A epidemia de mortes de policiais no Brasil
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A epidemia de mortes de policiais no Brasil
claudio Henrique de Castro
A CPI do “Assassinato de Jovens” junto ao Senado Federal
chegou a dados alarmantes: 70% das mortes violentas no país vitimam
jovens negros e pobres; a polícia militar que é composta também por
negros, na sua maioria, sofrem ameaças fora do trabalho, assédio moral e
outros. Por exemplo, nos EUA a taxa de homicídios de policiais é de 4,7
por 100 mil, na Alemanha 1,2 por 100 mil, já no Brasil a conta é
assustadora, em São Paulo, 41,8 policiais mortos por 100 mil e no Rio de
Janeiro, 198 em 100 mil (Agência Senado).
Os grupos criminosos estão cada vez mais organizados, desde o
colarinho branco, dos grandes desvios financeiros de recursos públicos, até
a arraia miúda, dos punguistas de rua.
Enquanto isso a segurança privada tem lucros espetaculares, em
2014 faturou R$46 bi e para 2015 tem a previsão de R$50 bi, no Brasil.
Os cidadãos, por sua vez, estão desarmados, pois perderam o
sagrado direito constitucional da legítima defesa, desde o projeto de lei nº
1.555/2003 proposto pelo deputado federal do PT, Luiz Eduardo
Greenhalgh, transformado na lei nº 10.826/2003 que desarmou cidadãos e
foi amplamente festejada pela bandidagem.
Alguns grupos políticos defendem o desarmamento integral dos
cidadãos, mas desconhecem a regra de ouro, que a criminalidade não
respeita as leis.
Onde estão as leis dos Direitos Humanos para as vítimas e as
famílias de policiais mortos em combate? para milhares de vítimas dos
delitos de trânsito (50 mil ao ano)? para as mulheres que sofrem violência
doméstica e são mortas? para os desamparados que não conseguem ver os
assassinatos de familiares, punidos, pelas leis ineficientes e pela
morosidade do judiciário brasileiro?
Enquanto isso, no Brasil, temos uma guerra civil no trânsito, outra
no extermínio de policiais, outra no extermínio de negros e pobres, outra no
extermínio das mulheres pela violência doméstica.
A criminologia brasileira se esqueceu da lição de que
investimentos sociais são muito mais vantajosos do que a aparelhagem de
estado para o extermínio da criminalidade. Os presídios são universidades
do crime. As milícias do crime organizam-se em soldados, chefes, gerentes,
diretorias e comandantes. E a população, por sua vez, desarmada, se
esconde em shoppings, condomínios e atrás dos muros, cada vez mais
altos.
Esta questão não está no debate ou na agenda do Congresso
Nacional nem na agenda do Poder Executivo. A população padece, as
forças policiais padecem, a criminalidade se expande e vivemos num
sociedade cada vez mais violenta e insegura.
Numa grande capital brasileira, nas últimas semanas, num parque,
6h30 da manhã um desportista foi sequestrado; cinco criminosos invadem
uma residência com submetralhadoras; caixas de bancos são explodidos
com o bando armado de fuzis; farmácias, padarias e lojinhas nem mais
preenchem boletins de ocorrências, com efeito, há uma banalização da
violência.
Vive-se num permanente estado de alerta e medo.
Diante desse quadro, precisamos de uma profunda discussão
legislativa com alternativas para solucionarmos esta desagregação social. É
necessário um grande debate nacional sobre o tema e não atalhos
superficiais que não resolvem o problema da segurança pública no Brasil.
Os Direitos Humanos são para todos! Também para os policiais,
também para as vítimas e seus familiares e para a população que se esconde
atrás dos muros.
Chega de enxugar o gelo com toalhas!