A Diversidade Sexual Entre Os Adolescentes e o Bullyng Na Escola

download A Diversidade Sexual Entre Os Adolescentes e o Bullyng Na Escola

of 7

Transcript of A Diversidade Sexual Entre Os Adolescentes e o Bullyng Na Escola

  • 5/25/2018 A Diversidade Sexual Entre Os Adolescentes e o Bullyng Na Escola

    http:///reader/full/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-es

    1

    A diversidade sexual entre os adolescentes e o bullyng na escola .

    A DIVERSIDADE SEXUAL ENTRE OS ADOLESCENTES E O BULLYNG NAESCOLA .

    MARIA EUGNIA TEIXEIRA

    RESUMO

    A adolescncia um perodo de descobertas e de construo de sua personalidade. Porisso alguns usam de atitudes violentas para se auto-afirmar em meio ao grupo, enquantooutros so vtimas de tais agresses. Um dos motivos destas atitudes est relacionada arejeio e a falta de respeito para com o surgimento de novas orientaes sexuais na

    sociedade, e o fato de que desde de cedo os adolescentes j assumirem seus desejos.Aescola, que muitas vezes, o palco de situaes assim, tem o dever de combater asaes de jovens que levam seus colegas humilhaes, insultos e violncia fsica, quecaracterizam o bulliyng.

    INTRODUO

    H algum anos a sociedade vem passando por profundas transformaes no que tange avida das pessoas, dentre elas tem-se incorporado ao cotidiano das mesmas, situaes emque se deparam com novas maneiras de se encarar o gnero em que o indivduo seenquadra e as novas formas que ele encontra para viver a sua sexualidade.

    Integrando-se gradualmente no convvio social, os sujeitos que assumiram estasidentidades que diferem do modelo idealizado como o correto, ainda so vtimas dediscriminao e excluso dos direitos bsicos de um ser humano.

    E a escola como espao naturalmente destinado a educao, no s aquela que ensina aler e escrever no papel, mas a fazer a leitura de mundo como sugere Paulo Freire (2000), tem por obrigao abrir os olhos daqueles que a freqentam e com esta mantm

    vnculo, ou seja, toda a comunidade escolar, para que enxerguem tais modificaes nasrelaes sociais, atravs da tica do respeito ao prximo, sem deixar-se controlar peloimpulso discriminatrio que tem se formado ao longo dos tempos em relao aquelesque no querem e nem precisam mais esconder a sua orientao sexual, assumindoassim, de fato, o papel de espao fundamental para a promoo do respeito mtuo e daigualdade.

    Vale ressaltar que a escola um dos ambientes, mais propcios para os atos de violnciacontra essas pessoas, seja fsica ou moral, uma vez que o lugar, onde se concentravrios adolescentes, em fase de construo de sua personalidade. Esses comportamentosagressivos no mbito escolar, que ocorrem de forma intencional e repetitiva, so

    chamado de Bulliyng, uma palavra inglesa sem traduo ainda no Brasil.

  • 5/25/2018 A Diversidade Sexual Entre Os Adolescentes e o Bullyng Na Escola

    http:///reader/full/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-es

    2

    DESENVOLVIMENTO

    A escola no pode esquecer que a infncia e a adolescncia so fases intensas de

    descobertas e que ela prpria um lugar de vivncias significativas e de recordaesque Lopes ( 2000) chama de marcas, que sero levadas para o resto da vida.

    Assim como no pode ignorar que a adolescncia o perodo em que o individuo estdescobrindo a sua sexualidade e buscando as formas de viv-las com o outro, at

    porque, isso bem evidente no comportamento dos estudantes, numa tentativa dechamar ateno para suas descobertas, que muitas vezes, so reprimidas, taxadas comoalgo inadmissvel para os padres de comportamento desejado pelos funcionrios queali trabalham.

