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A EXPERIÊNCIA DE INVENTÁRIO DE CONHECIMENTO DO PATRIMÔNIO RURAL NO VALE DO PARAÍBA-SP Joana Mello de Carvalho e Silva [email protected] ESCOLA DA CIDADE FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO Flávia Brito do Nascimento [email protected] INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL – SÃO PAULO

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A EXPERIÊNCIA DE INVENTÁRIO DE CONHECIMENTO DO PATRIMÔNIO RURAL NO

VALE DO PARAÍBA-SP

Joana Mello de Carvalho e Silva [email protected]

ESCOLA DA CIDADE FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

Flávia Brito do Nascimento [email protected]

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL – SÃO PAULO

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A experiência de inventário de conhecimento do patrimônio rural no Vale do Paraíba-SP

Resumo

Pretende-se com este trabalho apresentar o Inventário do Patrimônio Rural no Vale do Paraíba,

São Paulo, realizado a partir das diretrizes metodológicas do Sistema Integrado de Conhecimento

e Gestão – SICG, do Iphan, visando o acautelamento oficial dos vestígios materiais da região.

Realizou-se minucioso trabalho de levantamento de fazendas de café nos municípios de São José

do Barreiro, Areias, Arapeí, Queluz e Bananal, porção do Vale do Paraíba em São Paulo,

buscando identificar não apenas a arquitetura das sedes das fazendas, mas o conjunto edificado

que configura as fazendas, onde espaços de trabalho e moradia estão imbricados, tais como

terreiros, galpões, senzalas, tulhas, etc. Partiu-se da premissa que atribuir valor à cultura material

do período cafeeiro é buscar ir além da sede e de sua classificação tipológica, e analisá-la sob a

perspectiva da ocupação do território, a partir dos processos históricos de constituição social. Para

tanto, foi necessário investigar em detalhe as configurações atuais das fazendas, identificando

vestígios materiais, as transformações e intervenções ocorridas ao longo do tempo e a relação

destes com a paisagem.

Palavras chave: Vale do Paraíba, Fazendas de Café, Inventário

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A experiência de inventário de conhecimento do patrimônio rural no Vale do Paraíba-SP

Muitos são os desafios apresentados ao se estudar a arquitetura rural produzida pela economia

agro exportadora de café ao longo do século XIX no Vale do Paraíba, tendo como foco sua

valorização patrimonial. Por um lado, as grandes e imponentes sedes de fazendas residem no

imaginário como o lugar por excelência da opulência do Brasil rural, habitadas por barões e

sinhazinhas, contado nas prosas românticas e retratado pelos viajantes; por outro, elas foram o

cativeiro de milhares de escravos oriundos do continente africano, trazidos para trabalhos

forçados nas lavouras de café, responsáveis pela acumulação de riquezas da elite escravocrata.

Se numa primeira aproximação o que se evoca são os grandes casarões destacados em meio à

paisagem, outras visadas podem mostrar que essa paisagem é parte de seu processo histórico de

ocupação, que a levou a ser hoje composta pelo chamado mar de morros desmatados, fruto da

exaustão das terras decorrente do aspecto predatório e itinerante do cultivo. Mostram, ainda, que

as casas de vivenda são uma parte no complexo produtivo, sua localização e conformação

estando associadas não só ao papel que cumprem funcionalmente naquela estrutura, mas

também às relações de poder entre os grupos que ali coabitavam - senhores, trabalhadores livres

e escravos (MARQUESE, 2006, p. 15).

Para se compreender os vestígios materiais do período cafeeiro, convém ter em conta as

complexas relações sociais e espaciais decorrentes da ocupação do território para a produção do

café, o principal produto de exportação do século XIX. Atribuir valor à cultura material do período é

buscar ir além da sede e de sua classificação tipológica, e analisá-la sob a perspectiva da

ocupação do território, a partir dos processos históricos de constituição social.

