A GESTÃO AMBIENTAL E A SUSTENTABILIDADE NO SETOR...

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO JOSÉ JANDERSON LOPES DA SILVA A GESTÃO AMBIENTAL E A SUSTENTABILIDADE NO SETOR DE ENERGIA EÓLICA NO CEARÁ FORTALEZA 2013

Transcript of A GESTÃO AMBIENTAL E A SUSTENTABILIDADE NO SETOR...

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

JOSÉ JANDERSON LOPES DA SILVA

A GESTÃO AMBIENTAL E A SUSTENTABILIDADE NO SETOR DE

ENERGIA EÓLICA NO CEARÁ

FORTALEZA

2013

JOSÉ JANDERSON LOPES DA SILVA

A GESTÃO AMBIENTAL E A SUSTENTABILIDADE NO SETOR DE

ENERGIA EÓLICA NO CEARÁ

Monografia submetida à aprovação da

Coordenação do Curso de Administração da

Faculdade Cearense como requisito parcial

para a obtenção do grau de Graduação.

Professor-Orientador: Ricardo Cesar de

Oliveira Borges, Ms.

FORTALEZA

2013

JOSÉ JANDERSON LOPES DA SILVA

A GESTÃO AMBIENTAL E A SUSTENTABILIDADE NO SETOR DE

ENERGIA EÓLICA NO CEARÁ

Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Administração,

outorgado pela Faculdade Cearense – FaC, tendo sido aprovada pela banca examinadora

composta pelos professores.

Data da Aprovação: _____/_____/______

BANCA EXAMINADORA

Professor Ms. Ricardo Cesar de Oliveira Borges

Professora Ms.

Professora Esp.

Aos meus Pais, familiares e amigos.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e a Jesus Cristo, por dar-me muita saúde, sabedoria e

pelo dom de minha vida, consagro tudo que tenho e o que sou a eles.

À minha família (Maria Auxiliadora, Marina, Marcela) primos e primas, tios e tias que

me deram amor e carinho e tudo que uma pessoa necessita para seguir o caminho certo na

vida. À minha mãe, Elinete, meu pai, Marcos, e a minha irmã Jamille, que me ensinaram a

viver e amar as pessoas e sempre estiveram juntos, apesar das dificuldades. A Hamanda

Freires que me deu muito apoio e força durante todos os momentos.

A meu orientador Ricardo Cesar de Oliveira Borges que me ajudou a elaborar este

trabalho, fornecendo informações e conhecimento necessários, transformando meus

pensamentos. Assim como aos professores Marcos Falcão, Paulo Henrique, Alexander de

Oliveira, Bernadete, Júlio César que durante todo período acadêmico me ensinaram e me

mostraram os caminhos corretos para o futuro e conclusão deste trabalho tão significativo, e a

professora Rebeca Catunda que me deu uma grande ajuda. Assim como aos coordenadores e

gestores das empresas IDER, ENER Brasil e KWARA Energias do Brasil, que me deram uma

força para a conclusão deste trabalho

Aos meus amigos e colegas que durante todos esses anos ajudaram-me e contribuíram

não apenas na conclusão deste trabalho, mas na minha própria formação pessoal.

“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém

viu, mas, pensar o que ninguém ainda pensou

sobre aquilo que tomo mundo vê”

(Arthur Schopenhauer).

RESUMO

A expressão “desenvolvimento sustentável” é hoje um dos termos mais conhecidos e mais

discutidos no Brasil e no mundo, onde conferências e debates procuram aliar a natureza ao

crescimento e desenvolvimento mundial. No que se refere ao descaso com a natureza e seus

ecossistemas, as atividades humanas de forma capitalista, trouxeram desequilíbrios que veem

provocando distúrbios e mudanças naturais em todo o planeta. Este descaso está refletido nas

mudanças climáticas abruptas, alterações ambientais e naturais das regiões do planeta, e na

morte da biodiversidade em todo o mundo. A gestão ambiental entra neste meio para buscar

soluções à preservação ambiental e como utilizar de forma racional os recursos naturais

disponíveis e as formas de energias renováveis, aliando sempre a preservação da natureza

com o desenvolvimento humano. Concernente a isto, o objetivo principal deste trabalho é

apresentar os programas de gestão ambiental e sustentabilidade que as empresas ENER-

BRASIL, IDER e KWARA promovem no estado do Ceará. Além disto, ressaltar conceitos

sobre os tipos de energias consideradas limpas, focando o potencial da região cearense que é a

energia eólica. Para atingir o objetivo principal deste trabalho foram realizadas pesquisas de

caráter exploratório, explicativo, descritivo e de campo, as quais fazem com que o

pesquisador aproxime-se ainda mais das relações conceituais a respeito do tema abordado;

além disto, há também a análise bibliográfica e documental com tratamento de dados

coletados e da análise de conteúdo obtido com os instrumentos de pesquisa como o formulário

de entrevistas. O estudo resultou em uma visão mais completa e clara sobre a gestão

ambiental, sustentabilidade e gestão energética no estado do Ceará, mostrando que é possível

viver juntamente com a natureza em equilíbrio, sem agredi-la e destruí-la.

Palavras Chave: Gestão Ambiental; Sustentabilidade; Gestão Energética.

ABSTRACT

The theme of sustainable development is now one of the best known and most terms

discussed in Brazil and abroad, conferences and debates which seek to combine the nature of

growth and development worldwide. With regard to the great neglect of nature and its

ecosystems, human activities in a capitalist who see bring imbalances causing disturbances

and natural changes in the whole planet. This neglect is reflected in abrupt climate change,

environmental changes and natural regions of the planet, death biodiversity worldwide.

Environmental management enters this medium to seek solutions to environmental

preservation and rationally using available natural resources and renewable forms of energy,

always combining nature conservation with human development. Concerning this, the main

goal of this work is to present the programs of environmental management and sustainability

that companies ENER-BRAZIL, IDER KWARA and promote the state of Ceará.

Furthermore, to emphasize concepts about the types of energy considered clean, focusing on

the region's potential cearense is wind energy. To achieve the main objective of this research

work were conducted exploratory in nature, explanatory, descriptive and field, where these

features make the researcher come on even more conceptual relations about the topic covered,

in addition, there is also the analysis bibliographic, documental treatment of data collected

and the analysis of content obtained with survey instruments as the form of interviews.

However, the study will result in a more complete and clear information about environmental

management, sustainability and energy management in the state of Ceará, showing that it is

possible to live together with nature in balance, without damaging it and destroying it.

Keywords: environmental management, sustainability, energy management.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Energias Renovável e não renovável ................................................................... 28

Figura 2 Distribuição vertical da velocidade do vento ....................................................... 29

Figura 3 Aerogerador Moderno .......................................................................................... 30

Figura 4 Moinho de Vento Medieval ................................................................................ 31

Figura 5 Potencial Eólico Brasileiro ................................................................................... 37

Figura 6 Potencial Energético Brasileiro por Regiões........................................................ 38

Figura 7 Parques eólicos contratados e em construção ...................................................... 45

Figura 8 Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Araras ........................................................ 47

Figura 9 Energia proveniente das Ondas ............................................................................ 48

Figura 10 Usina de Energia proveniente das Ondas ........................................................... 48

Figura 11 Sistema de Bombeamento de água (Eólico e Solar) ........................................... 57

Figura 12 Capacitação de Profissional (projeto instalador qualificado) ............................ 58

Figura 13 Instalação do Sistema Solar CENEA ................................................................. 58

Figura 14 Instalação do Sistema Solar em Residência (Fortaleza) .................................... 59

Figura 15 Educação Socioambiental e Socioeducativas..................................................... 60

Figura 16 Ações Socioambientais e Socioeducativas......................................................... 60

Figura 17 Capacitação de Jovens ....................................................................................... 61

Figura 18 Energia Eólica .................................................................................................... 62

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Taxas de Crescimento do PIB 2012 .................................................................... 40

Tabela 2 Eólicas em operação em 2011 ............................................................................. 42

Tabela 3 Leilões em 2009 – Início das Operações em 2012 .............................................. 42

Tabela 4 Leilões em 2010 – Início das Operações em 2013 .............................................. 43

Tabela 5 Leilões em 2011 – Início das Operações em 2014 .............................................. 43

Tabela 6 Parques no Ceará em Construção e Contratado ................................................... 46

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Os maiores geradores de energia elétrica .......................................................... 28

Quadro 2 Usinas Eólicas em Operação .............................................................................. 38

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A.C. – Antes de Cristo

ABEEOLICA – Associação Brasileira de Energia Eólica

ADECE – Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

BIG – Banco de Informações Gerais

CBEE – Centro Brasileiro de Energia Eólica

CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica

CIPP – Complexo Industrial e Portuário do Pecém

CRESESB – Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sergio Brito

CTA – Centro Técnico Aeroespacial

EPE – Empresa de Pesquisa Energética

EUA – Estados Unidos da América (Estates United American)

FBB – Fundação Banco do Brasil

FIEC – Federação das Industrias do Estado do Ceará

GLP – Gás Liquefeito de Petróleo

GTZ - Agência de Cooperação Alemã.

GW – Giga Watts

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis

IBGE – Instituto Brasileiro de Gestão e Estatísticas

IDER – Instituto de Desenvolvimento de Energias Renováveis

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IFCE – Instituto Federal de Educação, Ciencias e Tecnologia do Ceará

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas

IPECE – Instituto de Pesquisa e Estratégias Econômicas do Ceará

ISO – International Organization Standardization (organização internacional para

padronização)

KW – Kilo Watts

LED – Light Emitting Diode (diodo emissor de Luz)

MME – Ministério de Minas e Energia

MW – Mega Watts

OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

PCH – Pequenas Centrais Hidrelétricas

PIB – Produto Interno Bruto

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PSB – Partido Socialista Brasileiro

PUC-RJ – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

RMF – Região Metropolitana de Fortaleza

SEMS – Specification for Environmental Management Systems (Especificações para Sistema

de Gestão Ambiental)

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

UNCED - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente

UNIFOR – Universidade de Fortaleza

Sumário

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 13

2 GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE .................................................. 17

2.1 Contextualização antes do Século XX no mundo ......................................................... 18

2.2 Século XX: evolução e definição da temática da pesquisa ........................................... 20

2.3 Histórico sobre a questão ambiental .............................................................................. 20

3 ENERGIA ....................................................................................................................... 27

3.1 Energia Eólica................................................................................................................ 29

3.2 História da Energia Eólica ............................................................................................. 30

3.3 Energia Eólica no Brasil ................................................................................................ 35

3.4 Energias Eólica no Ceará ............................................................................................... 39

3.5 Outras Tecnologias ........................................................................................................ 46

4 ARCABOUÇO METODOLÓGICO ............................................................................ 51

4.1 Abordagem Qualitativa.................................................................................................. 51

4.2 Tipologia da Pesquisa .................................................................................................... 52

4.3 Instrumento da Pesquisa ................................................................................................ 53

4.4 Tabulação de Dados....................................................................................................... 53

4.5 Operacionalização da Pesquisa ...................................................................................... 54

5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................ 56

5.1 Ener Brasil Soluções em Energia Solar ......................................................................... 56

5.2 Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis ............................... 59

5.3 Kwara Energias do Brasil .............................................................................................. 62

CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 64

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 67

APÊNDICE A Instrumento de Pesquisas ........................................................................... 71

APÊNDICE B Transcrição das Entrevistas das Empresas ................................................. 73

1 INTRODUÇÃO

A preocupação com o meio ambiente é uma realidade. A cada dia se percebe

proporções maiores de descontrole humano e descaso deste com a natureza, como o aumento

considerável na fabricação de produtos tecnológicos como aparelhos celulares, tablets,

smartphones, notebooks, entre outros eletrônicos que possuem em sua constituição materiais

pesados (mercúrio, chumbo, cádmio, berílio, lítio), químicos e prejudiciais tanto ao meio

ambiente quanto à saúde humana.

Surge, assim, outra preocupação que são os destinos que serão dados a estes

materiais químicos quando forem descartados, visto seu grau de contaminação. E por falta de

uma fiscalização mais intensiva das autoridades responsáveis, estes materiais acabam sendo

depositados em locais inapropriados como em lixões, nas ruas ou até próximo a leitos de rios,

contaminando afluentes por conta desta má gestão dos efluentes.

Esta negligência, o homem leva para as empresas. A busca desenfreada pelo lucro,

pela concorrência, pelo aumento da carteira de clientes e novos mercados, por exemplo,

sugere que o homem não objetive os aspectos ambientais e sustentáveis nas organizações;

principais contribuintes para a poluição no planeta.

Neste aspecto, a Gestão Ambiental é responsável por coordenar a utilização dos

recursos ambientais e articular os agentes sociais, como empresas, comunidades e suas

legislações, entre outros fatores; em favor do meio ambiente. Segundo Almeida et. al. (2005),

a reciprocidade entre os agentes sociais busca conciliar e reduzir a exploração dos recursos

naturais, econômicos e sócio-culturais, através de princípios e diretrizes previamente

estipulados; esta interatividade resulta na Gestão Ambiental.

Para isto, a otimização nos processos produtivos previne tais tipos de

desperdícios, buscando um melhor e maior aproveitamento dos recursos disponíveis. Medidas

como reciclagem de materiais sólidos e líquidos, utilização consciente das energias, entre

outros métodos, favorecem ao desenvolvimento sustentável de uma nação e quando

disseminada beneficia todo o planeta, preservando e cuidando do ecossistema mundial.

Estas medidas podem ser adotadas por todas as pessoas, através de ações de

reciclagem, não jogando resíduos tóxicos, como baterias, lâmpadas fluorescentes, detergentes

químicos e outros sintéticos, no meio ambiente. E, por parte das organizações, através da

reciclagem de papéis, reutilização de óleos e outros produtos que podem ser reutilizados, além

dos cuidados com os descartes de resíduos sólidos e líquidos, seus efluentes, entre outras

medidas a serem tomadas.

Outra forma de preservar o meio ambiente de maneira sustentável é reduzir os

gastos de energia elétrica. Utilizar energia elétrica sem ter um controle adequado resulta em

mais poluição do meio ambiente com gases provenientes de combustíveis fósseis, destruição,

queimadas, contaminação entre outros fatores. Através de novas tecnologias, como a

utilização de lâmpadas com diodo emissor de luz ou light emitting diode (L.E.D.), utilização

de placas solares para gerar energia ou calor para locais que necessitam de aquecedores entre

outras, é possível reduzir os impactos causados pela interferência humana no meio ambiente e

ainda produzir bens e serviços que satisfaçam suas necessidades.

A construção e desenvolvimento de ambientes ecologicamente corretos que

aproveitam os recursos naturais como forma de gerar energias, sensores de presença para

reduzir os desperdícios desta produção de energia, estão entre projetos que reduzem os gastos

de tal recurso, que está se tornando mais necessário na rotina diária.

A eletricidade é a principal fonte de energia atualmente, mas nem sempre foi

assim. O petróleo era, até algumas décadas, uma das matrizes energéticas do mundo mais

importantes e necessárias para as atividades que necessitavam de seus produtos e subprodutos

com asfalto, borrachas, gasolina, gás liquefeito de petróleo (GLP), gás natural entre outros.

O crescimento da escassez deste recurso natural é um fato, visto a sua enorme

exploração mundial. Consequentemente torna-se urgente a busca por novas fontes energéticas

e, diante do quadro da crise ambiental, para que não prejudiquem o meio ambiente, seja por

meio da exploração, por meio de seus subprodutos ou de qualquer outra forma, o ideal será

uma fonte de energia renovável que favoreça ao desenvolvimento e recuperação do, já

prejudicado, ecossistema terrestre.

A energia é fundamental para o desenvolvimento das nações, havendo assim

pouco espaço para continuar explorando e utilizando recursos não renováveis. O fato é que

abastecimentos dos vetores energéticos atuais, por meio destes recursos não renováveis,

trazem prejuízos a todo o planeta e, principalmente, a seus habitantes, sendo, portanto,

necessário preservar o meio ambiente com cada vez mais medidas sustentáveis através de uma

gestão ambiental mais comprometida com os valores do mundo, como a ecologia, a

sustentabilidade, preservando e cuidando do planeta.

O Estado do Ceará inicia um novo tempo de desenvolvimento e iniciativas. Em 22

de outubro de 2009, foi publicada uma matéria no sítio eletrônico da Fundação Brasil Cidadão

que destaca o Estado do Ceará com quatro projetos entre as 24 melhores experiências

selecionadas pela Fundação Banco do Brasil (F.B.B.) de um total de 665 projetos inscritos no

concurso, em 2009, em medidas sustentáveis. Estas iniciativas e a abordagem dos projetos

cearenses estão relacionadas à preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Além disto, na região nordeste do Brasil, especificamente no Estado do Ceará,

foco desta pesquisa científica, proporciona um grande potencial energético; tornando-se

possível ofertar energia elétrica renovável a preços baixos e competitivos.

Segundo a publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará

(FIEC), a matriz energética da região cearense está sendo incrementada e fortalecida por

fontes energéticas renováveis como eólica, solar, das marés e biodiesel. Portanto, faz-se

necessário abordar nesta monografia o uso de energias renováveis e sua gestão, como ponto

forte para a disseminação do conhecimento da evolução energética no Estado e atrelada a isto,

vem o crescimento econômico que tais investimentos proporcionam, observando ainda as

estruturas de desenvolvimento sustentável.