    E desta forma, que fica bem claro que a sexualidade no algo apenas individual, mas

    uma questo social e tambm poltica como frisa Lopes( 2000).Isso porque asociedade que dita o que certo ou errado e a escola,apenas digere essas regras ereproduz o discurso dela, ajudando a perpetuar o modelo de sociedade em que precisoter a orientao sexual relacionada ao seu sexo oposto para conseguir ser aceito.

    Pois como afirma Lopes a admisso de uma nova identidade de gnero considerada

    uma alterao essencial, uma alterao que atinge a essncia do sujeito, como se

    no sentir-se atrado pelo mesmo sexo fizesse a pessoa a cometer um crime contra o quea sociedade estipulou ser uma lei.

    E exatamente assim que so tratados pelos colegas e at pelos professores, oshomossexuais, ou as pessoas que no possuem as caractersticas ou comportamentos deacordo com o corpo que possui, pois no so s aqueles que sofrem as consequncias deagirem fora dos padres determinados socialmente e culturalmente ao longo dahistria,mas todos e quaisquer menino e meninas que exprimam modelos de

    masculinidades ou feminilidades muito destoantes do modelo hegemnico, tambm sovtimas de discriminao e violncia.( BRASIL, 2007, p.32).

    Entretanto, as pessoas alvos do preconceito, vistas em um primeiro momento comoindivduos que desafiam o que se tem como modelo de sociedade, passam a seratacadas, com apelidos pejorativos, xingamentos, humilhaes e at espancamentos. Na

    verdade, torna-se meros objetos de diverso, prazer e poder nas mos de outros maisfortes.

    Por serem, em nmero menor e apresentar caractersticas que destoam dos grupos maispopulares, so ainda, pessoas com baixa auto-estima e, portanto, so mais vulnerveisas ofensas, que caracterizam o bulliyng.

    interessante ressaltar que, a escola uma forte aliada a favor das atitudes queviolentam a identidade assumida e que alm de tudo ainda, esto sendo construdasnestes jovens, assim como em seus colegas que encontram nas agresses verbais, fsicase psicolgicas contra os primeiros uma forma de afirmar, por sua vez, a identidade que

    tambm est sendo construda.

  • 5/25/2018 A Diversidade Sexual Entre Os Adolescentes e o Bullyng Na Escola

    http:///reader/full/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-es

    3

    Ela se torna responsvel para que tais situaes de discriminao sejam protagonizadasdentro do seu espao, atravs, da forma como so trabalhados os currculos formais eocultos, na maioria das vezes, desconsiderando essas transformaes que ocorrem emtodo o mundo e principalmente, ao redor e dentro de seus muros, e que deveriam ter umlugar para serem discutidas por todos e valorizadas como algo que veio com fora

    procurando o seu lugar na sociedade atual.

    CONCLUSO

    E desta forma que a escola torna-se conivente com a situao, quando no procuraadotar medidas consistentes e eficazes para coibir o bulliyng e principalmente, parafazer germinar a criticidade, ou seja, a capacidade de pensar sobre seus prprios atos,naconscincia dos que praticam esses j citados e quaisquer tipos de violncia contra oshomossexuais,neste caso, o adolescente.

    A escola no pode ficar preocupada apenas com a formao intelectual dos alunos que a

    freqentam, fazendo que torne-se mquinas prontas para enfrentar o mercado detrabalho, mas deve voltar-se para a questo da formao cidad e tica dos indivduosque j esto inseridos em uma sociedade que historicamente e culturalmente machista,mas que tem se renovado nas ltimas dcadas e tem abarcado novas identidades,concepes de gnero e de sexualidade.

    Assim, as instituies de ensino no podem ser espaos vidos, exclusivamente, porcorpos escolarizados, mas ser locais onde o respeito aos direitos humanos so a base soba qual est fundamentado o trabalho realizado com os estudantes.