Estudos recentes sobre a arquitetura e a história do café, nos quais se basearam o presente

trabalho, vêem mostrando os pontos de convergência e de diferença entre as inúmeras fazendas,

que resultaram na multiplicidade de formas e de conformações do espaço rural. Logo, não há uma

única arquitetura do café, mas arquiteturas de diversos momentos históricos, não sendo possível

traçar um esquema evolutivo e interpretativo em que a cada período corresponda uma única

fazenda modelo. Assim, como o tempo não é linear e evolutivo, coexistiram diversas formas de

construir e morar que hoje podem remeter ao período do café (WINTER, 2007).

É nesta perspectiva que se deu a ação de inventário realizada pelo Iphan - Instituto do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional. O inventário integra-se aos projetos estratégicos de fomento a

Inventários de Conhecimento em todo território nacional, levados a termo pela Instituição desde

2006, no qual são realizados estudos relacionados a projetos regionais, como os caminhos

históricos (das Tropas, do Peabiru, das Monções, Estradas Coloniais), as paisagens culturais, o

patrimônio ferroviário, o patrimônio jesuítico, o patrimônio natural e o patrimônio naval. O Iphan,

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além de promover as necessárias metas de conhecimento do patrimônio, desenvolveu uma

metodologia própria para tal, o SICG – Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão,

amplamente utilizada no estudo do patrimônio rural do Vale do Paraíba, a qual se apresentará ao

longo deste texto.

Cumpre esclarecer que o estudo em tela insere-se também no contexto histórico de atuação do

Iphan no campo do patrimônio rural, com muitas variações e dissonâncias temporais. Alguns

episódios da atuação institucional neste campo devem ser destacados, como o do município de

São João Marcos, no Estado do Rio de Janeiro, núcleo urbano importante do período cafeeiro

tombado em 1938, mas destombado em 1940, em razão do inundamento pela represa construída

pela Light. Já nos anos 60, o consultor da Unesco Michel Parrent indicou a região do Vale do

Paraíba como sendo de especial interesse à preservação. Em 1968 foi tombada em nível federal

a Fazenda Pau d’Alho, localizada em São José do Barreiro-SP e no ano seguinte foi a vez da

Fazenda Resgate, no município vizinho de Bananal-SP.

Nos anos 70 e 80, diversas ações foram efetivadas na promoção de conhecimento do patrimônio

edificado da região pioneira de café. No caso de São Paulo, a mais destacada foi o levantamento

realizado pelo Condephaat, órgão estadual de patrimônio. Pioneiro à sua época, o estudo foi

coordenado pelo arquiteto Antônio Luís Dias de Andrade e teve como o resultado o levantamento

cuidadoso de inúmeras propriedades rurais, cujo registro, em muitos casos, é o único que resta

das edificações, já arruinadas ou destruídas. O estudo é documento imprescindível à

compreensão das formas de ocupação do território pelo cultivo do chamado ouro negro. Em

Minas, Silvio de Vasconcelos empreendeu estudos de propriedades rurais do século XIX e no Rio

de Janeiro ações importantes de estudo foram feitas por Dora e Pedro Alcântara e por Augusto da

Silva Telles.

Do período inicial de maior interesse pela herança material do café até os dias de hoje, inúmeras

pesquisas de caráter acadêmico ou não vêem sendo realizadas. O interesse da historiografia

pelos temas da escravidão cresceu, bem como pela arquitetura do século XIX, comumente

relegada a segundo plano nos estudo de história da arquitetura. A Faculdade de Arquitetura de

Barra do Piraí-RJ, atualmente vinculada ao Centro Universitário Geraldo di Biase em Volta

Redonda-RJ, conta com rico acervo de levantamentos de fazendas, resultado de pesquisas de

extensão na região (ROCHA, 2007). Criaram-se associações como o Preservale - Instituto de

Preservação e Desenvolvimento do Vale do Paraíba, e acontecem eventos de caráter cultural

para a promoção e valorização do patrimônio, tal como o Festival do Vale do Café e o evento

Café, Chorinho e Cachaça, todos em municípios do Estado do Rio de Janeiro.

