A DIDÁTICA DO EDUCADOR FÍSICO QUANTO ÀS QUESTÕES MIDIÁTICAS PERANTE OS JOVENS

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FACULDADES INTEGRADAS REGIONAIS DE AVARÉ GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA A Didática Do Educador Físico Quanto Às Questões Midiáticas Perante Os Jovens Fernando Carlos Rochel Correa AVARÉ - SP 2011

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FACULDADES INTEGRADAS REGIONAIS DE AVARÉ

GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

A Didática Do Educador Físico Quanto Às Questões Midiáticas Perante Os Jovens

Fernando Carlos Rochel Correa

AVARÉ - SP 2011

FACULDADES INTEGRADAS REGIONAIS DE AVARÉ

GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

A Didática Do Educador Físico Quanto Às Questões Midiáticas Perante Os Jovens

Fernando Carlos Rochel Correa

Profª Ms Norma Ornelas Montebugnoli Catib.

Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, como exigência parcial para obtenção do grau de Graduado em Educação Física.

AVARÉ - SP 2011

FERNANDO CARLOS ROCHEL CORREA

A DIDÁTICA DO EDUCADOR FÍSICO QUANTO ÀS QUESTÕES MIDIÁTICAS PERANTE OS JOVENS

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof.ª Ms Norma Ornelas Montebugloni Catib

Prof. Esp. Hélio Cunchichiro Hiray

Prof. Esp. Amauri Marotto

Avaré, 06 de dezembro de 2011.

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha avó Josefina Alice Rodrigues Rochel, mulher

batalhadora e sábia, que mais do que avó uma mãe, que com suas lutas e

conselhos pode me criar e educar, possibilitando chegar onde estou hoje. A minha

companheira Aline de Oliveira que nos últimos anos me ajudou a ter forças nos

momentos difíceis e a minha mãe Selma Patrícia Rochel que mesmo um pouco mais

distante sempre me deu incentivos a estudar. Aos meus irmãos onde vi a

necessidade de me doar aos estudos, dando o melhor de si, para que eu pudesse

ser um espelho diante deles. A minha orientadora e amiga Prof. Ms Norma Ornelas

Montebugnoli Catib, pelos conselhos e ajudas que me deu durante todo este

trabalho.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por ser meu caminho perante as dificuldades,

reforçando minha fé diante seus pés. Dando-me forças quando achava que não

teria mais. Abençoando-me e me iluminando em todos meus passos.

A minha avó Josefina Alice Rodrigues Rochel, onde foi meu muro de

sustentação em todas minhas dificuldades, sem você não teria forças de seguir em

frente. É difícil poder descrever tudo o que você significar na minha vida, apenas

posso dizer obrigado por acreditar em meus sonhos.

Agradeço a minha companheira Aline de Oliveira, que me entendia nos

momentos que precisava me afastar do divertimento, pela necessidade de estudar.

A minha mãe Selma Patrícia Rochel e meus irmãos que me dão forças para

continuar lutando diante as dificuldades, para objetivar meus sonhos de melhorar

suas vidas.

Aos meus amigos da faculdade, Carlinhos, Maria Gabriela, Sara, André que

sempre me deram ajudar nos momentos felizes e difíceis que passamos juntos, nos

dias de provas, nas festas, nas brigas. Sentirei saudades!

Em especial ao meu professor e amigo Daniel Santana, onde foi meu

primeiro professor de Karatê. Sem seus ensinamentos eu nunca teria ingressado

na faculdade e não conheceria este mundo maravilhoso de conhecimento.

Agradeço minha orientadora Prof. Ms Norma que lutou para ser minha

orientanda, acreditou em mim, intensificando minhas qualidades e transformando

meus erros em acertos. Muito Obrigado!

Peço desculpa, pois foram muitas pessoas que passaram durante minha

vida e me possibilitaram momentos felizes, mais memória infelizmente não ajuda a

lembrar de todos com isso só posso pedir a Deus para abençoar cada pessoa que

passou em minha vida e mudou meu destino de alguma forma.

“quando se admira um mestre, o coração dá ordem à inteligência para aprender as coisas que o mestre sabe. Saber o que ele sabe passa a ser uma forma de se estar com ele. Aprendo porque amo, aprendo porque admiro" (ALVES, 2002 p.6).

CORREA, F. C. R. A didática do educador físico quanto às questões midiáticas perante os jovens, 2011. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Educação Física) – Faculdades Integradas Regionais de Avaré. 2011.

RESUMO

Na contemporaneidade os padrões de conduta influenciados pelos meios de comunicação exercem grande fascínio por parte dos jovens, que por sua vez, podem possuir baixa instrução intelectual e educacional para entender criticamente essas influências, nesta perspectiva foram abordadas questões pedagógicas e didáticas de ensino por parte dos professores de Educação Física. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, caracterizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, o qual teve o intuito de investigar a atuação educacional do profissional de Educação Física perante os jovens, dando ênfase nos meios de comunicação para que haja a disseminação social entre os mesmos. Para tanto, foi possível identificar por meio dos acervos bibliográficos a forte influência como disseminador social por parte do professor de Educação Física sobre os aspectos educacionais diante aos jovens, com relação aos meios de comunicação.

Palavras - chave: Educação Física; Jovens; Mídia

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 9

2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 11

2.1. CONCEITO DE CULTURA E CULTURA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ......... 11

2.2. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E SEU CONTEXTO HISTÓRICO ........ 14

2.2.1. Educação física e as abordagens pedagógicas ................................ 16

3. TEMAS TRANSVERSAIS: UMA QUESTÃO INTERDISCIPLINAR ............ 19

3.1. A influência da mídia no ambiente educacional ................................... 21

4. O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO DISSEMINADOR

DOS DIFERENTES MEIOS DE COMUNICAÇÃO ........................................... 23

5. OBJETIVO ................................................................................................... 30

6. METODOLOGIA .......................................................................................... 31

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 32

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 35

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1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais fala-se muito na melhora da qualidade de vida como ter

um ótimo emprego, bens materiais, tanto quanto o desejo imensurável

masculino e feminino a respeito da beleza externa. No entanto, os jovens que

mais sofrem com essas pressões psicológicas, as mulheres desejam silueta

perfeita, já os rapazes buscam obter músculos mais fortes e volumosos.

Diante disso, pode-se evidenciar que os motivos que podem levar esses

jovens desejarem esse meio de vida, nada mais é, o fato ocasionado pelos

meios de comunicação, a tão conhecida mídia. Com fórmulas milagrosas que

trarão rápidos resultados, dietas milagrosas, suplementos com efeitos

acelerados, produtos com objetivo de propiciar ao ser humano melhoria na sua

autoestima em pouquíssimas semanas, as quais são sem dúvida instrumentos

de venda que a todo o momento é divulgada pela mídia.

Assim, todos esses produtos de venda se tornam um problema para

sociedade e a mesma não sabe enfrentar ou entender o que é de fato real ou

fictício com relação a esses diferentes tipos de produtos. A mídia, o mundo

globalizado e tecnologicamente avançado busca nos jovens o seu público alvo,

pelo fato, da grande demanda de adolescentes que saem do ensino médio com

pouca ou muitas vezes desprovidos de instrução intelectual a respeito dos

verdadeiros objetivos dos meios de comunicação, até mesmo, não sabendo a

diferenciação dos males e benefícios passados a eles.

