A Deus, o criador de todas as coisas, da vida e sua beleza...

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Gustavo Curty Huguenin

DIG DOG: O design de embalagem no setor Pet Food

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, como requisito

parcial para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em

Design Gráfico.

Orientador: Professor Hugo Rocha

Campos dos Goytacazes

2010

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A Deus, o criador de todas as coisas,

da vida e sua beleza em formas e cores.

  

H897d         Huguenin, Gustavo Curty. 

                         Dig Dog: o design de embalagem no setor de pet food. /  

                    Gustavo Curty Huguenin – Campos dos Goytacazes (RJ) :  

                    [s.n.], 2010.                   

                         67 f. : il. 

 

                         Orientador: Hugo Reis Rocha 

                         Monografia (Tecnologia em Design Gráfico). Instituto  

                   Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense.  

                   Campus Campos‐Centro. Campos dos Goytacazes, RJ, 2010.  

                          Bibliografia: f.  66. 

                                 

Dados de Catalogação na Publicação (CIP) 

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Agradecimentos

Agradeço a Deus por me conduzir e providenciar todo o

necessário para que eu pudesse começar esta nova etapa em minha vida.

Agradeço a todos que colaboraram para minha conclusão do

curso de Tecnologia em Design Gráfico.

Agradeço aos meus pais que deram todo o apoio e auxílio

necessário para perseverar em meus estudos. Agradeço a minha noiva

Fernanda por sua compreensão e palavras de ânimo durante o período

do curso.

Agradeço aos meus professores que através de suas aulas

trouxeram à tona toda o meu interesse e amor pela profissão.

Agradeço aos meus colegas de classe, pelo apoio e amizade,

especialmente Andrea, Cristiane, Natália e Vitor.

Agradeço ao professor Hugo, pela orientação neste trabalho e

pela motivação com suas palavras nas aulas da disciplina de

Planejamento Visual II - Design de Embalagem.

Agradeço a banca examinadora deste trabalho de conclusão de

curso, ao professor Luiz Claudio Gomes e ao professor Leandro Vieira.

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“As pessoas são influenciadas pelas embalagens de uma

maneira que elas não entendem conscientemente. Palavras e

números são captados pelo racional, mas formas, cores e imagens

ultrapassam a mente e atingem as emoções do consumidor”

Thomas Hime

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

CAPÍTULO I . HISTÓRIA DA EMBALAGEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

1.1 História da embalagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

1.2 Breve histórico da embalagem no mercado pet food . . . . 15

1.3 O papel fundamental do design de embalagem . . . . . . . . . 17

CAPÍTULO II . ANTES DO DESENHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

2.1 Briefing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

2.1.1 Sobre o fabricante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

2.1.2 O produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

2.1.3 Público-alvo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

2.1.4 O mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

2.2 Estudo de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2.2.1 Conhecendo a concorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

2.2.2 Especificações técnicas da embalagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

2.2.3 Os objetivos mercadológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

2.3 Estratégia de design . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

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CAPÍTULO III . O DESENHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

3.1 Logotipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

3.2 Personagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

3.3 Tipografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

3.4 Elementos visuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

CAPÍTULO IV . A COR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

4.1 A cor na embalagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

4.2 Escolha de cores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

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INTRODUÇÃO

A embalagem vem assumindo valores e funções diferenciadas a

cada dia. Inicialmente, ela foi criada para proteger e transportar produtos,

mas está se tornando cada vez mais importante, incorporando

comunicações, aumentando tempo de vida do produto, proporcionando

conveniência e conforto para nossas vidas.

“Embalagem é um meio e não um fim. Ela não é um produto final

em si, mas um componente do produto que ela contém e que, este sim, é

adquirido e utilizado pelo consumidor. Sua função é tornar compreensível o

conteúdo e viabilizar a compra. Ela agrega valor ao produto, interfere na

qualidade percebida e forma conceito sobre o fabricante elevando ou

rebaixando sua imagem de marca” (MESTRINER, 2002, p.11).

O tema deste trabalho surgiu com a oportunidade do

desenvolvimento de uma embalagem real, fazendo com que os

conhecimentos adquiridos nas disciplinas do curso Tecnólogo em Design

Gráfico, fossem aplicados na prática, com os estímulos e desafios de algo

concreto. Com isto, é abordada a figura do cliente, personagem

requerente dos serviços de design gráfico e norteador dos conceitos e

valores do produto.

O produto citado neste trabalho será comercializado após a

criação e implantação da embalagem na indústria, pois será seu

lançamento no mercado. Com o nome “DIG DOG”, o produto se classifica

como “ração para cães adultos”.

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Todo o processo de desenvolvimento da embalagem se inicia

com o pedido do cliente para o lançamento deste produto em um nicho

de mercado dominado por poucos fabricantes. A criação desta

embalagem necessitou de pesquisa de mercado, referências visuais,

diversos testes e revisões.

“O Brasil precisa de boas embalagens para agregar valor e a

melhorar a competitividade de seus produtos no mundo globalizado, e o

design começa a ser compreendido como um fator decisivo para o sucesso

dos nossos produtos” (MESTRINER, 2002, p. 27).

Esta preocupação com o valor da embalagem foi uma grande

motivação para o desenvolvimento deste trabalho, tão desvalorizado

pelo setor de Pet Food. Percebe-se que os produtos mais vendidos nem

sempre são aqueles com maior apelo visual.

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CAPÍTULO I

HISTÓRIA DA EMBALAGEM

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1.1 HISTÓRIA DA EMBALAGEM A embalagem surgiu com as primeiras necessidades do homem,

quando os nossos antepassados pré-históricos deixaram de ser nômades.

Era preciso criar novos meios para procurar e conservar o próprio

alimento - fossem eles animais caçados, ou verduras e legumes

cultivados. Conchas, chifres e crânios de animais foram debelados até que

o homem dominasse a arte da fabricação de cestos vegetais, e

posteriormente, a fabricação de vasos de argila e ânforas, queimados ou

não.