Atualmente o assunto energias renováveis é discutido na maioria dos congressos,

reuniões e fóruns (congresso internacional de bioenergia; reunião das secretarias de energia;

fórum global de energias renováveis), no qual os temas preservação ambiental e o futuro do

planeta entre outros temas como sustentabilidade energética, engenharia reversa são

abordados. O motivo disto é o fato do ser humano estar tão dependente de energia elétrica

para se divertir, trabalhar, descansar e realizar tantas outras atividades, que viver sem esta

tecnologia parece inviável.

O assunto energias renováveis aliados à gestão ambiental e sustentabilidade é

hodierno e sua discussão faz-se necessária para as gerações futuras; preocupação diuturna do

profissional em Administração comprometido com a ética e responsabilidade sócio

ambientais.

Partindo dos argumentos apresentados anteriormente, busca-se investigar a gestão

ambiental e a sustentabilidade no setor de energias renováveis no Estado do Ceará, com foco

no potencial eólico, para responder o seguinte problema: Quais são as programas de gestão

ambiental e de sustentabilidade que as empresas ENER-BRASIL, IDER e KWARA as quais

trabalham no setor de energias renováveis promovem?

Neste sentido, objetiva-se identificar programas de gestão de energias renováveis

em empresas no Ceará. O objetivo específico é: analisar, segundo a percepção do gestor, qual

o impacto destes programas.

O presente trabalho encontra-se subdividido em cinco capítulos. No primeiro

capítulo, encontra-se a Introdução que apresenta a contextualização do assunto escolhido, a

justificativa do tema e a motivação de sua escolha, a problemática da pesquisa, os objetivos

gerais e específicos e a descrição.

O segundo capítulo discorrerá sobre a Gestão Ambiental e Sustentabilidade,

apresentando seus conceitos a partir dos argumentos levantados por autores de renome como

Almeida (2005), Heller (2004), Nascimento (2008), entre outros, suas influências sociais,

ambientais e econômicas.

O terceiro capítulo, denominado Energia, aborda os tipos de energias renováveis e

não renováveis, assim como um pequeno histórico sobre o potencial energético mundial,

entrando no potencial brasileiro e discorrendo ainda sobre a energia eólica de forma geral e,

mais especificamente, no Brasil e no Ceará, foco desta pesquisa.

O quarto capítulo destina-se a apresentar a metodologia utilizada na pesquisa.

Abordar pontos como a natureza da pesquisa, a tipologia da pesquisa, os instrumentos de

coleta de dados e o tratamento dado a estas informações adquiridas, instrumento da pesquisa

e, por fim, os objetos de estudo.

O quinto capítulo aborda os resultados desta pesquisa. Através da análise das

informações coletadas busca-se chegar aos resultados sobre as iniciativas que as organizações

estão tomando em prol do benefício do meio ambiente como forma de promover o Estado

também.

Por fim, apresenta-se a conclusão e as referências bibliográficas.

2. GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

Os termos gestão ambiental e sustentabilidade não são temas recentes. A relação

do homem com a natureza data de sua criação. Ele necessitava, e necessita, da natureza para a

sua sobrevivência, não obstante algumas ações vêm causando prejuízo ao ambiente. O

exemplo disto é a presença de desmatamento em serras e florestas, queimadas no serrado,

poluição sonora e atmosférica nas cidades, sem mencionar os impactos diretos e indiretos aos

animais em seus diversos biomas.

Gestão ambiental é o processo de articulação das ações dos diferentes agentes

sociais que interagem em um dado espaço com vistas a garantir a adequação dos

meios de exploração dos recursos ambientais – naturais, econômicos e sócio-

culturais – às especificações do meio ambiente, com base em princípios e diretrizes

previamente acordado/definidos (ALMEIDA, 2005 apud ALMEIDA, 2008, p 1).

Além disto, o superaquecimento global e o aumento da produção de lixo e

resíduos são os resultados dos mais de sete milhões de habitantes no mundo, segundo Heller

(2004 apud Borges, 2012, p.3).

O mundo conta atualmente com mais de sete bilhões de habitantes. Fatores básicos

como comida, transporte, moradia, saúde, trabalho, enquanto necessidades; e

tecnologia, por exemplo, que já fazem parte das ações público e privadas, serão

ainda mais exigidos pelas pessoas mesmo sabendo que se não atende a todas as

demandas hodiernas. A mutação social, percebida ao longo da história, configura-se

e se reconfigura em novas formas de organização e valores criados, conservados e

destruídos em um processo vivido para a sustentação da existência humana.

Este crescimento gera desafios à gestão ambiental e a sustentabilidade do planeta,

dificultando a relação do homem com a natureza, pois este necessitará gerenciar novos

modelos de preservar o meio ambiente durante o desenvolvimento e crescimento tanto da

população quanto das tecnologias.

Segundo Larousse (2001, p. 483), a definição para a gestão é a ação de gerir,

proveniente do latim gestio. É, ainda, conduzir para a realização de um desejo qualquer. Na

administração, é conhecido como o direcionamento a ser tomado na organização de uma

empresa. Gerir é, portanto, realizar o direcionamento das atividades em busca da realização de

um desejo, seja de um individuo, de um grupo ou de uma organização empresarial. De

maneira simplificada e resumida, a administração trabalha gerindo recursos para a realização

de objetivos.

18

2.1 Contextualizações antes do Século XX no mundo

Em 1790, houve uma grande contribuição científica por parte do engenheiro

mecânico e inventor James Watt (Greenock, Escócia, 19 de abril de 1736 – Heathfield,

Inglaterra, 25 de agosto de 1819) que desenvolveu melhorias para a primeira máquina a vapor

utilizada na indústria e assim contribuindo para a revolução industrial.

Esse avanço científico foi favorável até certo ponto. A transição da manufatura

para maquinofatura contribuiu para uma velocidade de produção com ótima qualidade de

produção, mais produtos com menores preços, entre outros pontos, foram apenas algumas das

intervenções favoráveis a este avanço científico. Entretanto, do ponto de vista ecológico,

houve grandes perdas quando se trata das questões de proteção ambiental como a destruição

dos biomas e ecossistemas que esta revolução causou, resultando em mudanças climáticas e

prejuízos econômicos e sociais.

Segundo Eigenheer (2003), a utilização das máquinas a vapor favoreceu a

poluição, pois, para estas máquinas funcionarem a partir da combustão de outro material

(geralmente carvão vegetal ou mineral) produziria muita fumaça, prejudicando, com isso, o ar

das cidades onde estas indústrias se instalavam e nos rios eram depositados produtos químicos

e resíduos decorrentes da produção.

As regiões com florestas e matas nativas foram desmatadas para dar mais espaço

para construção de novos empreendimentos, como rodovias, ferrovias, novas instalações

(residenciais ou empresariais) que nasciam e se desenvolviam; essas árvores desmatadas

serviriam ainda de combustível e insumo para produção de vários itens de utilização diária.

E de forma desordenada, as fábricas dominavam essas cidades industriais que

lançavam colunas de fumaça no ar. As novas oportunidades de empregos geradas pelas

instalações de indústrias alteravam o layout das cidades que começou a mudar, a população

aumentou rapidamente devido a grande migração dos moradores camponeses para as cidades

em busca de empregos e novas oportunidades, formando rapidamente novos centros urbanos.

Além das indústrias de agricultura, manufatura e serviços (dentre outras de

impactos relativos, como de materiais que são prejudiciais se descartados no meio ambiente

como ácidos, explosivos, pesticidas entre outros), iniciou-se a produção de veículos com seus

motores a combustão, barcos e locomotivas a vapor que lançavam mais poluentes na

atmosfera.

19

No começo do século 19, motores a vapor eram usados apenas em minas de carvão.

Sua ineficiência só tornava útil empregá-los nas minas, onde o combustível era

abundante. Enquanto isso, o desmatamento tornava a madeira escassa na Inglaterra e

França, e os dois países começaram a usar o carvão. Enquanto os mineiros cavavam

mais e mais fundo para extrair carvão, os motores a vapor ineficientes ganhavam

eficiência. Em breve, eles evoluíram para a forma moderna dos motores a vapor, que

serviu de fundação à Revolução Industrial. HowStuffWorks (2010).

A devastação de áreas verdes deu espaço para a formação e expansão de regiões

metropolitanas, consequência do aumento populacional. Isto trouxe a redução das reservas de

recursos não renováveis como o carvão mineral, o petróleo, entre outros. Esta concentração

populacional e crescimento metropolitano ocasionou uma maior demanda de energias,

aumentando também a produção de lixo, fato este que era um problema na antiguidade, pois

não havia locais adequados para o armazenamento desses resíduos e continuando a ser um

problema no presente de acordo com Eigenheer (2003).

De toda forma, o desenvolvimento tornou-se menos sustentável, com práticas

predatórias e sem controle dos recursos não renováveis tonando-se cada vez mais escasso. Os

resíduos gerados por uma fabricação desenfreada e sem controle de produtos que acabam

acumulando nos lixões que estão próximos a cidades. Consequentemente, mazelas urbanas

assolam tanto a sociedade quanto alteram de forma drástica o equilíbrio ambiental da região

que se tornou depósito de resíduos.

A relação entre crescimento econômico e ambiente natural apresenta conflitos desde

há muito tempo. Mas a degradação dos recursos naturais renováveis e não

renováveis, á poluição (água, solo e ar) e a criação de situações de risco de desastres

ambientais se intensificaram nas últimas décadas (NASCIMENTO, 2008, p. 17)

Segundo Eigenheer (2003), em meados do século XIV vários decretos reportando

à limpeza pública foram espalhados pela Europa. Estes decretos visavam à falta de hábitos

higiênicos da população da época, sendo agravado com o crescimento industrial.

Mudança na então catastrófica situação que imperava em termos de limpeza nas

cidades da Idade Média (...) não existia em geral nas cidades da Europa na Idade

Média, ruas, calçadas, canalização, distribuição central de água, iluminação pública

e coleta regular de lixo (EIGENHEER, 2003, p. 13).

As condições de sobrevivência em outros países como Inglaterra, França, Bélgica

e Alemanha também eram desfavoráveis à saúde dos seres humanos, devido à falta de higiene

e superlotação nas residências. De acordo com Cavinatto (1992, apud Ribeiro e Rooke, 2010),

os detritos como fezes e lixos eram acumulados e despejados em reservatórios públicos ou

atirados nas ruas. Além disto, havia o crescimento das áreas industriais e, com isso, os

serviços de saneamento básico não acompanhavam o desenvolvimento, gerando assim,

20

epidemias, como cólera e febre tifóide, transmitidas por água contaminada; e a Peste Negra,

transmitida pela pulga dos ratos que eram atraídos pelas sujeiras.

2.2 Século XX: evolução e definição de temática da pesquisa

No início do Século XX, foram realizados os trabalhos pioneiros a favor da

Administração; desenvolvimento da Administração Científica e das teorias clássicas da

administração. Seus idealizadores foram o americano Frederick Winslow Taylor (Filadélfia,

20 de março de 1856 - Filadélfia, 21 de março de 1915) que principiou a chamada Escola da

Administração Científica que se preocupava em aumentar a eficiência da indústria por meio

da racionalização do trabalho do operário; e o francês Henri Fayol (Constantinopla, 29 de

julho de 1841 – Paris, 19 de novembro de 1925) que desenvolveu a conhecida Teoria

Clássica, na busca do aumento da eficiência empresarial através da organização e aplicação

dos princípios gerais da administração em bases científicas.

As idéias desenvolvidas e difundidas por esses dois engenheiros constituem as

bases da chamada Abordagem Clássica da Administração. As preocupações básicas desses

precursores eram o aumento da produtividade da empresa por meio do aumento da eficiência

do nível operacional e a eficiência da indústria por meio da racionalização do trabalho

operário.

O surgimento das empresas trás consigo a necessidade de organizá-las. Inicialmente,

tudo era feito de forma empírica e improvisada, mas o crescimento acelerado e

desorganizado, responsável pela crescente complexidade na administração, exigia

uma abordagem científica (LUZ et al, 2001, p. 3).

Concernente a isto, é salutar considerar que com o aumento da eficiência

empresarial e aumento da produtividade nas organizações no início do Século XX, houve

também um aumento considerável no nível de poluição e interferências no meio ambiente.

2.3 Históricos sobre a questão ambiental

A questão ambiental tem como marco inicial a década de 1960, com a publicação

do livro A Primavera Silênciosa, de Raquel Carson, em 1962. O livro apresenta a relação

entre os fatores ambientais, econômicos e sociais que são as bases de estudo para a busca do

entendimento e compreensão dos impactos de atividades antrópicas sobre o meio ambiente.

Foi justamente neste período que as preocupações com o meio ambiente se

intensificaram. Um relatório publicado pelo Clube de Roma, que era assessorado por um

21

grupo de cientistas, que baseados em modelos matemáticos, chegaram à conclusão de que o

crescimento econômico contínuo por meio de recursos naturais não renováveis traria riscos

iminentes à sociedade; o relatório é conhecido como Limites ao Crescimento e foi publicado

em 1972. Além do alerta sobre os riscos ambientais, o relatório continha projeções a respeito

dos limites da exploração dos recursos do planeta, conforme Nascimento (2008).

O relatório publicado teve como mérito, além do despertar da consciência

ecológica, a contribuição ainda para a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o

meio ambiente e Desenvolvimento em Estocolmo na Suécia, em julho de 1972. Este período

que ficou conhecido como a década da regulamentação e do controle ambiental, onde países

que foram a favor deste projeto e tomaram iniciativas governamentais e ainda consideraram o

ato de poluir como um crime ambiental.

Ainda na mesma época, veio a crise energética originada pelo aumento no preço

do petróleo que alavancou a preocupação com o meio ambiente e trouxe dois importantes

temas que ainda não eram bem vistos, como a racionalização de energia e a procura por

combustíveis puros, combustíveis provenientes de fontes renováveis e limpas.

Em contrapartida a isto, surgiu a necessidade do aproveitamento energético de

resíduos, corroborando para fortalecer e unir dois temas que atualmente estão em grande

evidência que é o meio ambiente e a conservação energética. Este quadro de grandes

mudanças ideológicas apresenta os primeiros passos para o que logo seria conhecido como

desenvolvimento sustentável, segundo Nascimento (2008).

Em 1978, na Alemanha, um selo ecológico é produzido para rotular produtos que

eram fabricados de maneira ambientalmente correta, sem maiores prejuízos ao meio ambiente,

este selo ficou conhecido como O Anjo Azul. Empresas que fabricavam seus produtos e que

possuíam o selo ganhavam mais reconhecimento, como empresas que estava na luta pelos

valores da humanidade e preservação do meio ambiente.

Posteriormente, já na década de 1980, entram em vigor legislações que buscam

supervisionar e regrar a instalação de novas indústrias e que determinam condições para as

emissões de resíduos das indústrias já existentes. Com isso, começa a surgir organizações

empresariais especialistas em elaborar estudos sobre os impactos sobre o meio ambiente, além

de gerarem relatórios sobre estes impactos, segundo Nascimento (2008).

Os assuntos ambientais chegaram a fazer parte do cotidiano das pessoas, pois

anteriormente eram tratados na maior parte entre as organizações como um custo. Somente

após o alerta de contaminação por resíduos químicos perigosos durante alguns acidentes de

22

grande escala como na indústria de Bhopal, em 1984; com o vazamento nuclear em Chenobyl

na Ucrânia, em 1986; com o derramamento de petróleo no mar do Alasca, em 1989; e com a

destruição das camadas de ozônio que protegem o planeta Terra contra as faixas de radiação

emitidas pelo Sol, é que este assunto chegou ao conhecimento das pessoas comuns,

concernente Nascimento (2008).

Ainda segundo Nascimento (2008), em meados da década de 1980, é firmado um

convênio internacional para regrar a movimentação e fiscalizar a importação e exportação de

materiais e resíduos tóxicos para países que não possuam capacidade suficiente para acolher

tais itens e assim privar-lhes o comércio, pois em países menos desenvolvidos, estes materiais

são simplesmente descartados sem muita precaução e responsabilidade ambiental.

Na década de 1980, disseminam-se as preocupações em preservar e conservar o

meio ambiente. Empresários buscam reduzir os desperdícios de matérias prima, garantindo

uma boa imagem de empresa ambientalmente responsável. Com esta difusão das ideias

ambientalmente responsáveis dois documentos o “Protocolo Montreal” e o “Relatório de

Brundland” são firmados em 1987 e publicados no mesmo ano.

O “Relatório Brundland”, que passou a ser conhecido com o título de “Nosso

Futuro Comum”, tornou o conceito de Desenvolvimento Sustentável mundialmente

conhecido. Além disto, vale ressaltar que este documento trata da ligação entre os assuntos

sobre as questões ambientais e de desenvolvimento mundial, em prol de um objetivo comum.

O Relatório Brundland apresenta ainda a possibilidade de uma interligação entre o

crescimento econômico e conservação ambiental para um desenvolvimento sem necessidade

de destruição da biodiversidade do planeta.

Em 1987, o mundo tomou conhecimento desta responsabilidade quando a

Comissão de Brundland definiu qual seria o conceito de Desenvolvimento Sustentável como o

desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das

gerações futuras de atender suas próprias necessidades.