A escola, por sua vez, tem um papel muito importante, ou até, o mais

importante da vida desses jovens, a qual levará o mesmo a distinguir o que

será bom ou ruim diante de suas vidas. Quando é analisado o que os meios de

comunicação transmitem, pode-se verificar demasiadamente a promoção à

qualidade de um corpo perfeito; sem dúvida é maior desejo de um jovem que

esta iniciando sua plenitude sexual. Onde entra a escola um intermediador

mais recomendado para transformação intelectual dos jovens, ali está o

professor de Educação Física, educador que possui em sua área de

conhecimento os meios mais amplos de se trabalhar com os jovens, em uma

de suas funções o papel de mostrar a essa população a diferença de realidade

e ficção, males e benefícios transmitidos pelos meios de comunicação.

Com base nestes pressupostos, procurou-se fomentar a atuação do

professor de Educação Física diante os jovens, fazendo intercâmbio dos

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processos de ensino com relação aos meios de comunicação, sendo esta a

inquietação geradora deste estudo, no sentido de que esses recursos possam

propiciar ao educando o seu desenvolvimento na máxima plenitude da

sociedade contemporânea, amplificando assim os espaços de reflexão,

vivência e transformação do profissional acerca dessa temática.

Portanto, neste contexto, as questões relativas a pouca instrução

intelectual desses jovens, tornam-se incisivas ao tratar mais especificamente a

desestrutura com relação a sua base educacional, o desequilíbrio quanto a sua

vida pessoal, ou seja, afetando emocionalmente os mesmos, no que diz

respeito, à afetividade, afinidade, criatividade, motivação, entre outras questões

relevantes diante da vida, sinalizando-se assim as inúmeras conseqüências

que poderão surgir num futuro mais próximo, talvez, trazer malefícios não

apenas no âmbito social, mas de uma forma geral, afetando assim toda a

sociedade.

O professor de Educação Física por possuir um grande acervo de

conhecimento da área social, cultural, cognitiva, física e emocional poderá

trabalhar mais diretamente com os jovens os diversos temas, onde por meio

dos diferentes caminhos poderá chegar aos seus efetivos e reais objetivos.

Assim, pode-se verificar a importância do profissional de educação física, para

promoção da qualidade de vida e desenvolvimento de uma sociedade mais

intelectual, crítica, autônoma e possivelmente sadia na vida desses jovens.

Para elaboração do estudo, procurou-se evidenciar na revisão de

literatura, alguns importantes componentes que elucidaram o trabalho em

questão, abordando o conceito de cultura e cultura na Educação Física, assim

como, o percurso histórico da Educação Física e como parte desse contexto a

Educação Física e suas diferentes abordagens pedagógicas como a

psicomotricidade, desenvolvimentista, construtivista, crítico-superadora, crítico-

emancipatória e saúde-renovada, focalizando também, os temas transversais

como a ética, a saúde, o meio ambiente, a pluralidade cultural, a orientação

sexual, o trabalho e consumo e a mídia influência midiática no âmbito

educacional, e como parte incisiva deste estudo o papel do educador de

Educação Física diante os jovens, sendo um disseminador social com relação

aos meios de comunicação.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. CONCEITO DE CULTURA E CULTURA NA EDUCAÇÃO

FÍSICA

O termo cultura vem do latim, colere, que significa cultivar é algo

complexo, pois quando filósofos e estudiosos das mais diversas áreas do

conhecimento dão seus pareceres a respeito desde conceito, parece sempre

haver, por muitas vezes controvérsias quanto sua real definição. Por isso

segue alguns conceitos que vão de encontro com o estudo em questão.

O dicionário de Filosofia proposto por Abbagnano (2000) evidencia

cultura com dois conceitos, com significados distintos, mas considerados

básicos. No primeiro deles o termo é visto como a formação completa,

harmoniosa e equilibrada do ser humano, referente à sua melhoria, bem como,

ao seu refinamento. Já o segundo conceito, atualmente, mais comumente

utilizado por sociólogos e antropólogos, diz respeito aos membros de uma

sociedade, cujos padrões de vida são criados, adquiridos e transmitidos de

geração a geração. Com tudo isso, o termo cultura é empregado com um

significado neutro por filósofos e sociólogos contemporâneos, conforme esse

autor, quando o definem podendo designar, tanto a civilização mais

progressista, quanto a vida social mais rústica e primitiva. Ainda, o autor

ressalta que, para um antropólogo, a forma rústica de se cozinhar um alimento,

por exemplo, significa cultura, tanto quanto uma sonata de Beethoven.

Seguindo este pensamento Laraia (2006), evidenciado por Edward Tylor

em seus estudos, disse que cultura é aquele todo complexo de conhecimentos,

crenças, arte, moral, leis, costumes e quaisquer outras faculdades, aptidões e

hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade, analisando o que

Tylor mencionou, pode-se verificar que a cultura encontra-se presente no ser

humano desde o seu nascimento até a sua morte, passando de geração para

geração e se modificando com o tempo.

Ao pensar, sobre a visão de cultura dos autores citados, foi possível

analisar que a cultura esta contida em toda a raça humana, indiferente de cor,

etnia, classe social, idade ou sexo, na qual pode-se remeter alguns

questionamentos a respeito de como a cultura esta contida em toda a raça

humana e passada de geração para geração, e, com o tempo a mesma é

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modificada. Então como explicar a grande diversidade cultural e como a

mesma vem sendo transmitida?

Laraia (2006), em sua obra evidência que desde os tempos mais

primórdios os homens buscavam explicar as diferenças entres os povos,

acreditavam que essas diferenças existentes poderiam ser explicadas pelos

diferentes ambientes que viviam, criaram a cerca das explicações a respeito

das diversidades culturais dois processos, chamado de determinismo biológico

e determinismo geográfico. Acerca desses processos, buscavam idealizar que

o homem possuía diferentes culturas decorrentes a uma herança hereditária e

diferenciavam pelo fato de localizarem em diferentes espaços geográficos.

Mais o autor evidência que os aspectos biológicos e geográficos não

determinam a diversidade cultural, enfatiza que as diferentes condutas fazem

parte de uma herança cultural, podendo também, haver diferentes culturas em

um mesmo espaço geográfico.

Assim, a respeito das questões da transmissão dessa cultura, os

comportamentos dos indivíduos são determinados pelo aprendizado, onde

“qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for

colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado‟‟ (LARAIA,

2006 p.9). Então se pode evidenciar que a transmissão de cultura e o processo

de comportamento dos indivíduos que são feitas por intermédio de um

processo de aprendizagem.

Com tudo isso, pode-se comparar a cultura, que é adquirida por

intermédio de um processo de aprendizado, com a Educação Física que é um

processo de ensino, relacionando ambas em seu contexto, torna-se relevante

explicitar como a cultura é tratada na Educação Física, para objetivar a

pesquisa em questão.

Nesse sentido, correlacionar o conceito cultura á Educação Física, torna-

se necessário explicitar anteriormente que a cultura, vem sendo uns dos

principais alicerces que fundamentam a Educação Física, como evidencia

Daolio (2004 p.2) “cultura é o principal conceito para Educação Física, porque

todas as manifestações corporais humanas são geradas na dinâmica cultural”.

