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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto Departamento de Engenharia de Minas Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral – PPGEM 1 A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A INTERNACIONALIZAÇÃO DAS COMPANHIAS PETROLÍFERAS CHINESAS LEONARDO SILVEIRA DE SOUZA Ouro Preto 2010

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A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A INTERNACIONALIZAÇÃO DAS

COMPANHIAS PETROLÍFERAS CHINESAS

LEONARDO SILVEIRA DE SOUZA

Ouro Preto

2010

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A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A INTERNACIONALIZAÇÃO DAS

COMPANHIAS PETROLÍFERAS CHINESAS

Autor: LEONARDO SILVEIRA DE SOUZA

Orientadores: Prof. Dr. MARCO ANTÔNIO TOURINHO FURTADO

Prof. Dr. WILSON TRIGUEIRO DE SOUSA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação do Departamento de Engenharia de

Minas da Escola de Minas da Universidade

Federal de Ouro Preto, como parte integrante

dos requisitos para obtenção do título de

Mestre em Engenharia de Minas.

Área de concentração:

Economia Mineral

Ouro Preto / julho de 2010

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S729d Souza, Leonardo Silveira de. A diplomacia do petróleo e a internacionalização das companhias petrolíferas chinesas [manuscrito] / Leonardo Silveira de Souza. – 2010. xv, 119 f.: il., color., grafs., tabs., mapas. Orientador: Prof. Dr. Marco Antonio Tourinho Furtado. Co-orientador: Prof. Dr. Wilson Trigueiro de Sousa. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas. Departamento de Engenharia de Minas. Programa de Pós-graduação em Engenharia Mineral. Área de concentração: Economia mineral. 1. Petróleo - Teses. 2. Indústria petrolífera - China - Teses. 3. Hulha - Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título. CDU: 665.6(510)

Catalogação: [email protected]

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A Alicinha, por ser a síntese da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor Marco Antonio pela ousadia, determinação, tolerância, confiança, solidariedade e amizade.

A Escola de Minas pelas condições ofertadas ao desenvolvimento desse trabalho.

Ao PPGEM pela oportunidade.

Aos Professores do PPGEM pelo conhecimento transmitido.

Ao Marcelo pela pronta atenção de sempre.

A CAPES, pelo fomento à pesquisa;

Ao Ministério de Minas e Energia pela maior oportunidade da minha vida.

A minha família, pelo apoio e compreensão pela ausência.

Aos meus amigos, pelo apoio e preocupação.

A República Xiboca e atuais moradores pelo auxílio na fase final desse trabalho.

A Christiane, pelo amor, apoio, paciência e compreensão.

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RESUMO

O abastecimento energético é um dos grandes desafios a serem superados pelo governo

chinês para a continuidade do seu crescimento econômico obtido nas últimas três décadas. O

crescimento econômico chinês fez com que a demanda por energia superasse a produção

interna, gerando a necessidade de importação de petróleo e gás. A necessidade só não foi maior

porque a China tem a terceira maior reserva de carvão do mundo e é o maior consumidor. Esse

obstáculo se transformou em oportunidade para as empresas de petróleo chinês

internacionalizarem suas atuações nas principais províncias petrolíferas e gasíferas no mundo.

A internacionalização fez com que o governo chinês desenvolvesse uma “diplomacia do

petróleo”, baseada na aproximação política e econômica junto aos principais e potenciais países

exportadores mundiais de petróleo e gás. Essa mudança de comportamento da China torna-se

uma das prioridades no trato das questões internacionais na agenda de sua política externa.

Palavras chave: diplomacia do petróleo – companhias petrolíferas chinesas -

internacionalização.

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ABSTRACT

The energy supply is a major challenge to be overcome by the Chinese government for

its continued economic growth achieved in the last three decades. This economic growth has

caused energy demand outstripped domestic production, creating the need for imported oil and

gas. This need was not higher because China has the third largest coal reserves in the world and

is its largest consumer.This obstacle became an opportunity for Chinese oil companies

internationalize their performances in major oil and gas provinces in the world.

Internationalization has made the Chinese government to develop an oil diplomacy

based on political and economic ties with key countries and potential exporters of oil and gas

on the planet. This change in China's behavior becomes a priority in dealing with international

issues on the agenda of its foreign policy.

Keywords: Oil diplomacy – Chinese oil enterprises - Internationalization

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1: Gráfico relação produção x demanda de petróleo na China entre 1982-2006.........02

Figura1.2: Distribuição das fontes energéticas primárias da matriz chinesa. ...........................04

Figura 1.3: Percentual do petróleo importado por região de origem. ......................................06

Figura 2.1: Países de origem do petróleo importado pela China em 2008 e nos primeiros cinco

meses de 2009..............................................................................................................................12

Figura 2.2: Maiores reservas mundiais medidas de petróleo em janeiro de 2009.....................15

Figura 2.3: Participação da África Sub-Sahariana nas importações de petróleo pela China entre

os anos de 2001 e 2006................................................................................................................22

Figura 2.4: Reservas medidas de petróleo na África em 2007...................................................23

Figura 2.5: Regiões exportadoras de petróleo para China e os países exportadores da África

Sub-Sahariana entre 2001 a 2006................................................................................................24

Figura 2.6: Os principais fornecedores de petróleo bruto para a China, entre os meses de

janeiro a maio de 2009................................................................................................................25

Figura 2.7: Os cinco maiores produtores sul-americanos de petróleo em 2008........................31

Figura 3.1: Produção de carvão por região na China................................................................ 34

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1: Taxa de crescimento do PIB da China entre 2002 - 2009.......................................01

Tabela1.2: Produção de petróleo dos maiores produtores mundiais entre 2000 e

2008.............................................................................................................................................03

Tabela 2.1: Produção de petróleo dos países produtores e regiões em 2008.............................13

Tabela 2.2. Os principais destinos das exportações iranianas de petróleo bruto em

2007.............................................................................................................................................16

Tabela 2.3. Projetos de produção de petróleo bruto no Irã até 2015.........................................17

Tabela 2.4. Investimentos chineses em petróleo no continente africano entre 2001 e 2007 (em

milhões de dólares)......................................................................................................................19

Tabela 2.5. Os cinco maiores países Africanos exportadores para a China, entre 2004 e 2006

(em milhões de dólares)...............................................................................................................20

Tabela 2.6: Composição da pauta de exportações dos países sub-sahariano para a China (1996-

2005)...................……..................................................................................…..........................21

Tabela 2.7: Reservas medidas de petróleo dos produtores sul-americanos em

2008............................................................................................................................................28

Tabela 2.8: As exportações de petróleo da Venezuela para a China entre 2005 e

2008.............................................................................................................................................29

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Tabela 3.1: Comércio exterior de carvão da China entre 1998 e 2007......................................36

Tabela 3.2: Exportação de coque pela China entre 1998 e 2007...............................................37

Tabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008......................40

Tabela 3.4: Produção e reservas de petróleo e gás natural da Sinopec em 2008.......................43

Tabela 3.5: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNPC em 2008..........................45

Tabela 5.1: Principais produtores mundiais de gás natural entre 1998 -2008............................78

Tabela 5.2: Os maiores consumidores mundiais de petróleo entre 1998 -2008.........................79

Tabela 6.01: Presença da CNPC no exterior em exploração e produção de petróleo e gás

natural: no de países.....................................................................................................................81

Tabela 6.02: Presença da CNPC em exploração e produção de petróleo e gás natural nos

continentes...................................................................................................................................82

Tabela 6.03: Percentual de aumento da internacionalização da CNPC nas regiões produtoras

entre 2003 – 2008........................................................................................................................83

Tabela 6.04: Produção interna de petróleo bruto da CNPC entre os anos de 2002 -

2008.............................................................................................................................................83

Tabela 6.05: Produção externa de petróleo bruto da CNPC entre os anos 2002-

2008.............................................................................................................................................84

Tabela 6.06: Participação da produção externa de petróleo na produção total (interna) da

CNPC entre os anos de 2001 -2008.............................................................................................85

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Tabela 6.07: Produção interna de gás natural da CNPC entre os nãos de 2001-

2008.............................................................................................................................................85

Tabela 6.08: Produção externa de gás natural da CNPC entre os anos de 2000 -

2008.............................................................................................................................................86

Tabela 6.09: Participação da produção externa de gás natural na produção total (interna) da

CNPC entre os anos de 2001-2008..............................................................................................87

Tabela 6.10: Produção de Petróleo Bruto da CNPC no Sudão entre os anos de 2003-

2008.............................................................................................................................................88

Tabela 6.11: Participação da produção de petróleo bruto no Sudão no total produzido pela

CNPC no exterior entre 2003-2008.............................................................................................89

Tabela 6.12: Produção de petróleo bruto da CNPC no Cazaquistão entre os anos de 2003-

2008.............................................................................................................................................89

Tabela 6.13: Participação da produção de petróleo bruto no Cazaquistão no total produzido

pela CNPC no exterior entre 2003-2008.....................................................................................90

Tabela 6.14: Produção de petróleo bruto na Venezuela entre os anos de 2003-2008................90

Tabela 6.15: Participação da produção de petróleo bruto na Venezuela em relação ao total

produzido pela CNPC no exterior entre os anos de 2003-2008.................................................91

Tabela 6. 16: Reservas internas de petróleo da CNPC...............................................................91

Tabela 6.17: Reservas de petróleo da CNPC no exterior entre os anos de 2002 -

2008.............................................................................................................................................92

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Tabela 6.18: Participação das reservas externas de petróleo nas reservas interna da CNPC entre

os anos de 2002-2008..................................................................................................................92

Tabela 6.19: Reservas internas de gás natural da CNPC entre os anos de 2002 -

2008.............................................................................................................................................93

Tabela 6.20: Reservas de gás natural da CNPC no exterior entre os anos de 2002 –

2008.............................................................................................................................................93

Tabela 6.21: Participação das reservas externas de gás natural nas reservas interna da CNPC

entre os anos de 2002-2008.........................................................................................................94

Tabela 6.22: Extensão dos oleodutos e gasodutos da CNPC no exterior...................................95

Tabela 6.23: Extensão dos oleodutos e gasodutos da CNPC na China entre 2003 –

2008.............................................................................................................................................95

Tabela 6.24: Percentual de participação da extensão dos oleodutos e gasodutos no exterior na

CNPC em relação a extensão total na China...............................................................................96

Tabela 6.25: Capacidade de transporte dos oleodutos e gasodutos da CNPC no exterior entre

2001-2008....................................................................................................................................96

Tabela 6.26: Volume de petróleo e gás natural transportado pela CNPC no exterior entre 2001-

2008.............................................................................................................................................97

Tabela 6.27: Capacidade de refino e química da CNPC no exterior entre 2001-

2008.............................................................................................................................................97

Tabela 6.28: Capacidade interna de refino e química da CNPC entre 2001-2008.....................98

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Tabela 6.29: Percentual de participação da capacidade externa em relação à capacidade total

(interna) de refino e química da CNPC entre 2001-2008............................................................99

Tabela 6.30: Volume do processamento interno de refino e química da CNPC entre 2001 -

2008.............................................................................................................................................99

Tabela 6.31: Volume do processamento de refino e química da CNPC no exterior entre 2001-

2008...........................................................................................................................................100

Tabela 6.32: Percentual de participação do volume do processamento externo de refino e

química em relação ao processamento total (interno) da CNPC entre 2001-2008....................101

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ASS - África Sub-Sahariana

AIE - Administração da Informação Energética dos Estados Unidos

AIE - Agência Internacional de Energia

ASEAN - Association of Southeast Asian Nations

BP - British Petroleum

BPD - Barris Por Dia

CDB - China Development Bank

CHEXIM - China Export-Import Bank

CNOOC - China National Offshore Oil Corporation

CNPC - China National Petroleum Corporation

CNRD - Comissão Nacional da Reforma e Desenvolvimento da China

FMA - Fundo Monetário Asiático

FOCAC - Fórum de Cooperação China-África

GNL - Gás Natural Liquefeito

NNPC - Nigerian National Petroleum Corporation

OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

OMC - Organização Mundial do Comércio

ONGC - India Oil and Natural Gas Corporation

ONU - Organização das Nações Unidas

OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo -

PCC - Partido Comunista Chinês

PDVSA - Petróleos de Venezuela, S.A

RMB - Renminbi

RPC - República Popular da China

SINOPEC - China Petroleum and Chemical Corporation

SINOSURE - China Export & Credit Insurance Corporation

WEO - World Energy Outlook

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO...................................................................................................1 1.1 O Petróleo no Mundo..............................................................................................................2

1.2 Situação Energética Chinesa ..................................................................................................4

1.3 Empresas Chinesas de Petróleo...............................................................................................5

1.4 Diplomacia do Petróleo...........................................................................................................6

1.5 Objetivos..................................................................................................................................7

1.6 Justificativa e importância do Estudo......................................................................................7

1.7 Metodologia.............................................................................................................................8

1.8 Organização da Dissertação....................................................................................................9

CAPÍTULO II – A IMPORTÃNCIA DO SUPRIMENTO EXTERNO DE PETRÓLEO PARA A CHINA.....................................................................................................................................11 2.1 Introdução..............................................................................................................................11 2.2 Oriente Médio........................................................................................................................12 2.2.1 Arábia Saudita....................................................................................................................13 2.2.2 Irã........................................................................................................................................14 2.2.3Acordos Energéticos entre Irã e China................................................................................16 2.2 África.....................................................................................................................................18 2.3África Sub-sahariana..............................................................................................................21 2.4 Ásia Central...........................................................................................................................24

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2.4.1 Rússia.................................................................................................................................25 2.4.2 Acordos Energéticos entre Rússia e China.........................................................................26 2.4.3 Cazaquistão.........................................................................................................................27 2.4.4 Acordos Energéticos entre Cazaquistão e China................................................................27 2.5 América do Sul......................................................................................................................28 2.5.1Venezuela............................................................................................................................29 2.5.2 Brasil...................................................................................................................................30 CAPÍTULO III - O CARVÃO NA CHINA E AS EMPRESAS PETROLÍFERAS CHINESAS..................................................................................................................................32 3.1 Introdução..............................................................................................................................32 3.1.1O carvão na China: realidade..............................................................................................32 3.1.2 Reservas e produção...........................................................................................................33 3.1.3 Mercado Interno.................................................................................................................35 3.1.4 Desafios do setor................................................................................................................37 3.2 As empresas de petróleo chinesa...........................................................................................38 3.2.1 CNOOC..............................................................................................................................39 3.2.2 SINOPEC....................................................................................................................................41 3.2.3 CNPC..................................................................................................................................44 CAPÍTULO IV – POLÍTICA EXTERNA CHINESA: UMA REVISÃO PÓS REFORMAS................................................................................................................................48 4.1 Introdução..............................................................................................................................48

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4.2 Ideologia x Pragmatismo.......................................................................................................48 4.3 Nacionalismo e Regionalismo...............................................................................................50 4.4 Princípio e Pragmatismo........................................................................................................54 4.5 Bilateralismo e Multilateralismo...........................................................................................58 CAPÍTULO V –A QUESTÃO PETROLÍFERA E A INTERNACIONALZIAÇÃO DA PRESENÇA CHINESA..............................................................................................................61 5.1 Introdução..............................................................................................................................61 5.2 África.....................................................................................................................................62 5.2.1Sudão...................................................................................................................................67 5.2.2 Angola................................................................................................................................67 5.2.3 Nigéria................................................................................................................................69 5.3 Oriente Médio........................................................................................................................70 5.4 América latina.......................................................................................................................73 5.5 Ásia Central...........................................................................................................................75 5.6 Rússia..........................................................................................................................................77 CAPÍTULO VI – INTERNACIONALIZAÇÃO DA CNPC (2003 - 2008)...............................81 6.1 Introdução..............................................................................................................................81 6.2 Presença da CNPC no exterior..............................................................................................81 6.3 Produção Interna e Externa de Petróleo Bruto e Gás Natural da CNPC...............................83 6.4 Os Países de maior produção de petróleo da CNPC..............................................................87

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6.5 Reservas Internas e Externas de Petróleo da CNPC..............................................................91 6.6 Reservas Internas e Externas de Gás Natural da CNPC........................................................93 6.7 Infraestrutura da CNPC no exterior e na China.....................................................................94 6.8 Capacidade e Volume Interno e Externo de Refino e Química da CNPC............................97 6.9 Conclusões...........................................................................................................................101 CAPÍTULO VII - CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................103 SUGESTÕES............................................................................................................................108 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................109

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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

Um dos grandes problemas enfrentados pela China na atualidade é o abastecimento

energético, devido ao seu crescimento econômico (Tabela 1.1). A estabilidade de seu sistema

energético é cada vez mais, garantida pelo suprimento de energia proveniente de outros países.

Tabela 1.1: Taxa de crescimento do PIB da China entre 2002 - 2009. ANO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Aumento

do PIB (%) 9,1 10 10.1 10.4 11.6 11.9 9.4 7.5

Fonte: O autor a partir de dados coletados da CNI e Banco Mundial.

A segurança energética é comumente entendida como “a disponibilidade de energia o

tempo inteiro e em várias formas, em suficiente quantidade, e a preços acessíveis”1 . A

segurança energética tem sido uma grande preocupação para o governo da China desde a

metade da década de noventa, quando a produção de petróleo não mais supriu a demanda

interna. A figura 1.1 ilustra a relação produção x demanda.

Figura 1.1: Gráfico relação produção x demanda de petróleo na China entre 1982 – 2006. Fonte: ROSEN; HOUSER, 2007. 1 SPEED, Philip Andrews; LIAO, Xuanli; DANNREUTHER, Roland. The Strategic Implications of China`s Energy Needs. London: The International Institute for Strategic Studies: Oxford University Press, 2002.

Page 21: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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1.1 – O Petróleo no Mundo

A indústria mundial do petróleo (IMP) é especial, tanto do ponto de vista da

organização industrial quanto da relevância dos fatores geopolíticos. Desde o fim da Segunda

Guerra Mundial, o petróleo é a principal fonte de energia primária da matriz energética

mundial.

O petróleo é uma das principais commodities negociadas no comércio internacional.

Mas está longe de ser uma commodity qualquer, pois, as condições de oferta e de demanda são

fortemente influenciadas pela cena geopolítica. Ademais, a evolução do preço do petróleo

sempre produz desdobramentos importantes de ordem macroeconômica, pautando as

estratégias de sustentação das mega empresas produtoras de petróleo e o horizonte de

crescimento de todas as outras fontes de energia, convencionais ou alternativas.2 A tabela 1.2

apresenta a produção mundial dos maiores produtores de petróleo entre os anos de 2000 a 2008.

2 PINTO, Junior; Helder Queiroz: Economia da Energia: Fundamentos Econômicos, Evolução Histórica e Organização Industrial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

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Tabela 1.2: Produção de petróleo dos maiores produtores mundiais entre 2000 a 2008 (mil barris de petróleo/dia).

PAÍS 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

*Arábia 9491 9209 8928 10164 10638 11114 10853 10449 10846

Rússia 6536 7056 7698 8544 9287 9552 9769 9978 9886

**EUA 7733 7669 7626 7400 7228 6895 6841 6847 6736

Irã 3818 3794 3543 4183 4248 4233 4282 4322 4325

China 3252 3306 3346 3401 3481 3627 3684 3743 3795

Canadá 2721 2677 2858 3004 3085 3041 3208 3320 3238

México 3450 3560 3585 3789 3824 3760 3683 3471 3157

***E.A.U 2626 2534 2324 2611 2656 2753 2971 2925 2980

KUAIT 2206 2148 1995 2329 2475 2618 2690 2636 2784

Venezuela 3239 3142 2895 2554 2907 2937 2808 2613 2566

Noruega 3346 3418 3333 3264 3189 2969 2779 2556 2455

Iraque 2614 2523 2116 1344 2030 1833 1999 2144 2423

Nigéria 2155 2274 2103 2263 2502 2580 2474 2356 2170

Argélia 1578 1562 1680 1852 1946 2015 2003 2016 1993

Brasil 1268 1337 1499 1555 1542 1716 1809 1833 1899

Angola 746 742 905 962 976 1246 1421 1720 1875

Líbia 1475 1427 1375 1485 1624 1751 1834 1848 1846

Fonte: O Autor a partir de dados coletados no BP Statistical Review of World Energy 2009. * Arábia Saudita ** Estados Unidos da América *** Emirados Árabes Unidos

1.2 – Situação Energética Chinesa.

Em junho de 2006, a China também se tornou um importador de gás natural, com a

inauguração do terminal de Guangdong de gás natural liquefeito, sendo o suprimento

proveniente da Austrália.

A influência da produção interna de petróleo na China na matriz energética do país, só

não é maior porque possui a terceira maior reserva de carvão do mundo e é o maior consumidor

mundial de carvão (69 % de toda energia produzida na China provém do carvão). A figura 1.2

apresenta o percentual produzido das várias fontes da matriz energética chinesa.

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Figura 1.2: Distribuição das fontes energéticas primárias da matriz chinesa. Fonte: ROSEN; HOUSER, 2007.

O consumo de petróleo pela China tem crescido, enquanto a produção interna já

alcançou o seu limite, o que levou à previsão, para 2010, de que a China seja o maior

importador de petróleo do mundo. O consumo do gás natural também tem aumentado

significativamente, em decorrência do posicionamento do governo visando à redução do nível

da poluição atmosférica proveniente da queima do carvão.

A transformação da matriz energética chinesa não teve conseqüências apenas na política

externa. Outra conseqüência desta dependência de gás e petróleo importados é a necessidade de

criar infra-estrutura, que ligue o país aos países vizinhos, para importação destes produtos.

A China, então, está cada vez mais dependente da importação de petróleo e gás. Para

garantir o fornecimento dos suprimentos de energia suficientes, será necessário estabelecer

preços acessíveis e sem interrupções significativas, fator crucial para o desenvolvimento

econômico da China. Para a atual liderança chinesa, que teve uma condição de auto-suficiência

energética, o desafio de assegurar o fornecimento do petróleo importado é um novo desafio a

ser transposto no cenário externo e nos cálculos da política de segurança.

Qualquer aumento no preço da energia ou a interrupção do seu fornecimento trará um

importante impacto na importação de um país grandemente importador de energia, e

conseqüentemente, na sua atividade econômica.

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1.3 – Empresas Chinesas de Petróleo

A produção doméstica de petróleo chinesa é controlada por três companhias. A maior,

em termos de produção, é a China National Petroleum Corporation (CNPC), que foi formada

em 1988. The China Petroleum and Chemical Corporation (SINOPEC), formada em 1983 tem

uma pequena produção de petróleo, mas domina o setor de refino. A CNOOC é a menor das

três e foi criada em 1982 para desenvolver os recursos na costa da China, em cooperação com

empresas internacionais de petróleo. CNOOC é quase que exclusivamente uma empresa de

produção, com a exceção de uma refinaria e uma joint venture com a Shell em petroquímica,

mas também começa a buscar novos negócios no exterior. Outras pequenas empresas

independentes desenvolvem um importante papel em logística, transporte, armazenamento e

refino.

A figura 1.3 nos mostra como a China depende de várias regiões fornecedoras de

petróleo. Esta situação implica em interesses econômicos potencialmente direcionados para a

segurança de suas necessidades energéticas. Como conseqüência, os países exportadores e

importadores de petróleo, juntamente com os agentes que atuam no mercado global de energia

tem que se adaptar às implicações que as mudanças das necessidades de energia da China

trazem.

Figura 1.3: Percentual do petróleo importado por região de origem. Fonte: ROSEN; HOUSER, 2007

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1.4 – Diplomacia do petróleo Chinês

Depois do final da Guerra Fria, os idealizadores da política externa de Pequim

trabalharam para promover a multipolarização mundial. Para os seus próprios interesses, a

China enfatizou a desejável e provável emergência de uma comunidade multipolar de nações

soberanas respeitando, mutuamente, os princípios da não interferência (ZHAO, 2004).