Figura 01 – Ânforas feitas de barro

Com o tempo, o mercado em escala global exigiu que surgissem

novos materiais e técnicas mais eficientes de embalagens, de maneira

que os processos de produção foram evoluindo do artesanal para o

industrial. Por volta de 1450, a impressão sobre papel ganha impulso com

a invenção da prensa por Johann Gutenberg, aumentando assim a

velocidade da impressão sobre papel e facilitando o processo de

produção da embalagem.

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Figura 02 - Prensa de Johann Gutenberg

“A embalagem tinha como funções iniciais proteger, conter e

viabilizar o transporte dos produtos. Com o desenvolvimento da

humanidade e da economia, a embalagem teve também denotações para

conservar, expor e vender os produtos, e tornando-se assim uma importante

ferramenta do marketing para atrair o consumidor por meio do seu visual

atraente e comunicativo” (MESTRINER, 2002, p. 12).

Ao longo de sua história, o aspecto visual das embalagens

obteve grande desenvolvimento, culminando no uso de imagens,

elementos decorativos, letras especialmente desenhadas e uma grande

variedade de cores, incorporados à sua linguagem desde o início do

século XX.

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“Como conceito específico, o processo de design do layout é algo

um pouco mais amplo do que o simples arranjo de elementos na página.

Um design só pode ter resultado satisfatório se constituir a síntese de todos

os dados úteis, traduzidos em palavras e imagens e projetados de forma

dinâmica. [...] as palavras e as imagens podem ser organizadas de modo a

ser obtido um layout de real valor [...] O equilíbrio é o elemento-chave do

sucesso de um design” (HURLBURT, 1980, p. 8).

A partir do surgimento dos supermercados, no período do pós-

guerra, e da disseminação do auto-serviço, sistema de vendas em que o

consumidor escolhe o produto sem intermediação de um vendedor, as

embalagens tiveram suas funções de comunicação ampliadas, tornando-

se, de um lado, uma efetiva fonte de informação para o comprador e, de

outro, um importante meio de divulgação para os fabricantes.

“A evolução do mercado e a maior competição entre os produtos

fizeram com que a embalagem se tornasse um fator de influência na

decisão de compra dos consumidores e começou a vestir-se para agradá-

los. Nos anos pós Segunda Guerra Mundial surgiram os supermercados, e a

venda em sistema de auto-serviço estimulou os produtos a conterem a

informação necessária para concretizar a venda sem o auxílio de

vendedores” (MESTRINER, 2002, p.13).

Até a década de 70 as empresas usuárias de embalagens mal as

utilizavam como apoio mercadológico, apenas se limitando a satisfazer os

anseios básicos de seus consumidores no tocante à segurança e

qualidade dos produtos comercializados.

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Figura 03 – Ampla concorrência no ponto-de-venda

O homem urbano é submetido diariamente a milhares de informações

visuais - jornais, revistas, televisão, outdoors, cartazes, enfim, um sem número de

estímulos que, para se fixarem adequadamente em nossas mentes, devem ser

programadas visualmente (STRUNCK, 1989, p.11).

Com base em estudos de programação visual, pode-se entender

a importância do design na construção de uma embalagem e sua eficácia

na escolha do produto no ponto-de-venda.

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1.2 BREVE HISTÓRICO DA EMBALAGEM NO MERCADO PET FOOD

Segundo o Pet Food Institute (Estados Unidos), o primeiro tipo de

alimento para cães preparado comercialmente era um biscoito produzido

na Inglaterra por volta de 1860. A empresa Spratt foi a primeiro fabricante

mundial de biscoitos caninos. Sua carne de fibrina “Dog Cake" foi uma

idéia do empresário americano James Spratt. A empresa começou suas

operações nos Estados Unidos em 1870.

Desde então, alimentos para animais têm expandido para

enlatados, alimentos secos e semi-úmidos para atender a uma ampla

variedade de necessidades nutricionais. Atualmente há no mercado uma

enorme quantidade de produtos para escolher, mas todos os alimentos

para animais de estimação têm uma coisa em comum: décadas de esforço

e pesquisa

Figura 04 –Primeiras embalagens de biscoito em lata para cães

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Spratt é pioneira no conceito de fases da vida animal, com

alimentos adequados para cada fase. A empresa promoveu com sucesso

a sua gama de produtos para cães e outros animais domésticos. A

empresa foi a primeira a erguer um cartaz em Londres.

Os enlatados perderam mercado durante a Segunda Guerra

Mundial, quando a escassez de lata de conservas, com fabricação difícil e

cara. Em 1946, o alimento seco para cães dominava o mercado mais uma

vez e ficou assim até os dias atuais.

A produção de sacos enormes de rações em pedaços começou

em 1957, quando a empresa Purina começou a comercializar ração

extrusada seca "Dogchow" em redes de supermercado.

Figura 05 – Ração para cachorro

Atualmente, devido às possibilidades de tecnologia e grande

produção de matéria-prima, os fabricantes de rações possuem uma

grande linha de produtos com sabores diferentes e funções nutricionais

de acordo com a idade do animal. Além disso existem as extensões de

linha, atendendo o consumidor com rações, biscoitos, bifinhos, carne

enlatada e até sobremesas.

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1.3 O papel fundamental do Design de Embalagem

Antes de iniciar o desenvolvimento de uma embalagem, é

necessário compreender a importância de sua comunicação visual para

agregar valor ao produto e estimular sua venda.

Atualmente, conforme os dados disponibilizados pelo POPAI

Brasil (Point of Purchase Advertising International) em 2010, sabe-se que no

Brasil 71% das decisões de compra são tomadas no ponto-de-venda, e

por conseqüência, quanto mais apelo tiver a embalagem, mais chances

têm o produto de ser adquirido.

A necessidade de integração da embalagem ao ponto-de-venda

é uma consciência cada vez maior entre os empresários, pois, este é o

único recurso de marketing que não pode ser eliminado.

