A dedução de verdades

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FILOSOFIA 11.º ano

FILOSOFIA 11.º anoLuís Rodrigues

Verdades indubitáveis que se deduzem da primeira verdade

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ANÁLISE COMPARATIVA DE DUAS TEORIAS DO CONHECIMENTO

O RACIONALISMO DE DESCARTES

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VERDADES INDUBITÁVEIS QUE SE DEDUZEM DA PRIMEIRA VERDADE

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A distinção entre alma e corpo

Não posso duvidar de que existo. Descobri que existo no ato de pensarporque duvidar é uma forma de pensar.

Mas será que dizer «Penso, logo, existo» é igual a dizer que é suficientepensar para existir?

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«Examinando o que somos, nós, que pensamos agora estamospersuadidos de que fora do pensamento não há nada que seja ouexista verdadeiramente, e concebemos claramente que, para ser, nãotemos necessidade de extensão, de figura, de estar em qualquerlugar, nem de outra coisa que se possa atribuir ao corpo, e queexistimos apenas porque pensamos.»

René Descartes, Princípios da Filosofia, Lisboa, Edições 70, p. 29

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A distinção entre alma e corpo

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É impossível duvidar da nossa existência enquanto pensamento,embora seja possível duvidar da existência do nosso corpo.

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A distinção entre alma e corpo

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Não sabendo se existem realmente corpos nem se tenho um, sei,contudo, que existo enquanto penso, existo como substânciapensante. Portanto, a existência da alma ou do pensamento étotalmente independente do corpo.

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A distinção entre alma e corpo

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Para dizer «Eu penso, logo, existo», Descartes não tevenecessidade de falar da existência do corpo. Podemos conhecer a alma(a substância pensante) sem que para afirmar a sua existência sejanecessário que o corpo, a substância corpórea, exista.

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A distinção entre alma e corpo

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Todas as coisas sensíveis – incluindo o meu corpo – podem nãopassar de realidades que só existem em sonho. Mas existo, e disso nãoposso duvidar. Se não preciso do corpo para existir, então a alma – oque eu sou – é distinta do corpo e mais fácil de conhecer do que este.

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A existência de Deus como ser perfeito

Ponto de partida da prova – A descoberta da ideia de perfeito

Se duvido e nada conheço a não ser que existo e sou um serpensante, então sou imperfeito. Mas de onde veio esta ideia?Comparei as minhas qualidades com as que caraterizam um serperfeito. Logo, sem a ideia de um ser perfeito – do que é ser perfeito –,não saberia que sou imperfeito.

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O problema

• Qual a causa ou o autor da ideia de perfeito?

• A questão não é saber se essa ideia existe, mas saber qual a razão deser ou causa da sua existência no sujeito pensante.

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DUAS HIPÓTESES DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA

A causa da existência da ideia de perfeito

ou

é o sujeito pensante

ou

uma realidade diferente dele.

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FORMULACÃO DO PRINCÍPIO DE CAUSALIDADE PARA DECIDIR QUAL

DESTAS HIPÓTESES É VERDADEIRA

Em termos gerais, o princípio de causalidade diz que tudo tem

uma causa. Em termos mais específicos, este princípio diz que no

efeito não pode haver mais realidade do que na causa, ou seja, a causa

não pode ser inferior ao efeito.

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O SUJEITO PENSANTE NÃO PODE SER A CAUSA DA IDEIA DE PERFEITO.

Se o sujeito pensante fosse a causa da ideia de ser perfeito (a

ideia de Deus), teria de ser causa dos predicados que constituem a

ideia de Deus. Como os predicados do ser perfeito (predicados como

omnipotência, omnisciência, etc.) são perfeições, o sujeito pensante

teria de ser perfeito para ser o seu autor. Ora, isso não acontece. Logo,

sujeito pensante não pode ser a causa da ideia de perfeito.

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DEUS, O SER PERFEITO, É A CAUSA NECESSÁRIA DA IDEIA DE PERFEITO.

O sujeito tem de reconhecer que a causa da ideia de perfeito só

pode ser uma realidade perfeita. Esse ser perfeito é Deus. Só assim se

evita que haja mais realidade no efeito do que na causa.

Se a ideia de um ser perfeito existe, necessariamente existe o ser

perfeito que a «pôs» no sujeito pensante. Deus existe como causa da

ideia de perfeito.

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Os objetivos da prova

1. Afastar a desconfiança no funcionamento correto do nossoentendimento.

Provado que Deus – por ser perfeito – não pode enganar,podemos confiar nas operações do nosso entendimento/razão.

O critério da evidência é fundamentado de modo que aquilo queconsidero claro e distinto – evidente – é claro e distinto,absolutamente indubitável.

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Os objetivos da prova

2. Superar, em parte, o solipsismo.

O termo solipsismo designa a possibilidade de, para além doCogito e dos seus pensamentos, nada mais existir.

Deus é o ser cuja existência que não depende do sujeitopensante. Logo, este não está sozinho.

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3. Mostrar que Deus é o fundamento metafísico das crenças

verdadeiras e que sem ele não há verdade objetiva.

Garante-as absolutamente, porque garante que as evidências atuais

são realmente indubitáveis, como também que o serão sempre. O

conhecimento torna-se assim um conjunto de verdades objetivas,

independentes do sujeito pensante.

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Os objetivos da prova