No setor petrolífero, os investimentos realizados pelas companhias chinesas não levam

em conta apenas os interesses das empresas. Esses investimentos obedecem às relações

existentes entre o governo chinês e o país que irá receber os recursos.

1.5 – Objetivos

Esta pesquisa tem como objetivo principal analisar ações de governo que mostrem as

formas de investimento nos países ou regiões em que o governo central busca firmar parcerias

estratégicas para o suprimento energético chinês.

Os objetivos específicos envolvem os seguintes itens:

• Analisar a produção e o consumo de petróleo e sua importância na matriz energética da

China;

• Compreender a política de segurança energética chinesa;

• Analisar a atuação e os efeitos da diplomacia chinesa para a segurança da política

energética;

• Analisar os investimentos realizados pelas empresas petrolíferas chinesas no exterior;

• Analisar a atuação das companhias petrolíferas chinesas na internacionalização,

tomando um caso especial, a CNPC;

• Analisar as ações diplomáticas chinesa perante as regiões ou países produtores de

petróleo e gás;

• Analisar os mecanismos multilaterais e bilaterais utilizados pela diplomacia chinesa;

• Analisar os princípios que norteiam a política externa chinesa.

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1.6 – Justificativa e Importância do Estudo

Como grande importador de matéria prima e produtor de manufaturados do mundo, a

China enfrenta o desafio que é a continuidade do seu crescimento econômico a taxas elevadas,

o que exige a disponibilidade de energia e seu suprimento garantido. Assim o país teve que

desenvolver uma diplomacia do petróleo, aproximando-se dos maiores produtores de petróleo e

gás do mundo, ocorrendo uma mudança de comportamento dos atores na questão energética

chinesa, inclusive com políticas voltadas à ação de suas empresas no exterior.

A escolha do tema tem relevância, porque visa aprofundar o estudo de uma questão

central nas discussões dos países na relação exportador/importador, pois a energia afeta a vida

de todos os habitantes do planeta e a dimensão do crescimento chinês e de sua crescente

demanda modifica os parâmetros de ações chinesas e mundiais no setor petrolífero. O estudo

pode gerar subsídios para os interessados em participar de um negócio que envolve bilhões de

dólares, inclusive para o Brasil, que poderá tirar proveito dessa necessidade energética, em

virtude de nossa perspectiva de sermos nos próximos anos, grande exportador de petróleo e gás.

Compreender, portanto, a atuação externa chinesa no setor poderá contribuir para entender sua

recente atuação junto à Petrobras e pensar ações futuras.

1.7 – Metodologia

O trabalho é desenvolvido dentro de uma perspectiva de uso de métodos histórico e

estatístico, baseando-se em fontes secundárias obtidas no levantamento bibliográfico. A

fundamentação teórica é feita através de levantamento em livros, periódicos, publicações

científicas e internet sobre os seguintes temas: economia chinesa, produção e consumo interno

de petróleo, política de segurança energética e diplomacia chinesa, em especial da diplomacia

do petróleo chinês.

Como o assunto abordado é muito atual e recente, não existe uma extensa bibliografia, o

que é uma limitação. O que realmente norteou a pesquisa são as publicações periódicas dos

organismos ou organizações que lidam diretamente com o assunto, como a Organização dos

Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Agência Internacional de Energia (AIE),

Administração da Informação Energética (AIE) dos Estados Unidos, Organização para

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Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Comissão Nacional da Reforma e

Desenvolvimento (CNRD), do governo chinês, relatórios anuais das empresas petrolíferas

chinesas, além de revistas especializadas e trabalhos científicos.

1.8 – Organização da Dissertação

A presente dissertação está organizada de maneira que os capítulos sejam evolutivos,

dentro do assunto a ser abordado.

Dessa maneira, os capítulos estão organizados da seguinte forma:

Capítulo 1. Breve análise da mudança da condição de exportador de petróleo ao de importador

de petróleo e gás e a necessidade de criação da diplomacia do petróleo com a conseqüente

internacionalização das empresas estatais de petróleo chinesas.

Capítulo 2. Tendo em vista que a China detém altas taxas de crescimento econômico e a sua

matriz energética é bastante dependente do petróleo e gás importado, esse capítulo mostrará a

importância do mercado internacional de petróleo no suprimento da demanda de energia

chinesa.

Capítulo 3. O objetivo desse capítulo é analisar o uso do carvão na matriz energética chinesa

como a principal fonte energética, além de ser um substituto ao petróleo, pois a China detém a

terceira maior reserva do mundo sendo o seu maior consumidor. Há também a análise da

atuação interna das três maiores companhias petrolíferas do país.

Capítulo 4. Esse capítulo tem o objetivo de fazer um levantamento histórico sobre as reformas

ocorridas na China após a morte de Mao Tse Tung, no que diz respeito à política externa e

como a China desenvolveu e aplica essa nova política junto aos vizinhos asiáticos, aos países

em desenvolvimento e aos desenvolvidos.

Capítulo 5. O capítulo apresentará a internacionalização das empresas petrolíferas chinesas

como implementação da diplomacia petrolífera chinesa, a partir da atuação das suas operações

nos países e regiões produtoras de petróleo e gás natural .

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Capítulo 6. Esse capítulo abordará a internacionalização da CNPC, analisando os dados

(operações no exterior da empresa de petróleo bruto, gás natural e petroquímica) apresentados

pela empresa nos anuários entre 2003-2008.

Capítulo 7. As considerações finais e sugestões estão elencadas nesse capítulo.

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CAPÍTULO II – A IMPORTÂNCIA DO SUPRIMENTO EXTERNO DE PETRÓLEO PARA A CHINA

2.1- Introdução

O abastecimento de petróleo para a China é realizado atualmente em sua maior parte

pelo Oriente Médio, África, Ásia Central e América do Sul, tendo nessas regiões o Irã, Sudão,

Cazaquistão e Venezuela como seus principais exportadores. O fornecimento proveniente

dessas quatro regiões possibilitou a diversificação dos fornecedores, acarretando em um

suprimento de maior confiança, e conseqüentemente uma estabilidade na segurança energética.

A China importou 3,568 milhões de barris de petróleo por dia em 2008 e 3,585 milhões

de barris de petróleo por dia nos cinco primeiros meses de 2009. O Oriente Médio e a África

forneceram quase 70% das importações deste petróleo para a China. Dentro dessas regiões, os

maiores fornecedores foram Arábia Saudita e Angola, com cerca de 16% de participação no

mercado cada um. A Rússia supriu 11% das importações, totalmente transportados por

ferrovias (WEO, 2007).

Em 2007 as importações de petróleo mantiveram uma estabilidade em relação ao ano

anterior, tendo em vista que as importações atingiram mais de 3,6 milhões de toneladas de

barris por dia e o surgimento de novos fornecedores, incluindo o Sudão, Cazaquistão e Guiné

Equatorial (WEO, 2007).

De toda importação de petróleo da China em 2007, cerca de 70 a 80% foram

transportados através do Estreito de Málaca. O volume do tráfico no Estreito está próximo de

sua capacidade total. Além disso, como os Estados Unidos tem expandido a atuação de sua

força militar na região, os canais de transporte de petróleo têm se tornado um problema vital

para a segurança petrolífera chinesa. Pelo fato do país realizar contratos de fornecimento de

longo prazo, tornou-se necessário o desenvolvimento de rotas de transporte que utilizem

diferentes trajetos para esta importação de energia (Khan, 2008).

As participações de empresas chinesas na produção de petróleo no exterior foi cerca de

370 mil barris por dia em 2004, a maior parte foi realizada pela CNPC e CNOOC na África e

Cazaquistão. Já em 2006 esta produção cresceu para 600 mil barris por dia (WEO, 2007). Desta

produção, a estimativa é de que 40% a 50% são transportados para a China. A participação da

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produção externa de petróleo das empresas chinesas poderá aumentar para 1 milhão de barris

por dia a partir de 2010, equivalente a cerca de 10% das necessidades totais de petróleo do país,

embora nem toda sua produção deverá ser transportado para a China por razões técnicas e de

custos (WEO, 2007). 3

2.2 - Oriente Médio

Embora a China esteja tentando diversificar seus fornecedores de petróleo e gás, ainda

sim, ela depende dos países do Oriente Médio, haja vista que a região é responsável pela

metade das suas importações de petróleo, com Arábia Saudita e Irã fornecendo

aproximadamente 32% das importações de petróleo da China (figura 2.1). Mesmo tendo

operações de produção de petróleo em outros países da região resolvemos abordar apenas esses

dois países nesse capítulo, pela relevância mencionada anteriormente.

Figura 2.1. Países de origem do petróleo importado pela China em 2008 e nos primeiros cinco meses de 2009. Fonte: EIA.

3 1 Tone crude oil = 7.9 barrels. ( China’s Energy Drive and Diplomacy - Hamayoun Khan).

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2.2.1- Arábia Saudita

A Arábia Saudita é o maior produtor mundial de petróleo, como podemos ver na tabela

2.1. Com aproximadamente 264 bilhões de barris das reservas provadas de petróleo mundiais é

um dos países com o menor custo de produção de petróleo no mundo. A Arábia Saudita deverá

continuar por muito tempo como um dos maiores exportadores mundiais de petróleo (EIA,

2009), o que a torna uma boa fonte de suprimento para os importadores, inclusive a China.

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Tabela 2.1. Produção de petróleo dos países produtores e regiões em 2008.

Fonte: BP Statistical Review

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A Arábia Saudita exportou 8,4 milhões de barris de petróleo liquido por dia em 2008, a

maior parte foi em petróleo bruto. A Ásia, incluindo Japão, Coréia do Sul, China e Índia,

importaram 50% de toda exportação de petróleo bruto saudita, assim como a maioria dos

produtos refinados de petróleo e GNL exportados.

A Arábia Saudita consolidou sua posição como o maior fornecedor de petróleo cru da

China, de acordo com o Chinese General Administration of Customs (Administração Geral da

Alfândega Chinesa). A Arábia Saudita forneceu 26,33 milhões de toneladas de petróleo cru

para a China em 2007, equivalente a cerca de 528 mil barris por dia (bpd). Embora a energia

seja o principal produto nas relações comerciais, a relação Sino-Arábia se estende além da

esfera energética. A Arábia Saudita tem também emergido como o principal parceiro comercial

da China na região, com o montante do comércio bilateral Sino-Saudita de 14 bilhões de

dólares em 2005, e ultrapassando 20,14 bilhões de dólares em 2006 (Khan, 2008).

2.2.2- Irã

O Irã é o quarto maior produtor mundial de petróleo e o quarto maior exportador

mundial (AIE, 2009).

Segundo a Administração da Informação Energética dos Estados Unidos, o Irã tem

137,6 bilhões de barris de reservas provadas de petróleo (figura 2.2), ou aproximadamente 10

% de toda reserva mundial provada (AIE, 2009).

Em 2007, o Irã produziu 3,8 milhões de barris de petróleo bruto por dia (vide figura 02).

Em 2008, a estimativa era de uma produção de aproximadamente de 3,8 milhões de barris/dia.

O Irã, membro da OPEP, ampliou os cortes de produção de petróleo no final de 2008, o que

gerou uma produção menor de 3,6 milhões de barris por dia, seguindo recomendações da

OPEP, em virtude da redução do consumo com a crise mundial. A capacidade atual de

produção de petróleo bruto iraniano é estimada em 3,9 milhões de barris por dia (AIE, 2009).

O Irã tem uma importância vital para a garantia do suprimento de petróleo para a China,

já que o país é o seu terceiro maior fornecedor de petróleo com 16% de participação (Boletim

OPEC Julho de 2008), além de terem projetos em andamento no setor energético envolvendo

bilhões de dólares, como analisaremos posteriormente.

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Em 2007, o Irã exportou 2,458 milhões de barris de petróleo/dia. Desse total 411 mil

barris por dia foram exportados para a China (AIE), como mostra a tabela 2.2, ou 16,7% de sua

exportação.

Figura 2.2. Maiores reservas mundiais medidas de petróleo em janeiro de 2009. Fonte: AIE.

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Tabela 2.2. Os principais destinos das exportações iranianas de petróleo bruto em 2007.

Fonte: EIA.

2.2.3 – Acordos Energéticos entre Irã e China

O Irã e a China têm acordos de cooperação na área energética. Entre estes, a China

Petrochemical Corporation (Sinopec) e o Ministério do Petróleo do Irã assinaram em 9 de

dezembro de 2007 um contrato de cerca de 2 bilhões de dólares, no desenvolvimento do campo

petrolífero de Yadavaran no sudoeste do Irã (Khan, 2008). O projeto deverá ser concluído em

duas fases. A primeira fase produzirá 85 mil bpd e será concluída em quatros anos, e a segunda

fase produzirá outros 100 mil bpd a ser concluído em outros três anos (tabela 2.3).

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Tabela 2.3. Projetos de produção de petróleo bruto no Irã até 2015.

NOVOS PROJETOS DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO ATÉ 2015

CAMPO EMPRESA MILHARES DE BARRIS -

DIA INÍCIO

Fase I do Azadegan (Sul) NIOC 50 2009

Fase II Darquain NIOC & ENI 60 2009

Fase I Jofeir NIOC & Belarusneft 15 2010

Kushk-Hosseinieh NIOC 300 2010

Fase II Jofeir NIOC & Belarusneft 25 2012

Fase I Anaran NIOC & TBD 68 2012

Fase I Yadaravan NIOC & Parceiros chineses 85 2012

Fase II Azadegan (Norte) NIOC 170 2012

Fase II Anaran NIOC & TBD 130 2015

Fase II Yadaravan NIOC & Parceiros chineses 185 2015

TOTAL POTENCIAL 1,088

Fonte: EIA.

Outro acordo firmado entre Irã e China prevê investimento de 16 bilhões de dólares para

desenvolver um campo de gás iraniano e construir uma planta de gás natural liquefeito (GNL)

(China’s Energy Drive and Diplomacy). O contrato entre a China National Offshore Oil

Corporation (CNOOC) e o Irã foi primeiro anunciado no final de 2006. Por seu turno, a

CNOOC comprará 10 milhões de toneladas por ano de GNL a serem produzidas, durante 25

anos. O contrato envolverá a CNOOC, investindo 5 bilhões de dólares em projetos de

exploração e produção dos campos gasíferos e 11 bilhões de dólares em projetos de tratamento,

transporte, comercialização e distribuição do gás produzido nas plantas de GNL (Khan, 2008).

Tem havido uma grande pressão ocidental em relação ao programa nuclear iraniano.

Esta pressão se opera também sobre a China no que diz respeito aos negócios realizados com o

Irã. A China, por outro lado, tem, às vezes, apoiado as pressões da comunidade internacional

para resolver esse assunto. Assim, a China votou com o Conselho de Segurança da ONU para o

fim do programa nuclear iraniano em 31 de agosto de 2006 (China’s Energy Drive and

Diplomacy), em 23 dezembro de 2006 (China’s Energy Drive and Diplomacy) e em 4 de março

de 2008 (Khan, 2008).

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2.3 – África

Dos 10,6 bilhões de dólares investidos em recursos minerais na África por empresas

chinesas, 71 % foram destinados ao setor petrolífero (tabela 2.4). Embora 26 países tenham

recebidos algum tipo de investimento no desenvolvimento de projetos nos recursos naturais,

Nigéria e Angola foram, de longe, os maiores destinos dos investimentos, predominantemente

em petróleo (WORLD BANK, 2009).

A expansão das empresas petrolíferas chinesas dentro dos mercados africanos é, talvez,

o aspecto das relações sino-africanas que mais preocupa a comunidade internacional

(TAYLOR, 2009).

Entretanto é necessária uma observação. Muitos dos ativos adquiridos pelas empresas

chinesas de petróleo são de magnitude e qualidade que não interessam às empresas petrolíferas

ocidentais (TAYLOR, 2009). Além disso, as companhias chinesas de petróleo são ainda

pequenos players no continente africano: “O valor comercial dos investimentos feitos por

empresas chinesas no petróleo africano é de 8 % do investimento total das empresas

internacionais de petróleo no setor petrolífero africano e de apenas 3% do investimento de

todas as empresas de petróleo realizados no setor de petróleo africano” (DOWNS, 2007 apud

TAYLOR, 2009).

A China tem também tido um especial interesse nos países que estão se iniciando na

identificação e exploração de novos blocos de hidrocarbonetos. Por exemplo, em 2006, a

CNOOC comprou 50 % de um bloco de petróleo que cobria sete bacias sedimentares no Chade,

antes pertencentes à petrolífera canadense EnCana. Posteriormente, a CNOOC fez sua primeira

descoberta comercial de petróleo no Chade, em meados de 2007. Além disso, as companhias

petrolíferas chinesas têm atividades de exploração em andamento em vários países que ainda

não são considerados produtores de petróleo, como República da Centro-africana, Etiópia,

Libéria, Madagascar e Somália (WORLD BANK, 2009).

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Tabela 2.4. Investimentos chineses em petróleo no continente africano entre 2001 e 2007 (em milhões de dólares).

PAÍS PETRÓLEO ANGOLA 2,400 CHADE 203 COSTA DO MARFIM - GUINÉ EQUATORIAL - GABÃO - QUÊNIA - LIBÉRIA -

MADAGASCAR 103

MALI -

MAURITÂNIA -

MOÇAMBIQUE -

NÍGER -

NIGÉRIA 4,762

REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA -

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO -

REPÚBLICA DO CONGO -

SÃO TOMÉ E PRINCÍPE -

SOMÁLIA -

SUDÃO -

TOTAL 7,476

Fonte: WORLD BANK, 2009.

Todavia, esse vigoroso crescimento do comércio dos recursos naturais entre China e

África é analisada a partir de uma base, de comparação baixa, haja visto que o comércio

bilateral entre China e África só se expandiu nos últimos anos. O fato é que as empresas de

petróleo da China são relativamente retardatárias na exploração e produção de petróleo neste

continente. Deste modo, os 7, 5 bilhões de dólares de investimento chineses no setor

petrolífero africano anteriormente mencionado, são menos do que um décimo dos 168 bilhões

de dólares que outras companhias internacionais de petróleo têm investido na região (DOWNS,

2007 apud WORLD BANK, 2009).

Uma análise na tabela 2.5 revela que – com a exceção da África do Sul, cuja a economia

industrial é bem desenvolvida – as importações chinesas da África são principalmente dos

países produtores de petróleo.

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Tabela 2.5. Os cinco maiores países africanos exportadores para a China, entre 2004 e 2006 (em milhões de dólares).

Fonte: TAYLOR (2009).

No mesmo sentido, a tabela 2.6 ilustra o domínio do petróleo no perfil das exportações

africanas para a China (cerca de 70%) entre os anos de 1996 a 2005. Isso, talvez, explique

como as atividades da China nas indústrias de petróleo no continente Africano têm recebido

muita publicidade (TAYLOR, 2009).

Tabela 2.6: Composição da pauta de exportações dos países sub-sahariano para a China (1996-2005).

1996 2005

PRODUTO US$ % US$ %

ALIMENTOS E ANIMAIS VIVOS 30,510 2.7 111,265 0.6

BEBIDAS E TABACO 55,244 4.9 130,675 0.7

MATÉRIAS-PRIMAS, EXCETO COMIDA E COMBUSTÍVEL

563,237 50.3 2.991,326 15.9

COMBUSTÍVEL MINERAL, LUBRIFICANTES 278,530 24.9 13.302,923 70.9

PRODUTOS ANIMAL E VEGETAL 94 0.0 2,576 0.0

QUIMÍCA E PRODUTOS QUÍMICOS 31,115 2.8 203,443 1.1

PRODUTOS MANUFATURADOS 145,007 13.0 1.941,324 10.3

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE 6,948 0.6 66,893 0.4

DIVERSOS ARTIGOS MANUFATURADOS 8,544 0.8 8,868 0.0

TOTAL 1.119,229 100.0 18.759,293 100.0

Fonte: TAYLOR (2009).

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2.3.1 - África Sub-sahariana

As empresas chinesas de petróleo têm adquiridos direitos de produção e exploração nos

seguintes países da África Sub-sahariana: Angola, Chade, República do Congo, Costa do

Marfim, Guiné Equatorial, Etiópia, Gabão, Quênia, Mali, Mauritânia, Niger, Nigéria, São

Tomé e Príncipe e Sudão. Além da exploração e produção, as empresas chinesas estão

realizando importantes investimentos no desenvolvimento e implantação de oleodutos,

refinarias e terminais, particularmente na Nigéria e no Sudão (WORLD BANK, 2009).

A participação da África Sub-sahariana nas importações chinesas de petróleo tem

aumentado rapidamente. Era de menos de 23 % em 2001 e passou a 29 % em 2006 (figura 2.3).

A região possui as maiores reservas medidas de petróleo no continente africano (figura

2.4). Como conseqüência, a África Sub-sahariana tornou-se a segunda maior fornecedora de

petróleo para a China, sendo suplantada apenas pelo Oriente Médio e o Norte da África

somados (figura 2.5 (a)).

Dentro da África Sub-sahariana (ASS), Angola é, de longe, o maior fornecedor, com

cerca de 50 % das exportações de petróleo da região para a China no período 2001-06 (figura

2.5 (b)).

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Figura 2.3: Participação da África Sub-Sahariana nas importações de petróleo pela China entre os anos de 2001 a 2006. Fonte: WORLD BANK, 2009.

Figura 2.4: Reservas medidas de petróleo na África em 2007. Fonte: KHAN, 2008.

Angola tornou-se o segundo maior fornecedor de petróleo para o mercado chinês,

depois da Arábia Saudita, e durante os primeiros 10 meses de 2006, tornou-se o maior

fornecedor, sendo suplantada pela Arábia Saudita no final do ano de 2006 por 0,42 milhões de

toneladas. Angola recuperou a posição de maior fornecedor de petróleo para a China na

primeira metade de 2008, com uma diferença de 0,47 milhões de toneladas para o país saudita

(ROTBERG, 2008).

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Figura 2.5: Regiões exportadoras de petróleo para China e os países exportadores da África Sub-sahariana entre 2001 a 2006. Fonte: WORLD BANK, 2009.

O segundo maior fornecedor Africano é o Sudão (18 % do total das exportações de

petróleo da região para a China), República do Congo (13 %) e Guiné Equatorial (11 %).

Analisando da perspectiva dos produtores de petróleo da África Sub-sahariana, a China é um

cliente estratégico, tendo em vista que suas importações atingem 53 % das exportações de

petróleo do Sudão, e 30 % das exportações de petróleo de Angola, no período 2001-06. É

interessante observar que a Nigéria não se apresenta como um player importante no comércio

de petróleo sino-africano, embora isso possa mudar dado o volume dos contratos recente

celebrados (WORLD BANK, 2009).

2.4 – Ásia Central

Reforçando o suprimento energético para assegurar o seu crescimento econômico, e a

perspectiva de garantir acesso ao petróleo e gás da região, a política externa chinesa também se

volta de forma crescente, para a Ásia Central. Motivada pela dependência energética da China

nas turbulentas regiões do Oriente Médio e África, a tentativa de diversificação de fontes de

suprimento energético, é visto como fator que justifica as atenções da sua política externa para

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estes países (KHAN, 2008). Abordaremos o Cazaquistão e a Rússia (apesar da Rússia ter uma

parte do seu território na Europa, a produção petrolífera acontece na porção asiática), pois são

os países da Ásia Central mais significativos no que tange ao suprimento de petróleo para a

China. Dos 3,568 milhões de barris/dia de petróleo bruto importados em 2008 , 345 mil (quase

10 % do total) foram fornecidos pela Rússia e o Cazaquistão (EIA, 2009).

2.4.1- Rússia

As exportações russas de petróleo bruto para a China passou de aproximadamente 200

mil barris/dia em 2005 para 300 mil barris/dia em 2006 (EIA, 2009).