Com as novas exigências do consumidor e as mudanças que vêm

ocorrendo no cenário econômico e sócio-cultural, as empresas têm uma

preocupação crescente com alguns aspectos estéticos dos produtos, que

anteriormente não eram levados em consideração. O desafio de chamar a

atenção do consumidor em meio a inúmeros outros produtos faz da

embalagem um importante item de diferencial competitivo. Muito se fala

sobre a criação de projetos de qualidade, produtos líderes de mercado,

alvo do desejo dos consumidores, porém com o dinamismo crescente do

mercado, produtos de sucesso hoje se tornam obsoletos rapidamente e

preteridos pelos consumidores amanhã.

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Há alguns anos, as funções da embalagem se resumiam em

conter o produto, preservar o produto para o consumo futuro, facilitar o

transporte e a armazenagem, proporcionar segurança quando do

manuseio pelo consumidor e proteger o produto. No entanto, com a

evolução do marketing, a embalagem assumiu novas funções, como

atrair a atenção do consumidor, comunicar os benefícios do produto e até

mesmo promover a venda através de uma silenciosa persuasão.

Conforme argumenta Seragini (1993, p. 38), "já vai longe o tempo em que

a embalagem perdeu a mera função de proteger e acondicionar

produtos, passando a incorporar elementos diretamente ligados à

estratégia de comercialização da empresa".

Mestriner (2002), explica que a embalagem é uma poderosa

ferramenta de marketing permitindo que empresas de todos os

tamanhos possam participar do mercado cada vez mais sofisticado

valendo-se, exclusivamente, das embalagens de seus produtos para se

comunicar com o consumidor, chamar sua atenção e conquistar sua

preferência na hora da compra.

A embalagem, nos dias atuais, agrega valor ao produto. Logo, se

o comunicador enxergar a embalagem como a própria imagem do

produto, então ele agregará valor à marca e, conseqüentemente, se isso

gerar uma imagem positiva ele passará a pagar o preço que a empresa

achar justo para aquele determinado produto.

A embalagem é um elemento importante para a empresa, pois

ela vende por si só. Se um cliente construir uma imagem positiva da

embalagem, ele agregará valor ao produto e, quase que em

conseqüência disso, ele comprará mais vezes os referidos produtos.

Sendo assim, podemos dizer que a venda de um determinado produto

depende, em grande parte, de como a embalagem se mostra ao

consumidor.

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O design gráfico, a partir da embalagem, é enfatizado em sua

capacidade de agregar valor a produtos representando, assim, algum

valor intangível para o consumidor e tornando-se fator de diferenciação.

“Novas características proporcionam uma forma rápida e visível

de demonstrar um benefício a mais; o design pode diferenciar visivelmente

um produto ou embalagem. Sendo assim, a efetividade do design consiste

em obter a satisfação dos clientes e atingir os objetivos estratégicos da

empresa. Esse aspecto é, de fato, o ponto central de qualquer planejamento

empresarial que busque a diferenciação do produto” (KOTTLER, 2000, p.

420).

Percebemos então que as embalagens são um grande diferencial

competitivo, afinal, as grandes empresas podem usar a embalagem na

comunicação e na mídia para apoiar seus produtos na competição de

mercado. Vale lembrar que o consumidor forma conceito sobre o produto

e seu fabricante também através da embalagem, uma vez que a grande

maioria das empresas de menor porte não conta com recursos para

investir em propaganda intensiva.

A embalagem necessita de um projeto bem estruturado a fim de

se atingir um resultado eficaz e agregar valor ao produto. Para seu

desenvolvimento é necessário a utilização de uma metodologia, formada

por etapas de coleta de informações, pesquisa, aplicação dos conceitos

de design e sua implementação na indústria.

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Em geral, os projetos de embalagens são concebidos por

designers. Cientes de que para alcançar um bom resultado final é

necessária responsabilidade e participação, estes profissionais devem

seguir uma metodologia, que é composta por 10 pontos-chave

(Mestriner, 2002), a saber:

Conhecer o produto;

Conhecer o consumidor;

Conhecer o mercado;

Conhecer a concorrência;

Conhecer tecnicamente a embalagem a ser projetada;

Conhecer os objetivos mercadológicos;

Ter uma estratégia para o design;

Desenhar de forma consciente

Trabalhar integrado com a indústria;

Fazer a revisão final do projeto.

Os próximos capítulos descrevem a metodologia envolvida no

processo criativo do design de embalagem, desde a solicitação do cliente

até o resultado final.

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CAPÍTULO II

ANTES DO DESENHO

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2.1 O Briefing

A embalagem é expressão e atributo do conteúdo. Não podemos

desenhá-la sem conhecer profundamente o produto. Assim, as

características, a composição do produto, seus diferenciais de qualidade e

principais atributos, incluindo seu processo de fabricação, precisam ser

compreendidos.

Em seu termo mais simples, briefing significa a passagem de

informação de uma pessoa para outra. O briefing ocorre todas as vezes

que uma informação passa de um ponto para outro e o propósito de

organizá-lo corretamente é o de assegurar a passagem da informação

certa. O sucesso ou fracasso dessa operação depende, é claro, de saber o

que é certo no contexto, pois o que é certo para uma situação pode não

ser certo para outra.

O briefing foi realizado em setembro de 2009, no escritório da

empresa Central Norte localizado em Bom Jardim (RJ).

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2.1.1 Sobre o fabricante

O presente trabalho relata o desenvolvimento de embalagem de

uma nova marca de ração para cães adultos chamada “Dig Dog”,

produzida pela fábrica de ração animal Comerlato, do Grupo Central

Norte Rações.

Desde a sua fundação, em agosto de 1992, a Central Norte

cresceu e tornou-se um grupo – CN Rações – que tem a sua sede

administrativa em Bom Jardim, cidade situada na região serrana do Rio de

Janeiro. O grupo CN Rações é formado por duas empresas: a Central

Norte Comércio e Indústria Ltda e a Comerlato Indústria de Alimentos.

