A disciplina da igreja (conclusão): o Código de Disciplina ... · de autoridade — os Concílios...

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A disciplina da igreja (conclusão): o Código de Disciplina da IPB Misael Batista do Nascimento | 05/07/2020 Classe novos membros | conteúdo adicional 5c

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A disciplina da igreja (conclusão): o Código de Disciplina da IPB

Misael Batista do Nascimento | 05/07/2020

Classe novos membros | conteúdo adicional 5c

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Tópicos da aula

• Conceito, objetivos e estrutura do CD/IPB

• Usos comuns do CD/IPB

• O CD/IPB e a Sagrada Escritura

O que veremos hoje

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O estudo da disciplina eclesiástica exige um entendimento, ainda que resumido, do Código de

Disciplina da Igreja Presbiteriana do Brasil (CD/IPB)

Este código integra o Manual Presbiteriano

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Conceito, objetivos e estrutura do CD/IPB

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O CD/IPB é o conjunto de leis que regulamenta os processos disciplinares dentro da Igreja

Presbiteriana do Brasil

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Objetivos do Manual PresbiterianoPromulgado em 1950

• Estabelece o perfil e modo de funcionamento da IPB [Perigo de perda de identidade ou de inconsistência na gestão legal e pastoral]

• Ajudar na resolução de questões de ordem administrativa, litúrgica e disciplinar

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Estrutura do CD/IPBNove capítulos

• Capítulo I, natureza e finalidade da disciplina eclesiástica

• Capítulo II, faltas

• Capítulo III, penalidades

• Capítulo IV, Tribunais

• Capítulo V, suspeição e incompetência

• Capítulo VI, processo disciplinar

• Capítulo VII, recursos em geral

• Capítulo VIII, execução do processo

• Capítulo IX, restauração

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Usos comuns do CD/IPB

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Código de Disciplina (CD/IPB)

Conselhos Presbitérios Sínodos Supremo Concílio

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Início de formalização do 3º estágio disciplinar

Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Mateus 18.15 Mateus 18.16 Mateus 18.17-20

Conselho

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Encaminhar um irmão no passo 3 implica escrever uma queixa ou denúncia (Art. 42 do CD/IPB)

O queixoso ou denunciante apresenta a situação apoiado pelas testemunhas que o acompanharam

no passo 2

Quem apresenta a queixa está sujeito à censura de difamador, caso seja demonstrado que agiu de má

fé, nos termos do Art. 47 do CD/IPB

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No passo 3, caso se decida acolher a denúncia ou queixa, o Conselho se torna Tribunal e abre

um processo disciplinar formal

O processo deve seguir a regulamentação do capítulo VI do CD/IPB

São registrados os atos processuais, a falta cometida e a penalidade disciplinar

estabelecida pelo Conselho, nos termos dos capítulos II e III do CD/IPB

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Cada detalhe é encaminhado a fim de coibir abusos de autoridade — os Concílios da IPB não podem exigir nada que não seja bíblico (Art. 4 § único)

Mesmo quando há desobediência comprovada à Escritura, o modo de encaminhar e aplicar a

disciplina deve também corresponder aos padrões amorosos da Palavra de Deus e do CD/IPB

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O indivíduo pode recorrer a uma instância superior, nos termos do capítulo VII do CD/IPB

As ações do Concílio são registradas em ata a fim de tornar-se verificável a correção ou falha do

processo de disciplina

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O processo de disciplina no Conselho

• Primeira providência: verificar a pertinência do processo, nos termos do Art. 46

• Segunda providência: tentar resolver a questão sem aplicação de penas disciplinares (Art. 43)

• Caso não haja possibilidade de resolver, o Conselho é estabelecido como Tribunal, nos termos do Art. 18

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Providências de formalização processualArt. 48, alíneas “a” a “c”

• Autuação (confecção de pasta)

• Citação (convocação para depoimento)

• O Conselho mantém um arquivo dos casos de disciplina de terceiro passo, para caso de recurso

• Convocação para depoimento: prazo de pelo menos oito dias, em data, lugar e horário conveniente ao acusado, que deverá comparecer pessoalmente (Art. 44 § único, Art 48 § 1º e 2º)

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Conversa com denunciadoTrês possibilidades

• Admissão do erro e disposição para corrigi-lo » aplicação de pena correspondente à falta e acompanhamento pastoral como auxílio à restauração. No momento adequado, ocorre a restauração (Art. 9, alíneas “a” e “b”)

• Admissão do erro e persistência no pecado » admoestação para arrependimento e fé. Se o ofensor continuar resistindo às admoestações, exclusão (Art 9, alínea “c” do CD/IPB e Art. 23, alínea “a” da CI/IPB)

• Afirmação de inocência – negação da acusação » acionadas as testemunhas. O acusado poderá nomear um defensor ou procurador (Arts. 44 e 56 a 59)