O fornecimento de petróleo russo à China é feito através de ferrovia, pois é o único

meio de transporte de petróleo bruto para o leste asiático. Na ausência de um oleoduto, o

petróleo bruto russo é exportado via ferrovia para as cidades no nordeste chinês como Harbin e

Daqing, além da China central via Mongólia (EIA, 2009).

As exportações russas de petróleo bruto para a China atingiram uma média de 232 mil

barris por dia em 2008 (EIA, 2009), enquanto nos primeiros cinco meses de 2009 a média

passou para 299 mil barris por dia (figura 2.6).

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Figura 2.6: Os principais fornecedores de petróleo bruto para a China, entre os meses de janeiro a maio de 2009. Fonte: Global Econ Stats.

2.4.2 – Acordos energéticos entre Rússia e China

Também entre China e Rússia tem crescido o número de acordos envolvendo as áreas

de petróleo e gás natural. Um deles é o contrato de empréstimo, em troca por petróleo, assinado

pelos dois países, no mês de abril de 2009, no qual a China fornece empréstimo de longo prazo

no valor de 25 bilhões de dólares (10 bilhões de dólares do oleoduto da Transneft e outros 15

bilhões de dólares para a principal estatal russa de petróleo, a Rosneft). Em troca a Rússia

fornecerá 300 milhões de toneladas de petróleo, entre 2011 a 2030. Esse suprimento de petróleo

é equivalente a cerca de 4 % do consumo diário da China (China Daily - China, Russia to

enhance mutual investment – 27 de abril de 2009).

A Rússia lançou o projeto de 22 bilhões de dólares de Gás Natural Liquefeito (GNL) em

Sakhalin (uma ilha no pacífico), abrindo uma nova fronteira de suprimento de energia para a

Ásia e para a América do Norte, seguindo a orientação do Kremlin de diversificar os mercados

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de sua exportação de energia. A inauguração do projeto Sakhalin-2 acontece depois de anos de

atrasos e disputas políticas sobre o controle do empreendimento em que a Royal Dutch Shell foi

forçada a vender o controle para a Gazprom, estatal russa que possui o monopólio do gás, no

auge da política do Kremlin de retomada do controle do setor energético, em 2006 (Financial

Times, Russia opens new enegy supply front to Ásia – 19 de fevereiro de 2009).

2.4.3 - Cazaquistão

O Cazaquistão tem, na região do Mar Cáspio, as maiores reservas de petróleo do país.

Esta produção é responsável por mais da metade dos 2,8 milhões de barris de petróleo por dia,

atualmente produzidos na região (incluindo as produções do Arzerbaijão, Uzbequistão e

Turcomenistão) (EIA, 2009).

Em 2007, o Cazaquistão exportou cerca de 1,2 milhões de barris por dia de petróleo

bruto para vários países. Desse total, 85 mil barris foram enviados para a China. Em 2008 as

exportações passaram para 113 mil barris de petróleo bruto por dia (EIA, 2009).

2.4.4 – Acordos energéticos entre Cazaquistão e China

Um oleoduto de 980 quilômetros de extensão, com capacidade para transportar 200 mil

barris de petróleo bruto/dia, liga as cidades de Atasu, no noroeste do Cazaquistão, para

Alashankou no noroeste da China, região de Xinjiang. Com esse oleoduto, o Cazaquistão está

exportando petróleo do Mar Cáspio para atender ao crescimento da demanda chinesa. A

Petrochina é o comprador exclusivo de petróleo bruto pelo lado chinês, e a operação comercial

do oleoduto é uma joint venture entre a CNPC e a Kaztransoil. Cerca de 85 mil barris/dia de

petróleo bruto cazaques foi bombeado através do oleoduto durante 2007 (EIA, 2009).

A fonte do petróleo do Cazaquistão para o oleoduto é proveniente do campo de Aktobe,

da CNPC e do campo de Kumkol no Kazmunaigaz. Com a garantia de suprimento de longo

prazo, tem-se como prioridade a expansão da capacidade de transporte do oleoduto

Cazaquistão/China para 400 mil barris/dia. A quantidade de petróleo bruto fornecido para a

China através dessa rota representará um pequeno percentual (menos de 5 %) da demanda

chinesa por petróleo no momento que o projeto atinja sua plenitude (EIA, 2009).

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A construção da segunda parte do oleoduto Cazaquistão-China começou no final de

setembro de 2004 e foi completada em 2006. O petróleo bruto atingiu o lado chinês em 29 de

julho de 2006, cerca de dois meses antes do previsto pelo cronograma. A etapa final do projeto,

marcado para ser concluído durante 2009, conectaria Kenkiyak e Kumkol a um custo de um

bilhão de dólares (EIA, 2009).

2.5 – América do Sul

A América do Sul é um importante aliado para as pretensões energéticas chinesas no

âmbito da segurança energética, haja vista as grandes reservas de petróleo que a região possui

(tabela 2.7) e a crescente exportação sul-americana (Venezuela) de petróleo bruto para a China.

Isto poderá se intensificar em virtude dos anúncios de descobertas e certificações de reservas de

petróleo, tanto no Brasil quanto na Venezuela, motivo pelo qual, abordaremos nesse capítulo

apenas esses dois produtores sul-americanos.

Tabela 2.7: Reservas medidas de petróleo dos produtores sul-americanos em 2008.

PAÍS RESERVAS DE PETRÓLEO

(Em bilhões de barris)

VENEZUELA 99.4

BRASIL 12.6

EQUADOR 3,8

ARGENTINA 2.6

COLÔMBIA 1.4

PERU 1,1

Fonte: O autor a partir de dados coletados do BP Statistical Review of World Energy 2009.

2.5.1 - Venezuela

A Venezuela possui grandes reservas de petróleo, a maior parte está situada na bacia do

Orinoco, na porção central da Venezuela. Estimam-se reservas recuperáveis de 100 a 270

bilhões de barris.

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O país planeja desenvolver novos recursos petrolíferos da bacia do Orinoco nos

próximos anos. A PDVSA começou um programa de certificação das reservas para aumentar as

reservas provadas de petróleo do país. O programa, intitulado “Grande Reserva”, inclui estudos

sísmicos conduzidos pela PDVSA e por várias empresas estrangeiras, parceiras em 27 blocos,

como primeira etapa para o desenvolvimento das reservas da bacia do Orinoco. A PDVSA tem

parceria quase que exclusivamente com empresas petrolíferas nacionais para o programa,

incluindo a Petrobrás (Brasil), Petropars (Irã), CNPC (China) e ONGC (Índia).

Em 2008, a Venezuela anunciou que o projeto tinha a certificação de 50 bilhões de

barris de novas reservas, quase a metade das existentes no bloco Carabobo, que tem sido

explorado conjuntamente entre a PDVSA e a Petrobrás (EIA, 2010). Com isso a Venezuela

torna-se uma fonte estratégica para os interesses energéticos chineses, pois as exportações de

petróleo venezuelano para a China têm crescido (vide tabela 2.8).

Tabela 2.8: As exportações de petróleo da Venezuela para a China entre 2005 e 2008. ANO PETRÓLEO (MIL BARRIS POR DIA)

2005 39

2006 80

2007 80

2008 121

Fonte: O autor a partir dos dados coletados na EIA.

Um dos crescimentos mais rápidos no que tange aos destinos das exportações de

petróleo bruto venezuelano tem sido para a China. Em 2007, a China importou cerca de 80 mil

barris/dia de petróleo da Venezuela, aproximadamente a mesma quantidade em 2006, e

superior aos 39 mil barris por dia em 2005. Mas, em 2008, houve crescimento de 50% em

relação ao ano anterior.

A Venezuela é a maior fornecedora de petróleo da America Latina para a China. A

China e Venezuela assinaram, em 16 de setembro de 2009, um acordo de 16 bilhões de dólares

para aumentar a produção de petróleo na bacia do rio Orinoco. Esse acordo é uma

demonstração do interesse dos dois países em ampliar o comércio petrolífero, já que as

exportações atingiram 385 mil toneladas de petróleo por mês no primeiro semestre de 2009,

tornando-se um recorde, pois o recorde anterior era de 380 mil toneladas exportadas por mês na

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primeira metade de 2007. (China Daily - Venezuela, China ink $16b oil deal - 18 de setembro

de 2009).

China e Venezuela assinaram cinco acordos de cooperação energéticos no começo de

2005. Neles a Venezuela se comprometeu a fornecer 100 mil barris por dia à China, e também

acordou no aumento do papel a ser exercido pela China National Petroleum Corporation

(CNPC) no desenvolvimento da indústria energética na Venezuela. (EISENMAN;

HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007)

2.5.2 – Brasil

Em decorrência de descobertas recentes, o Brasil vai se transformando num agente

importante do mercado petrolífero e já atrai o interesse chinês. O país produziu em 2008, 2,435

milhões de barris de petróleo bruto/dia, o que o posiciona como o segundo maior produtor de

petróleo da América do Sul, atrás apenas da Venezuela (figura 2.7).

Figura 2.7. Os cinco maiores produtores sul-americanos de petróleo em 2008. Fonte: EIA.

Além da grande produção, o Brasil vislumbra, a médio prazo, tornar-se um importante

exportador de petróleo e gás natural, em virtude das descobertas de petróleo em alto mar

(offshore), o “pré sal”, de onde poderão ser extraídos dezenas de bilhões de barris de petróleo.

Isto possibilitará ao país ser um provável fornecedor expressivo de petróleo para a China, haja

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vista a boa relação comercial existente entre os dois países, em que a China é o principal

destino das exportações brasileiras (principalmente minério de ferro e soja), o que tornou este

país o maior parceiro comercial brasileiro.

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CAPÍTULO III - O CARVÃO NA CHINA E AS EMPRESAS PETROLÍFERAS CHINESAS

3.1 – Introdução

O objetivo desse capítulo é analisar o uso do carvão na matriz energética chinesa, como

a principal fonte energética, além de ser um substituto ao petróleo (as importações atingiram

mais de 3,5 milhões de barris de petróleo por dia em 2008), pois a China detém a terceira maior

reserva do mundo e sendo o seu maior consumidor; além da análise da atuação interna das três

maiores companhias petrolíferas chinesas, que são CNPC, SINOPEC e CNOOC,

respectivamente.

3.1.1 – O carvão na China: realidade

Em 2007, 2,5 bilhões de toneladas de carvão foram produzidas na China, quase a

metade da produção global do mineral. O carvão é o combustível mais importante da China,

com cerca de 63% de participação na matriz energética, maior do que a média mundial.

Entretanto, a produção de carvão e o seu uso acarretam grandes problemas sociais e ambientais

(OECD/IEA, 2009), e possui desafios em seu futuro.

A China reconhece que os desafios energéticos são urgentes e há um aumento na

demanda por carvão que a economia chinesa requer, para atender os objetivos de

desenvolvimento nacional. Internacionalmente, as implicações para o ambiente regional e

global, para o comércio mundial de carvão e para a posição econômica da China tem atraído

atenção dos países e organizações internacionais (IEA, 2009).

As reservas de carvão da China são vastas, acima de mil bilhões de toneladas, e suas

reservas medidas são de 189 bilhões de toneladas, suficientes para atender por 70 anos o atual

nível de produção. Embora a China não enfrente a escassez do mineral, ela se depara com

grandes desafios:

· A média da profundidade da mineração de carvão está aumentando, com conseqüente

aumento dos custos; as taxas de retorno baixas.

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· Muitas minas estão localizadas em áreas ambientalmente sensíveis, com recursos

aqüíferos limitados.

· Um dos problemas da mineração chinesa, em especial da carbonífera, é o elevado

número de acidentes e mortes. Este número está caindo, mas continua inaceitavelmente

alto.

· As rotas do transporte de carvão são relativamente longas e congestionadas.

· Necessidade de reestruturação para fechar pequenas minas de carvão, deixando de criar

muito empregos.

· Investimento em novas minas de carvão e infra-estrutura de transporte serão necessárias

para atender ao crescimento previsto da demanda (OECD/IEA, 2009).

3.1.2 - Reservas e Produção

Um programa de prospecção que está atualmente em curso visa aumentar ainda mais as

reservas comprovadas de carvão, sendo financiado com os recursos dos direitos minerais. A

produção do carvão na China é destinado aos grandes centros consumidores, que estão

localizados no leste industrializado e no sudeste (figura 3.1). Cerca de 80% da produção de

carvão está localizado nas províncias de Shaanxi, Mongólia Interior, Xinjiang, Ningxia, Hebei,

Gansu e Qinghai. Shaanxi tem a maior parte das reservas de carvão, com 26 bilhões de

toneladas, ou 38% das reservas totais. Cerca de 6% das reservas de carvão estão localizadas nas

províncias costeiras. Para atingir os consumidores, grande parte da produção é transportada por

longas distâncias através de trens, resultando em congestionamento do sistema ferroviário e

elevando muito os custos de transporte (WORLD ENERGY OUTLOOK, 2007).

O nível de produtividade está em torno de 500 toneladas por trabalhador por ano, taxa

de produtividade considerada baixa, principalmente porque há um grande número de

trabalhadores em minas pequenas. Métodos manuais de mineração são usados em pequenas

minas (existem pelo menos 20 mil minas e muitas vezes o rendimento é de apenas 100

toneladas por trabalhador/ano). Por outro lado, a China também tem muitas minas de carvão

com alta produtividade, empregando equipamentos de grande porte. Por exemplo, o Shenhua

Group opera minas subterrâneas nas fronteiras de Shaanxi e Mongólia Interior que são

Page 52: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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consideradas de grande eficiência no mundo. Cinco minas, Daliuta, Bulianta, Yujialiang,

Kangjiatan e Shangwan, têm uma produção individual anual de mais de 10 milhões de

toneladas, assim como uma produtividade total de 30 mil toneladas por trabalhador por ano.

Em 2006, Bulianta tornou-se a primeira mina chinesa subterrânea com produção acima de 20

Mt por ano (WORLD ENERGY OUTLOOK, 2007).

Figura 3.1- Produção de carvão por região na China. Fonte: Pequim HL Consultoria(2006) apud World Energy Outlook, 2007.

Page 53: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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3.1.4 – Mercado Interno

O uso de carvão na geração de energia na China em 2007 foi de 1,03 bilhão de

toneladas de um total de 2,58 bilhões de toneladas , ou seja, uma participação de 40% do total

consumido, isso demonstra a importância do mineral para geração de energia do país (China

Statistical Yearbook, 2009).

Além de seu grande uso como insumo para produção de eletricidade, a China vem

desenvolvendo outro uso do carvão, o carvão liquefeito. Porém, o governo preocupa-se com

vários fatores, como o potencial fator de poluição dos recursos aqüíferos e a escassez de

suprimento do carvão (IEA, 2009).

Foi aprovada a construção de uma planta de carvão liquefeito da Shenhua Group, visto

que sua localização era uma elemento facilitador de sua implementação dentro da região

autônoma da Mongólia Interior. A construção da primeira fase da planta foi concluída no final

de 2008, mas a produção inicial revelou um grande número de problemas no processo de

produção (Down Jones International News, 2009 apud IEA, 2009). Seguindo algumas

modificações corretivas, nova produção era esperada para o final de 2009, e a produção

comercial era esperado para iniciar no começo de 2010. A planta tem uma capacidade inicial de

20 mil barris por dia (Energy Infomation Administration, 2009 apud IEA, 2009). Dependendo

do sucesso inicial e da operação comercial na primeira fase, os planos da Shenhua para uma

eventual expansão da sua capacidade são de 100 mil barris por dia (IEA, 2009).

A China foi um grande exportador de carvão. No entanto, seu consumo crescente, e até

restrições governamentais, reduziram esta exportação. Assim, o país que era grande exportador

passou a importador líquido (FURTADO, 2009).

Pela tabela 3.1, constata-se a diminuição das exportações de carvão entre 2003 (93,88

milhões de toneladas) e 2007 (53,17 milhões de toneladas), ao passo que as importações de

carvão aumentaram de 10,76 milhões de toneladas em 2003 para 51,02 milhões de toneladas

em 2007.

Em relação a coque não é diferente, como podemos analisar na tabela 3.2. Mesmo

ocorrendo oscilações entre aumento e diminuição das exportações, a tendência de diminuição é

evidente ao compararmos o ano de 2006 (14,500 milhões de toneladas) ao de 2007 (1,530

milhão de toneladas).

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Tudo parece indicar que o país será um grande importador de carvão mineral. Isto faz

com que empresas chinesas se interessem por investir em carvão mineral no exterior, como na

Austrália, Indonésia e outros países mais próximos (FURTADO, 2009).

Tabela 3.1: Comércio exterior de carvão da China entre 1998 e 2007.

Ano Exportação (milhão t)

Exportação (milhão US$)

Importação (milhão t)

Importação (mil US$)

1998 32,29 1.067,788 1,58 68,454 1999 37,41 1.083,747 1,67 60,858 2000 55,05 1.459,452 2,12 68,598 2001 90,12 2.666,388 2,49 87,502 2002 83,54 2.562,007 10,81 328,460 2003 93,88 2.750,324 10,76 364,304 2004 86,66 3.811,241 18,61 886,723 2005 71.68 4.272,138 26,17 1.383,686 2006 63,23 3.672,114 38,25 1.618,809 2007 53,17 3.295,498 51,02 2.421,605

Fonte: USGS, 2008 apud Furtado, 2009. Tabela 3.2: Exportação de coque pela China entre 1998 e 2007.

Ano Quantidade (mil t) Valor (mil US$) 1998 11,460 789,390 1999 9,970 551,217 2000 15,200 1.459,452 2001 13,890 928,240 2002 13,570 957,500 2003 14,720 1.672,361 2004 15,010 3.948,769 2005 12,760 2.340,584 2006 14,500 2.007,667 2007 1,530 3.053,963

Fonte: USGS, 2008 apud Furtado, 2009.

3.1.5 – Desafios do Setor

A China intensificará seus esforços em prospecção de mais jazidas de carvão. O país

também prevê a fusão e reorganização das empresas estatais, criando grandes conglomerados

de mineração de carvão, cada um com capacidade de produção anual de 100 milhões de

toneladas (State Council of the People’s Republic of China, 2007).

O governo chinês está consciente de que a mineração de carvão necessita ser

modernizada e expandida a fim de satisfazer a demanda futura. Está dando prioridade à

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explotação das reservas em Shanxi, Shaaanxi e na parte oeste da Mongólia (área de “Mengxi”).

A longo prazo, irá explotar a chamada “reserva de carvão do oeste”, compreendendo Xinjiang,

Gansu, Ningxia e Qinghai. O governo tem declarado que o setor de carvão é um dos sete

setores em que empresas estatais devem permanecer sob o controle do Estado. A consolidação

da indústria e uma maior mecanização são prioridades da Comissão Nacional da Reforma e

Desenvolvimento (CNRD) no esforço de aumentar a produtividade e melhorar a eficiência na

aplicação dos recursos, com um objetivo de aumentar a taxa de recuperação de 46% atingida

em 2005 para 50% em 2010 (NDRC, 2007 apud WEO, 2007).

A mineração moderna de carvão, tanto a subterrânea quanto a de céu aberto, possue

riscos significantes para os trabalhadores, em ambientes insalubres, com a possibilidade de

inundações, explosões e desmoronamentos. Os acidentes de trabalho são uma medida de como

riscos sucessivos são indicadores que possibilitam fazer comparações entre a segurança da

mineração de carvão e a de outros minerais. Nos países da OECD, com uma longa história de

regulação e legislação, fatalidades da mineração estão agora num nível que faz da mineração de

carvão uma ocupação relativamente segura. Entretanto, este não tem sido o caso da China, onde

cerca de 6 mil mineiros são mortos a cada ano, a maioria das milhares de pequenas e

ineficientes minas de carvão. Em termos de fatalidades por unidade de produção, o recorde da

China aconteceu em 2004, com 3,08 fatalidades por milhão de toneladas, comparada com 0,03

nos Estados Unidos e 0,24 na Índia. Em 2006, as fatalidades chinesas caíram para 2,04 mortes

por Mt (WEO, 2007).

3.2 – As Empresas de Petróleo Chinesa

O setor de petróleo na China é dominado por três grandes empresas estatais: China

National Petroleum Corporation (CNPC), China Petroleum and Chemical Corporation

(Sinopec), e China National Offshore Oil Corporation (CNOOC). Essas empresas estão

subordinadas à política estabelecida pela Comissão Nacional da Reforma e Desenvolvimento

(CNRD). As três empresas foram criadas nos anos oitenta. Elas receberam funções específicas

de atuação no setor. A CNPC foi encarregada da exploração e produção de petróleo e gás em

terra (onshore) e em águas rasas; à CNOOC foi dada responsabilidade para atuar em águas

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profundas (offshore); à Sinopec foi responsabilizada para refino, petroquímica, tratamento do

gás natural, transporte e comercialização/distribuição de derivados (WORLD ENERGY

OUTLOOK, 2007).

Uma fase da reestruturação do setor ocorreu em 1998, com a criação da CNPC e

Sinopec como empresas de petróleo integradas e com uma distribuição geográfica no mercado

interno. A CNPC deteve o controle de todas as atividades de petróleo, tanto as atividades de

exploração e produção (upstream), quanto das atividades de refino do petróleo bruto,

tratamento do gás natural, transporte e comercialização/distribuição de derivados

(downstream), nas províncias do norte e oeste, enquanto a Sinopec, da mesma forma, atuaria

nas províncias do sul. A CNPC depois transferiu seu grandes ativos do mercado chinês para sua

subsidiária, a PetroChina, e desenvolveu uma estratégia orientada para a internacionalização,

especialmente para as atividades de upstream. Entre 2000 e 2002, todas as três empresas

lançaram ações no mercado de ações através da Initial public offering - IPO (oferta pública

inicial). A CNPC gerou 3 bilhões de dólares, através da venda de 10% da participação na

PetroChina, a Sinopec vendeu 15% da participação em sua principal subsidiária, aumentando

em 3,5 bilhões de dólares, enquanto a CNOOC vendeu 27,5% em participações (WORLD

ENERGY OUTLOOK, 2007).

As IPOs atraíram considerável interesse, incluindo as maiores empresas de petróleo do

mundo. A British Petroleum (BP), comprou 20% das ações listadas, e foi a maior compradora

das participações na PetroChina. Exxon Mobil, BP e Shell juntas adquiriram cerca de 60% das

IPO da Sinopec, enquanto a Shell comprou uma grande participação na CNOOC. O governo

chinês ainda detém a maior parte das ações nas três companhias e todas as companhias

internacionais estão agora sendo pressionadas a vender suas participações. Apesar do controle

governamental exercido sobre o setor, as petrolíferas chinesas tomaram suas próprias decisões

sobre as realizações dos contratos, seja através das participações nas licitações ou nas

negociações bilaterais (WORLD ENERGY OUTLOOK, 2007).

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3.2.1 - CNOOC

A CNOOC, inicialmente constituída com intuito central de pesquisa e operação

offshore, possui quatro grandes áreas de produção offshore na China, que são a baía de Bohai,

sudoeste, sudeste e oeste do Mar da China. A empresa também tem ativos tanto em exploração

e produção em offshore na Indonésia, e ativos de exploração e produção na África e Austrália

(Annual Report CNOOC, 2008).

A produção de petróleo bruto da Sinopec atingiu 422,06 mil barris/dia em 2008, com

uma reserva de petróleo de 1,58 bilhões de barris; a produção de gás natural foi de 1739

milhões de pés cúbicos/dia, com uma reserva de gás natural de 15,74 bilhões de metros cúbicos

(vide a tabela 3.3).

A empresa vende o óleo bruto produzido para o mercado chinês através da sua

subsidiária, a CNOOC China Limited. O petróleo produzido no exterior é vendido no mercado

internacional através de sua própria subsidiária, a China Offshore Oil International Ltd

(sediada em Singapura) (Annual Report CNOOC, 2008).