Portanto a Educação Física é uma área do conhecimento que trata do

ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas ao corpo e ao

movimento, deste fato que se entende que a cultura da Educação Física é na

realidade chamada de Cultura de movimento e ou Cultura corporal do

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movimento, corrobora Darido et. al (2006) ao evidenciar em seu estudos que

na atualidade a Educação Física, como área de conhecimento, tomou-se em

seu contexto histórico um conceito de disciplina, que por meio dos jogos,

esportes, danças, lutas e ginástica, possibilita a introdução e interação do aluno

na cultura corporal, beneficiando o para o desenvolvimento critico da cidadania

e melhoria com relação a qualidade de vida, desenvolvendo a ampliação de

conhecimento do educando as questões com o próprio corpo, os diversos

sentimentos, conduzindo-o a refletir sobre as condutas mais especificas da

cultural corporal. Ainda a mesma autora, ressalta que a Educação Física é

capaz de promover no indivíduo as mais diferentes sensações, os quais podem

expressar-se corporalmente o cansaço, o medo, o repúdio, a vergonha, o

prazer, a satisfação, dentre muitas outras emoções.

Diante disso, torna-se relevante enfatizar Betti (2001 p.156), ao citar que

a cultura corporal de movimento

“[...] é aquela parcela da cultura geral que abrange as formas culturais que se vêm historicamente construindo, nos planos material e simbólico, mediante o exercício da motricidade humana - jogo, esporte, ginásticas e práticas de aptidão física, atividades rítmicas/expressivas e dança, lutas/artes marciais”.

Sendo assim, entende-se que o principal objetivo da cultura corporal de

movimento é a melhoria da qualidade de vida, mediante aos diferentes

aspectos já evidenciados por meio dos referenciais científicos, filosóficos,

pedagógicos e estéticos.

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2.2. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E SEU CONTEXTO

HISTÓRICO

Quando se fala em Educação Física escolar, a primeira coisa que se

remete a analisar como sendo aquela disciplina ministrada por professores da

respectiva matéria e que estão presentes em todas as escolas. Mais, poucos

têm o conhecimento, a respeito de como essa disciplina surgiu no âmbito

escolar, suas mudanças e objetivos políticos e pedagógicos nas últimas

décadas. Por determinado questionamento, será abordada a seguir uma breve

história, desde o seu surgimento no Brasil, até os dias atuais.

A introdução da Educação Física oficialmente na escola ocorreu, no

Brasil, em 1851, com a reforma Couto Ferraz, de acordo (BETTI, 1991). Três

anos após a aprovação da reforma do primário e o secundário, em 1854, a

ginástica passou a ser disciplina obrigatória no primário e a dança no

secundário (DARIDO, 2003). Já em 1882, com a reforma de Rui Barbosa,

houve a recomendação para que a ginástica fosse obrigatória, para ambos os

sexos, e que fosse oferecida para as Escolas Normais, ocorrendo determinada

mudança apenas no Rio de Janeiro a capital da república na época e nas

escolas militares. Betti (1991) em seus estudos enfatizou que somente a partir

de 1920 que outros estados da federação aderiram às reformas educacionais e

incluem a Educação Física, com o nome mais frequente, chamando-a de

ginástica.

No início no século passado a concepção de Educação Física, baseou-

se no higienismo e militarismo. O primeiro, higienismo, o qual percorreu desde

1889 até meados de 1930 e tinha como preocupação os hábitos de higiene e

saúde, valorizando o desenvolvimento físico por intermédio do exercício.

Portanto, Marinho (1953 p.177) procurou “[...] proporcionar aos alunos o

desenvolvimento harmonioso do corpo e do espírito, formando o homem físico

e moralmente sadio alegre e resoluto”.

Já a educação militarista, a qual se iniciou por volta de 1930 até 1945,

buscava-se tanto no sexo masculino e feminino, a formação para que fossem

capazes de suportar o combate, a luta, principalmente para atuar na guerra,

seus objetivos eram selecionar indivíduos fisicamente perfeitos, excluindo os

incapazes. Consideravam as concepções higienista e militarista da Educação

Física, como uma disciplina regrada apenas na prática, não necessitando de

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embasamento teórico que lhe desse suporte. Corroborando Darido e Rangel

(2005), ao enfatizar que por isso não havia distinção evidente entre a Educação

Física e a instrução militar.

Ainda a mesma autora ressalta que a Educação Física tomou

proporções diferentes quando os militares assumiram o Poder Executivo do

País, em 1964, os quais ofereceram então rumos diferentes aos objetivos da

Educação Física daquela época. Quão foi a expansão do sistema educacional,

quando o governo militar planejou utilizar das escolas públicas e particulares

como fonte de propaganda para seu regime, outro ponto culminante foi o

sucesso da Seleção Brasileira de Futebol nas Copas do Mundo de 1958 e 1962

anos antes ao governo militar, levando a Educação Física escolar com o

esporte, em especial o futebol.

Mais para o auge da politica foi o título da Copa de 1970, fazendo com

que a politica promovesse as necessidades básicas da população, assim como

meios para entretenimento. Os militares, por sua vez pensando na promoção

do País, investiram pesado na Educação Física, pois por meio do êxito do

esporte de alto nível deixaria transparecer uma imagem de prosperidade e

desenvolvimento do Brasil.

Darido e Rangel (2005), ainda relatam que nesta fase que se iniciou a

história do rendimento, a seleção dos mais habilidosos, justificando em si o

papel da Educação Física na escola, Assim, os procedimentos empregados,

conforme afirma são extremamente diretivos e o papel do professor é bastante

centralizador, já a prática, uma repetição mecânica dos movimentos esportivos.

O modelo esportivista, também chamado de mecanicista, tradicional e

tecnicista, é muito criticado pelos meios acadêmicos, principalmente a partir da

década de 1980, embora essa concepção ainda esteja bastante presente na

sociedade e na escola. (DARIDO e RANGEL, 2005). Os traços pedagógicos da

Educação Física, começaram a ter mudanças em meados da década de 1980,

envolvendo tanto transformações nas pesquisas acadêmicas desde segmento,

as organizações civis da população nas eleições do Poder Executivo, liberdade

da comunidade científica para pesquisa nas mais diversas áreas, encontros e

debates de profissionais e acadêmicos a respeito dos interesses a cerca da

Educação Física. Diante disso, percebeu-se que “todas essas mudanças

contribuíram para que seja rompido, ao menos o nível do discurso, a

valorização excessiva do desempenho como objetivo único na escola”

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(DARIDO e RANGEL, 2005 p.5). Foi por meio desses movimentos que se

iniciou os diferentes entendimentos a cerca da Educação Física e orientações

metodológicas, qual poderia ser utilizadas futuramente, assim por meio desses

movimentos que se iniciaram os diferentes entendimentos a respeito da

Educação Física e orientações metodológicas, qual poderia ser utilizadas

futuramente.

Darido e Rangel (2005) e Brasil (1998) citam que atualmente a várias

concepções da área de Educação Física, que tentam romper com o modelo

mecanicista que regia a Educação Física escolar no regime militar e anterior,

sendo elas a psicomotricidade, a desenvolvimentista, a construtivista e os

parâmetros curriculares nacionais, já nos estudos de Darido e Rangel (2005)

enfatizam as abordagens critico-superadora, critico-emancipatória, saúde

renovada, além dos outros citados anteriormente, os quais serão abordados

durante o trabalho.

