correr para produzir a sede. E' por

isso, sem duvida, que as locomotivas ou machinas a vapordos'trens de ferro "bebem" tanta água. Na verdade cilasa absorvem em espantosa quantidade.

Quando se trata das pequenas machinas que puxam tran-quillamcntc os trens-omnibus, nada mais simples que dar-lhes água. "Tomam água" como se diz c o fazem sempre queé necessário em qualquer das estações de parada. O pro-Llcma, porém, de dar água" ás machinas "tomarem cilaságua" é mais complicado, quando se trata de trens rápidos« extra-rapidos. Elias não dormem cm caminho.

Por muito tempo a engenharia procurou o meio decperar, isto é, fazer com que as machinas de trens nessasultimas condições "tomem água" em caminho e sem parar.

O problema, que não era nada fácil foi resolvido nãoha muito, com suecesso absoluto nomeadamente na Ingla-terra.

Iimprega-se para isso uma espécie de tubo chamadoicrledouro, que é destinado a reunir a água que por meiode outros tubos vai esvasar-se no reservatório do tender.

No percurso da estrada de ferro, aqui e alli, mais ou me-nos distanciados e em certos logares, ha poços ou fossos deKrande profundidade, cheios de água que offercccm o pre-cioso liquido ao vertedouro (ecope).

O machinista quando vè que é necessário "tomar água"ao passar por ema d'esscs fossos, abaixa o vertedouro e amachina ou locomotiva sem perder nada de sua velocidade,

r > 1

ACUA VERTEDOUROEm resumo acreditamos que o systema descripto é o quo

ha de mais engenhoso até hoje, para abastecer de água aalocomotivas de trens de considerável velocidade, em movi-mento, sem que pare a machina ou locomotiva, ou seja preiciso diminuir o seu andamento,

Page 8: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

C TICO-TICO S

- fiM ãfe

4 sáfÇp^ i

í ***• ->'/

OS CORDÕES DE OURO DA GALUNHA— Dê-me uma esmola, senhor, dê-me uma esmola queeu lhe contarei uma historia que o divertirá muito.

— Tome lá, bom velho, a esmola que me pedes, comtudonão ^exigirei que me contes a historia, ouvil-a-hei de muitolom'grado se m'a quizeres contar, do contrario partireibreve para a villa onde vou fazer compras.

E ia partir, quando o velho pousando o seu chapéu esentando-se sobre uma pedra começou :

No tempo cm que os animaes íallavam havia uma gal-I nha riquíssima que possuia uns custosos cordões de ouro epedras finas.

A qualquer festa que fosse a gallinha não deixava delevar ao pescoço os bellos cordões que faziam inveja aosoutros bichos.

Uma vez, certa senhora de um paiz muito distante,,tendo visto a gallinha com os riquíssimos cordões, pediu-osemprestados e nunca mais os restituiu.

A gallinha, então, pediu ao marido que os fosse buscar.O gallo apremptou-se o melhor que poude para a viagem cpoz-se a caminho.

* *

Ao terceiro dia de jornada o gallo encontrou um rioonde estavam umas lavadeiras lavando roupa.

Vendo-o, as mulheres começaram a atirar-lhe cgua. cx-clamando :

Olhem, um gallo vestido ! Vamos molhal-o tAo ouvil-as, o gallo gritou :

Kú-kú-rú-kú, entre o rio no meu papo IE immcdiatamcnte, rio e lavadeiras entraram pelo papo

do gallo.Mais adiante o gallo encontrou uma pedreira onde est^-

v:m uns homens a quebrar pedras. Ao vel-o, os trabalha-¦ s puzeram-se a jogar-lhe pedriuhas, exclamando :Que luxo, um gallo feito genu- !O gallo, sem se incommodar, gritou :

Kú-kú-rú-kú, entre a pedreira no meu papo "i

Pedreira c trabalhadores dcsapparcceram e entraram nopapo do gallo.

Caminhando mais, encontrou um grande lobc que aoo gallo, exclamou :

Que bello gallo, vou comer-tc !Talavras não eram ditas e.o gallo grkou :

Kú-kú-rú-kú, entre o lobo no meu papo IE zás ! lá entrou o lobo pelo papo do' gallo.Ainda mais adiante o gallo encontrou uma raiosa es-

fomeada.Ao avistal-o, a raposa exclamou :

Que gordo gallo, vou papar-tc I') gallo gritou novamente :

:-kú-rú-kú, entre a raposa no meu papo !E a raposa entrou pelo papo do t

*? *

O gallo, emfím, chegou ao seu destino e reclamou oscordões de ouro da gallinha que estavam emprestados.

res~

cozinheiro foi apanhar uma

mandou metter o gallo na

Que desaforo ! — disse a dona da casa ao ouvil-o —Mcttam c?te gallo no gallinhciro l

Elle deixou-se levar c quando vciu a noite, lá pelastantas, gritou :

Kú-kú-rú-kú, sai-me a raposa do meu papo !Ora, a raposa sahiu e comeu todas as gallinhas,

peitando, unicamente o gallo.No dia seguinte, quando o

gallinha, só encontrou o gallo.Sabedora, a dona da casa

cocheira.Lá, cofh certeza, elle apanha um couce e morre —

disse ella.O gallo sem se importar foi posto na cocheira e quando

chegou a noite, gritou :Kú-kú-rú-kú, saia-me o lobo do papo

O Ipbo sahiu c fez uma. grande mortandade nos ca-vallos. De manhã não havia um cavallo vivo.

Entretanto, o gallo cmpoleirado numadjaia, pedia que lherestituissem os cordões de ouro da gallinha.

A dona da casa, furiosa, fechou o gallo dentro doguarda-Iouça, para ver .c elle, vendo todos áquelles crystaesreluzentes, ficava com medo e deixava de reclamar oscordões.

Quando veia a madrugada, o gallo que estava numa pra-t.'.c:ra de cima, gritou :Kú-kú-rú-kú, saia-me a pedreira do papo !

Foi um quebrar de louça nunca visto; não escapou nemum pires !

Com o barulho, todos se levantaram e o gallo foi postodentro do forno.

D'aquclla vez seria assado ! — gritava a dona da casa.O gallo deixou-sc pôr dentro do forno e quando todos

dormiam, gritou :Kú-kú-rú-kú, sai-me o rio do pipo!

A cnsa ficou inundada. Moveis, utei.siücs, roupas, tudoboiava sobre a água.

E o gallo, cmpoleirado no fogão, reclamava os cordõesde ouro da gallinha.

A dona da casa, vendo que não tinha outro remédio, res-tituiu os cordões, que o gallo levou a sua esposa.

Ecnco Silva

Um chinezDesenho"fr J. Franca

Page 9: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

Ab BIBLfOTHECA no "TICO-TICO AVENTURAS EXTRAORDINÁRIAS DE TOM »BAUKAN 37

CAPITULO X

A» memória» do Tom Balikan Mecânica errado — Formlça» exploalva» — Um JacarócommodUta

Começo hoje a escrever as minhas me-morias, não para contar minhas aventu-ras passada?, que já são conhecidas, cm-bora com <"as P*1* nar"rar as que de hoje cm diante irão terlogar.

Não c exacto que a panthcra c o antro-pophago se devoraram mutuamente, maso caso deu-sc assim. A panthera devorouo antropophago. Este, uma vez no esto-

0 da panthcra, devorou-a, porque naescuridão em que se achava, pensou quese tratasse de mim.

E' esta a melhor das hypotheses.Uma somneca confortadora pÒ7-mc cm

condições de continuar minha viagem pelojntermi: ' mente australiano

que se tratava da Aus-tralia, por ter examinado os plano3 do ex-

Mor Theodoro Fulanoff, que. além de.-.lixeiro viajante de pululas anli-dyspc-pticas, era uni sábio d« profunda crudi-ção c se propunha ensinar Uchygraphiaaos antr> . intenções que não lo-grou realizar por causa de força maior...dos queixos d'c!les.

Ia-me afastar definitivamente ri aquel-lc logar nefasto c que me ia custando avida cm uma variedade de mortes, de nen-huma fôrma agradável.

Eu sempre íui homem de coragem. To-mei assenio M meu auto, Fia-te 9999,mandei o motor funccionar.

O auto partiu, mas começou a virar cmredor de si, como uma barata tonta.

— Que diabo de moléstia pegou no mo-¦or? — perguntei a meus botões, já rc-

• ío de outro accidente.A dirccç.ão do gukUo era cm linha rc-

cta, entretanto o automóvel continuava assuas piruetas sem graça.

— Isto assim 11:10 vai!Saltei do auto, para ver a razão de tal

1 Buiíitice.iodas de diante estavam bem de

;aud de traz, achavam-se com osdiâmetros em pro um do outro,

ai do mesmo lado dovtiiiculo.