Mais recentemente, o Inepac - Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro, em

parceria como Sebrae-RJ, levou a termo o projeto Caminhos Singulares – Inventário do

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Patrimônio Cultural, Caminhos do Ouro, Sal, Açúcar e Café, no qual foram levantadas edificações

de interesse à preservação. Com foco nos vestígios materiais do Vale do Paraíba, o estudo está

em prosseguimento, com vistas à instrução do dossiê para tombamento em nível estadual.

O presente inventário de identificação foi motivado, em grande medida, pelo crescente interesse

que o tema do patrimônio rural vem ganhando no Brasil e no exterior. Especificamente no âmbito

do Iphan há crescente atenção para com o rural. Exemplo importante e central é a experiência no

Estado de Santa Catarina dos Roteiros Nacionais de Imigração, no Vale do Itajaí. Após diversos

estudos de mapeamento e inventário da paisagem cultural do Vale (e não apenas dos bens

imóveis), foram realizados tombamentos em nível municipal, estadual e federal, seguidos de

ações para seu gerenciamento. Desse modo, as motivações para este inventário partiram, de um

lado, da própria política institucional e, por outro, da urgência da ação, à medida que muitos

exemplares dos bens culturais do Vale do Paraíba foram perdidos, quer por demolição, quer por

descaracterizações graves.

O Vale do Paraíba como objeto de interesse patrimonial transcende as limitações político-

administrativas e o valor regional. O café começou a ser plantado em larga escala para atender

ao mercado externo a partir da região de Resende e Bananal, e sua difusão deu-se quase

simultaneamente em todo o vale, tanto na região fluminense, quanto na paulista. O aspecto

predatório da cultura do café, decorrente da forma de plantio que esgotavam as terras

rapidamente dando origem a paisagem que hoje caracteriza a região, fez com a que as

plantações tivessem aspecto itinerante avançando primeiro para a região de Campinas, indo cada

vez mais a oeste.

A forma de exploração intensa do café exauriu as terras e dificultou o estabelecimento de outras

atividades produtivas, levando o Vale do Paraíba a estagnação econômica ao longo do século XX.

Essa situação por muito tempo garantiu a manutenção do patrimônio rural do café, uma vez que

novas atividades não comprometeram os exemplares da cultura material do período em foco.

Contudo, a partir dos anos 1960 e 1970, quando o Brasil deixou de ser um país agrícola para

tornar-se urbano, verificou-se o progressivo abandono das propriedades rurais. Segundo

estimativas de pesquisadores como Tom e Tereza Maia, cujo acervo de fundamental importância

para reconstituição histórica das fazendas encontra-se no Museu Paulista da USP, cerca de 40%

das propriedades ainda existentes nos anos 70 já ruíram. Numerosas fazendas estão

abandonadas e outras tantas já passam por processo de reutilização, sendo adaptadas a usos

comerciais e turísticos com prejuízo parcial ou total de seu patrimônio.

Tal situação requer cuidado e atenção particular por parte do Iphan. De um lado, verifica-se a

premência em atribuir valor ao processo histórico de repercussão internacional, que deixou

marcas visíveis e importantes no território como fazendas e núcleos urbanos, mobilizador de

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contingentes populacionais africanos sem precedentes e, de outro, o potencial que o patrimônio

cultural tem enquanto gerador de renda local e de melhoria das condições de vida.

