A estrutura do Universo e SU(6) Artigo: Modelo de Quarks e sistemas multiquarks Cristiane Oldoni da...
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A estrutura do Universo e SU(6)
Artigo: Modelo de Quarks e sistemas multiquarks
Cristiane Oldoni da Silva[1] e Paulo Laerte Natti[2]1Departamento de Física, UEL
2Departamento de Matemática, UEL [1] E-mail: [email protected]
[2] E-mail: [email protected]
Revista Brasileira de Ensino de Física, v.29 n.2 p.175 (2007)
http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/060705.pdf
RESUMO
Breve histórico sobre as partículas Breve histórico sobre as partículas fundamentais da natureza.fundamentais da natureza.
Apresentação do Modelo de Quarks, ou uma Apresentação do Modelo de Quarks, ou uma modelagem matemática das partículas do modelagem matemática das partículas do UniversoUniverso
Nas seções III, IV e V desenvolvemos uma Nas seções III, IV e V desenvolvemos uma descrição das propriedades das partículas descrição das propriedades das partículas através da simetria dos grupos SU(N).através da simetria dos grupos SU(N).
Anel de 27 do Grande Colisor de Hádrons
I Introdução
Demócrito (460 - 370 a.C.) formulou a idéia de que todos os corpos são formados por pequenas unidades, fundamentais, às quais ele atribui o nome átomos.
Em 1808, John Dalton (1766 - 1844) propôs um modelo atômico, no qual as diversas substâncias eram combinações de átomos de hidrogênio, carbono, ferro etc.., explicando a essência de toda matéria encontrada na natureza.
Em 1869, Dimitri Mendeleev (1834 - 1907) classifica os elementos químicos conhecidos, de acordo com as suas propriedades. Previu a existência de elementos ainda desconhecidos, tais como o Hélio!
I Introdução
John Joseph Thomson (1856 - 1940), realizando experiências com tubos de raios catódicos, mostrou em 1897 que o feixe de raios catódicos era composto de partículas com carga elétrica negativa, determinando a velocidade e a razão carga-massa destes corpúsculos, posteriormente chamados elétrons.
Em 1898 propôs um modelo, que ficou conhecido como “pudim de passas”, onde os átomos não seriam mais indivisíveis, mas formados por uma “pasta” de carga positiva com cargas negativas (passas) homogeneamente distribuídas nela.
I Introdução
Em 1886, Eugene Goldstein (1850 – 1930), também realizando pesquisas com tubos de raios catódicos, mas com catodos perfurados, observou feixes luminosos no sentido oposto ao dos raios catódicos, os quais foram chamados de raios canais. Posteriormente, verificou-se que os raios canais eram compostos por partículas positivas, às quais foi dado o nome de próton em 1904.
I Introdução
Ernest Rutherford (1871 - 1937),
em 1911, bombardeando lâminas
de ouro finíssimas com partículas
alfa, mostrou que o núcleo atômico deveria ser
extremamente denso e formado por cargas positivas,
prótons, enquanto os elétrons estariam distribuídos ao
redor do núcleo, o que faria com que os átomos
tivessem grandes espaços vazios.
I Introdução
Experiências realizadas por James Chadwick (1891 - 1974) em 1932 indicaram mais um com-ponente da família atômica: o nêutron. Assim, todos os elementos químicos foramentendidos como combina-ções de somente três partí-culas diferentes: prótons, nêutrons e elétrons.
I Introdução
Carl Anderson observa
o pósitron em medidas
em raios cósmicos.
Em 1933, já tinha sido observada uma partícula idêntica ao elétron, mas com carga positiva. Tais antipartículas já haviam sido previstas por Paul Dirac. À antipartícula do elétron foi dado o nome de pósitron.
I Introdução
Hideki Yukawa
(1907 - 1981)
Outras partículas foram sendo detectadas, dentre elas a partícula de Yukawa em 1947, prevista como a portadora da interação forte. Chamada de píon, foi detectada em estudos de chuveiros atmosféricos gerados por raios cósmicos.
I Introdução
Entre 1950 e 1960 surgiram aceleradores de partículas que permitiram que reações
muito mais energéticas fossem realizadas. Desta forma a lista de partículas conhecidas
cresceu substancialmente. Com a descoberta de mais partículas, começou a ficar claro que existia uma nova ordem em meio à abundância de partículas observadas.