Figura 06 – Fábrica de Rações Comerlato

A Central Norte produz e comercializa rações peletizadas e

fareladas com a marca CN para diversos tipos de animais. Produz também

suplementos, como sal mineral, núcleos e premixes. Esta unidade

industrial está localizada no município de Cordeiro (RJ), distante cerca de

20 km de Bom Jardim.

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Já a Comerlato Indústria de Alimentos Ltda, localizada em Barra

Alegre – distrito de Bom Jardim, é extremamente moderna e voltada à

produção de alimentos extrusados para animais de estimação (Pet) e

criação comercial, com sua produção iniciada em 2010. Nesta nova fase, a

Comerlato também abrange uma nova fatia do mercado de nutrição

animal, no setor pet food com a marca “Dig Dog”.

2.1.2 O Produto O briefing foi desenvolvido em reuniões com o sócio-diretor

Antonio Carlos Erthal e com o diretor de vendas Pedro Erthal, na sede

administrativa da empresa, em setembro de 2009. Os questionamentos

levantados sobre conceitos de imagem, perspectiva de venda e

competição de mercado foram bem esclarecidos, entretanto, questões

técnicas não puderam ser respondidas, necessitando de pesquisa.

O produto é definido como ração para cães adultos tipo

Standard, apresentado em embalagem de 15 kg. O desafio em questão é

o lançamento desta nova marca no mercado, pelo tipo de produto ainda

não produzido pelo fabricante.

O mercado oferece diversos tipos de produtos, com

denominações como "econômico", "padrão" (Standard), "Premium" e

"Super Premium", aceitas por consumidores como critério para decisão de

compra, o que torna a informação declarada pelo fabricante um fator que

afeta a concorrência. Portanto, esta embalagem está classificada como

popular, devido à sua composição química, e consequentemente, seu

valor será baixo, acima da linha dos econômicos.

O produto será comercializado em lojas especializadas, petshops

e casas de ração. Nestes pontos-de-venda, o produto é exposto no

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sentido horizontal empilhado, devido ao seu volume, e possibilitando a

visualização da frente de uma embalagem voltada para cima e das

laterais das demais embalagens.

Após a compra, o consumidor necessita manter o produto na

posição vertical, que possibilita a leitura dos elementos principais da

embalagem.

O valor do produto no ponto-de-venda será definido em seu

lançamento, já com estimativa entre R$24,00 e R$29,00 por embalagem

de 15 kg. A média de venda da concorrência com o mesmo peso líquido é

de R$25,00. Devido ao baixo custo por quilo (média de R$1,80), a

concorrência se apresenta com embalagem de pouca qualidade gráfica.

2.1.3 Público-alvo Saber quem compra e utiliza o produto é fundamental para

estabelecer um processo de comunicação efetiva por meio da

embalagem. As características desse consumidor, seus hábitos e atitudes

em relação ao produto e principalmente à motivação que o leva a

consumi-lo são um ponto-chave a ser conhecido pelo designer e os

profissionais responsáveis pelo projeto que devem procurar

compreender por que este consumidor compraria o produto.

Este tipo de produto possui certa peculiaridade: quem o compra

não é quem o consome. O proprietário de cachorro, quando procura uma

ração no ponto-de-venda, faz sua escolha pessoal de acordo com a

composição do alimento, e principalmente pela embalagem. Ou seja, ele

não experimenta o produto e tem apenas a embalagem como referencial.

Segundo estimativas do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião

Pública e Estatística), em 2005 cerca de 59% dos domicílios têm algum

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animal de estimação, sendo que em 44% deles ha pelo menos um

cachorro e em 16% pelo menos um gato. Conforme a mesma fonte, 63%

das famílias das classes A e B possuem animais de companhia. Já na classe

C, este número é de 64%, e na classe D este percentual cai para 55%.

A embalagem deve atingir todos os públicos com poder de

compra, pois se destina a animais de estimação, criados por tipos

diferentes de famílias.

2.1.4 O Mercado Com relação aos alimentos para cães, a indústria de pet food

apresenta hoje ao público consumidor uma grande quantidade e

variedade de produtos e, o que é mais importante, produtos mais

elaborados e mais seguros. Todos os setores envolvidos na cadeia de

alimentos para animais de estimação passaram, ao longo dos últimos

anos, por uma evolução nos padrões de operação, com níveis de

exigência de qualidade mais elevados.

O Brasil mostra grande representatividade mundial no segmento

pet e consolida-se como segundo no ranking populacional de cães (33

milhões) e gatos (17 milhões), segundo dados da Anfalpet (Associação

Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação).

Um fator que chama atenção é o grande número de empresas

nacionais que participam do mercado de alimentos para cães e gatos.

Desde grandes empresas, que atuam no país todo, com sistemas de

distribuição de produtos a nível nacional até pequenas empresas, de

atuação regionalizada.

Nos últimos 15 anos, a indústria de pet food vem crescendo

continuadamente, sendo que em alguns pontos esse crescimento anual

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atinge valores ao redor de 10%, passando a ser uma indústria fortemente

consolidada com alta participação de empresas nacionais.

A produção da indústria de alimentação animal no Brasil

registrou incremento da ordem de 10% no primeiro semestre de 2010 em

comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a junho

de 2010, foram produzidas mais de 30 milhões de toneladas de rações, de

acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação

Animal (Sindirações). O Sindirações prevê o fechamento do ano com

produção total de 60,4 milhões de toneladas de ração e 2,0 milhões de

toneladas de sal mineral.

A produção de rações para cães e gatos cresceu

aproximadamente 7% no semestre, registrando 1,1 milhões de toneladas.

O vigor econômico da economia brasileira, fortemente correlacionado

aos altos índices de confiança do consumidor, cuja renda seguiu

fortalecida durante o primeiro semestre, certamente contribuíram na

recuperação do segmento.