    Leia mais em:http://www.webartigos.com/artigos/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-escola/87590/#ixzz2XEkdMlNm

    A escola e a diversidade sexual

    Artigos publicados no site

    Henrique Caetano Nardi*

    No Brasil, a intensidade das formulaes homofbicas e heterossexistas presentes nasescolas alarmante. Estudo recente1 da UNESCO, envolvendo estudantes brasileiros doensino fundamental, seus pais e professores, aponta para um alto grau de rejeio homossexualidade na comunidade escolar. As concluses da pesquisa afirmam que umtero de pais de alunos e um quarto dos prprios alunos no gostariam quehomossexuais fossem colegas de escola de seus filhos (essa taxa de rejeio chega a60% em alguns estados).

    Nessa mesma pesquisa, foram selecionadas pelos estudantes do sexo masculino seisformas de violncia por ordem de gravidade. A hierarquizao deveria ser estabelecidaentre as seguintes opes: atirar em algum, estuprar, usar drogas, roubar, andar armado

    e espancar homossexuais. A agresso contra homossexuais ocupou o 6 lugar, como aao menos grave que se pode praticar no ambiente escolar. Outro trabalho realizado

    http://www.webartigos.com/artigos/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-escola/87590/#ixzz2XEkdMlNmhttp://www.webartigos.com/artigos/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-escola/87590/#ixzz2XEkdMlNmhttp://www.psicologia.ufrj.br/nipiac/index.php?option=com_content&view=article&id=97:a-escola-e-a-diversidade-sexual&catid=20:artigos-publicados-no-site&Itemid=28http://www.psicologia.ufrj.br/nipiac/index.php?option=com_content&view=category&id=20:artigos-publicados-no-site&layout=blog&Itemid=28http://www.psicologia.ufrj.br/nipiac/index.php?option=com_content&view=category&id=20:artigos-publicados-no-site&layout=blog&Itemid=28http://www.psicologia.ufrj.br/nipiac/index.php?option=com_content&view=article&id=97:a-escola-e-a-diversidade-sexual&catid=20:artigos-publicados-no-site&Itemid=28http://www.webartigos.com/artigos/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-escola/87590/#ixzz2XEkdMlNmhttp://www.webartigos.com/artigos/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-escola/87590/#ixzz2XEkdMlNm
  • 5/25/2018 A Diversidade Sexual Entre Os Adolescentes e o Bullyng Na Escola

    http:///reader/full/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-es

    4

    pela UNESCO2 sobre os valores sociais dos professores mostrou que, embora a maioriados professores concorde com a introduo de temas contemporneos no currculo, taiscomo preveno ao uso de drogas, sade reprodutiva e violncia; muitos ainda tratam ahomossexualidade como perverso, doena e deformao moral, colaborando - pela viado silncio ou de posturas negligentes em relao aos insultos e aos maus tratos - para a

    reproduo da violncia associada homofobia.

    De acordo com Borrillo a homofobia uma manifestao arbitrria que consiste em

    designar o outro como contrrio, inferior ou anormal. Sua diferena irredutvel o colocaem outro lugar fora do universo comum dos humanos (BORRILLO, 2000, p. 3). As

    manifestaes da homofobia esto presentes em culturas nas quais a experincia dorespeito ao outro na sua diversidade pouco exercitado. Nossa sociedade marcada poruma forte desigualdade (cuja marca da escravido ainda se faz presente de formavigorosa), a qual conjuga o desrespeito s formas no heterossexuais de sexualidade

    com a origem de classe, a cor e a etnia.

    Resultados de pesquisas realizadas em vrias partes do mundo3 apontam para a relaoentre cultura homofbica e alto ndice de suicdio e de sofrimento psquico (o qual podese apresentar sob a forma de comportamentos de risco como o uso abusivo de drogas,sexo sem proteo e violncia) entre os jovens gays, lsbicas e transexuais. Estesestudos apontam para uma dinmica do sofrimento derivada da incorporao pelos

    jovens da homofobia presente na sociedade levando construo de uma imagemnegativa de si mesmos.