I Introdução
Mais mésons observados
(spins inteiros e instáveis) pion massa 140 GeV/c2
kaon K massa 500 GeV/c2
eta massa 550 GeV/c2
rô massa 770 GeV/c2
omega massa 783 GeV/c2 kaon estrela K massa 890 GeV/c2
I Introdução
mais bárions observados (instáveis, exceto o próton):
próton & nêutron (p,n) m = 940 MeV/c2
delta m = 1232 MeV/c2
sigma m 1190 MeV/c2
lambda m 1115 MeV/c2
“cascata” m 1320 MeV/c2
I Introdução
Uma nova propriedade das partículas foi descoberta, a estranheza, que é uma característica intrínseca da partícula, como a sua massa e sua carga elétrica, por exemplo.
No final dos anos cinqüenta buscava-se uma simetria, como as periodicidades identificadas por Mendeleev, que ordenasse o conjunto de partículas conhecidas.
I Introdução
Em 1961, Gell-Mann
e Ne’eman, indepen-
dentemente, observaram que os
8 bárions conhecidos, o próton e
o nêutron entre eles, com spin igual
a 1/2 , apresentavam um padrão quando
esquematizada a estranheza destes em
função de suas cargas.
I Introdução
Observaram
ainda que os
bárions conhecidos
com spin igual a 3/2 ,
apresentavam também um padrão quando
esquematizada a estranheza destes em função
de suas cargas. A partícula omega
menos ainda não tinha sido observada!!!!!
I Introdução
Os mésons com spin 0 também apresentavam este padrão, ou seja, a formação de octetos de partículas. Esta classificação dos bárions e mésons em octetos ficou conhecida como Caminho Óctuplo ou
Caminho do Octeto. Essas regularidades indicam que há uma sub-estrutura por trás…
I Introdução
Em 1964, Gell-Mann e
Zweig propuseram um modelo
onde três partículas, com número
bariônico e carga fracionários,
chamadas quarks, dariam origem
a todos os hádrons observados, o chamado
Modelo de Quarks, explicando inclusive o
padrão dos octetos .
I Introdução
A descoberta, ainda em 1964, da partícula forma- da de três quarks estranhos, a qual em 1962
havia sido prevista por Gell-Mann, confirmou a consistência do Modelo de 3 Quarks. Até o momento já foram observados seis tipos de quarks, também chamados sabores, que são o quark u (up), o quark d (down), o quark s (strange), o quark c (charm), o quark b (bottom) e o quark t (top).
II Modelo de Quarks
Os quarks, assim como os elétrons, possuem um spin intrínseco igual a . Os bárions, estados de três quarks, podem ter spin total ( ) igual a ou . Por outro lado, os mésons, estados de dois
quarks, podem ter spin total ( ) igual a ou .
2/1
321 SSSS 2/1S2/3S
21 SSS 1S 0S
II Modelo de Quarks
Os quarks constituintes dos prótons e nêutrons são, respectivamente,
e . Como existe diferença de carga elétrica entre prótons e nêutrons, admite-se que o quark u tenha carga fracionária enquanto o quark d tenha carga , onde é a carga fundamental. Desta forma, a carga do próton é e do nêutron é .
duu ddu
e3/2 e3/1
ee0e1
III SU(2): Partículas com
dois quarks - u e d
Prótons e nêutrons são partículas muito parecidas, com massas muito próximas. A estrutura matemática usada para discutir a
similaridade entre nêutrons e prótons, chamada isospin, é uma cópia do formalismo utilizado para descrever os estados de spin do elétron, ou seja, o grupo SU(2). Os geradores de SU(2), ou seja, as matrizes que geram as transformações do grupo SU(2), são as matrizes de Pauli.
III SU(2): Partículas com dois sabores de quarks - u e d
Analisemos a interação entre quarks e Por convenção, o quark é
representado por um estado de isospin e projeção , enquanto o quark é representado por um estado de isospin e projeção . Utilizamos a notação onde é o isospin total e
é a projeção do isospin total.