De maneira geral, o que se verifica é uma preocupação de todas

essas empresas, qualquer que seja o seu porte, em oferecer uma linha de

produtos de qualidade. Seguros e que atenda às expectativas de um

público consumidor que se torna cada vez mais exigente.

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2.2 Estudo de Campo

2.2.1 Conhecendo a Concorrência A influência do ponto-de-venda é determinante no processo de

compra, uma vez que uma falha no final do processo pode comprometer

todo o trabalho anterior e a venda, pode acabar se desviando para o

produto exposto imediatamente ao lado. Como um espelho do

consumidor, a embalagem deve ter identidade com o produto. Deve

transmitir as características do produto atribuindo-lhe qualidades e

benefícios.

Por melhor e mais bonito que seja o design, de nada ele

adiantará ao produto se não conseguir enfrentar a concorrência no

ponto-de-venda. Nele, a embalagem substitui o vendedor. Enquanto

esses trabalham com o argumento (a palavra), a embalagem tem que

jogar com seu visual. Estudar o ponto-de-venda, cada um dos

concorrentes, analisar a linguagem visual da categoria e compreendê-la

são pontos-chave para a realização de projetos de sucesso.

Segundo Mestriner (2007), a embalagem precisa chamar a

atenção do consumidor, informar o conteúdo e os atributos do produto,

despertar o desejo de compra, bem como agregar valor no processo

construção de uma marca sólida.

Para enfrentar a batalha no ponto-de-venda, é necessário que a

embalagem tenha um planejamento eficaz, com base na pesquisa de

concorrência.

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A pesquisa de campo foi realizada em dezembro de 2009, com

coleta de informações em lojas de departamento variadas como Walmart,

Makro e Supermercado Super Bom, todas localizadas na cidade de

Campos dos Goytacazes. Este tipo de ponto-de-venda foi escolhido com

o propósito de localizar os produtos que atingem um maior público-alvo

com maiores opções de escolha. Diferente de casas de ração e Petshops,

que não atingem todo o público familiar.

Os produtos concorrentes são Pity, Dog Chow, Pitukão, Pitukinha,

Ringo, Pedigree, Aro, Folk’s e Champ.

A apresentação do produto possui variação de peso, a partir de

1KG, 5 KG, 8 KG, e15 KG. Há dificuldade em calcular uma média de preço

real, pois há variações de peso e preço entre os produtos pesquisados, e

um cálculo da média de custo por quilo não seria satisfatório devido aos

custos unitários de embalagem, transporte, impostos, entre outros. Outro

fator que dificulta esse cálculo é os diferentes preços de tipos de ração,

como Standard e Premium.

Em todas as marcas pesquisadas, suas embalagens possuem a

figura de um cão, seja por fotografia ou ilustração.

Com base nas informações visuais das embalagens concorrentes,

pode-se listar alguns pontos principais em suas estruturas:

Nome do Produto / Marca

Nome técnico do produto

Slogan

Destaques nutricionais como ômega 3, sabor, crocante.

Peso Líquido

Indústria Brasileira

Em alguns casos já utilizam o símbolo Transgênico

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2.2.2 Especificações técnicas

A linha de produção e envase, a estrutura dos materiais

utilizados, as técnicas de impressão e decoração, o sistema de

fechamento e a abertura, os desenhos ou as plantas técnicas da

embalagem a ser desenhada precisam ser conhecidos. Tanto para se

obter o máximo dos recursos disponíveis como para evitar erros que

podem prejudicar o projeto.

A embalagem possui tamanho para peso líquido de 15Kg, com

seu desenho aberto no tamanho 120x80cm. A frente e o verso da

embalagem possuem 50x80cm e suas laterais sanfonadas com 10x80cm.

É necessário uma margem de segurança de 5cm.

A impressão é feita em material plástico específico, que

acondiciona bem o produto e mantém sua umidade.

Figura 07 – Planta técnica da embalagem

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2.2.3 Objetivos mercadológicos

Como o produto tem origem de um fabricante de médio porte

no interior do estado do Rio de Janeiro, inicialmente será comercializado

na região de origem e localidades próximas, ampliando sua venda a todo

o estado dentro de um ano.

A meta é disputar com o líder de mercado regional, a marca

“Pitty”, fabricada pela Nutriara. A resposta de vendas nos primeiros meses

após o lançamento motivará a expansão de vendas no estado do Rio de

Janeiro e proximidades. A meta de vendas será alcançada por parte

devido ao trabalho do design de embalagem, auxiliando o consumidor

no ponto-de-venda.

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2.3 Estratégia de Design

O design gráfico torna-se, em muitos casos, o único fator de

diferenciação e identificação da embalagem entre um grupo de produtos

similares; contexto em que deve atrair a atenção, informar sobre o que é o

produto, indicar a quem ele se dirige, identificar seu fabricante e, por fim,

ressaltar suas qualidades.

A eficiência dessa comunicação passa pela escolha de uma

linguagem visual adequada e do arranjo ordenado e intencional dos

elementos visuais que compõem a configuração gráfica da mensagem:

imagens, textos, símbolos gráficos, ornamentos e cores.

“A função da estratégia na metodologia é fazer com que as

premissas do projeto sejam equacionadas e indiquem uma direção a ser

seguida no processo de design para responder aos objetivos traçados”

(MESTRINER, 2002).

Posicionar visualmente o produto de forma que se obtenha

vantagem competitiva no ponto-de-venda é o melhor que um projeto de

design de embalagem pode alcançar, e a estratégia de design deve

sempre buscar este objetivo.

Após reunião com o cliente, onde foram apresentados os

objetivos do produto, dados técnicos de vendas e referências de

mercado, foi possível estabelecer alguns pontos básicos para o projeto.

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Para o lançamento dessa nova marca foram requisitados os

seguintes conceitos a serem traduzidos graficamente pela embalagem:

Sentimento de alegria e satisfação;

Presença de personagem com imagem simpática;

Produto competitivo no preço;

Estilo descontraído, informal.