2.2.1. Educação física e as abordagens pedagógicas

Com relação a abordagem psicomotricidade a educação psicomotora

ou psicomotricidade começou a ser difundida no final da década de 1970,

sendo inicialmente divulgado em programas de escolas especiais, com o

público alvo, alunos portadores de deficiência física e mental, „‟o envolvimento

da Educação Física é o com desenvolvimento da criança, com o ato de

aprender, com os processos cognitivos, afetivos e psicomotores, buscando

garantir a formação integral do aluno‟‟ (DARIDO e RANGEL, 2005 p.7). Essa

nova concepção gera novas preocupações para os profissionais de Educação

Física, que antes preocupavam mais nos limites biológicos e de rendimento

corporal, passando a incluir e valorizar os conhecimentos de origem

psicológica.

Já a abordagem desenvolvimentista segundo Darido e Rangel (2005),

o modelo desenvolvimentista foi criado para suprir as necessidades de crianças

de 4 a 14 anos, enfatiza que a Educação Física tem a função de proporcionar

aos alunos, condições que possam desenvolver suas habilidades motoras,

sendo oferecidas experiências de movimento adequadas ás suas faixas

etárias; privilegiando a aprendizagem do movimento. Contudo esses conteúdos

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devem ser desenvolvidos segundo uma ordem de habilidades básicas e

especificas: as básicas são classificadas em habilidades locomotoras,

manipuladoras e de estabilização, e as especificas estão influenciadas pela

cultura e estão relacionadas a prática do esporte, jogos, danças e das

atividades industriais. Ainda as autores enfatizam que “a Educação Física deve

privilegiar a aprendizagem motora do movimento [...] pois é através delas que

os seres humanos se adaptam aos problemas do cotidiano, resolvendo

problemas motores‟‟ (DARIDO e RANGEL, 2005 p.9).

De acordo com a abordagem construtivista, conforme enfatiza as

autoras citada anteriormente que o modelo construtivista, vem opondo-se a

proposta mecanicista da Educação Física, a intenção do construtivismo é

baseada na construção do conhecimento, através da interação do sujeito com

o mundo, que ultrapassar o simples exercício de ensinar e aprender, tornando

sempre um processo que implica esquemas de assimilação e acomodação,

sendo um processo constante reorganização. Ainda o autor cita que a

abordagem construtivista possibilita maior integração com uma proposta

pedagógica ampla e integrada da Educação Física no inicio da Educação

básica, assim como, “o construtivismo na área de Educação Física tem o

mérito de considerar o conhecimento que o aluno previamente já possui,

resgatando sua cultura de jogos e brincadeiras‟‟ (DARIDO e RANGEL, 2005

p.11).

Na abordagem crítico-superadora, segundo Darido e Rangel (2005)

ressaltam que a mesma é difundida na elaboração do conhecimento,

valorizando o conhecimento a questão da contextualização dos fatos históricos

e atuais. Propiciar possibilidades para que os alunos possam confrontar,

diagnosticas, interpretam e emitir juízo de valores a respeito de conhecimentos

de senso comum com o conhecimento cientifico, para ampliar seu acervo de

conhecimento.

„‟abordagem critico-superadora deve ser um momento de reflexão coletiva, envolvendo vários temas: o projeto histórico; as condutas humanas; as próprias práticas avaliativas; as decisões em conjunto; o tempo necessário para aprendizagem, que é o tempo pedagógico; a compreensão critica da realidade; a ludicidade e a criatividade; os interesses, necessidades e intencionalidades objetivas e subjetivas.‟‟ (DARIDO e RANGEL, 2005 p.13).

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Já na abordagem crítico-emancipatória, valoriza-se mais a

compreensão critica do mundo, da sociedade, propõe aumentar os graus de

liberdade de raciocínio critico e autônomo dos alunos. O ensino crítico

passados aos alunos possibilita, o mesmo adquirir autonomia para

compreender os processos das institucionalizado da sociedade. „‟a tarefa da

Educação crítica é promover condições para que essas estruturas autoritárias

sejam suspensas e o ensino encaminhado para uma emancipação,

possibilitada pelo uso da linguagem, que tem papel importante no agir

comunicativo‟‟ (DARIDO e RANGEL, 2005 p.15)

A saúde renovada relaciona-se diretamente a saúde e possui objetivos

de informar, mudar atitudes, promovendo a pratica de atividades físicas mais

saudáveis para os alunos. Cita que a saúde renovada possui semelhanças com

o modelo higienista, mais ressalta que alguns aspectos os diferem, sendo um

modelo de caráter renovado e possui aspectos, como a de não exclusão. De

acordo com Darido e Rangel (2005 p.16), „‟o objetivo de favorecer a autonomia

no gerenciamento da Aptidão Física, a partir desse principio, deve todos os

alunos, e não somente os mais aptos‟‟

Para Brasil (1998) sugere-se para os alunos adolescentes; enfatizando

neles temáticas como cultura corporal e aptidão física, gerar nesses alunos

reflexão sobre informações a cerca da cultura corporal, desenvolvendo

discernimento e reinterpretação sobre bases cientificas, assumir um conceito

de autonomia a respeito da otimização da saúde, gerar a valorização e

compreensão sobre as diversas formas de cultura corporal, linguagem e

expressão, transformando um individuo autônomo e consciente da importância

da saúde intelectual.

Já os Parâmetros Curriculares Nacionais, encontra-se efetivamente

correlacionado aos diferentes assuntos aos jovens que é público alvo da

respectiva pesquisa. Nesse sentido, os Parâmetros Curriculares Nacionais –

PCN, formam uma coleção de documentos que constituem um referencial para

educação no Brasil, estes materiais foram criados para servir de ponto

referencial no trabalho dos docentes, a fim de garantir a educação através das

diversidades culturais, religiosas, étnicas, regionais e políticas, possibilitando

por meio destes o processo de construção da cidadania, tendo como meta o

aumento da igualdade dos direitos dos cidadãos, baseando-se nos princípios

democráticos (BRASIL, 1998)

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Ainda Brasil (1998), os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN,

surgiram para reforçar os objetivos da nova Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional – LDB, a nova lei aprovada em 20 de Dezembro de 1996,

sendo a Lei Federal n. 9.394. Segundo o autor, a construção do PCN baseou-

se no processo de ensino e aprendizado, objetivando a preparação e

instrumentalização de crianças e jovens na formação de cidadãos

democráticos, autônomos, críticos, participativos e capazes de aturem com

competência, dignidade e responsabilidade em sua sociedade. Para isso

procurou tratar de problemas sociais urgentes na forma de temas transversais:

ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e

consumo (BETTI; SANCHES NETO, 2008). Embora, os mesmos não foram

instituídos como novas disciplinas, mais documentos que devem ser

trabalhados em todas as áreas do conhecimento já existentes como os temas

transversais descritos aqui de forma a enfatizar no componente curricular de

uma forma geral.

3. TEMAS TRANSVERSAIS: UMA QUESTÃO

INTERDISCIPLINAR

A ética é um tema, na qual se trabalha sobre a reflexão a respeito das

condutas humanas, enfatizando os valores das sociedades, baseando-se na

preocupação com a busca da dignidade do ser humano, regidos pela

Constituição Brasileira nesse sentido, o tema busca desenvolver no aluno a

formação com relação ao respeito, a igualdade, a valorização pessoal e

interpessoal, o instinto democrático, direitos e deveres, socialização,

solidariedade e autonomia (BRASIL, 1998). Já o desenvolvimento moral do

aluno esta intimamente ligada a afetividade e racionalidade, sendo que as

aulas de Educação Física possuem situações que podem propiciar a

afetividade e a interação social, “Tal cenário apresenta-se como ambiente ideal

para explicitação, discussão, reflexão e aplicação de atitudes e valores

considerados éticos e antiéticos” (DARIDO et. al. 2006 p.84).