Estavam quasi a se tocarem. •Expliquei loco a cousa c. emitti o meu

diagnostico.A panthcra. dando uma formidável

trombada no eixo das rodas traseiras, tor-ceu-o, deixando as rodas naquella posiçãosó permittindo ao auto rodar como umpião.

Eu vi que o negocio era pouco serioe que só podia continuar minha viagemendireitando o eixo, para as rodas reto-massem a sua posição normal.

Teria eu força bastante para endireitarkm eixo de algumas pollcgas de gros-sura?

Nem pensei nisso, mesmo se o eixo,cm vez de ser de aço, fosse de pau, euque nunca fui capaz de endireitar a mi-nha vida.

Tornava-sc necessário afastar-me do lo-gar. Já assassinei dous antropophagos ese os companheiros chegassem a sabel-o,mesmo pelo tclcphonc, me comeriam vi-VO, tem me despir.

Não entendo de mecânica, digo-o já cmantecipação, c tão pouca queda tenho paraessa scieneia, que, quando rapaz, quiz cs-tudar o mecanismo de um moinho parapimenta, levei um mez a saber como fun-ccionava, gastando mais de um alqueire depimenta do reino.

Sabendo que a muqiu nunca consegui-ria endireitar o eixo, recorri a um syste-ma, do qual não tomo patente, por medode apanhar a patente na cabeça.

Amarrei uma corda á roda de diante eá de traz, o mesmo fiz com as do ladoopposto.

Puz o anto cm movimento. A roda dediante, enrolando a eorda, puxava a detraz, esta arrastando o eixo, conjuntamen-

1 a outra, endircitou-o.Alii está como, para realizar esta ope-

ração, ia empregando o resto da minhavida.

Não conto como esfreguei as mãos peloio, por tanta vieloria obtida.

Saltei, exultante, no auto c manobrei.Exquisito! D'csta vez, o auto, em logar

Y.

UJOu

o5>*H<

cáocccs:£"5

£oÉ*<o¦o

aT,coc•o-oCO'—*>XO(0COu3c

<

topsia do antropophago, talvez com o fim? de descobrir-lhe o gosto de comer gente.

Começou por abrir-lhe a barriga, pondo-lhe as tripas de fura.

Logo apparcccram á luz do dia variadosobjectos que Tom nunca sonhou que pu-dessem classificar como comestíveis.

ilonVessa, esses brutos querem porforça me pôr no espeto

A bainha de uma faca bahiana, uma ma-china para escrever, uma bomba para in-cendio, os planos de civilisação da Austra-lia, um apparelho photographico e a cabe-ça, todos pertencentes ao mallogrado expio-rador Theodoro Fulanoff, como foi ven-ficado pelo carimbo.

Estes objectos achavam-se mais ou menosdigeridos, sendo que á machina de escre-ver faltavam quinze das 32 lettras do alpha-beto russo, c do apparelho photographico,achavam-se as chapas quasi todas revela-das por terem-se misturado ao revelador,que fora bebido como caldo de canna, pelocannibal.

Quanto á cabeça do explorador, era de

homem, Tom Balikan apanhou a cabeça doexplorador c, como se achava a pouca dis-tancia da lapide, alli mesmo enterrou-a emmais de sete palmos de profundidade paraque algum cannibal não a recomesse.

E' claro que o apparelho photographico •c a machina de escrever não foram enter-rados, sendo objectos mais úteis do queuma cabeça uc explorador.

As chapas photographicas, reveladas na-.qucllc exquisito quarto escuro, qual o esto-mago de um antropophago. descreviam per-feitamente a scena do assalto soffndo peloexplorador.

Havia lá instantâneo do assalto traiçoci-ro, a scena do apito mostrando claramentea ausência da policia, o espcctaculo do as-jado de explorador a fumegar sobre asbrazas e afinal o banquete dos antropo-phagos com os brindes feitos ao espoucardo hydroquinonc, o revelador tomado comochampagne.

Uma sincera lagryma, perdendo o cqui-librio, escorregou pelas faces de Tom, que,commovido, enxugou-a com a fralda dacamisa.

Querendo prestar as ultimas homena-gens á sepultura do illustre explorador.queTom soube em seguida, ser caixeiro via-jante de uma firma, com o fim de apregoarumas pululas anti-dyspepticas, tornou-senecessário arranjar ao menos uma coroapara depositar sobre o túmulo.

Para esse fim Tom foi colher umas fio-res e para dar-lhes a fôrma de coroas agci-tou-as a um pneumatico aposentado, sa-hindo d'alli uma magnífica coroa. Faltavaa fita com as inseripções, mas não era pro-blema mais difficil que os anteriores.

Apanhou uma tira de borracha fina, quecm épocas remotas servira de câmara dear para pneumatico, arrumou-lhe ao meioum nó gravateiro c servindo-se da machi-na de escrever, fez imprimir na fita, em-bora só com 17 lettras do alphabeto russo,mais ou menos isto :

se prever que não seria tão facilmente di- que tanto podiam ser lettras russas, cornegerida, devido a barba hirsuta que comcer- saudades de 1 om Balikan; ou uma tr.bt.teza promovia cócegas nas paredes do esto- de antropophagos dançando a quadrilha,mago, difficultando-lhe as contracções. Digam depois que Tom nuo tinha bom

Movido por um impulso piedoso de bom coração.

Page 10: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

38 niBUOTHECA DO "TICO-TICO"

Finda a cerimonia Tom Balikan tratoude ir ao rio lavar os objeotos encontradosc fazer uma limpeza geral em tudo para seremetteu a caminho, afastando-se daquellcperigoso logar.

Por conseguinte, apanhou quantos objec-tos poude, e deixando o automóvel paradoá sombra, dirigiu-se ao rio, que uma vezíòra seu guia ao mar.

Alli chegado lavou, esfregou, sujando aágua toda, depois tomou banho, sahindomais preto que as azas de um urubu.

Vestiu-se, mas ao endossar a blusa cr-gueu a cabeça e avistando o automóvel, de-parou com alguém que se mexia dentrod'clle.

Balikan, o qual achou-se no direito de pro-testar energicamente.

Mas a panthera é bicho que se respeitae com a consciência «listo não se mexeu.Tom Balikan pensou enviar-lhe uma men-sagem numa bala, mas esquecera o revol-ver.

Este facto deixou-o a se cocar até ap-parecerem novos cabellos no alto da syna-goga.

Era preciso despejar de lá o novo inqui-lino, que não podia ser admittido nem mes-mo como companheiro de viagem.

A falta de revolver, Tom pensca utilizar-se de outro expediente.

Foi atirado com tal violência fora do auto, que foi enterrar o guidon nabarriga do antropophago.

— Psiú — não quero brincadeira abi —esteve quasi a dizer, mas conteve-se veri-ficando que aquelle alguém era uma pan-thera, bicho que não costuma brincar.

A fera, attrahida pelo cheiro exhaladopelo antropophago autopsiado, veiu, comeu,gostou e para a sesta foi-se deliciosamenterecostar ás almofadas do auto, como umabòa burgueza.

Comprehende-se que era um abuso, queem nada resultaria de agradável a Tom

Entre os objectos levados ao rio paralimpeza achavam-se algumas flechas doscannibaes c foguetes, salvos das formigasdevoradoras da pólvora.

Não tendo arco para arremesar uma fie-cha e desalojar a panthera do auto Tomnão se desconcertou.—Atou solidãolenteuma bomba de foguete a uma flecha, en-direitou-a fazendo pontaria, accendeu oestopim e o DOTO modelo de foguete partiu.

Como era de se prever, a panthera apa-

AVENTURAS EXTRAORDINÁRIAS DE TOM BAUKAM 39

nhou a flecha no olho esquerdo, a bombaexplodiu (era razão de apito) c o brutorolou pelo clião contorcendo-sc. Foi can-t.mdo victoria que Tom Balikan regressouao auto, do qual tomou posse, sem primei-ro verificar se o animal estava morto ounão.

Partiu de carreira, ainda mais vertigi-nosa porquanto ajudada pelo medo duplodos cannibaes c da panthera.

De facto o medo, cm parte, foi logo jus-ti ficado.

Por entre a barulhada dos pistões Tomdistinguiu um rumor que nada tinha quevçr com o motor.

Yirou-se e não teve mais duvida. Eraa panthera, que rehavenclo-sc, estava per-seguindo-o para liquidar com elle.

I cabellos de Tom já estavam acostu-ma<ios a arrepiarem-se ; aborrecidos por

terem descanso, encolheram-se d'cstavez, amotinados.

O auto foi lançado ao máximo da velo-cidade. Parecia voar. as rodas trazeiras,havia momentos pareciam passar as dian-teiras.