A partir destes conceitos foram traçadas etapas do projeto com a

seguinte ordem de apresentação para aprovação do cliente, listada

abaixo:

Logotipo;

Personagem;

Desenho da frente da embalagem;

Verso da embalagem com informações técnicas;

Revisão final para produção.

Baseado nos princípios do design de embalagem, com

referências dos produtos comercializados atualmente no mercado, foram

se desenvolvendo as etapas para a construção da embalagem final.

A estratégia de design tem como ponto principal a qualidade

gráfica da embalagem. À primeira vista este pode ser um ponto básico

em qualquer projeto, mas foi necessário dar ênfase nesta questão, pois a

concorrência possui embalagens graficamente deficientes. Com esta

visão espera-se alcançar os líderes de vendas, pois competirá com o

mesmo preço final, e ao comparar a embalagem DIG DOG com a

concorrência, o consumidor poderá concluir que a embalagem possui um

preço sedutor ao se apresentar visualmente superior às demais.

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Disputando com o mesmo preço, o diferencial estará no desenho da

embalagem.

Para atender às premissas estabelecidas e os objetivos

mercadológicas do projeto, é preciso que o trabalho de design seja

realizado de forma consciente e metódica.

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CAPÍTULO III

O DESENHO

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3.1 Logotipo

O logotipo na embalagem é um dos pontos principais, pois é a

representação gráfica do nome do produto, e consequentemente um dos

pontos mais pregnantes da embalagem.

A embalagem é a cara da marca, espelhando rapidamente e de

forma concentrada seus valores, histórias e atributos, bem como suas forças

e fraquezas. Adicionalmente, pode também ser o fator diferenciador e

determinante na decisão de compra, ou seja, pode ser considerado um dos

maiores promotores e vendedores da marca, já que alcança toda extensão

do mercado e age no momento crítico da decisão (SERAGINI, 2004).

O logotipo foi construído a fim de transmitir uma imagem

informal, alegre e contemporânea. O nome é composto por apenas seis

letras (DIG DOG), o que proporcionou maior área para um desenho de

tipo mais pesado e circular, com ótima legibilidade. Para facilitar a leitura

de duas palavras, o logotipo está em duas linhas, o que também facilita

sua aplicação e maior área na embalagem.

O conceito principal da tipografia criada é o peso do tipo, com

traço não simétrico, a fim de se transmitir uma idéia informal, conceito

também utilizado para a escolha da fonte padrão de texto.

Após o desenho no papel, o logotipo foi desenhado digitalmente

com ajustes de proporção e aperfeiçoamento do traço.

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Figura 08 – Rascunho e vetorização do logotipo

Finalizado o desenho tipográfico, foi utilizado um efeito de

profundidade e sombra, agregando valor ao logotipo com uma imagem

translúcida, dando uma aparência plástica, como de alguns brinquedos.

Figura 09 – Processo de efeito visual no logotipo

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Definido a forma e efeito gráfico, se iniciou o teste de cores.

Como requisito a pedido do cliente, as cores principais da embalagem

deveriam ser vermelho e azul com possibilidade de utilização de amarelo

e laranja.

Figura 10 – Teste de cores do logotipo

As cores adotadas foram o amarelo para o nome “Dig” e

vermelho para o nome “Dog”. A partir daí pode-se iniciar os testes de cor

com o fundo da embalagem.

Figura 11 – Resultado final do logotipo

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3.2 Personagens A Organização Mundial da Propriedade Intelectual – WIPO –

divide o termo “personagem” em não humano, humano fictício e

humano real. Junto ao grande público, uma personagem é facilmente

reconhecida por sua personalidade, nome, aparência ou voz (CHARACTER

MERCHANDISING, 1994). É essa personagem de merchandising que

humaniza a relação entre marca e consumidor.

Como diretriz para o desenho da embalagem, inicialmente foi

pedido no briefing a criação de uma personagem animal (cão) a fim de

tornar o produto mais simpático aos compradores, além de ter um ponto

que atrai além do publico adulto, o público infanto-juvenil.

Figura 12 – Referências para a personagem cão

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O primeiro teste foi realizado com estilo infantil, com expressão

facial demonstrando alerta, disposição. Essas condições são

conseqüências de uma boa alimentação. Nesta fase os testes foram

apresentados ao cliente e chegou-se a conclusão de que o desenho não

obteve o resultado esperado.

Figura 13 – Primeiro teste de desenho da personagem

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Após esta primeira fase, iniciou-se o desenho do personagem baseado

em outro estilo. A proposta deste novo desenho é apresentar a

personagem com expressão mais irreverente e “malandra”.

Figura 14 – Segundo teste de desenho da personagem

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Logo se percebeu a necessidade de criação de duas

personagens, humana e animal, a fim de se obter uma diferenciação da

concorrência que usualmente utiliza apenas uma imagem de cachorro

em sua embalagem, seja por fotografia ou ilustração. Além disso, busca

aumentar a associação do comprador (homem) e consumidor do produto

(cachorro).

A idéia proposta pelo cliente era a imagem do cão como o

melhor amigo do homem, simbolizado por um abraço. Para isso, foram

desenvolvidos dois tipos diferentes de personagem humana, como um

homem adulto e uma criança.

Figura 15 – Teste da personagem humana adulto e criança

Após esse teste optou-se pela personagem adulta, justificando a

escolha tanto pelo desenho de qualidade superior quanto pelo tipo de

produto, destinado à cães adultos.

A personagem de um homem adulto, que representa o dono do

animal, foi nomeado de Dig e Dog é a figura de um cão, fácil de associar

pela tradução do nome em inglês. Um ponto a ser transmitido através

deste desenho, é a amizade entre homem e seu animal de estimação. Este

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preceito foi resolvido com o desenho demonstrando um abraço entre

eles. O cão, personagem principal, fica posicionado no centro da

embalagem e seu dono na extremidade.