Diante desse quadro e das possibilidades de recuperação histórica, material e econômica da

região, a Superintendência do Iphan em São Paulo realizou em 2009 em parceria com a

Pindorama Arquitetura o Inventário de Conhecimento do Patrimônio Rural do Vale do Paraíba em

São Paulo. Dando continuidade aos trabalhos realizados pelo Instituto a partir de 2007 no Estado

e no Sul de Minas, o referido inventário teve como objetivo sistematizar o conhecimento científico

e produzir levantamentos fotográficos, métricos e documentais capazes de fornecer subsídios à

proteção de um conjunto de fazendas localizadas nos municípios paulistas de Areias, Arapeí,

Bananal, São José do Barreiro e Queluz. Este conjunto é composto de dezessete fazendas,

consideradas significativas dos processos econômicos, sociais e culturais do café no Estado,

quais sejam:

Município de Areias

Fazenda Vargem Grande

Município de Arapeí

Fazenda Campo Alegre

Fazenda São Francisco

Fazenda da Loanda

Fazenda São Luís

Município de Bananal

Fazenda Boa Vista

Fazenda Três Barras

Fazenda Casa Grande

Fazenda Bom Retiro

Fazenda Bela Vista

Município de São José do Barreiro

Fazenda São Miguel

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Fazenda São Francisco

Fazenda Catadupa

Fazenda da Barra

Fazenda Guanabara

Fazenda das Palmeiras

Município de Queluz

Fazenda Restauração

Tal como no exemplo do inventário da imigração no Vale do Itajaí em Santa Catarina, neste

trabalho pretendeu-se estudar não apenas as sedes das fazendas, mas o conjunto produtivo das

mesmas. Não se trata, portanto, de entender o valor apenas na exemplaridade do patrimônio

edificado, no monumental. Mas sim de compreender os processos de constituição do espaço

rural, de acordo com suas características históricas e sociais. Esta é uma diretriz metodológica do

próprio SICG que produziu uma ficha específica para conjuntos rurais, conforme explicação

abaixo.

Estruturado pelo Iphan para dar conta dos processos de inventário de conhecimento em todo

território nacional, o SICG é um instrumento desenvolvido para integrar os dados sobre o

patrimônio cultural, com foco nos bens de natureza material, reunindo em base única informações

sobre cidades históricas, bens móveis e integrados, edificações, paisagens, arqueologia,

patrimônio ferroviário e outras ocorrências do patrimônio cultural do Brasil de modo a informar o

seu acautelamento e a sua gestão. O SICG é composto por três módulos que podem ser

independentes – Módulo 1 (Conhecimento), Módulo 2 (Gestão), Módulo 3 (Cadastro) – e

aplicados parcialmente, o que mostra sua flexibilidade de acordo com as possibilidades e

interesses do trabalho proposto.

No Vale do Paraíba, realizou-se a aplicação do Módulo 3, por ser considerada fundamental a

sistematização e a produção de dados inéditos sobre o conjunto de fazendas pesquisado. Embora

existisse significativa produção acadêmica e estudos sobre algumas das fazendas de café em

questão, essenciais para o desenvolvimento do trabalho, havia informações procedentes de várias

épocas que nem sempre atendiam a demanda do Iphan para o futuro acautelamento de bens

culturais, quer seja na imediata atribuição de valor, quer seja na sua gestão. Era necessário

atualizar e complementar os dados existentes, disponibilizando-os de modo fácil e direto para

assim compreendermos o universo tratado.

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Desse modo, todas as informações coletadas junto à bibliografia, aos trabalhos realizados

anteriormente pelo Iphan e Condephaat na região e ao levantamento de campo desenvolvido

entre janeiro e março de 2009 foram sistematizadas no Módulo 3 do SICG. Composto de quatro

fichas, o módulo tem como objetivo cadastrar e concentrar desde informações básicas sobre o

imóvel pesquisado tais como localização, endereço, categoria, estado de preservação e

conservação, propriedade, contexto, proteção existente e proposta e dados históricos gerais (Fig.

1) até informações detalhadas sobre edificação principal, em geral a sede (Fig. 2 e 3), e o

conjunto rural da qual faz parte (Fig. 4). Além dos dados cadastrais, históricos e técnicos,

preenchem as fichas imagens que procuram dar um panorama da organização espacial do

conjunto, das edificações existes na sua disposição, técnicas, materiais, elementos arquitetônicos

e estado de conservação, considerando suas principais características, reformas e alterações.