Via-se ao longe uma montanha, mal setinha o tempo de reconhccel-a c já se acha-vi atraz, desappareccndo nas brumas dohorizonte.

Ape/ar d'isso a panthera ameaçava sem-pre alcançar Tom, cada minuto que se pas-

i a distancia entre os dois diminuía cTom escapando de ser devorado pelos can-

nibaes, ia scl-o pela panthera.() momento era trágico, decisivo, e Tom

teria preferido que a panthera cngulissc oautomóvel, uma vez que havia bebido I

ana ao ponto de adquirir tamanha ve-locidade até alcançar o auto.

Porém deu outro sentido mais pratico assuas preferencias.

lv rípcntc achou-se á frente mais umamaldiçoado antropophago, que o espera-va de pé firme—Entre dois perij.

Foi tal o espanto que travou de si:O auto estacou immovel, mas Tom foi ati-rado para diante com o guidão na mão ecom tal violência, que foi cntcrral-o noestômago do cannibal.

A panthera que vinha atraz a toda car-reira, não contando com aquella parada su-

toi esborrachar as fuças no eixo doauto c desta vez põdc se lhe passar attesta-do de óbito.

Salvo de dois perigos mortacs, Tom Ba-likan empregou quatro horas a extrahir oguidão da barriga do antropophago, o qual,mesmo defunto havia já dado começo ádigestão de um objecto tão indispensávelpara os chauffeurs.

— Arre, estou livre desta corja de mal-creados—Si soubesse que iria passar portantos accidentes não teria vindo aqui.

nsado em extremo, Tom cahiu numsomno profundo.

Quando acordou não encontrou mais apanthera nem o antropophago—Com certe-za tinham-se devorado mutuamente.

cajp_xxji_o rxAuthoblographla de Ton

Os factos até agora relatados foram umresumo doi incidentes narrados pelo imo Tom Balikan

Revendo-os c achando alguma inexacti-cialmentc no que se refere ás du-

\ idas sobre o seu heroismo, indignou-se eresolveu escrever as suas memórias, paraque nada fosse esquecido c para que todospossam fazer justiça ao valor demonstradopor elle nas aventuras nas quaes se viu cn-\ olvido.

Declrou mesmo em /•kWiVo que não podiaser exacto que elle se achasse na Austrália,

era esta uma supposição, nada mais, poisacreditava terem-se dados os factos queacabamos de relatar, na África, onde hamais perigos, que redobram o valor doheroe.

D'aqui em diante achamos melhor divul-gar as memórias escriptas por Tom Bali-kan, nas quaes elle declara serem verd..ras as aventuras em que tomou parte e teriatrazido para testemunhal-as a Austráliainteira.

Ctdemos-lhe o logar, porque bem o me«rece.

Page 11: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

} TICO-TICO AVENTURAS DE KAXIlflBOWNNA PANDEGOL.ANDIA

v—II Jl iSfli^ffl^' / / f ((ím\R#Í! V^ " - - - IgllAfinal, Kaximbown avistou ao longe a grande me-

tropole da Pândegolandia. Estapafurdopolts, a mais des-lumbrante cidade do mundo dos Pândegos. Reinava entãoo grande rei Maktko I com a rainha Gargalhada

y//ii\\'t.

,Sn^v,"»^OH« desembarcou com a troupe, mas qual não foi o seu.panto, quando ouviu uma voz de dentro da mala: üd Ucença.papai.Vbnu a mala ; adivinhemEra Sattado que se unha esce^-do -rnala, para

ver lambem a Pandegolanaia- *«**¦coragem de castigal-o. (Continua)

Page 12: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

12 POR CAUSA DE UM AUTOMÓVEL o tico-tk:Tico-tico POR CAUSA DEI UM AUTOMÓVEL, iconclusão) 13g^E^^v^r ~n 7^^

i Tei iq lehaver nòcircodecavallínhosma corrida entre o palhaçolico Augusto e o cavalleiro

Leal. este

informando os inus primeiros deque o Director offerecia, como prêmio aovencedor,um bello cachimbo com um puro¦havano.»

:< propoza Tonh nca UigustopaV pe(?ando nas espadas pelas lâminas.i,-.. , • -,. .11.. Sicorrerem, um a pé. outro a cavallo ím lim no oulro com os punhos ou

restante no automóvel do circo In-n^ na cabeçaAugusto escolheram o automox

Mas...

14) de modo que. loy-o ás primeiraspancadas, cahiram no chão, maltratados.Era preciso, porém, acabar e o palhaçopropoz.

15i.. que sendo lançado o seu relógioimprestável ao ar,ganharia aquelle paracujo lado ficasse o ponteiro maior

.i -'i luar/. Leal '',i tmscar duas.um as qdevendo ir no auto o

m rir

5 Augusto e Leal foram os primeiros aexperimentar; mas Leal, que desejava coirer a pe. riu-se logo. Faria I pePassou a experiência a ser feita

amhos por Vugusto;desejavam o automóvel.

\ sorte favoreceu o palhaço lontco.ficou radiante de-alegt ia por correr emha,

:xpémeio de se nrem Era precisa oi 'movei. Augusto iria correr a cavalloencia

t71 Trazidos, automóvel e cavallo paraa arena do circo, afim de começar acorrida, a partida atrazou-se um pouco.

1H) porque Augusto, que não satar a cavallo. teve de ir buscar uinde mão para montar

bia mon-a escada

—"íniir».,

. ganharia,lovel

- ram. mas vendo Tônicoque era mais pesado que seu compa-nheiro, avançou um pouco na prancha

;ue ella desceu pilad<> mu». Porem este perca manha ¦¦ e.fazen Io orno

v'ali ° " v~nal Ja partida.ar r° «-l^e era Augusto, íez uma piruetae ,(>i esiatelar-se em cheio na arena

ogo o mau

^WJ' *" y"^*>^\ _^[¦ modo que

mbinaram

jederrut i companheirocorreria no auto. Tambémsultado porque ara:eguaes.

•-'ii ToniCO, que nada sabia de automó-\eis. guiando,deu contra-vapor, indo oautomóvel, recuando, de encontro a umabarreira e

81 assim recuando, foi de encontroa uma parede do circo, onde se partiu ameio, inutilisando-se. Tomcn deu umatremenda cambalhota.

¦ nao deu re-eram de lorçaa

18 Enlque entregou a Tomque elles nao sal iam serv n -"•<-

-mquan"tirados

ec.tuavach«

l-eal muito1 Perco-KaJa. sem

tranquillamentea pe, ate ao poste

ícebendo o prêmio,um bello cachimbo de espuma e âmbar,accendeu o havano e fumando, disse aosinfelizes concurrentes

Cearam com as cabeças par-tidas que os deixara disputar por saberque. embora elle fosse a pé,chegaria antesde qualquer dos dous. que nada sabiam deguiar automóveis e montar a cavallo.

Page 13: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

11 MANDUCA, LOURO B PERRO t_ac(HISTORIETAS E AVENTURAS)

O TICO-Tl

1, Manduca não gostava de D. Pulchena, que era amiga da familia. Teve uma idéa e segredou qualquer cousouvido do Louro.

2) Feito isso, disfarçou, emquanto a conversa continuava. Papagaio Loura salta então em ema de D. Pulcheria

c^-O2^3, e arranca-lhe a cabelleira postiça Situação cômica einteressa

cômico d:aquella/rjtfc.iM. Manduca vingara-se.ndasante Perro, assustado, augmenlou ai

Ív a :.:-;

|»tllAO<0\4 1 KM» V JOJ' VALE il

rtH4Q<Q^riHM> v 1€*H

Page 14: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

13 O TICO-TICO

RESULTADO DO CONCUR-SO N. 039

Ahi temos nos, leitores, oresultado do sorteio realisadoentre os concorrentes quemandaram as soluções de ac-còrdo com as condições expôs-tas por nós:

!• prêmio — i '$

Maria Jacintha Cruzcom 10 annos de edade, moradora a rua do Rosárion. &—Bahia.

2- prêmio —10$

Isidoro dos Santos Liberato12 annos. Rua de S. Pedro n. 208-Capital.