O preço do óleo bruto é determinado com base nos preços do petróleo bruto de similar

qualidade no mercado internacional, com certo ágio ou desconto, dependendo do suprimento e

demanda. Embora os preços sejam cotados em dólar norte-americano, os clientes na China

pagam em yuan. A empresa atualmente tem três tipos de petróleo cru no mercado chinês: leve,

médio e pesado. Refinarias e empresas químicas da CNOOC, Sinopec e PetroChina são os

principais clientes da empresa na China (Annual Report CNOOC, 2008).

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Tabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008. ANO 2008

PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

(Mil Barris/dia) 422

PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL

(Milhões de pés cúbicos/dia) 1.739

RESERVAS DE PETRÓLEO

(Bilhão de barris) 1,58

RESERVAS DE GÁS NATURAL

(Bilhões de metros cúbicos) 15,75

Fonte: O Autor a partir de dados coletados do Annual Report CNOOC 2008.

Quando a CNOOC foi listada pela primeira vez na bolsa de valores de Shangai em

2001, as reservas e a produção da empresa eram de 1,79 bilhões de BOE e 261,4 mil BOE por

dia respectivamente. No final de 2007, esse números atingiram 2,6 bilhões de BOE e 469, 4 mil

BOE por dia, representando um aumento de 45,3 e 79,6% sobre os 7 anos anteriores,

respectivamente. Em 2001, a empresa tinha somente 16 campos de petróleo e gás em produção

offshore na China. Em 2007, o número de campos produzindo passou para 58 (Annual Report

CNOOC, 2008).

Nos últimos anos a empresa aumentou seus esforços nas atividades de exploração,

principalmente na China. A área de exploração offshore na China está acima dos 700 mil

quilômetros quadrados, além de um vasto adicional de águas profundas, com um enorme

potencial. A exploração e produção dos poços em alto-mar da China tem sido o seu objetivo de

desenvolvimento para os próximos anos (Annual Report CNOOC, 2008).

Em 2007 houve um aumento de 2,6% na produção de barris de petróleo equivalente

(BOE), atingiu 171 milhões de barris. Por sua vez as reservas provadas atingiram 2,6 bilhões

BOE, com uma taxa de reposição das reservas de 142% e o lucro de aproximadamente 31,3

bilhões de RMB (Annual Report CNOOC, 2008).

As vendas de petróleo e gás da empresa em 2007 aumentaram 7,7% em comparação a

2006 (a receita de 2006 foi de 67,828 milhões de RMB), atingindo 73,036.9 bilhões de RMB (

9,573.7 bilhões de dólares) em 2007. O aumento das receitas deveu-se, principalmente, às altas

dos preços do petróleo em 2007. A média do preço para a comercialização do petróleo bruto da

CNOOC foi de 70,07 dólares em 2007. Foram vendidos 134,6 milhões de barris de petróleo

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bruto em 2007, o que representou uma diminuição de 0,6% sobre os 135,4 milhões de barris em

2006 (Annual Report CNOOC, 2008).

Em 2007, 86% da receita foi obtido pelo mercado interno chinês. Na primeira metade de

2008, com o aumento nos preços do petróleo no mercado internacional, a empresa realizou

lucro significativo. Entretanto na segunda metade do ano, este mercado foi afetado pela

deteriorização da economia mundial. Os preços internacionais do petróleo diminuíram

significativamente no quarto semestre, com o valor do barril abaixo dos 40 dólares, o que

acarretou impacto negativo nos preços do petróleo bruto vendido pela empresa. Mesmo assim,

em 2008, a empresa alcançou uma média no preço do petróleo de 89,39 dólares por barril, o

que representou um aumento de 34,9% em relação ao ano anterior (Annual Report CNOOC,

2008).

3.2.2 - SINOPEC

É a maior produtora de petroquímica na China. A Sinopec lidera o mercado chinês na

produção e vendas de produtos refinados de petróleo. A Sinopec é uma empresa de energia

integrada (Annual Report SINOPEC, 2008). As atividades incluem:

· Exploração, desenvolvimento, produção e comercialização de petróleo bruto e

gás natural;

· Processamento de petróleo bruto para a transformação em produtos de petróleo

refinado, transporte, distribuição e comercialização dos refinados de petróleo;

· Produção, distribuição e comercialização de produtos petroquímicos.

A produção de petróleo bruto da Sinopec atingiu 41,8 milhões de toneladas métricas em

2008, com uma reserva de petróleo de 2,841 milhões de toneladas métricas; a produção de gás

natural foi de 8,3 bilhões de metros cúbicos/ano, com uma reserva de gás natural de 194,86

bilhões de metros cúbicos (vide a tabela 3.4).

Em 2007, a empresa perfurou 2976 poços, com uma extensão total de 7,247

quilômetros. O incremento na capacidade de petróleo cru foi 6,05 milhões de toneladas por ano

e a adição na capacidade de gás natural foi de 1,66 bilhões de metros cúbicos por ano. Com a

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estabilidade na produção dos campos maduros no leste da China, a empresa teve um ritmo mais

rápido de aumento na capacidade de produção nos novos blocos na área ocidental. A produção

no campo petrolífero de Tahe atingiu 5 milhões de toneladas por ano pela primeira vez (Annual

Report SINOPEC, 2007).

O consumo doméstico de produtos derivados de petróleo (gasolina, diesel e querosene)

em 2007 foi de 186,2 milhões de toneladas, um crescimento de 6,8% comparado com 2006.

Devido ao controle rigoroso sobre os preços domésticos, houve uma diferença significativa

entre os preços nos mercados doméstico e internacional de produtos derivados de petróleo

(Annual Report SINOPEC, 2008).

Tabela 3.4: Produção e reservas de petróleo e gás natural da Sinopec em 2008.

ANO 2008

PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

(Milhões de toneladas métricas/ano) 41,8

PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL

(Bilhões de metros cúbicos/ano) 8,3

RESERVAS DE PETRÓLEO

(Milhões de toneladas métricas) 2.841

RESERVAS DE GÁS NATURAL

(Bilhões de pés cúbicos) 194,86

Fonte: O Autor a partir de dados coletados do Annual Report Sinopec 2008.

Em 2007, aproveitando os altos preços do petróleo, a companhia implementou sua

estratégia de expansão na exploração e produção em petróleo e gás. Em termos de exploração,

as atividades tem sido otimizadas. Embora ocorra uma exploração progressiva dos campos

maduros, e o aumento de esforços em blocos marinhos em águas rasas, as reservas da Sinopec

de petróleo e gás natural têm aumentado. Significantes avanços de exploração têm sido feitos

em algumas regiões, como no campo petrolífero de Tahe, no oeste, e na cadeia montanhosa da

era mesozoica de Dongpu, no leste (Annual Report SINOPEC, 2007).

A empresa processou 156 milhões de toneladas de petróleo bruto em 2007, aumento de

6,3% sobre 2006. A produção total dos produtos refinados de petróleo atingiu 93,09 milhões de

toneladas, representando um aumento de 6,7% sobre 2006 (Annual Report SINOPEC, 2007).

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Em 2007, as vendas da empresa de produtos refinados de petróleo somaram 119

milhões de toneladas, representando um aumento de 6,9% sobre o ano anterior, de todo o

volume do varejo foi de 76,62 milhões de toneladas, representando um aumento de 6,2%

(Annual Report SINOPEC, 2007).

Em 2008, a empresa vendeu 123 milhões de toneladas de produtos refinados de

petróleo, um aumento de 3,0 % sobre o ano anterior, e o volume vendido no mercado chinês

(no varejo) foi de 84,1 milhões de toneladas, um aumento de 9,8% sobre 2007 (Annual Report

SINOPEC, 2008).

Em 2008, a empresa processou 169 milhões de toneladas de petróleo bruto,

representando um aumento de 4,5% sobre a previsão do ano anterior, e produziu 105,86

milhões de toneladas de produtos refinados, um aumento de 9,4% sobre o ano anterior (Annual

Report SINOPEC, 2008).

Em 2008, a empresa continuou sua estratégia de expansão dos recursos em petróleo e

gás natural. Na exploração, novos avanços foram feitos como em regiões do nordeste de

Sichuan, Tahe e nos campos maduros do leste da China. Em 2008 a empresa completou 13,892

de quilômetros de sísmica em 2D e 6,080 quilômetros quadrados de exploração sísmica em 3D,

e perfurados 544 poços com um total de extensão de 1,768 quilômetros (Annual Report

SINOPEC, 2008).

A Sinopec acrescentou 5,8 milhões de toneladas/ano a capacidade de produção de

petróleo em 2008, e 1,334 bilhão de metros cúbicos de gás natural/ano a capacidade de

produção. A produção de petróleo foi de 41,8 milhões de toneladas e a produção de gas natural

foi de 8,3 bilhões de metros cúbicos, um aumento de 1,8% e 3,7% respectivamente em relação

ao ano anterior. Enquanto a produção de petróleo bruto nos campos maduros no leste da China

tem sido estável nos últimos anos, a produção desenvolvida recentemente nos campos na parte

oeste da China tem crescido (Annual Report SINOPEC, 2008).

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3.2.3 - CNPC

A China National Petroleum Corporation (CNPC) é uma empresa de energia

internacional integrada, com negócios em petróleo e gás, serviços técnicos de engenharia e

construção, equipamentos de exploração e produção, serviços financeiros e desenvolvimento de

energia renovável. É a maior produtora e fornecedora de petróleo e gás na China. Ocupa a

quinta posição entre as 50 maiores companhias petrolíferas mundiais (Annual Report CNPC,

2008).

A produção de petróleo bruto da CNPC atingiu 108,25 milhões de toneladas métricas

em 2008, com uma reserva de petróleo de 1.935 milhões de toneladas métricas; a produção de

gás natural foi de 61,75 bilhões de metros cúbicos/ano, com uma reserva de gás natural de

2.444 bilhões de metros cúbicos (vide a tabela 3.5).

Autorizada pelo governo Chinês, a CNPC abriu alguns de seus blocos na China para

companhias estrangeiras para que, conjuntamente, explore e desenvolva campos de petróleo e

gás. Os blocos e projetos operados e desenvolvidos conjuntamente estão localizados

principalmente em Daqing, Jilin, Liaohe, Dagang, Changqing, Southwest e na província de

Xinjiang. Esse modelo de exploração ajuda a cobrir os riscos de exploração, de

desenvolvimento dos complexos campos de petróleo e gás, exploração e desenvolvimento do

offshore (Annual Report CNPC, 2008). Em 2008, os 23 atuais projetos de joint ventures em

exploração e produção produziram 6,58 milhões de toneladas de petróleo e gás equivalente,

32% mais do que em 2007. Isso incluiu 4,05 milhões de toneladas de petróleo e 3,17 bilhões de

metros cúbicos de gás natural (Annual Report CNPC, 2008).

Page 63: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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Tabela 3.5: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNPC em 2008. ANO 2008

PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

(Milhões de toneladas métricas/ano) 108,25

PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL

(Bilhões de metros cúbicos/ano) 61,75

RESERVAS DE PETRÓLEO

(Milhões de toneladas métricas) 1.935

RESERVAS DE GÁS NATURAL

(Bilhões de metros cúbicos) 2.444

Fonte: O Autor a partir de dados coletados do Annual Report CNPC 2008.

Em 2008, foram feitas seis importantes descobertas e 20 significativas realizações, além

de obter cinco grandes evidências de petróleo e gás no Ordos, Bohai Bay, Tarim, Junggar,

Qaidam, Sichuan, Songliao e na bacia Hailaer (Annual Report CNPC, 2008).

Uma descoberta na depressão de Moliqing em Yitong, bacia de Songliao identificou

aproximadamente 100 milhões de toneladas em reservas de petróleo. Uma descoberta em

Qikou, na bacia de Bohai Bay, adicionou 170 milhões de toneladas de petróleo (Annual Report

CNPC, 2008).

Nos planos de ajustar a produção e otimizar os esforços na produção de petróleo e gás,

refino e processamento químico, a CNPC atingiu vendas de 187,7 bilhões de dólares e realizou

o pagamento de impostos de 35,2 bilhões de dólares em 2008. Produziu 108, 25 milhões de

toneladas de petróleo bruto em 2008, um aumento de 0,5% sobre 2007, através do

desenvolvimento eficiente tanto dos campos maduros de petróleo quanto de novas descobertas

petrolíferas. Aumentou a capacidade de produção de gás natural nas maiores províncias de gás,

produzindo 61,75 bilhões de metros cúbicos em 2008, 13,38% de aumento sobre o ano anterior,

garantindo dois dígitos de crescimento pelo sexto ano consecutivo. As reservas de petróleo

provadas têm permanecido acima de 500 milhões de toneladas pelo quinto ano consecutivo, e

as reservas provadas de gás acima de 300 bilhões de metros cúbicos, pelo quarto ano

consecutivo (Annual Report CNPC, 2008).

“A CNPC segue a estratégia de aumentar os seus recursos baseados

nas maiores bacias geológicas de petróleo e gás e exploração em regiões da

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China, focando no estudo compreensivo, dispondo totalmente, a aplicação de

novas tecnologias, e preliminares e riscos de exploração, também como

acelerar a exploração em campos maduros. Descobertas significantes e

avanços foram feitos em Sichuam, Ordos, Bohai Bay, Junggar e na bacia de

Tarim. Com novas adições provadas de petróleo de 643 milhões de toneladas

métricas e 416.80 bilhões de metros cúbicos de gás natural em 2008.”(Annual

Report CNPC, 2008)

Apesar da rápida diminuição na produção nos campos de petróleo maduros e da baixa

reposição das reservas petrolíferas, a produção de petróleo bruto cresceu a uma taxa estável e a

produção de gás natural aumentou rapidamente. Esse foi um resultado do aumento da

explotação de campos maduros, e o eficiente desenvolvimento de novos campos descobertos. A

produção de petróleo e gás natural na China totalizou 157,45 milhões de toneladas de petróleo

equivalente, 4,3% a mais em relação a 2007. A produção de petróleo bruto vindo de Daqinq

permaneceu estável, excedendo a meta de 40 milhões de toneladas. Chongqing manteve seu

rápido desenvolvimento, produziu mais de 25 milhões de toneladas de petróleo equivalente, um

aumento de 20,8%. A produção anual do campo deverá atingir 50 milhões de toneladas de

petróleo equivalente nos próximos anos (Annual Report CNPC, 2008).

Como o maior campo petrolífero da China, Daqing conta com 37,1% da produção

doméstica de petróleo bruto da CNPC. A empresa estabeleceu um objetivo estratégico para o

campo em 2008, que era a manutenção anual de produção em 40 milhões de toneladas por mais

de 10 anos, para apoiar o crescimento constante da produção da companhia (Annual Report

CNPC, 2008).

O campo petrolífero de Daqing foi descoberto em 1959 e iniciou a produção em 1960.

Em 1976, a produção anual de petróleo bruto de Daqing excedeu 50 milhões de toneladas,

tornando-se um dos maiores campos petrolíferos do mundo. Depois disso, Daqing manteve sua

produção anual em 50 milhões de toneladas por vinte e sete anos consecutivos. Tendo sido

explorado por 50 anos, a maior parte de seus maiores campos petrolíferos tem entrado tarde em

fase de desenvolvimento (Annual Report CNPC, 2008).

Page 65: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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CAPÍTULO IV - POLÍTICA EXTERNA CHINESA: UMA REVISÃO PÓS -REFORMAS

4.1 – Introdução

O objetivo desse capítulo é analisar a mudança de paradigma na condução da política

externa chinesa no período final da era Mao Tse Tung até os dias atuais, analisando a mudança

de um modelo baseado na luta global contra o “imperialismo” norte-americano, que norteou a

política externa desde a formação da República Popular da China até a morte de Mao,

substituído pela adoção do pragmatismo no trato das questões externas, fundamentada por

princípios norteadores da condução de tal política.

Antes da mudança de ênfase do Partido Comunista Chinês (PCC), da revolução

comunista internacional para a modernização econômica nacional, no final dos anos setenta, a

política externa da China foi amplamente direcionada pela ideologia comunista, e como

resultado, os cálculos racionais de força e interesses foram sempre renegados ao segundo plano.

Desde o início da reforma chinesa em 1978, a ênfase na modernização econômica e na abertura

econômica e política impulsionou a política externa da China para o pragmatismo e realismo. A

retórica marxista-leninista foi ofuscada pelo pragmatismo nos interesses nacionais.

A mudança do modelo conduzido na política externa chinesa trouxe princípios

norteadores de tal política, como também do pragmatismo em tal conduta. Podemos vê-los

fortemente como nos posicionamentos do país no Conselho de Segurança da ONU, e também

na condução dos negócios com outros países ou blocos comerciais, principalmente nas questões

relacionada a segurança energética chinesa.

4.2 – Ideologia X Pragmatismo

Nos primeiros anos da RPC, os líderes comunistas aplicaram a ideologia comunista no

campo da política externa. Interpretando as relações internacionais através da concepção

ideológica, os líderes comunistas chineses acreditaram na inevitável vitória do anti-

imperialismo, a revolução social e nas lutas de libertação nacional. Acreditando que o “vento

do leste prevaleceria sobre o vento do oeste”, Mao Tsé Tung adotou políticas externas

agressivas contra o capitalismo mundial nos anos 50 e tentou exportar o modelo de socialismo

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chinês nos anos 60. Depois da morte de Mao e a introdução da reforma econômica orientada

pelo mercado de Deng, a importância da ideologia foi drasticamente reduzida. (ZHAO, 2004)

Se até os anos 70 o Partido Comunista Chinês tinha sua ênfase na revolução comunista

mundial, com a política externa amplamente direcionada pela ideologia comunista, desde o

início da reforma em 78, a ênfase na modernização e abertura econômica impulsionou uma

nova política externa, pragmática e realista. A retórica Marxista-Leninista tinha ofuscado os

cálculos pragmáticos dos interesses nacionais no período anterior. (ZHAO, 2004)

A política de abertura econômica iniciada em 1979 rendeu à China acesso aos

mercados, tecnologia e capital dos países desenvolvidos. Em contrapartida, isso exigiu que o

país mantivesse boas relações políticas e econômicas com os países desenvolvidos. Esta

mudança exigia nova postura internacional chinesa, maior responsabilidade por compromissos

assumidos e maior cooperação em assuntos internacionais. Entretanto, o comportamento em

questões internacionais, por parte de Pequim, ainda era considerado restrito, por causa de sua

preocupação com a soberania do próprio Estado chinês (JIEMIAN, 2008).

Existem três grandes fatores que, tradicionalmente afetam as preocupações da soberania

chinesa. O primeiro é a experiência histórica do país nos tempos modernos. Durante o

“centenário da humilhação”, a China sofreu agressões políticas, econômicas e militares pelas

forças do ocidente e pelo Japão. Essas experiências geraram cuidados chineses com sua

soberania, prova disso é o discurso do General Li Jijum do Exército de Libertação Popular, na

Escola de Guerra do Exército dos Estados Unidos em 1997:

“Antes de 1949, a República Popular da China assinou mais de

1000 tratados e acordos, muitos dos quais foram desiguais em

seus termos, impostos à China pelas potências ocidentais, tanto

quanto o 1,8 milhão de quilômetros quadrados que foram

retirados do território chinês. Esse foi o período da humilhação

que os chineses nunca vão esquecer. Isso é porque o povo da

China demonstra forte emoção nos assuntos que dizem respeito à

nossa independência nacional, unidade, integridade do território

e soberania. Isso é também porque os chineses são tão

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determinados para se protegerem diante de quaisquer

circunstâncias e a todo custo.” (LIU, 2007)

O segundo é a diferença entre China e nações ocidentais. Como um país em

desenvolvimento, a China difere dos países ocidentais em termos de sistemas políticos,

jurídicos e valores, e isso é motivo pelo qual o país sofre ataques do mundo ocidental. Como

resultado, a China tem invocado o princípio de soberania, para se defender de possível ou

interferência externa no que se refere aos assuntos internos.

Por último, a China está preocupada com a integração territorial com o Tibet, Xinjiang e

Taiwan. Pequim é muito sensível a alguns precedentes que podem legitimar a separação dessas

regiões da China ou iniciativa da intervenção externa nestes temas. (FRAVEL, 2008).

4.3 – Nacionalismo e Regionalismo

O Nacionalismo chinês tem emergido como a mais importante ideologia atrás do

dirigismo da China para a modernização, e uma das principais forças da política externa

chinesa. Na era do pós Guerra Fria, sentimentos nacionalistas aparecem fortemente entre os

intelectuais chineses e oficiais do governo, como também em outros ciclos da sociedade

chinesa (LIU, 2007).

O aumento do nacionalismo chinês depois do enfraquecimento do comunismo no final

do século vinte tem merecido a atenção de muitos observadores ocidentais. Embora alguns

pesquisadores sejam cautelosos em explorar os limites do nacionalismo chinês, questionando se

o nacionalismo chinês é positivo, verdadeiro ou agressivo; os pessimistas acreditam que o

nacionalismo chinês é um curso de agressão internacional (ZHAO, 2004).

Nacionalismo ou patriotismo (aiguo zhuyi) no vocabulário oficial chinês tem sido uma

força poderosa na última década. Ela não está somente sendo promovida abertamente pelo

Estado comunista, mas também é defendido por muitos intelectuais chineses, igualmente pelos

liberais e conservadores, e refletem o sentimento geral da população, segundo ZHAO (2004).

Como a fé no comunismo diminuiu entre a população chinesa, o partido comunista

chinês (PCC) redescobriu a utilidade do nacionalismo. Logo após 1989 (Tiananmen), o Estado

comunista lançou uma grande campanha de educação ao patriotismo. O centro da campanha de

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educação patriótica foi a chamada guoqing jiaoyu (condição da educação nacional), que

inequivocamente garantiu que a condição nacional (guoqing) da China fosse única e não estava

disposta a adotar um estilo ocidental, de democracia liberal. Além disso, o partido ajudou a

manter a estabilidade política, o que gerou uma pré-condição para o rápido desenvolvimento

econômico.

A campanha enfatizava a tradição chinesa e a história de como o Partido Comunista

Chinês tentou unir o comunismo na China com o passado anterior da nação não comunista.

Enquanto a grande muralha no nordeste da China foi celebrada como um símbolo do

patriotismo oficial (ZHAO, 2004), o site Humen Burning Opium da província de Guangdong,

lembrou ao povo chinês sobre o começo dos “cem anos de sofrimento e humilhação” nas mãos

do imperialismo estrangeiro. A celebração da grande muralha e de muitos símbolos históricos

foi acompanhada pelo ressurgimento do confucionismo e outras atividades culturais

tradicionais chinesas.

A campanha de educação patriótica também enfatizou o orgulho nacional e a

integridade territorial. No meio das sanções impostas pelo ocidente depois de Tiananmen, o

regime comunista chinês fez a acusação de que “um pequeno número de países ocidentais

temiam que a China crescesse poderosamente, por isso exerceram o direito às sanções, além de

pressionarem a China para uma ocidentalização e conseqüentemente a desintegração (xihua he

fenhua) do país”. O patriotismo foi usado para sustentar a liderança do PCC no país.

Defendendo os interesses nacionais da China, o partido se apresentou como o realizador da

entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) e o responsável pela

participação bem sucedida de sediar os Jogos Olímpicos de Pequim (ZHAO, 2004).

O terceiro tema da educação patriótica foi a unidade nacional contra o movimento

étnico separatista, em que entre os inúmeros problemas políticos e sociais era o que

confrontava os líderes chineses no pós Guerra Fria. O ponto central foi que “a etnia Han não

pode viver sem as minorias étnicas e vice-versa, então que eles protegessem a unidade nacional

e a unificação territorial” (ZHAO,2004). O tema da unidade nacional foi particularmente

enfatizado na minoria étnica em áreas concentradas, como o Tibet, Xinjiang e o interior da

Mongólia, aonde o chamado nacionalismo limitado, ou separatismo, foi objeto na campanha.