Segundo Brasil (1998) o tema transversal saúde deve ser trabalhada na

escola para garantir a aprendizagem efetiva que possibilite uma transformação

de atitudes e hábitos, objetivando assim a melhoria da qualidade de vida dos

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alunos. O autor diz que a educação é o meio mais utilizado como disseminador

da promoção a saúde, sendo o fator predominante para desenvolvimento da

saúde pessoal e coletiva. Ainda o mesmo autor corrobora que o tema busca

desenvolver sujeitos capacitados no conhecimento do ser humano, serrem

capazes de conhecerem suas características pessoais e saber conviver com

diferenças, possuírem conhecimento em higiene pessoal, desenvolver hábitos

e noções de nutrição, incentivar a valorização de avaliações médicas, tanto

também conhecimento básico em doenças associadas a falta de higiene, entre

outras.

Com relação ao tema meio ambiente, o objetivo é poder contribuir para

o desenvolvimento de cidadãos críticos, conscientes e aptos a poderem decidir

e atuarem nas relações com o meio ambiente de forma a estar comprometido

com a vida, tanto também preocupado com o bem estar individual e global.

Preocupando-se o professor em trabalhar não apenas questões relacionadas

às áreas biológicas e físicas, mais incluindo questões sociais, econômicas e

culturais como, questões que devem possuir como finalidade desenvolver

questões de valores para os alunos, para que os mesmos possuam questões

globais a respeito do meio ambiente, possibilitando sua proteção e melhoria

(BRASIL, 1998).

A pluralidade cultural é um tema que aborda a construção de

conhecimento, dando valorização a respeito de características étnicas e

culturais dos grupos sociais existentes no Brasil, objetivando o desenvolvendo

do conhecimento das diferenças socioeconômicas, tanto conhecendo as

relações sociais que geram discriminações que permeiam a sociedade

brasileira (BRASIL, 1998). Sendo assim, o principal objetivo é o

“desenvolvimento do respeito e da valorização da diversidade cultural,

contribuindo assim para uma convivência mais harmoniosa em sociedade e

para o repudio a todas as formas de discriminação” (DARIDO et. al. 2006 p.76).

Já a orientação sexual é um tema que trata em sua essência os

conceitos de sexualidade ligados a vida e á saúde (BRASIL, 1998). Segundo

Darido et. al (2006), esse tema trata também de questões relacionadas

socialmente entre homens e mulheres, dando ênfase em suas características

peculiares e suas diferenças físicas e intelectuais, com discussões

relacionadas a doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na

adolescência, conforme em complementa os parâmetros curriculares nacionais

21

– PNC, Brasil (1998), a importância em desenvolver-se nos alunos o

conhecimento a respeito dos direitos e deveres relacionados a questões como

cidadania, sexualidade e á reprodução. Ao enfatizar ainda, relevantes assuntos

como prostituição infantil, discriminação ao redor das mulheres no mercado de

trabalho, qualidade de vida que se encontram prevista na Constituição

Brasileira.

O tema trabalho e consumo têm como objetivo, de acordo com Brasil

(1998), desenvolver o aluno para a sua inserção no mundo do trabalho,

abordando com os alunos assuntos como os estudos cronológicos das

dimensões históricas do trabalho humano, discutir sobre a exploração dos

recursos naturais, tanto como as conseqüências benéficas e maléficas da

interação do ser humano ao meio ambiente, a qualidade de vida e saúde diante

as condições de trabalho, desenvolver ideologias criticas a respeito dos meios

de comunicação, e tanto desenvolver nos alunos os conhecimento de direitos e

deveres em relação ao trabalho, entre outros (BRASIL, 1998). Estes são

apenas alguns assuntos que o devido documento apresenta.

3.1. A influência da mídia no ambiente educacional

Com relação à mídia, pode-se enfatizar que se vive atualmente um

mundo onde se recebe diariamente milhares de informações por intermédio de

imagens, palavras, sons que são produzidos pelos diferentes meios de

comunicação de massa, onde, “a mídia está em toda parte, outdoor, rádio,

jornal, video-cassete, revista, TV aberta e por assinatura, internet, CD-ROM”

(BETTI, 2001 p.125).

Segundo Brasil (1998) o indivíduo possui diversos mecanismos que os

influenciam educacionalmente, não tratando a escola como mediador central,

mais especificando a família, igreja, amigos, trabalhos e a mídia em questão

como fontes de construção do conhecimento para o indivíduo, o autor ainda

explicita em seu trabalho a influência da mídia, sempre dando ênfase neste

tema em questão. Pode se notar que mídia exerce grande influência na vida

dos indivíduos.

Na contemporaneidade segundo Darido et. al (2006) cita que revistas,

jornais, internet, em um contexto toda a mídia em si, percebe a importância da

22

Educação Física, cultural corporal, ou, cultural corporal do movimento, esta por

sua vez foca mais tempo de suas informações acerca do esporte a atividade

física. Isso se deve pelo fato da Educação Física atual tratar de temas a

respeito do corpo, saúde e movimento, considerando entre eles questões

“atividades culturais de movimento para com finalidades de lazer, expressão de

sentimentos, afetos e emoções” (BRASIL, 1998 p.23), por meio de benefícios

fisiológicos e psicológicos, possibilitando a promoção, recuperação e

manutenção da saúde do indivíduo.

Segundo Betti (2003) e Darido et. al (2006) a sociedade atual encontra-

se intimamente influenciada pelas explicitas e subliminares informações

vinculadas pelos meios de comunicação, sendo indiretamente o influenciador

mais ativo com relação às práticas corporais. A mídia por muitas vezes

transmite informações que não fornecem subsídios que possibilitam avaliar

adequadamente a verdade dos fatos divulgados (BETTI, 2003).

Darido et. al (2006), também enfatiza que as informações nem sempre

de origens verdadeiras, ou não são adequadas a ética e moral dos valores

democráticos, mais na maioria são informações absorvidas pelo individuo que

pela sua baixa instrução critica, não possui conhecimento suficiente para

distinguir determinadas informações. Ainda a mesma autora relata que, por

intermédio da mídia ocorre, a venda de padrões de corpo, incentivam o

consumo exagerado de materiais e equipamentos esportivos, vinculam “valores

a respeito dos padrões de beleza, corpo perfeito, estética, saúde, sexualidade,

desempenho, competição exarcebada” (p.19).

Dessa forma, relata-se que por meio dos atletas que se destacam no

mundo esportivo, que ganham medalhas por seus méritos, e até mesmo,

filmes, novelas e programas de televisão e rádio, internet ilustram modelos

reais e modelos fictícios, que segundo Betti (2003) levam os indivíduos a

acreditarem que se repetirem os padrões de movimentos, comportamentos,

copiando esses modelos, conseguiram alcançar a mesma trajetória de vida, de

fama, felicidade ou até mesmo condição financeira. Nesse sentido, o mesmo

autor ainda revela que “o fascínio que exercem sobre os indivíduos torna-os

referencial de atitudes” (BETTI, 2003 p.51).

Já Darido et. al (2006), diz que as temáticas citadas pelos meios de

comunicação são preocupações comuns entre os jovens e tais devem estar

presentes no âmbito escolar. Para Betti (2003), as novas discussões que

23

permeiam o mundo da Educação Física se fazem por intermédio de questões

como a quebras dos paradigmas propondo-se novas fundamentações, fala-se

em trabalhar o corpo como um todo, desenvolvendo questões a cerca do

respeito mútuo, liberdade de expressão, conhecimento do corpo, a rigorosidade

dos fatos científicos que são estudados, entre muitos outros. Seguindo estes

pensamentos, e com objetivo de finalizar este estudo em questão, será

discutido a seguir, o papel do professor de Educação Física com os meios de

comunicação em relação aos jovens.