Remetteram-nos soluções:Nazareth Hungria, Arlindo Augusto da Silva EiL

Luz da Motta, Jayme Ramos Lameira Dcolinda kodrigues, Tete Xavier, Eurico Ribeiro, Óswaldo^rrêade Araújo. Virgínia Ferreira dos Santos, Me°a«ureira. Ada de Souza Lima, Emiha Vieira Cardoso, ou

vandro Pessoa, José Augusto L. Pereira, Ary de SouzaBastos, Anna Lydia de Paula, Sancho de Mello, JudithDalle, José Rodrigues de Lima Duarte, Octavio Dan-tas de Brito, Antônio Abreu, Alzira Machado, SylvioFrota, Abilio Pinto, Menillo Nogueira de Carvalho,Joaquim Antônio Naegele, José M. M. Naegele. Ma-ria Jacvnta Cruz, Jaimes Craig, Cyro Soares Neiva,Zoraidê Regina Vieira. Luiza Gomes de Freitas, Ad-hemar Cortez, José Baptista Pereira, Maria do CarmoDias Leal, Donguinha Dias Leal, Homero Dias Leal,Filhote Dias Leal, Carlos Lima Afflalo, Georges Leo-nardes, Rodolpho Navarro Crover, Judicael Synezioda Silva Athayde, Odilon Costa Macedo, DelphinoClaurindo Dahl, Maria de Lourdes, Isbella Lopes,Hermes de Barros, Lúcia Kloers Werneck, Almir,Sebastião Pereira, Cantilha Felix, Luiza Lobo dasMercês, Laura Silva, Aurora César do Nascimento,Antônio Henriques Mattoso Leal, Mario FernandoFontcnelle, Aluiza da Fonseca, João Telles Guima-rães, José da Silva Reis, Jorge Pinto T. Bastos, Au-gusto Bazualdo, Manuel Antônio Dutra Rodrigues,Cláudio de Mello Chernhinho, Armando Capozzoli,Enéas Freitas, Helena Bandeira, Miguel de CamposJúnior, Zinha Gonçalves Coelho, Indiana Duarte Nu-nes, Manuel dos S. Ribeiro, Jorge Oliveira Tinoco,Ernani Ancelino Kerl, Roberto Pereira Barreto, Yo-landa C. Fenaz, Helvécio Pires de Carvalho, Wa.-

i^>— *A»3^» •' 'i "

ai Resultado do concurso n. GSo,

Page 15: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

O TICO-TICO 16

kvria Fragoso Lopes, Dagmar Braga, Dalka Braga,José Evaristo de Souza, Leonor Fermenti, DescartesCunha, Jayme de Ávila Machado, Ernesto Weltvju-nior, Payra Souza, Geraldo da C, Flavio Fróes, Moa-cvr Peixoto, Jansen Medeiros Rios, Alfredo Fernan-des, Maria Isabel da Silva Pinto, Mana MargaridaVilías, Alberto Baghy, Yolanda Gomes.Adehna PintoRibeiro, Alcida Medeiros de Seixas, Albino de Souza.Antônio Castro da Veiga Pinto, Duarte Picorelh, lva-neska Chaves, Joaquim Prado Pinto, Annita Flnger.Anna Gouvêa Sozinha Nobre, Armeus Gualberto,Eva de Lima Evangelho, Yolanda Ferreira da Silva.Armando Souza Diniz, Leopoldo Jorge Plank, Marinados Santos Abreu, José Gomes da Silva, Navade Mil-ler Suzini, Francisco de Paula, Austregesila iFreitasBarbosa, Rosa Alves Penna, Ilermann Sieg , GustavoE de Abreu, Elly E. de Abreu, João C. de Abreu,Stella Uchôa de Lyra. Nininha Costa, Eunice Machauo,Dionisio Brazil dos Reis, Felix da Cunha Vasconcclosé Augusto de Araújo Jorge, Bellinha Campneii.Cecília Maria da Silva, Luiz Kirchhofer Larrabuie.João Mattos de Oliveira, Alba Fonseca, Paalo.Chnsti»,Òlvmpio Baptista de Mattos Monteiro da Gama, uuiçeMuniz Freire, Luciano Vignaud, Regina HalUer PlínioLoureiro, Warter Ramos Maia, Dclphina ChagasMarietta de Freitas Oberlaender, Isidoro dos Santo ,Liberato, Alzira Cândida Gama e muitas outras cujosnomes não podemos publicar por falta de espaço.

RESULTADO DO CONCURSO N. 702RESPOSTAS:

1- — Ovo-novo.2- — Baga-tela.3- — Canastra.4-—Julio-Julho. Maio-Caio.5- — Coimbra.Quiz a sorte que fossem premiados os leitores se-

guintes:r prêmio — 10$

Júlio Vaz Pimentel Filho

prêmio —10$Inah Gonçalves

12 annos de edade, residente á rua Dr.res n. G8-Nictheroy. E. do Rio.

Alberto Tor-

ouAo sorteio concorreram, alémseguintes leitores :

de muitos outros,

com 10 annos de edade, morador em Campinas,de S. Paulo. Rua Ferreira Penteado n. 1

E.

Celina Cunha.Ercilia Muvlaut,Dagmar Braga.Dal-ka Braga, Maria Dolores P. Coelho. Celeste Vonzella,Edmundo Francisco Pereira. João Hapusta Leite deSouza, Ilka Machado Guimarães. Euclydes Reis, Wal-demar Barroso Magro. Maria Suplicy. Antônio Duarte,JulioVaz Pimentel FHhO. José M. M. Naegele. Joa-quim Antônio Naegele, Elisa Pinto, Arthur C. Filho,Elza Nogueira da Cama, Cholly Braga, Helena dosSantos, Abgar Renault, Maria Abreu, Mana José Pe-re/. de Araújo, José Joaquim da Silva. Maria Gomes1>. da G.Joaquim Fogaça Almeida, Nelson GonçalvescfOliveira, Jardilino Xavier, Edith de Almeida daFonseca Alves, Ercilia Muybert, Maria da Conceiçãode Azevedo, Frederico Braga Mascarenhas, J. Ah.Iracema Gomes da Silva, Deolinda Rodrigues, Ga-briella F. M. Gomes, Ondina Nunes Teixeira* JoãoGomes, Mercedes Franco ae Magalhães Comes, Mar-tha dos Santos Abreu, Iracema Rosa, A '<rustQ Me-nezes de Mesquita, Jayme Gonçalves Melgaço, InaliGonçalves, Castellar José Freire, Nelson Maurell,Guiomar Nogueira da Gama,Irene Nogueira da GamaMaria Luiza de Lima Câmara, José Luiz uos SantosLaranja, Angelina da Rosa G.,Isolina Soares da SilvaTete Xavier, Ottilia Pereira Leitão, Álvaro AlmeidaRosa, José Evaristo de Souza, Evangehna de Almei-da Lobo, Maria Helena Franco Werneck, liara GarciaFrancisco Xavier Soares Pereira, José Guimarães,Magdalena do Valle Gutierrez, Ary Luiz Menezes, Di-norah Azevedo, Cv Maria Bittencourt, Mana Adehnados Santos Laranja, José de Góes Calmon de Britto,Cândida Ribeiro, Maria do Carmo Dias Leal, Don-guinha Dias Leal, Homero Dias Leal, Filhote DiasLeal e Alba Castanheira Fonseca.

CONCURSO N. 707

PARA OS LEITORES DOS ESTADOS E D'ESTA CAPITAI.

Com as figuras acima os leitores vão fazer o re-trato de uma senhora que passeia, retrato esse queserácollado sobre uma folha de papel e enviad-nossa redacção até odiaüõ de Novembro. As soluç-que vierem assignadas pelos auetores, acompanhadasde sua residência e edade e trouxerem collado a mar-gem o vale n. 707 entrarão num sorteio que distribui-rá 2 prêmios de 10$ cada um.

CONCURSO N. 708

PARA OS LEITORES DOS ESTADOS PRÓXIMOS E l/ESTACAPITAL

•Perguntas:

i' — Com p estou na cozinhaCom j estou na sala.

Quaes são as palavras ?(De José Evaristo de Souza)2* — Que é que está na bandeira, na gallinha, em

duplicata, na penna, na rua c não está nos pés nemnos nossos hombros ?

(De Alba Ferreira da Fonseca)3- — Qual é o peixe que se uma lettra lhe trocar-

nios passa a ser um instrumento musical ?[Remettida pelo menino Raymundo Villaça

4' —Qual ea pedra preciosa que, dividida, é umavestimenta e uma nota musical ?

(João Baptista Leite de Souza^

Daremos dous prêmios de 10$ cada um.O vale n. 708 deve ser collado á margem da solu-

ção que será enviada á nossa redacção, assignada eacompanhada da residência e edade do concorrente,até o dia iõ de Outubro.

A Emulsão de ScottL' a urnea prepararão deÓleo d" Fígado de Baca-IIiau que retommend*m osmedico? fc.' a salvação demuitas pessoas que st mella pereceriam por faltade nutrição.

EXUA-SE A LEGITIMA

Page 16: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

17 O TICO-TICO

fllSTORIR 00 JuflÜ GIGANTE E DR BOR RAIMA DOS RUÕESHavia uma vez, - como ha sempre desde que oHavia, uraavu ;()Ven nrince/.a, inda comomUnJ°H nf m nhâ d" mav < >s 'anões de umuni^^,,itnVonínquo onde os homens eram todos

mlnusSs,tinh-am^escolhido para rainha d'elles porpiin ser muito bondosa.