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Embora a China tenha tido um aumento de inserção geopolítica no pós Guerra Fria, sua

segurança depende muito da manutenção das boas relações com os países vizinhos na região da

Ásia- Pacífico.

Por muito tempo, desde os primeiros anos da República Popular da China (RPC), a

China foi “uma potencia regional sem uma política regional”, (ZHAO, 2004). As tensões com

muitos de seus vizinhos fronteiriços se tornaram uma importante fonte de ameaça para a

segurança nacional da China. Pequim esteve em constante alerta contra possíveis invasões de

potências hostis por via de seus países vizinhos. Mas as relações da China com países da Ásia-

Pacífico começaram a aumentar gradualmente nas últimas décadas, depois que a China

elaborou uma política regional. Essa melhora teve um impacto significante no seu ambiente de

segurança regional.

A China sempre chamou seus vizinhos asiáticos de “países periféricos” (zhoubian

guoija). Embora ela fosse sempre consciente da importância da manutenção da estabilidade nas

relações com esses países periféricos para sua segurança nacional, Pequim nunca foi capaz de

fazer uma política de integração para com os países vizinhos. Houve muitos fatores para a

ausência da política regional da China. Uma foi o freqüente tumulto interno e a mudança de

política, que impossibilitou a China de fazer uma coerente política externa, incluindo a política

regional. O segundo foi o orgulho cultural da China e o legado do Sino-centrismo, que tem na

China o centro da Ásia. O terceiro foi a posição ambígua da China na região, em que

desenvolveu uma relação insegura com seus vizinhos asiáticos. O quarto foi a posição da China

no cenário da Guerra Fria, que forçou Pequim a preocupar-se com a sua segurança global,

maior do que a regional.

Muitos desses fatores começaram a mudar depois que a China lançou as reformas

econômicas e iniciou a abertura para o exterior, no começo dos anos oitenta. Externamente, sua

posição estratégica no relacionamento entre Estados Unidos e a antiga União Soviética, durante

a Guerra Fria, fez com que a RPC perdesse força no desmoronamento do mundo bipolar

(JIEMIAN, 2008). Internamente, Deng Xiaoping e os líderes do PCC estavam determinados

não somente a interromper o tumulto político interno, que já tinha caracterizado os primeiros

anos da RPC, mas também em criar um ambiente internacional favorável à modernização

econômica. Em resposta à nova situação, os lideres da reforma em Pequim fizeram um grande

esforço para elaborar uma política regional integrada, conhecida como “zhoubian zhengce”

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(política periférica) ou “mulin zhengce” (política de boa vizinhança), para incorporar as

mudanças que desafiaram o entendimento da China e de suas relações com os países vizinhos.

Um estudo de You Ji e Jia Qingguo apontou três novas tendências na Ásia que levou os

lideres reformistas a prestar atenção à sua periferia. A primeira foi à perspectiva de um “século

pacifico”, em que Pequim almejou que o rápido crescimento econômico na região Ásia-

Pacifico pudesse oferecer novo estímulo à prosperidade econômica da China. Aproveitando as

oportunidades criadas pela reestruturação da economia mundial, a China determinou-se a

integrar sua economia à da região. A segunda foi o surgimento de um “novo asianismo”, que

afirmou que o sucesso da modernização da Ásia foi baseado somente nos valores asiáticos.

Esse conceito repercutiu entre os lideres chineses, reformadores e conservadores, porque isso

desafiou a ideologia ocidental e a centralidade econômica do ocidente. Os lideres chineses

quiseram reforçar essa tendência de envolvimento do asianismo com seus vizinhos asiáticos. A

terceira foi o desenvolvimento de bloco regional ou sub-regional, seguindo o colapso do

sistema bipolar. Isto levou a um novo enfoque de cooperação e multilateralismo. Em algumas

questões, embora muito limitado (o multilateralismo), marcou o início da cooperação da China

com os Estados vizinhos nos problemas de segurança transnacional (poluição ambiental,

imigração ilegal, tráfico de drogas, crime organizado nas fronteiras entre outros)”. (ZHAO,

2004)

A luz dessas novas posturas os líderes da China começaram a realizar uma política

periférica visando atingir o objetivo de criar um ambiente regional conduzido pela sua

modernização econômica e segurança nacional. De acordo com Liu Huaqiu, Diretor do

Escritório de Assuntos Externos do Conselho de Estado, os objetivos da política de boa

vizinhança foram “desenvolver ativamente relações de amizade com os países vizinhos,

preservar a paz regional e a estabilidade, e promover a cooperação econômica regional”

(ZHAO, 2004).

4.4 – Princípio e Pragmatismo

A China é famosa pela defesa de princípios na esfera internacional. Existem algumas

razões para esses princípios, porque eles refletem a moral e o idealismo chinês. Elementos do

pensamento da política externa chinesa são baseados em três fontes: o pensamento tradicional

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chinês, que sonha com um ideal de harmonia universal (da tong shi jie); a humilhante

experiência na história moderna que afetou a China por muito tempo e a regular ordem

mundial; o legado Marxista-Leninista e o pensamento de Mao Tse Tung, que advogava para um

mundo livre da agressão e da exploração do capitalismo, imperialismo e colonialismo – um

mundo livre de forças políticas,blocos políticos e hegemonismo (ZHAO, 2004). Esses

princípios incluem os principais pontos:

1. Cinco princípios de Coexistência pacífica (respeito mútuo para a soberania e

integridade territorial; não agressão mútua; não interferência nos assuntos internos

de outros países; igualdade e beneficio mútuo e coexistência pacífica).

2. Um ambiente justo e sensato na ordem econômica e política mundial.

3. Não uso de força ou ameaça do uso da força nas relações internacionais.

4. Todas as nações, grandes ou pequenas, fortes ou fracas, ricas ou pobres, são iguais

em assunto internacional.

5. A China deverá sempre ficar ao lado dos países em desenvolvimento. Ela nunca

deverá tentar a hegemonia ou status de superpotência.

Obviamente, existem algumas sobreposições a esses princípios; todavia Pequim não os

segue em várias situações, motivados por diferentes razões. Enquanto a seriedade da China

sobre esses princípios não é questionável, existem muitos problemas que não são resolvidos

somente por princípios e na política externa da China não é diferente: a aplicação de um

princípio para um assunto específico não é sempre uma tarefa fácil. Um exemplo é a posição

chinesa durante a Guerra do Golfo. Quando os membros do Conselho de Segurança da ONU se

reuniram em novembro de 1990 para discutir a proposta de que as Nações Unidas deveria

autorizar o uso da força contra o Iraque, a China deparou-se com um dilema. De um lado, era

contrária a invasão do Iraque no Kwait. Do outro, a China tinha uma longa defesa do princípio

que a força não deveria ser utilizada para resolver disputas internacionais, o que significava que

em princípio a China não deveria aprovar o uso de força para retirar o Iraque do Kwait (China

diplomatic survey, 1991, pp.389-390 apud ZHAO, 2004). Aqui o problema da China não era

somente a contradição de dois princípios, mas também um conflito de princípio e interesses

nacionais da China. Se a postura da China pelo princípio do não uso da força em disputas

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internacionais fosse manifestada em veto ou moção, ele afetaria a difícil relação Sino-US

depois de 1989. No fim, Pequim se absteve da votação. Neste caso, a China evitou o choque

entre dois princípios e alargou o pragmatismo (a necessidade de colocar um fim na ocupação

do Kwait pelo Iraque como também para melhorar as relações Sino-US).

Uma vez existente um conflito entre princípio e interesse nacional, a China sempre

optará por uma solução mais pragmática. A freqüente abstenção da China no Conselho de

Segurança da ONU é esclarecedora. Se, por um instante a China encontrou uma proposta

corajosa para o Conselho de Segurança compatível com os princípios defendidos, enquanto não

há assunto mais importante para os interesses nacionais, Pequim continuará não vetando a

proposta; todavia, sempre escolherá se abster do que votar. Com isso, ela evita

desnecessariamente ofender os EUA. Pequim entende que se abusa da força do veto nas Nações

Unidas justamente no que diz respeito aos princípios, ele poderá ferir os próprios interesses da

China e ter um impacto negativo na sua imagem internacional. Como a China é representante

permanente na ONU, Qing Huasheng, afirma que em matéria de força do veto, a China deveria

“levar em conta a sua própria capacidade e interesses”. Em sua opinião, a China abster da

votação ”não significa ter covardia, mas uma resposta flexível para uma situação complicada”

(DEWU 1999, p.24 apud ZHAO 2004). Entretanto, se um assunto tem uma relação direta ou

indireta junto aos interesses nacionais chaves da China – quando ele não tiver conflito com os

princípios da China – Pequim deveria definitivamente usar a força do veto. Em poucos casos

que a China vetou moções no Conselho de Segurança, o assunto Taiwan foi a principal

preocupação. Por exemplo, nos casos de manutenção de paz da ONU na Guatemala e

Macedônia, Pequim usou o poder de veto para punir esses dois países pelas suas políticas

juntos a Taiwan (ZHAO, 2004).

Se Pequim encontrou sua incapacidade de implementação de um princípio declarado,

ele experimentou atacar um compromisso entre princípio e pragmatismo. A posição da China

na existente ordem internacional é um caso em vista. Desde os meados da década de 80,

Pequim tem advogado o estabelecimento de uma boa e razoável ordem política e econômica

internacional além de aumentar a crítica à injustiça natural da ordem mundial existente. O

estabelecimento de uma boa e razoável ordem mundial tem se tornado uma importante diretriz

na política externa chinesa. Entretanto, Pequim parece observar a defesa dessa bandeira apenas

em palavras, enquanto seus atos muitos pragmáticos são realizados. A China entende que não

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tem capacidade para desafiar a ordem mundial existente no presente momento tão bem quanto

no futuro próximo. Também, Pequim não o analisa como um simples perdedor na atual

estrutura internacional. Como um membro permanente do Conselho de segurança da ONU e

reconhecido como uma das cinco forças nucleares, a China possui alguma significância política

e peso estratégico nos assuntos internacionais. O ambiente internacional é geralmente estável e

seguro, permitindo à China concentrar-se no seu desenvolvimento doméstico, no liberal sistema

econômico internacional e na relativa facilidade no acesso aos mercados, em tecnologia e

capital dos países desenvolvidos que ajudam a aumentar o crescimento econômico do país.

Embora a ordem mundial existente não é ideal, ela é certamente muito melhor do que aquela

que a China experimentou depois da Guerra do Ópio. Pelas razões acima, a China escolheu não

fazer tentativas unilaterais para alterar a ordem mundial existente, porém tentou fazer uso dela

enquanto enfatizou a necessidade de redesenhar a desvantagem do presente sistema econômico

e político internacional (DONGXIAO, 2008).

Às vezes o compromisso entre princípio e pragmatismo representa um reconhecimento

da realidade e a posição da China sobre a presença militar norte-americana no leste asiático é

um bom exemplo. Em princípio a China não aprova o estabelecimento de tropas no solo de

outro país. Mas na realidade, Pequim compreende que a presença militar norte-americana na

Coréia do Sul ajuda a estabilizar a situação na península coreana e tropas norte-americanas no

Japão são úteis em prevenir uma desestabilidade regional, ainda que Pequim esteja também

preocupada com a presença norte-americana fornecendo a Washington fácil acesso ao Estreito

de Taiwan. Como resultado político, a China não desafia a presença militar dos EUA no leste

asiático, embora Pequim não possa, publicamente, aprová-lo por causa da restrição do

princípio. (ZHAO, 2004)

Ambos, os princípios e pragmatismo, têm seus respectivos méritos na prática da política

externa chinesa. Enquanto os princípios “pintam” a política externa chinesa com uma cor de

idealismo e de acordo com um tipo de força moral, o pragmatismo cria flexibilidade e permite à

política externa da China maximizar o comportamento nos interesses nacionais chineses. Há

entretanto, uma constante tensão entre esses dois fins, como princípios inevitavelmente

contrário à flexibilidade e o pragmatismo minando, de vez em quando, a relevância e

credibilidade do princípio. A bifurcação no comportamento da política externa chinesa também

desconcerta os observadores externos. Se eles pegassem seriamente a retórica de expressão de

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princípios, eles poderiam perder de vista o pragmatismo dirigindo o comportamento da política

externa chinesa. Se eles prestam muito atenção no pragmatismo, entretanto, eles poderiam

subestimar a influência do idealismo e da moralidade. Pode não existir uma fórmula universal

para entender o contexto entre princípio e pragmatismo na prática da política externa chinesa e

o atual peso de cada fator diferente em cada caso. Ainda de um modo geral, ele é justo (ou

imparcial) no que diz desde os anos 80, como ideologia e idealismo desapareceram aos poucos

no pensamento da política externa chinesa, o pragmatismo tem ganhado uma grande influência

em comparação com os princípios (ZHAO, 2004).

4.5 – Bilateralismo e Multilateralismo

Como outros países, a participação de Pequim nos assuntos internacionais ocorre no

contexto bilateral e multilateral. No mundo das idéias, a China deveria empregar tanto o

bilateralismo quanto o multilateralismo quando necessário e apropriado, mas na realidade,

Pequim favorece o bilateralismo aos canais de multilateralismo. Uma razão é que a China

carece de experiência com o multilateralismo, e seu envolvimento em atividades multilaterais

vem se desenvolvendo nos últimos 20 anos. A outra razão – uma razão histórica – é que a

China abriga fortes suspeitas a respeito dos mecanismos internacionais, e acredita que esses

mecanismos servem principalmente aos interesses das potências dominantes (ZHAO, 2004). E

finalmente a terceira razão, e a mais importante para o nosso estudo, é que o mecanismo

bilateral serve para a realização mais ágil e célere dos acordos comerciais e da concretização

dos negócios, no caso do nosso estudo, os negócios energéticos (principalmente petróleo e gás),

isso será melhor detalhado no próximo capítulo.

Desde a abertura política no final em 1978, a China vem aprendendo a lidar com os

mecanismos multilaterais. No viés econômico, Pequim procura ativamente parcerias com as

instituições regionais e globais, organizações, fóruns, basicamente em benefício da

modernização econômica. No viés político, sendo cada vez mais consciente de sua

responsabilidade como um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU como

também do status de grande potência, a China tem atuado mais ativamente nas Nações Unidas e

se mostra mais interessada em participar de atividades políticas multilaterais como a Cúpula

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Ásia - Europa e a do Sudoeste Asiático (ASEAN). No quesito segurança, Pequim tem se

associado a alguns esforços regionais multilaterais, como o Fórum Regional da ASEAN e a

construção de novos mecanismos pacificadores na península coreana (DONGXIAO, 2008).

Em certas circunstâncias, entretanto, a China ainda tem significativas reservas sobre o

multilateralismo. Se a China encontra obstáculos multilaterais que ameaçam colocá-la em uma

posição desvantajosa, ela insistirá nos canais bilaterais. No caso do Fórum regional da ASEAN,

por exemplo, Pequim endossou o seu papel em promover a construção da confiança, mas

rejeitou a idéia de trazer a disputa de soberania no Mar do Sul da China4 para a agenda do

Fórum. A oposição de Pequim no problema da internacionalização do Mar do Sul da China é

devido à preocupação que se o tem for debatido num fórum multilateral, não somente os países

do ASEAN formarão uma unidade contrária a China, mas também outros países não

requerentes, como os Estados Unidos e o Japão, poderão aliar-se a eles. Portanto, a China tem

insistido que o assunto sobre o Mar do Sul da China endurecerá as disputas bilaterais.

Outro relevante caso é a proposta de diálogo triangular entre a China, Japão e os

Estados Unidos. Na era pós Guerra-Fria, relações entre esses três tem se tornado subjacente da

estabilidade regional e muitos assuntos, bilaterais e regionais, seria melhor endereçá-los a

Pequim-Tóquio-Washington no contexto triangular. Entretanto, quando o Japão advogou essa

idéia em 1997, a China mostrou um interesse morno. Pequim está preocupada em que depois da

redefinição da aliança US-Japão, um diálogo triangular pode transformar-se em um jogo de

“dois contra um”, com Tóquio e Washington aliando-se em vários assuntos, colocando Pequim

em uma posição desvantajosa. Fora dessa preocupação, Pequim prefere lidar com Washington e

Tóquio separadamente e bilateralmente. (ZHAO, 2004)

Outra preocupação de Pequim é que um mecanismo multilateral pode se transformar em

ferramenta de outras grandes potências. No quesito segurança, por exemplo, desde a

redefinição da aliança US-Japão, a China tem expressado muita oposição às alianças bilaterais.

Entretanto, isso não significa que a China está pronta para abraçar a segurança multilateral na

região Asia-Pacífico. Pequim ainda suspeita que dado o poder de domínio dos Estados Unidos

e a influência na região, Washington seria capaz de manipular o mecanismo de segurança

4 A questão do Mar do Sul da China se refere a disputas de delimitação de águas/plataformas territoriais entre a China e vários países da região.

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regional, e isto certamente não será do interesse da China. Também em virtude de algumas

preocupações dos membros regionais sobre o aumento da força chinesa, e o seu comportamento

nos assuntos como as do Mar do Sul da China, o mecanismo multilateral poderia servir como

uma coação da China em alguns aspectos. Na área econômica, durante a crise financeira

asiática de 1997, o Japão propôs estabelecer um Fundo Monetário Asiático (FMA) como um

mecanismo financeiro regional para lidar com futuras turbulências financeiras. A China

posicionou-se contrário tendo em vista que o Japão poderia usar a sua grande força financeira

para dominar essa organização, retidos os seus suportes, apesar de que na perspectiva regional,

a proposta da FMA poderia ajudar a estabilizar o ambiente financeiro asiático. (ZHAO, 2004)

Em toda parte, uma mistura de bilateralismo e multilateralismo continuará a existir no

comportamento da política externa da China. Enquanto Pequim fixara o bilateralismo como a

grande forma de suas interações com muitos países, a posição de mutilateralismo será seletiva e

específica, dependendo de como isso entrará nos cálculos de Pequim, e afetará os interesses da

China. Como resultado a tensão entre bilateralismo e multilateralismo inevitavelmente limitará

as manobras da China na esfera internacional.

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CAPÍTULO V - A QUESTÃO PETROLÍFERA E INTERNACIONALIZAÇÃO DA PRESENÇA CHINESA

5.1 – Introdução

O objetivo desse capítulo é analisar a política externa da China, no que diz respeito à

internacionalização das suas três principais empresas petrolíferas, cuja responsabilidade é de

garantir o suprimento de petróleo de longo prazo junto aos principais países produtores de

energia do planeta.

Desde a reforma e abertura econômica no final dos anos setenta a China buscou a

modernização econômica e, como conseqüência, a liderança chinesa tem desenvolvido uma

estratégia pragmática na interação com as maiores potências mundiais e vizinhos asiáticos, com

o intuito de alcançar estabilidade internacional. Entendemos por pragmatismo o

“comportamento disciplinado por nenhum valor determinado ou princípios estabelecidos”. O

pragmatismo estratégico é, portanto, ideologicamente agnóstico, tendo nada, ou pouco a fazer

com qualquer ideologia comunista ou idéias liberais (ZHAO, 2004).

O pragmatismo da China em relação à política externa iniciou-se no final da era Mao e

gozou de sua plenitude no pós Mao. No começo dos anos setenta o país desenvolvera uma

estratégia internacional não marxista baseada na interpretação estrutural de três “Mundos”. Sua

política voltou-se para a cooperação com os países em desenvolvimento do terceiro mundo e

também para os desenvolvidos Japão e Europa Ocidental. Depois que os Estados Unidos

concederam o reconhecimento diplomático à China em 1979, líderes do pós Mao trabalharam

muito para formar um triângulo estratégico em que a China desempenharia uma função crucial

entre as duas superpotências, os Estados Unidos e a União Soviética. Com o fim da Guerra

Fria, os idealizadores da política externa de Pequim trabalharam para promover a

multipolarização mundial. Visando seus interesses, a China enfatizou a desejável e provável

emergência de uma comunidade multipolar de nações soberanas respeitando mutuamente os

princípios da não interferência; (ZHAO, 2004).

A política internacional chinesa de multipolarização favoreceu a implementação da

diplomacia do petróleo que foi gerada pela necessidade chinesa de importação da commodity.

Para implementá-lo a China estabeleceu e principalmente estreitou relações com regiões ou

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países produtores de petróleo e gás. A seguir veremos que a diplomacia do petróleo foi

direcionada aos grandes produtores de petróleo e gás natural do mundo, seguindo prioridades.

5.2 África

Mesmo com presença anterior no continente, o maior engajamento da China na África

concretizou-se em meados dos anos noventa. Durante a visita ao continente africano em maio

de 1996, o Presidente Jiang Zemin lançou uma política para o continente de cinco metas,

estabelecendo os termos do novo relacionamento com a África: confiança na amizade,

igualdade na soberania, não intervenção, desenvolvimento benéfico e cooperação internacional.

A estratégia central chinesa para a África era oferecer oportunidades para o comércio,

investimentos e principalmente o acesso aos recursos minerais (TAYLOR, 2009). Desde 2000,

a estratégia da África na China tem sido dirigida por três objetivos:

A - Estratégico: garantir o acesso ao petróleo.

O rápido crescimento da economia chinesa trouxe consigo uma grande dependência do

país em relação ao petróleo externo, o que tem encorajado Pequim a procurar os países em

desenvolvimento como fornecedores de energia. Em 2004 a China tornou-se o segundo maior

consumidor do mundo de derivados de petróleo e importador de gás natural (EISENMAN e

KURLANTZICK 2006 apud KITISSOU, 2007). Consoante com esta estratégia, líderes

chineses tem repetidamente oferecido vantagens econômicas para os países africanos em troca

do acesso aos recursos naturais.

B - Econômico: Construindo uma economia global na China.

Desde 2002, o governo chinês iniciou a transformação das grandes corporações estatais

em organizações inseridas na competição global das corporações transnacionais. A África

tornou-se uma oportunidade para as empresas chinesas de manufaturas e infra-estrutura. O

governo chinês também promoveu a África como um mercado para os seus produtos e,

preferencialmente, para os de alto valor agregado e tecnológicos. (KITISSOU, 2007)

C - Diplomático: Construindo suportes diplomáticos na África.

Os Estados Africanos proporcionaram à China uma valiosa base diplomática nas

instituições internacionais. A China apresentou-se à África como generosa, prometendo uma

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nova ordem mundial multipolar, enquanto o mundo contesta a presença chinesa na Ásia e no

Ocidente. (KITISSOU, 2007)

A penetração da China na África também reduziu o espaço diplomático para Taiwan,

com poucos Estados que ainda a reconhecem como país independente da República Popular da

China (RPC). (TAYLOR, 2009)

O fortalecimento da solidariedade e da cooperação com um vasto número de países em

desenvolvimento tem sido à base da política externa da China (KITISSOU, 2007). Através da

cooperação, a China tem estabelecido uma extensiva política econômica e militar, estreitando

laços com a maioria dos países africanos. Seu principal interesse, entretanto, é assegurar fontes

estáveis de suprimento de petróleo e outras matérias-primas. (TAYLOR, 2009)

Muitas tem sido as demonstrações chinesas de aproximação com o continente africano.

Assim, a China, voluntariamente, perdoou 1,2 bilhões de dólares em dívidas dos países

africanos em 2000. Naquele ano o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) foi formado

com 45 países africanos. Seguiu-se em 2002 o encontro ministerial do FOCAC, quando foi

criado um Fundo de Desenvolvimento de Recursos Humanos Africanos exclusivamente para o

treinamento de pessoal africano. No Fórum subseqüente, realizado em Addis Ababa, propôs um

programa de três anos para treinar 10 mil africanos em uma variedade de áreas. Somente em

2004, a China investiu quase 10 bilhões de dólares em petróleo africano e foi responsável por

mais de 600 negócios em 49 países do continente. (KITISSOU, 2007).