Assuntos como meio ambiente, economia e sociedade, são temas interligados que

formam uma tríade, base para a formação do desenvolvimento sustentável, segundo

Nascimento (2008). O exemplo disto são indústrias que ao longo desses anos vem se

desenvolvendo e são temas relacionados à economia de certa região, onde estas se instalam.

Os outros pontos (meio ambiente e sociedade) se referem à intervenção no meio ambiente por

essas organizações, por meio dos efeitos positivos e negativos tanto para a sociedade quanto

para o meio ambiente que a instalação dessa indústria produz numa sociedade.

23

Atualmente, destacam-se em todo o mundo os efeitos negativos gerados, não

apenas das indústrias e empresas, pois não se podem culpar estas organizações de toda mazela

na natureza, mas também das ações de uma sociedade que não se responsabiliza com a

preservação ambiental, em acabar com os desmatamentos florestais, em diminuir a erosão

com medidas corretas, diminuir a poluição dos rios, acabar com a extinção espécimes da

fauna e flora entre outros efeitos destrutivo da atuação humana no meio ambiente.

A rápida deterioração do ambiente natural, a destruição da camada de ozônio, as

alterações climáticas, o efeito estufa, a chuva ácida, a destruição das florestas, a

morte dos lagos, a destruição das regiões de montanha, o lixo em excesso, os

desperdícios de toda ordem, a pobreza, a miséria e a fome são apenas alguns dos

itens que precisam ser considerados na atual agenda de prioridades do planeta Terra

(NASCIMENTO, 2008, p. 20).

Segundo Nascimento (2008), o desenvolvimento sustentável trata justamente de

como compreender o sentido da valorização, o cuidado e desenvolvimento do patrimônio

ambiental. O autor afirma ainda que se deve desenvolver o meio ambiente de tal forma que

possamos “viver de sua renda e não de seu capital”. Mas, na realidade, o que ocorre

atualmente no mundo são exemplos de descompromisso com a preservação do planeta e com

o ecossistema, pois a flora é desmatada e vendida, assim como a fauna.

O ponto de vista sobre a preservação ambiental na, década de 1990, tinha

adquirido mais maturidade, pois a sociedade via a importância de viver em equilíbrio com a

natureza, compreendendo que os resíduos produzidos pelo homem e que são jogados no meio

ambiente, do qual não fazem parte, trazem efeitos negativos e nocivos também à própria

sociedade.

Em 1992, são regulamentadas as normas britânicas que orientaram a elaboração

de um sistema de normas ambientais a BS 7750 que serviu de base para a Organização

Internacional para Padronização ou International Organization for Standardization (I.S.O),

também em escala mundial, a BS 7750 – Especificações para Sistema de Gestão Ambiental,

em inglês Specification for Environmental Management Systems (SEMS). Os principais

requisitos desta norma são: requisitos relativos à política ambiental, programas e sistemas de

gestão; requisitos relativos à auditoria ambiental; requisitos relativos à validade dos

verificadores e sua função e os exemplos de drafts de atestados de participação.

As normas ISO 14.000 aliadas às normas da gestão da qualidade, ISO 9000,

contribuíram de forma enriquecedora, sendo ainda bastante relevante para a conservação

ambiental e desenvolvimento das bases do conceito de sustentabilidade, segundo Nascimento

(2008).

24

A série ISO 14.000 é um conjunto de normas que definem parâmetros e diretrizes

de gestão ambiental para as organizações, sejam elas privadas ou públicas, com a intenção de

reduzir os impactos causados pela ação do homem no meio ambiente, segundo Lemos (2013).

Já a série ISO 9.000 trata de normas que buscam gerir e garantir o controle da qualidade nas

organizações, por meio de um processo contínuo de melhorias em seus produtos e serviços.

Para manter este equilíbrio ambiental e assim promover a qualidade de vida para a

população, seria necessário custear certas atividades, como limpeza e conservação,

reciclagem, propagandas, divulgando e desenvolvendo estas ações em todo o mundo.

No Brasil, após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, realizada em junho de 1992, tendo como sede a cidade do Rio de Janeiro,

que ficou conhecida como Rio-92 ou ainda como Cúpula da Terra; tanto a sociedade quanto

as empresas tomaram conhecimento sobre a importância e necessidade de incrementar em

suas ações uma atitude ambientalmente corretas e desenvolver uma nova visão sobre

desenvolvimento econômico. Esta é basicamente produzir bens e serviços interferindo o

mínimo possível no meio ambiente e preservando-o, atendendo ainda as necessidades

humanas, segundo Nascimento (2008).

Esta conferência mundial resultou na elaboração de dois importantes documentos

para a sociedade mundial. A Carta da Terra que também é conhecida como Declaração do

Rio, que era uma declaração sobre a importância da preservação ambiental para um mundo

iluminado pelas ideias ativistas ambientais, verdes e utópicas, no entanto, atenta. Já a agenda

21, era um programa de ações governamentais com a participação de instituições da sociedade

civil de 179 países na busca de um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de

proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.

No ano de 2002 aconteceu a Rio+10, em Johanesburgo, na África do Sul, que

tratou da preocupação mundial com as questões ambientais, uma vez que estas não se limitam

mais apenas a ações isoladas, passando neste início de século XXI para uma inquietação da

sociedade como um todo, em escala mundial. Umas das intenções desta nova conferência dez

anos após a realização da Rio-92, no Rio de Janeiro, foi avaliar os resultados obtidos.

Nesta conferência houve a participação de inúmeras organizações que buscavam

alcançar metas sustentáveis neste século. Como incremento da interferência das atividades

humanas, houve também na Rio+10 discussões sobre o Protocolo de Kyoto1 que busca a

1 Acordo vinculante que compromete os países do Norte a reduzir suas emissões de carbono. Disponível

em: <www.greenpeace.org.br/clima/pdf/protocolo_kyoto.pdf>, acessado em: 22/03/2013.

25

redução das emissões dos gases que provocam impactos negativos como o efeito estufa,

segundo Nascimento (2008).

É válido ressaltar as principais e mais notórias Conferências Mundiais sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimento Sustentável que foram realizadas durante todos esses anos e, no

qual, veio se desenvolvendo a ideologia da preservação e conservação da natureza, o

patrimônio comum, destacam-se assim os seguintes encontros realizados, segundo Instituto

Nacional de Pesquisas (INPE, 2012):

• Conferência de Estocolmo, na Suécia em 1972 no qual destacou as primeiras

recomendações de proteção ao meio ambiente.

• Conferência do Rio de Janeiro, no Brasil em 1992 – RIO 92 ou ECO 92 que

recomendou cortes de emissões de gases que provocam o efeito estufa.

• Conferência de Kyoto, no Japão em 1997, ficou conhecida como Protocolo de

Kyoto que estabeleceu a redução das emissões de gases de efeito estufa aos níveis

de 1990.

• Conferência em Haia, na Holanda no ano de 2000 que estabeleceu o Crédito de

Carbono.

• Conferência em Bonn, na Alemanha no ano de 2001 no qual se criou o fundo

para países em desenvolvimento.

• Conferência de Copenhagen, na Dinamarca no ano de 2009, que firmou a

recomendação para não ultrapassar a temperatura média global de 2°C acima dos

patamares da Revolução Industrial.

• Conferência de Cancun, no México em 2010 discutiu-se sobre o Fundo Global

para fomentar pesquisas de desenvolvimento sustentável.

• Conferência do Rio de Janeiro em 2012 – Rio+20 que contribuiu para definir a

agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.

Em 2012, realizou-se novamente no Brasil a 20a Conferência Mundial sobre

Desenvolvimento e Meio Ambiente, ou ainda, Conferência das Nações Unidas sobre Meio

Ambiente (UNCED), a Rio+20, que durante os dias 20 a 22 de junho, no Rio de Janeiro,

reuniu chefes de Estados, de governos e outros representantes de todo o mundo caracterizando

uma conferência do mais alto nível. Esta conferência teve um maior destaque, pois marca

também o 10º aniversário da conferência em Johanesburgo, em 2002.

26

A Rio+20 será uma das mais importantes reuniões globais sobre desenvolvimento

sustentável de nosso tempo. No Rio, nossa visão deve ser clara: uma economia

verde sustentável que proteja a saúde do meio ambiente e apoie o alcance dos

Objetivos de Desenvolvimento do Milênio através do crescimento da renda, do

trabalho decente e da erradicação da pobreza (Ban Ki-moon, 2012 - Secretário-Geral

das Nações Unidas).

Segundo Ban (2012), a Rio+20 foi um dos mais importantes encontros globais

sobre o desenvolvimento sustentável de todos os tempos, nela se destacou a importância da

economia verde sustentável na busca da proteção ambiental, em primeira instância, não

deixando de lado o desenvolvimento da humanidade, o crescimento da renda e o trabalho,

mostrando que a pobreza é um fator prejudicial e que se deve erradicá-lo.

A sustentabilidade está irremediavelmente ligada às questões básicas de igualdade –

ou seja, equidade, justiça social e maior acesso a uma melhor qualidade de vida, de

acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2011, do Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Este relatório chama por ações

urgentes com o objetivo de reduzir o ritmo das mudanças climáticas, evitar maior

degradação do planeta e reduzir as desigualdades, já que a deterioração ambiental

ameaça reverter progressos recentes de desenvolvimento humano em relação à

população mais pobre do planeta.

Algumas das conclusões do Relatório:

Nos últimos 30 anos, os países classificados entre os 25% piores no ranking

do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) melhoraram seus resultados em

incríveis 82%, duas vezes mais que a média global.

Caso este ritmo se mantenha nos próximos 40 anos, a maioria destes países

alcançará padrões iguais ou melhores do que aqueles países que representam os 25%

melhores colocados.

Mas os efeitos das mudanças climáticas podem tirar do caminho do progresso

os lugares menos desenvolvidos do mundo.

Decompondo os efeitos projetados das mudanças climáticas no clima local,

na produção de comida e em poluição, a média deste índice cai 8% em todo o

mundo considerando-se o que poderia ser esperado – e 12% na África subsaariana e

no sul da Ásia.

Um imposto de 0,005% sobre as transações do mercado cambial poderia

gerar 40 bilhões de dólares ou mais todo ano para financiar a luta contra as

mudanças climáticas e contra a pobreza extrema.

Podemos prover eletricidade para 1,5 bilhão de pessoas que hoje vivem sem

acesso a este recurso. E isto pode ser feito de forma financeiramente viável e

também de forma sustentável, sem aumentar a emissão global de carbono em nem

mesmo 1%. (Relatório de Desenvolvimento Humano 2011. O que é

sustentabilidade?)

Diante do exposto sobre o histórico referente ao período da industrialização no

Brasil e no Mundo, cabe apresentar no capitulo posterior referencias históricas sobre a

energia.

27

3. ENERGIA

Há energia no universo assim como em todo o mundo. Atualmente, a matriz

energética mundial está baseada no consumo de energias não renováveis, o que vem

acarretando vários impactos negativos ao meio ambiente. Segundo Nascimento (2011), fontes

energéticas são matérias capazes de gerar energia por meio da transformação como a

combustão de materiais, fissão ou quebra de núcleos atômicos, eólica, decomposição orgânica

ou biomassa, raios solares, movimento das ondas entre outros.

Os tipos de energias podem ser divididos em dois grandes grupos que ficaram

popularmente conhecidos como fontes energéticas renováveis (permanentes) e não renováveis

(temporários). As fontes energéticas não renováveis são fontes energéticas que possuem

reservas limitadas, visto que o tempo para recuperação ou renovação desta reserva é de longo

prazo, cerca de milhares de anos, comparando com o seu consumo (carvão mineral, petróleo,

urânio, gás natural entre outros). Já as fontes energéticas renováveis, são fontes energéticas

que possuem capacidade de regeneração em curto prazo, ou ainda que não se esgote como

energia proveniente dos ventos, dos mares, do sol, entre outras, segundo Carvalho (2003).

O uso de energias renováveis foi motivado pela necessidade de gerar energia sem

emitir poluentes que prejudicassem o meio ambiente, propósito contrário à produção

energética por meio de combustíveis fósseis (carvão mineral, gás natural, petróleo entre

outros).

Vários países no mundo, a exemplo de Alemanha, Canadá e Dinamarca estão

investindo neste novo segmento energético realizando projetos que tiram proveito das

energias limpas (solar, eólica, biomassa, biodiesel, hidrogênio, marés, entre outras) com o

intuito de substituir as decadentes fontes não renováveis, favorecendo a redução dos efeitos

causados pela utilização de tais recursos.

Assim, com a conscientização e preocupação com as questões ambientais, as fontes de

energias renováveis terão uma maior participação na matriz energética mundial na próxima

década. Segundo Porto (2007), os dados sobre a produção por meio de alternativas renováveis

são as descritas na figura um;

28

Figura 1 Energias Renovável e não Renovável

Fonte: Porto (2007).

A figura 1 apresenta uma relação entre a produção de energias não renováveis

com as renováveis no mundo, e destaca ainda este perfil de produção no Brasil

percentualmente. Com isso, admite-se que a produção energética renovável ainda está em

crescimento no Brasil, cerca de 45% contra 55% de produção. Neste sentido, afirma-se que

está em crescimento visto que o Brasil encontra-se iniciando o desenvolvimento desta

tecnologia e de parques que aproveitam energias de fontes renováveis.

Quadro 1. Os 15 maiores geradores de energia elétrica.

Fonte: Porto (2007).

29

O quadro 1 apresenta uma relação decrescentes dos quinze maiores produtores de

energia elétrica no mundo e suas fontes geradoras hidroelétrica, nuclear, termoelétrica entre

outras renováveis, mostrando que o Brasil encontra-se na décima posição neste ranking.

Potências mundiais como Estados Unidos e China ocupam as primeiras posições tendo como

fonte principal a energia termoelétrica.

Após a explanação sobre os tipos de energia, este trabalho de conclusão de curso

trata especialmente sobre energia eólica, cujo histórico sobre o mercado brasileiro encontra-se

no item vindouro.

3.1 Energia Eólica

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 2002), a energia eólica

é a energia cinética proveniente das massas de ar em agitação (vento), seu aproveitamento se

dá por meio da transformação desta energia cinética em translação para movimento de rotação

de turbinas eólicas, conhecidas como aerogeradores com o intuito de gerar energia elétrica

para diversos usos.

Figura 2: Distribuição vertical da velocidade do vento

Fonte: Carvalho (2003).

Para Carvalho (2003), o vento é entendido como o deslocamento dessas massas de

ar devido ao aquecimento da terra pela radiação do sol, sendo esta uma forma indireta de

30

energia solar resultante da transformação de energia térmica em energia cinética, classificados

como:

Movimento Globais: devido à quantidade de calor que chega à superfície da terra na

região equatorial ser maior que nos polos, este é transferido para os polos.

Movimento Locais: influenciado pelo relevo da região, os mais importantes são: Terra

– Mar, Montanha – Vale.

No Brasil, a região próxima à linha do equador, como o Nordeste, há a incidência

de ventos alísios os quais, segundo Carvalho (2003), são ventos em direção a menores

pressões da aquecida faixa equatorial, sendo desviado para o sentido contrário à rotação da

terra pela força de cariolis.

3.2 História da Energia Eólica

Foi através da evolução das atividades agrícolas que surgiu necessidade de utilizar

ferramentas que facilitassem o trabalho humano e animal. Por volta do ano 8.000 A.C.,

segundo Carvalho (2003), surgiu a ideia e a motivação para a criação do cata-ventos,

conhecidos também como moinho de vento. Futuramente essa tecnologia seria desenvolvida e

chegaria aos modernos aerogeradores que se conhece atualmente.

Figura 3 Aerogerador moderno

Fonte: CENTRO BRASILEIRO DE ENERGIA EÓLICA - CBEE / UFPE. 2003

31

As primeiras unidades de cata-vento produzidas surgiram no Oriente e possuíam

eixos verticais, suas finalidades eram a moagem de grãos e o bombeamento de água. Foi

encontrada uma desvantagem nestes primeiros modelos, as superfícies das pás que

acompanham o vento durante a metade das rotações em torno do eixo vertical, tem que girar

contra o vento durante a outra meia rotação. Para a solução deste problema foi criado um

anteparo para remover a pressão nas pás quando contrária à rotação, caso este anteparo não

fosse equipado com mecanismo de giro, uma parcela deste potencial eólico se perderia, não

seria aproveitado.

Os primeiros registros foram feitos na Mesopotâmia, por volta de 1700 a.c. pelo

imperador Hammurabi que arranjou o uso destes cata-ventos para a irrigação. E, segundo

Golding (1976, apud CARVALHO, 2003, p.39), os “desenvolvimentos posteriores foram

realizados pelos persas e chineses”. Na Europa, chegaram por meio das cruzadas trazidas por

combatentes, foram mais uma vez desenvolvidos, deixando seu eixo vertical para assumir um

eixo horizontal. Estes últimos foram construídos no Ocidente após vários séculos.

Espalharam-se pela Inglaterra, França, Holanda e Alemanha (Século XIII), Polônia e Rússia

(Século XIV).

Figura 4 Moinho de vento Medieval

Fonte http://studentsoflondres.blogspot.com.br/2013/04/moinhos-idade-media.html

Todos esses anos se passaram com desenvolvimentos empíricos sobre os cata-

ventos, até que o cientista Gottfried Wilhelm Leibniz [1646 – 1761], interessado pelo assunto

inicia um processo de investigações sobre os cata-ventos de forma científica. Daniel Bernoulli

[1700 – 1782] utilizou leis básicas de mecânica dos fluidos para realizar cálculos de pás de

32

moinhos de vento. Leonhard Euler [1707 – 1783] analisou de forma científica o desempenho

de Cata-Ventos e por Johm Smeaton, foi apresentado este trabalho a Royal Society inglesa em

1759.