Todos se enchiam de alegria quando a viam so -rir Era um cspectaculo digno de ver-sc quando ellaaos domingos sahia do palácio, a passear, acompa-nhada de suas damas, pegando-lhe na cauda de seusvestidos e de todos os seus cortezãos. Ella então dis-tribuia beijos com as pontas dos pequeninos deaosde seus lábios lindos e vermelhos como morangos, a

aaafflfâsa» r tesas*9 ti " f*

«U»V-- •• llfciMr> •SrrrrriWÍi ;-;"-• rrrríflírWJ

E os soldados anões pegaram em armas...

seu povo, que enthusiasmado lançava, com a simpli-cidade de seu coração.vivas ao ar :— Viva Margarida,nos?a gentil rainha !...

E os anões enthusiasmados lançavam ao ar seusgorros e chapéus escarlates. .

O reino dos anões era um reino muito feliz, poi-que o povo era de muito bôa indole, dócil, industriai,e trabalhador. No diecionario da lingua d'elles nao seencontrava a palavra infelicidade.porque também naose encontrava a palavra preguiça. _„,,„

Como não tinham preguiça eram felizes, POrQu-a infelicidade quasi sempre nasce do pouco amoraotrabalho. Eram tão trabalhadores que durante todoo dia Nanapoüta-cra o nome de sua cidade onde v^via a rainha e a corte—parecia um formigueiro, tantoos anões se oecupavam em seus duTcientes negócios.Em volta da cidade o mesmo trabalho nos campos,bem como nas aldeias; nas officinas trabalhavam con-stantemente ; os artistas construíam cases de mar-more cõr de rosa; nas escolas e collegios os meninose meninas eram muito estudiosos e logo se dedica-vam a aprender línguas para no futuro fallarem íac 1-mente com as pessoas de outros paizes. E quantomais penoso e árduo era o trabalho, mais alegres semostravam os anões; muitos cantavam as deliciosascanções de seu paiz, como não ha outras nem maislindas, nem mais melodiosas em todo o mundo.

O almoço de familia era de dous ou três grãos decafú torrado que os homens preparavam e as mu-

lheres ferviam nas minúsculas cafeteiras e depois eraservido ás mesas de proporções mínimas, onde ascreanças collocavam chicaras muito pequenas, tendotodas o retrato da rainha.

O almoço e o jantar, também nas mesmas propor-cões, das famílias daquella feliz gente eram semprecedo e quando ao meio dia, tendo já todos jantado, ossinos das torres tocavam, os anões em suas casas.le-vanlavam ao ar suas taças como dedaes, cheias debello vinho e, bebendo á saúde da rainha, diziam : —Viva Margarida, viva a nossa rainha I

E a rainha julgava-se feliz com essas provas decarinho de seu povo, e quando ouvia aquelle vozeardo alto dos miranetes de seu palácio, alegre e sorri-dente, enviava beijos, que dava nas pontas dos dedos,para os bons anões, seus vassallos.

Mas um dia os pequenos soldados que faziamguarda, á entrada da cidade, para evitar a invasãodas lagartas e dos ratos, viram ao longe, na estrada,uma nuvem de poeira. Deram aviso aos outros solda-dos que faziam a guarnição e todos, antevendo uminimigo, pegaram em armas, promptos a derrama-rem seu sangue para defender sua rainha se hou-vesse necessidade.—Mas quem seria esse inimigo que assim ap-parecia, fazendo tanta poeira? — perguntarão — Umautomóvel ,,..,•,

Nada d"isso, naquelle tempo em A anapolita aindanão havia automóveis, nem nos reinos vizinhos.

Os anões não tardaram a saber qual a naturezade seu visitante, porque em pouco tempo chegou aosmuros da cidade, não muita gente, como poderiamsuppôr, mas um único homem, ainda moço, que ca-minhava tão depressa, que levantava aquella poeiratoda. Calcava aquellas grandes botas, que de cadapassada fazem sete léguas, muito conhecidas e quesó os gigantes ricos podem usar, porque custammuito cara.

Apenas a carruagem da rainha..-

Page 17: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

O TICO-TICO 18

¦ WWà

Ii (1

O rei dos gigantes, vestido denoivo, esperava aporta

do falado

— Eu sou—disse o recém-chegado ao generaíanão, commandante das tropas—um emmissario dogigante Perigoso e desejo, em nome d'elle, ter umaentrevista com a rainha Margarida.

Por mais valente que o general anão fosse, á vis-ta d'aquelle homem de estranhas dimensões, tãogrande que devia ser do tamanho das torres dasegreias dos paizesde homens de regulares dimensõesporque as lorres das egrejas dos anões eram de me-

nos de metro de altura,^SjSj^, teve seu receio e cônsul-

tando seus officiaes, queforam de parecer fosseavisada a rainha, man-dou a palácio, saber seMargarida consentia emo receber.

Voltou o portadorcom a resposta e comoella era ailirmativa, ogigante foi acompanha-do pelos soldados e po-voque se juntou, ao placio real.

Admittido a presen-ça da rainha Margarida,que estava sentada nasala do throno, fallou ogigante assim:

— Rainha Margari-da:—Eu sou o giganteTerrível secretario, con-lidente e emissário dogigante Perigoso, rei dopaiz longínquo dos gi-gantes. Sabendo elle daexistência d'este povode anões, e chegandoaté elle a fama de tuabelleza manda fazer-te aproposta de deixares es-tes reinos, indo paraseu reino de que serás rainha, casando com elle. Se

recusares seu pedido, elle está disposto a exterminarteu reino, passando tudo a fio de espada e arrasandoa cidade e povoações.

A rainha Margarida recebeu a proposta comgrande espanto e terror, mas como era muito bon-dosa e dedicada a seu povo, por elle se sacrificou,respondendo:

—Gigante lerrivel, era minha intenção dar a mãode esposa a um príncipe de minha raça, mas como opedido do gigante rei Perigoso, em vista de seu po-der, é para mim uma ordem, a bem do meu povo con-sinto ser sua esposa. Podes ir dizer ateu amo qued'aquiporum mez irei para sua capital, com meuscortezãos e damas, e serei então sua espo-a.

Satisfeito o gigante Terrível com o bom exito desua missão, retirou-se, logo em seguida a ter feito umarefeição para a qual foi preciso preparar tudo o quehavia de comestíveis destinados a todos os que viviamno palácio e também a toda a guarnicão militar dacidade. Não poude demorar-se mais tempo, porquenão havia alojamento em que elle coubesse.

A rainha depois de elle partir, reuniu scusconse-lheiros e sendo elles de parecer que cila não devia re-cusar.embora a magua de todos,a proposta do rei Pc-r»,g<wocombinou-sc o dia da partida.Elle chegou ea rainha, despedindo-se de todo oseu povo, pedindo a todos os anões que fizessem opossível para a livrar do poder do rei dos gigante >partiu chorando.

a* oIa n"ma linda carruagem da corte, acompanhadade suas damas ecortesãos.Apenas a carruagem da rainha tinha desappare-cido no horizonte os principaes funecionanos doreino se reuniram na casa da Gamara sob a presiden-

nrvw.nt.' t.n|0rr- ')' "'UP Sc"1 Mtd<>- TodoStnCrgi-camente, tendo levado as mãos aos olhos rara con-terem as lagrimas, 8zeram o possível para examinaríriamenle a situação, aliás terrível. Depois de lon-adeliberação, decidiram que tolos os anões, ho-mens validos, se poriam a caminho na,própria noiteielle dia para o palácio do rei Gigante c chegandoiilli. cemo os anões tinham o condão de se transfor-mar em varias cousas, objectos e animaes, assim setransformavam conforme as circumstancias o cxi"-i-ram, i ara tirar a rainha do poder do gigante 1

goso, não consentindo mesmo que o casamento tãoodioso a todos e que ella tanto deplorava, se reali-1zasse.No entanto, gasto o tempo preciso, a rainhaMargarida chegou ao reino do rei dos gigantes.Já havia dias que este a esperava quasi o dia in-teiro, a porta do palácio, vestido em trajos de gala ede noivo, entertendo o tempo para se distrahir ta-zendo seus jogos malabares com grandes facas de açobrilhante. Afinal viu apparecer a rainha.—Rainha Margarida—disse o rei dos gigantes,indoa seu encontro e rindo, mostrando seus grandes den-tes amarellos num sorriso que tentava tornar amável—as minhas maneiras a teu respeito, testemunhamsomentea grandeza de minha afeição. Queres ser minhamulher?E mesmo sem lhe dar tempo a responder,a con-duziu á sala das refeições. Alli a pobre rainha quasi