Em 2004 apenas 2% do comércio chinês foi com a África e, por isso, o continente tem

empenhado em aumentar o comércio bilateral com a China. O comércio África-China cresceu

mais de 700% desde o primeiro Fórum China-África realizado em Pequim em 2000. No final

de 2005, a China tinha a expectativa de se tornar o terceiro parceiro comercial mais importante

da África, atrás dos Estados Unidos e da França, e na frente do Reino Unido. A longa

experiência de projetos com o Banco Mundial ajudou a construir uma “presença na África que

representa os esforços de Pequim para criar um paradigma de globalização que favoreça a

China.” (KITISSOU, 2007)

Em novembro de 2006 a reunião China-África aconteceu na China, e renovou o

compromisso chinês com o continente africano. O Fórum deliberou sobre a avaliação para o

continente africano, de um pacote de empréstimo preferencial de três bilhões de dólares e um

crédito para a compra de dois bilhões de dólares no período 2007-2009. Foram cancelados

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todos os débitos africanos que eram devidos até 2005. Estabeleceu-se um fundo de

desenvolvimento China-África de cinco bilhões de dólares fornecendo, inicialmente, capital

para as companhias chinesas investirem na África. No item treinamento de pessoal, deliberou-

se que apesar de 14 mil pessoas já treinadas pelo programa, a China treinaria outros 10 mil

profissionais africanos. Ela criaria 10 centros de excelência em agricultura e estabeleceu cinco

zonas econômicas de comércio na África, com objetivo de promover comércio e investimento.

(LYMAN 2006 apud KITISSOU, 2007)

A 4ª Conferência Ministerial do FOCAC, realizada em novembro de 2009 no Egito,

reuniu a República Popular da China e mais 49 países africanos sob o lema do

“aprofundamento do novo tipo de parceria estratégica China-África para o desenvolvimento

sustentável”. Esta Conferência esteve voltada à análise dos resultados das estratégias traçadas

no Plano de Ação (2007-2009) resultado da última Conferência, realizada em Beijing/China,

em 2006, e ao lançamento da Declaração de Sharm El Sheikh e do Plano de Ação para o

período 2010-2012 (Mundorama - A política externa chinesa e a 4ª Conferência do Fórum de

Cooperação China - África-2009 – 28 de novembro de 2009).

O Plano de Ação (2010-2012) está focado nas seguintes linhas gerais: a cooperação

institucional, envolvendo partidos, governos, organismos multilaterais, com destaque para o

lançamento do Mecanismo de Diálogo Estratégico; apoio à reconstrução africana e à paz no

continente, com prioridade para conceito de “resolução de problemas africanos pelos

africanos”; cooperação internacional, buscando aprofundar a parceria na Organização Mundial

do Comércio (OMC), a democratização dos organismos multilaterais (ONU), o fortalecimento

da cooperação Sul-Sul e a universalidade sem politização dos direitos humanos; a cooperação

econômica no âmbito da segurança alimentar, do desenvolvimento empresarial, das obras

infraestruturais, das políticas públicas (saúde, educação, etc.), entre outros (Mundorama - A

política externa chinesa e a 4ª Conferência do Fórum de Cooperação China - África-2009 – 28

de novembro de 2009).

Em mais de uma dúzia de países as empresas chinesas estão explorando petróleo e gás.

Laços econômicos e políticos foram estreitados com a Etiópia, um país não produtor de

petróleo, mas com uma localização estratégica. A capital da Etiópia, Addis Ababa, é a sede da

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União Africana e oferece oportunidades de encontro com muitos líderes africanos (KITISSOU,

2007).

A China é o segundo maior importador de petróleo do mundo e importa mais de 25% da

produção de petróleo do Golfo da Guiné e do Sudão. “A China está participando do boom do

petróleo na África, tendo estabelecido laços com regimes do Golfo da Guiné (da Nigéria a

Angola), e outros como a República da África Central, Chad, Congo, Líbia, Níger e o Sudão”

(KITISSOU, 2007).

“Essas políticas têm gerado implicações para a estabilidade internacional e pacificação

na região. A competição da China com Washington e Moscou está fazendo com que haja uma

corrida armamentista, exploração e exacerbação das tensões regionais. Pequim, Moscou e

Washington, gostam de explorar as divisões locais para manter seus respectivos objetivos”

(KITISSOU, 2007).

Diante desse estreitamento diplomático-político chinês junto aos países africanos com o

intuito principal de garantir acesso aos recursos naturais africanos (principalmente petróleo), os

bancos estatais chineses desenvolvem um importante papel como financiadores de vários

projetos petrolíferos no continente (TAYLOR, 2009). Dentre estas instituições financeiras

chineses, podemos destacar: China Development Bank (CDB), China Export & Credit

Insurance Corporation (Sinosure) e o China Export-Import Bank (Chexim). Esses bancos são

controlados pelo Conselho de Estado, o mais alto corpo político na China e operam largamente

de acordo com a política macroeconômica e diretrizes políticas estabelecidas por Pequim.

Como resultado, eles desfrutam de financiamento substancial e suporte político para o governo

central (TAYLOR, 2009).

Em 2006, um projeto financiado com empréstimo de 1,4 bilhões de dólares foi

concedido para Sonangol-Sinopec Internacional para produção de óleo e gás no bloco 18 de

Angola (KITISSOU, 2007). Um grande consórcio internacional de 13 bancos forneceu

empréstimo, mas cinco bancos chineses concederam a metade deste financiamento.

O China Development Bank (CDB) comprometeu-se com 205 milhões de dólares e o

China Export-Import Bank (Chexim) contribuiu com 200 milhões de dólares. Três bancos

comerciais estatais – China Construction Bank (144 milhões de dólares), Banco da Agricultura

da China (76 milhões) e Banco da China (75 milhões de dólares) também participaram do

consórcio (KITISSOU, 2007).

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O China Export & Credit Insurance Corporation (Sinosure) é financiador, junto com o

Banco Mundial, de uma rodovia em Uganda e tem várias operações e contratos de

financiamento de petróleo na Nigéria, incluindo as empresas Amni Petroleum, Emerald Energy

Resources Limited, Blue Water Oil e Gas Investment Company (Africa News, 2004 apud

KITISSOU, 2007). Além disso, o Sinosure tem acordos de Cooperação com as grandes

empresas chinesas de petróleo que atuam no continente, onde ele fornece todas as garantias

contra os riscos para as atividades no exterior da Petrochina, China Petroleum and Chemical

Corporation (Sinopec) e China National Offshore Oil Corporation (Asia Pulse, 2006 apud

KITISSOU, 2007).

O programa de concessão de empréstimos do Chexim gerou muita discussão sobre como

o auxílio chinês está direcionado ao acesso aos recursos naturais e contratos para empresas

chinesas. Por exemplo, um artigo do encontro China-África de 2006 relatou que “tipicamente, a

sessão com a Mauritânia envolveu a China’s Export-Import Bank que forneceu 4 bilhões de

dólares de empréstimo, enquanto quatro ou cinco novos blocos de petróleo foram concedidas às

empresas chinesas” (CALLICK, 2006 apud KITISSOU, 2007).

Desde a década de noventa, a China investiu bilhões de dólares principalmente no

Sudão, Angola e Nigéria para garantir os direitos de exploração de petróleo como veremos a

seguir.

5.2.1 - Sudão

O primeiro acordo petrolífero com o Sudão foi assinado em 1995, sendo patrocinado

pelos dois governos. Devido aos interesses petrolíferos no Sudão, Pequim exerceu seu direito

de veto no conselho de segurança da ONU, opondo-se ao anuncio da ONU de implementação

de medidas duras contra o governo sudanês (EISENMAN; HEGINBOTHAM;

MITCHELL,2007). A China é o principal explorador das reservas de petróleo na República do

Sudão e atualmente importa 60% da produção de petróleo do Sudão (World Tribune, 2004

apud KITISSOU, 2007). Em 2006 a China National Petroleum Corporation (CNPC) assinou

uma linha de crédito de 1,27 bilhão de dólares com a Chexim (International Petroleum

Finance, 2006), o maior acionista na Greater Nile Petroleum Operating Company, (GNPOC)

(KITISSOU, 2007).

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Em 2008 a importação chinesa de petróleo do Sudão foi de 209 mil barris/dia (5,8 % do

total importado), aumentando para 217 mil barris/dia nos cinco primeiros meses de 2009 (6%

do total importado) (EIA, 2009).

5.2.3 - Angola

Angola tornou-se o maior parceiro comercial da China na África, com um comércio

bilateral de 25,3 bilhões de dólares em 2008 (China Daily - Angola Becomes China’s Largest

Trade Partner in Africa – 27 de setembro de 2009) e exporta 25 % da sua produção para a

China. Vôos diretos para Pequim foram criados, como também a criação de uma Chinatown em

Luanda, como lugar de encontro dos chineses em Angola.

Em 2004, quando o Fundo Monetário Internacional condenou Angola por corrupção no

setor de petróleo, o Chexim ofereceu ao governo 2 bilhões de dólares de empréstimo para a

infra-estrutura do petróleo, para reparar as ferrovias, construir novos escritórios do

governo(WALT, 2006, apud KITISSOU, 2007). Em troca, o governo de Luanda deu

preferência para 35 empresas de construção da China durante o desenvolvimento de processos

licitatórios (BROADMAN, 2007, apud KITISSOU, 2007).

Além disso, o empréstimo foi refinadamente demarcado, sugerindo que acordos

implícitos estavam acertados. Pouco depois disso, quando a empresa francesa Total tentou

renovar a licença de um bloco de petróleo em offshore, o governo de Angola recusou-se e o

transferiu rapidamente para a Sinopec (WALT, 2006 apud KITISSOU, 2007).

Outros fatos demonstram a grande cooperação China-Angola no setor petrolífero. Num

deles a Shell teve divergências com o governo angolano, deixando que a participação de 50%

do bloco 18 fosse disponível para outros interessados. A Índia preparava-se para fechar o

acordo nesse bloco, mas a China foi considerada como vencedora no último minuto.

Simultaneamente ocorria a liberação de um outro pacote de empréstimos de 2 bilhões de

dólares pelo Chexim, enquanto a Índia liberou 200 milhões de dólares como empréstimo para

ferrovias, percebido como insignificante (CRI, 2004 apud KITISSOU, 2007). Posteriormente o

contrato do bloco 18 foi vendido a um consórcio de cinco bancos chineses e metade dos

recursos (1,4 bilhão de dólares de empréstimos financiado para o projeto), veio da joint venture

Sonangol-Sinopec que desenvolveu a exploração da concessão.

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A Sinopec adquiriu a companhia petrolífera Addax cuja sede ficava em Genebra (Suiça)

por 7,3 bilhões de dólares, o acordo de compra foi fechado no dia 24 de junho de 2009,

envolvendo as reservas de petróleo e gás em Angola, na costa oeste africana e no Iraque, o que

demonstra o interesse da China em consolidar sua presença tanto na África quanto no Oriente

Médio (China Daily – Sinopec to buy Addax for $ 7,3b - 25 de junho de 2009).

Um consórcio formado pela CNOOC, Sinopec, ONGC (empresa indiana) e a Petrobras,

adquiriu uma participação de 20% em um campo da empresa norte-americana Marathon em

Angola (operado pela empresa francesa Total) por 1,3 bilhão de dólares (China Daily -

CNOOC, Sinopec to Buy Angola Oil Stake – 18 de julho de 2009).

Todos esses fatos demonstram a grande articulação de instituições financeiras chinesas,

de propriedade estatal, no apoio às ações de suas empresas petrolíferas.

5.2.4 - Nigéria

Historicamente as empresas ocidentais tem dominado o setor petrolífero na Nigéria.

Porém as empresas chinesas começam a penetrar no país. Um exemplo é a assinatura pela

China National Offshore Oil Company (CNOOC) de um contrato com a Nigerian National

Petroleum Corporation (NNPC), em 2005, para garantir o suprimento de 30 mil barris por dia

por um ano. Hoje, alguns dos mais importantes investimentos da China na Nigéria incluem a

joint venture da Sinopec com a NNPC para desenvolver os blocos 64 e 66 (TAYLOR, 2009); a

CNOOC com a participação de 45% (2,7 bilhões de dólares) no campo offshore de Akpo que

atualmente constitui a maior aquisição no exterior da empresa (HURST, 2006; ARGUS 2007

apud KITISSOU, 2007). A eles se somam também 4 bilhões de dólares em investimento na

infraestrutura para a exportação do petróleo (HURST, 2006 apud KITISSOU, 2007), incluindo

2 bilhões de dólares para expansão da refinaria de Kaduna na Nigéria (TAYLOR, 2009).

As expansões da CNOOC e CNPC na Nigéria são apoiadas pelos empréstimos de

bancos chineses. Em particular a CNOOC tem uma linha de crédito de cerca de 1,62 bilhões de

dólares para 10 anos, que parcialmente é usada para financiar operações na Nigéria

(International Petroleum Finance, 2006). A Petrochina, subsidiária da CNPC, também recebeu

20 bilhões de yuan (2,94 bilhões de dólares) através de uma linha de crédito do Banco da

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China, o maior do gênero na China, para sustentar o desenvolvimento de longo prazo da

Companhia (People’s Daily, 2000 apud KITISSOU, 2007).

A CNOOC está tentando fechar um acordo para compra de seis bilhões de barris da

Nigéria, porém esse acordo tem sido acompanhado atentamente por outras petrolíferas como a

Total, Shell, Chevron, Exxon Mobil, que operam 23 blocos, mas 16 blocos estão com suas

licenças vencidas (Financial Times – China Seeks Big Stake in Nigerian Oil – 28 de setembro

de 2009).

5.3 - Oriente Médio

Nos últimos anos a República Popular da China tem crescido rapidamente a sua

presença no Oriente Médio e no Mundo Árabe, seja presença econômica, política ou cultural.

Prova disto foi a criação do Fórum de Cooperação Sino-Árabe, oficialmente aberto no Cairo

em setembro de 2004, promovendo encontros regulares de ministros das relações exteriores e

empresários dos países envolvidos (EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007).

O crescimento da necessidade chinesa por energia tem aumentado a dependência

chinesa por petróleo vindo do Oriente Médio e Mundo Árabe, que detém dois terços das

reservas do petróleo no Mundo (EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007).

Aproximadamente metade do petróleo importado pela China vem do Oriente Médio, apesar dos

esforços da China para diversificar o suprimento de energia, buscando fontes de suprimento na

Ásia Central, Rússia, África e Américas. Analistas chineses prevêem que devido às grandes

reservas da região, e ao relativo baixo custo de transporte entre o Oriente Médio e a China, o

petróleo proveniente do Oriente Médio e do Mundo Árabe continuará sendo a base das

importações chinesas nos próximos anos (EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL,

2007).

A dependência chinesa em relação ao petróleo da região é tão nítida que alguma

interrupção do fornecimento poderia ter significativos efeitos negativos na economia chinesa. A

preparação para uma possível interrupção causada pela guerra do Iraque, por exemplo, levou a

China aumentar a compra de petróleo em janeiro de 2003 em 77,2% em comparação com o ano

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anterior, causando o aumento do preço médio em 51%. Esse foi um importante fator no déficit

comercial da China em janeiro de 2003. (EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007)

Nos últimos anos as maiores empresas de petróleo da China, como a China National

Petroleum Corporation (CNPC), a China Petroleum and Chemical Corporation (SINOPEC), e

a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) – ganharam sucessivos contratos na

exploração, produção, refino e desenvolvimento da infra-estrutura no Irã, Omã, Argélia, Líbia e

Iraque.

Um deles com a Sinopec, que obteve um contrato na Argélia para investir 75%, de um

total de 168 milhões de dólares, para a exploração de petróleo e um projeto para produção na

parte oeste do deserto do Sahara, em 2002. Essa foi a primeira vez que uma empresa chinesa

adquiriu um projeto de desenvolvimento de petróleo na Argélia. Em outubro de 2005, a CNPC

estabeleceu o primeiro contrato de uma empresa chinesa para explorar petróleo em um campo

da Líbia, e em setembro de 2005, a CNPC venceu a concorrência para construir um novo

gasoduto na Líbia, que será o maior gasoduto da Líbia. (EISENMAN; HEGINBOTHAM;

MITCHELL, 2007).

No Iraque, as companhias chinesas se esforçam para terem uma participação na

produção de petróleo e gás, e esse esforço é perceptível na aquisição da companhia petrolífera

Addax (possui reservas de petróleo e gás no Iraque) em junho de 2009 pela Sinopec. Por sua

vez a China National Petroleum Corporation (CNPC) adquiriu os direitos de participação na

exploração, juntamente com a British Petroleum (BP), de seis campos e petróleo e de dois

campos gasíferos, sendo o maior campo o de Rumaila, que produz 1,1 milhões de barris por

dia, de uma produção total do país de 2,4 milhões de barris por dia. O campo de Rumaila é

explotado por um consórcio que envolve a Exxon Mobil e a Petronas da Malásia, além, é claro,

da CNPC e da BP (China Daily – Iraque Crude Deal ‘Boost’ for China’s Oil Security Quest –

02 de Julho de 2009).

Apesar desses desenvolvimentos, as empresa chinesas estão chegando tarde à região em

comparação com as empresas de petróleo ocidentais, e estão em desvantagem tanto em capital

quanto de tecnologia. Como tal, eles têm pouca experiência em exploração e produção na

região. Analistas chineses acreditam que as empresas de petróleo chinesas necessitam expandir

esse envolvimento na exploração e produção das atividades de produção para reduzir o custo de

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aquisição do petróleo, e que este setor requer um suporte governamental. (EISENMAN;

HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007)

Outro país onde a China penetra cada vez mais na área petrolífera é o Irã. Em 2004, o

Irã supriu 15% do petróleo importado pela China e foi o maior mercado, no exterior, para a

China no setor de projetos para construção, com mais de 120 projetos de grande escala,

desenvolvidos em todas as regiões do país. (EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL,

2007).

Em 2008 A Petrochina e a Sinopec anunciaram a compra da empresa síria, Tanganyika

Oil Company por 2 bilhões de dólares, valor superior ao oferecido pela a Companhia Nacional

Indiana de Petróleo e Gás (Bloomberg - Sinopec buys Syrian oil assets – 26 de setembro de

2008).

A diplomacia de Pequim na região do Golfo procura diversificar métodos de cooperação

em energia. Além da compra direta, Pequim negocia com os governos na região do Golfo para

expandir a cooperação bilateral em exploração, ampliar a capacidade de refino, e atrair para a

região investimentos em refinarias e indústria petroquímica chinesa. A inauguração da refinaria

e da planta industrial de petroquímica em Fujian em julho de 2005 (um investimento conjunto

da Saudi Aranco, Exxon-Mobil e Sinopec), demonstra outra faceta da política externa chinesa

junto aos países do Golfo (atração de capital árabe através de joint venture para a China),

constituindo uma nova etapa de cooperação econômica e integração com países do Golfo.

(EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007)

Pequim usa as boas relações com países considerados “problemáticos”, pelo Ocidente,

para abrir as portas de oportunidades às empresas chinesas de fazerem negócios. O discurso

chinês, da não interferência, ajuda a justificar tais práticas. (EISENMAN; HEGINBOTHAM;

MITCHELL, 2007). Pequim também sofre oposição à sua estreita relação com o Irã na ONU,

particularmente sobre o programa nuclear iraniano, que é justificado pelo discurso da não

interferência. Numa entrevista dado ao repórter chinês em 18 de junho de 2005, o embaixador

chinês no Irã criticou a política norte-americana relativa ao problema nuclear do Irã como

sendo baseado no “duplo padrão”, isto é, para o Irã os Estados Unidos utiliza critérios

diferentes dos que são utilizados para o Paquistão e Índia. Segundo Mao Yufeng, a China

necessita ter uma política amigável com o Irã para garantir o comércio anual de cerca de sete

bilhões de dólares e dos contratos de petróleo. Depois disso, “os frutos econômicos, e a

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cooperação econômica entre os dois países estão sendo ajudadas pela relação política

favorável”, disse o assessor comercial chinês para o Irã em 2005 (EISENMAN;

HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007).

5.4 - América Latina

Do ponto de vista de sua política de suprimentos a China vê a America Latina como

uma estável fornecedora de petróleo. A estimativa é que a América Latina detenha 9,7% das

reservas medidas de petróleo e 8,3% da produção mundial em 2008 (BP Statistical Review of

World Energy, 2009).

A China e a Venezuela assinaram cinco acordos de cooperação energéticos no começo

de 2005. Neles a Venezuela se comprometeu a fornecer 100 mil barris por dia à China, e

também acordou no aumento do papel a ser exercido pela China National Petroleum

Corporation (CNPC) no desenvolvimento da indústria energética na Venezuela. (BAJPACE,

“Chinese Energy Strategy in Latin America”, apud EISENMAN; HEGINBOTHAM;

MITCHELL, 2007)

China e Cuba também cooperam na exploração e produção de petróleo. Em 2005, a

China Petroleum and Chemical Corporation (Sinopec) obteve um contrato junto ao governo de

Cuba para explorar potenciais reservas de petróleo e gás na porção noroeste da costa cubana,

que poderia conter entre 4,5 a 9 bilhões de barris de petróleo. (MARTIN, 2006 apud

EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007)

Para assegurar o suprimento estável de energia, investimentos chineses em petróleo na

America Latina têm-se expandido rapidamente, principalmente através da CNPC. A CNPC

opera três campos de petróleo na Venezuela (Orimulsion, Caracoles e Intercampo). A CNPC

também ganhou os direitos de exploração e produção no campo de Talara no Peru entre os anos

de 1993 a 2003. (CNPC, 2003 apud EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007)

Companhias chinesas têm firmados acordos de exploração e produção na Colômbia e

em outros países da America Latina. A Sinopec e a Petrobras formaram uma parceria

estratégica visando um acordo de cooperação na exploração, produção, refino, marketing,

tubulação e tecnologia (WERTHEIM, 2004 apud EISENMAN; HEGINBOTHAM;

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MITCHELL, 2007). Deste acordo resultou na construção de 1960 quilômetros de um gasoduto

no Brasil interligando as regiões sudeste e nordeste a um custo de 1,3 bilhões de dólares. Já a

Sinochem Corporation adquiriu a participação de 14% no bloco 16 para exploração de petróleo

no Equador. (WERTHEIM, 2004 apud EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007)

Para aumentar o acesso às maiores fontes de energia, as empresas chinesas de petróleo

também firmam cooperação entre si, e com outras empresas no exterior. Um exemplo é a

formação da Andes Petroleum Corporation pela CNPC, Sinopec e outras. Em 2005 a Andes

Petroleum adquiriu a concessão de cinco blocos que poderão produzir 75,2 mil barris de

petróleo por dia e teve reservas medidas de 143 milhões de barris (EISENMAN;

HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007). Essa aquisição foi feita através de compra do petróleo

e oleoduto da EnCana corp, uma grande produtora de petróleo e gás natural canadense.

Apesar dos esforços, a China tem-se deparado com um grande problema na importação

de petróleo da América do Sul: o transporte de petróleo proveniente da costa do Atlântico para

a China (EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007). As barreiras do transporte

podem ser divididas em dois grupos:

1)transporte da costa do Atlântico para a costa do Pacífico;

2) a movimentação do petróleo da costa do Pacífico para a China.

O primeiro problema é o alto custo. Os grandes petroleiros não podem passar pelo

Canal do Panamá. Por essas circunstâncias, a Venezuela está negociando com o Panamá para

construir um oleoduto para o Pacífico na costa panamenha. O segundo problema tem relação

com a segurança da costa. Neste aspecto há preocupações de Pequim sobre os efeitos da

presença naval dos Estados Unidos e outros fatores marítimos no transporte estrangeiro de

petróleo para a China (EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007). Sem nenhuma

rota alternativa para o petróleo da América do Sul, a China dependerá da cooperação e do bom

relacionamento com os Estados Unidos para garantir a segurança no Pacífico, pelo menos a

curto prazo.