4. O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO

DISSEMINADOR DOS DIFERENTES MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Falar a respeito do papel do professor de Educação Física diante de seu

papel didático com jovens é algo bastante complexo, mais não sendo

impossível. De uma forma simples será tratado a metodologia didática que o

educador de Educação Física necessitará trabalhar com esses jovens, dando

ênfase em algumas abordagens que são tratadas nos temas transversais,

conforme enfatiza Brasil (1998), alguns enfoques relacionadas a questões da

mídia.

Segundo Darido e Rangel (2005), retratam a relação do professor versos

aluno, onde o professor deve transmitir seus conhecimentos aos alunos, mais

antes devem refletir sobre suas ações e conhecimentos, tanto também refletir a

respeito de como os alunos iram receber esses conhecimentos. Estas, ainda,

enfatizam que o professor deverá levar em consideração a co-educação e a

mídia, entre outros que exercem influência sobre esses conhecimentos

absorvidos pelos alunos, analisando o que autoras abordam pode se verificar

que o papel do profissional de Educação Física é muito além do que apenas

ensinar conhecimentos, mais como diz Brasil (1998), desenvolver jovens

autônomos, críticos, participativos na sociedade atual.

Como trata Brasil (1998), o processo empregado aos educadores deve

ser o processo de ensino e aprendizagem, corroboram Darido e Rangel (2005),

ao relatar que “a interação professor-aluno é um aspecto fundamental no

processo ensino e aprendizagem” (DARIDO e RANGEL, 2005 p.109). Tanto a

influência do profissional de Educação Física na vida, ocorre outra grande

24

influência a mídia, diante este fato que deve o professor de Educação Física

tratar os temas relacionados com a mídia, como ressalta Betti (1998), que

como as demais disciplinas escolares, cabe a Educação Física tratar

criticamente a mídia, levando para dentro da escola, a fim de obter reflexão e

discussão, corrobora Darido et. al (2006), dizendo que as “aulas de Educação

Física são momentos únicos para atingir tal meta” (p.19).

Sobre o papel do professor de Educação Física a respeito dos conceitos

de saúde, seguindo o raciocínio de Darido et. al (2006) que fala que os

conceitos de saúde ainda são muitos limitados quando a sua fiel tradução, pelo

fato de que quando tratado este tema, o professor não poderá deixar de

considerar fatores de influencia como meio ambiente, aspectos biológicos,

socioeconômicos, culturais e psicológicos, enfatizando que o professor devera

deixar o conceito de que a saúde está apenas relacionada na perspectiva

biológica e informativa, mais adotando uma visão mais ampla, considerando-se

os fatores sociais, culturais e históricos para que aja fiel construção a respeito

da educação para saúde.

Como menciona Darido et. al (2006), discutir com os alunos temas

como; dietas exageradas, alimentação desequilibrada, doenças como anorexia,

inibidores de apetite, exercícios físicos demasiados, malefícios e benefícios da

prática física sem orientação de um profissional, tratar temas como beleza e

saúde relacionando, discutindo, por exemplo, que beleza se atende a uma

determinada época e que esta relacionada a interesses comerciais e do

mercado de consumo. Assim como, discutir a respeito das atividades físicas e

exercícios físicos como meios para qualidade de vida e não um meio para

fomentação de beleza, debater as melhores formas de se praticar uma

atividades física, enfatizando as causas de dores e lesões que ocorrem durante

essas práticas, tanto também explicitar o respeito quanto aos limites do corpo

de cada indivíduo, gerando discussão a respeito da utilização de materiais

adequados para as práticas físicas, tanto também a respeito dos materiais a

serem utilizados nas nessas práticas, discutindo o que é adequado e o que

seria apenas um adorno.

Segundo o Brasil (1998), a educação a respeito da saúde para os alunos

deve ter como princípios conscientização e sensibilização a respeitos dos

aspectos da saúde, tanto como condicioná-los, capacitá-los para medidas

praticas de promoção, proteção e recuperação da saúde. Segundo Darido et. al

25

(2006) o professor de Educação Física deverá relacionar os conceitos de

saúde versos atividade física, relacionando a influência midiática, tanto como

tratar o papel das influências históricas relacionadas a saúde e á atividade

física, fundamentando a concepção de saúde nos fundamentos do exercício da

cidadania, proporcionando aos alunos oportunidade de tomada de decisões,

ações e geração de atitudes saudáveis no âmbito que encontram-se inseridos.

Conhecer o corpo e seus limites, discutir e refletir a respeito de

informações que aparecem na mídia, a conscientização da importância da

atividade física, a instrumentalização que ofereça informações a respeito de

práticas saudáveis de atividades físicas de uma forma autônoma, adequada e

consciente, constitui alguns dos alicerces para formação do aluno.

“com esse pensamento, cabe ao professor de Educação Física identificar o contexto de saúde na área, construindo e incentivando discussões e reflexões que possibilitem aos alunos fazer uma leitura crítica do meio que o envolve” (DARIDO et. al. 2006 p.33).

Diante desse contexto, pode-se ressaltar o tratamento das diferentes

questões, no que tange, as discussões voltadas a respeito do meio ambiente, é

relacionado por Brasil (1998), ao mencionar que as áreas de ciências naturais,

história e geografia são as matérias mais tradicionais que tratam a respeito do

meio ambiente em seus objetos de estudo. O mesmo ainda relata que outras

áreas do conhecimento ganharam espaço e importância para tratar tal tema,

como a língua portuguesa, arte, matemática e a Educação Física, que o papel

esta centrado na “compreensão da expressão e autoconhecimento corporal, da

relação do corpo com ambiente e o desenvolvimento das sensações” (BRASIL,

1998 p.194).

Perfazendo sobre o papel da Educação Física sobre determinado tema,

Darido et. al (2006) enfatiza sobre assuntos e atitudes que o professor de

Educação Física deve tomar diante tal tema, desenvolver a conscientização

dos espaços para práticas físicas. A autora fomenta ainda que a professor de

Educação Física deva correlacionar os fatos descritos com aspectos voltados a

prática de atividades e exercícios físicos, devendo o professor tratar assuntos

como os níveis fisiológicos das práticas de atividades físicas, relacionando a

utilização de esteróides, perda de líquidos para atingir níveis para competições,

26

utilização de anfetaminas e outras drogas usado para “atingir um padrão

estético imposto pela mídia” (DARIDO et. al. 2006 p.58).

Outro fator que possibilita trabalho didático para o professor seria os

esportes radicais, como afirma Darido et. al (2006) que houve um enorme

crescimento destas práticas de atividades físicas que possibilitam contato com

a natureza e constante criação de novas modalidades esportivas nesta área,

enfatizando que este campo possibilita ação e atuação para o desenvolvimento

de uma consciência critica a respeito do meio ambiente.

Darido et. al (2006) ainda ressalta que essas várias modalidades a cada

vez estão inseridas no cotidiano das pessoas e principalmente nos jovens,

ainda afirma que essas práticas contribuíram para aproximação dos jovens aos

espaços naturais. Os assuntos pautados constituem um desafio promissor e

um caminho a ser seguido pelos professores e alunos que estiverem

empenhados com uma formação voltada para o exercício da cidadania

(DARIDO et. al. 2006).