ÍW // íkf

E a pobre rainha Margarida foi quasi arrastadadesfalleceu á vista das horríveis iguarias que viu namesa, tão horríveis que preferiu não comer. Elle re-Detiu a pergunta:—Queres ser minha mulher?—Não—replicou a infeliz rainha Margarida, logoque seus lábios poderam articular algumas palavras—Nao, mil vezes, não. *—Como quizeres-respondeu o gigante. E orde-nou: —Vao encerral-a na torre grande onde terásomente por companhia os ratos e ratasanas. Alli ficacondemnada a comer pão duro e a beber só água ateque se resolva a dar-me a mão de esposa ou sc des-cubra qual o motivo que a leva a recusar.Dito isto, dous gigantes terríveis, carcereiros dagrande torre, apoderaram-se da pequena rainha Mar-ganda, que quasi arrastaram e a encerraram brutal-mente numa prisão da torre, talhada na rocha, tãohumtda que a água se filtrava pelas paredes. Depoisa pesada porta de ferro fechou-se e cila lá ficou intei-ram ente só, sentada num tosco banco de madeira,lechada a porta, a infeliz rainha, ouviu do lado defora um ruido estranho. Era o rei dos gigantes quepaia lhe metter susto, fora aguçar suas facas nosmuros da torre.

Na prisão, a rainha Margarida chorava amarga-mente, quando de repente ouviu uma suave melodiao canto nacional de seu povo. Olhando cm volta de;u quasi todos seus cortesãos do reino dosanões, que,tendo-lhe feito profunda reverencia e bei-lando-lhe a mão, organisaram uma bella orchestraexecutando as mais lindas musicas de seu paiz, emquanto outros cantavam os cantos de que ella tantogostava.— Oh I meus amigos —disse a rainha Margarida,quando elles terminaram, chorando de alegria e co-

E os anões, organisando uma bella orchestra.

Page 18: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

19 O TICO-TíCOJ

moção — como poderam chegar até esta horrívelprisão. Quanto vos agradeço!

E todos a uma voz. desejavam descrever-lhe osestratagemas que tinham empregado para entrarr.o palácio e na prisão : uns tinham-se transformadoem moscas, outros em abelhas, outros em formigas,cmfim todos em animaes pequenos, fáceis de passarpor toda a parte. Comtudo a maior parte, eja comlins reservados, em micróbios. E ainda explicaram arainha que se tinham servido do dom que as fadaslhes tinham concedido, de se transformarem racii-

voluntariamente a mão de esposa. Tal não acontecia eo gigante ia definhando a olhos vistos, mas cada vezmais feroz. Soffria atrozes dores no corpo, sem quesoubesse explicara causa. Foram chamados os maisafamados médicos do reino e nenhum soube explicara natureza da doença e, portanto, nenhum atinou comu cura, até que um dia Perigoso nao poude mais dei-xar o leito.

No emtanto dentro da prisão da ramna as cousascorriam normalmente, sendo ella informada pelosanões mensageiros de tudo quanto se passava. L,

kaV, ' iH aaw V a bbyV ^bbb/. -fám o^ Kjp wm v^aa ITTBr y#l BB .._^avs ^^,^i^*^^aHaV^^^efNal ^fc^^^^K^^aB^ToJaV^ BW^Jf^Br''''''VrT , ] m^^vTmíl'¦1 ilaW~^w

rilafíl H^k^ aaTa^V I -t*W af efeVit l'ÁM

Anões cozinheiros chegaram com as rejeições da rainha

mente c, facilmente também voltarem ás suas formasprimitivas.quando lhes aprouvesse.como ella acabavade ver. Elles a livrariam do poder do gigantel ÍCI'Í' 'QSO

A rainha Margarida, que conheciai esta particu-laridade de todos os seus vassallos de *e transfor-marem sendo ella a única pessoa de seu reino quenão-osava d-esse dom, porque os defuntos rei e rai-nha seus pais, pediram ás fadas, quando ella nasceu,uue cm troca de tal dom lhe dessem o da bondadecompleta e belleza perfeita, que ella possuía, a rainhaMargarida, repetimos, disse a seus fieis amigos :

—Ah I meus queridos, se o pigante os visse 1—Não ha perigo, não tenha receio a nossa rainha

- disse uma voz fina que partia da fechadura daporta. Estamos dentro d'csta fechadura uns vinte deseus fieis subditos enãopermittiremos que esta portate abra pelo lado de fora.

D'ahi a momentos ouviu-se o som das pesadasbotas do gigante. Tirou uma chave do bolso, preten-dendo abrir aporta, mas por irais que tentasse darvolta á chave, não conseguiu abrir. Ouviram-o pro-ferir palavras de ira, terrivelmente encolensado, ia-/cr juramentos, soltar impreca<jões. Mas a porta naose abria, obstando a isso os anões transformados empequeninos grãos de trigo e ainda por cima elles seriam lá de dentro da fechadura, motejando do rei gi-yante, queainda mais se enchia de cólera.

O gigante 'Perigoso não comprehendia nada doque se eslava passando e, como aquelles que não en-tendem as causas de quaesquer factos, encheu-se decólera, com o queafinalnada lucrou e nem ficoucom-prehcndendo mais. Fora de si, como louco, não sa-bendo mais o que fazia, gritou :

— Rainha Margarida, abre a porta 1Isto era um absurdo, pois que a chave da porta es-

tava em poder delle. E acabou mesmo porcompre7hendero absurdo de seu pedido, porque foi pòr-se amesa, para comer.

A rainha também comçeára sua refeição. O paoduro a que estava condcmnaJa? De modo nenhumporque uma centena de seus anões, transformados cmformigas, atravessavam um subterrâneo e iam a um«¦astello próximo e d'alli voltavam, já sob a fôrma decozinheiros, com os mais delicados accepipes queserviam á rainha. . ,T( i los os dias e durante longo tempo o rei dos gi-írantes ia á porta da rainha Margarida, masimpoten-l-para fazer saltar a porta, ia agaardandoo dia em que^Hasj rendesse e fosse, abrin I > a porta, pois que es-*ava convencido de que cila pedia abril-a.offereccr-lr-e

também tinha ameudadas noticias das cousas de seureino, que se iam passando bem, como o regente doreino, na sua auzencia, sabia do que se passava no pa-lacio do rei gigante.Este afinal, um dia morreu. Foi a liberdade paraa rainha Margarida, que poude sahir da prisão, vol-tando a seus reinos, com todos os seus vassallos, quea acompanharam na adversidade. Saudada festiva-mente pelo povo que a amava, deu recepsão a todos,principiando pelos nobres da corte.

A rainha viveu sempre muito feliz e adorada,amada de seu esposo, um anão muito joven, filho deArthur Sem Medo, com quem partilhou o throno.

PARQUE FLUMINENSECompanhia Cinematographica Brazileira

^f 7-O presente coupon da

ENTRADA GRATUITAde primeira classe, no

CINEMA PARQUE FLUMINENSE,a um leitor d «Q Tico-Tico», até

10 annos de edade

O TEXTO »© AI^IAXACII D'0 TICO-TICoserá o mais completo e interessante !

4* I paginas a eèf) historias illustradas, jogos,musicas, retratos e trabalhos de creanças, «ciência aoalcance das creanças, diversões, etc, etc.

E dan.io recepção em palácio..

( ^W{ \i^ ar*-H* \ ^^ea^^íB

av .» -a?-' ' l f .^a»^^ i

—Bem dizia euque o EL1XIRDE NOGUEIRAé o melhor depu-raíivo... pois nãovêem, aqui estoucompletamenterestabelecido.

Page 19: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

O TICO-TICO 20

Dulce America do Brazil — E' a de Ilalbout a me-lhor grammatica franceza. Adoptam-n'a os collegiosde curso secundário.

(>lga Pereira —Devem ser assim pronunciadas aspalavras: smoking «smokin»; e autópsia —»u/ópsia.

Luiz Villa—E' uma peta essa de não saber-seonde são fabricados os espelhos. Aqui, no Rio mesmo,existem duas ou trez fabricas. Os espelhos são fabri-cados muito simplesmente. E' bastante applicar-se auma lamina de vidro perfeito uma amálgama de mer-curió, que será protegida por outra de verniz. Está;;hi porque todos os espelhos tem a parte posteriorde uma coloração escura.Ernani C. de Araújo — «Centauro» é uma entidademythologica, metade homem, metade cavallo. aCo-

cyto» e um rio fabuloso figurado pelos poetas comoum dos rios do inferno engrossado pelas lagrymasdos perversos. Ha, entretanto, um rio na Camponia eque deságua no lago Lacrinio. «Dryadas ou driades»eram divindades greco-latinas que faziam a sua ha-bitação nos bosques, e que alli presidiam. «Naiades»,divindade inferior,que presidia os fortes e os regatos.• Xereu ou Nereo», pai das nereidas. divindades in-fenores do mar e em numero de cincóenta.como que-na Homero. Nereu foi filho de Ponto e da Deusa The-tis. «Ilamadriados» são, na poesia, as nymphas quenascem e morrem com as arvores, dentro dos quaeshabitam.

