A EXPERIÊNCIA AO CELULAR NA EAD

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58 REVISTA LINHA DIRETA TECNOLOGIA A EXPERIÊNCIA AO CELULAR NA EAD V ivemos em tempos de revo- luções aceleradas. “Quando aprendemos uma resposta, mudam a pergunta”. Na tec- nologia, essa é uma lei impetuosa que vigora desde 1965. Naquele ano, Gordon Moore, cofundador da Intel, estabeleceu que a capacidade de processamento dos computadores dobraria a cada 18 meses. Conhecida como a Lei de Moore, essa relação seria aplicada em outros cam- pos do conhecimento, como o Marke- ting, em que as descobertas e inovações ocorrem geometricamente, tornando a mudança a única certeza. Na internet, passamos por alguns ciclos e alternâncias de modelos, em que gran- des portais com páginas iniciais carrega- das de conteúdos deram lugar ao design com maior impacto, as landing pages, microsites e lojas virtuais. Os acessos enquanto indicadores de desempenho cederam espaço aos acessos qualifica- dos e às conversões de vendas. Em algum momento, paramos de comunicar aleatoriamente para todos os públicos e passamos a segmentar e customizar nossas mensagens para plateias mais relevantes, traçando estratégias para alcançar objetivos. Amadurecemos, orientamos e nos focamos melhor. Ainda assim nos mantivemos presos, no marketing digital, a um paradigma de computa- dores de mesa e laptops, enquanto os hábitos de navegação e usabilidade mudavam no nosso entorno. No Brasil, segundo o eMarketeer , em 2014, 64,9% da população conec- tada acessou a internet por dispo- sitivos celulares. E isso muda tudo. Não muda apenas a experiência de consumo e o marketing, funda- mental para o mercado da educação superior, em que parte substancial do processo de pesquisa e compra de cursos dá-se mediada pela rede, mas muda o consumo da educação mediada por tecnologia a distância: o serviço. A educação a distância cresceu de maneira contundente na última década. Em 2002, pouco mais de 6 mil alunos estavam matriculados em cursos superiores nessa modalidade. Uma década mais tarde eram 932 mil. Segundo os dados do Censo EaD 2013, produzido pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), a internet prevaleceu sobre o satélite como modelo para transmis- são de informação nesse segmento. O levantamento de 2013, produzido pela Abed, consultou instituições de todo o País, entre formadoras em vários níveis e fornecedores de ser- viços para essa modalidade. Em 2013, apenas 8,8% das institui- ções informaram que utilizam o satélite como forma de distribuição de áudio e vídeo. O uso intensivo da internet gera a necessidade de uma ambientação própria, o chamado Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que é utilizado por 93% das instituições pesquisadas. Equipe Hoper Educação

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Vivemos em tempos de revo-luções aceleradas. “Quando aprendemos uma resposta, mudam a pergunta”. Na tec-

nologia, essa é uma lei impetuosa que vigora desde 1965. Naquele ano, Gordon Moore, cofundador da Intel, estabeleceu que a capacidade de processamento dos computadores dobraria a cada 18 meses. Conhecida como a Lei de Moore, essa relação seria aplicada em outros cam-pos do conhecimento, como o Marke-ting, em que as descobertas e inovações ocorrem geometricamente, tornando a mudança a única certeza.

Na internet, passamos por alguns ciclos e alternâncias de modelos, em que gran-des portais com páginas iniciais carrega-das de conteúdos deram lugar ao design com maior impacto, as landing pages, microsites e lojas virtuais. Os acessos enquanto indicadores de desempenho cederam espaço aos acessos qualifica-dos e às conversões de vendas.

Em algum momento, paramos de comunicar aleatoriamente para todos os públicos e passamos a segmentar e customizar nossas mensagens para plateias mais relevantes, traçando estratégias para alcançar objetivos. Amadurecemos, orientamos e nos focamos melhor. Ainda assim nos mantivemos presos, no marketing digital, a um paradigma de computa-dores de mesa e laptops, enquanto os hábitos de navegação e usabilidade mudavam no nosso entorno.

No Brasil, segundo o eMarketeer, em 2014, 64,9% da população conec-tada acessou a internet por dispo-sitivos celulares. E isso muda tudo. Não muda apenas a experiência de consumo e o marketing, funda-mental para o mercado da educação superior, em que parte substancial do processo de pesquisa e compra de cursos dá-se mediada pela rede, mas muda o consumo da educação mediada por tecnologia a distância: o serviço.

A educação a distância cresceu de maneira contundente na última década. Em 2002, pouco mais de 6 mil alunos estavam matriculados em cursos superiores nessa modalidade. Uma década mais tarde eram 932 mil.

Segundo os dados do Censo EaD 2013, produzido pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), a internet prevaleceu sobre o satélite como modelo para transmis-são de informação nesse segmento. O levantamento de 2013, produzido pela Abed, consultou instituições de todo o País, entre formadoras em vários níveis e fornecedores de ser-viços para essa modalidade.

Em 2013, apenas 8,8% das institui-ções informaram que utilizam o satélite como forma de distribuição de áudio e vídeo. O uso intensivo da internet gera a necessidade de uma ambientação própria, o chamado Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que é utilizado por 93% das instituições pesquisadas.

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Ainda que a internet, enquanto meio, tenha prevalecido, as instituições não se programaram para a explosão da nave-gação em movimento e em multitelas. Enquanto 39,8% das instituições pes-quisadas utilizavam dispositivos móveis nos cursos, uma maioria esmagadora não fazia uso dessas tecnologias em seus cursos, segundo a Abed.

Mediante a revolução digital, os obje-tos de aprendizagem concebidos para desktop precisam ser adaptados para as pequenas telas das tecnologias mobile, e novos cursos precisam ser inteiramente concebidos para essas novas mídias e para seus usuários.

De maneira específica, objetos criados para desktop precisam se tornar res-ponsivos para equipamentos móveis, e novos objetos precisam ser concebidos para mobile, antes de tudo. O que carac-teriza um site e um objeto de aprendiza-gem online responsivo é a existência de uma única URL para um pedaço do con-teúdo, paridade de conteúdo e ausência de redirecionamentos.

Além disso, temos os aplicativos. Esses softwares possuem uma interface intera-tiva e mantêm-se disponíveis offline. Per-mitem ainda o uso de dispositivos do pró-prio celular e têm uma velocidade mais rápida. Por outro lado, precisam ser atua-lizados constantemente e são recursos “pesados”, que comprometem a memória dos aparelhos que os hospedam.

Já dispomos de mais de um celular por habitante em nosso País. Segundo dados da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, o Brasil, em setembro de 2014, possuía 278,5 milhões de celula-res. E um em cada quatro usuários desses aparelhos já utilizava seus telefones para acessar a rede. Uma revolução no hábito de consumo que configura um desdo-bramento e uma violenta alternância no mercado de EaD. Um ambiente de negó-cios no qual muitos players ainda não atuam e que, na realidade, evolui e torna defasadas soluções restritas a computa-dores e laptops.

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