Darido et. al (2006) e Brasil (1998) corroboram que temas relacionados

a conceitos de sexualidade estão intimamente ligados à vida e à saúde

individual e social. Incluindo o professor além de dimensões biológicas,

dimensões como aspectos psicológicos e sociais. Os autores ainda enfatizam

que a Educação Física, que privilegia o uso do corpo e a construção da cultura

do movimento, também por tratar valores como a beleza, estética corporal e

gestual e o professor da área que tem maiores possibilidades de aproximação

entre os alunos são meios que os professores de Educação Física utilizam

para facilitar consideravelmente essas discussões.

Brasil (1998) trata que a mídia e suas múltiplas informações e

manifestações sobre o tema sexualidade, tem importante papel em estimular

crianças e adolescentes moldando visões e comportamentos, veicula imagens

eróticas, incrementando a ansiedade e alimentando fantasias sexuais, informa

e transmite informações que nem sempre são adequadas a esse público,

moralizando e reforçando em muitas vezes preconceitos, esse despejo de

informações em sua maioria acaba por transmitindo conceitos e explicações

errôneas, quanto muitas vezes fantasioso. Diante disso, cabe ao professor

perceber, levantar, discutir essas questões, mantendo-se em uma postura

crítica e reflexiva, para que suas ideologias não transpareçam aos alunos e

27

levantando também tais questões, quando forem pautadas por seus alunos

(DARIDO et. al. 2006).

Brasil (1998) explicita que é importante que os educadores possam

reconhecer por parte dos jovens, a busca do prazer e sua curiosidades acerca

da sexualidade, sendo que fazem parte de seu desenvolvimento, neste

pensamento Darido et. al (2006) diz que as aulas de Educação Física, que por

meio do dançar, jogar e lutar, possibilita a formulação de linguagens simbólicas

advindas da comunicação, assim como experimentar ou expressar afetos e

sentimentos, desejos, sedução e sensações prazerosas, necessitando.

O professor deve ficar atento a esses aspectos, para que o mesmo

possa estimular a reflexão acerca dessas concepções entre aspectos

masculinos e femininos, pois segundo autora, diz que na maioria das aulas são

mistas, onde encontram várias situações ligadas a relações de gêneros, sendo

as construção social e cultural masculina e feminina, enfatiza ainda que valores

preconceituosos ainda são explicitados pelo alunos. Perfazendo sobre o papel

do professor nesta situação Brasil (1998) enfatiza que

“o professor pode intervir para garantir as mesmas oportunidades de participação a ambos os sexos, ao mesmo tempo em que respeita os interesses existentes entre seus alunos e alunas” (BRASIL, 1998 p.324).

Assim, o profissional poderá gerar questionamentos, analisando e

comparando certos padrões de beleza veiculados pela mídia, tratar de

desenvolver nos alunos uma postura critica diante esses padrões etéticos,

incentivando a produção coletiva ou individual das representações que os

jovens possuem sobre o corpo (BRASIL,1998). Outra temática a ser trabalhada

seria a pluralidade cultural, ao tratar questões como o conhecimento e á

valorização de aspectos étnicos e culturais entre os diferentes grupos sociais

do Brasil, tanto também como as desigualdades socieconomicas, relações

sociais e discriminatórias e excludentes que fazem parte da sociedade

brasileira, dando ênfase em discutir aspectos da desigualdade social.

Darido et. al (2006), o professor de Educação Física possui várias

possibilidades de trabalhar tal tema, como vivenciar as diferentes

manifestações da cultura corporal, pode ser um caminho efetivo para se

trabalhar o devido tema. Exemplo disso são as vivências das diferentes danças

típicas e populares brasileiras, como também às ginásticas e às lutas que ainda

28

trazem raízes ligadas as suas origens, segundo a autora este mesmo principio

não se verifica nos esportes, pois a modalidade possui modificações na

práticas em diferentes povos, apresentando ainda diferentes peculiaridades

conforme o local em que os mesmos se apresentam.

Para autora os aspectos relacionados às esses esportes podem possuir

grandes motivos para serem trabalhados aspectos relacionados a diversidade

étnica e cultural, revelando conflitos que podem ser usados como construção

critica de tal tema com os alunos. Por intermédio da música, da dança, das

artes em geral, vinculadas aos diferentes grupos étnicos e culturais, são

manifestações que a criança e o adolescente poderão conhecer e vivenciar,

objetivando o enriquecimento do seu conhecimento sobre as diversidades

presentes no Brasil, junto ao desenvolvimento do seu próprio potencial

expressivo (BRASIL, 1998).

O professor deverá abordar o papel dos meios de comunicação sobre

aspectos políticos, na valorização das diversidades e no desenvolvimento e

fortalecimento do pluralismo cultural, tanto desenvolver nos jovens situações de

análises relacionadas a questões noticiadas pela imprensa e meios de

comunicação em geral, trazendo diretamente para seu cotidiano, tais aspectos

tratam de ampliar o horizonte de conhecimento e referencia do aluno. Procurar

despertar sua curiosidade para o mundo que o cercam, possibilitando o

desenvolver um novo olhar sobre os fatos e relações que permeiam os meios

de comunicação.

Já nos trabalhos éticos o professor de Educação Física terá como

objetivos explicitar por meio da cultural corporal valores que são tidos como

éticos e antiéticos. Segundo Darido et. al (2006) cabe o professor de Educação

Física desenvolver momentos oportunos que trabalhem valores relacionados

com a dignidade humana, e á construção de uma autonomia moral, sendo

discutidos e trabalhados através de formas operacionais e ferramentas

pedagógicas que explicitem tais valores.

A respeito de questões de trabalho e consumo a Educação Física exerce

a função didática para a fomentação de práticas que desenvolvam nos alunos o

reconhecimento de condições de trabalho que comprometam os processos de

crescimento e desenvolvimento, gerando discussões que perfazem a respeito

de condições de vida dignas, sobre diversidade de padrões de saúde, beleza e

estética corporal existente nos diversos grupos sociais, analisando de uma

29

forma geral criticamente os padrões divulgados pela mídia, evitando assim o

consumismo e o preconceito (DARIDO et. al. 2006). Neste sentindo a prática

pedagógica do professor de Educação Física possibilita uma analise critica

sobre as práticas de atividades físicas, sendo uma preocupação pertinente por

parte do professor.

“isso pode permitir aos alunos uma autonomia na escolha de atividades de sua preferência ou na aquisição de produtos e serviços, sendo relacionada não mais as propagandas e ideologias veiculadas pela meios de comunicação, mais aos seus objetivos pessoais (DARIDO et. al. 2006 p.149).

Com a citação de alguns temas importantes, pode-se afirmar que o

papel profissional do professor de Educação Física é de extrema importância

para o desenvolvimento da cidadania, como enfatiza Brasil (1998), com relação

ao papel didático dos professores nas escolas seria o de permitir aos jovens o

acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos

para o desenvolvimento do exercício da cidadania. Neste contexto enfatiza-se

o papel do professor de Educação Física.

30

5. OBJETIVO

Investigar a atuação do profissional de Educação Física perante os

jovens, dando ênfase nos meios de comunicação para que haja a

disseminação social dos mesmos.