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Fig. 1 - Ficha M3 01 fl. 1.

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Fig. 1 - Ficha M3 01 fl. 2.

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Fig. 2 – Ficha M3 02 fl. 1.

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Fig. 2 – M3 02 fl. 2

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Fig. 3 – M3 03 fl. 1

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Fig. 3 – M3 03 fl. 2

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Fig. 3 - M3 03 fl. 3

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Fig. 4 - M3 04 fl. 1

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Fig. 4 - M3 04 fl. 2

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Na ficha M3 02 se apresentam as plantas de situação e implantação, a maioria delas desenhadas

sobre as fotos aéreas disponíveis pelo Google Earth (Fig. 2). O seu foco ao contrário da ficha M3

04, não é o conjunto e sim a sede e as informações sistematizadas são voltadas para suas

características arquitetônicas externas. Estas se complementam pelas informações apresentadas

na ficha M3 03, dedicada à caracterização interna da edificação principal (Fig. 2 e 3). Das

informações constantes da ficha M3 03, vale ressaltar que os usos originais da sede só foram

preenchidos quando consagrados pela bibliografia. Com relação à ficha M3 04 optou-se no item

identificação por não preencher o item características gerais das edificações construídas no

século XX, indicando-se sempre que necessário a realização de outros levantamentos. O foco do

levantamento neste momento era compreender o caráter mais geral das transformações do

conjunto, atentando-se para os detalhes de conservação e intervenção das construções mais

antigas.

Além das fichas e fotos, o trabalho teve como produto os desenhos realizados a partir do

levantamento de campo – implantação do conjunto, planta de cobertura, planta dos pavimentos

existentes e fachadas da sede ou edificação remanescente mais significativa. O levantamento

procurou indicar a situação do conjunto e da sede atual, incluindo todas as mudanças e reformas,

o que permitiu aferir seu alto grau de transformação e afirmar a importância deste material. Não foi

inferido como deveriam ser os espaços originais da fazenda, decisão essa tomada com o intuito

de retratar o seu estado atual e a partir dele possibilitar a comparação com outros levantamentos

a se realizarem futuramente ou já concluídos, como os empreendidos pelo Condephaat na década

de 1970 e pela bibliografia especializada mais recentemente.

A implantação foi desenhada na escala 1: 1000, enquanto os desenhos da sede ou edificação

remanescente mais relevante são apresentadas na escala 1: 200. A legenda desses desenhos se

refere aos usos atuais da edificação descritos na ficha M3 03, onde constam, quando possível, os

usos antigos para efeito de comparação. Dada a dificuldade de assegurar com exatidão as

intervenções, quer de data, quer em extensão, não se distinguiu no desenho as intervenções

novas da construção antiga. Esta tarefa se realizará nas intervenções futuras, caso aconteçam,

devendo ser acompanhadas por prospecções.

Ao final do levantamento e da sistematização das informações colhidas dentro do SICG foi

possível identificar semelhanças e diferenças entre as fazendas pesquisadas que serão descritas

a partir da implantação, dos arranjos, das técnicas, materiais e linguagens arquitetônicas

empregadas para traçar um panorama do conjunto em foco e revelar, mais uma vez, o quanto

essas fazendas se conformaram em função não apenas das necessidades produtivas, mas

também das relações de poder acima mencionadas.

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Implantadas numa região originalmente montanhosa, a maioria delas, a exceção da Bom Retiro e

da Bela Vista, foram construídas em terrenos em aclive acomodados à implantação da sede e

demais áreas de trabalho através de cortes, aterros e da construção de muros de arrimo de pedra

em geral com junta seca, que atingem grandes dimensões, contribuindo para a imponência do

conjunto, constituindo-se em objetos de interesse à preservação pelo valor estético e documental.