    Na direo do enfrentamento das formas de produo do sofrimento psquico nos jovensno heterossexuais e no sentido de colaborar para a produo de uma cultura de respeitoaos direitos sexuais como direitos humanos nos associamos enquanto pesquisadores (ons aqui se refere a meu grupo de pesquisa) formao Educando para a Diversidade

    construda em parceria pela Secretaria Municipal de Educao de Porto Alegre,Secretaria Estadual da Educao do Rio Grande do Sul e coordenada pela ONG

    Nuances4.

    O objetivo do conjunto de aes que compem este projeto visa a formar professores darede de ensino e construir estratgias de combate homofobia no contexto da escola. O

    projeto em questo foi aprovado e conta com o financiamento do Ministrio da

    Educao, enquadrando-se no mbito de aes do programa Brasil sem Homofobia doGoverno Federal.

    A anlise5 inicial dos efeitos desta formao muito positiva. O carter inovador daexperincia foi ressaltado pelos participantes da primeira turma (professoras e

    professores das escolas pblicas da rede municipal), uma vez que a proposta pedaggicado projeto foi construda a partir de uma perspectiva de trocas entre professoras(es) dasescolas pblicas, pesquisadoras(es) e militantes de grupos LGBT.

    Os relatos das experincias de enfrentamento do preconceito por parte de lsbicas,transexuais-transgneros-travestis e gays foram particularmente valorizados pelas(os)

    professoras(es). Entretanto, se o ganho para a aprendizagem pessoal considerado

  • 5/25/2018 A Diversidade Sexual Entre Os Adolescentes e o Bullyng Na Escola

    http:///reader/full/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-es

    5

    importantssimo e transformador, as(os) professoras(es) ainda se encontram muitoreceosas(os) em relao s formas possveis de interveno nas suas escolas de origem.

    As(os) participantes compreendem que no existe uma frmula nica aplicvel a todasas situaes e o receio no deriva de dificuldades relacionadas s metodologias de

    interveno. O receio tem origem no medo resultante de experincias vividas na escolapelo simples fato de freqentar a formao, o que gera a suspeita dos colegas; ou seja,como se o fato de intervir no campo do combate homofobia, imediatamente

    produzisse um contgio (elas(es) passam a ser identificadas(os) como homossexuais).Alm deste efeito de contaminao (o que as(os) expem ao mesmo preconceito que

    elas(es) pretendem enfrentar), existe uma sensao de falta de informao. Acreditamosque, para alm do fato de muitas vezes a formao ter sido a primeira vez que estas(es)

    professoras(es) tiveram a oportunidade de refletir mais intensamente sobre asexualidade, esta demanda de informao indica um lugar de professor que seria aqueleque tudo sabe e para o qual a dvida um atestado de incapacidade. Comoconseqncia desta incapacidade situada no campo da informao, se anuncia a

    necessidade permanente de um especialista. A psicologia particularmente demandadaneste lugar e buscada pelas(os) professoras(es) como uma forma de legitimao a partirde um regime de verdades que traa linhas ntidas entre o normal e o patolgico nocampo da sexualidade; percebemos, ainda, em algumas(uns) participantes, umaobsessiva busca de explicaes para a causa da homossexualidade. Esta demanda se

    explica tambm pela necessidade de justificar estrategicamente as aes propostas naescola a partir da legitimidade do discurso cientfico. Este receio da interveno foi

    discutido permanentemente durante todo o perodo do projeto, entretanto, apesar dosucesso dos formadores em desnaturalizar certos preconceitos e medos, este receioindica a necessidade de uma educao continuada de maior envergadura para os

    professores da rede.