Figura 16 – Interação da personagem cão com a personagem humana

Outro fator que auxiliou na aproximação do homem com o

animal foram suas proporções anatômicas. O cachorro teve seu traço

humanizado e sua posição de quatro patas foi desenhada para duas patas

inferiores no chão, ereto como o ser humano. As expressões faciais (boca,

olhos, sobrancelhas) são semelhantes e até mesmo o focinho do cachorro

tem sua semelhança alcançada pelo aumento do tamanho do nariz do

homem. Este aspecto pode ser resumido com uma fala popular: “o cão se

parece com seu dono”. Ambos possuem aparência adulta, pois o produto

é destinado a cães adultos e comprado por consumidores adultos.

O traço do desenho tem como base um contorno de largura

flexível, com um estilo descontraído que envolve todas as formas da

estrutura da imagem.

O pêlo do cão possui tons de marrom, comum a muitas raças, e

elementos como a boca e coleira vermelhas. A personagem humana

possui tom de pele clara para contrastar com as cores da embalagem, e

sua camisa vermelha traz uma harmonia visual com a imagem do cão.

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Figura 17 – Teste de cores da personagem

Após a aprovação de um modelo de cor, foi utilizado um suave

efeito de sombra à ilustração para valorizá-la e proporcionar efeito de

profundidade.

Figura 18 – Desenho final das personagens

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3.3 Tipografia A tipografia adotada para títulos e textos curtos, pertence à

família “Yanone KaffeeSatz”, com versões light, regular e bold. Este tipo foi

escolhido devido ao seu estilo moderno e leve, com ótima legibilidade

para títulos e pequenos textos.

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Para os blocos de texto no verso da embalagem, foi adotada a

família “Myriad Pro”, nas versões regular, itálico, bold e bold itálico. Essa

família tipográfica possui uma excelente legibilidade em blocos de texto.

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3.4 Elementos Visuais Além da presença do logotipo e personagens, a embalagem

possui elementos visuais que informam e valorizam o produto.

Para evidenciar o logotipo foi inserido ao fundo um desenho

circular com uma extensão que lembra uma língua, como de um cachorro

agitado ou com sede. O slogan “sabor de alegria” está evidenciado nesta

terminação, associando a palavra sabor à imagem abstrata da língua.

Figura 19 – Desenho do fundo do logotipo inspirado pela forma da língua

Ao lado da ilustração da personagem cão, estão presentes três

textos de destaque:

“Completo e Balanceado, Crocante e Saboroso”;

“12 Vitaminas + 7 Minerais Essenciais - Mais saúde e Vitalidade”;

“Ômega 3 e 6 – Pele Saudável e Pelos Brilhantes”.

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Figura 20 – Pictogramas das informações em destaque

Pictogramas de osso e coração auxiliam no entendimento das

informações. O posicionamento da personagem foi planejado para

interagir com estes dados, pois deus três dedos apontam para cada

informação.

Figura 21 – Diagramação das informações em destaque

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Além destes destaques, a frente da embalagem possui o texto

“alimento completo para cães adultos”, peso líquido e bandeira “indústria

brasileira”. Nas laterais há a repetição do logotipo, peso líquido e slogan

“sabor de alegria”.

Figura 22 – Informações contidas nas laterais da embalagem

O verso da embalagem é composto por diversas informações

técnicas e complementares:

• Descrição do produto;

• Recomendações;

• Composição básica e eventuais substitutivos;

• Níveis de garantia e enriquecimento por quilo do produto;

• Guia alimentar;

• Selo, código de barras e datas de fabricação e validade;

• Contato do fabricante.

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Figura 23 – Verso da embalagem

Além da diagramação de textos em duas colunas, as

personagens destacam a informação de atendimento ao consumidor.

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O guia alimentar é valorizado por uma tabela com ícones de

cachorros de diferentes raças e tamanhos, com cores progressivas do

amarelo ao vermelho e sua informação de peso recomendado está

emoldurada por uma forma de pote de ração.

Figura 24 – Guia alimentar ilustrado

Selo do ministério da agricultura, símbolo para alimentos

transgênicos, código de barras e símbolo de “Reciclável 4 PEBD” (material

plástico) possuem formatos pré-definidos pelos órgãos técnicos e

repassados pelo cliente.

Figura 25 – Símbolos e código de barras

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CAPÍTULO IV

A COR NA EMBALAGEM

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4.1 A cor na embalagem “Tendo em vista que a embalagem é um dos elementos

motivadores da compra, a cor empregada deve estar de acordo com as

condições mercadológicas do produto anunciado e ao público-alvo. Assim,

a cor deve transmitir rapidamente qual é a essência e a finalidade do

produto. A embalagem também deve ter um apelo motivacional para

atingir as necessidades do consumidor, tendo como função fixar a imagem

de um produto no mercado, contribuindo para fixar o produto na mente dos

consumidores” (FARINA, 1986, p.184).

A embalagem tem a mágica função de atrair o comprador. Além

disso, deve fazer com que a compra seja renovada, impulsionando o

consumidor a ficar fiel a sua marca. Conforme Farina (1986, p. 178),

“torna-se, portanto, evidente que a presença da cor na embalagem

representa um valor indiscutível.”

Não se compra apenas pela cor, ela não é um produto. A

aplicação das cores na embalagem deve ser estudada. Farina (1986, p. 91),

ensina que “numa embalagem, a cor é o fator que, em primeiro lugar,

atinge o olhar do consumidor”.

Cada cor possui uma característica única. O vermelho é a cor que

mais se destaca visualmente e a mais rapidamente distinguida pelos

olhos. O laranja é resultado da mistura do vermelho com o amarelo e as

áreas coloridas pelo laranja parecem sempre maiores do que são na

realidade. O amarelo é uma cor fundamental e passa a idéia de atenção. O

verde é uma das três cores primárias em cor-luz e representa a esperança.

O azul é a cor mais escura das três cores primárias e todas as cores que se

misturam com ela esfriam-se, por ser ele a mais fria das cores.