Mesmo com os problemas de logística e segurança a China tem manifestado interesse

pelo petróleo da América do Sul. O exemplo disto foi a assinatura, de um contrato com a

Petrobras, de empréstimo de 10 bilhões de dólares em troca do fornecimento de 200 mil barris

por dia de petróleo, a ser extraído da camada pré sal. (China Daily – Chinese investment rises

in Latin America - 28 de maio 2009), como também do consórcio entre a CNPC e a Total

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(companhia petrolífera francesa) para o desenvolvimento de dois grandes campos petrolíferos

na Venezuela, com investimentos entre 7 a 10 bilhões de dólares. (Reuters - Total, CNPC to bid

on Venezuela oil blocks – 4 de julho de 2009).

5.5 - Ásia Central

A China tem quatro objetivos principais na Ásia Central que define suas ações na

região. Primeiro, a China tem estratégia e metas diplomáticas na Ásia Central que fazem parte

da política externa chinesa. Segundo, a China procura proteger a estabilidade e segurança das

fronteiras depois do colapso da União Soviética. Terceiro, a China busca impedir algumas

influências externas nos assuntos da região ocidental, incluindo possível apoio para os

separatistas em Xinjiang. Por último, os interesses econômicos e comerciais da China na

região, especialmente o desenvolvimento dos recursos energéticos, que estão se transformando

num importante fator de desenvolvimento interno dos países da região (EISENMAN;

HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007).

Em 2005, a China exportou cerca de 5 bilhões de dólares de produtos para a Ásia

Central, enquanto importou apenas 3,5 bilhões de dólares. Dos países da Ásia Central, o

Cazaquistão tem o maior intercâmbio comercial com a China, num total de sete bilhões de

dólares, refletindo a importância do setor energético na pauta de exportações dos países (Global

Trade Atlas Online apud EISENMAN; HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007). Esses números

podem ser baixos comparativamente ao comércio chinês com outras regiões, porém, há a

tendência de crescimento do comércio bilateral, à medida de maior quantidade de energia a ser

exportado pelo Cazaquistão para a China.

Para diversificar as fontes de suprimento e aumentar a segurança energética, a China

quer estabelecer na Ásia Central, particularmente no Cazaquistão, uma importante fonte de

suprimento de energia (petróleo e gás natural). Em junho de 1997, a China, através da National

Petroleum Corporation (CNPC) investiu 4,3 bilhões de dólares na empresa de petróleo

Aktyubinskneft, do Cazaquistão, garantindo à China a participação de 63% em três campos,

com um total estimado de 1 bilhão de barris de petróleo de reservas. Como parte desse acordo,

China e Cazaquistão também aceitaram construir um gasoduto de 3 mil quilômetros, por cerca

de 3 bilhões de dólares, ligando o mar Cáspio a Xinjiang (EISENMAN; HEGINBOTHAM;

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MITCHELL, 2007). O gasoduto, quando completado, transportará inicialmente 10 milhões de

toneladas por ano de gás natural e posteriormente a capacidade será duplicada.

Um novo “passo” para a consolidação da presença chinesa no Cazaquistão foi dado com

a aquisição de 11% da participação acionária na empresa de petróleo e gás do Cazaquistão, JSC

KazMunaiGas Exploration Production (KMG EP), por 939 milhões de dólares, aquisição feita

pelo fundo soberano chinês China Investment Corporation (CIC) (China Daily – China

Sovereign Fund Buys Stake in Kazakhstan Oil Firm – 30 de setembro de 2009).

Outro investimento na área, o gasoduto Cazaquistão – Xianjing, tem sido considerado

antieconômico por muitos especialistas, mas isso reflete a estratégia da China para garantir os

recursos energéticos e o custo que se paga pela segurança energética (EISENMAN;

HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007). Esse projeto visa diminuir a insegurança da China com

a importação do petróleo russo da Sibéria, procurando diversificar futuras fontes de suprimento.

A China continua a investir no Cazaquistão, Quirquistão, Turcomenistão, Ubequistão,

Tajirquistão e Geórgia. Nenhum desses, entretanto, tem oferecido o mesmo potencial para a

China como os campos gasíferos do Cazaquistão.

Enquanto esses projetos não entram em funcionamento, o Cazaquistão está exportando

uma pequena quantidade de petróleo para a China. Em 2007, a China importou 85 mil

barris/dia de petróleo do Cazaquistão (Energy Information Administration of US Government

(EIA) – Cazaquistão - Fevereiro de 2009) e esse petróleo é transportado por ferrovia. Porém

existem projetos de construções de algumas ferrovias ligando a China à Ásia Central. Eles

incluem uma nova ferrovia, que está sendo construída, entre Xinjiang e Uzbequistão, que

passará pelo Quirquistão, e outra possível ferrovia que incluirá o Tajiquistão. (EISENMAN;

HEGINBOTHAM; MITCHELL, 2007)

A intenção é conectar essa rede de novas ferrovias com o corredor de transporte

rodoviário Europa-Cáucaso-Asia (TRACECA), que contará com financiamento conjunto de

250 milhões de dólares do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), do

Banco de Desenvolvimento da Ásia e Cooperação Econômica Regional da Ásia Central

(CAREC) que financiaram 1,5 bilhões de dólares no projeto da nova rodovia que interligará a

China à Europa, visando integração e ampliação dos setores de transporte, energia e comércio.

Há, ainda, projetos de infra-estrutura que incluem a já finalizada linha ferroviária Urunai-

Almaty, a nova rodovia de 360 km entre Lake Issyk e Kul no Quirquistão, e a ligação do Aksu a

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Xinjiang, que foi construída e financiada pela China. (EISENMAN; HEGINBOTHAM;

MITCHELL, 2007)

A política chinesa inclui, também, empréstimos para desenvolvimento de campos de gás

e petróleo na região. Assim em 2009, a China emprestou ao Turcomenistão um total de 3

bilhões de dólares, para expandir o campo de gás natural de South Yolotan. O empréstimo

reforça os esforços da China para atingir os seus objetivos referentes aos contratos de longo

prazo de fornecimento de energia, aumentando sua segurança energética. Está, ainda, em

construção um gasoduto de 7 mil quilômetros entre China e o Turcomenistão. O campo de

South Yolotan, no Turcomenistão, está localizado perto da fronteira com o Afeganistão, tendo

reservas de aproximadamente 6 trilhões de metros cúbicos de gás natural, sendo uma das

maiores reservas de gás natural do mundo. A imprensa do Turcomenistão informou que o país

concordou em vender 40 bilhões de metros cúbicos de gás natural anuais, a partir do final de

2010, à China (China Economic Review - China, Turkmenistan in $3b energy loan deal - 8 de

junho de 2009).

5.6 – Rússia

O comércio bilateral Sino-Russo depende do desenvolvimento do setor de

hidrocarbonetos, que constituem a principal pauta das exportações russas. A Rússia é um dos

maiores produtores mundiais de petróleo, o maior produtor (tabela 5.1) e exportador de gás,

além de ser o maior exportador mundial de energia, contribuindo com a maior parte das receitas

provenientes das suas exportações. Por outro lado os chineses, por serem o segundo maior

consumidor de energia do mundo (tabela 5.2), precisam de fontes confiáveis e de fornecimento

de longo prazo, e tem grande interesse nas fontes e fornecimento de energia russa.

A crise financeira internacional reforçou a posição do setor energético no âmbito da

política externa e dos interesses de investimento conjunto sino-russo, com o objetivo de

alavancar o comércio bilateral e estabelecer uma aliança estratégica no setor energético, como

forma de garantir os respectivos crescimentos econômicos. Por isso os dois países anunciaram

o aumento dos investimentos no setor energético como forma de enfrentar a crise econômica

mundial. “Existem contratos no gás natural e energia nuclear que deverão ser implementados e

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novos acordos que devem ser assinados”, disse o President Hu Jintao (China Daily, China,

Rússia to boost co-op in finance, energy - 03 de abril de 2009).

Tabela 5.1: Principais produtores mundiais de gás natural entre 1998 -2008 (Bilhão de metros cúbicos).

Fonte: O autor, a partir da BP Statistical Review of World Energy de junho de 2009.

Tabela 5.2: Os maiores consumidores mundiais de petróleo entre 1998 - 2008 (Milhão de barris-dia).

Fonte: O autor, a partir da BP Statistical Review of World Energy de junho de 2009.

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O volume do comércio entre os dois países atingiu 50 bilhões de dólares no último ano,

mas há ainda potencial para expansão. Em 2008 a China foi o segundo maior parceiro

comercial da Rússia somente atrás da União Européia, enquanto a Rússia passou a ser o nono

maior parceiro comercial da China, enquanto era o sétimo no ano anterior (China Daily -

China, Russia to enhance mutual investment – 27 de março de 2009).

A China e Rússia assinaram em fevereiro de 2009, sete acordos num programa de

cooperação para recursos energéticos, em que incluem a construção de um oleoduto, um

contrato de fornecimento de petróleo de longo prazo e um plano de financiamento entre o

Banco de Desenvolvimento da China e a empresa de transporte ferroviário da Rússia (China

Daily - China, Russia ink oil cooperation agreement – 21 de abril de 2009).

Um dos acordos é o contrato de empréstimo financeiro, em troca por petróleo, assinado

pelos dois países no mês de abril, no qual a China fornece empréstimo de longo prazo no valor

de 25 bilhões de dólares (10 bilhões de dólares do oleoduto da Transneft e outros 15 bilhões de

dólares para a principal estatal do petróleo, a Rosneft). Em troca a Rússia fornecerá 300

milhões de toneladas (ou 300 mil barris/dia) de petróleo, entre 2011 a 2030. Esse suprimento de

petróleo é equivalente a cerca de 4 % do consumo diário da China (China Daily - China, Russia

to enhance mutual investment – 21 de abril de 2009).

Por outro lado este acordo de abril de 2009 prevê a construção de um oleoduto

interligando os dois países, com o objetivo de transportar petróleo da Rússia para Mohe, no

nordeste da China (na província de Heilongjiang). O projeto conta com a construção de 64

quilômetros de oleoduto na parte russa, que começou em 27 de abril, enquanto a parte chinesa

percorrerá 965 quilômetros (China Daily - Work starts on pipe to Russian oil – 19 de maio de

2009).

Esta instalação russa de gás liquefeito poderá, talvez, ser uma das fontes de

abastecimento a vários portos chineses que também possuem instalações para recebimento de

gás liquefeito importado.

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CAPÍTULO VI - INTERNACIONALIZAÇÃO DA CNPC (2003-2008)

6.1 - Introdução

O objetivo desse capítulo é analisar a internacionalização da China National Petróleo

Corporation (CNPC), por se tratar da maior companhia petrolífera chinesa e tem

desempenhado um papel importante no que tange ao suprimento de energia na China e também

pela possibilidade de realização de lucros através das atividades de downstream e upstream no

exterior. As fontes de dados básicos da pesquisa deste capítulo foram os relatórios anuais da

empresa entre 2003 a 2008.

6.2– Presença da CNPC no exterior

Os primeiros investimentos em petróleo e gás feito pela CNPC no exterior foram no

Cazaquistão, Sudão e Venezuela em 1997. A partir desse momento os investimentos

aumentaram de forma rápida e constante (tabela 6.01).

Tabela 6.01 – Presença da CNPC no exterior em exploração e produção de petróleo e gás natural: no de países.

ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008

PAÍSES 11 12 23 26 26 29

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 a 2008. O percentual de aumento da presença da CNPC no exterior entre 2003 a 2008 foi de

163%.

A internacionalização das atividades da CNPC abrangia de forma mais contundente

apenas estes três países, e em 2008 o número de países passou para 29, compreendendo países

da América do Sul, Central e do Norte, Ásia Central, África, Ásia, Oceania e Oriente Médio,

como apresenta a tabela 6.02.

Page 96: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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As regiões produtoras de petróleo e gás natural em que ocorreram aumento da presença

da CNPC entre 2003 a 2008 foi o Oriente Médio, África, Ásia Central e América do Sul,

respectivamente (tabela 6.03).

Tabela 6.02 – Presença da CNPC em exploração e produção de petróleo e gás natural nos continentes.

ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008

PAÍSES 11 12 23 26 26 29

América do Sul 2 2 3 4 3 3

América Central - - - - 1 2

América do Norte - - 1 1 1 1

África 4 5 7 9 9 10

Ásia - - 3 3 3 3

Oceania 1 1 1 1 1 1

Ásia Central 3 3 4 5 5 5

Oriente Médio 1 1 4 3 3 4

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 a 2008.

Page 97: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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Tabela 6.03: Percentual de aumento da internacionalização da CNPC nas regiões produtoras entre 2003-2008. Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre os anos de 2003 a 2008.

6.3 - Produção interna e externa de petróleo bruto e gás natural da CNPC

A produção interna de petróleo bruto da CNPC passou de 102,08 milhões de toneladas

métricas em 2002 para 108,25 milhões de toneladas métricas em 2008. A tabela 6.04 apresenta

a produção interna de petróleo da CNPC entre 2002 e 2008.

Tabela 6.04: Produção interna de petróleo bruto da CNPC entre os anos de 2002 - 2008.

ANO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

PRODUÇÃO

(Petróleo)

(Milhão de toneladas

métricas)

102,08

103,94

104,55

105,95

106,64

107,65

108,25

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 a 2008.

REGIÕES PRODUTORAS

PERÍODO

(2003-2008)

(∆%)

Oriente Médio. 300

África. 150

Ásia Central. 66

América do Sul. 50

Oceania. 0

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O percentual de aumento da produção interna de petróleo bruto da CNPC entre 2002-

2008 foi de 6,0%.

A produção externa passou de 21,18 milhões de toneladas métricas em 2002, para 62,20

milhões de toneladas de petróleo por ano em 2008. A tabela 6.05 apresenta a produção externa

de petróleo bruto da CNPC entre 2002 e 2008.

Tabela 6.05. Produção externa de petróleo bruto da CNPC entre 2002-2008.

ANO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

PRODUÇÃO

(Petróleo)

(Milhão de toneladas

métricas)

21,18 25,20 30,12 35,82 54,60 60,19 62,20

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008.

O percentual de aumento da produção de petróleo bruto da CNPC no exterior entre

2002-2008 foi de 193,67%.

A participação da produção externa de petróleo bruto da CNPC na produção interna da

empresa aumentou de 16,03 em 2001 para 57,46 em 2008, como apresenta a tabela 6.06.

Page 99: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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Tabela 6.06: Participação da produção externa de petróleo na produção interna da CNPC entre 2001 -2008.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

*

*

**

101,23

16,23

16,03

102,08

21,18

20,74

103,94

25,20

24,24

104,55

30,12

28,8

105,95

35,82

33,8

106,64

54,60

51,2

107,65

60,19

56

108,25

62,20

57,46

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2001 a 2008. * Produção interna de petróleo (Milhão de toneladas métricas). * Produção externa de petróleo (Milhão de toneladas métricas). **Participação da produção externa de petróleo bruto da CNPC na produção total da empresa (%).

A produção interna de gás natural passou de 20,58 bilhões de metros cúbicos em 2001

para 61,75 bilhões em 2008. A tabela 6.07 apresenta a produção interna de gás natural da

CNPC entre 2001-2008.

Tabela 6.07: Produção interna de gás natural da CNPC entre 2001-2008.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

PRODUÇÃO

(BILHÃO DE METROS

CÚBICOS)

20,58

22,53

24,88

28,66

36,67

44,21

54,25

61,75

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008.

Page 100: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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O percentual de aumento da produção interna de gás natural da CNPC entre 2001-2008

foi de 200 %.

A produção externa de gás natural da CNPC passou de 0,74 bilhões de metros cúbicos

em 2000 para 6,73 bilhões de metros cúbicos em 2008. A tabela 6.08 apresenta a produção de

gás natural da CNPC no exterior entre 2000 a 2008.

Tabela 6.08 – Produção externa de gás natural da CNPC entre os anos de 2000-2008.

ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

PRODUÇÃO

(BILHÃO DE METROS

CÚBICOS)

0,74 0,93 1,26 1,92 3,55 4,02 5,7 5,36 6,73

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008.

O percentual de aumento da produção externa de gás natural da CNPC entre 2000-2008

foi de 809 %.

A participação da produção externa de gás natural na produção total da CNPC passou de

4,5 % em 2001 para 12,38 % em 2004, entre 2005 e 2008 houve oscilações na participação

total (tabela 6.09).

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Tabela 6.09: Participação da produção externa de gás natural na produção interna da CNPC entre 2001-2008.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

*

*

**

20,58

0,93

4,5

22,53

1,26

5,6

24,88

1,92

7,7

28,66

3,55

12,38

36,67

4,02

11

44,21

5,7

12,9

54,25

5,36

9,88

61,75

6,73

10,9

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. * Produção interna de gás natural (Bilhão de metros cúbicos). *Produção externa de gás natural (Bilhão de metros cúbicos). **Participação da produção externa de gás natural na produção total da CNPC (%).

Destes dados concluímos que o crescimento da produção petrolífera no exterior pela

CNPC é menor que o verificado na produção de gás. O primeiro cresceu 193,67 % entre 2002-

2008 e já representa 57 % da sua produção. Externamente no gás este crescimento foi de 434

%, mas ainda representa apenas 10,9 % da produção interna de gás natural pela CNPC.

Estes grandes crescimento de produções externas de petróleo e gás natural bem

superiores aos incrementos internos, mostra a importância da internacionalização da CNPC.

6.4 - Os países de maior produção de petróleo da CNPC

A CNPC realiza atividades de exploração e produção de petróleo em 29 países além de

outras dezenas de países em que a companhia presta serviços para a exploração e produção de

petróleo e gás, distribuição de petróleo e gás e vendas de equipamento. Dentre esses países três

se destacam como os países de maior produção de petróleo aonde a CNPC atua: Sudão,

Cazaquistão e Venezuela.

A produção de petróleo bruto da CNPC no Sudão passou de 13,89 milhões de toneladas

métricas em 2003 para 24,9 milhões em 2008 (tabela 6.10).

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Tabela 6.10: Produção de Petróleo Bruto da CNPC no Sudão entre 2003-2008. ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008

PRODUÇÃO

Milhão de toneladas métricas por ano 13,89 15,74 16,38 16,38 24,3

24,9

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008.

O percentual de aumento da produção de petróleo bruto da CNPC no Sudão entre 2003-

2008 foi de 79 %.

A participação da produção de petróleo bruto no Sudão em relação ao total produzido

pela CNPC no exterior, reduziu de 55 % em 2003 para 30 % em 2006, em decorrência de maior

diversidade de fontes produtoras no exterior pela CNPC, e do crescimento da produção de

petróleo em outros países da empresa. Depois aumentou para 40 % em 2008 (tabela 6.11).

Tabela 6.11: Participação da produção de petróleo bruto no Sudão no total produzido pela CNPC no exterior entre 2003-2008.

ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008

*

*

**

13,89

25.20

55

15,74

30.12

52,25

16,38

35,82

45,72

16,38

54,60

30

24,3

60,19

40,37

24,9

62,20

40

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. *Produção de petróleo da CNPC no Sudão (Milhão de toneladas métricas). * Produção total de petróleo da CNPC no exterior (Milhão de toneladas métricas). **Participação da produção de petróleo no Sudão no total produzido pela CNPC no exterior (%).

A produção de petróleo bruto da CNPC no Cazaquistão passou de 1,2 milhões de

toneladas métricas em 2003 para 18 milhões em 2008 (tabela 6.12).

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Tabela 6.12: Produção de Petróleo Bruto da CNPC no Cazaquistão entre 2003-2008.

ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008

PRODUÇÃO

(Milhão de toneladas métricas por ano)

1,2 5,78 *NI 18 18 18

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. *Não informado.

O percentual de aumento da produção de petróleo bruto da CNPC no Cazaquistão entre

2003-2008 foi de 1400 %.

A participação da produção de petróleo bruto no Cazaquistão em relação a produção

total da CNPC no exterior aumentou de 4,76 % em 2003 para 35,87% em 2005, quando iniciou

uma tendência de redução para 29% em 2008 (tabela 6.13).

Tabela 6.13: Participação da produção de petróleo bruto no Cazaquistão no total produzido pela CNPC no exterior entre 2003-2008.

ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008

*

*

**

1,2

25.20

4,76

5,78

30.12

19,18

**NI

35,82

**NI

18

54,60

33

18

60,19

30

18

62,20

29

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. *Produção de petróleo da CNPC no Cazaquistão (Milhão de toneladas métricas). **Não informado * Produção total de petróleo da CNPC no exterior (Milhão de toneladas métricas). ** Participação da produção de petróleo no Cazaquistão no total produzido pela CNPC no exterior (%). A produção de petróleo bruto da CNPC na Venezuela passou de 1,47 milhões de

toneladas métricas em 2004 para 11,2 milhões em 2008 (tabela 6.14).

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Tabela 6.14: Produção de petróleo bruto na Venezuela entre 2003 a 2008.

ANO *2003 2004 2005 2006 2007 2008

PRODUÇÃO

Milhão de toneladas métricas por ano *NI 1,47 8,98 9 9 11,2

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. *Não informado

O percentual de aumento da produção de petróleo bruto da CNPC na Venezuela entre

2004-2008 foi de 662 % .

A participação da produção de petróleo bruto na Venezuela em relação ao total

produzido pela CNPC no exterior enfrentou oscilações, com aumento e redução na participação

entre 2004 e 2008 (tabela 6.15).

Tabela 6.15: Participação da produção de petróleo bruto na Venezuela no total produzido pela CNPC no exterior entre 2003-2008.

ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008

*

*

**

**NI

25.20

**NI

1,47

30,12

4,88

8,98

35,82

25,03

9

54,60

16,48

9

60,19

15

11,2

62,20

18

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. * Produção de petróleo da CNPC na Venezuela (Milhão de toneladas métricas). **Não informado. * Produção total de petróleo da CNPC no exterior (Milhão de toneladas métricas). **Participação da produção de petróleo bruto na Venezuela no total produzido pela CNPC (%).

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6.5– Reservas interna e externa de petróleo da CNPC

As reservas internas de petróleo da CNPC passou de 1.647,67 milhões de toneladas

métricas em 2002 para 1.935,50 milhões em 2008 (tabela 6.16).

Tabela 6. 16: Reserva interna de petróleo da CNPC

ANO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

RESERVAS

Milhão de

Toneladas

Métricas

1.647,67 1.639,72 1.648,98 1.654,69 1.827,12 1.949,24 1.935,50

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008.

O percentual de aumento das reservas internas de petróleo da CNPC no exterior entre

2002-2008 foi de 17,46% .

O volume das reservas de petróleo da CNPC no exterior passou de 457,21 milhões de

toneladas em 2002 para 1001,69 milhões de toneladas de petróleo. A tabela 6.17 apresenta o

volume das reservas de petróleo da CNPC no exterior entre 2002 a 2008.

Tabela 6.17: Reservas de petróleo da CNPC no exterior entre 2002-2008.

ANO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

RESERVAS

Milhão de Toneladas

Métricas

457,21 531,2 559,58 638,01 883,78 936,19 1001,69

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008.

O percentual de aumento das reservas de petróleo da CNPC no exterior entre 2002 -

2008 foi de 119% .

A participação das reservas externas de gás natural nas reservas totais (interna) da

CNPC aumentou de 27,74% em 2002 para 51,75% em 2008 (tabela 6.18), mostrando a

importância das reservas externas de petróleo para o fornecimento energético futuro da China.

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Tabela 6.18: Participação das reservas externas de petróleo nas reservas totais (interna) da CNPC entre 2002-2008.