    O projeto que analisamos (um dos 15 financiados pelo MEC em todo o territrionacional) tenta, de certa forma, estimular a implementao dos ParmetrosCurriculares Nacionais (publicados em 1995) nos quais a sexualidade anunciada

    como um tema transversal. O documento que descreve os parmetros prev que ocontedo de diversas disciplinas integre a sexualidade de maneira articulada com outrostemas, como a tica, a sade, o gnero, a ecologia e a pluralidade cultural. Entretanto,existem vises distintas entre os pesquisadores deste campo sobre a incorporao ouno dos parmetros cultura da escola; segundo algumas autoras, a motivaogovernamental para a incluso da temtica se deu, principalmente, com a inteno de

    prevenir aids/DSTs e a gravidez na adolescncia e no a partir de uma lgica derespeito aos direitos sexuais enquanto direitos humanos.

    Os parmetros se inscreveriam, portanto, em um modelo de educao sexual j presentee marcado pelo domnio da biologia (uma cincia da sexualidadeuma scientiasexualis, como dizia Foucault), dentro do qual a discusso da construo social dasexualidade e da diversidade de orientao sexual ainda marginal ou ausente. Almdisso, mesmo os programas dirigidos preveno das DSTs/aids so usualmente

    propostos fora dos horrios de aula e representam intervenes breves e pontuais. Cabeainda ressaltar que os professores no foram formados para desenvolver discusses nodomnio da sexualidade; problema que agravado pela presena disseminada de

    preconceitos de ordem moral.

  • 5/25/2018 A Diversidade Sexual Entre Os Adolescentes e o Bullyng Na Escola

    http:///reader/full/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-es

    6

    A partir do exposto acima, acreditamos que as atividades de formao devem sercontinuadas e buscar a reflexo permanente das(os) professoras(es) quanto ao seu papeltico na formao das(os) estudantes, pois como representantes do Estado, elas(es) tmum papel fundamental no combate a toda forma de discriminao. Tanhia (2005) apontade forma clara a necessria interveno da escola, uma vez que:

    Se os adolescentes LGBT se sentem vulnerveis no seio da escola, tambm porque

    eles o so face a suas famlias. Entretanto, se consideramos a escola como essencial aodesenvolvimento das crianas; que ali passam uma parte no negligencivel de suasvidas, e que ali devem poder se sentir em segurana e se realizar, ns temos o direito deexigir que o sistema educativo leve em considerao os adolescentes LGBT, os quais seencontram sem referncias, reconhecimento e/ou em sofrimento (TANHIA, 2004,

    p.132).

    neste sentido que se faz fundamental refletir sobre o papel das polticas pblicas nadefesa da igualdade de direitos e do respeito diversidade sexual e de afirmar a

    importncia da psicologia neste debate.

    * Professor do Departamento e do Mestrado em Psicologia Social eInstitucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    1 A pesquisa conduzida pela UNESCO realizada em 15 capitais brasileiras envolvendo 16.422 estudantes, 241 escolas, 4.532 pais e3.099 professores e funcionrios de escolas atesta os efeitos da falta de formao no campo da sexualidade e a extenso da rejeio dahomossexualidade. Os resultados da pesquisa no so homogneos, mostrando a diversidade de situaes no Brasil de acordo com aregio e o sexo do entrevistado. Por exemplo, em Porto Alegre, 42% dos jovens do sexo masculino afirmam ter preconceitos contraos homossexuais contra 13% das jovens (nmero este que refora a hiptese de Butler com relao ao papel da dominao masculinana incorporao melanclica da homossexualidade na cultura). Os pais de alunos tambm no fogem tendncia, em Fortaleza 47%dos pais no gostariam que seus filhos tivessem colegas homossexuais contra 22% em Porto Alegre. Em relao aos professores efuncionrios, 5,9% em Braslia e 1,2% em Porto Alegre declaram no desejar ter estudantes homossexuais (ABRAMOVAY, M.;CASTRO M. G. & SILVA, L. B., 2004).