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Cabe à cor chamar a atenção do público consumidor. A aplicação

de cores em detalhes que compõem a embalagem deve continuar

atraindo a atenção, isto é, da primeira cor ou combinação de cores que

despertou o interesse do comprador. Os detalhes devem permitir, através

de certas cores, uma evocação a apelos emocionais e a uma comunicação

imediata do produto contido.

As cores básicas (amarelo, vermelho e azul) são as que possuem

mais força, e nisso não está envolvido o julgamento estético. Mesmo que

determinadas pessoas afirmem gostar mais de certos tons, não há como

ignorar a força emotiva das cores básicas age como um forte estímulo

fisiológico.

“As cores suaves ocasionam fenômenos opostos. Por tudo isso, as

embalagens não costumam levar em conta os gostos pessoais, mas sim

esses efeitos psicológicos e fisiológicos de reação à cor, que são intrínsecos

ao ser humano, independente de sua cultura e de seu nível sócio-

econômico. As qualidades básicas que a cor pode oferecer à embalagem

são: visibilidade, impacto e atração” (FARINA, 1986, p. 181 e 182).

No design gráfico, a cor tem quatro funções principais: atrair a

atenção, manter a atenção, transmitir a informação e fazer com que a

informação seja lembrada.

As cores fortes podem tornar a embalagem muito mais visível do

que as cores suaves. As letras impressas na embalagem serão mais visíveis

se forem de cor forte sob fundo neutro. Uma cor suave é sempre

dominada por uma forte, como, por exemplo, o vermelho. Obviamente,

os detalhes que precisarem de destaque na propaganda do produto

deve-se usar a cor forte. O “branco” não se fixa na memória, mas funciona

em nível de contraste, com muito êxito.

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4.2 Escolha de cores

Nos primeiros testes de cor o cliente solicitou o uso

predominante das cores amarela e vermelha. Porém ao perceber que

poderia se assemelhar a outro produto do mesmo segmento em fase de

desenvolvimento, decidiu-se avaliar as cores predominantes de fundo

para azul ou amarelo e manter a cor vermelha no logotipo.

Figura 26 – Teste de cores do fundo da embalagem

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Figura 27 – Teste de cor do fundo da embalagem com todas as informações

Figura 28 – Opção de cor de fundo adotada

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Após apresentação para o cliente, foi decidido o uso de tons de

azul para o fundo da embalagem, mantendo o logotipo em vermelho e

amarelo.

Como logotipo possui apenas 6 letras, as duas palavras possuem

cores distintas para a diferenciação e facilidade na leitura, sem que haja

confusão na leitura de duas palavras como uma. A palavra DIG, em

amarelo, possui menos contraste com o vermelho da palavra DOG, para

evidenciar o tipo de produto. Foi necessário um fundo neutro branco

para valorizar as cores do logotipo e destacar o nome de toda a

embalagem.

Figura 29 – Fundo padrão

O fundo possui uma tonalidade de azul com efeitos de sombras

em círculos, assemelhando-se aos traços do logotipo.

Os elementos secundários possuem as cores branco, vermelho e

azul, sempre no padrão cromático dos elementos principais.

Figura 30 – Cores principais

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APRESENTAÇÃO

DOS RESULTADOS

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Figura 31 – Embalagem planificada

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Figura 32 – Simulação

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Figura 33 – Verso da Embalagem

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Figura 34 – Simulação de empilhamento das embalagens com visualização das laterais

Figura 35 – Simulação de empilhamento das embalagens com visualização da base e todo

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Figura 36 – Simulação de gôndola com concorrência.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Todo o processo de desenvolvimento de embalagem descrito

neste trabalho representa uma grande importância para a prática do

design após a formação acadêmica. Para quem ama esta profissão, é de

grande valor viver os desafios de um trabalho real e suas etapas

envolvendo questões técnicas, opções para soluções do desenho e

requisitos do cliente.

O cliente demonstrou um valor essencial no processo, visto que

entende bem como funciona o mercado, auxiliando com diretrizes

estudadas e executadas pelo designer. Os responsáveis da empresa

Central Norte Rações demonstraram satisfação com o trabalho e

valorização da excelência no design.

A embalagem iniciou seu processo de produção e impressão em

dezembro de 2010 com cerca de 10.000 unidades. Após a entrega da

embalagem produzida por uma gráfica industrial especializada, o

produto entrará no mercado no primeiro semestre de 2011.

Que este trabalho possa ser uma contribuição auxiliando em

formação e pesquisas acadêmicas, exemplificando toda a metodologia

que se aprende na sala de aula.

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REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

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DANGER, E.P. A cor na comunicação. Trad. De Ilza Marques de Sá, 1ł ed. Brasileira, Rio de Janeiro, Forum Editora, 1973.

FARINA, Modesto. Psicodinâmica das Cores em Comunicação. São Paulo, Edgard Blucher Ltda, 2006.

KOTLER, Philip. Administração de marketing. Trad. Bázan Tecnologia e Lingüística. 2. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

MESTRINER, Fabio. Design de Embalagem – Curso Básico. São Paulo, Makron Books, 2001.

MESTRINER, Fabio. Design de Embalagem – Curso Avançado. São Paulo, 2. ed., Prentice Hall, 2005.

STRUNCK, Gilberto. Como criar identidades visuais para marcas de sucesso. Rio de Janeiro: Rio Books, 2001.

STRUNCK, Gilberto. Identidade visual: a direção do olhar. Rio de Janeiro:

Europa, 1989.

SERAGINI, Lincoln. A embalagem é o espelho da marca. PACK, Edição número 79, página 9 - Editora Banas Ltda. São Paulo: 2004.

SITES

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Inmetro Disponível em <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/racao2.asp> Acesso em 23/03/2010.

Popai Brasil Disponível em <http://www.popaibrasil.com.br/noticia/exibe_noticia.php?id=159> Acesso em 23/03/2010.

Pet Food Institute Disponível em <http://www.petfoodinstitute.org/Index.cfm?Page=History> Acesso em 17/09/2010.

SEBRAE Disponível em <www.sebrae.com.br> Acesso em 23/03/2010.