Um dos melhoramentos técnicos (construção de um rotor lateral cujo plano de

rotação é perpendicular ao plano de rotação das pás principais) que estão presentes em

algumas máquinas até hoje foi feito por Edmund Lee, em 1745, afirma Golding (1976, apud

CARVALHO, 2003, p.41). Já em 1792, segundo Hau (1996, apud CARVALHO, 2003, p.41),

foram construídos os primeiros moinhos de vento com pás com persianas, com esta melhoria,

em caso de ventos fortes, as lâminas ao longo das pás se abrem sem maiores dificuldades,

obtendo com isso um maior controle sobre a rotação e a potência dos ventos. O uso destas

persianas, juntamente com o rotor lateral, fez com que os moinhos de vento da Holanda

obtivessem destaques em desenvolvimento tecnológico.

No final do século XVIII, com o início da revolução industrial, a sequência de

desenvolvimentos dos cata-ventos foi interrompida, caracterizando o início do declínio da

energia eólica na Europa. A exploração dos combustíveis fósseis com baixo custo e com

grande oferta, assim como as facilidades permitidas pelo uso de máquina a vapor,

favoreceram ganhos técnicos e econômicos. Ainda conforme Hau (1996, apud CARVALHO,

2003, p.41) “Calcula-se que nesta época havia em operação em toda a Europa cerca de

200.000 moinhos de vento”; e nos Estados Unidos da América (E.U.A) “em 1899 foram

contadas no país cerca de 77 fábricas de cata-ventos; 1930 havia aproximadamente 100

firmas, empregando cerca de 2.300 trabalhadores”.

A criação das primeiras máquinas elétricas iniciou-se no final do século XIX,

concomitantemente a instalação dos primeiros geradores e redes de transmissão elétrica.

Nesta mesma época os avanços nos motores à combustão interna, com os ciclos Otto e Diesel,

o advento da descoberta das reservas de petróleo, fonte de combustível mais utilizada até hoje

no mundo, a utilização da energia hidráulica. Somando tudo aos programas de eletrificação

das zonas rurais (1930) nos E.U.A., o que fortaleceu a decadência da utilização da energia

eólica neste período.

A salvação das pesquisas no campo da energia eólica ficou por conta de países

que não possuíam reservas de petróleo, nem potencial hídrico para gerar energia, o que

favoreceu nestas regiões os estudos sobre o uso da energia eólica para gerar eletricidade.

Segundo Carvalho (2003), o fato de a Dinamarca produzir o primeiro gerador eólico capaz de

produzir energia elétrica não causa espanto, visto sua carência nas outras fontes energética.

33

Este mérito fica resguardado ao trabalho de Poul la Cour [1846 – 1908], pioneiro nas

pesquisas sobre geradores eólicos, que aumentou a potência geradora de energia dos moinhos

de vento, o que segundo Hau (1996, apud CARVALHO, 2003, p.43) o rendimento anual dos

modelos com persianas foi de 50.000 Kilo Watts hora (KWh).

Na Alemanha, segundo Carvalho (2003), a contribuição no inicio do século XX,

foi do campo teórico, onde em 1920 o físico Albert Betz [1885 – 1968] demonstrou que por

cada instalação eólica, pode ser retirada uma máxima de até 59% de rendimento

aerodinâmico. Surgiram em 1930 e 1940, ainda na Alemanha, projetos de grande porte como

o de Hermann Honnef em 1932 com a instalação eólica de cinco rotores de 160 metros de

diâmetro, 20 Mega Watts (MW) de potência e uma torre de 250 metros de altura. Mas o

projeto não foi realizado, mesmo assim este se tornou um marco histórico, pois foi a primeira

ideia de utilização dos ventos como fonte energética para geração de energia elétrica em

grandes quantidades e para abastecimento de redes de transmissão elétrica. Ainda assim, outro

marco histórico foi o projeto de Franz Kleinhenz que propôs uma torre de 130 metros de

altura, mas também não foi concretizado, segundo Hau (1996, apud CARVALHO, 2003,

p.43).

Entra em destaque nestes períodos a organização F.L. Smidth, com a instalação de

unidades geradoras de 50 e 70 KW, na Alemanha. Na União Soviética a unidade WIME D-30

produzindo 100 KW e três pás com diâmetros de 30 metros. Vale ressaltar também outra

unidade piloto produzida por Smith – Putnam, de potencia máxima 1,25 MW, gerador

assíncrono, altura de torre de 35,6 metros de altura e duas pás de diâmetro de 53,3 metros,

Carvalho (2003), salienta que esta foi a primeira turbina eólica de grande porte do mundo a

entrar em atividade, que ficou ativa até março de 1945, quando houve a quebra de umas das

pás. Outros pontos importantes foram o desenvolvimento do rotor Darrieus para fornecer

energia elétrica e Savonius com bombeamento de água, ainda no Século XX, segundo Schulz

(1989, apud CARVALHO, 2003, p.44).

No final da segunda guerra mundial, petróleo, carvão e usinas hidrelétricas

competiam economicamente, cabendo às pesquisas encaminhar, construir e desenvolver

estudos sobre a energia eólica. Na Alemanha iniciou o processo de produção em série dos

primeiros aerogeradores que seriam vendidos mundialmente, desenvolvidos por Allgaier na

década de 50, era constituído por dez metros de diâmetro, equipado com gerador de 10 KW

em regiões costeiras e 6 KW em regiões interioranas. Haier (1998, apud CARVALHO, 2003,

34

p. 44), afirma que até os dias de hoje algumas destas unidades continuam em operação,

mesmo após quarenta anos de produção e atividade.

Durante quase toda a década de 1960, não houve incentivos para desenvolver

novos projetos no setor eólico, visto o baixo custo do petróleo e crescimento das redes

elétricas abastecidas por hidrelétricas e termelétricas. Soma-se a isto, o surgimento da energia

nuclear com promessas de ser a alternativa energética segura, barata, restringindo o estudo

daquela tecnologia.

No entanto, em 1973, com o acontecimento do choque do petróleo ou primeira

grande crise do petróleo, a energia eólica teve um grande impulso, pois acarretou em grandes

investimentos em energias renováveis por países como Estados Unidos, Canadá e Europeu, o

que favoreceu novos investimentos em pesquisas no setor eólico para desenvolver instalações

de grande porte para abastecimento energético, fase essa que ocorreu independente das

necessidades de mercado, para Dew (1998, apud CARVALHO, 2003, p.45).

Segundo Carvalho (2003), unidades que apresentaram boa qualificação no

mercado apresentaram características como simplicidade, confiabilidade e robustez, “conceito

dinamarquês”, cabe ainda ressaltar que estes equipamentos foram desenvolvidos em um nível

médio de potência. A Dinamarca permaneceu como líder no setor até o inicio da década de

1990, sendo que em 1991 a sua produção era de 2/3 (360MW) da capacidade europeia,

Alemanha e Holanda.

É importante informar que o primeiro parque eólico offshore2 (no mar) foi

instalado em 1991 na cidade de Vindeby na Dinamarca, apresentando um potencial energético

de 4,95 MW. E em Horns Ver na Dinamarca foi criado em 2002 o maior parque eólico

marítimo do mundo com oitenta unidades e produção de 160 MW de energia, conforme

afirma Carvalho (2003).

2 São tecnologias eólicas offshore aquelas concebidas para extrair energia dos ventos que sopram sobre os mares

e oceanos. Disponível em < http://www.aquaret.com/pt/ferramenta-de-e-learning/seleccao-de-tecnologias/5-

eolica-offshore>

35

3.3 A Energia Eólica no Brasil

As pesquisas sobre energia eólica no Brasil começaram tarde em relação a outros

países, afirma Carvalho (2003), principalmente devido ao seu grande potencial hídrico. As

pesquisas no campo iniciaram em 1976, nos laboratórios do Centro Técnico Aeroespacial

(C.T.A.) com unidades de pequeno porte de 1KW a 2 KW. Em 1979 foi construído um

gerador com maior capacidade geradora (5KW) e diâmetro de oito metros, operando durante

nove meses no campo de testes Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte.

No ano de 1980, numa parceria com o Centro Aeroespacial da Alemanha o C.T.A.

o Brasil solicita a construção de unidades com potencial de 100 KW e 25 metros de altura, o

projeto ficou conhecido como DEBRA (Deutsche – Brasileiro), moldes e modelos foram

desenvolvidos no próprio CTA e encaminhados para produção na Alemanha. Em julho

de1984 foram realizados os primeiros testes dos 15 protótipos. No entanto, por conta de

normas internas, os testes foram encerrados, segundo Chesf-Brascep (1987, apud

CARVALHO, 2003, p.48).

Em novembro de 1984, ainda segundo Carvalho (2003), a empresa

ELETROBRAS, juntamente com a Fundação Padre Leonel França aliada à PUC-RJ, buscam

elaborar o Atlas do Potencial Eólico Nacional com a intenção de viabilizar a utilização desta

nova tecnologia no Brasil, estes dados foram tabulados e apresentaram informações como

velocidade média, velocidade máxima, probabilidade de calmaria e densidade de potencia por

região brasileira.

Por meio destes estudos iniciou-se a instalação nas regiões de Fernando de

Noronha em 1992, em 1995 entra em funcionamento o Centro de Referência em Energia

Solar e Eólica Sergio de Salvo Brito (CRESESB) com apoio do suporte de recursos humanos

e laboratoriais do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (CEPEL) e em 1996 foi inaugurado

o Centro Brasileiro de Energia Eólica (CBEE) em Olinda, fruto do projeto entre CEPEL,

Folkcenter e UFPE.

É interessante ressaltar que em 1990 houve as primeiras discussões sobre o futuro

das fontes energética eólica e solar no Brasil, em 1994 ocorreu o “I Encontro para definição

de diretrizes para o desenvolvimento de Energias Solar e Eólica no Brasil”, por meio do

Ministério de Minas e Energias (MME) e Ministério de Ciências e Tecnologia onde foram

firmadas metas e diretrizes que resultou na chamada Declaração de Belo Horizonte; O “II

encontro para o Desenvolvimento de Energia Solar e Eólica” aconteceu em 1995 em Brasília

36

e o III encontro tinha como metas o desenvolvimento do setor, ocorreu em 1996 em São

Paulo.

O desenvolvimento no setor eólico favoreceu o surgimento dos primeiros mapas

do potencial eólico por regional em 2000. O mapa foi lançado em 2001 objetivando fornecer

informações a tomadores de decisão, identificando as melhores regiões para instalar as usinas

e realizar o melhor aproveitamento de tal recurso. Este atlas concretizou-se pelo

desenvolvimento do MesoMap, um sistema de mapeamento e modelamento numérico dos

ventos de superfícies. Ainda segundo Carvalho (2003), o sistema simula a dinâmica

atmosférica do regime dos ventos e variáveis meteorológicas correlatas, tomando como base

amostragens validadas de um banco de dados. Além destas informações o autor cita dados

sobre o relevo da região, rugosidade dos ventos induzida por características do solo, interação

térmica entre superfície terrestre e atmosfera, efeitos do vapor de água, entre outras

informações.

Segundo ANEEL (2002, apud Nascimento, 2011), os diversos levantamento de

informações e estudos realizados e em andamento (locais, regionais e nacionais) tem

fortalecido a exploração da energia eólica no Brasil. Por conta disto, em 1998, realizou-se em

Brasília nos dias 22 a 25 de novembro o “Encontro Técnico e de Negócios Brasileiro-Alemão

de Energia Eólica” que deu inicio aos debates e discussões a respeito dos desafios e barreiras

a serem superados para a instalação de parques eólicos no Brasil, conforme

Nascimento(2011).

Neste encontro foi demostrado o interesse de diversas empresas no ramo de

energias renováveis, estrangeiras instalarem suas matrizes ou até filiais no Brasil, tendo em

vista novas oportunidades. Devido a esta procura, foi necessário criar uma Politica Nacional,

com leis específicas, para as Energias Solar e Eólica com o intuito de desenvolver

tecnologias, atrair investimentos internos e externos e com isso expandir a matriz energética

Brasileira.

Em 2001 o Centro de Referência para Energia Solar e Eólica (CRESESB/CEPEL)

publicou o Atlas do potencial Eólico Brasileiro estimando o potencial eólico brasileiro em

143 GW, considerando uma torre de cinquenta metros de altura, no entanto já há

possibilidades de aplicar uma torre com mais de cem metros de altura. Para isto, é necessário

regiões com bons ventos como destaca o mapa abaixo, as regiões Nordeste e Sul são as que

mais se enquadram no perfil.

37

Figura 5: Potencial Eólico Brasileiro

Fonte: CRESESB/CEPEL.

Verifica-se no mapa que uma boa parcela do território brasileiro possui condições

favoráveis à instalação de equipamentos aerogeradores, principalmente nas regiões Nordeste e

Sul. Com isto, segundo Nascimento (2011), o Governo Federal viabilizou a instalação de mais

usinas eólicas no Brasil.

De acordo com o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobrás (CEPEL)

o potencial brasileiro supera o Alemão, porém, produz 350 vezes menos. Segundo a CEPEL,

o Brasil possui capacidade de produção de 143.500 MW nos territórios brasileiros, sendo sua

maior parcela na região nordeste, onde sua produção seria de 10 vezes a capacidade de

geração da usina de Itaipú.

38

Figura 6 Potencial Energético Brasileiro por Regiões

Fonte: EPE, 2007.

Quadro 2 Usinas Eólicas em Operação

USINAS POTÊNCIA (MW) MUNICÍPIOS

Eólica de Prainha 10 Aquiraz-CE

Eólica de Taíba 5 São Gonçalo do Amarante-CE

Parque eólico de Beberibe 25,6 Beberibe-CE

Mucuripe 2,4 Fortaleza-CE

Praia do Morgado 28,8 Acaraú-CE

Volta do Rio 42 Acaraú-CE

Foz do Rio choro 25,2 Beberibe-CE

Praia Formosa 104,4 Camocim-CE

Eólica Canoa Quebrada 10,5 Aracati-CE

Lagoa do Mato 3,2 Aracati-CE

Eólica Icaraizinho 54,6 Amontada-CE

Eólica Paracuru 23,4 Paracuru-CE

Eólica Praia de Parajuru 28,8 Beberibe-CE

Parque Eólico Enacel 31,5 Aracati-CE

Canoa Quebrada 57 Aracati-CE

Taíba Albatroz 16,5 São Gonçalo do Amarante-CE

Bons Ventos 50 Aracati-CE

Total de Usinas: 17 518,9 MW

Fonte: ANEEL, BIG, 2010.

Diante do potencial energético brasileiro, destaca-se a região Nordeste com a

produção de 75 GW de energia, assim como mostrado na Figura 4. Dentro desta região cabe

destacar-se o Estado do Ceará, que será o foco deste trabalho científico como um dos maiores

produtores de energia eólica do Nordeste, o Quadro 2 demonstra parte de sua capacidade em

2010.

39

3.4 Energia Eólica no Ceará

Na região nordeste do Brasil localiza-se o Estado do Ceará, que faz fronteira ao

norte com o oceano Atlântico, e ao sul com o estado de Pernambuco; a leste, com os estados

do Rio Grande do Norte e da Paraíba e a oeste, com o estado do Piauí. O Estado do Ceará tem

uma área total de 148.825,6 km², o equivalente a 9,57% da área pertencente à região Nordeste

e 1,74% da área do Brasil. Esta região possui 573 quilômetros de litoral. Assim, o estado do

Ceará tem a quarta extensão territorial da região Nordeste e é o 17º entre os estados brasileiros

em termos de superfície territorial. Possui ainda uma localização privilegiada, pois é um dos

pontos do Brasil mais próximos da Europa, dos Estados Unidos e da África, além de para

calados para navios de grande porte, segundo a Agência de Desenvolvimento do Estado do

Ceará (ADECE).

No Ceará há 184 municípios e 843 distritos. Fortaleza é a capital do Estado.

Segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Gestão e Estatística (IBGE), de 2010, a população

do Estado é de 8.452.381 pessoas, representando 4,4% da população brasileira e 15,9% da

população do Nordeste. São 2.769.882 domicílios, de acordo com o IBGE. Da população

cearense, 77% das pessoas vivem em áreas urbanas e domicílios com abastecimento de água

representam 81%.

O Ceará possui uma temperatura média de 28º e possui 573 quilômetros de costa

praieira, que são características ideais para diversos tipos de investimentos. A taxa de

escolaridade média de adultos é de 5,9 (em anos de estudo) e o nível de escolaridade chega a

22,16%, com 23 campos do Instituto Federal.

Estado do Ceará possui um Aeroporto e um porto Internacional. O Estado possui

dois grandes portos, o porto do Mucuripe (em Fortaleza) e o porto do Pecém (município de

São Gonçalo do Amarante, distante sessenta quilômetros de Fortaleza-CE).

O Produto Interno Bruto (P.I.B) do Estado do Ceará cresceu cerca de 3,15% no

terceiro trimestre de 2012.