Este é o caso da Fazenda Restauração, onde os muros alcançam mais de cinco metros de altura,

desenhando o seu acesso principal, e das fazendas Catadupa e São Francisco de São José do

Barreiro, onde os mesmos configuram os jardins à frente da entrada da sede. Em alguns casos,

como no das fazendas São Miguel e da Barra, os muros de arrimo reforçam não a grandiosidade

do conjunto, ainda que ela se faça presente, mas a noção de agenciamento dos espaços e de

intervenção no território com a intenção de adaptá-lo às necessidades específicas da produção

cafeeira.

Nesse agenciamento, a sede era construída em posição de destaque seja pela necessidade de

controle da produção, seja pela premência de afirmação do poder senhorial. Em alguns casos, foi

possível reconhecer o arranjo arquitetônico da senzala em quadra, típico da exploração cafeeira

local, descrito pela bibliografia com destaque especial para a Fazenda Boa Vista. Implantada entre

dois conjuntos de senzalas - um a frente, junto à estrada, onde se localizavam a tulha e o

engenho e outro atrás – a sede garantia o domínio da produção e do espaço dos escravos na

fazenda (MARQUESE, 2005) Organização semelhante foi verificada na Fazenda São Francisco

de Arapeí, composta por edificações que configuravam também dois espaços: um primeiro onde

ficava o curral, a capela e uma construção cujo uso não foi possível identificar, e um segundo,

cercado por muros, pela sede, pelas senzalas e outras edificações de apoio, onde funcionava o

terreiro. Em ambos os casos, pouca coisa restou do conjunto construído. A reconstituição da

quadra é possível apenas, ao menos até o momento, por documentos de época, como

inventários, pinturas e fotos de família. Em outros exemplares levantados, como os das fazendas

Catadupa, Guanabara e São Miguel, as ruínas de pedra e a disposição das edificações

remanescentes permitem não só a recomposição como a vivência ou rememoração desses

espaços.

Mesmo nas fazendas, cujas senzalas não se organizam em quadra, as relações estabelecidas

entre elas, as áreas de trabalho e a sede permanecem marcadas pelo controle total da produção e

da mão de obra. Na Fazenda da Barra, por exemplo, as áreas de trabalho encontram-se na lateral

da sede, mas a sua implantação no ponto mais alto permite uma visão global desses espaços. O

mesmo ocorre na Fazenda Bom Retiro, erguida num terreno plano dominado completamente do

segundo pavimento da casa sede ou da Fazenda Restauração.

As ruínas das senzalas, tulhas e engenhos das fazendas Guanabara e a da Barra são as mais

preservadas. Construídas em pedra e por isso mais resistentes ao tempo, elas revelam não só o

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arranjo da fazenda, mas também a conformação desses espaços de trabalho e o esmero na sua

construção nem sempre considerado em virtude do desaparecimento de seus vestígios materiais.

Em função de sua importância e também do estado de conservação precário em que se

encontram seria fundamental considerar a sua proteção, além da ampliação do levantamento,

considerando a possibilidade de uma investigação arqueológica, o mesmo podendo ocorrer nas

fazendas São Miguel, Catadupa e Loanda, onde foram identificadas outras ruínas de pedra.

Ainda no âmbito dos espaços de trabalho merecem destaque os terreiros e os cursos d’água,

força motriz das fazendas de café, que não por acaso eram construídas em áreas próximas a rios

ou córregos. Os terreiros eram construídos voltados para o norte em função da preocupação com

a umidade e encontram-se totalmente recobertos por vegetação. Originalmente, contudo, sabe-se

que os mesmos eram recobertos por pedra ou tijolo de barro, podendo ainda não ter recebido

revestimento algum, permanecendo com chão de terra batida. Com relação aos cursos d’água,

tanques, lavadores de café e roda d’água restaram também poucos vestígios, tal como os

identificados nas fazendas Guanabara, da Barra, Loanda e Catadupa. Em alguns casos, como na

Vargem Grande eles são reconhecíveis ainda que o seu uso e o seu percurso tenham sido

completamente modificados por Roberto Burle Marx no projeto do jardim, que ocupou o espaço do

terreiro superior da fazenda. Nenhuma delas supera, do ponto de vista da reconstituição histórica

e patrimonial a Fazenda Restauração. Nela o antigo canal, os tanques e lavadores de café,

construídos e preservados em pedra, responsáveis pela alimentação das máquinas de

beneficiamento de café e posteriormente as de fubá e o gerador foram restaurados, o mesmo

devendo ocorrer com o referido maquinário.