Quanto ao pedido do seu irmão, elle ahi vaie vaicomo deve ser:«Passa, passa, passa éBurro será8uem

não disserque é.»

E' o caso de «Cariacica.»Manoto Cartier Coelho —Ora e esta! De ondevem o seu sobrenome de Coelho? Certo, do Sr. seu

pai.

Dentre as carreiras a de mais futuro neste mo-menlo, é inegavelmente a Engenharia. O Brazil pro-gride sensivelmente. As nossas industrias desenvol-vem-se de uma maneira elogiavel. O governo decreta,a todo o instante, o corte dos nossos sertões porvias-ferreas. Emfim, a engenharia é ainda a carreirade maior futuro. Isto para quem queira trabalhartambém.

DR. TUDO SÍ3E.

Um homemfeito de

caracterestypographicos

*"">!

JEREZ QUINAGRANADO & C, participa á sua numerosa fre-KVí-,Zv?: S^e Já retirou da Alfândega o famoso JERFZ

yülN«APP' do reputado viticultor hespanhol ANTO-NIO SANCHEZ-ROMATE, reconhecido universal-mente pela sciencia medica COMO O MAIS PUROe melhor elaborado entre todos os seus similares.DHOGARIA GRANADO & C.RUA V DE MARÇO, 14, 16, 18 - RIO DE JANEIRO

Seria motivo de surpreza se ai-guem ainda ignorasse que, não ob-stante a limpeza diária dos dentes compastas e sabões dentifricios.os dentes,especialmente as molares, são ataca-dos de carie. Este exemplo não e en-

i \

li.li ifl Wiálasdíli fliinTJUJUJiU 1ÍJ/ÜiÍÍíilUll^SJlil!11JM ¦ <»¦¦ O O > I' 'K—»H—- II

tão bastante, para demonstrar que aI limpeza dos dentes.fcitapor meiodc

: pastas ou sabões dcntiíicios.é total-j mente insufliciente? Os dentes nãoí se corrompem só nos pontos onde> podemos alcançar commodamentej com uma pasta ou sabão dentifricios,nao, este favor elles não nos fazem.A carie dos dentes manifesta-se ex-actamentenaquelles pontos onde n.l<>se pôde attingir com a escova dedentes, como atraz dos dentes mo-lares, nos interstícios dos dentes e nos dentes furados. Para se conservaruma dentadura perfeitai e sa, isto è, livre de carie, é mister que se faça usodo dentilncio OJoI. Este dentifncio penetra em todas as partes dabocca.onde uma pasta ou um po dentifricios não attingem. O Odol des-tróeos germes corruptores dos dentes, protegendo-os assim contra a ca-ne. Aconselhamos com insistência e bôa consciência a toda a pessoaque deseja conservar os seus dentes sãos, de habituar-se a lavar con-stantemente a bocea e os dentes cora o Odol. A' venda em todas as phar-macias, drogarias e perfumanas.

Page 20: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

21 C TICO-TICO

/«i*!l c— *\l£C/4CsO

•K.

Belisario Drummond —Assoluções são numeradas e d'es-ses números, sem que se co-nhegam as soluções ás quaeselles pertencem, são tiradosdous que são respectivamenteoi- e 2- prêmios.Alvarina Brandão — Den-tro cm breve será iniciada apublicação de um lindo conto.

Mana Apparccida de Cas-tro — Scientes da sua mudan-ça. Muito gratos. O Tico-Tico

^lírigeunaS^mel idS mediante a Igggffi<&%ÍS£j£

gSSSnN&. Muito^SdâX. Nada tem que des-CUlPHylda

Gomes da S. Pinho-Demos ao ChiquinhoSCU íoséJ|oaauim da Silva- E' muito provável .quenãoJtenhamos recebido as respostas que o am.gu.nho"^AntoXSstino-Faça favor de mandar o re-'"^.f^^SdSSio-Desenhe com tinta preta eem papel sem pauta; só assim se conseguira repro-duzir os desenhos que nos enviar. O catavento foiPT?S°TS;fÍ'ínaSS>ve,mcn.e.os seusde senhos sãomuitobons, mas nao poderam ser publicadosporque não foram feitos com tinta preta Knxim.

José Evaristo de Souza - Entregamos a Kaxtmbon-n a sua cartinha. .ut(Wii tndn7idaAyna M. de Araújo-Mande a historia traduzida,com a nota: traducção. . ,.,,_„. . ;nctifi-

Maria da Candelária Diniz- Acceitamos a jusun""Armando

Diniz - Mesmo para o AgSgMgSSséa é excessivamente grande, mas prometternos inque publicaremos trabalhos seus nesse livro das"Molestes

Hastenreites-Oh I amiguinho, tenha pa-ciência. São tantos os trabalhos a publicar...

AVISO

Serão excluídos do numero de nossos collabora-dores todofaqueles que nos mandarem.para publicar,Sbalhos°deqou'remqe sob os quaes venham suas as-signaturas como legítimos auclores Com, isso que

, lemos dizer que o collaborador que! qu«er P"^. C££um trabalhon'0 ^ico-Tico deve ele propnonaginalo e escrevel-o e não, como muitos tem feito, aproVeÍtrtSraduc^%devcmtrvir acompanhadas da nota:/rtl"SoYp°oderão

ser acceito.s os trabalhos que, alémde rreencherem as condições acima, julgados assmmerecedores.de publicação, venham escriptos de um80 '

a!Srígínfas deverão ser acompanhadas das respe-. ctivas soluções.

pelicifações, Mais um tuturo leitor conta O TfahTieo no lar

Sr. Jeronymo Martins Lamenha e D. Chribtina daRocha Lamenha. Esse galante pet.z chama-se Ku>

— Chauby é o nome de mais um camarada que

Chiquinho terá no futuro. E' elle filho do Sr. CarlindoMaiada S. Mattoso. .Faz annos no dia 5 de Outubro o menino Alei-desVallim de Carvalho Aranha, nosso gentil collabo-rador e assíduo leitor. .

No dia 29 do mez findo passou a data do an-niversario natalicio do menino Miguel do Valle Gu-tierrez Completou 12 annos de edade, no dia 21 de Se-tembro, o nosso assignante Gil Barroso da Silva.

Mais um anno de edade completou no dia 20 aomez findo a menina Lina Valle. _

—A 25 do mez passado fez annos a senhontabarande Miranda Carvalho, nossa leitora e collaboradora.

—A graciosa Marietta [Leleta] irmãzinha do nossoleitor Moacyr Pinto de Carvalho, completou 2 annosde edade no dia 18 de Setembro.Completou mais um anno de edade, em 2b deSetembro, o galante Newton Klaes, filho do Sr. wai-terKlaes e sobrinho de Aldo Klaes, nosso companhei-ro de trabalho.

O SLCCESSO do ...tlrnanacli do Tico-Tieo» vaiser formidável, seu texto será varladisslmo : eontos,lendas, comédias, retratos, selenela para ereauças,dl versões, jogos, mnsleas, cançonetas, etc., etc.

I MUITO PALLIDAInappetencia—Cansaço—Tumores nas pernas e si-

ennes cie arantle anemia, em uma menina ile1 1 annos.Reconhecia o estado de minha filha Adelina,

de 11 annos de edade.a qual,desde 8 annos foi mui-to adoentada, magra, com fastio, chegando aoponto de quasi não poder andar, tal era o cansaçoproduzido pela fraqueza. Tinha tumores nas per-nas e muitos outros symptomas de grande anemia,que procurávamos combater, com todos os reme-dios que nos receitavam, nada conseguindo, du-rante trez annos, até que, somente com o uso doIODOL1NO DE ORH, minha filha começou amelhorar, desde os primeiros dias, e, voltando afome e as forças, ficou animada e bem disposta,desapparecendo os tumores das pernas, não pare-cendo agora que está completamente curada, amesma creatura, antes tão magra e pallida.

Desejando ser útil e reconhecendo publicamenteos effeitos curativos do lODOLINO DE ORH façopublica esta declaração.—João Alves Camargo Ju-nior — Bahia. 19 de janeiro de 1911.

Vende-se em todas as drogarias e pharmacias—Garrafa 5$800. Agentes geraes: Silva Gomes & C.— Rio de Janeiro.