31

6. METODOLOGIA

Este estudo foi realizado por meio de uma pesquisa de revisão

bibliográfica sobre a temática em discussão, pertinentes para o entendimento

desta pesquisa. A mesma tem uma natureza qualitativa, conforme evidenciam

os autores Rudio (2003) e Richardson (1999), deve-se conter o assunto em

pauta, obtendo informações nas diferentes produções acadêmicas já existentes

relacionadas acerca da temática, capazes de enriquecer a pesquisa. Utilizou-se

para o desenvolvimento da pesquisa, os periódicos científicos, as bases de

dados das Universidades Públicas, a literatura impressa, assim como a virtual.

32

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho abordou inicialmente questões relacionadas sobre a forte

influência que exercem nos jovens os meios de comunicação, e ainda, foi

fomentado que a escola possui os requisitos necessários para a formação

social destes jovens, dando ênfase no professor de Educação Física que teria

em sua área de conhecimento os meios mais amplos para trabalhar

pedagogicamente e didaticamente com esses jovens, por meio destas foi

possível levantar o questionamento a respeito da atuação profissional do

professor de Educação Física perante os jovens, fazendo intercambio com os

processos de ensino com relação aos meios de comunicação, neste sentido

que possibilite o professor propiciar aos jovens a uma formação critica e

autônoma perante a sociedade contemporânea.

Por meio de uma pesquisa de revisão bibliográfica os assuntos

pertinentes para pesquisa em questão foram abordados e conceituados,

assuntos como conceitos de cultura, cultura corporal de movimento, a história

da Educação Física, tanto suas abordagens pedagógicas desde seu

surgimento no Brasil até em sua contemporaneidade, tanto questões de

influencias da mídia diante os jovens e finalizando com os conceitos didáticos e

pedagógicos que o professor de Educação Física devera abordar em suas

aulas. Nesse sentido, estudo possibilitou maior reflexão em entendimento a

respeito das dúvidas que permeavam a pesquisa em questão.

Ao conceituar cultura, foi possível verificar que a cultura esta contida em

cada ser humano, baseando-se em um contexto histórico, a transmissão de

cultura é passada de geração para geração sendo um processo continuo e que

se modifica com o tempo, e como explicita Laraia (2006) em seu trabalho,

corrobora que tanto a transmissão de cultura e o processo comportamental dos

indivíduos acontecem por intermédio de um processo de aprendizagem. Nesta

perspectiva, buscou-se relacionar os conceitos de cultural com a Educação

Física, perfazendo este assunto verificou-se grande influência cultural por parte

da Educação Física na prática física, como corrobora Daolio (2004). A

Educação Física tratando de temáticas como as manifestações culturais

relacionadas ao corpo e ao movimento, tornou-se na contemporaneidade o

termo conhecido como Cultura de movimento e ou cultura corporal do

movimento. Tanto os conceitos de cultural e conceitos de cultural de

33

movimento enfatizados na pesquisa possibilitou melhor entendimento acerca

dos papéis culturais diante a Educação Física.

Quando se fez estudar o contexto histórico da Educação Física na

pesquisa, é com intuito de entender historicamente como a Educação Física se

desenvolveu desde seu inicio no século XX no Brasil até na

contemporaneidade, passando pelas concepções, como o higienismo e

militarismo. Quando analisados as duas concepções pode-se evidenciar a

grande lacuna que possuía a Educação Física naquele momento histórico, uma

Educação Física que em um momento buscava apenas a preocupação com a

saúde e em outro tinha a preocupação na formação física para combates.

Afirmando junto a Darido e Rangel (2005) que a Educação Física era uma

disciplina regrada apenas na prática e que não necessitava de embasamento

teórico para lhe dar suporte, logo a este período surgiu um modelo esportivista,

que centrava o papel do professor de Educação Física era centrada na prática,

sendo sempre por meio de repetição mecânica dos movimentos esportivos.

Ao aprofundar a pesquisa pode encontrar-se que as concepções acerca

do modelo esportivista e ou mecanicista, foram criticadas e sofreram mudanças

a partir da década de 80. Foi possível notar na pesquisa que o modelo

mecanicista encontra-se ainda vertente em algumas sociedades e escolas

como afirma Darido e Rangel (2005). A pesquisa possibilitou adentrar a

abordagens que buscam romper como o modelo mecanicista, adentrou-se a

falar sobre as abordagens como a psicomotricidade, a desenvolvimentista, a

construtivista, critico-superadora, critico-emancipatória, saúde renovada e na

contemporaneidade os parâmetros curriculares nacionais. Quando analisado

as abordagens, pode-se verificar que a abordagem que possibilitou maior

acervo didático e pedagógico para o professor de Educação Física na

contemporaneidade foram os parâmetros curriculares nacionais, que

possibilitaram ao professor de Educação Física uma abordagem mais regrada

a formação critica, autônoma, social e cultural de movimento nos indivíduos.

Quando conceituado mídia e suas influencias, foi viabilizado que os

meios de comunicação reconhecem a importância da Educação Física na

contemporaneidade e por meio desta abrangem mais tempo em suas

propagandas para com informações acerca de esportes e atividades físicas

como afirma Darido et. al. (2006). Por intermédio da pesquisa foi possível

viabilizar a forte influência e fascínio que exerce a mídia perante os jovens.

34

Ao buscar no acervo bibliográfico sobre temáticas que falavam sobre a

influência midiática. Buscou-se analisar se a mídia exercia influência perante o

público alvo desta pesquisa, tanto achar fonte que explicitavam a importância

do professor de Educação Física perante determinada discussão. Sendo

possível visualizar que grande parte discussão sobre a temática ocorre pelos

parâmetros curriculares nacionais, que tratavam questões de preocupação

social em forma de temas.

Assim, os temas abordavam continuamente a influência midiática

exercida nos alunos, tanto como abordagens pedagógicas e didáticas que os

professores das mais diversas áreas poderiam desenvolver em suas aulas,

ainda os parâmetros curriculares nacionais explicitam as praticas corporais e

acervo educacional perante essa práticas possibilitavam que o professor de

Educação Física possuí-se maior trabalho perante as outras disciplinas.

Ao finalizar a pesquisa bibliográfica, procurou-se fomentar os aspectos

didáticos e pedagógicos que os parâmetros curriculares nacionais explicitavam

acerca do papel profissional de Educação Física, como também, buscou-se

tratar assuntos pertinentes que os temas transversais discutiam acerca da

influência midiática perante os jovens, tanto também abordar questões que

possibilitavam a formação critica, e autônoma e formação social dos indivíduos.

Sendo assim, ao decorrer da pesquisa foi possível viabilizar que o

professor de Educação Física possui as ferramentas didáticas e pedagógicas

adequadas com relação ao tratamento com os jovens, para discutir

criticamente e reflexivamente as influências aplicadas pelos meios de

comunicação, corroborando que por intermédio do profissional de Educação

Física, torna-se assim, possível a transformação crítica, reflexiva e autônoma

por parte dos jovens. E quanto ao papel do professor de Educação Física,

como é explicitado na pesquisa e seguindo o pensamento de Catib (2011), que

cabe ao professor de Educação Física o desenvolvimento da consciência

corporal, tanto pelo professor de Educação Física, quanto por professores de

outras disciplinas, mais com ênfase nas aulas de Educação Física, que o

professor deva privar que haja o crescimento do aluno, e o desenvolvimento de

conhecimentos aprofundados, para que o conhecimento educacional adquirido

possa ser integrado ao desenvolvimento físico.

35

REFERÊNCIAS

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36

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