    2 A UNESCO no Brasil (Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura) realizou em 2004 outra pesquisacom os professores brasileiros nas 27 Unidades da Federao. O trabalho teve por objetivo traar um perfil dos professores doensino fundamental e do ensino mdio, em escolas das redes pblica e privada, contemplando algumas de suas caractersticas sociais,econmicas e profissionais, os questionrios foram respondidos por 5.000 docentes (representando um universo de 1.698.383professores), 82,2% da rede pblica e 17,8% da rede privada.

    3 VERDIER, . & FIRDION, J-M. Homosexualits & suicide. Les jeunes face lhomophobie. Paris : H & O ditions, 2003.

    4 Com a colaborao do Depto. de Psicologia Social e Institucional e do PPGPSI (Programa de Ps Graduao em Psicologia Social eInstitucional) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

    5 Realizada por meio de grupos de reflexo com os professores participantes e de dirios de campo da observao do desenrolar daformao nos trs meses de durao da formao (foram trs meses com dois encontros de trs horas por semana). Neste projeto so

    previstas duas turmas. A primeira turma j encerrou a formao, mas ficou evidente a necessidade de um suporte continuado paraas intervenes propostas nas escolas.

    DIVERSIDADE SEXUAL NA ADOLESCNCIA: O PAPEL DA ESCOLAemDom Jun 24, 2012 2:50 pm

    Toledo

    Membros

    http://flordolacio.forumeiros.com/t655-diversidade-sexual-na-adolescencia-o-papel-da-escola#2383http://flordolacio.forumeiros.com/t655-diversidade-sexual-na-adolescencia-o-papel-da-escola#2383http://flordolacio.forumeiros.com/u377http://flordolacio.forumeiros.com/u377http://flordolacio.forumeiros.com/u377http://flordolacio.forumeiros.com/t655-diversidade-sexual-na-adolescencia-o-papel-da-escola#2383
  • 5/25/2018 A Diversidade Sexual Entre Os Adolescentes e o Bullyng Na Escola

    http:///reader/full/a-diversidade-sexual-entre-os-adolescentes-e-o-bullyng-na-es

    7

    Mensagens: 80

    Data de inscrio: 26/02/2012

    TTULO:"Liberdade, igualdade e fraternidade!"

    A histria da humanidade mais do que, como dizia Marx, a histria da luta de classes. a

    histria da luta pela liberdade. Os pensadores do sculo XVII militaram em prol da liberdade

    individual. Mais recentemente, a juventude brasileira luta pelo fim da proibio da maconha.

    Paradoxalmente, persistem pensamentos conservadores, como em relao orientao

    sexual. A escola tem que ter um papel de destaque na tentativa de mudar esse quadro,

    canalizando esses pensamentos conservadores a um s: todos somos iguais, independente da

    cor, da raa ou da opo sexual.

    Mais do que preparar o aluno para o vestibular ou para o mercado de trabalho, a escola tem o

    dever de formar um cidado. A familia tem um papel importantssimo, mas dentro da sala de

    aula que crianas e jovens convivem com a diversidade cultural, lingustica e de pensamentos -

    entre eles a orientao sexual.

    Permanecem ainda mtodos ineficazes de combate a homofobia, como a divulgao de filmes

    cujo enredo possui personagens homossexuais. Esses filmes no levam o jovem a uma

    reflexo, pelo contrrio, podem estimular o aumento do preconceito, pois muitos deles

    retratam pessoas humilhadas e tidas pelos outros personagens como motivos de "chachota".

    Dever-se-ia dar mais nfase abordagem filosfica, levando o estudante a perceber a

    heterogeneidade da humanidade, e que inclusive ele pode ter opinies no compartilhadaspela maioria, abrindo os olhos dele para a necessidade de respeitar o prximo para que ele

    tambm o seja.

    A inquisio acabou, o nazismo foi derrotado, a escravido abolida. Precisamos continuar

    lutando pela erradicao total de qualquer tipo de preconceito ou de restrio liberdade

    individual, pois s assim viveremos em um mundo mais harmonioso e, quem sabe,

    consiguiremos atingir a definitiva paz mundial.