Segundo as estimativas realizadas pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica

do Ceará (IPECE), no terceiro trimestre de 2012, o Produto Interno Bruto do Ceará,

apresentou um crescimento de 3,15% em relação ao registrado no terceiro trimestre

de 2011. Os dados revelam, ainda, que a economia cearense acumulou de janeiro a

setembro de 2012 uma taxa de 3,27% em relação ao mesmo período de 2011. Na

análise anualizada, dos últimos quatro trimestres em comparação aos quatro

trimestres imediatamente anteriores, o crescimento foi de 3,35% (IPECE, 2012, s/p).

40

Os investimentos nesta região do nordeste brasileiro estão em crescimento uma

vez que há atrativos para indústrias e empresas dos mais diversos ramos sendo criados no

Estado para desenvolver novos mercados e novas oportunidades para o Ceará.

Em comparação com a economia brasileira, a economia do Ceará superou as taxas

de crescimento do PIB nacional, que no terceiro trimestre registrou um leve acréscimo de

0,9% sobre o mesmo trimestre de 2011 e no acumulado do ano, a taxa brasileira foi de 0,7%,

conforme pode ser observado na Tabela 1.

Segundo informações coletados no site da ADECE, dois setores são destaques e

tem grande participação neste crescimento.

O setor de serviços continua sustentando a economia cearense e o resultado positivo

do PIB. No terceiro trimestre de 2012, em comparação a igual trimestre de 2011, a

taxa de serviços alcançou o patamar de 6,48% contra 1,4% da taxa nacional. Por

atividades, no setor de serviços, vale ressaltar o desempenho do Comércio, que

continuou com taxa positiva e no terceiro trimestre apresentou um crescimento de

10,42%.

O setor da indústria apresentou a segunda maior taxa de crescimento, de 4,14% no

terceiro trimestre de 2012, acumulando uma taxa de 2,6% de janeiro a setembro de

2012. O resultado foi influenciado pelos desempenhos da construção civil e os

serviços de eletricidade, gás e água, que seguem com taxas positivas e sustentando o

desempenho do setor. A primeira cresceu 6,20% e a segunda, apresentou uma

expansão de 11,98% (ADECE, 2013, s/p).

Os investimentos no estado estão apenas começando. Novos investimentos no

setor Industrial do Ceará estão sendo realizados, como a ampliação de terminais logísticos,

ampliação dos portos e construção de um escoador, além de vários outros projetos que são

objetivos para um futuro próximo no Estado. Por isso, não é só por conta de suas belezas

41

naturais é que esta região está se tornando um atrativo, mas também por sua crescente

economia.

A principal tarefa da gestão ambiental no Ceará é buscar minimizar os impactos

das atividades antropogênicas, coordenando e ordenando-as para que não prejudiquem o meio

ambiente. É, além disto, administrar as atividades econômicas e sociais utilizando de forma

racional os recursos naturais disponíveis, as fontes de energias sejam elas renováveis e não

renováveis. Estas medidas buscam dar ênfase a algumas práticas de preservação da

biodiversidade da região, a reciclagem e a redução dos impactos ambientais.

Na busca pela autossuficiência e pela consolidação energética, visto que a energia

é fator primordial para o desenvolvimento e crescimento de qualquer empreendimento, o

Governo do Estado do Ceará vem concedendo incentivos a investidores no Estado e nas

realizações de investimentos em infraestrutura a empreendimentos com foco na cadeia

produtiva energética. Através da ADECE, é estabelecido um meio favorável para a ambiência

do segmento energético no Ceará, de onde serão atendidos os novos investidores do setor,

criando, com isso, parcerias com instituições internacionais para a capacitação da mão de obra

e marco regulatório do setor elétrico brasileiro para energias renováveis.

Segundo a ADECE, estas medidas são resultantes das ações proeminentes do

Governo do Estado do Ceará, “nos próximos anos, a capacidade instalada de geração deverá

triplicar a potência de energia do Estado, ultrapassando a faixa de 3 gigawatts (GW)”.

Atualmente o Estado cearense conta com as seguintes fontes geradoras de energias: Eólica,

Solar, Termelétrica e Hidrelétrica.

A energia eólica cearense é muito bem conceituada nacionalmente assim como

reconhecida por seu grande potencial energético. Segundo o atlas eólico do Estado, seu

potencial está mensurado em 35 mil megawatts (MW), sendo que, deste total, 25 mil

megawatts em terra (on shore) e 10 mil megawatts no mar (off shore). Seguem abaixo os

dados concernentes à geração de energia eólica no Estado do Ceará conforme os leilões

realizados.

42

Tabela 2: Eólicas em operação em 2011

Fonte: http://www.adece.ce.gov.br/index.php/br/energia

Tabela 3 - Leilões em 2009 – Início das operações em 2012

Fonte: http://www.adece.ce.gov.br/index.php/br/energia

43

Tabela 4 - Leilões em 2010 – Início das operações em 2013

Fonte: http://www.adece.ce.gov.br/index.php/br/energia

Tabela 5 - Leilões em 2011 – Início das operações em 2014

Fonte: http://www.adece.ce.gov.br/index.php/br/energia

Segundo a publicação realizada no Jornal O Povo, caderno Raios-X, em dezembro

de 2012, com o título de “Energias dos Ventos”, o Estado do Ceará é o maior produtor de

energia limpa do país. Até 2016 a capacidade produtiva de energia eólica triplicará e chegará

a 1,8 gigawatts (GW), com um total de 69 parques eólicos, o volume de investimentos deve

alcançar R$ 6 bilhões.

44

Ainda segundo Jornal O Povo (2012a), a publicação realizada pela Associação

Brasileira de Energia Eólica (ABEEOLICA) mostra que atualmente o Estado conta com uma

capacidade produtiva instalada de 518 megawatts (MW), com 17 parques eólicos instalados

em praticamente todos os municípios litorâneos do Estado. Dentro deste número se destacam

como municípios que possuem uma grande capacidade produtiva Aracati, Acaraú, Camocim e

Beberibe possuindo ao todo onze parques eólicos.

O Estado do Ceará é pioneiro na geração de energia eólica, segundo Elbia Melo

(2012), presidente da ABEÉOLICA. Conforme Jornal O Povo (2012a), a implantação deste

primeiro parque eólico cearense ocorreu em 1992, na Prainha, em Aquiraz, Região

Metropolitana de Fortaleza (R.M.F), o que a favoreceu como protagonista deste pioneirismo,

e pela qualidade de seu vento. Além disto, algumas outras características regionais favorecem

esta escolha como proximidade dos portos e a sinalização de Políticas do Estado.

Concernente Linhares (2012, p. 8), presidente da Câmara Setorial de Energia

Eólica da ADECE, as características singulares dos ventos cearenses são os atrativos para

novos investimentos.

No Ceará o vento está sempre na mesma direção, ele tem uma constância muito

grande, com uma velocidade média alta. E, além do mais, não tem rajada. Nós temos

um histórico de ventos com mais de 25 metros por segundo.

Com estes investimento na expansão de parques eólicos haverá um barateamento

no custo da energia elétrica. Ainda segundo Adão Linhares, espera-se que a energia eólica

torne-se a principal fonte complementar às usinas hidrelétricas. Soma-se a isto a pesquisa

realizada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aonde até 2021 a produção energética

proveniente dos ventos cheguem à 16 gigawatts. O custo pela produção de um megawatt hora

é de R$ 133,18 (cento e trinta e três reais e dezoito centavos), considerado como um dos mais

baratos do país.

Conforme matéria publicada no jornal Diário do Nordeste (2013), entre os

empreendimentos em construção, está em vista à elaboração de mais 12 fontes eólicas com

capacidade de geração de 311,2 MW de energia elétrica. Vale ressaltar que a única usina

térmica em construção, a Pécem II, situada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém

(CIPP) gerará 360 MW.

Diante destes investimentos e projetos que o Estado tem em vista, há um gargalo

que precisa ser combatido com urgência. De acordo com Linhares (2012, p. 8), é preciso

investir em infraestrutura para o atendimento destas novas usinas que se instalarão no Ceará,

45

pois as empresas responsáveis pela interligação dos parques eólicos falharam e seus

planejamentos.

Há uma necessidade de acompanhamento desse crescimento com uma oferta de

infraestrutura. Não adianta você ter uma fonte de energia se a infraestrutura não vai

fazer a energia chegar ao consumidor final.

Segundo Jornal Diário do Nordeste (2013), de toda produção energética no Ceará,

32% é proveniente das fontes eólicas. Ainda há uma soberania por parte das fontes

termoelétricas que representa 67,5% da produção energética do Estado. Este valor representa

1,2 gigawatt (GW) de energia elétrica. Segundo dados da ABEEOLICA na figura 7 sobre

novos parques eólicos, os municípios que apresentam maior potência instalada são: Trairí com

256,40 MW, Acaraú com 156 e Fortim com 115,2 MW, figura 7 que precede as outras

tecnologias elétricas, a citar biomassa, das marés e solar conforme sessão vindoura.

Figura 7 Parques eólicos contratados e em construção no Ceará

Fonte: ABEÉOLICA (2013)

46

Tabela 6 - PARQUES NO CEARÁ EM CONSTRUÇÃO E CONTRATADO

PARQUES POTÊNCIA MUNICÍPIO PARQUES POTÊNCIA MUNICÍPIO

Araras 30,0 Mw Acaraú Faisa II 25,2 Mw Trairí

Buriti 30,0 Mw Acaraú Faisa III 25,2 Mw Trairí

Coqueiros 27,0 Mw Acaraú Faisa IV 25,2 Mw Trairí

Garças 30,0 Mw Acaraú Faisa V 27,2 Mw Trairí

Lagoa Seca 19,5 Mw Acaraú Vnt. de Tianguá 30,0 Mw Tianguá

Vnt. do Oeste 19,5 Mw Acaraú Vnt. de Tianguá Norte 30,0 Mw Tianguá

Icaraí 14,4 Mw Amontada Vnt. de M. do Chapéu 30,0 Mw Tianguá

Icaraí I 27,3 Mw Amontada Vnt. Formoso 30,0 Mw Ubajara

Icaraí II 37,8 Mw Amontada Vnt. do Parazinho 30,0 Mw Ubajara

Quixaba 25,5 Mw Aracati Malhadinha I 22,0 Mw Ibiapina

Cajucoco 30,0 Mw Itarema Pau Brasil 15,0 Mw Icapuí

Dunas de Paracuru 42,0 Mw Paracuru Vnt. de Sta. Rosa 30,0 Mw Tianguá

Colônia 18,9 Mw S.G.

Amarante Vnt. de Sto. Inácio 30,0 Mw Tianguá

Taíba águia 23,1 Mw S.G.

Amarante Vnt. de S. Geraldo 30,0 Mw Tianguá

Taíba andorinha 14,7 Mw S.G.

Amarante Vnt. de Sebastião 30,0 Mw Tianguá

Embuaca 25,2 Mw Trairí São Paulo 17,5 Mw Trairí

Faisa I 25,2 Mw Trairí CataVnt. 30,0 Mw Paracuru

Santo Antônio 16,1 Mw Trairí Caiçara II 19,8 Mw Cruz

São Cristovão 29,9 Mw Trairí Jandaia 28,8 Mw Fortim

São Jorge 27,6 Mw Trairí Jandaia I 19,2 Mw Fortim

Goiabeira 19,2 Mw Aracati N. Sra. de Fátima 28,8 Mw Fortim

Pitombeira 27,0 Mw Aracati São Clemente 19,2 Mw Fortim

Santa Catarina 16,0 Mw Aracati São Januário 19,2 Mw Fortim

Ubatuba 12,6 Mw Aracati Junco I 30,6 Mw Jijoca de

Jericoacoara

Vnt. de Horizonte 14,4 Mw Aracati Junco II 30,6 Mw Jijoca de

Jericoacoara

Caiçara I 30,6 Mw Cruz Cata-vento. Embuaca 12,0 Mw Trairí

Fonte: ABEÉOLICA (2013)

3.5 OUTRAS TECNOLOGIAS

Segundo o site da ADECE, no que se refere à geração de energia por meio de

Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), como a Araras, o Ceará possuí apenas uma com

potência instalada de 4 megawatts (MW), localizada nas proximidades do rio Acaraú em

Varjota.

47

Figura 8 Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Araras.

Fonte: Chesf (2013)

O Estado do Ceará não se destaca apenas por sua capacidade de produção de

energia eólica. Novos investimentos vêm sendo realizado no campo da energia fotovoltaica ou

energia solar. Segundo o Jornal O Povo (2012b) a região cearense foi pioneira em produção

de energia proveniente de fonte solar. A usina encontra-se em de Tauá, região dos Inhamuns e

a segunda usina será instalada na cidade de Russas, na região de Jaguaribara.

Conforme explicação do deputado federal Antônio Balhmann do Partido

Socialista Brasileiro (PSB) ao Jornal o Povo (2012b), o projeto esta orçado em US$ 400

milhões, terá uma capacidade de produção de 100 megawatts (MW). Inicialmente, o projeto

funcionará apenas com capacidade de 10 megawatts, uma potência 10 vezes superior ao

parque instalado em Tauá.

Ainda segundo Balhmann (2012b), o parque de produção de energia solar

instalado na Cidade de Russas será um atrativo para novos investimentos, “Pela dimensão do

projeto ele favorece o deslocamento das empresas que fazem os painéis” (BALHMANN,

2012. s\p). Empresas Alemãs, Espanholas, Chinesas e Estadunidenses, especializadas na

montagem e fabricação de componentes de painéis fotovoltaicos tem estudado as

oportunidades ofertadas pela região cearense, segundo O Povo (2012b).

Outra maneira de produzir energia é com processamento do quartzo, um minério

encontrado nas jazidas do sertão central cearense. Estudos realizados na França apontam que

o quartzo pode ser utilizado como matéria prima para a fabricação de células fotovoltaicas à

base de silício. Segundo Balhmann (2012b, s\p) “O quartzo de Quixeramobim e Canindé tem

excelente característica para composição do painel fotovoltaico”.

A utilização do quartzo cearense viabilizará bastante a produção dos painéis

fotovoltaicos. A utilização do quartzo proveniente das minas no próprio Estado viabiliza o

48

processo de produção de placas solares no Ceará, pois um dos componentes da fabricação não

necessitará ser importado, aumentando com isso os riscos de atrasos, embargo por conta do

transporte do material entre outros fatores, que podem atrasar a produção.

No Ceará se destaca ainda com a aplicação do primeiro parque de geração de

energia proveniente das ondas. O Estado do Ceará esta em meio a uma avalanche de

investimentos para o seu desenvolvimento e crescimento. Orçado em R$ 14 milhões de reais a

Usina de ondas do Pécem tem licença de funcionamento até 2020, para Ximenes (2013).

Apontada como um projeto pioneiro na América Latina foi liberado pelo Instituto Brasileiro

do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) a licença que autoriza a

funcionamento da usina até o ano de 2020; segundo Ximenes (2013) o equipamento gera

energia elétrica por meio dos movimentos das ondas e funciona ainda de modo experimental.

Figura 9 Energia proveniente das Ondas

Fonte:http://style.greenvana.com/2012/ceara-vai-gerar-energia-com-movimento-das-ondas-do-mar/

Com capacidade de produção de energia elétrica de 50 kilowatts (Kw), orçada em

R$ 14 milhões de reais, localizada no terminal portuário do Pécem, a usina entrou em

atividade 24 de junho de 2012 funcionando apenas dez minutos, o modelo produziu energia

suficiente para alimentar seus sistema auxiliares de iluminação e refrigeração, segundo

Ximenes (2013).

Figura 10 Usina de energia proveniente das ondas

Fonte: foto da Revista FIEC (2013)

49

Uma faixa territorial de 8000 km, no litoral brasileiro, poderá ser aproveitada

como fonte geradora de energia das ondas, produzindo 87 gigawatts (Gw), de onde 20% desta

energia seria convertido em energia elétrica, 17% da energia total instalada no Brasil, segundo

Ximenes (2013).

Após essa explanação teórica sobre energia hidroelétrica, solar e das ondas, faz-se

necessária a apresentação do referencial metodológico, conforme capítulo seguinte.

50

4 ARCABOUÇO METODOLÓGICO

O tema apresentado será investigado, considerando as circunstâncias distintas

mostradas nos objetivos gerais e específicos, segundo Virgilito (2010). Dessa maneira, parte

em busca de atingir os objetivos em questão, solucionando a problemática apresentada. A

escolha do problema a ser pesquisado define e orienta o pesquisador em sua jornada de estudo

em busca de respostas ao problema, concomitantemente caminha para a resolução de seus

objetivos na pesquisa científica.

4.1 Abordagem Qualitativa

As pesquisas quantitativas perdem espaço para outra abordagem de pesquisas, que

não tratam apenas de quantidade, mas da qualidade das informações coletadas. Segundo

Neves (1996), pesquisa qualitativa surgiu por meio da Sociologia e Antropologia, ganhou

espaço outras áreas como Administração, Educação e Psicologia.

Estudos qualitativos diferem de estudos qualitativos no que tange ao rigor

estabelecido no cumprimento do plano de execução, que segundo Neves (1996), são baseadas

em hipóteses direcionadas e variáveis como objeto de definição operacional. Já a pesquisa

qualitativa caracteriza-se por seu direcionamento no decorrer do plano, não mensurando

eventos e nem empregando ferramentas estatísticas para avaliar dados, e como complemento

deste tipo de abordagem à obtenção de dados descritivos é feito por meio de pesquisas de

campo ou in loco, através de contato direto e interativo do pesquisador com o objeto de

estudos, buscando compreender os fenômenos segundo as perspectivas dos participantes e

assim apresentar a interpretação dos fenômenos analisados.