/«eus * fe^/ cotias Y

«.aconselho o BR0I1IL, quando tiverem tosse!...

dl I li I t. 4 lti:%\< ti)l! O ALMW4«'*l *>0TUO-TM O,eom variaulssliuo texto e «i r**1""-liluoçraphadas a cores, Já começou a ser feito-

Page 21: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

O TICO-TICO £2

TELEPHONEN.

1.313

Coifleur to DAMESUruguayana, 78

POSTIÇO DE ARTETodos os trabalhos sendo

feitos com cabellos natu-racs, a casa não tem imi-tação.

MANDA-SE CATALOGOII. LUSTRA DO

*êmÊÊtè-SERVIÇO ESPECIAL EM

CORTES DECABELLOS DE CREANÇAS

-LÊRCOM ATTENÇÃO-AOS QUE PRECISAM DE DENTADURAS

Minai rcisóas que precisam de dentadura», devido á exigul-dade dos fceu$ recursos, *_u, muitas vezes, íurçadas s procurarpTAflssiomei menos hábeis, que as Mudem em tuJu. o* lea-IMca, pott a—e* inüMibo* exigem muita pratica a conhaol-mentos especiaes.

I ,i evitar laes prejuízo» e facilitar a todos obter dentaduras,dentes a pivot, corvas da ouro, bridge—work, •_,, o que hade mais pene-lo nesse genei", resolveu o abatzo satigiiaJo reduzirOrnais po.bivel s sua antiga tabeila de preço», que ficam d e*semodo ao alcance dos menos favorecidos da fortuna. No seuDOvo eootuttono. á rua do Carmo n. 71, (canto da do Ouvioor)da informações completas a todos que as desejarem. Acerta e fazfunecionar perfeitamente qualquer dentadura que não estejabem na bocea e concciia as que se quebrarem, por preçosinsignificantes.Os clientesque não puderem vir ao consultório serão

aitendidüs em domicilio, sem augmento de pre^oDR. SÁ REGO (Especialista)

mudou.se RUA DO CARMO 71 HVJà*

EM

CJLDJL GOTTA

UM DELICIOSO PREPARADO-DE-

FÍGADO de bacalhauSEM OLEQ

Em totluw 11* ))lianiuici:iH o *lro«_a.ria_

ÚNICOS AGENTES PARA O IiRAZII.PAUL J. CHRISTOPH CO.

rio ide j_\j>te:lr.o

Creanças palliias, Lymphaticas, EscropMosa?,RACIIIT1CAS OU ANÊMICAS

Lymphatismo, Rachitismo, Escrophulose,Anemia

O Juglandino daGifTonl e um excel-lente reconsUluini:ireral dos organis-mos enfraquecidosdas creanças pode-roso tônico depura-livo eanli-cscropnu-loso.que nunca iaIh.ino tratamento dasmoléstias consum-plivas acima aponta-«Jas.

IC superior aoolcode fígado de baca-lhau e suas emul-

. porque contemem muito maiorpro-porção o iodo vege-lali/.ado, i nti mamen-te combinado ao lan-nino da nogueira (ju-gians regla)eopho»-phoro pnysiologicn.mcdicatueii to e m i -nentcmenle vilaliza-dor, sob uma fôrmaagradável e Inteiramente assimilável, ir um xarope saboroso, quenão perturba o estômago e os Intestinos, como frequenlcrnenit-.

Micccde ao óleo eds emulsões; d'ahi a preferencia dada ao Ju-glandino pelos mais distinetos clínicos, que o rectilam dUria-mente aos seus próprios lilhos.

Para os adultos preparamos O Vinho lodo-tannico glycerophosphatado. i-:ncontram-se ambos nas boas drogarias epnatmacias d'csla Capital c dos Cs lados e no deposito geral :

Pharmacia e Prosaria de FRANCISCO GIFF0H1 A Ç.

9-RUA 1.° DE A1ARÇO-9RIO DE JANEIRO

_¦* •> ¦—Ei ~ 3SL 4•»H _ãt aj^^ ^__^BM^ ¦->. _Bfc

__ i_f

ANTAPNÈAé. um cxccllentc Xa-rope formulado espe-cialmente para crean*ças, pelo pharmaceu-li o Samuel de Macedo Soares.AAT.AIVKI-rA carnais

acliva, a mais agradável ca mais completa das prepa-rações até hoje conhecidas para combater as alTecçõesR»í1£,Voes,ías ceanças: COQUELUCHE e BRON-liik u os adultos preparamos a CAI MO-¦,ia\ soberana nas bronchites, tosses rebeldes e in-substituivel na fraqueza pulmonar. Encontra-se naspnncipaes pharmacias e drogarias e na PHARMA-CIA AURORA

Rua Aurora, 57—S. Paulo.

OUiai para o futuro de vossos OlhosDai-lhes Morrhuina (principio actiro do óleo daCondo do baealh.U) d*

COELHO BARBOSA & G. RUA DOS OURIVES 38e QUITANDA 104

assim os tomareis fortes e livres dsmuitas moléstias na Juventude

BIJOUTERIA FINA DE HESPAHHADE F. AGUST1N LARRANAGA

AHTi: !¦ l»iyi i:#.A —Cmzelados e incruslaçõcs deuuio de lei sobre aço

cm toda a classe de objectos para homens e senhorasPeçam catálogos illustrados com pteços marcados

Recebem encommcndas os agentes geraes:THE |\NClO-*mERIÇ*M k BR^Z|LI^H *ÇENCy

MO bt: Janliko - fíl/A DO ROSÁRIO. 145 — Sobrado — drazil

Page 22: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

TICO-TICO POR CAUSA DE UM BALÃO 23

/—^

1) Lili ganhou um balão de brinquedo, quasi de seu tamanho que, admirado pelos gatos e cachorros da casa..

2) . .foi por elles desejado para brincarem. Tigre, Negrinho e Branquinha (gatos) e -Bola-de-seda, Fiel e Palhaçoíhorros)...

__ —— —

jm 3) ..Tanto fizeram, tanto pularam, que o balão se desprendeu das mãos de Lili e iria pelos ares se Branquinha, de

. D ...não o agarrasse, o balão rebentou. Branauinha pelos a« es... tudo em polvorosa, um horror! E L.h. muito -

abia o valor do provérbio árabe: tOcculia a tua JcHctdade se a queres conservar.*

Page 23: A DE TODOS OS SEUS ASSIONANTES ZÉ^ MACACOmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1912_00365.pdf · a charrúa ou arado é um instrumento moderno. Ouça m o que ha, em resumo a este respeito

24 REVOLUÇÃO NUMA COZINHA O TICO-TH

~ ~~ 11 i a °^i i\i _____1) De noite numa cozinha sem

ninguém, abriu-se a cesta das com-pras e appareceu a cabeça de umgrande nabo, o qual, nao vendogente...

2).. .sahiu do cesto, seguido pelos legumesseus companheiros. Então um alho,tomandoa palavra,proclamou a linerdade e indepen-dencia, Em tomate fez-se ainda mais ver-melho e uma cebola chorou. .

3)...de enthusiasmo. Combinando]bertar os legumes prisioneiros, diram-se a uma caixa de ervilhas de cserva, a qual o alho conseguiu abnque...

ãv>

k) ..cahindo no chão deixou escaparas ervilhas. Depois, desejando fugir,mas sendo fracos para tal empreza..

5)£..o alho foi pedir o auxilio de umcoelho.que numa gaiola de arame.espe-rava ser cozinhado, para fugirem todosd'alli.que elles legumes também o au-xiliariam.

6).. .devendo o coelho jurar que os|comeria, Acceitando o coelho, paraelle podesse fugir da gaiola, a cenoulalho eo nabo, com uma barra de ferrj

7).. arrombaram a porta da gaiola.Todos os legumes montaram nas costasdo coelho, menos o repolho, ao qual onabo disse ; Es burro como repolho.

8) Aos pulos o coelho, carregando os 9). pelo coelho para um bosque vizillegumes, saltou por uma janella, cahin- O alho. vendo que o coelho nao cumpi|do logo alguns cavalleiros e os res- que jurara, intimou-o com a laça,tantes foram levados nunca largara, a leval-os a todos

10i para terra cultivada, pois legumesrao vivem nos bosques. Não teve o coelhomedo da faca e comeu todos os teimes.<» malvado, que nao cumpriu sua pala\ ra.jantou muito bem, mas.

111 não gozou muito o frueto de suama acção. porque dando-lhe vontade de

rar. ao fazei-o deu com a Cabeçanuma pedia aguçada, morrendo instan-taneamente

oz.^fIS \a manhã seguinteespantada, não vendo os legurmvcoelho, julgou lei ha\ido [_Hparte a policia, não suspeitand1'o que se passou durante a noue

n<