Já se apontou a posição de destaque da sede em relação ao conjunto. Em função disso e de sua

construção em terrenos de topografia acidentada, a maioria delas possuíam dois pavimentos, mas

apenas em parte da edificação, à exceção da Fazenda Bom Retiro. Nessa configuração, a entrada

principal da sede muitas vezes se dava pelo vestíbulo localizado no pavimento térreo e por uma

escada normalmente mais ornamentada do que às destinadas à área de serviço, em geral

externas. Este é o caso das fazendas Catadupa, São Miguel e Bom Retiro. Em alguns casos tudo

indica que este era o arranjo inicial da edificação, a escada externa de acesso tendo sido

construída posteriormente, tal como ocorre nas fazendas Boa Vista, Casa Grande e Bela Vista.

É notável a variedade de soluções do desenho em planta dessas fazendas. Assim é possível

encontrar desde plantas em “U” como a da Boa Vista, até quadradas ou retangulares, como as da

Bom Retiro, Casa Grande e Guanabara, passando por exemplares de planta em “L” como as da

Catadupa, Loanda, Vargem Grande, Restauração, da Barra, São Francisco de São José do

Barreiro e São Miguel. A despeito das variações no desenho das plantas em função da topografia

e das dimensões da sede, o arranjo dos ambientes seguia lógica semelhante: no pavimento

superior do corpo principal se encontrava o vestíbulo, a sala de visitas e a de dentro, a capela

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(identificadas apenas nas fazendas Boa Vista, Bom Retiro e São Miguel) e os dormitórios; no

pavimento térreo desse mesmo corpo eram distribuídas as senzalas dos escravos de dentro, as

áreas de acolhimento aos tropeiros ou visitantes alheios à família e os depósitos; no corpo

secundário, em geral com apenas um pavimento, eram locados os ambientes destinados aos

serviços domésticos. Outra semelhança entre as fazendas pesquisadas, com exceção da Boa

Vista, da Loanda e da Catadupa, é a ausência de alcovas, todos os ambientes recebendo

iluminação e ventilação direta, seja em razão da existência de um pátio central, como da Fazenda

da Barra, seja em virtude da disposição da planta em “L”, seja ainda em função das pequenas

dimensões da sede.

A descoberta na Fazenda Restauração de significativa pintura mural no pavimento térreo indica

que os usos desses espaços talvez tenham sido mais diversos ou modificados ao longo do tempo

do que se imaginou até o momento. A presença desses mesmos vestígios no pavimento superior

desta fazenda e nos das fazendas Catadupa e São Francisco de São José do Barreiro, por sua

vez, colocam questões relativas à austeridade e à simplicidade dos espaços de moradia na região

que merecem ser investigados.

O arranjo interno das casas-sede sofreu uma série de modificações, especialmente no tocante à

introdução ou adaptação dos sanitários, cozinhas e áreas de serviço. As maiores reformas

ocorreram nas fazendas dedicadas à atividade hoteleira e turística. Se nas fazendas da Barra e

São Francisco as adaptações às novas funções são facilmente reconhecíveis pela distinção

entre as construções novas e antigas, na Boa Vista elas se encontram escondidas, seja porque

as construções novas mimetizam a antiga, seja porque não foram deixados vestígios da

construção original. Em fazendas como a Três Barras as mudanças foram tão profundas, que a

edificação original se encontra totalmente desfigurada, o que coloca questões específicas ao

processo de tombamento e restauro. Alto grau de transformação e intervenção também é

verificado nas fazendas Vargem Grande e Restauração, ainda que com perfis e motivações

distintas.