Através do ponto de vista de Godoy (1995, p. 62, apud Neves, 1996) afirma-se

que as pesquisas qualitativas, a mesma realizada neste trabalho científico, caracterizam-se por

apresentarem um ambiente como fonte direta de estudos e o pesquisador como instrumento

fundamental; um carácter descritivo; a significância que as pessoas dão às coisas e a vida

como preocupação do investigador, enfoque dedutivo.

Apresentar uma forte característica dedutiva aliada a um conjunto de técnicas

interpretativas traçando uma descrição e decodificando componentes de um sistema mais

completo para traduzir e expor os resultados dos fenômenos, segundo Neves (1996).

51

4.2 Tipologia da Pesquisa

Segundo a taxonomia de Vergara (2005), os tipos de pesquisas científicas

classificam-se de duas maneiras; quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins o

trabalho científico apresenta característica descritiva e exploratória, enquadrando-se como

pesquisa expositiva dos fenômenos ou de características populacionais.

A investigação explicativa tem como principal objetivo tornar algo inteligível

justificar lhe os motivos. Visa, portanto, esclarecer quais fatores contribui de alguma

forma, para a ocorrência de determinado fenômeno (VERGARA, 2005, p. 47).

Já, quanto aos meios, a pesquisa é bibliográfica e documental. A pesquisa

documental “compreende na utilização de documentos [...] como base de uma pesquisa”,

Medeiros (2009). Ainda segundo o autor, estes documentos podem ser encontrados em

arquivos públicos, em empresas particulares, em arquivos de entidades educacionais e/ou

científicas, em instituições religiosas, cartórios, museus, videotecas, filmotecas,

correspondências, diários, memorias, autobiografias ou coleções de fotografias.

Segundo Bervian e Cervo (2002) a pesquisa bibliográfica fundamenta-se em

referenciais teóricos publicados anteriormente para buscar respostas aos problemas que serão

investigados. Para atender os objetivos iniciais propostos neste trabalho científico, realizou-se

uma pesquisa de caráter bibliográfico e exploratório. Com fundamentos em materiais atuais

como jornais, artigos, revistas e livros sobre a temática, no tocante a sustentabilidade

energética no Estado do Ceará com foco para a energia eólica.

Para Malhotra (2001) apud Borges (2007), a ausência hipotética caracteriza a

pesquisa cientifica como de caráter exploratório, objetiva informar conceitos a respeito do

tema em questão.

Conforme afirma Gil (2000) apud Borges (2007), o estudo exploratório, apesar de

flexível, possui planejamento e, na maioria das situações, assume características de um estudo

bibliográfico. Ainda assim, este tipo de pesquisa favorece uma visão holística buscando

observar, registrar, analisar, classificar e interpretar feitos ausentando à interferência do

pesquisador.

As informações relevantes sobre novos investimentos e melhorias que vem

acontecendo no Estado do Ceará foram coletadas em dois conhecidos jornais do estado, jornal

O Diário do Nordeste e jornal O Povo que são grandes fontes de pesquisa atual, com

seriedade, as quais forneceram informações importantes para implementar e garantir robustez

52

a esta pesquisa científica, além de livros e revistas. Os dados sobre as empresas foram

coletados diretamente nos sites das empresas ENER-BRASIL e IDER estudadas e em

entrevistas com coordenadores e gestores dessas organizações.

4.3 Instrumentos de pesquisa

O Instrumento de pesquisa utilizado para este trabalho foi o formulário de

entrevista, composto por 14 (catorze) questões subjetivas aplicadas aos gestores das empresas

Ener Brasil, IDER e Kwara, fomentando o ponto de vista do autor sobre como as empresas

que trabalham no setor de energias renováveis se responsabilizam pelo meio ambiente, através

da gestão ambiental, visando ainda à sustentabilidade no Estado do Ceará.

Luiz Beltrão (2013, apud Campos, 2013, s/p), define a entrevista como uma

técnica de adquirir matérias de carácter jornalístico através de perguntas e respostas.

Segundo Amaral (2013, apud Campos, 2013, s/p):

[...] podem-se distinguir dois tipos de entrevista: a de informação ou opinião

(quando entrevistamos uma autoridade, um líder ou um especialista) e a de perfil

(quando entrevistamos uma personalidade para mostrar como ela vive e não apenas

para revelar opiniões ou para dar informações). Em ambos os casos há interesse do

leitor e o jornalista será sempre um intermediário representando o seu leitor (ou

receptor) diante do entrevistado. Na primeira situação, quando se trata de divulgar

informações e opiniões, mesmo para produzir uma simples nota [...].

Portanto, a entrevista possui uma característica informativa e de opinião sobre a

temática abordada com o intuito de responder ao questionamento deste trabalho científico. É

importante destacar que para manter a qualidade original da entrevista, assim como

flexibilizar a entrevista, obtendo informações diretas, não foi aplicado o pré-teste.

4.4 Tabulação de dados

Segundo Coregnato (2006) a análise de discurso não se caracteriza com uma

metodologia, mas sim como uma interpretação, baseada pelo confronto epistemológico

divergente, comum a área da linguística, do materialismo histórico e da psicanálise. Conforme

Coregnato (2006, p.2):

53

Essa contribuição ocorreu da seguinte forma: da lingüística deslocou-se a noção de

fala para discurso; do materialismo histórico emergiu a teoria da ideologia; e

finalmente da psicanálise veio a noção de inconsciente que a AD trabalha com o de-

centramento do sujeito.

A análise de discurso busca analisar significados apresentados nas variadas forma

de produção que se caracterizam em verbais e não verbais, podendo ainda ser cruzadas com

series textuais (orais e escritas), imagens (fotografias) ou linguagem corporal (dança). Para

isto é necessário que haja sentido para buscar a interpretação destes dados, segundo

Coregnato (2006).

É necessário destacar ainda a importância da Análise de Conteúdo que surgiu no

início do século XX nos E.U.A. com o intuído de analisar materiais jornalísticos, esta analise

foi impulsionada entre os anos de 1940 e 1950, quando cientistas se interessaram pela politica

e seus símbolos, contribuindo com isso para o desenvolvimento de tal análise, estendendo-se

pelas demais áreas.

De acordo com Coregnato (2006, p. 4):

Na AC o texto é um meio de expressão do sujeito, onde o analista busca categorizar

as unidades de texto (palavras ou rases) que se repetem, inferindo uma expressão

que as representem.

Já para Bardin (1997, apud COREGNATO, 2006), a Análise de Conteúdo é:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por

procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens,

indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos

relativos às condições de produção/recepção [...] destas mensagens.

Concernente a isto, percebe-se que a análise de discurso e a análise de conteúdo,

ambos presentes neste trabalho científico, o primeiro através das entrevistas realizadas com os

gestores das empresas pesquisadas e o segundo por meio das pesquisas em livro, jornais e

revistas, artigos científicos entre outros, diferem na maneira em que as informações são

obtidas, o modo de acesso ao objeto, segundo Coregnato (2006).

4.5 Operacionalização da Pesquisa

Primeiramente, observou-se a necessidade de demonstrar o potencial energético

do Estado do Ceará através do estudo das energias alternativas ou, mais conhecido

popularmente, energias limpas, através de dados publicados em jornais, revistas, periódicos,

sites, livros, artigos e trabalhos científicos já publicados.

54

E, tendo em vista que a instalação destes equipamentos para geração de tal

energia, por mais limpa que seja, não se isenta de causar algum impacto na sociedade e no

bioma da região, foi adicionado ao tema a Gestão Ambiental e a sustentabilidade no setor de

energias renováveis no Ceará com foco para energia eólica.

As entrevistas foram feitas diretamente com os gestores das empresas (Ener

Brasil, IDER e Kwara), nas próprias organizações caracterizando uma pesquisa de campo. Em

média cada entrevista durou cerca de quarenta minutos à uma hora de entrevista para quatorze

questionamentos levantados aos gestores. As entrevistas foram gravadas e transcrevidas para

os questionários.

As limitações da entrevista foram os diversos idiomas encontrados, como alemão

e o espanhol, de onde misturavam com o português brasileiro. Cabe salientar que o grande

volume de empresas estrangeiras neste setor que está se fixando no Estado do Ceará torna a

pesquisa ainda mais interessante e desafiadora, além de enriquecedora para o pesquisador, que

se envolve com uma nova cultura, adquirindo novos conhecimentos e experiências.

Outro ponto a ser destacado quanto às limitações encontradas durante a realização

da pesquisa, é a quantidade reduzida de referencial teórico, visto que o tema ainda é pouco

abordado pelas academias, apesar de hodierno, com isso, faz-se necessário buscar outras

fontes como publicações em jornais, revistas entre outros.

Contudo, o tema é necessariamente de grande importância para as gerações

futuras, pois se trata, de forma indireta, da preservação e conservação do meio ambiente em

que vivemos; preservando ainda os diversos biomas ainda existentes, com ações que integram

a tecnologia, o desenvolvimento da humanidade sem agredir a natureza, pois, assim como foi

citado anteriormente, a energia é necessária para a evolução e desenvolvimento da

humanidade.

Espera-se ainda que o tema possa ser desenvolvido por outros acadêmicos, sendo

aproveitado para futuras pesquisas com o intuito de realçar todo o referencial teórico, assim

como para bases empresarias que buscam enriquecer suas questões socioambientais com

ações que buscam a sustentabilidade e a gestão ambiental, além de promover as novas fontes

de energias alternativas. Sugere-se, portanto, que o tema sobre a gestão ambiental e a

sustentabilidade no setor de energias renováveis tenha um foco para as cidades brasileiras,

como Fortaleza, Caucaia, São Paulo, Rio de Janeiro entre outras poderiam aproveitar as

energias consideradas limpas para promover o desenvolvimento tecnológico e social.

55

5 APRESENTAÇÃO E DISCUSÃO DOS RESULTADOS

As novas tendências exigem que as nações acompanhem o perfil de um país

sustentável e consciente dos impactos ambientais já existentes e que suas ações atuais gerem

reações futuras para o benefício do planeta. Por conta disto, as empresas Ener Brasil, IDER e

Kwara promovem programas de gestão ambiental e sustentabilidade, visando além do

benefício da empresa, como é o caso da Ener Brasil e Kwara (isenta-se o IDER, pois trata-se

de uma organização da Sociedade Civil de Interesse Público (O.S.C.I.P.)), melhorias na

qualidade de vida das gerações futuras.

5.1 - Ener Brasil Soluções em Energia Solar

Empresa especializada na promoção e implementação de centrais e sistemas

solares fotovoltaicos para produzir energia elétrica dentro do campo de energias renováveis,

desenvolve estratégias para que a sociedade encare os novos desafios energéticos e

sustentáveis.

A Responsabilidade Socioambiental (R.S.A.) desta empresa mostra um

compromisso permanente dos diretores em manter um comportamento ético favorecendo o

crescimento econômico, na busca de qualidade de vida para seus funcionários e suas famílias,

assim como das comunidades locais e da sociedade em geral. Esta empresa trabalha com o

conceito de desenvolvimento sustentável buscando satisfazer as necessidades atuais, sem por

em risco a capacidade futura de suprir suas obrigações.

A Ener Brasil realiza algumas ações como a inclusão social, incentivo à

Educação, apoio financeiro à instituições, coleta de lixo, reciclagens, destinação de resíduos

químicos e questões que envolvem a utilização de agentes redutores dos impactos ambientais.

A sustentabilidade é parte do cotidiano desta organização visto que além das atividades

produtivas que realiza com foco na melhoria da qualidade de vida, envolve o tratamento do

meio ambiente e suas influências e relacionamento com fornecedores, clientes internos e

externos, com a sociedade por meio da transparência no relacionamento.

Um exemplo de projetos realizados pela ENER Brasil é o Sistema de

Bombeamento Solar para combater a seca. A tecnologia fornecida pela ENER Brasil permite

a extração de água de poço em regiões que não possuem infraestrutura elétrica e hidráulica

para o fornecimento de tais recursos, podendo ser aplicado em outras ocasiões. Segundo o site

56

da própria empresa, esta tecnologia foi apresentada à Secretaria de Desenvolvimento Agrário

do Ceará (S.D.A.). O intuito é bombear água por meio de um sistema solar e eólico nas

regiões sertanejas onde a seca é mais persistente.

Figura 11 Sistema de Bombeamento de água (Eólico e Solar)

Fonte: ENER Brasil (2013)

Segundo os dados publicados no site da própria empresa, o sistema é constituído

por uma bomba submersível alimentada por energia gerada por dois painéis solares

instalados; e um mini gerador eólico controlado por um gerenciador eletrônico que permite

extração de água de um poço de até 100 metros de profundidade sem necessidade de uma

ligação á rede elétrica, sendo possível a utilização deste sistema imediatamente em qualquer

área.

Dependendo da altura manométrica3 é possível ser extraído 24 m³/h, suficientes

para irrigar dois hectares de terra com cultivos de alto valor agregado, possibilitando

combater e amenizar os problemas da seca nos sertões do Nordeste. Segundo o próprio site da

ENER Brasil, o sistema de dupla geração eólica-solar favorece um abastecimento contínuo de

água e sem custo adicional na energia.

3 Manometria é o estudo dos manômetros.(dispositivos utilizados na medição depressão efetiva em função das

alturas das colunas líquidas). Disponível em:<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAeQsAJ/manometria.

57

Outro programa realizado pela empresa ENER Brasil é o Curso para formação de

instaladores em painéis fotovoltaicos, o nome do projeto ficou conhecido como “Instalador

Qualificado”. Em parceria com a Universidade Estadual do Ceará (UECE) a empresa ENER

Brasil capacita pessoas interessadas em instalar painéis fotovoltaicos

Figura 12 Capacitação de Profissional (projeto Instalador Qualificado)

Fonte: ENER (2013)

A iniciativa foi criada e lançada no mercado pela multinacional PROINSO Solar

Energy Supplies em parceria com a ENER Brasil e a UECE.

A empresa ENER Brasil possui outros programas e projetos realizados, como a

instalação de energia solar (plano piloto) no Centro Nacional de Energias Alternativas

(CENEA), composta por vinte e quatro painéis fotovoltaicos de 235 watts de potência e dois

modelos inversores que usam diferentes tecnologias de conversão.

Figura 13 Instalação do Sistema Solar no CENEA.

Fonte: ENER (2013)

O projeto de instalação solar-eólico para autoconsumo. A rede é instalada e ligada

à rede de distribuição de energia elétrica da Companhia Energética do Ceará (COELCE),

58

funcionando de forma integrada e trocando energia com a rede pública, subsidiando as fontes

já existentes, pode ser chamada de geração para o autoconsumo ou geração distribuída.

Figura 14 Instalação Solar em Residência (Fortaleza.)

Fonte: ENER(2013)

Além desses projetos e programas foram realizados outros como a instalação de

energia solar em condomínio em Fortaleza; instalação de energia solar em residências na

Praia do Futuro, em Fortaleza; participação na Feira All About Energy, em 2013, em

Fortaleza; e no campus da UECE, a ENER desenvolve um projeto de instalação solar no

departamento de Física aplicada que busca cumprir dois objetivos: o primeiro é diminuir o

gasto de energia na área e o segundo é transformar a instalação em um centro de estudos

avançados para pesquisa e produção de energia solar no Estado do Ceará.

5.2 Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis

O instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis (IDER) é uma

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que está apoiada no conceito

de desenvolvimento sustentável e preocupada com o meio ambiente, a cultura local e o

fortalecimento da participação popular nos processos de tomada de decisão.

Sua missão é contribuir com o desenvolvimento sustentável, possui como

principal ferramenta a disseminação do conhecimento sobre energias renováveis e de

tecnologias ambientais e socioeducativas, promovendo o crescimento eficiente e racional,

melhorando a qualidade de vida das pessoas e do planeta. Cabe ressaltar que seus principais

compromissos é de proteger o meio ambiente, capacitar pessoas para o presente e futuro,

disseminar tecnologias e unir forças.

59

Figura 15 Educação Socioambiental e Socioeducativas

Fonte: IDER (2013).

O aproveitamento de fontes renováveis de energia e as soluções de eficiência

energética ganham destaque nas iniciativas do IDER. Exemplos disto são os painéis solares,

biodigestores e fogões eco-eficientes, entre outros que permitem elevar a qualidade de vida de

famílias, desenvolvendo atividades econômicas sem agredir a natureza. Realizando projetos

que evitam a adoção de ações com alto impacto ambiental, como a instalação de motores a

diesel ou uso indiscriminado de lenha.

Figura 16 Ações Socioambientais e Socioeducativas

Fonte: IDER (2013)

60

O fator humano é peça fundamental para as ações do IDER. O Instituto atua com

públicos diversificados como agricultores, jovens das grandes cidades, catadores de lixo,

técnicos agropecuários, índios yanomamis, entre outros. As pessoas à serem capacitadas

devem aprender não apenas o que é energia renovável, mas também em como utilizá-la para

fortalecer a sua cidadania.