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Andamento e conclusão dos processos

• Todos os processos são encaminhados até a apuração dos fatos e julgamento condizente, nos termos dos Arts. 60-64 e 68-112, 133, destacando-se que, no caso das faltas veladas, isso se dá “perante o tribunal ou em particular” e, no caso de faltas públicas, “além da ciência pessoal, dar-se-á conhecimento à igreja” (Art. 14)

• “Toda e qualquer pena deve ser aplicada com prudência, discrição e caridade, a fim de despertar arrependimento no culpado e simpatia da igreja” (Art. 15)

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Instâncias de julgamento

• Membros e oficiais são julgados por Conselhos

• Pastores são julgados por presbitérios

• Presbitérios são julgados por Sínodos

• Sínodos são julgados pelo Supremo Concílio (Art. 19-23)

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Disciplina de pastores

• O pastor é pastoreado pela igreja local. Pelos membros da igreja, os pastores são disciplinados nos passos ou estágios 1 e 2

• O pastor é pastoreado pelo Conselho (Art. 36 § único e Art, 39, da CI/IPB). Dentro do Conselho, os pastores são disciplinados nos passos ou estágios 1 e 2

• O pastor que não ouve igreja é encaminhado ao Presbitério. Um pastor que não se submete à disciplina de seu Presbitério é deposto do ministério (Art. 9, alínea “d”, do CD/IPB)

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O CD/IPB e a Sagrada Escritura

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O CD/IPB regulamenta os processos disciplinares a partir dos ensinos gerais da Escritura

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• A prática dos passos disciplinares de Mateus 18.15-20 (Art. 46, alínea “b”)

• O CD/IPB compreende o valor da disciplina como instrumento divino para “exercer a justiça, manter a paz, [...] preservar a unidade e promover a edificação da igreja de Cristo” [CD/IPB. Preâmbulo, p. 138]

• Princípios bíblicos » disciplina como marca da Igreja

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Confissão de Fé Escocesa

7 Portanto, nós cremos, confessamos e declaramos que as marcas da verdadeira Igreja são, primeiro e antes de tudo, a verdadeira pregação da Palavra de Deus, na qual Deus mesmo se revelou a nós, como nos declaram os escritos dos profetas e apóstolos; segundo, a correta administração dos sacramentos de Jesus Cristo, os

quais devem ser associados à Palavra e à promessa de Deus para selá-las e confirmá-las em nossos corações; 8 e, finalmente, a disciplina eclesiástica

corretamente administrada, como prescreve a Palavra de Deus, para reprimir o vício e estimular a virtude. 9 Onde quer que essas marcas se encontrem e

continuem por algum tempo — ainda que o número de pessoas não exceda de duas ou três — ali, sem dúvida alguma, está a verdadeira Igreja de Cristo, o qual,

segundo a sua promessa, está no meio dela. 10 Isto não se refere à Igreja Universal de que falamos antes, mas às igrejas particulares, tais como as que

havia em Corinto, 11 na Galácia, 12 em Éfeso 13 e noutros lugares onde o ministério foi implantado por Paulo e às quais ele mesmo chamou igrejas de Deus

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• A disciplina aplicada na IPB visa a glória de Deus e o benefício dos envolvidos no processo, nos termos bíblicos da prática da santidade e do amor cristãos

• Os parâmetros estabelecidos pelo CD/IPB, devidamente seguidos, limitam a possibilidade de falsas acusações, abrem espaço para ampla defesa do acusado, organizam o modo de condução dos processos disciplinares e possibilitam o exercício da justiça entre os irmãos

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O CD/IPB é bíblico e útil como instrumento de manutenção da pureza, decência e ordem da

igreja (1Co 6.1-2; 14.40)

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ConclusãoNosso ideal de serviço

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O desafio prático

Riscos da igreja

Legalismo

Liberalismo moral

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O desafio das marcas de autenticidade

• A pregação da Palavra e a administração correta dos sacramentos, sem a prática da disciplina » tinta embelezando sepulcros (Mt 23.27)

• Viver o evangelho demanda coragem concedida pelo Espírito do Senhor (Is 11.2; 2Tm 1.7)

• Ensinar uns aos outros as coisas que o Senhor ordenou implica recorrer continuamente a Jesus, que está conosco até a consumação do século (Mt 28.20)

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A cultura vigente tenta nos moldar segundo um padrão cada vez mais individualista

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As igrejas são pressionadas a se tornarem meros centros de convivência que disponibilizam “alívio”

psicológico aos seus membros

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Não podemos ouvir o “canto da sereia”

Se queremos ser “uma família de discípulos de Jesus Cristo comprometida com a Bíblia”, temos de

nos dispor a viver a disciplina cristã

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A disciplina da igreja (conclusão): o Código de Disciplina da IPB

Misael Batista do Nascimento | 05/07/2020

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