ANO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

*

*

**

1.647,67

457,21

27,74

1.639,72

531,2

32,4

1.648,98

559,58

34

1.654,69

638,01

38,55

1.827,12

883,78

48,37

1.949,24

936,19

48

1.935,50

1001,69

51,75

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre os anos de 2002 e 2008. * Reservas internas de petróleo da CNPC entre 2002-2008 (Milhão de toneladas métricas). * Reservas de petróleo da CNPC no exterior entre 2002-2008 (Milhão de toneladas métricas). **Participação das reservas externas de petróleo nas reservas totais da CNPC entre 2002-2008 (%).

6.6– Reservas interna e externa de gás natural da CNPC.

As reservas internas de gás natural da CNPC expandiram de 1.481 bilhões de metros

cúbicos em 2002 para 2.443,8 bilhões em 2008 (tabela 6.19).

Tabela 6.19: Reservas internas de gás natural da CNPC entre 2002 - 2008.

ANO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

RESERVAS

Bilhão de Metros

Cúbicos

1.481 1.674 1.805,20 1.954,30 2.095,5 2.188,9 2.443,8

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008.

O percentual de aumento das reservas internas de gás natural da CNPC entre 2002-2008

foi de 24% .

O volume das reservas de gás natural da CNPC no exterior passou de 77,1 bilhões de

metros cúbicos em 2002 para 169,80 bilhões de metros cúbicos em 2008. A tabela 6.20

apresenta o aumento das reservas de gás natural da CNPC no exterior entre 2002 - 2008.

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Tabela 6.20: Reservas de gás natural da CNPC no exterior entre 2002 - 2008.

ANO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

RESERVAS

Bilhão de Metros Cúbicos 77,1 84,8 81,4 104,6 119,7 131,20 169,80

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. O percentual de aumento das reservas de gás natural da CNPC no exterior entre 2002 -

2008 foi de 120% .

Houve uma diminuição da participação das reservas externas de gás natural em relação

ao total das reservas da CNPC, entre 2002 e 2004, 5,2% e 4,5% respectivamente. Porém entre

2005 e 2008 ocorreu o inverso, ou seja, em 2005 a participação foi de 5,35%, aumentando para

7% em 2008 (tabela 6.21).

Tabela 6.21: Participação das reservas externas de gás natural nas reservas interna da CNPC entre 2002-2008.

ANO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

*

*

**

1.481

77,1

5,2

1.674

84,8

5

1.805

81,4

4,5

1.954

104,6

5,35

2.095

119,7

5,7

2.188

131,20

6

2.443

169,80

7

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2002 e 2008. * Reservas interna de gás natural da CNPC entre 2002-2008 (Bilhão de Metros Cúbicos). *Reservas externa de gás natural da CNPC entre 2002-2008 (Bilhão de Metros Cúbicos). ** Participação das reservas externas de gás natural nas reservas totais da CNPC entre 2002 -2008 (%).

6.7 – Infra-estrutura da CNPC no exterior e na China.

O crescimento das atividades de dowstream e upstream da CNPC no exterior requereu a

construção de uma rede de oleodutos e gasodutos para propiciar tanto a exportação da matéria

prima para a China, quanto para o refino e transformação química das mesmas. Os oleodutos e

gasodutos estão concentrados principalmente no Sudão e Cazaquistão, porém estão em curso a

construção de oleodutos e gasodutos interligando países como Rússia, Turcomenistão,

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Azerbaijão e Uzbequistão com a China, como é o gasoduto Ásia Central-China. A tabela 6.22

apresenta a extensão dos oleodutos e gasodutos da CNPC no exterior entre 2001 e 2008.

Tabela 6.22: Extensão dos oleodutos e gasodutos da CNPC no exterior entre 2001-2008.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

EXTENSÃO

(km) 1506 1954 1954 2677 *NI 5200 5200 5200

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. *Não informado (NI).

O percentual de aumento na extensão dos oleodutos e gasodutos da CNPC no exterior

entre 2001-2008 foi de 245% .

A extensão dos oleodutos e gasodutos da CNPC na China expandiu de 30.622

quilômetros em 2004 para 42 mil quilômetros em 2008 (tabela 6.23).

Tabela 6.23: Extensão dos oleodutos e gasodutos da CNPC na China entre 2003 - 2008.

ANO *2003 2004 2005 2006 *2007 2008

EXTENSÃO

(km) *NI 30,622 32,193 35,264 *NI 42,000

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. *Não informado (NI).

O percentual de aumento na extensão dos oleodutos e gasodutos da CNPC na China

entre 2004 – 2008 foi de 37% .

A participação total da extensão dos oleodutos e gasodutos da CNPC no exterior

aumentou de 8,74% em 2004 para 14,74% em 2006 e em 2008, reduziu para 12,38% (tabela

6.24).

Page 109: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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Tabela 6.24: Percentual de participação da extensão dos oleodutos e gasodutos no exterior na CNPC em relação a extensão total na China.

ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008

*

*

**

* *NI

1954

**NI

30,622

2677

8,74

32,193

**NI

**NI

35,264

5200

14,74

**NI

5200

**NI

42,000

5200

12,38

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. *Extensão dos oleodutos e gasodutos da CNPC na China entre 2003-2008 (Km). **Não informado (NI). *Extensão dos oleodutos e gasodutos da CNPC no exterior entre 2003-2008 (Km). ** Participação da extensão dos oleodutos e gasodutos no exterior na CNPC no total na China (%).

A capacidade de transporte dos oleodutos e gasodutos da CNPC no exterior passou de

12,5 milhões de toneladas métricas de petróleo e gás por ano em 2001 para 52 milhões de

toneladas métricas em 2008. A tabela 6.25 apresenta o aumento da capacidade de transporte

dos oleodutos e gasodutos da CNPC no exterior entre 2001 a 2008.

Tabela 6.25: Capacidade de transporte dos oleodutos e gasodutos da CNPC no exterior entre 2001-2008.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

RESERVAS

Milhões de Toneladas

Métricas

12,5 12,5 20,6 20,74 *NI 52 52 52

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. *Não informado (NI).

O percentual de aumento da capacidade de transporte dos oleodutos e gasodutos da

CNPC no exterior entre 2001-2008 foi de 316% .

O volume de petróleo e gás transportado pela CNPC no exterior passou de 11,04

milhões de toneladas métricas de petróleo e gás em 2001 para 36,67 milhões de toneladas

métricas em 2008 (tabela 6.26). Note-se que a capacidade de transporte de oleodutos/gasodutos

da CNPC no exterior manteve-se a mesma entre 2006 - 2008.

Page 110: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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Tabela 6.26: Volume de petróleo e gás natural transportado pela CNPC no exterior entre 2001 - 2008. ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

RESERVAS

Milhões de Toneladas Métricas 11,04 11,82 16,57 20,74 *NI 26,5 26,5 36,67

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. *Não informado (NI).

O percentual de aumento do volume de petróleo e gás natural transportado pela CNPC

no exterior entre 2001-2008 foi de 232%.

6.8 – Capacidade e volume externo e interno de refino e química da CNPC

Atualmente a CNPC possui três refinarias no exterior, que estão localizadas no Sudão

(iniciou as operações em 2003), Argélia (iniciou as operações em 2006) e Cazaquistão (a

CNPC adquiriu em 2005), nas cidades de Khartoum, Adrar e Shymkent respectivamente. Com

isso a capacidade de refino e química da CNPC no exterior passou de 2,5 milhões de toneladas

métricas por ano em 2001 para 11,6 milhões de toneladas métricas por ano em 2008. A tabela

6.27 apresenta a capacidade de refino e química da CNPC no exterior entre 2001 a 2008.

Também, como no transporte, a capacidade de refino e química no exterior manteve-se estável

entre 2006 -2008.

Tabela 6.27: Capacidade de refino e química da CNPC no exterior entre 2001-2008.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

VOLUME

(Milhões de toneladas métricas

por ano).

2,5 2,5 2,5 3,0 *NI 11,6 11,6 11,6

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. *Não informado (NI).

Page 111: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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O percentual de aumento da capacidade de refino e química da CNPC no exterior entre

2001 – 2008 foi de 364% .

A capacidade interna de refino e química da CNPC apresentou um aumento de 105,27

milhões de toneladas métricas por ano em 2001, para 130,81 milhões em 2008 (tabela 6.28).

Note-se que em 2006 ocorreu uma pequena redução da capacidade em relação ao ano anterior.

Tabela 6.28: Capacidade interna de refino e química da CNPC entre 2001-2008.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

VOLUME

(Milhões de toneladas

métricas por ano).

105,27 108,17 110,4 115,83 121 120,62 124,07 130,81

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 a 2008.

O percentual de aumento da capacidade interna de refino e química da CNPC entre

2001-2008 foi de 24,26% .

O percentual de participação da capacidade externa em relação a capacidade total de

refino e química da CNPC entre 2001-2008, apresentou oscilações de aumento e diminuição da

participação no mencionado período (tabela 6.29).

Page 112: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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Tabela 6.29: Percentual de participação da capacidade externa em relação à capacidade interna de refino e química da CNPC entre 2001-2008.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

*

*

***

105,27

2,5

2,37

108,17

2,5

2,31

110,4

2,5

2,26

115,83

3,0

2,6

121

**NI

**NI

120,62

11,6

9,61

124,07

11,6

9,35

130,81

11,6

8,86

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. * Capacidade interna de refino e química (Milhão de toneladas métricas). * Capacidade interna de refino e química (Milhão de toneladas métricas). **Não informado (NI). *** Participação da capacidade externa na capacidade total de refino e química da CNPC entre 2001-2008 (%).

O volume do processamento interno de refino e química da CNPC entre 2001-2008,

apresentou aumento de 87,95 milhões de toneladas métricas em 2001 para 125,3 milhões em

2008 (vide a tabela 6.30).

Tabela 6.30: Volume do processamento interno de refino e química da CNPC entre 2001-2008.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

VOLUME

Milhões de Toneladas

Métricas

87,95

89,47

92,55

103,70

110,61

115,87

122,72

125,30

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008.

O percentual de aumento do volume do processamento interno de refino e química da

CNPC entre 2001-2008 foi de 42,46% .

O processamento de refino e química da CNPC no exterior é realizado nas suas três

refinarias, tendo o volume saltando de 2,30 milhões de toneladas métricas em 2001 para 9,18

Page 113: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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milhões de toneladas métricas em 2008. A tabela 6.31 a seguir apresenta o volume do

processamento de refino e química da CNPC no exterior entre 2001 e 2008.

Tabela 6.31. Volume do processamento de refino e química da CNPC no exterior entre 2001-2008.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

VOLUME

Milhões de Toneladas

Métricas

2,30 2,5 2,5 2,95 4,8

8,2

9,16 9,18

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008.

O percentual de aumento do volume do processamento de refino e química da CNPC no

exterior entre 2001-2008 foi de 300%.

Entre 2001 e 2004 houve oscilações de aumento e diminuição do percentual de

participação do volume do processamento externo de refino e química em relação ao

processamento total da CNPC, entre 2005 e 2007, houveram aumentos na participação e em

2008 houve uma pequena redução em relação ao ano anterior (tabela 6.32).

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Tabela 6.32: Percentual de participação do volume do processamento externo de refino e química em relação ao processamento interno da CNPC entre 2001-2008.

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

*

*

**

87.95

2,30

2,61

89.47

2,5

2,8

92.55

2,5

2,7

103.7

2,95

2,84

110.61

4,8

4,34

115.87

8,2

7

122.72

9,16

7,46

125.3

9,18

7,32

Fonte: O autor a partir dos dados coletados nos anuários da CNPC entre 2003 e 2008. * Volume do processamento interno de refino e química da CNPC entre 2001-2008 (Milhão de toneladas métricas). * Volume do processamento de refino e química da CNPC no exterior entre 2001-2008 (Milhão de toneladas métricas). ** Participação do volume do processamento externo de refino e química no processamento total da CNPC entre 2001-2008 (%). 6.9 - Conclusões

A internacionalização da CNPC é uma síntese da política externa chinesa do petróleo,

tanto pela sua importância (maior empresa petrolífera chinesa) quanto pelo número de países

em que atua.

O rápido crescimento de suas operações no exterior, demonstra a importância das

atividades, principalmente, de exploração e produção de petróleo e gás natural para o

abastecimento energético chinês.

A maior presença nas três principais regiões produtoras de petróleo e gás natural do

planeta (África, Oriente Médio e Ásia Central), demonstra o pragmatismo da política externa

chinesa como apresentado no capítulo IV, porém existe uma tendência de aumento da atuação

da CNPC na América do Sul, a partir da consolidação da aliança energética estratégica com a

Venezuela e do aumento da compra de petróleo bruto do Brasil, além da aquisição de ativos de

exploração e produção de petróleo e gás natural de companhias estrangeiras que operam no

Brasil. Essa perspectiva é também vislumbrada pelas outras duas grandes empresas petrolíferas

chinesas, a Sinopec e a CNOOC.

Page 115: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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CAPÍTULO VII - CONSIDERAÇÕE FINAIS

A segurança do abastecimento de petróleo tem emergido como um assunto central da

política externa da China. O crescimento das importações afeta temas internos, como a

economia e a política. Assim, a China tem adotado várias políticas direcionadas para a

diminuição de efeitos adversos do aumento da dependência do petróleo importado,

diversificando as fontes e rotas de petróleo importado e de forma a minimizar possíveis

interrupções de suprimento. Uma de suas preocupações está na confiança dos carregamentos

marítimos através do estreito de Málaca. A China tem reduzido a proporção de seus

suprimentos petrolíferos do Oriente Médio com o aumento das compras na África, Ásia Central

e Rússia (WEO, 2007), e também da América Latina, mais recentemente. Essa diversificação

de fontes de suprimento com diferentes vias de transporte estão associados na busca de

segurança energética.

Insere-se na sua política a obtenção de petróleo por outras vias, como o oleoduto do

Cazaquistão, e por ferrovias e rodovias da Rússia, contrabando para a diminuição dos efeitos de

alguma possível interrupção do transporte marítimo. Existem, ainda, planos de aumentar a

capacidade dos oleodutos provenientes do Cazaquistão e para construir um oleoduto oriundo da

Sibéria ocidental, na Rússia, além da importação de Gás Natural Liquefeito (GNL) proveniente

de Mianmar. A China, também importará petróleo da Rússia através de um novo oleoduto, num

investimento de 13 bilhões de dólares, interligando o leste da Sibéria ao Oceano Pacífico, com

capacidade de 0,6 milhão de barris/dia. Além disso, o país está construindo instalações de

armazenamento para estoques de petróleo de emergência, com capacidade de 100 milhões de

barris de petróleo nos próximos anos (WEO, 2007), de modo a ter condições de garantir

suprimento em eventualidades.

Todas essas medidas adotadas pelo governo chinês em prol da melhoria do seu

abastecimento de petróleo visam aperfeiçoar a segurança energética do país, evitando-se o

desabastecimento de combustível, com graves conseqüências econômicas.

O carvão, por ser a principal fonte energética na China, possui uma importância

estratégica para a segurança e confiabilidade do funcionamento do sistema energético, além de

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ser um grande indutor da economia interna, principalmente nas províncias produtoras e,

sobretudo nas províncias do oeste, que são menos desenvolvidas.

Por ser uma atividade econômica indispensável para boa parte das províncias chinesas,

isto dificulta as ações do governo central de fechar as minas de carvão que não respeitam as

normas de segurança e higiene ou que são ineficientes do ponto de vista econômico.

A reestruturação do setor ocasionou o surgimento de alguns grandes grupos minerais de

carvão na China. Buscando dar confiabilidade ao sistema industrial e garantindo o

fornecimento deste insumo mineral e a segurança do sistema elétrico. Visou também maior

controle e redução de acidentes nas minas, o que vem acontecendo nos últimos anos, mesmo

que ainda com números altos em comparação aos outros grandes produtores de carvão. Outro

objetivo foi o de reduzir as emissões de gases poluentes, já que a China é acusada pela

comunidade internacional de ser grande poluidora, e que não faz nada para mudar tal condição.

A China possui três companhias petrolíferas, criadas pelo governo central, com atuação

bem definida para cada uma delas. Isso se deu nos anos oitenta, e com isso organizou o seu

mercado interno de petróleo tanto do ponto de vista da exploração, produção e distribuição,

quanto do refino e da petroquímica. Isto propiciou ao mercado interno a confiabilidade e

segurança de fornecimento de petróleo e gás.

Fatores negativos, como o saturamento da produção petrolífera da parte oeste do país,

somado à limitação atual da produção offshore de petróleo e gás natural no mar da China

(objeto de disputa por vários países da região) impossibilitam a médio prazo o aumento da

produção interna de petróleo, que seja capaz de atender a demanda, obrigando o país a recorrer

ao carvão para atender suas necessidades energéticas.

A mudança da política externa chinesa após a morte de Mao Tsé Tung possibilitou à

China modernizar suas relações diplomáticas com o intuito de aproximar e estreitar seus laços

políticos e econômicos com uma maior variedade de países, objetivando principalmente

dinamizar suas relações comerciais, “abrindo caminhos” para os produtos chineses e

assegurando fontes confiáveis de recursos minerais.

Ao mudar sua orientação externa, a China passou a adotar como base o pragmatismo,

em detrimento da ideologia comunista de Mao. Além disso, houve a adoção de alguns

princípios que passaram a nortear a política externa chinesa junto a outros países. Esses

princípios são responsáveis por todas as ações adotadas por tal política tanto no âmbito das

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Nações Unidas (principalmente no Conselho de Segurança) quanto nas relações comerciais

envolvendo relações diretas com outro país ou em organismos multilaterais.

A política externa chinesa tornou-se uma diplomacia refinada, haja vista que há um

envolvimento de vários setores do Estado chinês, além de bancos estatais, empresas estatais ou

privadas que fazem parte do desenvolvimento e concretização dos acordos firmados entre o

governo chinês no âmbito do bilateralismo e multilateralismo.

Com o crescimento da China no cenário econômico e político internacional, a síndrome

de dupla identidade de grande potência versus país pobre diminuirá, e a China está sendo capaz

de atuar de forma mais visível nos assuntos internacionais. A integração completa da China

dentro do contexto regional e global obrigará a ter uma maior responsabilidade na nova ordem

mundial que está se constituindo, que é um mundo mais interdependente e multipolar.

A expansão da internacionalização das companhias chinesas de petróleo em todos os

continentes, mostra-nos uma situação paradoxal. Por um lado a atuação em dezenas de países

produtores de petróleo e gás natural, por outro essa mesma atuação se baseia principalmente em

quatro países (Sudão, Cazaquistão, Venezuela e Angola), três destes países são analisados no

capítulo que trata da internacionalização da CNPC.

A política energética chinesa envolve vários setores do Estado, como a política de longo

prazo determinado pelo Conselho de Estado, que participa da liberação dos recursos financeiros

por parte dos bancos estatais para as empresas chinesas de petróleo realizarem acordos com os

países produtores de petróleo e gás; que envolvem a compra direta de petróleo, aquisição do

direito de concessão para exploração ou liberação de empréstimos financeiros para os países

produtores de petróleo e gás natural.

A internacionalização das empresas petrolíferas chinesas é importante tanto para

garantir o suprimento de petróleo a longo prazo quanto para estreitar relações política e

econômica com os mais variados países, de diferentes regiões, possibilitando uma maior

inserção chinesa na comunidade internacional. A criação de Fóruns como o China – África e

China – Países Árabes se insere numa política diplomática que tem trabalhado a penetração em

países produtores de petróleo e gás natural.

A participação em organismos multilaterais quanto pelo fortalecimento dos laços

políticos e econômicos nas relações bilaterais se volta também para fortalecimento dos

interesses chineses, entre os quais estão a política de suprimento energético.

Page 118: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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No exemplo de internacionalização enfocado a CNPC o início do processo de

internacionalização das atividades de exploração e produção de petróleo da CNPC se iniciou

nos anos noventa. Esse movimento passou por um período de aumento constante das atividades

mencionadas, e atualmente encontra-se em fase de consolidação, principalmente nos três países

analisados onde se tem maior presença.

A CNPC está presente em 29 países, desenvolvendo atividades de exploração e

produção de petróleo e gás natural e em vários outros prestando serviços de apoio à exploração

e produção, serviços de engenharia ou vendas de equipamentos. As atividades de exploração e

produção estão distribuídas em todos os continentes, com maior concentração na África, Ásia

Central, Oriente Médio e América do Sul.

O Sudão, Cazaquistão e Venezuela são responsáveis por mais da metade da produção de

petróleo bruto da CNPC no exterior. Coincidentemente dois desses países (Sudão e Venezuela)

não possuem boas relações diplomáticas com os Estados Unidos, que os acusam de violar

direitos humanos e por praticar atos contra a democracia apesar da Venezuela continuar sendo

um importante fornecedor de petróleo para os Estados Unidos. Este fato leva o governo chinês

a sofrer pressão por parte dos Estados Unidos e de alguns países ocidentais pela relação

econômica com os governos sudanês e venezuelano. Mesmo assim, a diplomacia petrolífera

chinesa tem respaldado a penetração das empresas e interesses chineses nestes países.

Além da importância dada pela CNPC às atividades de exploração e produção de

petróleo e gás natural no exterior, a atividade de transporte tornou-se vital para a continuidade

do crescimento das atividades, haja vista a construção do gasoduto Ásia Central-China, que

interligará Turcomenistão, Uzbequistão, Cazaquistão e a China. Esse gasoduto exercerá duas

funções importantes para os interesses estratégicos chineses, pois contribuirá para a melhoria

no abastecimento energético da China, tornando-o mais confiável, além de contribuir ao

desenvolvimento da região autônoma de Xinjiang (localizada na porção nordeste do país), que

possui a maioria étnica Uygur, onde há movimento pela autonomia e independência.

No caso da CNPC vimos claramente, que em quase todos os aspectos o crescimento das

atividades da empresa no exterior, no período 2001-2008, superam, em muito, o crescimento

das atividades da empresa na própria China, o que destaca a importância da internacionalização

das atividades externas. Na medida em que a demanda por petróleo e gás natural crescem, com

crescimento das importações, esta atividade externa terá cada vez mais relevância.

Page 119: A DIPLOMACIA DO PETRÓLEO E A ...livros01.livrosgratis.com.br/cp149295.pdfTabela 3.3: Produção e reservas de petróleo e gás natural da CNOOC em 2008.....40 Tabela 3.4: Produção

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De nossos estudos resumimos que:

a) A crescente demanda de petróleo e gás pela China e crescimento das importações

destes produtos forçam uma mudança de estratégia empresarial, diplomática é

empresarial, de forma a garantir o suprimento no curto e longo prazo;

b) A estratégia de internacionalização de empresas petrolíferas se insere nesta garantia

de suprimento;

c) O Estado chinês respalda a penetração de suas empresas petrolíferas através de uma

sofisticada diplomacia petrolífera, que permite boas relações e ambiente favorável à

esta penetração;

d) O Estado chinês através de organismos estatais incluindo bancos favorecem esta

acelerada internacionalização da atividade petrolífera chinesa;

e) A China tem se utilizado de conflitos diplomáticos e políticos entre alguns países

exportadores de petróleo e os EUA para penetrarem, de forma acelerada na

atividade petrolífera nestes países.

f) Na estratégia chinesa tem espaço a maior interação com seus países petrolíferos

vizinhos, de modo a diversificar não apenas as fontes, mas também as rotas de

fornecimento de suprimentos de petróleo e gás. Muitas vezes a ação se faz em

parcerias com empresas estatais de outros países, ou com empresas privadas.

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SUGESTÕES

Entendemos que o tema foi tratado e identificado a importância, aceleração e estratégia

de internacionalização da atividade de empresas petrolíferas chinesas. No entanto, por

limitações de tempo, um novo estudo poderia aprofundar os casos, estudando-se também a

CNOOC e Sinopec em suas atividades externas, de modo mapear o conjunto de empresas

estatais chinesas do ramo petrolífero, o que poderia revelar outras orientações seja espaciais

(outros países como prioritários?), parcerias, logística ou estratégia.

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