21
21 , u
21I
21
3I
21
21 , d
21I
21
3I 3, II
I 3I
u d
III SU(2): Partículas com dois sabores de quarks - u e d
Tripleto de estados
Singleto de estados com
uuII 21
21
21
21
3 ,,1,1
udduII 210,1 3
ddII 21
21
21
21
3 ,,1,1
udduII 210,0 3
III SU(2): Partículas com dois sabores de quarks - u e d
Tripleto de estados com
Singleto de estados com
Utilizando a notação (2S+1), temos
1I
0I
uu1,1 )(210,1 duud dd 1,1
)(210,0 duud
13 012
1
2
1
Estados tripletos
Estado singleto
III SU(2): Partículas com quarks - u e d
Para formar partículas obser-
vadas com três quarks, como
os bárions, é necessário combinar os estados de dois quarks já obtidos com um terceiro quark. Utilizamos a notação
Os possíveis estados terão isospin total
qqqqqq
23I2
1I
Pb+Pb
III SU(2): Partículas com dois sabores de quarks - u e d
Tabela 1 – Estados ligados de três quarks para dois sabores de quarks.
21
3 I 23
3 I
uuu )(
3
1duuuduuud
0)(3
1 udddudddu ddd
Spuududuud 2)(6
1 Snddudduud 2)(6
1
Apuduud )(2
1Andduud )(
2
1
23
3 I 21
3 I
III SU(2): Partículas com dois sabores de quarks - u e d
Escrevendo na forma simbólica, como fizemos para duas partículas [13]
ou em notação (2S+1):
AMSMS 2
121
23
21
21
21
21
21 01
2)24(
Octeto de bárions
III SU(3): Partículas com três sabores de quarks – u, d, s Com a descoberta de novas partículas no
final dos anos cinqüenta, percebeu-se que algumas partículas muito massivas, que deveriam decair rapidamente, não decaíam. Essa manifestação de estabilidade foi interpretada como devida a um novo tipo de quark, chamado quark s, com
um novo número quântico que devia ser conservado nas rea- ções, chamado estranheza.
Simulação Pb+Pb->Higgs
III SU(2): Partículas com dois sabores de quarks - u e d
Em termos dos constituintes quarkiônicos
Outros processos que ocorrem
pp 0
uduuduuuuuuduud
pKp
uduudusuusuduud
Ressonância Sigma + e Méson Kaon +
III SU(3): Partículas com três sabores de quarks – u, d, s
Bárions Fundamentais
Queremos os multipletos de bárions qqq, de três sabores.
São 27 estados que podem ser agrupados em quatro multipletos. Simbolicamente,
)36(3)33(3
)18()810( AMSMS
decupleto octetossingleto
III SU(3): Partículas com três sabores de quarks – u, d, s
Singleto , octeto e decupleto de bárions com três sabores de quarks. O octeto ausente é formado pelos estados excitados de emparelhamento de spins do octeto mostrado.
IV SU(N) e as tabelas de Young
Tabelas de young fornecem os multipletos
Seja o estado de N sabores
Seja o estado conjugado de N=N*
Para estados de 2 quarks com N sabores temos os possíveis multipletos dados por A e B
IV SU(N) e as tabelas de Young
Procedimento para a determinação do numerador.
Para um dado diagrama, insere-se N em cada caixa
da diagonal principal, começando pelo canto superior
esquerdo. Nas diagonais imediatamente acima e
abaixo se insere N+1 e N-1, e assim por diante. O
numerador do coeficiente do diagrama
é o resultado da multiplicação de todas
as quantidades dentro das caixas.
IV SU(N) e as tabelas de Young
Procedimento para a determinação do denominador O Método dos Ganchos consiste em traçar linhas, através das caixas, que entram pela lateral direita do diagrama analisado. Quando entra na caixa, a linha gira 90º e desce por uma coluna até deixar o diagrama. O número total de caixas, pelas quais a linha passou, é o valor do gancho associado a estas caixas. Devem-se traçar todos os ganchos possíveis. O produto de todos os ganchos é o denominador.
IV SU(N) e as tabelas de Young Vejamos
Multipleto
Multipleto
Tínhamos 1322
IV SU(N) e as tabelas de Young
O resultado geral para a inte-
ração de três quarks em SU(N)
Para N=2: Para N=3: Para N=6:
.6
)2)(1(
3
)1()1(
3
)1()1(
6
)2)(1()(
NNNNNN
NNNNNNNNN
)2070()7056(6)66(
)02()24(2)22( )18()810(3)33(
Pb+Pb->Higgs
IV SU(N) e as tabelas de Young
Para N=4:
Multipleto de bárions
envolvendo combinações
dos quarks u,d,s,c.
Muitas destas
partículas não
foram ainda
observadas.
)420()2020(4)44(