A Fazenda Vargem Grande se distingue das anteriores em virtude da qualidade de sua

reconstrução e da exuberância da intervenção de Burle Marx, o seu interesse recaindo não

apenas no patrimônio cafeeiro, mas também moderno. Com o intuito de recuperar a disposição

original da fazenda e ao mesmo tempo adaptá-la aos novos usos, o proprietário, o engenheiro

Clemente Fagundes Gomes procedeu a restauração do conjunto, demolindo o curral e o paiol,

construídos no terreiro superior, e reconstruindo o muro de pedra de acesso à fazenda, o muro e a

construção do primeiro patamar ao lado da sede, além do volume secundário da casa de vivenda,

que passou a abrigar os banheiros, a cozinha, a lavanderia e os quartos de empregados. Essa

nova construção seguiu nas fachadas a mesma linguagem do corpo principal da sede, adotando o

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mesmo desenho do beiral, dos forros, das janelas e das portas originais, a diferença ficando por

conta do piso cimentado do novo bloco.

A Fazenda Restauração foi igualmente restaurada, incluindo-se a senzala e parte da casa de

máquinas. À diferença da Vargem Grande, contudo, ela não tinha ainda sido tão modificada pelos

proprietários anteriores, havendo mais ruínas e vestígios que possibilitaram um estudo mais

detalhado de seu estado original, que o atual proprietário fez questão de perseguir, haja visto o

restauro das pinturas murais existentes no porão e no pavimento superior.1

Do ponto de vista do desenho das fachadas e do ordenamento dos elementos arquitetônicos que

a compõe as fazendas é notável sua semelhança. Variando conforme a maior ou menor

ornamentação, a fachada principal é em geral marcada pela apropriação do modelo neoclássico,

revelada pela composição ordenada a partir de um eixo central de simetria, pelo ritmo uniforme de

cheios e vazios, pelo entablamento junto ao beiral, pelas molduras e pestanas das janelas e

portas e pelas pilastras nos cunhais. As fazendas Bom Retiro, Catadupa, São Miguel, São

Francisco de São José do Barreiro e Restauração merecem destaque pela monumentalidade e

pelo detalhamento desses elementos, sendo sem dúvida as mais imponentes do conjunto

levantado. As fazendas Guanabara e Casa Grande, por outro lado, são notáveis pela singeleza de

sua composição e simplicidade de seus elementos.

A semelhança se mantém com relação às técnicas e materiais construtivos. Em todas elas, o

embasamento é de pedra e/ ou adobe, a estrutura das paredes em gaiola de madeira, a estrutura da

cobertura em madeira, as telhas capa e canal de barro, as paredes em taipa de mão e/ou adobe

revestidas por argamassa e pintadas com cal, as janelas com folhas duplas de madeira de calha ou

almofadada e vidraças-guilhotina, as portas em madeira com folhas simples ou duplas em calha ou

almofadada com ou sem bandeira de vidro, o piso de tábuas largas de madeira sobre barrote do

mesmo material e o forro de tábuas de madeira saia e camisa com molduras no perímetro e mata-

junta. As variações ficam novamente por conta das cores, dos ornamentos, do número e do desenho

dos vidros e das almofadas.

Estes são apenas alguns aspectos do inventário apresentado aqui de modo sumário. As informações

coletadas, produzidas e processadas ao longo do inventário, não deixaram dúvidas, e reforçaram a

certeza de que a riqueza do patrimônio rural do Vale do Paraíba, nas suas potencialidades

arquitetônicas, históricas e, em última instância, culturais, deve ser reconhecida e valorizada como

objetos da memória nacional. São testemunhos evidentes da história do trabalho, da técnica, da

sociedade e da cultura do Brasil do século XIX. O trabalho de patrimonialização que já está em

curso no Vale do Paraíba, pode seguir como um dos caminhos de recuperação econômica e

social da região. 1 O restauro dessas pinturas foi realizado por Julio Moraes a pedido do proprietário.

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