Figura 17 Capacitação de Jovens

Fonte: IDER (2013)

A primeira iniciativa de capacitação do IDER foi formar técnicos no uso de

tecnologias de energias renováveis e em poucos anos, com o aumento do número de projetos

de eletrificação rural, iniciaram treinamentos com as famílias beneficiadas, por meio de uma

metodologia simples, própria e de linguagem adequada para cada caso, objetivando que a

própria comunidade realize pequenos reparos, o que reduz os custos e fortalece a

sustentabilidade na região que foi instruída. Pode-se destacar ainda o Curso de Energias

Renováveis e Desenvolvimento Sustentável, ofertado pelo IDER em 2002, para a formação e

capacitação de profissionais jovens e de baixa renda; além disto, realizou-se ainda o

treinamento em 2006 de catadores de lixo quanto a cooperativismo, associativismo e meio

ambiente.

O IDER (2013) possui uma equipe técnica multidisciplinar, pois as capacitações

do instituto envolvem fatores técnicos e humanos. Em todos seus projetos, a questão de

gênero é fundamental, com homens e mulheres dividindo papéis e responsabilidades sempre

com igualdade. O IDER preocupa-se ainda com a preservação da cultura local, com a história

da comunidade, com seus valores e crenças, e, sobretudo, com as potencialidades sociais e

naturais de cada região.

O IDER desenvolve ainda programas como o Curso de Manutenção de Usinas

Eólicas. A GTZ - Agência de Cooperação Alemã, conjuntamente com ADECE e IDER,

61

promovem o Curso de Operação e Manutenção de Usinas a Energia Eólica, objetivando a

capacitação de docentes e professores da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e do Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial (SENAI). Segundo o Diretor do IDER, Jorgdieter Anhalt:

A finalidade é treinar os formadores dessas entidades educativas para que elas

possam oferecer seus próprios cursos profissionalizantes em energia eólica a

técnicos e engenheiros das áreas de elétrica, mecânica e hidráulica.

Segundo publicação feita no próprio site da Instituição, um total de 20 professores

foram selecionados para serem capacitados durantes três semanas, com uma carga horária de

8 horas diária. O curso foi dividido em duas etapas, na primeira fase da capacitação será

realizado uma introdução às energias renováveis. E, na segunda etapa, serão abordadas as

áreas de operação e manutenção das usinas.

Ressalta-se ainda que o curso de manutenção em usinas eólicas, contará com a

participação de dois especialistas da Alemanha, esta ação mostra-se como resposta à crescente

demanda do setor por profissionais altamente capacitados e especializados na área de energia

eólica. Ainda segundo o Diretor do IDER, Anhalt (2013):

Além da demanda que surge da expansão da energia eólica no Ceará, os próprios

fabricantes das máquinas sentem a carência de técnicos qualificados para trabalhar

nas áreas de operação e manutenção de turbinas.

Figura 18 Energia Eólica

Fonte: IDER (2013)

5.3 KWARA Energias do Brasil

A Kwara é uma empresa nova que presta serviço especializado na manutenção de

plantas de geração de energia distribuídas para todo o território brasileiro. Esta organização

gerencia e constrói plantas solares, assim como vendas e instalações, manutenção de kits,

62

placas solares e geradores eólicos entre outros componentes deste segmento de mercado para

aplicação nas áreas industrial, comercial e residencial.

A empresa trabalha principalmente com energias provenientes do Sol, mas realiza

também projetos no setor eólico, montagem, operacionalização, manutenção das subestações.,

medições, revenda de componentes sobressalentes para equipamentos do parque, análise de

óleo isolante e lubrificante e detecção de falhas e correção em cabos de rede subterrânea.

Além disto, a empresa presta serviços na manutenção completa de PCH’s, assim

como detecção de falhas em cabos isolados, análise de óleo, da qualidade da energia gerada e

controle térmico dos circuitos de geração e transmissão de energia, inspeção de equipamentos,

locações de caminhões Muck entre outros projetos.

Cabe salientar que a Kwara implantou o parque solar em Russas no Ceará,

considerada a maior usina fotovoltaica da América latina e uma das maiores do mundo com

potencia instalada de 100 MW.

Após esta explanação sobre as empresas de energias renováveis no Ceará,

apresenta no próximo capitulo a conclusão deste trabalho científico.

63

CONCLUSÃO

Os estudos na área de gestão ambiental e sustentabilidade vêm ganhando

diariamente mais força, visto que diante das catástrofes naturais mundiais (furacões,

enchentes, maremotos, tsunamis, entre outros desastres naturais) ocorridas e que tem causado

a morte de muitas pessoas todos os anos. Uma das causas que provavelmente tenha causado o

principio desta cadeia de grandes tragédias seja a forma que os seres humanos cuidam de seu

ecossistema.

Assim como foi mencionado nos capítulos anteriores, o ser humano tem

contaminado rios, contaminado mares, contaminado o ar, exterminando espécimes necessárias

ao ciclo alimentar, de forma geral, exterminado fauna e flora sem preocupar-se com o

verdadeiro significado de desenvolvimento sustentável, cuidar do hoje para manter e termos

um futuro de qualidade, com saúde e em sintonia com a “mãe natureza”. Muitas das doenças

atuais possuem a cura em micro-organismos pertencentes a animais e plantas, mas muito já se

perdeu.

No entanto, esta ideologia muda a passos lentos. Organizações como ENER

Brasil, IDER e KWARA, que fazem seu papel implantando projetos que favorecem não

apenas o crescimento econômico destas organizações e do Estado onde estes projetos estão

sendo instalados, mas beneficia a todo o planeta, pois as informações adquiridas com projetos

como parque eólico da UECE, Russas e Tauá, CENEA entre outros, mostram que é possível

ter tecnologias, desenvolvimento e meio ambiente em sintonia.

Estas organizações se destacam por estarem realizando projetos na área ambiental

e tornam-se modelo de referência para outras organizações que buscam realizar suas

atividades socioambientais, cursos, palestras, treinamentos, apoio e incentivo ao

desenvolvimento de medidas sustentáveis que reduzam e minimizem todos os impactos

causados por ações antrópicas.

Diante da problemática encontrada para a realização desta pesquisa que busca

saber quais os programas de gestão ambiental e de sustentabilidade que as empresas

pesquisadas que trabalham no setor de energias renováveis promovem, e diante dos projetos,

programas e ações que estas organizações promovem, nem sempre de forma gratuita, mas

com a intenção de disseminar novas tecnologias que favorecem o meio ambiente, conclui-se,

portanto, que estas organizações estão dedicando-se a inovar seus produtos para que não

venham a agredir ainda mais a natureza, como os vetores energéticos considerados poluentes.

64

Com a pesquisa foi possível identificar que estas organizações estão contribuindo

com a sociedade, realizando estudos, investindo em novas tecnologias, formando novas

empresas em outras regiões que possuem algum dos tipos de potenciais energéticos, e com

isso, gerando empregos, favorecendo a educação entre outros benefícios de forma indireta,

mas sempre em prol do meio ambiente. Cabe ressaltar que estas organizações são fiscalizadas

periodicamente por organismos do governo do Estado e da Federação Brasileira.

As análises realizadas após as pesquisas de campo e bibliográfica mostraram que

estas empresas atendem ao objetivo geral proposto para o estudo que era identificar os

programas que estas organizações promovem e concomitantemente, atendem ao objetivo

específico que é o de analisar a percepção dos gestores quanto aos impactos que os programas

provocam.

Esta pesquisa identificou que, no que se refere às opiniões dos gestores sobre os

impactos de seus programas, tais ações são bastante benéficas tanto para a empresa que obtém

um feedback da população, por estarem sendo atendidos e realizando medidas sustentáveis

que favorecem todo o planeta. Além disto, tais programas contribuem para a disseminação do

conhecimento e dos cuidados que se deve ter para com a natureza.

Programas como instalação de usinas geradoras de energia eólica, solar, marés

são casos em que se produz pouca alteração no meio ambiente, geralmente apenas visual,

quando comparados com as fontes não renováveis que liberam substâncias que poluem de

forma agressiva e destruidora. As usinas hidrelétricas são um caso a parte no meio das

energias renováveis, visto que este tipo de tecnologia, apesar de ser considerada limpa, possui

inicialmente um efeito devastador que é a inundação das áreas e regiões no local de

instalação. No ponto de vista de alguns gestores, o que falta é mais investimentos no setor

renovável.

Algumas das limitações do estudos, foram a pouca disponibilidade das empresas

pesquisadas, visto que os gestores são muito compromissados, o que dificultava a aplicação

dos questionários, o idioma natural de alguns gestores era o Alemão e o Espanhol, no entanto

estes já moravam no Brasil a algum tempo, em média 12 anos, mas algumas palavras ficavam

meia que incompreensíveis. Além disto, há as poucas empresas que facilitavam o estudo

fornecendo materiais, outras empresas nem respondiam aos e-mail’s encaminhados com os

pedidos de entrevistas. Ainda assim, uma das restrições para a conclusão desta pesquisa

científica foram informações fidedignas e seguras que constam em poucos materiais de

consulta.

65

Portanto, percebe-se que há interesse por parte das empresas que trabalham no

setor em desenvolver novas tecnologias e realizar novos investimentos no setor de energias

limpas.

Com base nesses novos conhecimentos adquiridos, seria de grande valor conduzir

novos estudos sobre energias alternativas aliadas ao desenvolvimento ambiental e das grandes

cidades, como prédios e residências que podem gerar energia para o abastecimento de redes

elétricas através de um sistema híbrido de energia solar e eólica, e assim, reduzir o número de

hidrelétricas e fontes não renováveis.

66

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engenharia de produção da Universidade Federal Santa Catarina. Florianópolis, 2005. 399 fls.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. São Paulo:

Atlas, 2004.

VIRGILLITO, Salvatore Benito (Org.). Pesquisa de mercado: uma abordagem quantitativa

e qualitativa. São Paulo: Saraiva, 2010.

XIMENES, Victor – Repórter. Diário do Nordeste. Energia Limpa – Usina de ondas do

pecém tem licença para operar até 2020. Caderno Negócios. Fortaleza Março de 2013.

70

APÊNDICE A

(INSTRUMENTO DE PESQUISA)

71

PERFIL DA EMPRESA

1. A empresa é brasileira?

2. Possui filial?

3. Onde se localiza a matriz?

4. Quantos funcionários possuem?

5. Qual o faturamento do ano/mês de 2012/2013?

FORMULÁRIO DE ENTREVISTAS POLÍTICO ECONÔMICA

1. O que a empresa entende por gestão ambiental?

2. O que a empresa entende por sustentabilidade?

3. O que a empresa entende por energia limpa?

4. Quais os programas de gestão ambiental que esta empresa realiza?

5. Como os programas de gestão ambiental são gerenciados?

6. Como a gestão ambiental favorece as comunidades locais e o Estado do Ceará?

7. Qual o a motivação da empresa para instalar-se no Estado do Ceará?

8. Os investimentos para a Geração de energias limpas gera desenvolvimento para

9. A empresa recebe algum incentivo financeiro do governo para realizar ações

ambientais e\ou de sustentabilidade?

10. Como a empresa esta se posicionando em relação aos investimentos públicos estaduais

no campo energético?

11. Com os investimentos públicos estaduais, como a empresa se comporta diante dos

novos concorrentes no Estado?

12. Qual a percepção da empresa em relação aos principais impactos gerados pela

instalação de usinas de energias limpas no Estado do Ceará?

13. Qual a percepção da empresa em relação às oportunidades para o desenvolvimento de

novas fontes de energias limpas no Estado?

14. Qual a percepção da empresa em relação aos desafios para o desenvolvimento de

novas fontes de energias limpas no Estado?

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APÊNDICE B

(TRANSCRISÇÃO DAS ENTREVISTAS DAS EMPRESAS

ENER BRASIL, IDER E KWARA)

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PERFIL DA EMPRESA ENER BRASIL

1. A empresa é brasileira?

A empresa é brasileira. Temos uma empresa ENER de comércio de serviços em

energias renováveis registrada na junta de comercio do Ceará e conselho social aqui na

Avenida Santos Dumont.

2. Possui filial?

Não possuímos uma filial, mas a ideia é caminhamos com os projetos que nos

temos e é possível que tenhamos uma filial na Colômbia, temos um projeto lá e também uma

filial na Europa.

3. Onde se localiza a matriz?

Avenida Santos Dumont 2122

4. Quantos funcionários possuem?

Nos aqui temos quatro funcionários que são técnicos, nos somos uma engenharia e

temos quatro engenheiros que fazem o desenvolvimento de projetos.

5. Qual o faturamento do ano/mês de 2012/2013?

Começamos a trabalhar aqui no final de 2012, mas em 2013 começamos a fazer

pequenas instalações distribuídas para autoconsumo e ai nos tivemos faturamento estimado de

três milhões só no primeiro ano, só neste modelo de instalação. E depois, temos um objetivos

mais amplo em desenvolvimento de projetos e nos achamos que podemos gerar um

faturamento de cerca de cinco milhões de reais.

FORMULÁRIO DE ENTREVISTAS POLÍTICO ECONÔMICO

1. O que a empresa entende por gestão ambiental?

Nossa empresa é uma empresa de energias renováveis, e a própria atividade da

empresa desenvolve uma gestão ambiental ampla, e para nós a gestão ambiental e fazer

estudos de geração de energia, e gerar esta energia de uma fonte limpa, pois, não temos uma

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atividade que agride o meio ambiente, ao contrario, temos uma atividade que facilita a

sustentabilidade.

2. O que a empresa entende por sustentabilidade?

Para nós, de uma maneira mais direta, sustentabilidade é que geremos energia elétrica

através de uma fonte limpa, para nos este é o conceito mais amplo de sustentabilidade..

3. O que a empresa entende por energia limpa?

É um tipo de energia que, fundamentalmente, não tem origem no petróleo ou em

combustíveis fósseis, fundamentalmente, por que este tipo de geração tem uma alta emissão

de CO2 e o CO2, agora, é o principal o problema que a humanidade tem que enfrentar juntos.

Ontem mesmo ou nesta semana, publicou um centro de pesquisa estadunidense, que o nível

de carbono atingiu um nível histórico no mundo e não para a humanidade, mas para a terra,

eles achavam que em um período de trezentos milhões de anos não teríamos níveis tão altos

assim. Temos que mudar os atuais modelos de geração de energia, com o objetivo de

melhorar o meio ambiente, porque perde a sociedade e perde as empresas.

4. Quais os programas de gestão ambiental que esta empresa realiza?

Nosso objetivo é outro. Fundamentalmente nosso objetivo é mostrar à sociedade

brasileira e cearense a importância de gerar energia elétrica de uma fonte limpa a partir da

energia solar.

5. Como os programas de gestão ambiental são gerenciados?

Sem resposta.

6. Como a gestão ambiental favorece as comunidades locais e o Estado do Ceará?

Nossa atividade profissional tem uma vertente muito social, apesar de ser uma

empresa privada, nos trabalhamos para melhorar nossa empresa, temos um componente

importante, com nossa atividade geramos bem estar social, se fizermos 10.000 instalações de

energias solar aqui no Ceara, geramos 10.000 instalações de energias solar que não emitem

CO2 equivalentes a 10000 carros que circulam em fortaleza, ai esta a nossa parte. Quando

fazemos nossos produtos, fazemos a sustentabilidade.

75

7. Qual o a motivação da empresa para instalar-se no Estado do Ceará?

Uma, o Sol de vocês. Fundamentalmente nos ficamos aqui no Ceará porque o grau de

variação solar do Ceará é um do melhores da América latina e do Brasil. É um erro bastante

comum pensar que quanto mais sol e, mais sol mais calor gerará mais energia elétrica, mas

não é bem assim. No deserto o calor é tão grande que derrete o painel e perde a eficiência, e

no Ceará, o clima é quente mas é perfeito para a geração de energia. Temos que pesquisar

áreas em que a incidência seja grande. Temos uma instalação no campus da UECE, realizando

o levantamento de dados uma instalação de 5 MW que gerou 10 MW, o que na Espanha as

mesmas instalações não gera 6 ou 7 MW.

8. Os investimentos para a Geração de energias limpas gera desenvolvimento para

Estado do Ceará?

Muito. Por que, quando fazemos usinas solares o modelo de usinas solar fotovoltaica,

é um modelo que precisam de muito funcionário trabalhando, nesses casos muito mais que a

eólica, tem que ter uma contratação forte de funcionários para construção e manutenção. Mas

fundamentalmente, eu acho que esse é o principal beneficio da energia solar fotovoltaica é

que a usina pode ser instalada distribuídas e com sistemas interligados nos favorecemos muito

reduzindo muito perdas de energias.

9. A empresa recebe algum incentivo financeiro do governo para realizar ações

ambientais e\ou de sustentabilidade?

Não. Mas estamos negociando um tipo de deferimento não para pequenas instalações

mas para grandes instalações, para grandes usinas. Se você quer fazer um projeto grande você

precisa de alguma ajuda, ajuda de um deferimento de impostos, taxas para favorecer, mas

acho q o governo está nessa linha, esta trabalhando para favorecer, pois tem um interesse

grande, principalmente para o desenvolvimento do Brasil e do Ceará.

10. Como a empresa esta se posicionando em relação aos investimentos públicos estaduais

no campo energético?

Temos entrado em contato com ADECE, trabalhamos com eles apresentando

propostas. O governo tem interesse em desenvolver esta energia futura e trazer esta tecnologia

que antes era mais difícil de desenvolver, eles precisam de técnicos e especialistas como nos.

Um dos projetos que apresentamos foi que os colégios públicos do Ceará tenham

possibilidade de fazer uma instalação solar, porque se eles têm uma ligação, eles pagam

76

energia, mas se eles tem uma instalação eles auto consomem esta energia e desta forma você

mostra para as crianças uma realidade, desta forma, você pode mostra um beneficio da

energia solar. Estamos fazendo uma proposta para solucionar um problema grave no Ceará

que é a seca. Por meio da energia de painéis que geram energia para um sistema de bombeio

solar para extrair água do subsolo.

11. Com os investimentos públicos estaduais, como a empresa se comporta diante dos

novos concorrentes no Estado?

Sobre os investimentos públicos o governo tem que licitar, e nos participamos de

varias licitações e acho que nossa concorrência é muito competitiva porque temos boas

parcerias como um dos maiores fornecedores de equipamentos fotovoltaicos e assim

reduzimos muito os preços dos produtos. Além disto, a primeira etapa de uma licitação é a

procura por um preço e a segunda etapa é ter um conhecimento da instalação desses

equipamento desses modelos, mas temos muita experiência, na Europa com vários modelos

de painéis fotovoltaicos.

12. Qual a percepção da empresa em relação aos principais impactos gerados pela

instalação de usinas de energias limpas no Estado do Ceará?

Eu não conheço ninguém no Ceara que não fique encantado com a energia solar seja

pessoa simples ao politico presidente, acho que a aceitabilidade da sociedade cearense é muito

grande porque eles percebem que é uma tecnologia boa, e que desenvolver essa tecnologia vai

ser muito bom, vai gerar postos de trabalho e vai equilibrar o sistema elétrico cearense. E uma

possibilidade importante no Ceará e no Nordeste é que se você quiser gerar energia em todo

Brasil você tem que fazer esta instalação no Nordeste e não em Santa Catarina ou no Rio

Grande do Sul, pois eles não têm o mesmo Sol que nos temos. Pensamos que a energia solar é

muito cara, mas isso não é verdade. Portanto é muito boa para o Estado e para toda sociedade

cearense, economicamente falando você tem energia de graça, não se preocupa com a

geração. As células de energia solar fotovoltaicas não possuem nenhum impacto e a nova

ideia do mercado é reaproveitar esses painéis após passarem o seu período de utilização.

77

13. Qual a percepção da empresa em relação às oportunidades para o desenvolvimento de

novas fontes de energias limpas no Estado?

Eu acho que a energia solar tem um futuro muito esperançoso, mas, as novas

tecnologias, fundamentalmente, as nanotecnologias e a do grafeno são duas tecnologias que

podem fazer com que a energia solar seja tão eficiente ou mais do que qualquer fonte de

energia. Ai e um futuro totalmente esperançoso. Vai haver um período de uns dez ou quinze

anos desde que já esta se pesquisando esta nova tecnologia, mas ainda esta na fase industrial,

mas ai a energia solar vai ficar como uma das mais importante socialmente, uma grande usina

ou um grande sistema de geração, para nós não tem um beneficio direto porque você e eu n

podemos nos beneficiar de Itaipu compramos ações da Eletrosul e da Eletrobrás, mas nos que

somos cidadãos não nos beneficiamos, mas já com a energia solar sim, porque você pode

comprar um painel e o inversor solar e instalar amanhã em sua casa, eu acho muito mais

social a energia fotovoltaica. É você ser auto sustentável porque você produz a energia que

você consome, e se as grandes empresas produzem a energia que você precisa você fica

dependente destas empresas e depois você não controla essa geração e não sabe se essa

geração agride o meio ambiente, se é realmente limpa. Mas a solar é para todo mundo.

14. Qual a percepção da empresa em relação aos desafios para o desenvolvimento de

novas fontes de energias limpas no Estado?

Sem resposta

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PERFIL DO INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E ENERGIAS

RENOVÁVEIS (IDER)

1. A empresa é brasileira?

Sim, puramente brasileira.

2. Possui filial?

Não, o IDER não possui filial.

3. Onde se localiza a matriz?

Localiza-se apenas em Fortaleza.

4. Quantos funcionários possuem?

Atualmente o IDER possui cinco funcionários, devido ao cancelamento de

investimento pelo USAID.

5. Qual o faturamento do ano/mês de 2012/2013?

O IDER é uma ONG, ao contrario do que pensa, todo o dinheiro obtido é convertido

em investimentos.

FORMULÁRIO DE ENTREVISTA POLÍTICO ECONÔMICO

1. O que a empresa entende por gestão ambiental?

As pessoas falam muito sobre este assunto mas fazem muito pouco. Na verdade é

necessário analisar todas as ações que você faz e que não venha a destruir o meio ambiente, o

que acontece atualmente é que o governo diz que faz a Gestão Ambiental, mas na verdade não

o faz, pois como exemplo disto temos o parque do Cocó, que voltam todas as atenções para

este local e tiram o olhar dos outros pontos da Cidade que precisa deste cuidado.

2. O que a empresa entende por sustentabilidade?

A sustentabilidade é na verdade a continuação de um processo. É cíclico. A

sustentabilidade é um termo que sugere um processo de auto suficiência, no entanto isso ainda

não existe visto que na maioria dos casos o que há de verdade é uma dependência. O caso de

79

um processo sustentável é a floresta amazônica, que consome tudo o necessário, a qualquer

interferência humana é motivo para um desequilíbrio nesta auto suficiência, assim funciona

nos locais onde o ser humano ainda não chegou como o fundo do mar em aproximadamente

5.000 ou 7.000 km no fundo do mar. A verdadeira sustentabilidade está na natureza e é ai que

devemos buscar o conhecimento.

3. O que a empresa entende por energia limpa?

Na verdade existe uma diferença entre energia limpa e energia renovável, o biodiesel

não é uma energia 100% limpa, causam impactos, há a destruição de espécies, a energia solar

os produtos químicos utilizados, a extração que é necessária para compor a placa fotovoltaica

gera de certa forma uma destruição, causa impacto, a energia eólica, destrói dunas, causa um

impacto visual tremendo por conta dos grandes aerogeradores, também causa impactos, acho

que o futuro da energia está na nano tecnologia. Estas são renováveis pois estão de forma

abundante na natureza, mas não estamos sabendo utilizá-las.

4. Quais os programas de gestão ambiental que esta empresa realiza?

Atualmente temos alguns projetos como orientação para plantar mudas que foram

extraídas para a utilização nos fogões ecológico, os fogões ecológicos já estão na casa de

milhares de agricultores nos interiores do estado e isto é um grande feito, com participação do

governo do estado, pois os antigos fogões a lenha causavam muitos problemas de saúde

(queimaduras, respiratórias entre outras). Além de cursos, treinamentos e palestras.

5. Como os programas de gestão ambiental são gerenciados?

Sem resposta.

6. Como a gestão ambiental favorece as comunidades locais e o Estado do Ceará?

O dióxido de carbono, CO2 é conhecido como o principal fator de aquecimento seja

em um centro urbano ou do mundo, no entanto há vários fatores que causam este

aquecimento, a gestão ambiental busca reduzir isto, também, este tipo de impacto, como

exemplo. Portanto, a gestão ambiental trabalha em prol da sociedade, criando ambientes

saudáveis, seguros, que possa manter tanto as alterações humanas preservando o meio

ambiente. Podemos citar como exemplo um empreendimento que constrói uma enorme área

verde, bem dotadas de espécimes, bem estruturada, mas apesar de estar plantando, criando

80

uma área verde e com isso reduzindo a poluição gerada pela emissão de CO2, este tipo de

empreendimento não favorece à comunidade e nem ao Estado por se tratar de um ambiente

fechado sem dar acesso às demais pessoas, à sociedade.

7. Qual o a motivação da empresa para instalar-se no Estado do Ceará?

Nos eramos um grupo grandes, envolvidos em um projeto da Alemanha (G.T.Z.), este

grupo era constituído por psicólogos, engenheiros, administradores entre outros profissionais,

que estudávamos as condições de desenvolvimento de redes elétricas no interior do Estado.

Ao termino do projeto ficamos sem outro projeto e assim decidimos formar o IDER, visto

toda necessidade. Com o conhecimento do projeto e das condições na região, decidimos fixá-

lo no Estado do Ceará, pois possui potencial e necessidade dos conhecimentos sobre energias

renováveis.

8. Os investimentos para a Geração de energias limpas geram desenvolvimento para

Estado do Ceará?

Sim, com certeza, pois o Estado do Ceará, no Brasil possui o melhor vento para a

produção de energias eólicas e a melhor incidência de raios solares para produção de energia

solar. O investimento no setor energético nestes e outros campo, além de aproveitar o

potencial que está disponível naturalmente, gerará empregos e renda para o Estado e com isso

traz novas tecnologias e desenvolvimento, não só para o estado que é o pioneiro nesta

tecnologia no Brasil.

9. A empresa recebe algum incentivo financeiro do governo para realizar ações

ambientais e\ou de sustentabilidade?

Não. O IDER atua como uma ONG e não recebe nenhum beneficio do governo.

10. Como a empresa esta se posicionando em relação aos investimentos públicos estaduais

no campo energético?

Sem resposta

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11. Com os investimentos públicos estaduais, como a empresa se comporta diante dos

novos concorrentes no Estado?

O IDER não busca a concorrência propriamente dita, mas trabalha com parcerias, onde

outras ONG’s empresas que atuam no mesmo ramos compartilham informações para

promover a sociedade através de seus projetos.

12. Qual a percepção da empresa em relação aos principais impactos gerados pela

instalação de usinas de energias limpas no Estado do Ceará?

Os impactos que são gerados pela energia eólica, são bem menores atualmente, visto a

legislação bem mais rigorosa atualmente, seu maior impacto é, na verdade, o visual, visto a

altura dos aerogeradores e a destruição das dunas, onde estes estão instalados. Assim como o

da energia solar, a energia das marés, que não produzem resíduos contaminantes que venham

a poluir e degradar o meio ambiente. Isto é comparado com os combustíveis fosseis que são

os maiores poluidores e degradantes do meio ambiente.

13. Qual a percepção da empresa em relação às oportunidades para o desenvolvimento de

novas fontes de energias limpas no Estado?

É ótimo, pois favorecerá não apenas a população local, mas todo o Ceará. No entanto,

o governo terá que investir mais nestas tecnologias pois ainda são insuficientes diante do

potencial que a região fornece.

14. Qual a percepção da empresa em relação aos desafios para o desenvolvimento de

novas fontes de energias limpas no Estado?

Em minha opinião, necessita de mas atenção. Ainda se prioriza muito a energia gerada

por hidrelétricas, apensar de ser um tipo de ser um tipo de energia limpa causa muita

destruição durante o período de construção, pois é necessário devastar, desmatar e matar todo

o bioma desta região que será alagada. Há países que aproveitam o relevo, a estrutura da

região e chegam a adaptar a hidrelétrica para não interferir tanto no meio ambiente, mas no

Brasil, infelizmente essas praticas não existem.

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PERFIL DA EMPRESA KWARA

1. A empresa é brasileira?

Sim, a KWARA é brasileira.

2. Possui filial?

Sim, a matriz fica localizada em Fortaleza, mas temos escritórios em São Paulo e

Miame nos Estados Unidos. Além de uma filial em Russas no Ceará

3. Onde se localiza a matriz?

Fortaleza – R. Rosita, 345 Messejana.

4. Quantos funcionários possuem?

28 funcionários

5. Qual o faturamento do ano/mês de 2012/2013?

Trezentos mil reais mensais

FORMULÁRIO DE ENTREVISTA POLÍTICO ECONÔMICO

1. O que a empresa entende por gestão ambiental?

A gestão ambiental para a KWARA é não agredir o meio ambiente com produtos

químicos, como exemplo posso citar os combustíveis fosseis que é o principal poluidor

atualmente, além disto, empresas que não se preocupam com o meio ambiente e menos ainda

com a gestão ambiental nem com a sociedade jogam seus resíduos em locais que são

proibidos, que necessitam de um cuidado e de um tratamento.

2. O que a empresa entende por sustentabilidade?

Sustentabilidade é todo sistema que não necessita de algo mais para funcionar. É algo

renovável e limpo, é o local onde se aplica o conceito de autossustentável. É isso, de forma

bem direta é isso que entendemos como sustentabilidade.

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3. O que a empresa entende por energia limpa?

Energia limpa é todo modelo de geração energética que não polui, nem lança resíduos

de qualquer maneira no meio ambiente. Sabemos que os atuais modelos de geração energética

considerada como limpo, de certa forma, causam alterações no meio, mas é pouquíssimo,

dentre as renováveis creio que a mais impactante sejam as hidrelétricas, que causam uma

inundação antes de produzir a energia que é gerada pelo movimento das turbinas com ajuda

da força das águas. No mais, a energia eólica vem como segundo dentre as renováveis, pois

seus impactos são a alteração das dunas e a poluição visual, no entanto temos esta matriz com

um forte, pois o vento aqui no Ceará é abundante não gera resíduos de forma direta. Além

disto, temos a energia gerada pelo sol, pela decomposição de materiais orgânicos, mares entre

outras.

4. Quais os programas de gestão ambiental que esta empresa realiza?

Estamos realizando um projeto piloto no campo de Russas para analisar o potencial

gerador elétrico nesta região e de forma indireta fazemos a gestão ambiental que é não agredir

o meio ambiente com praticas que prejudiquem a natureza, pois a energia solar é um dos

modelos de geração do futuro e o Estado do Ceará possui um grande potencial para este tipo

de energia. Pode, também, considerarmos a análise de óleo como uma pratica de gestão

ambiental de forma indireta, visto que se o óleo, que tem inúmeras utilizações, não for bem

tratado isto poderá causar desgaste e com isso utilizar mais peças.

5. Como os programas de gestão ambiental são gerenciados?

Através de um acompanhamento periódico, de analise de dados e estatísticas podemos

ver como está o andamento dos projetos.

6. Como a gestão ambiental favorece as comunidades locais e o Estado do Ceará?

Ao Estado do Ceará favorece para que vejam que está região é rica em fontes

renováveis, além do Sol, possui muito vento que são os dois principais vetores energéticos no

Estado. A região fica conhecida por suas riquezas e dai vem as novas tecnologias, novas

melhorias, estabilização da rede e centrais elétricas entre outros diversas melhorias e

benefícios que a aplicação de uma tecnologia nova como esta trazem á região. Não podemos

esquecer que há um grande desenvolvimento econômico o que ai favorece as comunidades

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onde os projetos se instalarão de forma direta e de forma indireta as demais comunidades e a

capital, gerando mais empregos, renda, aumento do numero de empresas e desenvolvimento.

7. Qual o a motivação da empresa para instalar-se no Estado do Ceará?

O fator motivador da criação da Kwara energias do Brasil, no Estado do Ceará é que

aqui, e no Nordeste, há muitas oportunidades, tanto para o desenvolvimento de novas

tecnologias ambientais que no Brasil muitas ainda estão em fases de testes, quanto para o

desenvolvimento da sustentabilidade nas comunidades que é uma ótima oportunidade para

nós, e outras empresas que trabalham no ramo. Esta tecnologia de geração de energia elétrica

por meio de fontes renováveis é bastante promissora.

8. s investimentos para a Geração de energias limpas geram desenvolvimento para

Estado do Ceará?

O Estado do Ceará e agora Rio Grande do Norte, no Brasil possui o melhores ventos

para se produzir energias eólicas, assim como no Ceará, mais especificamente em Russas

onde implantamos uma usina solar com capacidade de geração de 100 MW de potencia, onde

há uma das melhores incidência de raios solares para produção de energia solar E como citei

anteriormente, este diferencia traz muito desenvolvimento e benefícios para a região.

9. A empresa recebe algum incentivo financeiro do governo para realizar ações

ambientais e\ou de sustentabilidade?

Não, não recebemos nenhuma ajuda do governo.

10. Como a empresa esta se posicionando em relação aos investimentos públicos estaduais

no campo energético?

Ainda é de se esperar muito mais investimento, principalmente os que favorecem as

empresas há produzirem esta energia. O governo planeja investir mais nestas tecnologias

renováveis, mas estamos fazendo nossa parte.

11. Com os investimentos públicos estaduais, como a empresa se comporta diante dos

novos concorrentes no Estado?

Temos um diversificado campo de atuação, como consultorias, treinamento,

manutenções e instalações, além de gerenciamento de projetos entre outros, o que nos da um

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grande diferencial no mercado. Além disto, temos uma grande parceria com a multinacional

DYA energia solar que nos impulsiona neste diferencial.

12. Qual a percepção da empresa em relação aos principais impactos gerados pela

instalação de usinas de energias limpas no Estado do Ceará?

Sem resposta. Comentado anteriormente.

13. Qual a percepção da empresa em relação às oportunidades para o desenvolvimento de

novas fontes de energias limpas no Estado?

É muito bom, pois favorecerá todo o estado do Ceará, com inúmeros benefícios e

investimentos nas mais diversas áreas ou setores econômicos ou não. Afetando todos de

forma indireta e direta.

14. Qual a percepção da empresa em relação aos desafios para o desenvolvimento de

novas fontes de energias limpas no Estado?

No que cabe aos futuros investimentos, podemos esperar que o governo não só do

Estado do Ceará, mas de todo o Brasil, facilite e invista não só de forma economicamente

falando, mas nas politicas públicas, viabilizando leis que favoreças a todos.